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4ª Edição IV Trimestre 2016 BOLETIM INFORMATIVO CONTRATAÇÃO PÚBLICA ANGOLANA DA

BOLETIM INFORMATIVO CONTRATAÇÃO PÚBLICA ANGOLANA · Boletim Informativo da Contratação Pública ... Superior da Magistratura do Ministério Público Direcção Nacional do Património

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4ª Edição IV Trimestre 2016

BOLETIM INFORMATIVO CONTRATAÇÃO PÚBLICA ANGOLANA

DA

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BOLETIM INFORMATIVO DA CONTRATAÇÃO PÚBLICA ANGOLANABICPA

ARAPBICPA

CLCCLPQ

CPCPCS

CSMMPDNPE

EGDENAD

EPCGCKCC

GEPEIFALIGAEIMELIMIL

INAIPINAPEM

INFOSIIFPAINIP

IRCCOPITELLCP

MPMEOGEPAC

SETIC - FP

SIGFESNCPRNT

Agência Reguladora das Aquisições Públicas de Cabo-VerdeBoletim Informativo da Contratação PúblicaConcurso Limitado Por ConviteConcurso Limitado por Prévia Qualificação Concurso PúblicoContratação PúblicaContratação SimplificadaConselho Superior da Magistratura do Ministério PúblicoDirecção Nacional do Património do EstadoEmpresas de Grande DimensãoEscola Nacional de Administração Entidade Pública ContratanteGabinete de Coordenação das Cidades do Kilamba, Camama e CacuacoGabinete de Estudos, Planeamento e EstatísticaInstituto de Formação da Administração LocaInspecção-geral da Administração do EstadoInstituto Médio de Economia de LuandaInstituto Médio Industrial de LuandaInstituto Nacional de Apoio às Indústrias de Pesca e Investigação TecnológicaInstituto Nacional de Apoio às Micro, Pequenas e Médias EmpresasInstituto Nacional de Fomento da Sociedade de InformaçãoInstituto de Fomento de Pesca ArtesanalInstituto Nacional de Investigação PesqueiraInstituto Regulador da Construção Civil e Obras PúblicasInstituto de TelecomunicaçõesLei dos Contratos PúblicosMicro, Pequenas e Médias EmpresasOrçamento Geral do EstadoPlano Anual de ContrataçãoServiço de Tecnologia de Informação e Comunicação das Finanças Públicas - SETIC -FPSistema Integrado de Gestão Financeira do EstadoServiço Nacional da Contratação Pública Rede Nacional de Transporte de Energia

ABREVIATURAS, SIGLAS E ACRÓNIMOS

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CONTEÚDO04 05

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9EDITORIAL NOTÍCIAS

Aprovado Regime Jurídico das Contrapartidas | 5Realização do II Congresso Internacional de Compras Públicas | 6Seminários de Divulgação da Lei dos Contratos Públi-cos | 7 Capacitação do Sector Empresarial Público | 8

PERSPECTIVAS DA CONTRATAÇÃO PÚBLICA

EXPLICADOR DE CONTRATAÇÃO PÚBLICA LEGISLAÇÃO RELEVANTE SOBRE A CONTRA-TAÇÃO PÚBLICA - 3º TRIMESTRE/2016

AGENDA

BOAS PRÁTICAS EM CONTRATAÇÃO PÚBLICAImpactos da Contratação Pública na Relação dos Fornecedores com a Banca Nacional |9Lista das Entidades que remeteram ao SNCP o Plano de Contratação para 2017 | 12Divisão em Lotes: Concorrência ou Fraude ao Procedimento? | 14

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Editorial

Sejam bem-vindos à quarta e última edição do Boletim Informativo da Contratação Pública (BICPA) para o ano de 2016! Os últimos meses do ano de 2016 foram marcados pela intensa activi-dade do observatório das aquisições públicas, com realizações de gran-de impacto e com a produção de um assinalável volume de trabalho

inovador e de qualidade. Merece um sublinhado muito especial a realização do II Congresso Internacional de Compras Públicas com a congénere Agência Reguladora de Aquisições Públicas de Cabo-Verde (ARAP). Tornou-se indiscutivelmente um marco motivado pela evidente necessidade de uma maior partilha de informações e um envolvimento internacional na apresentação de soluções para as principais preocupações da contratação pública nacional. Numa altura em que a conjuntura económica clama por reformas significativas na gestão do erário público atra-vés da requalificação da despesa pública, urge a neces-

Caros Leitor,

Rosária Dias dos Santos Rangel Filipe

sidade no ano que em breve se inicia, de se promover mais acções de auditoria de conformidade, uma vez que estas acções estão inseridas nas atribuições do SNCP de apoiar o Executivo em matéria de definição e implemen-tação de políticas e práticas relativas à contratação pú-blica, fiscalizar, auditar e supervisionar os processos de contratação pública em colaboração com os organismos competentes para o efeito.Além disso, 2017 será também o ano de continuação da divulgação da Lei dos Contratos Públicos, através da rea-lização de acções de formação, palestras e seminários, privilegiando a partilha de experiências e conhecimentos.Por fim, mas não em último, continuaremos o trabalho permanente de acompanhamento e de reflexão sobre as matérias de regulação pública, prevendo-se, no decur-so do novo ano, um maior acompanhamento dos secto-res, através de visitas de constatação, cujo objectivo pri-mordial é o fortalecimento e consolidação das melhores práticas no sistema de contratação pública não apenas dedicado a uma EPC, mas também aos fornecedores do Estado, em particular às Micro, Pequenas e Médias Em-presas, que têm estado muito à margem do que se pre-tende em termos de contratação pública.

Boa Leitura!

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Notícias

Aprovado Regime Jurídico das Contrapartidas

Com a negociação de contrapar-tidas, o Governo angolano pre-tende obter a transferência de tecnologia e ‘know-how’, a indus-trialização, formação técnico-pro-fissional, incremento de postos de trabalho e da produtividade e a abertura de novos mercados para exportação ou a “deslocação industrial”.

As contrapartidas visam também a criação de capacida-des empresariais na área das indústrias de defesa, garan-tindo particularmente a participação nacional na cadeia de valor associada aos equipamentos ou sistemas ob-jecto de fornecimento, ou a construção de capacidades nacionais ligadas à sustentação do ciclo de vida de equi-pamentos ou sistemas de defesa adquiridos pelos órgãos do sector da defesa, segurança e ordem interna.Trocas comerciais, contra-compra, compensação, recom-pra, co-produção, transferência de tecnologia, subcontra-tação ou investimento local são as modalidades de con-trapartidas previstas.Para além das modalidades supra referidas, a concreti-

zação destes contratos públicos de aquisição de bens e serviços poderá ser alvo de contrapartidas ao abrigo de acordos bilaterais de longo prazo, no quadro da coopera-ção económica entre Estados, ou de acordos financeiros sobre o pagamento de produtos.A lei define ainda os sectores prioritários para a negocia-ção de contrapartidas em que se destacam os casos da Defesa Nacional, Segurança e Ordem Interna, Agricultura, Comércio, Educação, Transportes, Energia e Águas, Indús-tria, Saúde, Minas, Pescas, Telecomunicações, Ciência e Tecnologia, Hotelaria e Turismo ou Ambiente.

A Lei n.º 20/16, de 29 de Dezem-bro, Lei que aprova o regime ju-rídico das contrapartidas, é apli-cável à “formação e execução de contratos públicos” em moeda es-trangeira de valor igual ou supe-rior ao equivalente a 10 milhões de dólares. Aplica-se igualmen-te aos contratos de aquisição de bens e serviços a celebrar em mo-eda nacional igual ou superior a

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Realização do II Congresso Internacional de Com-pras Públicas

O Ministério das Finanças, através do Serviço Nacional de Contra-tação Pública (SNCP) realizou de 16 a 18 de Novembro, em Luanda, o II Congresso Interna-cional de Compras Públicas, sob o lema “Para um Crescimento da Economia Assente na Con-tratação Pública Sustentável, In-teligente e Inovadora”, em co-

laboração com a Autoridade Reguladora das Aquisições Públicas de Cabo Verde (ARAP).O evento objectivou a promoção da compreensão alar-gada dos desafios actuais da contratação pública no pla-no nacional e internacional, culminando no reforço da utilização dos instrumentos de racionalização, redução e controlo dos gastos públicos, com vista à melhoria da qualidade na execução da despesa pública e no aumento das poupanças do Estado.Na ocasião, o Vice-Presidente da República, Manuel Do-mingos Vicente, afirmou que a realização do evento em Angola visa a divulgação da Lei dos Contratos Públicos, como um dos instrumentos jurídicos de que a Adminis-tração Pública de Angola dispõe, assim como se trata de uma oportunidade para os gestores públicos aprimora-

rem os seus conhecimentos. Referiu ainda que realiza-ções do género devem merecer o apreço do Executivo angolano. Ao longo dos três dias, foram discutidos temas relevantes que abordaram aspectos fundamentais para o panorama económico angolano, nomeadamente: “A Contratação Pública Na CPLP: Problemas E Desafios”; “A Contratação Pública e o Crescimento Da Economia Global”; “A Compra Pública Sustentável: Recursos Públicos, Despesa Pública e Controlo Da Eficiência Nas Compras Públicas”; “A Forma-ção dos Contratos Públicos: A Promoção Da Concorrência e a Realização De Políticas Horizontais”; “A Formação Dos Contratos Públicos: Avaliação De Propostas e (Não) Adju-dicação e os “Procedimentos De Adjudicação: Desafios e Inovações - A Contratação Electrónica”. O Congresso, que contou com a participação de espe-cialistas em matéria de Contratação Pública oriundos das mais prestigiadas Universidades da Lusofonia, Espanha e Itália, destinou-se aos altos funcionários da administração pública responsáveis pela execução da despesa – Secre-tários-Gerais, Directores de Gabinetes Jurídicos, de Estu-dos, e Projectos, Inspectores-Gerais dos Ministérios e dos Governos Provinciais, responsáveis de Institutos Públicos e de Empresas Públicas – bem como a comunidade aca-démica.

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Seminários de Divulgação da Lei dos Contratos Públicos

T endo em conta a recente entrada em vi-gor da Lei dos Contratos Públicos, lei 9/16, de 16 de Junho, insta a necessidade de se transmitir aos gestores públicos as princi-pais alterações e novidades constantes da mesma. Assim, o Serviço Nacional da Con-

tratação Pública realizou no passado mês de Outubro dois seminários nas províncias da Lunda-Sul e Cuanza-Norte, enquadrados no ciclo de seminários de divulgação que visam dar a conhecer as inovações contidas na nova lei. Participaram nos referidos eventos secretários dos go-vernos das referidas províncias, directores provinciais, dos Gabinetes de Estudos, Planeamento e Estatística (GEPE) e dos gabinetes jurídicos, Inspectores-gerais, ad-ministradores municipais, bem como os representantes dos Institutos Públicos e de Empresas Públicas locais.Os temas abordados debruçaram-se essencialmente na formação e execução dos contratos públicos. Na província do Cuanza-Norte, o governador José Maria Ferraz dos Santos, incentivou os órgãos da administra-ção pública a prosseguirem o interesse público em toda a sua actuação. Considerou a “Lei dos Contratos Públicos uma ferramenta indispensável que deve estar sempre presente junto dos que têm a missão de lidar com os dispêndios públicos administrativos”.Já na província da Lunda-Sul, a governadora Cândida Nar-ciso apontou o facto do instrumento jurídico optimizar a utilização dos recursos cada vez mais escassos, por via da

melhoria do ambiente de negócios.“Podemos dizer que com esta revisão legislativa foi pos-sível adaptar a legislação angolana com as modernas exigências da contratação pública, estabelecendo novas regras de carácter procedimental”, referiu. Para Cândida Narciso estes encontros têm visado essen-cialmente reforçar os instrumentos para racionalização, redução e controlo dos gastos públicos, procurando con-ferir uma melhor qualidade na execução da despesa pú-blica e obter poupanças para o Estado, salvaguardando sempre os princípios fundamentais que regem a activi-dade administrativa, com destaque para a transparência, a concorrência e o interesse público.De realçar que a LCP vai ajudar a solucionar os constran-gimentos resultantes da dispersão dos regimes jurídicos anteriores, dinamizando desta maneira o tratamento equitativo das formas de actuação de todos os interve-nientes no processo.

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No passado mês de Novembro, teve lugar nas instalações da So-nangol Distribuidora, uma acção formativa sobre a lei nº 9/16, Lei dos Contratos Públicos, que visou elucidar os responsáveis da res-pectiva empresa sobre os crité-rios a se ter em conta para firmar contratos. Foram abordadas ma-térias genéricas sobre o processo

de realização das aquisições públicas por intermédio da contratação pública. As sessões de abertura e encerra-mento, foram presididas Director de Logística, Dr. Adão Avelino, que na ocasião agradeceu a disponibilidade e a qualidade do SNCP na transmissão dos conhecimentos bem como a experiência apresentada. Para além dos conteúdos ministrados, cujas competências foram a ca-pacidade de exercer com zelo e dedicação as suas fun-ções bem como o cumprimento integral da legislação na condução dos procedimentos de contratação pública, a formação culminou igualmente com a entrega de certi-ficado a todos os participantes bem como um buffet de

confraternização.Tratou-se de uma formação dirigida a 27 participantes, de distintas áreas da empresa. De referir que, para além desta iniciativa várias outras serão levadas a cabo, no domínio das empresas públicas, institutos públicos e a nível da Administração Local.

Capacitação do Sector Empresarial Público

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A Gestão de Projectos é tida como um processo necessário em to-das as fases do projecto, desde o início até a conclusão, tendo em conta um prazo estimado, cuja importância tem destaca-da influência para o êxito dos projectos, sendo que a gran-de maioria, demanda cuidados constantes de gestão, desde o

planeamento até a entrega final.É indiscutível a relevância da gestão de projectos, pois exige-se índices altos de acertos e estimativas com mar-gens de erro cada vez menores. Assim sendo, a nossa abordagem analisará a importância da Gestão de Projec-tos na (i) planificação da contratação, (ii) na estimativa de prazo das actividades na elaboração de cronogramas e (iii) no controlo da execução dos Projectos.É necessário ter em conta que a correcta execução de qualquer contrato administrativo necessita de planea-mento e controlo. O planeamento cria uma visão global

da situação e das alternativas existentes, possibilitando a gestão consciente dos recursos disponíveis e o afasta-mento dos riscos, mediante a elaboração de estratégias que optimizem os procedimentos e facilitem os resulta-dos.

(i) Focando na importância do planeamento ade-quado das aquisições públicas, a Lei dos Contratos Públi-cos (LCP), no n.º 1, do seu artigo 404.º impõe que as EPC devem elaborar os planos anuais de contratação ineren-tes aos tipos de contratos objectos da lei. Assim, o Plano Anual de Contratação (PAC) surge como um instrumento facilitador, que visa objectivar o processo de identificação das necessidades de formação e execução de contratos. As informações constantes do PAC reportam-se ao res-pectivo exercício económico , e expõem as estimativas de contratação por um determinado órgão ou Entidade Pública Contratante.Deste modo, a visibilidade macro das aquisições através do planeamento auxilia na tomada de decisões, reduzin-

BOAS PRÁTICAS EM CONTRATAÇÃO PÚBLICAA Gestão dos Contratos PúblicosPor [Carla Gomes - Técnica SNCP]

O sucesso e fracasso em projectos são duas ideias com limites pouco definidos, pelo que é necessá-rio que os padrões de desempenho sejam deter-minados e que sejam feitas comparações entre o desempenho obtido e o planificado. São ideias como estas que têm incentivado cada vez mais os estudos sobre a Gestão de Projectos em con-tratação pública.

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do as reacções baseadas na suposição e intuição. Planear provê directrizes para acções ponderadas e, salvo em situações extremas, impede que se predominem situa-ções de “emergência”. O planeamento permite decidir com antecedência o que fazer, como fazer, quando fazer e com quem fazer.

(ii) Relativamente à Elaboração de Cronogramas, o tempo adequado gasto com planeamento em todas as fases do ciclo de vida do projecto, aumenta as chances de sucesso do mesmo. Elaborar o cronograma do projec-to é uma actividade que deve demandar tempo e esfor-ço condizentes com relevância do projecto.O cronograma deve ser elaborado com cuidado e a partir de previsões que sejam as mais fundamentadas possível o que nem sempre ocorre, pois muitas vezes, os crono-gramas são elaborados considerando marcos contratuais de facturação ou de entrega pré-acordados, sem que seja feita uma análise adequada para verificar a viabilida-de real da sua execução.Um equívoco bastante comum quando se elabora um cronograma é quanto à disponibilidade considerada para os recursos materiais e humanos do projecto. Na prática, verifica-se, por exemplo, que o tempo real de produção, em um dia normal de trabalho, é em torno de 60% a 75% da carga horária estipulada (8 horas de trabalho por dia) . Diversas actividades pessoais, fisiológicas e profissionais (reuniões, treinamentos, participação em eventos, óbi-tos, entre outras), impedem uma dedicação integral das pessoas nos projectos, particularmente em Angola.Existem alguns aspectos e considerações importantes a ter em conta, que podem ser úteis para auxiliar na pla-nificação e estimativas dos projectos, nomeadamente, a necessidade de cada departamento ministerial constituir Unidades ou Equipas Técnicas de Acompanhamento da Contratação Pública, podendo alocar um gestor para me-lhor acompanhar determinados projectos e de se exami-nar e consolidar o escopo antes de estimar os prazos dos projectos; evitar planeamento desfasado da realidade, não acautelando determinadas situações relevantes para o projecto. Adicionalmente, deve-se investir em pesquisas de pro-jectos anteriores e similares relevantes para ter como base ao estimar os prazos de um novo projecto; deve haver um envolvimento integral das equipas de trabalho bem como dos clientes, não só na altura da planificação como também na execução do projecto. De igual modo, o gestor do projecto deve prestar informação exacta inerente ao fornecedor ou prestador de serviço sobre as condições para a execução do projecto bem como plani-ficar os possíveis riscos do projecto, por forma a melhor

adequar os meios, sempre que necessário. Não é novidade para os gestores a afirmação de que as actividades planificadas normalmente apresentam dis-torções com relação à duração real do projecto. Alguns factores contribuem para isto, nomeadamente, os tra-balhos executados com informação equivocada, que ca-recem de actualização, implicando em tempo adicional para concluir as actividades; a utilização de determinado recurso durante um determinado período e, na prática, o tempo de utilização real ou eficaz ser inferior ao espera-do, pela baixa qualidade. Igualmente, o facto de se con-tar com um tipo de recurso e a posteriori ter de recorrer-se a outro, bem como eventualidades não previstas no planeamento (greves, atrasos na entrega de materiais, equipamentos ou ferramentas, chuvas, geadas e outros fenómenos meteorológicos não previstos).A duração “desejada” do projecto não deve determinar as previsões de duração individuais das actividades. As soluções e formas estratégicas para redução do prazo do projecto, para atender ao requerido pelo financiador ou pela EPC, por exemplo, poderão vir a ser trabalhadas posteriormente, se necessário, após serem concluídas as estimativas de duração das actividades dos projectos e ficar bem conhecido o caminho crítico.

(iii) O controlo de projectos é uma função essencial na gestão de projectos, através do acompanhamento contínuo do ciclo de vida, desde a quantidade já reali-zada e o tempo gasto na execução, comparando com a quantidade ainda a realizar e o prazo restante para conclusão. Isto possibilitará identificar-se a necessidade de tomadas de acções correctivas, quando forem verificados desvios negativos ou tendências dos mesmos virem a ocorrer, em relação ao que foi planificado. O processo para mo-nitorização e controlo dos projectos deve contemplar as actividades que deverão ser executadas ciclicamente, durante toda a duração do projecto.A actuação do gestor e fiscal está associada à necessi-dade de se verificar a ideal execução do contrato, garan-tindo que os recursos públicos empregues sejam utiliza-dos do modo mais eficiente possível, empregando-se os materiais na qualidade e quantidade indicadas na pro-posta e que todas as obrigações legais são correctamen-te executadas. Portanto, o fiscal ou gestor do contrato é o garante de que o interesse público subjacente a cada contrato administrativo não é desvirtuado.A nível nacional, a gestão da execução de projectos não tem sido uma prática comum, entretanto, em muitos ca-sos tem-se verificado a necessidade do recurso ao ges-tor de um projecto, nomeadamente nas aquisições de softwares, que pela especificidade, requer um acompa-

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nhamento personalizado de um gestor.Os atrasos na conclusão dos projectos são normalmente prejudiciais aos mesmos, pois, para além de se compro-meter o custo, retarda a entrega dos produtos, a dispo-nibilidade de iniciar a utilização/ operação dos mesmos; podendo-se afirmar que o custo de um equipamento pa-rado por muito tempo, sem produzir, é muito maior do que o custo da gestão do projecto para viabilizar a sua operacionalidade.A nível nacional, observa-se na prática que um número significativo de projectos é concluído com atraso, parti-cularmente nas empreitadas de obras públicas. Num es-tudo recente feito pelo SNCP, avaliando a conformidade de determinados contratos remetidos, foi possível aferir que grande parte dos projectos apresentam atrasos na execução.A utilização de metodologias eficientes e boas práticas são imprescindíveis para se atingir um índice satisfatório no cumprimento de prazos nos projectos. Ora, tal feito requer disciplina e controlo eficiente, para permitir corrigir em tempo útil os possíveis problemas com prazos, objec-tivando impedir que se tornem graves e, muitas vezes, irreversíveis no decorrer da execução dos projectos.Portanto, as diversas variações de escopos, metas e objectivos, de todos os intervenientes conciliantemen-te com a diversidade de factores e nuances envolvidas,

as possibilidades de estratégias, critérios e directrizes a adoptar, concedem aos projectos identidades únicas, tor-nando as estimativas de tempo um desafio constante.Assim, para melhores resultados o processo de acom-panhamento do projecto deve começar na sua fase ini-cial (fase pré-contratual) e não apenas após a celebração do contrato, diferente da posição tradicional em que a função de gestão é somente necessária para a fase de execução. Isto é, a actividade de gestão ou fiscalização pressupõe o acompanhamento dos resultados em re-lação à execução das obrigações materiais do contrato, nomeadamente a verificação (i) dos prazos de execução e da qualidade demandada e (ii) das demais obrigações inerentes ao mesmo. O controlo e a monitoração contínua são essenciais, para possibilitar a percepção dos desvios em tempo oportuno e actuar em suas correcções. Isto demanda, certamen-te, dedicação e aplicação das equipas, de seus gestores públicos e de projecto, na busca de soluções mais apro-priadas, para atender a cada tipo e situações de seus pro-jectos.Assim, devemos ter consciência que não há verdades absolutas, nem critérios definitivos e infalíveis a serem adoptados nos projectos. As acções visando ampliar a capacitação e o aperfeiçoamento dos gestores públicos deve ser uma preocupação constante nas organizações.

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LISTA DAS ENTIDADES QUE REMETERAM AO SNCP O PLANO ANUAL DE CONTRATAÇÃO – 2017

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LISTA DAS ENTIDADES QUE REMETERAM O PAC/2017Departamentos MinisteriaisMinistério da IndústriaMinistério do Ensino SuperiorMinistério da EducaçãoMinistério da Justiça e dos Direitos HumanosMinistério das PescasMinistério dos Assuntos ParlamentaresMinistério do AmbienteMinistério dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pá-triaMinistério das Tecnologias e Telecomunicações Ministério da Comunicação SocialMinistério da Economia Ministério do Urbanismo e HabitaçãoMinistério dos TransportesMinistério dos Petróleos Ministério do Comércio Ministério da Geologia e Minas Ministério da Juventude e DesportosMinistério da Família e Promoção da MulherGovernos ProvinciaisGoverno da Província da HuilaGoverno da Província do ZaireGoverno da Província de Malanje Governo da Província do HuamboGoverno da Província da Lunda - NorteGoverno da Província do Cuanza - NorteGoverno da Província do Cuanza - SulGoverno da Província do MoxicoGoverno da Província da Lunda - SulDirecções NacionaisDirecção Provincial da Educação, Ciência e Tecnologia - ZaireDirecção Nacional do Património do Estado - DNPEDirecção Provincial da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e Pescas - Lunda - NorteOutros Órgãos da Administração CentralProcuradoria MilitarProcuradoria Geral da RepúblicaConselho Superior da Magistratura Judicial - Ministério PúblicoConselho de MinistrosInspecção Geral da Administração do Estado - IGAEOutros Órgãos da Administração LocalAdministração Municipal do Cazenga Luanda

LISTA DAS ENTIDADES QUE REMETERAM O PAC/2017Administração Municipal da Cidade do Dundo - Lunda - Nor-teAdministração Municipal do Kuimba - zaireAdministração Municipal do Lucapa - Lunda - NorteAdministração Municipal do Soyo - ZaireAdministração Municipal do Cullo - Lunda - NorteAdministração Municipal do Virei - Namibe Administração Municipal do Camucuio - NamibeAdministração Municipal de Cacuaco - LuandaAdministração Municipal Mucari/Kaculuma - MalanjeAdministração Municipal de CambuloEmpresas, Institutos e Associações PúblicasServiço Nacional da Contratação pública - SNCPInstituto de Fomento EmpresarialEntreposto Aduaneiro de Angol, E.PServiço de Tecnologia de Informação e Comunicação das Finanças Públicas - Setic - FPCentro de Imprensa Aníbal de Melo - CIAM Centro de Formação de PescaInstituto Médio Industrial de Luanda - IMILAgência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (Fundo de Garantia Automóvel) ARSEG - FGAInstituto de Formação da Administração Local - IFALGabinete de Coordenação das Cidades do Kilamba, Camama e Cauaco - GCKCCInstituto Médio de Economia de Luanda - IMELPorto de Luanda - EPInstituto Nacional de Investigação Pesqueira - INIPInstituto Nacional de Apoio ás Indústrias de Pesca e Investi-gação Tecnológica - INAIPInstituto de Telecomunicações - ITELHospital Municipal do SoyoInstituto Nacional de Fomento da Sociedade de Informação - INFOSIConselho Superior da Magistratura do Ministério Público - CSMMPInstituto de Fomento de Pesca Artesanal - IFPAInstituto Regulador da Construção Civil e Obras Públicas - IRCCOPFundo de Apoio à Juventude e ao DesportoInstituto Angolano da Juventude Instituto Nacional de Estradas de AngolaServiço Nacional de Fiscalização Pesqueira e Aquicultura - SNFPACentro de Formação de Jornalista - CEFOJORInstituto de Preços e Concorrência - IPRECAdmnistração Geral TributáriaRede Nacional de Transporte de Energia - RNT

Nº3738394041424344454647

484950

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O Plano Anual de Contratação é um importante instrumen-to de gestão que visa objecti-var o processo de identificação das necessidades de forma-ção e execução dos contratos públicos, potenciando ganhos significativos em termos de poupança e de eficiência, miti-gando as constantes urgências

e reduzindo o custo com os procedimentos. Neste contexto, o Ministério das Finanças, através do Serviço Nacional da Contratação Pública (SNCP), no âm-bito das competências a este atribuídas pelo art.º 11.º da Lei dos Contratos Públicos (LCP), conjugado com o art.º 5.º e al. h), do n.º 1, do art.º 18.º ambos do seu Estatuto Orgânico, aprovado pelo Decreto Presidencial n.º 162/15, de 19 de Agosto, levou ao conhecimento das Entidades Públicas Contratantes, que os Planos Anuais de Contra-tação deviam ser remetidos, até ao dia 15 de Dezembro passado, em formato digital, para o endereço electrónico [email protected] para posterior publicação no Portal da

Contratação Pública, passando a ser submetidos até ao dia 15 de Janeiro de 2017, conforme disposto na alínea a), do n.º 1, do art.º 7.º, do Decreto Presidencial 1/17, de 3 de Janeiro.Na sequência da circular remetida a todas às EPC cons-tantes na Base de dados de procedimentos, o SNCP cons-tatou que até 15 de Janeiro de 2017, das mais de 200 EPC notificadas, apenas 75 responderam positivamente ao solicitado, conforme ilustrado na tabela supra. De re-ferir que, apesar do pronunciamento das 74 entidades, mais de metade não está em conformidade e apta para publicação no Portal da Contratação Pública. Assim, o SNCP constatou que há necessidade da realiza-ção de acções de formação contínuas, para melhor ca-pacitar os gestores públicos no preenchimento dos seus Planos Anuais de Contratação.O SNCP, apela à todas as EPC que remetam os seus PAC até ao final do mês de Fevereiro do ano de 2017.

Divisão em Lotes: Concorrência ou Fraude ao Procedimento?

Por [Aldmiro Matoso - Técnico SNCP]

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NA escolha deste artigo foi mo-tivado pelos inúmeros casos de divisão em lotes que o Serviço Nacional da Contratação Pública se tem deparado em alguns dos-siers submetidos para análise e parecer. Destas análises muitas vezes conclui-se que a escolha da divisão em lotes constitui um im-portante incentivo à concorrência,

permitindo a participação de um grande número de in-teressados, e que noutros casos constitui simplesmente uma forma de aquisição fraudulenta. Daí que, este artigo “Divisão em Lotes: Concorrência ou Fraude ao Procedi-mento?” ajudar-nos-á a compreender a essência deste regime, as suas limitações e implicações práticas, adver-tindo desde já que a sua correcta aplicação gera poupan-ças e permite um melhor acompanhamento de contra-tos, dentre outras vantagens. Durante muito tempo, a abertura de procedimentos de contratação pública tinha única e simplesmente o objec-tivo de escolher um co-contratante. No entanto, devido à complexidade técnica de algumas aquisições e as dife-rentes naturezas das prestações, a execução destes tipos de aquisições por um único fornecedor tornava-se im-possível, devido ao facto de os interessados não serem especializadas em tudo levando a materialização por um único interessado a uma execução defeituosa. Assim, para a redução de riscos em contratos tecnica-mente mais complexos e de elevados investimentos fi-nanceiros por parte dos particulares, a divisão em lotes seria a melhor solução, visto que para além de estimular a concorrência, reduz os riscos de execução do contrato.A nossa abordagem referir-se-á apenas aos procedimen-tos escolhidos em função do valor estimado. Tendo em atenção que, a regra é que o procedimento seja escolhi-do em função do valor estimado do contrato, a contrario sensu, a proibição do artigo 25.º da LCP não se aplica a escolha do procedimento em função de critérios mate-riais, tanto pelos fundamentos deste procedimento como pelo modo com que é escolhido. No entanto, em toda a nossa abordagem forcar-nos-emos aos procedimentos escolhidos em função do valor.Apesar de a divisão em lotes ser cada vez mais recor-rente, verifica-se muitas vezes o seu mau recurso. Assim

sendo, a Lei n.º 9/16, de 16 de Junho – Lei dos Contratos Públicos (LCP), faz referência a divisão em lotes no seu artigo 25.º2 , proibindo, exclusivamente, que os contratos sejam divididos em lotes para “branquear” o tipo de pro-cedimento e/ ou a competência para autorizar despesas. O legislador neste artigo quis acautelar apenas que as En-tidades Públicas Contratantes (EPC) dividissem em lotes os contratos em total desrespeito à escolha de procedi-mentos mais concorrenciais, aos limites para autorização da despesas e “escapar” ao visto preventivo do Tribunal de Contas.Entretanto, a divisão em lotes deveria ser a regra nas aquisições tecnicamente complexas, com elevados riscos e custos de aquisição, uma vez que este tipo de aqui-sições pouco estimulam a participação de interessados técnica e financeiramente menos capazes. Logo, a divi-são em lotes para esses casos seria a solução mais plau-sível.A divisão em lotes para além de permitir a redução dos riscos na execução, também permite o estímulo a con-corrência, fazendo com que os interessados menos aptos tecnicamente para execução de um contrato “no todo” possam concorrer para determinadas “partes do todo”. A adopção da divisão em lotes como regra na contratação deve ser privilegiada enquanto um dos meios que bene-ficia em grande escala a participação da Micro Pequenas e Médias Empresas (MPME), criando oportunidades para as empresas locais e pequenos empreendedores.O regime estabelecido no artigo 25.º da Lei dos Contra-tos Públicos quis proibir a divisão em lotes fraudulenta à escolha do procedimento, aos limites para autorização da despesa e à Fiscalização Preventivo do Tribunal de Contas, tendo em atenção que as prestações objecto do contrato para efeito de divisão em lotes devem ser do mesmo tipo contratual e serem susceptíveis de constituí-rem objecto de um único contrato.Em suma, a Lei dos Contratos Públicos não proíbe a di-visão em lotes desde que esteja em conformidade com a lei, mas augura com que em respeito ao princípio da concorrência, considerado nos nossos dias como um dos pilares mais importante da contratação pública, esta modalidade de aquisição seja cada vez mais recorrente, incentivando a participação das MPME e facilitando a ra-cionalização e exequibilidade de aquisições tecnicamente complexas e de elevados custos e riscos financeiros.

2Cfr. Artigo 25.º da LCP “Quando prestações do mesmo tipo, susceptíveis de constituírem objecto de um único contrato, sejam divididos em vários lotes, correspondendo a cada um deles um contrato separado, o valor a atender, para efeitos de escolha do procedimento aplicável à formação do contrato relativo a cada lote, é o somatório dos valores estimados dos vários lotes”

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PERSPECTIVAS DA CONTRATAÇÃO PÚBLICADiante do actual contexto de abrandamento económi-co e a necessidade de reformas estruturais nos variados sectores, torna-se cada vez mais importante melhorar a gestão dos recursos públicos.Assim, destacam-se abaixo algumas iniciativas constan-tes na agenda do SNCP a desenvolver no 1º semestre de 2017, com o objectivo de melhorar o funcionamento do sistema da contratação pública, nomeadamente:

• Criação de Equipas/Unidades de Apoio à Contratação

Com a aprovação e publicação da Lei dos Contratos Públi-cos, estão em carteira a criação de unidades ou equipas de apoio à contratação pública bem como a instituir a figura do Gestor de Contrato, com o objectivo de pro-fissionalizar as compras públicas e exercer um controlo efectivo da fase de execução dos contratos. • Portal da Contratação Pública

Está em curso a 2ª fase de implementação do Portal da Contratação Pública, com novas funcionalidades, cuja conclusão está prevista para o final 1º Trimestre de 2017. Contínua publicação de conteúdos cada vez mais actua-lizados, com objectivo de fomentar a consulta por parte das EPC e outras entidades interessadas, como meio pre-ferencial de ajuda para a condução dos Procedimentos de Contratação Pública (PCP).

• Implementação da Base de Dados de Preços de Refe-rência

Cada Entidade Pública Contratante deve elaborar o seu Plano Anual de Contratação, para as contratações sujeitas à Lei n.º 9/16, de 16 de Junho – Lei dos Contratos Públicos, para o ano económico posterior, até ao último trimestre de cada ano, de acordo com as necessidades identificadas.Neste contexto, o SNCP, apela a todas EPC o envio do Plano

Anual de Contratação para efeitos de publicação no Portal da Contratação Pública.

• Plano Anual de Contratação

No âmbito da adopção de práticas internacionalmente acolhidas em termos de planificação, formação e exe-cução dos contratos públicos, o SNCP continuará com a disseminação do Plano Anual de Contratação (PAC) en-quanto modelo padrão de planeamento das aquisições a todas as EPC, com vista a garantir maior controlo na gestão e acompanhamento dos procedimentos de con-tratação pública.

• Implementação da Base de Dados de Preços de Refe-rência O Processo de Aquisição de Bens, Serviços e Empreitadas de Obras Públicas por parte das Entidades Públicas Con-tratantes (EPC) cria a necessidade da pesquisa de preços. Os preços actuais são, de uma forma geral, inadequados às condições de mercado dos diversos produtos contra-tados pelo Sector Público. Neste contexto, o SNCP tem em carteira para o ano de 2017, o desenvolvimento de uma base de dados de preços de referência que sirva de orientação na definição do valor estimado dos con-tratos aquando do lançamento dos PCP e que garanta, consequentemente, maior rigor, transparência, eficiência e qualidade nas compras públicas.

• Plano Anual de Contratação No âmbito da adopção de práticas internacionalmente acolhidas em termos de planificação, formação e exe-cução dos contratos públicos, o SNCP continuará com a disseminação do Plano Anual de Contratação (PAC) en-quanto modelo padrão de planeamento das aquisições a todas as EPC, com vista a garantir maior controlo na gestão e acompanhamento dos procedimentos de con-tratação pública.

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AGENDA

ACTIVIDADE DATA LOCAL

Apresenta-se uma discrição cronológica dos factos proeminentes a realizar no 1º trimestre de 2017.

Elaboração dos Planos Anuais da Contratação

Formação em Contratação Pública

Formação em Contratação Pública

Formação em Contratação Pública

Formação em Contratação Pública

Formação em Contratação Pública

Formação em Contratação Pública

Formação em Contratação Pública

Formação em Contratação Pública

De 04 a 06 de Janeiro

De 16 a 20 de Janeiro

De 19 a 20 de Janeiro

De 24 a 26 de Janeiro

30 de Janeiro

De 06 a 17 de Fevereiro

De 20 de Fevereiro a 03 de Março

De 13 a 24 de Março

De 20 a 31 de Março

Órgãos de Soberania, Departamentos Ministeriais, Administrações Locais,

Empresas públicas e Institutos

Serviço de Tecnologia de Informação e Comunicação das Finanças Públicas

Ministério da Administração e Território

Concelho Nacional de Carregadores

Secretários Gerais e Órgãos Equiparados

Governos Provinciais e Comissões Admi-nistrativas

Governos Provinciais e Outros órgãos

Governos Provinciais e Outros órgãos

Governos Provinciais e Outros órgãos

1

9

5

2

6

3

7

4

8

2017

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EXPLICADOR DE CONTRATAÇÃO PÚBLICA

Pergunta: O que entende por decisão de contratar e a quem é atribuída a decisão de contratar?

Resposta: A decisão de contratar é a decisão onde e demonstra a conveniência de se lançar/desencadear um procedimento para celebração e um determinado contrato. É o acto que dá início ao procedimento de ad-judicação, que tem em simultâneo ou separadamente três momentos:

i. Decisão de contratar

ii. Decisão para autorização da despesa (acto que verifica a legitimidade e cabimento da despesa e au-toriza a abertura do procedimento tendente à sua re-alização).

iii.Decisão de escolha do procedimento (selecção do procedimento adjudicatório adoptado, cabendo ao órgão competente para a decisão de contratar). Deve sempre ser fundamentada.

De acordo com o artigo 31.º da LCP, o procedimento de formação de qualquer contrato inicia-se com a decisão de contratar, a qual cabe ao órgão competente para autorizar a despesa inerente ao contrato a celebrar. De realçar que, a EPC apenas pode tomar a decisão de contratar quando a verba esteja inscrita no seu orçamento, salvo se constar do anúncio, convite ou programa do procedimento que a adjudicação esteja dependente da aprovação da correspondente inscrição orçamental.A decisão de contratar deve ser comunicada pela EPC ao Órgão responsável pela regulação da contratação pública. Para o efeito, o anexo III da LCP apresenta um modelo a seguir.

Pergunta: Quais são os critérios usados para a escolha do procedimento de contratação pública?

Resposta: A LCP consagra dois tipos de critérios para a escolha do tipo de procedimento a adoptar, nomeada-mente; em função do valor do contrato e com base em critérios materiais. Preferencialmente deve-se utilizar o critério em função do valor do contrato, sendo que os critérios materiais reflectem situações excepcionais que, por isso, devem ser utilizados apenas em determinadas situações.A aplicação do critério de valor, ou seja, o de escolha do procedimento em função do valor o contrato condiciona o valor do contrato a celebrar. Para cada tipo de proce-dimento, o anexo II da LCP determina limites de valores à corresponder. Assim, a tabela infra detalha os respec-tivos limites de valor para cada procedimento concursal a adoptar.

01 02

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Quando a escolha do procedimento tenha sido feita em função de critérios materiais, esta deve ser precedida de uma fundamentação nos termos dos artigos 26.º a 30.º da LCP, onde os factos são enquadrados nos cenários previstos na LCP, nomeadamente: urgência imperiosa; aptidão técnica ou artística; repetição de servi-ços similares anteriormente celebrados com o mesmo fornecedor, na sequência de um pro-cedimento aberto; e outras situações previstas na Lei. Neste caso, apenas o procedimento de Contra-tação Simplificada (CS) pode ser adoptado em função de critérios materiais, isto é, indepen-dentemente do valor estimado do contrato. Alias, apenas o CS, dá a oportunidade de se op-tar pelos dois critérios de escolha.

IºProcedimentos

Abertos(Iniciam com Anúncio)

Igual ou superior aKZ 182 Milhões

Igual ousuperior a KZ 182

Milhões

Inferior a KZ 182MilhõesIIº

ProcedimentosFechados

(Iniciam com Convite)

1.Concurso Público (CP)

2. Concurso limitado por Prévia Qualifição (CLPQ)

3. Concurso limitado por Convite(CLC)

4. Contratação simplificada (CS)

Tabela 1 – Escolha em Função do critério de valor

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LEGISLAÇÃO RELEVANTE SOBRE A CONTRATAÇÃO PÚBLICA – 3º Trimestre/2016

- D.P. n.º 31/10, de 12/4- Lei n.º 15/10, de 14/7- Lei n.º 20/10, de 7/9

- Lei n.º30/11, 13/9

- D.E. N.º 1/13, de 4/1

- Lei n.º 3/13, de 17/4- D.P. 169/13, DE 28/10- D.P. n.º193/13, de 28/10

-- D.E. n.º 155/14, de 27/5

- Lei n.º 157/14, de 27/5

- D.P. n.º 299/14, de 4/11

- D.P. n.º 1/15, de 2/1- Lei n.º 3/15, 9/4- D.P. n.º 56/15, de 5/3- D.E. n.º 114/15, 13/3- Lei nº 11/15, 17/06- D.E. n.º 471/15, 20/07- D.P. n.º 162/15, 19/08- D.P. n.º 167/15, 25/08- D.P. n.º 167/15, 16/09- Lei nº 28/15, 30 /12

- D.E. n.º 62/16, de 15/2- D.E. n.º 63/16, 15/2- D.E. n.º 77/16, de 25/2- D.E. n.º 111/16, de 1/3- D.P. n.º 61/16, de 22/3- D.P. n.º 62/16, de 22/3

- Lei n.º 9/16, de 16/6- D.P. n.º 132/16, 17/6- D.E. n.º 259/16, de 17/6 - D.P. n.º 196/16, de 23/9

- D.P. n.º 198/16, de 26/9- D.P. n.º 199/16, de 26/9- D.P. n.º 201/16, de 27/9

- Lei nº. 20/16, de 29/12- Lei 22/16, de 30/12

- Regulamento do PIP- Lei do Orçamento Geral do Estado- Lei da Contratação Pública

- Lei das Micro, Pequenas e Médias Empresas

- Actualização e adequação dos procedimentos de emissão da cabimenta-ção;- Lei da Alteração da LCP- Regime Jurídico da UTN- Secretaria para os Assuntos da Contratação Pública do Presidente da Repú-blica

- Procedimentos e Critérios de Confirmação de Contratos pelo Ministro das Finanças- Procedimentos de Implementação e Monitorização de Apoios Institucionais às MPME- Estatuto Orgânico do Ministério das Finanças

- Regras Anuais de Execução do OGE- OGE revisto para o exercício económico de 2015- Medidas para fazer face à situação económica do país- Regras para melhoria da articulação entre as várias direcções do MinFin- Simplificação do processo de constituição de sociedades comerciais- Aprova o Manual de preparação e realização de visitas aos PIP- Aprova o Estatuto Orgânico do Serviço Nacional da Contratação Pública- Autoriza a inserção de novos projectos no PIP do OGE 2015- Aprova o perfil dos responsáveis pela execução do OGE- Aprova o OGE para o exercício de 2016

- Determina os bens e serviços do regime de preços fixados e vigiados- Aprova o Regulamento de Funcionamento do Conselho Nacional de Preços- Define as regras e procedimentos para a fixação e alteração dos preços- Cria o Instituto Angolano de acreditação (IAAC)- Cria o Instituto Nacional de Inovação e Tecnologias Industriais (INITI)- Aprova os modelos de pactos sociais aplicáveis no procedimento de consti-tuição de sociedades comerciais- Lei dos Contratos Públicos- Aprova as Instruções para a Elaboração do OGE 2017- Cria a Taxa de Mediação, Conciliação, Arbitragem e Consulta Jurídica da CREL- Cria a taxa a cobrar pela disponibilização das peças do procedimento de con-tratação pública, definindo que tal cobrança é opcional e fixando um tecto de 0,05% do valor estimado do contrato, com o máximo de Kz 250.000- Cadastro e a Certificação de Fornecedores do Estado Angolano- Disciplina a Formação e Execução de Acordos-Quadro- Fixa os Cadernos de Encargos Tipo para Empreitadas de Obras Públicas, Aqui-sição de Bens, e Aquisição de Serviços

- Aprova o Regime Jurídico das Contrapartidas - Aprova o OGE para o exercício de 2017

2010

2011

2013

2014

2015

2016

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Boletim Informativo da Contratação Pública Angolana (BICPA) –4º Trimestre de 2016Serviço Nacional da Contratação Pública (SNCP) Gabinete de Comunicação Institucional (GCI)Rosária Dias dos Santos Filipe, Directora Geral do SNCPValentina Filipe, Secretária de Estado das FinançasArcher Mangueira, Ministro das Finanças

Rua Kwamne N´krumah, 217 – 221, Edifício Metrópolis, 3º Andar, Maianga-Luanda, Caixa Postal n.º 6869(+) 244 917 269 025 / 942 642 [email protected]

Título:Edição:Paginação e Concepção Gráfica:Coordenação:Supervisão/SNCP:Direcção Institucional:

Morada:

Telefone:Email:Site:

Serviço Nacional da Contratação Pública (SNCP)

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS (MINFIN)

FICHA TÉCNICA