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BOLETIM INFORMATIVO DA AFAGO - ASSOCI- AÇÃO DOS FILHOS E AMIGOS DE GOUVEIA - ANO VI N° 02 - MARÇO- ABRIL2013 Editorial Registrar para não perder Raimundo Nonato de Miranda Chaves Nestes últimos tempos, tenho acompanhado e tenho aplau- dido o professor José Moreira exercendo a nobre função de presidir a Comissão Mineira de Folclore – CMFL. Moreira e sua equipe têm se dedicado, com afinco, a missão de des- pertar a sociedade para a Cultura Popular. O conhecimento que é passado, oralmente, de uma pessoa para outra está acabando. Não há ouvintes e os falantes ao desaparecerem levam o conhecimento consigo. A modernidade rejeita o an- tigo como inútil, démodé e cafona. São Francisco, reza a lenda, também, não tinha ouvintes e foi falar aos pássaros e aos peixes. Hoje, tem até papa com seu nome. Nós não podemos, na modernidade, falar aos pássaros senão, aca- baremos em algum hospício falando para pessoas mais lou- cas do que supõem sermos. Não temos tribuna para discursar e nem platéia para nos ouvir, mas temos veículos que aceitam e aplaudem nossos causos, isto garante o registro e a disponibilidade do conhe- cimento até que alguém compreenda a importância e se inte- resse por ele. AAfago disponibiliza o Boletim Informativo e o site www .afagouveia.or g.br . Acredito que a CMFL, tam- bém, possa disponibilizar o Boletim Carranca. Então, vamos escrever sobre os Ofícios e sobre seus titulares. Por que não escrever sobre o Alfaiate, sobre o Tropeiro, o Lapidador, o Sapateiro , o Seleiro ... Quem não teve a emoção de entrar na sala de costura do alfaiate e ver, sobre o manequim, o seu paletó de linho bran- co brilhante, o famoso S-120, ainda sem mangas e pespontado com linha preta, pronto para a prova. O alfaiate toma aquela peça, com carinho, e veste você, gira em sua volta, admirando a própria obra, marcando aqui e ali, com o giz de costureiro, locais de acertos: sobre o ombro, na cintu- ra, no comprimento. Enquanto isto, você sonha com aquele terno pronto, camisa impecavelmente branca com punhos duplos e aquela abotoadura que você ganhou de seu avô quando terminou o curso cientifico, gravata de seda grená, sapato preto brilhando, você é capaz de ver-se nele, como no espelho, tal o brilho. Naquele salão repleto de moças, todas nos seus requintados longos, modelo tomara que caia. E a romântica música de Sergio Balona. Ai você acorda do sonho com a ordem: “levanta o queixo”, emitida pelo seu alfaiate. Eu não vou escrever sobre alfaiate, é apenas uma incursão na zona urbana e estou voltando para minha comunidade ru- ral. Penso escrever sobre Pedro de Neco Custódio exí- mio trançador de couro; peças produzidas por ele, verda- deiras obras-primas: laços, cabrestos, chicotes de monta- rias entre outras. Prometo, ainda, na mesma pegada falar de Armindo, arreeiro trazido do Serro por João Baiano para dar manutenção na tralha de tropa. Armindo fazia e reparava cangalhas como ninguém. Sem esquecer do ofi- cio do fazedor de rédeas, arreadores, barrigueiras, cilhas e outras peças de cabelo cortado da cauda ou da crina de animais. O Museu de Artes e Ofícios, em BH, na Praça da Esta- ção, tem admirável coleção de objetos e utensílios usados nos diferentes ofícios. Pode-se conhecê-los navegando no site www .mao.or g.br , o Museu Virtual. Fotos e definições esclarecedoras de cada objeto estão à disposição, este trabalho está pronto, a coleção, cada dia, se enriquece com o achado de mais peças. Minha proposta é para pes- soas, que, conhecem ou conheceram alguém entendido de um oficio, registrar o saber e o fazer deste oficio. Eu conheci os irmãos Manoel e João Saraiva, residentes na margem do córrego da Água Parada. Eles construíram ou reformaram quase tudo nas fazendas de João Baiano, de moinho, engenho de cana, fabrica de farinha, currais, resi- dências... Eles faziam suas próprias ferramentas, eram es- pecialistas no trato da madeira, então, adquiriam o que era de ferro e faziam: plainas, enxós, graminhos, grovêtas, serras... é uma história a ser contada.

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BOLETIM INFORMATIVO DA AFAGO - ASSOCI-AÇÃO DOS FILHOS E AMIGOS DE GOUVEIA -

ANO VI N° 02 - MARÇO- ABRIL2013

EditorialRegistrar para não perder

Raimundo Nonato de Miranda ChavesNestes últimos tempos, tenho acompanhado e tenho aplau-dido o professor José Moreira exercendo a nobre função depresidir a Comissão Mineira de Folclore – CMFL. Moreirae sua equipe têm se dedicado, com afinco, a missão de des-pertar a sociedade para a Cultura Popular. O conhecimentoque é passado, oralmente, de uma pessoa para outra estáacabando. Não há ouvintes e os falantes ao desapareceremlevam o conhecimento consigo. A modernidade rejeita o an-tigo como inútil, démodé e cafona. São Francisco, reza alenda, também, não tinha ouvintes e foi falar aos pássaros eaos peixes. Hoje, tem até papa com seu nome. Nós nãopodemos, na modernidade, falar aos pássaros senão, aca-baremos em algum hospício falando para pessoas mais lou-cas do que supõem sermos.Não temos tribuna para discursar e nem platéia para nosouvir, mas temos veículos que aceitam e aplaudem nossoscausos, isto garante o registro e a disponibilidade do conhe-cimento até que alguém compreenda a importância e se inte-resse por ele. A Afago disponibiliza o Boletim Informativo eo site www.afagouveia.org.br. Acredito que a CMFL, tam-bém, possa disponibilizar o Boletim Carranca. Então, vamosescrever sobre os Ofícios e sobre seus titulares. Por que nãoescrever sobre o Alfaiate, sobre o Tropeiro, o Lapidador, oSapateiro , o Seleiro ...Quem não teve a emoção de entrar na sala de costura doalfaiate e ver, sobre o manequim, o seu paletó de linho bran-co brilhante, o famoso S-120, ainda sem mangas epespontado com linha preta, pronto para a prova. O alfaiatetoma aquela peça, com carinho, e veste você, gira em suavolta, admirando a própria obra, marcando aqui e ali, com ogiz de costureiro, locais de acertos: sobre o ombro, na cintu-ra, no comprimento. Enquanto isto, você sonha com aqueleterno pronto, camisa impecavelmente branca com punhosduplos e aquela abotoadura que você ganhou de seu avôquando terminou o curso cientifico, gravata de seda grená,sapato preto brilhando, você é capaz de ver-se nele, comono espelho, tal o brilho. Naquele salão repleto de moças,todas nos seus requintados longos, modelo tomara que caia.E a romântica música de Sergio Balona. Ai você acorda dosonho com a ordem: “levanta o queixo”, emitida pelo seualfaiate.Eu não vou escrever sobre alfaiate, é apenas uma incursãona zona urbana e estou voltando para minha comunidade ru-

ral. Penso escrever sobre Pedro de Neco Custódio exí-mio trançador de couro; peças produzidas por ele, verda-deiras obras-primas: laços, cabrestos, chicotes de monta-rias entre outras. Prometo, ainda, na mesma pegada falarde Armindo, arreeiro trazido do Serro por João Baianopara dar manutenção na tralha de tropa. Armindo fazia ereparava cangalhas como ninguém. Sem esquecer do ofi-cio do fazedor de rédeas, arreadores, barrigueiras, cilhase outras peças de cabelo cortado da cauda ou da crina deanimais.O Museu de Artes e Ofícios, em BH, na Praça da Esta-ção, tem admirável coleção de objetos e utensílios usadosnos diferentes ofícios. Pode-se conhecê-los navegando nosite www.mao.org.br, o Museu Virtual. Fotos e definiçõesesclarecedoras de cada objeto estão à disposição, estetrabalho está pronto, a coleção, cada dia, se enriquececom o achado de mais peças. Minha proposta é para pes-soas, que, conhecem ou conheceram alguém entendidode um oficio, registrar o saber e o fazer deste oficio. Euconheci os irmãos Manoel e João Saraiva, residentes namargem do córrego da Água Parada. Eles construíram oureformaram quase tudo nas fazendas de João Baiano, demoinho, engenho de cana, fabrica de farinha, currais, resi-dências... Eles faziam suas próprias ferramentas, eram es-pecialistas no trato da madeira, então, adquiriam o queera de ferro e faziam: plainas, enxós, graminhos, grovêtas,serras... é uma história a ser contada.

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www.afagouveia.org.br Confiram nas Imagens Flutuantes

Acessoswww.portalgouveia.com.br

Notícias atualizadas de Gouveia.http://www.caminhosdaserra.org.br/

Projetos, fotos e vídeosComissão Mineira de Folclore

Relatórios e reportagens de atividadesdesenvolvidas a partir de 5 de março de 2012.Edições do informativo Carranca.Destaque para ampla reportagem fotográficaelaborada pelo doutor Raimundo Nonato deMiranda Chaves sobre eventos da 46ª SemanaMineira de Folclore.

Selo Unicef - Gouveia 2006Detalhadas informações sobre relatórios

produzidos por crianças e instituições de Gouveiapara obterem o Selo Unicef recuperadas, expostas ecomentadas pelo professor doutor Raimundo Nonatode Miranda Chaves.

Cemitério do PeixeChamada para artigos e reportagens

fotográficas sobre o emblemático Cemitério doPeixe. Aplausos e Apupos

Comentários sobre ações necessárias ao

desenvolvimento de Comunidades

Boletim InformativoAcesso a todas as edições do Boletim

Informativo da AFAGO

Emancipação de Gouveia Reprodução do album: Gouveia em quatro tempos.

São Sebastião do Tigre Vídeos que registram acontecimentos naquelalocalidade no dia 4 de novembro

Cônego Paulo Henrique noCamilinho Visita do Revmo. Cônego Paulo Henrique Soares,titular da Paróquia de Santo Antônio de Gouveia àcomunidade do Camilinho no dia 3 de março. Texto efotos.

Notícias & comentários

MensagensPosicione o cursor na primeira linha de colunas à es-querda onde está escrito “Afago”. Movimente o cursorseguindo a linha horizontal para a direita e desça até aquinta linha onde está escrito “Mensagens”. Para tercerteza confira se a caixa mudou de cor azul para ama-relo. Pressione o mouse. Pronto, você terá acesso anotícias e comentários mais recentes sobre Gouveia eo que pensam os gouveianos.

Comunique-se com o Boletim da AFAGO.Envie para o endereço [email protected] ar-tigos, comentários, fotos, contos e poesias.

Notícias selecionadas

Em 27/02/2013 – Hermes Nascimento da Silva ComunicaO sitio da Prefeitura de Gouveia já esta funcionando.WWW.gouveia.mg.gov.br

Raimundo Nonato de Miranda Chaves:Aplausos, meus e da Afago, ao Diretor Social: GeraldoAugusto Silva, o Dingo, reeleito presidente do Coral“CRESCERE”(Crescer), para o biênio 2013 - 2015.

Prefeitos e vice-prefeitos de Gouveia04/03/2013 Adilson do NascimentoNão posso deixar de fazer justiça a um excelente e atenciosofuncionário da câmara municipal que se já havia me atendidomuito gentilmente quando estive na secretaria da casa parapesquisar a relação dos ex-presidentes, enviou-me, poremail, os nomes dos ex-vice prefeitos, conforme relaçãoabaixo. O nome dele á NIXON SILVA VIEIRA, sendoque esse Silva vem de Celma, de Viano Sapateiro e o Vieiravem de Geraldinho “Tampinha”, meu amigo, antigo motoristade João Grilo e do Ki-Mercado, que durante longos anostransportou tecido da fábrica, para a Estamparia emContagem. O Nixon, além dessa origem e de outrasqualidades, ainda é irmão do Frei Flávio, que às vezesaparece aqui neste espaço. VICE-PREFEITOS DEGOUVEIA Gestão Efigênio Gomes Pereira – 1955 a 1958Vice: Rômulo Cruz Franchini Gestão Paulo Pedro deAlmeida Cezarini – 1959 a 1962 Vice: João de MirandaRibas Gestão Efigênio Gomes Pereira -1963 a 1966 Vice:Theódulo Alves Prado Gestão Theódulo Alves Prado –1967 a 1970 Vice: Cupertino Pinto Ribas Gestão EfigênioGomes Pereira -1971 a 1972 Vice: Osvaldo Nominato

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Notícias & comentáriosGestão Geraldo Manoel Brandão Bittencourt – 1973a 1976 Vice: Antonino Diniz Neto Gestão TheóduloAlves Prado – 1977 a 1982 Vice: Cupertino Pinto RibasGestão Geraldo Manoel Brandão Bittencourt – 1983a 1988 Vice: Idalino Alves Ribas Gestão GeraldoEustáquio Ferreira – 1989 a 1992 Vice: Maria dasDores Alves Gestão Geraldo Manoel BrandãoBittencourt – 1993 a 1996 Vice: Theódulo Alves PradoGestão Alberono de Oliveira – 1997 a 2000 Vice:Geraldo Monteiro Gestão Alvimar Luiz de Miranda –2001 a 2004 Vice: Antônio Ailton Ribas GestãoAlberone de Oliveira – 2005 a 2008 Vice: VamirMoreira Gestão Geraldo de Fátima Oliveira – 2009 a2012 Vice: Alvimar Luiz de Miranda Gestão Geraldode Fátima Oliveira – 2013 a 2016 Vice: Alfeu Augustode OliveiraRodoviária de Gouveia11/03/2013 - Raimundo Nonato de Miranda

Foto –Paulo Vieira – Assessoria de Comunicação

Aplausos

10/03/2013 - Raimundo Nonato de Miranda ChavesAplausos para o setor municipal de Educação de Gouveiapela criação, em 2013, do ciclo pré-escolar na E.E. Mu-nicipal João Baiano. Ali, denominado carinhosamente:Prezinho, com quatorze crianças de quatro e cinco anos.Os de cinco anos iniciarão, em 2014, o primeiro ano dociclo fundamental.Parabéns, muito especial, para a professora Beatriz Cha-ves Brandão, que pediu a criação do curso e contatou ospais da crianças convencendo-os a providenciar as ma-triculas delas.O pré-escolar funciona nas comunidades de Cuiabá,Pedro Pereira, Engenho da Bilia, Vila Alexandre e Ria-cho dos Ventos. Todos, sob a supervisão da Escola In-fantil Zulma Miranda.A professora Beatriz, experiente e dedicada, lecionoudurante anos para estudantes do primeiro ano do ciclo

fundamental e conhece as dificuldades de alfabetização de crian-ças que não tiveram a oportunidade da socialização no pré-esco-lar.Estive com as crianças, alegres e saudáveis, sempre acompanha-das da profa. Beatriz, na sala de aulas, na hora do lazer, saborean-do o feijão tropeiro com arroz preparado pela cantineira Reginaldae, também, no regresso para casa, em ônibus novo, adquirido em2012, dirigido pelo experiente e atencioso motorista: Eduardo. Genteboa da família Paulino.

ApuposNão entenda apupo como vaia, mas como um grito dedescontentamento pelo tratamento que a administração municipalde Gouveia tem dispensado ao prédio rústico, construído por JoãoBaiano, em 1940, e entregue à comunidade para sede da EscolaEstadual Rural Mista de Camilinho. O imóvel está abandonadohá mais de ano.A E.E.João Baiano, na mesma localidade não tem sala paraprofessores, não tem sala para instalar o laboratório de informática– os computadores pessoais, doados pelo Proinfo, estão sem usodesde janeiro de 2011 – . O posto de saúde improvisado no imóvelabandonado foi desativado e o atendimento pelo pessoal da saúdeacontece na sala de aula.

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Papa e Tradição12/03/2013 - Adilson do NascimentoTRADIÇÃO às vezes pode significar atraso. Com tantaevolução tecnológica para os meios de comunicação em temporeal (twitter, email, facebook etc. etc.) o Vaticano anunciaráo famosso “Habemus Papam” por meio de um sinal defumaça, coisa dos índios, há vários séculos passados.

12/03/2013 - Guido AraujoTradição vem do Latim, “traditio”, substantivo, ação deentregar, entrega, no sentido comum. No especial, Tradiçãoé, pois, uma entrega, cultural, de alguma coisa de uma geraçãoa outra, ou de pai para filho. Envolve também um valor afetivoe distintivo. Daí cada nação ter certa tradição que outra nãotem e que a distingue. Até as familias se diferenciam porsuas tradições. Tudo vai desembocar na cultura quandocomeça a afetar os pilares da sociedade. Se destruídos estes,a sociedade rui. Os estudiosos já fizeram suas teorias e nãovou entrar nisto. Mas o que quero dizer, em resposta ao meuamigo e conterrâneo Adilson, é que a fumaça branca doVaticano vai correr mundo é no twitter, facebook, email, rádio,etc. Coletivamente, contudo, a fumacinha branca funcionamelhor que o telefone, email, twitter, etc. Empata com o radio.Todo o povo na Praça de São Pedro terá a noticia do “habemuspapam” instantaneamente. A técnica da fumaça não é atraso,é tradição.Perde apenas para a distância. A tecnologia recenteveio apenas encurtar a distância, não a eficiênca. A igrejaquer significar que a doutrina que recebeu na origem será“entregue” pelo novo papa. A fumaça branca além de sernotícia tem um “plus”. Este plus os meios que você citou nãotransmitem

12/03/2013 - Adilson do NascimentoGuido, quisera eu que outros também fizessem a réplica. Nadaé pior que lançar uma polêmica e não obter resposta. Continuoachando que o “sistema” precisa ser modernizado, até porquehoje sabemos como a fumaça é fabricada. Nos meus temposde convivência com o Padre Luiz Barroso ele me faziaacreditar que a mudança de cor da fumaça era um milagre

13/03/2013 - Guido AraujoAdilson, também espero que outros deem sua opinião, pois éum assunto que não implica a fé. No meu entender, o PadreLuís Barroso cometeu uma falha misturando fumaça comEspírito Santo. O Papai Noel também é uma mentira para osmeninos. Contudo, serve para aguçar a desconfiança do futuroadulto. Meu modo de ver isto é que a verdade deve ser ditaou omitida, nunca substituída por uma mentira.

13/03/2013 - Maria Auxiliadora de Paula RibeiroAdilson e Guido, tenho seguido toda a discussão sobre aeleição do novo papa. Digamos que o ‘tempo’ não estejapermitindo que eu passe a maior parte de meus dias diante datela de meu PC, para que possa entrar na conversação. Queroapenas lhes dizer que, no meu conceito, tradição é tradição ecomo tal, acho que a fumacinha do Vaticano deve continuar,

a despeito de que o mundo tenha mudado e que isso não façajus ao progresso. Considerando o fato pelo ânguloprogressista, estamos mais do que atrasados. Mas ela nadatem a ver com as mudanças e sim com a expectativa e osentimento. Sem mesclar a minha fé ao fato em questão, afumacinha para mim é sinal de que o papa está sendoescolhido. Quando negra, o futuro papa não foi eleito. Comansiedade espero que ela saia branca e, em seguida, o“HABEMOS PAPA”. Acho, até, que hoje a fumacinhaaparecerá alva na chaminé. Sentimental como sou, nãopoderiam esperar outra opinião de minha parte, não é mesmo?

13/03/2013 - Nilson Pereira MachadoAdilson, Sr Guido, o contraditório é sempre salutar para umadas partes ou para ambas, quando as duas se completam,esclarecendo duvidas existentes, ou conceitos “adormecidos”no sub consciente de uma da partes.Mas deixemos de lado atradição, seja ela justa ou não, seja ela ultrapassada ou não,as religiões pelo mundo afora, nunca acompanhou e nemacompanhará a Ciência e nem pode, pois todas se “protegem”num manto de obscuridade, de dogma e que muitas vezessão os responsáveis por manter a crença. Obs. Estou vendona TV a fumaça branca. Vou interromper o post. Sr Guidoexpõe mais por favor artigos de sua autoria muito rico.ObrigadoSete Lagoas 13/3/13 15,15 Hs.

13/03/2013 - Adilso do Nascimeto E a fumaça branca saiu anunciando mais uma vitória daArgentina sobre o Brasil, revigorando o ditado de que noconclave quem entra Papa sai Cardeal. O Papa Francisco I,além de ser o primeiro latino americano a se tornar papa étambém o primeiro integrante da Companhia de Jesus aalcançar o posto. E olha que neste conclave ele era o únicojesuíta presente, já que um segundo, da Indonésia, porproblemas de saúde não compareceu13/03/2013 - Otomano MenezesDoutor Adilson do Nascimento nesta polêmica criada aquiabaixo sobre tradição e que o senhor acaba se superando naúltima mensagem de agora a pouco, estou com o senhor, semdireito a réplica.

13/03/2013 - Maria Auxiliadora de Paula RibeiroAdilson, Guido, Nilson, AFAGO, Minas, Brasil e católicos doMundo Inteiro, a fumacinha branca saiu pela chaminé e nummesmo instante de suave magia e encantamento o Mundocompreendeu: HABEMUS PAPAM! É o primeiro papa sul-americano e se chamará Francisco I. Argentino, porémsimples, cozinha os seus próprios alimentos. Anda de lotações!Carismático, à primeira vista, é jovem nos seus 76 anos. Faráuma Igreja Nova. Reunirá os irmãos em Cristo. E quem sabe,fará com que argentinos e brasileiros se considerem irmãosde verdade, sem frieza, acabando com as diferenças quefazem dois povos de duas nações num mesmo continente,intimamente se estranharem e se digladiarem, principalmenteem se tratando do futebol? HABEMUS PAPAM. E...

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Francisco I é argentino.Que nos unamos, pois, irmanados pelamesma alegria!

14/03/2013 – João de Jesus SaraivaMinha querida mestra,Maria Auxiliadora,boa tarde.nãodesfazendo das demais opiniões abaixo descritas,fico muitofeliz com a sua mensagem sobre nosso querido santo papaFrancisco,(BEM-VINDO O QUE VEM EM NOME DOSENHOR).Veio em boa hora,onde o mundo se transformanuma velocidade espantosa,e mudanças estas que nemsempre é para o bem,a fumacinha branca vem como um raiode luz para nos alegrar.Jesus Cristo,nosso pai e rei dos reisestá sempre ao lado de todos nós mas,sentíamos como órfãoaté aquele momento em que a chaminé mais observada domundo estava ali testando também a nossa paciência e nossafé,saindo fumaça negra em 4 vezes em horáriosdiferentes,quando na 5 votação justamente na hora daquelachuvinha que também é bênçãos do céu,eis que saiu a tãoesperada fumaça branca,aí foi só emoção.BEM VINDOAQUELE QUE VEIO EM NOME DO SENHOR

15/03/2013 - Maria Auxiliadora de Paula RibeiroJoãozinho, saudades de você que pensava ter me esquecido.Mensageiro da boa nova, como o cognominei, você, honradae orgulhosamente, cedeu o título que lhe dei à fumacinhabranca, que, após quatro nuvens negras, saiu da chaminé doVaticano para anunciar, não só a mim , mas a toda ahumanidade católica ou não a boa nova que tantoesperávamos: O PAPA FOI ELEITO! Naquele momento,sacudidos que fomos por uma força maior, transmitida pornossos pais, quando da eleição de papas anteriores, de emoçãochoramos. Instante de tão grande magia, quando só tínhamosolhos para a chaminé a espargir a alva fumacinha. Nãoquestionamos a nacionalidade do eleito, não pensamos emmais nada a não ser que a nossa Igreja fundada por Cristo,tendo em Pedro a pedra-mor e o primeiro papa, novamentetinha um chefe. Já não estávamos órfãos. Só passado algumtempo, nos conscientizamos do nome e da nacionalidade doeleito - um jesuíta argentino por nome Jorge, investido domais alto cargo da Igreja Católica Apostólica Romana quepassou a se chamar Francisco e através desse nome nosmostrou a que veio. Quis nos comunicar que como Franciscode Assis veio trazer a humildade e o amor aos pobres.Enquanto os sinos de Roma badalavam, badalavam tambémtodos os sinos católicos do Mundo Inteiro , mas, principalmente,os sinos do Continente Americano do Sul que pela primeirafizera um papa. Os nossos corações em uníssono aos sinos,palpitaram de emoção, quando o novo chefe da Igreja chegouà janela e despido de toda vaidade, ostentando apenas a túnicabranca e tendo ao peito o mesmo cordão de cobre com acruz de Cristo que sempre usou, saudou a multidão em delírio.Pudemos constatar nele a humildade e o carisma. Só nessemomento, como que despertos da magia, compreendemosque chegara o nosso novo chefe, o representante de Cristo,que, inspirado pelo Espírito Santo, veio trazer paz e serenidadea esse mundo tão conturbado pela violência e desamor.

Embalados pelo sorriso do Papa Francisco nos recolhemos.Enquanto monologávamos em latim a frase que se tornou tãograta e familiar aos nossos ouvidos, HABEMUS PAPAM,adormecemos, sonhando sonhos de ventura, amor e paz, numamanhã radioso alicerçado pelo carisma piedade ecompetência do Sumo Pontífice, presente de Deus queacabáramos de receber !

15/03/2013 - José Moreira de SouzaTardiamente, retomo a questão da tradição.- Nesses dias euestava cuidando de coisas muito atrasadas, conversas sobreFolclore e Educação. - É um atraso, manter compensaçõesbancárias com o uso do pombo correio. Os “atrasos” têm a vercom as tecnologias e aumento da produtividade do trabalho.Porém, é atraso manter uma agricultura orgânica, no momentoem que o aumento da produtividade agrícola inunda o mundode agrotóxicos? É um atraso ir ao trabalho a pé, se temos meioságeis de transporte? Mas, quando contemplamos o aumento daobesidade mórbida e endêmica , a proliferação do diabetes, porfalta de exercício e a distância cada vez maior entre casa,trabalho, casa centros de saúde, casa centros de lazer, casaescolas, de que lado está o atraso? Nas tecnologias de construçãodo espaço urbano, ou na formação de economias urbanassustentáveis? Há tradições e tradições. Para quem acredita noatraso, por trás existe uma tradição que gera a fé de que tudoque é moderno e aumenta a produtividade do trabalho é melhor.Há uma tradição do moderno. A Inglaterra com a revoluçãoindustrial criou e expandiu a tradição do moderno, mas ela mesmaviu que não poderia abolir a tradição da Realeza, caso contrárioo poder imperial ruiria. Nós brasileiros acreditamos, com féfirme e devotamente, que tudo que não é o mais moderno éatraso. Eu já pensei milhares de vezes: Os Estados Unidos daAmérica não questionam a não modernidade da “Casa Branca”.Será que ela está no lugar certo? Aqui nós aceitamos a mudançado centro do Governo do Palácio da Liberdade para a CidadeAdministrativa. Somos mais modernos, sem dúvida. Nossatradição é esta. Não poderemos nos assustar se algum dia umgoverno mais moderno, resolver mudar a capital de Minas paraoutro lugar mais moderno ainda. São Paulo já pensou nisso emtempos quase recentes. Nosso desejo, imposto pela tradição desermos modernos, inventou um ditado: “A vergonha é a herançamaior que meu pai me deixou”. No almanaque “Jeca Tatuzinho”que vinha junto com o Biotônico Fontoura, Monteiro Lobatomostrou que Jeca Tatu era muito atrasado, mas depois quetomou Ancilostomina Fontoura e Biotônico Fontoura, mudoude vida; de sitiante pobre virou fazendeiro tão moderno quesuas galinhas e porcos alcançaram outra identidade: “Não dizmais porco, é pig; não diz mais galinha, é hen”. É mais chic,dizia-se quando tínhamos que imitar a moderna França; é up-todate diremos hoje porque é assim que se diz em inglês. A tradiçãoda modernidade que nós herdamos desde a Independência éesta: ter vergonha do que nós somos. “A gente não sabemosescolher presidente, a gente não sabemos tomar conta da gente,a gente não sabemos nem escovar os dentes...” Os efeitos dissose mostram no turismo e na balança comercial. A concepçãoideológica que opõe atraso ao desenvolvimento – “Eis aí oSugismundo!” – é, ela mesma, a mais atrasada de todas.

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Animais na Praça18/03/2013 - Afrânio GomesParece que as denuncias sobre os animais na praça já surtiramefeito, foi assunto na reunião dessa segunda feira 18 de marçode 2013 na Câmara de Vereadores de Gouveia.

19/03/2013 - Adilson do NascimentoAfrânio, fiquei sabendo que o assunto foi levado à câmarapelo vereador Irineu Bittencourt. Porém, somente levantar oassunto não resolve o problema. Sugiro que a prefeitura, peloseu órgão competente, apreenda os animais, recolhendo-os aum pátio e cobre uma taxa do proprietário, pela manutençãoe liberação dos mesmos e ainda que assinem um termo deconduta se obrigando a que não se repita a invasão dosmesmos às praças públicas. Simples assim! Basta vontadede agir!

19/03/2013 - Guido AraujoAdilson e Afrânio, o tratamento a ser dado a animais soltosna rua, de valor econômico, deve ser o sugerido porAdilson. Pelo visto, Gouveia não deve ter um código. Senão tiver, já está na hora de os vereadores providenciar.Sugestão: para os cachorros de rua: providenciar um canil,depois doar ou sacrificá-los. Para os porcos e galinhas: fazerchurrasco para as crianças da APAE. Para os gatos:eliminação imediata, pois transmitem toxoplasmose e raiva,entre outras doenças e não são vacinados nas campanhasoficiais, por dificuldade de manuseio. Além do mais sealimentam das passarinhos

Páscoa25/03/2013 - Gil Martins de OliveiraCom esta mensagem, quero desejar a todos vocês que meencontram, neste espaço, UMA FELIZ E SANTA PÁSCOA.DEUS NÃO EXISTE! COMO ASSIM? Como é possível,se hoje, de madrugada Ele me despertou no canto da acauã,lá na mata ciliar do Serra Azul?! Como negar Deus, se, aosprimeiros raios do sol, Ele pisca para mim em milhares degotículas douradas, prateadas e cristalinas que mais parecemlágrimas das estrelas pendentes da jovem casuarina! Como,se Ele dotou a mim, a você, a Nietzsche, a Hegel, a Marx, aSartre com um cérebro capaz de executar vinte milhões debilhões de cálculos por segundo, ou seja, milhões de vezes

mais rápido do que um computador?! Como posso nãoacreditar em Deus se, ontem, diante da bela jacobina vermelha,Ele parou no ar, à minha frente, em forma de um lindo beija-flor?! Como ignorar a presença de Deus naquelas centenasde lagartas pretas, unidas num só “monte” – uns quinzecentímetros de comprimento por cinco de largura e três dealtura –, numa comunhão de esforços, se arrastandolentamente, em busca de pastagem que as deixassem prontaspara a grande metamorfose?! Observando-as atentamente,percebi que as “caroneiras” de cima – cada uma medindoseus cinco centímetros de comprimento por meio de diâmetro(é arredondada) –, após algum tempo, num solidáriorevezamento, desciam o pequeno “monte ambulante” e se

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Notícias & comentáriosposicionavam à frente, prontas para receberem a carga sobreelas. As pequenas antenas da guia iam tateando o espaço àfrente e, a qualquer sinal de alerta, o bloco todo ficava imóvelaté que tudo fosse resolvido. Fiquei um longo tempo –aposentado pode! – admirando aquele belo exemplo desolidariedade, de cooperativismo, de trabalho em equipe e deunião, valores, muitas vezes, tão raros entre nós, humanos.Como é possível negar a existência de Deus se, no silêncioda noite roceira, apenas quebrado pelo melancólico canto docuriango, posso contemplar a silhueta da palmeira macaúbadentro do grande círculo da lua cheia?! E o milagre damultiplicação?! São cerca de oitocentos grãos em uma únicaespiga de milho, todos vindos de um único grãozinho?! Comonão perceber o dedo de Deus numa sementinha que, na palmade nossa mão, mal dá para ser vista, mas com um potencial

genético capaz de gerar um pé de eucalipto, o do tronco liso,que pode alcançar cinquenta metros de altura?! Por maisinsensível que possa ser uma pessoa, como não enxergar apresença de Deus nos gestos concretos de amor de umaMadre Tereza, Irmã Dulce, João Paulo II, Chico Xavier eoutros tantos?! Ou de uma mãe que, em situação de penúria,deixa de comer para que sobre mais comida para os filhos?!Como não ver a presença do Criador Supremo nos netinhosque, ao me verem chegar, correm, de braços abertos, ao meuencontro gritando alegremente vovôôô?! Como não ver Deusno gesto de um Homem que, ao se deparar com a prostitutaameaçada por seus algozes, prestes a ser apedrejada,conforme mandava a lei de Moisés, derrete-lhes o ódio aodizer: — “Quem não tiver pecado, que atire a primeirapedra”?! Tenhamos todos, uma Santa e Feliz Páscoa!

Percorrendo Gouveia25/03/2013 - Adilson do NascimentoGil, para você se situar o Hermes Nascimento, de NovaSerrana, que às vezes escreve neste espaço, é meu irmão. Oquinto na linha de sucessão do “trono” da dinastia de JoaquimMarços e Raimundão. O Zé de Flora tem ideia de fazer umlivro da Afago com a história, os casos e as personagensfolclóricas de Gouveia. Como eu vivi Gouveia muito pouco,mas vivi São Roberto intensamente, já passei para ele algunsdetalhes da fábrica e da vila operária. Meus irmãos Edila,Irany, Odete e Hermes, todos ex-operários da fábrica,contribuíram com alguns fatos lembrados daquela época deouro. Você teve sua vivência e ainda pode contar com aslembranças dos seus irmãos. Portanto pode colaborarintensamente. Quando eu leio o seu relato de subir pelaestradinha de terra da Água Fria, passando pelo Bateeiro,Mato dos Bois, atém chegar em Datas, eu me vejo,nitidamente, fazendo o mesmo percurso, até o Mato dos Boise nas barragens, diariamente e até Datas pontualmente, porexemplo, levando uma certidão emitida por Aurélio, para terfirma reconhecida no cartório de Datas, tendo como conduçãoa sola dos pés descalços. Tudo isso é uma história e quando agente narra ou escreve o Sociólogo José Moreira de Souzaabre um largo sorriso.25/03/2013 - Maria Auxiliadora de Paula RibeiroGil, escrevia sobre a sua mensagem do de 22 e a primeira dehoje, dia 25, quando ao postar a minha, deparei com essamaravilha sobre DEUS. Tecerei meus comentários sobre ela,enquanto, no momento, desejo a você seus familiares e todosda AFAGO e de Gouveia uma feliz e santa Páscoa! Numajunção de sua mensagem anterior com a primeira do dia 25,cheguei à conclusão de que todos os gouveianos das décadas40, 50 e 60 são afins, não tão somente pelo glorioso firmamentoque, um dia, nos acobertou, pelo solo que pisamos, pelo relevoe flora de que nos orgulhamos, mas tão e principalmente pelaeducação que dos nossos pais recebemos. Em suasmensagens, pude evidenciar muitas coincidências: nascemos

no mesmo ano, tivemos por mães mulheres fortes, que noscobriam de carinhos sem, contudo, deixar de usar a vara paranos corrigir, caso necessário. Mulheres, como D, Izaltina eD. Antônia foram modelo de mães que não se importavampedir emprego para os filhos, sem salários, com o objetivoúnico de que aprendessem uma profissão. Elas bem sabiamque mente desocupada é oficina”... Reproduzindo o que diziam“mente desocupada é oficina do diabo”. O primeiro empregode Guido foi na Lapidação do Sr Aprígio e, como você, Noelfoi padeiro na Padaria do Jaques e quer fazia sol ou chuva,levantava-se para, carregando uma cesta enorme, tocar umabuzina de porta em porta com o objetivo de entregar o pãofresquinho. Cabia a mim o dever de arrumar uma casa dedezessete cômodos, varrer e olhe que essa casa, última emque moramos, antes de mudarmos pra Curvelo, a Chapelaria,por papai reconstruída era de chão batido, no qual tinha quesalpicar água para evitar a poeira. A esse tempo, Vera jálecionava na Escola Maria Amália de Curvelo. João era bemnovo e a caçula tinha apenas dois anos. Mudando-nos paraCurvelo, em 23 de maio de 1953, trocamos uma casaconfortável àquela época , apesar do piso não acabado, porum barracão de 03 cômodos, cujas paredes meiágua, (nomeesdrúxulo, mas assim o diziam,) nos foram úteis paradependurar as cadeiras. Noel e Guido foram trabalhar nabomba de gasolina dos Tolentino, depois passaram à seçãode passagens. Enquanto isso, João já mais crescido empurravaum carro enorme de correspondências e encomendas trazidasde BH pelos ônibus e as entregava aos destinatários.Chegaram a dizer à minha mãe que isso era covardia, ao queela sempre altiva , respondeu:- Ele de nada se queixa e vaicontinuar lá. O tempo lépido passou .. Guido foi convidado atrabalhar no Banco Mercantil do Brasil, convite mesmo, nãohouve concurso e de lá fora convocado para a Seção deCâmbio do mesmo Banco no Rio de Janeiro , já que em Minasnão havia tal cargo. Noel e João foram para o DER, onde defuncionários passaram a chefes. Porque nomeado chefe detransporte, Noel teve que se mudar para Teófilo Otoni, onde

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Notícias & comentárioshavia a vaga e João a chefe de Oficina em Curvelo mesmo.Maria Olímpia crescia em beleza e graça. Vera continuavacomo professora da Escola Maria Amália e eu” fominha”por primeiro lugar( muito ruim isso) me entregava aos estudos,sem deixar as tarefas domésticas. Infelizmente, Noel faleceucomo os outros, deixando apenas duas irmãs e levandoconsigo uma parte viva da História de Gouveia. Mas aquiestou eu para contá-la desde 1941, juntando-a aos “causos”que ouvi de meus pais.

• - Relendo a longa mensagem constatei não termencionado muitas coisas, como os sapatos feitospor Zé de Odília, calçados, apenas, para irmos àmissa e à Escola. Mas, voltei mesmo porqueverifiquei não ter citado o nome de meu pai, ManoelConceição de Paula, e isso para mim é imperdoável.Contrário à nossa mudança e super desgostoso pornossas acomodações em barração tão minúsculo,quando reconstruíra para nós casa tão grande emGouveia, papai se empregou na Fábrica deBeneficiamento de Algodão Pereira Diniz. Prestesa fechar as portas pela baixa produção, meu paigarantiu aos donos da empresa acrescentar em muitoo número de fardos. De uma inteligência privilegiada,aumentou a produção de 03 fardos para 68 ao dia.Fato inédito! Com o seu salário altíssimo naqueletempo, pelo mecânico que foi e pela gratidão dosproprietários, papai nos tirou do barracão para umacasa decente e confortável, de acordo com a nossaposição de classe média, nem alta, nem baixa.Louvores a meu pai, eterno desconhecido, masbrilhante e terno para com os filhos, mormente paracomigo e para com a caçula que já começara a atrairdele toda a atenção! Enciumada, tive que aceitar adivisão do afeto.

Glórias do Coral Crescere27/03/2013 - José Moreira de SouzaHoje, Quarta Feira de Trevas, na cidade de Sabará, o CoralCrescere, acompanhado de orquestra, celebrará o “Ofício deTrevas”. Trata-se de uma das cerimônias mais sublimes daSemana Santa. A igreja no escuro, iluminada apenas por umcandelabro de treze velas dispostas em forma de pirâmide. Acada antífona, seguida de uma lição e um salmo, apagam-seduas velas, uma de cada lado. Até alcançar a vela maior localizadano vértice da pirâmide. Quando essa vela é apagada, a igreja seescurece totalmente e as pessoas batem com o livro de liçõessobre os bancos, reproduzindo o tremor da terra. A SemanaSanta é a maior encenação de símbolos fundamentais da históriada humanidade e a Igreja preserva com sabedoria nossa trajetóriahumana. Não é de espantar que um estudioso como Carl Jungtenha se debruçado atentamente sobre essa simbologia que narranosso percurso. A encenação da Paixão contém mensagensmuito além do contexto mórbido acusado por modernidadesdesatentas. O hino Crux Fidelis – oh! Cruz da Fidelidade, árvoreentre todas a mais nobre! – entoado na sexta feira, data doséculo V e sublinha o que simboliza “Braços Abertos” – a acolhidasem reservas da amizade com amor pleno. A benção do fogonovo para anunciar a ressurreição é uma das cenas maiscarregadas de significado. O mundo vive em trevas. Fogo sefaz com fricção de duas pedras que pelo atrito criam chamasardentes. Essas chamas se propagam nas mechas de algodão e,sopradas crepitam e possibilitam a conservação do fogo – ofogo perene – no Círio Pascal. Haja ciência, domínio da ciência,para sintetizar em símbolos tão precisos o viver humano.Diferentemente dos espetáculos, essas cerimônias pedemcompreensão. O elogio à vida espiritual dialoga com todas asreligiões que priorizam a via do espírito como conquista dahumanidade. São mantras que se repetem, alternam-se,combinam-se deixando a mente flutuar. Anotem, hoje, a partirdas 22:00 horas na Matriz de Nossa Senhora da Conceição deSabará. Em Santa Luzia, o Ofício de Trevas é celebrado nanoite da Sexta Feira da Paixão, após a procissão do enterro. EmMinas Gerais, essas cerimônias se revestem de importânciamaior por guardarem nossa tradição barroca. Nota: O CoralCrescere tem como diretor nosso conterrâneo, Geraldo AugustoSilva, o Dingo de Vavá, e conta também com a voz de Guido deOliveira Araújo, neto de Manuel Branco, também nossoconterrâneo.

04/04/2013 - Raimundo Nonato deMiranda ChavesUai! Se você nasceu naquele mundão deterras: desde o Córrego da Caatinga atéo Engenho da Bilia; desde o RioParaúna até a Cachoeira de Barão deGuaicuí, então, você teve muita sorte.Mesmo que isto não tenha ocorrido, masvocê teve a segunda chance: tornar-se

amigo de quem nasceu ali. Então, vocêestá convidado para a Reunião dopróximo dia 6, sábado, depois deamanhã, bem ali na esquina da RuaPalmira com a Rua Níquel - RestauranteO Boiadeiro. A reunião dos gouveianos,a partir das 17:00 horas, no Bairro Serra- tudo a ver com Gouveia de onde sepode ver o mundo aos pés do Espinhaço

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Notícias & comentários

Gil trouxe a família eregistrou tudo

DoutorRaimundo

e Gilapreciam

oDicioná-rios daReligio-sidadePopular

Guido Araújo apresenta Relatório da Afago

Adilson do Nacimento comenta a situaçãofinanceira da Afago As lindas filhas e esposa do Gil enfeitaram a

festa

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Congraçamento continua12/04/2013 - Marcos Brum RibasPrezados Dr. Raimundo Nonato, Professor José Moreirade Souza, Guido e Adilson! Por motivos de força maiornão pudemos comparecer a reunião da AFAGO, realizadasábado passado no Restaurante Boiadeiro. Peço desculpaspela nossa falta. Pelos relatos, vi que foi proveitosa apesarde poucas pessoas presentes. Acompanhamos, mesmo quede longe, os acontecimentos da AFAGO. Abraços a todose até o próximo encontro. Att, Marcos, Renata, Elena, Dudae Pedro.

08/04/2013 - João de Jesus SaraivaAdilson peço desculpas por o não comparecimento noencontro da AFAGO,neste sábado passado,estava umpouco resfriado e com febre.Na situação critica em quechegamos,com esta epidemia de dengue,se assim poçodizer,qualquer resfriado seguido de febre agente já ficacabreiro,como diz na nossa terrinha.Mas passou e graças aDeus foi alarme faço.Quanto a serenata em São Roberto,mefez lembrar dos seresteiros Beniditinho Sintruim,ou sejaBenedito de Zabel de Janjão,Heli Guimarães,João Antoniode Jota,Edigar nosso grande amigo,de campista.Agoraquanto aos seresteiros de Gouveia eu lembro das serenatasnas lindas madrugadas com Zé de Juca,Geraldo deAbreu,Chico Sabernadina,e dos mais novos eu lembro deZezé de Sinhá,mais conhecido por Zezé coração deluto.estes eu tenho quase certeza que o Gil Martinslembra.Por vezes eu ia no cinema de Juca de Mário nosfinais de semana e como o filme acabava muito tarde,eudormia em casas de parentes em Gouveia e escutava aslindas serenatas que alí eram realizadas.pena que MariaAuxiliadora tenha ido para Curvelo ainda muito nova,mascom certeza ela também já tenha tido este privilégio de ouviralgumas seja em Gouveia ou seja em Curvelo pois faziaparte também de grandes e saudosos seresteiros da

noite,verdadeiros artistas da nossa época de ouro.Umgrande abraço a todos

08/04/2013 - Adilson do NascimentoJoãozinho, de Tarcízio e de D. Luiza Saraiva, você, semdúvida, é um grande e excelente guardião da memória vivados tempos áureos da nossa São Roberto. Aquela SãoRoberto dos carrinhos de guia, que desciam o morro dafábrica, e de puxar lenha, no mato dos bois; dos sacos decanela de ema, jogados lá do alto do morro da usina; dosbagres do Rio São Roberto, apanhados até em peneiras;dos banhos na cachoeirinha e no córrego da reserva,completamente despidos; reserva onde furtávamos, à noite,as frutas de Landulfo Dornas, e ele no dia seguinte infectavaos galhos com bosta, para nos impregnar; dos pegadores,em frente ao pensionato, até a Dona Inhã nos mandar irdormir; dos jogos de volei, inclusive com Yara Ribas, capitãda seleção brasileira; das festas de São Pedro e de primeirode maio, com farta distribuição de comidas e bebidas; dosNatais de D. Neida, com brinquedos, biscoitos e balas; docinema de Elias Gomes, com faroeste do tipo “Ardida comoPimnenta”, com Doris Day; do futebol do Padre Serafim,com jogadores fantástico, a exemplo de Dico Tameirão;das festas de casamento, com banquetes fartos, incluídosde tutu com frango frito; do catecismo das catequistasJulinha, do Cauiabá e Raimunda e Conceição Guedes, paraque fizéssemos a primeira comunhão, o que fiz em 30 deoutubro de 1955, com o Padre Serafim; dos bailesmonumentais no clube da fábrica, inclusive os de formaturado ginásio, porque a “cidade” não tinha clube recreativo;do primeiro salário, entregue pelo Vicente Moura e que osnossos pais confiscavam, por inteiro, devolvendo depoisuma mixaria; das primeiras paqueras e vamos parar poraqui, pois caso contrário a emoção poderá nos causar umaAVVT - Ansiedade pela Vontade de Voltar no Tempo.

Recado bem dado11/04/2013 - Gil Martins de OliveiraAfrânio, voltando a residir em Gouveia, por que não fundaruma Associação de Participação Popular (APP), junto compessoas políticas, sim, porém apartidárias? Gente que estejapreocupada apenas com o bem comum? Um bom grupoque possa se fazer presente nas sessões da CâmaraMunicipal, fiscalizando, acompanhando e sugerindo ... Aqui,em Mateus Leme, — a ONG Palha de Milho é parceira da

APPML — no início, fomos recebidos quase que apedradas, agora, já se pode falar de uma convivênciarespeitosa. Aos poucos, os demais cidadãos vãoaprendendo o caminho do exercício político. Mas é muitoimportante que uma associação desse tipo não se rendaaos afagos partidaristas. E isso é tarefa muito difícil, masnão impossível de ser concretizada. (Olha, Livro deMensagens, juro que vou dar uma boa parada com estesmeus textos, viu!)

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Tradição de volta13/04/2013 - Adilson do NascimentoVoltando ao tema das tradições que vão se perdendo ao longodos tempos, com a modernidade que vem acompanhada daviolência urbana, uma que fazia enorme sucesso na SãoRoberto dos anos sessenta do século passado eram asfogueiras comemorativas dos santos do mês de junho. Narua, em frente às casas daqueles moradores que tinham onome dos santos, eram armadas as fogueiras e oferecidocanjica, quentão, doce de mamão, de várias formas, inclusiveum de anéis, (uma fatia fina do mamão, enrolada e presacom linha de costura), além de farto foguetório. No dia 12 dejunho, véspera de Santo Antônio, com certeza, essa festaacontecia na casa de Antônio, de Raimundão, Antônio Baiano,Antônio de Paula, Antônio, de Jota, Antônio de Deus etc. Nodia 23, véspera de São João, era na casa de João Saraiva,João Paneleiro, João Veloso, João Pintinho, João Paixão etc.Já no dia 28, véspera de São Pedro, as festas erammonumentais. Havia alguns festejos na casa de Pedro Baiano,mas o grande evento era patrocinado pela fábrica,principalmente nos tempos de Pedro Cezarini, cujo nome éPaulo Pedro e acontecia naquela enorme praça em frente aocasarão da gerência, junto à praça de esportes e docaramanchão, onde a banda de música, sob a batuta de ZéMaria, maestro, exibia seu repertório. Ali se içava o mastrocom a bandeira tendo de um lado um retrato de São Pedro edo outro os retratos de Santo Antônio e São João. Todo anoera escolhido um novo festeiro, para guardar a bandeira domastro até o ano seguinte e organizar a comemoração, paraa qual a fábrica não limitava os gastos, ou se limitasse o faziaem alto patamar. Tenho que dar razão às pessoas que dizemque eu vivo de passado, mas acontece que eu tenho umpassado que foi vivido... e bem!13/04/2013 - João SaraivaAdilson meu amigo,meu companheiro de varias jornadas,aquidescritas por várias vezes,e com grande alegria que sinto nestemomento quando leio esta belissima mensagem que vocêacaba de escrever aqui neste espaço que só nos trazalegrias.Falando das festas juninas,onde você menciona meu

nome entre os Joãos, dentre eles grandes amigos nossos quejá se foram,estão vivos João paneleiro e eu para testemunharestas festas maravilhosas que vivenciamos em SãoRoberto.Nas fogueiras de São João por exemplo,nos tínhamosuma disputa no bom sentido com queimas de fogos,entre eu enosso Saudoso João de xanda como era chamado.Eu faziabarulho na rua de baixo mais precisamente na rua da reservae João de Xanda na rua de cima,mas no final eu perdia poiscomo José baiano era compadre do João de Xanda ele soltavaum foguetão por nome de ronqueira nada mais nada menosde que uma verdadeira bomba caseira artesanal feita de umcilindro torneado na oficina da fábrica.Aquilo era carregadode pólvora preta e enchia aquilo de caco de telhas sei lá pedaçode tijolo e tinha um grande pavio.Quando soltava aquilo,comodizia minha vó dindinha,cruz credo o mundo tá arrasando,moralda historia,eu sempre perdia a batalha.Mas era muito bomera divertido,e na minha casa tinha,canjica,quentão feito defolha de laranja com folha de canela,biscoito de goma,comoera chamado naquela época,pé de moleque,biscoito quebra-quebra sovado com melado de rapadura,Maria Auxiliadoradeva ter degustado pois nas festas de Gouveia não faltava,etambém não faltava batata doce nas fogueiras,porque agentetinha que ficar de olho pois você,Antonio Carlos de Adinhaseu primo eram verdadeiros ladrãozinho de batatas assadasnas fogueiras,há! deixa pra lá depois contarei o resto.Adilson,já ia esquecendo de tecer um comentário sobre asfestas de São João na fazenda Capitão Felizardo,pra não lograros companheiros do camelinho.como sou amigo do padreCarlos filho de Senhor Levindo,agora poucos anos atrás fuiconvidado por ele para assistir uma festa de São João lá nafazenda e pude reviver tudo isto,que por sinal uma belíssimafesta onde toda a redondeza participa.Serratalhada,camelinho,córrego da Luz e várias comunidades alíse faz presente,já é uma tradição.Sobre estas festas dafazenda eu deixo os comentários com mais detalhes comMilton,Manoel e Raimundo Nonato.Um grande abraço

Família completa com genros e netos.

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ARTIGOSEfeitos do tabagismo

Estatísticas mostram que 200 mil pessoas morremprecocemente no Brasil vitimas de doenças relacionadascom o habito de fumar. O tabagismo é responsável por25% das mortes por doenças coronarianas, 25% dos óbitospor doenças cerebrovasculares, 90% das que ocorrem porcâncer de pulmão, 85% das consequentes da doençapulmonar obstrutiva crônica. O tabagismo também estárelacionado a ulcera péptica, hipertensão arterial,aneurisma da artéria aorta, infecções respiratórias gravese impotência sexual. A dependência e os fatorespsicológicos dificultam o abandono do cigarro. Otratamento adequado aumenta a chance de largar o habitode fumar e diminui de forma considerável as repercussõesprovocadas pelo tabagismo com melhora da qualidade devida e da longevidade.

Dr.Cristiano Miranda CRM 34339Cardiologista Pós graduado em psicologiawww.cristianomirandacardiologia.com

Prática da meditação promove melhorascardiovasculares e o bem estar psicológico

Um dos problemas que é comum e afeta diretamente obem estar e longevidade da vida é a hipertensão arterialsistêmica (HAS). Ela pode ser definida de formasimplificada como um aumento da pressão no interior dasartérias, sendo ela um dos fatores mais importantes parao desenvolvimento das doenças cardiovasculares, emespecial o AVC (acidente vascular cerebral, popularmenteconhecido como “derrame cerebral”), e o infarto agudodo miocárdio (IAM). Sabe-se que a HAS está relacionada a40% das mortes por AVC e a 25 % das mortes porIAM.[1],[2],[3] Durante 2006 e 2007 foi feita uma extensa pesquisa paraavaliar a maioria dos estudos existentes sobre a meditaçãotranscendental (MT) e sua influência sobre a pressãoarterial. Ficou demonstrado que a MT está associada àredução de aproximadamente 5 mmhg na pressão sistólicae 3 mmhg na pressão diastólica, ou seja, uma pressãoalterada de 145 x 90 mmhg pode ser reduzida para 140 x 87mmhg. Em outros estudos a melhora foi ainda maior,reduzindo em até 10.7 mmhg na pressão sistólica e 6.4mmhg na pressão diastólica. Resultados dessa magnitudeainda podem ser acompanhados de redução significativano risco futuro de desenvolvimento de doenças doaparelho cardiovascular.3,[4],5 O estresse é outro fator que pode levar aodesenvolvimento da HAS, que por sua vez contribui parao surgimento futuro do IAM e do AVC. Segundo estudosque acompanharam mais de 3000 indivíduos europeusdurante sete anos, o estresse crônico pode de fato levarao desenvolvimento da HAS[5]. Esses estudos foramreplicados no estudo CARDIA, que também demonstrou

sua influência no desenvolvimento da HAS em até 15 anosapós o início do estilo de vida estressante.3 Em outraspesquisas, os resultados indicam que a resposta aguda aoestresse, processada principalmente no nosso sistemanervoso central como uma situação hostil de luta ou defuga, pode funcionar como um gatilho para a liberaçãoaumentada de hormônios como o cortisol, adrenalina enoradrenalina. Os efeitos diretos desses hormônios são oaumento da frequência cardíaca e da pressão. Umaalternativa para que possamos conseguir uma reduçãoimediata deles é a meditação. A longo prazo ela podereduzir tanto a pressão arterial como a frequência cardíaca,além de melhorar os níveis glicêmicos. Essa maiorcoerência do sistema nervoso viabilizada pela meditação,com consequente redução da interpretação hostil desituações corriqueiras, pode melhorar a respostaadaptativa ao estresse, prevenindo as consequênciasnegativas como a hipertensão, o infarto do miocárdico eo AVC.3,5 Destacamos ainda entre os benefícios, aprevenção do Alzheimer, redução da perda cognitiva emdecorrência do envelhecimento, melhora da empatia,esperança e autoestima, além da redução da ansiedade,da raiva, bem como a melhora significativa dadepressão.[6] Entre os estudos que demonstraram os benefíciosneurológicos e psicológicos utilizando aparelhos deressonância magnética relatam que as mudançassignificativas na atividade cerebral ocorreram depois deapenas oito semanas de prática meditativa, quandorealizada duas vezes por semana, durante pelo menosquinze a vinte minutos. Eles também observaram queentre os que mantêm por vários anos a prática de meditarmais de 30 minutos por dia, os benefícios chegam a serainda maiores.6,[7] Assim, temos que os resultados de diversas pesquisassugerem que a meditação pode levar à melhora clínica dediversas doenças, sejam elas psicológicas ou fisiológicas,além de reduzir o risco de desenvolvimento de doençascrônicas, principalmente as que acometem o coração, océrebro e as artérias. As pesquisas apontam para reduçõessurpreendentes de 23% na mortalidade de todas as causase uma redução de até 30% na taxa de mortalidadecardiovascular. Lembrando que as doençascardiovasculares estão descritas hoje como a principalcausa de morte nos países desenvolvidos e emdesenvolvimento. Alguns autores como Schneider,Alexander e Staggers salientam que essas descobertas sãobastante significativas, pois previamente só eramencontradas em certas pesquisas que envolviam os fatoresde risco para as doenças cardiovasculares e o uso demedicamentos. Esses pesquisadores comparam a MT auma nova classe de medicamento, com importanteimpacto na sobrevida, na melhora da qualidade de vida ena promoção da longevidade.3,5

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ARTIGOS

Boletim Informativo da AFAGO página 13

[1] LOTUFO, Paulo A. Doenças cardiovasculares no Brasil. In: NOBRE,Fernando; SERRANO JR., Carlos (Ed.). Tratado de cardiologia SOCESP.Barueri, SP: Manole, 2005. cap. 1, p. 7-15.[2] LAURENTI, Rui. Mortalidade por doenças cardiovasculares noBrasil. In: NOBRE, Fernando; SERRANO JR., Carlos (Ed.). Tratado decardiologia SOCESP. Barueri, SP: Manole, 2005. cap. 2, p. 16-21.[3] SCHNEIDER, Robert H.; WALTON, Kenneth G.; SALERMO, John W.;NIDICH, Sanford I. Cardiovascular Disease Prevention and HealthPromotion with the Transcendental Meditation Program andMaharishi Consciousness-Based Health Care. National Institute ofHealth, Bethesda, 16 (3 suppl. 4), S4-15-26, 2006.[4] ANDERSON, James W.; LIU, Chunxu; KRYSCIO, Richard J. BloodPressure Response to Transcendental Meditation: A Meta-

analysis. American Journal of Hypertension, v. 21, n. 3, p. 310-316, mar.2008.[5] RAINFORTH, Maxwell V et al. Stress Reduction in Patients withElevated Blood Pressure: A Systematic Review and Meta-analysis. National Institute of Health, Bethesda, 9 (6), 520-528, 2007.[6] CHIESA, Alberto. Zen Meditation: An Integration of CurrentEvidence. The Journal of Alternative and Complementary Medicine,Bologna, v. 15, n. 5, p. 585-592, maio 2009.[7] NEWBERG, Andrew; WALDMAN, Mark R. Como Deus pode mudarsua mente: um diálogo entre fé e eurociência. São Paulo: Prumo,2009.

Dr.Cristiano Miranda CRM 34339

Uma Poetisa de CapitólioEdna Maria de Oliveira Launay, Professora de Português e

Francês, vive na França

O Firmamento Sertanejo nos Olhos de meu Pai

Quando penso em meu pai

Invade-me uma grande tristeza.

A tristeza de meu pai

Tornou-se a minha.

Meu pai foi um camponês

Até os cinqüenta anos.

Um dilúvio engoliu suas terras.

A cidade devorou meu pai.

Dessa ferida, ele nunca mais sarou.

Na cidade, à noite,

Quando andávamos juntos,

Meu pai ia na frente

Caminhando rapidamente.

Atrás, eu escutava o seu silêncio.

Não via seus olhos

Mas os adivinhava.

Eles procuravam o firmamento sertanejo

E só encontravam as luzes citadinas.

Então, era como se ele me dissesse:

Depressa, apaguem essas luzes

Que ofuscam minha vista,

Nesta noite de luar,

Quero ver

O meu céu carregado de estrelas

A Paineira da Matinha

Na fazenda da nossa Matinha,

Tinha uma linda paineira.

Belas flores a ornavam

Maritacas aí pousavam.

Para o céu a paineira se elevava

Como se quisesse tocá-lo

Com seus imensos galhos.

Suas raízes do solo brotavam

E bancos para nós se tornavam.

Ou verdadeiros alazões

Que para os ares nos alçavam.

O que fizeram de nossa paineira?

Sob as águas da represa

Desapareceu.

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ARTIGOSO Peixe e o valenteRaimundo Nonato de Miranda Chaves

Cemitério do Peixe, 15 de agosto de 1935, foto histórica,propriedade de Celso Rodrigues Vieira, comerciante emGouveia e produtor rural na comunidade do Tigre. Celso, sorrisofácil, conversa solta, contador de causos, admirador deGenaro, de quem conhece toda a história, mas, sempreacrescenta, com humildade, que conhecedor de verdade dahistória de Genaro é Luiz Rodrigues.Luiz Rodrigues, nós o conhecemos, hoje, próspero fazendeiroestabelecido nas margens do Rio Congonhas, em outrostempos, conceituado caçador de onças lá pelos lados da SerraTalhada. Aprendeu com o avô materno o conhecido Luiz daSerra. Mas, isto foi há muitos anos, quando o poderoso felinoainda não era bichinho de estimação dos ambientalistas.A foto: de paletó e gravata, o elegante delegado de policia;orgulho e pose que lhe conferem o status de poder maior. Defarda militar e chapéu, o indômito sargento Ozório,representante da brava e respeitada corporação dosCaçadores Mineiros. Sargento Ozório era genro de Canequinha– o homem que criou a romaria de São Miguel e Almas –,rico proprietário da fazenda do Vassalo. Casado com Ritinha? — É pode ser! Mas, em primeirasnúpcias. Aos oitenta e três anos Ozório se casou novamentecom Eufrasina, neta de Canequinha, moçoila ainda, que,certamente, suava com o calor dos desejos, enquanto o anciãodormia. Biologicamente frustrada, mas, economicamenterealizada, no presente e no futuro, com a valiosa pensão quelhe garantia aquele casamento.À esquerda e à direita, dois Praças, posição de sentido e fuzisà mão, como deve se mostrar o brioso policial. O último militar,de braços cruzados, pose semelhante ao sargento chefe dogrupamento, talvez seja um Cabo.

Finalmente, em trajes civis, ladeado pela guarda de honra, afigura mais importante de nossa história: GenaroGenaro, figura histórica na região, contarei dele,agora, os causos que me foram relatados por Celsoe, uma segunda etapa, quando me encontrar com LuizRodrigues.Genaro se encontrava em pequeno barraco namargem do Rio Cipó, noite quase clara do sertão, luaem quarto crescente. Quando o barraco foi cercadopor policiais, lídimos representantes da famosacorporação conhecida como Caçadores Mineiros; eramais um encontro com Genaro.Genaro, homem primitivo, narinas sensíveis, fortecaracterística animal – nariz mais sensível do que osolhos –, percebeu odor entranho. Raciocínio rápido,como um Charles Chan sertanejo, falou para simesmo:— eu num peidei aqui, galinha num cagou aqui! Aquitá fedeno, Ih! Sei lá!E, elevando a voz, continuou— Vou encher minha cabacinha dágua e vou durmi.O comandante dos praças ordenou, quasesussurrando,— Fiquem quietos! Vamos aguardar até ele dormir.

Genaro caminhou, descansadamente, até o barranco e, comagilidade, saltou para dentro do rio. O praça, atento, percebeua manobra, correu para junto do rio, levando consigo seuscompanheiros. Genaro, experiente, sabia que não haveriatempo de fazer a travessia e se movimentou junto ao barranco,protegido pela vegetação e se apoiando nos galhos deingazeiros que, da margem se projetavam sobre as águas dorio Cipó. Assim, Genaro venceu a correnteza e atingiu oremanso na curva do rio, de onde, mais atento, observavaseus perseguidores através dos ramos; a tropa, como é natural,procurava-o na direção rio abaixo, esperavam que acorrenteza o arrastasse. Exceto um deles. O mais inteligente?Talvez o mais idiota, observava, caminhando lentamente rioacima. Genaro sentiu que seria descoberto, poucaluminosidade, mas bastante para identifica-lo, se visto de perto.Então, com sagacidade, imaginou um plano para distrair oPraça; Encontrou, ali, um tronco de madeira, possivelmentetrazido pela correnteza, talvez um grosso moirão de cerca,ainda com algum pedaço de arame pregado nele. A origemdo tronco era o menos importante. Determinado, desgarrouo tronco dos galhos de Ingazeiro e o empurrou para acorrenteza. Aquela peça salvadora deslizou na correnteza,logo o praça, enganado, atirou nela, no que foi seguido pelosdemais militares. Genaro observava, atentamente, percebeuque um tiro havia atingido a peça de madeira fazendo saltaruma grande lasca, naquele exato momento e, instintivamente,soltou um grito de dor, em seguida o grito de vitória:— Morre cangaceiro!E, ouviu, em resposta, a gargalhada do primeiro, seguida dosdemais praças. Sua tática havia funcionado. Depois de algumtempo, Genaro, tranquilo, atravessou o Rio Cipó. Molhado,

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ARTIGOScom frio, e, injuriado, imaginando que aqueles que o perseguiamdeviam, agora, estar aquecidos no seu barraco, possivelmente,comendo seu queijo com rapadura, talvez tenham encontrado agarrafa de cachaça e a carne seca.Em Conceição do Mato Dentro, alguns dias depois, o tenente,chefe do destacamento, ouvia o relato da expedição. Uma dasperguntas dele:— Quem gritou: Morre Cangaceiro?Os militares entreolharam, cada um acreditava que fosse o outroe nunca haviam falado a respeito. Ninguém respondeu. A dúvidase instalou no cérebro do tenente.Genaro se safou desta e continuou por aí, de Fechados a CapitãoFelizardo, às vezes na Mandaçaia, outras vezes no Tombador.Uma falcatrua aqui, uma briga acolá, um pequeno furto no Cipó,outro maior nas Contendas. Genaro vivia cada dia, hoje, decidiuroubar a besta dourada, de nome Duquesa, propriedade deBetinho Rodrigues. Ele roubava animais para fazer catira e osde qualidade eram ganho certo. Betinho residia na margem direitado rio Paraúna, próximo e pouco acima da foz do CórregoSepultura, na Mandaçaia. Duquesa era a besta de sela e o orgulhodele, não havia outro animal igual nas proximidades. Nem JoãoBaiano, mais rico e mais poderoso, proprietário de outra bestade nome, também, Duquesa e cor pelo de rato, competia comele. Mula muito alta, cor baia claro, descanelada, marchadeira,andava trocando as orelhas, isto é, movendo as orelhas,alternadamente, para frente e para trás; característica de animalágil e atento aos ruídos, vindos de todas as direções.Genaro, experiente, planejou tudo: Noite clara, encontrou aDuquesa, com outros animais, na areia do rio Parauna,aproximou-se com cuidado, levando seu cavalo bem próximade si, e, com habilidade conseguiu por-lhe o cabresto. A Duquesaera sua. Agora, atravessar o rio Parauna, descer a Serra,atravessar o córrego do Bicho e continuar até as margens do rioCipó. Calculava chegar lá, ainda, à noite; não deveria ser vistocom a besta, conhecida nas redondezas. No Cipó, descansariadurante o dia e à noite rumaria para Santa de Pirapama, onde avenderia por bom preço.O senhor Betinho, irado e inconformado com o roubo da Duquesafez lá suas diligencias e tudo levava a crer que fora Genaro oautor da trapalhada; então, falava alto e bom som que,encontrando Genaro, daria um tiro nele.Tempos depois, comunidade de Capitão Felizardo, tradicionalcelebração de São João, o povo aglomerado em frente à Igreja.Genaro avista Betinho Rodrigues que trazia revolver na cinta,bem baixo, apoiado na coxa direita. Não se atemorizou,sorridente, se encaminha em direção a ele. Cumprimenta-o,alegremente, e diz:— Senhor Betinho que beleza de revolver. Revolver como estesó homem rico como o senhor pode possuir.Betinho, vaidoso, estimulado por Genaro, saca o revolver,segura-o pelo cano e o oferece a Genaro para examina-lo comcalma. Genaro, sempre sorrindo, recebe a arma, abre o tambor,retira as balas e as segura com a mão esquerda, bate,lateralmente, no tambor e o faz girar, examina o cano, comentasobre as estrias em perfeito estado de conservação, e, fala:— calibre 38, cano longo, Smith e Wesson, cabo de madrepérola,bem lubrificado e pouco usado. Uma joia senhor Betinho,Enquanto falava, Genaro coloca, novamente, as balas no revolver,o aponta para Betinho e fala:

— Então, senhor Betinho! Você disse que me daria um tiro nonosso primeiro encontro! Será hoje?Betinho naquela saia justa, sem saber como responder, mas,Genaro não era assassino. Segurou o revolver pelo cano e oofereceu ao Betinho, nesta altura, mais branco do que meninode apartamento, disse, calmamente:— Senhor Betinho! Dou-lhe sua vida pela sua mula baia! Estamosquites.Deu as costas e saiu tranquilamente.Assim era Genaro, filho de Pedro Satú, mas, no dia 15 de agostode 1935, lá no Cemitério do Peixe o anjo da guarda cochilou eo sargento Ozório, o genro de Canequinha, botou as mãos nele.Genaro era previdente, ele sabia orações de São Cipriano, traziaconsigo amuletos dos Orixás mais poderosos, aprenderamandinga com Pedro Satú. Naquele dia 15 de agosto, no entanto,nada o pode salvar de Ozório. Ele foi preso. Perdeu a liberdade,mas não perdeu a arrogância e falava, para quem quisesse ouvir,que no mês de setembro estaria de volta, precisava plantar suaroça.Sargento Ozório, seu lugar tenente, os dois praças e mais odelegado gozaram, naquele dia, momentos de gloria, haviamaprisionado o facínora; permitiram que todos o vissem, depois,seguiram viagem para a sede do município: Conceição do MatoDentro. Pernoitaram em um sitio, nas proximidades de OuroFino, ali, exigiram do proprietário um quarto sem janelas, paraalojar o prisioneiro. Dormiram no paiol de milho, duas camaspara os praças e, entre elas, sobre uma enxerga colocada nochão, deitou-se Genaro. Todos, cansados da jornada e segurosde sua força, relaxaram e dormiram profundamente. Genaroestava preparado, ele previra os acontecimentos, e, levantou-se, silencioso como um gato, apanhou os dois fuzis e, já forado paiol de milho encheu de areia os canos das armas,inutilizando-os completamente. Montou no pelo de um cavaloque pastava por ali, e, ainda, levou o cantil de um dos praças.Não que precisasse de água, farta em toda a região, mas ocantil era o seu troféu. Genaro voltou, tranquilamente para oseu barraco. Ele sabia que a tropa, desarmada, não o procurarianaquele e nos próximos dias, e, se o fizesse seria em outroslugares que não sua casa, pensavam que ele não poderia ser tãoousado.Para terminar:Entrou no bico do pinto.Saiu no bico do pato.Causos, contei três.Agora, você conta quatro

26/03/2013 - Guido AraujoDr. Raimundo, bela a história a do Genaro, contada com arte epor quem conhece a região e seus mistérios. Está faltando ahistória do Batica. Este Batica tinha um grupo. Alguma coisadele deve estar registrada em Datas ou Diamantina, emboratenha vivido nos termos de Gouveia. Meu pai contava que,quando ele chegava nas festas de casamento, acabava comtudo. Punha os noivos para servir o jantar para servir o jantarpara ele. Recomeçava o baile e punha o povo para dançar,cantando: “esta faca de Batica/ é de quem é/ e todo mundorespondia: “da barriga dos homens e das muié”

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ARTIGOS

Os CustódiosRaimundo Nonato de Miranda ChavesNeco Custódio, mulato claro, ou, com mais precisão: trêsquartos talvez, sete oitavos da raça branca; pele queimadade sol, magro, quase sessenta anos. Mas, não se deixeenganar, ágil como um gato, forte, rijo, suas mãos pareciamgarras. Neco trabalhava para Niquinho Miranda, não eraempregado fixo, realizava tarefas especiais quando solicitado.Hoje, era um destes dias e Neco, ainda cedinho, entrava, nacasa de Niquinho, pela porta dos fundos conforme seucostume. A porta era partida em duas tal que a parte de cimafuncionava como janela e a portinhola de baixo, semprefechada, impedia que as galinhas entrassem na cozinha. Necogirou a tramela da portinhola, entrou e cumprimentou donaAmélia que respondeu com visível mau humor, enquanto, lheapontava o bule de café sobre o fogão e a pequena canecaesmaltada pendurada perto dali. Esperou que Neco servisseo café e falou:— Quando terminar vai até a sala. Niquinho te espera lá.Niquinho, cenho carregado, mas sempre se alegrava quandorecebia Neco Custódio e o cumprimentou:— Como você tem passado meu compadre?E Neco, era um hábito seu, respondeu:— Pois é, seu Niquinho, estou ainda aguentando, só aquelacasquinha!— Você já sabe o que me aprontou a Ritinha? Apareceu aíde barriga!— É, ouvi dizer!— O Xisto, pai dela, me confessou que foi aquele mateiroque amansou uma tropa para João Baiano. Segundo meinformou o próprio João Baiano, o porqueira mora ali nasimediações da Tapera, saindo na direção do arraial do Sapo.Eu mandei chamar você, meu compadre, porque quero queva busca-lo para mim. Amélia tem um xodó danado com estamenina que, ela praticamente criou. Coma um feijão ferrado,apanha o que precisar e monta meu burro ruão, animal forte,para você arrastar o cabra, amarrado, se for preciso.Tardinha do quarto dia, o sol acabara de se por, Niquinho,como fazia diariamente, sentado no pedestal do grande cruzeiroem frente de sua casa. Já rezara, agora, pensava na Ritinha,no Neco, além dos problemas cotidianos. Quando ouviu abatida da porteira do Córrego Seco. Levantou-se, olhou comatenção e reconheceu a marcha batida do Ruão. Estranho,Neco chegava sem o porqueira, e, Neco não é de fazer ascoisas pela metade. Esperou impaciente. Neco apeouvagarosamente como se quisesse adiar, se possível, evitar oencontro com Niquinho. Retirou o embornal de couro,colocado na capoteira, pendurou-o no ombro, dirigiu-se a seuNIquinho e o cumprimentou, assim, meio sem jeito. Niquinhonem respondeu ao cumprimento e perguntou:— Cadê o homem?— Oh seu Niquinho a coisa não se deu conforme nóspensamos. Encontrei o porqueira numa vendinha na estradado Sapo e, falei que ia levá-lo para reparar a safadeza quetinha feito com Ritinha. Pois o infeliz reagiu, saltou para cimade mim com um punhal, destes curvelanos. Eu negaceei,segurei a munheca dele com a mão esquerda e cortei a barrigadele com minha peixeira. Foi uma vez só e ele já caiu no chão

estrebuchando. O dono da venda quis se mexer, então, eu,com a faca suja de sangue e de outras coisas, o encarei comdisposição, e ele se acalmou. Ai, eu pensei, aquele, ali nochão, não servia mais para casar, era tempo perdido traze-loconforme o senhor mandou. Por isso cortei só a orelha dele,está aqui no embornal.-- Não quero isto! Desarreia o burro, pede Amélia para lheservir o jantar, dorme no quartinho do rancho e amanhã vocêdeixa o Ruão arreia outro animal e vai para a fazenda dePedro Miranda, na barra do Rio Cipó. Fica lá, por uns tempos.Vamos aguardar os acontecimentos.— Oh seu Niquinho, o senhor me desculpa, mas acho que oRuão não deve ficar no Camilinho. Aqui passa muita genteda Mata e este burro chamou muito a atenção nos lugaresque passei. Afinal, mulato claro queimado de sol e magro temmuitos por aqui, mas burro ruão, marchador e grande, só este.Se o senhor concordar eu o escondo lá nos Crioulos, perto deminha casa. De lá, eu continuo a viagem num cavalinho meu,mas não quero ficar lá no Pedro Miranda, ele é muitoautoritário e nós podemos nos desentender. O senhor medesculpe, ele é genro do senhor, mas genro por genro euprefiro ficar na fazenda do Cafundó de João Baiano, com eleeu me entendo melhor.Algum tempo passado tudo continuou calmo, era comum atosde vingança para lavar a honra das donzelas. Neco vendeu oRuão, com anuência de seu Niquinho, para gente da fazendaCana Brava, lá pelos lados de Augusto de Lima. Ritinha pariuum garoto forte e saudável e ainda se casou com um primoque ficou conhecido como Tico-tico – avezinha idiota quechoca os ovos e trata de filhotes de melro; filhote muito maiordo que os pais, que se desdobram trazendo minhocas, larvas,insetos e sementes para alimentar aquela criatura faminta.Às vezes me assusta a lição de minha neta adolescente: Calmavô! É da natureza da avezinha.Mês de maio, safra de milho, este ano, generosa, chuva nahora certa. Niquinho colheu muito milho. Reservou um paiolinteiro para alimentar a porcada, decidiu fazer fubá do outropaiol. As mulheres trabalhavam do nascer ao por do sol,usavam uma peça de madeira em forma de cunha, poucomenos do que um palmo, pendurada no pulso, com elarasgavam a palha de milho, e com as mãos terminava otrabalho de despalha. Balaio cheio, o milho era levado a umjirau e ali um homem batia, com uma estaca leve; os grãos demilho se soltavam do sabugo e eram recolhidos sobre courode boi colocado em baixo do jirau. O milho, era abanado comajuda de uma peneira grossa e, colocado na moega do moinhode pedra. O moinho não parava, dia e noite aquele ruídomonótono. A pedra de cima, móvel, rolando sobre a de baixo,fixa, e esmagando os grãos de milho que caiam da moegaatravés de uma bica de madeira. A quantidade que caia?Controlada por dispositivo rústico acionado pela pedra movel.A sacaria de americano cru comprado no armazém da fábricade São Roberto era cortada e costurada por dona Amélia, namaquininha de mão. Dez alqueires de fubá, medidos eensacados, carga para cinco mulas, eram colocados nosbalaios de taquara, um alqueire por balaio, dois balaios por

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ARTIGOScada mula. Este trabalho mais o transporte e acomercialização eram serviços para compadre Neco Custódioque chegava com o nascer do sol, arriava a tropa, carregavae partia para Gouveia. Fubá não se conserva por muito tempo,compradores eram exigentes e ao menor sinal de azedo ouformação de bolor, a saca era rejeitada.Ano de safra generosa, já disse isto, estou apenas reforçandoa informação, todos tinham fubá e, até os economistas sabem,aumentando a quantidade oferecida cai o preço de equilíbrio.Portanto, é recomendável que você reze para chover na suahorta, mas peça, com mais fervor, para não chover na hortado vizinho.Neco Custódio, habilidoso, diligente, mesmo assim conseguiuvender a carga de quatro bestas. Tocou com a outra paraBarão de Guaicui. Ali, casa antiga, assoalho de madeira,tabuas largas sobre batentes muito espaçados resultava numpiso com alguma flexibilidade. Neco media o fubá em umaquarta de madeira – vinte litros - , enquanto o comprador,falava sobre catira, cantava e dançava em torno da quarta.O sapateado, com batida forte nos calcanhares, flexionava oassoalho e abatia, compactava o fubá despejado na quarta. Aquarta, quase cheia, ele interrompia seu Neco e, com as mãosem garra, pressionando o fubá, mostrava e comentava comoera rastro de onça. Terminada a peleja, dez quartas de fubá,dois alqueires e mais duas quartas colocadas de dobro sobreos balaios, o comerciante ofereceu:— Então seu Neco! O que o senhor vai comprar?— Acerta a conta do fubá!

Respondeu Neco Custódio, com ares de poucos amigos. Ocomerciante contou os riscos que havia feito na parede aolado do caixote de fubá e falou:— São dois alqueires e meio, mas a última quarta estavafaltando cinco litros. Vou descontar no pagamento. O senhortem que medir as quartas com fartura senão, o senhor sabe,quando o senhor morrer a terra não vai dar para cobrir asepultura. Neco recebeu o dinheiro, só então, falou:— Eu preciso de munição para a espingarda: chumbo grosso,chumbo fino e pólvora, meia libra de cada um, mais 30espoletas.Recebeu a mercadoria, enrolada em jornal velho, colocou nacapanga de pano e ia saindo da venda quando foi cobradopelo vendedor.— Seu Neco! O senhor se esqueceu do pagamento damunição.— Esqueci não senhor! Esta munição é para matar aquelaonça safada que fazia rastros no meu fubá. Ainda tem umapequena sobra para dar alguns tiros e espantar aquelescatireiros sem vergonha que ficam dançando perto da quartade fubá.Neco Custódio morador dos Crioulos, cabeceiras do Rio daCapivara, tinha quatro filhos: João, Pedro, José e Levindo e,pelo menos, duas filhas: Rita e uma outra casada com Necode Antonico Teles. Esta história fica para a próxima semana.04/04/2013 - Gil Martins de OliveiraÉ, meu caro Raimundo Nonato, os Custódios acabam de meproporcionar uma gostosa viagem pelos costumes e vivênciasdos nossos ancestrais. Pura e bela obra literária. Parabéns.

Amigos de verdadeCarolina Chaves Molck - 9 anos 4º. Ano – ColégioMarista

Amigos de verdade são aqueles que,

quando estamos enrascados eles

nos ajudam quando brincamos eles

brincam junto e quando choramos se entristecem

Quando rimos, florescem, quando

amamos, amam junto e compartilham

os prazeres da vida

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ART IGOS

TRABALHO INFANTIL X INFANTILIDADEGil Martins de OliveiraA mídia e os (in)formadores de opinião acabaram criando ummonstro chamado trabalho infantil. Mas se prestarmosbastante atenção, ele só está proibido para os excluídos, sabe,aquela gente que continua sem voz e sem vez. Aquelascrianças que vendem balas junto aos carros, nos semáforosvermelhos ou as que acompanham os pais pedintes. Ou ainda,para aquelas que têm que ajudar os pais nos pequenosempreendimentos familiares. Sim, para esse pessoal, toda aforça da lei. É um crime, é um absurdo. No entanto, as mesmaspessoas que fizeram as leis e zelam pelo seu cumprimento etodos nós estamos cansados de ver crianças, minipatricinhase minipatricinhos, trabalhando diariamente nas diversasemissoras de televisão. Será, talvez, porque este tipo detrabalho seja “limpo” e o outro, “sujo”? Mas sujeira não seriaroubar? Aqui está mais uma comprovação de que, em nossapátria, a punição pelo não acatamento das leis só existe paraquem não tem “padrinho” com poder de veto. A maior partedos meus setenta e um anos foi vivida perto de famílias queusaram mão de obra infantil em suas plantações. A maioriadas crianças, após as aulas, ajudavam os pais no plantar, nocuidar e no colher. Algumas famílias, às vezes, por ignorânciamesmo, impediam os filhos de irem para a escola, o que era esempre será condenável. Contudo, conheço dezenas dessestrabalhadores infantis de outrora que, hoje, são pessoasrespeitáveis, responsáveis e dignas. Muitas, inclusive, comcurso superior. Certa vez, visitando uma família amiga, aquida roça, vi uma menina de cinco aninhos, hoje, com seusquarenta, que, em cima de um caixote, junto ao tanque,pelejava para lavar uma blusinha que havia sujado. Essa garotae suas irmãs cresceram em todo sentido, tornando-se pessoascompetentes na família e na sociedade. É muito raro sedeparar com alguém que tenha começado a trabalhar cedo ecaído no mundo do crime. Então, por que não fazer com queos pequeninos aprendam a arrumar sua cama, a cuidar doseu quarto, enxugar o banheiro ou a lavar o seu prato? Quemal há nisso? Sou de opinião que tudo o que existe NACRIAÇÃO é para ser usado. USADO! O grande problema,fruto, aliás, do nosso livre arbítrio, é o Ab-uso. ABUSO. Éneste prefixo, ab-, que mora o problema. Toda criança, nomeu entender, deve crescer tendo algum tipo de afinidadecom o mundo do trabalho. E se nossos legisladores egovernantes não querem ver crianças – nenhuma! –trabalhando, então que criem escolas com tempo integral, mas,por favor, incluindo no currículo, alguma disciplina que possaajudar o aluno na sua tendência profissional. Louve-se, aqui,o Colégio Padre Eustáquio, em Belo horizonte, que, hácinquenta anos, conserva, na grade curricular, a disciplina ArtesIndustriais. Em grupos, os alunos se revezam nas habilidadesrelacionadas com madeira, argila e metal. Antigamente haviaeletricidade também. E como eles gostam desses momentos!Tenho absoluta certeza de que, nesse meio século deexistência do colégio, muitos ex-alunos escolheram oudeixaram de escolher alguma profissão devido às experiênciasvividas naquela Sala de Artes Industriais. Banir a

EXPLORAÇÃO do trabalho infantil, SIM! Agora, BANIRa criança do mundo do trabalho, NÃO! Educar para o trabalhoé tarefa que tem que começar cedo, pois quando realizamosalgum tipo de trabalho, crescemos em autoestima e emdignidade. Estamos cheios de marmanjos, por aí, que nadafazem porque nada lhes foi ensinado. Gente que queremprego, trabalho, não. Tachar o trabalho infantil, pura esimplesmente, como crime, para mim, é INFANTILIDADE,é falta de discernimento e, o que é pior, é educar para amalandragem. Educação para o trabalho não pode seriniciada na adolescência. Nessa altura dos acontecimentos,a “oficina” já estará ocupada.

18/03/2013 - Adilson do NascimentoGil, você como sempre brilhante! Eu posso não ser paradigmapara o sucesso, mas também não sou exemplo de fracassoe comecei minha vida “profissional” aos onze anos de idade,vendendo lenha puxada do Mato dos Bois, para as donas decasa da vila e chuchu e abóbora para o refeitório da fábrica.Aos quatorze anos eu já tinha uma carteira profissional demenor assinada pela fábrica e aos dezesseis eu já fazia partedos funcionários de D. Stael, no escritório, e respondia pelafolha de salários de todos os operários, efetuando ospagamentos em espécie. Buscar lenha era um trabalhodivertido (correndo por aquelas campinas do Amarelo, doLajeado, do Bateeiro; nadando nas barragens nos riachos,ou nas cachoeiras; apanhando guabiroboa, araticum, jatobá,pequi) e rentável. Junto com vender abóbora meproporcionava angariar “algum” para um cineminha, comumacolega, um pão com salame e pagar a pequena contribuiçãoque era cobrada pelo ginásio. O que ficou de ruim de tudoisso? Absolutamente nada! O que ficou de bom? O início damoldagem da minha experiência e personalidade. Aprendicedo que o dinheiro não cai como a chuva, nem que em seplantando dá. Mas você não teve infância! Poderia dizeralguém menos avisado. Duvido que uma criança de hojecom tudo que tem à disposição tenha uma infância como eu,meus irmãos e meus contemporâneos tivemos. O excessode proteção do governo para os chamados excluídos, eu jádisse isto aqui, exclui mais do que protege. Por isso é que sevê tanta marginalidade.

18/03/2013 - Maria Auxiliadora de Paula RibeiroGil, Adilson e Joãozinho, comentei a excelente crônica doGil pelo face. Agora, junto-me a vocês três, para indagar:-apesar de trabalharmos, quando crianças, quem pode dizerque teve uma infância melhor que a nossa? Tempomaravilhoso em que, cumprindo nossas rotineiras tarefas,tínhamos por companheiros e cenário: o sol a matizar decores mil o firmamento, o cristalino dos regatos, a queda dascachoeiras e o verde matiz da relva. É claro que o nossotrabalho não impediu que fizéssemos da natureza também onosso habitat, curtindo dos pássaros o gorjeio e da brisa osuave toque. Jamais deixamos de estudar e fazer nossastarefas escolares e de nossos pais aprendemos, pelo trabalhodigno e pelo exemplo, todos os valores que nos fazem hoje

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ARTIGOSseres pensantes e responsáveis. Seres que veem noTRABALHO a força-motriz que nos direciona para o bem epara que sejamos os cidadãos honrados que hoje somos.

22/03/2013 - Gil Martins de OliveiraTRABALHO INFANTIL – 02Minha saudosa e querida mãe, Isaltina Tameirão de Oliveira,jamais se despreocupou com o futuro dos filhos, no queconcerne a trabalho. Aos oito anos, eu já engraxava sapatos,andando de porta em porta ou, nas grandes festas de Gouveia,ali bem na esquina da venda do Zé de Glória. Houve épocaem que “lavava a égua” como se diz em minha terra. Dosdez aos treze anos, passei por três sapatarias, das diversasexistentes em Gouveia. Minha mãe simplesmente chegavaaté os donos e ia logo pedindo: — “será que você pode deixarmeu filho, aí, para aprender ofício? Não precisa pagar nada aele”. Meu primeiro “estágio” foi com Zé de Odília, depois,passei pela oficina de sapateiro, assim era chamada, do Zéde Dico, e mais tarde, na de Popô. Interessante é observarque, nessa época, Gouveia produzia muito calçado. Tenhoduas marcantes cicatrizes no dedo médio da mão esquerda,consequência das escapulidas da afiada faca de sapateiro,ao cortar a sola. Em seguida, fui trabalhar na Padaria doJacques, vendendo pães nas casas. Durante muito tempo,entreguei pão em Datas. Saía da Padaria, à Rua LaurindoFerreira, a pé, e puxando um burrinho, com dois balaios chei-os de pão, na cangalha, descia o lapeiro do Curtume dosPaulinos, passava por São Roberto, pelo Bateeiro, com a belaCachoeira, pelo Mato da Companhia que, na verdade, nãopassava de uma capoeira e seguia estrada afora até chegar“nas” Datas, onde entregava a carga no depósito de pão,retornando em seguida. Nessa mesma época, fui coroinha dePadre José da Mata Machado e, mais tarde, de Padre Serafim,os quais, iniciavam a missa, em latim, dizendo: “Introibo adaltare Dei”, subirei ao altar de Deus; e a gente respondia:“Ad Deum qui laetificat juventutem meam”, ao Deus quealegra a minha juventude. Até hoje, tenho todo o responsóriona memória. Nas andanças pelas capelas, criança ainda, sen-tia-me muito importante, tomando café ou mesmo almoçan-do na casa do Dr. Rômulo, em São Roberto, do Coronel Cica,no Tigre ou mesmo, na de Dodona ou Dona Doninha, ao ladoda Matriz, onde dormi inúmeras vezes, nas quintas-feiras,véspera das primeiras sextas-feiras. Até o sono chegar, jogá-vamos escopa. Normalmente, em minha casa, nessas ocasi-ões, mamãe me acordava às três da madrugada. Eu me arru-mava e me dirigia até à casa de D. Genilda, que morava noBeco de Jota, para chamar o Eustáquio Miranda, Taquinho,e, juntos, na silenciosa madrugada, subíamos para igreja. Essetal beco, que ao centro, tinha uma larga canaleta calçadacom grandes lajotas para escoar as águas das enxurradasque desciam rumo ao Rio Chiqueiro, divisava com o quintalde Madalena de Deus, no qual havia uma enorme moita debananeira prata, da qual sempre vinham alguns barulhos nãoidentificados que acabavam contribuindo para que eu aper-tasse mais o passo. A volta era mais tranquila, pois já estavaacompanhado. A partir das quatro horas, Padre Serafim jácomeçava a distribuir a comunhão para os fiéis devotos quetrabalhavam na Fábrica de São Roberto e tinham que pegar

serviço às seis da manhã. Além das “mordomias” citadas,andava de carro, no jipe do Sr. Oséias ou então, no Austinque Padre Serafim ganhou dos operários da fábrica de teci-dos. Além de tudo isso, ainda sobrava tempo para ir à escola,caçar e matar passarinhos e brincar de faroeste nas ruasvazias de minha terra. E mais, buscar lenha lá para as bandasdo Pé do Morro, tendo, muitas vezes, a companhia do JoséMoreira, Zé de Flora. Com balaio alçado pelo braço, vendimuito abacate, laranja, mamão e banana nas portas das ca-sas. Meu avô, João Tameirão, era quem incentivava — paranão dizer que obrigava — a gente, nessas ocasiões. Meusirmãos, João e José Antônio, não tiveram vida fácil, pois ado-lescentes ainda, já trabalhavam junto com papai, Jason, naLapidação de Diamantes de vovô Aprígio. Sem a ajuda de-les, teria sido muito difícil para meu pai sustentar as trezepessoas da família. Dois outros irmãos, Jayme e Romeu, es-tiveram nas alfaiatarias de Geraldo de Abreu e de GeraldoCordeiro (Romeu) e na de Antônio Augusto do Pombal(Jayme), também aprendendo ofício. Escola? Era o GrupoEscolar Aurélio Pires. Hum! Não era brincadeira. Para mim,apesar de todas as especializações existentes, hoje em dia,as atuais primeiras séries do Ensino Fundamental não che-gam nem perto do que se ensinava e se aprendia naquelestempos. As professoras eram, realmente, educadoras. Alémdos conteúdos, a gente aprendia boas maneiras, civismo, ci-dadania, amor à pátria, princípios morais e cristãos; fazíamosmuitas excursões pelos campos, o que, talvez, tenha contri-buído para que muitos homens e mulheres, ex-alunos, hoje,demonstrem tanta afinidade com o meio ambiente. E se agente quisesse aprontar alguma estrepolia, além da atençãodas professoras, lá estava o sempre alerta Chiquinho Aguiarque nada deixava passar. Ele era sineiro, porteiro edisciplinário, funções que desempenhava com escrupulosaresponsabilidade. Eis algumas lembranças inesquecíveis, agente as tratava por Donas: Adalgisa, Zézé Ribas, Ritinha,as filhas de Hemano, dentre as quais destaco Alice Chaves;Marília Gomes, Doca, as queridas Vitalina e Zaíde. Sãonomes que ficaram carimbados na minha alma, além, é cla-ro, da dirigente espiritual de todas as crianças gouveianasdaqueles tempos: Dona Flora. Na verdade, o que eu e meusirmãos somos, hoje, nós o devemos aos nossos pais, prin-cipalmente ao desempenho motivacional de mamãe que,com todas as limitações provocadas pela fustigante asmaque a atormentava, sempre nos orientou na busca de umaocupação. “A alma ocupada não é tentada”, dizia-nos sem-pre. E mais, quando começávamos a receber salário, a or-dem dela era: “O primeiro bem que um rapaz deve adquiriré um lote, para construir o seu barraco”. E isto, todos nósseguimos à risca. Tenho certeza absoluta de que o meu con-teúdo de ser humano, hoje, seria totalmente diferente, se eunão tivesse apanhado muito de minha mãe. Sim, Dona Isaltinanão deixava por menos e eu tinha uma índole bem compli-cada. Ela conseguiu arrancar de mim muita erva daninha,dentre as quais, tirar as coisas escondido. O “colchão” donosso berço sempre foi recheado com responsabilidade,respeito, moral, ética e valores cristãos e limites. Graças a

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Deus. Preocupa-me, hoje, a permissividade presente emmuitos lares. Muitos pais optam por “comprar” o comporta-mento dos filhos com a moeda corrente chamada bens deconsumo. “Se você comer, vai ganhar”... “Se você fizer odever de casa, vai ganhar”... Quem sabe, a nova lei, aprova-da no Congresso Nacional, tornando os direitos empregatíciosdas empregadas domésticas iguais aos demais, não irá con-tribuir para que os pais dividam com os filhos as tarefas diá-rias do lar?! Muitas famílias, certamente, não conseguirãomais garantir o salário de uma doméstica, dentro das novasexigências contratuais. Fato que forçará, obrigatoriamente,mudanças nos hábitos familiares. Um bom momento paraque as crianças possam começar aprender a colocar a roupasuja no cesto, a estender a toalha que usou, a guardar os seussapatos, a arrumar a sua cama, a lavar o prato em que co-meu, a deixar banheiro e quarto limpos. Ensinarcorresponsabilidade e compartilhamento, eis uma bela formade se iniciar o Trabalho Infantil, do qual sou fruto, e commuito orgulho.

24/03/2013 - Guido AraujoGil Martins de Oliveira, você matou a cobra e mostrou o pau.Gostaria de conhecer você, que deve ter um bom papo esaber contar boas histórias. Certa vez sugeri a MariaAuxiliadora escrever suas memórias sobre Gouveia, faria omesmo a você. Sua lembrança dos lugares, das pessoas ecoisas está viva, nítida. Você viveu um período de mudança,principalmente na educação, que passou a ser ensinamento enão formação. Os pais passavam suas experiências ao filho,e este aprendia “fazendo”, num tempo em que não era proi-bido menino trabalhar. Esse tempo precisa de registro e vocêtem o dom de contar o fato, é um ótimo cronista, no sentidohistórico termo. Você aceita?

25/03/2013 - Gil Martins de OliveiraPrezados amigos e conterrâneos, Adilson, Guido, Hermes,Nilson e Maria Auxiliadora escrever, para mim, é atividadeprazerosa, mas quando o assunto é Gouveia, bota prazer nis-so. A questão é que minhas lembranças são limitadas. Gosta-ria de ter a memória do meu irmão, João, este sim, tem muitaGouveia para ser contada. Já sugeri a ele que vá registrandotudo e passando para mim. O fato de, em 1956, eu ter saídode Gouveia rumo ao Seminário de Itaúna, MG, e, em 58, mi-nha família ter-se mudado para Contagem, deixou-me ape-nas as memórias contidas entre dezembro de 41, quando nasci,a janeiro de 56, quando parti. É bem verdade que foram 14anos intensamente vividos e bem aproveitados por mim, apartir dali, do número 610, da Rua Laurindo Ferreira. Atéhoje, guardo na mente cada palmo daquele chão gouveianoque não cansava de percorrer e dos espaços públicas, daslargas, que não existem mais: cadê o Campo do Cemitério,de Raimundo de Carlota, a grande área atrás e ao lado dohospital, da Cruz do Padre, da Cruz das Almas e todas aque-las terras que margeavam o caminho para o Rio Chiqueiro,passando por Raimundo de Carlota? Já sei, gato comeu. Se,

o que escrevo e continuar escrevendo, puder ser útil paraalguma coisa, que assim seja. Façam bom proveito.

Lembranças do padre José08/04/2013 - Gil Martins de OliveiraMeu caro, Adilson, duas considerações a respeito de publicaçõessuas hoje. A primeira se refere aos intelectuais de primeiralinhagem de Gouveia. O máximo que eu poderia almejar seria oposto de coroinha dessa turma. Obrigado pelo conceito, masnão me superestime, por favor. A segunda é referente à belafoto da igrejinha de São Roberto. Quantas e quantas missasacolitei ali, nos tempos do latim e do padre de costa para aassembleia. Numa delas, celebrava o saudoso Padre José daMata Machado. Era o momento da consagração. Eu já estavade campainha em punho para saudar o erguimento da hóstiaconsagrada quando, de repente, o velho e rigoroso celebrantepercebeu, pelo reflexo na porta do sacrário dourado, que haviaum “atrevido” que não se ajoelhara. Padre José, de mãos postas,calma e serenamente, voltou-se para a assembleia e fitando ofiel que continuava de pé, apontou o dedo indicador para o céue disse, solenemente: — Grande é só Deus! E voltou-se para oaltar, dando continuidade à celebração. O homem, que seajoelhou imediatamente, era ninguém mais nem menos do queo grande Doutor Alexandre Mascarenhas.

08/04/2013 - José Moreira de SouzaGil, bela lembrança do padre José Machado. Ele reina soberanona memória popular de Gouveia. Não apenas pelo nome da praça,mas por inúmeros casos relatados pelos mais velhos para osfilhos. No primeiro Prêmio Afago de Literatura, o contovencedor narrava estórias do padre. Ele simboliza o fim de umaépoca. Aquele tempo em que o padre era sagrado, sua palavraera respeitada e temida. A ele devemos a construção da capelado Barão, a de São Francisco, a criação do Livro de Tombo queregistra a história de Gouveia a partir do ano de sua posse,recuperando até mesmo a história antiga, com nomes dosvigários e párocos, reforma da Matriz desde quando tinha duastorres e a conservação de todos os livros antigos. Quanto aoslivros, muitos se perderam por falta de atenção da comunidadee dos vigários.O padre José Machado tinha uma severidade doce. Era, comfrequência, enérgico. Não deixava nada sem resposta, mas nãoprivilegiava quem quer que fosse. Dois casos: certa vez, eleestava sem vinho para celebrar. Pediu-me para ir até a casa deDoninha, mãe de Eutália, para pedir uma garrafa de “VinhoEucarístico”. Eutália presidia a Guarda de Honra e cuidava dospadres lazaristas que vinham a Gouveia uma vez por mês paraatender às filhas de Maria – associação presidida por LourdesBrasil - e à Guarda de Honra; por isso guardava, em casa, vinhose hóstias. Fui, e dei o recado. Doninha me atendeu, encontrouuma garrafa de vinho já pelo meio e entregou-me com a seguintemensagem: “Diga ao padre José que não é nada.” Lá fui eu coma meia garrafa e o recado. Dei conta das duas coisas. Aí, opadre deu-me nova incumbência: “Volta lá e diga para ela: ‘eucompro vinho, mas vinho não me compra”. Não entendi orecado, que, certamente, era uma mensagem cifrada; mas não

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fui burro para levar de volta a dita mensagem. Por qualquerdúvida, cheguei em casa e narrei o episódio a Tia Flora. E elaassustada: “mas ocê não falou nada, né?” Certamente, tia Floraentendeu melhor o recado.Segundo caso. Era um domingo. O padre celebrava a missa. Aigreja estava cheia e como era costume, os homens ocupavama parte que ficava junto à porta principal ou atrás do altar numaportinha do lado esquerdo que dava acesso à capela doSantíssimo. Um senhor, cujo nome omito, lia um jornal enquantoo sacerdote lia a epístola. Em dado momento, eu notei que oque o padre falava não era latim, mas um bom português. Coma mesma entonação, ouço: “Você não tem fé? Vem à missa paraler jornal?” E voltou à leitura da epístola. A comunidade,certamente, não entendeu nada; a repreensão foi dirigida apenasa um senhor.Quando o padre José queria comentar alguma falta, que era deconhecimento da comunidade ele jamais se referia à pessoa.Certa vez, um senhor entendeu que ele se referia a seucomportamento tido como inadequado. Imediatamente, foi àsacristia, após a missa e perguntou: “O senhor disse isto foi pramim?” A resposta veio imediata: “Se a carapuça lhe serve, use-a.”Eu tenho recordações alegres, todas as vezes que me lembrodo padre José. Vejo-o sentado junto ao fogão, ou no escritóriopintando cenas do arraial de Nossa Senhora da Glória ou dacapela do Tigre. Vejo-o carinhoso com os inúmeros afilhados.Guardo as últimas cenas de sua agonia, assistido pelo Guido –afilhado de uma família do Pedro Pereira. Padre José era umhomem de Deus. Isto a Gouveia aprendeu e lhe devota umamor sincero.

08/04/2013 - Adilson do NascimentoGil, não concordo com você e sei que o rótulo lhe cai muitobem! A foto da igrejinha da fábrica (apenas no facebook pois eunão consegui publicá-la aqui), mostra o cuidado da administraçãoatual com uma relíquia, não só da fábrica, quanto da Gouveia.Vê-se os bancos novos, de madeira, os quadros antigos da viasacra, nas paredes com nova pintura, o altar antigo, todo demármore e o telhado íngreme. Quanto ao “velho” AlexandreMascarenhas convivi com ele em três situações: bastantedistante, como patrâo do meu pai; menos distante, como meupatrão e completamente próximo, como amigos que fomos,por um longo período, quando, inclusive, sabia de sua artroseno joelho o que o impedia de dobrar o joelho, o que talvez tenhasido a causa de sua permanência de pé, na hora da consagração,até porque ele era católico de boa fé. Porém, na atual Matriz deSanto Antônio, logo na entrada, existem dois profetas em pedrasabão. Um está com o dedo apontado para os céus, como se adizer: “meu Deus está lá em cima”. O outro tem o braço e odedo voltados para o lado, como se a dizer: “meu Deus sempreesteve lá na fábrica”.

09/04/2013 - José Moreira de SouzaAdilson, a relação entre cobu e biscoito queimado sempre foimuito intensa. Havia as pessoas que residiam na bela vila dafábrica que você descreve com altíssima competência na obraque ainda será publicada; mas, quase todas tinham parentes em

Gouveia, com exceção de umas poucas moças que residiam no“convento”. Além disso, um grande número de operárias e ope-rários desciam diariamente serra abaixo a partir das 5 horas damadrugada para o trabalho na fábrica. Eu, ainda muitocriancinha, assisti a uma missa na capela da fábrica que foidemolida para dar lugar à residência de Pedro Cesarini e Marle-ne. Assisti à inauguração da nova capela e ao “batismo do sino”,à inaguração da nova usina da cachoeira, à inauguração do novopavilhão da fábrica. Tudo isso com a participação da multidãode gente de Gouveia. Dancei também no clube numa festa deano novo, assisti a e participei de teatro no cinema da fábrica.Enfim, trocas entre Gouveia e a fábrica eram constantes. Va-mos à serenata. A banda de Gouveia e de São Roberto era umae mesma coisa. Zé Maria, o grande maestro, unificava isso,tanto quanto ao coral que cantava na igreja. Certa vez, GeraldoAbreu, me chamou para uma seresta em São Roberto. Zé Ma-ria estava junto, acompanhado de Zé de Juca, Manuel Soaresda Luz - maestro da banda de Datas -, Chico de Sá Bernardina.Zé Maria foi até a sala da música, e nós nos reunimos na portade Samuel, cunhado de Geraldo Abreu. A partir daí a cantoria,melhor a sinfonia seguiu seu trajeto. Casa das Clarinda, casa deRaimunda de Paula, casa de Chico Vieira e subimos rua acima.Após o que, decemos e subimos para Gouveia. São Robertoestá para Gouveia como Biribiri, Inimutaba e Cedro estão res-pectivamente para Diamantina, Curvelo e Paraopeba. As vilasdas fábricas eram extensão das cidades que as sustentavam eàs quais as fábricas davam vida. Com a criação de Biribiri, opovo de Diamantina tinha o orgulho de visitar todos os fins desemana esse novo espaço e a vida urbana acontecia em Biribirimais do que na orgulhosa Diamantina. Com a vila do Cedro -hoje Caetanópolis - a, então, chamada Vila Paraopeba se proje-tou tanto que chegou a ter um jornal diário fundado por unssonhador, Avelino Fóscolo. A indústria têxtil com suas vilasoperárias inventaram um modo de vida urbano importantíssi-mo para a gente compreender as novas cidades que Minas Ge-rais criou. Vilas se tornaram monumentos de cultura urbana.Não foram apenas espaço de produção mas de valorização dotrabalho e de sua “reprodução ampliada”. Eu tenho um relatoque narra a chegada em Diamantina de dona Mariana dos San-tos, a zeladora do convento de Biribiri. Ele havia viajado ao Riode Janeiro e retornava. Foram muitos dias de festa desde oGuinda até a “cidade maior” Biribiri. Dona Mariana era mãe dobispo e esse estava sempre presente na vila da fábrica, prefe-rindo a fábrica ao palácio. Em Gouveia, contava-se, - Efigênionegou isto - que, nos tempos do Coronel Sica, os operários nãobatiam ponto. Tomavam a bênção do coronel e se dirigiam paraas máquinas. Hoje as coisas mudaram muito, a fábrica é apenaslocal de produção e que casa um cuide de si. Pouquíssimasfamílias ainda residem na vila da fábrica São Roberto e as tro-cas da empresa com Gouveia dependem de deliberações na matrizda Cia Industrial de Estamparia. Empresa criada com capital dafábrica de São Roberto, ou seja com o trabalho de toda a Gouveiapara engrandecimento de Belo Horizonte e Contagem.

09/04/2013 - Guido AraujoOS PROFETAS Você, Adilson, falou da existência de dois pro-fetas na entrada da atual matriz de Santo Antônio e do significa-do de seus gestos. Não conheço os ditos profetas nem de nome

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nem de vista, mas presumo que devam ser uma imitação dosde Aleijadinho, ou pelo menos de inspiração barroca. Emboraconfie na sua piedade patriótica, tenho para mim que os ges-tos admitem outras interpretações. Aponto dois motivos: pelaescultura, que é uma obra aberta até certo ponto, admitindovários significados e por alguns dados que você nos fornece.Com base nos dados - a posição dos profetas “na entrada daigreja”, indica perspectiva de quem entra no templo. Por aí,posso interpretar primeiramente que um deles está apontan-do com o dedo o ponto de recolhimento das doações e outroindicando onde está o poderoso Recompensador da genero-sidade, no céu. Por outro lado, na perspectiva de quem sai daigreja, um dos profetas poderia estar pedindo carona e o ou-tro indicando a direção que eles queriam ir, o céu. Ainda te-mos outras mensagens possíveis. O primeiro estaria dizendoà pessoa que entra ou que sai da igreja: “se você quer ou nãoir lá para cima, o céu, veja o que meu colega lhe indica”, eeste, com o dedo apontando a terra, para o lado, estariadizendo,”deixa de imaginar bobagem, gouveiano, abra o olho,olhe onde você está pisando. Cuide de Gouveia desde oBoqueirão até o Paraúna. Cuide de sua história, do Hospital,da Apae, do Asilo, das escolas, de sua casa, de seu irmão, desua vida e desta sua boa terra. Ó, se você cuidar dela, seucéu começa é aqui. Mas se você não fizer isto, aqui, ó, procê”

09/04/2013 - Adilson do NascimentoProfessor José Moreira de Souza, a vantagem de ter vocêcomo amigo é meu constante aprendizado. Eu disse, lá embaixo, aqui neste espaço, que não vivi Gouveia, por ter vividoapenas São Roberto, na minha infância, justificando que asduas localidades formavam duas repúblicas distintas, até por-que a Gouveia “elitizada” representada pelas famílias da Ruada Frente também não tratava como igual o pessoal das Ruasde Trás. Não discordo de você, nem posso, quando você dizque havia uma “relação intensa” entre cobu e biscoito quei-mado; da mesma forma, também, que não posso discordarde que a estrada de terra, de madrugada, ficava cheia depessoas pertencentes às famílias de Gouveia que desciam, apé, às vezes debaixo de chuva e frio, para buscar seu susten-to na fábrica, que era, afinal, a maior e mais consolidada fon-te de emprego e renda do município, inclusive expandindo oseu capital para fora dele, adquirindo outras indústrias do ramo,em Contagem e em Diamantina. Famílias da Gouveia operá-ria, jamais da Gouveia “elitizada’. A expressão elitizada queeu trouxe para o meu comentário não era uma coisa estigma-tizada e sim subentendida, talvez na mente dos próprios mo-radores da república da Rua da Frente. Eu, por princípio, acre-dito que não devo dar aqui nomes das famílias que se consi-deravam elites, aristocratas, até porque eu poderia estarmaculando a imagem de pessoas que “deram a vida” para ocrescimento e desenvolvimento da cidade, como um todo, ehoje, por não estarem em nosso meio, não poderiam me con-testar. Você, junto com Adélia, foi testemunha (e para vocênão foi novidade), quando de nosso almoço no Camilinho, nacasa de Zico Baiano, na companhia de Manoel e MiltonMiranda, de Geraldo Miranda e Diva, de Raimundo Nonato eeu, junto com a Ilda, quando o Raimundo me perguntou se

“naqueles tempos” havia uma discriminação entre o pessoalde São Roberto e o pessoal de Gouveia. Ele imaginava adiscriminação nesta ordem. Aí foi a vez da Ilda citar, comtoda aquela sua franqueza inocente, um caso vivido pessoal-mente por ela, quando pretendeu estabelecer um namoro comum rapaz da elite e ele foi “aconselhado” a não prosseguirpelo fato de ela ser uma operária “comedora de algodão”,um termo pejorativo que era usado pela elite menos inteligen-te e mais agressiva. E olha que a Ilda era aluna do ginásio eo seu pai, além de ter sido vereador, foi um dos poucos eescassos proprietários de automóvel da cidade, naqueles tem-pos. Eu sofri na pele uma discriminação humilhante, talvezpor falta de melhor pensar das pessoas gestoras de certascondutas administrativas. Quando eu cheguei, aos sete anosde idade, ao primeiro ano “adiantado”, do Grupo EscolarAurélio Pires, aluno oriundo de São Roberto não tinha “direi-to” à merenda que o grupo oferecia a todos os demais. Eutinha feito o primeiro ano “atrasado” (olha aí Auxiliadora) naEscola Rural São Roberto e lá a merenda era farta e gracio-sa. Hoje eu sei que a direção do grupo entendia que os meni-nos de São Roberto podiam levar as suas próprias merendas.Mas vá explicar isso para uma criança de sete anos que vêtrinta dos seus colegas entrarem em uma fila para receberuma caneca de mingau e, tendo ido junto, é retirado dali, sobo argumento de que ele simplesmente... não pode! Essaridicularidade, nos tempos dos meus irmãos, posteriores aosmeus, deixou de existir, penso eu, que pela dependência esubmissão do Brasil aos Estados Unidos, quando participavadaquela campanha Aliança para o Progresso. Com o tempo,com uma maior aproximação das administrações do novomunicípio emancipado com as administrações da fábrica,quando os gerentes passaram a fazer parte da elite, comoprefeito ou vices, essa cultura arrefeceu-se. O advento doginásio, em 1958, quando em várias das suas formaturas asolenidade e o baile de gala se deram no clube da fábrica, atéporque a cidade não dispunha de espaço compatível com oevento, também contribuiu para a aproximação das duas re-públicas. Certa vez Dona Vitalina me disse na presença deJoão Ribas: - “aristocratas em Gouveia são vocês da fábricaque têm emprego e renda fixos”. Nos meus tempos de adultoas duas “repúblicas” - Gouveia e São Roberto - já conviviamem harmonia, inclusive eu fui o terceiro operário eleito vere-ador (depois de Chico Vieira e Oséias Nunes) e o primeirooperário eleito presidente da câmara. Portanto, pelo dito, possolhe fazer uma afirmação e um desafio: uma “relação inten-sa” tanto pode ser de amor ou de ódio e eu o desafio a memostrar uma família gouveana que tenha sido formada nosanos cinquenta do século passado e que tenha ou teve comopatriarcas um gouveano, da elite e uma operária da fábrica,principalmente que morava em São Roberto. O pessoal daelite casava entre si, até com parente, para preservação daespécie.

09/04/2013 - Maria Auxiliadora de Paula RibeiroAdilson, Gil, José Moreira, Joãozinho, Guido, meu Deus, foisó em ficar de cama com uma forte febre que me acometeu

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logo após a minha mensagem a Dr. Raimundo no dia 07, paravocês crivarem o Sítio de mensagens, sendo 11 do dia 08 e 03de hoje, dia 09. Isso tudo, apesar de negaram ser intelectuais,na fama dos quais, pego uma carona. Mas a minha febre nãofoi dengue, não, Joãozinho. Infelizmente, seguindo a saga dafamília, saga quer dizer lenda medieval,( porém, faço-a ver-dade plena, incontestável e cruel,) como todos os outros es-tou que se foram, de coração ou embolia que é também coá-gulo só que no pulmão, estou tendo pneumonias várias, masas minhas, com a graça de Deus, não me levarão à terrívelembolia. Sou muito teimosa e no meu monólogo com Deus,digo-LHE que me perdoe a ousadia, mas ainda não “aceito”passar deste para o outro Espaço. Deus que me conhecemuito bem, compreende-me e sorrindo da minha heresia, sabeser ela apenas vontade de viver. Perdoando-me, faz-mereerguer, como agora, quando após uns momentos no PC, sóem AFAGO, voltarei novamente para o repouso. Um dia ape-nas de ausência e tantas mensagens, como já lhes disse, comassuntos palpitantes. Li todas e darei pequenas respostas acada um, porque frágil não vou facilitar, uma vez que já estoua me cansar. Entretanto, rapidamente, direi a Adilson quecom ele quero disputar as SERENATAS que não ouvi, ape-sar de viver cotidianamente, ouvindo os sons musicais quevinham da casa dos Paulino, com as ALVORADAS das fes-tas religiosas de Gouveia às quais, batendo o queixo de frio,Vera me levava para se encontrar com o seu amado, hojeviúvo, Fernando. Devo-lhe dizer também, Adilson, que Gouveiasempre foi preconceituosa, mas, apesar de ser, ocasional-mente, moradora da Rua da Frente, sempre tive nas ruas porvocê citadas, o meu ponto de referência, pois que se há mes-mo que haviam cercos e os havia, eu os furava com meusirmãos, talvez para encontrar nessas ruas as nossas origens.Gil, estou censurando-o pela modéstia quanto a não se admi-tir exímio escritor. Com você, José estabelecerei uma parce-ria sobre nossos conhecimentos da vida do Padre José daMata Machado, ( claro que você sabe muito mais sobre aquelesacerdote enérgico e sisudo, mas de um coração de ouro.Com tristeza como você reconheço que não foi tão somentea Igreja do Rosário e a outra capelinha demolidas, mas tam-bém a Igrejinha de São Francisco, relicário, onde foi velado ocorpo do nosso Padre José Machado, coisa que não poderiaacontecer. Quem sabe estou equivocada quanto ao corpo servelado nessa capelinha em frente à casa dele? A você, Zé,também contarei um fato acontecido entre o meu avô Joa-quim Duro( inteligente, mas, como bebia e fazia bobagens...)e o nosso padre em questão. Contarei com detalhes, talvez, amesmo fato que você sucintamente mencionou no fim, desua mensagem. Sobre a discussão dos profetas entre vocês,Adilson e Guido não me imiscuirei, porque conheci muito pou-co São Roberto e sua linda capelinha. Bem, acabei respon-dendo a quase tudo, exceto à mensagem de Adilson do dia07, sobre a situação financeira da nossa Associação. -Emúltima análise fechá-la? - Não! Reunamos todos nós queamamos Gouveia. Façamos contribuições extras, símbolomaterial de amor à terra que Deus nos deu por berço.

O perigo do avião.Guido Araujo

Fui viajar de avião após meus 63 anos, com os filhos já criados,já quase avô e atendendo a 30 anos de insistência de minhamulher. Finalmente, cedendo também à pressão de meusfilhos, viajei e gostei. Entendi por que temia tanto o avião.Quando era criança um teco-teco de São Paulo, semquerosene, caiu no Palmital, onde eu morava. O avião voavarasteiro, com um barulhão danado, e o medo maior era quandoele passava sobre nossas cabeças, tão baixo que a gente viao piloto. Houve gente que se escondeu debaixo das moitas eno “Bambá”,um mato alagadiço que existia entre a estradade carro e a casa de Alvim Carvalho. Eu tinha medo dafragilidade da máquina. Após voltear, ir e vir por cima daestrada, finalmente desapareceu num aclive, paralelo à igreja,no meio das gabirobas, mais ou menos à distância de umquilômetro da minha casa. O sol estava entrando e todo mundo,de volta dos garimpos, acorreu para o local. Vi um aviãozinhomais amarelo que o piloto que perguntava assustado ondeestava. Tinha saído de Belo Horizonte. Achou que estava naperiferia de São Paulo, para onde estava indo. Confundiu aspilhas de tijolo cru e queimado da olaria do meu pai comedifícios. Chamava-se João, na boca do povo, Joãozinho. Disseque tentou pousar na estrada, mas o combustível acabara e oavião caiu de inanição. Achei que o homem estava delirando.Mas estava são e salvo. A jardineira do Serro para Diamantinapassava de dois em dois dias, quando não enguiçava. Esperoua jardineira e de Diamantina foi para São Paulo. O aviãoficou lá no campo, amarrado no chão, cheirando a óleo esendo depenado de sua casca de pano encerado, usado comocapa de chuva por alguns faiscadores. Mas o que eu quiscontar mesmo não era isto. Hoje li no Caderno de Informáticado Estado de Minas a resposta de Piropo a um temeroso deque os sistemas de controle de aeronaves pudessem serinvadidos. Na resposta ele tranquilizava o medroso, afirmandoque a invasão se dava pela internete e estes sistemas nãoadmitem conexão. Aconselhava, “portanto voe tranquilo -aomenos no que toca a ataques via internete”. Bem,vim aocomputador para ler algumas novidades no site da CNN eencontro noticia na mesma linha. O jovem Hugo Teso, ex-piloto alemão, de brinquinho na orelha, leve barba rala, cabeloenrolado em coque atras da cabeça, dizendo a uma cúpula desegurança em Amsterdam que ele desenvolveu um aplicativode telefone, no Android, capaz de controlar quase todas asfunções dos softwares dos aviões, através de sinais de rádio.Usando simulador de voo, demonstrou que pode mudar avelocidade, a altitude e a direção de uma aeronave virtual.Pode até apagar as luzes do cockpit, alterar as informaçõesda tela da cabine de comando. Tudo isto, apertando botãozinhode controle remoto, como você faz com sua televisão.A sorteé que ele é “White Collar”, lado bom em oposição ao “BlackCollar”, lado malandro dos hackers. Acho que voar de teco-teco era mais seguro. Só não deixar faltar querosene.

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ARTIGOS

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RELATORIO DAS ATIVIDADES DA

AFAGO NO ANO DE 2012

Introdução

O ano de 2012 começou com o novo visual do Siteafagouveia.org.br. Procurando atingir os objetivos do Estatu-to de “propugnar pelo desenvolvimento do Município deGouveia”, a Afago, no ano de 2012, dirigiu suas ações nosentido de divulgar a cidade, sua gente, seus costumes, suavida social, econômica, e política e conservar o patrimôniohistórico. Maior ênfase foi dada às atividades culturais, aoregistro da vida social, do desenvolvimento da cidade, doscostumes. Recuperou documentos e sítios históricos. Traba-lhou no apoio de iniciativas das entidades civis do Município eenfatizou o registro e projeção de acontecimentos e festejosde lugarejos da Zona Rural. A limitação de recursos inibiuiniciativas já programadas em anos anteriores e eliminou ou-tras no corrente. De suas principais realizações é o relatórioque se segue:

I. ÁREA ADMINISTRATIVAa. O ano de 2012 começou com o novo visual

do Site afagouveia.org.br. O Dr. RaimundoNonato de Miranda Chaves, iniciou o anocolocando o site mais prático e atraente.Novos melhoramentos vieram no decorrerdo ano.

b. Entrega do Prêmio Afago de Literatura – Aentrega do prêmio Afago de Literatura de2011 foi adiada em acordo com a SecretariaMunicipal de Educação, para coincidir coma realização da Primeira Semana Literáriade Gouveia. Com a realização da Semanaem 2012, constou, a entrega, como eventode encerramento das atividades, no CentroSocial Dom Paulo Lopes Farias, com a pre-sença de autoridades do Executivo e doLegislativo municipais, professores, estudan-tes, Diretoria da Afago e ComissãoJulgadora.

c. Participação ativa na Primeira Semana Li-terária de Gouveia- A participação da Afagose deu por consultas, e participação do de-bate com os escritores gouveianos convida-dos.

d. Apoio à reconstituição da Comissão Minei-ra de Folclore – Ciente das dificuldades en-frentadas pela Comissão Mineira de Folclo-re, a Afago cedeu sua base material para asreuniões e orientação jurídica para efetivaçãode sua regularização

e. Realização do Encontro de Confraterniza-ção - Continua “acontecimento relevante,como hora do abraço, de confraternização”.O primeiro encontro foi realizado no PizzaBar,após Assembléia Geral Ordinária de março/

2012. A segunda reunião de congraçamentona linha da Reunião de 2011, na chácara dosirmãos Manoel e Milton Miranda, foi patro-cinada in totum pelo Diretor José Moreirade Souza, em sua chácara, em Pinhões, San-ta Luzia, atingindo plenamente os objetivosda Afago no sentido da alegria, da recrea-ção, do relacionamento descontraído dosassociados. Na parte da manhã, osafagueanos se reuniram na Capela do Con-vento de Macaúbas para uma missa cele-brada pelo Cardeal Dom Serafim Fernandesde Araújo, celebrando o primeiro aniversá-rio de falecimento de Doutor Waldir deAlmeida Ribas. Em seguida se dirigiram àChácara do Diretor para um almoço variadoe lauto.

f. Apoio e participação na 46ª. Semana Minei-ra de Folclore - Conferência do Presidentenum dos dias da Semana sobre a escola deCamilinho. A afago apoiou o evento, postan-do noticias e reportagens fotográficas no seusite.

g. Apoio a Entidades Sociais de Gouveia - AAfago contribuiu para conseguir assinaturaspara o livro de ouro da APAE, em levanta-mento de fundo para construção do piso danova sede.

h. Subcomitê da Bacia Hidrográfica do RioParauna – SCBHP, A Afago, membro titulardo referido subcomitê, compareceu à reuni-ões em Conceição do Mato Dentro, Presi-dente Juscelino e Gouveia, participando efe-tivamente das discussões.

i. Manutenção do Sitio afagouveia.org.br e doBoletim Informativo

i. Sitio: repaginado e cognominado“jornal inteligente”, mostrou caranova em 2012, evidenciando doisobjetivos de sua criação: primeiro,divulgar Gouveia, as entidades or-ganizadas de sua sociedade civil, suagente seus festejos. Segundo, Vei-cular a opinião do gouveiano, pro-porcionando ao internauta espaçopara opinar, reivindicar ou fazer suacatarse, além de estimular o conta-to entre gouveianos, no “Livro deMensagens”. Cumpriu seu papel de,

1. Informar sobre as comuni-dades rurais, Espinho, Tigre,Cuiabá, Ribeirão de Areia;

2. expor projetos variados deinteresse da população.

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ii. Boletim Informativo: com periodici-dade bimestral, manteve a qualida-de de impressão e de conteúdo naanálise e reportagem dos fatos deinteresse de Gouveia. Divulgou acidade, sua gente, seus costumes,seus festejos e comemorações, bemcomo a história de seus empresári-os e pioneiros. É distribuído gratui-tamente, pelo correio, ao comércio,autoridades municipais, escolas eassociados. Distribuído, também, emmeio eletrônico para quem se inte-ressar e nos fornecer seu endereçoeletrônico.

j. Cemitério do Tigre – Por coordenação doPresidente da Afago, os moradores do Tigree comunidades vizinhas quotizaram-se, re-construíram os muros e recuperaram o his-tórico Cemitério do Tigre. Ficou para 2013 arecuperação do túmulo do Coronel Sica.Reportagem, fotos e prestação de contaspublicadas no Site da Afago.

k. UNICEF – Recuperação, comentários epublicação no Site da Afago. Julgados desa-parecidos, os relatórios produzidos por cri-

anças e Instituições de Gouveia, para con-corrência do Município à obtenção do SeloUnicef, foram recuperados pelo Dr.Raimundo Nonato de Miranda Chaves, jun-to a Senhora Deolinda Alice dos Santos, deOuro Preto.

l. Reportagens Sociais no Boletim e no Site:i. Bodas de Diamante em Ribeirão de

Areia.ii. Bodas de Ouro em Camilinho.iii. Artigos e reportagens sobre o Ce-

mitério do Peixe.iv. Celebração de Nossa Senhora

Aparecida na comunidade de Espi-nho

v. Artigos vários sobre educação, po-lítica, história e economia.

II. CONSELHO FISCALO Conselho Fiscal executou normalmente suafunção e, participou das reuniões mensais reali-zadas, em conjuntas, com o Conselho de Admi-nistração.

III. BALANÇO FINANCEIROEm relação ao exercício findo em 31 dedezembro de 2012 a tesouraria apresen-tou a seguinte movimentação:

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Julgamos, oportuno e conveniente, tecermos algunscomentários a respeito da nossa movimentação financeira;primeiro alertando para o fato de que a nossa população con-tribuinte está escassa e atualmente não passa de 40 pessoas,o que impossibilita a associação de exercer o seu papel socialem sua plenitude e atender às necessidades, ainda que nãofinanceiras, da sociedade civil gouveana, o que obriga os di-retores que já desempenham as suas funções sem qualquerônus e contribuem com uma parcela superior aos demais só-cios comuns, a fazerem uma contribuição complementar paraarcar com os custos de impressão dos boletins informativos ecom a premiação do Prêmio Afago de Literatura. Temosadotado, por princípio, a exclusão da listagem de sócio contri-buinte dos nomes de todos aqueles que deixam de quitar assuas contribuições em dois meses seqüenciais, entendendoque o associado não tem intenção de colaborar e em razãodos altos custos operacionais com emissão de boletos bancá-rios, postagem dos mesmos, taxas bancárias etc. Havemosde observar, ainda, que vários dos nossos trabalhos adminis-trativos são executados pelos próprios diretores que graçasàs suas habilidades não dependem da contratação de empre-gados para o funcionamento de secretaria, tesouraria, conta-bilidade e jurídico, o que sem dúvida dá muito trabalho. Alémdo mais Marcos e D. Helena Brum Ribas, a exemplo do nos-so fundador Dr. Waldir de Almeida Ribas, continuam nosemprestando a sala que nos serve de sede, em um pontocentral e supervalorizado da capital, sem cobrança de alu-guel. Por último gostaríamos de esclarecer que durante oexercício findo, ou seja, em novembro de 2012, transferimosos nossos recursos financeiros para o Banco Itaú S/A abrin-do uma conta na agência da Avenida Antônio Abrahão Caram,850, na Pampulha, onde os nossos serviços, principalmentede tecnologia, ficaram muito facilitados.

I. CONCLUSÃOA Afago, no corrente ano, perseguindo seus objeti-vos estatutários:

a. Realizou os encontros sociais para congra-çamento dos gouveianos

b. Divulgou Gouveiac. Recuperou história e sítios do Municípiod. Registrou e discutiu problemas da cidadee. Apoiou as Instituições civis.

II. OBSERVAÇÃOPara registro: A diretoria da Afago, representada pelos10 associados que compõem o Conselho de Adminis-tração (7) e o Conselho Fiscal (3) têm dado provas dededicação e desprendimento. Cada um financiandosuas despesas de viagens e estadias quando fora dasede. Além de contribuir, mensalmente, com cota equi-valente a quatro vezes a cota do associado comum,para sustentar a publicação do Boletim Informativo edo Prêmio Afago de Literatura.

PROGRAMAÇÃO DE TRABALHOS DA AFAGO NOANO 2013A Afago completou seis anos, em dezembro de 2012, Naescala de tempo humana, ainda, é uma criança semi-alfabe-

tizada. Sabe juntar as silabas, formar e até pronunciar a pa-lavra, mas ainda tem dúvidas sobre o significado dela. AAfago está se consolidando e, ainda, não tem estrutura quepermite projetos mais arrojados. Temos sido prudentes e con-tinuaremos prudentes neste ano de 2013. Limitar-nos-emosao feijão com arroz, daremos continuidade aos projetos emandamento: Edição do Boletim Informativo, manutenção doSitio afagouveia.org.br, distribuição do Prêmio Afago de Li-teratura, realização das reuniões de Congraçamento, apoioe registro de celebrações nas Comunidades, manutenção deparcerias com entidades da sociedade civil e, estimulo aomaior relacionamento com Gouveia, especialmente, com aadministração municipal.Acontecimentos relevantes deverão marcar o ano de 2013:

1. Sócios Honorários – O Conselho de Administração,em reunião conjunta com o Conselho Fiscal, decidiuiniciar a formação do quadro de Sócios Honoráriosda Afago e, para isso, decidiu convidar pessoas deGouveia, representativas das áreas de Saúde, Edu-cação, Esporte e Música. A entrega de certificadosde sócios honorários será realizada em Gouveia, dataainda não determinada, durante solenidade organi-zada em parceria com a Prefeitura Municipal.

2. A seleção dos estudantes e a entrega do PremioAfago de Literatura deverá ocorrer, durante o se-gundo semestre, em solenidade organizada em par-ceria com a Escola Estadual Joviano de Aguiar, soba competente direção da professora Marilac Mes-quita Nunes.

3. Jantar com o Prefeito – O diretor social da Afago:Geraldo Augusto Silva está programando, data ain-da não determinada, um jantar para cerca de 80convidados. Aproximadamente, quinze formam ostaff do Prefeito Geraldo de Fátima Oliveira. Estegrupo virá de Gouveia e fará para os convidados daAfago uma apresentação do trabalho que vem sen-do realizado em Gouveia pela atual administração.O jantar é iniciativa do senhor prefeito municipal,numa consideração especial com a Afago. Não éjantar de adesão, é uma reunião de trabalho e con-fraternização.

Belo Horizonte, 06 de abril de 2013.

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Tirou zero sem responder nada errado

1- Em qual guerra Napoleão morreu?R: Na última em que ele lutou.

2- Onde foi assinado o Tratado de Tordesilhas? R: No final da folha.

3- Em que estado corre o rio São Francisco? R: Líquido.

4- Qual a principal razão do divórcio? R: O casamento.

5- Qual o principal motivo dos erros? R: As provas.

6- O que nunca se come no café da manhã? R: Almoço e janta.

7- Com o que parece a metade de uma maçã? R: Com a outra metade.

8- Se você jogar uma pedra vermelha em um lago azul,como ela fica?

R: Molhada.9- Como um homem consegue ficar oito dias sem

dormir? R: Sem problemas, ele dorme à noite.

10- Como fazer para levantar um elefante com uma sómão?

R: Você nunca encontrará um elefante com uma só mão...11- Se você tiver três maçãs e quatro laranjas em uma

mão e quatro maçãs e três laranjas na outra, o que vocêterá?

R: Mãos enormes.12- Se oito homens levam dez horas para construir uma

parede, quanto tempo levariam quatro homens paraconstruí-la?

R: Tempo algum, a parede já foi construída.13- Como você faria para derrubar um ovo cru em um

piso de concreto, sem quebrá-lo? R: Da maneira que quiser, pisos de concreto são muitodifíceis de se quebrar.

Colaboração de Diva Maria de Miranda

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A senhora Maria de Lourdes Macena, presidente daComissão Nacional, o senhor Domingos Diniz, vice-

presidente da Comissão Mineira de Folclore, juntamentecom a senhora Adélia Anis Raies, estiveram presentes na

reunião de Congraçamento da AFAGO

Mais uma cena do Congraçamento

Gil veio da roça trouxe a família e cachos de banana ouro,conhecida em Gouveia como “Dedo de Moça”.

Manuel, Geraldo e Diva, sempre atentos e estudiosos.

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ARTIGOS

VIVAMUS COMO ACEITAR AS FRUSTAÇÕESComo tudo é impermanente, muda a todo instante, é impossível não nos frustrarmos.Durante nossaexistência,seremos surpreendidos por um mundo que acontece diferente do que gostaríamos.A todo instantenos deparamos com dificuldades e desapontamentos, tendo sensação de que não vou dar conta diante dosproblemas.Deparamos com perda de alguém que amamos,derrota profissional, desemprego, cm alguma doençagrave.Dá uma sensação de frustração.Começamos a perder no útero materno, dos seios da mãe.O problemaestá como reagimos diante de tudo isso.Posso no entanto garantir que todas as pessoas passam por tudo isto.Enquanto alguns toleram graves situações e apesar da tristezapartem para novas conquistas, outras no entantoà menor dificuldade ficam prostradas,deprimidas.Ocorre que o mundo nem sempre acontece de acôrdo comnossos desejos. O exercício é aprender a lidar com as situações reais no momento presente,gastar menosenergia em lamentações, enfatizando em como deveria ser. Por isso que viver no presente é um “presente”,resolvendo o que acontece neste instante, no agora.Podemos ser contrariados, o mundo não existe só para nossatisfazer,temos que transformar, pois viemos aqui para isto.Vocês assistiram o filme :”As Aventuras de Pi”?Vejam. Se não fosse os enormes obstáculos,o personagem não teria sobrevivido. Sempre perguntamos: Porque comigo? As experiências são para todos. Saber que as pessoas e coisas são o que são e não o que eugostaria que fossem. Não se colocar na postura de vítima, injustiçado, de pobre coitado, não cultivar uma visãotão amarga da vida.Não leve muito a sério nem você, nem a vida.Agradeça pelo ar que respira,por ouvir, falar,andar, enxergar, pelos pais que lhe deram a vida, pelos filhos, amigos e pelas pessoas com a qual temosdificuldades, pois eles é que nos ensinam.Geraldo Augusto Silva

Confiante na Luz PerpétuaJosé Moreira de SouzaNo dia, 7 de abril, Adélia e eu fomos ao Santuário de SantaLuzia e assistimos à missa. Após a celebração, procuramoso pároco. Tínhamos a missão de entregar-lhe um envelopedeixado por Jésus Maria de Paulo, o filho mais novo deJuca de Celina, o emblemático Sacristão da Gouveia. Aesposa de Jésus incumbiu-nos dessa missão. Jésus, ao sentirque a vista estava se tornando cada vez mais fraca, passoua guardar todos os meses uma parte do pagamento deaposentadoria para dedicá-lo à santa protetora das vistas.Ao contemplar a luz perpétua, no dia 5 de janeiro, deixouum envelope com um valor considerável tendo em vista assuas posses. O reverendo pároco recomendou-nos colocaro envelope no cofre junto ao altar de Santa Luzia. Neleestá escrito: “De Jésus Maria de Paulo – 19 de abril de1926 – 05 de janeiro de 2013 – para Santuário de SantaLuzia do Rio das Velhas”. Em seguida o padre registrou naagenda paroquial a celebração das missas do próximodomingo – dia 13 de abril – em intenção da alma de JésusMaria de Paulo. Nessa cidade, em todos os dias 13 de cadamês, os devotos de Santa Luzia se reúnem no santuáriopara invocar seu nome e proteção, culminando no emdezembro, quando peregrinos de todo o Brasil tornampequena a cidade.

SOCIAIS

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SOCIAIS

01/03/2013 - Adilson do NascimentoAcabo de tomar conhecimento, tardiamente, que faleceu,semana passada, aqui na capital, o ex-dentista da fábrica ede Gouveia e primeiro diretor do Ginásio Santo Antônio,RAIMUNDO BENEDITO DA SILVA. Não tenhomaiores detalhes, mas sabia da sua combalidade condiçãode saúde. Mais uma personalidade que adotou Gouveia comosua e trabalhou por ela que nos deixa e torna ainda mais orfâuma comunidade carente de batalhadores pela causa alheia.A Dona Diva, sua esposa, antiga professora do GrupoEscolar Aurélio Pires, o nosso pleito de gratidão e as nossascondolências.

Faleceu no dia 06 de abril, na cidade de Sete Lagoas asenhora Maria de Lourdes Machado, mais conhecida comoLolota. Lolota era filha de Augusto de Folomena e casadacom Antônio Machado, também chamado de “Antônio doPadre”.

Faleceu em Gouveia a senhora Ilda Ribas. Era filha de NonôRibas e viúva de Idalino Ribas. Não temos a data precisa dofalecimento.

19/04/2013 José Moreira de SouzaFALECEU, no dia 19 de abril, em Gouveia, AILTON RIBASe foi sepultado às 17:00 horas. Ailton era uma pessoa mara-vilhosa. Cuidava dos jardins da Praça padre José Machadocom atenção para cada planta. Lamentava toda vez que al-guém maltratasse qualquer uma delas. Era o pai das flores.Com o mesmo cuidado, guardava repertório de músicas desalão em Gouveia desde o século XIX. Gente como ele,será sempre lembrado. Imaginem São Pedro recebendo-oscom um cesto de flores. É para você, Ailton. Vem cá de-pressa, Deus quer homenageá-lo. Ele se foi no início damadrugada.A respeito manifestou-se Alex Mendes dos Santos:Nós da Caminhos da Serra sentiremos muito a suafalta, ele que conosco esteve sempre há 13 anos, nasreuniões, caminhadas, navegadas, acampamentos comos meninos, cursos, ......A Reserva é fruto das suas obras: reconstrução domuro, construção das salas e do galpão, replantio deárvores, na renovação das nascentes e principalmentena iniciação de muitas crianças na botânica. Que ele seja feliz no novo ciclo que se inicia.

Alex

Notícia de última horaAdilson do Nascimento:Lamento informar o falecimento hoje, pelamanhã, em Diamantina, por falência múltiplados órgãos, de Jair Vieira Jair Vieira Jair Vieira Jair Vieira Jair Vieira – 23 abril.

23/04/2013 - João SaraivaÀ familia Vieira enlutada nossos sentimentos pelofalecimento do nosso Jair Vieira,grande amigo ecompanheiro desde a vila operária de SãoRoberto,onde convivemos por longos anos ,nossossentimentos.João Saraiva e familia.

23/04/2013 - Guido AraujoAdilson, o passamento do senhor Jair Vieira, seucunhado, certamente, é uma perda para Gouveiae os amigos. Meus sentimentos a você e suafamília. Que Deus o tenha em bom lugar econforte a todos.

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SOCIAIS

Aniversariantes

Parabéns!

Aniversariantes - MaioMaria da Conceição Matos Sãozinha de Vavá - 1Maria de Lourdes Gomes - 1Diego Artur de Miranda – 6Thiago Henrique de Miranda 08Aristeu de Oliveira - 9Gabriela Ribas Oliveira 9Maria Reginalda de Miranda Lima - 9Naly Ribas Oliveira - 10Ilda Monteiro Prado - 10Jorge Luiz Batista - 10Elena Berenice Brum Ribas (Mãe Marcos) – 10Orlando Silva – Xeripe - 10Luiz Fernando Vieira Trópia - 10Betânia da Conceição de Miranda 10Cléuber Alves Monteiro - 11João Batista de Miranda Filho – 12José Mário Gomes Pereira - 13Eliana Aparecida Simões de Miranda – 15Alisson Miranda Ribas – 15Liliane Moreira - 15Nícia Raies Moreira de Souza - 16Nilson Santos – 16Nilberto Rocha - 16Valdene da Conceição Ribas - 16Lindeia Ribas de Oliveira – 16Cleber José de Miranda - 17Zenon de Carvalho - 17 - Noventa anos Raimundo Nonato Miranda Chaves – 20 – OitentaanosLeonardo de Oliveira Paula - 20Walison Aparecido Brandão – 20Fred. Fonteneli de Freitas - 26Franco Zaghen - 30Geraldo Moacir de Miranda - 30Ione Maria Ribas - 31

Aniversariantes mês de junho

Juliana Zahen - 1

Andréia Loiola Ribas – 2

Rita Ordália Drumond Monteiro 2

Luiz Carlos Gomes - 3

Adenice Alves Rodrigues – 5

Haroldo Antônio Ribas - 6

Feliciano Cordeiro 9

Cassiana Araújo Santos Miranda – 9

Sílvio Lourenço de Oliveira - 10

Claudio Augusto Pinto de Carvalho - 10

Fabrício de Lima Ávila – 15

Albanor de Oliveira - 17

Lívia Maria Santos Rodrigues – 19

João Martins de Oliveira - 24

Albany Alves de Oliveira - 28

Clever Garcia Regis - 30

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Coral Crescere no Convento de MacaúbasCoral Crescere se apresentará no dia 1 de maio a partir das10:00 horas no Convento de Macaúbas, cidade de Santa Luzia.Esta é mais uma contribuição desse grupo à religiosidade e àcultura mineira. O Coral é presidido por nosso Diretor Social,Geraldo Augusto Silva e conta também com a participação denosso Secretário. Guido de Oliveira Araújo.Mesmo sem qualquer apoio de políticas públicas, como afamosa Lei de Incentivo à cultura, o grupo se mantém firme.Neste ano, o Coral se apresentou na cidade de Sabaráacompanhado por grande orquestra na celebração do Ofíciode Trevas, da quarta feira santa.

Adiada a data de entrega do Prêmio AFAGOde Literatura

A pedido das diretoras das escolas de Gouveia, foi adiada dadata de entrega do Prêmio Afago de Literatura.A nova data é o dia 4 de outubro.O Prêmio Afago já se encontra na terceira edição e tem comoobjetivo divulgar as atividades literárias das crianças e dosjovens de Gouveia.Em cada ano uma das escolas é homenageada. No primeiroano, foi a Escola Estadual “Aurélio Pires”, em 2012, foi a vezda Escola Estadual “Augusto Aires da Mata Machado”. Nopresente ano, a homenageada é a Escola Estadual “Jovianode Aguiar”.

De domingo e de jiboia

O Albanor era estudante de Medicina em Montes Claros.A distância entre Gouveia e Montes Claros ia, para ele, seencurtando aos poucos: o jovem galã não perdia uma opor-tunidade e nos finais de semana sempre estava emGouveia. Eram finais de semana passados com a família eos amigos numa rotina que nem rotina parecia, tão curti-da era pelo jovem estudante de medicina. Domingo erasol pela manhã. A seguir, uma pelada. Depois, cervejagelada e almoço. Depois do almoço, uma soneca. Mas osono do nosso amigo tinha uma particularidade: ele gos-tava de dormir peladão. Isso mesmo, dormia do jeito quetinha nascido, vestido de Adão.Sua mãe, dona Ritinha, gostava, já nessa época, de reunirna copa as amigas. Era uma boa conversa de tardedomingueira. Tomavam chá, café, comiam rosquinhas, pãode queijo e saboreavam outras delícias, saídas do forno edo “talento culinário” da dona da casa. Mas deliciosasmesmo eram as conversas. Muita conversa! Dizem que asmulheres, quando reunidas, têm a capacidade, só delas,diga-se de passagem, de falar e de ouvir, todas ao mesmotempo.Mas voltemos ao objetivo desta história: relatar um fimde semana inesquecível para nosso amigo estudante . OAlbany, irmão do Albanor, em uma de suas andanças àprocura de cristal, tinha encontrado uma jiboia de quase

Afago vai propor Prêmio das Cul-turas Populares para gouveianoGonzaga é escutor de mérito e merece

reconhecimento

dois metros. Colocou-a então dentro de um saco deaniagem e trouxe o bicho para casa. O animal foi crescen-do , comendo ratos, tomando leite. Foi se acostumandocom a casa e seus moradores. E passou a viver ali, raste-jando-se entre os cômodos, esquecendo as lembrançasda vida entre árvores, céu , predadores e presas, vivendoplacidamente sua vida de “jiboia-gente”.Mas o Albanor , como estudava em Montes Claros, nãosabia da existência da jiboia. Parece que, nos finais desemana, com a casa mais cheia de gente, ela preferia osilêncio de algum cômodo mais isolado, quem sabe atésentisse saudades da vida antiga cujas lembranças iamficando cada vez mais fugidias...Naquele domingo, o Albany, que sempre gostou de pre-gar uma peça nos outros, pediu ao Albanilson que o aju-dasse a fazer uma surpresa para o irmão estudante. Osdois conversaram, pensaram, mediram os perigos quepoderiam ocorrer . Enfim, resolveram partir para o ata-que. E foi assim que tudo aconteceu: os dois irmãos agar-raram a cobra e a colocaram em cima do colchão...pertinhodo Albanor. Bem enrolado, o bicho foi se mexendo, me-xendo, enrolando, desenrolando, enrolando de novo, atéacordar o dorminhoco peladão...Ao ver aquela jiboia enorme, ali, bem pertinho dele, ocara entrou em pânico total. Pulou da cama e entrou nacopa onde a mulherada conversava. Então o Albanor ,peladão e bem dotado , agiu com rapidez: puxou a toalha,que estava em cima da mesa, jogou pratos, talheres, co-pos, xícaras, tudo no chão e se cobriu.Mas a surpresa ainda não tinha acabado: ao se virar paratrás, ele viu o Albany dando risadas, com a serpente, man-sinha, enrolada em seu pescoço. Perto dele, Albanilsontambém ria a não poder mais.Vocês já imaginaram o assunto da mulherada naquela quefoi a próxima reunião de fim de semana na casa de D.Ritinha? Eu bem que imagino, mas não vou contar não.Deixo isso a cargo de vocês, os leitores deste texto.Texto: Dr Pércio Monteiro PradoRevisão: Professora Maria Ivonete de Lima Ávila

Boletim Informativo da AFAGO página 31

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Boletim da AFAGOÓrgão Informativo da Associação do Filhos e Amigosde GouveiaAno VI – N ° 02-13 - Março-Abril 2013.www.afagouveia.org.br

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Diretoria da AFAGOPresidente de Honra: Waldir de Almeida Ribas inMemoriamPresidente: Raimundo Nonato de Miranda ChavesSecretário: Guido de Oliveira AraújoDiretor de Finanças: Adilson NascimentoPatrocinadores:Diretores da AFAGOComissão EditorialGuido de Oliveira Araújo.José Moreira de SouzaRaimundo Nonato de Miranda Chaves

Guardem bemNo dia 20 de maio, nosso professor doutor Raimundo Nonato de Miranda Chaves celebra – e nós comele – a emblemática idade de oitenta anos. Vamos encher a casa dele de mensagens, a caixa de mensagens deparabéns e cantar;

Foi no roseiral da esperançaQue você hoje colheu

Um ano a mais de existência,Foi o Bom Deus que lhe deu.

Muitas felicidades,Muita paz e alegria!

Se estivéssemos em São Paulo, eu entoaria:Cantiamo al nostro amico

Dio gli facia sempre FelicePer longa viiiiiiiiita!

Ou em latimSit tibi lux Felix!

Ad multos annos vivat!