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BOLETIM INFORMATIVO DA CONTRATAÇÃO PÚBLICA ANGOLANA BICPA
ABREVIATURAS, SIGLAS E ACRÓNIMOS
ARAP Autoridade Reguladora das Aquisições Públicas
AGT Administração Geral Tributária
ARSEG Agência Reguladora de Seguros
BDC Base de Dados de Contratos
BDPR Base de Dados de Preços e Referência
BICPA Boletim Informativo da Contratação Pública
DNPE Direcção Nacional do Património do Estado
EPC Entidade Pública Contratante
GAFI Grupo de Acção Financeira sobre o Branqueamento de Capitais
INFORFIP Instituto de Formação de Finanças Públicas ISJ Instituto de Supervisão de Jogos LCP Lei dos Contratos Públicos
MPME Micro, Pequenas e Médias Empresas
MINSA Ministério da Saúde
PCP Procedimento de Contratação Pública
PECPA Plano Estratégico da Contratação Pública 2018-2022
PIB Produto Interno Bruto
SIC Serviço de Investigação Criminal
SIGFE Sistema Integrado de Gestão Financeira do Estado
SNCP Serviço Nacional da Contratação Pública
SNCPE Sistema Nacional da Contratação Pública Electrónica
TC Tribunal de Contas
UCP Unidades de Contratação Pública
UIF Unidade de Informação Financeira
1
Conteúdo ABREVIATURAS, SIGLAS E ACRÓNIMOS .................................................................................................. 0
EDITORIAL ................................................................................................................................................ 2
NOTÍCIAS .................................................................................................................................................. 3
Angola presente no 35.º Encontro do Grupo de Peritos Séniores de Combate ao Branqueamento de Capitais
para a África Austral e Oriental ................................................................................................................ 3
Governo de Angola Lança o Sistema Nacional de Contratação Pública Electrónica ................................ 4
Sistema Nacional da Contratação Pública Electrónica apresentado aos Fornecedores do Estado ......... 6
Unidade de Contratação Pública começa a ser implementada nos Governos Provinciais ...................... 7
Proposta de Plano Estratégico da Contratação Pública Angolana submetido à Consulta pública .......... 8
Cada vez Mais pessoas visualizam o Portal da Contratação Pública ........................................................ 8
Autoridade Reguladora das Aquisições Públicas de Cabo Verde comemora 10 anos de Existência .....10
BOAS PRÁTICAS EM CONTRATAÇÃO PÚBLICA .....................................................................................11
Os contratos públicos e a dívida.............................................................................................................11
PERSPECTIVAS DA CONTRATAÇÃO PÚBLICA .......................................................................................... 2
AGENDA ................................................................................................................................................... 3
EXPLICADOR DA CONTRATAÇÃO PÚBLICA ............................................................................................. 3
LEGISLAÇÃO RELEVANTE SOBRE A CONTRATAÇÃO PÚBLICA ................................................................ 4
2
EDITORIAL
Caros Leitores,
Sejam bem-vindos à Segunda Edição do Boletim Informativo da Contratação Pública Angolana (BICPA)
de 2018.
Retratamos nesta edição as principais actividades desenvolvidas pelos intervenientes do Sistema
Nacional da Contratação Pública ao longo do 2.ºTrimestre.
O SNCP no âmbito das suas atribuições e enquanto órgão de apoio ao Executivo na definição de
políticas e práticas referentes à contratação pública, dois anos após a publicação LCP, considera
importante a publicação de uma Estratégia Nacional da Contratação Pública que visa, cada vez mais,
definir de forma mais segura os próximos passos e dar resposta às insuficiências e lacunas verificadas
na interpretação da legislação em vigor.
Tendo em conta o Plano de Melhoria da Qualidade da Despesa, o SNCP pretende dar continuidade
aos projectos em carteira, nomeadamente, assegurar o contínuo desenvolvimento e implementação
faseada do Sistema Nacional da Contratação Pública Electrónica (SNCPE), bem como a integração
desta iniciativa com a Base de Dados de Contratos (BDC), a implementação das Unidades de
Contratação Pública (UCP) e da Figura do Gestor de Projectos ou de Contratos, a criação da Base de
Dados de Preços de Referência e, não menos importante, a aprovação e materialização dos objectivos
definidos na proposta do Plano Estratégico da Contratação Pública Angolana (PECPA) 2018-2022.
Contudo, nesta edição, o destaque vai para o Lançamento Oficial do SNCPE, o Processo de
Implementação das Unidades de Contratação Pública (UCP) nos Governos Provinciais e o artigo da
rubrica “Boas Práticas em Contratação Pública”.
Aos nossos leitores, gostaríamos de assegurar que continuamos à disposição para os subsídios que
queiram dar, com vista à melhoria do nosso trabalho, bastando remeter as contribuições para o
seguinte endereço electrónico: www.contratacaopublica.minfin.gov.ao.
Boa Leitura!
3
NOTÍCIAS Angola presente no 35.º Encontro do Grupo de Peritos Séniores de Combate ao Branqueamento de Capitais para a África Austral e Oriental
A delegação angolana que participou do 35.º Encontro do Grupo de Peritos Séniores de Combate ao
Branqueamento de Capitais para a África Austral e Oriental (ESAAMLG), realizado de 8 a 13 de Abril
no Arusha Internacional Conference Center na cidade de Arusha, Tanzânia, foi liderada pela Unidade
de Informação Financeira (UIF) e integrada por Directores e Técnicos Séniores do Banco Nacional de
Angola (BNA), Ministério das Finanças (MINFIN), Administração Geral Tributária (AGT), Agência
Reguladora de Seguros (ARSEG), Instituto de Supervisão de Jogos (ISJ), Serviço Nacional de
Contratação Pública (SNCP) e Serviço de Investigação Criminal (SIC).
Durante o encontro, Angola submeteu para apreciação do ESAAMLG o seu relatório de avaliação
sobre a prevenção e combate ao branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo. A análise
versou sobre a deficiência registada na Recomendação Especial VIII, que trata sobre as ONG´s, e é a
última deficiência das 35 que tinham sido identificadas na avaliação mútua de Angola submetida em
2012. Após ser escrutinado pelos peritos, o relatório foi submetido à aprovação do Plenário que
considerou Angola ter suprido a deficiência relativa à Recomendação Especial VIII1. De igual modo,
1 Relacionada com as Organizações Não Governamentais (ONG), que era a última das 35 deficiências que tinham sido identificadas na avaliação a que o país foi submetido em 2012.
4
encorajou o país a continuar o seu processo de implementação e reforço das medidas de prevenção
e combate ao branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo.
O plenário felicitou Angola por ter sido o primeiro país na região a realizar a avaliação de risco no
sector das ONG’s relativa ao financiamento ao terrorismo. Com esta avaliação isenta Angola de
apresentar relatórios de avaliação até 2021, altura em que será submetida a nova avaliação mútua,
de acordo com as novas recomendações do Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI).
De salientar que, para além de Angola, fazem parte do grupo de peritos, África do Sul, Botswana,
Etiópia, Quénia, Lesotho, Malawi, Ilhas Maurícias, Moçambique, Namíbia, Seychelles, Swazilândia,
Tanzânia, Uganda, Zâmbia, Madagáscar e Zimbabwe. Participaram, também na qualidade de
observadores, instituições cooperantes, representantes do Secretariado GAFI/FATF, Secretariado da
SADC, Departamento do Tesouro dos Estados Unidos da América, Reino Unido, Comité de Sanções
do Conselho de Segurança da ONU (UNODC), Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional (FMI),
Banco Africano de Investimentos, ARINSA e COMESA.
A título conclusivo, a delegação chefiada pela UIF recomendou que se incentive cada vez mais a
participação activa de Angola e seus quadros nos grupos de trabalho da Organização,
nomeadamente, grupo de trabalho sobre tipologias e avaliações mútuas.
Governo de Angola Lança o Sistema Nacional de Contratação Pública Electrónica
No dia 16 de Abril foi lançado oficialmente o SNCPE. O SNCPE será implementado faseadamente,
sendo que estão criadas todas as condições para o arranque da fase piloto, na qual participarão o
Ministério das Finanças, através da Direcção Nacional do Património do Estado (DNPE) e três
Unidades do Ministério da Saúde, nomeadamente, o Hospital Pediátrico David Bernardino, a
Maternidade Lucrécia Paim e o Instituto Nacional de Luta contra o SIDA, para a aquisição de viaturas
protocolares e de medicamentos e material gastável de natureza hospitalar, respectivamente.
5
Durante o acto a Ministra da Saúde, Dra. Sílvia Lutucuta, referiu que “o efectivo funcionamento do
SNCPE, face às várias dificuldades que o país enfrenta do ponto de vista financeiro, vai ajudar a
controlar custos, prestar melhores serviços e a melhor gerir os orçamentos”.
Para Secretária de Estado do Orçamento e Investimento Público, Dra. Aia Eza da Silva, “o SNCPE é
uma ferramenta importante no processo de gestão das finanças públicas, enquanto auxiliar na gestão
orçamental, vai dinamizar a parcimónia e poupança, bem como reduzir os custos diários das unidades
orçamentais no processo de aquisições de bens e serviços. Mas acima de tudo a ferramenta permitirá
maior controlo dos custos, redução dos preços e concorrência e gestão eficiente na aquisição de bens
e serviços”. De igual modo, enfatizou que se a fase experimental for exitosa é pretensão que o SNCPE
se alargue de forma imediata para todas as unidades orçamentais do país.
O SNCPE será executado através do Sistema Integrado de Gestão Financeira do Estado (SIGFE) e
integra um conjunto de portais que, em conjunto, compreendem todo o processo de preparação,
formação, execução, gestão e controlo dos contratos públicos, tais como o Portal do Fornecedor,
disponível em www.fornecedores.minfin.gv.ao, o Portal da Contratação Pública, disponível em
www.contratacaopublica.minfin.gov.ao e a Base de Dados de Contratos.
Para se poder visualizar os anúncios dos procedimentos de contratação pública, os interessados
devem aceder às publicações da página principal dos Portais da Contratação Pública e do Fornecedor
acima referidos. O anúncio da abertura dos procedimentos faz referência e disponibiliza o link para
aquisição das peças do procedimento, bem como os prazos e modos de apresentação das propostas.
O Manual de Instrução do SNCPE disponibilizado no Portal da Contratação Pública e no Portal dos
Fornecedores ajudará, igualmente, os fornecedores a conhecerem e melhor navegar pela plataforma,
acessível em www.contratacaopublicaeletronica.minfin.gov.ao.
6
Sistema Nacional da Contratação Pública Electrónica apresentado aos Fornecedores do Estado
Em alusão ao lançamento oficial do SNCPE, o Ministério das Finanças (Minfin), através do SNCP,
realizou no dia 23 de Abril um Workshop de apresentação do SNCPE aos Fornecedores do Estado. A
ocasião serviu para o esclarecimento alargado dos actuais desafios da Contratação Pública Angolana,
principalmente com a introdução da plataforma electrónica de compras públicas, em que se pretende
desmaterializar o processo de formação e execução de contratos públicos.
Ao proferir o discurso de abertura do evento Saidy Fernando, Director Geral Adjunto do SNCP, referiu
que “o SNCP tem plena consciência de que para alcançar os objectivos plasmados no seu Estatuto
Orgânico deve envolver, na sua acção, não apenas as EPC, enquanto detentoras da faculdade de
exteriorização da vontade de contratar, mas, igualmente, os fornecedores, enquanto partes
indispensáveis na materialização da função compra do Estado”.
Entretanto, o SNCP acredita que como ganhos da implementação da contratação electrónica de
forma faseada, atendendo à evolução do sistema de comunicação do país, espera-se por maior
transparência nos processos de contratação, melhoria no processo de selecção dos fornecedores e
maior poupança (através do recurso a leilões electrónicos), abrangendo, igualmente, benefícios aos
fornecedores, traduzindo-se em sustentabilidade da contratação pública e das finanças públicas.
A actividade contemplou, igualmente, um momento de cadastro presencial de um fornecedor no
Portal dos Fornecedores do Estado e a operacionalização de um leilão electrónico em tempo real.
7
Unidade de Contratação Pública começa a ser implementada nos Governos Provinciais
O Decreto Presidencial n.º 88/18, de 06 de Abril, que aprova a regulamento das Unidades de
Contratação Pública e institucionaliza a figura de gestor de contrato ou projecto, representa um passo
determinante na busca pela melhoria da eficiência aquisitiva na Administração Pública. Assim, no
âmbito do processo de implementação das UCP, o SNCP, com o apoio, das Delegações Províncias de
Finanças e do Ministério da Administração e Reforma do Estado, tem-se deslocado às províncias no
intuito de apoiar os Governos Provinciais na capacitação dos integrantes da UCP e no esclarecimento
sobre as atribuições e modo de funcionamento.
Com natureza de Departamento e a funcionar no interior das Secretarias Gerais ou órgãos
equiparados, a UCP depende funcionalmente da estrutura da EPC e metodologicamente do SNCP.
Até à data, foram capacitados e orientados metodologicamente técnicos nas províncias da Lunda-Sul,
Bié, Malanje, Luanda, e seus municípios, Benguela, Moxico e Cabinda, sendo que as províncias do
Namibe, Huíla, Huambo, Kwanza Sul, Kwanza Norte, Bengo, Uíge, Zaire, Cuando Cubango e Cunene
serão os próximos destinos das equipas.
Importa, igualmente, lembrar que, a par da criação das UCP, foi também instituída a figura do Gestor
de Projecto ou Contratos, com o objectivo de melhor acompanhar o processo de execução física e
financeira dos contratos públicos.
Todas estas reformas têm como fundamento a necessidade de se melhorar a eficiência e eficácia das
aquisições públicas aumentando, desta forma, os níveis de concorrência e transparência no processo
de identificação e escolha das empresas que vendam bens ou prestem algum serviço ao Estado.
8
Proposta de Plano Estratégico da Contratação Pública Angolana submetido à Consulta pública
A Proposta de Plano Estratégico da Contratação Pública Angolana 2018-2022 (PECPA 2018-2022), foi
submetido à consulta pública, no princípio do mês de Maio, através do Portal da Contratação Pública
(www.contratacaopublica.minfin.gov.ao).
O PECPA 2018-2022 pretende definir os objectivos da contratação pública angolana, perspectivando
o aumento dos níveis de eficácia e eficiência da gestão da despesa pública, permitindo que a
contratação pública deixe de se consubstanciar apenas no cumprimento dos procedimentos pré-
contratuais e passe a ser um instrumento de gestão das finanças públicas.
Importa referir que a Proposta contempla um conjunto de recomendações de um workshop realizado
no ano passado onde participaram os principais intervenientes do sistema, nomeadamente, o
Tribunal de Contas, Inspecção Geral da Administração do Estado, Ministério das Finanças, Ministério
da Administração do Território e Reforma do Estado, Associação Industrial de Angola, GB consultores
reunidos, etc.
Com efeito, dos variados diagnósticos efectuados e considerando os indicadores internacionais de
contratação pública, foi possível identificar com precisão e rigor quer as insuficiências e omissões de
regulação existentes em diferentes níveis, quer as mais comuns e prementes necessidades de
capacitação dos agentes e de organização e controlo das entidades que efectuam as aquisições
públicas.
Cada vez Mais pessoas visualizam o Portal da Contratação Pública
O Portal da Contratação é um espaço virtual onde são publicitados elementos referentes à formação
e execução dos contratos públicos, no que concerne aos anúncios de aberturas de procedimentos, os
modelos de peças de procedimentos e notícias relevantes, permitindo o seu acompanhamento,
9
monitorização e comunicação entre o SNCP, as Entidades Públicas Contratantes (EPC), os
Fornecedores, os demais intervenientes e o público em geral, sendo uma das principais fontes de
informação em matéria de contratação pública no país. Qualquer interessado pode solicitar o acesso
ao Portal da Contratação Pública através de um registo de informação elementar da conta de
utilizador e de acordo com o tipo de acesso solicitado, o utilizador receberá do gestor do Portal, por
e-mail, as credenciais de acesso. O acesso ao Portal pode ser efectuado através do endereço
www.contratacaopublica.minfin.gov.ao.
10
Autoridade Reguladora das Aquisições Públicas de Cabo Verde comemora 10 anos de Existência
No passado mês de Maio de 2018, a Autoridade Reguladora das Aquisições Públicas (ARAP) de Cabo
Verde, comemorou 10 anos de existência. Dentre outras actividades, o ponto mais alto foi a
realização, no dia 8 de Maio, de um Fórum sob o lema “Por um Cabo Verde mais Transparente”.
Na abertura do evento a Presidente do Conselho de Administração da ARAP, Carla Soares, aproveitou
para alertar a necessidade de “olharmos para a contratação pública não só como oportunidade de
negócio mas também como instrumento ao serviço das mais variadas políticas públicas para a
realização do bem comum”.
A convite do Conselho de Administração da ARAP o SNCP participou do Fórum, que teve como
objectivo geral abordar temas sobre o impacto da regulação das compras públicas no
desenvolvimento da economia. Durante o evento foi, igualmente, premiado o vencedor do concurso
(Contratação Pública – Eu Sei) e apresentada a Revista Compras Públicas.
Os temas apresentados suscitaram grande interesse do auditório, dada importância das aquisições
públicas enquanto um instrumento necessário para a transparência na gestão da contratação.
A par do fórum, a delegação do SNCP reuniu-se com a Presidente do Conselho de Administração da
ARAP, Carla Soares PCA, e o Administrador, João Tavares, com o objectivo de abordar aspectos
relativos à cooperação existente entre ambas instituições, bem como questões sobre a preparação
do III Congresso Internacional de Compras Públicas, que se realizará no presente ano, entre os dias
20, 21 e 22 de Novembro, na cidade da Praia.
11
BOAS PRÁTICAS EM CONTRATAÇÃO PÚBLICA
Os contratos públicos e a dívida
Por [Lígia Vunge- SNCP]
O Executivo, por via do Ministério das Finanças
(MINFIN), tem programado para o exercício
económico em curso a regularização da dívida
pública interna contraída no período de 2014 a
2016, os denominados “atrasados”, resultantes
de contratos administrativos, que estiverem
registados no Sistema Integrado de Gestão
Financeira do Estado (SIGFE).
A dívida interna não registada no SIGFE, será primeiramente alvo de auditoria e prevê-se pagar ao
longo do próximo exercício económico, conforme anunciado em Abril último pelo MINFIN.
Face aos montantes envolvidos da dívida governamental (até Dezembro de 2017, o stock da dívida
governamental estava avaliada em Kz 12.154,78 mil milhões, dos quais 47% corresponderam à divida
interna (Kz 5.732,65 mil milhões)2) e a importância de liquidação da mesma para a sustentabilidade do
empresariado nacional, pretende-se no presente artigo recordar algumas das normas e procedimentos
vigentes na Lei dos Contratos Públicos3 (LCP), Lei do Orçamento Geral do Estado4 (LOGE) e diplomas
conexos que acautelam o bom desenrolar dos contratos públicos no concernente ao cumprimento das
regras orçamentais.
Ora bem, na cadeia de formação de um contrato público a decisão de contratar por parte da Entidade
Pública Contratante (EPC), de acordo com o n.º 2 do artigo 31.º da LCP, está dependente da verba
inscrita no orçamento, sendo que no caderno de encargos deve constar o objecto do contrato a
celebrar, bem como as respectivas cláusulas técnicas, jurídicas e financeiras, ou seja, o caderno de
encargos poderá ser considerado um “pré-contrato”. Após adjudicação, nos casos aplicáveis, os
2 Plano Anual de Endividamento 2018 3 Lei 9/16, de 16 de Junho 4 Lei 15/10, de 14 de Julho
1
contratos devem ser confirmados pelo Ministro das Finanças5 e obter o visto do Tribunal de Contas em
sede da fiscalização preventiva6.
Em termos da conformidade das cláusulas contratuais, deverá haver a identificação do crédito
orçamental e a respectiva nota de cabimentação. Ou seja, nos termos da legislação sobre a execução
do Orçamento Geral do Estado (OGE), o valor global de uma aquisição deverá estar garantido por verba
inscrita no OGE e o fornecedor antes de iniciar a execução do contrato deve exigir uma via da nota de
cabimentação, entre outras indicações como o cronograma de desembolso para o período de execução
do contrato.
Ainda no que concerne ao cumprimento da cabimentação, a Lei que aprova o OGE 2018 estipula que
“Nenhuma despesa pode ser autorizada ou paga sem que cumulativamente: a) O factor gerador da
obrigação de despesa respeite as normas legais aplicáveis e b) a despesa disponha de inscrição
orçamental, tenha cabimento na programação financeira, esteja adequadamente classificada e
satisfaça os princípios da economia, da eficiência e da eficácia”, conforme n.º 2 do artigo 9.º. O n.º 9
do mesmo artigo reforça que “Os fornecedores de bens ou prestadores de serviços devem exigir, dos
respectivos ordenadores da despesa, a competente via da nota de cabimentação da despesa”.
A apologia da comprovação da existência da nota de cabimentação está igualmente prevista na LCP no
seu artigo 149.º. Assim sendo, uma vez não estando observado a existência da cabimentação, a EPC
não vincula o Estado à obrigação de pagamento.
As Regras Anuais de Execução do OGE7 (RAEOGE), aditam que “o factor gerador de reconhecimento de
Dívida pelo Estado é visto na perspectiva da Liquidação da Despesa, acompanhados de autos de
medição, notas de entrega, no momento da recepção dos bens e serviços” conforme o seu n.º 5 do
artigo 8º.
Relativamente ao prazo de pagamento, a LOGE (n.º 6, artigo 33.º8) e as REAOGE (n.º 4, artigo 13.º)
fixam um prazo de até 90 dias da data de vencimento dos contratos de empreitadas, fornecimento de
bens e serviços, findo o qual são considerados pagamentos em atraso. Não ficando de fora a
responsabilização disciplinar e administrativa dos gestores e agentes administrativos das Unidades
5 Ao abrigo do Decreto Executivo n.º 155/14, de 27 de Maio - Regulamento sobre os procedimentos e critérios de confirmação de contratos e do Decreto Presidencial n.º 111/18, de 27 de Abril, que aprova as Regras Anuais de Execução do OGE. 6 Os contratos sujeitos à fiscalização preventiva devem ser submetidos ao Tribunal de Contas, 30 dias após a sua prática ou celebração. Os contratos sujeitos à fiscalização preventiva do Tribunal de Contas são juridicamente ineficazes até que obtenham o respectivo visto, isto é, têm a sua execução condicionada a atribuição do visto. 7 Aprovadas pelo Decreto Presidencial n.º 111/18, de 27 de Abril. 8 Artigo constante na Lei 12/13, de 11de Dezembro – Lei de Alteração à Lei N.º 15/10, de 14 de Julho (Lei do Orçamento Geral do Estado).
2
Orçamentais que praticarem actos que originem a acumulação de pagamentos em atraso, conforme
n.º 8, artigo 13.º das REOGE.
Parte-se do pressuposto que cumpridas a tramitação processual de formação e execução de contratos,
e observadas as regras da execução orçamental e financeira, pode mitigar-se a situação de acumulação
de atrasados.
Em nota final, referir que em economias mais avançadas, como o caso da União Europeia, a média de
prazos de pagamentos no sector público cifrou-se em 40 dias (dados de 2017), sendo o prazo legal para
pagamento de até 30 dias. No nosso país ainda estamos distantes deste cenário, mas reconhece-se
que se houver um nível maior de compliance nas compras públicas, quer por parte das EPC, quer por
parte dos Operadores Económicos, poderemos iniciar uma nova era na vida dos contratos
administrativos e na dívida pública.
PERSPECTIVAS DA CONTRATAÇÃO PÚBLICA
Diante dos actuais desafios no âmbito da melhoria da qualidade da despesa pública no domínio da
contratação pública, torna-se cada vez mais importante a criação de mecanismos de controlo e
valoração da gestão dos recursos públicos.
Assim, destacam-se abaixo iniciativas constantes da agenda do SNCP para o III Trimestre de 2018, com
o objectivo de melhorar o funcionamento do sistema da contratação pública, nomeadamente:
Sistema de Avaliação de Desempenho dos Fornecedores do Estado (SADFE)
O Sistema de Avaliação de Desempenho dos Fornecedores do Estado (SADFE) é um instrumento com
intuito de permitir às Entidades Públicas Contratantes (EPC) avaliar o nível e a qualidade de serviços
prestados pelos fornecedores com os quais tenham celebrado um contrato. O SADFE visa, ainda,
influenciar as EPC a contratarem principalmente com os fornecedores que obtiverem melhores
resultados na avaliação.
Formação Contrato:
Autorização despesa
inscrita OGE
Assinatura contrato:
Emissão da Nota
Cabimentação
Execução contrato:
Emissão da Nota
Liquidação
Pagamento: Em até 90
dias
3
Entretanto, os critérios de avaliação e os requisitos funcionais do SADFE no Portal dos Fornecedores e
da Contratação Pública estão a ser desenvolvidos pela Direcção Nacional do Património do Estado
(DNPE) e pelo SNCP.
AGENDA Apresenta-se uma descrição cronológica dos factos proeminentes a realizar no III Trimestre de 2018.
EXPLICADOR DA CONTRATAÇÃO PÚBLICA 1. O que é o Plano Estratégico da Contratação Pública Angolana (PECPA)?
O Plano Estratégico da Contratação Pública Angolana (PECPA) 2018-2022 é um instrumento que
define os objectivos do Sistema Nacional da Contratação Pública para o período de 2018 a 2022
e perspectiva reformas que visam aumentar os níveis de eficácia e eficiência da gestão da
despesa pública.
Objectivos Estratégicos
o As dimensões estratégicas definidas no PECPA 2018-2022 foram alinhadas com a versão
de 2016 da metodologia MAPS da OCDE:
Pilar 1 – Quadro Legal e Regulatório;
Pilar 2 – Quadro Institucional e Capacidade de Gestão;
Pilar 3 – Operações de Contratação e Práticas de Mercado;
Pilar 4 – Integridade e Transparência do Sistema.
Principais Reformas
o Criar mecanismos de resolução de conflitos céleres e eficazes;
o Implementar a Contratação Pública Electrónica integrada com o Sistema de Gestão
Financeira do Estado;
o Operacionalizar Unidades de Contratação Pública e criar Centrais de Compras em
sectores-chave;
o Criar modelo de avaliação de desempenho de fornecedores;
o Criar normas de conduta, de impugnação e de responsabilização por comportamentos
não éticos.
Formação Data Público-alvo
01 Formação sobre as UCP 23 a 27 de Julho de 2018 Administradores, Secretários Gerais,
Directores do GEPE e Técnicos
02 Formação sobre as UCP 30 de Julho a 03 de Agosto de
2018 Administradores, Secretários Gerais,
Directores do GEPE e Técnicos
03 Seminário Sobre Acordos Quadro e Centrais de Compras
9 de Agosto Secretários Gerais, Directores dos
GEPE e Jurídicos e Técnicos de cada EPC
04 Semana da Lei dos Contratos Públicos 10 a 14 de Setembro Secretários Gerais, Directores dos
GEPE e Jurídicos e Técnicos de cada EPC
4
LEGISLAÇÃO RELEVANTE SOBRE A CONTRATAÇÃO PÚBLICA
- D.P. n.º 31/10, de 12/4
- Lei n.º 15/10, de 14/7
- Lei n.º 30/11, 13/9
- Actualização e Adequação dos Procedimentos de Emissão da Cabimentação;
- Procedimentos e Critérios de Confirmação de Contratos pelo Ministro das Finanças
- Procedimentos de Implementação e Monitorização de Apoios Institucionais às MPME
2010
2011
2013
2014
2015
- Regulamento do PIP
- Lei do Orçamento Geral do Estado
- Lei das Micro, Pequenas e Médias Empresas
- D.E. n.º 1/13, de 4/1
- D.E. n.º 155/14, de
27/5
- Lei n.º 157/14, de 27/5
- Medidas para fazer face à Crise Económica do país
- Regras para melhoria da articulação entre as várias direcções do MINFIN
- Simplificação do processo de constituição de sociedades comerciais
- Aprova o Manual de preparação e realização de visitas aos PIP
- Aprova o Estatuto Orgânico do Serviço Nacional da Contratação Pública
- Aprova o perfil dos responsáveis pela execução do OGE
- D.P. n.º 56/15, de 5/3
- D.E. n.º 114/15, 13/3
- Lei nº 11/15, 17/6
- D.E. n.º 471/15, 20/7
- D.P. n.º 162/15, 19/8
- D.P. n.º 167/15, 16/9
- Determina os bens e serviços do regime de preços fixados e vigiados
- Aprova o Regulamento de Funcionamento do Conselho Nacional de Preços
- Define as regras e procedimentos para a fixação e alteração dos preços
- Cria o Instituto Angolano de acreditação (IAAC)
- Cria o Instituto Nacional de Inovação e Tecnologias Industriais (INITI)
- Aprova os modelos de pactos sociais aplicáveis no procedimento de constituição de sociedades comerciais
- Lei dos Contratos Públicos
- Cria a Taxa de Mediação, Conciliação, Arbitragem e Consulta Jurídica da CREL
- Cria a taxa a cobrar pela disponibilização das peças do procedimento de contratação pública
- Cadastro e a Certificação de Fornecedores do Estado Angolano
- Disciplina a Formação e Execução de Acordos-Quadro
- Fixa os Cadernos de Encargos Tipo para Empreitadas de Obras Públicas, Aquisição de Bens, e Aquisição de Serviços
- Aprova o Regime Jurídico das Contrapartidas
- D.E. n.º 62/16, de 15/2
- D.E. n.º 63/16, 15/2
- D.E. n.º 77/16, de 25/2
- D.E. n.º 111/16, de 1/3
- D.P. n.º 61/16, de 22/3
- D.P. n.º 62/16, de 22/3
- Lei n.º 9/16, de 16/06
- D.E. n.º 259/16, de 17/6
- D.P. n.º 196/16, de 23/9
- D.P. n.º 198/16, de 26/9
- D.P. n.º 199/16, de 26/9
- D.P. n.º 201/16, de 27/9
- Lei nº. 20/16, de 29/12
2016
- D.P. n.º 1/17, de 3/1
- D.P. n.º 202/17, de 6/9
- D.P. n.º 208/17, de
22/9
- Aprova as Regras Anuais de Execução do Orçamento Geral do Estado -Aprova o regulamento sobre o Funcionamento do Sistema Nacional da Contratação Pública Electrónica - Aprova Unidades de Contratação Pública junto da Administração Local do Estado
-D.P. n.º 2/18, de 11/1
- D.P. n.º 31/18, de 7/2
- Lei n.º 3/18, de 14/2
-D.P. n.º 47/18, de 24/2
- D.P. n.º 88/18, de 6/4
- D.P. n.º 111/18, de 27/4
- Aprova o Estatuto Orgânico da Unidade de Informação Financeira - Aprova o Estatuto Orgânico do Ministério das Finanças - Aprova o Orçamento Geral do Estado para o Exercício Economico 2018 - Regime aplicável as Taxas Licenças e outras Receitas cobradas pelos órgãos da Administração Local do Estado - Cria as Unidades de Contratação Pública e Institui a Figura do Gestor de Contrato ou Projecto - Aprova as Regras Anuais de Execução do OGE
2017
2018
5
Ficha Técnica
Título: Boletin Informativo da Contratação Pública Angolana (BICPA) –
II Trimestre de 2018
Edição: Serviço Nacional da Contratação Pública (SNCP)
Coordenação: Rosária Dias dos Santos Filipe, Directora Geral do SNCP
Supervisão/SNCP: Aia Eza da Silva, Secretária de Estado do Orçamento e Investimento
Público
Direcção
Institucional:
Archer Mangueira, Ministro das Finanças
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS (MINFIN)
Serviço Nacional da Contratação Pública (SNCP)
Morada: Rua Kwamne N´krumah, 218 – 221, Edifício Metrópolis, 3º Andar, Maianga-Luanda,
Caixa Postal n.º 6869
Telefone: (+) 244 942 642 251
Email:
Site:
www.contratacaopublica.minfin.gv.ao