12
BOLETIM MENSAL DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTECÇÃO CIVIL / N.º31 / OUTUBRO 2010 / ISSN 1646–9542 NOTÍCIAS — PÁG.2/3/4 > Portugal Tecnológico, a liderar o futuro > ANPC e ISEC assinam Protocolo de Cooperação > Revisão do Plano Nacional de Emergência NOTÍCIAS DOS DISTRITOS —PÁG. 4 > Ações de sensibilização nos três Agrupamentos do concelho da Trofa DIVULGAÇÃO—PÁG. 5 > Orçamento ANPC 2010 TEMA — PÁGS. 6 /7 > As inundações fluviais PROJETOS — PÁG. 8 > Risco de inundações: uma metodo- logia para a sua cartografia INTERNACIONAL — PÁG. 9 > Catástrofe no Paquistão RECURSOS — PÁG. 10 > Atribuição da medalha de mérito de proteção e socorro, grau cobre e distintivo laranja, à Força Especial dos Bombeiros «Canarinhos» QUEM É QUEM — PÁG.11 > RISKam AGENDA — PÁG.12 31 ÍNDICE Produtivo, compreensível e pouco dispendioso... Não vou hoje falar de incêndios florestais; tal será a meu ver impruden- te, sem que o mês de outubro termine e sobretudo porque o esforço do dispositivo nos merece todo o respeito e sei que TODO e TODOS continuarão a dar o melhor de si! Referenciava antes os já editados quinze Cadernos Técnicos PROCIV, enquanto elementos de informação, partilhada com os des- tinatários por quem a produz, e que são fator determinante na concre- tização da reivindicada cultura de segurança; afinal uma insubstituível cooperação entre partes, que executa a concomitante missão para a prevenção. Ressalto ainda os trabalhos em curso para revisão do Plano Nacio- nal de Emergência que queremos em versão consolidada nos primei- ros meses de 2011, a elaboração da Diretiva Operacional Nacional para incidentes envolvendo Agentes NRBQ , o Programa Permanente de Cooperação (PPC) e as Equipas de Combate a Incêndios (ECIN) pagos a horas, os projetos de quartéis e outras candidaturas apreciadas em tempo recorde, constituindo-se como hábito, mas, há sempre um mas, e esse é para mim pessoalmente a falta de vergonha de alguns! Para os autores e colaboradores do árduo e silencioso trabalho que se vem construindo cada dia vai o meu apreço! É um bom testemunho, produtivo, compreensível e pouco dispendioso, que neste centenário da República disponibilizamos em proveito da proteção e socorro das pessoas. Arnaldo Cruz ................................................................. EDITORIAL Distribuição gratuita Para receber o boletim PROCIV em formato digital inscreva-se em: outubro de 2010 www.prociv.pt ....................... ................................................................ ......................................... Os artigos que constam neste Boletim foram redigidos ao abrigo do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Nomes próprios e designa- ções de organismos mantêm a grafia anterior.

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B O L E T I M M E N S A L DA AU T O R I DA D E N AC I O N A L D E P R O T E CÇ ÃO C I V I L / N .º 31 / O U T U B R O 2 010 / I S S N 16 4 6 – 95 42

N O T Í C I A S — PÁG . 2 /3/4

> Portugal Tecnológico, a liderar o futuro> ANP C e ISEC assinam Protocolo de Cooperação> Revisão do Plano Nacional de EmergênciaN O T Í C I A S D O S D I S T R I T O S — PÁG . 4 > Ações de sensibilização nos três Agrupamentos do concelho da Trofa

D I V U LG AÇ ÃO — PÁG . 5

> Orçamento ANP C 2010T E M A — PÁG S . 6 /7

> As inundações fluviaisP R O J E T O S — PÁG . 8

> Risco de inundações: uma metodo-logia para a sua cartografiaI N T E R N AC I O N A L — PÁG . 9

> Catástrofe no Paquistão

R E C U R S O S — PÁG . 10

> Atribuição da medalha de mérito de proteção e socorro, grau cobre e distintivo laranja, à Força Especial dos Bombeiros «Canarinhos»Q U E M É Q U E M — PÁG .11

> R ISK amAG E N DA — PÁG .12

31

ÍND

ICE

Produtivo, compreensível e pouco dispendioso...

Não vou hoje falar de incêndios florestais; tal será a meu ver impruden-te, sem que o mês de outubro termine e sobretudo porque o esforço do dispositivo nos merece todo o respeito e sei que TODO e TODOS continuarão a dar o melhor de si!

Referenciava antes os já editados quinze Cadernos Técnicos PROCIV, enquanto elementos de informação, partilhada com os des-tinatários por quem a produz, e que são fator determinante na concre-tização da reivindicada cultura de segurança; afinal uma insubstituível cooperação entre partes, que executa a concomitante missão para a prevenção.

Ressalto ainda os trabalhos em curso para revisão do Plano Nacio-nal de Emergência que queremos em versão consolidada nos primei-ros meses de 2011, a elaboração da Diretiva Operacional Nacional para incidentes envolvendo Agentes NR BQ , o Programa Permanente de Cooperação (PPC) e as Equipas de Combate a Incêndios (ECIN) pagos a horas, os projetos de quartéis e outras candidaturas apreciadas em tempo recorde, constituindo-se como hábito, mas, há sempre um mas, e esse é para mim pessoalmente a falta de vergonha de alguns!

Para os autores e colaboradores do árduo e silencioso trabalho que se vem construindo cada dia vai o meu apreço! É um bom testemunho, produtivo, compreensível e pouco dispendioso, que neste centenário da República disponibilizamos em proveito da proteção e socorro das pessoas.

Arnaldo Cruz

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .E D I T O R I A L

Distribuição gratuitaPara receber o boletim

P RO C I V em formato digital inscreva-se em:

outubro de 2010

www.prociv.pt

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

.........................................

Os artigos que constam neste Boletim foram

redigidos ao abrigo do Acordo Ortográfico da

Língua Portuguesa. Nomes próprios e designa-

ções de organismos mantêm a grafia anterior.

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N O T Í C I A S

P. 2 . P R O C I V

Assinatura do Protocolo

entre a A N P C e o I SEC

Comissão de Agri-

cultura no briefing

operacional

1.

3.

Número 31, outubro de 2010

2.

2.

1.

Portugal Tecnológico, a liderar o futuro

Sob o tema “Portugal Tecnológico, a liderar o futuro”, a edição de 2010 da mostra nacional de tecnologia e inovação realizou-se de 22 e 26 de setembro na FIL, no Parque das Nações. O principal objetivo do “Portugal Tecnológico 2010” foi demonstrar como as empresas de diversas áreas de atividade, nos serviços públicos e empresariais, aplicam as mais recentes inovações tecnológicas na sua atividade diária e exemplificar como as redes de conhecimento e as regiões inovadoras contribuem para o desenvolvimento do país e para a qualidade de vida dos cidadãos. A mostra pretendeu promover e divulgar a tecnologia portuguesa, bem como reafirmar o papel de Portugal nas redes de excelência, provado pelo crescente número de empresas internacionais que apostam no nosso país e pela internacionalização acrescida das empresas tecnológicas portuguesas.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Rádios locais aderiram a campanha de sensibilização

A Autoridade Nacional de Protecção Civil lançou este Verão um repto a diversas rádios locais no sentido de aderirem à campanha de prevenção dos incêndios florestais. Alguns desses órgãos de comunicação social responderam prontamente, aliando-se a nós nesta causa. A A N PC quer, por isso, agradecer à Rádio Larouco, do distrito de Vila Real, à Rádio Popular de Soure, do distrito de Coimbra, à Rádio Atlântico FM, do distrito de Faro, às rádios da Batalha, Benedita FM e Dom Fuas FM, do distrito de Leiria e à Rádio Hertz, do distrito de Santarém.

Delegação da Comissão de Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas da Assembleia da República no briefing operacional do C NOS

Uma delegação da Comissão de Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas da Assembleia da República participou no briefing semanal do Comando Nacional de Operações de Socorro, que se realizou no dia 7 de setembro, na sede da Autoridade Nacional de Protecção Civil, e que contou ainda com a presença do Secretário de Estado da Protecção Civil, Vasco Franco, e do Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Rui Barreiro.

A N P C e I SE C assinam Protocolo de Cooperação

No dia 9 de setembro foi assinado um protocolo de cooperação entre a A N PC e o Instituto Superior de Educação e Ciências (ISEC) com o objetivo de afirmar entre as duas entidades um compromisso na promoção do conhecimento e da inovação nas áreas técnicas e científicas relacionadas com a Proteção Civil, desenvolvidas nos Cursos ministrados no ISEC, como sejam a Licenciatura em Engenharia da Proteção Civil, a Pós-Graduação e o Mestrado em Riscos e Proteção Civil, bem como Cursos de Especialização e Ações de Formação relacionados com a segurança de pessoas, bens e meio ambiente.

Através deste protocolo, a A N PC e o ISEC comprometem-se a disponibilizar mutuamente informação qualificada que permita a realização e o aprofundamento de estudos para a melhoria dos sistemas de prevenção e proteção.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

P R O C I V C O R R I G E

No P R O C I V n.º 30, versão papel, no texto da página 2, “Não desistiremos nunca”, no final do 2.º parágrafo, onde se lê “são merecedores de Planeamento de Emergência a nível municipal”, deve ler-se “são merecedores do aplauso de todos os portugueses”.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Stand do M A I com

o Veículo de Comando,

Controlo e Comunica-

ções da A N P C em fundo3.

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4.

N O T Í C I A S

P R O C I V . P.3Número 31, outubro de 2010

5.

M A I durante o discurso

no Dia do Bombeiro

Prof issional

4.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

AC P lança Campanha de Segurança Rodoviária

O Ministro da Administração Interna, Rui Pereira, participou no dia 16 de setembro, no lançamento da campanha do Automóvel Club de Portugal “Atenção, somos todos peões!”, que decorreu no Porto. Trata- -se de uma campanha de sensibilização dedicada à sinistralidade de peões nas passadeiras das principais ruas do Porto e de Lisboa, englobada na Semana Europeia da Mobilidade, que se realiza em conjunto com as Câmaras Municipais das duas cidades.

Nesta ação de sensibilização estiveram presentes a Governadora Civil do Porto, o Diretor Nacional da Polícia de Segurança Pública, o Presidente da Câmara Municipal do Porto, o Presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária e o Presidente do Automóvel Clube de Portugal, entre outras entidades.

Na sua intervenção, Rui Pereira apelou aos cidadãos para que adotem comportamentos seguros nas estradas e nas localidades, designadamente ao respeito pelos peões nas passadeiras e à sinalização.

5.

Cadernos Técnicos recen-

temente editados

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Dia Aberto Humboldt – “H UM B OL DT Open Day: Geospatial Data Harmonisation in Action”

Decorreu no dia 28 de Setembro nas instalações do Instituto Geográfico Português (IGP), em Lisboa, o Dia Aberto Humboldt “HUMBOLDT Open Day: Geospatial Data Harmonisation in Action”, inserido na semana dedicada aos eventos dos projetos europeus relacionados com infra-estruturas de dados espaciais “Lisbon ESDI Track 2010”.

O Dia Aberto Humboldt pretendeu demonstrar as ferramentas em código aberto e serviços desenvolvidos no projeto no contexto de cenários de aplicação selecionados (Áreas protegidas, Oceanos e ambiente marinho, Bacias trans-fronteiriças, Atmosfera e Gestão do risco de cheias).

Para além destas apresentações temáticas, os participantes desta iniciativa tiveram a oportunidade de explorar os cursos disponíveis na plataforma de treino Humboldt bem como experimentar na prática as ferramentas de harmonização de dados desenvolvidas no projeto.

Autoridade Nacional de Protecção Civil lança três novos Cadernos Técnicos

O Secretário de Estado da Protecção Civil, Vasco Franco, presidiu no dia 9 de setembro à cerimónia de apresentação de três Cadernos Técnicos PROCI V sobre Segurança Contra Incêndio em Edifícios e Riscos Costeiros. Estas publicações, editadas pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (A N PC), visam sistematizar e divulgar conteúdos de referência nas diversas componentes do Planeamento de Emergência, numa coleção que integra já quinze Cadernos.

Estas três publicações destinam-se aos técnicos e às entidades com competências atribuídas na área da proteção civil e que são chamados a analisar e dar parecer sobre projetos e planos. Têm ainda como

M A I preside à cerimónia do Dia Nacional do Bombeiro Profissional

No dia 11 de setembro assinalou-se o Dia Nacional do Bombeiro Profissional, numa cerimónia presidida pelo Ministro da Administração Interna, Rui Pereira, que se realizou na Praça da República, em Coimbra.

Na sessão, promovida pela Associação Nacional de Bombeiros Profissionais, foram celebrados protocolos e entregues condecorações aos bombeiros profissionais no ativo e aposentados.

P R O C I V C O R R I G E

destinatários os agentes de proteção civil e demais entidades que participam nos processos de planeamento, e cujo trabalho contribui para a prossecução dos fins da proteção civil.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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N O T Í C I A S

P. 4 . P R O C I VNúmero 31, outubro de 2010

2.

Utilização da câmara

térmica2.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

1.

Ações de sensibilização nos três Agrupamentos do concelho da Trofa

Com o início de mais um ano letivo, o Serviço Municipal de Proteção Civil da Trofa solicitou ao setor de sensibilização pública do Comando Distrital do Porto, ações sobre a implementação do Plano de Segurança Interno e a continuação ou criação do Clube de Proteção Civil.

Estas ações contaram com dois técnicos do Serviço Municipal de Proteção Civil da Trofa e a presença dos docentes e não docentes dos agrupamentos do Município com o objetivo de sedimentar os conhecimentos sobre procedimentos de prevenção e como agir em caso de emergência.

A importância destas ações foi enfatizada pelo facto de juntar o quadro docente e funcionários, uma vez que são os responsáveis, quer pelas ações de prevenção, quer pela conduta em caso de emergência, operacionalizando o Plano de Segurança Interno de forma coordenada e articulando as tarefas definidas por forma a garantir a segurança de todos os ocupantes do edifício escolar.

1.

Reunião de revisão

do Plano Nacional

de Emergência

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .N O T Í C I A S D O S D I S T R I T O S

A N P C promove revisão do Plano Nacional de Emergência

A Autoridade Nacional de Protecção Civil encontra-se a elaborar a revisão do Plano Nacional de Emergência de Proteção Civil (PN EPC), de acordo com o definido na Resolução n.º 25/2008, a qual estabeleceu critérios e normas técnicas aplicáveis aos Planos de Emergência de Proteção Civil. No sentido de se obter a uniformização de procedimentos e modelos de ação e de fomentar a articulação inter-institucional, a A N PC promoveu, no passado dia 13 de setembro, uma primeira reunião de trabalho com o envolvimento de diversos representantes dos agentes de proteção civil e organismos e entidades de apoio relevantes para o planeamento de resposta a situações de emergência.

Esta primeira reunião, que reuniu mais de meia centena de entidades, visou apresentar o ponto de situação dos trabalhos em curso e estimular a obtenção de contributos, sugestões e propostas de melhoramento do PN EPC, de modo a criar uma dinâmica de participação relativamente à temática da organização da resposta operacional.

Câmaras Térmicas – Inovação para salvamento e combate a incêndios

O CDOS do Porto dispõe de duas câmaras térmicas, que têm auxiliado as corporações de bombeiros do distrito no rescaldo dos incêndios florestais.

O dispositivo, de tecnologia inovadora em Portugal, tem origem militar e é utilizado em vários países europeus para fins de salvamento em cenário de fogo urbano e em condições de visibilidade reduzida. Através de um protocolo de colaboração assinado entre o Governo Civil e a I K EA Portugal, o CDOS do Porto passou a deter este sistema, que tem permitido um aumento significativo de eficácia dos Bombeiros na fase do rescaldo, uma vez que permite detetar os pontos quentes existentes no subsolo e direcionar a ação das equipas para esses locais.

Sporting homenageia Bombeiros

O Sporting Clube de Portugal, no âmbito do seu projeto de responsabilidade social Sporting Solidário, homenageou no passado dia 26 de setembro, no decorrer do jogo Sporting x Nacional, os Bombeiros portugueses, destacando os Bombeiros mortos em serviço no combate a incêndios florestais das Associações Humanitárias de Lourosa, Alcobaça e Cabo Ruivo.

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D I V U L G A Ç Ã O

P R O C I V . P.5Número 31, outubro de 2010

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Orçamento de Funcionamento

Orçamento A NPC 2010 (execução prevista). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Medidas excecionais de apoio aos Corpos de Bombeiros – Incêndios Florestais 2010

Considerando as condições excecionais e particular-mente difíceis vividas nos últimos três meses, no âmbito do combate aos incêndios florestais, a Autoridade Nacional de Protecção Civil desencadeou uma série de medidas extraordinárias de apoio aos Corpos de Bombeiros, nomeadamente:

» Antecipação do pagamento das ECI N dos meses de julho, agosto e setembro, no montante de 5.430.597,00; 5.356.809,50 e 5.120.788,00 euros, nos dias 26, 23 e 22, respetivamente;

» Antecipação do pagamento dos combustíveis relativos aos consumos de junho e julho, no dia 3 de agosto, num total de 864.354 euros (pagamento que no ano anterior apenas tinha sido efetuado a 31 de agosto) seguido de um reforço a todas

as 161 Associações Humanitárias de Bombeiros dos distritos com maior índice de atividade operacional (Aveiro, Braga, Guarda, Porto, Viana do Castelo e Viseu), num montante de 1.663,00 euros por Associação, perfazendo um total de 267.773, 59 euros.

» Antecipação do pagamento do Programa Perma-nente de Cooperação (PPC) de agosto (dia 5) e setembro (dia 1), habitualmente pago ao dia 15 de cada mês, num total mensal de 1.711.128,19 euros;

» Adiantamento de despesas extraordinárias a 11 Associações Humanitárias de Bombeiros dos distritos de Braga, Viana de Castelo e Viseu, que suportaram encargos extraordinários com os GR IF, num total de 100.138,50 euros.

Este foi o contributo financeiro possível num ano caracterizado pela contenção orçamental.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .R ECEI TA

Orçamento do Estado

Instituto de Seguros de Portugal

Sta. Casa da Misericórdia de Lisboa

Vistorias e Ensaios

QR E N – Reembolsos

Outros

Vendas de Bens e Serviços

TOTAL

85.000.000

30.927.895

12 .107.480

2.533.504

148.275

5.474

1.060

130.723.688

Meios Aéreos

Programa Permanente de Cooperação (P P C)

Equipas de Combate a Inc. Florestais (ECIN)

Escola Nacional de Bombeiros

Despesas Pessoal

Despesas Extraordinárias Inc. Florestais 2009

Despesas Funcionamento

Equipas de Intervenção Permanente (E IP)

Combustíveis – Corpos de Bombeiros

Informática e Telecomunicações

Liga dos Bombeiros Portugueses

Projetos QR E N

Combustíveis ANP C

Aniversários AHB e Inaugurações de Quartéis

Grupos de Intervenção Pemanente (GIP E S)

Rede Nacional de Segurança Interna (R N SI)

Segurança Social – Reembolsos aos CB

Força Aérea Portuguesa

Plano de Reequipamento dos CDOS

Operações “Fátima” e “Serra da Estrela”

Associação Nacional Bombeiros Profissionais

Reembolso de Propinas aos Bombeiros

Coop. Técnico–Operacional – Subsídios CB

TOTAL

45.687.931

20.329.499

19.198.356

14.276.802

7.024.074

6.027.029

4.871.513

3.789.936

2.798.584

1.196.664

1.006.937

830.000

637.627

617.339

603.274

432.000

367.177

344.467

210.000

194.648

170.000

72.172

37.659

130.723.688

DE SPE SAOrigem Previsão PrevisãoAplicação

Orçamento PIDDAC

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .R ECEI TA

P IDDAC

TOTAL

1.500.000

1.500.000

Const. Quartéis S. Pedro Sintra, Águas Moura, Sta. Marta Penaguião, Samora Correia

QR E N – 9 Projetos

TOTAL

984.633

515.367

1.500.000

DE SPE SAOrigem Receita PrevisãoAplicação

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T E M A

Número 31, outubro de 2010

P. 6 . P R O C I V

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Leito de inundação

no contexto de um

vale de uma bacia

hidrográfica

1.

As inundações f luv iais: fatores, dinâm ica e ref lexos no território. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

As inundações têm origens diversas e ocorrem em contextos diferentes. Podem distinguir-se entre quatro grandes tipos (Ramos, 2009):

» as inundações costeiras, que resultam da subida momentânea do nível das águas do mar, causada por eventos geológicos ou meteorológicos;

» as inundações em depressões topográficas, resultantes essencialmente da subida do nível freático ou da acumulação de água em áreas impermeáveis;

» as inundações urbanas, resultantes da acumulação da água em meio urbano, muitas vezes por sobrecarga dos sistemas de drenagem artificiais;

» as inundações fluviais (cheias), que ocorrem devido ao grande incremento do volume escoado nos rios e ribeiras.

Frequentemente, um tipo de cheias pode ser consequência da ocorrência de outro. Por exemplo, as inundações urbanas podem ser geradas pelas cheias nos cursos de água que atravessam as povoações. Do mesmo modo, os tipos de cheias estão associados, como acontece com as cheias em áreas urbanas conjugadas com a subida da toalha freática e/ou com a insuficiente capacidade de drenagem do sistema pluvial. Outro exemplo são as cheias que ocorrem na parte vestibular dos cursos de água, quando se conjugam com condições associadas a tempestades marinhas.

Com exceção das inundações costeiras, todos os demais tipos têm relação direta ou indireta com a ocorrência de precipitação. Dentre os vários tipos de inundações, destacam-se aqui as de origem fluvial (cheias), as quais resultam da subida mais ou menos rápida do caudal, e consequente altura de escoamento, no leito ordinário dos cursos de água, levando ao extravasamento para o leito de cheia ou de inundação.

As cheias têm fatores desencadeantes muito diversos e podem ser o resultado de chuvas intensas ou prolongadas, da fusão do gelo e da neve, do aumento da massa de água marítima junto à costa (efeito de tampão), da formação de obstáculos ou ainda da rutura de barragens ou de obstáculos naturais. Por vezes constata-se a existência de forte relação entre os fatores desencadeantes, assim como a relação entre a ocorrência de cheias e de outros tipos de fenómenos naturais perigosos. Por exemplo, um sismo de elevada magnitude pode levar à instabilização de grandes grande parte de uma vertente, a qual, ao deslocar-se por gravidade, bloqueia o leito de um rio. Este facto pode dar origem à subida do nível da água no rio e causar cheias a montante. Posteriormente, devido à pressão exercida sobre esse obstáculo, assiste-se à sua rutura, o que pode originar situações de cheia a jusante, algumas vezes de extraordinária gravidade.

As cheias podem ser divididas em rápidas (ou repentinas) e progressivas (Ramos e Reis, 2001). Estas últimas ocorrem geralmente no setor jusante das grandes bacias hidrográficas e resultam da acumulação de grandes volumes de precipitação ao longo de várias semanas, o que resulta no alagamento de vastas áreas. É frequente que este tipo de cheia não tenha implicações gravosas para a vida humana, manifestando-se apenas na alteração temporária do quotidiano das populações. Nestes casos, a ocorrência cíclica destes eventos, desde que devidamente apreendida pelas populações, leva à presença de adaptações específicas que permitem a continuação de parte das atividades humanas e a salvaguarda de bens materiais e vidas humanas. Podem ser dadas como exemplo as cheias no vale do Tejo, quando a água se espraia por grande parte da Lezíria. Todavia, nem sempre assim acontece, tal como se comprova pelas recentes cheias no Paquistão (julho a setembro de 2010). A ocupação indevida de áreas inundáveis, a persistência da situação de cheia e a escassez de recursos, podem levar a situações dramáticas em vastíssimas áreas do Globo, com milhares de vítimas mortais e milhões de pessoas afetadas.

As cheias rápidas, por sua vez, devem-se a precipitações muito intensas, normalmente de curta duração e circunscritas a áreas relativamente pequenas. Por isso, embora afetem quase sempre as pequenas 1.

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T E M A

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Número 31, outubro de 2010

Eusébio Reis, investigador,

Instituto de Geografia e Ordenamento do Território (IG O T)

bacias hidrográficas, têm grande potencial destruidor e podem ser mortíferas. Veja-se o caso das cheias de 1967 e 1983, ambas na região de Lisboa, de 1997 (Alentejo e Algarve) e, mais recentemente, em fevereiro de 2010 (Madeira).

Para além dos fatores desencadeantes, essencialmente de natureza climática e já descritos anteriormente, é importante salientar um conjunto de fatores condicionantes das cheias, os quais intervêm na frequência e magnitude deste fenómeno, assim como na dinâmica que lhe está associada.

Estes fatores, associados às componentes biofísicas das bacias hidrográficas, podem ser de diferente tipo: geometria (forma e dimensão); características da rede de drenagem (hierarquia e densidade); relevo, com destaque para o declive; solo e substrato geológico, responsáveis pela permeabilidade; vegetação e ocupação do solo.

Em conjunto, estes fatores interferem na relação entre a quantidade de água que fica armazenada ou retida temporariamente, quer à superfície quer em profundidade, e a quantidade de água que escoa à superfície (escoamento direto), assim como na dinâmica desta última. É esta água que escoa superficialmente, sem ter sido sujeita a processos de retenção ou de infiltração na bacia hidrográfica, que constitui a quase totalidade dos caudais de cheia nos setores a jusante na bacia. Por esse motivo, bacias hidrográficas em que as condições de escoamento direto são incrementadas (permeabilidade reduzida, declive elevado, atrito fraco das vertentes) são mais suscetíveis de virem a ser afetadas por cheias, pois assiste-se a uma maior concentração da água no setor jusante dos vales. Em particular, bacias hidrográficas com condições que promovem o escoamento direto, quando perante declives elevados, tornam-se particularmente perigosas,

Fatores do escoamento

nas bacias hidrográ-

f icas2.

2.

pois o movimento da água por gravidade adquire dinâmica muito elevada (aumento da velocidade de progressão da onda de cheia), com grande capacidade de erosão e de transporte, e concentra-se muito rapidamente nas áreas mais deprimidas.

A ação humana adquire importância fundamental na ocorrência e na magnitude das cheias. Essa influência exerce-se essencialmente na modificação das características da rede de drenagem e na alteração das condições que influenciam os processos de interceção, retenção, infiltração e escoamento superficial, ou seja, todo o trajeto desde que a água da precipitação contacta com a vegetação até que atinja os fundos de vale. Neste contexto, são particularmente importantes as alterações que advêm da impermeabilização dos terrenos e da alteração do coberto vegetal. No primeiro caso, a inibição do processo de infiltração leva a um aumento substancial da água que escoa à superfície e aumenta a perigosidade dos locais mais a jusante para onde essa água se desloca, potenciando os picos de cheia. Por esse motivo são tão frequentes as cheias em meio urbano, em que este maior volume de água decorrente do escoamento direto se conjuga com frequentes dificuldades de drenagem do sistema pluvial. No outro caso, o desaparecimento do coberto vegetal de parte da bacia hidrográfica leva, geralmente, a uma alteração profunda das condições de escoamento, tanto ao nível da quantidade de água que circula à superfície como ao nível da carga sólida. Um exemplo conhecido é a ocorrência de incêndios, os quais destroem o coberto vegetal e expõem os terrenos da bacia hidrográfica aos processos erosivos. A ausência temporária de vegetação leva à diminuição acentuada da infiltração e retenção (mais água disponível para escoar à superfície), à diminuição do atrito sobre as vertentes (aumento da velocidade de escoamento da água) e ao aumento da erosão dos solos, o que provoca um aumento da carga sedimentar e de detritos durante as cheias e, deste modo, contribui para o aumento do seu poder destruidor. Esta situação mostra, uma vez mais, como os diversos tipos de riscos se podem interligar, ou seja, como é o caso, os incêndios, a erosão hídrica e as cheias.

Para evitar ou atenuar situações de risco associadas à ocorrência de cheias, a bacia hidrográfica deve sempre ser estudada no seu conjunto, avaliando as suas condições ambientais, de forma a compreender como a água precipitada se distribui ao longo dos diversos processos de escoamento. Desta forma, avalia-se a perigosidade dos diversos troços da rede hidrográfica, assim como das áreas adjacentes (fundos de vale), informação que deve servir de base para uma adequada utilização do território (localização de atividades e infraestruturas).

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P R O J E T O S

P. 8 . P R O C I VNúmero 31, outubro de 2010

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Carta concelhia

de vulnerabilidades

ao risco de inundação

com 5 classes Henrique Vicêncio, Diretor da Unidade de Previsão de Riscos e Alerta e Luís Sá, Técnico Superior do Núcleo de Riscos e Alerta (A N PC)

O risco de inundações é um dos mais importantes em Portugal, sendo provavelmente no século XX o desastre natural mais mortífero. Uma carta que caracterize áreas vulneráveis a inundações será um instrumento que permitirá antecipar as reações do território face a essas situações. Para a sua elaboração foram utilizados como parâmetros a média anual das ocorrências referenciadas como inundações, a área concelhia que pertence às classes Corine urbana e periurbana, a densidade hidrológica, a precipitação máxima potencial e a densidade populacional, sendo finalmente estes múltiplos dados trabalhados e integrados em ambiente SIG.

Sendo um dos objetivos principais da Proteção Civil a prevenção dos riscos coletivos e a ocorrência de acidente grave ou de catástrofe deles resultante, a cartografia de risco é uma ferramenta essencial para a prossecução desse propósito. Nesse sentido, uma carta de risco de componente hidrológica deverá identificar e localizar conveniente-mente as vulnerabilidades de índole hídrica que afetam o território.

Feita a identificação e a caracterização dos riscos e localizadas as áreas expostas a eventos extremos, sobretudo onde podem manifestar-se com gravidade elevada, é possível definir as melhores estratégias de resposta a catástrofes ou acidentes graves, testar a eficácia dos meios e recursos existentes, perceber os constrangimentos físicos e funcionais à mobilidade e encontrar alternativas de gestão integrada, incluindo a aplicação do princípio da precaução e o apoio à decisão.

Nos últimos vinte anos, os estudos de hidrologia urbana têm dedicado especial atenção ao impacto da urbanização no escoamento potencial dos pequenos lençóis de água. As alterações hidrológicas provocadas pelo tecido urbanizado apresentam relações de 90 a 100% de escoamento superficial para zero a 10% de infiltração, com elevados picos de escoa-mento em curtos períodos de tempo. A mesma relação para condições naturais de uso de solo é de 80 a 100% de infiltração e de zero a 20% de escoamento no sistema de drenagem natural (Oliveira, 2005).

Os principais efeitos verificados são o aumento dos volumes de escoamento superficial devido à impermeabilização que reduz o nível de infiltração do solo e as mudanças de eficiência hidráulica associadas à artificialização de canais, entulhamento de linhas de água, provocando alterações nas características do escoamento.

Risco de inundações: uma metodologia para a sua cartografia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Uma carta que caracterize

áreas vulneráveis

a inundações será

um instrumento que

permitirá antecipar

as reações do território

face a essas situações.

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I N T E R N A C I O N A L

P R O C I V . P.9Número 31, outubro de 2010

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .© T I M E

Na sequência das devastadoras inundações que ocorreram há cerca de um mês e meio, o Paquistão e a comunidade internacional continuam a envidar todos os esforços no sentido de resgatar as pessoas e os bens ainda em perigo.

Até ao momento foram afetados mais de 21 milhões de pessoas, tendo as autoridades paquistanesas confirmado a existência de cerca de 1800 óbitos.

A companhia aérea nacional paquistanesa já transportou, para várias zonas do país, mais de 1200 toneladas de ajuda humanitária provenientes de todo o mundo. Nos distritos mais afetados pelas inundações têm aumentado o número de casos de malária, diarreia aguda, infeções respiratórias e doenças de pele.

Segundo as Nações Unidas, a ajuda da comunidade internacional atingiu já quase 50 por cento do valor solicitado. No entanto, até agora, apenas 700 mil pessoas tiveram acesso a ajuda humanitária, como rações de alimentos e água potável, que está a ser distribuída no terreno por várias organizações, governamentais e não governamentais.

A ON U afirma que pelo menos dez milhões de pessoas estão desalojadas. “A situação é inquietante, no sul continua a agravar-se, especialmente na província de Sindh, e o número de pessoas diretamente afetadas em todo o Paquistão aproxima-se dos 21 milhões”, adiantou Elizabeth Burs, porta-voz do Gabinete da ON U para os AssuntosHumanitários (OCH A).

Uma equipa portuguesa de médicos, mergulhadores e enfermeirosda Associação Cinotécnica de Busca e Salvamento partiu para o Paquistãopara ajudar nas operações de socorro às vítimas das cheias. Segundo o coordenador da missão, Nuno Lima, «a especialidade desta equipa é a emergência de catástrofe e vamos virar-nos para o salvamento aquático e a assistência médica. Já vamos apanhar algumas epidemias, devido à água que ainda se encontra no terreno. Na zona para onde vamos há uma forte epidemia de cólera e malária e ainda há várias pessoas soterradas”, explicou.

Entretanto, fontes comunitárias e diplomáticas admitiram que estãoa ser discutidos outros cenários de ajuda ao Paquistão, como o levanta-mento de barreiras alfandegárias a alguns produtos têxteis.

Catástrofe no Paquistão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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R E C U R S O S

Legislação

Glossário

www

Publicações

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P.1 0 . P R O C I VNúmero 31, outubro de 2010

DESLIzAMENTOFenómeno geológico que inclui um largo espectro de movimentos do solo, tais como queda de rochas, falência de encostas

Autor id ade Nacion a l de P rotecção Civ i l . Ca d e r n o Téc ni co #15 – Ri scos Cos te iros – Es t ra tég i a s d e p re ve n çã o, mit i ga çã o e p rotecçã o, n o â m b ito d o pla n ea m e nto d e e m e rgê n c i a e d o o rd e n a m e nto d o te r r itó r i oEste Caderno Técnico é um documento de apoio estratégico às atividades de ordenamento do território e de planeamento de emergência, que promove o conhecimento e a compreensão de conceitos e procedimentos que melhor se adequam às dinâmicas de interface, nomeadamente pelo enquadramento das ações e medidas de caráter preventivo, regulamentar, de proteção pesada e de intervenção operacional.

Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa — http://www.ceg.ul.ptO Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa (CEG –UL) fundado em 1943 pelo Professor Orlando Ribeiro, apresenta na sua página on-line informação organizada em função dos seus dez Núcleos de Investigação e que se desenvolve em torno de três grandes áreas temáticas prioritárias: mudanças ambientais, recursos e riscos naturais; dinâmicas urbanas, mobilidades e diversidade; desenvolvimento e ordenamento do território. Destaque para os diversos projetos científicos concluídos e em curso, bem como para as relações de cooperação existentes, quer com entidades nacionais, quer internacionais. Na sua página inicial encontramos ainda um acesso direto a um catálogo de publicações editadas pelo CEG , com possibilidade de serem encomendadas on-line as obras disponíveis para venda.

Consulta em: www.prociv.pt/Legislacao/Pages/LegislacaoEstruturante.aspx

Despacho n.º 13922/2010, de 2 de setembroAlteração ao despacho n.º 9390/2007, de 1 de abril, que criou as unidades orgânicas flexíveis da Autoridade Nacional de Protecção Civil.

Despacho n.º 13876/2010, de 1 de setembroAlteração ao despacho n.º 2849/2009, de 22 de janeiro, que aprovou o regime dos apoios extraordinários às Associações Humanitárias de Bombeiros.

Despacho n.º 13830/2010, de 31 de agostoConcessão de medalha de mérito de proteção e socorro, no grau cobre e distintivo laranja, aos profissionais do Instituto de Medicina Legal que integraram a equipa com a missão de desenvolver atividade no âmbito da medicina forense, em fevereiro de 2010, na Região Autónoma da Madeira.

Despacho n.º 13401/2010, de 19 de agostoAtribuição da medalha de mérito de proteção e socorro, grau cobre e distintivo laranja, à Força Especial dos Bombeiros «Canarinhos».

em profundidade e fluxos superficiais de detritos. Embora a ação da gravidade sobre encostas demasiado inclinadas seja

a principal causa dos deslizamentos de terra, existem outros fatores que podem provocar este tipo de fenómenos.

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Q U E M É Q U E M

P R O C I V . P.11Número 31, outubro de 2010

O R ISKa m – Avaliação e Gestão de Perigosidades e Risco Ambiental – é um Núcleo de Investigação do Centro de Estudos Geográficos (CEG) – Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa (IG O T–U L).

Integra 20 investigadores que desenvolvem trabalho teórico e aplicado no âmbito da avaliação da suscetibilidade, perigosidade, vulnerabilidade, risco e perceção de risco, nos domínios da geomorfologia, hidrologia e climatologia. A investigação desenvolvida recorre a ferramentas SIG e a técnicas de modelação espacial, e as principais aplicações são dirigidas para o ordenamento do território e planeamento de emergência.

Da atividade em curso pelos investigadores deste núcleo de investigação destacam-se o projeto GR ICES (avaliação da degradação dos solos no Rif Central. Exemplo da bacia vertente do Oued Sahla, Marrocos), o Projeto MapRisk (metodologias de avaliação da perigosidade e risco de movimentos de vertente no âmbito dos Planos Municipais de Ordenamento do Território), o Plano Regional de Ordenamento do Território para a Área Metropolitana de Lisboa (PRO T–A M L), ou os estudos especializados sobre a Estrutura Ambiental, no âmbito da revisão do PDM das Caldas da Rainha. Na cooperação internacional destacam- -se as parcerias estabelecidas com o Centre Européen sur les Risques Geomorphologiques do Conselho da Europa e com a European Geosciences Union.

A investigação desenvolvida pelo Núcleo R ISKa m contribui diretamente para a operacionalização dos objetivos estratégicos fixados pelas Áreas Temáticas Prioritárias – Mudanças Ambientais, Recursos e Riscos Naturais e desenvolvimento e Ordenamento do Território (DO T), nomeadamente:

» Mudanças Ambientais, Recursos e Riscos Naturais. Estudo da instabilidade de vertentes e avaliação da perigosidade e dos riscos associados;. Avaliação da erosão hídrica e risco de desertificação;. Avaliação do perigo e do risco associados à ocorrência de eventos meteorológicos extremos;. Modelação do perigo e do risco de cheia em SIG;. Modelação multirrisco em SIG com métodos estatísticos/probabilísticos;. Desenvolvimento de metodologias para cartografia de recursos naturais utilizando SIG e Inteligência Artificial.

» Desenvolvimento e Ordenamento do Território (D O T). Avaliação das vulnerabilidades e perceção de riscos;. Criação de sistemas de apoio à decisão para minimizar perdas derivadas de riscos ambientais;. Avaliação multirrisco e definição de usos compatíveis no quadro do ordenamento do território e do planeamento de emergência.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .R ISKam

A investigação

desenvolvida recorre

a ferramentas SIG

e a técnicas de modelação

espacial.

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Edição e propriedade – Autoridade Nacional de Protecção Civil Diretor – Arnaldo Cruz Redação e paginação – Núcleo de Sensibilização, Comunicação e Protocolo Fotos – A N PCDesign – Barbara Alves Impressão – Europress Tiragem – 2000 exemplares ISSN – 1646– 9542 Impresso em papel 100% reciclado R E NOVA PR I N T E .

Os artigos assinados traduzem a opinião dos seus autores. Os artigos publicados poderão ser transcritos com identificação da fonte.

Autoridade Nacional de Protecção Civil Pessoa Coletiva nº 600 082 490 Av. do Forte em Carnaxide / 2794–112 Carnaxide Telefone: 214 247 100 Fax: 214 247 180 [email protected] www.prociv.pt

A G E N D A

P.12 . P R O C I V

B O L E T I M M E N S A L D A A U T O R I D A D E N A C I O N A L D E P R O T E C Ç Ã O C I V I L

Número 31, outubro de 2010

5 – 8 OUTUBRO

ESSEN, ALEMANHA

SECURIT Y 2010

Em colaboração com a Security Essen,

a Câmara de Comércio e Indústria Luso-

-Alemã organiza esta 19.ª Feira Mundial

de Segurança e Prevenção de Incêndios.

A Security Essen apresentará em Essen

(Alemanha) mais de 1.100 expositores

com produtos e serviços inovadores nas

áreas da tecnologia, da segurança e da

prevenção de incêndios.

Mais informações em www.security-

messe.de.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

13 OUTUBRO

AMADORA

V CONFERÊNCIA COMEMORATIVA

«DIA INTERNACIONAL PARA

A REDUÇÃO DE CATÁSTROFES

NATURAIS»

O Serviço Municipal de Protecção Civil

da Amadora, em conjunto com o Grupo

Protecção Civil Portugal e com o Grupo

de Ambiente da F C SH da Universidade

Nova de Lisboa, irá organizar a V

Conferência comemorativa “Dia

Internacional para a Redução de

Catástrofes Naturais”. Esta Conferência,

que decorrerá na Unidade de Apoio

da Área Militar (Amadora/Sintra),

contará com uma breve exposição oral

do CODI S de Lisboa, Elísio Oliveira.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

7 – 8 OUTUBRO

COIMBRA

CONFERÊNCIA INTERNACIONAL:

RISCO, VULNERABILIDADE

E TERRITÓRIO

A Faculdade de Economia da Univer-

sidade de Coimbra, através do seu

Centro de Estudos Sociais, organiza

esta Conferência que decorrerá no

Auditório da Reitoria da Universidade.

Nesta Conferência serão apresentados

os resultados finais do projeto “Risco,

Vulnerabilidade Social e Estratégias

de Planeamento: uma abordagem

integrada”, em que são definidos

indicadores de vulnerabilidades sociais

em Portugal, visando o reconhecimento

individual e coletivo de potenciais

perigos que conduza à conceção

de novas ferramentas e modelos

de avaliação e gestão de risco.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2 OUTUBRO

CASTELO BRANCO

CONFERÊNCIA INTERNACIONAL

DE PROTEÇÃO CIVIL: RISCO

TECNOLÓGICO NUCLEAR

A Escola Superior Agrária de Castelo

Branco, através do seu Núcleo de

Protecção Civil, é responsável pela

organização de uma Conferência

Internacional sobre o Risco Tecnológico

Nuclear. Esta Conferência terá lugar

no dia 2 de outubro pelas 9h30

na Escola Superior Agrária.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

16 – 17 OUTUBRO

CARCAVELOS

FORMAÇÃO EM INTERVENÇÃO

EM SITUAÇÕES TRAUMÁTICAS

AGUDAS

A Kor – Causas com Coração – realiza

pela primeira vez em Portugal um curso

sobre a Intervenção em Situações

Traumáticas Agudas vocacionada para

os profissionais da saúde mental,

dando-lhes os instrumentos específicos

necessários para uma resposta

psicológica imediata a situações

traumáticas agudas, tais como

catástrofes ambientais, ataques violentos

e acidentes. Este curso terá lugar nos dias

16 e 17 de outubro pelas 9h00, no Hotel

Riviera, em Carcavelos.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

27 – 28 OUTUBRO

LISBOA

5.º CONGRESSO INTERNACIONAL

DO ORDENAMENTO

DO TERRITÓRIO – GESTÃO

COMPARTIDA DE RECURSOS

HÍDRICOS INTERNACIONAIS

A Universidade Técnica de Lisboa, através

do Instituto de Ciências Sociais

e Políticas, é responsável pela

organização do 5.º Congresso

Internacional do Ordenamento

do Território sobre a Gestão Compartida

de Recursos Hídricos Internacionais.

Este congresso terá lugar no Pólo

Universitário da Ajuda do I SC SP.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .