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BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A AGRICULTURA Instituto Português do Mar e da Atmosfera, I.P. 1|14 Nº 50, fevereiro 2015 CONTEÚDOS IPMA,I.P. 01 Resumo 02 Situação Sinóptica 03 Descrição Meteorológica 05 Informação Agrometeorológica 12 Previsão 12 Situação agrícola 13 Anexos RESUMO Boletim Meteorológico para a Agricultura Fevereiro 2015 Produzido por Instituto Português do Mar e da Atmosfera, I.P. O mês fevereiro foi caracterizado por valores de temperatura média abaixo do valor normal (1971-2000). Na primeira década do mês os valores médios da temperatura média do ar foram muito inferiores ao valor normal em todo o território e na 2ª década mantiveram-se inferiores ao normal em grande parte do território. Na 3ª década os valores de temperatura média foram superiores ao normal em todo o território, exceto em alguns locais a Noroeste, no interior Centro e Sul e também a Sudoeste do território. De realçar o valor da temperatura máxima que foi o 3º mais baixo desde 2000 (anteriores mais baixos 2003 e 2010) e o 19º mais baixo dos últimos 85 anos. O mês de fevereiro classifica-se como muito seco, apresentando um valor de precipitação muito inferior ao valor médio (100.1 mm), correspondendo ao 4º valor mais baixo desde 2000 e ao 21º mais baixo dos últimos 85 anos. O número de horas de frio (temperaturas inferiores a 7.2ºC) acumulado entre 1 de outubro de 2014 e 28 de fevereiro de 2015 é superior a 500 horas em todo o território, exceto em alguns locais do interior Centro e Sul, sendo mesmo superior a 1500 horas em grande parte da região Nordeste. Boletim meteorológico para a agricultura

Boletim meteorológico ara agricultura€¦ · 05 Informação Agrometeorológica 12 Previsão 12 Situação agrícola 13 Anexos RESUMO Boletim Meteorológico para a Agricultura Fevereiro

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BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A AGRICULTURA

Instituto Português do Mar e da Atmosfera, I.P. 1|14

Nº 50, fevereiro 2015

CONTEÚDOS

IPMA,I.P.

01 Resumo 02 Situação Sinóptica 03 Descrição Meteorológica 05 Informação

Agrometeorológica 12 Previsão 12 Situação agrícola 13 Anexos

RESUMO

Boletim Meteorológico para a Agricultura Fevereiro 2015 Produzido por Instituto Português do Mar e da Atmosfera, I.P.

O mês fevereiro foi caracterizado por valores de temperatura média abaixo do valor normal (1971-2000). Na primeira década do mês os valores médios da temperatura média do ar foram muito inferiores ao valor normal em todo o território e na 2ª década mantiveram-se inferiores ao normal em grande parte do território. Na 3ª década os valores de temperatura média foram superiores ao normal em todo o território, exceto em alguns locais a Noroeste, no interior Centro e Sul e também a Sudoeste do território. De realçar o valor da temperatura máxima que foi o 3º mais baixo desde 2000 (anteriores mais baixos 2003 e 2010) e o 19º mais baixo dos últimos 85 anos. O mês de fevereiro classifica-se como muito seco, apresentando um valor de precipitação muito inferior ao valor médio (100.1 mm), correspondendo ao 4º valor mais baixo desde 2000 e ao 21º mais baixo dos últimos 85 anos. O número de horas de frio (temperaturas inferiores a 7.2ºC) acumulado entre 1 de outubro de 2014 e 28 de fevereiro de 2015 é superior a 500 horas em todo o território, exceto em alguns locais do interior Centro e Sul, sendo mesmo superior a 1500 horas em grande parte da região Nordeste.

Boletim meteorológico para a agricultura

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Situação Sinóptica

1ª Década, 01-10 de fevereiro de 2015 De 1 a 6 o Continente foi afetado por uma massa de ar polar, com alguma instabilidade, advetada na circulação conjunta de um anticiclone, localizado na região dos Açores (de 1 a 2) ou a oeste das ilhas Britânicas (entre 3 e 6), e de uma depressão, centrada inicialmente a noroeste da P. Ibérica e a partir do dia 3 no Mediterrâneo Ocidental. Neste período, ocorreram aguaceiros em geral fracos que foram mais frequentes até dia 3 nas regiões Norte e Centro e a partir de 4 nas regiões Centro e Sul. Entre 2 e 5 ocorreu queda de neve nas terras altas do Norte e Centro acima de 700-800 metros, tendo no dia 6, de acordo com relatos, a cota da neve descido, em alguns locais, para 300-400 metros embora sob a forma de aguaceiros fracos. De 7 a 9, devido ao afastamento da depressão para o Mediterrâneo Oriental e a uma maior influência do anticiclone, o tempo esteve frio e seco, com acentuado arrefecimento noturno e formação de geada, em especial no interior. No dia 10, com o cavamento de uma depressão a oeste da P. Ibérica, deu-se um agravamento do estado do tempo com ocorrência de aguaceiros fracos no litoral Centro e de períodos de chuva ou aguaceiros, por vezes fortes e acompanhados de trovoada, no Barlavento Algarvio. Nos dias 1 e 4 a temperatura registou uma descida, sendo acentuada na mínima em alguns locais do Centro e Sul no dia 1 e do Norte e Centro no dia 4. Nos dias 2 e 3 houve pequenas descidas da mínima, tendo a temperatura registado uma subida a partir do dia 9. Até dia 3 o vento foi fraco a moderado, sendo moderado a forte e, por vezes, com rajadas de 80-90 km/h nas terras altas e no litoral oeste. No dia 8 foi fraco a moderado, soprando no dia 9, por vezes, moderado a forte e com rajadas até 70 km/h nas terras altas e no Algarve.

2ª Década, 11-20 de fevereiro de 2015 Nos dias 11, 12, 17, 18 e 19 a situação foi caracterizada por um anticiclone localizado nos Açores e/ou na Europa Central e por um vale em altitude associado a uma depressão centrada no Atlântico adjacente (11 e 12) ou no Norte de África (de 17 a 19). O céu esteve pouco nublado ou limpo, apresentando nos dias 11, 12 e 19 períodos de muita nebulosidade, com ocorrência de períodos de chuva e/ou aguaceiros, em geral fracos, no Norte e Centro nos primeiros dois dias e no Centro e Sul no dia 19. Nos dias 11 e 12, o vento soprou em geral fraco, sendo do quadrante leste no primeiro dia e do quadrante oeste no segundo. De 17 a 19, o vento foi fraco a moderado, sendo do quadrante norte nos dias 17 e 18 e do quadrante leste no dia 19. Nas terras altas do Norte e Centro e no litoral a sul do Cabo Carvoeiro soprou temporariamente forte. A temperatura registou pequenas subidas nos dias 11 e 19 e descidas nos dias 17 e 18. De 13 a 16 e no dia 20 o continente foi afetado pela aproximação e passagem de superfícies frontais e por uma crista anticiclónica associada a um centro de altas pressões localizado a oeste da Madeira (de 13 a 15) ou na região dos Açores (16 e 20). O céu esteve em geral muito nublado, ocorreu precipitação em geral fraca entre 13 e 15 em todo o continente, sendo nos dias 16 e 20 fraca a moderada, em especial, no Norte e Centro. Há possibilidade de ter nevado acima de 1400/1500 metros no dia 16. O vento foi fraco a moderado, sendo de 13 a 16 moderado a forte nas terras altas e no litoral oeste.

3ª Década, 21-28 de fevereiro de 2015 Na 3ª década de fevereiro, a situação meteorológica foi caracterizada por um anticiclone relativamente intenso (por vezes com valores superiores a 1040 hPa no seu núcleo principal) localizado a sul ou nas proximidades do arquipélago dos Açores, que se estendia em crista para a Península Ibérica. As condições meteorológicas predominantes nesta década foram: céu em geral muito nublado nas regiões a norte do sistema montanhoso Montejunto – Estrela e períodos de céu muito nublado a sul daquele sistema montanhoso. Nas regiões Norte e Centro, ocorreu frequentemente precipitação fraca e houve queda de neve acima dos 1000 m, no dia 24. O vento predominou de noroeste, fraco ou moderado, mas no litoral oeste a sul do Cabo Carvoeiro e nas terras altas o vento foi moderado ou forte e com rajadas da ordem de 70 km/h, atingindo, no dia 23, 100 km/h nas terras altas.

Descrição meteorológica e agrometeorológica

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1. Descrição Meteorológica

1.1 Temperatura Os valores médios da temperatura média do ar na 1ª década de fevereiro foram muito inferiores ao valor normal em todo o território. Na 2ª década, apesar de se ter verificado um aumento nos valores de temperatura média, os valores mantiveram-se inferiores em alguns locais do Norte, do interior Centro e Sul, na região de Lisboa e no Barlavento algarvio. Na 3ª década, registou-se um aumento nos valores de temperatura média e que foram superiores ao normal em todo o território, exceto em alguns locais a Noroeste, no interior Centro e Sul e também a Sudoeste do território (Quadro I e Figura 1).

Quadro I - Temperatura média do ar e respetivas anomalias nas 3 décadas do mês de fevereiro de 2015 (°C)

Valores da temperatura média do ar e respetivas anomalias (°C )

Estações 1ª Dec 2ª Dec 3ª Dec

Tmed Anomalia Tmed Anomalia Tmed Anomalia

Bragança 3.7 -2.3 5.5 -0.4 8.0 +1.0

Vila Real 4.6 -2.9 7.1 -0.1 8.1 -0.4

Coimbra 7.0 -3.8 11.1 +0.6 10.4 -1.0

Castelo Branco 5.8 -3.3 9.0 -0.6 10.7 +0.5

Santarém 8.2 -2.7 11.0 +0.4 12.1 +0.5

Lisboa 9.6 -2.9 11.5 -0.8 13.0 0.0

Viana do Alentejo 6.8 -3.9 10.0 -0.4 11.0 -0.4

Beja 7.6 -3.0 11.0 +0.7 11.1 0.0

Faro 10.3 -2.2 12.8 +0.4 14.2 +1.2

Figura 1 - Distribuição espacial da temperatura média do ar na 1ª, 2ª e 3ª década de fevereiro de 2015

1.2 Precipitação acumulada Na Figura 2 apresentam-se os valores da quantidade de precipitação mensal e acumulada no ano hidrológico 2014/15, assim como o valor acumulado da normal 1971-2000 nas regiões agrícolas do Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve.

1ªd. 2ªd. 3ªd.

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Figura 2 - Precipitação mensal e acumulada no ano hidrológico 2014/15 e média da quantidade de precipitação mensal

acumulada (1971-2000) em algumas estações meteorológicas e mapa com a percentagem da precipitação acumulada no ano hidrológico em Portugal Continental

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1.3 Temperatura e Precipitação a Norte e a Sul do Tejo Apresentam-se os valores médios decendiais da temperatura e da precipitação a Norte e a Sul do rio Tejo e respetivos desvios em relação a 1971-2000 para o mês de fevereiro de 2015 (Quadro II).

Quadro II - Temperatura e Precipitação a Norte e a Sul do Tejo – fevereiro de 2015

2. Informação Agrometeorológica

2.1 Temperatura acumulada1/Avanço-Atraso das Culturas Na Figura 3 apresentam-se para alguns locais das regiões Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve (de acordo com as regiões agrícolas) os valores da temperatura acumulada desde o início do ano hidrológico (1 de outubro de 2014) considerando a temperatura base de 0 °C e desde 1 de janeiro de 2015 para a temperatura base de 6 °C.

1Método das temperaturas acumuladas (Ta)/graus-dia: permite analisar o efeito da temperatura na fenologia das plantas. Admitindo que a

temperatura base (Tb) é aquela a partir da qual determinada espécie se desenvolve, num período de n dias a Ta é o somatório das diferenças entre a

temperatura média diária e a Tb. Sempre que a temperatura média diária for inferior à Tb, a Ta considera-se nula.

1ª Década 2ª Década 3ª Década 1ª Década 2ª Década 3ª Década

Valor médio da temperatura média (ºC) 5.6 8.5 9.5 8.0 10.8 11.5

Desvio do valor normal (ºC) -3.4 -0.4 -0.2 -3.1 -0.1 -0.2

Valor médio da precipitação (mm) 17.3 11.9 19.7 5.1 11.1 2.0

Desvio do valor normal (mm) -19.7 -26.0 -7.0 -18.4 -11.6 -14.1

Norte do Tejo Sul do Tejo

Fevereiro de 2015

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Figura 3 – Temperaturas acumuladas calculadas para a temperatura base de 0 °C para o ano hidrológico (outubro de

2014 a setembro de 2015) e para a temperatura base de 6 °C no ano civil (janeiro a dezembro de 2015). Comparação com valores normais 1971-2000.

No Quadro III apresentam-se os valores da temperatura acumulada e o número de dias potencial do avanço e atraso das culturas no mês de fevereiro de 2015, para algumas localidades do Continente, para temperaturas base de 0, 4, 6 e 10 °C.

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Quadro III - Temperaturas acumuladas (graus-dia) e número de dias potencial do avanço e atraso das culturas no mês de fevereiro de 2015 para diferentes temperaturas base

Estações

Temperaturas acumuladas

T0 ºC Nº dias avanço atraso

T4 ºC Nº dias avanço atraso

T6 ºC Nº dias avanço atraso

T10 ºC Nº dias avanço atraso

Bragança 156.1 -5.6 51.3 - 20.5 - 0.0 -

Vila Real 181.7 -1.1 71.5 -5.5 29.5 - 0.3 -

Porto 265.0 -1.4 153.0 -2.4 97.8 -3.8 12.6 -

Viseu/C.C. 167.5 2.3 64.5 5.7 24.7 -0.6 0.0 -

Coimbra 263.9 -2.4 151.9 -4.2 99.8 -6.6 20.4 -

Castelo Branco 233.9 0.2 121.9 0.2 73.6 -0.8 9.8 -

Portalegre 250.9 0.8 138.9 1.7 85.7 3.3 11.8 -

Lisboa/I.G. 320.2 -1.2 208.2 -1.8 152.2 -2.5 49.8 -3.1

Évora 255.0 -1.5 143.0 -2.6 90.4 -4.1 15.8 -

Beja 274.1 1.3 162.1 2.3 107.0 3.7 20.9 -

Faro 343.8 0.2 231.8 0.4 175.8 0.5 68.2 1.9

2.3 Temperatura acumulada da Vinha Na Figura 4 apresenta-se a distribuição espacial da temperatura acumulada para a vinha entre 01 de janeiro e 28 de fevereiro de 2015, para Portugal Continental e no Quadro III apresentam-se os valores da temperatura acumulada no mesmo período para as regiões vitivinícolas, estimados a partir de análises do modelo numérico ALADIN.

Figura 4 - Temperaturas acumuladas entre 01 de janeiro e 28 de fevereiro de 2015 para uma temperatura base de 3.5ºC, estimadas a

partir de análises do modelo numérico ALADIN

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Quadro III - Temperaturas acumuladas entre 01 de janeiro e 28 de fevereiro de 2015 para a temperatura base de 3.5ºC na vinha

Regiões Vitivinícolas

T acumuladas (ºC) desde 01 de janeiro 2015 Tb = 3.5ºC

Média Mínimo Máximo Valor na Sede distrito

Algarve 333 176 542 Faro – 453

Península Setúbal 318 241 489 Setúbal – 349

Lisboa 288 160 508 Lisboa - 411 Leiria – 235

Tejo 263 174 432 Santarém – 316

Alentejo 247 117 434 Portalegre - 166

Évora – 243 Beja – 278

Beiras 172 13 362

Viseu - 159 Aveiro - 259 Guarda - 63

Coimbra - 237 Castelo Branco – 245

Minho 154 13 315 Viana do Castelo - 274

Braga – 173

Douro 107 29 173 Porto – 222*

Vila Real – 96 Pinhão – 133

Trás-os-Montes 60 3 170 Bragança - 65

* Inclui-se o valor da sede do distrito do Porto apesar de não pertencer à região vitivinícola Douro e Porto

2.2 Número de horas de frio

Na Figura 5 apresenta-se o número de horas de frio (temperaturas inferiores a 7.2ºC) acumulado desde 1 de outubro de 2014 e estimado a partir de análises do modelo numérico “ALADIN”2. Verifica-se que o número de horas de frio acumulado é superior a 500 horas em todo o território, exceto em alguns locais do interior Centro e Sul, sendo mesmo superior a 1500 horas em grande parte da região Nordeste. No quadro IV apresentam-se os valores do número de horas de frio acumulado entre 1 de outubro e 28 de fevereiro de 2015 nas sedes de distrito de Portugal Continental, com o valor mais elevado na Guarda (2071 horas). No quadro V apresentam-se as horas de frio para a pera rocha, estimado para os concelhos da região oeste, os 8 maiores valores médios do número de horas de frio, assim como os respetivos valores máximos e mínimos e na sede de concelho.

2Modelo de previsão numérica, de área limitada, desenvolvido e aplicado no âmbito do consórcio europeu “ALADIN”

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Quadro IV - Número de horas de frio entre 01 de outubro 2014 e 28 de fevereiro de 2015

Figura 5 - Número de horas de frio acumulado entre 01 de outubro 2014

e 28 de fevereiro 2015 em Portugal Continental (análises do modelo Aladin).

Quadro V - Número de horas de frio entre 01 de outubro 2014 e 28 de fevereiro de 2015 na região Oeste

(análises do modelo numérico Aladin)

Estações Média do Concelho

Mínimo no Concelho

Máximo no Concelho

Sede de Concelho

Porto de Mós 1012 791 1138 976

Batalha 999 860 1139 864

Leiria 860 664 1110 878

Alcobaça 755 415 1017 772

Santarém 718 652 1003 705

Rio Maior 700 652 956 718

Cartaxo 659 629 709 652

Marinha Grande 641 546 697 605

Distrito Valor sede distrito

V. Castelo 719

Bragança 1819

Vila Real 1594

Braga 1185

Porto/P.R 954

Viseu 1403

Aveiro 728

Guarda 2071

Coimbra 925

C. Branco 961

Leiria 876

Portalegre 1285

Santarém/F.B 707

Lisboa/I.G. 207

Setúbal 612

Évora 981

Beja 837

Faro 229

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2.3 Evapotranspiração de referência (ET0)

Na Figura 6 apresenta-se a distribuição espacial, por décadas, dos valores de evapotranspiração de referência (ET0, Penman-Monteith) em fevereiro de 2015, estimada com base em análises do modelo numérico “ALADIN”, e segundo o método da FAO. Apresenta-se também a distribuição espacial da evapotranspiração de referência (ET0, Penman-Monteith) acumulada entre 1 de outubro 2014 e 28 de fevereiro de 2015 (ano hidrológico).

Figura 6 – Evapotranspiração de referência nas 1ª, 2ª e 3ª décadas de fevereiro de 2015 e evapotranspiração de referência acumulada de 1 de outubro 2014 a 28 de fevereiro de 2015

2.4 Balanço hídrico climatológico Na Figura 7 apresenta-se a evolução decendial, durante o ano de 2015, do défice e excesso de água. Este procedimento segue a metodologia adotada por Thornthwaite & Mather (1955). Consideraram-se os valores de capacidade máxima de água disponível no solo, para os diferentes tipos de solo, propostos pela FAO.

1ªd. 2ªd. 3ªd.

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Figura 7 – Balanço hídrico climatológico decendial em 2015

2.5 Água no solo

Na Figura 8 apresentam-se os valores em percentagem de água no solo, em relação à capacidade de água utilizável pelas plantas, no final de fevereiro de 2015. Em relação a 31 de janeiro, verificou-se uma diminuição da percentagem de água no solo em todo o território do Continente. Os valores estavam abaixo dos valores normais para esta época do ano.

Figura 8 - Percentagem de água no solo a 28 de fevereiro de 2015

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Previsão 2.6 Previsão de precipitação para 5 dias

Para os próximos 5 dias prevê-se a ocorrência de precipitação inferior ao normal em todo o território do Continente.

Figura 9 – Previsão da precipitação total acumulada do ECMWF (período: de 16/03/2015 a 20/03/2015)

2.7 Previsão mensal3

Período de 16/03 a 12/04 de 2015:

Na precipitação total semanal prevêem-se valores abaixo do normal, para a região centro, na semana de 16/03 a 22/03 e para a região sul, na semana de 06/04 a 12/04. Nas semanas de 23/03 a 29/03 e de 30/03 a 05/04 não é possível identificar a existência de sinal estatisticamente significativo. Na temperatura média semanal prevêem-se valores abaixo do normal, para todo o território, nas semanas de 16/03 a 22/03 e de 06/04 a 12/04, e apenas para as regiões norte e centro na semana de 30/03 a 05/04. Na semana de 30/03 a 05/04 não é possível identificar a existência de sinal estatisticamente significativo.

3. Situação agrícola (Fonte: INE) As previsões agrícolas, em 31 de janeiro, apontam para uma manutenção da área de cereais de inverno face à campanha anterior, com as sementeiras a decorrerem sem incidentes e o tempo frio a promover o enraizamento e o afilhamento. Quanto à produção de azeitona para azeite, estima-se uma redução de 20% para a atual campanha oleícola, caracterizada por diversos problemas fitossanitários que afetaram particularmente os olivais tradicionais. Prevê-se que a qualidade do azeite produzido seja inferior ao normal.

3Previsão com base no modelo do Centro Europeu de Previsão do Tempo a Médio Prazo (ECMWF)

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Anexo I - Valores de alguns elementos meteorológicos em fevereiro de 2015 por década (1ª, 2ª e 3ª)

Estação Tmin (ºC) Tmáx (ºC) Prec (mm) HR (%) V (Km/h) ( a 10m) Década 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª

V. Castelo 2.2 5.7 7.4 11.7 13.8 13.5 33.9 21.1 46.5 86.5 87.3 93.1 - - - Bragança -0.2 0.8 4.5 7.6 10.3 11.5 6.2 8.3 3.7 74.9 82.3 77.0 12.9 8.2 15.9 Vila Real 0.8 2.9 4.4 8.5 11.2 11.8 18.1 10.8 3.8 80.2 83.2 88.0 9.5 7.4 7.8 Braga 0.0 3.7 6.1 11.4 13.3 13.0 39.1 22.5 39.0 86.2 90.7 93.1 - - - Porto/P.R. 3.3 6.8 7.9 11.9 14.0 13.5 21.8 17.6 34.1 70.9 73.1 82.3 14.6 12.4 14.8 Viseu -0.3 3.6 4.0 7.5 10.6 11.1 33.8 16.9 10.5 80.7 80.3 94.8 20.3 15.8 16.6 Aveiro 4.9 8.4 9.3 12.5 15.6 14.3 19.5 12.8 21.9 70.6 73.1 81.8 13.7 10.3 14.0 Guarda -4.0 -0.3 0.5 2.5 6.4 7.5 19.1 6.8 1.8 88.7 86.0 95.9 23.9 19.7 33.9 Coimbra 2.8 6.8 7.2 11.0 14.5 13.4 27.1 19.5 20.9 88.3 90.3 100 9.8 9.3 9.2 C. Branco 1.3 4.7 5.7 10.3 13.4 15.7 5.7 2.9 0.0 78.9 83.7 87.5 14.7 12.9 12.8 Leiria 0.8 5.6 7.0 12.1 15.5 14.4 19.5 22.9 16.1 87.1 88.8 88.8 9.1 8.2 10.3 Portalegre 2.1 6.0 5.2 11.0 14.3 15.9 15.3 15.5 7.3 73.4 78.1 90.6 18.9 16.3 20.3 Santarém/F.B 3.7 6.8 8.9 12.7 15.3 15.3 7.1 4.9 2.8 79.9 83.1 86.8 9.7 8.9 11.7 Lisboa/I.G. 6.0 8.4 10.2 13.4 15.3 15.9 6.9 8.5 2.5 72.2 77.3 79.8 15.7 14.4 15.3 Setúbal 3.1 5.6 8.3 14.4 16.7 16.9 6.5 6.6 0.2 - - - 9.2 7.7 11.3 Évora 1.5 5.1 6.8 11.7 14.9 15.5 5.7 5.7 1.7 - - - 17.2 14.3 22.3 Beja 2.7 6.8 6.3 12.4 15.2 15.9 3.0 2.3 1.5 85.1 81.7 92.8 15.3 13.9 16.6 Faro 6.0 9.5 9.9 14.6 16.0 18.4 2.6 8.6 0.0 69.1 71.5 70.5 16.9 14.5 14.7

No Anexo I apresentam-se os valores médios decendiais da temperatura mínima (Tmin), temperatura máxima (Tmax), humidade relativa às 09UTC

(HR) a 1.5 m, os valores totais decendiais da precipitação (Prec) e o vento médio diário (V) a 10 m.

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BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A AGRICULTURA

Instituto Português do Mar e da Atmosfera, I.P. 14|14

Anexo II - Valores de alguns elementos agrometeorológicos em fevereiro de 2015 por década (1ª, 2ª e 3ª)

Estação Trelva (ºC) Tsolo 5cm(ºC) Tsolo 10cm(ºC) ET0 (mm) Água Solo (%)

Década 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª Acumu-lado 28 fevereiro

V. Castelo 0.3 4.0 6.4 4.0 6.8 9.2 4.8 7.2 9.5 13.7 13.0 9.8 196.6 58.5 Bragança -2.0 -1.0 3.6 - - - - - - 14.3 14.0 15.0 185.6 48.5 Vila Real -0.7 1.2 2.8 2.1 4.2 6.0 3.2 5.0 6.5 12.0 12.5 11.5 169.0 57.9 Braga - - - - - - - - - 13.2 12.7 9.8 185.5 58.5 Porto/P.R. - - - - - - - - - 16.2 14.9 10.6 211.2 58.6 Viseu - - - - - - - - - 13.9 14.5 11.7 183.7 58.1 Aveiro 0.4 4.2 5.9 6.3 8.8 10.9 7.9 9.8 11.4 16.6 15.5 11.2 208.0 58.5 Guarda -3.4 -1.1 1.2 7.0 6.6 7.1 7.2 7.5 8.3 12.0 13.5 14.3 192.1 58.3 Coimbra 2.3 6.0 6.7 7.1 8.8 10.1 7.5 9.1 10.3 14.5 16.5 11.8 212.2 58.4 C. Branco -0.4 3.3 3.2 - - - - - - 19.3 21.9 20.8 265.7 57.6 Leiria -2.2 1.4 4.7 5.5 8.4 10.4 - - - 14.7 16.7 11.9 219.2 58.5 Portalegre - - - - - - - - - 16.0 18.8 18.2 247.4 57.8 Santarém/F.B 2.4 6.3 7.2 8.5 9.9 10.8 9.2 10.3 11.2 19.4 22.3 17.2 269.3 58.5 Lisboa/I.G. 2.9 5.8 7.2 5.6 6.8 8.1 6.1 6.8 7.9 18.9 21.1 15.9 264.5 57.5 Setúbal 0.9 4.4 6.5 7.2 9.0 10.7 7.7 9.2 10.7 19.4 23.4 18.8 284.9 53.0 Évora -1.4 2.4 4.9 5.7 7.8 9.3 6.7 8.5 9.8 17.2 20.3 19.6 266.7 57.9 Beja 1.5 4.2 5.4 8.3 9.7 10.6 9.1 10.1 11.1 18.2 21.3 20.6 279.3 59.0 Faro 9.9 11.2 11.9 11.2 12.1 13.0 11.8 12.6 13.5 22.1 22.8 24.9 333.5 58.5

No Anexo II apresentam-se os valores decendiais da temperatura da relva (Trelva), temperatura do solo a 5 e a 10cm de profundidade (Tsolo), da

evapotranspiração de referência (ET0 – das 00UTC às 24UTC) estimada com base em análises do modelo numérico “ALADIN” e segundo o método da

FAO para as 3 décadas do mês e o valor acumulado no ano hidrológico em curso (com início a 1 de outubro e fim a 30 de setembro), e percentagem

de água no solo, em relação à capacidade de água utilizável pelas plantas.