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BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A AGRICULTURA Instituto Português do Mar e da Atmosfera, I.P. 1|14 Nº 52, abril 2015 IPMA,I.P. 01 Resumo 02 Situação Sinóptica 03 Descrição Meteorológica 05 Informação Agrometeorológica 12 Previsão 12 Situação agrícola 13 Anexos RESUMO Boletim Meteorológico para a Agricultura Abril 2015 Produzido por Instituto Português do Mar e da Atmosfera, I.P. O mês de abril foi caracterizado por valores médios de precipitação inferiores ao valor normal (1971-2000), classificando-se este mês como seco. Em 30 de abril de 2015 e segundo o índice meteorológico de seca PDSI, mantém-se a situação de seca em todo o território do Continente com 17.6% em seca fraca, 79.0% em seca moderada e 3.4% em seca severa. O valor médio da temperatura média do ar em abril foi superior ao normal, sendo o 3º valor mais alto dos últimos 18 anos. Os valores médios da temperatura máxima e mínima do ar também foram superiores ao normal. A primeira década do mês foi a mais quente com valores de temperatura muito acima do normal, com desvios entre 3 e 5 °C. Nesta década destaca-se a ocorrência de uma onda de calor (inicio a 27 de março) com a duração de 7 a 12 dias. Nas 2ª e 3ª décadas, apesar de se ter verificado uma diminuição nos valores de temperatura média, estes mantiveram-se acima do valor normal em todo o território. O número de horas de frio (temperaturas inferiores a 7.2ºC) acumulado entre 1 de outubro de 2014 e 30 de abril de 2015 é superior a 500 horas em todo o território, exceto em alguns locais do litoral Centro e Sul, sendo mesmo superior a 1500 horas em grande parte da região Nordeste. Boletim meteorológico para a agricultura

Boletim meteorológico para a agricultura · BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A AGRICULTURA Instituto Português do Mar e da Atmosfera, I.P. 1|14 Nº 52, abril 2015 IPMA,I.P. 01 Resumo

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BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A AGRICULTURA

Instituto Português do Mar e da Atmosfera, I.P. 1|14

Nº 52, abril 2015 CONTEÚDOS

IPMA,I.P.

01 Resumo

02 Situação Sinóptica

03 Descrição Meteorológica

05 Informação

Agrometeorológica

12 Previsão

12 Situação agrícola

13 Anexos

RESUMO

Boletim Meteorológico para a Agricultura Abril 2015 Produzido por Instituto Português do Mar e da Atmosfera, I.P.

O mês de abril foi caracterizado por valores médios de precipitação inferiores

ao valor normal (1971-2000), classificando-se este mês como seco.

Em 30 de abril de 2015 e segundo o índice meteorológico de seca PDSI,

mantém-se a situação de seca em todo o território do Continente com 17.6%

em seca fraca, 79.0% em seca moderada e 3.4% em seca severa.

O valor médio da temperatura média do ar em abril foi superior ao normal,

sendo o 3º valor mais alto dos últimos 18 anos. Os valores médios da

temperatura máxima e mínima do ar também foram superiores ao normal. A

primeira década do mês foi a mais quente com valores de temperatura muito

acima do normal, com desvios entre 3 e 5 °C. Nesta década destaca-se a

ocorrência de uma onda de calor (inicio a 27 de março) com a duração de 7 a

12 dias. Nas 2ª e 3ª décadas, apesar de se ter verificado uma diminuição nos

valores de temperatura média, estes mantiveram-se acima do valor normal em

todo o território.

O número de horas de frio (temperaturas inferiores a 7.2ºC) acumulado entre

1 de outubro de 2014 e 30 de abril de 2015 é superior a 500 horas em todo o

território, exceto em alguns locais do litoral Centro e Sul, sendo mesmo

superior a 1500 horas em grande parte da região Nordeste.

Boletim meteorológico para a agricultura

BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A AGRICULTURA

Instituto Português do Mar e da Atmosfera, I.P. 2|14

Situação Sinóptica

1ª Década, 01-10 de abril de 2015 Os primeiros 4 dias da década foram influenciados pela ação de um anticiclone localizado a noroeste da

Península Ibérica. O deslocamento para leste do anticiclone e o cavamento de núcleos depressionários a

oeste da península condicionaram o estado do tempo nos restantes dias da década. Nos primeiros quatro

dias da década o céu apresentou-se geralmente pouco nublado, temporariamente muito nublado por

nuvens altas, o vento foi em geral fraco do quadrante leste. A partir de dia 5, verificou-se um aumento de

nebulosidade nas regiões do Sul que, a partir de dia 6, se estendeu ao restante território, o vento

predominou do quadrante sul fraco a moderado e ocorreram aguaceiros por vezes sob a forma de granizo

e acompanhados de trovoada. Nas regiões do Sul, entre os dias 8 e 10, ocorreram aguaceiros por vezes

fortes. A temperatura máxima do ar apresentou uma descida, entre os dias 4 e 8, nas regiões do Sul, e, a

partir de dia 8, nas restantes regiões.

2ª Década, 11-20 de abril de 2015 Durante a segunda década de abril, o estado do tempo foi influenciado por uma região depressionária com

núcleos centrados na Península Ibérica e/ou no Atlântico adjacente. O cavamento destes núcleos e a

passagem de linhas de instabilidade a eles associadas conduziram ao agravamento temporário da situação

meteorológica. A ação de cristas anticiclónicas localizadas no Atlântico ou no Golfo da Biscaia

influenciaram também as condições meteorológicas. O céu apresentou-se geralmente muito nublado,

embora com períodos de menor nebulosidade até dia13 e a partir de dia 18. Houve registo de aguaceiros

em todos os dias da década tendo os mesmos sido, por vezes, fortes, de granizo e acompanhados de

trovoada, nas regiões do Centro, nas tardes dos dias 13 e 14 e, em todo o território do Continente, no dia

15. O vento soprou em geral fraco do quadrante leste até dia14, rodando para o quadrante oeste a partir

de dia 16, tornando-se novamente de quadrante leste no último dia da década. Temporariamente, durante

a tarde, no litoral oeste o vento soprou moderado. No dia 18, o vento soprou moderado a forte nas terras

altas. Ocorreram neblinas ou nevoeiros. A temperatura do ar registou uma descida entre os dias 12 e 17,

em especial da máxima, que no dia 15, em alguns locais das regiões Norte e Centro, foi acentuada. A partir

de dia 18 registou-se uma subida gradual e generalizada da temperatura.

3ª Década, 21-31 de abril de 2015 Durante a terceira década de abril, o estado do tempo foi influenciado por uma região depressionária com

núcleos centrados no Atlântico adjacente. O deslocamento, entre os dias 23 e 27, de um núcleo

depressionário desde o norte do arquipélago dos Açores até ao Golfo da Biscaia e a passagem, pelo

território do Continente, de um sistema frontal a ele associado, conduziram ao agravamento temporário

da situação meteorológica. A ação de cristas anticiclónicas, localizadas no Atlântico, influenciou também as

condições meteorológicas, durante a década. O céu apresentou-se geralmente muito nublado, embora

com períodos de menor nebulosidade até dia 23 e a partir de dia 27. Houve registo de aguaceiros fracos

até ao dia 23 e a partir do dia 27, em especial nas regiões do Norte e Centro. Nestes dias ocorreram

neblinas ou nevoeiros em alguns locais do território do Continente. Entre os dias 24 e 26 ocorreram

períodos de chuva ou aguaceiros que foram por vezes fortes nas regiões do Norte, Centro e Alto Alentejo.

Nestes dias, os aguaceiros foram por vezes sob a forma de granizo e acompanhados de trovoada. O vento

predominou do quadrante oeste, em geral fraco, soprando, nos dias 25 e 26, de quadrante sul fraco a

moderado, temporariamente moderado a forte, no litoral e terras altas. Verificou-se uma descida da

temperatura mínima do ar entre os dias 23 e 29 e uma subida generalizada de temperatura no último dia

da década.

Descrição meteorológica e agrometeorológica

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1. Descrição Meteorológica

1.1 Temperatura

Os valores médios da temperatura média do ar na 1ª década foram bastante superiores ao valor normal

em todo o território. Nas duas últimas décadas de abril, apesar de se ter verificado uma diminuição nos

valores de temperatura média, estes mantiveram-se acima do valor normal em todo o território. (Quadro

I e Figura 1).

Quadro I - Temperatura média do ar e respetivas anomalias (°C) nas 3 décadas do mês de abril de 2015

Valores da temperatura média do ar e respetivas anomalias (°C )

Estações 1ª Dec 2ª Dec 3ª Dec

Tmed Anomalia Tmed Anomalia Tmed Anomalia

Bragança 13.2 +3.8 11.9 +1.5 12.7 +2.0

Vila Real 15.3 +5.2 13.5 +1.7 12.8 +0.9

Coimbra 17.8 +4.6 15.6 +1.4 15.2 +0.9

Castelo Branco 16.5 +4.0 14.5 +1.2 15.1 +1.7

Santarém 17.7 +4.2 16.1 +1.6 16.3 +1.9

Lisboa 18.2 +3.4 16.8 +1.1 16.7 +1.2

Viana do Alentejo 18.0 +4.5 15.0 +0.6 16.1 +1.5

Beja 18.3 +4.9 15.6 +1.3 17.0 +2.7

Faro 18.0 +3.4 16.7 +1.1 17.4 +1.8

Figura 1 - Distribuição espacial da temperatura média do ar na 1ª, 2ª e 3ª décadas de abril de 2015

1.2 Precipitação acumulada

Na Figura 2 apresentam-se os valores da quantidade de precipitação mensal e acumulada no ano

hidrológico 2014/15, assim como o valor acumulado da normal 1971-2000 nas regiões agrícolas do Norte,

Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve.

1ªd. 2ªd. 3ªd.

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Figura 2 - Precipitação mensal e acumulada no ano hidrológico 2014/15 e média da quantidade de precipitação mensal

acumulada (1971-2000) em algumas estações meteorológicas e mapa com a percentagem da precipitação acumulada no ano

hidrológico em Portugal Continental

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1.3 Temperatura e Precipitação a Norte e a Sul do Tejo Apresentam-se os valores médios decendiais da temperatura e da precipitação a Norte e a Sul do rio Tejo e

respetivos desvios em relação a 1971-2000 para o mês de abril de 2015 (Quadro II).

Quadro II - Temperatura e Precipitação a Norte e a Sul do Tejo – abril de 2015

2. Informação Agrometeorológica

2.1 Temperatura acumulada1/Avanço-Atraso das Culturas

Na Figura 3 apresentam-se para alguns locais das regiões Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e

Algarve (de acordo com as regiões agrícolas) os valores da temperatura acumulada desde o início do ano

hidrológico (1 de outubro de 2014) considerando a temperatura base de 0 °C e desde 1 de janeiro de 2015

para a temperatura base de 6 °C.

1Método das temperaturas acumuladas (Ta)/graus-dia: permite analisar o efeito da temperatura na fenologia das plantas. Admitindo que a

temperatura base (Tb) é aquela a partir da qual determinada espécie se desenvolve, num período de n dias a Ta é o somatório das diferenças entre a

temperatura média diária e a Tb. Sempre que a temperatura média diária for inferior à Tb, a Ta considera-se nula.

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Figura 3 – Temperaturas acumuladas calculadas para a temperatura base de 0 °C para o ano hidrológico (outubro de

2014 a setembro de 2015) e para a temperatura base de 6 °C no ano civil (janeiro a dezembro de 2015).

Comparação com valores normais 1971-2000.

No Quadro III apresentam-se os valores da temperatura acumulada e o número de dias potencial do

avanço e atraso das culturas no mês de abril de 2015, para algumas localidades do Continente, para

temperaturas base de 0, 4, 6 e 10 °C.

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Quadro III - Temperaturas acumuladas (graus-dia) e número de dias potencial do avanço e atraso das culturas no

mês de abril de 2015 para diferentes temperaturas base

Estações

Temperaturas acumuladas

T0 ºC Nº dias avanço atraso

T4 ºC Nº dias avanço atraso

T6 ºC Nº dias avanço atraso

T10 ºC Nº dias avanço atraso

Bragança 377.5 7.4 257.5 12.4 197.5 18.8 83.4 30.0

Vila Real 415.6 9.4 295.6 15.0 235.6 21.4 117.2 33.9

Porto 476.9 7.2 356.9 10.5 296.9 13.7 176.9 67.1

Viseu/C.C. 401.4 4.9 281.4 7.7 221.4 10.9 104.8 14.5

Coimbra 486.1 5.1 366.1 7.2 306.1 9.2 186.1 19.8

Castelo Branco 461.1 5.4 341.1 7.8 281.1 10.1 161.2 24.6

Portalegre 500.1 9.4 380.1 14.2 320.1 18.9 200.1 59.7

Lisboa/I.G. 522.6 4.1 402.6 5.6 342.6 6.8 222.6 12.1

Évora 471.1 5.1 351.1 7.3 291.1 9.3 171.1 21.0

Beja 508.2 6.5 388.2 9.1 328.2 11.4 208.2 23.7

Faro 521.7 4.2 401.7 5.7 341.7 7.0 221.7 12.6

2.3 Temperatura acumulada da Vinha

Na Figura 4 apresenta-se a distribuição espacial da

temperatura acumulada para a vinha entre 01 de

janeiro e 30 de abril de 2015, para Portugal

Continental e no Quadro IV apresentam-se os valores

da temperatura acumulada no mesmo período para

as regiões vitivinícolas, estimados a partir de análises

do modelo numérico ALADIN.

Figura 4 - Temperaturas acumuladas entre 01 de janeiro e

30 de abril de 2015 para uma temperatura base de 3.5ºC,

estimadas a partir de análises do modelo numérico

ALADIN

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Quadro IV - Temperaturas acumuladas entre 01 de janeiro e 30 de abril de 2015 para a temperatura base de 3.5ºC

na vinha

Regiões Vitivinícolas

T acumuladas (ºC) desde 01 de janeiro 2015 Tb = 3.5ºC

Média Mínimo Máximo Valor na Sede distrito

Algarve 622 326 867 Faro – 827

Península Setúbal 616 484 850 Setúbal – 681

Tejo 549 344 794 Santarém – 643

Lisboa 524 307 825 Lisboa - 724 Leiria – 445

Alentejo 516 266 700 Portalegre - 363 Évora – 500 Beja – 570

Beiras 369 33 620

Viseu - 335 Aveiro - 495 Guarda - 162 Coimbra - 491

Castelo Branco – 547

Minho 313 36 519 Viana do Castelo - 461

Braga – 358

Douro 287 82 435 Porto – 448* Vila Real – 235 Pinhão – 359

Trás-os-Montes 178 26 428 Bragança - 186

* Inclui-se o valor da sede do distrito do Porto apesar de não pertencer à região vitivinícola Douro e Porto

2.2 Número de horas de frio

Na Figura 5 apresenta-se o número de horas de frio (temperaturas inferiores a 7.2 °C) acumulado desde 1

de outubro de 2014 e estimado a partir de análises do modelo numérico “ALADIN”2. Verifica-se que o valor

do número de horas de frio acumulado é superior a 500 horas em todo o território, exceto em alguns

locais do litoral Centro e Sul, sendo mesmo superior a 1500 horas em grande parte da região Nordeste. No

quadro V apresentam-se os valores do número de horas de frio acumulado entre 1 de outubro e 30 de

abril de 2015 nas sedes de distrito de Portugal Continental, com o valor mais elevado na Guarda (2453

horas).

No quadro VI apresentam-se as horas de frio para a pera rocha, estimadas para os concelhos da região

oeste, dos 8 maiores valores médios do número de horas de frio, assim como os respetivos valores

máximos e mínimos na sede de concelho.

2Modelo de previsão numérica, de área limitada, desenvolvido e aplicado no âmbito do consórcio europeu “ALADIN”

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Quadro V - Número de horas de frio entre 01 de outubro

2014 e 30 de abril de 2015

Figura 5 - Número de horas de frio acumulado entre 01 de outubro 2014

e 30 de abril 2015 em Portugal Continental

(análises do modelo Aladin).

Quadro VI - Número de horas de frio entre 01 de outubro 2014 e 30 de abril de 2015 na região Oeste

(análises do modelo numérico Aladin)

Estações Média do Concelho

Mínimo no Concelho

Máximo no Concelho

Sede de Concelho

Batalha 1169 991 1349 996

Porto de Mós 1159 865 1336 1128

Leiria 983 671 1319 1002

Alcobaça 839 420 1162 842

Santarém 782 706 1144 766

Rio Maior 772 709 1084 796

Marinha Grande 712 584 1017 967

Cartaxo 707 669 768 700

Distrito Valor sede distrito

V. Castelo 792

Bragança 2111

Vila Real 1826

Braga 1405

Porto 1026

Viseu 1586

Aveiro 767

Guarda 2453

Coimbra 1012

C. Branco 1030

Leiria 1002

Portalegre 1475

Santarém 768

Lisboa 207

Setúbal 657

Évora 1101

Beja 894

Faro 230

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2.3 Evapotranspiração de referência (ET0)

Na Figura 6 apresenta-se a distribuição espacial, por décadas, dos valores de evapotranspiração de

referência (ET0, Penman-Monteith) em abril de 2015, estimada com base em análises do modelo numérico

“ALADIN”, e segundo o método da FAO. Apresenta-se também a distribuição espacial da

evapotranspiração de referência (ET0, Penman-Monteith) acumulada entre 1 de outubro 2014 e 30 de abril

de 2015 (ano hidrológico).

Figura 6 – Evapotranspiração de referência nas 1ª, 2ª e 3ª décadas de abril de 2015 e evapotranspiração de referência

acumulada de 1 de outubro 2014 a 30 de abril de 2015

2.4 Balanço hídrico climatológico Na Figura 7 apresenta-se a evolução decendial, durante o ano de 2015, do défice e excesso de água. Este

procedimento segue a metodologia adotada por Thornthwaite & Mather (1955). Consideraram-se os

valores de capacidade máxima de água disponível no solo, para os diferentes tipos de solo, propostos pela

FAO.

1ªd. 2ªd. 3ªd.

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Instituto Português do Mar e da Atmosfera, I.P. 11|14

Figura 7 – Balanço hídrico climatológico decendial em 2015

2.5 Água no solo

Na Figura 8 apresentam-se os valores em percentagem de água

no solo, em relação à capacidade de água utilizável pelas plantas,

no final de abril de 2015. Em relação a 31 de março, verificou-se

uma diminuição da percentagem de água no solo em todo o

território do Continente, exceto em alguns locais do interior do

Alentejo. Os valores estavam abaixo dos valores normais para

esta época do ano.

Figura 8 - Percentagem de água no solo a 30 de abril de 2015

BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A AGRICULTURA

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Previsão 2.6 Previsão de precipitação para 5 dias

Para os próximos 5 dias não se prevê precipitação em

todo o território do Continente.

Figura 9 – Previsão da precipitação total acumulada do

ECMWF (período: de 12/05/2015 a 16/05/2015)

2.7 Previsão mensal3

Período de 11/05 a 07/06 de 2015:

Na precipitação total semanal prevêem-se valores abaixo do normal, para todo o território, nas semanas

de 11/05 a 17/05 e de 18/05 a 24/05 e apenas para a região sul, na semana de 01/06 a 07/06. Prevêem-se

valores acima do normal, para a região interior centro, nas semanas de 25/05 a 31/05.

Na temperatura média semanal prevêem-se valores acima do normal, para todo o território, na semana de

11/05 a 17/05 e apenas para o interior do território, na semana de 18/05 a 24/05. Nas semanas de 25/05 a

31/05 e de 01/06 a 07/06 não é possível identificar a existência de sinal estatisticamente significativo.

3. Situação agrícola (Fonte: INE)

As previsões agrícolas, em 31 de março, apontam para a manutenção das produtividades do trigo mole,

trigo duro e centeio e para um aumento no triticale e aveia (+5%, face a 2014). Na batata, preveem-se

reduções da área plantada de 20% para a batata de sequeiro e 5% para a de regadio, situação que

resultará, em grande parte, das dificuldades sentidas na campanha anterior no escoamento da produção a

preços que garantissem a rentabilidade desta cultura.

3Previsão com base no modelo do Centro Europeu de Previsão do Tempo a Médio Prazo (ECMWF)

BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A AGRICULTURA

Instituto Português do Mar e da Atmosfera, I.P. 13|14

Anexo I - Valores de alguns elementos meteorológicos em abril de 2015 por década (1ª, 2ª e 3ª)

Estação Tmin (ºC) Tmáx (ºC) Prec (mm) HR (%) V (Km/h) ( a 10m) Década 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª

V. Castelo 10.5 9.3 9.9 22.3 20.2 17.9 2.9 10.6 53.4 66.4 81.6 95.8 - - - Bragança 5.5 6.0 7.4 20.8 17.8 17.9 9.8 12.0 27.0 63.7 75.0 75.8 7.2 7.4 8.6 Vila Real 8.6 8.5 7.9 21.9 18.4 17.8 5.7 12.8 21.0 61.7 76.1 83.6 5.1 5.2 5.5 Braga 8.6 7.6 8.7 24.6 20.3 19.1 4.4 23.1 66.8 51.4 79.2 89.0 - - - Porto/P.R. 12.5 11.4 11.3 22.9 19.7 17.5 2.4 14.7 42.0 47.5 64.6 75.8 12.9 11.5 10.9 Viseu 9.4 8.2 7.4 21.1 17.6 16.4 2.7 18.2 62.3 55.3 77.6 87.6 19.5 14.2 12.3 Aveiro 12.6 12.1 12.1 22.8 20.4 18.9 6.3 26.4 28.6 59.4 67.0 78.2 8.6 9.6 10.2 Guarda 6.4 6.5 6.7 17.4 15.2 15.2 4.8 27.0 27.2 66.1 79.4 82.4 12.7 12.1 14.4 Coimbra 12.0 10.8 10.5 23.9 20.4 19.1 5.5 27.6 35.2 59.3 83.2 98.5 7.9 7.8 7.7 C. Branco 11.1 9.2 9.9 21.9 19.9 20.3 20.0 15.7 31.2 59.6 74.3 77.7 10.8 9.9 10.3 Leiria 9.0 8.7 9.5 23.9 21.0 20.1 22.2 30.4 23.1 71.2 72.8 81.7 7.0 6.7 6.6 Portalegre 12.7 10.1 10.6 24.3 19.3 19.6 29.2 6.0 49.4 57.5 76.5 84.7 13.4 12.2 12.1 Santarém/F.B 11.3 10.7 11.3 24.2 21.4 21.2 30.3 1.9 25.9 - - - 7.6 7.5 8.2 Lisboa/G.C. 13.1 12.3 12.9 23.2 20.7 23.2 26.0 31.1 19.2 83.9 83.9 87.9 10.4 10.7 11.7 Setúbal 9.6 8.1 9.1 24.3 22.6 21.4 38.8 7.6 41.0 - - - 5.4 6.0 6.9 Évora 10.1 8.2 9.5 23.7 20.9 21.8 36.0 10.4 13.1 - - - 9.1 9.8 11.7 Beja 12.3 9.7 11.1 24.2 21.5 22.8 87.9 11.0 13.5 73.6 83.1 81.0 10.1 10.2 12.4 Faro 14.9 12.9 13.9 21.1 20.6 20.6 10.4 2.1 1.4 71.1 65.6 67.2 18.3 13.4 15.9

No Anexo I apresentam-se os valores médios decendiais da temperatura mínima (Tmin), temperatura máxima (Tmax), humidade relativa às 09UTC

(HR) a 1.5 m, os valores totais decendiais da precipitação (Prec) e o vento médio diário (V) a 10 m.

BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A AGRICULTURA

Instituto Português do Mar e da Atmosfera, I.P. 14|14

Anexo II - Valores de alguns elementos agrometeorológicos em abril de 2015 por década (1ª, 2ª e 3ª)

Estação Trelva (ºC) Tsolo 5cm(ºC) Tsolo 10cm(ºC) ET0 (mm) Água Solo (%)

Década 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª Acumu-lado 30 abril

V. Castelo 8.1 7.0 8.7 12.7 13.4 14.2 13.3 13.9 14.5 33.9 29.7 24.6 358.6 40.2 Bragança 2.9 4.0 5.2 11.3 12.8 17.9 11.6 12.1 16.3 36.1 31.1 29.5 369.0 31.9 Vila Real 4.7 4.9 5.6 11.2 11.6 12.6 11.8 11.6 12.4 34.1 28.0 25.4 337.5 39.7 Braga - - - - - - - - - 38.5 30.6 23.8 357.0 40.4 Porto/P.R. - - - - - - - - - 37.7 31.5 26.5 386.6 40.3 Viseu 7.6 - 5.2 13.8 - 13.4 12.9 - 12.2 37.2 29.5 25.8 363.9 39.9 Aveiro 7.0 7.4 9.2 16.6 17.4 17.9 15.6 16.0 16.6 34.0 31.9 27.6 376.7 40.2 Guarda 3.1 3.2 3.2 9.7 10.6 11.3 10.3 11.0 11.8 34.1 28.8 28.6 372.4 40.0 Coimbra 8.0 7.3 7.8 13.9 14.8 15.0 14.0 14.7 15.0 35.9 34.1 28.3 396.5 40.1 C. Branco 9.4 7.6 7.9 - - - - - - 40.2 39.4 36.1 488.7 39.5 Leiria 4.3 4.8 6.5 14.0 14.8 15.8 - - - 32.2 35.4 29.7 396.8 40.1 Portalegre - - - - - - - - - 34.7 36.1 33.1 446.3 52.0 Santarém/F.B 10.3 9.6 10.0 14.6 14.7 15.2 15.0 15.0 15.5 33.8 38.5 34.3 483.7 40.2 Lisboa/G.C. 10.5 9.1 9.0 16.2 16.1 17.1 16.3 16.0 16.9 31.8 35.1 31.4 459.7 39.4 Setúbal 8.8 7.8 8.9 14.8 14.6 15.5 14.4 14.3 15.0 33.6 37.8 34.1 498.0 35.7 Évora 7.1 4.5 6.7 15.0 14.7 16.1 15.4 15.1 16.4 33.5 35.9 37.5 472.3 43.6 Beja 9.2 7.3 9.5 16.0 15.4 16.5 17.0 16.2 17.2 34.1 37.2 39.0 491.2 55.0 Faro 16.9 16.6 18.0 17.7 17.6 19.2 18.0 18.0 19.6 28.7 36.7 37.8 541.3 28.6

No Anexo II apresentam-se os valores decendiais da temperatura da relva (Trelva), temperatura do solo a 5 e a 10cm de profundidade (Tsolo), da

evapotranspiração de referência (ET0 – das 00UTC às 24UTC) estimada com base em análises do modelo numérico “ALADIN” e segundo o método da

FAO para as 3 décadas do mês e o valor acumulado no ano hidrológico em curso (com início a 1 de outubro e fim a 30 de setembro), e percentagem

de água no solo, em relação à capacidade de água utilizável pelas plantas.