68
Instituto Missões Consolata Boletim Oficial dos Atos da Direção Geral 151 151 Dezembro de 2015 Sumário Beata Irene Stefani Protectora Anual para 2016 . . 02 Mensagem do Superior Geral para o Natal de 2015 . . 11 Missionários Idosos em renovação . . . . . . 14 Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 Actos da Direcção Geral . . . . . . 31 Jubileus de 2016 . . . . . . . . . 36 Qui Nos Praecesserunt: - Irmão Francesco Guglielmin Mugion . . . 39 - P. Paul Stefanowich . . . . . . . 43 - P. Giuseppe Villa . . . . . . . 46 - P. José Oscar Aguilar . . . . . . . 51 - P. Giuseppe Fusaroli . . . . . . . 54 - Irmão Roberto Zanchettin . . . . . . 57 - P. Alessandro Busnello . . . . . . 61 - P. Franco Cellana . . . . . . . 65 Redator: P. Tobias de Oliveira, IMC Secretário Geral Viale delle Mura Aurelie, 11 00165 Roma 1

Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

  • Upload
    vonga

  • View
    221

  • Download
    3

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

Instituto Missões Consolata

Boletim Oficialdos Atos da Direção Geral

151151

Dezembro de 2015SumárioBeata Irene Stefani Protectora Anual para 2016 . . 02Mensagem do Superior Geral para o Natal de 2015 . . 11Missionários Idosos em renovação . . . . . . 14Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24Actos da Direcção Geral . . . . . . 31Jubileus de 2016 . . . . . . . . . 36Qui Nos Praecesserunt:

- Irmão Francesco Guglielmin Mugion . . . 39 - P. Paul Stefanowich . . . . . . . 43 - P. Giuseppe Villa . . . . . . . 46 - P. José Oscar Aguilar . . . . . . . 51 - P. Giuseppe Fusaroli . . . . . . . 54 - Irmão Roberto Zanchettin . . . . . . 57 - P. Alessandro Busnello . . . . . . 61 - P. Franco Cellana . . . . . . . 65

Redator: P. Tobias de Oliveira, IMCSecretário Geral

Viale delle Mura Aurelie, 1100165 Roma

1

Page 2: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

PROTECTORA ANUAL PARA 2016COM A BEATA IRMÃ IRENE NYAATHA:

FACE DA CONSOLATA, ÍCONE DA MISERICÓRDIA!

2

Page 3: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

Roma – Nepi, 08.12.2015Festa da Imaculada Conceição,

Início do Jubileu extraordinário da misericórdia!

Caríssimas Missionárias e Missionários,

Neste novo ano dedicado à misericórdia queremos continuar a rezar e a olharpara a Beata Irene como nossa protetora anual.

Papa Francisco ao apresentar o ano Jubilar da misericórdia explicou: «Umapergunta está presente e inquieta o coração de muita gente: porquê um Jubileu daMisericórdia hoje? Simplesmente porque a Igreja, neste momento de grandestransformações epocais, é chamada a oferecer mais fortemente os sinais da presença eda proximidade de Deus. Este não é o tempo para a distração, mas pelo contrário parapermanecermos vigilantes e despertar em nós a capacidade de olhar para o essencial.É o tempo para a Igreja reencontrar o sentido da missão que o Senhor lhe confiou nodia de Páscoa: ser sinal e instrumento da misericórdia do Pai (cf. Jo. 20,21-23). É poreste motivo que o Ano Santo deverá manter vivo em nós o desejo de saber colher osmuitos e variados sinais da ternura que Deus oferece ao mundo inteiro e sobretudo aquantos estão a sofrer, estão sozinhos e abandonados, e também sem a esperança deser perdoados e de se sentirem amados pelo Pai. Um Ano Santo para sentir forte emnós a alegria de termos sido reencontrados por Jesus, que como Bom Pastor veio paranos procurar porque estávamos perdidos. Um Jubileu para sentir o calor do seu amorquando nos carrega aos ombros para nos reconduzir à casa do Pai. Um Ano parasermos tocados pelo Senhor Jesus e sermos transformados pela sua misericórdia, paraque nos tornemos também nós testemunhas da misericórdia. Eis o porque do Jubileu:porque este é o tempo da misericórdia. É o tempo favorável para sarar as feridas, paranão nos cansarmos de encontrar quantos vivem na esperança de ver e tocardiretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a todos, a todos, a via doperdão e da reconciliação.

A Mãe da Divina Misericórdia abra os nossos olhos, para que compreendamos oempenho a que somos chamados; e nos obtenha a graça de viver este Jubileu daMisericórdia com um testemunho fiel e fecundo.» (Homilia de Papa Franciscodurante as Primeiras Vésperas do domingo da Divina Misericórdia, na basílica de S.Pedro, em ocasião da entrega e da leitura da bula de proclamação «Misericordiaevultus», Roma 11.04.2015).

Não encontramos palavras mais bonitas e importantes do que estas para colher ogrande ligame que une a misericórdia a Irene, «mãe toda misericórdia!». Queremos iràs aulas da Irene para aprender precisamente a misericórdia, pedimos-lhe para quenos guie até Jesus para viver a misericórdia.

3

Page 4: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

A Beata Irene, ícone da Misericórdia

A Beata Irene Stefani carateriza-se exatamente pela sua misericórdia. É o epítetoque sem que ela se apercebesse lhe atribuíram as pessoas de Gikondi: Nyaatha, eainda hoje é chamada assim. Foi o que se constatou na Beatificação. Palavra queindica a «mãe toda misericórdia», a «misericórdia personificada». Assim a explicouMons. Gatimo, bispo de Nyeri. E para Mons. Nicodemus Kirima, seu sucessor,Nyaatha «é mais que um nome; é um programa, um projeto de vida plenamente eintensamente vivida». E sobre a Irmã Irene acrescenta: «Esta Missionaria daConsolata era cheia de bondade, amabilidade, mansidão e gentileza, como o eraCristo e a Beata Virgem Maria. Desta maneira se tornou mulher, mãe, criatura demisericordioso amor».

A sua caridade vinha de bem longe. Imediatamente após a profissão religiosafeita nas mãos do Allamano, no dia 29 de janeiro de 1914 escrevia num caderno deapontamentos o seu programa de vida: «Só Jesus. Toda com Jesus. Nada de mim.Toda de Jesus. Nada de mim. Toda para Jesus. Nada para mim. Amarei a caridademais do que a mim mesma».

É a proclamação para nós de como o amor vivo de Jesus e dos irmãos e irmãspossam soldar-se na unidade e tornar-se carne na nossa vida, até a transformar.Maravilhados, os médicos do hospital militar de Dar-es-Salaam diziam: «Aquelacriatura não é uma mulher, é um anjo» e a população de Gikondi o confirma: «Eramware mwendi ando, a Irmã que quer bem a todos».

«Visitar os doentes, os pobres, batizar os doentes e curá-los, era o seu trabalhoquotidiano. De facto, ela percorria habitualmente longas distâncias subindo edescendo por carreiros íngremes indo à procura destes pobrezinhos. Ela nãodescansava nem sequer um minuto, porque se tinha dedicado totalmente a este povo»(testemunho de Joseph Macharia de Gichuru).

De fato, a Irmã Irene perante as necessidades dos outros não sabia resistir: uminstinto interior a impelia a ir, a correr com o calor e o frio, o bom tempo e a chuva,na robustez física ou no cansaço, ou até mesmo na enfermidade, sem se poupar asacrifícios e impedimentos, ofensas ou recusas, a fim de socorrer as pessoas comnecessidades. Nada a detinha. As pessoas lembram-se dela «valente como umamola», para ir onde quer que fosse mesmo muitíssimo longe, rapidamente; e a todos,quase sempre a correr. E comenta: «vê-se que era o amor que a impelia». À sua morteafirmaram: «Não foi a doença a matá-la, mas o amor».

A população de Gikondi continuou a considerá-la: «boa mãe que quer bem atodos», «secretária dos pobres», «anjo de caridade». É como uma repetida ladainhaque sintetiza a viva lembrança dela, as suas caraterísticas, o seu coração, a realizaçãoda sua convicção que a missionária «tem coração para amar, mãos para ajudar» edeve fazê-lo com sentimentos de misericórdia, bondade, humildade, mansidão epaciência.

4

Page 5: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

O seu ser mãe de misericórdia foi também o seu principio inspirador demetodologia missionaria, e também o pode ser para nós hoje, num mundo quenecessita de ternura e de proximidade. «Quando via alguém a sofrer, era presa decompaixão, chorava e tentava fazer tudo aquilo que podia para poder ajudar esse serhumano. Muitos vinham à missão para lhe confiar as penas deles, porque ela era amãe de todos» (Bernard Mugambi).

Misericórdia e consolação eram a via usada por ela para conduzir a Jesus etestemunhar o seu Evangelho. É do conhecimento de todos como ela dava muitaimportância à catequese, o ensinamento cristão e sobretudo a administração dobatismo, considerado como o dom maior que o missionário e a missionária podiamdar. «Quando nascia uma criança ia logo felicitar a família ou assistia ela mesma asparturientes. Lembro quanto a Marta passou para ter aqueles dois filhos gémeos, elaassistiu-a, e quando nasceram, pegou neles ao colo e dizia contente e cheia de alegria:"Agradeçamos a Deus que me escolheu para ver estas criaturas que serão batizadas ese tornarão filhos de Deus"» (Martino Wang’Ondu).

A Irmã Irene consolava com a sua presença, curava os doentes, ia à procura e aoencontro dos pobres, sempre próxima de quem chorava, oferecendo-se a si mesma emsacrifício agradável a Deus. «Participava das alegrias, da vida e das dores da gente»(Martino Wang’Ondu) e conhecia bem a sua língua.

«Era muito boa, rezava muito a Deus, amava o próximo, era uma mulher quenão se poupava aos sacrifícios, considerando que caminhávamos a pé todo o dia,voltando para casa só à noite. Não desprezava ninguém, amava a todos» (PancrazioGathirwa).

Era uma mulher forte, de trato delicado. Numerosos testemunhos lembram-sedela como sendo uma mulher forte e generosa, constante, sem medo e determinada,decidida, zelante no seu trabalho. Era mansa, caminhava a passo rápido para nãoperder tempo, fiável quando falava com as pessoas, continuamente pronta para asfazer participantes do maior dos bens, a salvação eterna, grande evangelizadora,verdadeira Missionária como nos quer o Beato Giuseppe Allamano: santos emissionários, unindo a mais íntima comunhão com Deus à mais intensa atividadeapostólica, com fiel misericórdia.

A Irmã Irene também é para nós modelo no momento supremo da vida, quandoa morte se aproxima e o regresso à casa do Pai se faz próximo. Morrer por amor,como Jesus, é o seu ensinamento para nós.

Uma testemunha recorda: «Eu, Pancrazio Gathirwa, conheci bem a irmã IreneStefani na missão de Gikondi nos anos 1920-1930. Quando ela veio para cá, euestava aqui, e quando faleceu ainda estava aqui: ou seja, estivemos com ela até ao seufalecimento. Procurou-se a doença mortal no bairro Mbari ya Ndumbe, aqui emGikondi, onde tinha ido curar Julius Ngari, doente da peste».

5

Page 6: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

Curou-o com amor, este professor que lhe tinha criado problemas sérios naescola e morreu contagiada pelo seu mesmo mal, transformando como Jesus a suamorte num ato de amor. Tinha somente 39 anos.

O evento da Beatificação da irmã Irene Stefani foi um momento de graçaparticular para toda a Família da Consolata! Acolhamos às mãos cheias a Graça queatravés da Irmã Irene vem derramada sobre cada um de nós e quer transfigurar naalegria a nossa vida pessoal e comunitária, quer regenerar-nos à missão de anúncio econsolação, quer-nos envolver na torrente da Misericórdia de Deus. Sim, a nossa irmãNyaatha chama-nos para que nos mergulhemos com ela no fluxo do Amor forte etenro de Deus e a deixarmos-nos conduzir por Ele. Olhemos então para a irmã Irenecom os olhos do coração; deixemos que o olhar interior penetre através da porta queela nos abriu no coração de Deus e deixemos que, através dela, a Misericórdia deDeus nos toque, nos console e nos torne pessoas de misericórdia.

A Beata Irene, autêntica filha do Allamano

Queremos sublinhar também que Irene é a expressão límpida do espírito doBeato Giuseppe Allamano, missionária da Consolata plenamente realizada, sinal davisão e do método missionário que nos deixou o nosso Fundador. A Beata Irene,Nyaatha, ícone da misericórdia é dom da Consolata e do Fundador aos seus filhos efilhas.

«É mesmo necessário que vivamos, respiremos, nos deixemos perder em Deus.Os meus olhos estão sempre voltados para o Senhor. Gosto muito desta frase e deveismemorizá-la. Tenhamos sempre os olhos voltados para Deus, como os seus olhosestão continuamente voltados sobre nós», dizia o Allamano (cf. VE 554). É umarecomendação que ecoa particularmente significativa para nós no ano damisericórdia. De maneira sintética o Fundador reafirmava às nossas missionárias paraterem «um coração largo para os irmãos», um «coração grande e generoso»,«magnânimo para todas as misérias humanas», «cheio de amor por Deus»(Conferências às Missionárias, I, 86, 156; II, 143-144). E nos exortava a ser«Missionários da bondade», que agem com ternura, paciência, humildade, mansidão,fiabilidade, «sem asperezas», mas com a «máxima doçura», «bel garbo e caridade».

Entre as exortações aos que partiam para a Missão, recomendava sempre a«mansidão», única virtude da qual Jesus diz em modo específico de o imitar. O BeatoAllamano considerava-a indispensável para quem anuncia o Evangelho. E convidavaa fazer dela um propósito que se devia renovar em cada dia.

Os testemunhos sublinham que a mansidão era no Allamano algo que se vê noseu comportamento que tinha com cada pessoa individualmente e nas suas atividades.Como formador no seminário, os seminaristas lembram-se dele como: «boa mãe»,«anjo consolador». Conseguia obter tudo com a persuasão, a afabilidade, a doçura.

6

Page 7: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

«A tempo oportuno sabia fazer também a correção severa, mas terminava-a semprecom a palavra benévola, toda sua, que consolava» (Mons. Nepote).

Na Consolata prestava atenção aos religiosos responsáveis pelo santuário e aossacerdotes mais idosos. Quando não os via, ia visitá-los ao quarto, levava-lhes acomida, arrumava o quarto, «fazendo de enfermeiro e um pouco de tudo».

O mesmo comportamento teve com os missionários e as missionárias, e tambémde modo mais desenvolvido porque o bem das pessoas está entre as motivações daFundação dos Institutos.

«Preocupava-se das mínimas necessidades materiais e espirituais de cada um.Interessava-se grandemente pelos parentes dos membros do Instituto, especialmentedas mães deles. E quando percebia a existência de alguma necessidade, sem que lhefosse pedido, tomava medidas com larga generosidade» (G. Barlassina).

Quando a família missionária se tornou maior, soube seguir igualmente cada umdos seus membros a nível pessoal, mesmo de longe, ultrapassando a distância físicaatravés da correspondência epistolar. Informava-se dos sucessos, das necessidades,cansaços, desilusões, da saúde e das doenças. Também por isso ordenou a escriturados diários, para se dar conta das atividades missionárias e das situações pessoais. Nosaber ser paciente, sofrer com quem sofre, chamar à atenção com doçura, curar ocontato pessoal, propor ideais para estar à altura da própria missão, eis o segredo dasua paternidade. Recomendava aos superiores e às superioras que tivessem muitapaciência e que dessem coragem, que fizessem de tudo para consolar, suportar,corrigir, mas sempre com grande caridade.

Esta abordagem atenta à relação com o outro também tem um reflexo naatividade missionária, impressa na presença e na atenção às pessoas com relaçõesdiretas de interesse, preocupação, ajuda, encorajamento.

Allamano aproveitava a ocasião da partida para a missão para recomendar:«espalhai o perfume do amor»; «fazei as pessoas felizes», porque «queremos levar-lhes a consolação».

Caríssimas e caríssimos, deixemos-nos guiar pelos nossos santos damisericórdia. Vivamos quanto eles nos transmitiram, eles que viveram plenamente aamizade com Jesus, o Senhor, o mestre misericordioso.

A Misericórdia de Deus «não é uma ideia abstrata, mas uma realidade concretacom a qual Ele revela o seu amor como o de um pai e de uma mãe que se comovematé do profundo das vísceras pelo próprio filho. É verdadeiramente o caso de dizerque é um amor “visceral”. Deriva do íntimo como um sentimento profundo, natural,feito de ternura e de compaixão, de indulgência e de perdão». (FRANCESCO,Misericordiae Vultus, Bula de proclamação do Jubileu Extraordinário daMisericórdia, Roma, 11 de abril de 2015, n. 6).

7

Page 8: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

É este tipo de Amor que vemos habitar e agir na Irmã Irene, que impulsionou oAllamano a fundar os nossos Institutos Missionários. É deste tipo de amor que todas etodos nós temos necessidade e é a este tipo de Amor que queremos abrir o coraçãopara que seja preenchido!

3. A Beata Irene e o milagre de Nipepe

O milagre que conduziu Irene à Beatificação aconteceu em Nipepe, emMoçambique, em 1989, em plena guerra civil, quando, durante um ataque daguerrilha ao lugar onde se desenvolvia um curso de formação para catequistas, Irenesalvou aproximadamente 270 pessoas da morte. Naqueles dias dramáticos de ataque,o pároco da Missão, Padre Giuseppe Frizzi, Missionário da Consolata, rezou à IrmãIrene juntamente com os catequistas, utilizando uma forma de oração típica daespiritualidade do povo Macua, a Makeya, pedindo-lhe com confiança que salvasseos próprios catequistas e as suas famílias. E Irene interveio, multiplicando a água dafonte batismal da igreja para matar a sede às pessoas e protegendo a todos daviolência da guerra.

O milagre, ou melhor, os milagres que se deram em Nipepe por intercessão daIrmã Irene merecem uma reflexão e um aprofundamento sérios. Que mensagens Irenenos deixa através destes acontecimentos? Quais percursos nos indica? O que é quenos dizem os factos de Nipepe a respeito do nosso caminho missionário e ao nossoestilo de missão? Que sentido têm estes acontecimentos de graça para os Institutos epara a Igreja? Trata-se de acontecimentos cheios de bênçãos para nós, e queremosmanter os olhos bem abertos e o coração perante estes dons de Deus! Pensandonaquilo que sucedeu em Nipepe no mês de janeiro de 1989, já a uma primeiríssimaanálise emergem alguns elementos que nos questionam de maneira particular, equeremos partilhá-los com simplicidade.

Os personagens envolvidos nos acontecimentos: Irmã Irene Stefani (MC), P.Giuseppe Frizzi (IMC) e os catequistas. Representam as três pedras da lareiraconsolatina: as missionárias, os missionários e os leigos/animadores/catequistas,assim como era também nos inícios da nossa missão no Quénia, por exemplo emGikondi no tempo da irmã Irene. A nascente metodologia missionária consolatinacompreendia estes três indiscutíveis elementos, em sinergia, comunhão,complementaridade. Acreditamos que não é por acaso que a Irmã Irene escolhe deresponder à invocação de um seu confrade Missionário da Consolata e doscatequistas, completando assim a tríade. E isto tem muito para nos dizer tambémhoje.

As circunstâncias: a guerra tinha “privado” os missionários e as missionáriasde muitas coisas, mas não da sua identidade, que parece, pelo contrário, ter-sereforçado naquelas circunstâncias dificílimas e dramáticas, quando não possuíammeios económicos, mas viviam o núcleo da missionariedade consolatina como

8

Page 9: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

testemunho de consolação na humildade, na pobreza, na proximidade às pessoas, napartilha de tudo, na oração, na comunhão.

A água batismal: com tudo isso que o batismo significou para Irene e quesignifica hoje para nós, como sinal eminentemente cristológico, como chamada àsfontes do nosso carisma ad gentes, a mergulhar-se e a ”mergulhar” em Cristo, a matara sede em Cristo a quem ainda O não conhece.

A fonte batismal: frágil tronco, se bem com rachaduras e atualmente tambémcom buracos, em suma um pouco como todos nós, criaturas humanas, um poucocomo Irene, frágil criatura, frágil vaso de argila no qual habita a água da Vida. Mastambém um tronco trabalhado, esculpido e pintado com símbolos tomados não só datradição cristã clássica, mas também da “tradição” que o Espírito plasmou no ânimoMacua. De novo, um pouco como Irene e como nós, chamados a ser habitados porCristo água viva e alegre inesgotável, mas também a deixar-nos trabalhar, esculpir ecolorir pelo movimento do Espírito nos povos que nos acolhem.

A invocação através da Makeya. Irene escolhe responder a uma invocaçãofeita através de uma expressão orante típica de uma tradição religiosa “diferente”daquela ocidental. É estupefaciente ver como, depois de um percurso de reflexão e deestudo sério que conheceu resistências, bloqueios, etc., agora a Makeya chegou a umacomissão teológica vaticana que aprovou o milagre obtido através da própria Makeya.O que é que nos quer dizer Irene recorrendo à invocação feita através da Makeya elevando a Makeya até ao Vaticano, ou seja, ao exame e à confirmação da igrejauniversal? O que é que tem para nos dizer tudo isto sobre a nossa metodologiamissionaria, sobre os percursos de evangelização inculturada, de interculturalidade,de contacto com as raízes da pessoa e do povo, de séria, em profundidade e corajosareflexão “no campo” que deveria caraterizar o nosso ser missionários e missionáriasad gentes e da Consolata?

Estes são só alguns dos elementos que numa primeira abordagem emergem dosfatos de Nipepe. E quem sabe quantos outros poderiam emergir dali na reflexão, naoração, na partilha e no aprofundamento! Esperamos verdadeiramente que abeatificação de Irene e os fatos de Nipepe constituam para nós um estímulo à reflexãoe à atividade missionária conjunta, no prosseguimento da misericórdia e daconsolação. Queremos acolher a Graça que esta Beatificação traz consigo e responderà chamada ínsita nos fatos de Nipepe. Irene falou! Deus falou-nos através dela. Agoratoca a nós receber e fazer frutificar a Palavra que nos foi doada.

PERGUNTAS PARA A REFLEXÃO E A ORAÇÃO

O que é para mim a misericórdia? Fiz experiência da misericórdia de Deus?Ponho-a em prática no confronto com os outros? Recebi-a dos outros? Como?

9

Page 10: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

Lendo o Evangelho, quais caraterísticas da misericórdia de Jesus me chamammais à atenção?

Sinto e vejo na minha comunidade, no Instituto, a misericórdia? Através de quesinais?

Como se exprime a misericórdia na nossa metodologia missionária, hoje?

PROPOSTAS DE CAMINHO

Celebrar onde for possível todos juntos MC-IMC-LMC a festa litúrgica da irmãIrene preferivelmente precedida de um tríduo.

As Direções de circunscrição desenvolvam iniciativas e momentos de reflexão,possivelmente conjuntas, sobre a figura da Beata Irene e a sua mensagem para o diade hoje.

Neste Ano da Misericórdia propomos a figura da Beata Irene, ícone deMisericórdia, à nossa gente.

Outras iniciativas e propostas inspiradas à Beata Irene e à misericórdia, quepossam ajudar no caminho espiritual e fraterno deste ano jubilar.

Oração à Beata Irene

Beata Irene, Nyaatha, irmã nossa,

intercede por nós o dom da Misericórdia!

Padre Stefano Camerlengo, IMC Irmã Simona Brambilla, MCPadre Geral Madre Geral

10

Page 11: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

MENSAGEM DO SUPERIOR GERAL PARA O NATAL DE 2015

ACREDITAR COMPROMETE-NOS!

08 de dezembro de 2015, festa da Imaculada!

“Uma lição importante foi-nos dada pelo menino Santo que venceuas três concupiscências humanas: os prazeres, as riquezas, as honras,para nos ensinar também a nós a vencê-las. Nascendo assim tãopobre, o Senhor consagrou a pobreza!” Beato Giuseppe Allamano

Caríssimos missionários, amigos, familiares,Um Natal autêntico!O primeiro Natal não foi celebrado nos templos, nas sinagogas, nem nas igrejas

que, naquele tempo, não existiam. Naquela época, nenhuma comunidade religiosa sereuniu à volta de um rito qualquer, nenhum sacerdote acendeu velas ou proferiuhomilias. Nenhuma sociedade humana interrompeu o seu ritmo de trabalhoquotidiano, a ninguém veio em mente de adornar as estradas, pendurar e acender asluzes, nem preparar ceias especiais. Ninguém perdeu um só instante sequer parareunir a família ou trocar presentes.

Era uma noite silenciosa e escura. Como narra o evangelho (de S. Lucas), umcasal jovem tinha-se deslocado de uma cidade da Galileia a um pequeno centro(Belém) nas vizinhanças de Jerusalém, por banais motivos burocráticos. Diz-se oevangelho que César Augusto ordenou que se fizesse um recenseamento em todo oimpério romano e por conseguinte todos eram obrigados a registarem-se, cada um nasua própria cidade.

Não eram dois personagens notáveis. Ele era carpinteiro, ela uma moça domésticacomo tantas outras. Guardavam no próprio coração, provavelmente com uma certatimidez, espécie de pudor, o segredo do próximo nascimento de um filho. Mais de milpontos de interrogação, nenhuma resposta humanamente compreensível. José e Mariaeram certamente um casal com poucas possibilidades económicas. Quando chegarama Belém, a cidade da família de David, não encontraram um lugar na hospedaria.Foram reencaminhados à porta, mandados embora, se bem que Maria estava não sógrávida, mas mesmo próxima do parto. Quando começaram as dores da maternidadealguma alma piedosa indicou-lhes um estábulo. Assim quando, pouco depois, veio aomundo, o menino pôde ser envolvido em panos e deitado numa manjedoura deanimais.

Ninguém se preocupou com o sucedido. Só alguns pastores, personagensconsiderados impuros pela mentalidade da época, se aproximaram surpreendidos dagruta. Ouviram uma mensagem do Céu transmitida por um anjo: “anuncio-vos umagrande alegria, que será para todo o povo”. O sinal da realização desta promessaseria, segundo o mensageiro, “encontrarem um menino envolvido em panos, deitadonuma manjedoura”.

11

Page 12: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

Melhor ainda, a nós homens “iluminados” do terceiro milénio esta históriadeveria aparecer, pelo contrário, absurda. Nada mais que uma lenda como existemtantas outras. Pelo contrário há mais de dois mil anos que nos obstinamos emrecordar admirados aquele momento, aquele nascimento que de todas as maneiras erainsignificante, normal, banal na sua moldura de miséria e fragilidade.

O nosso apego ao mistério do Natal tem com certeza razões que historiadores,sociólogos e psicólogos saberiam explicar excelentemente. O Natal convida-nos acolher o alcance revolucionário de uma mensagem que anuncia a paz de uma posiçãode total desapego e que exalta a pobreza, em vez da riqueza e do sucesso, a renúncia atodo o tipo de exibicionismo e a qualquer tipo de violência, em vez de umprotagonismo estéril ou uma fé integralista toda voltada em afirmar-se socialmente ereligiosamente.

Maria, a moça que se encontrou naquela aventura, foi com certeza a intérpretemais autêntica daquele acontecimento assim tão longínquo e tão atual. Tinhacompreendido que existe um Deus que se faz homem, Ele não pode ser o Deus dequem se deleita na sua saciedade, de quem não tem escrúpulos em explorar, oprimiros outros e de quem é escravo da própria soberba. O Deus de Maria, o Deus do Natal,é aquele que “dispersou os soberbos, derrubou os poderosos de seus tronos e exaltouos humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias”. Porisso que o seu “sinal” não é uma exibição de potência, mas simplesmente esurpreendentemente “um menino envolto em panos e deitado numa manjedoura”.

É necessário dirigir o olhar do nosso coração para Deus para aprender a acreditar,a esperar e a amar. O Natal lembra-nos, afinal de contas, três coisas fundamentais.

Primeiro que é a festa de quem tem boa vontade e tende assim a construir à suavolta o bem comum porque se deixa guiar pelos valores da paz, da solidariedade e damisericórdia. E lembro aqui as palavras de santo Agostinho que dizem que “A Cidadedo Homem e a Cidade de Deus se combatem interiormente em cada homem porqueas fronteiras que dividem a Cidade do Homem da Cidade de Deus estão dentro docoração e da consciência dos homens”. Deixemo-nos educar pelo Natal para venceros egoísmos e as divisões.

Em segundo lugar, o Natal também é o tempo para compreender quanto énecessário servir, estar unidos e, portanto, viver a dimensão do dom gratuito,sobretudo nos confrontos de todos aqueles que viverão as festas natalícias emcondições precárias e de pobreza.

Por fim, a força que nos pode erguer da crise, do medo e de todas as dificuldadesconsiste em nos reconhecermos antes de mais necessitados de Deus e que temos emnós um princípio invencível e eterno: a sua presença na história, o seu chegar até nóspara nos levantar novamente e conduzir-nos ao encontro pleno com o seu amor.

E neste Natal, tudo tem o sabor do coração aberto que acolhe e se doa comalegria.

Feliz Natal!"Empenhemo-nos também nós a descer…Não para reordenar o mundo,não para o refazer por medida, mas para o amar;

12

Page 13: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

para amar também aquilo que não podemos aceitar,também aquilo que não é amável,porque por detrás de cada rosto e em cada coraçãoexiste, juntamente com uma grande sede de amor,o rosto e o coração do amor.Empenhemo-nos, porque nós acreditamos no amor,a única certeza que não teme confrontos,a única que chega para nos empenharmos perpetuamente"(Don Primo Mazzolari)

Bom Natal, muitas felicidades, muita fé, muito empenho!Coragem e em frente in Domino!

Padre Stefano Camerlengo, IMCPadre Geral

13

Page 14: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

MISSIONÁRIOS IDOSOS EM RENOVAÇÃONo mês de setembro de 2015 reuniram-se em Roma para um tempo de renovação

uma vintena dos nossos confrades já mais avançados na idade. O Superior Geralacompanhou-os com uma mensagem de boas-vindas na qual os convidava a preparar-separa o curso considerando-o como um tempo de graça e uma reflexão sobre aFormação Continua da qual nenhum missionário, idosos incluídos, pode considerar-sedispensado. Apresentamos aqui a seguir o texto destas duas intervenções:

I - Mensagem fraterna aos Missionários Idosos«Ensina-nos a contar os nossos dias para podermos chegar ao coração da

sabedoria» (Salmo 90,12)

Caríssimos missionários, que a paz e a força do Senhor estejam sempre convosco! Com alegria e

fraternidade dou-vos as boas-vindas a esta casa que é a vossa casa, para este Curso deFormação Continua. Aproveito desta oportunidade para agradecer cada um de vóspela sua vida, pelo testemunho, pelo amor ao Instituto e à missão, pela participaçãoneste Curso. O meu agradecimento também vai para quem se disponibilizou econtinua a disponibilizar-se a fim de que o Curso tenha sucesso e seja um verdadeiromomento de graça. Refiro-me em particular aos missionários: padre DietrichPenwazima, Vice-Geral responsável pela DG, padre Ronco Giuseppe, responsávelpelo Secretariado para a Missão, grande cabeça e coração do Curso; padre Renzo

14

Page 15: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

Marcolongo, superior da comunidade da Casa Geral: acolhimento, serenidade esabedoria do Curso. Quero, com espírito fraterno partilhar convosco alguns tópicosde reflexão que, espero, possam guiar os vossos dias.

Mc 6, 30-32. Os Apóstolos reuniram-se a Jesus e contaram-lhe tudo o que tinhamfeito e ensinado. Disse-lhes então: “Vinde, retiremo-nos para um lugar deserto edescansai um pouco.” Porque eram tantos os que iam e vinham, que nem tinhamtempo para comer. Foram pois na barca para um lugar isolado, sem mais ninguém.

Todos conhecemos este episódio evangélico. A cena é-nos familiar. Jesus convida-nos a abrandar o nosso ritmo de trabalho. Porquê não colocar-nos também hoje estaquestão e tomar o nosso tempo para poder decidir como e quando seguir esteconselho?

Temos os nossos hábitos e costumes, a nossa maneira de integrar na vida períodosde repouso e de lazer. Adotamos um ritmo de oração quotidiana, os retiros e osexercícios espirituais anuais; reservamos para nós períodos de férias regulares, lemoslivros e vemos filmes, fazemos desporto e arranjamos tempo para um passeio a pé eoutras distrações. Todas estas atividades contribuem para uma vida missionáriaequilibrada.

Mas também é possível que façamos resistência a uma renovação interior, umexame profundo da nossa vida, um período sabático sério. Esta iniciativa não é umluxo. Pelo contrário, aqueles que nunca sentiram a exigência de “se retirar paradescansar um pouco”, deveriam perguntar-se se não têm algum problema.

O X Capítulo Geral dizia: “A DG no seu plano de trabalho, e as Circunscrições nassuas Conferências, promovam uma energética ação de renovação de todos osmissionários, através da formação contínua, que não se limite à atualização, mas aremotivar as pessoas através do aprofundamento e a assimilação do carisma, doespírito do Fundador, dos ideais da consagração, da comunhão e da missão” ( XCG,p.47)

E o seguinte XI Capítulo corrobora: “Considerado que o primeiro bem do Institutosão as pessoas (conf. Const. 30), o seu dever irrenunciável é a atenção a cadamissionário e à sua renovação, para melhorar a sua qualidade de vida física, psíquica,afetiva e espiritual. Este dever atua-se através de um programa integral, que abraça oser, o compreender e o agir das pessoas”. O desenvolvimento do Instituto “dependeda renovação de cada um dos seus missionários e da qualidade das comunidades” (n.92, p. 74).

Enfim, o último Capítulo Geral XII afirma: “A nossa formação tem como critériofundamental a evangelização das gentes, na vida religiosa, segundo o espírito doFundador e as nossas características.”

“O processo de formação para a missão, mesmo que tenha tempos privilegiados,dura toda a vida. A nossa identidade e o nosso ideal de missionários da Consolata,nunca totalmente alcançado, exigem fidelidade e ao mesmo tempo capacidade decaminho, de conversão, de criatividade.” (XII CG n.º 56, pág.24)

A vida é caminho! O tema da viagem condensa uma multiplicidade de significados. Tem que ver com

o próprio sentido da existência, na busca perene de uma plenitude de vida que ainda

15

Page 16: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

não se tem, de uma felicidade como sonho que arde sempre no coração, mesmoquando parece que está tudo debaixo dos escombros.

O impulso a viajar diz que a vida não é "status", mas processo; não é paragem, masandar; que é mais partida do que chegada. O termo "existir", do latim, significaexatamente passar de um lugar para o outro, de uma situação para a outra, ou seja:caminhar. Quem não faz da vida um caminho, deixa de existir, no sentido maisverdadeiro e existencial do termo.

O homem é por sua natureza caminhante porque tem necessidade de encontrarnoutro lugar a sua completude, fora e acima de si mesmo, no encontro com os outrose com o Outro, o Absoluto, seu Criador.

Tudo isto pode parecer óbvio; na realidade hoje não é assim. Um exasperadoindividualismo ameaça o caminhante fazendo do homem um vagabundo sem meta, senão aquela de si mesmo, reduzindo a vida, que é caminho, a uma paragem. Umvagabundo infeliz, que já não sabe de onde vem e não sabe para onde ir porque, todoconcentrado sobre si, não tem mais nenhum sonho que o leve longe, assim como bemdescreve o psiquiatra V. Andreoli:

«Concentrados num aqui e agora puramente corpóreos, matamos todos os deuses etornado a beleza o único fim da nossa religião. Já não temos mais sonhos, nãocultivamos projetos, não suportamos o silêncio, fazemos barulho para vencer asolidão, desenraizados como somos das nossas origens, incapazes de amar, de ensinaros nossos filhos e de aprender dos nossos pais. E estamos cheios de medo».

É uma realidade que nos desafia, discípulos de Jesus, chamados a seguir Um que,deixando a sua condição divina, fez-se Ele mesmo um caminhante por amor, para nosencontrar a nós homens e ajudar-nos a recuperar aquela dimensão humana quesozinhos somos assim incapazes de viver. Mas, para além de cada credo, é um desafiopara todos aqueles que têm a vontade e a decisão de “ser e permanecer humanos”,num mundo em que ”a humanidade”, parece, que se quer destruir.

No meio de tantas obscuridades do nosso tempo, uma luz de esperança continua abrilhar enquanto existirem pessoas que, saindo de si mesmas, continuam a viajar aoencontro do outro, amando verdadeiramente. A salvação para este nosso mundo assimatormentado está exatamente nesta direção. Desejamos e esperamos que sejamsempre e cada vez mais aqueles que, abrindo os olhos para a realidade e sacudindo osentido da indiferença e da apatia, estejam dispostos a persegui-la.

O desejo é que também nós possamos continuar a viajar com o Espirito domissionário, caminhantes como Jesus!

A velhiceOs entendidos falam de três maneiras de envelhecer que variam pelo seu resultado

final.Existe um primeiro modo ideal que todos sonham que seja o seu. São as pessoas

que envelhecem bem, aquelas com as quais todos estão dispostos a viver. A suamaneira de ser idosos é declarada invejável por todos: são idosos que vivem serenos,reconhecidos, cheios de confiança e de sentimento, lúcidos e responsáveis, semexcessivos temores da morte; são pessoas que sofrem, mas que não pretendem quetodos pensem neles, que não fazem pesar o próprio sofrimento, antes pelo contrário,

16

Page 17: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

são eles que se preocupam com os outros. Infelizmente não se deve acreditar que estaseja a norma, bem longe disso! É o sonho de muitos, mas não é certamente a norma.

Existe um segundo modo, o mais comum, de envelhecer, que consiste no sofrer oenvelhecimento. Muitos não conseguem aceitar a realidade de uma vida marcada pelohandicap ou pela diminuição das próprias capacidades de trabalho, de relações, desobrevivência. Estão traumatizados pela chegada da reforma e sentem como umaameaça terrível a ideia do fim. Passaram uma vida de trabalho e nunca encontraram otempo para si mesmos, para refletir, para descansar em paz. Agora são obrigados apassar do trabalho como uma turbina à inatividade forçada e não são capazes deaceitar. Para eles a reforma é um sofrimento, não sabem que fazer, é um repousoforçado e doloroso. Vivem na rebelião constante ou na depressão. As tentativasautolesionáveis não são raras, sobretudo se a inatividade é combinada com a solidão;fecham-se no seu sofrimento, agarram-se a pequenas coisas que funcionam comodroga ou evasão, tornam-se duros, ácidos, hostis a tudo, e todos procuram esquivar-sedeles.

Existe também uma terceira maneira de envelhecer que é própria de quem nega ouentão recusa o processo de envelhecimento, fazendo de conta, se possível, que nãochegaram à velhice. Essa é própria daqueles que não querem acreditar noenvelhecimento e por isso escondem a si mesmos e aos outros o seu decair“mascarando-se”, vestindo-se e vivendo como se ainda fossem jovens. Satisfazem-secom os elogios que recebem, não dão desconto às expressões de conveniência: «Nãose diria que você tem oitenta anos! Como está bem conservado! Não os demonstramesmo!». Acreditam e por um pouco dão-se corda, mas depois quando colocam ospés no chão, sentem-se mal e acumulam feridas e frustrações sempre mais dolorosase profundas. São pessoas que, sem querer, caiem no ridículo. Seria evidentemente umerro consolidar esta maneira de fazer, que pretende ignorar ou recusar a própriacondição. É muito melhor aceitar a própria realidade e procurar deixar-se interpelarna verdade e pela verdade, para obter assim novos estímulos para viver e continuar acrescer, para aceitar a velhice como alguma coisa de novo e de válido.

Caríssimo confrade, é coisa boa confrontar-se com esta descrição da velhice e comos seus modos de a acolher. É bom que cada um se leia na profundidade de si mesmo,aceitando a própria situação, condição indispensável para continuar a ser feliz naprópria vida que nos é oferecida.

A missãoO Concílio Vaticano II afirma, sem hesitação, que «a Igreja durante a sua

peregrinação sobre a terra é por sua natureza missionária» (Ad gentes 2). O termo“natureza” significa “essência”. A missão, antes de ser “dever”, é “essência”: é oaspeto mais central, a característica mais importante que confere à Igreja umaidentidade, um caráter distintivo. Desta essência, continua o decreto Ad gentes«deriva a própria origem da missão do Filho e da missão do Espírito Santo, segundoo plano de Deus Pai» (conf. AG, 2). A missão vem de Deus porque Deus é amor, umamor que não se contém, que se expande, que se comunica e que vem de si. A missãoé essência de Deus que faz referência àquilo que Deus “é” e só em última análiseàquilo que Deus “faz”. Indiretamente, para a Igreja a missão torna-se impulsogratuito, a partir de dentro para fora, e tem como origem e fim a participação na vida

17

Page 18: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

divina. Por isso, não é a Igreja que “tem” uma missão, mas, pelo contrário, é a missãoque tem uma Igreja: Deus realiza a sua missão através da ação do seu Espírito,chamando a igreja a participar. Eis a mudança de paradigma: a Igreja deixa de ser“missionante” (aquela que envia) para se tornar “missionária” (enviada), não maiscomo “patroa”, mas como humilde “serva” da missão. Neste modo, Deusparticipando na missão, o ser enviada aos povos, ela participa diretamente da vida deDeus, que é vida plena, vida eterna. Compreender a missão não como uma atividadeou necessidade histórica, mas como essência gratuita de Deus-amor, é o primeiropasso para uma profunda renovação da nossa vida de consagrados para a missão.Trata-se de transferir a missão da afirmação da pessoa ou da Instituição àtransparência do testemunho sem reivindicações, imitando o exemplo de Jesus na suaproximidade aos outros e sobretudo aos pobres, aos últimos, para comunicar vida emtermos de humanidade, compaixão e fraternidade sem fronteiras.

A missão é sempre a mesma: anunciar Jesus Cristo ao mundo! Mas, o que muda éa sua realização, o modo e o estilo de a propor e de a partilhar. Se calhar sentes-teperplexo e ultrapassado por estas mudanças, o novo é sempre desestabilizante, nãotemas, entrega-te ao Senhor e à Consolata, confia n’Ele e continua a caminhar comoservo e peregrino do Reino.

ConclusãoA vida mesmo na sua estação final pode continuar a ser fecunda e o idoso pode e

deve sentir-se, como diz o salmista, um velho que passou por muitas lutas e infinitascontradições, e cujo corpo já se tornou resistente e duro como um tronco de cedro oude uma palmeira, mas que dentro se sente ainda «a seiva e o frescor», capaz ainda de«florescer nos átrios do nosso Deus», sempre pronto a «anunciar que o Senhor éjusto» (Sal 92,14-16).

Saudações fraternas e que a Consolata guie os teus passos pelos caminhos da vida.Bom Curso, coragem e sempre em frente in Domino!

Perguntas para o aprofundamentoComo me sinto neste momento da minha vida: comigo mesmo, com o meu Instituto,

com a minha missão?Qual o ícone evangélico que, nesta etapa da maturidade, sinto mais próximo da

minha vida missionária? Qual página do Evangelho reflete melhor o meu ser eo meu viver?

A nível da vida consagrada, como vivo a minha consagração à missão?(Alegria,esperanças, dificuldades, fragilidades...)

O que é que desejaria comunicar ao meu Instituto depois de tanta vida doada noserviço à missão?

Estou disponível para escrever, aproveitando deste momento de formação contínua, ahistória da minha vida missionária, para ajudar a minha reflexão pessoal etambém o Instituto?!!!!

Sugere outros aspetos importantes, para ti mesmo, que gostarias de partilhar com osoutros neste caminho...

O que é que pensas e como vês o caminho atual do Instituto? Olhas para o futurocom confiança ou então com preocupação? E porquê?

18

Page 19: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

Para refletir e rezar!Em caminho... faz-te ao largo!Dá-nos, Senhor, a coragem para deixar de lado as amarras das nossas seguranças,

dos nossos hábitos para iniciar a pôr-nos em caminho.Não temos nada a temer, Senhor: lançaremos as redes sobre a Tua Palavra. Até

agora, as nossas fadigas foram vãs, confiando só nas nossas forças.Chamas-nos para nos pormos em caminho para seguir as Tuas pegadas. Passos que

por vezes são difíceis, mas seguros. Tranquiliza os nossos corações, para que aTua Palavra chegue até nós e possa iluminar os nossos passos.

Dá-nos mais fé, Senhor, e a coragem de saber ousar mesmo quando tudo à nossavolta trava os dinamismos entusiásticos do anúncio.

Pedimos-te, Senhor, a tua ajuda para que a Igreja esteja sempre em mar aberto e nãoem águas tranquilas que cheiram a morte.

Agradecemos-Te porque nos escolhestes e confiastes em nós. Manda ainda, Senhor,homens e mulheres que abandonam tudo para se colocarem em caminho emdireção a terras desconhecidas.

Muitos derramam o seu sangue nos passos dos felizes anúncios. Suplicamos-Te poreles, Senhor. Dá-nos também a mesma coragem.

Senhor, companheiro do nosso caminho, coloca em nós a impaciência para alongaro passo e atingir os solitários da estrada.

Remete-nos em caminho, quando os nossos passos se cansam e nos encontrasdesiludidos à margem da estrada por não ter pescado nada. Continua a ser onosso bom Samaritano, derramando o azeite da esperança.

No nosso ser peregrinos, enche ainda os nossos alforges com o Pão do caminho e oVinho dos salvados.

Acompanha os passos dos "pescadores de homens" que escolheram partilhar o pãoduro dos pobres da Terra.

Enfim, Senhor nosso Deus, faz de nós anunciadores de paz, lá onde tudo fala devingança e de ódio, de guerra e de violência. Sejam as nossas vidas a falar,seguros que nada é impossível Contigo e por Ti.

“A oração é o respiro da fé”, “o diálogo da alma com Deus. Todos conhecemospessoas simples, humildes, mas com uma fé fortíssima que verdadeiramente arrasamontanhas. Pensamos por exemplo em tantas mães e pais que enfrentam situaçõesmuito pesadas. Em certos doentes mesmo gravíssimos que transmitem serenidade aquem os vai visitar. Estas pessoas, como é próprio da fé não se vangloriam pelo quefazem, antes pelo contrário, como pede Jesus no Evangelho dizem: “somos servosinúteis. Fizemos o que devíamos fazer”. Quanta gente que vive entre nós têm estafé!” (O Papa Francisco na recitação do Anjo)

II - A FORMAÇÃO CONTÍNUA É UMA EXIGÊNCIA DO NOSSO TEMPO

No processo de aceleração da história da qual fomos e somos todavia espetadorese protagonistas, um dos fenómenos que emergiu e se afirmou foi a necessidade daformação contínua. Hoje é normal e bastante frequente, depois da primeira formação,sentir-se incapazes de responder aos novos desafios e por conseguinte impreparados

19

Page 20: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

quando não inúteis. Isto foi descoberto muito antes de nós pelos profissionaisseculares (médicos, engenheiros, técnicos, professores) e pelas empresas quedestinaram recursos e tempo para renovar o próprio pessoal. Após a viragem conciliar(GS 5) também os homens da Igreja sentiram a necessidade de agarrar pela mão aformação para a prolongar no tempo, acrescentando mais tempo àquele previsto paraa primeira formação. Esta exigência foi reconhecida e codificada em vários modos.Nos Capítulos gerais dos Institutos religiosos e nas dioceses foram tomadas decisõessobre esta matéria, inicialmente de tipo maximalista, com perspetivas irrealizáveis;depois, uma vez feita a experiência da impraticabilidade das mesmas, chegou-se amedidas mais verdadeiras. Até o magistério da Igreja ressentiu estas novasperspetivas e deu indicações em tal sentido: gostaria de lembrar aqui os parágrafos daExortação Apostólica sobre a Vida Consagrada (1996), dos Pastores dabo vobis(1992) e as indicações da Instrução da Congregação para a Vida Consagrada sobre aformação nos Institutos religiosos de 1990.

PARA NÓS MISSIONÁRIOSNós, missionários ad gentes, nestas últimas décadas fomos envolvidos neste

movimento da sociedade: “O próprio movimento da história torna-se assim tão rápidoe difícil para poder ser seguido pelos homens a nível individual. Torna-se o únicosistema, o destino da sociedade humana ou sem se diversificar mais em tantashistórias separadas. Assim o género humano passa de uma conceção da ordem dascoisas, que em vez de ser estática passa a ser uma conceção mais dinâmica eevolutiva. Isto favorece o surgir de um formidável conjunto de novos problemas, queestimula a fazer análises e sínteses novas” (GS 5).

A nova situação produziu notáveis mudanças do contexto sociocultural e políticopara além de teológico da missão, com a consequente urgência de nos adaptarmos aele.

- A nível de mundo uma série de fenómenos, entre os quais o fim do colonialismo,os movimentos de libertação, a independência política, as novas formas dedependência neocolonialistas e, hoje, a globalização, mostram-nos um mundo emcontínua transformação.

- A nível da teologia o acontecimento Concílio Vaticano II produziu uma novaeclesiologia, uma nova visão mais positiva das realidades seculares, promoveu aliberdade religiosa, a teologia das religiões, o diálogo inter-religioso, todos oselementos que determinam uma nova perceção da missão com novos acentos e novosdesafios.

- A nível de Institutos missionários todos os elementos anteriores conduziramquase à criação de uma nova identidade missionária, determinada pelas novidadesteológicas acima aludidas, do novo protagonismo missionário da Igreja local, dosnovos agentes missionários (a partir dos missionários fidei donum aos movimentos devoluntariado), da diminuição numérica do pessoal “tradicional” dos Institutos, dofenómeno da internacionalização ou multiculturalidade dos Institutos missionários e

20

Page 21: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

da consequente nova composição das comunidades, fenómeno complexo que investiuos Institutos missionários ad gentes.

- Além disso, para aqueles que não são propriamente surdos, as vozes do clerolocal falam muito claramente, fazendo-nos compreender que a época dosmissionários de profissão, responsáveis pela missão ad gentes acabou. Que fiqueesclarecido: a missão ad gentes não acabou, mas ela aguarda um novo tipo demissionários e um novo tipo de Institutos missionários coerente com os temposatuais.

A necessidade de mudar existe e é sentida. Tentou-se também alguma mudança eproduziu os seus efeitos, mesmo se em geral se tratou de mudanças estruturais ouinstitucionais. Mas sempre mais nos demos conta que a esta mudança epocaldevemos em primeiro lugar enfrentar uma profunda mudança de comportamentosinteriores aos quais seguirão as mudanças estruturais, como uma agitação quelentamente mexe e modifica toda a identidade do missionário nas suas componenteshumanas, espirituais, intelectuais e apostólicas, postulando a seguir, ou no máximocontextualmente, as mudanças estruturais e institucionais.

TRÊS TIPOS DE INTERVENÇÃOJá a partir dos anos ’70-80 os Institutos missionários puseram em ação um

programa de formação contínua para responder, na medida do possível, àssolicitações da história. Mas parece que os tipos de intervenção foramsubstancialmente dois, enquanto se lhe está perfilando um terceiro.I. Num primeiro tempo, depois do Concílio e nos anos ’70, pôs-se o acento à frente

das mudanças epocais de vário tipo e a diversos níveis. Enfrentar as mudanças emprimeiro lugar com diversas atitudes interiores. Cursos de renovação“profissional”. Cursos de renovação, multiplicados pelas disciplinas sérias. Semescapar ao perigo de confundir a formação contínua com a atualização, chamando-lhe assim profissional. Viu-se muito cedo que isto não era suficiente. Eram aspessoas que deviam ser não só objeto, mas também sujeito da sua formaçãopessoal. A renovação só “profissional” não resolvia os problemas de adaptação ànova realidade. Certamente a moral na década pós Concílio tinha conhecido umaprofunda evolução. Ainda mais a exegese, a pastoral. . ., mas um curso deatualização deste tipo atingia só um aspeto exterior da pessoa, o seu fazer, semtocar o seu ser.

2. Passou-se então a cursos de renovação da pessoa, de renovação do eu domissionário, da sua maneira de viver as várias dimensões: humana, espiritual emissionária, não esquecendo mas relativizando muito a atualização profissional,que vinha delegada (não excluída nem minimizada) a sedes diferentes, como asfaculdades teológicas. Sem sermos psicólogos, era fácil dar-se conta que a pessoadepois de um certo tempo de empenho nas atividades perde a sua vivacidade, seapoquenta na rotina, vê as motivações que a suportaram até agora, que aos poucosse apagam e corre o risco de enveredar pela estrada da mediocridade. Era portantonecessário oferecer aos missionários períodos de reflexão e de análise do queviveram para dar novamente estímulo, força à pessoa. Tais períodos revelam-se deinsubstituível importância: permitem rever a própria experiência, de a analisar nosseus momentos bons e menos bons, para lhe procurar as causas; permitem renovar

21

Page 22: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

as energias humanas e espirituais da pessoa, ajudam a atualizar as motivações daprópria consagração, dão novo entusiasmo, dinamismo para retomar o caminho. Sebem que úteis e necessários, estes períodos sabáticos apresentam um dúplicelimite: são intervenções como um fontanário e não permitem um crescimentocomunitário. Quando um confrade após este período reentra no seu ambiente, nãoconsegue viver aquilo que aprendeu e o benefício recebido perde-se como umriacho no deserto. O segundo limite está ligado à concreta viabilidade destesperíodos: num ambiente humano como aquele missionário em que a atividade éprivilegiada, uma paragem de algum tempo (que, pelo menos deveria ser em linhade princípio repetida após um certo período) é na prática e frequentemente difícil,se não quase impossível. Ainda não existe uma suficiente convicção, nosmissionários e nem sequer nos seus próprios responsáveis - que tais períodossabáticos são importantes como o trabalho e, sem tal convicção, dificilmente sepodem praticar.

3. Esta insuficiência dos cursos sabáticos fez-nos refletir ulteriormente sobre anatureza da formação permanente e por isso chegamos hoje à convicção que sedeve mudar radicalmente a abordagem dela. De uma configuração da formaçãopermanente que vê a pessoa objeto de intervenções e de solicitações por parte doInstituto ou de outras instituições, através da oferta de cursos de vário tipo,chegamos à compreensão que a formação permanente é um empenho confiadodiretamente à pessoa, a qual é o sujeito de cada programa e o responsável pelaprópria formação. Esta nova configuração está ainda nos seus inícios e porconseguinte muito enfraquecida seja na sua compreensão quer na sua execução.

a) Ela supõe uma nova visão da formação que não seja só integral nas suascomponentes comuns (não só intelectual, mas também humana e espiritual epastoral), mas compreenda também a componente temporal. É o tempo que deveser integrado na formação. Por este motivo que já ao início do processo deformação deve ser inoculado no formando o “vírus” da durabilidade. Noutraspalavras, é necessário convencer o missionário que a sua formação nunca chegaráa uma conclusão, mas que este processo será permanente, que haverá períodos, porassim dizer, concentrados, como a primeira formação, os cursos de renovaçãopessoal, profissional e espiritual etc., mas que a formação, como tal, deveprolongar-se no arco da vida toda, utilizando todos os momentos da vidamissionária.

b) É a vida missionária o lugar e o instrumento da formação do missionário e tudoaquilo que diz respeito e tem relevância na nossa missão é um meio para aformação permanente: em primeiro lugar o ministério, que o missionáriodesenvolve, a comunidade em que vive, os confrades com quem vive, acomunidade cristã que serve, o mundo sociopolítico e cultural em que se encontra,com as suas instâncias. Neste empenho de formação contínua são meios para usare privilegiar também aqueles relativos à própria santificação (oração quotidiana,estudo, atividade pastoral), os encontros, as exigências da pastoral, da missão emgeral, sem subestimar a importância das dificuldades que se encontram: tudo temsentido e incidência na formação integral e permanente da pessoa do missionário.

22

Page 23: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

c) Esta nova configuração exige, porém, uma profunda renovação da visão da nossavida missionária, da vida comunitária e do modelo do missionário. Enquanto nósformos guiados pelo modelo elaborado na época colonial, ou seja aquele domissionário que vai para as missões para levar a fé e a civilidade a quem não temnada, do missionário caracterizado pelo dar e ao fim muitas coisas e que vive umarelação de inconsciente (por vezes também consciente) superioridade, enquanto omissionário se sentir o patrão da missão, enquanto será o missionário heroico desempre... à formação permanente faltará o ponto de chegada e a mudançapermanecerá um sonho, um projeto escrito nos nossos documentos capitulares,mas que não poderá entrar na vida. Daqui vem a urgência que os Institutosmissionários elaborem um programa de renovação e de atualização deles mesmos!Certamente o indivíduo tem uma grande responsabilidade, mas também osInstitutos devem dar-se uma nova visão da sua participação à missão da Igreja euma formação coerente. A missão não acabou, nunca acabará, mas um certomodelo de missionário sim, esse acabou e deve ser atualizado, se os Institutos nãoquiserem desaparecer, como aconteceu a tantas instituições de vida consagrada aolongo dos tempos.

PARA NÓS MISSIONÁRIOS DA CONSOLATA …PERGUNTAS PARA O APROFUNDAMENTO

Qual é a dificuldade ou quais são as dificuldades maiores que encontramos e queimpedem de nos abrirmos à formação contínua numa forma mais permanente?

Como podemos ajudar a nossa Circunscrição e as nossas comunidades de pertença avalorizar a Formação Contínua?

Quais propostas-orientações posso levar para casa do Curso a que participei? Comopenso de continuar esta formação?

“…Padres assim não se improvisam: forja-os o precioso trabalho formativo doSeminário e a Ordenação consagra-os homens de Deus para sempre e servidores do seupovo. Mas pode acontecer que o tempo torne morna a generosa dedicação dos inícios e,então, é coser em vão remendos novos num vestido velho: a identidade do presbítero,próprio porque vem do alto, exige dele um caminho quotidiano de reapropriação, apartir daquilo que fez dele um ministro de Jesus Cristo. A formação de que falamos éuma experiência de discipulado permanente, que aproxima Cristo e permite deconformar-se sempre mais a Ele. Então ela não tem um termo, porque os sacerdotesnunca deixam de ser discípulos de Jesus, de O seguir. Em seguida, a formação comodiscipulado acompanha toda a vida do ministro ordenado e diz respeito integralmente àsua pessoa e ao seu ministério. A formação inicial e aquela permanente são doismomentos de uma única realidade: o caminho do discípulo presbítero, apaixonado peloseu Senhor e que persegue constantemente as suas pegadas.”

(conf. Discurso à Plenária da Congregação para o Clero, 3 de outubro de 2014)

Coragem e sempre em frente, in Domino! Boa Formação.

Padre Stefano Camerlengo, IMCPadre Geral

23

Page 24: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

Carta da Direção Geral aos Missionários da Ásia após a visita Canónica

(Agosto de 2015)(A missão no coração do povo não é uma parte da minha vida, ou um ornamentoque posso pôr de lado; não é um apêndice ou um momento entre tantos outros daminha vida. É algo que não posso arrancar do meu ser, se não me quero destruir.Eu sou uma missão nesta terra, e para isso estou neste mundo. (Papa Francisco,Evangelii Gaudium, 273)

Eis, eu faço novas todas as coisas. (Apocalipse 21, 5))

Caríssimos,

Ao fim da visita canónica, pensamos enviar a todos vós uma única mensagemque resuma os temas principais e, ao mesmo tempo, indique algumas linhas para ofuturo. À luz do caminho continental que estamos levando por diante no Instituto econsiderando que em menos de um mês visitamos todas as comunidades, falandocom cada um dos missionários do Continente, pensámos e achámos por bem enviaruma única mensagem a todos vós. De resto, em cada um dos nossos encontros,contámos-vos as alegrias e dificuldades de cada comunidade do continente, insistindono fato de começar a pensar numa ótica de conjunto. De fato queremos aproximar-nos da conceção da Ásia como uma única realidade à qual devemos dar umadefinição jurídica.

Em primeiro lugar, nós desejamos agradecer-vos. Pois, efetivamente, sentimo-nos verdadeiramente como se estivéssemos na nossa própria casa, fomos acolhidospor irmãos que partilharam connosco e com muito prazer parte da sua própria missão.As alegrias e as dificuldades de todos entraram na memória do nosso coração e noarquivo relativo à mesma visita. Unido a um sentimento de agradecimento, enviamos

24

Page 25: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

também e esperamos que aceitem as nossas desculpas no caso em que a nossapresença não tenha satisfeito em cheio as vossas expectativas.

Nestes anos, a Direção Geral procurou acompanhar de perto a vossa missão, emobediência às diretivas do Capítulo Geral que pedia para se abrir com decisão à Ásiacomo uma das opções principais do Instituto nos próximos anos. Tentamos sempreenvolver-vos a todos no processo de avaliação e programação, assim como em todasas decisões mais importantes que fomos tomando, in primis a abertura da novacomunidade de Hsinchu, em Taiwan. Nisto tivemos a vantagem do estilo deassembleia que sempre utilizastes desde os inícios da vossa presença, primeiro naCoreia, em seguida envolvendo os missionários e as missionárias da Mongólia numbianual momento formativo de partilha e de renovação espiritual. Hoje, também anossa pequena presença taiwanese entrou a fazer parte deste experimentado exercíciode continentalidade.

Como conscientizar o Instituto sobre a realidade asiática e a missão que jálevamos por diante há 27 anos, no continente permanece uma das prioridades, se nãoa prioridade absoluta para estes e os próximos anos. Falámos disso em todas asassembleias que se realizaram durante a visita canónica. Não é fácil intuir comoproceder; sabemos, porém, que alguma coisa tem que ser feita se queremos dar vidaao desejo do Capítulo de responder à oração/pedido que a igreja nos faz há muitotempo: ide lá onde a grande maioria das pessoas ainda não ouviu pronunciar o nomede Cristo.

O pessoal

No mês passado todos juntos pudemos constatar a presença de comunidadesbem motivadas, serenas, operosas. Na Coreia, a recente inserção dos três jovensmissionários está a evoluir bem, lentamente por causa da aprendizagem da língua,mas com perseverança. As comunidades são interculturais, sinal da riqueza humanado nosso Instituto de que fazemos dom aos países onde trabalhamos. O valor dacomunidade foi mais uma vez sublinhado em todos os encontros: ser, viver etrabalhar em conjunto é já por si só uma forma visível de anúncio, mas não só.Também é um instrumento de ajuda e de apoio para o missionário. Ajuda-o a inserir-se gradualmente num contexto completamente diferente daquele do qual provém ouno qual trabalhou anteriormente, apoia-o nos momentos de aridez ou de dificuldade.Eis os motivos porque queremos potenciar o mais rapidamente possível a nossacomunidade de Taiwan, hoje reduzida a dois missionários, enviando para lá mais doisconfrades que começam a estudar a língua chinesa.

Um discurso à parte merece-o a Mongólia. Hoje como ontem (esperando numamudança mais positiva para o futuro próximo) a dificuldade em conseguir o VISA naPrefeitura de Ulaan Baatar cria grandes problemas de gestão, tanto a nós como aosoutros Institutos religiosos presentes no território. Com a Direção Geral dasMissionárias da Consolata pedimos ao Bispo para nos dar qualquer garantia a mais

25

Page 26: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

para conseguir formar pelo menos duas comunidades com um número demissionários que possa satisfazer as exigências de ambos os Institutos. Infelizmente asituação não permite ao Bispo satisfazer esta nossa exigência e assim nós própriosdecidimos mexer-nos por outras vias, interpelando o Núncio Apostólico, PropagandaFide e a Secretaria de Estado, para tentar perceber se num futuro próximo se poderãoabrir algumas oportunidades a mais e enviar assim algum confrade. Estamos muitogratos a ambos os missionários que, não obstante as dificuldades, levam por diantecom coragem e determinação a sua missão, qualificando a presença do Instituto naMongólia com um trabalho criativo e de responsabilidade.

A missão

Se bem que com um número insignificante de missionários presentes nocontinente, o Instituto leva para a frente na Ásia uma missão muito variada, que nospõe características e problemáticas próprias de cada lugar no qual nos encontramoshoje a trabalhar. Na Coreia os esforços estão voltados para a animação missionária daigreja local, ao diálogo inter-religioso e à pastoral de consolação, voltadaprevalentemente para os trabalhadores migrantes. Apreciamos os esforços feitosnestes anos para nos fazermos conhecer numa igreja estruturada e organizada, queganhou credibilidade e respeito interno do país, mas que é tradicionalmente relutanteem conceder espaços a forças missionárias e a institutos religiosos que chegam defora. O regresso à própria pátria de padre Han Pedro permitiu-nos a possibilidade detomar em consideração outros possíveis e interessantes campos de ação, não o últimodaquela pastoral dos prófugos norte-coreanos. Pedimos ainda e mais uma vez aosnossos confrades que trabalham na Coreia para colocarem todo o empenho possívelna animação vocacional. A experiência dos missionários coreanos que já fazem partedo Instituto encoraja-nos a prosseguir nesta atividade que é vital para a continuaçãoda missão IMC na Ásia. Hoje, o tempo da promoção vocacional não é tão favorávelcomo o de outrora, mas pedimos-vos que insistam a fim que, se for a vontade doSenhor, possamos dar as boas-vindas a mais missionários provenientes da Coreia aonosso Instituto.

Na Mongólia ambos os missionários trabalham, se bem que em contextosdiferentes, numa missão de primeira evangelização. Os serviços desenvolvidos juntoda prefeitura apostólica de Ulaan Baatar e a paróquia de Arvaiheer são prestados poruma igreja jovem, aos primeiros passos, que qualifica de maneira determinante anossa missão à luz do nosso carisma. Perspetivas interessantes para a missão futurasão representadas pela possível inserção na cidadezinha de Kharkhorin, ex capital doImpério mongol, com um projeto cultural e de diálogo inter-religioso e dapropriedade que comprámos em Ulaan Baatar na aldeia periférica de Chinguiltey.

Em Taiwan, a missão é, por agora em grande parte, limitada ao estudo da línguachinesa. Os contactos de animação missionária empreendidos com um grupo dejovens universitários de Hsinchu e o apoio litúrgico dado à pastoral dos migrantes de

26

Page 27: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

língua inglesa criam boas esperanças para um futuro próximo de plena atividademissionária.

A formação

Uma das inquietações que partilhamos com todos vós durante estes dias érelativa ao tema da formação. Como fazer de maneira que nos possamos prepararadequadamente para a missão neste Continente? A pergunta acompanha-nos há muitotempo. O longo período de inserção devido ao estudo da língua, o facto de trabalharem países onde se falam idiomas diferentes e de difícil aprendizagem, não só mastambém a impossibilidade de estudar teologia em inglês nos países onde estamosatualmente presentes, aconselhou-nos até agora abrir comunidades formativas para oestudo contextualizado da teologia. Sentimos ao mesmo tempo, que a missão na Ásiatem características particulares às quais os outros centros formativos do Institutorespondem somente em parte. Que critérios adotar para melhorar a abordagem dosnossos futuros missionários à evangelização do continente Ásia? Se calhar um doscaminhos, já o dissemos, poderia prever a rotação de algum missionário atualmentepresente na Ásia e o seu consequente empenho na formação. Mais que as revistas e osdossiês, conta muito o testemunho direto e a vontade de se identificar com um tipoparticular de missão. Com certeza que este é um dos pontos sobre os quais se deverãoconcentrar quer seja o Projeto missionário continental como aquele do Instituto.

A economia

Até agora, a providência ofereceu-nos amigos e benfeitores que suportaram anossa missão no Continente. Na Coreia, um grupo de leigos apoiou-se a nós para aformação missionária e o acompanhamento espiritual, suportando-nos nas nossasnecessidades e do Instituto. Também variados projetos de cooperação internacionalforam financiados por estes nossos amigos. Graças a estas ajudas e a uma gestãoescrupulosa dos nossos recursos, hoje a Coreia é também capaz de prover às despesasextraordinárias da nossa comunidade de Taiwan. Esta última iniciou uma presença debaixo custo, na qual a diocese de Hsinchu participa com generosidade nas despesasde mantimento e estudo. Porém, é fácil prever que aumentando o número do pessoalserá necessário ter um fundo capaz de garantir a cobertura das despesas dacomunidade. A nossa missão na Mongólia, graças a Deus, conta com a ajuda denumerosos benfeitores ocidentais que até agora lhe garantiram uma gestão tranquila.

Porém, a visita canónica quis instilar também na Ásia a preocupação de fundoque vem do Capítulo Geral dirigida a todo o Instituto, chamado a uma missão o maissustentável possível em todas as suas presenças. Não é difícil prever que osbenfeitores envelhecerão e, tanto no Ocidente como no Oriente, não é dito que asnovas gerações sejam capazes de contribuir de maneira assim tão generosa comoaquelas que as antecederam. Por conseguinte é importante parar e refletir sobre comoresponder antecipadamente a possíveis momentos de maiores dificuldadeseconómicas que nos podem esperar no futuro próximo. Não é desconfiar da divina

27

Page 28: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

providência, o facto de planificarmos com um discernimento sério e profundo os anosque temos pela frente, sobretudo se o Instituto for, segundo as indicações capitulares,com maior decisão ao encontro da Ásia.

Começar a explorar possíveis formas de investimento e de autofinanciamento, éo nosso dever. Sobretudo a Coreia poderia extrair benefício revendo os termos decolaboração com as Dioceses nas quais nos encontramos e onde a quase totalidadedos serviços e das colaborações é oferecida a título gratuito. Também um maiorenvolvimento dos leigos benfeitores nas atividades de animação missionária poderiaproduzir frutos, dando-lhes, para além da formação, também maior visibilidade.

As perspetivas futuras

Nova estrutura de governo

Dever da visita canónica foi também aquele de apresentar o documento daDireção Geral sobre revitalização e reestruturação. Em princípio pareceu-nos queencontramos interesse tanto sobre o discurso de renovação espiritual, orientado areencontrar entusiasmo e zelo missionário, quanto nos percursos de reorganizaçãoestrutural que o Instituto prevê implementar nos próximos meses. As nossascomunidades da Ásia contam/narram uma missão particular, feita de silêncio,embebida de espiritualidade, baseada na sobriedade, muitas vezes submetida àinsignificância, ao sentir-se uma minoria que ninguém escuta. Fazer nascer a missão apartir de dentro, no espírito do continente, poderia ajudar a tornar mais concreta ainvestigação do Instituto neste sentido. O convite que fizemos é aquele de poderestudar as modalidades de confirmar uma Região Ásia que, em base às experiênciasde comunhão já em ato, seja capaz de ter uma sua originalidade de pensamento,maior coordenação entre as presenças, mais responsabilidade em promover tanto adintra (no Instituto) como ad extra a própria missão e possa por fim ter maiorrepresentação na sede do Capítulo.

Potenciamento da comunidade de Taiwan

Na esperança de poder resolver os problemas burocráticos que nos impedem deaumentar a nossa presença na Mongólia, desejamos dar maior consistência àComunidade de Taiwan, hoje infelizmente formada, após brevíssimo tempo, somentepor dois missionários. De acordo com o Bispo que nos hospeda considerámosoportuno destinar outros dois jovens que, com os três recentemente enviados para aCoreia, representam um investimento de pessoal voltado para o futuro.

Estágio missionário

Sempre nesta perspetiva, o último Conselho autorizou uma experiência deestágio missionário na Ásia de um dos nossos jovens confrades proveniente doseminário de S. Paulo (Brasil).

Visitas e novas aberturas

28

Page 29: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

Acreditamos que a melhor estratégia para aumentar a sensibilização do Institutoàs temáticas asiáticas seja aquela de tornar o Instituto presente, enviandomissionários, fazendo a missão. Todavia, neste preciso momento histórico, pensamosque é necessário consolidar as presenças que temos e não efetuar novas aberturasantes do próximo Capítulo Geral. Ao mesmo tempo não podemos abster-nos decontinuar a procurar com constância novas saídas para a nossa missão no continente.Algumas indicações que emergiram no ano passado durante a Assembleia Asiáticaque se realizou em Arvaiheer (Mongólia) e corroboradas posteriormente durante avisita canónica, ajudar-nos-ão no discernimento:

Não perder a finalidade ad gentes e de primeira evangelização.Ao mesmo tempo, explorar destinações que possam ter alguma saída

vocacional;

Inspiraram-se também a estes critérios visitas que efetuamos noutros países domesmo Continente. Precisamente, no fim da visita canónica os padres Pedro Louro eMarcos Coelho, da Coreia, foram a Timor Leste, para uma visita com objetivos bemdefinidos, que aproximasse o Instituto à realidade do Arquipélago da Indonésia. OPadre Ernesto Viscardi, já protagonista o ano passado de uma visita ao Camboja,acabou de terminar uma outra exploração por conta da Direção Geral em Myanmar. Adivulgação destes relatórios poderá ajudar o discernimento do Continente antes edurante a Assembleia pré-capitular, em programa na Coreia desde o dia 10 até ao dia12 de outubro de 2016.

Comunhão e colaboração com as irmãs

Em sede de visita canónica falou-se também da relação de comunhão ecolaboração com as irmãs. Na Mongólia a visita foi feita em conjunto, assim como asdecisões que deveriam levar, assim se espera, a um envio de mais pessoal, sejamasculino e feminino, no país. Pelo contrário, no que diz respeito a outros passos adar conjuntamente no continente, o discernimento conjunto dos próximos CapítulosGerais indicará o caminho a seguir no futuro.

Conclusão

Caros confrades, temos à nossa frente um tempo especial, para dedicar àrenovação das nossas vidas. A redação desta carta coincide de fato com o período deAdvento, espera febril da novidade do Evangelho que se faz carne na pessoa de Jesus.À importância de abrir-se à novidade, se bem vos lembrais, tínhamos dedicado anossa primeira mensagem dirigida aos missionários da Ásia e a todo o Instituto:“Vinho novo em odres novos”. Era uma mensagem que retomava e ampliava, à luz deuma realidade que também nós como direção Geral estávamos a descobrir muitolentamente, o mandato do Capítulo Geral que pedia ao Instituto para ter um olharparticular para a Ásia. Hoje, viajando para mais um encontro capitular, queremospartilhar convosco o mesmo espírito de então. Todos os dias nos é pedindo umexercício de abertura à interculturalidade, de ductilidade na aplicação dos nossos

29

Page 30: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

projetos, de análise séria e profunda daquela que é a nossa vida religiosa emissionária na realização do Projeto comunitário missionário, mas também darealidade na qual vivemos.

Esta abertura pressupõe um estudo sério, feito de aplicação (em primeiro lugarno estudo da língua), mas também de simpatia para com as culturas e tradições quena maior parte dos casos têm raízes milenárias, bem mais antigas do que as nossas.Dizemo-lo em particular àqueles que se aproximaram há pouco tempo a esteContinente. Sois vós que tendes o amanhã da nossa presença na Ásia nas própriasmãos, vós sois missão, como nos lembra o papa Francisco no Evangelii Gaudium ede vós dependerá amanhã a fertilidade do encontro entre este imenso continente e onosso pequeno Instituto. Entregai-vos com paixão, procurando compreender econhecer porque só se for conhecida em profundidade uma determinada realidade éque a mesmo poderá ser verdadeiramente amada.

Pe. Stefano Camerlengo Pe. Dietrich PendawazimaPe. Ugo PozzoliPe. Salvador MedinaPe. Marco Marini

30

Page 31: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

ACTOS DA DIRECÇÃO GERAL

A – Admissões ao Sacerdócio

Admitidos pela Delegação da Costa do Marfim:Ndirangu Diac Raphael NjorogeOdunga Diac Jean Baptist Ominde

B – Admissões à Profissão Perpétua e à Ordem do Diaconato

Admitido pela Delegação da África do Sul:Kaney Std Obadia Paraboy Ole KaneyMuriithi Std Peterson Mwangi

Admitido pela Região Brasil:Auma Std Paul OkothMbeyela Std Heradius GermanusOchieng Std Gabriel OlooOiye Std Joseph Onyango

Admitidos pela Região Itália:Balayangaki Std Danstan MushoboloziMenya Std Geoffrey OmondiMusyoka Std Gregory Nzau

Admitidos pela Região do Quénia:De Brito Std Luiz AntonioKaibe Std Wilfred GikondiKariuki Fratel John GachokiOdhiambo Std Stephen Alfred Otieno

31

Page 32: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

C – Destinações

Destinação dos Noviços de Martín Coronado, ArgentinaA Direção Geral destinou os 5 noviços do Noviciado de Martin Coronado, Argentina às Comunidades Apostólicas Formativas de Cacém e de Cali como a seguir elencado:

NOME PAÍS DEORIGEM

DESTINAÇÃO

Baseggio Nov Leandro Augusto Brasil CAF do Cacém - Portugal

Erazo Giraldo Nov Carlos Andrés Colômbia CAF do Cacém - Portugal

Cândido Pereira Nov Sandrio Brasil CAF de Cali - Colômbia

Hernandez Martinez Nov Oscar Mauricio Colômbia CAF de Cali - Colômbia

Pelaez Epitacio Nov Elmer México CAF de Cali - Colômbia

Destinação de Estudantes

Estudante Residência DestinaçãoOng'era Std Geoffrey Boriga Brasil (seminário) Coreia (Estágio de dois anos)Restrepo Eusse Std. Luis Andrés Quénia (Seminário) Colômbia (Seminário)

Primeira Destinação dos Diáconos admitidos ao Sacerdócio

Diácono Residência Destinação

Ndirangu Diac Raphael NjorogeCosta do Marfim

(estudos)Costa do Marfim

Odunga Diac Jean Baptist OmindeCosta do Marfim

(estudos)Costa do Marfim

Destinação dos Diáconos confiados ao Continente Americano

Missionário Residência DestinaçãoNyawach Diac. Domnick Otieno Quénia (Seminário) VenezuelaKasba Nsontien Diac. Bienvenu Itália (Seminário) AmazóniaMugeira Diac. Joseph Brasil (Seminário) AmazóniaWaiganjo Diac. Patrick Murunga Brasil (Seminário) DG (Grupo México)

Outras Destinações

Missionário Residência Destinação

Agalo P. Fredrick Oluoch MoçambiqueÁfrica do Sul – Diretor dos

Professos

Aiardi P. Rino DG (USA) Região ItáliaCobalchini P. Claudio Brasil AmazóniaDe França Pinto P. Ronildo DG (México) Brasil

32

Page 33: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

Kalima P. Cassiano R. J. G. África do Sul MoçambiqueKirimi P. Jasper Njuki DG (para a Ásia) DG (Grupo Taiwan)Mazzotti P. Giacomo DG (Congo-Isiro) DG (Casa Geral)Murillo Sepulveda Irmão Nelson Colômbia QuéniaOduor P. Chrtispine Okello Quénia VenezuelaPrinelli P. Felice Colômbia ItáliaRodrigues da Silva P. Gilberto DG (para a Ásia) DG (Grupo Taiwan)Sucato P. Osmar Amazónia Brasil

D – Diretor dos Professos no Cacém, PortugalI Conselho Geral nomeia Diretor dos Professos na Comunidade Apostólica Formativa doCacém, Portugal o confrade Pe. Ermanno Savarino.

E – Diretor dos Professos em Cali, ColômbiaO Conselho Geral nome Diretor dos Professos na Comunidade Apostólica Formativa de Cali, Colômbia o confrade M'nthaka Pe. Kennedy Kimathi.

F – Novos Encargos nos Grupos Congo-Kinshasa e Congo IsiroO Superior Geral com a aprovação do seu Conselho nomeou:

- Padre Matthieu Kasinzi Mbuta, como coordenador do grupo Congo-Kinshasa em substituição do Pe. Symphorien Fumwasendji Kapumba. P. Matthieu será também o representante do Instituto junto das autoridades eclesiásticas e civis do país.- Padre Cyrille Kayembe Asagnion, como pároco da Paróquia de Mater Dei em substituição de Pe. Antonello Rossi.- Padre Dieudonné Nesapongo Ambinikosi, como coordenador do grupo Congo-Isiro em substituição de P. Flavio Pante.- Padre David Bambilikpinga-Moke, como administrador do Hospital de Neisu em substituição do Pe. Richard Larose.

G – Conselhos de Grupo no Congo-Kinshasa e Congo IsiroO Superior Geral com a aprovação do seu Conselho confirmou os membros dos Conselhos de Grupo que são:A – Congo-Kinshasa:

Superior: Pe. Matthieu Kasinzi MbutaConselheiros: Pe. Cyrille Kayembe Assagnon e Irmão Benoit Katula Makiong.

B – Congo-Isiro: Superior: Pe. Dieudonné Nesapongo AmbinikosiConselheiros: Pe. David Bambilikpinga-Moke e Pe. Flavio Pante

H – Coordenador, Administrador e Formador no Grupo MéxicoO Superior Geral com a aprovação do seu Conselho nomeou:

33

Page 34: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

Superior e Coordenador: Pe. Daniel Wolde SugamoAdministrador e Formador: Pe. Alessandro Conti

I – Criação da Comunidade Formativa em Abidjan, Costa do MarfimEm resposta ao pedido da Delegação da Costa do Marfim o Conselho Geral cria uma Comunidade IMC que será sede do Centro de Formação/Seminário Filosófico Beata Irene Stefani com sede em Cocodi, Extension Agre, Djogorobité 2, Abidjan.

J – Encerramento e criação da Comunidade local - BrasilO Superior Geral tendo obtido o parecer favorável do seu Conselho aprova a decisão do Conselho Regional do Brasil de transferir a comunidade local do Seminário Filosófico de Curitiba da presente sede que se encontra na Rua Nossa Senhora Consolata, 12 a uma nova sede situada na Rua Ângelo Mazzaroto, 333, CEP 82320-170, Curitiba.

K – Criação da Comunidade em Mamelodi, África do SulEm resposta ao pedido da Delegação da África do Sul o Conselho Geral cria uma comunidade IMC em Mamelodi, St. Peter's Catholic Church, Skhosana-Xaba Drive n. 19543, Mamelodi East.

L – Encerramento da Comunidade de Madadeni – África do SulEm resposta ao pedido da Delegação África do Sul o Conselho Geral suprime a comunidade IMC de Madadeni. A Paróquia é entregue à diocese de Dundee.

M – Exclaustrações1. Pe. Carlos Escobar Gómez

Com indulto de 09 de julho de 2015 a Santa Sé concede a P. Carlos Escobar Gomez a exclaustração permanente em vista de uma encardinação definitiva na Arquidiocese de Londrina, Brasil.

2. Pe. Mario León Parra GarcíaCom decreto de 11 de julho o Superior Geral concede a Pe. Mario León Parra García o indulto de exclaustração por três anos, afim que possa exercitar o seu ministério sacerdotal na diocese de Cádiz y Ceuta (Espanha).

3. Pe. Francis Njoroge GichuiCom decreto de 28 de julho o Superior Geral concede a P. Francis Njoroge Gichui o indulto de exclaustração por três anos, afim que possa exercitar o seu ministério sacerdotal na diocese de Botucatu (Brasil).Este indulto interrompe também a execução do decreto 058/2015 de 31 março com o qual P. Francis tinha sido destinado à Região do Quénia.

4. Pe. Enrique Antonio Cortés DiazCom carta datada 29 de setembro de 2015 a Santa Sé concede a Pe. Enrique Antonio Cortés Diaz a prorroga do indulto de exclaustração por três anos afim que possa exercitar o seu ministério sacerdotal na diocese de Almería (Espanha).

34

Page 35: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

5. Pe. Gerald Ssuna KaggwaCom carta datada 29 de setembro de 2015 a Santa Sé concede a Pe. Gerald Ssuna Kaggwa a prorroga do indulto de exclaustração por três anos afim que possa exercitaro seu ministério sacerdotal na diocese de Richmond (USA).

N – DemissõesPe. Sosimi Atandi Nyakenyanya,

Em data 20 de julho de 2015 o Santo Padre confirmou o Decreto de Demissão do Instituto nos termos dos cc. 696-700 de P. Sosimi Atandi Nyakenyanya.

Pe. Jacques William OtienoEm data 18 de agosto de 2015 o Santo Padre confirmou o Decreto de Demissão do Instituto nos termos dos cc. 696-700 de P. Jacques William Otieno.

O - Dispensa dos Votos e do DiaconadoCom decreto do dia 10 de setembro de 2015 a Santa Sé concede a Salazar, Diac.Julián Andrés o pedido de dispensa do Diaconado e das obrigações derivantes daProfissão Religiosa.

35

Page 36: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

J U B I L E U S 2 0 1 6

PROFISSÃO RELIGIOSA 25° Aniversário

Bonifácio P.Helder António da Rosa 25/08/1991Ishengoma P.Thomas 06/08/1991Kota Mukpekpe. P.Victor 06/08/1991López Buriticá P. Adalberto 06/01/1991Mbae Ir. Severino 06/08/1991Ngaba Ir. Ndala Rombaut 06/08/1991Njuguna Ir. Nahashon 06/08/1991Nkulu P.Nestor Iland'a 06/08/1991Oliveira P. Domingos Francisco Forte 25/08/1991Patiño Gaviria P. Luis Fernando 06/01/1991Pinzón Güiza BIS Joaquín Humberto 06/01/1991Torres P. Casimiro Nuno Oliveira 25/08/1991Tshiani P. Simon Tshimbombo 06/08/1991

50° Aniversário

Abdoo P. Louis 02/10/1966Barbero P. Tommaso 02/10/1966Bernardi Ir. Mario 02/10/1966Bertoni Ir. Pietro 02/10/1966Bignotti P. Andrea 02/10/1966Bonelli P. Carlo 02/10/1966Civalleri P. Giovanni 02/10/1966Dias P. Manuel Henriques 02/10/1966Discepoli P. Francesco 02/10/1966Gritti BIS Carillo 02/10/1966Hager P. Van Allen 02/10/1966Lerma Martínez BIS Francisco 02/10/1966Mariga P. Sabino 16/02/1966Pante BIS Virgilio 02/10/1966Paré P. Jean 02/07/1966Scaccia P. Luciano 02/10/1966Venturini P. Giovanni 02/10/1966

60° Aniversário

Afonso Ir. José Nunes 02/10/1956Casiraghi P. Giampietro 02/10/1956Crippa P. Giulio 02/10/1956Dalzocchio P. Cornelio 02/10/1956Gavosto P. Emanuele 02/10/1956Gorini P. Giuliano 02/10/1956

36

Page 37: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

Milone P. Bartolomeo 02/10/1956Moratelli P. Vidal 02/03/1956Parodi P. Aldo 02/10/1956Rossi P. Primo Giancarlo 02/10/1956Rota Ir. Paolino Battista 02/10/1956Sottocorna P. Tommaso 02/10/1956Viscardi P. Mario 02/10/1956

70° Aniversário

Ceschia P. Romano 02/10/1946Fantacci P. Angelo 02/10/1946Gobatti P. Lorenzo 02/10/1946Valli P. Mario 02/10/1946Vettori P. Silvio 02/10/1946Zanotti P. Lodovico 02/10/1946

75° AniversárioBianchi P. Antonio 02/10/1941

PROFISSÃO PERPÉTUA (só Irmãos) 50° Aniversário

Ferrari Ir. Paolo 02/10/1966 60° Aniversário

Argese Ir. Giuseppe 01/11/1956Gonçalves Ir. António dos Reis 01/11/1956Henriques Ir. Albino 27/03/1956

ORDENAÇÃO SACERDOTAL

25° Aniversário

Casadei P. Angelo 05/01/1991Clavijo Serna.P. Oscar Alberto 27/07/1991Kazibwe P. Anthony Kiwanuka 21/09/1991Lima Mendes P. Olivaldo 31/08/1991Rocha P. Fernando Vitorino Moreira 21/07/1991Villa P. Pietro 22/06/1991

50° Aniversário

Assunção P. Elísio Ferreira 17/12/1966Baruffi P. Angelo 18/12/1966Bordin P. Bruno 23/12/1966Brualdi P. Claudio 18/12/1966Callegari P. Pio Vittorio 17/12/1966Canzian P. Fiorenzo 18/12/1966

37

Page 38: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

Ferrari P. Eugenio 17/12/1966Gaiero P. Pierino 17/12/1966Girardi P. Lírio 7/12/1966Giuliani P. Aldo 17/12/1966Guazzotti P. Gian Carlo 17/12/1966Mattei P. Luciano 17/12/1966Mazzucchi P. Orazio 17/12/1966Monteiro da Felícia P. João 17/12/1966Pedenzini P. Egidio 17/12/1966Peyron P. Francesco 17/12/1966Pizzaia P. Angelo 23/12/1966Prado P. Adriano 17/12/1966Ravera P. Dario Sante 18/12/1966Trabucco P. Pietro 17/12/1966Viada P. Ettore 17/12/1966Zamuner P. Lino Angelo 19/12/1966Zucchetti P Luciano Felice 17/12/1966

75° AniversárioDemichelis P. Giovanni Battista 29/06/1941

38

Page 39: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

QUI NOS PRAECESSERUNT

IRMÃO FRANCESCO GUGLIELMETTI MUGION (1930-2015)

Dados biográficos e atividades desempenhadas15-09-1930: nasceu em Cirié (Turim)1936- 1941: frequentou a escola primária em Cirié1942- 1945: frequentou o instituto comercial "Tommaso D'Oria" em Cirié1946- 1950: trabalhou como operário em Cirié1951- 1952: cumpriu o serviço militar em Turim1953- 1959: estudante e trabalhador na estação ferroviária de Cirié1960- 1963: frequentou o seminário de Giaveno e Rivoli1964- 1973: foi empregado de escritório na empresa SAIAG de Cirié1974- 0000: fez o Postulantado em Rosignano Monferrato14-09-1975: fez a Profissão temporária na Certosa de Pesio1976- 1978: foi administrador na Certosa de Pesio14-09-1978: fez a Profissão perpétua em Cirié1979- 1988: trabalhou no grande armazém de Alpignano e Turim1989- 1990: foi contabilista no escritório Administrativo Geral em Roma1991- 1992: foi ajudante na enfermaria de Alpignano1993- 2007: fez a contabilidade na Casa de Alpignano2008- 2015: foi hóspede na enfermaria de Alpignano27-06-2015: faleceu em Alpignano30-06-2015: foi sepultado no cemitério de Ciré

39

Page 40: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

Missionário prestável, bom e de muita oraçãoO Irmão Guglielmetti entrou no Instituto já com quarenta e quatro anos de

idade. Quando o seu próprio pároco o apresentou ao Superior Regional da Itália,descrevia-o assim: "Conheço o Sr. Franco (N.d.T. Franco é uma abreviatura deFrancesco) Guglielmetti há 18 anos; acompanhei de perto o percurso de todos os seusestudos, do seu trabalho e da sua vida conjugal. Mas conheci-o ainda melhor, porqueesteve aqui em casa comigo nestes últimos dez meses.

Fui o seu diretor espiritual e posso responder pela sua reta intenção em quererabraçar a vida religiosa, tendo toda a boa vontade de uma obediência pronta, de umapureza vivida e de uma pobreza que aceitou de boamente. Portanto, penso que devaser admitido, na certeza de que a vida religiosa será para ele de grande ajuda nocaminho de aperfeiçoamento espiritual e moral e para o bem dos Irmãos aos quais aobediência o enviará. Em fé. Pe. Pietro Orsello - Pievano de S. Giovanni em Cirié"(Cirié, 24 maio de 1974).

O Irmão Franco Guglielmetti Mugion nasceu em Ciriè (TO) no dia 15 desetembro de 1930 numa família de agricultores. Tinha três irmãs. Ele era o únicofilho rapaz. A seguir à escola primária começou a frequentar o Instituto Comercial deCirié, até 1945. Tinha terminado a guerra, começa a procurar emprego e não oencontra. Alterna-se na ajuda ao tio no trabalho do campo e na pequena empresafamiliar. Inscreve-se na Ação Católica.

Em 1948 encontra finalmente um emprego na tinturaria Casalegno de Ciriè. Nosanos 51-52 cumpre o serviço militar em Turim e frequenta os Padres Jesuítas atravésdos Exercícios Espirituais.

Em 1954 conheceu o Pe. Davide Condotta, missionário da Consolata, com quemcomeça a dialogar sobre o seu futuro e do próprio desejo de se consagrar ao Senhor.Visita a Casa Mãe, passa as férias em Varallo Sesia e em Rosignano Monferrato ondeera superior o Pe. Redighieri. Da parte deste último recebe a luz verde para iniciar umcaminho vocacional missionário. Porém, a família não vê essa decisão com bonsolhos e opõe-se com determinação sobretudo pelo fato de ele ser o único filho rapazna família. Desiste e encontra trabalho na estação dos comboios. Porém, ele continuaa sonhar sempre com a vocação de uma consagração ao Senhor. Vendo o seupersistente desejo de se tornar sacerdote, a família dá o próprio consentimento e oPároco encaminha-o para o seminário menor da própria diocese. Estamos em 1960 eFranco já tem 30 anos de idade. Porém, não o aceitam no Seminário de Rivoli pelofato de não ter estudado latim. Começa a estudá-lo em particular e no ano seguinte foiaceite no seminário de Rivoli e aí fez a vestidura.

Os estudos exigem dele demasiado esforço o que lhe comprometeu a própriasaúde. Os médicos aconselham-no então a desistir dos estudos, pelo menos por umperíodo de tempo. Encontra um novo trabalho e em 1964 conhece Piera, uma raparigacom 30 anos de idade. Dão-se bem, estão bem juntos e assim decidem pelomatrimónio. Após um breve período de namoro, casam-se em 1964. O matrimónio éfeliz, porém não têm filhos, então pensam e decidem começar um processo para umaadoção. Mas de repente a esposa adoece de cancro e ele fica viúvo em 1973.

Franco lê tal acontecimento como um “desígnio de Deus” e retoma o diálogo dediscernimento com o Pe. Condotta, que já se encontra em Turim, após vários anos

40

Page 41: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

vividos nas missões do Quénia. Reza, dialoga e depois de uma convivência emcomunidade, faz o pedido para entrar no Instituto. Obtém um parecer favorável daparte do Conselho Regional, para iniciar assim o seu caminho e vir a ser Irmãomissionário. Encontrámo-lo na Certosa a frequentar o noviciado em 1974, foiadmitido à profissão religiosa no ano seguinte, e no dia 15 de setembro de 1978 fez aprofissão perpétua.

O prosseguimento da sua vida como missionário da Consolata é bastantesimples. O seu serviço missionário no Instituto foi sobretudo no âmbito daadministração. Durante um ano na Certosa, dois anos em Alpignano na comunidadedos Irmãos, sete anos no grande armazém de Alpignano, dois em Romadesempenhando a função de secretário do Ecónomo Geral. Regressa a Alpignanoonde permanece até ao fim da sua vida terrena: como ajudante na enfermaria, fazendocontabilidade, como membro da comunidade dos idosos por causa do progressivoagravar-se da sua doença.

Pensando na sua pessoa, quem foi o Irmão Franco para nós seus confrades que oconhecemos, sinto poder defini-lo em três palavras.

ServiçoO Irmão Franco era uma pessoa disponível. Consciente dos seus limites de idade

quando entrou no Instituto, o Irmão Franco descobriu imediatamente que a suafunção no Instituto e o seu contributo à missão seria no serviço humilde, quotidiano,constante e regular à comunidade em que se encontrava e nas tarefas que lhe fossemconfiadas, trabalhar sobretudo no âmbito administrativo.

Soube encarnar o espírito do Pe. Fundador que tinha assimilado bem, aprendidoa amar muitos anos antes de sua entrada no Instituto, procurando tornar-se útil aosoutros de todas as maneiras possíveis. A sua pessoa e os seus gostos vinham emsegundo lugar. Lembro-me bem dele, nos dois anos que vivemos juntos em Roma:sempre pontual e atento, primoroso e gentil, incapaz de dizer “não” a quem quer quelhe pedisse alguma coisa. Receoso de não exprimir ao máximo o seu serviçomissionário, aproveitava o tempo livre das horas de escritório para ir visitar e ajudaros doentes do Cottolengo.

BondadeO sorriso, a gentileza, a paciência eram traços característicos que tornavam a sua

bondade natural ainda mais preciosa. Não é que tudo lhe andasse sempre ao seu génioou lhe resultasse sempre fácil: às vezes sofria devido às dificuldades no seu trabalho,de contrariedades na vida comunitária. Preferia esconder as suas cruzes, ou melhorainda, carregava-as com delicadeza quase como se fossem de pouco peso. Mesmo asdificuldades de saúde nunca abatiam o seu sorriso e a sua dedicação aos outros.

Nos últimos anos da sua vida, quando a saúde se deteriorava fazia para simesmo um propósito, que era oferecer os seus sofrimentos pelo Instituto e pelamissão, por acontecimentos eclesiais, por pessoas em crise… tinha a certeza de que asua vida e o seu sofrimento físico eram moedas preciosas, se fossem oferecidos aDeus com fé.

41

Page 42: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

PiedadePor piedade entendo referir-me à vida de oração, ao espírito de fé simples e

profundo, o fato de procurar viver tudo sem nunca esquecer a orientaçãosobrenatural. Assim, o Irmão Franco soube encarnar aquele espírito de fé que o BeatoAllamano pretendia de cada um de nós missionários, quando dizia: “Um missionárioou uma missionária que não tenha uma fé simples e íntegra, para encontrar aoanoitecer a sua consolação aos pés de Jesus Sacramentado, o que é que fará? Quandonão existe esta fé humilde, simples e íntegra, não existe nada” (CVV 89).

Amava a Palavra de Deus, esforçando-se por fazer de maneira que a mesma setornasse vida e tentando ao mesmo tempo partilhá-la com os demais. Jesus Eucaristia,devoção à Consolata e meditação, sempre foram o alimento quotidiano da sua“piedade”. Bagagem, que com o passar dos anos, se foi enriquecendo com a cruz dasaúde.

Agra, o nosso Irmão Franco, alcançou a plenitude daquele ideal de vida e deconsagração que sempre o acompanharam durante a vida e o sustentaram nosmomentos difíceis da doença: Deus e a sua vontade, o amor a todos, com aquelecomportamento que o Papa Francisco chamaria “ternura”. Temos a certeza que lá doCéu continua ao nosso lado e a interceder por nós.

Pe. Pietro Trabucco, IMC

42

Page 43: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

PADRE PAUL STEFANOWICH(1927-2015)

Dados biográficos e atividades desempenhadas14-07-1927: nasceu em Wibaux - Montana (USA)1933- 1940: frequentou a escola primária em Wibaux1941- 1945: frequentou o ciclo preparatório em Wibaux e Long Beach1962- 1965: frequentou o liceu no Seminary - Cromwell1966- 1968: estudou filosofia na Universidade Católica de Washington08-09-1967: fez a Profissão temporária em Buffalo08-11-1970: fez a Profissão perpétua em Somerset1969- 1972: estudou teologia em Somerset03-06-1972: foi ordenado sacerdote1973- 1974: foi diretor do seminário em Somerset1975- 1981: foi superior e animador missionário em Milford CT.1982- 1983: foi superior em Pittsburgh PA.1984- 1999: foi ecónomo e promotor vocacional em Somerset2000- 2002: fez animação missionária em Buffalo2003- 2015: fez pastoral em Somerset24-07-2015: faleceu em New Brunswick, N.J.29-07-2015: foi sepultado no cemitério de S. Pedro e Paulo em Williamsville, N.Y.

Pastor bom e fielO Padre Paul nasceu em Wibaux, Montana, no dia 14 de julho de 1927. Os

pais, de origem polaca, eram Clementine e Jerry Stefanowich. Cresce na Montana,terra que Paul nunca mais esqueceu e que marcou profundamente a sua atividade e assuas relações humanas. Permaneceu naquela região antes de se transferir para aCalifórnia até à idade de 17 anos, para frequentar o último ano do liceu na SaintAnthony High School de Long Beach, Ca. Depois do liceu, cumpriu o serviço militarna United States Air Force. Eram os primeiros anos após a segunda guerra mundial.Como membro da aviação, deslocou-se até à França e à Alemanha. Trazia à memóriacom admiração, a tenacidade e a capacidade dos alemães para reconstruir o própriopaís dos escombros dos bombardeamentos. Depois de ter servido o Estado comfidelidade durante quatro anos, foi dispensado com o grau de Sergeant Staff.

43

Page 44: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

Foi membro dos veteranos de guerra católicos dos Estados Unidos da América.Ligado às suas raízes familiares, após o serviço militar padre Paul foi trabalhar comoguardador de ovelhas e bois, ou seja guardador de rebanhos no Wyoming. Ficoudurante muitos anos na fazenda do irmão, Joseph. Desenvolvia assim tão bem estaprofissão, que acabou por merecer o título de cowboy. Era um pastor perfeito:dedicava-se totalmente à guarda do rebanho, chamava as ovelhas por nome, viviauma vida simples, enfrentou corajosamente neve, gelo, chuva, tempestades, secas e ocalor do verão.

Uma vida muito dura.Com esta experiência amadureceu a decisão de se tornar Missionário da

Consolata. Frequentou o Holy Apostles College em Cromwell, Connecticut. A seguirmatriculou-se na Universidade Católica de Washington, DC onde concluiu obacharelado em filosofia.

Paul fez a profissão perpétua no dia 8 de janeiro de 1970 em Somerset, NJ. Foiordenado sacerdote no dia 3 de junho de 1972 na paróquia de S. Agostinho deCanterbury em Kendall Park, NJ.

Nos relatórios para a admissão à profissão e à Ordenação, os formadoresdescrevem Paul como uma pessoa honesta consigo mesma e com os outros. Decididoa tornar-se padre e religioso. Dizem expressamente: "Entre todos os nossosestudantes, Paul é aquele que sente mais profundamente o orgulho de ser membro doInstituto que ama grandemente. Desenvolveu uma vida espiritual profunda. O que lheservirá de ajuda e conforto, ou seja de suporte nas dificuldades da sua vida futura.Vive profundamente a sua união com Deus e tem uma especial devoção a S. José. Noque diz respeito à sua vida religiosa, Paul é um modelo para os confrades. Tem umacerta maturidade intelectual e é determinado no estudo porque quer ser padremissionário. Para Paul o trabalho é um valor religioso e um ideal. No trabalhoencontra satisfação e alegria; com o trabalho a sua vida corre sem sobressaltos, plana,sem trabalho torna-se mais nervoso; com o trabalho mesmo a sua vida espiritualparece mais fácil. No futuro poderá harmonizar a atividade pastoral com o trabalhomaterial".

Tornou-se sacerdote com quarenta e quatro anos e realizou o seu ministériomissionário sempre na sua pátria. Durante os seus anos de generoso serviçosacerdotal e missionário, padre Paul residiu nas comunidades IMC de Milford, CT,desde 1974 até 1975 e desde 1977 até 1982 respetivamente; naquela de Buffalo, NY,em 1976 e depois desde 1995 até 2001; em Pittsburgh, PA, desde 1982 até 1983; e aSomerset, NJ, desde 1984 até 1994 e depois desde 2002 até à sua morte. Serviu ascomunidades como Superior e como Administrador Regional. Como sacerdotemissionário, Padre Paul teve também a oportunidade de visitar algumas das nossasmissões no Quénia durante dois meses juntamente com o seu companheiro deSeminário p. John Reuther. Recordava aquela visita às missões como uma graçaespecial do Senhor e ficava admirado pelo grande trabalho desenvolvido pelos nossosMissionários naquele País.

Além disso ele exerceu o ministério de capelão dos Cavaleiros de Colombo(Mons. O'Grady - Council Number 664)

44

Page 45: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

Mesmo nos anos da idade avançada, continuou a difundir a alegria de CristoRessuscitado celebrando no Missionary Center e nas Paróquias locais. Padre Paul eradotado de um maravilhoso sentido de humor e de uma extraordinária capacidade deconfortar as pessoas, especialmente através das suas homílias, muito bem preparadase atentamente seguidas pelos ouvintes, e o sacramento da reconciliação.

Estava sempre disponível para ouvir a confissão de todos, sacerdotes e leigosque se dirigiam a ele e a qualquer hora do dia.

Pe. Stefanowich apagou-se na sexta-feira, 24 de julho de 2015, no Saint Peter'sUniversity Hospital em New Brunswick, N.J.

Padre Paul era o mais jovem dos oito filhos de Clementine e Jerry. Antes deletinham falecido os seus irmãos: Peter e Joseph; e as suas irmãs: Mary, Rose, Victoriae Gertrude. Deixou uma irmã, Florence Johnson que mora em Seal Beach, CA.

O Funeral ocorreu no dia 29 de julho de 2015 na igreja paroquial de SantoAgostinho de Canterbury, em Kendall Park, onde padre Stefanowich tinha sidoordenado padre 41 anos antes. Agora repousa no cemitério de S. Pedro e Paulo emWilliamsville, NY, onde estão também sepultados os confrades: Pe. Giuseppe Prina,Pe. Giuseppe Moncher, Pe. Charles Fogarty, Irmão Mario Petrino, Pe. RobertoViscardi, Pe. George Hickey, e Pe. Robert Rezac.

Os vários testemunhos que nos chegaram são concordes em recordar osdiferentes aspetos da vida de Pe. Paul: "Nunca perdeu o amor pelo lugar da suajuventude, a Montana; falava frequentemente da Montana, a sua proximidade ànatureza, a aspereza dos lugares, os amplos espaços abertos e a atmosfera docowboy". (Pe. Lenny De Pasquale).

"Pe. Paul possuía verdadeiramente um grande coração, mesmo sem oexteriorizar. Para o encontrar devia-se ultrapassar uma camada de rudeza e deixarpara trás algumas asperezas à volta das bordas. Mas posta de lado a sua falsa crueza,uma pessoa encontrava-se perante um homem humilde e generoso que mudou a vidade muita gente, forjou amizades, traçou um sinal, deixou recordações nos corações,consolou jovens e idosos, e serviu verdadeiramente e bem o Senhor" (Pe. MicheleBrizio).

"Quando Paul passava à frente da capela dizia: "Saudemos o Chefe". Entrava erecitava uma breve oração em silêncio, ajoelhando-se. Cada vez que chegava de fora,abria somente a porta da capela e exclamava: "Obrigado Jesus porque me proteges".Falava a Jesus como uma criança fala à sua mãe. Rezou sempre o Breviário. Estavasempre disponível para o sacramento da reconciliação e muita gente procurava Pe.Paul para receber dele a absolvição. Gostaria de dizer muitas coisas sobre Pe. Paul,mas sintetizo tudo dizendo somente que como sacerdote missionário da Consolata erafiel em tudo, ficou muito próximo a Jesus no Santíssimo Sacramento e foiprofundamente devoto e amante de nossa Senhora da Consolata" (Pe. PeterSsekajugo).

P. Ernesto, Tomei, imc

45

Page 46: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

PADRE VILLA GIUSEPPE(1919-2015)

Dados biográficos e atividades desempenhadas22-05-1919: nasceu em Milão1925- 1930: frequentou a escola primária em Milão1931- 1941: frequentou o ciclo preparatório e o liceu no seminário da Catedral de

Milão 01-01-1942: fez a Profissão temporária em Caselette (Turim)18-06-1944: foi Ordenado sacerdote em Rosignano Monferrato1940- 1944: estudou Teologia em Venegono (Milão) e Rosignano01-01-1945: fez a Profissão perpétua1945- 1049: foi Professor e Assistente em Varallo Sesia-Rosignano e Vittorio Veneto1950- 1957: foi Assistente Oratório em Martina Franca1958- 1970: foi Animador Miss., Superior e Reitor a Rovereto1971- 1974: foi Vice Sup. Reg. e Diretor AMV a Turim1975- 1981: foi Conselheiro Geral e Diretor AVM a Roma1981- 1987: foi Superior da Região Itália1988- 1996: foi Superior a Rovereto, Bevera e Alpignano1997- 2015: foi Ajudante e hóspede da Casa Beato Allamano em Alpignano31-07-2015: faleceu em Alpignano04-08-2015: foi sepultado no cemitério de Alpignano

Servidor fiel"Rev.mo Padre Superior, eu abaixo assinado Villa Giuseppe ouso apresentar a

V.Ex. Rev.ma o pedido de aceitação neste Instituto Missionário, para poder seguir avocação ao apostolado entre os infiéis. Dita vocação foi o anseio dos meus anos dejuventude. Nunca o pude levar à prática pela falta de autorização dos meus pais.Hoje, que a obtive, peço insistentemente para ser aceite. Já fiz os estudos liceais eeste ano frequentei o segundo curso teológico. Realizei os estudos liceais noseminário da Catedral de Milão, enquanto efetuei os estudos teológicos no semináriode Milão (Venegono Inferior). Refiro, entretanto, que não recebi ainda qualquerOrdem sagrada.

46

Page 47: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

Com a viva esperança que o meu pedido seja aceite, antecipadamente agradeçoe despeço-me de V. Ex.cia Rev.ma, humilde e agradecido Giuseppe Villa" (Milão 31de agosto de 1940).

Tal carta de pedido de admissão era acompanhada com as informações dopároco e dos Reitores dos dois seminários, todos concordes em declarar que o ClérigoVilla era um jovem de conduta exemplar por comportamento, seriedade e espírito deoração e que o Instituto teria tido um elemento válido para o futuro.

No mês de outubro de 1940 entra no Instituto e após três meses de postulantadoinicia o noviciado, no fim do qual o Mestre o apresenta para a profissão religiosacomo "um elemento que ama o Instituto e que estava interessado em entusiasmar osseus companheiros do seminário diocesano do qual provinha; de fácil convivência,adapta-se bem a tudo, não ama o individualismo, é laborioso e astuto, ama o trabalhomanual e sai-lhe bem. Tem uma piedade sentida e vive-a na realidade. Está cheio deboa vontade, é uma excelente pessoa, que pode atrair outras boas vocações doseminário de Venegono donde vem. No noviciado portou-se sempre bem e foi fiel atodas as suas mansões e práticas". Parece uma projeção de quanto acontecerá na vidade Pe. Villa.

Depois da Ordenação sacerdotal começa a sua atividade como assistente eprofessor nas nossas casas apostólicas de Varallo Sesia, Rosignano Monferrato eVittorio Veneto. Passa sete anos em Martina Franca como vice-pároco e responsávelpelo Salão paroquial de S. Francisco. Neste período Pe. Villa revela os seus dotes deeducador e animador. O seu entusiasmo e a sua imaginação nas iniciativas criam umclima de intensa participação e colaboração não só com os jovens do Salão Paroquial,mas sabe envolver também as respetivas famílias. A sua atividade deixouverdadeiramente um sinal nas pessoas que, mesmo com a passagem dos anos,demonstraram sempre gratidão e simpatia por ele.

Depois da experiencia pastoral positiva, para Pe. Villa começa a do serviço aointerno do Instituto, desempenhando vários encargos de governo a diversos níveis.Por doze anos desenvolve a sua atividade na casa apostólica de Rovereto comoanimador missionário, superior e reitor da escola. Neste período faz o pedido paraque o deixem partir para as missões, mas concedem-lhe somente ir visitar aquelas doQuénia. Durante a visita, foi dando informações ao Superior Geral; entre outrascoisas escreve: "Depois de ter visitado Nairobi e Meru e ter passado por outrasmissões e sobretudo depois de ter assistido à celebração na catedral, sinto-me naobrigação de lhe exprimir o meu profundo reconhecimento. Convicto que uma coisa éouvir falar e outra bem mais importante é ver com os próprios olhos, e surgeespontâneo o sentido de admiração pelos tantos sacrifícios que os missionários fazeme uma pontinha de sã inveja pela posição que eles ocupam, pois estão na primeiralinha".

A confiança dos confrades exprime-se com a eleição de Pe. Villa comoConselheiro da Região Itália, com o encargo de Diretor Regional para a animaçãomissionária e vocacional. Sucessivamente torna-se Vice-Superior Regional.

O Capítulo Geral de 1975 elege-o Conselheiro Geral. Este serviço permite-lhevisitar as várias Missões e de dar o seu contributo como Diretor Geral da animaçãomissionária e vocacional.

47

Page 48: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

Desde 1981 e por seis anos é Superior da Região Itália. Foi um período intensode iniciativas e de atividades nos diversos setores; formação, animação, estudo eatuação das decisões capitulares, administração etc. Mas simultaneamente, na Região,começam a vir ao de cima problemas de diminuição das vocações, problemas parareorganização, compromissos e atividades de algumas comunidades, problemas porcasos particulares pessoais de vária natureza. Não existem dúvidas que este tenhasido um dos períodos mais empenhativos para o Superior Regional.

Nos anos seguintes, desde 1988 até 2000, Pe. Villa é o superior em Rovereto,depois em Bevera e por fim em Alpignano.

Em ocasião do seu 60° aniversário da Profissão religiosa, o Superior Geralcongratulava-se e felicitava-o pela grande carga de entusiasmo missionário que aindatrazia no coração e da vontade de fazer o bem, agradeciam-lhe todo o bem difundidopor onde quer que tenha trabalhado. Pe. Villa, respondendo, entre outras coisasescreveu: "Completei os 60 anos como filho da Consolata. Deo gratias et Mariae. Atua mensagem-oração acompanhou-me na preparação e celebração jubilar. Comgrande alegria recordo as maravilhas que o Senhor realizou em mim como filho doAllamano. Agradeci-lhe infinitamente e supliquei-lhe que perdoasse todas as minhasfaltas na sua infinita misericórdia".

No dia 18 de junho de 2014 celebrou o septuagenário da sua Ordenaçãosacerdotal. As suas forças iam diminuindo gradualmente, mas ele continuou aoferecer sempre o seu sofrimento e a oração pelas Missões a que tinha dedicado todasas suas energias, toda a vida e que tinha intensificado especialmente nos últimos anosvividos na Casa Beato Allamano em Alpignano.

O Senhor chamou-o a receber o prémio reservado aos servos fiéis no dia 31 dejulho de 2015.

O seu corpo repousa no cemitério de Alpignano.P. Ernesto Tomei, imc

________________________

TESTEMUNHO«Pai, quero que onde Eu estiver estejam também comigo aqueles que Tu me

confiaste, para que contemplem a minha glória, a glória que me deste, por me teres amado antes da criação do mundo.

Eu dei-lhes a conhecer que Tu és e continuarei a dar-te a conhecer, a fim de que o amor que me tiveste esteja neles e Eu esteja neles também». Jo 17, 24-26).

Esta oração de Jesus ao Pai que acabamos de escutar do Evangelho de S. João, nós acreditamos que Jesus hoje a pronuncia em favor de Pe. Villa, porque quer que esteja com ele, porque acreditou que foi enviado ao mundo, e porque quer fazer-lhe conhecer plenamente o Pai. O Pe. Villa vê Deus assim como Ele é! Esta é a nossa fé ea nossa oração.

Se o Pe. Villa soubesse que eu diria algumas palavras durante o seu funeral,certamente que me teria pedido que não falasse dele. Gostaria de seguir este seudesejo, mas não me posso proibir de louvar e agradecer a Deus pelo dom deste nossoirmão. Não é possível não falar dele.

48

Page 49: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

O Pe. Villa viveu a sua vocação missionária de maneira “especial” e “própria”.Tendo entrado no Instituto jovem e entusiasta para ir para as missões, passou todos osseus longos anos de vida na Itália. Não foi fácil para ele, mas preferiu dar aprecedência ao projeto de Deus mais do que ao seu. E foi um verdadeiro missionário,mesmo sem nunca ter ido para a África. Estes longos anos na Itália tiveramdeterminadas características: o Pe. Villa foi um missionário “simples” (nunca deu umpasso a mais em frente, para se fazer notar; foram os confrades a notá-lo e a indicá-lopara determinadas responsabilidades); sempre “disponível” (obedeceu sempre sem seperguntar o “porquê” de certas destinações); “generoso” (disse tantos “sim” sem ofazer hesitar).

Hoje, para nós fica a sua recordação e o seu exemplo. Foi uma honra para onosso Instituto!

Sim, foi para nós uma honra desde o início do seu sacerdócio, desde 1944 para afrente, empenhado no ensinamento e na assistência nos nossos seminários com os rapazes e com os clérigos (Varallo Sesia, Vittorio Veneto, Rosignano Monferrato). Exatamente naqueles anos, durante a segunda guerra mundial, viveu um momento forte da sua vida. Em Varallo, quantas noites passadas sem pegar sono para ajudar os Hebreus a fazer embrulhos e malas para fugir e não serem capturados pelas SS. Foi um período heroico, porque se expôs seriamente ao perigo, mas nunca se gabou desteseu heroísmo! Se calhar nem sequer se apercebeu disso, considerado que era uma virtude que lhe vinha mesmo espontânea.

Os sete anos que passou em Martina Franca (1950-1957), como assistente dosrapazes, foram inesquecíveis para ele e para toda aquela gente. Ainda hoje as pessoasdaquela zona recordam Pe. Giuseppe. Tinha uma capacidade especial para atrair osrapazes, mantê-los unidos e educá-los.

Também na animação missionária, com a promoção vocacional, foi umaatividade na qual se envaidecer, começando em Rovereto (1964-1970). Pode-se dizerque todas as paróquias do Trentino viram-no transitar.

E depois finalmente em Turim (1970-1975): foi diretor da AMV da Região;conselheiro regional, Vice-Superior Regional. Trabalhei com ele durante estes anos.Foi um período não só de colaboração, mas de total entendimento, entre doisconfrades, que se tornaram desde então irmãos e amigos. Era fácil trabalhar com ele,porque tinha as ideias claras, sabia propô-las, mesmo com tenacidade, mas depoissabia também integrar-se no projeto comum sem discussões. Desde quando nosdeixamos, ao fim do nosso serviço, ai de nós, se nos esquecíamos de nos darmos osparabéns pelo nosso onomástico. Ele era sempre o primeiro a pegar na corneta e fazercom que o telefone tocasse.

O Capítulo de 1975 chamou-o a ser Conselheiro Geral. A brincar dizíamos-lhe:assim podes visitar as missões que sempre sonhastes desde criança! Durante estesseis anos não se limitou a visitar só as missões.

Por fim, após o serviço na Direção Geral, ainda mais trabalho eresponsabilidades:

Superior Regional da Itália (então com sede a Bedizzole - 1981-1987), superiorem diversas casas (Rovereto, Bevera, também em Alpignano - 1992-1995), sempre

49

Page 50: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

com a mesma simplicidade e generosidade. Não se impunha, mas mantinha viva acomunidade e sobretudo servia e orientava!

Foi neste período que P. Villa viveu um outro momento forte e difícil da suavida, quando teve que sofrer a operação à garganta por uma daquelas doenças queparecem incuráveis. Tinham medo de o perder. Ele mesmo, que conhecia bem a suasituação, não se iludia. Confidenciou a alguém que se tinha preparado para responder“sim” se Deus o tivesse chamado. Afortunadamente Deus ainda o deixou entre nóspor muito tempo, até à tardia idade de 96 anos.

Durante o ultimo período nesta casa de Alpignano, ofereceu a colaboração queas forças lhe permitiam. Tinha-o visitado aproximadamente há um mês atrás. Estavade cama, todo coberto com os lençóis. Descobrindo-o, disse-lhe que parecia uma“múmia”. Largou uma gargalhada com gosto. Continuamos a falar disto e daquilo.Ainda o vi, juntamente com outros confrades, poucas horas antes de morrer. Rezamosalto e bom som a Avé Maria aos pés da sua cama. Se calhar não nos reconheceu.Antes de o deixar, ainda me aproximei, chamando-o pelo nome. Os seus olhosficaram bem abertos sem dar sinais de atenção. Com a pena no coração, fiz-lhe umacarícia de irmão que o apreciava muito e que lhe queria tanto bem.

Agora entregamos o seu corpo à mãe terra, mas sabemos que o seu espírito estácom Deus. Certo, a sua partida enche-nos o coração de tristeza, mas também estamosfelizes porque ele alcançou a eternidade.

Tinhas direito, caro P. Villa, a encontrar Jesus, no qual acreditaste durante toda atua vida. Tinhas direito que fosse o mesmo Jesus, como prometeu após a Última ceia,a fazer-te conhecer o Pai. Agora contemplas Deus “assim como Ele é”, já sem os véusda fé, mas “face a face” Tens sorte! A Santíssima Virgem da Consolata, juntamentecom o nosso Fundador, os nossos confrades e Irmãs te acolham com alegria. A nossafamília no Paraíso continua a crescer. Encontrar-nos-emos lá, onde agora tu vivesfeliz.

(Homília do Pe. Francesco Pavese, imc – 04-08-2015).

50

Page 51: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

PADRE JOSÉ OSCAR AGUILAR (1972-2015)

Dados biográficos e atividades desempenhadas09-11-1972: Nasceu em Concepción - Corrientes (Argentina)1978- 1986: Frequentou a escola primária n.º 29 - Padre Pio1989- 1994: Frequentou o ciclo preparatório no Colégio do Bicentenário1995- 1998: Estudou filosofia no Seminário filosófico de Buenos Aires02-01-2000: Fez a Profissão temporária em Martin Coronado20-06-2003: Fez a Profissão perpétua em S. Paulo (Brasil)2000- 2004: Estudou teologia em S. Paulo (Brasil)14-02-2004: Foi Ordenado sacerdote em Corrientes2005- 0000: Fez Pastoral em Caracas (Venezuela)2006- 2015: Foi Superior e fez pastoral em Carapita (Venezuela)01-08-2015: Faleceu na Argentina04-08-2015: Foi Sepultado em Concepción-Corrientes

Sofredor, semeou consolaçãoPadre Oscar vinha de uma família modesta, composta de pai, mãe e cinco

filhos. Como ele mesmo narra, por complicações durante o seu nascimento,sobreviveu por milagre, assim como a sua mãe. Depois das escolas primárias, durantea adolescência viveu muito fora de casa por motivos de estudo e empenhando-se aomesmo tempo em ocupações ocasionais: empregado de balcão, padeiro, responsávelpor encomendas, trabalhos domésticos, cozinheiro, etc. Este período para ele tinhasido muito importante porque tinha tido a possibilidade de encontrar muita gente e defazer amizade com os jovens da sua idade. Com estes companheiros tinha formadoum Grupo que se reunia para encontros formativos, de oração e iam frequentementeem peregrinação até ao santuário mariano de Itati. O Grupo empenhado no contextoparoquial confluiu na Ação Católica. Esta inserção ofereceu-lhes ocasiões departicipar em retiros espirituais onde se meditavam temáticas sobre Jesus Cristo,sobre Nossa Senhora e sobre a realidade dos jovens como a esperança do futuro. Estapertença à Ação Católica também a considerou providencial na escolha da suavocação. Foi exatamente durante um dos encontros formativos que lhe calhou pelas

51

Page 52: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

mãos uma revista dos Missionários da Consolata que falava do Instituto, da atividademissionária desenvolvida na África, América Latina e Ásia.

Este conhecimento do Instituto suscitava nele um forte desejo de dedicar a suavida aos mais pobres a nível material e espiritualmente. Desejo que se tornou numadecisão de empenhar a sua existência à causa missionária.

Tinha vinte e cinco anos quando iniciou os estudos de filosofia no nossoseminário filosófico de Buenos Aires. Fez o noviciado em Martin Coronado e norelatório para a admissão à Profissão religiosa, o Mestre descrevia detalhadamente osvários aspetos da personalidade de Oscar, a começar pela saúde. Sofria de anemia, aqual não tinha sido curada corretamente e que depois desencadeou os diabetes.Estes distúrbios tinham impedido que Oscar desempenhasse as tarefas normais e istopara ele constituía um grande desgosto.

O mestre continua a referir que Oscar é uma pessoa sensível, humilde e muitodisponível para qualquer serviço, sempre pronto a intervir para satisfazer asnecessidades dos outros; tem muita facilidade em tecer amizades com as pessoas,gosta de conversar e de se entreter com a gente, especialmente com as pessoas maissimples.

Era intelectualmente limitado, custava-lhe muito estudar, mas aplicava-se comseriedade. Preferia servir e executar trabalhos úteis à comunidade. Foi bem acolhidopelos seus companheiros e com os quais sabia relacionar-se agradavelmente. Sob esteponto de vista empenhou-se muito e valorizou da melhor maneira este períodoparticular da sua vida.

Oscar continuou este empenho ao longo dos anos da teologia. Os seusformadores são concordes em descrever a sua generosidade na assimilação do espíritodo Instituto. Ao apresentá-lo para o presbiterado, os formadores descrevem-no como uma pessoade ótimos sentimentos, atenta e delicada perante as necessidades dos outros. Sofre deanemia e diabetes, o que o obrigam a uma certa dose de insulina. É consciente dassuas capacidades e dos seus limites. Não dramatiza a sua condição e enfrenta comserenidade as realidades quotidianas. É muito sociável, sabe criar amizades com aspessoas simples e faz de tudo para as apresentar aos outros membros da comunidade.Interessava-se por eles especialmente e quando estivam doentes. Está bem inserido nacomunidade e tem boas relações com todos, aceita bem a diversidade dos outros e ébem acolhido por eles devido à sua simplicidade e generosidade.

Nas atividades comunitárias, sente-se muito empenhado, realiza-as comcriatividade e bom gosto, para além de ter sempre bem presente o sentido deresponsabilidade. Está aberto às exigências derivantes da internacionalidade, assimcomo está sempre pronto ao diálogo.

Vive a sua experiência com Deus na simplicidade, é fiel à oração pessoal ecomunitária, assíduo na vida sacramental. Cultiva muito uma espiritualidademissionária. Como religioso identificou-se na vida de consagração e respondeu bemàs sugestões e indicações dos seus formadores.

Sobre o plano pastoral Oscar tem bem esclarecido que o dever principal de ummissionário é o anúncio do Evangelho e demonstrou isso na prática durante o períododo diaconato. Possuía grande capacidade para trabalhar entre os pobres. Soube

52

Page 53: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

inserir-se muito bem nas comunidades cristãs onde trabalhava. Era muito estimado eapreciado pela gente que ele visitava com frequência no seio das próprias famílias,que também orientava e animava nas várias celebrações.

Os formadores concluem, afirmando que Oscar percorreu um caminhoformativo grandemente positivo. A experiência religiosa, missionária e ministerialvivida, demonstrou que o candidato estava bem preparado e isso dava-lhestranquilidade para que o apresentassem ao sacerdócio porque com certeza serviria aIgreja com generosidade.

Nos seus onze anos de sacerdócio, Pe. Oscar serviu verdadeiramente a igrejavenezuelana, primeiro em Caracas, em seguida como superior e pároco dacomunidade de Carapita. Empenhou realmente todos os seus recursos físicos eespirituais em fazer crescer o povo de Deus que lhe tinha sido confiado.

Proclamou e ofereceu abundantemente a Palavra de Deus, a graça dossacramentos, interessou-se constantemente por quem sofria, pelos pobres e pelosmais necessitados: não obstante as suas muitas precárias condições de saúde que oatormentaram por toda a vida e especialmente neste último período.

No dia 22 de junho de 2015 reentrou em Buenos Aires onde podia continuar asdiálises, mas os médicos quiseram proceder a uma série de análises e controlosporque Pe. Oscar estava espantosamente magro. Não obstante este estado das coisas,em meados do mês de julho quis ir até casa para festejar em família os oitenta anosdo seu pai. Regressado a Buenos Aires retomou o tratamento da diálise. Desmaiouapós a sessão do dia 30 de julho. Foi internado de urgência no hospital, a médica deturno declarou que a situação era extremamente grave e, de facto, às 12.30 do dia 01de agosto de 2015, o Pe. Oscar deixou de viver entre nós.

Por vontade do pai idoso e doente e dos outros familiares, o corpo foitransferido para Concepción, sua cidade natal, para lá celebrar o funeral e a sepultura.

Apenas recebida a notícia da sua morte, o Superior Geral enviou a seguintemensagem: "Caríssimos, uno-me a todos vós da Delegação da Venezuela e da RegiãoArgentina, juntamente com todos os confrades, pela morte do Padre Oscar. Estou naCoreia, ainda me tenho de habituar ao fuso horário e durante a noite chegou-me estatriste notícia da morte do Pe. Oscar: por um lado é uma surpresa de como chegouassim inesperada, e por outro lado um desfecho previsto porque todos conheciam asua situação de saúde. Que a vontade de Deus seja feita!

Temos mais um anjo lá no céu que nos protege e acompanha. A todos vós, àfamília e a todos os seus amigos, as minhas mais sentidas e solidárias condolências.Agradecido pelo dom que foi para o nosso Instituto; ensinou-nos que mesmo com osofrimento e doente se pode ser missionário e portadores de consolação para osoutros. Obrigado, Oscar, estarás sempre connosco; um saudoso abraço e umagargalhada como só tu sabias oferecer. A vós e a todos um saudoso e fraterno abraçoe uma oração. Padre Stefano".

P. Ernesto Tomei, imc

******53

Page 54: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

PADRE GIUSEPPE FUSAROLI (1927-2015)

Dados biográficos e atividades desempenhadas28-02-1927: nasceu em Cesena (Forlì)1933- 1938: frequentou a escola primária em Cesena1939- 1943: frequentou o ciclo preparatório no seminário de Cesena1944- 1946: frequentou o liceu no Pont. Seminário Regional de Fano02-10-1947: fez a profissão temporária na Certosa de Pesio02-10-1950: fez a profissão perpétua na Certosa de Pesio1947- 1951: estudou Teologia no Seminário IMC de Turim29-06-1951: foi ordenado sacerdote em Turim30-10-1951: fez trabalho pastoral em Florencia-Belèn-Tocaima-Cartagena-Chaguani

(Colômbia)1995- 1996: fez pastoral em Cavi de Lavagna1997- 2000: fez animação em Porto S. Giorgio2001- 2007: fez pastoral em Gambettola2008- 2015: esteve na Casa Beato Allamano em Alpignano08-08-2015: faleceu em Cesena11-08-2015: foi sepultado no cemitério de Cesena

"Sentia o cheiro das ovelhas"O P. Giuseppe Fusaroli, após ter completado o terceiro ano do liceu no Pontifício

Seminário Regional de Fano, numa carta ao Superior dos Missionários da Consolata deTurim, escreve: "Vim a Turim, acompanhado do Vice-reitor do meu seminário no dia 15de julho e expressei-lhe o meu desejo de entrar no Instituto para me consagrar aoapostolado entre os infiéis. Mas os meus familiares desejavam que esperasse mais umano ainda, e parecendo-lhes que eu tomaria esta decisão, isto é de vir já este ano,decidindo só pela minha cabeça, escrevo-lhe fazendo de maneira que também eles leiamesta carta e onde exponho também as razões deles, para lhes fazer ver que procuro fazersomente aquilo que o Senhor quer de mim.

54

Page 55: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

Não tenho pais: a minha mãe faleceu quando tinha quatro anos, e o meu paifaleceu há quatro meses. Ficamos só três irmãos, um dos quais eu, o mais novo, tenhodezanove anos, o meu irmão faz vinte e um anos no próximo mês de outubro; eletambém está no seminário, terminou este ano já o segundo curso teológico, e a minhairmã com vinte e três anos, que está em casa, pois é solteira. Moramos numa pobre casade campo a cerca de um quilómetro de Cesena e a minha irmã ficaria só com uma tia.Estamos a pensar como havemos de resolver o problema da minha irmã, de maneira quepossa viver com alguma serenidade. O meu primo é o administrador dos nossos bens enós escolhemo-lo como tutor.

Aqui estou eu a pedir-lhe que me diga o que é que devo fazer para a maior glóriade Deus, para o bem da minha alma e consequentemente de toda a Igreja.

Também lhe peço a quem, não tendo um tutor legal, devo fazer assinar o pedidode admissão para entrar no Instituto. Por último, mas não menos importante, peço-lheque reze por mim à Santíssima Virgem da Consolata para que me ajude a seguir o maisrápido possível o chamamento do seu Filho. Seu devotíssimo filho em Jesus Cristo, Sem. Fusaroli Giuseppe" (18-08-1946).

Um mês depois chega a Certosa de Pesio onde faz o noviciado. Ao fim do anocanónico de noviciado o Mestre de noviços apresenta-o para que seja admitido àProfissão religiosa como sendo um "bom elemento, muito agarrado à vocação e aoInstituto, de piedade sólida, fácil e agradável na convivência, obediente, dócil, cordial, ede boa saúde. Vem do seminário regional de Fano. Adaptou-se bem ao nosso modo deviver. Não tendo tido exercício em precedência, não tem iniciativa no trabalho, poucoprático e parco nas tarefas. Todavia nota-se um esforço constante em melhorar. Temtambém momentos de fleuma, quase abulia, mas também sobre esta vertente foi sempreconstante aplicando toda a sua força de vontade. Penso que se for ajudado nos anos deformação, ainda se pode tornar num missionário precioso".

Completou a sua formação religiosa e teológica no nosso seminário de Turimonde no dia 29 de junho de 1951 foi ordenado sacerdote.

Quatro meses mais tarde já estava no Vicariato Apostólico da Florencia(Colômbia) Fez a sua primeira experiência missionária em Torasso. O clima húmido da zona tinha-lhe provocado uma forma de reumatismo que, como ele escreve: "atormenta-me equeixo-me como se fosse um velhinho de setenta anos, porque me dói num lado e mepassa no outro, dói-me no outro lado e repercute-se neste". Por isso após seis anos, fuitransferido para Bogotá onde pelo menos o clima seco fez desaparecer todos os achaquese dores.

Mas o Caquetá que tinha deixado com as lágrimas nos olhos tinha-lhe ficado nocoração. Sabia que a população tinha aumentado de maneira impressionante e parecia-lhe que estava a atraiçoar a sua vocação se permanecesse longe daquela gente. Portanto,dois anos depois, pedia ao Superior Geral para voltar para Caquetá. Foi destinado aBelén, uma missão densamente populada e com um território muito vasto. Pe. Fusaroligastou ali todas as suas energias com uma intensa atividade pastoral: catequese, escolas,doentes, visita às várias capelas. A gente reconheceu e apreciou o zelo com que estemissionário se dedicou à sua missão. Uma paróquia de Belèn, quando faleceu o Pe.Giuseppe enviou um belíssimo testemunho ao Superior Regional da Colômbia, no qualentre outras coisas escreve: "Hoje, a notícia da morte do Pe. Fusaroli abriu em todos nós,e em mim em particular, uma profunda ferida no coração: foi meu pároco em Belèn,

55

Page 56: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

como um pai durante a minha infância e a minha juventude. Era um verdadeirosacerdote, digno, fervoroso nas celebrações litúrgicas, exemplar para os seusparoquianos, assíduo nas visitas às famílias, descuidado na fadiga pelas suas longasviagens a cavalo por estradas acidentadas. Era uma pessoa alegre, entusiasta da suavocação, tinha assimilado a nossa cultura e existia um entendimento profundo entre nós.Sabia inventar muitas iniciativas que nos enchiam de alegria. Era um pastor que "sentiao cheiro das ovelhas", como sugere Papa Francisco, era um sacerdote contemplativo,irmão, amigo, pai, estrada que conduzia a Deus. Tudo isto foi Pe. Fusaroli em Belèn. Euestou feliz por ter sido sua colaboradora na pastoral paroquial. Agradeço a Pe. Fusaroli,pai, amigo e autêntico testemunho de Jesus. A ele, pelo seu empenho missionário, éreservada uma feliz eternidade, porque as suas obras o acompanham".

O Pe. Fusaroli pagou caro este fecundo período de atividade. Revela-o numa cartaao Superior Geral, onde entre outras coisas escreve: "Passei pelo menos vinte anossozinho. Sinto as consequências desta longa solidão e eu não sou o único responsável.Por isso, peço que não me deixe sozinho. Sei que este meu pedido pode complicar umpouco as coisas para a destinação do pessoal e também por ter que estar atrás de todas asnecessidades, mas para mim a maior necessidade é a salvação da minha alma. Tenho acerteza que você, Padre, me irá ajudar para que me enviem um confrade. Agradeço-lhedesde já com o coração à frente do Senhor" (Belén, 10-10-75). O pedido foi prontamenteaceite e Pe. Giuseppe, com a mesma rapidez agradecia e confessava candidamente: "ébelo sentir que o Superior me quer bem!".

De Belèn passa a Tocaima, Bogotá e Cartagena para substituir confrades quevinham rodados ou se concediam um período de repouso. Em 1981 também ele foimudado e durante cinco anos empenhou-se na animação missionária e vocacional emMartina Franca e Gambettola.

De 1986 até 1991 retomou a sua atividade na Colômbia, em Chaguani, primeiro e,em seguida, em Solano. Os distúrbios reumáticos e as suas condições gerais de saúdeque então eram precárias, levaram os Superiores a chamá-lo à Itália onde, pelo períodode três anos, colaborou com o próprio irmão que era pároco em Cesena, dado que podiarecuperar, tratar da sua saúde num contexto familiar.

A sua longa experiência missionária foi-lhe preciosa nos doze anos de animação,nos encontros juvenis e no ministério pastoral desenvolvido nas várias comunidades daRegião Itália, especialmente em Martina Franca, Marina Palmense, Cavi de Lavagna eGambettola.

Os anos passavam e as suas condições de saúde agravavam-se gradualmente e, porconseguinte, em 2008, entrou a fazer parte da comunidade Beato Allamano emAlpignano. Passou os últimos anos interessando-se sempre pela Colômbia, mantendocontactos epistolares e procurando ajudas para as missões do Caquetá e sobretudooferecendo ao Senhor o seu sofrimento e a sua oração por aquelas populações que desdesempre trouxe no seu coração.

Nos últimos meses o seu estado de saúde começava a agravar-se cada vez mais efoi transferido para um longo internamento na clínica S. Lorenzo de Cesena onde no dia08 de agosto de 2015 regressou à Casa do Pai.

Os seus restos mortais repousam no cemitério de Cesena.P. Ernesto Tomei, imc

56

Page 57: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

IRMÃO ROBERTO ZANCHETTIN (1950-2015)

Dados biográficos e atividades desempenhadas30-09-1950: nasceu em Verzuolo (Cuneo)1956- 1961: frequentou a escola primária em Verzuolo1962- 1968: frequentou o 2.º ciclo liceal em Saluzzo. Turim, Montebelluna15-09-1969: fez a Profissão temporária em Certosa de Pesio1970- 1975: frequentou o curso e obteve o Diploma de Agrimensor em Turim14-08-1975: fez a Profissão perpétua em Turim1976- 1985: dedicou-se a construções e à manutenção das estruturas em Bafvabaka,

Isiro, Kisangnani, Bangadi, Wamba, 1986- 1991: trabalhou como ajudante do Departamento legal em Turim1992- 1997: foi encarregado de obras e da marcenaria em Mujwa1998- 2013: prestou vários serviços na Casa Mãe - Turim2014- 2015: esteve na Casa Beato Allamano - Alpignano09-08-2015: faleceu em Alpignano11-08-2015: foi sepultado no cemitério de Alpignano

Servidor humilde e fielRoberto entrou na Casa dos Irmãos em Alpignano, depois de ter frequentado

três anos o Instituto Técnico-Profissional. Após a primeira profissão religiosa,prosseguiu a sua formação no nosso seminário teológico de Turim e simultaneamenteobtém o Diploma de Agrimensor. Os seus formadores descrevem-no como um jovemque sente fortemente a necessidade da honestidade e da coerência, tem ideias pessoaise esclarecidas, embora nem sempre tivesse a força necessária para as expôr. Tevemuito o sentido da responsabilidade e do dever próprio. O seu empenho no estudo eramuito e, por conseguinte, teve sempre resultados muito satisfatórios. Na formaçãoespiritual demonstrou empenho embora por vezes encontrasse dificuldades emcompreender a importância da vida de oração. Entende ser consequente mesmo nadoação de si à vida religiosa e é colaborante sobretudo no que toca à obediência.Esforça-se por compreender a sua maneira de estar na vida comunitária, sendopositivo e construtivo. No plano pastoral, mesmo que não tenha tido compromissosprecisos, participou sempre na vida e nas atividades da paróquia; disponibiliza-segenerosamente quando é preciso para algumas atividades pastorais ou para encontros

57

Page 58: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

com os jovens em ocasião das jornadas missionárias ou na animação missionária.Tem um verdadeiro interesse pelas missões e um desejo ardente de ser enviado para otrabalho missionário. Mostrava-se predisposto para a atualização e a alternância,como fazendo parte da sua vida missionária.

Quando a Direção Geral lhe fez a proposta de o destinar ao Grupo do Zaire, oIrmão Roberto retorquiu: "Posso responder-lhe já e agora, afirmando que a suaproposta sobre uma minha possível ida para o Zaire me satisfaz plenamente, estou deacordo e disposto a partir imediatamente. Já há muito tempo que queria pedir se erapossível uma destinação para mim; deteve-me só o fato que estou para concluir umperíodo de prática no escritório de um profissional para adquirir alguma experiência eo mesmo terminará já no próximo mês de setembro. No que concerne a minha partidapara a missão, permita-me só que lhe proponha o meu programa: lá para o fim do mêsde junho partirei para a Bélgica com o propósito de aperfeiçoar o meu francês; emsetembro farei a Profissão perpétua, um breve período de férias e em seguida o examede idoneidade para me inscrever no Registo dos agrimensores e no início do próximoano, partida para o Zaire" (19-05-1975).

Chega a Kinshasa em fevereiro do ano seguinte e permanece no Zaire quasedez anos. Passa os primeiros seis meses em Wamba para o estudo da língua, enquantose torna útil também para os vários serviços da missão. A primeira experiência comoagrimensor foi realizada em Bafvabaka, onde se empenha na direção das obras,construção de estruturas várias. Praticamente foi sempre esta a atividade principal nasoutras missões: o arranjo e restauro da casa em Isiro, a construção do seminário deKisangani, foi o responsável pelas obras em Bangadi, em Wamba, em Bunia para oseminário, mecânico e responsável pela casa de Isiro. Para além de dirigir as obras,em muitos casos também era o responsável pela gestão económica. Para ele foramanos intensos, sobrecarregados pela escassez de meios técnicos e de problemasdevidos à pouca experiência do pessoal. Mas o Irmão Roberto não arredava péperante as dificuldades. As estruturas realizadas ou restauradas contribuíram, e nãofoi pouco, para o desenvolvimento de muitas obras missionárias no Zaire.

Aqueles anos marcaram duramente a saúde do Irmão Roberto: a humidade doclima minou-lhe os ossos, danificando-os e que o fizeram sofrer até ao fim da suavida.

Uma vez regressado a Itália pôs-se à disposição do departamento legal emTurim, entregando ou levantando documentos ou despachando questões burocráticasque exigiam confidencialidade e atenção.

Em 1992 regressa a África, exatamente ao Quénia, e durante seis anosacompanha trabalhos de construção e dirige a marcenaria na missão de Mujwa. Nãoobstante o seu desejo de permanecer na linha da frente, as suas condições de saúdeconvenceram os superiores de o chamar novamente à Itália.

Durante quinze anos desenvolveu serviços preciosos na Casa Mãe. Emparticular ofereceu-se para colaborar na reorganização radical da Biblioteca geral soba orientação do Pe. Antonio Giordano que descreve o contributo dado pelo IrmãoRoberto da seguinte maneira:"Quando em 1998 iniciei o trabalho da Biblioteca Geral, foi o primeiro a oferecer-separa colaborar comigo, se calhar porque tinha tempo para dedicar a esta tarefa, ou

58

Page 59: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

provavelmente porque amava muito os livros, ou se calhar porque tinha algumaesperança de se poder treinar um pouco no uso do computador. Qualquer que fosse omotivo, para mim foi um alívio: partilhei logo com ele o trabalho e dei-lhe cópia detodas as chaves da Biblioteca. Aceitou de boa vontade este ato de confiança ecolocou-se à disposição para qualquer tipo de trabalho para que fosse solicitado.Aqui, na Biblioteca Geral, colocou as etiquetas que referiam o nome e a posição dolivro pelo menos em 90 mil volumes, sobre os 105 mil que a Biblioteca conta nomomento presente; um trabalho escondido e silencioso, feito com a maior precisãopossível. Foi ele também que se encarregou de encher as bacias de água, colocadas em cercade quarenta radiadores da Biblioteca. Isto sobretudo durante o inverno, para que ocalor do aquecimento mantivesse a quantidade de humidade exata para os livros. Umtrabalho fatigante que tinha que ser feito necessariamente pelo menos duas vezes porsemana.O nosso querido Roberto deixou na Biblioteca geral do Instituto o seu cunho pessoale inesquecível, feito de bondade, sorriso, trabalho e tanta paciência, seja consigomesmo (nunca se aborrecia se alguma tarefa não lhe vinha a feição, prometia-sesimplesmente tentar mais uma vez), e com os outros que sempre deixava serenos,com um sorriso nos lábios e com os votos: “Verás que amanhã conseguirás”.

A tudo isto, o Irmão Roberto somou outros serviços na Casa Mãe: pontual epreciso em separar jornais, revistas e cartas que depois entregava nos respetivosescritórios ou colocava nas caixas pessoais que se encontravam no refeitório, por issotinha-se tornado o carteiro da comunidade.

Durante vários anos fez a limpeza dos quinteiros da Casa Mãe e transportavaos contentores do lixo até à rua Cialdini para serem descarregados depois no camiãoda Amiat, conquistando assim o título de cantoneiro de limpeza da comunidade.

Em 2013 a saúde do Irmão Roberto dava sinais preocupantes, ele já não era omesmo, as forças não eram as de antes. Retirou-se para a Casa Beato Allamano deAlpignano onde ofereceu o seu sofrimento e a sua oração pela Missão à qual tinhadedicado toda a sua vida.

No dia 09 de agosto de 2015 o Senhor chamou-o para receber o prémioreservado aos seus servidores fiéis.

Os seus restos mortais repousam no cemitério de Alpignano.A vida do Irmão Roberto deve ensinar-nos muitas coisas. Entre elas, a grande

lição que a missão não é ter medo de sujar as próprias mãos, é, isso sim, dedicação etrabalho manual, é feita de pequenos serviços feitos com perfeição, com dedicação eamor, sem dar nas vistas e com discrição. É a tradução prática do ensinamento deJesus (Mc 9, 35).

P. Ernesto Tomei, im

Irmão ROBERTO ZANCHETTINEncontrei o Irmão Roberto no Quénia, várias vezes, embora nunca tivéssemos a

oportunidade de trabalhar juntos, mas a sua primeira confidência recebi-a em Fiumicino,no aeroporto nacional enquanto estávamos à espera da partida para Turim. Naquelaaltura eu trabalhava na Casa Geral, como redator da revista “Da Casa Madre” e ele

59

Page 60: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

acabava de chegar de Nairobi. O Vice-Superior Geral pediu-me que o acompanhasse aTurim, partilhando com ela a viagem de avião porque não era conveniente deixá-lo irsozinho. Assim, enquanto nos encontrávamos na sala de espera reservada aos voosnacionais com uma hora de antecedência, iniciei o diálogo com ele sobre as missões doCongo, onde sabia que tinha trabalhado durante alguns anos … aos pouquinhos vim asaber a sua íntima convicção de que o clima do Congo lhe tinha prejudicado a saúde parasempre. Olhei-o com uma cara de espanto, mas ao mesmo tempo com um sorriso edisse-lhe: “Ainda não tens 40 anos de idade, tens à tua frente todo o tempo que quiserespara reconstruir a tua saúde, suposto que aquilo que dizes é verdade”. Olhou-meesboçando um sorriso que sabia ser forçado e quase sentenciou: “A humidade do climado Congo penetrou-me nos ossos e tê-la-ei comigo até à minha morte que também seráem breve”. Não percebendo nada de medicina, mudei de assunto, orientando o tema danossa conversa sobre o futuro: “Em Saluzzo o clima nativo te dará uma vida nova”.Assim, chegamos a Caselle onde nos esperava o Irmão Volpato Guerino, que nos levou aocupar os dois quartos que o Superior da Casa Mãe tinha preparado para nós.Quando eu também regressei do Quénia, pois tinha sido destinado a trabalhar na CasaMãe, eis que encontrei Roberto com muito prazer. Ele tinha chegado há pouco tempo àCasa Mãe, ou seja havia poucos meses e vi que desenvolvia a tarefa de “Cooperadorecológico” que ele bondosamente chamava de “cantoneiro de limpeza”, levando oscaixotes do lixo até à estrada para que fossem despejados na manhã seguinte pelocamião dos serviços de limpeza municipais. Via-o da janela do escritório da secretaria, eeu não era visto por ele, que se esforçava com o máximo empenho a empurrá-los na levesubida que conduz à passagem do pórtico que separa os dois pátios, para depois desceraté à cancela de saída na rua Bruino.Além disso era ele que pontualmente levava o papel, as revistas duplas, alguns livrosduplos e inúteis que encontrava na sala “Cartesio” no dia em que se sabia que acamioneta passava a recolher o papel. Excelente Roberto, quantos passeios fizeste paracima e para baixo naquelas escadas de quatro lanços e sem elevador!Para além deste trabalho tinha aprendido a usar o programa Excel que nós utilizávamospara fazer a lista dos artigos das revistas missionárias, para uma possível e fácil pesquisade material. Ele tinha-se oferecido prontamente para fazer a lista dos artigos das trêsrevistas em língua francesa: Pentecote sur le monde, Peuples du monde e Lumen vitae.Tinha aprendido a língua francesa no Congo e vinha-lhe espontaneamente. E foi fiel aeste seu empenho até ao fim.Era ele ainda que se encarregava de fazer encomendas e compras para a Biblioteca, enão só, mas para todos os Padres que lhe pedissem este serviço. Quantas vezes saiuradiante a comprar cordéis para atar os números anuais das revistas, papel adesivo e fitasadesivas para coser os livros que se iam desfazendo, não só mas também compravamarcadores, lápis de madeira e esferográficas e sabia encontrar sempre a mais adequadapara aquela situação. Também ia frequentemente à farmácia comprar medicamentos paraos missionários que estavam de passagem, ou acompanhava-os à feira para comprarvestuário e sapatos.Pessoalmente lembrei-o ma Missa e recordo-o com tanto nostálgico afeto com o seupróprio encorajamento: “Verás que pela bondade do Senhor, conseguirás entrar noParaíso”.

P. Antonio Giordano, imc

60

Page 61: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

PADRE ALESSANDRO BUSNELLO (1942-2015)

Dados biográficos e atividades desempenhadas08-05-1942: nasceu em Pederobba (Treviso)1948- 1953: frequentou a escola primária em Pederobba1953- 1958: frequentou o ciclo preparatório em Biadene (Treviso)1959- 1961: frequentou o liceu em Varallo Sesia (Vercelli)02-10-1962: fez a profissão temporária em Rosignano Monferrato1963- 1967: estudou Teologia em Turim02-10-1966: fez a profissão perpétua em Turim31-12-1967: foi ordenado sacerdote em Pederobba1968- 1974: foi vice-pároco - Diretor clérigos e Superior em Milão1974- 1975: foi vice-pároco em S. Francisco (Argentina)1976- 1978: foi mestre do Noviciado em Pirané1979- 1984: foi superior Regional da Argentina1985- 1986: foi superior na Casa de Bevera (Itália)1987- 1995: foi pároco em Pirané (Argentina)1996- 1998: foi Superior da Casa regional em Buenos Aires1999- 2002: fez pastoral em S. Francisco, Merlo e foi também Conselheiro regional2003- 2008: foi ecónomo e pároco em S. Salvador de Jujuy2009- 2014: fez vários serviços em Martin Coronado - Mendoza - Buenos Aires13-08-2015: faleceu em Buenos Aires15-08-2015: o seu corpo repousa no cemitério (Jardìn de paz) de Buenos Aires

"Um grande Missionário"O Pe. Alessandro entrou o nosso seminário de Biadene no dia 20 de setembro

de 1953, onde frequentou o ciclo preparatório e completou depois o seu curriculumformativo nos nossos diversos seminários. Os companheiros de curso recordam-sesempre dele, como um estudante que amava muito a leitura, dotado de capacidadesartísticas e musicais que para além de o tornar particularmente útil à comunidade, eraagradável na convivência.

61

Page 62: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

A seguir à Ordenação sacerdotal foi destinado a Milão como superior eformador de uma pequena comunidade dos nossos estudantes de teologia edesempenhava simultaneamente um intenso trabalho pastoral, também para contribuirpara as despesas económicas da casa. Tinha conseguido criar um círculo de amigos esimpatizantes das missões; em conclusão, foi uma primeira experiência pastoralmuito positiva.

Três anos depois foi-lhe proposta a destinação para o Quénia e pôs-seimediatamente no trabalho de aprendizagem da língua e do conhecimento da culturadaquele País, mas pouco depois teve que se resignar e permanecer em Milão porquenão se encontrava ninguém que o substituísse.

No mês de agosto de 1973 exprimia ao Superior Geral o desejo de ir trabalharem Doruma (Zaire), especificando os motivos da sua escolha: a novidade do campo,o conhecimento dos confrades que trabalhavam lá e a língua francesa que sabiarazoavelmente. Infelizmente o pedido não pôde ser satisfeito porque havia mais dedois anos que o P. Alessandro sofria de uma bruta úlcera no estômago.

Pôde realizar o seu sonho missionário um ano depois. Começou a sua atividadena Argentina como vice-pároco em S. Francisco. Após quatro meses agradecendo aoSuperior Geral pela destinação recebida, declarava-se feliz e que "estava queimandoas etapas para uma completa inserção na vida da Região". Tinha entrado tão bem navida da Região, que apenas um ano depois pôde assumir o encargo de Pároco eaquele ainda mais delicado de Mestre do Noviciado em Pirané. Viveu três anosintensos de atividade. Em Pirané deixou verdadeiramente um pedaço do coração:educava os jovens transmitindo-lhe as suas capacidades de cantor e artísticas. Narealidade, o Pe. Alessandro revelou as suas qualidades de imaginação logo desde osprimeiros anos de seminário: tinha o sentido artístico seja no sagrado ou no profano.

Desde 1978 até 1984 foi Superior da Região Argentina. Os confradesapreciaram muito o seu serviço realizado com muita diligência e atenção para com osmissionários e as suas atividades, pela sua capacidade de enfrentar, resolver osproblemas e recompor a fraternidade quando podiam surgir conflitos.

A grande experiência feita no campo formativo, obtida em dois continentes, apermanência positiva de dez anos na Argentina, juntamente com a capacidade dediálogo, demonstrada sobretudo durante o seu serviço como Superior Regional,constituíam uma clara garantia para que pudesse desenvolver o seu dever de superiore formador na Região Itália. Em seguida foi destinado ao seminário de Bevera ondepor dois anos guiou aquela comunidade. Mas o seu coração continuava a bater pelaArgentina.

Tornando àquele País, foi-lhe confiado o encargo de pároco em Pirané, terramuito amada por ele e onde pôde realizar um intenso ministério durante dez anos.Aquela destinação para ele foi como uma medicina que o reanimou, encheu de novasenergias dedicadas ao desenvolvimento humano e espiritual das crianças, dos jovens,ao empenho pastoral com os doentes, com a colaboração das Irmãs Missionárias daConsolata. Teve sobretudo a alegria de cultivar uma profunda e fraterna amizade como Pe. Domenico Viola.

Continuou os seus empenhos como superior da casa regional em Buenos Aires,na atividade pastoral em S. Francisco e Merlo, vigário paroquial em Jujuy,

62

Page 63: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

colaborador no seminário de S. Miguel, na paróquia de Mendoza, e, a partir de 2014,como vice-superior regional.

Há algum tempo que o P. Alessandro acusava enormes distúrbios que lhetornavam qualquer tipo de trabalho muito cansativo e por isso era visível o seudesconforto. No início de 2015 complicava-se a diagnosticada próstata que da biopsiaresultava atingida por um carcinoma. Simultaneamente começou a sentir fortes doresao braço e na omoplata direita. O médico mandou fazer uma tomografia ao tórax querevelou a existência de manchas nos pulmões e na coluna vertebral. É-lhe recitadoum tratamento particular com fortes analgésicos.

No mês de julho as suas condições evoluíram assustadoramente: cancro napróstata e metástases ósseas e pulmonar. Foi submetido a terapia intensiva e àutilização de respiração artificial. Todas as tentativas resultavam ineficazes e, no dia13 de agosto, o P. Alessandro regressou à Casa do Pai.

Comunicando a triste notícia aos confrades, o Superior Regional da Argentina,P. Antonio Gabrieli, entre outras coisas escrevia: "Todos lhe queriam bem e oapreciavam. Muitíssimos são os testemunhos de afeto e gratidão que me chegaram àsmãos nestes dias, vindas das comunidades paroquiais em que ele tinha trabalhado:Pirané (Formosa), Alto Comedero (Jujuy), Mendoza... quis morrer aqui na Argentina,ao lado das pessoas a quem queria bem e pelas quais gastou a vida. Somosmissionários “ad vitam”. Aqui estávamos também nós, os seus amigos, os confradesmissionários que o estimaram e que com o trabalho missionário partilhamos as horasfelizes e tristes da vida fraterna. Dele recebemos muito. O Pe. Alessandro estevesempre muito atento a todos nós, seus confrades. É verdade que ele gostava decozinhar, porém fazia-o também com espírito de serviço e creio também com odesejo de que todos se sentissem bem. Conhecia os gostos de cada um de nós eaproveitava da mesa para o encontro e a fraternidade; porque o confrade que vinhacansado dos compromissos, do trabalho ou dos encontros, encontrasse conforto eacolhimento. E não só com comidas apetitosas e preparadas com muito detalhe, comoum verdadeiro chef, mas falando sobre a missão, recordando de maneira simpática ascoisas que aconteciam nas missões. E assim os momentos das refeiçõesprolongavam-se na escuta de tantos episódios ricos de vida missionária vivida, e davaa conhecer também aos jovens a história da Região e a vida dos missionários. Era oseu modo de ensinar a missão também aos jovens. Algumas vezes repreendia quem,para o elogiar, lhe dizia que era um bom cozinheiro; ele corrigia imediatamentedizendo que preferia que lhe dissessem que era um bom missionário. E era deverdade. Entre as outras coisas escreveu uma síntese da nossa história na Argentina.Um trabalho histórico apreciado por todos e que todos os anos partilhava com osnoviços para que conhecessem a Região Argentina e pudessem apreciar assim otrabalho desenvolvido por tantos fervorosos missionários. Muitos lembram-se delepelos seus sermões. Mesmo no dia do seu funeral, após a missa, aproximou-se demim uma pessoa para me dizer que dele, se lembrava sobretudo dos seus belossermões: simples e profundos, fruto de uma longa experiência de vida missionária.Foi certamente um grande missionário. Pessoalmente devo agradecer-lhe porque me esteve sempre próximo. Foi ele que me recebeu aqui na Argentina e me introduziu na missão. Com ele partilhei os meus

63

Page 64: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

anos de trabalho pastoral na Paróquia da Medaglia Miracolosa de Alto Comedero, naparóquia da Misericórdia de Mendoza, no serviço à Região. Pude desfrutar dos seus conselhos e dos momentos de discernimento importantes. Mas sobretudo da sua amizade. Pude acompanhá-lo nos seus últimos dias. Quando já não estava à cabeceira da sua cama, disseram-me que chamava por mim. Renato, que em alguns momentos o assistiu, recolheu da sua boca uma frase que me ficou impressa "António, a vida é bela!”.O seu corpo repousa no cemitério (Jardìn de paz) de Buenos Aires.

P. Ernesto Tomei, imc

T E S T E M U N H O

Pe. Alessandro foi um missionário que amou a terra dos horizontes infinitos.Na Argentina viveu e cultivou o carisma de Allamano na formação dos jovens. Com asua presença humilde e amiga sabia dialogar com todos, especialmente com aspessoas que se aproximavam dele para um conselho ou até uma ajuda material.

Era um sacerdote e religioso exemplar, missionário jovial. Possuía uma arteespecial na convivência com os confrades, com o povo e sobretudo com os jovens.

Como Superior Regional nunca impunha as coisas, mas dialogava,aconselhava, comunicava uma disposição que primeiro aplicava a si mesmo edesejava que se realizasse para o bem de todos. Era o servidor, o colaborador mesmonas pequenas coisas. Fazia-se querer bem mesmo se sabia que o confrade era deparecer contrário. Não era homem de grandes discursos, mas a sua caridade chegavaonde era preciso.

Um longo período de vida missionária viveu-o em Pirané juntamente com o Pe.Domenico Viola, homem justo perante Deus e os homens. Nesta comunhão de vidasoube exprimir o melhor de si mesmo. Pastor sempre presente, atento, que sealegrava em estar com as pessoas, ouvindo, analisando os seus problemas, conscienteque o tempo dedicado aos pobres era um dom que oferecia a Deus. A casa paroquialera um verdadeiro salão. Estar com os jovens, acompanhá-los, divertir-se com eles,ler e comentar o Evangelho, trabalhar com eles, era a convivência mais agradável edivertida. Sabia que algumas vezes os gritos, os barulhos, os instrumentos musicais, ovolume no máximo dos nossos jovens, criavam algum desconforto à comunidadereligiosa, mas ele sabia recompor a serenidade. Visitava as famílias, preparavaencontros de formação cristã, era assíduo na visita às capelas partilhando o Pão daPalavra e da Eucaristia e fazendo-se próximo dos mais pobres, necessitadosespiritualmente e materialmente.

Amava o Instituto como uma verdadeira família que lhe tinha dado tudo paraque realizasse a sua vida, consciente de que na missão tinha amadurecido o que tinharecebido na formação.

Para o Pe. Alessandro, conhecer uma nova cultura e vivê-la com a população,era dar glória a Deus para o bem dos irmãos.

Pe. Silvio Lorenzini, IMC

64

Page 65: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

PADRE FRANCO CELLANA (1942-2015)

Dados biográficos e atividades desenvolvidas01-10-1942: nasceu em Tiarno de Sopra (Trento)1948- 1953: frequentou a escola primária em Tiarno de Sopra1954- 1958: frequentou o ciclo preparatório em Rovereto e Biadene1959- 1961: fez o liceu em Varallo Sesia02-10-1962: fez a Profissão temporária em Rosignano Monferrato02-10-1965: fez a Profissão perpétua em Turim1963 -1967: estudou Teologia em Turim e Madrid17-12-1967: foi Ordenado sacerdote em Madrid1968- 1972: foi administrador e vice-formador em Madrid1973- 1974: foi superior e animador em Valladolid1975- 1977: foi ecónomo regional em Madrid1978- 0000: estudante em Londres e Kipalapala1979- 1981: vice-pároco em Matembwe (Tanzânia)1982- 1988: foi administrador regional na Tanzânia)1989- 1990: foi pároco em Igwachanya1991- 1993: foi diretor CAM em Turim1883- 1999: foi conselheiro geral2000- 2006: fez Pastoral na Paróquia da Consolata em Nairobi2007- 2011: foi superior regional do Quénia2012-2013: foi pároco em Wamba2014- 2015: internamentos periódicos no hospital de Milão24-09-2015: faleceu em Milão27-09-2015: foi sepultado no cemitério de Tiarno de Sopra

Missionário vulcânicoPadre Cellana era um missionário "vulcânico", afirmam quantos tiveram a

sorte de o conhecer e de trabalhar com ele. Descrevem-no já assim os formadores que

65

Page 66: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

o acompanharam até à Ordenação sacerdotal: "Grande espírito missionário, aberto,cordial, ativo e muito comunicativo, portado a mergulhar-se na ação; é uma pessoa demuito valor seja pelas dotes que pelas predisposições pessoais".

Concluídos os estudos filosóficos e três anos de teologia no nosso Seminário deTurim, completou a sua formação na Pontifícia Universidade Comillas de Madridonde obteve a Licenciatura em Teologia.

Em Espanha, onde foi ordenado sacerdote, iniciou a sua atividade que seprolongou por oito anos. Foi formador no nosso seminário, durante quatro anosesteve ocupado na animação missionária e foi administrador da Delegação de então.Demonstrou imediatamente a sua generosidade no desenvolvimento dos seuscompromissos: deu vitalidade ao setor da animação missionária através de umarenovação da revista Antena Misionera e à sua difusão, promovendo encontros comos outros centros missionários para avaliar e programar as atividades e partilhar asvárias experiências. Deu vida à exposição missionária "volante" e permanente parailustrar a atividade missionária do Instituto.

Trabalhava intensamente mas sentia o forte desejo de gastar as suas energias nalinha da frente, e por isso escreveu uma carta ao Superior Geral, onde invocava umadestinação, exprimindo também algumas preferências e declarando-se em todo ocaso, disponível para qualquer tipo de decisão da parte dos Superiores. Especificavaassim as suas escolhas: A Etiópia pela situação ambiental, pastoral, ecuménica etc. -Marsabit porque o tinha visitado e visto antes, pelo trabalho, pobreza, clima -Tanzânia, Caquetà, Argentina.

Em 1977 foi destinado para a Tanzânia onde permaneceu por treze anos. Foivice-pároco em Matembwe, administrador regional e pároco em Igwachanya. Comoadministrador, num encontro a nível regional, apresentou uma síntese das atividadesdesenvolvidas e que de alguma forma reentravam nas suas competências. Tendo emconta que nos 30 centros missionários nunca tinha vindo a faltar o estímuloapostólico e pastoral, sublinhava o empenho e a atenção colocados para sustentartambém economicamente, catequistas, a formação dos jovens e das mulheres, nãoesquecendo as crianças, a organização do armazém central, a instalação de uma petrolstation central, a compra de dois camiões e respetivos reboques para o transporte dosmateriais na Região. Acrescentam-se a abertura e o desenvolvimento dosdispensários/creches, escolas técnicas e de costura. Um trabalho imponente!

Compreende-se assim o elogio expresso pelo secretário do partido da revoluçãoda região de Njombe, no discurso de saudação que fez ao P. Franco quando foidestinado a Itália. O Secretário, dirigindo-se à comunidade de Igwachanya, onde P.Franco era pároco há três anos, perguntou-lhes: "Quem é para vocês o P. FrancoCellana?" As respostas multiplicaram-se:"Padre Franco é o nosso baba (padre) que quer bem a todos: crianças, jovens,adultos, velhos, é o baba que não faz distinção de cor, raça e religião, ... é aquele queestá ao nosso serviço no corpo e no espírito, ...Baba Franco é humilde, simples,alegre e bom, ...é o homem de todos onde quer que esteja e em qualquer momento, ...é o bom samaritano para aqueles que estão em dificuldade,... é o consolador de quemestá triste e dos doentes, dos pobres,... um trabalhador incansável que odeia apreguiça, o roubo e os outros pecados,... é uma bandeira, um exemplo a imitar".

66

Page 67: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

Depois de ter lembrado detalhadamente as realizações levadas a cabo pelo P.Franco, o secretário do partido revolucionário concluía: "Caro Baba Franco, obrigadopor quanto fizeste por nós. Tu és testemunho de como as pessoas mudaram paramelhor quer no corpo, que no espírito. Tu foste como as virgens do Evangelho, queencheram as próprias lâmpadas de azeite para participarem nas núpcias. A tualâmpada ficou para sempre acesa no lampadário. Continuaremos a ser amigos.Estamos-te profundamente gratos. Dada a nossa humilde e precária condição,deixamos a Deus a tarefa de te abençoar e de te proteger. Que Deus te encha dealegria também na Itália".

Durante dois anos foi diretor do Centro de Animação Missionária em Turim e,em 1993, o Capítulo Geral elege-o Conselheiro Geral do Instituto. Também nestepapel desenvolveu atividades de animação missionária com o seu característicoentusiasmo, até ao momento em que aconteceu o episódio dramático que interrompeutemporariamente os seus programas e o seu dinamismo.

No dia 04 de abril de 1994, na casa da sua irmã em Trento, enquanto tomavabanho, foi atingido por uma crise epilética; permaneceu desmaiado por quase umahora debaixo da água muito quente que lhe causou graves queimaduras numa amplasuperfície do corpo. Começou assim um verdadeiro calvário para P. Franco, que noespaço de dois anos teve que ser submetido a dezasseis intervenções de cirurgiaplástica. Continuou a fazer terapias apropriadas durante o resto da sua vida. Nestedoloroso episódio demonstrou uma força de alma excecional: soube aceitar com féesta dura prova e retomou as atividades.

Quase no fim de 1999, concluído o seu mandato de Conselheiro Geral, trabalhacomo colaborador na nossa paróquia da Consolata em Nairobi. Empenhou-se, nabatalha da terra pelos mais pobres, num movimento que une praticamente todos osslums. Reflete, consulta, dá azo à fantasia, decide e empenha-se em concretizaralguma obra que verdadeiramente dê uma reviravolta à condição daquela pobregente. Entre os projetos sonhados e realizados, destaca-se o do hospital para ospobres na capital Queniana. Trata-se de uma estrutura sanitária aberta aos maisnecessitados, construída numa zona estratégica na periferia norte de Nairobi, dotadade ambulatórios e pronto-socorro, de um departamento de maternidade e de salaoperatória, para além de espaços úteis para cerca de trinta camas para internamentode doentes. Uma estrutura que nasceu para acolher os pobres das favelas e dosaglomerados que são autênticas ruínas das metrópoles e para tratar as doenças maisgraves, entre as quais a malária e a filaria, as doenças contagiosas e pulmonares, osvírus intestinais e, por fim, também o HIV/Aids.

Em 2007 foi eleito superior da Região do Quénia. Foram cinco anos intensospara o P. Franco: iniciativas pastorais, relações com as autoridades civis e religiosas,encontros com os confrades e com a gente nas suas visitas às missões, para além doempenho na formação dos nossos candidatos ao sacerdócio.

O último campo de trabalho foi a missão de Wamba onde nos dois anos depermanência arrancou com vários projetos, não obstante sentir um enfraquecimentorelevante das energias físicas e distúrbios notáveis, por isso foi aconselhadoinsistentemente para que regressasse a Itália para os oportunos diagnósticos.

67

Page 68: Boletim Oficial - imcafrica.files.wordpress.com · Carta da Direcção Geral aos missionários da Ásia . . . 24 ... diretamente os sinais da proximidade de Deus, para oferecer a

No início de 2014, no Centro de câncer de Milão diagnosticaram-lhe umcancro no esófago e fígado. Após seis meses de quimioterapia, as metástases dofígado tinham-se reduzido, enquanto a massa do esófago tinha permanecido estável.

Durante o internamento no hospital compôs uma oração filial à Consolata,densa de confiança e de afeto, na qual entre outras coisas implora: "Oh VirgemSantíssima, tu que, como Mãe, oferecestes ao mundo, a verdadeira consolação, JesusCristo, escuta hoje a oração e a súplica que quero dirigir a ti que veneramos com osuave título de "Consolata". Consola o Papa, os Bispos, os sacerdotes, osmissionários e todos os religiosos, para que possam levar luz à sociedade moderna....Consola as nações, os povos e tantas famílias que te amam e te veneram... Consolaaqueles que estão doentes, as multidões dos emigrados, dos desempregados, dos quesofrem, daqueles que trazem no corpo e na alma as feridas causadas pelas guerras,das opressões e das injustiças, Mãe da consolação, ouve hoje a minha humilde oraçãoque elevo a ti com todo o coração, enquanto te peço de bendizer, de visitar e de tocar,com a tua mão materna, a pessoa, a família, o doente que te recomendo. SantíssimaVirgem da Consolata, dá-me a capacidade de escutar, a serenidade, a tua fé aos pés dacruz, para que eu possa seguir fielmente, com amor e alegria o teu Filho Jesus.Ámen".

Em dezembro de 2014, a equipa dos Médicos apresentou-lhe uma novaproposta de tratamentos experimentais de quimioterapia. Depois de consultar váriosespecialistas de Turim, Florença, Bolzano, Trento e Nairobi, tendo obtido parecerfavorável por parte dos familiares, assinou a proposta da nova terapia e iniciou ostratamentos programados.

Não obstante as suas precárias condições, com a autorização dos Médicosespecialistas, em julho de 2015, regressou a Wamba, por três semanas, para controlaruma série de novas obras em execução, passar as tarefas ao seu sucessor e saudar apopulação, que nunca deixou de lhe reservar um acolhimento caloroso. Em agosto, aúltima visita ao seu amado vale trentino para entusiasmar e saudar ainda os familiarese os muitíssimos amigos que por muitos anos colaboraram concretamente nasinumeráveis iniciativas a favor dos mais pobres e marginalizados.

Em setembro, reentrou no Instituto Nacional de Milão para o estudo dos seustumores, pois as suas condições de saúde pioravam gradualmente e onde, aoamanhecer do dia 24 de setembro de 2015, o P. Franco regressava à Casa do Pai.

Um dos expoentes das duas associações "Amigos de Padre Franco" e "ÁfricaRafiki", anunciando a triste notícia da sua morte escreveu: "Apagou-se um dosmissionários mais ativos e históricos do Instituto Missões Consolata na África, ondetrabalhou por mais de trinta anos. Personagem de grande carisma que gastou aprópria vida no mundo dos deserdados. O seu carisma arrastou tantos a trabalhar emÁfrica ou pela África. O seu carisma conquistou-nos a todos".

Os seus restos mortais repousam no cemitério de Tiarno de Sopra.P. Ernesto Tomei, imc

Nota: Para evitar tornar demasiadamente voluminoso o presente Boletim Oficial, a memória dos confrades falecidos depois de 1 de outubro será apresentada no próximo Boletim Oficial nº 152.

68