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Trimestral Nº 276 • 2016 Boletim Informativo dos Cooperantes

Boletim ormaInf tivo dos Cooperantes - lacticoop.pt · Do lado da oferta foram já tomadas medidas de controlo das quantidades ... esse desequilíbrio tem ... segurança e higiene

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Boletim Informativo dos Cooperantes

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Leite é Vida

No momento particularmente difícil que o sector do leite está a viver a nível global, há que continuar a desenvolver acções que possam contrariar o desajustamento entre a oferta e a procura do leite e produtos lácteos.

Do lado da oferta foram já tomadas medidas de controlo das quantidades produzidas, cujos resultados são hoje já bem evidentes na área de intervenção da Lacticoop. Do lado da procura importa contrariar a descida do consumo de leite e seus derivados.Há que encontrar a melhor forma de transmitir aos consumidores os benefícios resultantes do consumo do leite, evidenciando o seu alto valor nutritivo e os benefícios para a saúde e bem-estar das pessoas.

Organizações como a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), continuam a recomendar o consumo do leite e produtos lácteos e realçam a sua riqueza em nutrientes e o facto de fornecerem proteínas de alta qualidade e de fácil absorção, que podem beneficiar tanto as pessoas mais vulneráveis nutricionalmente como as pessoas saudáveis, quando consumidos em quantidades adequadas.O esforço que os produtores de leite e a indústria tem feito nas últimas décadas para apresentarem junto dos consumidores produtos de excelente qualidade e controlados sanitariamente desde a origem, justificam e merecem que se desenvolvam campanhas de informação objectiva junto do mercado de consumo, fazendo uma discriminação positiva relativamente aos produtos que alguns querem apresentar como bebidas alternativas ao leite.

No tempo que corre, o consumidor é muito exigente e gosta de estar bem informado, antes de tomar a sua opção de compra. Para a tomada de decisão entra em linha de conta com muitos factores e provavelmente o preço não será o mais decisivo.Assim, torna-se evidente que não basta continuar a baixar os preços do leite ao produtor e consumidor para se conseguir aumentar o seu consumo, porque desta forma estamos a desvalorizar permanentemente um produto nobre e completo e a comprometer a sobrevivência do sector no nosso país.Vamos todos beber mais um copo de leite por dia e contribuir para a afirmação do leite enquanto bem essencial para a vida humana.

Joaquim Cardoso(Presidente da Direção)

Editorial

A NÃO PERDER

Árvore do Mês - Palmeirapag. #4

Confraria Nacional do Leitepag. #6

O leite vai com todos!pag. #8

O Partopag. #10

Alltech Portugalpag. #12

Cogecapag. #16

Fertinagro Nutrientespag. #20

Flash Noticiaspag. #21

Ficha TécnicaBoletim Informativo Redacção:

Av. de Oita, 7 r/c - Apartado 923810-143 Aveiro - EC AVEIROTelef. 234 377 280Fax 234 377 281

Tiragem:850 Exemplares

Periodicidade:Trimestral

Depósito legal:217931/04

Recepção de anúncios:Todos os textos, publicidade e imagens devem ser entreguesaté ao dia 15 de cada Mês.

Colaboraram neste número:Diana CarvalhoFernandes da SilvaFernando TaveiraHelena BranquinhoHenrique MoreiraHerminio CatarinoIsmael MachadoMaria Antónia FigueiredoMário CupidoNuno Cardoso

Execução Gráfica:Creativelab, Branding StudioRua José Afonso 9, 3800-438 AveiroTlf.: 234 346 130 | [email protected]

ImpressãoLitoprintZona indust. 3 MarcosVale do Grou - Apartado343754-908 Aguada Cima-ÁGUEDATelef.: 234 600 330

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// LACTICOOP | ARVORE DO MÊS// LACTICOOP | ARVORE DO MÊS

V iveu ali um brasileiro. Casa apalaçada, típica da época de “torna viagem”. Duas palmeiras na frente preenchem o pouco espaço reservado a jardim. Estão lá para mais de 100 anos. Gostaram do terreno. Mais que as pobres varas

de videira que o primeiro proprietário, depois da primeira visita à sua terra, espetou frente à varanda da casita que mantinha nos arredores de S. Paulo. As palmeiras transportam-nos para paragens tropicais, praias paradisíacas, densas selvas, montanhas ou planuras desérticas. A sua elegância faz-nos sonhar. A sua robustez transmite-nos segurança. E de facto, é a estrutura arbórea que melhor suporta as intempéries de todos os tipos e intensidades.

“Também o deserto vem do mar.Não sei em que navio, mas foi desses lugares que chegaram ao

meu jardim as palmeiras.Com o sol das areias em cada folha,

na coroa o sopro ainda húmido das estrelas.”

(As Palmeiras – Eugénio de Andrade)

Nome vulgar: Palmeira

Família: Arecaceae

Género: Nesta família conhecem-se mais de 200géneros e 2500 espécies.

Características botânicas

Folhas: Completas, podem variar em tamanho de poucos

centímetros a mais de 12 metros. São normalmente pinadas ou palmadas com pecíolos longos e bainhas que envolvem os caules e apresentam espinhos em algumas variedades. Também na grande maioria dos géneros as folhas são marcescentes permanecendo fixas ao tronco muito tempo depois de mortas.

Flores: Agrupadas em grandes inflorescências axilares, paniculadas e protegidas por uma bráctea em forma de quilha e frequentemente lenhosa. As flores são pequenas e muito numerosas, curto-pediceladas ou sésseis e quase sempre unissexuadas. O androceu apresenta 6 estames em 2 séries de 3. O gineceu tem ovário súpero e tricarpelar.

Frutos: Em quase todas as espécies os frutos são constituídos por uma semente que pode ter o tamanho duma ervilha ou duma bola de futebol, revestida por fibras que podem ser duras como madeira ou marfim e macias e comestíveis como as das tâmaras.

Caule: Espique quase sempre simples, coroado por um penacho de folhas, cilíndrico, raramente ramificado, sem engrossamento secundário e pode apresentar-se na forma arbórea, arbustiva ou trepadora.

Perfil: Pode ter sido o contacto tardio dos povos europeus com esta família vegetal que os encantou com a sua originalidade, simplicidade e elegância. Hoje as palmeiras são elementos paisagísticos importantes, carismáticos nos destinos de férias tropicais mas muito presentes em todas as latitudes onde o seu cultivo é possível, tanto em espaços exteriores como interiores.

Muitas palmeiras são produtoras de alimentos e matérias primas cada vez mais presentes no nosso dia a dia. Do coqueiro (cocos nucífera) retiramos o leite e o óleo, a copra e durante a Segunda Guerra até a água retirada do fruto foi utilizada como agente hidratante em casos extremos e quando não estavam

PalmeiraÁrvore que nem é árvore

reunidas as condições para proceder a transfusões de sangue. O óleo de palma, com ampla utilização culinária e também com aplicações industriais, provém da trituração do fruto da palmeira dendê (Elaeis guineensis). A palmeira real ou imperial (Roystonea oleracea), património cultural em Cuba, para além da sua ampla utilização como elemento paisagístico de excelência, também é utilizada na produção de palmito para consumo em fresco e preparação de conservas. A tamareira (Phoenix Dactylifera) tem importância económica relevante nos países do norte de África onde o consumo de tâmaras é importante bem como a sua exportação para os mercados mundiais. Em todas as regiões tropicais são inúmeras as espécies de palmeiras utilizadas pelos nativos para extração de seiva para consumo em fresco ou depois de fermentada (vinho de palma) de paladar agradável e ligeiramente alcoólica. No Brasil são muito populares a palmeira buriti (Mauritia flexuosa) e a açaí (Euterpe oleracea) exploradas principalmente para a produção de seiva de que se preparam bebidas refrescantes e reconfortantes. A palmeira jarina (Phytelephas macrocarpa) envolve a semente com uma substância córnea, muito semelhante ao marfim e muito utilizada na confecção de botões, bijuteria e peças de artesanato. Das fibras da carnaúba (Copernicia cerífera) extrai-se uma cera que constitui uma excelente base para o fabrico de tintas, graxas, vernizes e

sabão.

Os espiques, sobretudo os de melhores dimensões e mais cilíndricos, são utilizados nas habitações rurais, pontões e outros tipos de construções. As folhas são desde sempre utilizadas em coberturas e confecção de artigos de artesanato. Os destinos turísticos têm sabido incorporar com êxito estes materiais nas construções e abrigos de praia. Mas por toda a Europa, sobretudo nas regiões mediterrânicas mais a sul, as palmeiras assumem particular interesse como elementos paisagísticos impares, utilizados regularmente nos parques públicos, ao longo de vias de comunicação e jardins privados. Frequentemente encontramo-las já em excesso, em espaços que melhor podiam suportar espécies autóctones. Paradoxalmente, na última década, esse desequilíbrio tem vindo a ser resolvido com a destruição de bastantes palmeiras, sobretudo a das canárias (Phoenix canariensis) que é também a mais frequente entre nós. Um pequeno escaravelho vermelho e com sólida armadura bocal (Rhynchophoruz ferrugineus) oriundo da Indonésia, tem acompanhado a expansão das palmeiras e na ausência de predadores naturais tem-se multiplicado rapidamente avançando de sul para norte. Nem sempre o recurso a aplicação de produtos químicos se mostra viável e a permanência no terreno de exemplares atacados e mortos acelera a infestação.

Não foi por causa do bicho que as autoridades polacas plantaram numa rotunda do centro de Varsóvia uma gigante palmeira metálica, obra de arte moderna de Joanna Rajkowska. Também não foi para alegrar os polacos nos longos e rigorosos invernos, transportando-os para paragens mais amenas. Tão só porque ali começa a rua de Jerusalem e a criação pretende apenas homenagear Israel, terra também de palmeiras.

Mário Cupido

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// LACTICOOP | ARVORE DO MÊS

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// LACTICOOP | ARVORE DO MÊS

// P.

Pioneer Hi-Bred Sementes de Portugal S.A.Campo Pequeno, 48 - 6º Esq. 1000-081 LisboaTel.: 217 998 030 - Fax: 217 998 050 - www.portugal.pioneer.com

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• Garante um pH fi nal mais baixo do Pastone.• Redução das perdas de matéria seca.• Reduz substancialmente o aquecimento do silo.

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®, SM, TM marcas comerciais e marcas de serviço DuPont, Pioneer o de seus respectivos proprietários. © 2015 PHII.

Teve lugar no passado dia 1 de Junho no Convento de Mafra o VI Capítulo de Entronização da CNL-Confraria Nacional do Leite.

Da lista dos Confrades Irmãos entronizados fizeram parte o Dr. Joaquim de Andrade Duarte Reis, médico veterinário e actual Presidente da Cooperativa Agrícola de Arouca, o nosso colaborador Dr. Manuel Ismael da Cruz Machado,

médico veterinário responsável pelo acompanhamento dos produtores de leite da Lacticoop na área da qualidade do leite, a Engª Diana Teresa Sintra de Carvalho, licenciada em Engenharia Biotecnológica e Mestre em Controlo de Qualidade e Toxicologia dos Alimentos, responsável pela gestão da produção, controlo de qualidade, segurança e higiene do trabalho e gestão ambiental nas empresas Germiplanta e Uziel de Carvalho Lda, e a Professora Ana Catarina Carvalho Nogueira, licenciada em Ciências do Desporto e Educação Física, Treinadora da Selecção Nacional de Ténis Feminino e jogadora de Padel, modalidade em que se sagrou pentacampeã nacional absoluta entre 2010 e 2014 e Campeã da Europa por selecções na holanda em 2015 e que não dispensa na sua dieta alimentar diária o leite e seus derivados.

Como Confrades de Honra foram entronizados o Senhor Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Dr. Luis Capoulas dos Santos, O senhor Presidente da Câmara Municipal de Mafra, Engº Hélder Silva e o senhor Engº Ângelo Correia.Foi ainda entronizado como Confrade de Mérito o Comendador Manuel dos Santos Gomes.

Terminada a cerimónia de entronização, seguiu-se apresentação do livro sobre a sobre a História do Leite e o dos Lacticínios em Portugal, intitulado “Leite e Lacticínios em Portugal- Digressões Históricas”. A edição desta obra foi promovida pela Confraria Nacional do Leite e é da autoria do Prof. Jorge Alves, com a colaboração do Dr. Sequeira de Medeiros e do Dr. Cotta Dias.

Depois do almoço que foi servido nos claustros da ala sul do convento e para terminar este evento, foi proporcionada uma visita guiada ao Convento de Mafra, organizada em grupos, que foi muito apreciada pelos Confrades.

Fernandes da Silva

Confraria Nacional do Leite

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// LACTICOOP | O LEITE VAI COM TODOS

O leite vai com todos! Leite. Esse alimento mal falado, mal fadado. Afinal o que é o leite? É tão somente o alimento mais completo do planeta. Porquê? Simples, ele tem quase todas as vitaminas que

precisamos para viver. Sim, quase… das 13 que existem só não tem vitamina C. Mas o leitor pode beber um copo de leite à ceia e comer uma laranja, descansado…. não morre e garante que ingere de forma natural as 13 vitaminas que necessita para o correto desempenho do seu organismo. É um mito, não existe nenhum inconveniente em juntar estes dois alimentos. Aliás, do ponto de vista nutricional, a laranja é rica em vitamina C e o leite é rico em cálcio.

Quando se juntam a nível digestivo a Vitamina C favorece a absorção do cálcio. Uma laranja consumida com leite ou outro derivado são uma combinação excelente, uma vez que não existe melhor forma de obter o cálcio necessário aos nossos ossos do que através da alimentação. Não consideramos aqui os suplementos alimentares, vulgo, comprimidos, como uma forma de alimentação, e caso, tenha a tentação de substituir alguns constituintes alimentares por comprimidos, saiba, que a sua absorção é muito inferior, senão, completamente ineficaz. Aliás, existem muitos alimentos que contém cálcio, em quantidades importantes, mas nenhum conjuga tão bem os elementos indispensáveis à sua correcta absorção como o leite. Só em alguns alimentos de origem animal existem cálcio e vitamina D, o leite garante a quantidade de cálcio necessária à ingestão diária. Poderemos nós obter o cálcio das hortícolas de folha escura, como sejam o bróculo e as couves? … sim, claro, podemos e devemos, são uma excelente fonte de fibras e são

uma boa fonte de cálcio, não possuem é vitamina D, essencial à absorção activa do cálcio.Mas para além de cálcio e vitamina D, o leite, combinado com a amiga improvável laranja, têm 19% da dose diária recomendada de Vitamina A, essencial para a visão. Se comeu creme de cenoura ao almoço, garante o aporte total desta vitamina. Juntos, laranja e leite, garantem 20% da dose diária de tiamina, essencial ao correcto desempenho do sistema nervoso e dos músculos, em especial do nosso músculo mais exigente, o coração. A riboflavina, essencial ao metabolismo das gorduras, açucares e proteínas é garantida em 28%. A falta desta vitamina pode provocar cansaço e falta de energia, dores de cabeça e enxaquecas. A riboflavina desempenha um papel significativo na produção de energia. Ajuda na conversão dos hidratos de carbono em açúcar, que alimenta as funções do corpo e também ajuda no processamento de aminoácidos e gorduras. Desempenha ainda um papel como antioxidante, que retarda o ritmo do envelhecimento, é sem dúvida uma vitamina que queremos ter por perto.

Mas sozinho, este alimento estrela consegue num só copo fornecer 69% da quantidade diária necessária de vitamina B12, responsável pela formação do sangue e pelo correcto desempenho do sistema nervoso. Convencido?

Bom, está na hora de ir buscar o seu copo de leite com laranja. E gordo, se faz favor! Tem energia e as vitaminas lipossolúveis, que só se encontram nas gorduras de origem animal, logo, se não quiser ingerir carne, este copo de leite é a única forma de obter as vitaminas lipossolúveis, ou então, vai ao comprimido. Tão completo e económico!

Fácil, não é? Já bebeu o seu copo de leite hoje?

DDR* Leite (200ml) Laranja (200mg) % DDRVitamina A(μg) 800 112** 40** 19Vitamina D (μg) 5 0,1** 0** 2Vitamina E (mg) 12 0,18** 0,48** 5,5Vitamina K (μg) 75 0,4 *** 0*** 0,5Vitamina C (mg) 80 0** 57** 71Tiamina (mg) 1,1 0,04** 0,18** 20Riboflavina (mg) 1,4 0,28** 0,10** 28Niacina (mg) 16 1,8** 0,14** 12Vitamina B6 (mg) 1,4 0,12** 0,20** 23Ácido fólico (μg) 200 2* 62** 32Vitamina B12 (μg) 2,5 1,72** 0** 69Biotina (μg) 50 2,35*** 0**** 4,7Ácido pantoténico (mg) 6 0,362 *** 0,25**** 10Potássio (mg) 2 000 160** 318** 24Cálcio (mg) 800 109** 70** 22Fósforo (mg) 700 77** 38** 16Magnésio (mg) 375 9** 22** 8Ferro (mg) 14 0,1** 0,4** 4Zinco (mg) 10 0,4** 0,2** 6

*DDR (dose diária recomendada – D.L nº 54/2010) * UHT gordo (Tabela de composição dos alimentos – Instituto nacional de saúde Dr. Ricardo Jorge) ***(USDA Nutrient Database) **** (www.traditionaloven.com)

Diana CarvalhoEngª BiotecnologaMestre em Controlo da Qualidade e Toxicologia dos Alimentos

O Leitevai com Todos!

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// LACTICOOP | O PARTO

O Parto

O parto não é um evento abrupto, que simplesmente representa o final do período de gestação. Na realidade é um acontecimento que se desenvolve gradativamente, acompanhado de modificações morfológicas

e funcionais da Fêmea Gestante, bem como do próprio feto, atingindo o seu ponto culminante na fase de expulsão do feto gerado, dando origem a uma nova vida.

Pode-se pois definir o Parto como:Processo fisiológico mediante o qual o útero gestante expulsa o feto e a placenta do organismo materno.A fêmea gestante necessita muito antes do parto de condições óptimas para que a fase final -Parto- tenha um bom desenlace.Assim, consoante a espécie animal, ou seja o seu período de gestação, deve-se atempadamente começar a preparação do animal para este evento tão importante.

Vou falar da Vaca;- Deve ser seca aos 7 meses de gestação, ou seja deve-se parar com a lactação. Para quê?- Descansar os órgãos produtores de leite, para uma adequada regeneração do tecido glandular (produtor de leite). É o melhor período para tratar mastites.- Permitir que as substâncias alimentares que comem se destinem em grande parte ao desenvolvimento do feto.- Permitir que as reservas orgânicas do animal sejam restabelecidas, depois de ter sofrido um período longo de grande exploração.- Não comprometer a lactação seguinte.Para isso é necessário:- Separar os animais na fase final da gestação dos restantes animais que estão em lactação. Evitam-se traumatismos e pode-se equilibrar o arraçoamento que é diferente do das vacas em lactação.- Nos últimos 6 a 10 dias da gestação devem ir para as boxes-maternidades.- Dar-lhes o maior conforto, higiene e calma possíveis - evitar

stress.Dar-lhes alimentação adequada a este período – rica em proteínas e sais minerais. A alimentação neste período deve ter em atenção a condição física que o animal apresenta.- Se muito magra, mais e melhor arraçoamento;- Se gorda, menos comida principalmente menos rica em energia. Evitar doenças metabólicas.

SINAIS DE APROXIMAÇÃO DO PARTO

- Nas 24 - 48 horas antes do parto as vacas quebram – relaxamento dos ligamentos sacro-ciáticos;- Músculos da garupa deprimidos;- Aumento do cavado do flanco;- Abdómen dilatado para baixo;- Edema da vulva (inchada);- Corrimentos vulvulares transparentes (limos);- Aumento rápido do volume do úbere e início da secreção látea (pré-colostro);

PARTO NORMAL

O parto propriamente dito tem duas fases:- Fase de Dilatação – Vai do início das contrações uterinas até ao rompimento das bolsas fetais. As contrações provocam a dilatação do cérvix e vagina. Dura na vaca 4 a 8 horas.- Fase de Expulsão – Vai do rompimento das bolsas fetais até à saída do feto. As contrações uterinas e abdominais produzem as dores.A duração do parto pode ir de 4 a 6 horas no primeiro parto e de 1 a 3 horas nos partos seguintes.Só nesta fase e só em situações estritamente necessárias é que se pode intervir.

Como?- Deve-se primeiro saber se a apresentação é normal. Com luvas e bastante gel introduz-se a mão na vulva e vagina para definir a posição do feto. Exceptua-se nestes casos a situação em que o feto apresenta à saída da vulva logo a ponta do focinho e as

pontas dos membros anteriores.- Se apresentar só as pontas dos membros deve-se definir se a posição do feto é anterior (frente) ou posterior (trás). Pode ter a cabeça fletida e julgarmos que a apresentação é posterior. Se fizermos logo a tração podemos piorar a situação, devido à maior flexão da cabeça.

Após sabermos que está tudo bem, podemos então ajudar o parto através de tração com ajuda de cordas.- As cordas não devem ser finas demais; - Cordas colocadas acima dos boletos;- Cordas em membros separados;- Só força humana ou material adequado;- Distribuição das forças – tração unilateral para diminuir o diâmetro do feto ao entrar no cérvix;- Proteger o períneo de possíveis lacerações;Em todo o processo do parto deve-se ter a maior higiene possível. Só assim se evitam posteriores patologias. Lavar a parte genital com solutos antissépticos e mãos e cordas bem lavadas.

PARTO PATOLÓGICO (ANORMAL)

Vou descrever várias situações:- O estado geral da parturiente é muito importante. Por exemplo, grande cansaço do animal por estar à longas horas em trabalho de parto distócico (anormal) sem ajuda.- Em primíparas os partos são sempre mais difíceis; - Condições de vida do feto. Se vivo, sempre melhor na facilidade do parto. Se morto ou em casos estremos já em necrose (morte prolongada), piora a situação.- Tamanho do feto. Se for grande é sempre mais difícil o parto. Nas primíparas a situação piora. Atenção aos cruzamentos. Em minha opinião as primíparas poderão ser cobertas de Jersey.- Condições de vida fetal. Quanto mais estreita pior. - Dilatação da vulva e vagina. Quanto mais dilatadas e lubricadas melhor.- Atonia uterina – falta de contração do útero.- Por fim a apresentação anormal do feto – distócias. Nestas situações só médico veterinário sabe como actuar. Respeito a experiência do produtor. - Apresento algumas distócias.

- A situação mais extrema da distócia é sempre a cesariana. Sempre que possível deverá ser evitada. Provoca grande traumatismo e pós operatória que requer muita atenção.- Grandes possibilidades de:- Aderências uterinas que vão impossibilitar nova gestação.- Peritonites, sempre graves e que levam a maior parte das vezes à morte. - Metrites graves de difícil tratamento.Tudo isto pós-cesariana leva grandes despesas e nem sempre compensadas com o futuro do animal. Estou a falar de casos extremos, não de uma cesariana que corra bem, o que penso que são a maior parte.Logo após o parto devemos ter em atenção o filho e a parturiente.

Cuidados com o filho logo após o nascimento:

- Estímulo da respiração;- Elevação da parte posterior.- Fricionamento vigoroso do dorso e parte pulmonar.- Água fria nas orelhas.- Respiração artificial.- Desinfecção umbilical com produtos iodados.- Dar o mais rapidamente colostro – até duas horas pós-parto.Cuidados com a parturiente pós parto:- Deixa-la descansar.- Verificar possíveis hemorragias e estancá-las.- Lesões ósseas ou ligamentares – descanso.- Lesões do períneo – sutura.- Verificação de mastites.- Ver se há hipótese de prolapso uterino – sutura da vagina.

Ismael Machado

Apresentação de algumas distóciasFetos em posições anormais

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Estratégias para reduzir o stress térmico em vacas leiteiras

As mudanças climáticas têm sido um problema crescente. O stress térmico é o resultado de

uma combinação da temperatura e humidade acima dos níveis superados pelos animais. A dificuldade das vacas leiteiras em superar o calor têm consequências para a sua saúde e produtividade sendo que conseguem tolerar certos aumentos na temperatura e humidade, desde que esses aumentos sejam apenas temporários. Cada vez mais têm sido estudados os limites de temperatura e humidade a partir dos quais as vacas podem sofrer stress térmico, e grande parte foi realizado nos Estados Unidos, onde os animais foram expostos a temperaturas mais elevadas. Concluiu-se então que os animais de climas tradicionalmente mais frios podem começar a sofrer efeitos fisiológicos adversos a temperaturas e humidade mais baixas do que as inicialmente previstas.

Efeitos biológicos comportamentais O stress térmico afeta principalmente a performance através da diminuição do consumo de ração, associado a uma ruminação reduzida que resulta numa menor produção do tampão natural, a saliva. A função ruminal reduzida e o decréscimo no consumo do alimento colocam o animal em risco de balanço energético negativo e acidose ruminal subaguda (SARA).

Embora as vacas leiteiras tenham métodos naturais para se refrigerarem como ofegar e babar (West, 2003), estes metódos são menos eficazes em ambientes quentes e húmidos o que é fácilmente perceptível pelo produtor. À medida que a situação piora, mesmo estas técnicas não são suficientes para que a vaca consiga baixar a sua temperatura corporal.

O stress térmico afeta principalmente a produção de leite e o percentual de gordura do leite bem como a redução de consumo de ração, o desempenho reprodutivo e, muitas vezes, o peso corporal. Se o stress térmico ocorrer antes da inseminação, é associado à diminuição da fertilidade nos bovinos, o que pode continuar depois das temperaturas baixarem. Os animais de alto rendimento são mais suscetíveis devido à maior produção de leite e ingestão de matéria seca (DMI) (West, 2003).

Os animais afetados vão tentar arrefecer-se, maximizando a área de superfície corporal exposta ao ar. Isto significa que irão optar por ficar de pé, ao invés de se deitarem o que pode ter implicações para a saúde tanto das patas como do úbere.

Estratégias de gestãoAs estratégias de gestão ambiental e nutricional podem ser usadas para enfrentar os desafios do stress térmico.

Estratégias ambientais Fornecer sombra suficiente, manter a refrigeração e uma boa ventilação (fluxo de ar) são os princípios básicos para combater o calor.

O arrefecimento é muitas vezes conseguido através da pulverização nos animais com uma névoa fina ou mais pesada tipo “spray” de água, mas isso requer uma boa ventilação a fim de ser eficaz. A redução do número de animais também é outro método simples que pode ser usado.

Estratégias nutricionais O objetivo principal do maneio nutricional durante o stress térmico é manter uma função ruminal saudável e estável proporcionando o fornecimento de nutrientes para limitar a situação de equilíbrio de energia negativo. O alcance deste objectivo é possível com:O fornecimento de alimentos altamente digestíveis (atenção particular à qualidade das forragens);A alimentação balanceada, mantendo uma relação segura concentrado/forragem (atenção particular à disponibilidade de proteína solúvel ao longo das 24 horas- OPTIGEN®Contrariando a baixa de ingestão de matéria seca (recomendação de uso de leveduras - YEASACC®

Quando a ingestão de matéria seca baixa é crucial que a vaca receba todos os nutrientes que necessita sendo comum aumentar a densidade de nutrientes nos alimentos. Deve ter-se em conta que ao adicionar o amido à ração para aumentar os requisitos de energia podemos ter mais acidoses. A adição de gordura é frequentemente útil para aumentar a parcela de energia da ração, mas a quantidade que pode ser usada é limitada. Deve-se utilizar apenas forragem de alta qualidade.

Convém lembrar que, com temperaturas mais altas, as forragens ensiladas terão uma menor “validade” pelo que a alimentação/forragem deve ser oferecida mais regularmente, procurando a sua frescura e aferindo se aquece ou não na manjedoura (particular atenção ao desenvolvimento de fungos e risco de micotoxinas- MYCOSORB A+®. Os requisitos de certos minerais (potássio, sódio e magnésio) que se perdem na transpiração, e a sua exsudação através da baba devem ser repostos através da dieta.

Um aspecto importante da dieta é a quantidade de proteína. Proteína em excesso pode aumentar as necessidades energéticas da vaca, que não é ideal quando a ingestão de matéria seca é reduzida. Adicionalmente, proteína em excesso pode levar a níveis de nitrogênio de uréia de sangue elevados acabando por afetar negativamente a fertilidade. Ao usar ingredientes com um perfil de aminoácidos essenciais equivalente ao do leite, permite a redução do aporte total de proteína bruta da dieta, aumentando a produção de proteína microbiana e, neste contexto, fornecer proteína by pass à ração pode ser uma boa estratégia para ajudar o animal a lidar com o stress térmico - RUMAGEN®

Produtos como o RUMAGEN® são uma fonte de proteína específica projetada para atender as exigências de nitrogênio da microflora ruminal através do fornecimento de ambos: nitrogênio não protéico (NPN), assim como peptídeos e aminoácidos. Isto reforça a atividade dos micróbios no rúmen

O programa ALLTECH PROTEIN MANAGEMENT ajuda a obter uma melhor relação custo-produção na dieta das vacas leiteiras, ao mesmo tempo que melhora a produção do leite e função do rúmen nos períodos de stress térmico. Forneça aos seus animais uma fonte de proteína e energia orientada para a saúde e a consistência no seu desempenho.

Há mais de 30 anos que a ALLTECH fornece soluções nutricionais aos produtores de todo o mundo, baseadas em tecnologias inovadoras como o RUMAGENTM.

E se pudesse aumentar a eficiência económica na dieta proteíca das vacas leiteiras?

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FERRAMENTAS DE LIMPEZA

Vassouras, raspadores, apanhadores, forquilhas, maneáveis e duradouras concebidas para uso intensivo.

Pontos fortes : Material profissional leve e muito resistente.

BEBEDOUROS PARA ESTÁBULO

LAC 5

Bebedouro em ferro fundido com válvula de nível constante e esvaziamento sem ferramentas. Existe em versão dupla: LAC 55.Pontos fortes : Solidez e fiabilidade.

LAC 10

Bebedouro sintético com válvula de nível constante, tampa em inox e esvaziamento sem ferramentas. Nova matéria mais rígida e sempre muito resistente.Pontos fortes : Económico e muito resistente.

F110 INOX

Bacia funda em inox com válvula em inox, tubo de pressão deflector de jacto anti-borrifos. Esvaziamento através de tampa de enroscar.Pontos fortes : Resistente às águas mais ácidas.Ligação possível em circulação (com kit opcional).

GV150 - GV230

Bebedouro inox multi-acessos. Esvaziamento por tampão de descarga de diam 100 mm Sistema “mãos secas”. Válvula de nível constante 72L/ Min. (em 3 bares) com ligação a 2 entradas. Bacia com rebordo anti-desperdício. Fixação mural ou de chão.Pontos fortes : Grande caudal. Possibilidade de distribuir a água do pré-arrefecimento (opção).Eficácia anticongelanteAté -20ºC com kit anticongelante (opção).

GAMA PORCINOX

Bacia inox, indeformável. Válvula inox com corte de água automático. Vários modelos que se adaptam à idade do suíno.Pontos fortes : Válvula inox de caudal regulável. Formato anti-desperdício: eficácia comprovada.

MA

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UALIDADEMATERIAL DE CRIAÇÃO ANIMAL

Exigem o original!

BABYLAB T

Bebedouro educativo em ferro fundido com válvula de tubo muito flexível, caudal regulável e T de ligação. Bacia adaptada à morfologia dos ovinos e caprinos. Uma pequena reserva de água incentiva o animal a fazer pressão no tubo.Pontos fortes : Válvula fácil de accionar.Ligação multi-direccional.Ligação possível em circulação.

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porque significa uma oferta maior de proteína microbiana, bem como ótima digestibilidade da dieta. O elemento by pass fornece proteína diretamente para o intestino delgado e tem o perfil ideal de aminoácidos para a produção de leite, representando mais economia de energia na dieta.

A reformulação da ração com RUMAGEN® também pode permitir o aumento da utilização de forragem, reduzindo assim o risco de acidoses sub-clínicas. Promovendo a função ruminal podemos aumentar a utilização de matérias-primas caseiras. Num ensaio de campo no norte da Itália, 200 vacas leiteiras tiveram as suas rações reformuladas para incluir RUMAGEN durante uma situação de stress térmico. As melhorias na produção de leite, bem como a percentagem de caseína no leite foram vistas com um retorno total do investimento de 3:1.

Concluindo, o stress térmico é um problema que afecta as vacas de alta produção para o qual devem ser tomadas medidas no sentido de o minimizar como as estratégias ambientas e nutricionais apresentadas acima. A utilização de RUMAGEN® pode reduzir o custo de energia de excesso de proteína, resultando em mais energia disponível para a produção e menor risco de baixa fertilidade para as vacas leiteiras.

Editado pelo departamente técnico Alltech Portugal, Engº André Oliveira. Texto originalmente criado por: Dr. Helen Warren

(Luis Miranda)

Contacto: 964 220 193

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Vende-se

Vendo Unifeed

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// LACTICOOP | COGECA

No passado dia 29 de Junho, a COGECA (organismo de cúpula do sector cooperativo europeu) promoveu em Bruxelas um Business Fórum sobre o setor do Leite na europa, o qual contou com a nossa participação enquanto oradores numa mesa redonda com quatro representantes de operadores cooperativos europeus.O evento foi muito participado, tendo contado com uma plateia superior a 70 participantes provenientes de Organizações ligadas à produção e à Indústria do sector lácteo europeu, assim como diversos observadores, sendo de destacar a presença de dois membros da Comissão Europeia.

Este Business Forum pretendeu analisar e debater a situação problemática em que se encontram os Produtores de Leite e as Cooperativas Agrícolas na Europa. O mercado da União Europeia (UE) passa actualmente por uma grave crise, com maior volatilidade e quedas nos preços de mais de 40 por cento em relação aos níveis de dois anos atrás. Por esta razão, é fundamental estimular o desenvolvimento das cooperativas leiteiras, já que contribuem para que os produtores recebam pelos seus produtos melhores preços e reduzam a sua volatilidade.

De Portugal participou como oradora, Daniela Brandão, Directora Financeira da Lacticoop, em representação da Confagri, que apresentou a situação do sector no contexto nacional, num debate cujo tema era “Os desafios das Cooperativas europeias no mercado global no contexto pós regime das quotas leiteiras”. Da Irlanda, Michael Hanley, CEO da maior Cooperativa daquele país, Lakeland Dairies, operador que recolhe e processa anualmente mil milhões de litros de leite com exportações para 77 países. De França, Frédéric Rostand, CEO da Sodiaal, maior cooperativa francesa e uma das maiores da UE, a qual fatura anualmente 5 mil milhões de euros e processa 4,7 mil milhões de litros de leite (mais d o dobro da produção nacional). E, finalmente, Elli Siltala, Vice-Presidente Executiva da Cooperativa finlandesa Valio, uma União de 17 cooperativas leiteiras, com

uma faturação de 2 mil milhões de euros e que exporta para 55 países, tendo sidoi pioneira no lançamento de produtos sem lactose no mercado global. Este debate foi moderado por um representante do Rabobank, instituição financeira líder mundial no segmento do agro-negócio.

O painel permitiu a exposição de realidades muito distintas a nível europeu, nomeadamente a visão acerca das oportunidades de crescimento do sector a nível doméstico e global, possibilidades de fusões/aquisições a nível de cada país ou eventualmente uma maior cooperação entre cooperativas de vários Estados-membro, da necessidade de um maior ou menor controlo da oferta de leite e da importância da inovação na consolidação da posição dos operadores europeus a nível global.

Um aspeto transversal e que mereceu também a atenção dos

oradores foi a relação entre as Cooperativas e os seus membros, numa altura de grande volatilidade do preço do leite e em que há necessidade de definir as melhores estratégias visando um rendimento sustentável dos produtores.

Na nossa intervenção foram explanados diversos pontos, dos quais destacámos a importância de compreender as causas do atual desequilíbrio de mercado não só pelo lado do excesso da produção verificado a nível europeu mas, essencialmente, da necessidade de manter uma procura doméstica forte que sustente o sector lácteo. A redução do consumo verificada em alguns países, nomeadamente Portugal e Espanha, é preocupante para o sector, nomeadamente na categoria do leite líquido. Nos últimos anos, o consumo anual de leite per capita em Portugal passou de de 84,7 kg (2009) para 78,5 kg (2014). Em Espanha este decréscimo foi mais acentuado, apresentando uma redução do consumo per capita de 90,5 kg (2009) para 79,8 kg (2014). Estes valores de consumo, estão muito abaixo dos registados em alguns países europeus como é o caso do Reino Unido que aumentou o consumo per capita nesta categoria de produto de

104 kg (2009) para 108,4 kg (2014).

Aproveitamos a oportunidade de participar como oradores neste fórum para apelar à necessidade de promover campanhas de informação a nível europeu sobre os benefícios do consumo do leite numa altura em que o consumidor moderno procura cada vez mais produtos naturais e saudáveis, sendo o leite um produto que se enquadra nesta tendência de consumo, desde que o consumidor esteja devidamente informado. É importante esclarecer o consumidor através de estudos científicos que evidenciam as propriedades positivas do leite e ao mesmo tempo aproximar o consumidor às origens do produto para reforçar a sua perceção quanto à qualidade e segurança alimentar no processo de produtivo.

Foi também defendida uma maior integração do mercado ibérico. Uma maior cooperação entre os dois países poderia ser muito positiva para o futuro do sector em contraponto com a posição de alguns operadores espanhóis que informalmente têm bloqueado a entrada de matéria-prima portuguesa nas fábricas espanholas. A defesa do sector leiteiro (português ou espanhol) passa por implementar estratégias que permitam deter uma posição forte no mercado e só é possível se formos competitivos e capazes de procurar formas de aumentar essa competitividade. Ser competitivo é o meio para garantir a sustentabilidade do sector.

Foram apresentados os mecanismos de controlo da produção implementados pelas cooperativas no caso francês e português. A Sodiaal foi pioneira na utilização de contratos entre a produção e a indústria com dois escalões de preços diferentes que permitissem a adaptação da produção ao fim do sistema de quotas. A Lacticoop apresentou o mecanismo de controlo de produção implementado no final do segundo semestre de 2015, destacando o caracter temporário deste tipo de instrumento e a necessidade de uma política comunitária clara que defenda o sector leiteiro europeu dos efeitos negativos da volatilidade excessiva no mercado

LACTICOOP PARTICIPA NO BUSINESS FÓRUM DA COGECA

Oradores do Business Fórum com Moderadores e Dirigentes da Copa – Cogeca Delegação Portuguesa (Fernando Cardoso, Daniela Brandão, Maria Antónia Figueiredo e Isabel Basto

Aspecto da plateia

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FERTINAGRO é uma das empresas espanholas e a única aragonesa que participa em TOP-REF

FERTINAGRO NUTRIENTES, participa num projecto europeu para ser mais eficiente e sustentável.

A Fertinagro é uma das empresas espanholas e a única aragonesa que participa em TOP-REF, um projecto europeu que procura aumentar a eficiência e a competitividade das indústrias no uso dos recursos.

A colaboração, que começou em Janeiro de 2014 e que se prolonga até Julho de 2017, conta com 10 entidades de 5 países distintos (França, Alemanha, Dinamarca, Portugal e Espanha) e visa o trabalho conjunto com todos os parceiros para fazer frente a alguns dos maiores desafios com que se debate a União Europeia, dentro e fora do sector energético.

Conjuntamente com a Fertinagro, trabalham grandes empresas, centros de investigação espanhóis e internacionais e algumas PME´S, com quem durante os 42 meses de trabalho se reúne de forma habitual e periódica para estudar a evolução do projecto e traçar objectivos de trabalho no curto prazo.

O projecto, liderado pelo Centro de Investigação de Recursos e Consumos Energéticos (CIRCE), procura reduzir o consumo de energia, água, emissões de CO2 e matérias primas de forma significativa, ajudando a alcançar os objectivos definidos pela Associação Industrial Europeia (SPIRE), de reduzir o uso de matérias primas não renováveis em 20% e as fontes de energia fóssil em 30%.

Pela sua parte, a Fertinagro encarrega-se de aplicar as poupanças energéticas no processo fabril de produção de fertilizantes, para optimizar as suas principais unidades de produção. Os resultados deste projecto, permitirão à Fertinagro estabelecer uma maior automatização das suas fábricas de granulação para procurar a maximização dos seus processos produtivos, alcançando desde logo os objectivos gerais de TOP-REF, quanto à diminuição do uso de matérias primas não renováveis e fontes de energia.

Desta forma, conseguiremos ser a empresa de fertilizantes pioneira nos ajustes dos diferentes processos meio-ambientais, económicos e de uso dos recursos disponíveis, que balizam a metodologia para avaliação e tomada de decisões da políticas industriais e meio-ambientais na União Europeia.

Este é um feito que, sem lugar a dúvidas, se traduzirá para a Fertinagro num melhor ajuste à economia global e, por conseguinte, no preço final dos fertilizantes do grupo.

Flash

EnquadramentoFoi publicada em 25 de Maio a portaria nº 152/2016 relativa ao “Desenvolvimento local” previsto na arquitetura do PDR 2020 correspondente à abordagem LEADER. Este tipo de abordagem visa apoiar a execução de estratégias locais integradas e multissectoriais de desenvolvimento local destinadas a territórios rurais sub-regionais específicos, promovidas pelas comunidades locais, através de grupos de ação local (GAL). Neste contexto esta portaria prevê o apoio a possibilidade de submissão de candidaturas aos pequenos investimentos na exploração agrícola e aos pequenos investimentos na transformação e comercialização de produtos agrícolas.

Pequenos Investimentos na Exploração Agrícola

1 – BeneficiáriosPodem beneficiar do apoio previsto as pessoas singulares ou coletivas que exerçam atividade agrícola.

2 – Critérios de elegibilidade dos beneficiários Encontrarem-se legalmente constituídos;Cumprirem as condições legais necessárias ao exercício da atividade;Terem a situação tributária e contributiva regularizada;Terem a situação regularizada em matéria de reposições no âmbito do financiamento FEADER e FEAGA, ou terem constituído garantia a favor do IFAP;Não terem sido condenados em processo-crime por fatos que envolvam disponibilidades financeiras no âmbito do FEADER e do FEAGA;Deterem sistema de contabilidade organizada ou simplificada, nos termos da legislação em vigor;Terem recebido pagamentos diretos de valor igual ou inferior a 5.000 euros e não terem atingido um volume de negócios superior a 50.000 euros, no ano anterior ao da apresentação da candidatura;Exercerem atividade agrícola há mais de um ano ou serem jovens agricultores em primeira instalação, com candidatura aprovada ao abrigo da ação n.º 3.1 «Jovens Agricultores» do PDR 2020, estabelecida pela Portaria n.º 31/2015 de 12 de fevereiro, ou ao abrigo da respetiva norma de transição; Terem domicílio fiscal num dos concelhos abrangidos pela área geográfica correspondente ao território de intervenção do GAL ou nos concelhos limítrofes.

3 – Critérios de elegibilidade das operações Podem beneficiar do apoio previsto os projetos de investimento que reúnam as seguintes condições:Tenham um custo total elegível, apurado em sede de análise,

igual ou superior a 1.000 euros e inferior ou igual a 40.000 euros;Incidam na área geográfica correspondente ao território de intervenção do GAL;Tenham início após a data de apresentação da candidatura;Apresentem coerência técnica, económica e financeira; Cumpram as disposições legais aplicáveis aos investimentos propostos, designadamente em matéria de licenciamento;

4– Despesas elegíveis São elegíveis para o presente apoio as seguintes despesas:Despesas relacionadas com a construção e melhoramento de bens imóveis, nomeadamente:Preparação de terrenos;Edifícios e outras construções diretamente ligados às atividades a desenvolver;Adaptação de instalações existentes relacionadas com o investimento;Plantações plurianuais;Instalação de pastagens permanentes, nomeadamente operações de regularização e preparação do solo, desmatação e consolidação do terreno;Sistemas de Rega;Despesas de consolidação, durante o período de execução da operação;Compra ou locação de bens imóveis, designadamente:Máquinas e equipamentos novos, incluindo equipamentos de prevenção contra roubos;Equipamentos de transporte interno, de movimentação de cargas, e as caixas e paletes com duração de vida superior a um ano;Equipamentos visando a valorização dos subprodutos e resíduos da atividade;Despesas gerais nomeadamente no domínio da eficiência energética e energia renováveis, software aplicacional, propriedade industrial, diagnósticos, auditorias, planos de marketing e branding e estudos de viabilidade, acompanhamento, projetos de arquitetura, engenharia associados aos investimentos, até 5% do custo elegível aprovado das restantes despesas.

5 – Tipo de ApoioOs apoios são atribuídos sob a forma de subsídio não reembolsável até ao limite máximo de 25.000 euros de apoio por beneficiário, durante o período de programação.

6 – Taxas de ApoioAs taxas de apoio a conceder, por beneficiário, são os seguintes:50% do investimento total elegível nas regiões menos

Pequenos investimentos

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desenvolvidas e nas zonas com condicionantes naturais ou outras específicas;40% do investimento total elegível nas outras regiões.Pequenos Investimentos na Transformação e comercialização de produtos agrícolas

1 – BeneficiáriosPodem beneficiar dos apoios previstos pessoas singulares ou coletivas que se dediquem à transformação ou comercialização de produtos agrícolas.

2 – Critérios de elegibilidade dos beneficiários Encontrarem-se legalmente constituídos;Cumprirem as condições legais necessárias ao exercício da atividade;Terem a situação tributária e contributiva regularizada;Terem a situação regularizada em matéria de reposições no âmbito do financiamento FEADER e FEAGA, ou terem constituído garantia a favor do IFAP;Não terem sido condenados em processo-crime por fatos que envolvam disponibilidades financeiras no âmbito do FEADER e do FEAGA;Deterem sistema de contabilidade organizada ou simplificada, nos termos da legislação em vigor;Terem recebido pagamentos diretos de valor igual ou inferior a 5.000 euros e não terem atingido um volume de negócios superior a 50.000 euros, no ano anterior ao da apresentação da candidatura;Possuírem situação económica e financeira equilibrada, com uma autonomia financeira (AF) pré-projecto igual ou superior a 20 %, devendo o indicador utilizado ter por base o exercício anterior ao ano da apresentação da candidatura; Terem domicílio fiscal num dos concelhos abrangidos pela área geográfica correspondente ao território de intervenção do GAL ou nos concelhos limítrofes.Obriga-se a que o montante dos suprimentos ou empréstimos de sócios ou acionistas, que contribuam para garantir o indicador referido na alínea anterior, seja integrado em capitais próprios, até à data de aceitação da concessão do apoio.

3 – Critérios de elegibilidade das operações Podem beneficiar do apoio previsto os projetos de investimento que reúnam as seguintes condições:

Se enquadrem num dos sectores industriais identificados no anexo III da presente portaria, da qual faz parte integrante, ou se insiram no âmbito da comercialização dos produtos desses sectores ou de produtos agrícolas;Se situem na área geográfica correspondente ao território de intervenção do GAL;Tenham um custo total elegível igual ou superior a 10.000 euros e inferior ou igual a 200.000 euros;Contribuam para o desenvolvimento da produção ou do valor acrescentado da produção agrícola, com a devida demonstração na memória descritiva; Assegurem, quando aplicável, as fontes de financiamento de capital alheio;Evidenciem viabilidade económica e financeira tendo a atualização como referência a taxa de refinanciamento (REFI) do Banco Central Europeu, em vigor à data de submissão da candidatura;Tenham início após a data de apresentação da candidatura;

Apresentem coerência técnica, económica e financeira;Cumpram as disposições legais aplicáveis aos investimentos propostos, designadamente em matéria de licenciamento.

4 – Despesas elegíveis São elegíveis para o presente apoio as seguintes despesas:Despesas relacionadas com a construção e melhoramento de bens imóveis, nomeadamente:Vedação e preparação de terrenos;Edifícios e outras construções diretamente ligados às atividades a desenvolver;Adaptação de instalações existentes relacionadas com o investimento;Compra ou locação de bens imóveis, designadamente:Máquinas e equipamentos novos, incluindo equipamentos informáticos;Equipamentos de transporte interno, de movimentação de cargas, e as caixas e paletes com duração de vida superior a um ano;Caixas isotérmicas, grupos de frio e cisternas de transporte, bem como meios de transporte externo, quando estes últimos sejam utilizados exclusivamente na recolha e transporte de leite até às unidades de transformação;Equipamentos sociais obrigatórios por determinação da lei;Automatização de equipamentos já existentes na unidade;Equipamentos não diretamente produtivos, nomeadamente equipamentos visando a valorização dos subprodutos e resíduos destinados à produção valorização energética e equipamentos de controlo da qualidade;Despesas gerais nomeadamente no domínio da eficiência energética e energia renováveis, software aplicacional, propriedade industrial, diagnósticos, auditorias, planos de marketing e branding e estudos de viabilidade, acompanhamento, projetos de arquitetura, engenharia associados aos investimentos, até 5% do custo elegível aprovado das restantes despesas.

Tipo de Apoio

Os apoios são atribuídos sob a forma de subsídio não reembolsável até ao limite máximo de 150.000 euros de apoio por beneficiário, durante o período de programação.

Taxas de apoio

As taxas de apoio a conceder, por beneficiário, são os seguintes:45% do investimento total elegível nas regiões menos desenvolvidas e nas zonas com condicionantes naturais ou outras específicas;

35% do investimento total elegível nas outras regiões.

Para além do descritivo a presente portaria congrega ainda legislação referente à diversificação de actividades na exploração agrícola, à promoção de produtos locais de qualidade, cadeias curtas e mercados locais e renovação de aldeias. O descritivo das premissas de submissão de candidaturas estará disponível na próxima edição da revista. Toda a informação disponível em www.pdr-2020.pt

Maria Antónia Figueiredo/Helena Branquinho

// LACTICOOP | CONFAGRI

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