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SALESIANO Boletim BRASIL Ano 60 – N o 6 – novembro-dezembro de 2010 É tempo de preparar a chegada do Senhor

Boletim Salesiano

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SALESIANOBoletim brASIL

Ano 60 – No 6 – novembro-dezembro de 2010

É tempo de preparar

a chegada do Senhor

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umárioS Ano 60 – No 6 – novembro-dezembro de 2010

Natal ...............................................................................O Natal e o tempo litúrgico 5

Juventude ..........................................................A vida dos jovens na América Latina 8

Comunicação ................................................ Caminhar junto com a geração internet 10

Educomunicação ........................................................ Polos realizam encontros 13

Entrevista ........................................................ Formação e informação de qualidade 14

Página do Leitor ....................... Ex-alunos salesianos de Goiânia mantêm centro juvenil 19

Salesianidade ....................................... Quatro séculos de Espiritualidade Salesiana 20

O Evangelho aos jovens ..................................................A aparente derrota 2216História ............................... Museu resgata importância dos salesianos na história do Brasil 24

Notícias ....................................................................................................... 25

Mural dos Jovens ....................................................................................................................... 31

MissõesO olhar missionário dos jovens salesianos 16

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Expediente Editorial

Boletim Salesiano – Revista Bimestral – Ano 60Nº 6 – Novembro/Dezembro de 2010Tiragem: 102 mil exemplares

Diretor GeralPe. Nivaldo Luiz Pessinatti

Conselho EditorialPe. Ailton A. dos Santos (São Paulo – SP)Pe. Gildásio Mendes (Campo Grande – MS)Pe. Gilberto Silva (Recife – PE)Pe. Tarcizio Paulo Odelli (Porto Alegre – RS)Ir. Maike Loes (Porto Alegre – RS)Ir. Maria Helena Moreira (Belo Horizonte – BH)Ir. Maria do Socorro Tabosa (Recife – PE)Ir. Silvania Cássia Pereira (São Paulo – SP)

EditoraAna Cosenza – MTb 25.847E-mail: [email protected]

SecretariaAna Paula Santana e Juliana Campos

RevisãoDenise Katchuian Dognini

Projeto gráficoLuciene Cardoso – MTb 32.182 E-mail: [email protected]

Foto de capaSXC

Redação/AdministraçãoCisbrasilW3 Sul, Quadra 506, Bloco B, lojas 65/6670350-525 – Brasília – DFFone: (61) 3214-2300E-mail:[email protected] Home page: www.boletimsalesiano.org.br

ImpressãoEGL – Editores Gráficos LtdaAvenida Professor Magalhães Penido, 1.011 São Luiz – Belo Horizonte - MGE-mail: [email protected] Site: www.lastro-egl.com.br

O Boletim Salesiano, fundado por Dom Bosco em 6 de fevereiro de 1877, atualmente é publicado no mundo todo em 55 edições e 29 línguas, com tiragem anual estimada em mais de 10 milhões de exemplares no total. Alemanha, Argentina, Austrá-lia, Bélgica (em flamengo), Boêmia, Bolívia, Bra-sil, Canadá, Chile, China, Coréia do Sul, Croácia, Equador, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Esta-dos Unidos-Leste, Estados Unidos-Oeste, Filipi-nas, França, Grã-Bretanha, Guatemala, Holanda, Hungria, Índia (em inglês, malaio, tamil, talegu, si-nhala e hindi), Irlanda, Itália, Japão, Lituânia, Mal-ta, México, Moçambique, Paraguai, Peru, Polônia, Portugal, Uruguai, Santo Domingo e Tailândia são alguns dos países a publicarem edições nacionais do Boletim Salesiano.

O Boletim Salesiano reserva-se o direito de condensar/editar as matérias enviadas como colaboração. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista, sendo de total responsabilidade de seus autores.

Humanismo otimista: a dimensão salesiana do mistério da encarnação

Saboreando o clima natalino, anualmente renovado pela liturgia cristã, a Família Salesiana tem motivos de sobra para sentir-se muito confortável e alimentada pela riqueza espiritual que nasce do mistério da encarnação.

O inspirador e fundador da Família Salesiana buscou em São Francisco de Sales os fundamentos espirituais para expressar sua irrefutável crença na humanidade.

Desde muito pequeno, “sonhava” com uma humanidade carregada de felicidade e de alegria.

Essa convicção, vivida na simplicidade do lar materno, foi sendo apro-fundada e intensamente assumida no decorrer de sua convivência com os adolescentes e jovens marcados pela miséria e pela violência.

O que fazer em favor desses jovens portadores de marcas profundas e negativas, geradas pela situação de marginalização? Assim desvaloriza-dos, esses jovens não tinham motivos para acreditar em ninguém...

A desconfiança era (e continua sendo) a principal estratégia utilizada por aqueles a quem foram subtraídas as indispensáveis experiências de afeto e amor.

E Dom Bosco entendeu esse jogo do coração.Se de fora não poderia vir a recuperação, pois o cristal da confiança

estava quebrado, só restava buscar a solução dentro do coração desses jovens. Foi este o caminho utilizado por Dom Bosco: acreditar que dentro do coração de cada jovem pulsam sentimentos e legítimas aspirações de felicidade. E como fazer isto?

A resposta é oportunizar aos jovens uma autêntica experiência de auto-confiança : “Gostar do que os jovens gostam”, pois assim eles experimen-tarão o gosto de serem valorizados. Essa foi a prática constante de Dom Bosco.

Para o pai e mestre da juventude essa crença não se fundamentava apenas em sucessos sociologicamente verificáveis. Ele estava convencido de que o mistério da encarnação é a maior prova de que Deus gosta e acredita na hu-manidade. Essa certeza conduzia seus passos para encontrar Deus no cora-ção dos jovens, devolvendo-lhes a autoconfiança, nos outros e no Criador.

O mistério da encarnação indica a confiança de Deus na humanidade: e por que duvidar, então, da possibilidade de bondade ou de conversão dos jovens?

Para Dom Bosco e seus discípulos e discípulas, o otimismo humanista continua sendo a crença que motiva sua missão evangelizadora juvenil.

Aviso aos navegantes: a Família Salesiana reafirma, deseja e acredita em um Feliz Natal para todos!

Pe. Nivaldo Luiz PessinattiDiretor do Boletim Salesiano/Brasil

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N atal

Da mesma forma como na litur-gia há o ciclo da Páscoa, temos

na liturgia o Natal e o seu ciclo. A preparação para o Natal é o tempo do Advento – que quer dizer che-gada – no qual a Igreja revivencia a longa espera da humanidade pelo Messias. São quatro domingos,

quatro semanas de Advento. O Advento nos prepara para

as duas chegadas do Senhor. Os primeiros dias do Ad-vento nos preparam para

a chegada definitiva, que acontecerá no final dos tempos. E, nos nove dias que antecedem imediatamente o dia 25 de de-zembro, o tempo do Advento nos prepara para a comemora-ção da primeira vinda aconteci-da em Belém. Em cada domin-go temos a companhia de um personagem bíblico, para nos

ajudar nessa espera. O primeiro personagem é o

profeta Isaías. Tendo vivido sete séculos antes de Jesus Cristo, me-lhor do que ninguém Isaías pressa-gia os tempos futuros e apresenta o Messias vindo não só para o Povo

O Natal e o tempo litúrgicoO ano civil começa no dia 1o de janeiro. Já o ano litúrgico começa com o primeiro domingo do Advento, que é o tempo de quatro semanas que prepara o Natal.

Ailton Antonio dos Santos

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Escolhido de Israel, mas para toda a humanidade. O segundo perso-nagem é João Batista, figura muito incômoda na época, e que continua sendo também agora. Como esta-mos em uma sociedade bastante materialista, em que a própria festa do Natal é confundida com gastan-ça e consumo, a figura severa de João Batista se coloca na contra-mão de tudo isso, e vem nos ques-tionar profundamente sobre o que para nós deve significar preparar-nos para a chegada de Cristo.

O terceiro personagem é Maria, que esperou a chegada do Senhor tendo-o no ventre. Vivemos em uma época cheia de atrações, de estímulos externos, de ruídos. Que esforços precisamos fazer para nos interiorizarmos nessa espera?

Para ajudar-nos a visualizar es-ses quatro domingos de espera, há o costume da coroa do Advento, feita de ramos entrelaçados com quatro velas, que vão sendo acesas progressivamente. Quem acende a vela diz que está atento, à espera.

Na vida do dia a dia, o tempo de Natal se caracteriza por corre-ria, preparação da festa, compra de presentes. Vendo melhor, aí está uma coisa rica de significado: dar presentes por ocasião do Natal é re-petir o gesto dos magos do Oriente, que reconheceram naquele Menino o Salvador. Hoje, presentear al-guém no Natal significa reconhe-cer nessa pessoa a presença viva de Deus. Convenhamos, não é pouco.

Continuidade – A culminância desse tempo é o Natal, no dia 25 de dezembro. Mas o Natal é tão gran-de que não cabe em um dia só. Por isso, a liturgia prolonga sua celebra-ção. No primeiro domingo depois do Natal, se celebra a festa da Sa-

A história do presépioFoi no ano de 1223, na floresta de Greccio, em Assis, que o irmão

Francisco – depois chamado “São Francisco de Assis” – inventou de fazer um presépio vivo na véspera do Natal. Ele fez transportar uma manjedoura, um boi e um burro, para explicar mais facilmente o Natal às pessoas comuns, que eram simples camponeses e não con-seguiam entender a história do nascimento de Jesus. São Francisco morreu dois anos depois, mas os frades franciscanos mantiveram o costume de montar o presépio, com figuras de barro.

Esse costume foi se espalhando por igrejas, catedrais e mosteiros de toda a Europa, durante a Idade Média. No Brasil, em 1552, por obra do padre José de Anchieta, o presépio foi apresentado pela primeira vez aos índios e colonos portugueses.

Na cidade de São Paulo, no Mosteiro da Luz, junto à capela de São Frei Galvão e do Museu de Arte Sacra, há o Museu dos Presé-pios, com 130 exemplares provenientes de quatro continentes. Os materiais utilizados são os mais variados: madeira, metal, cabaça, terracota, palha, isopor, tecido. Entre eles, destaca-se o Presépio Na-politano, do século XVIII, formado por 1.620 peças.

É interessante observar que muitas das cenas nesses presépios nada têm que ver com o ambiente em que nasceu Jesus, mas re-tratam o cotidiano do lugar em que o presépio foi construído. Infiel como retrato da época de Cristo na Terra Santa, esse tipo de presé-pio acaba acertando plenamente a intenção de um Deus que, ao se encarnar, quis ser em tudo igual ao homem, exceto no pecado.

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grada Família: Jesus, Maria e José. Oito dias depois do Natal, em 1o de janeiro, se celebra a Festa de Maria, a Santa Mãe de Deus. E 6 de janeiro é a Festa da Epifania, popularmen-te chamada de Dia dos Santos Reis. É a solene manifestação de Cristo como Salvador para todos os povos, ali representados pelos estrangeiros magos do Oriente.

Os presentes que eles trazem ao Menino Deus (ouro, incenso e mirra) são uma profissão de fé. O ouro significa que o Menino é Rei. O incenso, que ele é Deus. E a mirra, erva aromática com a qual se ungiam os corpos dos que mor-riam, significa que ele é Homem, e, como tal, vai experimentar a sepul-tura. Para nós, que nos considera-mos religiosos, a figura dos magos vem nos ensinar que muita gente que achamos estar distante, está mais atenta aos sinais de Deus que nós mesmos.

Se prestarmos atenção, nesse tempo todo Jesus Cristo vai sen-do apresentado. No Natal, ele é apresentado primeiro aos pasto-res, depois ao Templo, aos magos do Oriente. E essas apresentações continuam. No último domingo do tempo de Natal, conforme o ano litúrgico em andamento, Jesus é apresentado por João Batista aos próprios discípulos: “Eis o Cordei-ro de Deus!”, ou, em outro ano li-túrgico, é apresentado pelo próprio Pai Eterno, na festa do Batismo de Jesus: “Este é o meu Filho bem- -amado. Ouvi-o!”

Padre Ailton Antonio dos Santos, SDB, é diretor-presidente da Editora Salesiana e responsável pela Comunicação na Inspetoria Salesiana de São Paulo.

Por que o Natal é celebrado em 25 de dezembro?

O núcleo da mensagem cristã, o chamado quérigma, é que Cristo por nós morreu e por nós ressuscitou. Disso decorre que, do ponto de vista teológico e litúrgico, o centro do ano litúrgico é a Páscoa e não o Natal.

Assim, nem sempre houve uma data para a celebração do nasci-mento de Jesus. Quando o Natal começou a ser celebrado, a data oscilou entre o dia 20 de maio, 10 de janeiro e 6 de janeiro. A festa da Epifania, popularmente chamada de Dia dos Reis, é mais antiga que a festa do Natal e há uma explicação para isso. Na Epifania se mostra a missão de Jesus: ele vem como Salvador de todos os povos da terra, representados ali pelos magos, ou, em outras traduções, sábios vindos de terras estrangeiras.

E como se chegou à data de 25 de dezembro para o Natal? Muito provavelmente, sua origem é pagã. O imperador romano Aurélio tinha estabelecido a festa do “nascimento do Sol vencedor” no sols-tício de inverno, isto é, no momento em que o sol, depois de ter baixado o máximo no horizonte e ter permanecido menos tempo no céu durante o dia, começa de novo a ganhar força. Os cristãos de Roma, no século IV, situaram nessa festa a celebração do nascimento de Jesus, para dizer que é Cristo o verdadeiro sol que ilumina a todos os que vêm a este mundo.

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Sob o lema “Caminhemos com Jesus para dar vida a nossos po-

vos”, cerca de 700 delegados, em sua maioria jovens, participaram do III Congresso Latino-America-no da Juventude (CLAJ), realizado em Los Teques, na Venezuela, nos dias 5 a 12 de setembro. O evento foi organizado pelo Conselho Epis-copal Latino-Americano (Celam), em parceria com a Conferência Episcopal da Venezuela e com as Pastorais Juvenis de toda a Amé-

rica Latina e Caribe, e teve como objetivo “revitalizar o caminho da pastoral juvenil na vida dos jovens, começando pelo encontro pessoal e comunitário com Jesus e com o seu projeto, para se comprometer no discipulado missionário como es-tilo de vida, na transformação dos nossos povos”.

O Congresso dedicou a primeira parte dos trabalhos à apresentação dos principais desafios que se co-locam à Pastoral Juvenil Latino-

-Americana (PJL), dividindo-os em cinco áreas: as culturas juvenis, as estruturas que condicionam a vida dos jovens, tecnologia e comuni-cação, ecologia e desenvolvimento sustentável, e o sentido do sagrado e espiritualidade.

Os dias seguintes foram consa-grados a debater os paradigmas fun-damentais que orientam o caminho da PJL. A reflexão recorreu às ciên-cias sociais, às Sagradas Escrituras, ao Documento de Aparecida do Celam e a uma panorâmica histórica sobre aquilo que já se realizou.

Da delegação brasileira, com-posta por cerca de 60 pessoas, fize-ram parte os bispos salesianos dom Eduardo Pinheiro, responsável pelo setor Juventude da Conferên-cia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e dom Antonio Carlos Al-tieri, além de padres Salesianos de Dom Bosco, irmãs Filhas de Maria Auxiliadora e jovens pertencentes ao Movimento Juvenil Salesiano.

MensageM aos jovens – Ao final do encontro, os delegados apresen-taram um documento no qual colo-cam os principais desafios e com-promissos assumidos pela Pastoral Juvenil na América Latina e no Caribe. “Cremos firmemente que a juventude enquanto força dina-mizadora no Continente, diante da diversidade de culturas, está cha-mada a defender sua autenticidade e identidade para lutar contra os si-nais de morte que afetam a nossos povos”, afirma o documento.

Os representantes da PJL ressal-tam o que consideram os principais problemas enfrentados pela juven-tude na região: a desigualdade so-cial, a violência e o alto número de

J uventude

A vida dos jovens na América LatinaDe 5 a 12 de setembro em Los Teques, Venezuela, realizou-se o III Congresso Latino-Americano da Juventude. Salesianos de Dom Bosco, Filhas de Maria Auxiliadora e jovens do Movimento Juvenil Salesiano brasileiro participaram do evento.

Cerca de 700 representantes participaram do congresso

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homicídios de jovens, a discrimi-nação e estigmatização, as drogas e as migrações, agravados pela de-sestruturação familiar e pela falta de ações governamentais favorá-veis aos jovens.

“A Juventude da América Latina e Caribe demanda dos governos e da sociedade ações concretas que garantam-lhe: uma educação de qualidade, que assegure a forma-ção integral do jovem e que erradi-que o analfabetismo; a inserção do jovem no mundo do trabalho, com garantia de seus direitos; políticas que respeitem a vida dos/as jovens e combatam a violência em todas as suas formas, de maneira especial a violência provocada pelas mes-mas autoridades”, reivindicam os participantes do encontro.

O documento ressalta o com-promisso dos jovens participan-tes, como discípulos missionários chamados a defender a Criação de Deus e a ser agentes de mudança para a transformação dessa realida-de nos contextos político, econômi-co, eclesial e social. Reafirma tam-bém a opção preferencial da Igreja na América Latina e Caribe pelos jovens e pelos marginalizados.

Na conclusão, os participantes do III Congresso Latino- -Americano de Jovens afirmam: “Como os discípulos de Emaús que retornam a Jeru-salém após reconhe-cer Jesus, voltamos a nossos países ca-minhando com Ele para dar vida a nossos povos”.

Fontes: ISSP, Nordeste Hoje e Acontecendo

A Colônia Salesiana de Jaboa-tão dos Guararapes foi a sede

para o XV Encontro Nacional de Congregações que Trabalham com Jovens, promovido pela Conferên-cia dos Religiosos do Brasil (CRB) nos dias 17, 18 e 19 de setembro. Cerca de 140 religiosos e religio-sas de todos os estados brasileiros e de diversas congregações re-fletiram, nesses três dias, sobre o tema “Como discípulos(as) e missionários(as) vamos discernir nossa presença junto às juventu-des” e o lema “Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles”.

As diversas inspetorias dos Sale-sianos de Dom Bosco e das Filhas de Maria Auxiliadora estiveram representadas no encontro, ressal-tando o compromisso dos salesia-nos e salesianas com a educação e a evangelização da juventude.

O encontro faz parte de um grande projeto comum, como Igre-ja do Brasil, inserido na proposta feita pela Conferência dos Bispos

da América Latina (Celam) para os anos de 2008 a 2011 e que percor-re o itinerário do Encantar (2008), Escutar (2009), Discernir (2010) e Converter (2011). Frei Rubens Nunes, ofm, assessor nacional de Juventudes pela CRB, fez a me-mória dos passos dados até então e enfatizou o tema de discussão des-te ano, levando os participantes do encontro ao discernimento a partir das diversas realidades juvenis nas quais estão inseridos.

Padre Carlos Sávio, assessor nacional do Setor Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) apresentou os elementos constitutivos do Setor Juventude, destacou o trabalho que vem sendo realizado no Brasil e ressaltou a importância de aprofun-dar os estudos sobre o documento 85 da CNBB, que trata de juventu-de. Padre Carlos também expôs o esboço do projeto de preparação da Jornada Mundial da Juventude de 2015, que será realizada no Brasil.

Na ocasião foi ainda partilhada a experiência feita no III Congresso Latino-Americano de Jovens, rea-lizado na Venezuela, de modo que todos os participantes puderam sen-tir de perto como foi o congresso e as diretrizes apontadas por ele.

Fontes: Acontecendo e Nordeste Hoje - padre Gilberto Antonio da Silva

Caminhar com os jovensRealizado entre os dias 17 a 19 de setembro, o XV Encontro Nacional de Congregações que Trabalham com Jovens reúne cerca de 140 participantes de todas as partes do Brasil.

Celebração durante o XV Encontro de Congregações que Trabalham com Jovens

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Comunicação

Gildasio Mendes

Eles são os nativos da internet. Vivem em um ambiente digi-

tal no qual as novas tecnologias são como o ar que respiram. Dia e noite, estão em um universo virtual onde se encontram para conversar por meio da internet, dos celulares, do MSN. A geração internet está mudando e amadurecendo. Ela está influenciando o modo de agir dos pais, transformando a educação nas escolas e o relacionamento nas empresas, e se envolvendo em um novo compromisso social e políti-co. Essa geração está crescendo e cada vez mais apresenta desafios

para os pais e educadores: como compreender, dialogar e caminhar com a geração internet?

De acordo com a mais recente pesquisa realizada no Brasil pelo Ibope/Nielsen, o país tinha até final de 2009 o total de 67,5 milhões in-ternautas, ocupando o quinto lugar no ranking mundial. Atualmente, o país é líder mundial de acessos à internet, com 48 horas e 26 minu-tos mensais, superando até os Es-tados Unidos. O uso do microblog, o twiter, entre os brasileiros, é de 15%, colocando o Brasil mais uma vez na frente dos Estados Unidos

(10,69%). Em relação aos acessos às redes sociais, nosso país está em quinto lugar, com um salto de cres-cimento em número de usuários de 23 milhões e 966 mil, em 2009, para 35 milhões e 221mil, em 2010.

Para muitos, termos como “Ge-ração Y” e “Geração Z” são novos. Eles fazem parte de uma grande mu-dança cultural pela qual as socieda-des estão passando neste momento da história. Estes novos tempos têm sido profundamente influenciados pela chamada cultura midiática, um conceito que está relacionado com a ideia de que as pessoas, por meio das novas mídias, criam outros tipos de relacionamento, estabelecem no-vos meios de produção e de acesso ao conhecimento e constroem redes de interatividade para promover mudanças socioculturais na socie-dade em geral. As gerações Y e Z sãos os filhos nativos e imersos na cultura midiática.

Caminhar junto com a geração internetUma nova geração está mudando o modo de se relacionar e de viver, usando para isso as novas tecnologias digitais, as redes sociais e o universo virtual.

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geração Y, geração Z – Em-bora a definição e a caracterização de uma geração sejam difíceis de determinar com exatidão, alguns es-tudiosos do fenômeno da comunica-

ção sugerem que a cultura midiática é uma realidade marcante no mun-do globalizado. E dentre os fatores de maior incidência na mudança de comportamento e de atitudes das

novas gerações estão, sem dúvida, a internet, o celular e o vídeogame. Segundo estudos recentes do Insti-tuto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), com o uso contínuo do com-putador e a imersão nos ambientes virtuais, a “geração internet” pode estar expandindo suas capacidades mentais, sugerindo que o cérebro dessa geração processa informa-ções diferentemente da geração que cresceu escutando rádio e vendo televisão. Esses estudos ainda são embrionários, mas apresentam al-gumas evidências de que a internet tem um efeito psicológico e social profundo.

A Geração Y foi a primeira a vivenciar essas transformações. O estudioso Tapscott denomina de Geração Y, ou Geração Internet, às pessoas nascidas de 1977 a 1990. Entre as características relacio-nadas a essa geração e ao modo como se comunica percebe-se que esta deixa de ser o receptor passivo de um programa de televisão para acessar um universo incontrolável

Como educar os filhos e filhas da internet? Como falar de valores cristãos e estabelecer novas relações e atitudes para as Gerações Y e Z? Sugiro algumas orientações aos pais e educadores:

• Favorecer o relacionamento e interatividade. A interatividade que eles aprendem nos vídeogames, nas conversas online, é um convite para o educador entrar no processo de diálogo; um convite para inte-ragir e se relacionar.

• Reconciliar o Evangelho com a cultura midiática. Saber inculturar o Evangelho no tecido e no coração da comunicação, da linguagem e da interatividade da cultura midiática.

• Comunicar os valores intangíveis. Estabelecer um diálogo que os leve a abrirem-se para as expres-sões inter-subjetivas, à capacidade de redescobrirem as dimensões imaginárias da vida individual e coleti-

va e a busca dos valores intangíveis (o amor, o per-dão, a solidariedade e a felicidade).

• Reinventar os apelos para o compromisso social. Saber despertar, dentro do cenário da cultura midiática, o compromisso com o coletivo e com a solidariedade.

• Promover os valores percebidos e a experiência vital. Favorecer experiências artísticas, sociais, celebra-tivas, que levem à experiência e fortaleçam o senso de pertença e relacionamento autêntico e realizador.

• Confirmar, reconhecer e valorizar experiências. Saber confirmar as experiências das pessoas (na vida de oração, no trabalho profissional, nos trabalhos pastorais, na vivência do amor, na família).

• Celebrar o mistério. Propor a Pessoa de Jesus Cristo e seu projeto de amor com novas linguagens e favorecer a experiência do Cristo Ressuscitado no campo individual e em grupos.

Compreender e dialogar com as novas gerações

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de portais na internet. Passa do uso da linguagem formal e linear para a linguagem do hiperlink. Deixa de ler os jornais impressos para nave-gar nos sites e comparar notícias, criar, remodelar, montar, editar, so-cializar em rede.

Essa é uma geração que tem di-ficuldade de pensar e agir de modo lógico, que desenvolve ideias e pensamentos com pouca profundi-dade e que age com certa ambigui-dade. Isso porque vive imersa em um grande universo de informa-ções. Mas é também uma geração que está preocupada com o planeta e com o sentido de tolerância re-ligiosa e ética, que cria grupos de interesse e que se compromete com causas sociais e planetárias. É uma geração que prima pela competên-cia, pelos resultados, pela busca de qualidade de vida e pelo respeito às diferenças.

Definida como a geração das grandes mudanças de comporta-mento cultural e social, a Geração Z compreende os nascidos desde 1998 até o presente. Com pais e mães que nasceram na Era da In-ternet, encontram agora algo mais

Parabólica: espaço aberto para a juventude

Na Inspetoria Salesiana de Manaus, AM, os pré-noviços têm aulas de Introdução à Co-municação Social. Sob a orien-tação de padre Bené Castro, os jovens salesianos foram além do estudo de uma disciplina escolar, e colocaram em prática o que aprenderam sobre a importân-cia da comunicação e das novas mídias para o trabalho com a juventude. Foi assim que nasceu a “Parabólica” uma página na internet organizada e atualizada pelos próprios pré-noviços.

Além de informar sobre eventos e acontecimentos da comunidade salesiana, o objetivo fundamental é abrir espaço para a discussão de temas relacionados à juventude. Educação, política, vocação e pas-toral juvenil são alguns dos assun-tos debatidos na “Parabólica”, em um exemplo de ação educativa e evangelizadora nos “novos pátios” formados pelas mídias digitais.

A iniciativa recebeu os cum-primentos de padre Filiberto González, conselheiro-geral dos Salesianos de dom Bosco para a Comunicação Social. “Por uma parte, os felicitei e animei a se-guirem firmes nos novos pátios digitais, tornando realidade o sistema preventivo e o acom-panhamento dos jovens que ali se conhecem, criam suas comu-nidades, vivem com um estilo próprio e se divertem; por outra, convidei-os a serem testemunhas do chamado que Deus os fez à vida salesiana”, afirmou padre Filiberto. Para conhecer a Para-bólica, o endereço é: <http://pa-rabolica2010.wordpress.com>

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avançado: o You-Tube e as redes sociais, como Orkut e Facebook. Os membros da Geração Z querem ser autores, interagem, perguntam, respondem, querem dar opinião sobre tudo. Tapscott, na pesquisa que fez com dez mil jovens sobre a nova geração digital, classificou a Geração Z como aquela cujos membros querem liberdade em tudo o que fazem.

Quem souber dialogar com as ge-rações Y e Z vai compreender seu futuro. Quem entender o seu futuro, vai acreditar nessas novas gerações. É verdade que estas gerações en-frentam grandes desafios, entre os quais a segurança e a privacidade online. Mas as grandes mudanças do futuro também estão nas mãos das gerações Y e Z. Dom Bosco, apaixonado pelos jovens, com cer-teza estaria no grupo daqueles que creem no potencial e no dinamismo das novas gerações. Educar é acre-ditar e caminhar com eles!

Padre Gildásio Mendes, SDB, é da Missão Salesiana de Mato Grosso. É autor, entre outros, de A realidade do virtual e As virtudes e os vícios da internet, livros que abordam a influência do computador e da internet nos processos cognitivos.

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Com base na premissa de que Educação e Comunicação

devem caminhar juntas, a Rede Salesiana de Escolas (RSE) busca implantar e fortalecer a cultura da educomunicação em suas unida-des. Para dar suporte a esse desafio, estão sendo promovidos encontros com educadores de todo o Brasil. Os polos de Belo Horizonte, São Paulo, Manaus, Campo Grande e Recife já receberam o evento, cujo tema é “Ressignificando a educo-municação na proposta educativa

salesiana”. No Polo Porto Alegre, o encontro está marcado para 2011.

No Polo Campo Grande, o pro-jeto foi realizado nos dias 6 e 7 de agosto, no Instituto Missionário São José, na capital sul-mato-grossense. O curso foi ministrado pela irmã Maria Helena Moreira, diretora de Comunicação da RSE. Participaram educadores do Colégio Coração de Jesus de Cuiabá, MT, do Instituto Madre Marta Cerrutti de Barra do Garças, MT, do Centro de Ensino Imaculada Conceição de Corumbá,

MS e do Centro Educacional Nossa Senhora Auxiliadora de Lins, SP.

Na capital pernambucana, o en-contro realizado nos dias 13 e 14 de agosto reuniu 103 diretores, coordenadores pedagógicos e ges-tores de comunicação de colégios salesianos do Nordeste. O evento também foi assessorado pela irmã Maria Helena Moreira, que desta-cou a importância da educomuni-cação nas escolas.

De acordo com irmã Maria He-lena, os ecossistemas comunicacio-nais são desafios para a escola sale-siana em vista de um novo sujeito, com nova concepção de espaço, tempo e ação integradora dentro do projeto educativo da RSE. “Isso implica a reorganização dos sabe-res, fluxos comunicativos de infor-mação, das redes de intercâmbio, dos novos modos de ação cidadã em busca da descentralização das vozes e interação”, explicou.

A educomunicação enfoca cam-pos como a educação para a comu-nicação, mediação tecnológica, ex-pressão comunicativa pelas artes, comunicação para o exercício da cidadania e gestão da comunicação nos espaços educativos.

Polos realizam encontrosOs polos de Belo Horizonte, São Paulo, Manaus, Campo Grande e Nordeste já receberam o evento; o próximo encontro, em 2011, será em Porto Alegre.

Em um minuto os sonhos dos jovensApós o sucesso da campanha “Meu S é assim”, os jovens da Rede

Salesiana de Escolas foram convidados a contar os próprios sonhos em vídeos de até um minuto.

Os alunos matriculados nos colégios da Rede foram desafiados a con-tar o que sonham para si ou para o planeta. Entre as regras do concurso, está que cada produção deve, obrigatoriamente, ser acompanhada por um educador salesiano. A paz mundial foi um dos assuntos mais desta-cados pelos jovens.

Os prêmios são destinados a três categorias: vídeo mais assistido, conforme contagem do Youtube; melhor roteiro e melhor criação. Os alunos e educadores responsáveis pelas produções vencedoras ga-nham um netbook.

A iniciativa é parte do projeto de divulgação da RSE e um incentivo à Educomunicação nas escolas.

Fonte: ANS

Encontro realizado em Recife

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E ducomunicação

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A televisão é uma das mais po-derosas ferramentas de infor-

mação e de formação de opinião pública existentes na sociedade atual. Nas últimas décadas, além das emissoras comerciais, o Brasil ampliou a rede das chamadas TVs educativas. Com elas, os telespec-tadores têm acesso a uma progra-mação diferenciada, como a que é transmitida pela TV Educar, em Ponte Nova, MG.

A emissora está em funciona-mento desde 1999, tornando-se referência na região do Vale do Rio Piranga. Desde 14 de janeiro de 2010, a TV Educar passou a ser gerida pela Conferência das Ins-petorias dos Salesianos de Dom Bosco do Brasil (Cisbrasil) e é dirigida por uma equipe formada pelo presidente da Fundação Dom Bosco de Comunicação – TV Educar, o padre salesiano Nivaldo Luiz Pessinatti; pelo gerente ad-ministrativo Ronaldo Fernandes Salomé; e pelo diretor executivo Cledson Martas Rodrigues. Em entrevista ao Boletim Salesiano, Cledson Rodrigues fala sobre a importância da TV Educar, a nova fase vivida pela emissora e os pro-jetos previstos para 2011.

Boletim Salesiano – O que di­ferencia a TV Educar das grandes emissoras? Qual é, em sua opi­nião, a importância das emissoras de TV educativas e da TV Educar em especial?

Cledson Rodrigues – Vários fatores diferenciam a TV Educar das “grandes emissoras”. Um de-les é que a TV Educar faz parte de outorga de TV Educativa que, a princípio, não visa o lucro, e sim os valores culturais. Em 1950, a televisão comercial fez sua estreia

no Brasil. Pouco tempo depois, em 1967, a Lei de nº 5.198 autorizou o Poder Executivo a criar, sob a forma de fundação, o Centro Bra-sileiro de TV Educativa. A impor-tância das TVs educativas está na valorização e divulgação do conhe-cimento, da cultura e, especialmen-te, das atividades locais em conso-nância com a realidade mundial. Ajudar na democratização do sa-ber e do conhecimento; integrar as novas tecnologias ao processo de ensino e aprendizagem; proporcio-

ntrevistaEFormação e informação de qualidadeDesde 1999, a TV Educar leva os valores educacionais salesianos aos jovens de Minas Gerais. Agora, a emissora entra em nova fase e, com transmissão também pela internet, amplia suas possibilidades.

O programa GQN, gerado pela TV Educar

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Comemoração dos primeiros cinco anos da TV Educar

nar aos cidadãos e, principalmente aos jovens, formação crítica e a in-formação de qualidade são alguns dos objetivos das TVs educativas. E pode-se dizer que a TV Educar cumpre bem esse papel.

BS - A TV Educar é hoje emisso­ra de programação própria. O que é enfatizado, em termos de conteú­do, na programação gerada pela TV Educar?

Cledson Rodrigues – Quando começou, em 1999, a TV Educar era uma repetidora, ou seja, ela ti-nha um espaço limitado para pro-duzir programação. O restante do espaço era destinado à retransmis-são de programas de outra emisso-ra educativa. A partir de 2005, a TV Educar deixou de ser repetidora e passou a ser geradora. Neste novo formato, com permissão do Minis-tério das Comunicações, podemos gerar programação de interesse da própria emissora. Os conteúdos, que são produzidos de acordo com os princípios da TV, são pautados em temas que abordam educação,

cultura e lazer. Ao falar dos prin-cípios da TV Educar, me refiro aos princípios norteadores de sua filo-sofia: a geração de conhecimento, a transparência e o incentivo da éti-ca, além da integridade e da valo-rização da pessoa, respeitando sua origem e seus costumes. Dessa ma-neira, garante-se uma programação diferenciada das demais geradoras.

BS – A TV Educar iniciou em janeiro de 2010 uma nova fase, passando a ser gerida pela Confe­rência das Inspetorias dos Salesia­nos de Dom Bosco no Brasil (Cis­

brasil). Qual é a importância dessa mudança? E quais são os projetos para o futuro próximo?

Cledson Rodrigues – O Minis-tério das Comunicações liberou a outorga de concessão do uso da TV educativa para a Inspetoria São João Bosco, que iniciou esse tra-balho em 1999. Em um período de dez anos, a ISJB implantou o sinal na cidade de Ponte Nova, MG, por meio de muitos investimentos, ne-gociações e trabalho de divulgação na cidade. E agora, neste segundo decênio, a Cisbrasil veio somar forças a esse trabalho. Com a nova gerência, há vários fatores positi-vos, entre eles o reconhecimento e visibilidade dessa emissora em âmbito nacional para toda a Famí-lia Salesiana e a possibilidade de coprodução de conteúdos vindos de todos os lugares do país.

O que podemos dizer sobre os projetos e planos para o futuro é que pretendemos concretizar a TV na região e envolver a Família Sale-siana e outras instituições que acre-ditam no valor da educação para, juntos, somarmos forças nesse tra-balho. É importante ressaltar que a TV Educar segue os princípios salesianos de educação e que abre suas portas para a modernidade, in-tegrando esse importante veículo a outras mídias, como a internet.

A importância das TVs educativas

está na valorização do conhecimento, da cultura e das atividades locais

Assista à TV EducarA TV Educar está localizada no Vale do Rio Piranga, em Minas Gerais, e o seu sinal abrange outras onze cidades da região. Além da TV comum, pode ser assistida ao vivo pela webtv: <www.tveducar.com.br>

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Ana Paula S. Santana

Mesmo estando longe, sinto Angola perto de mim. Foi

com esta frase que o coordenador de pastoral do Colégio São José de Campinas, Rafael Duarte Belletti, 37, definiu a experiência que viveu no período de agosto de 2005 a ou-tubro de 2006 em solo africano.

Rafael esteve pela primeira vez em Angola, por um mês, em janei-ro de 2003, com uma expedição promovida pela Inspetoria de São Paulo. A experiência vivida ali fez crescer o sentimento de ajudar aquele povo, desejo que carrega desde 14 anos de idade. Quando

voltou a Angola, desta vez para um ano de voluntariado, Rafael foi trabalhar na escola Dom Bosco, no bairro da Lixeira, periferia de Luanda. A escola atende 4 mil alu-nos nos três períodos, e o missioná-rio ficou responsável pela pastoral escolar, além de acompanhar o gru-po de animadores que promovia os oratórios na comunidade e os nú-cleos de um projeto esportivo.

“Esse povo possui muita sede de conhecimento e quer recuperar o tempo perdido. Aprendi com eles a erguer a cabeça depois de uma que-da ou de uma frustração”, revela Belletti em relação aos angolanos, que sofrem com a marca de déca-das vividas em meio a uma guerra civil no país. Rafael afirma ainda

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O olhar missionário dos jovens salesianosTrês jovens voluntários de São Paulo se prepararam durante todo o ano. O objetivo: partir em missão para Angola em 15 de fevereiro de 2011.

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que aprendeu a ser ousado com poucos recursos e a se apoiar mais nas pessoas do que nas estruturas.

Hoje Belletti continua seu tra-balho no Brasil com a pastoral es-colar e a assessoria dos grupos da Articulação da Juventude Salesia-na (AJS). “Tenho a alegria de dar apoio aos candidatos ao voluntaria-do e espero que mais jovens sintam o chamado de Deus para doarem

de dois a três anos de seu trabalho junto à juventude angolana, sendo sal, luz e instrumentos nas mãos de Deus”, finaliza ele.

o CaMinho para as Missões – Atualmente o Voluntariado Missio-nário Salesiano de São Paulo, coor-denado por padre Antonio Ramos do Prado (padre Toninho), apre-senta números consideráveis. Entre os adolescentes de 14 a 16 anos há 500 voluntários; no grupo jovem que vai de 17 a 29 anos, outros 200 voluntários. Os salesianos que acompanham esses grupos somam 30 e há mais 20 assessores leigos.

Em julho deste ano, 500 jo-vens de 14 a 17 anos pertencen-tes a obras dos Salesianos de Dom Bosco (SDB) e outros 200 ligados às presenças das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) no estado par-tiram em missão junto a comuni-dades carentes em diversas dioce-ses no interior de São Paulo. Três jovens estão em preparação para serem missionários em Angola e outros seis partirão para a região

Exemplo missionário

O paulista Lucas dos Santos, 27, vive hoje a maior experiên-cia de sua vida ao lado dos mais necessitados em Angola, depois uma caminhada missionária de 12 anos. Primeiro diretor leigo de uma obra salesiana naquele país, seu trabalho consiste em coordenar uma fazenda-inter-nato para 112 meninos, vítimas da guerra, e crianças em situa-ção de vulnerabilidade social que antes perambulavam pelas ruas.

“Este trabalho vem me la-pidando e transformando em uma pessoa melhor e mais preo-cupada com o bem comum. Dou mais valor à minha vida e à família, além de me sentir mais próximo de Deus”, afirma Lucas. A obra fica no bairro de Mazozo, na Província Bengo. Oferece alfabetização e cursos profissionalizantes (marcenaria, construção civil, eletricidade, agricultura, serralheria, panifi-cação e informática), além de atender as crianças das aldeias próximas com escolas de base e oratórios festivos nos finais de semana.

da Amazônia, para um ano de vo-luntariado.

“O jovem hoje é sedento de soli-dariedade, o que tem faltado é des-cobrir essa beleza no coração dos jovens. A educação salesiana tem de ser interativa para tornar a mis-são uma realidade”, afirma padre Toninho. Ele explica que o jovem

interessado em ser um voluntário missionário em outro país precisa concluir o Ensino Superior e ter de três a cinco anos, no mínimo, de voluntariado missionário dentro do Brasil.

“Esse povo possui muita sede de conhecimento.

Aprendi com eles a erguer a cabeça

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Equipe de formação e jovens voluntários que se preparam para a missão em Angola

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Jovem angolano com a bandeira do país: esperança no futuro

projeto de vida – Alexandre Garcia Aguado, de 25 anos; Larissa Cristina Ribeiro, 24; e Talita Bueno Salati, 23, são os três voluntários que devem partir para Angola em fevereiro de 2011. “A missão sa-lesiana envolve as duas coisas que mais gosto e pelas quais me apai-xono todos os dias: a psicologia e o trabalho de evangelização”, afir-ma Talita. A jovem, que estudou no

Retratos de Angola Um dos últimos países africa-

nos a conquistar a independên-cia de Portugal, em 1975, Ango-la mergulhou logo em seguida em uma guerra civil que durou até 2002. Durante o conflito, milhares de pessoas morreram e outras tantas foram mutiladas – entre as vítimas, estava um gran-de número de crianças e jovens. As consequências da guerra civil ainda hoje se fazem sentir no país, em especial na educação, na saúde e na pobreza em que vive o povo angolano.

O atual governo de Angola apoia as forças sociais presentes do país e assina protocolos de entendimento com a Igreja Cató-lica e com outras Igrejas. Graças a esse entendimento as escolas salesianas são gratuitas e podem ser frequentadas também pelos mais pobres. “Todos os anos en-tram para as escolas salesianas 11.500 alunos; e são 4.000 os que se inscrevem nos centros de formação profissional”, conta padre Martin Lassart, salesiano de origem uruguaia que chegou a Angola em 1990. Desde 2008, padre Lassart vive em Luanda, onde coordena as atividades de pastoral e de voluntariado.

Colégio Dom Bosco de Americana, SP, desde pequena, sempre esteve à frente dos grupos pastorais dos pri-meiros anos escolares até o Ensino Médio. Hoje, ela divide seu tempo entre a preparação da viagem a An-gola e a conclusão da Faculdade de Psicologia na Universidade Federal de São Carlos.

Responsável, desde 2009, pela coordenação do Grupo de Ação Missionária (GAM) de sua cida-de, Talita acredita que, no trabalho missionário, quem mais aprende

é o próprio voluntário. “Quando o voluntário retorna a sua terra de origem, traz um sentimento que só ele pode compreender. Algo que acredito ser a mais bela tradução do amor de Deus e das maravilhas que ele faz em nós. O povo ango-lano pode esperar o melhor de mim e uma missionária bastante empol-gada em realizar o seu trabalho, conhecer a comunidade e viver essa experiência a fundo, porque o trabalho missionário representa o meu projeto de vida”, conclui.

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Página do Leitor

Eurico Barbosa

Meus tempos de Ateneu Dom Bosco, em Goiás, foram os

anos de 1951 e 1952. Segunda e terceira séries do Curso Científico – ou Colegial – correspondentes às do Ensino Médio de hoje. Padre Cricco era o diretor. Padre Nelson – que, antes, servira em Niterói – con-selheiro, administrador ou função equivalente.

Padre Zezinho De La Mutta, queridíssimo obreiro de cujo car-go a denominação não me ocorre e que exerceu o apostolado até sua morte há poucos anos. Professo-res Luiz Faria, Waldir Luiz Costa (que eloquência e sabedoria!), José Gonçalves Zuza, Carlos Campos. O diretor lecionava Filosofia. Ha-via o grêmio estudantil, denomina-do Auriverde, nome também do seu jornal. Era eu o secretário e orador.

Grandes craques do futebol goia-no, como alunos, formaram-se no time do colégio. Eudes e Tomazi-nho, da seleção do Estado (naquele tempo havia o Campeonato Brasi-leiro disputado por representações estaduais), eram os principais, mas havia outros de qualidade.

Os que têm saudades costumam falar “bons tempos aqueles”. É as-sim que me refiro sempre àqueles anos de Ateneu. Eu, que felizmente, mercê de Deus, vim a ter feliz e lon-ga trajetória profissional (jornalis-mo e advocacia) e na vida pública, tenho o Ateneu Dom Bosco entre as melhores lembranças. Ótima peda-gogia. Disciplina salutar. Grandes

valores morais e intelectuais de seus dirigentes e professores.

Desde 1964, tem existência legal e atuação eficiente a Associação de Ex-Alunos Salesianos em Goiânia, com sede no Colégio Ateneu Dom Bosco. A entidade promove encon-tros de ex-alunos e fomenta nume-rosas ações solidárias de grande alcance social em favor da cidade de Aparecida de Goiânia (hoje com mais de 300 mil habitantes) e loca-lidades vizinhas, por meio do Cen-tro Juvenil São Domingos Sávio.

Tem ela, a Associação, envidado todos os esforços – com obtenção de êxito, felizmente – pela promoção de encontros anuais de ex-alunos. Em todo último final de semana do mês de setembro esses encontros se concretizam. Realizam-se também festas anuais de Páscoa. Bem como uma Assembleia Geral.

Na Associação de Ex-Alunos Salesianos (que são “as pessoas, de

ambos os sexos, que receberam uma preparação para a vida segundo o sistema preventivo de Dom Bosco por terem frequentado uma obra salesiana”) se busca agregar a estes as organizações de Amigos de Dom Bosco (“pessoas que participam das ações solidárias da associação”) e outros grupos da Família Salesiana.

A grande meta atual da asso-ciação é a construção da sede do Centro Juvenil. Tal obra já tem um projeto aprovado pela Prefeitura e sua realização viabilizará e dimen-sionará o atendimento às neces-sidades das 77 crianças assistidas pelo Centro Juvenil São Domingos Sávio.

Eurico Barbosa, ex-aluno do Ateneu Dom Bosco, foi vereador e deputado estadual em Goiás por quatro mandatos, presidente da Associação dos Cronistas Esportivos do Estado, conselheiro vitalício do Tribunal de Contas do Estado e é membro da Academia Goiana de Letras

Ex-alunos salesianos de Goiânia mantêm centro juvenil

Mais de 70 crianças são atendidas na obra social

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Salesianidade

Tarcizio Paulo Odelli

Nós, filhos e filhas de Dom Bos-co, fazemos parte da Família

Salesiana que congrega no momen-to 28 grupos oficialmente reconhe-cidos, com um total de 402.500 membros. Mas poderíamos dizer que esta é apenas a “Família Sale-siana de Dom Bosco”, porque exis-te a Família Salesiana maior. Uma família que congrega, desde seus inícios em 1610, a Ordem da Visi-tação de Santa Maria, também co-nhecida como congregação das “Salesianas” ou “Visi-tandinas”; os Missionários de São Francisco de Sales (1838), os Oblatos de São Francisco de Sales (fun-dados na França de 1875 pelo padre Luis Brisson), e ainda as Irmãs de São José, as Irmãs da Caridade de Santa Joana Thouret, os Filhos de São Francisco de Sales, os Confrades de São Francisco de Sales, os Sa-cerdotes de São Francisco de Sales.

A história da Ordem da Visitação começa no dia 6 de junho de 1610, quando a Baronesa de Chantal, Joa-na Francisca Fremyot, a senhorita Jeanne-Charlotte de Bréchard e Jaqueline

Quatro séculos de Espiritualidade SalesianaEm 2010, celebramos os 400 anos de fundação da Ordem da Visitação de Santa Maria, que teve grande influência para o surgimento de novas congregações religiosas masculinas e femininas que seguem o espírito do Bispo de Genebra, São Francisco de Sales.

Favre foram pedir a bênção a Fran-cisco de Sales, que disse estas me-moráveis palavras: “Deveis consi-derar-vos felizes, vós, a quem Deus salvou; tende muito e muito humil-de ânimo; Deus será vosso Deus e com sua divina fortaleza cami-nhareis vitoriosas sobre o pescoço dos vossos inimigos”. Em seguida entregou à baronesa um resumo de suas Constituições dizendo: “Segui este caminho, minha queridíssima

filha, e fazei com que todas aquelas que o Céu destinou a seguirem vos-sas pegadas, as sigam” (conforme Chaugy, em Chantal, 137-138).

O processo de fundação da Visita-ção demorou longos seis anos. Fran-cisco de Sales queria ter certeza de estar fazendo a vontade de Deus. Ao longo destes anos foi preparando Jo-ana de Chantal por meio da direção espiritual e de cartas que escrevia a ela. Fundando a Visitação de San-

ta Maria, Francisco fazia muito mais do que juntar uma nova congregação às ordens já existentes. Reali-zava um novo tipo de vida consagrada. Para ele, “não há vantagem nas grandes austeridades e macerações, nem na observância mais severa, nem mesmo a alta contemplação, nem nos êxtases extraordinários, porém apenas o amor de Jesus Cristo”. A Visitação no fundo é para Francisco de Sales o verdadeiro mos-teiro reformado: “Todo o exterior da vida religiosa nada é se o coração huma-no não estiver repleto do amor de Jesus Cristo”.

Neste aspecto ele é um inovador, pois a nova

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congregação tinha também vida ativa, o que era uma novidade para a época. As irmãs atendiam os doentes e pobres da cidade de Annecy, que era a sede do Bispa-do de Genebra. Isso não foi bem entendido e ao fundar a segunda casa, na cidade de Lyon, o arce-bispo local obrigou as irmãs a se recolherem no convento. Para não “brigar” com o colega, Francisco cedeu às determinações da Igreja e assim sua congregação passou a ser uma “Ordem”.

A Ordem se espalhou rapida-mente pelo mundo e hoje tem cerca de três mil irmãs em 168 mosteiros. No Brasil elas têm mosteiros em São Paulo e em Barbacena, MG. “No centro da nossa espiritualida-de está o Mistério da Visitação de Maria a Santa Isabel e a devoção, honra, adoração e reparação ao Sa-grado Coração de Jesus. Participa-mos da missão da Santa Igreja na evangelização do mundo e na sal-vação das almas, através da nossa oração, oferta e sacrifícios, na vi-vência comunitária e caridade com o próximo”, diz Irmã Maria Clara Cuervo C., superiora do Mosteiro de São Paulo.

doM BosCo e a ordeM da vi-sitação – Em 1877, São Francis-co de Sales foi proclamado Doutor da Igreja. As Irmãs Visitandinas de Annecy desejavam construir um belo santuário para colocar ali os restos mortais de seu fundador, que até o momento estavam na capela do mosteiro. Os trabalhos iniciaram-se em 1878. Um ano depois os recursos estavam exau-ridos e havia necessidade ainda de prover a decoração interna. Em maio de 1879, Dom Bos-co recebeu uma carta da madre

priora Maria Luisa Bartolezzi, na qual ela exprimia o desejo de ver o nome de Dom Bosco legado a uma pedra da nova igreja.

Na carta que escreveu para a priora, Dom Bosco dizia: “O de-sejo do meu coração seria que a nossa Congregação, colocada sob a proteção do amável Doutor, ti-vesse, neste santuário um altar para testemunhar nossa devoção. Temo, porém, que a tanto não me bastem as forças. Tenho absoluta necessi-dade de saber primeiro se há ainda um altar disponível e qual a soma da despesa. Se eu a encontrasse proporcional aos meus meios, com muita vontade a assumirei”.Conten-

te com a generosa oferta, a madre priora notificou sem demora que dois altares não tinham até aquele momento encontrado benfeitores: o altar do Sagrado Coração de Je-sus e o da Beata Virgem... E assim na capela do Sagrado Coração, no Santuário de São Francisco em An-necy, lia-se: “A Congregação Sale-siana com a ajuda do nobilíssimo Feliciano Ricci des Ferres decorou esta capela”. Esta Igreja hoje não existe mais. Foi demolida pelo mu-nicípio, em 1910.

Padre Tarcizio Paulo Odelli, SDB, é responsável pela área de Comunicação na Inspetoria Salesiana São Pio X (Porto Alegre, RS).

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Santa Joana de ChantalSanta Joana Francisca Frémyot nasceu em Dijon, França, em 23 de

janeiro de 1572, nove anos depois do Concílio de Trento. Desta forma, foi destinada a ser uma das grandes santas que passou a defender o Senhor, e renovar a Igreja depois do caos provocado pela divisão dos protestantes. Sua mãe morreu quando ela tinha apenas 18 meses de vida. Seu pai, um distinto homem de muita personalidade e fé, a in-fluenciou muito na sua infância.

Aos 21 anos casou-se com o Barão Christophe Rabutin-Chantal. Desta união nasceram seis filhos. Dois deles morreram na primeira in-fância. Após sete anos, seu marido morreu em um acidente.

Em 1604, durante uma visita a seu pai, ela se encontrou com São Francisco de Sales. Assim iniciou um novo capítulo na sua vida. Sob a brilhan-te direção espiritual de São Francisco de Sales, cresceram em Santa Joana a sabe-doria espiritual e a verdadeira santidade. Trabalhando juntos, eles fundaram a Or-dem da Visitação de Annecy, em 1610.

Entregou sua alma a Deus em Moulins, a 13 de dezembro de 1641. Foi beatifica-da por Bento XIV em 13 de novembro de 1751 e canonizada por Clemente XIII em 16 julho de 1767. À data de sua morte, a Congregação já contava com 87 conven-tos e, no primeiro século de existência, com 6.500 religiosas.

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Pe. Pascual Chávez VillanuevaReitor-mor dos Salesianos

O Evangelho aos jovens

“A morte é a companheira do amor, aquela que abre a porta e permite chegar Àquele que se ama” (S. Agostinho).

Paixão e Morte de Jesus – unidas à sua Ressurreição – constituem o centro da fé cristã, o mistério pascal. Historicamente acertado, porque está presente em todos os evangelhos e nos demais livros do Novo Testamento. Afirma o filóso-fo não crente, Ernst Bloch, que “o nascimento numa gruta e a morte numa cruz não são coisas que se inven-tam”: a ninguém agrada-ria atribuir algo do gênero ao Fundador da própria religião, se não se tratasse de uma realidade autên-tica. A questão, porém, que nós cristãos nos co-locamos há vinte séculos é sempre a mesma: “Por que o Filho de Deus mor-reu na cruz?”.

A revelação bíblica oferece uma resposta que, à primeira vista, pode pa-recer incômoda e até mes-mo desconcertante. Antes de tudo, sublinha-se a sua necessidade: “Era neces-sário” (ἔδει) que o Cristo sofresse. A forma verbal grega aparece em mui-tíssimos textos do Novo

Testamento que falam da morte de Jesus (Mc 8,31; Mt 16,21; Lc 9,22). Tal necessidade, que reflete uma convicção da Igreja primitiva, aparece tanto nas narrações evan-gélicas (Lc 17,25; Lc 22,37; Jo 3,14), quanto na ‘releitura pascal’ da morte do Senhor, cuja expressão mais breve aparece nas palavras do companheiro desconhecido dos discípulos de Emaús: “Não era ne-cessário que o Cristo sofresse tudo isso para entrar na sua glória?” (Lc 24,26). À primeira vista, este tema parece contrastar com a imagem

que temos de um Deus onipotente; mais ainda, porém, se o considerar-mos o Deus/Amor: não pôde “pou-par” ao seu Filho essa humilhação, esse sofrimento?

podeMos falar de três níveis – Um nível, por assim dizer, uni-versal: era necessário que Jesus morresse, para assumir plenamente a condição humana; caso contrário, a sua encarnação poderia parecer inautêntica: “Como os filhos têm em comum a carne e o sangue, também Jesus participou da mesa

condição” (Hb 2,14).Entretanto, nem todos

os seres humanos morrem assassinados numa cruz; por isso, essa “necessidade universal” não esgota toda a profundidade da perspec-tiva bíblica. É preciso falar de um segundo “nível”, que poderíamos chamar de particular: Jesus rodeia- -se apenas de um pequeno grupo de homens e mulhe-res que deram a vida por uma causa, permanecendo coerentes até a morte que, segundo os critérios do egoísmo humano, foi ne-cessária em relação a eles. São pessoas de proveniên-cias e mentalidades muito diferentes, mas unidas por essa coerência radical. Um texto bíblico reflete este nível: “É necessário um só

A aparente derrota

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morrer pelo povo do que perecer a nação inteira” (Jo 11,49b-50).

Contudo, se quisermos ser fiéis à Revelação, há indiscutivelmen-te um terceiro nível no qual Jesus não é acompanhado pela humani-dade e nem sequer por uma elite de heróis; um nível que podemos chamar de único, no qual só en-contramos Jesus que realiza a von-tade do Pai. O texto evangélico mais impressionante a respeito é o do horto do Getsêmani: “Abbà/Pai! Tudo é possível para ti; afas-ta de mim esse cálice! Mas seja feito não o que eu quero, porém o que tu queres” (Mc 14,36; cf. Mt 26,39.42.44; Lc 22,41-44).

reColoqueMos a questão ini-Cial: Por que foi necessário que Jesus morresse? Os textos do Novo Testamento respondem: porque é a expressão do amor do Pai, além de qualquer compreensão humana. “Deus amou tanto o mundo que deu o seu Filho unigênito” (Jo 3,16). “Se Deus... que não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como é que, com ele, não nos daria tudo?” (Rm 8, 31b-32).

No Anúncio Pascal, encontramos uma belíssima síntese, numa frase dirigida ao Pai: “Para resgatar o es-cravo, sacrificaste o teu Filho!”. E isso nos leva ao próprio núcleo do Mistério Pascal: na morte de Jesus, encontramos a revelação defini-tiva de um Deus que é Amor (1 Jo 4,8.16), e descobrimos que o signi-ficado autêntico da paixão de Jesus não é o sofrimento e morte, mas a paixão do amor. A ‘paixão’ de Jesus não começa na vigília da sua morte, mas abraça toda a sua vida; antes, é o motivo da sua Encarnação e, ao mes-mo tempo, a razão última da sua obe-diência filial: o que Jesus mais quer, como Filho, é fazer a vontade do Pai.

Dom Bosco compreendeu

perfeitamente o sentido autêntico da paixão de Jesus: foi um apaixonado de Deus e dos jovens

Na morte de Jesus encontramos o amor de um Deus apaixonado.

Dom Bosco compreendeu perfei-tamente o sentido autêntico da pai-xão de Jesus: foi um apaixonado de Deus e dos jovens. Jamais encontra-mos nele algum sinal de um possível ascetismo “masoquista” que valori-za o sofrimento por si mesmo. Ele, porém, viveu em plenitude a paixão do amor de Deus pelos jovens, so-bretudo os mais pobres, procurando fazer a vontade de Deus em toda a sua radicalidade e acolhendo todas as suas dores e os seus sofrimentos (não só físicos), consequência desta missão: até ser como uma “roupa consumida” (como o descreveu um dos médicos, ao final da sua vida).

Dom Bosco fez que se tornasse realidade, em seu sentido mais au-têntico, aquilo que São Paulo afir-ma: “Completo, na minha carne, o que falta às tribulações de Cris-to em favor do seu Corpo que é a Igreja” (Cl 1,24) e nela “a porção mais delicada e preciosa” que é a juventude (cf. Constituições sdb 1); e também nos convida a com-partilhar esta Paixão de Jesus, na realização da Missão Salesiana.

Salesianos recebem prêmio nacional em Moçambique

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Em 27 de setembro, o padre salesiano Manuel Leal Go-

mes, superior da Visitadoria Ma-ria Auxiliadora, de Moçambique, na África, recebeu uma Menção de Honra concedida pelo Minis-tério da Educação em reconheci-mento ao trabalho realizado pelos salesianos em favor dos jovens daquele país.

O texto oficial afirma: “A Re-pública de Moçambique, através

do Ministério da Educação, reu-nido na cidade de Quelimane, concede a ‘Menção de Honra’ aos Salesianos presentes em Moçam-bique, pelo trabalho generoso, apaixonado e desinteressado que demonstraram na apresentação das propostas das escolas profis-sionais em Moçambique, apoian-do e dando sua contribuição para a criação de um curriculum das escolas profissionais, para a re-

forma do ensino profissional e para a qualidade da instrução ofe-recida no país”.

O texto prossegue, afirmando: “Tudo isto contribui para melhorar a autoestima, o empreendedorismo dos cidadãos e a integração dos alunos no mundo do trabalho”. O documento é assinado pelo Minis-tro da Educação, Zeferino Andrade de Alexandre Martins.

Fonte: ANS

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Ana Cosenza

Você sabia que, no início do século XX, os alunos do Li-

ceu Coração de Jesus, tradicional escola salesiana em São Paulo, as-sistiam a filmes educativos e reli-giosos no que foi a primeira sala de cinema da capital paulista? E que o engenheiro Domingos Delpiano, que nasceu na Itália e veio para o Brasil com o primeiro grupo de sa-lesianos a chegarem a estas terras, é considerado um dos grandes no-mes da arquitetura no país?

Estes são alguns exemplos, entre muitos, da influência dos salesianos no desenvolvimento cultural, social e religioso do Brasil. Uma influência que pode se tornar mais conhecida do público com o Museu de História dos Salesianos no Brasil.

“A função desse museu é mos-trar para a sociedade os salesia-nos e sua importância histórica e científica. Os salesianos têm uma ação fantástica em várias áreas, da arquitetura à educação, no cinema, em toda a parte de comunicação e música. Mas isso não é algo conhecido”, explica a doutora Dulcília Lúcia de Oliveira Silva, di-retora científica do museu.

A proposta de um museu que trouxesse a público a his-tória dos salesianos já existia há tempos, a partir da inicia-tiva de padre Mário Quilici, responsável pelo Arquivo da Inspetoria de São Paulo. Mas

foi em 2008, quando se comemora-ram os 125 anos de presença sale-siana no país, que o projeto pôde ser iniciado de fato. O Museu de His-tória dos Salesianos no Brasil foi inaugurado em 14 de julho, como parte de um plano mundial de inte-gração dos museus salesianos. Fo-ram fundamentais o apoio recebido da entidade italiana Missioni Dom Bosco e o intercâmbio fechado com o Museu de Culturas Dom Bosco, de Campo Grande, MS, para que a nova obra contasse com uma equipe de profissionais capacitados.

aCervo – O acervo é vasto: mó-veis, fotografias, filmes, material didático, utensílios, partituras, ani-mais taxidermizados, paramentos religiosos. Há curiosidades, como uma vitrola movida a corda, nega-tivos fotográficos feitos de vidro e o báculo de dom Luís Lasagna, fundador da obra salesiana no Bra-

sil. Boa parte do acervo já estava no Liceu Coração de Jesus, mas há peças que vêm de outras inspeto-rias salesianas. “A princípio a ideia é dividir esse acervo por áreas de atuação: os salesianos na Igreja, na Educação, nas Ciências, nas Mis-sões etc.”, afirma Dulcília Silva.

A seção de Música forma um ca-pítulo à parte no acervo. Após o Con-cílio Vaticano II, a música sacra em Latim perdeu sua função religiosa. Tudo o que existia dessas partituras no Liceu e em outras casas salesianas foi encaixotado, pois não tinha mais serventia prática. Passado meio sécu-lo, esse material ganha importância histórica, e uma boa parte do traba-lho realizado por Fernando Binder, responsável pela seção de Música do museu, é organizar esse vasto mate-rial para que possa ser disponibiliza-do ao público.

Além das missas, há na seção óperas, partituras de música sacra,

música para orquestra, mé-todos de ensino de instru-mentos de sopro... “Temos peças aqui que são do sécu-lo XIX!”, ressalta Binder.

O Museu de História dos Salesianos no Brasil funcio-na atualmente em uma área cedida pelo Liceu Coração de Jesus, ao lado do Santuá-rio. O espaço será reforma-do em breve, para que pos-sam ser abertas ao público exposições permanentes.

H istória

Museu resgata importância dos salesianos na história do Brasil

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otíciasN Foi celebrado no dia 26 de setem-

bro, na Basílica de Maria Auxiliado-ra de Turim, na Itália, o mandato da 141a Expedição Missionária Sa-lesiana: religiosos e leigos enviados a anunciar aos pobres uma alegre mensagem.

As atividades tiveram início, como de costume, com o encon-tro no teatro de Valdocco entre o reitor-mor dos Salesianos, padre Pascual Chávez Villanueva, e os jo-vens que participaram do encontro de animação missionária realizado nos dias 25 e 26 se setembro no Colle Dom Bosco e em Turim.

O padre Vaklav Klement, conse-

lheiro das Missões, apresentou os Salesianos, e a madre-geral das Filhas de Maria Auxiliadora, irmã Yvonne Reungoat, as oito FMA e os responsáveis das ONGs salesia-nas da Itália, Espanha, Polônia e República Checa.

No fim da homilia, o reitor-mor fez a entrega do crucifixo missio-nário aos Salesianos e, juntamente com madre Reungoat, às Filhas de Maria Auxiliadora. Os Salesianos de Dom Bosco que este ano rece-beram o crucifixo missionário são 42 (nove a mais que em 2009). Muitos deles, 24, provêm da Ásia, e os restantes da Europa, da Amé-

rica e da África – que este ano, pela primeira, vez oferece mais missio-nários do que recebe. Além destes, há mais três salesianos que já parti-ram em missão durante 2010, dois enviados para o Haiti e um para as Ilhas Fiji. Também foram enviados em missão oito irmãs FMA e 22 vo-luntários e voluntárias leigos.

Fonte: ANS

Para anunciar aos pobres uma alegre mensagem

A qualidade da educação dos meninos e meninas indígenas na Amé-rica Latina foi o tema do encontro “a latere” da 15a sessão do Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas, realizado em 21 de setembro no Palácio das Nações, em Genebra, na Suíça. O evento, promovido pelo Instituto Internacional Maria Auxiliadora (IMA) e pelo Voluntariado Inter-nacional da Educação, da Mulher e do Desenvolvimento (Vides), relan-çou o compromisso em favor da educação dos mais necessitados próprio do carisma salesiano.

O evento foi muito significati-vo devido à qualidade das con-ferências feitas, à participação de representantes de grande número de ONGs e à presença qualificada de peritos do Alto Comissariado dos Direitos Hu-manos, do Comitê da Infância e de representantes das Missões permanentes com sede em Ge-nebra (entre as quais Costa Rica, Venezuela, Panamá e México).

Fonte: ANS

Compromisso na educação de jovens indígenas

Ex-Alunos realizam assembleia mundial

De 29 de setembro a 3 de outu-bro aconteceu nas dependências do Salesianum, em Roma, Itália, a 4a

Assembleia Eleitoral Mundial dos Ex--Alunos e Ex-Alunas de Dom Bosco, da qual participam mais de 200 de-legados de 30 federações nacionais de todos os continentes. A assem-bleia abriu o centenário da Associa-ção, cujas celebrações serão encerra-das em Turim no próximo ano.

Além da eleição da nova presi-dência mundial e da nomeação do novo presidente pelo reitor-mor dos salesianos, padre Pascual Chávez, a assembleia teve como objetivo a revisão dos Estatutos Mundiais da Associação. Grupo oficialmente per-tencente à Família Salesiana, a Con-federação Mundial dos Ex-Alunos e Ex-Alunas de Dom Bosco conta hoje com cerca de 100 mil filiados.

Fonte: ISSP

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otíciasNA “santa alegria salesiana” traduzida numa verda-

deira euforia tomou conta dos quase 200 jovens de todo o Pará que estiveram juntos por 3 dias (3,4e 5 de setembro) para celebrar a caminhada da Articula-ção da Juventude Salesiana (AJS) neste ano de 2010. Jovens vindos da Cidade das Mangueiras, Belém, da Cidade de Ananindeua, de Castanhal e até da Terra do Sal, Salinas. O encontrão aconteceu na casa de retiro das Irmãs Preciosinas, em Ananindeua.

Durante o ano todo, os grupos de jovens que com-põem a AJS no Pará fizeram um caminho de estudo sobre os passos de Dom Bosco nas Memórias do Ora-

tório, tema motivado pela visita que nosso pai nos fez em fevereiro. E enfim chegamos ao encontrão anual, que se concentrou na origem do oratório, procurando evidenciar a importância da amizade para o sistema educativo de Dom Bosco.

Pe. Sinval Marques Pereira

Animação no Encontrão da AJS do Pará

Canto PastoralA Inspetoria Salesiana São Pio X, com sede em Porto Alegre, RS, ofe-

receu para as suas lideranças envolvidas com a animação musical um Encontro de Canto Pastoral, ocasião em que lançou a nova edição do livro de cantos “Cantando em Sintonia”.

Cerca de130 pessoas de quase todas as presenças salesianas no Sul do Brasil foram acolhidas nas dependências do Centro Educacional Dom Bosco de Joinville, SC, e por dois dias participaram de momentos de formação musical: ensaios dos cantos, dinâmicas, palestras (A música na Liturgia; O valor da música na pedagogia salesiana; O instrumentista e o cantor na Liturgia), apresentações artísticas e momentos celebrativos.

Padre Orestes Carlinhos Fistarol, inspetor salesiano, apresentado o novo livro de cantos disse que “cantamos porque o Senhor é nossa festa. E não há festa sem música. Daí a importância do canto nas nossas reuniões e celebrações. Almejamos aos que se reúnem em comum para louvar o Senhor que vivam a sintonia, a união, a solidariedade e a comunhão”!

Campanha estimula doação de Bíblias

A Paróquia Salesiana Nossa Senhora Auxiliadora, localizada no Bairro do Jacarezinho, Rio de Janeiro, RJ, realizou a cam-panha missionária “Doe uma Bíblia usada a um irmão de-tento”. A iniciativa teve início em setembro, mês da Bíblia, e se estendeu por outubro, mês das Missões. O projeto contou com o apoio da Arquidiocese do Rio de Janeiro e a participa-ção de várias outras paróquias, foranias e vicariatos da região. “Esse ato nos ensina a pensar um pouco mais nos outros, a acolher e ser acolhidos, pois se Deus é o caminho, a verdade e a vida, Ele o é para todos, sem distinção”, reflete Geraldo Pai-va, coordenador da Pastoral da Comunicação na paróquia salesiana.

Fonte: Geraldo Paiva - ISJB Acontece

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O tenista Osvaldo Cipriano, o Badeco, do Projeto Tênis Comunitá-rio desenvolvido desde 2004 no Parque Dom Bosco, em Itajaí, SC, recebeu uma homenagem das mãos de Gustavo Kuerten na noite de comemoração dos 10 anos do Instituto Guga Kuerten (IGK). O evento ocorreu no dia 24 de agosto no Floripa Music House, na capital ca-tarinense.

Dedicado à causa do esporte como agente transformador da rea-lidade social das comunidades carentes, Badeco trabalha constante-mente por algo muito simples. “O meu objetivo sempre foi tirar o tênis dos clubes e levar aos menos favorecidos”, afirma.

Até 2009, Badeco desenvolvia esse projeto voluntariamente no Par-que Dom Bosco. Apenas em 2010, através da Lei Municipal de Incen-tivo ao Esporte, a obra social foi uma das entidades selecionadas pelo edital da Fundação Municipal de Esportes e passou a receber o apoio da Unimed para seu desenvolvimento.

Carlota de Oliveira Medeiros

Instrutor recebe prêmio das mãos de Guga Kuerten

“Rumo aos 200 anos” reúne jovens em Campinas

Cerca de 100 jovens das presenças salesianas de Campinas, SP – Escola Salesiana São José (ESSJ), Liceu Nossa Senhora Auxiliadora e Obra Social São João Bosco – se reuniram nas dependências da ESSJ no dia 29 de agosto para o encontro “Rumo aos 200 anos de Dom Bosco”. O evento, que tem sido promovido desde 2008, é uma preparação para as comemora-ções do bicentenário do nascimento de Dom Bosco, que será celebrado em 2015.

O tema deste ano, “Dom Bosco e a Palavra de Deus”, foi desenvolvido pela manhã em três oficinas: “Como entender a Bíblia”, “A Bíblia na vida dos santos salesia-nos” e “A Bíblia e as artes”. À tarde, foi realizada uma gincana de perguntas. O encontro foi encerrado como uma celebração eucarística, presidida pelo padre Eduar-do Capucho.

Fonte: ISSP

Festival da Juventude Entre os dias 8 e 10 de outubro aconteceu a 15a

edição do Festival da Juventude Salesiana, um grande evento de vivência da espiritualidade salesiana.

Desde 1996 a então recém-formada Articulação da Juventude Salesiana do nordeste vem organi-zando, junto com a Pastoral Juvenil da Inspetoria Salesiana do Nordeste (BRE), o Festival da Juventu-de Salesiana (FJS). Este é um grande momento de encontro e intercâmbio entre jovens de diferentes realidades de toda região para partilharem suas ex-periências e mostrarem suas habilidades artísticas.

O FJS acontece sempre no mês de outubro, no Colégio Salesiano Sagrado Coração, em Recife. Co-meça na noite de uma sexta-feira e termina após o almoço do domingo. Neste período, as salas de aulas se transformam em alojamentos e as quadras cobertas em refeitório, arena para coreografias e palco para festival de música.

Trazendo um olhar salesiano, sempre é escolhido um tema pertinente à juventude, à sociedade e/ou à Igreja, para ser refletido com os jovens nos meses anteriores ao encontro, ainda em suas comunidades, e durante o evento. Em 2010, a temática proposta foi: “Jovens protagonistas no palco da vida”, com o lema: “Conta a tua história, fala da tua vida”. A Inspetoria do Nordeste disponibilizou fotos no site: <www.inspetoriasalesiana.org.br>.

Nordeste Hoje - Jakeline Lira

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otíciasNNa noite de 17 de agosto, o programa CNT Jornal,

da Rede CNT de Televisão, apresentou uma reporta-gem sobre escolas de São Paulo que oferecem uma preparação dos alunos para a Sociedade do Conheci-mento. Para ilustrar a matéria, a equipe de produção escolheu o projeto de aulas de Filosofia do Liceu Co-ração de Jesus com os alunos do Ensino Fundamental II. A aula de Lógica com o 7o ano foi o foco da repor-tagem e os jornalistas entrevistaram alguns alunos e o professor, padre Benedito Spinosa.

No Liceu, semanalmente há aulas de Filosofia para todas as séries do Fundamental II: Teoria do Conhe-

Professora salesiana vence concurso literário nacional

A professora do curso de Comunicação Social da Faculdade Salesiana de Macaé, RJ, Carla Miguelote, foi premiada em um concurso literário nacional, promovido por professores de Letras da Universidade Federal do Pará – UFPA. A poesia com a qual Carla concorreu, Epistolar, será publicada em um livro, que reu-nirá as obras dos vencedores da primeira edição do concurso nas categorias poesia, conto e crônica. A autora assina com o pseudônimo Agnes Mello.

O Prêmio “Literacidade: verso & prosa” tem o intuito de incen-tivar novos e conhecidos talentos, de modo a valori-zar, incentivar e promover a leitura em todas as re giões do país. A segunda edi-ção do prêmio já está com inscrições abertas. Podem participar autores de lín-gua portuguesa com textos inéditos sob pseudônimo. Os gêneros são: poema, soneto, conto, crônica e miniconto. Saiba mais em: <http://premioliteracidade.wordpress.com>.

Fonte: Faculdade Salesiana de Macaé

Projeto de Filosofia do Liceu é destaque na TV

cimento, com o 6o ano, Lógica, com o 7o ano; Ética e Estética, com o 8o ano; e Política, com o 9o ano. A CNT pode ser assistido nos seguintes canais: Canal 26, na TV aberta (na capital paulista); Canal 12, na NET; e Canal 25, na SKY.

Fonte: ISSP

Aluna de Cuiabá é campeã brasileira de vôlei

Mariana Maria Mendes, aluna do 9o ano no Colégio Coração de Jesus, em Cuiabá, MT, subiu ao lugar mais alto do pódio no Campeonato Brasileiro de Voleibol, na categoria infanto-juvenil. Os jogos foram realizados entre os dias 20 e 25 de setembro, no Ginásio Aecim Tocantins, na capital mato-grossense. “Essa conquista é o resultado de muito esforço, treinamento e dedicação”, re-vela Mariana, que espera ser convoca-da novamente em 2011 para defender o Mato Grosso. Com 1,70m, a atleta já disputou inúmeros campeonatos. “Co-mecei a praticar vôlei aos 10 anos, quan-do cursava o 4o ano no CCJ”, conta.

Participaram da competição equipes de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Goiás, Maranhão, Amazonas e Rondônia. O evento foi realizado pela Confederação Brasileira de Voleibol e Federação Mato-grossense, com apoio da Secretaria de Estado de Esportes e Lazer (SEEL-MT).

Fonte: RSE Informa - Marcella Bordini

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Aluna do Liceu de Campinas é finalista no Desafio National Geographic 2010

Concorrendo com 20.335 estudantes de 6.920 es-colas de todo o Brasil, a aluna Ana Beatriz Motta Aragão Cortez, da 7a série A do Liceu Salesiano de Campinas, SP, ficou entre os 20 finalistas do Desafio National Geographic 2010.

Concorreram na etapa regional (se-mifinal), realizada no dia 21 de agosto, 15 estudantes de 7a série ao 1º ano do Ensino Médio do Liceu. A etapa final estava pre-vista para os dias 14 a 17 de outubro, na cidade de São Paulo.

Fonte: RSE Informa - Vera Oliveira

No segundo semestre de 2010, a população de várias partes do Brasil sofreu com as queimadas des-controladas. No Estado de Rondônia, a situação é considerada grave, sobretudo nos arredores da ca-pital, Porto Velho. Os alunos salesianos do município não cruzaram os braços e participaram de manifesta-ções, cobrando das autoridades providências e tam-bém conscientizando as pessoas para os riscos do fogo provocado sobretudo na área rural. A fumaça que ofusca a cidade já é considerada um problema de saúde pública e afeta, inclusive, a segurança dos voos. Em alguns momentos, a névoa tóxica chega a tomar conta das residências.

As turmas da Educação Infantil ao 9o ano do Ensi-no Fundamental do Instituto Laura Vicuña realizaram uma manifestação na própria escola. Os educandos confeccionaram cartazes, faixas, folhetos e usaram máscaras com o objetivo de sensibilizar órgãos esta-duais e municipais para que sejam tomadas medidas. O protesto foi feito no dia 27 de agosto.

Já o Instituto Maria Auxiliadora promoveu a “Mani-festação da educação contra a fumaça”. Com o tema

Queimadas castigam Rondônia; alunos salesianos cobram providências

“Cuidando da vida através do ar”, a escola manifes-tou sua posição quanto às queimadas em Rondônia. O movimento seguiu a proposta do Sindicato das Es-colas Particulares (Sinep) e envolveu toda a comuni-dade educativa. No dia 25 de agosto, também houve uma manifestação no colégio, a fim de conscientizar os alunos e incentivá-los a serem protagonistas da campanha.

Fonte: Redação RSE Informa, Máisson Gonçalves Teles e Elaine Vigiani

Estudantes criam projetos de lei para o Parlamento Jovem

Os alunos do 3o ano do Ensino Médio do Colé-gio Dom Bosco de Araxá, MG, que participaram do programa “Parlamento Jovem Brasileiro 2010” ti-veram 11 projetos de lei aprovados pela “Câmara dos Deputados Estaduais”. Com o tema “O jovem e o mercado de trabalho”, os projetos foram en-caminhados para a Câmara Federal do Parlamento Jovem, em Brasília, DF, onde passam por mais uma avaliação. Se aprovados, os autores serão convoca-dos para defender os projetos na capital federal.

Em sua sétima edição, o programa Parlamento Jovem Brasileiro é uma iniciativa da Câmara dos De-putados e tem como objetivo principal proporcio-nar aos estudantes de escolas públicas e privadas brasileiras o exercício da cidadania, da representa-ção política, da experiência do processo legislativo e da liderança, por meio da diplomação, posse e investidura em mandato legislativo.

Fonte: ISJB Acontece

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otíciasNO Colégio Salesiano Dom Bosco de Porto Alegre,

RS, foi a única instituição do Rio Grande do Sul na 21a Bienal Internacional do Livro de São Paulo a apre-sentar um trabalho de incentivo à leitura em escola. O evento, realizado na capital paulista entre os dias 12 e 22 de agosto, é considerado o terceiro maior do mundo no setor. O projeto salesiano foi inscrito no mapa de ações do Plano Nacional do Livro e Literatu-ra (PNLL), no eixo 2: “Fomento à leitura e à mediação de leitores”.

No dia 21, os professores Ana Paula Charão e Joel Didone realizaram uma oficina, representando o PNLL, uma vez que o projeto da escola salesiana é

Escola salesiana é notícia no Correio Braziliense

Um dos mais importantes jornais em circulação do Distrito Federal, o Correio Braziliense, enfocou a importância da escola no aconselhamen-to profissional dos alunos. Na matéria veiculada dia 26 de setembro, domingo, a Escola Salesiana São Domingos Sávio, localizada no Núcleo Bandeirante, DF, foi destaque pelo apoio de orientação vocacional ofe-recido para os alunos. Segundo a reportagem publicada no caderno Trabalho, a escola tem como prioridade fomentar as discussões entre os alunos sobre as profissões, para que a escolha seja feita de maneira consciente. Veja a notícia completa no endereço: <www.salesianos.br/imagens/salesianosnamidia_Escolasaodomingossavio.jpg>.

Fonte: ISJB Acontece

Aluno conquista medalha de ouro nas Olimpíadas Escolares Brasileiras

Francisco Guilherme Nascimento Silva, aluno do 7o ano do Instituto Maria Auxiliadora, em Natal, RN, conquistou a medalha de ouro do judô nas Olimpíadas Escolares Brasileiras, na categoria pré-juvenil. A maior competição esportiva do Brasil, que reúne milhares de alunos de escolas públicas e privadas, foi realizada entre os dias 9 e 13 de setembro, em Fortaleza, CE. Francisco já tinha conquistado, também neste mês, a me-dalha de bronze no Campeonato Brasileiro de Judô, em Anápolis, GO.

Fonte: RSE Informa - Zoraia Assunção

Escola do Sul apresenta projeto de leitura na Bienal do Livro

uma das ações que fazem parte das políticas culturais do livro e literatura no país. A formação foi realizada no estande do PNLL e contou com a presença de um público formado por professores, bibliotecários e me-diadores de leitura.

Os educadores salesianos participaram, no dia an-terior, de um painel no III Fórum do Plano Nacional do Livro e Leitura e no III Seminário Internacional de Bibliotecas Públicas e Comunitárias. Eles expuseram o trabalho de fomento à leitura da escola salesiana.

Fonte: RSE Informa - Ana Paula Megiolaro

Vocação profissional

“Pais e profissões” foi o tema da Semana de Workshops pro-movida pelo Instituto São José, em São José dos Campos, SP, entre 20 e 25 de setembro. O objetivo foi aprofundar a orien-tação profissional dos alunos e promover a integração entre fa-mília e escola. Palestras, mesas--redondas, exposições e oficinas proporcionaram aos jovens o acesso à realidade de diferentes profissões. Uma das atrações fo-ram as diversas profissões apre-sentadas em vários momentos pelos pais dos alunos. Ao longo da semana, a programação teve 66 palestras, 5 mesas-redondas e, no último dia, 10 oficinas in-terativas e 30 estandes. Durante o evento, a escola recebeu Dom Eusébio Oscar Sheid, cardeal ar-cebispo emérito da Arquidioce-se do Rio de Janeiro.

Fonte: RSE Informa - Josmari Pauletti

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Mural dos jovens

Escreva já!As mensagens ao Mural dos Jovens

devem ser enviadas paraBoletim Salesiano – Redação

Rua Dom Bosco, 44103105-020 – São Paulo - SP

[email protected]

No Colle dos Becchi um menino nasceumas mal sabia ele o tamanho da missão que o Senhor lhe deu.Joãozinho ia crescendo em graça e santidade, aos nove anos teve um sonho que mudou sua mentalidade.

Esse sonho era diferente: ovelhas se tornavam lobos e meninos começavam a brigar.João Bosco pulava no meio deles e tentava separar.De repente uma voz forte interveio: “– Não, não Bosco, com pancadas nada resolverás!Como quer conquistar os jovens sem o amor demonstrar?É com mansidão Joãozinho! Assim sua obra vai nascerpois só com o amor verdadeiro é que a missão vai crescer!”

João nada compreendeu, porém entendeu que uma missão o Senhor lhe ofereceu. Bosco então cresceu e uma missão iniciou foi ser sacerdote e muita dificuldade passou.Pediu esmola na rua e até um saltimbanco enfrentoumas a vontade de Deus era tão grande por Joãozinhoque em todos os caminhos o acompanhou.

Com um olhar paterno e um sorriso amoroso Bosco descobriu sua missão:dedicar aos jovens até a última gota de sangue de seu coração.De uma cela de cadeia surgiu sua vocação do “Da mihi animas” fez um lema, que foi sua inspiração.Enfrentou muitos obstáculos, mas uma grande família construiu. Não desistiu por nada e um grande amor pelos jovens descobriu!“Ao seu tempo tudo compreenderás”, dizia Nossa Senhora, e de fato compreendeu...Porém só na hora de sua morte é que isso aconteceu!Em 31 de janeiro, Dom Bosco morreu, e ao paraíso então chegou.Triunfante em meio aos jovens que tanto os amou!

Karina SantosPré-aspirante FMA da Inspetoria Imaculada Auxiliadora

Campo Grande, MS

O sonho do diferente

Hoje o dia vai ser diferente.Flores brotarão com mais vigor.Pássaros cantarão a melodia do amor.O vento te levará ao mundo mais encantado.O sol brilhará com uma esperança que ainda não morreu.As nuvens brincarão de esconder o sol!Os sorrisos estarão significantes em todos os estados.A lágrima já não cairá mais e o sonho do diferente apenas se iniciou!

Rodrigo SouzaVoluntário em Curitiba, PR

Dom Bosco

SolidariedadeMuitas pessoas só ajudam o próximo pensando

no que vão receber em troca! Não devemos ser as-sim, egoístas. Há milhares de pessoas no mundo que ajudam o próximo, criam ONGs, campanhas, tudo isso para ver o sorriso da pessoa ajudada. Esse é o melhor pagamento que alguém pode receber.

Há pessoas que mal têm como sustentar a famí-lia, mas conseguem arranjar um jeito de ajudar o próximo.

Com todas essas pessoas sendo solidárias, acre-ditamos que o nosso mundo não está perdido, que ainda existem pessoas boas, anjos solidários, que mudam completamente a vida de outras pessoas.

Texto escrito a partir do tema do Ano Internacional da Juventude – “Diálogo e entendimento” – por Sasha Aline Gomes Haddad, aluna do 6o ano do Instituto Profissional Laura Vicunha, em Campos dos Goytacazes, RJ.

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