Boletim Unificado Da Executiva Nacional Dos Estudantes de Filosofia Do Brasil - Ano 01 - Número 1 - 2014.2

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    Ano 01Nmero 012014.2

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    EXECUTIVA NACIONAL DOS

    ESTUDANTES DE FILOSOFIA DO

    BRASIL

    BOLETIM UNIFICADO

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    APRESENTAO

    Caros estudantes de Filosofia de todo o pas, a Executiva Nacional de Estudantes de

    Filosofia (ENEF), no intuito de reunir e distribuir informaes do corpo acadmico produz oseguinte boletim, visando a interao estudantil em carter nacional, para a exposio da

    idealizao do Movimento Estudantil de Filosofia (MEFIL).

    A Executiva Nacional de Estudantes de Filosofia (ENEF) uma associao

    autogerida ainda em construo e que est em plena fase de desenvolvimento. Contando com

    um corpo estudantil temporrio e voltada para a atuao interna e externa, interna no Encontro

    Nacional de Estudantes de Filosofia (ENEFIL) agindo na sua construo, e externa durante

    todo o ano, preparando o ambiente para pr-encontros e ps-encontros, basilares para arealizao do ENEFIL. Alm de gerir o Movimento dos Estudantes de Filosofia do Brasil

    (MEFIL), de forma autrquica, ou seja, onde cada um dos estudantes participa igualmente e

    ativamente na mobilizao estudantil por todo o pas.

    A Executiva foi formulada durante a Plenria Nacional de Estudantes de Base

    (PNEB), realizada no dia 31/01/2014, durante o XXX ENEFIL, em Cuiab, Mato Grosso, na

    Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). As delegaes e respectivos estudantes

    presentes decidiram-se em favor da criao da Executiva, aberta a quem quisesse participar,

    dentre todas as delegaes presentes, tornando os seus membros representantes da

    universidade na Executiva. No ato se inscreveram como representantes os seguintes

    estudantes:

    Nome Universidade

    Ana Stela Rossito Carneiro UFMT

    Brena de Castro Nunes Carneiro UFC

    Davi Galhardo O. Filho UFMA

    Dayne Carvalho Pinto UFSC

    Duan Pedro Moraes Barroso UERJ

    Jeverson de Sousa B. Lima UFT

    Luciano Sousa Lira UnB

    Ricardo de Lima UFABC

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    A Executiva acordou ainda que membros poderiam ser adicionados como

    representantes ao longo dos anos, nos seguintes termos, contidos em anexo denominado:

    "Carta de repdio ABEF", presente no boletim:

    2.2 Todos os Centros Acadmicos de Filosofia do Brasil esto convocados a compor a

    executiva nacional, e tem at 01/03/2014 para manifestar interesse (...).

    Sendo assim, a graduanda Jussara Santos, da Universidade Federal da Parabase

    inscreveu dentro do prazo estabelecido, e passou a integrar a Executiva, que conta atualmentecom 9 membros.

    Em carter geral, a Executiva nasceu especificamente como forma de repdio

    Associao Brasileira dos Estudantes de Filosofia (ABEF), entidade at ento responsvel

    pela realizao do extinto Congresso Brasileiro dos Estudantes de Filosofia (COBREFIL),

    pela PNEB e pela organizao do ENEFIL. O repdio foi direcionado ao no comparecimento

    de sequer um de seus membros no XXX ENEFIL na UFMT.

    O seguinte quadro discrimina as delegaes presentes e decises elaboradas e expostas

    na PNEB 2015, na qual a Executiva foi formulada:

    Delegaes

    UFC

    UFMT

    UFSC

    UFT

    UEPB

    UFMA

    UFABC

    UEMaring

    UnB

    UFC - 1 - Unificao do

    ENEFIL/COBREFIL

    UNB - 2 - Constituio de uma

    executiva de cursos dos

    estudantes de filosofia que

    passe por discursses atravs

    de GD's que se acumulam na

    PNEB 2015

    UNB - 3 - Carta de

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    UERJ repdio/comunicao do no

    reconhecimento da

    Coordenao Nacional da ABEF

    Portanto, expostas as informaes, se apresenta o seguinte esquema organizacional:

    criao da Executiva; extino do COBREFIL, transferindo os grupos de discusso pelos

    quais esse era responsvel para o gerenciamento da Executiva e carta de repdio e no

    reconhecimento da Coordenao Nacional da ABEF. A carta est em anexo nesse boletim.

    O ENEFIL, por sua vez, um encontro realizado desde 1985, elaborado por estudantes

    presentes no movimento estudantil da poca. Cabe lembrar que sua origem est ligada

    abertura democrtica pela qual passava o Brasil, depois de 21 anos de ditadura, onde as

    universidades voltaram a ter autonomia, e o corpo discente igualmente refletiu seu anseio de

    mobilizao, buscando direitos no garantidos pelo Estado Autoritrio, antes existente. De

    1985 para os dias de hoje, o ENEFIL passou por diversas reformulaes, e milhares de

    estudantes de todo o Brasil, compareceram para uma intensa troca de conhecimento,

    chegando 31 edio, a ser realizada na Universidade de Braslia (UnB), do dia 18 ao dia 24

    de Janeiro. O encontro pretende em sua essncia construir o conhecimento dentre os

    estudantes de filosofia do pas, e fornecer espao para apresentaes de produes acadmicas

    em filosofia e reas afins. Durante o evento, so realizadas ainda atividades culturais e sociais,

    visando a integrao em nvel regional e nacional. Ao final de cada encontro realizada a

    plenria das entidades de base, entidades que compe a estrutura do movimento estudantil e

    so responsveis por sua construo. A comunidade discente tem acesso a professores e

    pesquisadores de diversas reas.

    O presente boletim contm, alm de informaes pormenorizadas sobre fatos

    noticiados ao longo de 2014 nas instituies das quais os delegados fazem parte, informaes

    sobre o prximo ENEFIL e trs cartas abertas em anexo, das quais uma j referida acima, e

    outras duas, expondo dois importantes acontecimentos nesse mesmo ano dentro da academia,

    assunto de interesse aos presentes leitores. Conta ainda com uma nota acerca dos pr-

    encontros de reas, de essencial necessidade para a execuo do ENEFIL. Cabe ainda aqui

    agradecimento a todos os estudantes participantes e suas respectivas delegaes no ENEFIL

    2014.

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    Ns da Executiva esperamos que o leitor ganhe, a partir desse boletim, uma

    compreenso maior do movimento estudantil, em especial das aes do MEFIL, e aproveite

    da melhor forma possvel seu envolvimento com o ENEFIL, participando dos eventos e das

    aes estudantis, pois s possvel construir um movimento de lutas com o seu apoio.

    Atenciosamente:Executiva Nacional dos Estudantes de Filosofia

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    Carta Aberta pela Ruptura com ABEF por parte do MEFIL.

    Os membros do Movimento dos Estudantes de Filosofia (MEFIL) presentes no XXX

    Encontro Nacional dos Estudantes de Filosofia, realizado de 26/01/2014 01/02/2014, na

    cidade de CuiabMT deliberaram na plenria de encerramento deste evento, por consenso

    pela ruptura com a Associao Brasileira dos Estudantes de Filosofia (ABEF), pelo no

    comparecimento de nenhum de seus membros ao evento, bem como a no representatividade

    e inoperncia da citada instituio ao longo das inmeras gestes que tem se sucedido.

    Por consequncia da deciso acima citada, foram acordados na mesma plenria decises que

    influenciaro diretamente o calendrio de atividades em nvel nacional do Movimento dos

    Estudantes de Filosofia (MEFIL) dentre as quais:

    1. A unificao entre o Congresso Brasileiro dos Estudantes de Filosofia (COBREFIL)

    e o Encontro Nacional dos Estudantes de Filosofia (ENEFIL) a partir da prxima edio

    deste ltimo, que ser realizada na Universidade de Braslia em janeiro/fevereiro de

    2015.

    2. A constituio de uma executiva nacional autogerida de cursos dos estudantes de

    Filosofia que passe por discusses atravs de GD's que se acumulam na PNEB 2015,

    que de agora por diante desempenhar o papel que outrora cabia a inoperante ABEF, no

    que diz respeito aos interesses do MEFIL.

    2.1 As delegaes que compareceram plenria em Cuiab e que a priori compem a

    executiva nacional so: Universidade Federal do Maranho, Universidade Federal do

    Cear, Universidade Federal de Santa Catarina, Universidade Federal do Tocantins,

    Universidade Federal do Mato Grosso, Universidade Federal da Paraba, Universidade

    Federal do ABC, Universidade Estadual de Maring e Universidade de Braslia.

    2.2 Todos os Centros Acadmicos de Filosofia do Brasil esto convocados a compor a

    executiva nacional, e tem at 01/03/2014 para manifestar interesse com quaisquer um

    dos delegados abaixo citados via e-mail, ou quaisquer outras formas de comunicao

    que lhes convir.

    2.2.1 Aps o prazo acima citado a executiva nacional estar composta pelas

    Universidades que manifestaram interesse. As demais Universidades que por

    ventura venham a extrapolar tal prazo podero integrar-se executiva nacional

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    na Plenria Nacional de 2015 no XXXI Enefil a ser realizado na Universidade

    de Braslia, Distrito Federal.

    Gostaramos ainda de salientar que a tomada das decises aqui expostas se deu por meiode uma plenria nacional como j citado, onde todos os Estudantes de Filosofia foram

    previamente comunicados e puderam se fazer presentes. As demais decises se constroem a

    partir deste documento, a partir da executiva nacional autogerida. Assinam esta carta os

    delegados(as) que se seguem:

    Nome Universidade E-mail

    Davi Galhardo O. Filho UFMA [email protected]

    Dayne Carvalho Pinto UFSC [email protected]

    Ricardo de Lima UFABC [email protected]

    Jeverson de Sousa B. Lima UFT [email protected]

    Brena de Castro Nunes Carneiro UFC [email protected]

    Luciano Sousa Lira UnB [email protected]

    Duan Pedro Moraes Barroso UERJ [email protected]

    Ana Stela Rossito Carneiro UFMT [email protected]

    Lucas Vieira UnB [email protected]

    Movimento dos Estudantes de Filosofia do Brasil

    Executiva Nacional Autogerida

    Fevereiro de 2014

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    NOTA DA EXECUTIVA NACIONAL DOS ESTUDANTES DE FILOSOFIA EM

    RELAO AOS PRENCONTROS DE REAS

    O Encontro Nacional dos Estudantes de Filosofia (ENEFIL), que ocorre anualmente, ter sua

    XXXI edio entre os dias 18 e 24 de janeiro de 2015 e ser sediado na Universidade de

    Braslia (UnB). O tema do encontro ser: Pensar o Brasil: Filosofia, Poltica e Formao. A

    Executiva Nacional dos Estudantes de Filosofia (ENEF) vem por meio desta nota, informar a

    importncia dos pr-encontros de reas. Para as instituies de ensinos que tm o interesse em

    participar do XXXI ENEFIL faz-se necessrio a organizao dos pr ENEFILs, pois ser

    por meio destes que se desenvolver as discusses que sero fomentadas no encontro. Aexecutiva prope que nos pr-encontros sejam tirados os representantes de cada Instituio de

    Ensino, pois sero esses escolhidos que sero os delegados da Plenria Final. Os pr

    ENEFILs tambm sero de suma importncia para os estudantes exporem suas propostas em

    relao aos grupos de discusses (gds) que sero apresentados no XXXI ENEFIL, e que

    serviro como uma espcie de substitutos do ento extinto, COBREFIL (Congresso

    Brasileiro dos Estudantes de Filosofia). Para aqueles que no sabem o COBREFIL foi

    unificado ao ENEFIL na ultima edio do encontro (2014), que aconteceu na UniversidadeFederal do Mato Grosso (UFMT). A deciso foi tirada em assembleia por parte dos membros,

    ento presentes, do Movimento dos Estudantes de Filosofia do Brasil (MEFIL). A Executiva

    Nacional dos Estudantes de Filosofia refora a importncia dos pr-encontros de reas, e

    prope que esses espaos sirvam de pr-requisito para a participao dos estudantes no

    encontro nacional. O intuito dos pr-encontros desenvolver espaos de debates a serem

    levados ao ENEFIL. Que as comisses de cada Estado estejam preparadas para discusses

    tanto acadmicas quanto polticas.

    Atenciosamente:Executiva Nacional dos Estudantes de Filosofia

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    XXXI ENEFIL BRASLIA 2015

    O Encontro Nacional dos Estudantes de FilosofiaENEFIL um encontro que permite a

    estudantes de filosofia de todo o pas aprofundar seus conhecimentos e dar continuidade suas produes acadmicas em filosofia e reas afins. O encontro tambm fomenta a

    discusso poltica que envolve o universo do acadmico de filosofia, bem como seu futuro

    profissional. Fomentam-se, igualmente, atividades culturais que visem integrar as diversas

    regies, apresentando-se mostras de culturas regionais, sesses de filmes, apresentaes

    teatrais e visitas guiadas pela cidade. O tema do encontro serPensaro Brasil: Filosofia,

    Poltica e Formao.

    Dentre os objetivos especficos do encontro almeja-se proporcionar comunidade

    acadmica a integrao com professores, pesquisadores e diversos nomes da rea, congregar

    os estudantes de filosofia do Brasil e fortalecer o Movimento Estudantil de Filosofia

    MEFIL. Cabe lembrar que esse encontro funcionar de forma diferenciada da habitual, em

    acordo com a deciso tomada na Plenria Nacional de Entidades de Base PNEB, ocorrida

    em 2014 durante o XXX ENEFIL: O Encontro passa a conter o Congresso Brasileiro de

    Estudantes de Filosofia COBREFIL, cuja finalidade reformular o estatuto da Executiva

    Nacional dos Estudantes de Filosofia, atualizando sua plataforma poltica e elegendo, aotrmino deste, a Coordenao Nacional da Executiva e seu conselho fiscal.

    Esperamos assim, entre os dias 18 e 24 de janeiro de 2015 a presena de estudantes dos

    diversos centros de ensino e plos de pesquisa de filosofia de todo o pas, seus CAs e DAs e

    demais interessados.

    Informaes:www.enefilbsb2015.wordpress.com

    http://www.enefilbsb2015.wordpress.com/http://www.enefilbsb2015.wordpress.com/http://www.enefilbsb2015.wordpress.com/http://www.enefilbsb2015.wordpress.com/
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    COLETIVO FILOSOFIA

    PELA BASEUFC

    O Coletivo Filosofia Pela Base-UFC uma instncia estudantil,

    que tem como objetivo tratar as

    questes polticas do curso de

    Filosofia da Universidade Federal

    do Cear. Foi criado em 2012 no

    comando de greve da UFC, onde alguns estudantes perceberam a necessidade de uma

    organizao estudantil. Desde ento o Coletivo segue ativo nas questes polticas do curso,fazendo formaes e discutindo pautas atuais, como: PROUNI; REUNI; ENEM; Cotas; etc.,

    essas formaes so de extrema importncia para a constituio do Coletivo. Propomos ser a

    vanguarda de lutas do curso de Filosofia da UFC, no se voltando apenas para questes

    burocrticas.

    Aps muitos debates, no primeiro semestre de 2014, o Coletivo lana uma nota solicitando

    ingresso a Rede Estudantil Classista e Combativa (RECC). Seguimos uma de poltica de base

    e temos um carter combativo, acreditamos que a luta s legitima quando se existe uma base

    fortemente formada, base essa, que se constitui no corpo discente. No temos nenhuma

    vinculao com partidos polticos e nenhuma denominao qualquer de ideologia poltica

    (marxista, anarquista, etc.). Entendemos que temos que nos organizar em nosso local de

    estudo, para assim alcanarmos pautas mais abrangentes. Avante! Por uma poltica de base a

    servio do estudante.

    Coletivo Filosofia Pela BaseUFC

    O Coletivo Filosofia Pela Base

    UFC lana uma nota em

    memria aos 50 anos do golpe

    civil militar

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    Em 1 de abril de 1964 abriu-se uma ferida histrica em nosso pas. Ferida esta proferida por

    um golpe. Neste ano de 2014 completamos 50 anos do golpe civil militar brasileiro. Este, que

    se fez por medo de uma ditadura comunista, prerrogativa ilusria usada como desculpa pra

    instaurao de uma ditadura militar. E foi que se seguiu.

    O ano era 1964, o presidente era Joo Goulart, o Brasil sofria uma crise absurda e

    Jango, como era popularmente conhecido o presidente, comeava a expor seus planos para

    tentar combater o quadro negativo que o pas vivia, dentre elas a reforma agrria. Na poca

    muitas jovens, pensadores, acadmicos e intelectuais tinham em Cuba, na Unio Sovitica,

    um exemplo a ser seguido: o comunismo. Seguindo ideias de igualdade, de respeito e de

    valorizao dos mais pobres. Porm a elite brasileira, altamente conservadora e influenciada

    pelos Estados Unidos, pregava o comunismo como um inferno e os comunistas como o diabo,e para eles todas as pessoas que era contra as ideias conservadoras eram subversivos.

    Ento as reformas propostas por Joo Goulart, como no condiziam com as propostas

    dos grandes empresrios e militares brasileiros, fizeram com que logo o taxassem de

    comunista e que com essas reformas queria implantar o comunismo no Brasil. Com toda a

    caricatura demonaca criada em torno da ideologia comunista, apoiada pela Igreja Catlica,

    empresrios, mdia e militares, e com o apoio dos Estados Unidos, do ento presidente

    Kennedy, criou-se essa fantasia em torno de Jango e ento os militares brasileiros apoiadospor todos esses deram um golpe de Estado com a desculpa de livrar o Brasil do comunismo,

    est que seria uma ideologia sangrenta e que eles estavam ali para proteger o cidado

    brasileiro, proteger os seus direitos.

    Essa foi a desculpa, mas o que se viu foi algo totalmente inverso. O primeiro

    presidente militar, Marechal Castelo Branco fez logo os famosos Atos Institucionais,

    fechando congresso, deixando partidos na clandestinidade, e a coisa s foi piorando, o povo

    no tinha mais liberdade. Quem falasse mal do governo, mesmo no sabendo nem o que eracomunismo era taxado como subversivo. Pessoas foram mortas, torturadas, corrompidas e

    muitos desapareceram. Censuras e represso foram pregadas como nunca.Peas teatrais,

    programas de rdio e TV, jornais, novelas at piadas passavam por um filtro militar para ver

    se no existiam criticas ao governo, se fosse identificado algo fora dos padres da ditadura,

    no era liberado para a sociedade.

    Grupos de resistncia foram formados para o enfrentamento contra os militares.

    O povo, mostrando seu descontentamento, no cedeu domesticao militar resistindo.Os

    estudantes ligados a movimentos, ou mesmo independentes foram a vanguarda de lutas. A

    represso era enorme, voc tinha que tomar cuidado em cada palavra, com quem andava, onde

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    andava e at o que lia, anos de tortura, mortes, cadveres ocultados, mas na poca ningum

    podia falar nisso, pois o governo no deixava s quem sabia disso era quem estava contra o

    regime. At os dias atuais estes so alguns dos fatos que muita gente prefere ignorar e/ou

    esquecerem simplesmente. Mas para ns, algo a ser lembrado, no esquecemos e nem

    perdoamos, uma cicatriz que ainda di e deve ser relembrada como combustvel de fora e

    esperana, sede por mudanas e a vontade de viver em um pas livre!

    Com o passar do tempo a coisa ficou to escancarada, to repressiva e absurda que a

    maioria j sabia o que de fato era o governo militar, o povo ganhou as ruas pedindo

    DIRETAS J !!! O pas estava um caos, pior, muito pior do que na poca de Jango, pois

    agora o Brasil estava coberto de sangue, sangue derramado pelas mos dos militares, os

    mesmo que tomaram o poder com a desculpa de salvar o Brasil do sangrento comunismo, osmesmos que juraram defender o povo brasileiro. O Brasil era um mar de sangue, era uma

    nao de gente desaparecida, de gente exilada, era uma nao onde era crime poder pensar,

    poder falar, uma nao com medo, mas o povo lutou, foi as ruas, e a presso popular foi tanta,

    que os militares viram que no tinham mais como sustentar a fantasia de um governo e de pas

    perfeito, onde na verdade era uma carnificina.

    Joo Figueiredo, o ltimo presidente militar, entrega o cargo e depois de 21 anos de

    ditadura, de luta, de represso e de morte o Brasil volta a ser um pas democrtico e o povo

    volta a ter esperana de dias melhores. Porm, o que podemos ver, at os dias atuais, uma

    ditadura fantasiada de democracia. O governo mudou, porm continua a servir aos burgueses,

    prova disso todo o seu empenho em oprimir toda e qualquer manifestao popular de carter

    revolucionrio. H a resistncia, continuamos na luta. O levante de junho mostrou o

    descontentamento das massas. Ns, estudantes, trabalhadores, pessoas que vivem na

    precariedade perante o Estado, esse que violento, estamos na luta, ns estamos unidos pelo

    passe livre, pela desmercantilizao da educao, pelo livre acesso as universidades,valorizao do trabalhador e demais reivindicaes coesas fora das manipulaes partidrias.

    Temos que tomar a luta do trabalhador como a luta do estudante e a luta do estudante

    como a do trabalhador, afinal somos o povo, e somente unidos poderemos superar os

    problemas sociais. No vamos deixar esquecer, no vamos deixar o tempo apagar as vidas

    daqueles que morreram lutando contra a ditadura, no podemos cair no mesmo erro,

    DITADURA NUNCA MAIS! Descruzemos os braos e vamos a luta.

    -EDSON LUIS?

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    -PRESENTE!

    NO ESQUECEMOS E NEM PERDOAMOS!!

    Coletivo Filosofia Pela Base

    UFC

    Estudantes de filosofia da Universidade Federal do Cear so reprimidos

    aps pintarem as colunas do prdio em que estudam

    Camaradas, sobre o acontecido de hoje (09/06/2013) que ficamos sabendo a pouco, e foi algo

    que chocou parte do corpo discente da Filosofia - UFC. Alguns estudantes, diante dosimpasses, se sentiram reprimidos pela aparente insatisfao do senhor Sandro, diretor do

    ICA(Instituto de Cultura e Arte), e se viro na obrigao de repintar as colunas que estavam

    pichadas no prdio. Essas colunas tinham passado por intervenes por parte de alguns

    estudantes aps uma tarde interativa para a decorao do Centro Acadmico de Filosofia

    Manfredo Oliveira. Colunas essas que pertencem alm de tudo a ns, e no ao senhor Sandro,

    que intitulado diretor do Instituto, e que foi este que no se sentiu a vontade quando viu as

    colunas pintadas. O diretor alegou que os estudantes teriam descumprindo um acordo, esteacordo que seria, segundo o mesmo: pintar somente as dependncias do C.A. No inicio do

    semestre, quando foi tirada uma assembleia com o Sandro, este falou que as intervenes

    seriam aceitas, porm, se houvesse uma reunio prvia com todo um conselho, mostrando o

    que seria escrito nas paredes, e assim, o conselho diria qual o local poderamos, ou no,

    fazermos alguma interveno. Interveno? O que entendemos por interveno vai MUITO

    alm de escrever frases "bonitinhas" em cantos "adequados". Um absurdo deixar um

    estudante compelido e fazer com que o mesmo apague uma forma que encontrou de se

    expressar, tudo isso por receio de ser reprimido. Dentro da argumentao utilizada pelo ento

    diretor, que seria de descumprimento de acordos, vamos relembrar o que a filosofia passou,

    no segundo semestre de 2013, quando mudou para o atual prdio: salas sem ar condicionado;

    barulho de obra durante as aulas; sol invadindo as salas por conta que as janelas no estavam

    em condies adequadas; prdio sem instalao de internet; e outro acontecimento que quase

    acarreta um estado de greve no curso, DEZ DIAS SEM GUA, isso mesmo, o prdio do ICA,

    a obra magnfica da UFC, passou dez dias sem gua, os banheiros estavam inutilizveis e at

    mesmo para beber gua os estudantes tinham que se dirigir at o R.U, onde tinha um

    bebedouro mais prximo. Algumas dessas precariedades permanecem at os dias atuais,

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    boa parte do prdio continua em obra. Fomos jogados, essa a palavra, JOGADOS, em

    prdio sem mnimas estruturas para receber os estudantes. Onde o acordo seria: o curso de

    filosofia s vai para o prdio do ICA quando o mesmo estiver TOTALMENTE PRONTO.

    Agora vem o diretor Sandro querendo nos falar de descumprimentos de acordos?Queremos

    dar vida ao ICA, queremos mostrar que a filosofia vive e que temos o total direito de expor

    nossos pensamentos. Somos estudantes de filosofia, no fantoches. Somos seres que pensam,

    que agem, que se manifestam. Queremos colorir o ICA. Chega de ficar calado e aceitar

    tudo. O prdio pertence aos estudantes, queremos expor nossas ideias e pensamentos nas

    nossas paredes. Todo repudio represso do ICA!

    [Nota de Repudio a Represso do ICA] Coletivo Filosofia Pela Base UFC

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    Quanto vale a educao?

    H anos que no estado do Rio de Janeiro a

    educao totalmente desvalorizada, isso

    fato, foram extintos os CIEP,s (Centro

    Integral de Educao Pblica), as escolas

    tcnicas atuais so extremamente precrias

    (como o CVT, o CDD e o IST), mas seu pior

    descaso visto na segunda maior

    universidade estadual do pas, a UERJ. Seus

    andares esto constantemente danificados, e

    o pior descaso visto em relao ao destino

    do PIB do estado em relao essa

    universidade: apenas mseros 2%, menos do

    que at mesmo em alguns estados do Centro-

    Oeste, para efeito de comparao, o que faz

    com que nos caiba a seguinte indagao:

    Quanto vale a educao? Se depender do

    estado fluminense, nada.

    Professora do Departamento

    de Filosofia da UERJ presa

    No dia 12 de Julho de 2014, aconteceuaquela que foi uma das maiores polmicas

    da histria da UERJ, a priso de uma

    professora de seu prprio corpo discente.

    Camila Aparecida Rodrigues Jourdan foi

    presa por acusao de formao de

    quadrilha (nica justificativa aceita para

    incrimin-la), na garantia feita pela PolciaCivil de que a Copa do Mundo 2014, em

    seu jogo final (Argentina X Alemanha),

    estivesse em segurana. A professora foi

    relacionada ao movimento "No Vai ter

    Copa", na iminncia de ligao com a

    ativista Sininho, com o intuito de

    manifestao, continuando o mesmo ciclo

    de protestos de junho de 2013, dessa vez

    totalmente direcionado para a Copa. Alm

    de Camila foram presos, seu namorado,

    Sininho e outros 17 ativistas. A priso

    pode ser considerado o mais grave ataque

    democracia num Estado de Direito dito

    "democrtico".

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    A UERJ e a Copa do Mundo

    Lembremos mais uma vez a lio que nos

    foi dada ao longo do tempo, a partir de

    meados do sculo XX, por Darcy Ribeiro:

    "O Brasil um pas que, ainda, no deu

    certo". E continua no dando. Pelo menos

    o que se v no Rio de Janeiro. Foram gastos

    1,346 Bilhes de Reais com a reforma de um

    s estdio, o estdio Mrio Filho, situado na

    R. Prof. Eurico Rabelo, Maracan, Rio de

    Janeiro - RJ. Em comparao com a UERJ,

    no houve um s gasto em reformas no

    Campus Francisco Negro de Lima, situado ,

    em relao sua estrutura predial, no mesmo

    ano (o ltimo gasto com construo dentro

    do campus, foi de 3 milhes de reais

    destinados construo do Restaurante

    Universitrio, no ano de 2007). O gasto

    bilionrio com o estdio do Maracan, em

    relao ao gasto quase 50 vezes menor com

    a UERJ talvez nos tenha deixado um nico

    legado, de que o nosso pas ainda vai

    demorar a dar certo.

    Opinio

    Ol, estudante de Filosofia, me chamo

    Duan Pedro Moraes Barroso, sou delegado

    na Executiva Nacional de Estudantes de

    Filosofia e represento a Universidade do

    Estado do Rio de Janeiro. Nessa coluna,

    busco trazer um pouco mais do que foi o

    balano de notcias da universidade onde

    sou graduando em Filosofia. Essa coluna

    traz um intuito mais pessoal do

    informativo, onde mostro 4 pequenos

    pontos essenciais para os acontecimentos

    em geral nessa universidade. Em duas

    colunas expressei o gasto com a educao

    no estado do Rio de Janeiro, mas a coluna

    tida como espinha dorsal, relatando a

    priso de minha professora de Lgica, o

    ncleo central do balano acadmico desse

    ano, em especial por ser um assunto

    relacionado Filosofia, e que importante

    para o leitor entender essa polmica

    notcia, que est estampada em variados

    sites de informao da Internet, assim

    como nas mdias tradicionais. Um abrao e

    espero que vocs leitores tenham se

    identificado com a leitura do informativo,

    e em geral com os contedos expressos

    nesse boletim, e at 2015!

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    CARTA ABERTA PRISO DA PROF. DOUTORA CAMILA

    JOURDAN RODRIGUES POR MANIFESTAES NA COPA DO

    MUNDO FIFA 2014

    Apresento aqui minha opinio acerca de um dos piores casos de abuso de autoridade

    presenciados no corrente ano de 2014. A priso, por envolvimento nas manifestaes

    realizadas durante a Copa do Mundo FIFA 2014, da Professora Doutora Camila Aparecida

    Rodrigues Jourdan, professora adjunta pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro,

    graduada em Filosofia pela UFRJ (2002), com Mestrado em Filosofia pela PUC-Rio (2005) e

    Doutorado em Filosofia tambm pela PUC-Rio (2009).

    Camila Jourdan tambm ativista anarquista e foi infelizmente envolvida num caso

    deveras espinhoso, mas igualmente torpe, as prises envolvidas com a Copa do Mundo FIFA

    2014. Est ligada s manifestaes iniciadas em junho de 2013 e que foram continuadas at o

    perodo da copa, quando da mesma ocasio a Polcia Civil decidiu intervir, alegando a

    necessidade de segurana do evento. O inqurito foi no mnimo curioso, mas a mdia decidiu

    espetacularmente dar ares nocivos aos ativistas, que no passavam de professores, alunos etrabalhadores. A Globo e a Veja (leia-se Reinaldo Azevedo) no perderam tempo. No mesmo

    rol de acusaes estava Mikhail Bakunin, filsofo russo que morreu em 1876, na cidade de

    Berna, no Imprio Russo. Quase todos os estudantes do ensino mdio sabem que Bakunin

    morreu h tempos. Por isso surge aqui minha primeira dvida, quem eram esses oficiais da

    Polcia que criaram esse inqurito? Ou forjaram o diploma ou esqueceram a lio da escola.

    Logo venho por meio desta expor o abuso de autoridade aqui mencionado, que

    demonstrou a incapacidade de discernir os fatos pelos quais se deram os inmeros manifestos

    iniciados em 2013. Dado o teor insatisfatrio a esse triste acontecimento, o sentimento aqui

    exposto de indignao e tristeza. Porm, pior do que a dimenso do absurdo do inqurito,

    foi a dimenso do autoritarismo. Os acusados foram classificados de terroristas, e foram

    mantidos presos no presdio de Bangu.

    Camila Jourdan uma importante acadmica, com variados textos e artigos, alm de

    publicaes cientficas e participaes em congressos internacionais. Mas tambm uma

    importante ativista, e sua militncia puramente ideolgica. Aprision-la de forma to

    surpreendente anular a democracia (se que estamos numa) a qual o nosso pas vive. E se

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    uma crtica aos gastos com a copa do mundo de futebol realizada em 2014 considerada

    terrorismo, quase todos os brasileiros (e foram muitos) que foram ao movimento "No vai ter

    Copa" so terroristas. Se manifesto pblico e campanha ideolgica so aes terroristas, ento

    a histria universal foi feita por terroristas. Os lderes liberais da Revoluo Francesa eram

    terroristas, igualmente os da Revoluo Americana. Max Weber, Baruch Spinoza, Jeremy

    Bentham e Georg Hegel tambm eram. Talvez a polcia deva ter acertado em criminalizar

    Bakunin. S no pode esperar que o mesmo seja preso. A justificativa apresentada, no caso de

    Camila, foi formao de quadrilha. At ento desconheo o fato de Weber e Bentham terem

    formado uma quadrilha.

    Lembro-me dela no como minha professora, ao elucidar-me questes, as quais

    fossem, mas tambm como um exemplo a ser seguido dentro do mundo acadmico, foi com

    ela que tive contato com Bertrand Russell e com Gottlob Frege. Mas seu ativismo me enche, e

    tambm a muitos brasileiros, de orgulho. E sua vexatria priso, de dio, sim, esse o

    sentimento. Aqui termino com um ltimo pedido, o de justia. Talvez a Filosofia esteja

    realmente voltando a ser perigosa.

    Duan Pedro Moraes Barroso.

    Graduando do curso de Licenciatura e Bacharelado em Filosofia

    Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

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    CARTA ABERTA

    Por que Filosofia?

    No dia 22 de setembro de 2014, a nossa atual presidente Dilma Rousseff concedeu uma

    entrevista ao programa jornalstico da Rede Globo Bom Dia Brasil, neste programa ocorreu

    um fato que passou despercebido pela filosfica, jornalstica e acadmica comunidade

    (esperamos que realmente tenha sido uma disperso). A atual presidente foi questionada sobre

    o alto ndice de analfabetismo no Brasil (de acordo com as ltimas pesquisas: 13 milhes de

    analfabetos) ao qual respondeu dessa forma:

    [...]Olha l, os dois anos, os anos finais do ensino fundamental e o ensino mdio, de fato,

    no esto bons. Ns NO CONSEGUIMOS ENTRAR NA META. Nos ltimos anos do

    ensino fundamental, nos aproximamos. NO ENSINO MDIO, NO NOS APROXIMAMOS.

    Ns temos esse diagnstico do ensino mdio. TANTO ASSIM QUE CRIAMOS O

    PRONATEC. O Pronatec tem duas partes, uma parte ensino tcnico. POR QUE CRIAR

    UM ENSINO TCNICO? PORQUE O JOVEM DO ENSINO MDIO, ELE NO PODE

    FICAR COM 12 MATRIAS, INCLUINDO NAS 12 MATRIAS, FILOSOFIA E

    SOCIOLOGIA. No tenho nada contra filosofia e sociologia, mas um currculo com 12

    matrias no atrai um jovem. Ento, ns temos que primeiro ter uma reforma nos currculos

    [...]

    Ficamos indignados com o teor pr-conceituoso da atual presidente, praticamente

    desqualificando a importncia da filosofia e sociologia na formao dos estudantes

    brasileiros. Tratemos de alguns fatos da trajetria da educao desde o golpe militar de 1964,

    que como todos ns sabemos acarretou a excluso da filosofia e da sociologia do currculoescolar (o antigo segundo grau), estas disciplinas sendo substitudas pela Moral e Cvica e

    OSPB (Organizao Social e Poltica Brasileira), disciplinas tais que passavam ao aluno um

    teor totalmente moralista, patriota no sentido positivista colocando a formao do aluno isenta

    de senso critico e voltada a no emancipao do individuo.

    Vale salientar que a necessidade de excluir a filosofia e a sociologia do currculo vem de uma

    prtica pautada no conservadorismo/positivismo da poca, pois no era do interesse dos

    militares, enquanto governo (e aparenta no ser interesse da nossa atual presidente), quefossem formados alunos com certo senso crtico e teor filosfico, uma vez que um indivduo

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    tendo um contato substancial com a filosofia e sociologia, ele (a) passa a ter uma

    participaopoltica mais intensa em relao a questionamentos sociais.

    No tiramos o mrito de se criar programas que incentive as tecnologias, realmente oPRONATEC abriu um leque de possibilidades diferentes para a juventude brasileira, tambm

    no discordamos que deve haver uma reforma curricular na estrutura educacional brasileira,

    mas essa reforma no se trata de excluir ou adicionar disciplinas, mas sim melhorar a

    qualidade no s estrutural como educacional, como mtodos diferentes de ensino, salrios

    dignos aos professores sejam eles do ens. Fundamental, mdio ou superior e estrutura fsica

    atrativa e de qualidade.

    A presidente Dilma foi infeliz em seu comentrio, aparentando afirmar que a filosofia e asociologia dentro do currculo atual causam um desinteresse aos estudantes do ensino mdio ,

    dando uma importncia maior ao ensino tecnicista, o motivo a sua rpida resposta nos

    ndices econmicos. Entretanto no nos iludimos que o ensino tecnicista apenas uma forma

    de qualificar a mo de obra rpida para o mercado de trabalho, entretanto este ensino

    totalmente isento do teor crtico que necessrio para a classe trabalhadora entender que esta

    explorada pela dominao capitalista, ou seja, melhora-se a economia do pas, porm

    fragiliza-se o pensamento crtico do povo brasileiro, tendo como consequncia oenfraquecimento e a fragmentao dos movimentos sociais; a intolerncia religiosa; e a

    reproduo do conservadorismo arcaico referente s relaes de gnero e tnico-raciais. O que

    mais nos afetou enquanto profissionais da rea foi o desmerecimento consequente

    (possivelmente) dos cursos de licenciatura em filosofia, nos tomando a possibilidade de

    sermos professores futuramente, alm de que as aulas de filosofia so um espao essencial

    para um debate mais amplo e consistente da histria do pensamento humano.

    Por fim, no do nosso interesse desqualificar o programa poltico da candidata a presidncia

    Dilma, mas sim levar reflexo a importncia de termos dentro da nossa sociedade uma

    educao que leve ao pensamento crtico acerca da realidade poltica e social, assim no

    incentivando a criao de mo de obra, mas de indivduos emancipados.

    Por que as pessoas no reconhecem os movimentos sociais como algo legtimo?

    Faltou Filosofia! Por que as pessoas julgam sua religio algo absoluto?

    Faltou Filosofia!Por que se matam pessoas por sua identificao sexual?

    Faltou Filosofia!Por que existe racismo? Faltou Filosofia!

    Por que existe religio dentro da poltica? Faltou Filosofia!

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    Por que existem pessoas com o discurso preconceituoso como o de Levy Fidlix?

    Faltou Filosofia!

    Seu conhecimento serve para qu e para quem?

    Caio Varela e Joana Souto

    Graduandos do curso de Licenciatura em Filosofia.

    Universidade Estadual da Paraba (UEPB)

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    ~ EVENTOS ~ EVENTOS ~ EVENTOS ~ EVENTOS ~ EVENTOS ~

    Ps-ENEFIL (UFC)

    Aps o XXX Encontro Nacional dos

    Estudantes de Filosofia (2014) o

    Coletivo Filosofia Pela Base UFC

    organizou um ps encontro para

    repassar as questes que tinham sido

    tratadas na Plenria Final na UFMT. O

    intuito era poder deixar todos os

    estudantes cientes do que tinha

    acontecido, principalmente aqueles que

    no puderam participar. O momento foi de grande importncia, inclusive para os recm-

    chegados no curso, onde esses puderam ter um primeiro contato de como se dava um encontro

    nacional e que tipo de discusses so realizadas.

    III Colquio Marx: Marx, Marxismo e Religio (UFC)

    O Grupo de Estudos Marxistas -

    GEM realizou nos dias 20, 21, 22 e

    23 de Maio o III Colquio Marx:

    Marx, Marxismo e Religio,

    organizado ainda pelo Programa de

    Ps Graduao em Filosofia da UFC

    e pelo Programa de Ps Graduao

    em Educao da UFC e pela Pr

    Reitoria de Ps Graduao.

    E V E N T O S

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    I Seminrio Internacional do Programa de Ps-Graduao em Cultura e Sociedade e do

    Grupo de Estudos e Pesquisa Interdisciplinar Jean-Jacques Rousseau (UFMA)

    Na Universidade Federal do

    Maranho, ocorrer entre os

    dias 29 de setembro e 2 de

    outubro, no Auditrio Setorial

    do Centro de Cincias Sociais.

    O evento realizado como uma

    ao do II Ciclo de Atividades

    do Projeto da Fundao de

    Amparo a Pesquisa e ao

    Desenvolvimento Cientifico do

    Maranho (Fapema). Promovendo o dilogo entre artes, filosofia e literatura, o evento comea

    no dia 29 de setembro, s 17h, tendo para conferncia de abertura Alain Grosrichard, membro

    do comit editorial da nova edio das obras completas de Rousseau da editora Classique

    Garnier de Paris.

    II Jornada de Filosofia Poltica

    (UnB)

    A Segunda Jornada de Filosofia

    Poltica da UnB: A Ditadura e a

    Universidade pretende ser palco dedebates abertos sobre Marx e os

    marxismos no Brasil, sobre os

    intelectuais e sua funo social, as

    universidades e o perodo do golpe

    e da represso militar no Brasil.

    Esta jornada desdobramento de

    ato realizado no dia 09 de abril

    deste ano, para rememorar a invaso da Universidade de Braslia, ocorrida nove dias depois

    do golpe militar de 1964, pela polcia do Dops e pelo exrcito. Foi assim que, em 09 de abril

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    de 2014, um grupo de professores se reuniu e fez um balano do impacto e do legado do

    Golpe na formao, hoje, de mentalidades universitrias capengas e alijadas da vontade de

    debater temas locais e internacionais candentes.

    Colquio Internacional Bakunin e AIT

    (USP)

    Em 2014, completam-se 200 anos do

    nascimento de Mikhail Bakunin e 150 anos da

    fundao da Associao Internacional dosTrabalhadores (AIT). Para comemorar estas

    datas, a Biblioteca Terra Livre organizar o

    Colquio Internacional Mikhail Bakunin e a

    AIT. Pretendemos com este evento marcar a

    importncia, ainda presente nos dias de hoje,

    do pensamento e da ao de Mikhail Bakunin

    e da experincia da AIT para o anarquismo.

    VI Encontro Nietzsche Schopenhauer

    (UFC)

    Consolidado no calendrio cultural da

    Regio Nordeste, bem como no cenriofilosfico nacional, o Encontro Nietzsche-

    Schopenhauer, organizado anualmente pelo

    Apoena: Grupo de Estudos Schopenhauer-

    Nietzsche, faz parte dos principais eventos

    de carter filosfico realizados em Fortaleza,

    prestando importante contribuio para

    expanso da discusso filosfica brasileira

    para alm do eixo tradicional da produo

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    cientfica e cultural do Pas. Neste ano, o Encontro Nietzsche-Schopenhauer ter como fio

    condutor das discusses o tema Filosofia, Poltica e Tecnologias da Informao, contando

    com a participao de diversos conferencistas.

    Convite Cultural (UnB)