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por Dilea Frate
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D i l e a F r a t e
Simona Trainailustrações
© 2009 texto – Dilea Frateilustrações – Simona Traina
© Direitos de publicaçãoCORTEZ EDITORA
Rua Monte Alegre, 1074 – Perdizes05014-000 – São Paulo – SP
Tel.: (11) 3864-0111 Fax: (11) [email protected]
DireçãoJosé Xavier Cortez
Editor Amir Piedade
PreparaçãoAlexandre Soares Santana
RevisãoOneide M. M. EspinosaRodrigo da Silva Lima
Roksyvan PaivaEdição de Arte
Mauricio Rindeika SeolinImpressão
EGB – Editora Gráfica BernardiDados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Frate, DileaBolhas / Dilea Prado; Simona Traina, ilustrações. –
São Paulo: Cortez, 2009.ISBN 978-85-249-1536-91. Literatura infantojuvenil I. Título.
CDD-028.5
Índices para catálogo sistemático:
1. Literatura infantil 028.52. Literatura infanto-juvenil 028.5
Impresso no Brasil — outubro de 2009
Na circuferência,o princípio e o fim se confundem"
" Não há nada permanente, exceto a mudança"
(Heráclito, filósofo grego, 540-470 a.C.)
1a edição2009
miolo_bolhas_imagens.qxp 9/27/2009 12:51 PM Page 2
D i l e a F r a t e
Simona Trainailustrações
© 2009 texto – Dilea Frateilustrações – Simona Traina
© Direitos de publicaçãoCORTEZ EDITORA
Rua Monte Alegre, 1074 – Perdizes05014-000 – São Paulo – SP
Tel.: (11) 3864-0111 Fax: (11) [email protected]
DireçãoJosé Xavier Cortez
Editor Amir Piedade
PreparaçãoAlexandre Soares Santana
RevisãoOneide M. M. EspinosaRodrigo da Silva Lima
Roksyvan PaivaEdição de Arte
Mauricio Rindeika SeolinImpressão
EGB – Editora Gráfica BernardiDados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Frate, DileaBolhas / Dilea Prado; Simona Traina, ilustrações. –
São Paulo: Cortez, 2009.ISBN 978-85-249-1536-91. Literatura infantojuvenil I. Título.
CDD-028.5
Índices para catálogo sistemático:
1. Literatura infantil 028.52. Literatura infanto-juvenil 028.5
Impresso no Brasil — outubro de 2009
Na circuferência,o princípio e o fim se confundem"
" Não há nada permanente, exceto a mudança"
(Heráclito, filósofo grego, 540-470 a.C.)
1a edição2009
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A menina, que vivia com a cabeça nas nuvens, teimava em ver
bolhas em tudo: gente, bicho, poeira, comida, dejetos, coisas de
um mundo de TVs-bolha, computadores-bolha, carros-bolha,
com pessoas que se trancavam em casas-bolha. Talvez pensasse
assim porque se sentia meio solta e perdida no mundo - como as
bolhas, que não lhe saíam da cabeça. Pensava isso e mascava um
chiclete, desses que são recheados com uma gosma doce e viscosa.
Logo depois de estourar uma das bolas de chiclete, ela chegou a
uma conclusão que lhe pareceu uma descoberta:
– O MUNDO É UMA BOLHA!
Era uma menina que tinha a mania de olhar o mundo
como se fosse uma bolha. E percebia bolhas em praticamente
todos os lugares, misteriosas, vivas, pulsantes. Mesmo de olhos
fechados, ela as via: bastava fechar as pálpebras depois de olhar um
pouco para o sol e pronto! Já apareciam bolhinhas num canto ou
bem no meio dos olhos fechados. As bolhas estavam em toda parte
e se mexiam, eram o próprio movimento de ebulição do universo,
como um caldeirão de água fervente, imaginava a menina, já
emendando em pensamento: e a terra? Não seria nosso planeta
apenas uma bolha azul? E nossas cabeças? Seriam bolhas de osso duro
recheadas com um cérebro mole? E os bebês, que passam nove meses
totalmente "embolhados" nas mães? E as bolhas de sabão? E os
bombons embrulhados em papel celofane? Bolhas gostosas...
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A menina, que vivia com a cabeça nas nuvens, teimava em ver
bolhas em tudo: gente, bicho, poeira, comida, dejetos, coisas de
um mundo de TVs-bolha, computadores-bolha, carros-bolha,
com pessoas que se trancavam em casas-bolha. Talvez pensasse
assim porque se sentia meio solta e perdida no mundo - como as
bolhas, que não lhe saíam da cabeça. Pensava isso e mascava um
chiclete, desses que são recheados com uma gosma doce e viscosa.
Logo depois de estourar uma das bolas de chiclete, ela chegou a
uma conclusão que lhe pareceu uma descoberta:
– O MUNDO É UMA BOLHA!
Era uma menina que tinha a mania de olhar o mundo
como se fosse uma bolha. E percebia bolhas em praticamente
todos os lugares, misteriosas, vivas, pulsantes. Mesmo de olhos
fechados, ela as via: bastava fechar as pálpebras depois de olhar um
pouco para o sol e pronto! Já apareciam bolhinhas num canto ou
bem no meio dos olhos fechados. As bolhas estavam em toda parte
e se mexiam, eram o próprio movimento de ebulição do universo,
como um caldeirão de água fervente, imaginava a menina, já
emendando em pensamento: e a terra? Não seria nosso planeta
apenas uma bolha azul? E nossas cabeças? Seriam bolhas de osso duro
recheadas com um cérebro mole? E os bebês, que passam nove meses
totalmente "embolhados" nas mães? E as bolhas de sabão? E os
bombons embrulhados em papel celofane? Bolhas gostosas...
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Abriu o chuveiro, pegou o sabonete e, com a palma da mão,começou a fazer bolhas bem leves e interessantes. Enquanto assoprava...SSSSUSSSS!, observou que elas eram diferentes umas das outras epodiam transformar-se, de repente, em vários personagens, comhistórias próprias...
A menina pensava isso no banheiro, sentada na privada.Era seu momento diário de meditação. Embora estivesse chegando ahora de ir ao colégio e ela não quisesse se atrasar, sempre acabavaficando mais tempo do que o necessário ali, parada, distraída com seuspensamentos. Assim como quase todas as crianças do mundo, erafascinada pelo que lhe saía do corpo. E, de todos os seus restos, opreferido era aquele, sólido, que às vezes tinha o formato de uma bolha.Pronto! Tinha dado sua contribuição às bolhas pesadas do mundo.Apertou a descarga e foi tomar banho.
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Abriu o chuveiro, pegou o sabonete e, com a palma da mão,começou a fazer bolhas bem leves e interessantes. Enquanto assoprava...SSSSUSSSS!, observou que elas eram diferentes umas das outras epodiam transformar-se, de repente, em vários personagens, comhistórias próprias...
A menina pensava isso no banheiro, sentada na privada.Era seu momento diário de meditação. Embora estivesse chegando ahora de ir ao colégio e ela não quisesse se atrasar, sempre acabavaficando mais tempo do que o necessário ali, parada, distraída com seuspensamentos. Assim como quase todas as crianças do mundo, erafascinada pelo que lhe saía do corpo. E, de todos os seus restos, opreferido era aquele, sólido, que às vezes tinha o formato de uma bolha.Pronto! Tinha dado sua contribuição às bolhas pesadas do mundo.Apertou a descarga e foi tomar banho.
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Embaixo do chuveiro, de boca aberta, a menina se imaginoucomendo uma daquelas bolhas francesas e engasgou com a mistura desaliva e água. Virou o pescoço para baixo, deu de cara com suas pernasmagras. Muito magras para seu gosto estético. E pensou que, se fosseuma bolha, seria uma bolha meio estranha.
E ra uma bolha inexplicavelmente magra. Tão
magra, que parecia mais uma minhoca do que uma
bolha. Porque era muito leve e conseguia subir ao céu
suavemente e com perfeição, tornou-se modelo e
começou a desfilar com charme e sucesso nas passarelas
do infinito. Foi assim que a bolha magra, que era
diferente de todas as outras, virou uma top bubble.
Passou então a não comer nada para ficar ainda mais
leve, foi ficando leve e mais leve, até que PLIM!, sumiu no
meio de tanta leveza. É curta a vida das bolhas modelos.
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Embaixo do chuveiro, de boca aberta, a menina se imaginoucomendo uma daquelas bolhas francesas e engasgou com a mistura desaliva e água. Virou o pescoço para baixo, deu de cara com suas pernasmagras. Muito magras para seu gosto estético. E pensou que, se fosseuma bolha, seria uma bolha meio estranha.
E ra uma bolha inexplicavelmente magra. Tão
magra, que parecia mais uma minhoca do que uma
bolha. Porque era muito leve e conseguia subir ao céu
suavemente e com perfeição, tornou-se modelo e
começou a desfilar com charme e sucesso nas passarelas
do infinito. Foi assim que a bolha magra, que era
diferente de todas as outras, virou uma top bubble.
Passou então a não comer nada para ficar ainda mais
leve, foi ficando leve e mais leve, até que PLIM!, sumiu no
meio de tanta leveza. É curta a vida das bolhas modelos.
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