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INTRODUÇÃO No decorrer dos anos o olho do consumidor foi de tal forma educado que é hoje obrigatória a inclusão de branqueadores ópticos em tecidos brancos ou papel branco. Os próprios detergentes domésticos contêm na sua grande maioria branqueadores ópticos. Estas substâncias, que têm a propriedade designada por fluorescência, eram quase desconhecidas até 1939 mas hoje em dia são utilizadas em grande escala em diversas indústrias, com especial ênfase para a têxtil. ¹ Atualmente, existem algumas centenas de produtos para o branqueamento óptico, e seu uso representa cerca de 10% do comércio mundial de corantes.²

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INTRODUÇÃO

No decorrer dos anos o olho do consumidor foi de tal forma educado que é

hoje obrigatória a inclusão de branqueadores ópticos em tecidos brancos ou papel

branco. Os próprios detergentes domésticos contêm na sua grande maioria bran-

queadores ópticos. Estas substâncias, que têm a propriedade designada por

fluorescência, eram quase desconhecidas até 1939 mas hoje em dia são utilizadas

em grande escala em diversas indústrias, com especial ênfase para a têxtil. ¹

Atualmente, existem algumas centenas de produtos para o branqueamento

óptico, e seu uso representa cerca de 10% do comércio mundial de corantes.²

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BRANQUEADORES ÓPTICOS

A cor creme-amarelada dos materiais têxteis pode ser destruída parcialmente

mas não completamente no alvejamento, fazendo o material parecer mais branco. O uso

de agentes de branqueamento óptico melhora ainda mais a brancura dos têxteis. Estes

branqueadores ópticos absorvem radiação ultravioleta (de comprimento de onda inferior

à 400nm), não detectada pelo olho humano, e emitem essa radiação absorvida em

comprimentos de onda maiores compreendidas dentro do espectro visível pelo ser

humano(fig. 1). Este fenômeno é denominado fluorescência e com ela aumenta-se a

brancura do substrato têxtil.

Figura 1 – Espectro eletromagnético.

Conforme a estrutura química desses branqueadores, podem emitir a luz

absorvida em tonalidades azul avermelhado, azul neutro ou azul esverdeado.³ Se a

energia emitida está na região azul, sua adição à luz refletida pelo substrato amarelado

faz o material parecer mais branco (fig. 2). Na verdade, o tecido alvejado quimicamente

reflete uma certa quantidade de luz na região visível, e o branqueador óptico aplicado ao

mesmo emite, por fosforescência, mais luz na região do visível, e estas duas fontes de

luz, refletida + emitida, dão uma aparência de branco mais branco.²

Quando o branqueador emite luz na região verde ou verde-amarelada, tem-se

uma redução de brancura. ².

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Figura 2 – Camiseta tratada com branqueador óptico exposta à luz

ultravioleta emitindo luz na região azul.

Este efeito "mais branco" vai depender da fonte de luz que incide sobre o tecido.

Se a fonte luminosa emite muita radiação ultravioleta, tanto mais branco parecerá o

tecido.² Assim, sob a luz de lâmpadas incandescentes os branqueadores ópticos não são

notados. Na luz do dia o efeito depende da composição da luz que, por sua vez, depende

das alterações horárias do dia e do ano como também da localização geográfica.³

A figura abaixo trás um gráfico representando a refletância de luz do

substrato em diferentes estados de acabamento.¹

(1) branqueador óptico

(2) tecido cru

(3) tecido branco

(4) tecido com branqueador óptico

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Figura 3 – Refletância do substrato em diferentes estados de acabamento.

Os branqueadores ópticos são substâncias incolores que agem semelhantemente

aos corantes, tendo certa afinidade com as fibras, às quais são aplicadas. Portanto, a

natureza química da fibra deve ser considerada quando se escolhe estes produtos. Eles

podem ser aplicados no banho de alvejamento, ou posteriormente, dc preferência, após a

mercerização. É raro, mas podem também ser adicionados às fibras sintéticas, antes de

sua extrusão. Em certos casos, são adicionados ao banho de tingimento, para maior

uniformidade de tonalidade. ²

Sua aplicação não deve apresentar efeitos colaterais indesejáveis, como

manchamento, amarelecimento (quando aplicado em excesso), etc., ou apresentar

problemas de toxicidade do tecido ao qual foi aplicado ou ao meio ambiente. Ao

empregá-lo, à medida que aumenta seu teor sobre o tecido, aumenta a brancura, até se

atingir um valor máximo. Daí em diante, maiores adições do branqueador produzem

uma diminuição da brancura, que, em geral, provocam um acúmulo do produto no

substrato, resultando num deslocamento da emissão para comprimentos de onda

maiores. A presença de sais e aditivos sobre o substrato também pode influenciar no

efeito branqueador. Por exemplo, traços de íons de metais pesados, como ferro e cobre

influem negativamente.²

O comportamento de um branqueador óptico é diferente de um corante azul:

caso do anil, muito usado no passado. O branco obtido com anil é pouco radiante.

Portanto, os branqueadores ópticos diferem totalmente do anil, uma vez que, este,

último faz com que enxerguemos branco pela absorção do amarelo enquanto que os

primeiros são fluorescentes, isto é emitem adicionalmente azul/violeta. ³

Se ao alvejamento químico com branqueamento óptico acrescentarmos um

elemento de matizagem, como um corante azul ou violeta, haverá uma redução da

reflexão do amarelo, causando um melhor efeito de branco. ³

A grande diferença, portanto, entre matizagem com corante e branqueamento

óptico é que no primeiro caso o corante azul subtrai os raios amarelos refletidos na faixa

de luz visível, enquanto que, no segundo há uma remissão azul deslocada da faixa

invisível dos raios ultravioletas.³

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CONCLUSÃO

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REFERÊNCAS

ARAÚJO, Mário de; CASTRO, E. M. de Melo. Manual de engenharia têxtil.

Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1984. v. 2, p. 702-703.

MALUF, Eraldo; KOLBE, Wolfgang. Dados técnicos para indústria têxtil. 2. ed. rev. e amp. São Paulo: IPT;ABIT, 2003. p. 215-216.

Apostila do Xerox = ver referencias com a marcia