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Análise da Indústria de Alimentos e Bebidas Brasil

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Análise da Indústria deAlimentos e Bebidas

Brasil

1 Breve análise econômica do trimestre mais recente

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Fonte: IBGE * bilhões de reais / ** trilhões de reais

No primeiro trimestre de 2018, a economia brasileira – medida pelo Produto Interno Bruto (PIB) – mostra uma leve contração em relação ao quarto trimestre de 2017 (-1,02%); porém, mostra um crescimento (1,21%) com relação ao mesmo período de 2018. É importante destacar que, considerando os números do PIB com ajuste sazonais, o primeiro trimestre de 2018 registra um crescimento de 0,44%. Depois de passar por um longo período de crise, a economia brasileira está em processo de transição. O governo já baixou suas expectativas de crescimento para 2018: agora, a previsão é fechar o ano nos 2,5%. Além disso, também é importante destacar que o tumultuado clima político e eleitoral exerce uma intensa influência no desempenho dos principais indicadores macroeconômicos.

Podemos ver que a balança comercial do Brasil, no primeiro trimestre de 2018, mostra um superávit (0,11% do PIB em valores correntes). No entanto, em comparação com o primeiro trimestre de 2017, o superávit diminuiu, como resultado de um aumento mais acelerado das importações, pois a recuperação da economia no país gerou um crescimento da demanda de bens e serviços importados.

Neste artigo, vamos conhecer a situação da Indústria Alimentícia no Brasil. A partir da análise de diversos indicadores macroeconômicos, vamos determinar os pontos de impacto deste setor produtivo na economia do país. Com a leitura de análises setoriais, indicadores e comparações ao longo do tempo, você terá insights profundos e úteis sobre as causas e as consequências da oscilação financeira neste importante setor. Como bônus, apresentamos um retrato da Indústria de Alimentos na América Latina e no mundo.

1 Economic Analysis No.3 Indústria de Alimentos e Bebidas - Brasil

O desemprego no país continua alto. Esse indicador foi um dos mais afetados pela recessão. Para alcançar melhores resultados, a gestão pública deve redobrar esforços – mas a iniciativa privada também tem que ajudar. Em relação à inflação, os resultados alcançados ao longo deste ano se aproximam das estimativas. Por último, a previsão é de instabilidade no câmbio em 2018.

O gráfico acima mostra a composição da economia brasileira, com base no PIB Real e números do primeiro trimestre de 2018.

Os setores mais representativos são o manufatureiro (ou indústrias de transformação) e as atividades imobiliárias, com uma participação média de 10%. O setor da construção também se destaca, como explicitamos em outro artigo publicado no nosso blog.

Fonte: IBGE

2 Análise setorial

Composición del PIB (real)

Fonte: IBGE

2 Economic Analysis No.3 Indústria de Alimentos e Bebidas - Brasil

Comportamento setorial

Adicionalmente, apresentamos um quadro com as variações do PIB Real do primeiro trimestre de 2018. Utilizamos números do PIB Real sem variações sazonais. Comparando o primeiro trimestre de 2018 com o quarto trimestre de 2017, apenas o setor agropecuário mostra um aumento bastante considerável (84,91%). Já na comparação com o primeiro trimestre de 2017, vários setores da economia apresentam comportamentos favoráveis, como o setor manufatureiro (3,99%), o setor do comércio (4,5%) e o setor imobiliário (2,82%). Em contrapartida, a indústria da construção se contraiu (-2.21%).

Fonte: IBGE

3 Economic Analysis No.3 Indústria de Alimentos e Bebidas - Brasil

3 Comportamento da indústria de alimentos e bebidas

A partir dos números do IBGE, apresentamos, primeiramente, a evolução do Indicador de Atividade Econômica em 2017 e nos cinco primeiros meses de 2018 (todos já com ajustes sazonais). É importante entender a evolução deste indicador globalmente para determinar, de forma mais objetiva e real, a conjuntura e as perspectivas da indústria alimentícia. Podemos observar que houve um aumento nos quatro primeiros meses de 2018, em relação aos mesmos meses de 2017. Esse comportamento é congruente com o aumento do PIB, mostrado na seção anterior. Por outro lado, houve uma queda no mês de maio, o que poderia indicar uma diminuição na atividade produtiva.

O foco deste artigo é a indústria alimentícia.

Apresentamos aqui uma análise dos principais elementos conjunturais do setor industrial. Podemos ver que, em geral, os níveis de utilização da capacidade instalada, vendas, horas dedicadas à produção e o emprego na indústria aumentaram moderadamente em 2018, em comparação com os cinco primeiros meses de 2017. Isso significa que os fatores econômicos da produção mostram leves sinais de recuperação. Destaca-se que salários reais, que são uma variável do tipo “resultado”, diminuíram em 2018. Isso mostra um problema estrutural, já que o melhor desempenho de vários fatores na produção ainda não se reflete em um indicador como o salário real.

a) Índice de Atividade Econômica

b) Indicadores conjunturais da Indústria

Fonte: IBGE

Fonte: IBGE

4 Economic Analysis No.3 Indústria de Alimentos e Bebidas - Brasil

Na tabela a um lado, mostramos como evoluiu o Índice de Produção Manufatureira e da Indústria de Alimentos. Podemos ver que a produção da Indústria Alimentícia conseguiu, nos meses de abril e maio de 2018, resultados melhores que a produção global e a produção das indústrias de transformação. Se fazemos uma análise comparativa entre o IPM de Alimentos, o IPM Global e o IPM das Indústrias de Transformação, o resultado é negativo, ou seja: os níveis de produção se comportam de maneira oposta.

“Bens intermediários são todos aqueles recursos materiais, bens e serviços utilizados durante o processo produtivo. Podem ser matérias-primas, combustíveis, materiais de escritório, etc. São comprados para ser revendidos ou são utilizados como insumos ou matérias-primas para produção e venda de outros bens”, Economipedia

Podemos ver que houve um importante aumento na produção de bens intermediários no mês de abril de 2018, refletido na variação acumulada e global em comparação com 2017. Isso é congruente com o comportamento do Índice de Produção Manufatureira mostrado na seção anterior.

c) Índice de produção manufatureira – Indústria de Alimentos (IPM)

d) Produção de Bens Intermediários

Fonte: IBGE

Fonte: IBGE

Fonte: IBGE

5 Economic Analysis No.3 Indústria de Alimentos e Bebidas - Brasil

e) Produção de bens de consumo – Semi e não duráveis

f) Índice de Preços ao Produtor

“Os bens de consumo são os bens finais no processo de produção de uma economia. Satisfazem diretamente as necessidades das pessoas, ou seja: não são como os bens de capital, que criam outros bens e serviços; os bens de consumo são utilizados diretamente pelo consumidor. Os bens não duráveis são aqueles que se esgotam depois de serem utilizados por um período curto ou imediatamente”, Economipedia

Podemos ver que, assim como na produção de bens intermediários, houve um importante incremento acumulado no mês de abril de 2018 em relação ao mesmo mês de 2017. O comportamento dessa variável também é congruente com o crescimento dos níveis produtivos nesse mês.

A última análise deste capítulo trata da evolução do Índice de Preços ao Produtor. A tabela tipo semáforo nos ajuda a ver que os preços ao produtor, na Indústria Alimentícia, mostram valores mais baixos que os da indústria em geral.

Esta conjuntura favorece o setor, já que os insumos de produção são baratos, e isso faz com que todo o processo produtivo e os preços finais sejam mais baratos. No entanto, no setor agrícola, isso resulta em baixos níveis de renda, o que pode diminuir a oferta.

Fonte: IBGE

Fonte: IBGE

6 Economic Analysis No.3 Indústria de Alimentos e Bebidas - Brasil

4 A Indústria de Alimentos e Bebidasna América Latina

Os dados acima mostram que, na América Latina, na próxima década, haverá um importante crescimento na demanda por alimentos. Como efeito colateral, a Indústria Alimentícia certamente ganhará mais importância. A América Latina é a região que mais produz alimentos em todo o mundo. O desafio da indústria não é apenas atender à crescente demanda, mas também conseguir uma maior sustentabilidade econômica e ambiental, considerando que vários países da região enfrentam altos índices de obesidade, má nutrição e pobreza alimentar.

Fonte: Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO)

7 Economic Analysis No.3 Indústria de Alimentos e Bebidas - Brasil

5 Noticia Relevante

Cade aprova venda de 80% do Walmart Brasil para fundo americano

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a venda de 80% dos negócios da rede de hipermercados Walmart no Brasil para o fundo norte-americano Advent International.

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a venda de 80% dos negócios da rede de hipermercados Walmart no Brasil para o fundo norte-americano Advent International. Além das lojas do Walmart, a operação abrange as empresas Veraneio, WMS Brasil, Bompreço Supermercados e Bompreço Bahia.

Por meio da empresa WMT Brasília, o Grupo Walmart Global ficará com os 20% das ações restantes. A operação havia sido anunciada no início do mês, mas a decisão foi oficializada em despacho publicado hoje (22) no Diário Oficial da União.

Atualmente, o Grupo Walmart está diminuindo a participação em negócios internacionais para concentrar-se em países que considera mais rentáveis. Em diversas regiões, a rede está repassando as operações para fundos de private equity como o Advent International, especializados em comprar ações de empresas em fase de crescimento e com boas perspectivas financeiras.

Por não envolver venda a uma empresa que opera no Brasil, o negócio foi autorizado por meio de despacho do Cade, sem a necessidade de julgamento do órgão, que regula a concorrência no país para impedir a concentração do mercado por uma ou poucas empresas.

Fonte: Welton Máximo, Agência Brasil22/06/2018

8 Economic Analysis No.3 Indústria de Alimentos e Bebidas - Brasil

6 Conclusões

1 Depois de dois anos de recessão severa, a economia brasileira registra leves sinais de recuperação em 2018. Apesar disso, o horizonte ainda é incerto. O processo eleitoral que se aproxima é um fator que influi diretamente tanto nas expectativas quanto no próprio curso da economia nacional. Os organismos internacionais e o governo atual são conservadores e esperam um crescimento moderado em 2018 e 2019.

2 Um dos principais setores para reativação da economia é o setor industrial; particularmente, a indústria alimentícia. Os dados analisados neste estudo mostram uma leve recuperação em 2018. Os baixos índices de inflação para o setor alimentício permitem que ele seja competitivo, já que o custo de produção se torna mais barato. É importante que a indústria aproveite esta conjuntura e consiga gerar mais valor agregado.

3 O mercado brasileiro é o maior da América Latina e um dos mais importantes do mundo. Essa condição significa uma grande oportunidade para a Indústria Alimentícia nacional. Frente a esse contexto, o desafio é conseguir melhorar a oferta, por meio de processos eficientes, profissionais qualificados e da cultura da qualidade. O mercado está cada vez mais exigente e demanda preços acessíveis, produtos saudáveis e amigáveis com o meio ambiente. Essa nova tendência exige melhorias contínuas.

A partir da análise realizada, apresentamos as seguintes conclusões:

9 Economic Analysis No.3 Indústria de Alimentos e Bebidas - Brasil

Análise de Indústria de Alimentos e BebidasBRASIL

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