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14 a 20 de maio de 2015 • distribuição gratuita Ano 3 | edição 96 Tânia Rêgo/ABr Passa Trem: o trem passa, a sujeira fica Moradores de Barra Mansa e Quatis criticam sujeira lançada por trens na região Luta contra remoção na BR-040 em Petrópolis Famílias se articulam para conquistar títulos de propriedades na região Cidades | pág.8 Pablo Vergara/Brasil de Fato Divulgação Divulgação Daniele Badolato/La Presse 2014 foi um dos anos mais violentos dos últimos sete anos no Rio de Janeiro. Isso é o que mostra os dados do Instituto de Segurança Pública, divulgados no começo deste mês. Pelo menos nove favelas estiveram sob o fogo cruzado de traficantes e policiais nos primeiros cinco meses desse ano. As Unidades de Polícia Pacificadora, instaladas a partir de 2007, estão sendo cada vez mais questionadas pela sociedade. Cidades | pág.5 “Reforma política” de deputados aumenta poder das empresas Projeto que não aprimora sistema político é apelidado de PEC da Corrupção Juventus e Barça fazem final em Berlin La Vecchia Signora segura empate em 1 a 1 contra Real, em Madrid Brasil | pág.7 Esportes | pág.16 Cidades | pág. 8 Novela: Quando a vida é a vilã e a mocinha Joaquin Vela comenta as histórias de “Sete Vidas” Entrevista | pág.9 Professores de São Gonçalo decretam greve Hora extra não remunerada é um dos motivos que levam profissionais à greve, conta a professora Beatriz Lugão Pacificação? Violência aumenta no Rio Roberto Parizotti Joã o Miguel Júnior/TV Globo Cultura | pág. 11

Brasil de Fato - 096

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14 a 20 de maio de 2015 • distribuição gratuita

Ano 3 | edição 96

Tani

a Rego

/ABr

Passa Trem: o trem passa, a sujeira fica

Moradores de Barra Mansa e Quatis criticamsujeira lançada por trens na região

Luta contra remoção na BR-040 em PetrópolisFamílias se articulampara conquistar títulos depropriedades na região

Cidades | pág.8

Pablo Vergara/Brasil de Fato

Divulgação

Divulgação

Daniele Badolato/La Presse

2014 foi um dos anos mais violentos dos últimos sete anos no Rio de Janeiro. Isso é o quemostra os dados do Instituto de Segurança Pública, divulgados no começo deste mês. Pelomenos nove favelas estiveram sob o fogo cruzado de traficantes e policiais nos primeiroscinco meses desse ano. As Unidades de Polícia Pacificadora, instaladas a partir de 2007,estão sendo cada vez mais questionadas pela sociedade.

Cidades | pág.5

“Reforma política” de deputados

aumenta poderdas empresas

Projeto que nãoaprimora sistema

político é apelidado dePEC da Corrupção

Juventus eBarça fazem

final em BerlinLa Vecchia Signora

segura empate em 1 a 1 contra

Real, em Madrid

Brasil | pág.7

Esportes | pág.16

Cidades | pág. 8

Novela: Quando a vida é a vilã e a mocinha Joaquin Vela comenta ashistórias de “Sete Vidas”

Entrevista | pág.9

Professores de São Gonçalodecretam greveHora extra não remunerada é um dosmotivos que levam profissionais à greve,conta a professora Beatriz Lugão

Pacificação?Violência aumenta no Rio

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Cultura | pág. 11

Nesse 13 de maio de 2015completaram-se 127 anos daassinatura da Lei Áurea. Essalei, ao menos no papel, abo-liu mais de 300 anos de es-cravidão no Brasil e findouum modelo de produção ba-seado no trabalho escravo eno cultivo de uma única la-voura para exportação.

É importante lembrar, atécomo forma de exigir repa-rações, que esses trabalha-dores eram transportadosnos porões dos navios ne-greiros em péssimas condi-ções e muitos deles morriamantes de aportarem por aqui.E os que chegavam, eramcomprados por senhores deengenho, que prosseguiamos tratamentos desumanos.

O Brasil foi o último paísdas Américas a abolir a es-cravidão legalizada. E só ofez por conta das várias re-voltas dos negros que con-figuraram seus quilombos,dos abolicionistas e dapressão externa.

Após a abolição, o estado

brasileiro não ofereceu al-ternativas para os escravoslibertos. A terra que antesera oferecida pela coroa paraa exploração passou a servendida em 1850, impossi-bilitando o acesso do traba-lhador recém-liberto. Tam-bém não se ofereceu condi-ções para serem integradosao mercado de trabalho.

Hoje é impossível não per-ceber a importância da etnianegra em nossa sociedade.Desde a economia, da mú-sica, da culinária, da arte,da literatura (Machado deAssis, filho de escrava e umdos nossos maiores escrito-res, foi o fundador da Aca-demia Brasileira de Letras),do futebol e de tantas outras

contribuições em váriasáreas do conhecimento.

Mas o traço escravocrataainda resiste. Principalmenteentre as elites que sempredetiveram o poder. Seja naimprensa, seja na polícia,seja nas fábricas, seja nasuniversidades, seja no cam-po, o negro e a negra aindasão considerados cidadãosde segunda categoria.

Prova disso consta no re-latório do Ministério do Tra-balho: em 2014 mais de 600empresas foram flagradaspraticando trabalho escravoe a Câmara dos Deputadosquer aprovar uma lei ino-centando esses escravocra-tas. Recentemente a ONUapontou que os jovens ne-gros são as principais vítimasda violência no Brasil.

Enfim muita coisa aindaprecisa mudar para afirmar-mos que vivemos em umasociedade democrática, justae que algum dia possa co-memorar-se o dia 13 de maiocomo uma data libertadora.

PREVISÃO DO TEMPO Quinta-feira, 14 maio • Rio de Janeiro, Brasil

25 ºC | F

Parcialmente nublado

Rio de Janeiro, 14 a 20 de maio de 2015 02 | Opinião

EDITORIAL

CONSELHO EDITORIAL:

Alexania Rossato,

Antonio Neiva, Joaquín Piñero,

Kleybson Andrade, Mario

Augusto Jakobskind, Rodrigo

Marcelino, Vito Giannotti

EDITORA:

Vivian Virissimo (MTb 13.344)

REPÓRTERES:

André Vieira, Bruno Porpetta,

Fania Rodrigues e Pedro

Rafael Vilela

REVISÃO:

Núbia Pimentel

COLUNA SINDICAL:

Claudia Santiago

FOTÓGRAFO:

Pablo Vergara

ADMINISTRAÇÃO:

Carla Guindani

DISTRIBUIÇÃO:

Kleybson Andrade

DIAGRAMAÇÃO:

Stefano Figalo

TIRAGEM MENSAL:

200 mil exemplares

Desde 1º de maio de 2013

O jornal Brasil de Fato circulasemanalmente em todo o paíse agora com edições regionaisem Minas Gerais e no Rio deJaneiro. Queremos contribuirno debate de ideias e na análisedos fatos do ponto de vista danecessidade de mudançassociais em nosso país e emnosso estado.

(21) 4062 [email protected]

EXPEDIENTE

Após 127 anos da abolição, continuamtraços da escravidão

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Sindicato sepreocupa comas pessoas comdeficiência

Um em cada quatrobrasileiros tem algumtipo de deficiência, sejafísica, visual, auditiva,motora ou mental, se-gundo o IBGE. Para dis-cutir o tema o Sindicatodos Servidores da Jus-tiça Federal promoveu odebate “Nem coitados,nem heróis. Pessoa comdeficiência – desven-dando mitos, falandoverdades”. É o movi-mento sindical enfren-tando as dificuldadesque a sociedade tem emlidar com o indivíduocom deficiência.

Escolas particulares:profissionaisem campanhasalarial

Os professores daeducação básica dasescolas particulares domunicípio do Rio deJaneiro estão em Cam-panha Salarial. Entreas reivindicações apre-sentadas, está o reajus-te salarial de 13%. Umaassembleia está marca-da para o próximo sá-bado (16), às 10h, noClube Municipal, naTijuca.

Rio de Janeiro, 14 a 20 de maio de 2015 Geral | 3

A presidentaDilma Rousseff, o prefeito Eduardo Paes e ogovernador LuizFernando Pezãopercorreram partedos túneis emrocha da Linha 4do Metrô do Rio de Janeiro nestaterça-feira (12).

SINDICALClaudia Santiago

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Em vídeo, policiais civis,dentre eles, o delegado Or-lando Zacone, declararam-se contra a redução damaio ridade penal. Pa ra eles,a medida tende a agravaro quadro de insegurança.

FRASE DA SEMANA

Shana Reis/GERJ

Divulgação

Divulgação

Até hoje a Globo silenciasobre a RBS, sua afiliadado RS, investigada na Ope-ração Zelotes que apurapagamento de propina paraevitar impostos.

www.e.eita.org.br/assinebrasildefatorj

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Funk: patrimônio imaterialtombado do Rio

O funk como patrimônioimaterial tombado do Riode Janeiro e fenômeno ex-pressivo da sociedade étema do 2º Simpósio de Pes-quisadores do Funk Carioca– Música, Território, Juven-tude e Identidade, que vaiaté quinta-feira (14) na Fa-culdade de Letras da Uni-versidade Federal do Rio

de Janeiro (UFRJ) e noCentro de Artes da Maré.

Assim como o funk, osamba também começoumarginalizado por ser umaexpressão de negros e dafavela. “O samba foi ques-tionado e combatido e ofunk vivencia um processosemelhante”, afirma o pes-quisador Paulo RobertoTonani do Patrocínio. Aprogramação está no sitehttp://www.metaeventos.net/funk2015/.

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ulga

ção

"Eu vou recomeçar a rezar e voltar à Igreja se o papa continuar poresse caminho", disse opresidente de Cuba Raul Castroem recente visita ao Vaticano.

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ulga

ção

Pelo menos nove favelasestiveram sob o fogo cruzadonos primeiros cinco mesesdesse ano: Morro da Coroa(centro), Chapadão, Salgueiroe Turano (zona norte); a Ro-cinha (zona sul), Antares eBatan (zona oeste), e Provi-dência (zona portuária).

Assim como no Alemão,os moradores da Rocinha re-latam que os tiroteios conti-nuam fazendo parte da rotina.“Existe uma falsa aparênciade segurança. Disseram quea polícia estava chegandopara trazer a segurança, mas

estão criminalizando o mo-rador. Só porque mora emfavela eles acham que é va-gabundo”, denuncia o moto-rista, de 28 anos, que aceitoufalar sem ser identificado.

A cabeleireira, de 40 anos,que também não quis dar

seu nome, diz que a violênciapiorou. “Agora tem assalto,roubo de casas e estupros naRocinha. Coisa que não exis-tia antes”, conta.

Essa semana o estudanteda Escola Ayrton Senna, de16 anos, e alguns colegas es-

tavam uniformizados, saindopara o colégio quando foramabordados por policiais daUPP. “Eles revistaram tudo.Foi a primeira vez que issoaconteceu comigo, mas vejoisso direto com colegas daescola”, relata. (FR)

2014 foi um dos anos maisviolentos dos últimos seteanos no Rio de Janeiro. Issoé o que mostra os dados doInstituto de Segurança Pú-blica, divulgados no começodesse mês. O número de as-sassinatos cometidos por po-liciais - conhecidos tecnica-mente como auto de resis-tência - registrou um aumen-to de 59%, no primeiro tri-mestre de 2014 em relaçãoao mesmo período de 2013.

Também aumentaram oshomicídios dolosos – quandohá a intenção de matar -,que cresceram 24%, de acor-do com os meses pesquisa-dos. Uma das poucas esta-tísticas positivas foi a de re-cuperação de carros rouba-

dos que cresceu quase 50%.No entanto, as tristes es-

tatísticas não param por aí.Os conflitos nas favelas ca-riocas são algo que conti-nuam aterrorizando seus mo-radores. São eles que ficamno meio do fogo cruzado en-tre policiais, traficantes e gru-pos rivais que disputam pon-tos de venda de drogas.

Quase sete anos depois dainstalação da primeira UPP,esse modelo de segurançado Rio de Janeiro é questio-nado pela sociedade. “A pa-cificação não deu certo, pelomenos não no Alemão. AsUPPs são um programa ven-dido como política de segu-rança. A promessa das UPPsera de trazer a paz, mas sótrouxeram guerra”, afirma apesquisadora do Programade Pós-Graduação de Mídiae Cotidiano, da UniversidadeFederal Fluminense, TatianaLima. Ela mora próximo aoAlemão, onde realiza seu es-tudo de campo.

Tatiana também ressaltao papel da grande mídia nalegitimação do programa depacificação. “O discurso pre-dominante da mídia é que aocupação das favelas veio

para trazer a paz e liberdadeaos moradores, mas no Ale-mão a gente houve tiroteioquase todos os dias. Esse mo-delo tem que ser repensado”,destaca a pesquisadora.

Violência cresce no Rio

Fania Rodriguesdo Rio de Janeiro (RJ)

Modelo de pacificação é questionado porcomunidades

Rio de Janeiro, 14 a 20 de maio de 2015 Cidades | 5

do Rio de Janeiro (RJ)

Moradores da Rocinharelatam cotidiano deabordagens policiais,tiroteios e roubos

Embora o modelo desegurança esteja desgas-tado, o governo do Rio deJaneiro não deu sinais deque o sistema será revisto.A receita contra a violênciaaté o momento parece sera mesma de sempre: maisviolência. Isso fica eviden-ciado em recentes decla-rações do secretário esta-dual de Segurança, JoséMariano Beltrame. Ele disseque “para reduzir a violên-cia a medida adotada é au-mentar o policiamento os-tensivo”. O Brasil de Fatoprocurou a Secretaria deSegurança para saber semedidas seriam adotadaspara melhorar ou mudar oatual modelo de pacifica-ção, mas até o fechamentodessa edição não foi rece-bida nenhuma resposta.

Sem solução à vista

Comunidades sob o fogo cruzado

Moradores da Rocinha relatam que tiroteios continuam fazendo parte da rotina

Pablo Vergara/Brasil de Fato

Observatorio Romano

Raúl visita papa Franciscono Vaticano

O presidente de Cuba, RaúlCastro, visitou neste domingo(10) o papa Francisco no Va-ticano. Depois do encontro, olíder cubano elogiou o pontí-fice e disse que, “se ele conti-nuar assim”, voltará a rezar efrequentar a Igreja Católica.

O Vaticano desempenhouum papel fundamental naaproximação entre Washing-ton e Havana anunciado nofinal do ano passado. "Agra-

deci ao Santo Padre por suacontribuição para a reapro-ximação", disse o cubano nofinal da audiência. "Nuncateríamos que ter sido incluí-dos nessa lista de países ter-roristas. Talvez em 28 de maioo Senado dos Estados Unidosnos tire dessa famosa lista",disse. Eles discutiram, tam-bém, o drama dos refugiadosque tentam atravessar o Me-diterrâneo. (Opera Mundi)

Bachelet quer transparência entre política e mundo dos negócios

Rio de Janeiro, 14 a 20 de maio de 2015 6 | Mundo

A reforma ministerial dapresidenta do Chile MichelleBachelet, anunciada nesta se-gunda-feira (11), teve ritmode “dança das cadeiras”. Osprincipais cargos foram ocu-pados por figuras que já es-tavam no gabinete e trocaramde pasta. A reforma ministerialacontece depois do anúnciode Bachelet, na quarta-feirapassada (6), de que havia pe-dido a renúncia de todos osseus ministros e que avaliaria

cada caso nos dias seguintes. Horas depois do anúncio,

em seu discurso oficial, Ba-chelet deu ênfase ao lança-mento do trâmite legislativoda chamada “agenda deprobidade”, cujo foco é a novalei de financiamento exclu-sivamente estatal das cam-panhas e a criação de umnovo organismo de super-visão das licitações e fisca-lização das concessões pú-blicas. (Opera Mundi)

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Bachelet troca ministro suspeitode corrupção

Suprema Corte da Suécia rejeita recurso de Assange

O Supremo Tribunal daSuécia rejeitou nesta segun-da-feira (11) o novo apelodo fundador do site Wiki-Leaks, Julian Assange, contrauma ordem de prisão pelasacusações de estupro e agres-são sexual. Em 2010, procu-radores emitiram uma ordemde detenção, após duas sue-cas denunciarem o austra-

liano. Ele alega que as rela-ções foram consensuais.

Desde junho de 2012, As-sange está refugiado na em-baixada do Equador deLondres. Ele também temeser extraditado para os EUA,onde seria julgado por vazar500 mil documentos mili-tares secretos.(Opera Mundi)

Ximena Navarro/Preside ncia do Chile

TROPAS RUSSASDESFILAM em Moscouem celebração aos 70anos do “Dia daVitória” no domingo(10). De acordo com oKremlin, a parada nacapital foi a “maior da história”, comquase 200 peçasmilitares e 143 aviões e helicópteros.

The Presidential Press and Information Office

Banco dos Brics:presidenteserá indiano

O primeiro presidentedo banco dos Brics (gru-po formado por Brasil,Rússia, Índia, China eÁfrica do Sul) será o eco-nomista indiano Kun-dapur Vaman Kamath.

Com capital de US$100 bilhões de dólares,o banco foi concebidopara servir de alternativaao FMI (Fundo Mone-tário Internacional) e aoBanco Mundial. Deacordo com o Centro deIntercâmbios Econômi-cos Internacionais daChina, em 2030 os Bricsrepresentarão 50% doPIB do planeta. Hoje obloco é responsável 25%da riqueza mundial.

EM FOCO

Papa Francisco tem visita agendada para Cuba em setembro

Uma comissão formadapor deputados federais paraanalisar propostas de reformapolítica apresentou relatóriofinal que aumenta a influênciado poder econômico nas elei-ções. O parecer do deputadoMarcelo Castro (PMDB-PI),divulgado na última terça-feira (12), permite que em-presas continuem fazendodoações para campanhas po-líticas. Movimentos sociaisestão chamando essa propos-ta de “PEC da corrupção”, por-que ela mantém as empresasno controle do sistema polí-tico. “A doação empresarialpara campanhas é a principalfonte de desvios e da corrup-ção”, afirma Luciano Santos,advogado especialista em di-reito eleitoral e diretor do Mo-vimento de Combate à Cor-rupção Eleitoral (MCCE).

As eleições no Brasil estãoentre as mais caras do pla-neta. Somente em 2014, ocusto total das candidaturasficou em cerca de R$ 5 bi-lhões. Estima-se que 90% dasdoações são feitas pelo setorempresarial. Um dado reve-lador é que as contribuiçõesvieram de um grupo peque-no, que não chega nem a 1%do total de empresas no país.

“Em geral, são empresas quedependem basicamente delicitações públicas, têm umarelação forte com o poderpolítico. Então, elas fazeminvestimento em doação pararecuperar depois”, explica Lu-ciano Santos, do MCCE.

Entre as 10 maiores doa-doras eleitorais no ano pas-sado, pelo menos cinco eramempreiteiras, como OAS,

Queiroz Galvão, UTC Enge-nharia e Andrade Gutierrez.Todas elas estão sendo in-vestigadas na Operação LavaJato, que apura fraude emlicitação com a Petrobrás.Até mesmo o ex-diretor daestatal, Paulo Roberto Costa,delator e um dos principaisréus no processo, ironizouas doações empresariais decampanha durante seu de-poimento na CPI da empre-sa, na semana passada. ParaCosta, “não existe almoço degraça” em contribuições decampanha. “Não existe doa-ção de empresas que depoisessas empresas não queiramrecuperar o que foi doado.

Se ela doa R$ 5 milhões vaiquerer recuperar na frenteR$ 20 milhões”, disse.

A sociedade civil luta poroutros modelos de reformapolítica. Organizações comoOAB, CNBB, MCCE, UNE,entre outras estão articuladosem torno da Coalizão poruma Reforma Política De-mocrática e Eleições Limpas.A principal iniciativa é umprojeto de lei de iniciativapopular, que já recolheu 200mil assinaturas em todo opaís em tem a meta de che-gar a 1,4 milhão.

O advogado Luciano Santosinforma que uma caminhadaaté o Congresso Nacional,marcada para o dia 20, serámais um momento de pressãopara barrar o que chama de“contrarreforma” política.

PLEBISCITONo dia 26, outra ação pu-

xada pela campanha doPlebiscito Constituinte, queenvolve MST, CUT, entreoutras, também prometemobilização em Brasíliapara pressionar pela con-vocação de uma Assem-bleia Constituinte exclusivapara mudar o sistema po-lítico, por meio de um ple-biscito. A avaliação é deque o atual Congresso nãovai aprovar uma reformapolítica que contrarie seuspróprios interesses eleito-rais e políticos.

Rio de Janeiro, 14 a 20 de maio de 2015 Brasil | 7

Garis iniciamcampanha nacionalpela readmissão detrabalhadoresdemitidos após greveda categoria. Ato emfrente a AssembleiaLegislativa do Rio deJaneiro (Alerj)ocorreu nesta quarta-feira (13).

Pablo Vergara/ Brasil de Fato

Deputados querem manterdoações de empresas

Pedro Rafael VilelaBrasília (DF)

Relatório final dareforma políticamantém esquema definanciamento eleitoral

Movimentos defendem convocação de Constituinte para reforma política

Midia Ninja

Debaixo da névoa típicada região serrana, as famíliasque moram às margens daBR-040 lotaram o salão prin-cipal da Câmara Municipal

de Petrópolis para uma au-diência pública na últimaquarta-feira (6). Moradoresbuscavam receber uma res-posta das autoridades sobrea permanência na localidade.

Durante a reunião, váriosmoradores divulgaram his-tórias e angústias. JoseaneSueli de Jesus Ferreira, mo-radora do km 50, nascida àsmargens da BR e disse quejá não se sente mais tão acua-

da com as ações da Compa-nhia de Concessão RodoviáriaJuiz de Fo ra-Rio (CONCER).“A gente começou a ser vistocomo seres humanos... Agente tem mais conhecimen-to, não é mais aquele povoque abaixa a cabeça”, disse.

Essa é a segunda audiênciapromovida pelo Vereador Sil-mar Fortes (PMDB), mas ne-nhum representante da em-presa responsável pela rodo-via, compareceu à reunião.

Há mais de 10 anos, a CON-CER vem propondo diversasações para remover as famí-lias, com a alegação de queelas ocupam a área conside-rada como faixa de domínioda rodovia. De acordo comos moradores a afirmação nãoprocede, já que a ocupação

ocorreu anos antes da che-gada da empresa.

Na audiência, as autori-dades informaram sobre asatividades propostas na au-diência ocorrida em feverei-ro. A principal foi a vistoriafeita por representantes doInstituto de Terras e Carto-grafia do Estado do Rio deJaneiro (ITERJ), dando inícioao processo de regularizaçãofundiária. “Regularizar é po-der entregar o documentode propriedade para cadaum. Não sei se conseguire-mos atender a todas as fa-mílias de todas as comuni-dades, mas vamos tentar, detoda maneira, para entregaresse documento tão sonha-do: o título”, afirmou LuizCláudio Vieira (ITERJ).

De acordo com FrancineDamaceno, advogada doCentro de Defesa dos DireitosHumanos de Petrópolis(CDDH), se for consideradatoda a área da rodovia, o im-

pacto pode atingir mais de 5mil famílias. O CDDH acom-panha as demandas das co-munidades envolvidas háquase 10 anos. De acordocom ela, hoje já são sete áreaspara regularizar. “O Muni-cípio precisa reconhecer aBR como um bairro de Pe-trópolis. A regularização fun-diária sem política públicanão adianta. Essa populaçãovive em uma não-cidade,porque não tem direito ànada”, afirmou.

Comida cheia de pó deminério, plantação prejudi-cada, pulmões adoecidos emuita sujeira dentro de casa.Esse é o cenário constantede moradores das regiões de

Barra Mansa e Quatis, alémde outros municípios do sulfluminense, por conta daspartículas de minério e outrosmateriais expelidos dos trensde carga, que passam nas ci-dades cortadas pela Ferroviado Aço, fruto do “MilagreEconômico” do período daditadura militar. Após visitaao local, o deputado FlavioSerafini desarquivou o pro-jeto 2711/2014 protocoladopela deputada Inês Pandeló(PT-RJ) em 2014, que tevesua tramitação suspensa pelofim da legislatura.

O projeto propõe a obri-

gação de todos os vagões detrens de carga trafegandodentro da área geográficapertencente ao Estado do RJ,transportando material po-luente que possa ser espa-lhado com o vento trafeguemtampados. As empresas quedescumprirem deverão pagarmulta de 50 UFIR-RJ, hoje,cerca de R$135 por vagão ehavendo reincidência, o valorserá cobrado em dobro.

É importante lembrar –como denunciaram diversosmoradores – que alguns va-gões, dependendo do mate-rial, trafegam tampados.

“Quando a mercadoria ésensível, causa dano ao ob-jeto, ele vem protegido. Ago-ra, quando o prejuízo é anossa saúde e a saúde am-biental, essa preocupaçãonão existe”, informou Gui-lherme Gonzaga, militantedo Movimento dos Traba-lhadores Rurais Sem Terra(MST) , que está com o pro-

jeto de produção agroeco-lógica, mas com receio denão conseguir, devido ao póque cobre a plantação. “Alémdisso, os trens passam dentrodas cidades, bloqueiamqualquer organização urba-nística, geram dificuldadesno trânsito e ainda podemcausar acidentes, como aqueda de pedras”, afirma.

Rio de Janeiro, 14 a 20 de maio de 2015 8 | Cidades

Passa Trem: o trem passa,a sujeira fica

Viviane Tavaresde Barra Mansa (RJ)

Projeto de lei de autoria da deputadaInês Pandeló (PT)é desarquivado pelodeputado FlavioSerafini (PSOL)

Juliana Oliveirade Petrópolis (RJ)

Audiência públicaem Petrópolisreuniu moradores

Famílias lutam contraremoção na BR-040

Moradores pressionam por projeto que obriga trens a trafegarem tampados

Divulgação

Moradores da BR – 040 mobilizadoscontra tentativa de remoção

Juliana Oliveira/CDDH

São Gonçalo é o segundomaior município do estadodo Rio de Janeiro com maisde um milhão de habitantes,atrás apenas da capital. Em-bora grande, a educação nacidade vive uma crise, segun-do denuncia o Sindicato Es-tadual dos Profissionais deEducação no RJ (SEPE-RJ).Reunidos em assembleia naúltima terça-feira (12), cercade 250 profissionais de edu-cação decretaram greve por72h a partir da próxima se-gunda-feira (18). O Brasil deFato cruzou a ponte e foi atéo município da região metro-politana para entrevistar Bea-triz Lugão, diretora do SEPEe professora de São Gonçalo,que nos contou sobre a situa-ção vivida ali. Confira.

Brasil de Fato - Qual a si-tuação da educação em SãoGonçalo?Estamos sem profissionais delimpeza nas escolas, não te-mos merenda para os alunos,faltam professores e os queestão dobrando o expedientenão receberam por isso, o pes-soal que está contratado nãoestá recebendo. Estamos vi-vendo um caos completo naeducação de São Gonçalo.

Brasil de Fato - O que foidecidido na assembleia dacategoria?Uma greve de advertência

de 72h a partir da próximasegunda-feira, dia 18. Vamosfazer uma mobilização derua na terça-feira (19), quan-do faremos uma passeatasaindo da secretaria de edu-cação e indo até a prefeiturade São Gonçalo e sem horapara acabar. Nossa ideia étrazer pais, alunos e mobilizara população que ano passadoassistiu uma greve de 3 mesesda educação em São Gonçaloe apoiou nossas atividades.Queremos chamar atençãoda população para o descasoque continua e que até pio-rou do ano passado pra cá.

Brasil de Fato - Vocês decre-tam greve num cenário onde

outros profissionais da edu-cação do país também estãoem paralisação. Como vocêavalia este momento?

Os profissionais da educaçãotalvez sejam hoje um dos se-tores mais mobilizados por-que é um dos setores quemais trabalham com o pú-blico, junto com os profissio-nais da saúde. É um dos se-tores que mais têm sentido ocorte de verbas e é um dosque mais têm sentido com amentira de todos os governos.A pátria educadora está ba-tendo em professor, em fun-cionário de escola. A pátriaeducadora educa com a re-pressão aos movimentos doseducadores e aos movimentossociais. Educa cortando verbada educação e da saúde. Nãotem como os profissionais daeducação não explodirem. Aeducação em nosso país éuma panela de pressão.

Brasil de Fato - Qual a im-portância da sociedadeapoiar a luta pela educação?Ela precisa abraçar a educa-ção, não achar que só os edu-

cadores que precisam brigar.Quando os educadores en-tram em greve é porque estáinsuportável a situação dentroda escola. Aqui vamos fazeruma greve de advertência.Estamos no segundo bimestresem merenda, sem condiçõesde trabalho, com banheirosujo na creche, sem materialescolar. Então é um basta quea categoria está dando e épreciso que a população ve-nha também para essa luta.

Brasil de Fato - Qual é o seuo recado aos leitores do Bra-sil de Fato?Vocês precisam vir para aslutas sociais, vir para as ruas,no próximo dia 29 de maiotem uma greve geral no país.O leitor do Brasil de Fato pre-

cisa trazer para si essa luta,participar e alguma coisa temque ser feita. Somente o povona rua é capaz de mudar esseestado de coisas. Então aque-le trabalhador que está sain-do cansado, vai sair cada diamais cansado, com uma pas-sagem de ônibus cada diamais cara, morando cada diamais distante do seu trabalho,com seu filho estudando emuma escola cada vez maisprecária, com um péssimoserviço de saúde. Esse tra-balhador precisa vir para asruas e dar um basta nessasituação colocada.

André Vieirade São Gonçalo (RJ)

“Vivemos um caos na educação de São Gonçalo”

Rio de Janeiro, 14 a 20 de maio de 2015 Entrevista | 9

“Queremos chamar atençãoda populaçãopara o descasoque continua eque até pioroudo ano passadopra cá_______________

Fellippo Brando/Alerj

A professora Beatriz Lugão falasobre a situação nosetor e sobre a grevedecretada pelacategoria

“Quando os educadores entram em greve é porque estáinsuportável a situação dentro da escola_________________

Beatriz Lugão, diretora do SEPE

Profissionais da educação denunciam descaso com setor

EBC

Cozinha Arrumada

O que? Repertóriorepresentado por grandesbaluartes do gênero comoJoão Nogueira, Luiz Carlosda Vila, Fundo de Quintale Candeia, além demúsicas autorais.

Onde? Cardosão - RuaCardoso Júnior, 312 -LaranjeirasQuando? Sábado (26), às 18hQuanto? 0800

Samba de Lei

O que? A roda Samba deLei volta ao Arco do Telestocando clássicos de todosos tempos.

Quando? Quinta-feira(14), às 19hOnde? Arco do Teles, na Praça XVQuanto? 0800

Samba Brilha

O que? TradicionalFeijoada Carioca e Roda de Samba de Raizcom o Grupo “Brilho doSamba” e convidados.Quando? Sábado (16), às 15h.Onde? Bar da Nêgah(Rua Álvaro Alvim, 33 –Cinelândia)Quanto? 0800

Festival Latino por Ayotzinapa

O que? Festivalorganizado pela Rede de Coletivos emSolidariedade pelos 43Estudantes Desaparecidosde Ayotzinapa (México)” tem a intenção dearrecadar fundos parareceber a Caravana 43 quevai rodar a América Latinae passará pelo Rio deJaneiro, na segundasemana de junho de 2015. Quando? Sábado (16),às 19h.Onde? Centro do Teatrodo Oprimido (Rua daLapa, 31)Quanto? R$ 5 até 22h.Depois, R$15.

Carioca era um rio

O que? Produção docineasta Simplício Netotrata do rio que dá nomeaos nascidos no Rio deJaneiro. Após a exibição dofilme, será realizado umbate-papo com o diretorSimplício Neto, odeputado estadual FlavioSerafini e a professora daUFRJ Ana Lúcia Britto.

Quando? Quinta-feira(14), às 18h30Onde? Antigo comitê dovereador Renato Cinco(PSol) (Rua Joaquim Silva,130 – Lapa)

Mostra Achtung!Filmes de Berlim

O que? A mostra exibirá13 longas-metragens e 2documentários, todosinéditos no Brasil,produzidos nos últimoscinco anos, na Alemanha e tendo a capital alemãcomo cenário.Onde? CAIXA Cultural(Av. Almirante Barroso, 25 – Centro) Quando? Até 24 de maio,de terça-feira a domingo,das 10h às 20hConsultar programaçãoQuanto? 0800

Rio de Janeiro, 14 a 20 de maio de 2015 10 | Cultura

AGENDA DA SEMANA

Para assistir

Para sambar

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Nossa Cultura | Clarisse Mantuano

Ancestralidade e resistência

Divulgacao/Iphan

O que a cultura tem a vercom transformação social?Ainda hoje, essa é uma per-gunta que poucos têm a no-ção da amplitude. A culturapopular do Brasil é uma daschaves da resistência donosso povo ao modelo per-verso de construção socialao qual fomos submetidos.Se repararmos, ao mesmotempo que o povo foi opri-mido socialmente, cultural-

mente ele impôs sua iden-tidade construindo um dosmaiores tesouros do nossoterritório: a diversidade cul-tural brasileira.

Aproveitaremos esse es-paço para valorizar os mes-tres e artistas que mantémcomo trincheira de resis-tência suas violas, rabecas,tambores, histórias e an-cestralidade erguidos. Assimconseguem que os reisados,cirandas, candomblés, sam-

bas, encantarias, marujadas,capoeiras e incontáveis pa-trimônios de nossa culturase mantenham vivos e sejamnossa maior arma contra acultura de massas opressorado mundo globalizado.

Infelizmente, nossos maio-res mestres ainda não encon -tram a visibilidade que me -recem. Embora eles sejamos aliados primordiais paraa luta de uma transformaçãosocial completa, em que opovo seja fortalecido peloorgulho de suas raízes, queenche de força e sentido abatalha contra os poderosos.

São as onças castanhas,os bois de estrela na testa,os pretos velhos, os orixás,os tambores de crioula, osberimbaus, os repiques, tan-tãs, candongueiros e milha-res de outros tesouros, quefizeram do povo brasileiroa fênix que renasce das in-justiças. A união dessesmesmos tesouros continua-rá nos fazendo resistir. Con-tinuará mantendo nossamemória, identidade e au-toestima, como cantam nos-sos caboclos:

"Sou brasileiro, sou brasileiro,Sou brasileiro imperador,Porque eu nasci foino Brasil,Sou brasileiro, o que é que eu sou?"

Cultura popular é chave da resistência do povo

“O que a culturatem a ver comtransformação social? Ainda hoje,essa é uma per-gunta que poucostêm a noção da amplitude_________________

Denúncias de racismo nasescolas, em universidades,nas redes sociais, dos servi-ços públicos, da polícia, damídia. Sempre o mesmo dis-curso da manutenção do pa-drão: negro + pobre + fave-lado = bandido. Tais fatos,do nosso cotidiano, são o re-sultado do conhecido racis-mo. Sabe aquela doença tra-zida pelo DNA dos coloni-zadores ocidentais? Pois é...Temas como este foram den-samente refletidos pela filó-sofa e feminista negra LéliaGonzalez, que se viva esti-vesse estaria com 80 anos.

Entender este mecanismodo racismo e a construção deestratégias para seu combatebaseou o pensamento de LéliaGonzalez. Esta pensadora ne-gra brasileira foi homenagea-da no Projeto Memória daFundação Banco do Brasil,com a Rede de Desenvolvi-mento Humano (Redeh) eBrasilcap. Parte da mostrapautou o debate, dia 6/5, no

Sindicato dos Jornalistas doMunicípio do Rio de JaneiroSJPMRJ, mediado pela suaComissão de Jornalistas pelaIgualdade Racial. Na mesa,amigas e discípulas: a soció-loga e mestre em HistóriaComparada, Elizabeth Viana,e a doutoranda em PolíticasPúblicas, Rosália Lemos.

De família numerosa, pe-núltima de 18 filhos, Léliamigrou de Belo Horizontepara o Rio de Janeiro, comapoio do irmão mais velho,Jorge, jogador do Flamengo.Fez geografia e história. Foidocente do ensino secundá-rio e superior.

Embranquecida, apren-deu que o racismo mata. Seumarido, de origem italiana,se suicidara. Não suportoua pressão racial de sua fa-mília. A dor a faz mergulharna sua negritude, em seupovo e sua religião. O estudoe o ativismo no movimentonegro e no feminismo negroLélia a reerguem.

Para ela, a mulher negrasempre foi a mais oprimidana nossa sociedade e ques-

tiona a situação da trabalha-dora doméstica: “afinal, a tra-balhadora rural de hoje nãodifere muito da ‘escrava doeito’ de ontem; a empregadadoméstica não é muito dife-rente da ‘mucama’ de ontem;o mesmo poderia dizer-se davendedora ambulante, da‘joaninha’, da servente ou tro-cadora de ônibus de hoje, e‘escrava de ganho’ de ontem”.

Será que muita coisa mu-dou mesmo?

*Sandra Martins,jornalista e integrante da

Cojira-Rio/SJPMRJ

Rio de Janeiro, 14 a 20 de maio de 2015 Cultura | 11

A NOVELA COMO ELA É | Joaquim Vela

Quando a vida é avilã e a mocinha

TV Globo

E quando a gente percebeque a própria vida, às vezes,dá sinais de vilania? A novela“Sete Vidas”, da faixa das18h, tem a vida como pro-tagonista e vilã principal.Miguel (Domingos Montag-ner), ainda jovem, tem avida marcada pelo acidenteque matou a mãe e, para“fugir” dessa marca, vai paraos Estados Unidos. Lá, fazdoações para um banco desêmen e torna-se pai de seis

crianças. Aos poucos vai setornando solitário e incapazde se relacionar. Mesmoapaixonado por Lígia (Dé-bora Bloch), e sem saberque ela esperava um filhoseu, Pedro (Jayme Mataraz-zo), ele embarca sozinhopara uma expedição na An-tártida e é dado como mortoapós um acidente. Ao re-cuperar a memória depoisde salvo, Miguel descobreque Lígia “ajeitou” sua vida

com Vicente (Ângelo Antô-nio), que assume a pater-nidade de Pedro e tem umfilho com ela. Miguel deci-de, então, seguir “morto” econstruir a vida em outrolugar. Não por maldade, maspor dificuldade de enfrentaras situações.

CONFUSÃOAcontece que os filhos

inseminados com as doa-ções de Miguel resolvem seconhecer. Um deles, Felipe(Michel Noher), é portadorde uma doença autoimune,o que faz com que o paidesconhecido dê as caraspara poder salvá-lo. A apa-rição de Miguel causa, comoera de se esperar, confusãona vida de muita gente.

Amena e ao mesmo tem-po contundente em mostraras peças que a vida nos prega,a novela não tem persona-gens maldosos ou vilões ca-ricatos. Lícia Manzo, a autora,também escreveu “A Vida daGente” (2011), uma das no-velas mais lindas que eu as-sisti. Em “Sete Vidas”, alémda trama central de Miguele seus filhos, a paixão entremeio irmãos, entre terapeutae paciente e a escolha entrea maternidade e o trabalhosão exemplos de ironias davida retratadas. Você estariapreparado para enfrentá-las? 

“Novela “SeteVidas”, da faixa das 18h,tem a vida comoprotagonista evilã principal_________________

Miguel decide seguir “morto” e construir a vida em outro lugar

Sandra Martins *do Rio de Janeiro (RJ)

Lélia Gonzalez:ativismocontra o racismo

“Para Lélia Gonzalez, amulher negrasempre foi a mais oprimidana nossasociedade________________

SERVIÇOO que?Exposição conta a históriada filósofa e ativista negra.Quando? De segunda a sexta, das 9h às 18h.Onde? Sindicato dos Jornalistas do Rio (Rua Evaristo da Veiga, 16,17° - Centro)Quanto?0800 (grátis)

Arquivo

Filósofa e feminista negraLélia Gonzalez

Arquivo

Arq

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Como se não bastassemos convênios da Prefeitura doRio para a adoção de ques -tionáveis apostilas das Funda-ções Roberto Marinho e AyrtonSenna, fato totalmente silen-ciado pela mídia hegemônica,um professor concursado deGeografia, Breno Mendes, foidemitido por ter criticado aSecretaria Municipal de Edu-cação no Facebook.

Mas graças a uma liminardo Departamento Jurídico doSindicato Estadual dos Pro-fissionais de Educação do Rio(SEPE-RJ) a punição foi revo-gada e consequentemente oprofessor Breno readmitido.

Para adotar a medida pu-nitiva, a Secretária, professoraHelena Bomeny, utilizou ar-tigo remanescente do perío-do ditatorial em que é exigidodos servidores públicos "leal-dade e respeito às instituiçõesadministrativas que servir".

Se a Secretária de Educa-ção se vale de padrões daépoca em que o Brasil estavamergulhado no autoritaris-mo para punir professores,pode-se imaginar o queacontece nas salas de aula,nas escolas e demais insti-tuições a ela vinculadas.

Pode-se imaginar tambémde que forma a demissão do

servidor público Breno Men-des repercutiu na categoriados professores, maltratadospelo poder público, não sóno Rio de Janeiro, como emoutras regiões do país. Con-siderando a recente ação daPolícia Militar do Paraná aoreprimir com extrema violên-cia mestres que protestavamna área da Assembleia Legis-lativa, contra um projeto con-siderado nocivo aos servidorespúblicos daquele Estado. Tãonocivo, que o Ministério Pú-blico pediu a revogação desseprojeto, que foi aprovado pe-los parlamentares correligio-nários do governador BetoRicha, do PSDB.

ADMINISTRADOR BEM SUCEDIDO?

O Prefeito Eduardo Paes,do PMDB, muito bajuladopela mídia conservadora eque diariamente aparece nos“jornalões” e “telejornalões”como “administrador bem su-cedido”, deveria ser chamadopara esclarecer o aconteci-mento que envergonha o Riode Janeiro, uma cidade cujapopulação nunca aceitou con-viver com o autoritarismo.

E não seria agora, 30 anosdepois do fim formal da di-tadura que se pode aceitar

uma Prefeitura voltando a sevaler de legislação arbitráriapara punir quem a critica.

Independente da medidajurídica do SEPE-RJ que re-vogou a demissão, o PrefeitoEduardo Paes deve ser ques-tionado por qual motivo

mantém uma secretária quenão sabe liderar com críticas,quando ela deveria servir deexemplo para os mestres ca-riocas. E também porque daadoção das apostilas dasFundações Roberto Marinhoe Ayrton Senna.

Mário Augusto Jakobskindé jornalista integrantedo Conselho Editorial

do Brasil de Fato

Rio de Janeiro, 14 a 20 de maio de 2015 12 | Opinião

A fim de papo | Mc Leonardo

No início de 2008, quandose começou a falar sobreum projeto de polícia paraas favelas, eu disse discordar,pelo fato de saber que omorador de favelas tem omesmo direito de todos osmoradores do Estado e otal projeto me parecia violaresses direitos.

A cada inauguração deUPP eu tinha mais certezadas minhas avaliações, masa invasão das polícias noComplexo do Alemão dei-xou isso bem claro para todasociedade.

OMELETE SEM QUEBRAR OS OVOS

Logo, o Secretário de Se-gurança junto com o Co-mandante Geral da PM e oChefe da Polícia Civil vie-ram a público com um dis-curso que a grande mídiaadotou que foi a seguinte:“Não se faz um omeletesem quebrar os ovos.”

Fiquei mais preocupadoainda quando vi ministros,representantes da justiça eaté o presidente Lula con-cordarem com aquela tese,pois a tal omelete seria a paze os ovos seriam os direitosdos moradores de favelas.

Bom, o tempo passou evimos que a omelete não

foi feita, pois a paz é algomuito distante nas favelasque receberam o projeto, jáos ovos continuam diaria-mente sendo quebrados,pois os direitos continuamsendo desrespeitados.

NENHUMA DECLARA-ÇÃO SOBRE MORTES

No último final de sema-na, mais de cem bandidossaíram de uma favela ocu-pada pela polícia em direçãoa outra também ocupada.

Resultado: Seis mortes e,até agora nenhuma fala dealguém ligado à polícia ouà Secretaria de Segurança.

Vejo que para dar satis-fação sobre a omelete estáfaltando gente, agora paraquebrar os ovos...

Até semana que vem, e“Vamu que Vamu”.

UPPs, ovos e omeletes!EBC

Seis mortes e o silêncio do Secretário de Segurança, Beltrame

Vitor T.

SEPE-RJ derruba medida autoritáriada Prefeitura do Rio “O tempo

passou e vimosque a omelete não foi feito, pois a paz é algo muito distantenas favelas_________________“Um professor

concursado, deGeografia, BrenoMendes, foi de-mitido por tercriticado a Secre-taria Municipalde Educação noFacebook_________________

Ingredientes1 peixe de sua preferência em postas2 limões2 tomates maduros grandes1 cebola grande em rodelas1 pimentão verde ou vermelho1 ou 2 maços de cheiro verdecom coentro2 pimentas de cheiroPimenta-do-reino, corante,açafrão e sal a gosto1 leite de coco

Cara Lívia, essas verru-guinhas são conhecidascomo acrocórdons ou fi-bromas moles. São peque-nos papilomas, geralmentelocalizados nas faces late-rais do pescoço, axilas, coloe pálpebras. Mais comunsem idosos, esses papilomassão lesões be-nignas de causaainda desco-nhecida. Sabe-se que se rela-cionam com oavançar da ida-de, obesidade,gravidez, me-nopausa e al-guns distúrbiose n d ó c r i n o s ,mas não cau-

sam sintomas.  São per-manentes e tendem a cres-cer com o tempo. A melhorforma de se livrar delas éretirando-as num derma-tologista. Várias técnicaspodem ser usadas para aretirada e o resultado cos-tuma ser ótimo.

Amiga da saúde, de um tempo para cá, tem apa-recido um tanto de verruguinhas bem pequeninasno meu pescoço e axilas. O que causa isso e comofico livre delas?

Lívia Braga, 42 anos, artesã.

Rio de Janeiro, 14 a 20 de maio de 2015 Variedades | 13

BOA E BARATA

Todas as semanasnas ruasdo Rio

(21) 4062 7105Dúvidas sobre saúde? Encaminhe e-mail para [email protected]

AMIGA DA SAÚDE

Tempo de preparo35 minutos

Rendimento6 porções

Divulgação

Peixe CozidoDivulgação

Modo de preparoLave o peixe com o limão,salgue e reserve. Coloquetomate a cebola e opimentão em uma panelagrande com um pouco deóleo, assim que o tomateestiver mais molinhoacrescente o peixe e deixerefogar. Quando estiverpronto acrescente o cheiroverde, a pimenta-de-cheiro e leite de coco.Deixe ferver por 3 minutose está pronto para servir.

MAIO E JUNHOFASES DA LUA

Rio de Janeiro, 14 a 20 de maio de 2015 14 | Variedades

LUA DA SEMANANOVA

HORÓSCOPO SEMANAL

A sua evolução profissional terá por basea experiência, mas também o empenhoque demonstra.

A família dará toda a segurança econforto necessários para o seubem-estar.

Terá todas as forças ao seu ladopara promover bons resultados dasua atividade profissional.

Excelentes notícias vão trazermaior confiança para a execuçãodas suas tarefas.

Nem sempre encontrará umaboa recepção das suas ideias.Seja paciente e persistente.

A paixão com que tende a envolver assuas atuações levam-no a tentar realizaros seus sonhos.

Mantenha sempre viva a esperançade uma vida repleta de amor, afeto,ternura e felicidade.

Um convite para um almoço especial poderá ajudar a ampliaruma amizade.

Esta semana terá que exercer umaação mais direta e forte sobre aevolução dos acontecimentos.

Aproveite as boas influências destaconjuntura para tomar iniciativas e pôros seus planos em prática.

A conjuntura traz esta semanacompensações e benefícios quesão inteiramente merecidos.

Deverá fazer um esforço paracontrolar todas as suas energiasque estarão exaltadas.

Minguantedia 9/6, 12h43

Novadia 18/5, 1h15

Crescentedia 25/5, 14h20

Cheiadia 2/6, 13h14

“Para estufar esse filó co -mo eu sonhei, só se eu fosseo Rei”, dizia Chico Buarque,em “O Futebol”.

Começou o CampeonatoBrasileiro da CBF, aqueleque nos prova a cada anocomo essa entidade é umatraso de vida para o nossofutebol. O que vimos na pri-meira rodada, em termos depúblico, é vergonhoso. Sal-

ve-se aí o Fluminense, comseus 20 mil no Maracanã, eo Palmeiras em São Paulo.

O que se vê em campo éde fazer chorar. Da alegriado Botafogo pela vitória im-portante na estreia contrao Paysandu, na série B, aotempo perdido pelo Fla-mengo em Atibaia, com umtime perdido em campo.

O Vasco, ou pela ressaca,ou pelo choque de realida-de, também estreou mal.Perdeu dois pontos impor-

tantes. O Flu, ao menos,venceu. Mesmo que a bolatenha sido bem pequena.

Enfim, nada diferente doque andou se vendo por aí.Com exceção de Pato e Gan-so, que voltaram a jogarbola, não houve nada deextraordinário nessa pri-meira rodada.

NO TEMPO DE DONDON

Vivemos tempos onde oresultado se tornou primor-dial, o caminho para isso sóimporta se for vencedor.Apenas dois lances, em todoo final de semana, são dig-nos de nota.

“Um senhor chapéu, paradelírio das gerais no coliseu”,de Valdívia – que só fez issono jogo, mas valeu o salgadoingresso da arena de nomeproibido pela CBF e a Globo,tal como a Liesa fez com aBeija-Flor em 89.

“Captar o visual de umchute a gol”, de Renato Cajá– que golaço – jogando pelaPonte Preta diante do Grê-mio, no substituto do sau-doso Olímpico.

A primeira impressão doBrasileiro é a de saudadesde tabelas assim: “ParaMané, para Didi, para Mané,Mané para Didi, para Didi,para Mané, para Didi, paraPagão, para Pelé e Canho-teiro.” O final dessa históriaa gente sabe onde acaba.

O Brasil ainda não tempre sença garantida nos tor-neios de basquete dos JogosOlímpicos do Rio 2016. Estána mão da FIBA (FederaçãoInternacional de Basquete)a possibilidade das seleçõesbrasileiras serem convidadasou terem que disputar os tor-neios pré-olímpicos.

Para Carlos Nunes, presi-dente da CBB em entrevistaao site Globoesporte.com, é“impossível” que o Brasil nãoseja convidado para disputaros Jogos. Segundo Nunes, oBrasil é o sétimo maior bas-quete do mundo e o quintono ranking olímpico, motivossuficientes para o convite.

Caso o convite não venha,

o Brasil disputará a CopaAmérica em agosto, no femi-nino, e em setembro, no mas-culino. Se não se classificar,terá uma última chance nopré-olímpico mundial. (BP)

Rio de Janeiro, 14 a 20 de maio de 2015 Esporte | 15

Toques curtos | Bruno PorpettaPresidente da CBB contacom convite para Jogos

O tal do futebol

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Divulgaca o/CBB

Tóquio abre escolhade novos esportesolímpicos

Antes mesmo do iníciodos Jogos Olímpicos doRio, em 2016, foram ini-ciados os preparativospara a Olimpíada de 2020,em Tóquio (JAP). A sededos próximos Jogos abriuo processo de seleção denovas modalidades ao pro-grama olímpico.

O comitê organizadorlocal tem direito a incluir

entre um e dois esportes.Os favoritos para essa es-colha são o beisebol e osoftbol, fora da Olimpíadadesde Pequim, em 2008.Outras 31 entidades des-portivas internacionais re-ceberam o convite para seinscrever até 8 de junho.

As pré-selecionadas seapresentam em agosto,em Tóquio, e até 30 de se-tembro o comitê local re-comendará os escolhidosao COI. O anúncio dasmo dalidades escolhidasserá feito durante os Jogosdo Rio. (BP)

Sede dos Jogos de 2020, capital japonesa abriu escolha para 33 federações

“Com exceção de Pato e Ganso,que voltaram a jogar bola, não houve nadade extraordinárionesta primeirarodada_________________

Hoje em dia, gostamos mais de vitórias do que de futebol

Carlos Nunes conta com uma vaga cedida pela FIBA

Caso a FIBA não faça o convite, Brasilterá que disputar pré-olímpico

BINÓCULO

Mais um título para o Vasco

A remadora do Vascoda Gama, Fabiana Beltra-me, conquistou a medalhade ouro na primeira etapada Copa do Mundo deRemo, na Eslovênia. Como tempo de 7m45s920, abrasileira abriu larga van-tagem com relação à chi-nesa Shuai Guo. A polo-nesa Joanna Dorociakcompletou o pódio da ca-tegoria skiff simples pesoleve (para atletas até 59kg).

A próxima etapa da Co -pa do Mundo aconteceráentre 18 e 21 de junho, nacidade italiana de Varese.

Divulgac a o/Vasco

Juve vai à final com BarçaTime italiano segura a força doReal Madrid e empata por 1 a 1

Balaço de Rodrigo salvao Vasco nos acréscimos

Daniele Badolato/La Presse

Buffon e Morata: heróis em Madrid

O Real Madrid precisavafazer apenas 1 a 0 sobre aJuventus, no estádio San-tiago Bernabeu, em Madrid.No entanto, não esperavaencontrar um adversário,buscando não apenas sedefender.

O primeiro tempo tevesuperioridade merengue,mas La Vecchia Signora tam-bém buscou atacar e criarchances. A pressão madri-dista só teve resultado gra-ças a um erro do árbitro, queviu pênalti em James Rodri-guez. Cristiano Ronaldo ba-teu e abriu o placar.

Depois do intervalo, a Juveprecisava ir mais à frente eequilibrou o jogo. Em bo-beada da zaga do Real, o ata-cante Morata, criado nas di-visões de base do clubeespanhol, empatou para ositalianos. O gol abriu mais ojogo e ambos tiveram chan-ces para vencer, até a Juve sefechar e segurar o placar.

A Juve, com 3 a 2 no agre-gado, avançou para a finalda Liga dos Campeões daUEFA, onde enfrentará oBarcelona no dia 6 de junho,em Berlin. (BP)

16 | Esporte Rio de Janeiro, 14 a 20 de maio de 2015

Brasileirão 20152º RODADA

X

CFC GRE

GOI CAP

COR CHA

FIG VAS

SAN CRU

FLA SPO

CAM FLU

PON SAO

INT AVA

JEC PAL

X Sáb. 16/0518h30m

XSáb. 16/0518h30m

X Sáb. 16/05

21h

XDom. 17/05

11h

XDom. 17/05

16h

XDom. 17/05

16h

XDom. 17/05

16h

XDom. 17/05

18h30m

XDom. 17/05

18h30m

Dom. 17/0518h30m

Doriva terá apoio maciço da torcida para seu segundo estadual

Paulo Fernandes/Vasco

A Portuguesa recebeu oGoytacaz no estádio LusoBrasileiro, nesta quarta-feira(13), e venceu por 1 a 0, comgol de Bruno Andrade. No en-tanto, a disputa entre os doisnão se deu apenas no campo.

Durante o intervalo, cerca

de 30 torcedores das duasequipes começaram a trocarsocos e pontapés. Pedras egrades da arquibancada voa-ram de um lado a outro du-rante a confusão.

A PM foi acionada e con-seguiu apartar a briga, que

causou o atraso do início dosegundo tempo em 20 mi-nutos. Ninguém foi detidoe o ônibus da torcida doGoytacaz foi escoltado atéa Linha Vermelha. A Portu-guesa lidera o grupo A dacompetição. (BP)

Tumulto em jogo entre Portuguesa e Goytacaz

O Vasco enfrentou o Cuiabáno jogo de ida da segundafase da Copa do Brasil, na Are-na Pantanal. Apesar da poucatradição do time da casa, jáera possível prever que o jogonão seria fácil, pois o Cuiabáconquistou dois títulos recen-tes. A Copa Verde e o tricam-peonato mato-grossense.

Com a bola rolando, o Vas-

co teve muita dificuldadepara chegar ao gol adversário.O time estava muito espaça-do, dificultando a troca depasses. Com isso, o Cuiabáconseguiu dar alguns sustos.

A primeira grande chancedo Vasco só aconteceu noinício do segundo tempo,em uma bola que sobroulimpa para Gilberto que ba-teu rasteiro para grande de-fesa de André Luis.

Doriva tentou algumassubstituições para mudar opanorama da partida, mas oVasco continuava apático.Tanta apatia resultou em goldo Cuiabá, em lance de azarde Martin Silva após um cru-

zamento que bateu na travee nas costas dele antes deentrar, aos 34 minutos.

Quando a derrota pareciacerta, uma falta de longa dis-tância para o Vasco. Rodrigoencheu o pé e acertou o golaos 48 minutos, sem chancespara André Luis.

LIBERTADORESDois brasileiros avançaram

às quartas de final da compe-tição. O Cruzeiro eliminou oSão Paulo nos pênaltis, apósvencer por 1 a 0 no tempo nor-mal. O Inter fez 3 a 1 no Galo etambém passou. O Corinthiansperdeu por 1 a 0 para o Gua-rani (PAR) e foi eliminado.

Cuiabá endurece ojogo para o Vasco, quearranca empate por 1a 1 no fim do jogo

Bruno Porpettado Rio de Janeiro (RJ)

O Vasco, de Marcinho, teve muitas dificuldades com o Cuiabá

Divulgacao/Portuguesa

Ilha é palco de briga entre torcidas