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BRASIL MINISTERIO DA SAUDE - MS FUNDAÇÃO NACIONAL DA SAÚDE - FUNASA PROJETO DE VIGILÂNCIA E CONTROLE DE DOENÇAS (VIGISUS III) PLANO DOS POVOS INDIGENAS (IPP) Política Operacional do Banco Mundial 4.10 Maio de 2010 Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized

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BRASIL

MINISTERIO DA SAUDE - MS

FUNDAÇÃO NACIONAL DA SAÚDE - FUNASA

PROJETO DE VIGILÂNCIA E CONTROLE DE DOENÇAS

(VIGISUS III)

PLANO DOS POVOS INDIGENAS (IPP)

Política Operacional do Banco Mundial 4.10

Maio de 2010

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IPP321 v2
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Lista de Siglas

AIDPI - Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância

AIH - Autorização de Internação Hospitalar

AIS - Agente Indígena de Saúde

AISAN - Agente Indígena de Saneamento

BIRD - Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Banco

Mundial)

CASAI - Casa de Apoio à Saúde Indígena

CEBRAP - Centro Brasileiro de Análise e Planejamento

CGPAS - Coordenação Geral de Planejamento e Avaliação de Saúde Indígena

CGPNI - Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações

CIB - Comissão Ingestora Bipartite

CID -10 Código Internacional de Doenças

CISI - Comissão Intersetorial de Saúde Indígena

CLSI - Conselho Local de Saúde Indígena

CNES - Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde

CNS - Conselho Nacional de Saúde

CNSPI - Conferência Nacional de Proteção à Saúde dos Povos Indígenas

COMGAR - Comando Geral de Operações Aéreas

COMOA - Coordenação de Monitoramento das Ações e Serviços

CONDISI - Conselho Distrital de Saúde Indígena

COOPE - Coordenação de Operação

CORE/MG - Coordenação Regional da FUNASA de Minas Gerais

COSAI - Coordenação de Saúde Indígena

DANT - Doenças e Agravos Não Transmissíveis

DESAI - Departamento de Saúde Indígena

DSEI - Distrito Sanitário Especial Indígena

DST - Doenças Sexualmente Transmíssiveis

dT - Vacina contra Difteria e Tétano

DTP - Vacina Tríplice Bacteriana

EMSI - Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena

FA Febre Amarela

FUNASA - Fundação Nacional de Saúde

FUNAI - Fundação Nacional do Índio

HIV/AIDS - Síndrome da Imunodeficiência Adquerida

IAB - Incentivo de Atenção Básica

IAB-PI - Incentivo de Atenção Básica aos Povos Indígenas

IAE-PI - Incentivo para a Atenção Especializada aos Povos Indígenas

IDS - Institute of Development Studies

IPA - Indíce Parasitário Anual

IPP - Plano dos Povos Indígenas

MS - Ministério da Saúde

MVPI - Mês de Vacinação de Povos Indígenas

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OMS - Organização Mundial da Saúde

ONGs - Organizações Sociais Não-Governamentais

OP - Política Operacional do Banco Mundial

OPAS - Organização Pan-Americana da Saúde

PDSI Planos Distritais de Saúde Indígena

PENTA Vacina Penta Acelular

PNASPI - Política Nacional de Atenção à Saúde de Povos Indígenas

PNCT - Programa Nacional de Controle da Tuberculose

PNEUMO - Vacina Pneumocócica Polissacarídica 23-valente

PNI - Programa Nacional de Imunizações

POA - Plano Operativo Anual

POP - Procedimentos Operacionais Padrão

SAS - Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde

SESAI - Secretaria Especial de Saúde Indígena

SIASI - Sistema de Informação de Atenção à Saúde Indígena

SINAN - Sistema de Informação de Agravos de Notificação

SISVAN

Indígena-

Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional Indígena

SMS - Secretaria Municipal de Saúde / Prefeitura de Belo Horizonte

SSL - Associação Saúde Sem Limites

SUS - Sistema Único de Saúde

SVS - Secretaria de Vigilância em Saúde

TCU - Tribunal de Contas da União

TETRA - Vacina Tetravalente

TMI - Taxa de Mortalidade Infantil

T.VIRAL - Vacina Tríplice Viral

UGP - Unidade de Gerenciamento de Projeto

VHB - Vacina contra Hepatite B

VHC - Vacina contra Hepatite C

VHD - Vacina contra Hepatite Delta

VIGISUS III Projeto de Vigilância e Controle de Doenças

VOP - Vacina Oral contra Poliomielite

VORH - Vacina Oral contra Rotavírus Humano

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SUMÁRIO

RESUMO EXECUTIVO ............................................................................................... 3

INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 4

Avaliação social e consultas de informação .................................................................. 4

POPULAÇÃO E CONDIÇÃO DA SAÚDE ................................................................. 5

Demografia ...................................................................................................................... 5

O Subsistema de Saúde Indígena ................................................................................ 11

PROJETO VIGISUS .................................................................................................... 33

Plano dos Povos Indígenas ........................................................................................... 37

Resultados, Componentes e Atividades ...................................................................... 38

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1. Tipos de Recursos Humanos contratados .................................................. 16

Tabela 2. Características das CASAI e referências de paciente 2008 ..................... 17

Tabela 3. Serviços prestados no SUS aos pacientes referenciados 2008 .................. 17

Tabela 4. Veículos terrestres disponíveis em 2009..................................................... 18

Tabela 5. Veículos aquáticos disponíveis em 2009 ..................................................... 18

Tabela 6. Equipamentos de Informática .................................................................... 18

Tabela 7. Incidência de todas as formas de tuberculose nos DSEI 2000-2009 ........ 21

Tabela 8. Incidência de Tuberculose Com Bk+ nos DSEI 2000-2009 ...................... 21

Tabela 9. Resultados dos inquéritos sorológicos no Vale do Javari 2008 ................ 23

Tabela 10. Total de aldeias com abastecimento de água em 2009 ............................ 25

Tabela 11. População Indígena com esquema vacinal completo 2006-2009 ........... 30

Tabela 12. Polos e Aldeias que participaram do MVPI 2006-2008. ......................... 30

Tabela 13. Consultas realizadas por mulheres com partos em 2009 ....................... 32

Tabela 14. Fontes de Financiamento .......................................................................... 38

Tabela 15. Resultados do Componente 2 do Projeto VIGISUS III .......................... 39

Tabela 15. Sub-componentes do Componente 2 do Projeto VIGISUS III .............. 40

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ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1. Distribuição da população indígena por região do Brasil em 2009 ......... 5

Gráfico 2. População indígena coberta pelo Subsistema de Saúde Indígena 2000-

2009 .................................................................................................................................. 6

Gráfico 3. Crescimento da população indígena e nascimentos entre Indígenas no

Brasil 2000-2007 .............................................................................................................. 6

Gráfico 4. Pirâmide populacional dos indígenas cadastrados no SIASI em 2009 .... 7

Gráfico 5. Taxa de mortalidade infantil (TMI) indígena 2000-2008 ....................... 19

Gráfico 6. Porcentagem de mortalidade da população indígena segundo categorias

CID-10 nos 34 DSEI 2009 ............................................................................................ 20

Gráfico 7. Porcentagem de morbidade da população indígena segundo capítulos

CID-10 nos 34 DSEI em 2009 ...................................................................................... 21

Gráfico 8. Coeficiente de incidência da Tuberculose BK+ e de todas as formas nas

Populações Indígenas Brasileiras 2000-2009 .............................................................. 22

Gráfico 9. Total de aldeias com abastecimento de água em 2009 ............................ 26

Gráfico 10. Porcentagem de DSEI que enviam dados desde a implantação do

SISVAN Indígena ......................................................................................................... 27

Gráfico 11. Perfil nutricional (Peso/Idade, NCHS, 1977) da População Indígena no

Brasil em 2009 ............................................................................................................... 27

Gráfico 12. Cobertura Vacinal da população indígena por imunobiológicos de

rotina nos DSEI 2003 e 2009. ....................................................................................... 28

Gráfico 13. Cobertura vacinal na população indígena menor de 1 ano de idade

2003 e 2009. ................................................................................................................... 29

Gráfico 14. Cobertura vacinal na população indígena de 1-4 anos de idade 2003-

2009 ................................................................................................................................ 30

Gráfico 15. Cobertura da campanha de vacinação contra rubéola na população

indígena por região e total de DSEI 2008 ................................................................... 31

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RESUMO EXECUTIVO

Projeto Projeto de Vigilância e Controle de Doenças (VIGISUS III)

Objetivo Aumentar os resultados em saúde das populações indígenas:

Incrementar a capacidade de gestão do sistema de vigilância

(doenças de notificação e de não notificação)

Incrementar a capacidade de gestão descentralizada do Subsistema

de Saúde Indígena.

Aumentar a qualidade da atenção básica e sua integração com o

SUS.

Financiadores República Federativa do Brasil

Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento – BIRD

(BANCO MUNDIAL).

Co-Executores Ministério da Saúde e Distritos Sanitários Especiais Indígenas.

Beneficiários O Projeto beneficiará diretamente 565.982 indígenas que moram em aldeias

que recebem a atenção do Subsistema de Saúde Indígena

Duração 5 anos

Valor do Projeto US$ 100.000,000

Valor do

Financiamento US$ 100.000,000

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INTRODUÇÃO

1. Desde 1997, o Projeto de Vigilância e Controle de Doenças (VIGISUS) apoiou o

fortalecimento da capacidade institucional para o desenvolvimento do Subsistema de

Saúde Indígena e investiu recursos para a melhoria da saúde indígena A primeira fase

do projeto terminou em 2004 com resultados altamente satisfatórios na Saúde Indígena,

a segunda fase, encerrou em 2009, também com resultados satisfatórios, a terceira e

última fase do projeto esta em preparação, e se concentrará na melhoria da governança e

dos resultados da saúde indígena.

2. O Plano de Povos Indígenas (IPP) foi preparado em cumprimento da Política

Operacional do Banco Mundial (OP) 4.10. Esta OP foi acionada já que o projeto se

concentrará nas regiões onde vivem os povos indígenas, e continuará a apoiar e

desenvolver ações para melhorar a saúde dos povos indígenas e do subsistema de saúde

respectivo. O IPP foi elaborado pela Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), em

consulta com os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), e será implementado

no âmbito do projeto VIGISUS III Componente 2 ($ 100 milhões) que é totalmente

dedicado à Saúde Indígena, e inclui (i) o fortalecimento da gestão da saúde indígena, (ii)

a vigilância da saúde indígena, (iii) a promoção e a prevenção das doenças

transmissíveis e não transmissíveis, e (IV) os cuidados primários de saúde.

3. O Componente da Saúde Indígena foi desenhado com base nas lições aprendidas

a partir de duas fases anteriores do projeto. Novos desafios vão ser incorporados no

presente projeto. A FUNASA foi a agência brasileira responsável pela saúde dos povos

indígenas, mas as suas funções nesta área estão sendo transferidos para uma nova

Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI)1 Este Componente 2 do Projeto,

contribuirá para o estabelecimento da SESAI, e o fortalecimento e consolidação das

funções gerenciais, com o desenvolvimento de processos com base em resultados, com

foco na qualidade dos gastos e a eficácia das ações, e a expansão da boa governança o a

responsabilidade em todos os níveis. O componente também irá apoiar o

desenvolvimento da autonomia dos DSEI

2, e criar a capacidade a nível federal e distrital

para implementar os Planos de Ação Distritais.

Avaliação social e consultas de informação

4. A avaliação social e institucional foi realizada durante a preparação do

projeto. Isso incluiu uma análise de documentos já existentes (estudos nacionais,

avaliações, minutos de consulta, etc.), e as consultas a nível federal, municipal e

distrital. No nível central incluiu entrevistas com A Secretaria de Vigilância em Saúde

(SVS) e FUNASA e funcionários do projeto. No nível descentralizado, foram realizadas

entrevistas com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da Prefeitura de Belo Horizonte

(MG), a Coordenação Regional da FUNASA (CORE) de Minas Gerais, e da

Coordenação de Análise de Situação de Saúde do Distrito Sanitário Especial Indígena

(DSEI) de Pernambuco. Além disso, a FUNASA discutiu o Componente 2 em uma

reunião do Conselho de Distrital de Saúde Indígena (CONDISI), em dezembro de 2009,

e no contexto da preparação do projeto, organizou uma oficina de consulta com

1 SESAI está sendo criada a partir da Medida Provisória Presidencial 483, de 25 março de 2010.

2 A autonomia dos DSEI foi estabelecida pelo Decreto 6878 de 18 de junho de 2009.

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Mulheres Indígenas em março de 2010. Os resultados da avaliação e consultas sobre a

concepção do projeto, são apresentados abaixo.

POPULAÇÃO E CONDIÇÃO DA SAÚDE

Demografia

5. No ano de 2009, a população indígena distribuiu-se em 4.696 aldeias de 615

terras indígenas, ultrapassando os limites de aproximadamente 444 municípios de 24

estados brasileiros. Estão cadastrados no Sistema de Informação de Atenção à Saúde

Indígena (SIASI) da FUNASA, 565.982 indígenas e para atender essa população estão

estruturados 344 pólos-base como apoio para as Equipes Multidisciplinares de Saúde

Indígena (EMSI) para prestar assistência às aldeias sob sua competência, prestando

atenção a saúde, acompanhando, supervisionando e providenciando o encaminhamento

e remoção de casos de maior complexidade para os centros de referência. A maior

extensão de terras indígenas encontra-se nas regiões Norte e Centro-Oeste do país (mais

de 98%). Nelas habitam mais de 63% da população cadastrada no SIASI. No entanto, os

povos indígenas distribuem-se por todo o Brasil, sendo que uma parcela importante, de

quase 37%, vive dispersa pelas regiões Nordeste, Sudeste e Sul em menos de 2% das

terras indígenas.

6. Em 2009, a distribuição da população indígena pelas regiões brasileiras foi: 45%

da população indígena na região Norte, 26% no Nordeste, 18% no Centro-Oeste e 11%

nas regiões Sul/Sudeste. Com a coleta de dados demográficos no SIASI observou-se

que a população indígena cadastrada vem registrando um aumento no período de 2000 a

2009, sendo que em 2000 a população era de 306.849 e em 2009 o total foi de 565.982

indígenas, representando um aumento de 259.133 indígenas (84%) no decorrer do

período.

Gráfico 1. Distribuição da população indígena por região do Brasil em 2009

Fonte: SIASI/2009

7. Este crescimento da população é atribuído a diferentes fatores: 1. O cadastro de

populações indígenas após o reconhecimento oficial de novas terras indígenas, no caso

do DSEI Ceará quase duplicou sua população. 2. O incremento da coleta de dados na

atualização do Sistema de Informação para Atenção à Saúde Indígena (SIASI), e 3. O

aumento da natalidade da população indígena. No gráfico seguinte é apresentada a

informação do crescimento total e dos nascimentos indígenas entre o ano 2000 a 2007.

Norte45%

Nordeste26%

Centro Oeste18%

Sul-Sudeste11%

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Gráfico 2. População indígena coberta pelo Subsistema de Saúde Indígena 2000-

2009

Fonte: SIASI/2009

Gráfico 3. Crescimento da população indígena e nascimentos entre Indígenas no

Brasil 2000-2007

Fonte: COMOA/DESAI

8. A população masculina é maior entre os indígenas, sendo 289.262 (51%)

homens e 278.368 mulheres (49%). A população menor que 25 anos constitui 64% da

população indígena, sendo que 43% têm menos de 15 anos. Por outro lado, a população

em idade economicamente ativa com mais de 19 anos contempla 45% da população

total.

0

100.000

200.000

300.000

400.000

500.000

600.000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Popu

laçã

o To

tal

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

Nascim

entos

Pop. Total Indígena

Nascimento Total Indígena

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Gráfico 4. Pirâmide populacional dos indígenas cadastrados no SIASI em 2009

Fonte: SIASI 2009

Política Nacional de Saúde Indígena

9. Nesse contexto, são notáveis os esforços que o Brasil vem fazendo para reverter as

desigualdades e para resgatar a dívida histórica com os povos indígenas, através da

adoção de uma política nacional. A legislação aprovada desde 1999 atesta o

enorme esforço feito durante a última década para criar um quadro legal e

institucional para o Subsistema de Saúde Indígena. O pano de fundo dessa política

é a Constituição de 1988, que reconhece os povos indígenas, seus costumes,

línguas, crenças e tradições, e os seus direitos à terra que tradicionalmente

ocupam, tornando obsoletos o conceito e as instituições de tutela, obrigando ao

governo com competência exclusiva para legislar sobre as questões relacionadas

aos povos indígenas. A Constituição Federal estabelece o dever do Governo para

definir e estabelecer os limites das terras indígenas, e para protegê-las. Em 2004,

foi ratificada pelo Brasil a Convenção 169 sobre Povos Indígenas da Organização

Internacional do Trabalho (OIT).3.

Quadro Legal da Saúde dos Povos Indígenas no Brasil

Ano Legislação Conteúdos principais

1988 Constituição

Nacional,

Art. 6, 196,

197, 231,

232

Estabelece o direito dos povos indígenas aos cuidados de saúde

universal, a promoção, proteção e recuperação da doença. Ele

garante políticas sociais e econômicas para reduzir os riscos de

saúde causados pela doença. Ele reconhece as organizações

indígenas, costumes, línguas, crenças e tradições.

3 Decreto Presidencial 5.051, de 19 de Abril de 2004.

60.000 40.000 20.000 0 20.000 40.000 60.000

75 +70 a 7465 a 6960 a 6455 a 5950 a 5445 a 4940 a 4435 a 3930 a 3425 a 2920 a 2415 a 1910 a 1405 a 0900 a 04

Masc

Fem

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1990 Lei 8080,

Capítulo V

Estabelece o Subsistema de Saúde Indígena e determina a

organização e o funcionamento dos serviços de saúde. Ela estabelece

a obrigação do governo de levar em conta as necessidades locais,

características das culturas dos povos indígenas, e a necessidade de

um sistema diferenciado e integral, que inclui a demarcação da terra,

saneamento básico, habitação, ambiente, saúde, nutrição, higiene e

educação e integração institucional. Ela estabelece que os povos

indígenas devem ter acesso a cuidados de saúde primários,

secundários e terciários. Ela determina que os povos indígenas

tenham o direito de organizar e participar do Conselho Nacional de

Saúde, e dos Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde. Cria a

Coordenação de Saúde Indígena (COSAI). Estabelece as condições

para as intervenções de saúde para os povos indígenas.

1999 Lei 9836,

Medida

Provisória

1911

A “Lei Arouca” estabeleceu o Subsistema de Saúde Indígena. Ela

determina a transferência da Fundação Nacional do Índio (FUNAI)

para a FUNASA de todas as atividades de saúde indígena.

Decreto 3.156 de 1999 estabeleceu as condições para prestar

cuidados de saúde aos povos indígenas no âmbito do SUS. Os

cuidados de saúde devem ser universal, integral e equitativos para

responder às necessidades dos povos indígenas.

2002 Resolução

No. 254

Institui a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas

(PNASPI), exige a adoção de um modelo complementar e

diferenciado de organização dos serviços de saúde no sentido da

"proteção, promoção e recuperação" da saúde como um direito civil

dos povos indígenas. No âmbito do SUS, a FUNASA criou uma rede

dos serviços de saúde nas terras indígenas.

2007 Resolução

2656

Estabelece incentivos para a atenção básica e especializada para os

Povos Indígenas.

2009 Resolução

2048

Aprova a regulação do subsistema de saúde indígena no âmbito do

SUS.

Seção VII,

Art. 361

Regulamenta que todo o planejamento, coordenação e execução das

atividades relativas aos cuidados de saúde das comunidades

indígenas serão prestados através da FUNASA, com a participação

do controle social indígena em estreita articulação com a SAS (MS),

e também pelo Estado e Secretarias Municipais de Saúde, em

cumprimento das orientações e políticas acordadas.

Idem. Art.

362-364

Incentivos financeiros transferidos "fundo a fundo" para os

prestadores de cuidados de saúde por meio de “pactos” acordados

entre FUNASA e prestadores de Cuidados de Saúde Primária (IAB-

PI) ou entre FUNASA e prestadores de Atendimento Especializado

(IAE-PI), para a prestação de cuidados de saúde culturalmente

adequados. As transferências devem ser coerentes com os Planos

Distritais de Saúde Indígena (PDSI) e com o Planos de Saúde dos

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Estados e Municípios. O incentivo financeiro será calculado sobre

uma base per capita sobre o número de pessoas cadastradas no

SIASI/ FUNASA em cada município. As transferências para atenção

básica à saúde estão baseadas no tamanho populacional, exceto para

a Amazônia, onde o afastamento exige uma compensação especial.

Ela define as normas para o reforço da capacidade de administração

dos fundos.

Idem. Art.

365

Composição de Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena

(EMSI) no "Núcleo Básico de Atenção à Saúde Indígena": médico,

enfermeiro, auxiliar ou técnico de enfermagem, auxiliares e

ortodontista, técnico dentista, agente indígena de saúde (AIS),

agente indígena de saneamento (AISAN), técnico ambientalista,

agentes de endemias e microscopistas (Região da Amazônia Legal).

As equipes do Distrito incluem: nutricionistas, farmacêuticos /

bioquímicos, antropólogos, assistentes sociais, etc., conforme

determinado pelo perfil epidemiológico. As EMSI trabalharão em

estreita colaboração com as equipes do SUS.

Idem. Art.

366

Incentivos para os cuidados de saúde especializados (IAE-PI)

destinada a atendimento ambulatorial e hospitalar, incluindo o

diagnóstico e tratamento. As transferências serão feitas para os

municípios e estados, a partir do Fundo Nacional de Saúde aos

Fundos Municipais e do Estado, dos serviços de saúde prestados aos

indígenas, com um limite de 30% da produção total de AIH

aprovadas. O Ministério da Saúde, através da FUNASA e da SAS irá

identificar as unidades de saúde da rede SUS capaz de fornecer

serviços adequados às comunidades indígenas, e um mecanismo de

referência e contra-referência.

Idem. Art.

367

Incentivos transferidos aos municípios e estados. Termos de Acordo

de atenção à saúde será assinado pela FUNASA, SAS, municípios e

estados, e os Conselhos Distritais de Saúde Indígenas. Estes serão

apresentados e aprovados pela Secretaria Municipal de Saúde e

Conselhos Estaduais e, posteriormente, ratificado pela Comissão

Intergestoras Bipartite (CIB), com a participação do DSEI e

CONDISI. Os incentivos serão também transferidos com base no

registro atualizado dos prestadores (CNES), unidades de saúde,

EMSI, DSEI / CORE e FUNASA.

Idem. Art.

371-375

Descreve as responsabilidades dos estados, Distrito Federal,

municípios e conselhos locais e distritais no que diz respeito à

coordenação, a participação nos Pactos.

Idem. Art.

376

Monitoramento dos incentivos de atenção à saúde básica e

especializada aos povos indígenas, a utilização dos sistemas

nacionais de informação, bem como a responsabilidade dos estados e

municípios para a alimentação dos sistemas. Os incentivos serão

suspensos se: os municípios, estados ou Distrito Federal não

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alimentam os sistemas de informação por dois meses consecutivos

ou três meses não consecutivos, ou devido à corrupção ou a

utilização de fundos para outros fins.

Idem. Art.

377-378

Responsabilidade do monitoramento das transferências de dados

para SAS / MS e FUNASA através do DESAI. Normas, participação

e controle social do uso de transferências para IAB-PI e IAE-PI por

Conselhos Locais, Distritais e Estaduais. Os Conselhos Municipais e

do Estado, a pedido das autarquias locais ou Conselhos Distritais

Indígenas, fornecerão cópias dos documentos relativos às verbas

utilizadas e contabilizadas.

Junho

2009

Decreto

6878

Decreta a autonomia dos DSEI. Para isto, os DSEI devem tornar-se

unidades de gestão, ser dotadas de profissionais capazes de planejar,

executar, acompanhar a administração dos cuidados de saúde.

Março

2010

Medida

Provisória

483

Abre o caminho para a criação de uma nova Secretaria Especial de

Saúde Indígena (SESAI) do Ministério da Saúde (MS). Após a

aprovação da Medida Provisória pelo Congresso, um decreto

presidencial estabelecerá a SESAI, com uma estrutura

descentralizada, incluindo 34 DSEI.

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O Subsistema de Saúde Indígena

10. Na Constituição de 1988, foram estabelecidos os direitos dos povos indígenas à

saúde com uma atenção culturalmente adaptada. As políticas nacionais, com base nos

princípios da universalidade, da integralidade do cuidado e da eqüidade, que visam

reduzir as diferenças nas condições de saúde, são refletidas no Subsistema de Saúde

Indígena. Em comparação, países com uma renda per capita maior do que o Brasil tem

enfrentado grandes dificuldades na estruturação de sistemas que possam reverter as

desigualdades de saúde entre os povos indígenas e não indígenas.

11. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena foi estabelecido como componente

do Sistema Único de Saúde (SUS), em 23 de setembro de 1999, pela Lei nº. 9.836 (Lei

Arouca). Entretanto, anteriormente o Decreto nº. 3.156 de 27 de agosto de 1999, que

dispõe sobre as condições para prestação da assistência básica à saúde dos povos

indígenas no âmbito do SUS, já tinha regulamentado que o Ministério da Saúde

estabeleceria as políticas e diretrizes para a promoção, prevenção e recuperação da

saúde do índio e que as ações seriam executadas pela Fundação Nacional da Saúde

(FUNASA). Assim, a FUNASA passou a ser responsável pelas ações de promoção à

saúde e prevenção e controle de doenças e agravos. O subsistema foi criado com a

obrigatoriedade de levar em consideração a realidade local e as especificidades da

cultura dos povos indígenas e o modelo a ser adotado para a atenção à saúde indígena,

que deve se pautar por uma abordagem diferenciada, integral e integrada, contemplando

os aspectos de assistência à saúde, saneamento básico, nutrição, habitação, meio

ambiente, demarcação de terras, educação sanitária e integração institucional. Assim, o

Subsistema de Atenção a Saúde Indígena constitui-se como uma instancia do SUS para

permitir o acesso à população historicamente excluída dos serviços recebidos pela

população brasileira, tendo como base os Distritos Sanitários Especiais Indígenas

(DSEI).

12. A consolidação de um subsistema de saúde indígena foi alcançada com a adoção

em 1999 da Lei Arouca, que estabeleceu a base territorial Distritos Sanitários Especiais

Indígenas (DSEI). Os DSEI são constituídos segundo a residência geográfica dos povos

indígenas. Por exemplo, o DSEI Yanomami em Roraima inclui os Yanomami de dois

estados (Roraima e Amazonas). O subsistema funciona dentro dos mesmos princípios

promovidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), para garantir aos povos indígenas o

direito de acesso universal, com base em necessidades de saúde identificadas pelas

comunidades, e envolvendo as populações indígenas em todas as fases de planejamento,

execução e avaliação das ações. O subsistema fornece vigilância em saúde, promoção

da saúde e serviços de prevenção de doenças e cuidados de saúde para grupos indígenas.

13. As ações de saúde indígena são realizadas através dos DSEI nas regiões onde se

concentram as aldeias indígenas. Há atualmente 34 DSEI, que são gerenciados pelo

Departamento de Saúde Indígena (DESAI/FUNASA). Os DSEI são territórios

geográficos e culturais que dão cobertura primária de saúde para 270 etnias indígenas.

Cada DSEI está subdividido em unidades administrativas, os Pólos Base, que em sua

maioria estão situados numa sede Municipal, onde uma Equipe Multidisciplinar de

Saúde Indígena presta atenção básica nas aldeias e articula as ações com os Agentes

Indígenas de Saúde (AIS) que residem nelas.

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12

Figura 1. Distritos Sanitários Especiais Indígenas

14. Por meio do Decreto nº 6.878, de 18 de junho de 2008, a autonomia

administrativa e financeira foi concedida aos 34 Distritos Especiais de Saúde Indígena.

O Decreto dispõe, ainda, que o Ministério da Saúde, juntamente com a FUNASA,

deverá adotar as providências necessárias para que todos os DSEI se tornem até 31 de

dezembro de 2010. Em março de 2010, uma Medida Provisória presidencial abriu o

caminho para a criação de uma nova Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) no

Ministério da Saúde. Após a aprovação da Medida Provisória no Congresso, um decreto

presidencial estabelecerá a SESAI, com uma estrutura descentralizada, incluindo 34

DSEI, 316 Pólos-Base e 57 CASAI.

15. Cada DSEI será transformado numa unidade financeira autônoma, com um

coordenador, que será a Autoridade de Saúde do Distrito. Seguindo as demandas das

lideranças indígenas, a SESAI será responsável pela saúde indígena e pelo saneamento

básico nas comunidades indígenas. O orçamento anual da Saúde Indígena de cerca de

R$500 milhões (excluindo água e saneamento), serão alocados pelo Fundo Nacional de

Saúde para a SESAI e os DSEI. No contexto dos planos Distritais de Saúde Indígena, o

DSEI vai negociar com as municipalidades contratos para a prestação de cuidados de

média e alta complexidade pelo SUS.

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16. Financiamento da Saúde Indígena 1999-2009. O financiamento do Subsistema

de Saúde Indígena, desde o ano de 1999, é proveniente de três fontes de recurso

distintas:

1. do Tesouro Nacional, alocado diretamente a FUNASA, no Programa – 0150

– Proteção e Promoção dos Povos Indígenas, contido no Plano Plurianual,

em ações de saúde;

2. do Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Assistência à Saúde –

SAS, denominado de Incentivo da Atenção Básica aos Povos Indígenas –

IAB-PI e Incentivo da Atenção Especializada aos Povos Indígenas – IAE –

PI , regulado pela Portaria nº 2.656/GM/MS de 17 de outubro de 2007 e

alterada pela Portaria nº 2.048 /2009/GM/MS, com repasse mensal, regular e

automático diretamente ao fundo municipal de saúde e estabelecimentos de

saúde, visando atender as ações de contratação de equipe multidisciplinar e

incentivos a hospitais credenciados e;

3. dos Acordos de empréstimos pactuado entre o Governo Brasileiro e o Banco

Mundial, no âmbito do Projeto de Vigilância e Controle de Doenças –

Projeto VIGISUS. Esse projeto dividiu-se em dois componentes distintos,

que um da Secretaria de Vigilância em Saúde, com ações voltadas para a

população brasileira, e outro da Fundação Nacional de Saúde, com ações

voltadas para a saúde dos índios e população quilombola. A primeira fase do

VIGISUS contou com US$ 8 milhões de recurso entre 1999 a 2004. A

segunda fase desse projeto, entre 2004 e 2009, contou com US$ 50,3

milhões, a qual foi dividida em quatro subcomponentes, sendo três voltados,

exclusivamente, à saúde indígena: I – Fortalecimento da Capacidade

institucional, II – Ações Inovadoras de Saúde Indígena e III – Iniciativas

Comunitárias Indígenas.

17. A partir do exercício de 2008, o Programa 0150 passou a denominar-se Proteção

e Promoção dos Povos Indígenas e uma vez mais pôde contar com dotação orçamentária

proveniente da ação de Vigilância, Prevenção e Controle da Malária da Secretaria de

Vigilância em Saúde – SVS/MS. O Ministério da Saúde, por meio da Portaria nº. 1.163,

de 14 de setembro de 1999, dispõe sobre as responsabilidades para a prestação de

assistência à saúde dos povos indígenas no Sistema Único de Saúde e nesse mesmo

instrumento são instituídos dois incentivos: o Fator de Incentivo de Atenção Básica aos

Povos Indígenas, destinado às ações e procedimentos de assistência básica de saúde,

apoiando a implantação de Agentes de Saúde Indígena e de equipes multidisciplinares

para atenção à saúde, Art 5º, e o Fator de Incentivo para a Assistência Ambulatorial,

Hospitalar e de Apoio Diagnóstico à População Indígena, destinados aos

estabelecimentos hospitalares que considerem as especificidades da assistência à saúde

dessas populações e que ofereçam atendimento diferenciado às mesmas, em seu próprio

território ou região de referência, Art. 7º.

18. Essa decisão atende a uma das resoluções da II Conferência Nacional de Saúde

Indígena, realizada em outubro de 1993, quando o plenário definiu que o Ministério da

Saúde deverá estabelecer quotas específicas de Autorização de Internação Hospitalar

para internação de pacientes indígenas na rede do SUS e que sua distribuição obedecerá

às necessidades epidemiológicas locais e ser de pleno conhecimento das comunidades

indígenas, estabelecendo formas de controle da emissão das mesmas pelos Distritos

Sanitários Especiais Indígenas – DSEI.

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19. Na implementação do Subsistema de Saúde Indígena, a edição da Portaria nº.

1.163/99 teve um papel fundamental na efetivação/operacionalização dos 34 DSEI,

principalmente pela expressiva necessidade de contratação de recursos humanos, que o

incentivo para a atenção básica à saúde dos povos indígenas assumiu gradativamente,

sendo a questão de recursos humanos e seu financiamento para o desenvolvimento da

Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas uma das mais críticas até

hoje.

20. A ausência de concurso público durante todos esses anos foi também decisiva na

busca de outros mecanismos de contratação de recursos humanos para atuarem na

atenção à saúde dos povos indígenas. Os servidores existentes na Fundação Nacional de

Saúde, para essa missão, até hoje, são quantitativamente insuficientes e como estratégia,

optou-se também, para o financiamento desta atividade por meio de convênios com

organizações não governamentais, com organizações indígenas, prefeituras municipais e

universidades, que participaram também de forma importante nesse processo.

21. Assim, desde o ano de 1999, até a presente data, a FUNASA passou a executar

ações complementares de saúde indígena por meio de convênios com ONGs, Prefeituras

Municipais e Universidades que possuíam como princípios basilares a capacidade

técnica e a eficiência. Em 2007, o DESAI elaborou o Manual para Capacitação e

Treinamento de Executores Internos e Externos em Celebração de Convênios,

distribuído a todos os distritos sanitários, as regionais, as entidades conveniadas e aos

técnicos da Presidência, com disposição no endereço eletrônico:

http://www.funasa.gov.br/internet/Bibli_saudeInd.asp.

22. Durante o ano 2009, para o funcionamento de 22 DSEI, foram assinados 34

convênios com distintas instituições: 18 Organizações Não Governamentais, das quais

11 são indígenas; com as Prefeituras municipais foram 4 e 1 com Universidade. Nos 10

anos de atenção à saúde indígena foram celebrados 582 convênios com distintas

instituições. A maioria das despesas realizadas entre 1999 a 2006 foi para a contratação

de recursos humanos (63,62%), combustível (10,21%), medicamentos (11,73%),

contratação de horas vôo (8,30%). Desde o ano 2005 as compras de horas vôo foram

progressivamente assumidas pelas CORE, e foi estabelecido que a compra de

equipamentos não fosse realizada mediante estes convênios assim como foi determinada

a compra centralizada de medicamentos pela FUNASA.

23. O Controle Social. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena tem como uma

de suas principais diretrizes o controle social, exercido pelos usuários indígenas a fim

de assegurar o planejamento ascendente das ações, considerando as especificidades

culturais, históricas, geográficas e epidemiológicas dos povos indígenas no Brasil. Em

articulação com o SUS, as instâncias de controle social no âmbito da Saúde Indígena

são compostas por Conselhos Locais de Saúde Indígena (CLSI); Conselhos Distritais de

Saúde Indígena – CONDISI; Fórum Permanente dos Presidentes dos CONDISI; tendo

ainda os representantes indígenas com a participação assegurada no Conselho Nacional

de Saúde – CNS, contemplados com duas vagas no segmento de usuários, os quais na

condição de conselheiros, atualmente, coordenam a Comissão Intersetorial de Saúde

Indígena – CISI, do CNS.

24. Os Conselhos Locais, em geral, são compostos pelos membros das comunidades

indígenas. São instâncias consultivas que discutem a saúde indígena no seu âmbito de

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abrangência que pode ser uma aldeia, uma ou mais terras indígenas, um município ou a

uma aldeia ligada a um Polo-Base. Podem ainda incluir a participação dos trabalhadores

das Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena da área.

25. Os Conselhos Distritais de Saúde Indígena (CONDISI) estão legalmente

constituídos nos 34 DSEIS, por meio do Decreto n.º 3.156, de 27/8/1999, e funcionando

de acordo com a Resolução do Conselho Nacional de Saúde – CNS n.º 333, de

4/11/2003, que dispõe sobre as diretrizes para criação, reformulação, estruturação e

funcionamento dos conselhos de saúde. São instâncias deliberativas e sua composição é

paritária, representada pelos segmentos, no âmbito da saúde indígena, envolvendo os

usuários/indígenas (50%), trabalhadores e gestores/prestadores de serviço, no âmbito de

abrangência de cada Distrito Sanitário Especial Indígena.

26. O Fórum Permanente dos Presidentes dos CONDISI, composto pelos

Presidentes dos 34 CONDISI, foi instituído pela Portaria n.º 644, 27/3/2006. Possui

caráter consultivo, propositivo e analítico, tendo como finalidade zelar pelo

cumprimento das diretrizes do Sistema Único de Saúde – SUS, Leis Complementares

Específicas à Saúde Indígena, promover o fortalecimento e promoção do controle social

em saúde, atuar na formulação e controle de execução da Política Nacional de Atenção

à Saúde Indígena. Ressalta-se que o seu funcionamento é garantido e custeado pela

FUNASA.

27. Na história da política nacional de atenção à saúde indígena aconteceram 04

(quatro) conferências de saúde abordando temáticas diferenciadas. A primeira, em 1986,

denominada I Conferência Nacional de Proteção à Saúde dos Povos Indígenas (I

CNSPI) propôs as bases para a construção de um subsistema garantindo o atendimento

específico à saúde indígena, delegando a responsabilidade a uma agência

governamental, criada para esse fim junto ao Ministério da Saúde; a segunda, em 1993,

II Conferência Nacional de Saúde para os Povos Indígenas (II CNSPI) aprofunda a

proposta de um modelo diferenciado e integral, incluindo a discussão da saúde,

saneamento básico, nutrição, habitação, indo até as questões de demarcação de terras e

integração institucional, apontando para a criação dos distritos sanitários especiais. Já

com a atual estrutura do Subsistema de Saúde Indígena, ocorreu a III Conferência

Nacional de Saúde Indígena (III CNSI), em maio de 2001.

28. Esta Conferência teve como propósito avaliar a implantação do Subsistema de

Saúde Indígena e propor estratégias de garantia do acesso a uma saúde integral e de

qualidade aos povos indígenas, com a efetiva participação do controle social. O tema

central da IV Conferência Nacional de Saúde Indígena (27 a 31 de março de 2006) que

orientou as discussões nas distintas etapas da sua realização, foi: “Distrito Sanitário

Especial Indígena: território de produção de saúde, proteção da vida e valorização das

tradições” e teve cinco eixos temáticos: I. Direito à Saúde; II. Controle Social e Gestão

Participativa; III. Desafios Indígenas Atuais; IV. Trabalhadores indígenas e não

indígenas em saúde; V. Segurança Alimentar, Nutricional e Desenvolvimento

Sustentável.

29. Recursos humanos. A organização de cada DSEI conta com dois tipos de

recursos humanos, as equipes gestoras (que desempenham funções administrativas,

financeiras, técnicas e de logística) e as equipes de intervenção na saúde, EMSI,

compostas por médicos, enfermeiras, odontólogos, psicólogos, assistentes sociais, etc.

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(Tabela 1). Cabe destacar que nos DSEI as EMSI não têm a mesma composição de

profissionais devido à disponibilidade de recursos humanos. Atualmente, para o

atendimento a saúde indígena, a FUNASA possui, em seu quadro de recursos humanos,

1.725 servidores efetivos, assim distribuídos: 53 no DESAI e 1.672 nos 34 Distritos

Sanitários Especiais Indígenas – DSEI, Pólos Bases, Postos de Saúde e Casa de Apoio à

Saúde Indígena; 1.016 profissionais requisitados de municípios e outras esferas de

governo.

Tabela 1. Tipos de Recursos Humanos contratados

Categoria Profissional de nível superior Categoria Profissional de nível médio

Médico Agente Indígena de Saúde

Enfermeiro Agente Indígena de Saneamento

Odontólogo Técnico de Enfermagem

Nutricionista Técnico de Entomologia

Farmacêutico Técnico de Higiene Dentária

Assistente Social Técnico de Laboratório

Psicólogo Técnico de Administração

Antropólogo Auxiliar de Enfermagem

Administrador Auxiliar de Administração

Contador Microscopista

Motorista (viatura terrestre)

Piloto Fluvial ou Motorista Fluvial

Fonte: DESAI/FUNASA

30. A FUNASA, por meio de celebração de convênios, contratou 5.385

profissionais. Os municípios que recebem o Incentivo de Atenção Básica – IAB, da

Secretaria de Assistência à Saúde – SAS/MS, contratam 860 profissionais de nível

superior e 4.940 de nível médio. Apesar de contar, atualmente, com 13.926 profissionais

atuantes na saúde indígena, a FUNASA tem dificuldades em atender a população

indígena com a eficiência, eficácia e efetividade desejada, haja vista a alta rotatividade

de profissionais, principalmente os contratados por meio de convênios e municípios,

decorrente do salário pouco atrativo e as dificuldades de adaptação destes as regiões de

difícil acesso e inóspitas.

31. Unidades de Saúde. Além do atendimento domiciliar a FUNASA possibilitou,

entre 1999 a 2009, a estruturação das Unidades de Saúde em todo território nacional,

dotando-as de equipamentos médico-hospitalares, odontológicos, de informática,

aparelhos de comunicação, mobiliários em geral e sistema de energia solar entre outros,

bem como equipando os Distritos de veículos terrestres e fluviais e também investindo

na construção, ampliação e reforma de Postos de Saúde, Polos Base e Casas de Apoio à

Saúde do Índio (CASAI).

32. Até dezembro de 2008, nos 34 DSEI foram construídos 751 Postos de saúde,

674 deles estão situados em terras indígenas, 55 em área rural e somente 22 em áreas

urbanas. Conforme portaria nº 840 de 15 de agosto de 2007, a área mínima útil

construída é de 131,95 m2. As Casas de Apoio à Saúde do Índio são estabelecimentos

situados em alguns Polos Base considerados como referências da aldeia para os serviços

prestados pelo Município (nível local), outras estão situadas principalmente nas capitais

de cada Estado (Nível Regional), onde são referenciados os pacientes que não tiveram

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resolutividade no nível local, e algumas CASAI estão situadas nas capitais e se

constituem como uma referência de casos que requerem intervenções clínicas e

cirúrgicas que não podem ser realizadas nos níveis anteriores (Nível Nacional). As

CASAI constituem um elo fundamental entre os serviços de atenção básica e os níveis

de atenção de maior complexidade nos estabelecimentos do SUS, isto representa a

atenção integrada à saúde.

33. Quando realizada a referência de pacientes desde as aldeias, o pessoal da CASAI

agenda as consultas nos Hospitais ou serviços com os quais existe um acordo onde foi

pactuada uma reserva de leitos assim como o pagamento de um incentivo financeiro

pelo atendimento ambulatorial e de internações de média e alta complexidade

hospitalar. No período pós-cirúrgico os pacientes podem ficar na CASAI para o

acompanhamento dos especialistas.

Tabela 2. Características das CASAI e referências de paciente 2008

Nº Total de

CASAI

Nº de

leitos

Nº de Pacientes

Atendidos

Nº de

Acompanhantes.

Média de dias

de permanência

Nº de Pacientes

referenciados

61 1.013 12.180 11.108 11,9 32.123

Fonte: DESAI/FUNASA

Tabela 3. Serviços prestados no SUS aos pacientes referenciados 2008

Consulta

Médicas

Consultas

Ambulatoriais

Consulta

Odontológica

Consulta

Pré-Natal

Coleta de

material

para exames

Procedimentos

Básicos

Realizados

Nº de

internações

na rede do

SUS

41.022 34.881 4.268 3.783 67.614 1.447.173 5.760

Fonte: DESAI/FUNASA

34. Equipamentos e material. Na última década, foram aplicados direta e

indiretamente, cerca de R$ 77,2 milhões em equipamentos e material permanente, sendo

adquiridos mais de 32 (trinta) mil itens. Destaca-se que, do montante de aplicação

direta, 59,07% foram investidos no triênio 2007-2009. Os recursos de capital passaram

a ser executados, exclusivamente, de forma direta a partir do ano de 2005 por meio de

determinação do TCU. Nos anos anteriores, vinham sendo alocados pela FUNASA às

entidades parceiras sem fins lucrativos, (ONG), Prefeituras Municipais e Universidades,

por meio do instrumento de convênio, o que explica em parte as baixas execuções da

FUNASA nos anos iniciais da década de 2000. As aquisições foram de: veículos;

equipamentos de informática; equipamentos médicos; aparelhos eletro-eletrônicos;

mobiliário; geradores de energia; sistema de energia solar e outros equipamentos.

35. Veículos para deslocamento das EMSI e pacientes. Neste importante item,

veículos para deslocamentos das Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena e

remoção de pacientes estão incluídos tanto veículos automotores e aquáticos

(barcos) como também motores de popa para as embarcações. Essas aquisições

representam 68,34% do total das aquisições de bens móveis e equipamentos no

período de 1999 a 2009. Não menos importante é ressaltar a necessidade

complementar à frota própria de transportes terrestre e fluvial existente, das

despesas com locação de aeronaves, dada a existência de localidades, cujo acesso

só pode ser efetuado por esse meio de transporte que, somados às despesas de

passagem e locomoção urbana de servidores somaram a importância de R$ 40,4

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milhões, no período de 1999 a 2009. Para o translado aéreo também são alugadas

horas vôo da Força Aérea Brasileira.

Tabela 4. Veículos terrestres disponíveis em 2009 Carro tipo Passeio (4

pessoas) 187

Cabine dupla 4 X 4 664

Ambulância 106

VAN 56

Motocicletas 98

Outros Tipos 68

Total 1.179

Fonte: DESAI/FUNASA

Tabela 5. Veículos aquáticos disponíveis em 2009

Totais ambulâncha 5

Total canoas e barcos 432

Totais motores de popa 738

Totais 1.175 Fonte: DESAI/FUNASA

36. Equipamentos de Informática e Comunicação. A aquisição de computadores,

nobreak, impressoras, aparelha de fax-símili, estabilizador, telefone, central

telefônica, projetor de imagem, máquina fotográfica e filmadora estão incluídas

nesse item. Os Postos de Saúde dispõem de 170 linhas telefônicas e 270 estão

equipados com radiofonia.

Tabela 6. Equipamentos de Informática

Computadores 1184

Impressoras 360

No-break 338

Scaner 66

Fonte: DESAI/FUNASA

Outros Equipamentos. A situação e a seguinte para outros equipamentos:

Médicos, Odontológicos e Hospitalares. As aquisições desse item, que incluem

desde nebulizador a mesa ginecológica, de cama hospitalar a microscópio, de

aparelho de raio x a cadeira odontológica, de autoclave portátil a balança

antropométrica, representaram em 2009, 2008 e 2007 a terceira maior despesa.

Aparelhos eletro-eletrônicos para DSEI e CASAI. É composto por ventilador,

refrigerador, ar condicionado, bebedouro, fogão a gás, freezer, cama comum,

calculadora elétrica entre outros utilizados para equipar os DSEI, Pólos Base,

Postos de Saúde e CASAI.

Mobiliários em Geral e Material para Escritório. Como complemento

importante para a estruturação dos DSEI e unidades de saúde indígena, nesse item

estão incluídos, dentre outros, armários, estantes, mesas em geral, cadeiras e

bancos, gaveteiros e quadro branco.

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RESULTADOS E ATIVIDADES DE SAUDE INDIGENA

37. Mortalidade. A meta pactuada no Plano Plurianual é a redução de 5% da TMI

indígena por ano. A redução média na TMI foi de 5,8% ao ano entre 2000 e 2008,

redução maior que a observada no país, que foi de 4,8% ao ano, entre 1990 a 2007,

segundo dados do Ministério da Saúde.

Gráfico 5. Taxa de mortalidade infantil (TMI) indígena 2000-2008

Fonte: COMOA/FUNASA

38. Dentre as ações que o Departamento de Saúde Indígena vem realizando para

alcançar a redução da mortalidade infantil estão sendo priorizadas:

Investigação de óbito infantil e fetal indígena por meio das Comissões

Distritais com o intuito de conhecer circunstâncias de ocorrência dos óbitos

infantis e fetais e propor medidas para melhoria da qualidade da assistência

à saúde envolvendo todas as esferas de governo, realizar parceiras

intersetoriais e demais ações para sua redução;

Elaboração de Diretrizes e Protocolo da atenção integral à saúde materno e

infantil com enfoque intercultural;

Capacitação dos profissionais na estratégia da Atenção Integrada às Doenças

Prevalentes na Infância – AIDPI e Monitoramento das Doenças Diarréicas

Agudas.

39. Porém, em 2009 os dados que estão em processo de revisão indicam uma taxa de

MI de 50,7 por mil. Na estrutura da mortalidade da população geral, segundo as

categorias CID-10 é observada a predominância das Doenças do Aparelho Respiratório

(cat. X) e dos Sintomas, sinais e achados anormais (Cat. XVIII). Existe uma correlação

entre morbidade e mortalidade na Categoria X, e os casos encontrados na categoria

XVIII, correspondem à mortalidade identificada por recursos humanos de saúde que não

são médicos. A disparidade entre morbidade e mortalidade dos casos das Doenças do

Aparelho Circulatória (Cat. IX) orientam para um problema de qualidade no

preenchimento dos certificados de óbito onde é registrada como causa principal a

“parada cardíaca”.

74,61

57,33 55,82

53,98

47,36

52,79

48,5746,86

44,35

y = -2,359x + 4782R² = 0,667; p-valor < 0,05

30,00

35,00

40,00

45,00

50,00

55,00

60,00

65,00

70,00

75,00

80,00

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

CMI

Linear (CMI)

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20

Gráfico 6. Porcentagem de mortalidade da população indígena segundo categorias

CID-10 nos 34 DSEI 20094

40. Morbidade. Como observado no gráfico a seguir, as doenças infecciosas e

parasitárias (cat. I) e as doenças do aparelho respiratório (cat. X) são as mais

significativas dentro dos diagnósticos realizados nos DSEI. Assim entre outras doenças

de notificação compulsória que são alvo de intervenção prioritária, se destacam:

tuberculose, as doenças sexualmente transmissíveis e malária.

41. Tuberculose. Apesar da incidência da tuberculose ainda ser alta na população

indígena comparada a população geral, o coeficiente de mortalidade (1,64/100mil) está

abaixo do coeficiente nacional (2,58/100 mil habitantes) registrado em 2006. Tem-se

observado uma queda que varia entre 13.6% e 21.6%. Essa queda na incidência reflete

melhora nas ações de controle. Em consonância com as metas estabelecidas pela OMS e

pelo Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT), o DESAI estabeleceu

estratégias para fortalecer o programa, como a criação de um grupo interinstitucional de

colaboradores/parceiros; a disponibilização de recursos específicos para as ações de

vigilância e controle da tuberculose nos DSEI, o fortalecimento da articulação com a

4 I DIP (A00-B99) II Neoplasias [tumores] (C00-D48) III Doenças do sangue (D50-D89) IV Doenças

endócrinas, nutricionais e metabólicas (E00-E90) V Transtornos mentais e comportam. (F00-F99) VI

Doenças sist. nervoso (G00-G99) VII Doenças do olho e anexos (H00-H59) VIII Doenças do ouvido

(H60-H95) IX Doenças aparelho circulatório (I00-I99) X Doenças aparelho respiratório (J00-J99) XI

Doenças do ap. digestivo (K00-K93) XII Doenças da pele (L00-L99) XIII Sistema osteomuscular (M00-

M99) XIV Doenças ap. geniturinário (N00-N99) XV Gravidez, parto e puerpério (O00-O99)

XVI Algumas afeições originadas no período perinatal (P00-P96) XVII Malformações congênitas,

deformações e anomalias cromossômicas (Q00-Q99) XVIII Sintomas, sinais e achados anormais (R00-

R99)XIX Lesões, envenenamentos e outras conseqüências de causas externas (S00-T98)

XX Causas externas (V01-Y98)

Page 24: BRASIL MINISTERIO DA SAUDE - MS FUNDAÇÃO NACIONAL DA … · Crescimento da população indígena e nascimentos entre Indígenas no Brasil 2000-2007 ..... 6 ... Distribuição da

21

Coordenação Nacional do Programa de Tuberculose do Ministério da Saúde e com as

Coordenações Municipais e Estaduais; adaptação do livro de registro de

acompanhamento e tratamento de pacientes para as áreas indígenas junto com o

Programa Nacional e a ficha de acompanhamento da tomada diária da medicação.

Gráfico 7. Porcentagem de morbidade da população indígena segundo capítulos

CID-10 nos 34 DSEI em 20095

Tabela 7. Incidência de todas as formas de tuberculose nos DSEI 2000-2009

Tabela 8. Incidência de Tuberculose Com Bk+ nos DSEI 2000-2009

Fonte: DSEI/COMOA/DESAI/FUNASA. Atualização 24/02/2010

5 I DIP (A00-B99) II Neoplasias [tumores] (C00-D48) III Doenças do sangue (D50-D89) IV Doenças

endócrinas, nutricionais e metabólicas (E00-E90) V Transtornos mentais e comportam. (F00-F99) VI

Doenças sist. nervoso (G00-G99) VII Doenças do olho e anexos (H00-H59) VIII Doenças do ouvido

(H60-H95) IX Doenças aparelho circulatório (I00-I99) X Doenças aparelho respiratório (J00-J99) XI

Doenças do ap. digestivo (K00-K93) XII Doenças da pele (L00-L99) XIII Sistema osteomuscular (M00-

M99) XIV Doenças ap. geniturinário (N00-N99) XV Gravidez, parto e puerpério (O00-O99)

XVI Algumas afeições originadas no período perinatal (P00-P96) XVII Malformações congênitas,

deformações e anomalias cromossômicas (Q00-Q99) XVIII Sintomas, sinais e achados anormais (R00-

R99)XIX Lesões, envenenamentos e outras conseqüências de causas externas (S00-T98)

XX Causas externas (V01-Y98)

Anos 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Total 144,4 175,8 210,3 178,9 141,2 76,4 88,3 80,6 75,9 59,9

Anos 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Total 84,3 97,2 90,0 99,8 76,2 48,6 42,6 40,0 32,7 28,2

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Gráfico 8. Coeficiente de incidência da Tuberculose BK+ e de todas as formas nas

Populações Indígenas Brasileiras 2000-2009

Fonte: DSEI/COMOA/DESAI/FUNASA

42. Doenças Sexualmente Transmissíveis / AIDS e Hepatites Virais. Nos anos

1990 o perfil epidemiológico do HIV/AIDS no Brasil começou a mudar, com os dados

mostrando o avanço da epidemia para o interior, e afetando grupos mais pobres e

mulheres. Essas tendências também são refletidas nos casos notificados entre a

população indígena. O atual cenário da epidemia tem seguido o crescimento econômico

no interior do país, especialmente em cidades de porte médio e regiões em que grandes

projetos de desenvolvimento estão em andamento, tais como projetos de agronegócio ou

mineração localizada próximos de terras indígenas, ou às vezes até dentro delas. Os

dados notificados mostram um aumento na incidência do HIV/AIDS e outras DST entre

indígenas residentes e visitantes de áreas urbanas e das regiões das fronteiras.

43. No período de 1988 a 2007, 624 casos de AIDS foram registrados em grupos

indígenas, e entre 2000 e 2008, foram registrados no SINAN 401 casos de AIDS em

populações indígenas. A proporção de casos entre os sexos é semelhante à da população

em geral, com 1,6 casos em homens para cada 1 caso em mulheres, mas essa tendência

vem mudando, com um número maior de mulheres sendo afetadas; as pessoas na faixa

etária de 30 a 60 são as mais vulneráveis, representando 65% de todos os casos

notificados.

44. Os dados epidemiológicos mostram que a principal categoria de exposição ao

risco é a heterossexual, representando 61% dos casos notificados. Mesmo assim, 21%

dos casos foram notificados nas categoriais homo e bissexual, e 6,7% na categoria de

usuários de drogas injetáveis. Com relação à transmissão vertical do HIV, de 2001 a

2008, 94 casos de mulheres foram registrados no SINAN; e no período de 2005 a 2007,

132 casos de sífilis congênita foram notificados.

45. Em 2004, dada a necessidade de garantir a sustentabilidade dessas atividades nas

comunidades indígenas, o Departamento de DST e AIDS do MS e a FUNASA

144,4

175,8

210,3

178,9

141,2

76,4

88,380,1 75,9

59,9

84,3

97,290,0

99,8

76,2

48,642,6

40,032,7 28,1

0

50

100

150

200

250

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006* 2007* 2008* 2009*

Incid

ên

cia

(x 1

00.0

00)

C. Incidência - Todas as Formas C. Incidência - Pulmonar Positiva

Dados até a data de

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23

concordaram em direcionar recursos para o fortalecimento da rede de serviços de saúde

em áreas indígenas. Durante o Projeto AIDS III, que encerrou em 31 de dezembro de

2008, quatro decretos foram publicados relativos ao repasse de fundos para a

implementação de atividades em HIV/AIDS e DST nos 34 DSEI, por meio do

Subsistema de Atenção à Saúde Indígena e do SUS.

46. As hepatites virais B e C constituem um grave problema de saúde pública no

Brasil. Na Amazônia Legal a prevalência desses vírus é considerada alta e,

particularmente no Vale do Javari (extremo oeste do Estado do Amazonas e que contém

uma população de 4.472 índios), a prevalência da infecção pelo VHB + VHD é superior

a qualquer outra parte do país. Estes casos costumam evoluir mais rapidamente para as

formas avançadas de doença do fígado (cirrose e câncer) ou desenvolver a forma

fulminante de hepatite que pode levar ao óbito do indivíduo.

47. De dezembro de 2006 a maio de 2008 foram realizados inquéritos sorológicos

para o diagnóstico de Hepatites Virais na população indígena do Vale do Javari. Desde

2007 os portadores de hepatite crônica causada pelos vírus de transmissão parenteral e

sexual (VHB, VHC e VHD), vêm sendo avaliados clinicamente e, aqueles que

necessitam de tratamento, vêm sendo assistidos na CASAI de Tabatinga especialmente

montada para oferecer o tratamento completo a esses doentes crônicos. Uma equipe

multiprofissional de saúde indígena foi contratada e os medicamentos indicado para os

tratamentos (Interferon-Alfa Peguilado), foi adquirido com recursos da FUNASA, haja

vista que, apesar de ser essa uma responsabilidade da rede de alta complexidade, não foi

possível viabilizar o quantitativo necessário por meio do Programa Estadual de

Hepatites Virais/SES/AM, para iniciar os tratamentos no período solicitado, uma vez

que o uso desse medicamento ainda não estava preconizado no protocolo, tendo isso

ocorrido só a partir da revisão do mesmo em 2009 (Protocolo Clínico e Diretrizes

Terapêuticas para o Tratamento da Hepatite Viral Crônica B e Coinfecções).

Tabela 9. Resultados dos inquéritos sorológicos no Vale do Javari 2008 Tipo de Hepatite / Marcador Resultados

Hepatite A (Anti-HAV IgG)

Prevalência

Infecção passada

Positivos: 2.334 (87,7%)

Negativos: 326 (12,3%)

Hepatite B (Anti-HBs)

Prevalência

Imunes

Positivos: 1.832 (68,9%)

Negativos: 828 (31,1%)

Hepatite B (HBsAg)

Prevalência

Portadores

Positivos: 234 (8,8%)

Negativos: 2.426 (91,2%)

Hepatite B+Delta (HBsAg+Anti HDV)

Prevalência

Portadores

Positivos: 97 (48,7%)

Negativos: 100 (50,3%)

Hepatite C (Anti HCV)

Prevalência

Positivos: 150 (5,3%)

Negativos: 2.503 (94,3%)

Fonte: DESAI 2008

48. Malária. A malária está concentrada nos nove estados da Região Amazônica,

com 99,8% dos casos de malária do Brasil. O mapa abaixo mostra as áreas geográficas

dividas pelo risco de se contrair a doença na Região Amazônica, municípios

classificados em baixo, médio e alto risco e a localização dos Distritos. Dos 34 DSEI,

24 se encontram nas áreas de risco de malária.

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24

Figura 2. Mapa de risco da malária por município de infecção, Amazônia Legal 2009

49. Ao analisar a distribuição da população indígena nota-se que essa população se

enquadra numa área de alto risco (IPA: 97,9). Em 2009, a população da região

amazônica foi estimada em 24.718.773 mil habitantes. Dentre essa população foram

notificados 303.512 mil casos de malária. Nesse mesmo período e nessa mesma região a

população indígena somava 322.162 mil habitantes, registrando 31.561 casos positivos,

ou seja, 10,4% dos casos de malária da região endêmica do país foram notificados entre

a população indígena.

50. Em 2009 foi registrado um incremento de 7,8% nos casos positivos em relação

ao 2008, porém os DSEI/Cuiabá, Xavante, Xingu e Tocantins não registraram casos de

malária em 2009. Dos 20 Distritos que registraram casos positivos, 10 reduziram em

média 21,2% o número de casos. Nesse mesmo período, nota-se uma redução de 25,2%

nos casos de malária por Plasmodium falciparum, que favorece a ocorrência do caso

grave e até mesmo o óbito.

51. A implementação dos testes rápidos, possibilitou a melhoria do acesso para

diagnóstico de casos de malária, em áreas remotas e de difícil acesso, que possivelmente

tenha contribuído para o aumento no registro de casos. Entretanto representa a melhoria

na organização dos serviços para o diagnóstico oportuno e tratamento precoce, com

reflexo no controle da transmissão, casos graves e registro de óbitos.

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25

Prevenção na Atenção Básica

52. Considerando os aspectos básicos das ações em saúde pública que impactam

morbidade é descrita a situação de Saneamento, Vigilância Alimentar e Nutricional,

Imunizações e Controle Pré-natal.

53. Saneamento em Áreas Indígenas. As ações de saneamento na saúde pública

são direcionadas pelos critérios epidemiológicos, sanitários, ambientais e socioculturais.

As doenças transmitidas pela água figuram entre as principais causas de mortalidade

infantil nas terras indígenas. Estas doenças podem ser prevenidas através da adoção de

serviço de saneamento básico e principalmente do abastecimento de água potável e o

destino adequado dos dejetos. O financiamento e a execução das ações de saneamento

em áreas indígenas são desenvolvidas entre as demais ações da FUNASA desde a

publicação do Decreto nº. 23 de 1991, complementado pelo decreto nº. 1.141, de 19 de

maio de 1994.

54. Atualmente 64,5% da população indígena e 36,4% das aldeias possuem

abastecimento de água, seja com atendimento domiciliar ou coletivo. A notável

diferença entre o percentual de cobertura de população indígena com abastecimento de

água e o percentual de aldeias atendidas explica-se pelo fato de que a maioria das

aldeias com maiores populações estão atendidas com o serviço enquanto que, as de

menor população, geralmente as de mais difícil acesso ainda não foi possível o

atendimento.

Tabela 10. Total de aldeias com abastecimento de água em 2009

Faixa

populacional

Totais

% N

o de aldeias

No de aldeias com

abastecimento de água

< 50 1979 436 22

51 - 100 1017 334 33

101 - 200 702 368 52

201 - 500 451 287 64

501 - 1000 113 101 89

1001-2000 41 35 85

2001-5000 14 12 86

5000 > 3 3 100

Total 4320 1576 36

Fonte: DNSP/FUNASA

55. A FUNASA por meio do Departamento de Engenharia de Saúde Pública

investiu de 1999 a 2009 um total de R$ 282.151.718,11 em equipamentos, obras e

serviços de saneamento nas aldeias indígenas do Brasil. É importante ressaltar também

que a FUNASA adota como uma das estratégias para manutenção e operação dos

sistemas implantados a capacitação dos próprios indígenas e técnicos das Coordenações

Regionais. Desta forma, até 2009 existem 1.676 indígenas capacitados com o intuito de

fazer parte da sustentabilidade das ações implantadas, uma vez que são moradores da

própria localidade e escolhidos pela comunidade. Em relação ao destino dos dejetos

durante 2008, 23 sistemas estão ligados na Rede de Esgoto do Município, foram

instaladas 501 fossas sépticas e 31 outros sistemas. No destino do lixo é observado que

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26

em 136 lugares é recolhido pelos serviços do Município e são enterrados e queimados

em 448 e 238 lugares respectivamente.

Gráfico 9. Total de aldeias com abastecimento de água em 2009

Fonte: DNSP/FUNASA

57. Vigilância Alimentar e Nutricional. No acordo de cooperação internacional

entre o Governo Brasileiro e Banco Mundial, através do Projeto VIGISUS II, foi

incorporada a Área de Vigilância Alimentar e Nutricional. Esta proposta respondia às

demandas do I Fórum de Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos Indígenas, que

incluía a realização de um Inquérito Nutricional Nacional. As informações sobre a

situação alimentar e nutricional dos povos indígenas no Brasil não eram até então

coletadas de forma sistematizada pelos Distritos Sanitários Especiais Indígenas.

58. A iniciativa da implantação do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional

(SISVAN Indígena) no âmbito dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas foi

incorporado no Plano Operacional do Departamento de Saúde Indígena, para o período

de 2004 a 2007. Em 2006, foi iniciada a aquisição de equipamentos de antropometria e

informática, baseando e foram comprados e distribuídos aos 34 DSEI, outros foram

adquiridos posteriormente para realização do Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição

dos Povos Indígenas. A cobertura de acompanhamento do SISVAN Indígena aumentou

consideravelmente no que se refere a crianças menores de cinco anos, tal como

apresentado na figura seguinte.

59. A faixa etária mais acometida pelo baixo peso para idade é das crianças maiores

que dois anos, sendo um aumento considerável a partir do 6º mês, o que é semelhante ao

perfil não indígena no período de transição alimentar e de retirada da amamentação

exclusiva. Acompanhando esse comportamento, também se encontra o risco nutricional,

que é um ponto de corte usado para a vigilância da saúde indígena, mas não considerada

na população nacional.

0

1.979

1.017

702

451

113 41

14

3 -

436 334 368

287

101 35 12

3

-500

0

500

1000

1500

2000

2500

01 - 50 51 - 100 101 - 200 201 - 500 501 - 1000 1001 - 2000 2001 - 5000 Acima 5000

TOTAIS ALDEIAS

TOTAIS ALDEIAS COM ÁGUA

Linear (TOTAIS ALDEIAS)

ALDEIAS EXISTENTES X ALDEIAS COM ABASTECIMENTO DE ÁGUA POR FAIXA DE POPULAÇÃO

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27

60. Alerta-se também para a presença de risco de sobrepeso e obesidade (2,7 %), um

fator indesejável encontrado principalmente nos locais onde há novos hábitos

alimentares, com a inclusão de farinhas refinadas e introdução do aleitamento com leite

não humano, açúcar, sal e alimentos ricos em calorias vazias. Outra informação

relevante nesse contexto é que ao observar as faixas etárias a maior prevalência é obtida

nos menores de 06 meses, o que leva a seguinte reflexão: como está o aleitamento

materno nessas faixas etárias e será que a alimentação de transição é inserida

corretamente, ou seja, respeitando os hábitos culturais e saudáveis.

Gráfico 10. Porcentagem de DSEI que enviam dados desde a implantação do

SISVAN Indígena

Fonte: DESAI dados da VAN, 2009.

Gráfico 11. Perfil nutricional (Peso/Idade, NCHS, 1977) da População Indígena no

Brasil em 2009

Fonte: DESAI dados da VAN, 2009.

61. Imunização. A vacinação como rotina no território brasileiro teve início no ano

de 1973 com a implantação do Programa Nacional de Imunizações (PNI), e desde então,

tem se constituído em um dos programas de maior sucesso na região das Américas,

servindo de exemplo para vários países, não apenas por ofertar progressivamente um

14,7

41,17

76,47 76,47

91,17

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

2005 2006 2007 2008 2009

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28

número ampliado de imunobiológicos, mas também por primar pela qualidade do

produto ofertado e pelo aprimoramento do parque industrial produtor de alguns destes

insumos. A estratégia de vacinação na rotina e em campanhas em massa da população

aliada à implementação da atenção básica de saúde, contribuiu de forma importante para

a redução da mortalidade infantil, tendo em vista o controle, eliminação ou erradicação

de doenças preveníveis por vacinas.

62. Considerando a vacinação como uma das ações mais importantes da atenção

básica à saúde, na prevenção e controle de doenças e promoção da saúde, o calendário

básico de vacinação disponibilizado pelo PNI foi modificado para atender a esta

especificidade, ampliando não apenas a quantidade de vacinas ofertadas (atualmente

14), mas também as faixas etárias de aplicação de algumas destas vacinas (BCG,

Hepatite B, Varicela, Influenza, Tríplice Viral, Pneumocócica Polissacarídica 23

valente, Tetravalente e Pentavalente).

Gráfico 12. Cobertura Vacinal da população indígena por imunobiológicos de

rotina nos DSEI 2003 e 2009.

Fonte: DSEI/DESAI/FUNASA. Ano 2003 (dados de 27 DSEI) e 2009 (dados de 31 DSEI)

PENTA (Pentavalente), VORH (Vacina Oral contra Rotavirus Humano), VOP (Vacina Oral contra

Poliomielite), DTP (Vacina Tríplice Bacteriana), VHB (Vacina contra Hepatite B), FA (Febre Amarela),

TETRA (Tetravalente), T. VIRAL (Vacina Tríplice Viral), PNEUMO 23v (Vacina Pnumocócica

polissacarídica 23 valente), dT (Dupla Adulto).

63. A operacionalização das ações de vacinação nas aldeias é complexa e depende

de diversos fatores como: a diversidade cultural, dispersão geográfica, rotatividade dos

recursos humanos contratados, dificuldade de alguns municípios na liberação dos

imunobiológicos, dificuldade na coleta, registro e análise dos dados e a necessidade de

acondicionamento, conservação e transporte dos imunobiológicos, em condições

especiais. Estes fatores têm contribuído para os atuais índices de coberturas vacinais

desta população, que apesar de terem melhorado desde a implantação da Política

Nacional de Atenção à Saúde Indígena, ainda estão abaixo dos índices preconizados

pelo Programa Nacional de Imunizações como pode ser observado nos dados a seguir.

0

20

40

60

80

100

% C

V

2003

2009

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29

64. Analisando as faixas etárias prioritárias, os menores de um ano e de um a quatro

anos de idade, pode-se observar uma dificuldade quando tratamos da cobertura em

crianças menores de 1 ano (figura 8), principalmente com as vacinas multidoses. Com

relação a VORH a maior dificuldade relatada pelos DSEI é conseguir vacinar com a

segunda dose dentro do espaço de tempo preconizado, crianças de 2 a 4 meses de idade.

A baixa cobertura vacinal para a vacina Pentavalente pode ser justificada tanto pelo fato

de parte desta população receber a primeira dose da vacina contra Hepatite B nos

primeiros meses de vida e a EMSI preferir completar o esquema vacinal com as vacinas

Hepatite B e Tetravalente, como também, em alguns casos, pela pouca disponibilidade

deste imunobiológico pelas Coordenações Estaduais de Imunizações. A Influenza

também apresenta baixas coberturas por serem preconizadas duas doses para

primovacinação, com um intervalo mínimo de um mês entre as doses, o que pode

dificultar a obtenção da cobertura adequada.

Gráfico 13. Cobertura vacinal na população indígena menor de 1 ano de idade

2003 e 2009.

Fonte: DSEI/DESAI/FUNASA. Ano 2003 (dados de 27 DSEI) e 2009 (dados de 31 DSEI)

65. Com relação à faixa etária de um a quatro anos de idade, há um aumento das

coberturas em todas as vacinas (figura 9), corroborando o fato de que as crianças

indígenas completam os seus esquemas vacinais depois de um ano de idade. Um dos

fatores para isso ocorrer é o atraso na programação da ação de vacinação pelos DSEI,

principalmente os de difícil acesso geográfico, fazendo com que acumule vacinas para

serem aplicadas nos menores de um ano de idade e a mãe não permita muitas aplicações

simultâneas na mesma criança, além da pouca regularidade de entradas em áreas dentro

de um mesmo ano. A maior diferença para a vacina Tetravalente pode ser explicada

pelo aumento da faixa etária após o ano de 2003, de dois para quatro anos de idade.

66. Outro indicador que vem sendo avaliado pelo DESAI é o Percentual de Pessoas

com Esquema Vacinal Completo, por ser mais abrangente e mostrar a situação de cada

indivíduo no conjunto das vacinas, correspondente a cada faixa etária, e não apenas a

cobertura de cada vacina isoladamente. Com esse indicador é possível acompanhar

melhor o desempenho das equipes em campo porque demonstra que nem sempre boas

coberturas vacinais, analisadas de forma isoladas correspondem às mesmas pessoas

vacinadas. Os dados apresentados na tabela seguinte demonstram que também tem

0

20

40

60

80

100

% C

V

2003

2009

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30

aumentado este percentual, refletindo o esforço que tem sido realizado pelas EMSI em

aumentar a cobertura da ação de vacinação para toda a população.

Gráfico 14. Cobertura vacinal na população indígena de 1-4 anos de idade 2003-

2009

Fonte: DSEI/DESAI/FUNASA. Ano 2003 (dados de 27 DSEI) e 2009 (dados de 31 DSEI)

Tabela 11. População Indígena com esquema vacinal completo 2006-2009

Total 2006 2007 2008 2009

49,9% 63,8% 63,7% 70,4% Fonte: DSEI/DESAI/FUNASA. Anos 2006 a 2008 (dados de 33 DSEI) e 2009 (dados de 24 DSEI)

Tabela 12. Polos e Aldeias que participaram do MVPI 2006-2008.

ANO 2006 2007 2008

Polos Aldeias Polos Aldeias Polos Aldeias

Total Geral 113 1157 231 2.575 103 1.161

Fonte: DSEI/DESAI/FUNASA

67. O DESAI, em conjunto com a Coordenação Geral do Programa Nacional de

Imunizações (CGPNI), também desenvolveu atividades específicas, visando ampliar as

taxas de coberturas vacinais e os serviços ofertados de vacinação a população indígena,

como por exemplo, a realização do Mês de Vacinação dos Povos Indígenas (MVPI).

Este evento ocorre no país desde o ano de 2003, sendo que de 2005 a 2008 abrangeu

exclusivamente a população indígena, estando sob a coordenação do DESAI/FUNASA.

É um evento que faz parte da Semana de Vacinação nas Américas, organizado pela

Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

68. Os critérios para a seleção dos DSEI, Polos Base e Aldeias, foram: áreas de

difícil acesso geográfico; dificuldade de informação sobre cobertura vacinal; baixas

coberturas vacinais; problemas na qualidade, no fluxo ou no sistema de informações de

vacinação; ocorrência de casos de doenças imunopreveníveis; nenhuma, uma ou apenas

duas etapas de vacinação no ano anterior.

0

20

40

60

80

100

% C

V

2003

2009

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31

69. A Operação Gota é outra estratégia de ação de vacinação em áreas de difícil

acesso geográfico, resultado de uma parceria entre Ministério da Saúde e o Comando

Geral de Operações Aéreas (COMGAR) da Aeronáutica, por meio de um termo de

cooperação técnica, para utilização de horas-vôo. O objetivo consiste em ofertar às

populações residentes em áreas rurais e indígenas de difícil acesso geográfico as vacinas

do calendário básico de vacinação nacional e do calendário básico de vacinação

indígena, visando o controle e a manutenção da eliminação ou erradicação de doenças

imunopreveníveis no território brasileiro. Em 2009, foram selecionados seis Distritos da

região norte.

70. Outra atividade específica foi a Campanha Nacional de Vacinação contra

Rubéola em 2008, na estratégia adotada pelo Brasil para tentar cumprir o compromisso

internacional assumido de eliminar a rubéola e a síndrome da rubéola congênita, na

região das Américas, até 2010. Apesar de no geral não ter alcançado a meta preconizada

pelo PNI de vacinar 95,0% da população na faixa etária preconizada, no período da

campanha, este percentual pode ser alcançado no decorrer deste ano, uma vez que a

vacina está disponível para ser aplicada durante a rotina de vacinação.

Gráfico 15. Cobertura da campanha de vacinação contra rubéola na população

indígena por região e total de DSEI 2008

Fonte: DSEI/DESAI/FUNASA

71. Controle pré-natal. Em virtude das especificidades etno-culturais e dificuldade

de acesso geográfico em muitas áreas, principalmente na região da Amazônia, é

recomendado que cada gestante realize no mínimo 4 consultas de pré-natal. Das 5.731

mulheres que tiveram parto em 2009, 51,5 % realizaram 4 ou mais consultas de pré-

natal, sendo que 33,35% fizeram 5 ou mais consultas. Destas, a maioria encontra-se na

faixa etária de 10 a 39 anos, sugerindo maior adesão ao pré-natal das mulheres mais

jovens.

0

20

40

60

80

100

NO NE SE S CO Brasil

%

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32

Tabela 13. Consultas realizadas por mulheres com partos em 2009

No de Consultas pré-natal 10-14 15 - 19 20 - 29 30 - 39 40 - 49 50 - 59 Ign Total

Nenhuma 6,37 6,37 6,37 6,94 8,38 20 3,8 6,57

Até 2 consultas 23,53 19,65 19,65 22,99 31,14 40 13,92 20,77

3 consultas 17,16 17,48 17,48 17,81 20,96 20 20,25 17,09

4 consultas 20,1 17,74 17,74 20,9 13,17 0 15,19 18,15

5 consultas ou mais 25,98 35,41 35,41 28,18 20,36 20 7,59 33,35

Ignorado 0,98 1,18 1,18 1,09 2,4 0 29,11 1,68 Fonte: COMO/FUNASA/MS. n=23 DSEI

72. Consultas. Durante o ano 2008 foram realizadas 1.310.688 consultas pré-natais nos

postos de saúde sendo uma a média mensal de 109.224 consultas. A inexecução de ações

de responsabilidade dos demais órgãos do governo federal vem contribuindo de maneira

significativa para que o atendimento básico à saúde das populações indígenas, não seja

realizado segundo as necessidades das demandas, visto que há diversos condicionantes da

saúde que impactam diretamente na realização desta atividade, a saber: ausência e

demarcação de terras para que a população indígena possa ter condições de prover a sua

subsistência alimentar, relacionada com a desnutrição, pobreza e alcoolismo; péssimas

condições das estradas que dão acesso à população indígena; baixa escolaridade;

exploração desregrada das terras indígenas, agressão ao meio ambiente, entre outras.

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33

PROJETO VIGISUS

73. A primeira fase do Projeto VIGISUS contribuiu para a implantação e

funcionamento dos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas, e apoiou a formação de

recursos humanos para os cuidados básicos para as populações indígenas, o controle social,

e a infraestrutura.

74. A segunda fase do Projeto VIGISUS (concluída em 31 dezembro de 2009) foi

construída sobre as realizações e experiências da primeira fase. Foram desenvolvidas

quatro áreas de trabalho:

Fortalecimento da Capacitação Institucional.

Necessidades Especiais de Atenção das Populações Indígenas (Saúde Mental,

Vigilância Alimentar e Nutricional e Medicina Tradicional).

Fundo para Iniciativas da Comunidade Indígena, e

Água e Saneamento Básico para as Comunidades de Quilombolas.

75. Nas lições aprendidas desta segunda etapa foram destacados aspectos em sua

maioria sobre os problemas de ordem da gestão e administração do Projeto, as

recomendações são as seguintes:

Em sua fase III, o gestão do projeto VIGISUS deverá estar no Departamento de Saúde

Indígena e seus objetivos pactuados diretamente com a Direção do Departamento. No

último ano do Projeto houve integração entre as áreas técnicas da UGP e do DESAI, e

da área de educação para a saúde (componente IV Saneamento em Quilombolas), de

forma a facilitar e estimular a incorporação dos conhecimentos gerados no projeto

pela instituição.

É possível (e muitas vezes é imprescindível) contratar técnicos para fortalecer a

equipe de execução do Projeto. No entanto esses técnicos deverão reportar a agencia

responsável pela Saúde Indígena. A integração acima referida: na segunda fase do

projeto, o comando técnico do projeto passou a ser compartilhado entre a

Coordenação Técnica e a Coordenação Geral de Atenção à Saúde do DESAI , o que

teve reflexos positivos na incorporação dos resultados e na execução das atividades.

As operações administrativas do Projeto devem estar sob o comando dos respectivos

departamentos e coordenações da Instituição.

Os funcionários do Ministério ou os funcionários contratados para trabalhar no

Projeto devem ter treinamento e avaliações periódicas, de forma a possibilitar a

correção de erros de procedimento e a adequação do perfil.

A escolha dos funcionários responsáveis pelas funções administrativas deve descartar

critérios pessoais ou políticos. O setor é mais permeável a esse tipo de relação devido

à aparente falta de conhecimento específico por parte dos profissionais, o que não

reflete a realidade.

Quando do desenho do Projeto deverá haver uma supervisão única para garantir que a

lógica do Plano Operacional seja a mesma para todas as áreas.

Qualquer modificação necessária ao planejamento deve ser justificada e registrada no

Plano Operacional, de forma a que valores, atividades e resultados estejam

devidamente relacionados ao longo da execução. O POP deverá ser um instrumento

mais dinâmico e a sua parte relativa ao ano vigente será automaticamente o POA

(Plano Operativo Anual).

Gastos não planejados deverão ser também registrados com a devida justificativa.

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34

A lógica de apresentação e acompanhamento do Projeto deverá ser a mesma, tanto

pela equipe do Banco quanto da UGP: resultados obtidos por atividades e por

recursos. O nível de detalhamento poderá variar de acordo com a situação (auditoria,

missão de supervisão, relatório de progresso, apresentações pontuais), porém a lógica

deve ser mantida e o POP utilizado como principal instrumento dos gestores para o

controle da evolução.

Deve constar do desenho do Projeto encontros sistemáticos para uma prestação de

contas e levantamentos de sugestões com instancias de representação, consultivas e de

Controle Social: Conselhos Distritais de Saúde (CONDISI), Fórum de Presidentes dos

CONDISI, Comissão Intersetorial de Saúde Indígena, Conselho Nacional de Política

Indigenista, Distritos Sanitários Especiais de Saúde Indígena e outros. A estratégia e

periodicidade dos encontros devem ser prevista pelos responsáveis pelo Projeto.

Deve haver um sistema de divulgação de informações técnicas que apresente

resultados por atividades e por recursos.

76. Em 2008, como mencionado anteriormente, o Consórcio do IDS-SSL-CEBRAP

realizados cinco estudos principais que incluíram várias consultas com o objetivo de

desenvolver Modelos para Saúde Indígena como resposta às necessidades específicas

dos povos indígenas.

77. Foi elaborado pela FUNASA um resumo dos resultados, entre 2005 e 2009, dos

Fóruns de Presidentes dos Conselhos Distritais de Saúde Indígena (CONDISI). Inclui

informações técnicas, bem como questões políticas e sociais discutidas na IV

Conferência Nacional de Saúde Indígena e na 13ª Conferência Nacional Saúde de

Outubro de 2009. As principais questões discutidas foram: (a) a criação da Secretaria

Especial de Saúde Indígena (SESAI) e o Conselho Nacional dos Povos Indígenas

(CNPI), (b) autonomia dos DSEI, e criação de conta especial para atendimento à saúde

indígena; (c) a governança e as estratégias de controle social e a necessidade de garantir

a participação de representantes indígenas nos Conselhos Municipais de Saúde e do

Estado; (d) a necessidade de reconhecimento profissional dos trabalhadores indígenas

de saúde, e (d) a contratação de recursos humanos no nível dos DSEI.

78. Durante a formulação da terceira etapa do Projeto foram realizadas duas

consultas à população indígena, a primeira com os presidentes dos Conselhos Distritais

de Saúde (18/12/2009), e a segunda com as representantes indígenas da “Consulta às

mulheres indígenas sobre a saúde da mulher e da criança indígena” (31/03/2010).

79. Na Ata da reunião do Fórum de Presidentes dos Conselhos foram estabelecidos

os seguintes encaminhamentos e sugestões para a terceira fase do VIGISUS:

Que fosse feito um mecanismo de divulgação de dados do projeto eficiente

para os CONDISI e para o Fórum;

Que se mantivessem os projetos comunitários indígenas e que os Conselhos

Distritais pudessem participar da escolha e avaliação dos projetos;

Que fossem publicados os critérios de avaliação e seleção dos projetos

comunitários;

Que houvesse transparência nas informações sobre quais pessoas receberiam

capacitações;

Que o controle social fosse capacitado com o conhecimento de legislação e

de funcionamento do Estado brasileiro;

Que o novo Projeto investisse na capacitação de indígenas;

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Que o Projeto fizesse um boletim periódico com as informações e seus

desempenhos;

Que as obras obedecessem a critérios técnicos e não políticos, atendendo às

áreas mais necessitadas e;

Que o Projeto fosse discutido regionalmente, ao longo de sua execução.

80. Além disso, em março 2010 a FUNASA realizou uma oficina com organizações

de Mulheres Indígenas, na Casa do Índio, e no escritório do Banco Mundial em Brasília. O seminário discutiu a prevenção de doenças maternas e problemas de saúde da criança,

nomeadamente a promoção da saúde, e cuidados de saúde primários para as mulheres

grávidas e lactantes, pré-natal, parto intercultural, os cuidados pós-natal, nutrição e

acesso ao subsistema de saúde relevantes e instalações SUS. As organizações de

mulheres estiveram representadas, assim como mulheres líderes de Manaus, Mato

Grosso do Sul e Acre, entre outros.

81. As principais conclusões das avaliações sociais e institucionais e recomendações

para a concepção do projeto estão resumidas a seguir.

A Constituição garante o direito aos povos indígenas das terras ancestrais, há

luta constante com os poderes econômicos locais para conservar suas terras

que estão mais concentradas na região da Amazônia, Nordeste, Sudeste e no

Estado de Mato Grosso do Sul. Perante esta situação, os grupos indígenas

oferecem forte resistência a qualquer tentativa de municipalizar os serviços,

incluindo saúde.

O controle social e conselhos de saúde continuam a ser o principal

mecanismo de governança de todos os programas de saúde no SUS,

incluindo o projeto VIGISUS. A formação técnica é necessária nos

Conselhos Locais de Saúde, distritais, estaduais e federais, para alinhar os

processos de controle social com a nova estratégia baseada em resultados no

VIGISUS III. Como o projeto vai estabelecer mecanismos de financiamento

baseado em resultados, será importante que os Conselhos em todos os níveis

iniciem suas reuniões com a apresentação da situação de saúde das

comunidades, tendências e riscos, de modo que as decisões e os planos

sejam baseados em fundamentos técnicos. Será imperativa a formação de

tomadores de decisões / beneficiários para gerirem os resultados de saúde em

todos os níveis.

As mulheres indígenas exigem maior participação no CONDISI, conselhos

locais, municipais e estaduais, que são responsáveis pela saúde de seus filhos

e a família em geral.

O projeto devera realizar uma avaliação do impacto do projeto para avaliar a

adaptação do subsistema de saúde indígena às necessidades específicas dos

povos indígenas de uma maneira culturalmente adequada, incluindo: (a) o

acesso dos povos indígenas a cuidados de saúde primário de qualidade e

culturalmente adequados, especialmente para cuidados maternos e infantis;

(b) o acesso a cuidados de saúde de média e alta complexidade que não

existem nos DSEI; (c) relevância cultural do modelo de cuidados de saúde

para incluir terapias tradicionais; (d) retenção de pessoal qualificado, particularmente na Amazônia, onde mora a maior parte dos povos indígenas,

(e) qualificação dos recursos humanos e dos prestadores de cuidados de

saúde para os povos indígenas, e (f) o papel de redes permanentes de saúde

Page 39: BRASIL MINISTERIO DA SAUDE - MS FUNDAÇÃO NACIONAL DA … · Crescimento da população indígena e nascimentos entre Indígenas no Brasil 2000-2007 ..... 6 ... Distribuição da

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tradicionais (parteiras, lideranças espirituais), particularmente para a

assistência materno-infantil, DST, doenças crônicas e doenças específicas de

cada cultura.

Os desafios do modelo de atenção à saúde indígena continua a ser: (i) o

acesso a um prestador de cuidados de saúde (ex.: para um AIS ou equipe de

saúde, até mesmo pelo rádio, envolvendo menos de quatro horas a pé ou de

transporte), (ii) cuidados primários em saúde, (iii) a aceitação ética e cultural

e adaptação dos serviços, (iv) educação permanente dos AIS e (v) as

respostas para a necessidade de investimentos em infra-estrutura, meios de

transporte e comunicação.

Alguns dos novos desafios identificados pela equipe do DSEI são: (i) a

execução da política de saúde para populações rurais e indígenas da floresta,

(ii) a formação de recursos humanos para aceitar novos desafios, (iii)

distribuição e retenção de pessoal qualificado na região da Amazônia, e (iv)

manutenção de água potável para sustentar populações saudáveis

Como sublinhado em oficinas do DESAI, a saúde materno-infantil precisa de

um impulso e desenvolvimento de protocolos baseados em evidências

científicas e de processos culturalmente apropriados. Reconhecimento de

práticas nutricionais tradicionais e terapêuticas será importante, como certas

práticas tradicionais (ex. nascimento vertical, as práticas de pré-natal e pós-

natal, bem como os hábitos alimentares de crianças menores de 1 ano de

idade, <5 anos de idade) ainda estão sendo usados a nível local. Tratamentos

terapêuticos à base de plantas, raízes, combinados com cânticos e orações

estão ainda em vigência. A incidência dessas e de outras práticas, faz parte

do universo indígena, no entanto, ele não tem sido tidas em conta.

Garantir o acesso à escolha das mulheres ao planejamento familiar, pré-natal

e testes. As mulheres querem acesso a testes e tratamentos para doenças

sexualmente transmissíveis, HIV / AIDS, sem ser estigmatizadas ou

condenadas, pela transmissão que vem de parceiros masculinos.

Garantir pelo menos quatro consultas de pré-natal (o MS recomenda 6) em

locais remotos. Na ausência de médico ou enfermeira, a auxiliar de

enfermagem deve ser treinada para realizar testes rápidos ou coleta de

amostras.

Dar às mulheres a escolha do parto natural (vertical), reduzir as intervenções

(cesáreas) e promover as práticas tradicionais. As mulheres querem sentir

que são responsáveis pela sua saúde e não sentirem-se como objetos.

As parteiras são reconhecidas pelas comunidades como prestadoras de

cuidados importantes de saúde, portanto, é imperativo que elas sejam

treinados (em conjunto com agentes de saúde) para identificar a gravidez e

em particular as mulheres de alto risco, para poder referenciá-las em tempo

útil. As mulheres queixaram-se que muitas vezes são enviadas de um

estabelecimento para outro, aumentando assim os riscos de morte materna ou

infantil.

Garantir o acesso das mulheres aos exames de colo do útero e câncer de

mama. As mulheres querem ter acesso à tecnologia moderna e equipamentos

médicos.

Promover o respeito ao conhecimento milenar da medicina tradicional e os

cuidados de saúde com ervas e terapias. A equipe médica nas unidades de

saúde e hospitais deve ser capacitada através de treinamento e mais

conhecedores das tradições.

Page 40: BRASIL MINISTERIO DA SAUDE - MS FUNDAÇÃO NACIONAL DA … · Crescimento da população indígena e nascimentos entre Indígenas no Brasil 2000-2007 ..... 6 ... Distribuição da

37

Regulamentar a troca de informações entre as equipes de saúde (incluindo

EMSI) e da rede de saúde tradicional (saúde intercultural).

Melhorar o regulamento entre o SUS (DSEI, Agente de Saúde, enfermeiro) e

praticantes de medicina tradicional (parteira, mães, pajés, benzedeiras, etc)

para atendimento pré-natal, parto vertical e cuidados pós-natal, via telefone,

rádio ou internet, pois os pacientes são usuários de ambos os sistemas.

A descentralização bem sucedida dos serviços de saúde implica acordos de

qualidade entre os DSEI e Organizações Não-Governamentais, e os

municípios e estados correspondentes, para negociar o acesso de indígenas

ao meio e cuidados de saúde de alta complexidade através de uma referência

regulamentada e sistema de contra-referência, e de adaptação de serviços

para atender às necessidades dos povos indígenas. Com poucas exceções,

não existem esforços em hospitais para adaptar os seus serviços para

responder às necessidades dos povos indígenas.

Incluir treinamento de sensibilidade do pessoal de saúde nos hospitais,

estaduais, municipais e locais, e humanização dos serviços. Um "diálogo

intercultural é necessário".

Adaptar os serviços hospitalares às necessidades dos povos indígenas: a

dieta, a posição para o parto, o direito a um acompanhante, o direito de ser

consultado para as opções de tratamento, ou quando houver necessidade de

um encaminhamento para outro serviço.

A diversificação lingüística (existem 180 línguas faladas entre os indígenas)

é um fator importante para a prestação de cuidados de saúde nos DSEI, onde

se torna necessário que os prestadores de cuidados de saúde falem a língua

local ou tenham um intérprete.

82. Dando seguimento as duas fases iniciais do projeto e tomando em conta as

recomendações das consultas efetuadas durante a preparação da terceira fase do projeto,

preparou-se o Plano dos Povos Indígenas, descrito a seguir, para ser implementado no

âmbito do Componente 2 do Projeto VIGISUS III.

Plano dos Povos Indígenas

83. Objetivos. A terceira e última fase do Projeto VIGISUS continuará a contribuir

para a redução da mortalidade e morbidade por doenças transmissíveis e não

transmissíveis e da exposição a fatores de risco associados à doença, e melhorar as

condições de saúde das populações indígenas. Estes objetivos serão atingidos através da

gestão de riscos para a saúde, e o aumento da capacidade do sistema de saúde de

fornecer e agir de acordo com informações para melhorar a eficácia dos programas de

saúde e serviços públicos, e reforçar a governabilidade da saúde pública e do subsistema

de saúde indígena.

84. Especificamente, esta última fase irá reforçar a capacidade do Sistema Único de

Saúde (SUS) e o Subsistema de Saúde Indígena para gerenciar os riscos de saúde,

procurando:

(i) aumentar a sensibilidade, a atualidade e a fiabilidade do sistema de

vigilância nacional;

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(ii) aumentar a capacidade de gestão descentralizada do sistema de vigilância

e do subsistema de saúde indígena e melhorar a qualidade do atendimento

da atenção básica na saúde indígena e a integração do SUS.

85. O projeto também vai capacitar os Distritos Especiais Indígenas (DSEI) para

implementar acordos com base em resultados - os Planos de Ação de Saúde Indígena, e

para melhorar a autonomia, a responsabilização e a transparência, reforçar a vigilância

da saúde pública nacional e do sistema de controle da doença, ampliar o acesso e

utilização dos serviços de saúde das populações indígenas, e melhorar a eficácia do

atendimento à saúde indígena por meio do desenvolvimento institucional, melhoria da

qualidade e adequação cultural.

86. A adoção de um novo modelo de gestão pela FUNASA é um dos objetivos

centrais do projeto. Este novo modelo de gestão centra-se na análise da situação de

saúde como uma ferramenta para a tomada de decisões, gestão de riscos para a saúde, a

integração da vigilância em saúde nas redes de cuidados de saúde e institucionalização

do monitoramento e avaliação ao longo dos três níveis do sistema. O novo modelo a ser

apoiada pelo projeto visa:

Alcançar um bom equilíbrio entre a centralização e a descentralização,

eqüidade e qualidade,

A simplificação da arquitetura organizacional de Saúde Indígena,

Apoio na definição dos fluxos de planejamento, prestação de serviços,

avaliação e financiamento, controle (administrativo, político e social) e

parcerias (entre lideranças políticas, gestores, prestadores de serviço e

usuários), e

A criação de uma base de conhecimentos sobre Vigilância Sanitária e

Saúde Indígena.

Resultados, Componentes e Atividades

87. Os resultados do Componente 2 estão indicados na tabela 15. O Componente 2

do projeto de Vigilância e Controle de Doenças VIGISUS III foi concebido em quatro

sub-componentes, conforme é indicado na tabela 16.

88. Custos e Financiamento do Componente. O orçamento total do Componente

equivale a US$ 100 milhões (cem milhões de dólares dos Estados Unidos da América),

a serem investidos no prazo de 5 anos em uma única etapa. Desse orçamento total, US$

50 milhões, que correspondem a 50% do valor do Projeto, provirão de fonte externa; o

montante restante equivalente a US$ 50 milhões corresponde à contrapartida local,

expressa por dotações orçamentárias de programas de trabalho já existentes e em

execução continuada, e representa 50% do Programa, conforme tabela abaixo.

Tabela 14. Fontes de Financiamento

Fonte Valor (US$

milhões) %

Governo 50.000 50

Banco Mundial – BIRD 50.000 50

TOTAL 100.000 100,00

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39

Tabela 15. Resultados do Componente 2 do Projeto VIGISUS III N

o Indicadores Linha de

Base

YR1 YR2 YR3 YR4 YR5 Frequência e

Relatórios

Instrumentos

Coleção

Dados

Responsabilidade

pela Coleção de

Dados

1 Mortalidade infantil indígena 44,35 42,13 40,02 38,01 36,10 34,29 Anual SIASI DESAI/COMOA

2 Casos de malária na população

indígena

29,232 27,770 24,993 22,500 21,244 20,500 Anual SIVEP -

Malaria

DESAI/COMOA

3 DSEI com pelo menos 50% dos

óbitos infantis investigados.

0 5 10 15 20 30 Anual SIASI

DSEI

COOPE/DESAI

4 DSEI com o perfil epidemiológico

(diabetes melito e hipertensão

arterial (NCD))

0 5 10 15 20 25 Anual Relatório

DSEI

DESAI/COMOA

COOPE/DANT

5 Cobertura do estado nutricional de

crianças indígenas <5

55,4 57 60 65 70 72 Anual SIASI COMOA/

Nutrição

6 DSEI com pelo menos 40% de

cobertura do estado nutricional de

gestantes

5 7 9 11 13 15 Anual SIASI - DSEI

Relatório

Avaliação

DESAI

7 DSEI com 60% de nascidos vivos

de mães com 4 ou + consultas

0 5 10 15 20 25 Anual SIASI DESAI

8 % da população com plano de

vacinação completo

64% 66% 68% 70% 72% 75% Anual SIASI - DSEI COOPE/DESAI

9 % de detecção de casos de TB

(pulmonar)

38 45 50 55 60 70 Anual SIASI

TB

DESAI

10 % de cura dos casos de TB

detectados (pulmonar)

65 67 70 75 80 85 Anual Relatório TB COOPE/DESAI

11 Preparação, Implementacao e

Avaliação do Plano Nacional de

Saúde Indígena

Proposta

de Plano

Implem. Implem. Implem. Implem. Plano

avaliado

Missão Meio

termo

Relatório

Projeto

COOPE/DESAI

12 Estratégia de Vigilância da Saúde

Indígena

NA Prepara

do

Implem. Implem. Implem. Estratégia

avaliada

Missão Meio

termo e final

projeto

Relatório

Projeto

COOPE/DESAI

13 Número de DSEI publicando

Relatórios de Gestão.

3 6 10 15 17 20 Anual Relatório

Avaliação do

Projeto

CGPAS/Desai

14 N. de DSEI com Conselho Distrital

de Saúde Indígena capacitado em

gestão descentralizada (autonomia)

0 - - 20 - 34 Missão Meio

termo e final

do projeto

Relatório do

Projeto

CGPAS/DESAI

Page 43: BRASIL MINISTERIO DA SAUDE - MS FUNDAÇÃO NACIONAL DA … · Crescimento da população indígena e nascimentos entre Indígenas no Brasil 2000-2007 ..... 6 ... Distribuição da

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Tabela 15. Sub-componentes do Componente 2 do Projeto VIGISUS III

Sub-componente 1. Fortalecimento da Gestão Descentralizada da Saúde Indígena

1. Construção e renovação de 34 sedes de DSEI (incluindo a sala de vigilância)

2. Equipamento de 34 sedes de DSEI (equipamento informático, mobiliário de escritório)

3. Reuniões técnicas com os DSEI para a preparação, execução e acompanhamento dos Planos

de Ação

4. Desenvolvimento e implementação de estratégias de planejamento participativo nos DSEI

5. Desenvolvimento de uma estratégia para apoiar a implementação da autonomia dos DSEI

6. Monitoramento e apoio à implementação da autonomia dos DSEI

7. Desenvolvimento de programa de treinamento para a autonomia DSEI

8. Treinamento das equipes dos DSEI

9. Ensino à distância para formação de gestores em gestão Saúde Indígena.

10. Avaliação do programa de treinamento

11. Equipamento dos Conselhos Distritais de Saúde Indígena (equipamento de informática,

comunicação)

12. Desenvolvimento da estratégia de formação para os membros do Conselho através do ensino

a distancia

13. Formação e reuniões dos membros do Conselho Saúde Indígena

14. Reuniões do Fórum de Presidentes de Saúde Indígena

15. Participação em eventos nacionais e internacionais centrados na cooperação técnica e

participação social

16. Desenvolvimento e fortalecimento do controle social

17.Coordenação, implementação e supervisão das ações desenvolvidas pelo Projeto VIGISUS

III.

Sub-componente: 2. Vigilância de Saúde Indígena

18. Desenvolvimento da estratégia de Vigilância em saúde Indígena

19. Seminários e reuniões para o desenvolvimento e implementação da estratégia de vigilância

em SI

20. Desenvolvimento de mecanismos de resposta rápida para situações de emergência e doenças

emergentes em áreas indígenas

21. Apoio e supervisão da vigilância em saúde indígena

22. Desenvolvimento de sistema de informação para saúde indígena (equipamento, programas)

23. Desenvolvimento de sistema de informação para saúde indígena (módulos, interfases,)

24. Treinamento em vigilância de saúde indígena incluindo epidemiologia, monitoramento e

análise de dados e sistema de informação para saúde indígena

25. Desenvolvimento de materiais de ensino de educação e comunicação

26. Programa de mestrado e especialização em vigilância em saúde indígena

27. Pesquisas epidemiológicas e estudos especializados

28. Avaliação de vigilância de saúde indígena

29. Desenvolvimento da estratégia vigilância em doenças não transmissíveis

30. Execução, acompanhamento e avaliação da estratégia de prevenção e controle das doenças

não transmissíveis

31. Reuniões para o desenvolvimento e implementação da estratégia de vigilância em doenças

não transmissíveis

32. Desenvolvimento e melhoria do sistema de informação das doenças não transmissíveis

33. Apoio aos DSEI na execução da vigilância em doenças não transmissíveis

34. Formação de equipes multidisciplinares em vigilância em doenças não transmissíveis

35. Desenvolvimento das competências institucionais em doenças não transmissíveis e

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41

treinamento dos gestores de saúde indígena por centros colaboradores.

36. Participação de profissionais de saúde indígena em eventos nacionais e internacionais

focalizando em doenças não transmissíveis

37. Estudos de doenças não transmissíveis e inquéritos epidemiológicos

Sub-componente 3. Promoção da Saúde Indígena

38. Promoção da Saúde e atividades baseadas em práticas tradicionais comunitárias

39. Apoio integrado de práticas de APSI com ênfase na diversidade cultural

Sub-componente 4. Fortalecimento da Atenção Básica em Saúde Indígena

40. Desenvolvimento do modelo APSI de acordo com a legislação do subsistema

41. Desenvolvimento de parcerias com instituições de referência em várias áreas da APSI

42. Reuniões dos profissionais de saúde indígena em APSI

43. Produção, publicação e disseminação de protocolos e outros documentos técnicos

44. Desenvolvimento de materiais de ensino de educação e comunicação

45. Projeto piloto para utilização de tele-saúde e tele- educação em 10 DSEI

46. Desenvolvimento de estratégias de treinamento e metodologias em APSI

47. Treinamento em Ações Integradas de doenças prevalentes na infância para o DSEI com altas

taxas de mortalidade infantil

48. Formação de profissionais de saúde indígena em outras áreas de atenção primária.

49. Programas de especialização e mestrado em APSI

50. Participação em eventos nacionais e internacionais em APSI

51. Construção e reforma de unidades de saúde, postos de saúde e polos base.

52. Equipamento de unidades de saúde, postos de saúde e pólos base (equipamentos médicos,

comunicação, informática e transporte)

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Presidente da Fundação Nacional da Saúde

Faustino Barbosa Lins Filho

Diretor Substituto do Departamento de Saúde Indígena

Flavio Pereira Nunes

Coordenador Geral de Atenção a Saúde Indígena

Rômulo Henrique da Cruz

Edição e distribuição

FUNDAÇAO NACIONAL DA SAUDE

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Elaboração - Equipe FUNASA/DESAI

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André Luiz Martins

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