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Linha Direta Brasileiros no exterior: Quantos Somos? choque cultural turismo aposentadoria crescer entre duas línguas

Brasileiros os Somos? Qu - cigabrasil.ch · desenvolvimento da depressão: perda da família, amigos, e grupos de apoio (como igreja, etc.). Essa série de perdas é experimentada

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Linha Direta

Brasileiros no exterior:

Quantos Somos?

choque cultural • turismo • aposentadoria • crescer entre duas línguas

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Um dos maiores desafios da comunidade de língua portuguesa na Suíça é a integração, seja pela dificuldade do idioma ou pelas diferenças culturais. A pouca compreensão sobre o funcionamento e estrutura da Suíça,

bem como o desconhecimento de serviços oferecidos no país, suas

obrigações e seus direitos dificultam este processo. Por este mo�vo,

o Guia Vida na Suíça foi elaborado para orientar esta comunidade. O

livro reúne em 23 capítulos, com linguagem fácil e obje�va, as

informações relevantes que visam facilitar a adaptação e a

compreensão do novo país em que vivem estes imigrantes,

mantendo sempre o aspecto internacional de conexão com seu país

de origem. O material também visa conscien�zar e auxiliar o leitor

sobre seus direitos e deveres em terras helvé�cas.

02 I JANEIRO 2017 PERFIL I INTEGRAÇÃO

Projeto visa orientar comunidade

lusófona na Suíça

Berlim seleciona dois filmes brasileiros

Fabiana Kuriki, Maria Carolina Aeschliman e Patricia Lobmaier

Por Rui Martins

O download do guia pode ser feito no próprio site do projeto e é totalmente gratuito: www.vidanasuica.com. Contamos também com uma Fan Page no Facebook para auxiliar ainda mais a divulgação do nosso projeto: facebook.com/vidanasuica

“Vazante”, dirigido por Daniela Thomas, e “Pendular”, dirigido por Júlia Murat, são os dois primeiros filmes brasileiros selecionados pelo próximo Fes�val de Cinema de Berlim, do 8 ao 18 de fevereiro. Ambos par�cipam da mostra paralela Panorama e fazem parte do primeiro grupo de onze filmes da mostra, anunciados pelo Fes�val.

Desse primeiro pacote de filmes, emerge em três deles a situação do povo negro nas Américas, para onde foi levado na condição de escravo. É o caso de “Vazante”, cuja história ocorre um ano antes da independência do Brasil.

Coprodução brasileira‐portuguesa, “Vazante” revive a época do trabalho escravo dos negros na extração de pedras preciosas em Minas Gerais, fonte da riqueza do Brasil colonial. Na apresentação de “Vazante”, o Fes�val assinala a falta de memória brasileira, que até hoje não procurou se resgatar das atrocidades dessa época. Daniela Thomas, que guardou o sobrenome do ex‐marido diretor de teatro Gerald Thomas, dirige sozinha “Vazante”. O Fes�val lembra outros filmes dela com o cineasta Walter Salles.

O segundo filme brasileiro na mostra Panorama é também coprodução, mas com a Argen�na e a França. Dirigido por Julia Murat, filha da cineasta Lúcia Murat, mostra as relações entre uma dançarina e um escultor e o significado de suas diferenças ar�s�cas. Um tratamento filosófico de gênero, original, de jovens boêmios à beira da meia‐idade.

*Rui Martins é jornalista e cobre o Festival

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Zamml

Linha

JANEIRO 2017 I 03EDITORIAL

Caminhando contra o vento...

Um passaporte na mão e uma mala cheia de sonhos. Foi

assim que muitos de nós deixaram o Brasil para arriscar a vida no

exterior. Hoje somos mais de 3 milhões de brasileiros vivendo fora

do país. Como se parece essa comunidade emigrante? O que nos

aproxima uns dos outros, independente do país? O que nos

separa? Fomos conversar com brasileiros em alguns países e

trazemos para vocês um pequeno retrato da comunidade

brasileira espalhada pelo mundo. Nessa aventura de emigrar,

nem tudo são flores. A psicóloga Cris�na Wul�orst explica qual é

a relação entre choque cultural e a depressão. Por outro lado, a

gente vê coisas maravilhosas, como descreve a Embaixadora

Vitória Cleaver em sua viagem pelo mundo. As Mamães na Suíça

mostram que também se podem experimentar muitas coisas

interessantes no novo país.

Colocando os pés no chão, confira detalhes sobre a

aposentadoria na Suíça e a importância de prestar atenção ao

registro do nome no registro civil depois do casamento. No Guia

Vida na Suíça, você encontra muitas dicas sobre o país. Confira

ainda as entrevistas com a empresária cultural Jô Queiroz e a

voluntária Magnólia Vigny, as matérias especiais sobre a Casa do

Brasil em Londres e a Associação Madalenas bem como as úl�mas

a�vidades da Brasil Infos. Não perca também as dicas de beleza da

Styllus Brasileirus. Que o Ano Novo traga consigo a esperança de

um mundo melhor e a força para vencer os pequenos desafios

que fazem parte do nosso co�diano. A mudança começa por cada

um de nós! Esperamos con�nuar em Linha Direta com você. A

revista online está na página do Conselho Brasileiro na Suíça e no

grupo do Facebook.

Equipe da Linha Direta e do Conselho Brasileiro na Suíça

editorial

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Psicologia: Choque cultural e depressão

Matéria de Capa: Brasileiros espalhados pelo mundo

Mamães na Suíça: Onde brincar com as crianças no inverno?

Segurança Social: Aposentadoria por idade na Suíça

Coluna Jurídica: Sobrenome no Registro Civil

Madalena's: O que significam o nome e a logo?

Beleza: Dicas da Stillus Brasileirus

Perfil Empresarial: Jô, empresária cultural

Bilinguismo: O desafio de crescer entre duas línguas (2. Parte)

Perfil Voluntário: Conheça Magnólia, voluntária da Associação Raízes

Perfil Associativo: Casa do Brasil em Londres

Brasil Infos: Jantar musical com o trio“Dois a Um, 100% Brasil”

Entrevista: Novo cônsul em Zurique se apresenta

Especial: Viajando pelo mundo

Contatos Linha Direta Redação: info@conselho‐brasileiro.ch

Publicidade: 076 627 34 23

Editora: Irene Zwetsch

Publicidade: Cássia Aquino

Revisão: Irene Zwetsch , Deborah Biermann

Financeiro e Administração: Nilce Cunha

Editoria de Arte: Muita Comunicação • FanPage: Muita Comunicação [email protected]

Colaboradores desta edição: Alexandre Gueiros, Aloysio Vasconcellos, Andrew Laureth, Bruna Santos, Carlos Eduardo de Moura, Carlos Mellinger, Claudia Bühler‐Lima, Cris�na Wul�orst, Deborah Biermann, Flavia Fogaça, Flávio Carvalho, Isabela Gomes Perrucci, Jô Queiroz‐Gerber, Karina Melo, Lyria Reis, Lúcia Amélia Brülhardt, Magnolia Vigny, Marco Rocha, Marcos da Rocha Viana, Patricia Lobmaier, Portal Brasileiros no Mundo, Rita Tomé, Vitória Alice Cleaver.A Linha Direta não se responsabiliza pelos textos assinados publicados nas edições e nem pelos serviços oferecidos por nossos anunciantes.

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04 I JANEIRO 2017 PERFIL I CHOQUE CULTURAL E DEPRESSÃO

Choque Cultural e Depressão

Como você, eu também sinto na pele (desde minha

infância) o que significa viver entre dois ou mais países, iden�ficando‐

se e “estranhando‐se” em todos eles. Minha experiência de migração

começou cedo, aos 4 anos de idade, quando meus pais emigraram do

Brasil para Alemanha. Isso foi nos anos 70, onde pouco se falava sobre

integração e mul�culturalismo, termos que fazem parte do nosso dia‐

a‐dia atualmente. Que bom que hoje temos tantos recursos e

espaços de discussão para isso! Nenhuma mudança entre os 5 países

onde vivi foi fácil. Até hoje estou aprendendo estratégias para lidar

com novos sen�mentos de pertença. Assim como certamente você

também. Não interessa quantas vezes mudamos, readaptamos ou

quanto tempo estamos no exterior. Os sen�mentos ambíguos vão

sempre fazer parte da nossa existência. E isso está ok. Mais do que ok,

isso é espaço para crescimento. Migrar é um ato de coragem. Nós

sabemos que envolve ganhos e perdas, e ques�onamentos que nem

sempre têm respostas claras. Infelizmente, muitas vezes esquecemos

dessa coragem que nos fez cruzar fronteiras e explorar o

desconhecido.

Quando isso acontece, pensamentos nega�vos tendem a

tomar conta e “obscurecer” nossas pequenas e grandes vitórias.

Largar o conhecido pelo desconhecido é algo que gera ansiedade e,

em alguns casos, se somados a outros elementos psíquicos e sociais,

propiciam episódios depressivos e até mesmo depressão. É

importante entender o processo de adaptação e nos reconhecer

neste processo. Tente lembrar do momento em que decidiu emigrar

(pelos mais variados mo�vos) e o que você sen�u. Certamente nessa

mescla de sen�mentos havia a coragem. Essa coragem, mesmo

quando ques�onamos nossa decisão ou enfrentamos momentos

di�ceis, não se dissipou. Mesmo quando vêm sen�mentos de

estagnação, fracasso, ansiedade, há espaço para a autoconfiança

emergir. E para reinventar‐se. Mas antes de focar no processo

migratório e depressão, gostaria de falar sobre o processo de

adaptação de uma perspec�va psicológica. Problemas de saúde

mental geralmente emergem durante a aculturação psicológica.

Aculturação, nessa perspec�va, é um processo que envolve mudança

de contexto cultural, social e econômico. É quando reavaliamos

papéis sociais que muitas vezes temos como “sedimentados”, e

ques�onamos valores, relações familiares e a própria iden�dade

(incluindo uma nova iden�dade “dada”, a de estrangeiro/imigrante).

Iden�dade aqui é um aspecto importante, porque

representamos muitos papéis, que são contestados no novo

contexto. Às vezes há uma sensação de “perda de iden�dade” em

discursos como “aqui não sou nada, não posso ser eu mesma etc.”

Portanto, um conceito‐chave aqui é entender que iden�dade se

constrói, constantemente. Imigrantes reconfiguram noções de

pertencimento ao redefinir categorias sociais de classe, iden�dades

nacionais, gênero e religião. Tudo isso acontece durante o processo de

choque cultural. Quando falamos de choque cultural geralmente

imaginamos algo pejora�vo. De fato, o termo “choque” não é algo

exatamente agradável. Porém, associamos isso a algo nega�vo

porque focamos em apenas um dos estágios do processo de choque

cultural. Deveríamos ver esse processo como transformação, e não

uma experiência nega�va. É uma reação natural a um novo cenário.

Essas fases são mais um “guia”, do que algo progressivo e estrutural.

Muitas vezes essas fases se sobrepõem, não é uma ordem natural e

linear, mas circular e desordenada. O primeiro estágio é, geralmente,

a “lua‐de‐mel”. É a fase do deslumbramento, parecida com o olhar de

um turista. Geralmente o novo é interessante, es�mulante e se quer

explorar o desconhecido, mas de uma perspec�va, ainda, de

distância. Uma analogia que costumo usar é aquela sensação de ver

neve pela primeira vez... O primeiro inverno, nos primeiros dias é

interessante, a neve fofa e branca, linda... Mas…

Vem a segunda fase, o “vazio”. É quando a neve começa a

derreter e a coisa fofa e branca se torna uma massa cinzenta,

molhada: Um “match”! Essa palavra alemã descreve muito bem isso.

Aliás, faz sen�do exis�rem algumas palavras em uma língua e não em

outra, e não surpreende que por isso tendemos muitas vezes a

misturar as línguas, quase que uma linguagem híbrida, que indica

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JANEIRO 2017 I 05PERFIL I CHOQUE CULTURAL E DEPRESSÃO

nossas ambiguidades e complexidades. Nessa fase se experimenta a

pressão da adaptação, o sen�mento de não‐pertença. As

dificuldades e desafios tornam‐se mais aparentes. Esse geralmente é

o estágio onde a depressão acha terreno para se desenvolver. É onde

muitos imigrantes percebem que esta será sua nova vida. Acentuam‐

se as “disconfirmed expectancies” (expecta�vas não‐confirmadas),

parte de um processo de dissonância cogni�va. D.E. são “profecias”

que falharam e causam desconforto, uma vez que o resultado da

experiência não condiz com a expecta�va. É como se procurássemos

sinais, a�tudes que confirmem nosso pensamento ou “self‐fulfilling

prophecy”. Se você se engaja em padrões nega�vos de comunicação

sobre a nova cultura/povo/realidade, você está pra�camente

procurando uma jus�fica�va que confirme sua percepção nega�va.

Eventualmente isso terá um impacto não‐produ�vo na sua

habilidade de integração e aumenta o risco de episódios depressivos

e ansiedade.

Estudos em imigração e saúde mental indicam que o

período de maior fragilidade psicológica para os imigrantes

corresponde aos primeiros dois anos após a migração, mas esses

problemas podem se prolongar por vários anos. O processo

migratório de fato envolve muitas perdas e todas elas relacionadas ao

desenvolvimento da depressão: perda da família, amigos, e grupos

de apoio (como igreja, etc.). Essa série de perdas é experimentada

como um luto e pode indicar uma maior vulnerabilidade aos

transtornos mentais. A dor precisa exis�r e não ser ignorada. Se o luto

é ignorado, a tendência é que certos traumas retornem à super�cie

em momentos crí�cos. A terceira fase é a conformação, onde há um

maior entendimento da nova cultura e se percebem ganhos e perdas

da experiência migratória. Aprendem‐se novos “scripts” culturais,

laços de suporte são for�ficados. O úl�mo estágio é a aculturação,

onde muitos aspectos da cultura nova se tornam “naturais”, embora

isso dificilmente mude o status de “estrangeiros” e não “totalmente

pertencente”. A tendência é que haja uma melhora da autoes�ma

nessa fase e fatos que antes causavam insegurança, como sotaque,

não são mais tão significa�vos. Essa fase não significa um abandono

de referências anteriores, mas o equilíbrio.

Estar “no‐entre” é cheio de contradições e parte disso é o

sofrimento. Sen�r‐se triste, aba�do não é anormal, faz parte da vida.

Mas quando o vazio toma conta e afeta sua funcionalidade diária e

mo�vação, pode ser um sinal de alerta de depressão, como por

exemplo: perda de interesse em amigos, vida social, família, trabalho,

fa�ga, perda de ape�te, ideias auto acusatórias, dificuldade de

concentração, solidão, melancolia, sono alterado, mudanças no

temperamento, sen�mentos de vulnerabilidade, irritabilidade,

ressen�mento, idealização da cultura de origem, sen�mento de

inadequação, falta de autoconfiança, uso excessivo de estereó�pos, e

sensação de estar perdido. Preste atenção se esses sintomas forem

muito intensos ou frequentes. Eles são muitas vezes parte do

processo de choque cultural, mas podem também indicar depressão.

Não subes�me os “sinais emocionais” e busque ajuda de um

profissional. Algumas sugestões para amenizar (não eliminar) o

estágio do “vazio” são: preparação antes de sair do país, como

entender os estágios de choque cultural e informação sobre o novo

país. Chegando lá, algumas estratégias são cruciais: ter obje�vos

claros e realistas, incluindo permi�r‐se o tempo de aprendizagem

(língua, conhecimento da cultura, etc.), ter um “informante cultural”

(pessoas que expliquem e guiem sobre a nova cultura), “zonas

culturais seguras” onde se sente à vontade (igrejas, grupos com

interesses semelhantes, etc.), entendimento do estágio do “vazio” e

evitar o discurso nega�vo. A manutenção dos laços com o país de

origem e a construção de novos na sociedade receptora são cruciais

para evitar depressão e ansiedade. No final, o que estamos fazendo é

adaptar nossa lente cultural, alterar nossa visão das coisas, e forçar

nossos olhos a enxergarem com outra perspec�va.

Dr. Cris�na Wul�orst trabalha como psicóloga, consultora intercultural e professora universitária em Sydney, onde reside há oito anos. Há mais de dez anos pesquisa sobre assuntos relacionados a imigração, e concluiu o doutorado em Sydney sobre imigração brasileira na Austrália.

Website: h�p://www.bilibiopsych.com/cris�na‐wul�orst/

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PERFIL I BRASILEIROS NO MUNDO06 I JANEIRO 2017

Quando se fala em números, vale o velho ditado: “Há

controvérsias!” De acordo com as es�ma�vas do Ministério das

Relações Exteriores do Brasil (MRE), em 2015 pouco mais de 3

milhões de brasileiros estavam vivendo no exterior. Esse número,

porém, pode estar bem aquém da realidade, como explica um texto

da publicação “Diplomacia Consular”:

"As es�ma�vas do número de brasileiros no exterior feitas

pelo Itamaraty buscam levar em conta vários fatores, como: dados

oficiais fornecidos por autoridades migratórias locais; censos oficiais;

número de eleitores registrados na jurisdição; número de

matriculados nos consulados; sondagens junto à comunidade;

solicitações de passaportes e outros documentos por brasileiros;

movimento geral da repar�ção e de consulados i�nerantes; dados

disponíveis sobre saída do país e retorno de brasileiros; percentuais

de redução de remessas; publicações da Organização Internacional

para as Migrações (OIM); estudos da OCDE; trabalhos acadêmicos e

ar�gos na imprensa. Compilação das respostas a pergunta específica

que constou do úl�mo censo oficial do Ins�tuto Brasileiro de

Geografia e Esta�s�ca (IBGE) sobre o número de familiares

residentes em outros países subes�mou, assim como costumam

fazer outros censos oficiais, o tamanho da diáspora brasileira. Por

exemplo, calculou em cerca de 60 mil o número de brasileiros no

Japão, quando se sabe comprovadamente que somam hoje mais do

que 200 mil."

(Trecho re�rado da publicação "Diplomacia Consular", disponível para 'download'

integral no site h�p://www.brasileirosnomundo.itamaraty.gov.br/).

Essa população, que vem crescendo a cada ano, por muito

tempo foi esquecida pelas autoridades brasileiras. A virada do século

marcou também uma mudança significa�va na relação do Governo

Brasileiro com a comunidade brasileira na diáspora. Na “Carta aos

brasileiros que vivem longe de casa”, redigida pelo presidente Lula

em 2002 em resposta à reivindicação de grupos e associações

brasileiras em diversos países, ele prometeu apoiar a criação de

en�dades para representar os emigrantes perante os consulados e

embaixadas. Lula cumpriu a promessa em dezembro de 2010, já em

fim de mandato, quando foram ins�tuídas as Conferências Brasileiros

no Mundo ‐ CBM e passou a funcionar o Conselho de Representantes

de Brasileiros no Exterior (CRBE). As CBM foram criadas para reforçar

a interlocução entre o governo brasileiro e as comunidades de

brasileiros no exterior. Sem entrar no mérito dos resultados prá�cos

dessas duas inicia�vas, fato é que os brasileiros emigrados passaram a

ganhar alguma visibilidade diante do Governo Brasileiro, provocando

o surgimento de várias inicia�vas nos úl�mos anos.

O Portal "Brasileiros no Mundo" é uma delas. Ele tem por

obje�vo instrumentar e ampliar o diálogo entre o Ministério das

Relações Exteriores e as comunidades brasileiras no exterior, e destas

entre si. Na página, é possível acessar informações sobre as

comunidades brasileiras no exterior, incluindo contatos de

organizações e veículos de imprensa e mídia de brasileiros no exterior,

es�ma�vas populacionais e referências bibliográficas. Além disso, o

Portal apresenta no�cias sobre ações do Governo de interesse dos

brasileiros residentes no exterior, car�lhas sobre diversos temas

(Trabalho, Educação, Saúde, Assistência Consular etc), informações

sobre o sistema de Conferências "Brasileiros no Mundo" e sobre o

processo de eleição para o Conselho de Representantes de Brasileiros

no Exterior. O site permite também o envio de comentários e pedidos

de acréscimos e atualizações à Divisão das Comunidades Brasileiras

no Exterior do MRE via e‐mail: [email protected]

Brasileirosno mundo:quantos somos?Por Irene Zwetsch, com informações do Portal Brasileiros no Mundo

BRASILEIROSNOMUNDO 3.091.274

AMÉRICA DO NORTE 1.368.300

AMÉRICA DO SUL 1.368.300

ÁFRICA25.374

ÁSIA200.789

OCEANIA32.600

ORIENTEMÉDIO 42.930

EUROPA865.681

AMÉRICA CENTRAL E CARIBE 4.005

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JANEIRO 2017 I 07PERFIL I PORTUGAL

LD: Quantos brasileiros residem

em Portugal aproximadamente?

LR: Esse é um número di�cil de precisar exatamente,

contudo de acordo com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras

(SEF, 2015) o número de brasileiros residentes legalmente em

Portugal é de 82.590 (Confira detalhes no gráfico). O maior

número de cidadãos com nacionalidade brasileira residentes em

Portugal em situação legal foi no ano de 2010, com

aproximadamente 119.363 pessoas (52.478 homens e 66.885

mulheres). A par�r dessa altura e com a crise econômica instalada

na Europa e muito fortemente em Portugal, o número de

brasileiros no país começou a diminuir. Três fatores foram

preponderantes: retorno ao Brasil (devido à situação do país

naquela altura); nova migração para outros países europeus e

aquisição da nacionalidade portuguesa. Quando um imigrante

adquire a nacionalidade portuguesa, deixa de ser contado como

estrangeiro. Do ano de 2001 a 2015 mais de 60.000 brasileiros

adquiriram a nacionalidade portuguesa, com um número

significa�vo a par�r do ano de 2008. Os dados do úl�mo Censo

realizado em Portugal no ano de 2011 totalizava 109.787.

LD: Esse número aumentou ou diminuiu nos úl�mos anos? Por quê?

LR: O número “oficial” de cidadãos brasileiros em Portugal

diminuiu nos úl�mos anos (pelos mo�vos citados anteriormente),

mas tenho observado um novo movimento migratório de

brasileiros que tentam fugir da crise no Brasil tendo como des�no

Portugal. Contudo esse número ainda não é conhecido.

LD: Qual o perfil dos brasileiros em Portugal (sexo, idade, formação, estado de origem no BR...)

LR: O que podemos chamar de “Comunidade brasileira em

Portugal” é bastante diverso, tão diversificada como pode ser uma

cidade com mais de 100.000 pessoas. Existem brasileiros mais

Comunidade brasileira em

Portugal é bem diversificada

escolarizados, que chegaram ao país a par�r dos anos 1980. A

primeira década do século XXI caracterizou‐se por ser uma

migração mais econômica. Nessa altura, chegaram brasileiros com

menor escolaridade, que se inseriram no mercado de trabalho ao

nível dos serviços: construção civil e hotelaria, por exemplo.

LD: Que mo�vos levam os brasileiros a Portugal? O que eles esperam encontrar?

LR: Há uma grande variedade de mo�vos para que os

brasileiros busquem Portugal como des�no migratório:

econômicos, para estudos, por casamento com cidadão/ã

nacional, para reagrupamento familiar e mais recentemente,

aposentados brasileiros também têm buscado Portugal como país

de residência. Como é muito diverso o mo�vo, também é muito

variado o que esperam encontrar. LD: Quais são os maiores problemas?

LR: Atualmente tem sido a legalização. Mas também há

alguns problemas nos acessos aos serviços, na locação de imóveis

ou de preconceito e discriminação (ver o caso das mulheres

brasileiras).

Este gráfico está no meu ar�go publicado mais recentemente.

Reis, L.M. ; Ramos, N. ( 2016 ) Migração, aculturação e saúde

bucal de brasileiras e brasileiros residentes em Lisboa, Portugal.

Revista Ciência Plural. Fonte: (Reis, 2016)

Lyria Reis* compar�lhou com a Linha Direta

sua análise sobre o fluxo migratório e o perfil

dos brasileiros que residem no país. *Lyria Reis é pesquisadora na área: saúde coletiva, com especial interesse sobre a saúde de migrantes.

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CAPA I DEPOIMENTOS08 I JANEIRO 2017

LD: Quantos brasileiros residem

na Espanha aproximadamente?

BS: Segundo esta�s�cas do INE (Ins�tuto Nacional de Esta�s�cas), até o dia 1 de janeiro de 2016 havia 73.098 brasileiros no país, dos quais 48.944 são mulheres. Esse total corresponde tanto àqueles ilegais como aos legalizados, os que estão "empadronados" como moradores das cidades espanholas.

FC: As esta�s�cas brasileiras sempre falam no número aproximado de 100 mil, mas sabemos que esses números são imprecisos. Desde 2007 reivindicamos do governo brasileiro uma polí�ca pública para apurar o con�ngente de brasileiros fora do Brasil.

LD: Houve variação nos úl�mos anos? Por quê?

FC: Acredito que o fluxo de ida e vinda segue intenso. Desde o começo da crise, que a�ngiu principalmente os imigrantes, o retorno ao Brasil não cessa. Por outro lado, cada dia conheço inúmeros emigrantes brasileiros recém‐chegados, em função da nova crise econômica, polí�ca e social brasileira. Há também os que se nacionalizaram espanhóis e desapareceram das esta�s�cas oficiais, como se deixassem de ser brasileiros, o que não é verdade.

BS: Pelas esta�s�cas do INE, em relação ao mesmo período do ano anterior, o número de brasileiros "empadronados" é de 73.863, 765 pessoas a mais, predominando homens. A queda no número de mulheres registradas talvez seja consequência da crise econômica. Mesmo assim, o trabalho domés�co (que empregava a maioria das brasileiras) começa a se recuperar. Gostaria de destacar que, por mo�vos administra�vos ou impedimentos raciais, algumas profissionais se dedicam a empregos para os quais são super qualificadas.

LD: Qual o perfil dos brasileiros na Espanha?

FC: É importante saber que a Espanha tem um sistema próprio de "empadronar" (inscrever nas prefeituras) os imigrantes, inclusive os irregulares. É o básico para ter acesso aos serviços públicos. Com base no Perfil da Comunidade que realizei por inicia�va própria, somos uma das comunidades imigrantes mais feminizadas. O Governo da Catalunha informou em 2013 que seríamos a segunda comunidade imigrante la�na com maior proporção feminina (62%) e jovem. Com exceção de algumas cidades brasileiras que emigraram em peso para a Catalunha (grandes con�ngentes de Goiás, Rondônia...), o que caracteriza o Brasil aqui é a diversidade de origens, de formação etc. Somos como um Brasil em miniatura, concentrado na Catalunha.

BS: É interessante comentar que nem sempre foi assim. Há uns 10 anos, o perfil era diferente e se caracterizava por imigrantes laborais em idade de trabalhar, seus parceiros e filhos. Muitos entraram sem visto e conseguiram se legalizar ou adquirir a nacionalidade. Hoje, graças ao crescimento do poder econômico dos brasileiros com

relação à década anterior e a programas governamentais de incen�vo ao intercâmbio universitário, o número de brasileiros que vem para estudar cresceu e ajudou a modificar o perfil dos brasileiros na Espanha.

LD: Por que os brasileiros vêm para a Espanha?

O que esperam encontrar?

FC: Atrevo‐me a dizer que esperam conjugar um trabalho decente com melhor qualidade de vida para a família. Fogem da insegurança pública, buscam melhorar o nível de estudos e, principalmente, são mo�vados pela caracterís�ca humana da insa�sfação com o que tem, do desejo de conhecer novas culturas, novas possiblidades de vida e construir novos relacionamentos. Barcelona ainda é a cidade espanhola que atrai maior número de brasileiros: é a sexta cidade europeia com maior potencial econômico e a quinta cidade com maior potencial turís�co.

BS: Os brasileiros esperam encontrar melhores oportunidades laborais e de formação, bem como melhorar sua situação socioeconômica em relação a do Brasil. Creio que a Espanha atrai por ter uma língua "acessível" ‐ todo brasileiro pensa que sabe “hablar español” ‐ e por ser um país la�no que é desenvolvido e organizado.

LD: Quais são os maiores problemas?

FC: A maior decepção de quem chega aqui é pensar que foge do Brasil corrupto. Encontra aqui um mar de corrupção, um dos maiores índices de desemprego da Europa e uma progressiva precarização das relações de trabalho, isso se conseguir um contrato mínimo. Uma surpresa é chegar na Espanha pensando que é um país homogêneo ‐ estereó�po de Touradas, Paellas e Flamenco ‐ e descobrir que é uma "colcha de retalhos", com uma diversidade cultural impressionante, múl�pla e variedades infinitas, dependendo da região.

BS: Os maiores problemas surgem como consequência das polí�cas laborais implementadas por Mariano Rajoy durante a crise econômica: mercado laboral temporal, precário e sazonal. Além disso, as condições de acesso à documentação legal de trabalho e residência estão muitas vezes condicionadas ao emprego, impedindo a legalização de muitos brasileiros. Eles ficam condenados ao trabalho informal, sem direitos trabalhistas, nem assistência médica – só têm acesso às urgências, graças a um Decreto‐Lei de 2012.

LD: Recep�vidade a imigrantes (e aos brasileiros) no país....

BS: A imagem do imigrante brasileiro evoluiu ao longo da década: antes se relacionava a Ronaldinho, futebol e sensualidade. Isso con�nua, porém cada vez mais nos veem como profissionais qualificados e "gente feliz", que fala espanhol com sotaque. As dificuldades são as mesmas de qualquer imigrante extracomunitário.

O que mais me chama a atenção na Espanha é que ela caminha para converter‐se num país diverso, onde os esforços de integração são quase unilaterais. São os próprios imigrantes que tentam se adaptar aos costumes e cultura espanhola para sen�r‐se integrados.

Flávio Flávio Flávio Carvalho Carvalho Carvalho Bruna Bruna Bruna Santos Santos Santos

Brasileiros na Espanha somam

mais de 70 mil

Em entrevista a Irene Zwetsch, Flávio Carvalho e Bruna Santos,

membros de associações brasileiras na Catalunha falam sobre

a comunidade brasileira na Espanha.

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LD: Que mo�vos levam os brasileiros à Inglaterra? O que eles esperam encontrar?CM: Bom, agora temos dois momentos, o pré‐Brexit e o pós‐Brexit, mas não creio que ainda tenha afetado as razões da migração. A Libra forte e oportunidades imediatas de trabalho para quem está documentado ou tem dupla cidadania são pontos chama�vos. Quase metade da nossa comunidade já está documentada. O mercado ainda absorve bem a nossa mão‐de‐obra, principalmente nos setores de limpeza, restaurantes, construção e couriers (motoqueiros e motoristas de vans).

LD: Quais são os maiores problemas?CM: Sem dúvida, a falta de integração e o domínio da língua, principalmente para os indocumentados. Além disso, posso citar ainda a irresponsabilidade no processo de migração, com falsas promessas de brasileiros já sediados aqui e a exploração comercial.

LD: Recep�vidade a migrantes (e aos brasileiros) no país....CM: Apesar do grande aperto das autoridades, somos muito queridos pelo povo britânico. Mesmo com o Brexit, não nos veem como europeus, até porque nem sabem o que é ter dupla cidadania. São raros os casos de demonstrações xenófobas envolvendo brasileiros.

LD: Qual é o tamanho da comunidade brasileira na Inglaterra?CM: A maioria dos brasileiros que residem no Reino Unido são migrantes econômicos, mão de obra não qualificada, que pretende um dia retornar ao Brasil. Acreditamos que sejamos 350.000 brasileiros no País (Reino Unido), sendo a maior concentração em Londres com 300.000 brasileiros.

LD: Esse número aumentou ou diminuiu nos úl�mos anos? Por quê?CM: Esse número vem aumentando assustadoramente desde a crise econômica mundial, primeiramente com uma migração de brasileiros que estavam em outros países europeus mais afetados pela crise.

LD: Qual o perfil dos brasileiros na Inglaterra (sexo, idade, formação, estado de origem no BR...)?CM: A grande fa�a tem entre 20 e 40 anos. Não há muita diferença entre números em relação ao gênero dos imigrantes. Quanto à origem, disparadamente Goiás, Minas, Paraná, São Paulo, Santa Catarina, nessa ordem.

JANEIRO 2017 I 09CAPA I DEPOIMENTOS

Brasileiros do Reino Unido concentram-se

em LondresEntrevista de Irene Zwetsch

Carlos Mellinger orienta os brasileiros na Inglaterra

“Eu moro em Bournemonth e me chama a atenção a educação no serviço público

e o ótimo atendimento.” Flavia Fogaça

Carlos Mellinger, da Associação Casa

do Brasil em Londres falou à Linha Direta

sobre o perfil dessa comunidade

“Chama a atenção que a lei aqui é igual para todos e não tem violência.”, na foto com seus filhosMarco Rocha

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Número de pesquisados: 1276 pessoas

Público alvo: brasileiros (as) acima de 18 anos

Local da pesquisa: Condados de Miami‐Dade, Broward, Palm Beach e Orange

Período de realização: outubro e novembro de 2014

Os resultados apontam uma maioria de imigrantes do sexo feminino, com predominância para a faixa

etária entre 36 e 55 anos. A região sudeste predomina claramente em relação à origem dos imigrantes

brasileiros, seguida pela região Nordeste. No que tange ao estado de origem, Minas Gerais e São Paulo se

destacam. Da região Nordeste, a maior parte dos imigrantes é originária do Rio Grande do Norte. A

maioria dos imigrantes brasileiros nos Estados Unidos concluiu o nível médio ou o nível superior e reside

no país há mais de 10 anos. Dos entrevistados, muitos já se tornaram cidadãos americanos e grande parte

possui o Green Card (visto de residência). O mapeamento foi realizado pelo Conselho de Cidadania

Brasileira da Flórida, com o apoio do Consulado‐Geral do Brasil em Miami.

PERFIL I ESTADOS UNIDOS10 I JANEIRO 2017

Na época Milagre Brasileiro n.2, muitos brasileiros,

trabalhadores na construção civil e ilegais documentalmente,

voltaram ao Brasil (durante boa parte do período houve a crise

econômica americana). Na medida em que as coisas pioraram no

Brasil, houve muito retorno. Nota‐se, também, um acesso maior

por parte da classe média brasileira. Aqui na Flórida já se tem

no�cias também de brasileiros ingressando novamente via

México, o que a cada ano fica mais di�cil e perigoso.

Em relação ao perfil dos brasileiros nos Estados Unidos

não há trabalho sério de pesquisa. O único estudo atual foi

profissionalmente liderado pelo Conselho de Cidadãos, quando

de minha presidência, com apoio do Consulado‐Geral em Miami e

da Brazil Interna�onal Founda�on (veja dados no box). Os

brasileiros vêm para os Estados Unidos por mo�vos variados, mas

que vão desde razões personalíssimas, como viver sob uma opção

sexual diferente do que a sociedade espera no Brasil, passando

por mais respeito como cidadão, possibilidades de acesso à

educação de melhor nível, fuga da desordem da ordem polí�co‐

econômica e social brasileira, ambiente corrupto e corrompido,

segurança �sica, sujeição a constantes e humilhantes atos de

discriminação por hábitos, costumes e etnia, até a possibilidade

de, trabalhando sob um regime mais justo e igualitário, auferir

melhores salários e ter uma vida decente, assim como suas

famílias.Entre os maiores problemas enfrentados na primeira

Mais de 1 milhão de brasileiros

vivem nos Estados Unidos

Entrevista de Aloysio Vasconcellos a Irene Zwetsch

geração está a dificuldade de inserção total, na medida que a

brasilidade é muito forte. Os brasileiros gostam e convivem com os

americanos, mas não dividem o gosto por suas comidas e hábitos

arraigados. São crí�cos. Agem como se esperassem que os

americanos se "abrasileirassem". Na primeira geração, é

extremamente prejudicial a constante comparação de culturas,

brasileira e norte‐americana. A saudade e a distância ajudam e

incen�vam a comparação favorável ao modus vivendi brasileiro.

Grande é o número dos que tentaram voltar e logo a seguir

retornaram, por não mais se ambientarem no Brasil, bem como

suas famílias. Noto, entretanto, que a par�r da segunda geração a

integração é total e os problemas passam a ser os mesmos dos

americanos na�vos (muitos também já o são). É importante

perceber que os brasileiros, mesmo em segunda geração, mantêm

forte sen�mento em favor do Brasil. Grande número tem dupla

nacionalidade, mas não lhes passa pela cabeça voltar para o Brasil.

A recep�vidade a migrantes e aos brasileiros no país é

normal, na medida que os americanos se sentem superiores aos

demais, com exceção dos europeus (especialmente alemães e

ingleses) e dos japoneses (os quais respeitam muito). Não há

tensão com emigrantes, talvez com outros �pos étnicos (existem

poucos brasileiros negros aqui).

Aloysio Vasconcellos

Nos Estados Unidos residem aproximadamente 1.5 milhão

de brasileiros. Esse número é es�mado e tem se man�do

há muitos anos. O Itamaraty concorda com a es�ma�va.

Pesquisa sobre a comunidade brasileira residente na Flórida

Karina Melo

O que mais me chama

a atenção nos Estados

Unidos é a maior

segurança para criação

dos meus filhos

e o maior acesso

à educação pública

de qualidade

e às oportunidades

de trabalho.

O que mais chama a atenção nos Estados Unidos é aplicação das leis e o patrio�smo.

Carlos E. de Moura

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JANEIRO 2017 I 11PERFIL I HOLANDA

Quantos brasileiros residem na Holanda aproximadamente?

As esta�s�cas feitas pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) apontam cerca de 28.000 brasileiros. Parte deste número é concreto, pois é oriundo do Bureau de Esta�s�cas dos Países Baixos, que traz o montante de 20.000 registrados. O restante para chegar no número do MRE atribui‐se aos indocumentados, ou ilegais como queiram chamar. Sabemos que esse número não corresponde à realidade e poderíamos es�mar, pela experiência e convivência, que somos cerca de 40.000.

Esse número aumentou ou diminuiu nos úl�mos anos? Por quê?

Observamos uma oscilação constante deste número pelas idas e vindas que ainda são possíveis aos brasileiros e brasileiras indocumentados. As fronteiras para a Europa ainda não são tão rígidas como na Inglaterra, por exemplo. Nos úl�mos anos, desde a promessa de melhoras econômicas no Brasil, notamos uma diminuição drás�ca na quan�dade de brasileiros indocumentados e até mesmo alguns que viviam legalmente no país. Todavia, novamente temos visto um aumento considerável de nacionais retornando, após a crise que se instalou no Brasil. A resposta mais direta e curta seria, oscilações sempre presentes e aumento mais recente.

Qual o perfil dos brasileiros na Holanda (sexo, idade, formação, estado de origem no Brasil...)?

Temos aqui uma variação considerável quanto à origem e estado de origem. Os estados mais representados ainda são Goiás, Minas Gerais, mas também temos uma grande representação dos estados do Norte e Nordeste do Brasil. Quanto ao sexo, veja o gráfico da pesquisa feita por Paulo Pijnappel, do Conselho de Cidadania, mostrando uma curva que confirma a tradição de termos sempre mais mulheres do que homens na diáspora.

Que mo�vos levam os brasileiros à Holanda?O que eles esperam encontrar?

A reunião familiar é recorrente, mas a busca de melhores condições de vida, ou seja, a mo�vação econômica ainda prevalece. Temos ouvido muito entre os imigrantes que teoricamente não teriam mo�vos econômicos para imigrar e até entre os que lutam para se estabelecer aqui, mesmo sem terem direito à documentação, que a segurança pública tem sido fator preponderante na decisão de permanecer nos Países Baixos.

Quais são os maiores problemas?

Esses ficam por conta daquela parcela invisível, os indocumentados. Na verdade, eles só se tornam visíveis por terem sérios problemas

para encontrar moradia, desconhecerem seus direitos básicos, que independem do status migratório.

Como é a recep�vidade a migrantes (e aos brasileiros) no país?

A exemplo do que vemos em quase todos os países conhecidos como �picos receptores de imigrantes, os brasileiros são muito bem vistos pelos holandeses de forma geral. Em reuniões com o comando da Polícia do país, sempre nos informam que os brasileiros estão listados entre os mais amigáveis e alegres entre as mais de 180 nacionalidades que se fazem representar neste país. Os Países Baixos, com destaque para Amsterdam, que convive com esta realidade há séculos, são conhecidos como bons anfitriões.

"A Holanda é um país

modelo em vários

aspectos, mas o que

mais me chama atenção

é mobilidade urbana.

Além de o transporte

público funcionar muito

bem, o governo incentiva

o uso das bicicletas, com

ciclovias que cortam todo

país, contribuindo assim

com o meio ambiente

e a saúde da população. «

(Andrew Laureth)

População Brasileira na Holanda dividida por idade e Gênero

CBS 2013

Brasileiros na Holanda:

uma população que vai e vem

Entrevista de Marcos Elísio da Rocha Viana a Irene Zwetsch

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Trampolino (Dietikon) – O espaço é super grande e em alguns dias da semana fica lotado. A criançada se acaba de tanto brincar. Tem pula‐pula, cama‐elás�ca, trampolim, bungee‐jump (CHF 2), carrinho de bate‐bate (pago), trenzinho, brinquedos infláveis gigantes… Dá com certeza para perder de vista as crianças! Ooops…

FormelFun (Bülach) É uma versão mais “refinada” do Trampolino. E bem menor também. Tem pula‐pula, mini‐golf no escuro,trepa‐trepa. E encanta as mamães pela decoração e restaurante com comida mais saudável.

Starbie (Dietikon) – Normalmente é o primeiro indoor Spielplatz que as pessoas visitam na região de Zurique, pois tem um espaço grande para crianças menores, com peças gigantes de lego e outros brinquedos. Os maiorzinhos também se divertem muito nos brinquedos infláveis e cama‐elás�ca. Sem falar no trepa‐trepa gigantesco (desafio para os pais, que precisam acompanhar as crianças menores).

Kindercity (Volketswil) – São quatro andares de muita diversão. Como o espaço é grande, não dá para perceber quando está muito cheio. Tem um andar aberto, com trenzinho, bungee‐jump e pista de carro,

entre outras atrações. Também oferece algumas opções de atelier, como de chocolate, pão e oficina de carro. Tem um cinema para crianças e é totalmente intera�vo. No blog “mamaesnasuica” (h�p://www.mamaesnasuica.com/) você pode ler os posts completos de cada um desses Indoor‐Spielplätze. Se você conhece outros lugares legais mande para gente sua dica ([email protected]), para podermos visitar também.

Um abraço com muito carinho e bom divertimento!

12 I JANEIRO 2017 MAMÃES NA SUÍÇA

Vamos brincar Está frio? nos parques de diversão cobertos!Equipe do Blog Mamães na Suíça

Parques de diversão cobertos em outras

regiões da Suíça e fronteiras

Região de Basel

h�p://www.topolino‐pra�eln.ch/das‐topolino ‐ Pra�eln (BL)

h�p://www.impulsiv‐kinderland‐weil.de/oeffnungszeiten.html Weil am Rhein (Alemanha)

h�p://www.didocentre.ch/ ‐ Bassecourt (França)

Região de Bern

h�p://beo‐funpark.ch/nas cidades de Laupen (BE) e Bösingen (FR)

Região de Genebra

h�ps://www.vitam.fr/fr/plaine‐de‐jeux/grands‐jeux ‐ Neydens (França)

h�p://www.yatouland.com/ ‐ Vernier

Vaud

h�p://www.urba‐kids.ch/ ‐ Orbe (VD)

Região de Solothurn

h�p://www.nilpfi.ch – Bühl (SO)

Região de Luzern

h�p://www.kids‐arena.ch/ ‐ Luzern (LU)

Região de St. Gallen

h�p://www.faegnaescht.ch/ ‐ Rorschach (SG) (Dados colhidos pela Linha Direta)

Está com frio? Nós já estamos!!

A Suíça tem diversas opções de a�vidades para fazer

com crianças no outono e inverno. Uma delas são

os “Indoor‐Spielplätze” (Salle de jeux interieur).

Nós conhecemos alguns deles. E você?

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SEGURANÇA NACIONAL14 I JANEIRO 2017

Hoje vamos falar da aposentadoria (reforma)

por idade, garan�da pelo governo!

O sistema previdenciário suíço é composto por

três elementos denominados pilares. São as

três bases para a garan�a de uma renda mensal

compa�vel para todos os aposentados.

O primeiro pilar deste sistema leva o nome de Seguro

Previdenciário por Idade e aos Descendentes (Sobreviventes).

Todos conhecemos a AHV/AVS. Todos os trabalhadores com mais

de 20 anos e registrados com um salário anual superior a Fr. 2.300

são obrigados a contribuir mensalmente para este seguro. Quem contribui 44 anos, com uma renda média anual de

cerca de Fr. 84.000, aposenta‐se com o valor máximo estabelecido

por lei: Fr. 2.300/mês. O valor mínimo previsto para a

aposentadoria do primeiro pilar é de Fr. 1.175,00/mês. Se ficar comprovado que o aposentado não consegue

sobreviver com este valor e não tem outras fontes de renda,

poderá solicitar um adicional a �tulo de complementação de

renda com o nome de 'Aposentadoria Complementar', em

alemão, Ergänzungsleistung , em francês Presta�ons

Complémentaires.

Caracterís�cas desta aposentadoria:

Em caso de falecimento, este é o bene�cio para viúvas ou

viúvos acima de 44 anos e filhos menores ou cursando uma

formação até completarem 25 anos de idade, domiciliados com o

progenitor 'sobrevivente'.

Solicite o guia “Sistema de Segurança Social” em

p o r t u g u ê s g r a t u i t a m e n t e o u b a i x e o p d f n o

site:h�p://www.migesplus.ch/pt/publicacoes/cuidados‐

de‐saude/show/sistema‐de‐seguranca‐social‐residencia‐

na‐suica‐e‐saida‐do‐pais/. A brochura se encontra

disponível em 12 idiomas, inclusive em português.

Ou entre em contato conosco sob www.brasilianisch.ch e informe‐se como obter a car�lha.

Fique ligado, pois na próxima Linha Direta vamos falar mais sobre os Seguros Sociais na Suíça!

Aposentadoria (reforma)por idade, garantida pelo governopor Deborah Biermann

Mulheres • Idade limite 64 anos completos

• Aposentando‐se antes,

o valor mensal diminui

Homens• Idade limite: 65 anos completos

• Aposentando‐se antes,

o valor mensal diminui

Todos• Idade limite:

5 anos complementares

• Aposentadoria

pode ser maior

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JANEIRO 2017 I 15COLUNA JURÍDICA

E se houver algum erro no

registro civil de casamento?

Se for um erro de fácil percepção (erro

material), o próprio cartório pode corrigir

de o�cio. Caso contrário, será necessário

entrar com uma ação judicial para

requerer a re�ficação do nome. Vale

lembrar que: uma vez registrado o

casamento no Consulado do Brasil, não é

possível fazer qualquer �po de alteração

neste registro consular. Leia sempre antes

de assinar!

Casei, mudei meu sobrenome

na Suíça e registrei meu

casamento no Brasil. Agora

resolvi mudar novamente meu

sobrenome na Suíça durante o

casamento. É só comunicar ao

c a r t ó r i o n o B r a s i l e s s a

mudança?

Não! Se a pessoa voltar atrás e resolver

modificar seu nome após já ter feito o

registro do casamento no Brasil, somente

com uma ação judicial será possível fazer

tal mudança no Brasil.

É importante frisar que as leis brasileiras e

suíças são bem diferentes. Via de regra, os

procedimentos na Suíça são bem menos

burocrá�cos e mais fáceis de realizar.

Entretanto o mesmo não ocorre no Brasil,

portanto informe‐se sobre as possíveis

consequências, antes de tomar qualquer

decisão!

O Sobrenome no Registro Civil Cuidados Importantes entre Brasil e Suíça

Como fica a situação do meu

nome com relação à minha

permissão de residência na

Suíça?

O Departamento de Migração suíço irá se

basear sempre nos dados do seu

passaporte vál ido para emi�r sua

permissão de residência. Para modificar o

sobrenome no passaporte brasileiro, é

necessário o registro do casamento. Se

houver uma mudança de sobrenome após

divórcio, por exemplo, também é preciso

manter a situação documental em dia.

Portanto, o cidadão brasileiro precisa

s e m p r e e s t a r c o m s u a s i t u a ç ã o

regularizada. Caso contrário poderá ter

problemas devido à divergência dos

sobrenomes.

Esta coluna é uma colaboração da consultora

jurídica do Conselho Brasileiro na Suíça.

Para mais informações ou para enviar

as suas perguntas, escreva para:

[email protected]

[email protected]

Patricia Lobmaier OAB/RJ 134.929Advogada e Mestre em Direito Internacional (LL.M.)

Tel: 076 665 60 33

13 5

2

Pretendo me casar na Suíça e

adotar o sobrenome do meu

cônjuge. Quais cuidados devo

ter?

Ao contrair matrimônio e optar por

adquirir o sobrenome do seu cônjuge, é

muito importante ficar atento ao que irá

constar do registro civil suíço. Na Suíça,

este registro separa o nome próprio do

sobrenome e por isso as pessoas devem

prestar atenção como esta disposição

constará no documento, para que não haja

nenhum �po de equívoco. Recomenda‐se

sempre ler e reler com bastante atenção

antes de assinar o registro e assim evitar

transtornos no futuro.

Casei na Suíça e mudei meu

sobrenome. Preciso comunicar

esta mudança no Brasil?

Com certeza! Ninguém pode ter dois

nomes diferentes em lugares dis�ntos. Isto

pode acarretar no crime de “falsidade

ideológica”, quando a pessoa declara tal

informação em documento público ou

privado (Art. 299 do Código Penal

Brasileiro). O cidadão brasileiro deve fazer

o registro do casamento no Consulado do

Brasil e/ou diretamente em Cartório no

B ra s i l p a ra p o d e r m o d i fi ca r s e u s

documentos brasileiros também (Título de

Eleitor, Carteira de Iden�dade, CPF,

Passaporte etc.). Muita atenção na hora de

fazer um registro de imóvel e/ou outorga

de procuração (pública ou privada), que

devem conter os dados que correspondem

aos fatos verdadeiros de cada cidadão.

4

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MADALENAS16 I JANEIRO 2017

bíblica Maria Madalena, do Novo Testamento. Os produtos

oferecidos pelo MADALENA'S são: Prevenção e informação,

materiais indispensáveis na vida de todo ser humano. Madalena's tem 15 anos de existência e as folhas de louro

envolvendo o logo�po significam vitória.

Para saber quem somos e o que fazemos, visitem nosso

site: www.luciaameliamadalenas.com

A nossa página no facebook @Madalenas15BrasilSuica,

é atualizada diariamente, com muita informação, prevenção e

vídeos de u�lidade pública. No youtube aguardamos sua visita no

Canal “Madalena's Babado Forte”.

Atendendo aos pedidos, aqui segue nossa apresentação:

O círculo indica evolução, movimento. A cor rosa que

predomina, representa cria�vidade. No centro temos quatro

tênis em formato de cruz. A cruz representa espiritualidade, enquanto os tênis

representam milhões de jovens enganadas, iludidas, violentadas,

assassinadas, desaparecidas.O azul claro representa calma,segurança. O verde

significa recomeço, harmonia, prosperidade. Amarelo é para

o�mismo, comunicação, claridade, e o vermelho, que representa

energia, força, mo�vação e coragem. O nome MADALENA'S (no plural) refere‐se à figura

O que significa?O que é?

Em nosso facebook recebemos diversas mensagens perguntando sobre o logo�po e o nome Madalena's:

Por Lúcia Amélia Brüllhardt

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Você sabe fazer uma boa hidratação? A hidratação vai repor a perda de água dos fios, que é o que causa o ressecamento. Cabelos ressecados têm uma aparência ruim e de maltrato. Seguem aqui algumas técnicas para se obter um ó�mo resultado de hidratação:

1. Escolha o produto de sua preferência

e que combine com seu tipo de cabelo

• Separe o cabelo em mechas não muito grossas

• Use uma quan�dade sem exagero para cobrir toda a mecha do cabelo. O excesso de produto não potencializa um resultado mais posi�vo.

• Aplique o produto em uma mecha por vez, começando pela raiz e deslizando até as pontas, usando dois dedos.

• Massageando bem os fios de cabelo, repita os movimentos no mínimo cinco vezes.

Por Cláudia Bühler-Lima, adaptação D. Biermann

Dicas Styllus Brasileirus: A importância da hidratação

• A massagem gera calor, es�mulando resultados mais posi�vos do produto escolhido.

• Para cabelos muito secos, recomenda‐se a aplicação por igual do produto.

2. Não esfregue os fios de cabelo...

• Massageie os fios delicadamente, usando somente dois dedos. Não esfregue o cabelo, para evitar que os fios se rompam.

• U�lize somente um pente an�está�co ou use os dedos para desembaraçar os cabelos.

• Tenha paciência. Deixe o produto agir naturalmente.

• Siga as instruções de lavagem con�das na embalagem do produto. Use água morna, massageie os cabelos com delicadeza e use uma toalha seca e macia para secá‐los. Se con�nuar com alguma dúvida, entre em contato diretamente comigo!

Claudia Bühler • [email protected] • (079) 335 00 40

JANEIRO 2017 I 17BELEZA

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18 I JANEIRO 2017

Por D. Biermann • Fotos: Armin Biermann

Carisma e talento brasileiro na ponte cultural Brasil-Suíça

PERFIL EMPRESARIAL

Segura e com um inconfundível jei�nho baiano, Jô

Queiroz‐Gerber mostra a postura de quem tem muita

desenvoltura para falar de seus projetos e de si própria.

Jô conta que chegou à Suíça em 1999 e se mostra

genuinamente suíço‐brasileira, com inúmeros parentes

brasileiros e outros tantos suíços estabelecidos no país. Com

origens claramente ar�s�cas, filha de Mestre Queiroz, presidente

de um bloco afoxé, Jô está envolvida na música – com

composições próprias, na arte, com seus desenhos, e na

literatura, como autora de diversos textos.

O talento da baiana vai além dos dotes ar�s�cos. Depois

de uma passagem pela gastronomia, quando dirigiu dois

restaurantes e organizou inúmeros shows de música brasileira,

essa apaixonada promotora cultural assumiu em 2016 a direção

musical de todos os eventos do Museu Olímpico, em Lausanne,

ligados aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. A temporada iniciou

na quarta‐feira de cinzas, 10 de fevereiro de 2016, com a

inauguração da exposição Cap Sur Rio. Entre os convidados

especiais e celebridades, estava o Embaixador do Brasil na Suíça,

S.E. José Borges dos Santos Júnior, que proferiu o discurso de

abertura. A cerimônia foi coroada com apresentação de parte da

bateria da Escola de Samba Mangueira, que veio especialmente

do Brasil para o evento. Coincidentemente, foi essa escola a

campeã do carnaval carioca de 2016, trazendo a apoteose

diretamente do Rio para o inverno suíço.

Jô explica que este ano de projetos culturais com o

Museu Olímpico superou qualquer expecta�va em termos de

gra�ficação e reconhecimento. Afinal, ser empreendedora de

eventos culturais fora de seu país não é missão para quem sofre

dos nervos. Em 2012, um ano depois de entregar seu restaurante,

Jô iniciou um projeto culturalmente muito ambicioso: fundou a

Montreux Jam Session, evento cultural musical, no qual ela vem

procurando misturar profissionalismo à espontaneidade. Trouxe

para a sala Stravinsky grandes nomes, entre eles Gil, João Donato,

Alcione e Seu Jorge. Na sequência, passou a organizar um desfile

de baianas ao longo do Lago Leman. Ela faz questão de arrumar e

cuidar de cada integrante deste desfile pessoalmente. Seu

currículo, porém, não se resume a poucos projetos: dona de uma

grande sede de interligação entre público e ar�stas, em 2015 ela

levou o Jam Session para o Brasil, reunindo Marc Sway, Spencer

Chaplin, Armandinho Macedo, Sandra de Sá e muitos outros no

eixo Rio‐São Paulo. Foi mais um sucesso absoluto!

Sua marca registrada é seu carisma. Jô tem vários

projetos interessantes para 2017, a maioria no Brasil. Seu balanço?

Ter certeza de que, ao quebrar as formalidades, seus eventos

encontrarão um público cada vez maior. Superação é tudo que ela

alcançou e con�nua almejando...

Embaixador José Borges faz o discurso de abertura

A partir da esquerda: Rosiani Murillo, Jô Queiroz e Deborah Biermann

Escola de Samba Mangueira dá o toque especial ao evento

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JANEIRO 2017 I 19BILINGUISMO

As habilidades para desenvolver múl�plas línguas estão

ligadas à quan�dade e qualidade das experiências que a criança

vivencia com cada uma delas. Expressões como “Mamãe eu

quero Brötli” fazem parte do desenvolvimento de linguagem

bilíngue e podem ser diferenciadas de maneira não corre�va.

Orientamos a con�nuar es�mulando a criança linguis�camente

em situações co�dianas através de:

Oferta de livros, brinquedos, CD/DVDs em ambas as

línguas. As bibliotecas suíças, como as interculturais,

possuem bom acervo;

Conversas com a criança desde bebê, de maneira não

infan�lizada. O modelo dado pelo adulto será seguido

pela criança e por isso é importante falar corretamente;

Sa�sfação ao poder se comunicar em mais de uma

língua, como com os parentes e amigos por telefone ou

internet;

Inserção em “Cursos de Língua e Cultura de Herança”

(HSK), como os oferecidos oficialmente na Suíça EC, (AB

Associação Raízes e Sementes Associação e Escola de

Língua e Cultura do Brasil) e em espaços culturais suíços

e/ou brasileiros, como os encontros do grupo Mamães

na Suíça e o CEBRAC.

Par�cipação de eventos de contação de estórias, como o

projeto “Schenk mir eine Geschichte”, que existe em

diversos cantões da Suíça.

Promoção da língua de herança:Como desenvolver o Bilinguismo?

Por Isabela Gomes Perrucci

Da mesma maneira, há outras inicia�vas de promoção de

Português como Língua de Herança em outros países, como:

A Hora do Conto (Dubai), ABRIR (Londres), Brasileirinhos

em Málaga, Bem‐Vindo (Taalcentrum), BREAAC (Londres),

Brasileirinhos‐Dk (Copenhague), Brasileirinhos (Amsterdam),

Brasileirinhos em Stu�gart, Canarinho (Nantes), Encontro de

Brasileirinhos e Famílias Bilíngues de Erlangen, Herança Brasileira

(Paris), Herança Viva (Liechtenstein), Linguarte (Munique), Mala

de Leitura de Munique, Mala de Leitura da Irlanda, Mala de Leitura

de Tirol, Mala de Leitura de Valência, Mulheres Brasileiras de

Munique, Projeto Pirulito (Valdobbiadene), Raiz Miriam

(Bruxelas), entre outros tantos outros.

Com tais orientações e exemplos de promoção do

bilinguismo entre as famílias, esperamos que nossas crianças

estejam conectadas com as mais diversas comunidades

linguís�cas, sejam elas de herança ou adquiridas posteriormente.

Em caso de dúvida, consulte um fonoaudiólogo.

Isabela Gomes Perrucci é Bacharel em Fonoaudiologia pela Universidade de São

Paulo, com especialização em Linguagem. Educadora da ABEC e contadora de

estórias do projeto “Schenk mir eine Geschichte” (SIKJM). Administra a página no

Facebook “Fonoaudiologia Pé na Estrada”.

E‐mail: [email protected]

Parte 2 • Desenvolvimento de linguagem e cultura de herança

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ENTREVISTA I PERFIL DO VOLUNTÁRIO20 I JANEIRO 2017

1. Quando começou a fazer trabalho voluntário na Suíça e onde atua?

Em 1994 entrei como secretária na Associação de Pais de

Alunos da escola suíça, na qual minha filha estudava. Fui também

tesoureira e presidente do Restaurante Escolar. Foram mais ou

menos 6 anos de a�vidades. Nessa época eu estava mais dedicada

à família e foi uma forma de me integrar na nova cidade onde

fomos morar. Mais tarde entrei na Associação Suíça de Enfermagem e na

Fundação para a Promoção dos Cuidados de Enfermagem. Na

primeira eu fui vice‐presidente e na segunda, membro do

Conselho Administra�vo. Em 2007 fiquei conhecendo a Associação Raízes*. Foi meio

por acaso, durante um evento. Um membro do comitê da época

perguntou se eu �nha tempo para ajudar. Eu estava quase

aposentada e achei que seria interessante. Comecei fazendo a

contabilidade e com o tempo fui assumindo muitas outras coisas.

Eu não �nha ideia do volume de trabalho. Hoje atuo como

diretora da Escola de Línguas e sou responsável por toda a parte

administra�va e operacional da Associação.

Ao lado disso, sou membro do comitê de direção da

Associação Suíça para o Tratamento de Feridas, sou tesoureira da

Associação dos Amigos do Museu de Etnografia de Genebra e sou

responsável pela contabilidade do Conselho Brasileiro na Suíça.

2. Nossa, a gente cansa só de ouvir! Qual é sua mo�vação para realizar tantas a�vidades voluntárias?

Como disse, na uma Associação ligada à escola pública foi

forma de integração, pois fiquei conhecendo muitos outros pais e

fiz uma rede de contatos. Nas associações profissionais, foi uma

evolução natural na minha carreira.

Quanto à Raízes, foi uma forma de reforçar os laços com o

Brasil. Minha maior sa�sfação é poder oferecer um pouco do que

eu sei fazer e que possa ser ú�l à nossa comunidade. Ao mesmo

tempo recebi e aprendi muito, desenvolvi outras competências

bem diferentes das que eu �nha como enfermeira. O contato com as pessoas também é mo�vador: Conheci

muita gente nesses anos todos. No meu círculo de amigos, 80%

são pessoas que conheci através das associações.

3. Quais são os maiores desafios que enfrentam no momento as associações onde você atua?

Na Raízes enfrentamos sempre a questão da incerteza em

relação ao futuro, especialmente em termos de financiamento.

Seria importante perenizar a associação. Uma das formas seria

conseguir entrar no programa oficial do Sistema Escolar Suíço.

4. Qual é sua mensagem para os leitores?

O trabalho voluntário não é um sacri�cio, não é nada de

excepcional. Se eu gosto de fazer alguma coisa, seria uma pena

não u�lizar essa capacidade de forma ú�l. Se eu tenho tempo,

posso doar um pouco aos outros. O que se recebe é muito mais do que aquilo que se dá. Além

disso, amplia o número de contatos e os horizontes. O trabalho

voluntário faz parte da minha vida.

*A Associação Raízes para a Língua e a Cultura Brasileira oferece cursos

de português como língua de herança, além de outros cursos, e realiza

várias a�vidades culturais. Confirma mais no site: h�p://raizes.ch/

Bate-papo com Magnólia Vigny

Nesta edição da Linha Direta

fomos conversar com

Magnólia Vigny, voluntária

do Conselho Brasileiro

na Suíça e da Associação

Raízes, em Genebra.

Pode‐se dizer que ela é uma

perita em trabalho associa�vo!

Entrevista à Irene Zwetsch

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JANEIRO 2017 I 21PERFIL ASSOCIATIVO

Casa do Brasil atende a comunidade brasileira em Londres

LD: O que é a Casa do Brasil de Londres e quando

foi fundada?

CM: A Casa do Brasil em Londres é um centro comunitário em

forma de associação assistencial. Ela foi fundada em

01/09/2009, após minha saída da primeira associação

assistencial, que criei em 2006 com apoio da Embaixada do

Brasil em Londres.

LD: Como funciona e quais são os

obje�vos/serviços prestados por ela?

CM: A Casa do Brasil em Londres oferece vários serviços

gratuitos para a comunidade, incluindo aconselhamento legal

(imigração e outras áreas), psicólogos, assistência social,

auxílio com formulários e bene�cios sociais, intérpretes,

auxílio com imposto de renda para autônomos, programa de

retorno voluntário (passagens para o Brasil), etc.

Os associados pagam taxa anual de 40.00 libras. As consultas,

bem como o atendimento na recepção, são totalmente

gratuitas.

LD: Qual é o público alvo/ quem procura

a Casa do Brasil?

CM: A grande maioria são pessoas em busca da regularização

migratória, mas há um grande fluxo também para os outros

serviços que prestamos, inclusive o de aconselhamento

psicológico.

LD: Quantas pessoas estão envolvidas no trabalho?

CM: São duas pessoas fixas e mais de 15 voluntários de todas

áreas.

LD: Quais as perspec�vas e planos

futuros da associação?

CM: Com o grande aumento de associados, já quase 7000,

implantamos o Centro Brasileiro, para promover a integração

da comunidade, por meio de eventos gratuitos e reuniões de

grupos profissionais.

LD: Como se pode fazer contato com a associação?

CM: A Casa do Brasil em Londres está localizada em Kilburn, 64‐

66 Willesden Lane, London, NW6 7SX. Pode ser contatada pelo

telefone 020 7328 7988. A Associação também está no

Facebook: casadobrasiluk

Para o Perfil Associa�vo desta edição

fomos conversar com Carlos Mellinger,

presidente da Casa do Brasil em Londres,

para saber um pouco mais sobre

o trabalho desenvolvido na associação.

Ann Moeler e Carlos Mellinger

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BRASIL INFOS22 I JANEIRO 2017

A Associação Cultural Brasil Infos encerrou seu

ano de eventos com um jantar musical em

Berna no sábado, 19 de novembro de 2016. Ao

som do Trio “Dois a Um, 100% Brasil”, foi

servido um jantar com quatro pratos e um

aperi�vo. Um total de 30 pessoas pres�giaram

o evento cultural de primeira qualidade,

realizado nas dependências da Paróquia St.

Marien no bairro de Breitenrain, em Berna.

O Trio “Dois a um, 100% Brasil” é composto por Oliver

Pellet, Lino e Rodrigo Bo�er Maio. Cordas, acordeão e sopro

acompanharam os presentes numa noite musical singular e

carismá�ca. Vale lembrar que Lino Bo�er Maio, com seus apenas

14 anos, já vivencia aparições musicais de porte internacional.

Mais informações: h�p://www.bo�ermaio.ch

A Associação Cultural Brasil Infos encerrou assim seu

primeiro ano de eventos: carnaval, brunch, Festa Junina, Festa de

7 de setembro, Curso de Desenvolvimento Profissional, duas

visitas ao Parlamento e um inesquecível jantar de natal musical.

Em 2017 vamos con�nuar com nossas a�vidades. Fiquem atentos

ao mês de março: lançamento de livro, curso sobre aplica�vos de

telefones celulares, Coral Canta Brasil e Palestra do Consulado de

Zurique. Não percam! Inscrevam‐se para receber nossos bole�ns

informa�vos e nossas newsle�ers: h�p://www.brasilianisch.ch

Nós, Luciene Jutzi e Deborah Biermann, gostaríamos de agradecer

Por Deborah Maristela Biermann

Jantar musical marca a última atividade da Brasil Infos em 2016

o imenso apoio que recebemos de nossos patrocinadores

KKosme�c (h�p://www.k‐kosme�k.com), Isabella Baumgartner

(h�p://www.isabel labaumgartner.com), Cake Secret

(h�ps://www.facebook.com/CakeSecretGmbH), Casa Bahiana

(h�p://www.casa‐bahiana.ch), Karine Habbegger (079 772 05 72),

ao Conselho Brasileiro da Suíça (h�p://www.conselho‐

brasileiro.ch) e a Irene Zwetsch, bem como pelo apoio de nossos

sócios! Um agradecimento especial segue para Armin Biermann

(h�p://www.biermann.ch), que fotografa nossos eventos e

disponibiliza as fotos gratuitamente

(h�ps://www.flickr.com/photos). Muito obrigada a todos!

"Desejamos a todos um 2017

repleto de sonhos e planos realizados."

Entre os participantes estavam o casal von Rotz, Irene Zwetsch

e Rubens Zischler a partir da esquerda

Isabella Biermann, Katia Wohlhauser e Karina Oliveira Habegger

A partir da esquerda: Oliver Pellet, Lino e Rodrigo Botter Maio

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JANEIRO 2017 I 23ENTREVISTA

LD: Prezado Embaixador, o senhor acabou de

assumir a Chefia de Posto no Consulado‐Geral de Zurique.

O senhor gostaria de se apresentar à comunidade

brasileira da sua jurisdição?AG: Com sa�sfação assumi a chefia do Consulado‐

Geral do Brasil em Zurique. Sinto‐me à vontade para

trabalhar na área consular, em razão da experiência que

adquiri no Consulado do Brasil em Roterdã, onde fui Cônsul‐

Geral por 5 anos. Na Holanda, trabalhei em conjunto com a

comunidade brasileira local, interação que me permi�u

alcançar uma significa�va melhoria dos serviços

consulares.LD: Em relação ao trabalho no Consulado, quais são

suas prioridades?AG: Elencaria três principais prioridades: manter as

portas do Consulado‐Geral abertas à nossa comunidade;

discu�r e apoiar inicia�vas que possam beneficiar os/as

brasileiros/as desta jurisdição direta ou indiretamente; e

velar para que os serviços consulares con�nuem atendendo

às justas expecta�vas de nossos concidadãos.LD: Quais são os desafios que o senhor já

iden�ficou em Zurique?AG: Pretendo envidar esforços para que o

atendimento consular ocorra de forma mais rápida e

eficiente; nossa comunidade aprofunde seu conhecimento

sobre direitos e deveres; e seja ampliado o alcance do setor

Novo Cônsul-Geral do Brasil em Zurique

visa aproximar o Consulado

da comunidade

de assistência a brasileiros/as.LD: Como o senhor pensa em trabalhar com os

grupos e associações brasileiras existentes na Suíça?AG: Pretendo promover reuniões periódicas com

grupos e associações de brasileiros/as, com o intuito

principal de iden�ficar plataformas de atuação conjunta, em

bene�cio da nossa comunidade. LD: Recebemos a informação de que será lançado

em breve um Guia sobre como empreender na Suíça. O

senhor poderia nos dar mais informações a respeito?AG: Trata‐se de inicia�va colhida nos debates que

ocorreram por ocasião da 5ª edição da Conferência

Brasileiros no Mundo, em maio de 2016. O Guia tem a

pretensão de figurar como manual básico para

empreendedores brasileiros, sobretudo microempresários,

que optem por exercer a�vidade profissional nos cantões de

expressão alemã e italiana da Suíça. Aliás, sou muito grato

aos aportes que diversos membros da comunidade fizeram

ao Guia. LD: Que mensagem o senhor gostaria de deixar para

os nossos leitores?AG: Gostaria que os brasileiros guardassem a

seguinte mensagem: de que eu e meus colaboradores nos

esforçaremos para que todo/a brasileiro/a recebido no

Consulado‐Geral em Zurique seja tratado com o merecido

respeito, cordialidade e atenção.

Por Irene Zwetsch

Em entrevista exclusiva à Linha Direta, o Embaixador Alexandre

Ruben Milito Gueiros fala sobre sua experiência consular

e suas prioridades à frente do Posto Consular de Zurique.

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O Vietnam tem uma cultura milenar e possui uma das

mais ricas e complexas formações étnicas do sudeste asiá�co. São

54 grupos étnicos, de diferentes origens, cada um com sua

iden�dade cultural, seu vestuário tradicional e sua língua ou

dialeto, embora o vietnamita ‐ o “Tiếng Việt” ‐ seja a língua

oficial. Os “Kinh” ou “Viets” são a etnia predominante,

cons�tuindo quase 90% da população. A base da cultura

vietnamita repousa na tradição folclórica, rica em mitos, lendas,

crenças e tradições. Em território um pouco menor do que o

estado do Maranhão (331.210 km2), vivem 93,4 milhões de

habitantes, dos quais cerca de 70%, no campo. Eles contribuem

para que o Vietnam ocupe o primeiro lugar no mundo em

produção de pimenta; o segundo, em produção de café, logo

depois do Brasil (é o primeiro exportador mundial); o terceiro, em

produção de arroz e o sexto, em produção de chá. Com mão de

obra mais barata do que a China, empresas estão se transferindo

para o Vietnam, mudando o perfil econômico do país. Os

inves�mentos das mul�nacionais, sobretudo na área de

eletrônicos, con�nuam a crescer.

Quando se chega a Hanói, a cidade surpreende. Os

traços da colonização francesa, presentes nos edi�cios públicos e

nas elegantes mansões, convivem com uma atmosfera de

crescente modernidade. As muitas invasões sofridas pelo

Vietnam deixaram um rico legado de influências arquitetônicas.

Predomina em Hanói um trânsito caó�co. Milhares de

vespas, lambretas e motos disputam espaço com um número

cada vez maior de carros de luxo. O ruído é ensurdecedor, pois a

maioria dos vietnamitas dirige com a mão na buzina. Impressiona

a capacidade dessas motos, que transportam famílias inteiras, às

vezes cinco pessoas, ou cargas enormes e diversificadas. Quase

sem semáforos, atravessar uma rua em Hanói ou em outras

grandes cidades do Vietnam é um desafio que já se tornou atração

turís�ca. O segredo é olhar para a frente e caminhar lentamente,

sempre no mesmo ritmo, para que o motorista possa calcular os

movimentos e desviar do transeunte. Na calçada, comerciantes

de flores em bicicletas e vendedoras mais idosas de frutas e

legumes, com chapéu cônico �pico e duas cestas penduradas,

dividem o espaço com jovens de minissaia, portando uma cópia

de uma bolsa de grife.

Chamam a atenção o comércio efervescente nos

mercados locais e nas bancas de camelôs ao lado de grandes

shoppings e lojas de es�listas famosos, bem como os restaurantes

caros convivendo com o consumo de comida preparada na rua. A

comida vietnamita mistura sabores variados. Ingredientes como o

amendoim, o tomate, as ervas e especiarias, além do pão

baguete, foram herdados da França; o gosto pela pimenta, da

Tailândia. Há também restaurantes especializados em pratos

exó�cos, como carne de cachorro, de rato, de sapo, de cobra, de

passarinho e até de inseto, que poucos estrangeiros se aventuram

a frequentar.

Mistura de religiões

O país, que foi declarado ateísta pelo governo marxista‐

leninista, desfruta desde 1986 de uma maior liberdade de

religião. Hoje existem muitos templos, santuários e pagodes, que

espelham a diversidade religiosa: são budistas (80% da

população), confucionistas, taoístas, animistas e cultos aos

antepassados e aos heróis da pátria divinizados. Há ainda a

influência do cris�anismo, sobretudo da Igreja Católica e, em

menor escala, de seguidores do protestan�smo. Todas as religiões

são toleradas, desde que não contestem a primazia do Par�do

Comunista. A sociedade vietnamita é tradicionalmente

hierárquica e patriarcal. A família e os deveres filiais cons�tuem as

maiores virtudes. Atribui‐se grande importância ao casamento e a

ter um filho homem, a quem caberá cuidar dos pais quando

VIAJANDO PELO MUNDO26 I JANEIRO 2017

Um olhar sobre o Vietnam

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JANEIRO 2017 I 27VIAJANDO PELO MUNDO

envelhecerem. Os idosos são respeitados e a longevidade

celebrada pela família. A educação é incen�vada e muito prezada.

O papel da mulher evoluiu nos úl�mos anos. Hoje, as mulheres

possuem direitos polí�cos equiparados aos dos homens, embora

sejam ainda responsáveis pela vida domés�ca.

O povo vietnamita cul�va muitas supers�ções. Para o

casamento, por exemplo, o dia e o horário das bodas é escolhido

por um oráculo, a pedido dos pais. Se morre um parente no ano

previsto para o casamento, a cerimônia é transferida para o ano

seguinte, para evitar má sorte. No passado, as grávidas não

podiam ser tocadas e, após o parto, não eram visitadas durante

um mês para evitar a influência de espíritos do mal. Os

vietnamitas também não gostavam que se colocasse a mão na

cabeça das crianças ou que elas fossem afagadas e admiradas.

Eles acreditavam que o gesto era de mau agouro e poderia

despertar a inveja de espíritos do mal. As novas gerações já não

acreditam mais em muitas dessas supers�ções.

Outras tradições sobrevivem, como a da cerimônia de

casamento, a da celebração de longevidade e os festejos que

marcam a construção, reforma ou renovação de uma casa. Os

funerais são muito solenes. Durante a cerimônia a família

enlutada usa turbantes e túnicas de gaze branca. O período de

luto é de dois anos.

Calendário Lunar

Enquanto a maioria dos países aderiu ao calendário

europeu gregoriano, no Vietnam se adota o calendário lunar,

cujos meses têm apenas 29 dias e meio. Por isso, as festas solares

não têm data fixa. Os feriados civis seguem o calendário ocidental

e estão geralmente associados à história revolucionária recente

do país. Nos úl�mos 30 anos, com a liberalização da economia e

da vida social, muitos festejos tradicionais foram reavivados.

O “Tết Nguyên Đán” (Fes�val do Primeiro Dia) é a festa

mais importante do calendário lunar e assinala a chegada do ano

novo. É uma festa familiar e sua tradição é levada a sério. De

acordo com as crenças locais, tudo o que ocorrer no início do ano

marcará a vida do indivíduo durante todo o ano.

O período mais remoto da história do Vietnam está

dominado por lendas. Segundo elas, os vietnamitas são fruto do

casamento entre um rei ‐ dragão, Lạc Long Quân, e um espírito

celes�al feminino, Âu Cơ, que lhe deu cem filhos. Lạc Long Quân

enviou a esposa com 50 filhos para as montanhas, tendo ele

permanecido junto ao mar com os outros 50 filhos. Essa seria a

origem da divisão entre os vietnamitas que habitam as terras altas

e os da costa, fixados no delta do rio Vermelho. O filho mais velho,

Hùng Vương, se tornou o rei dos Kinh ou Viets e inaugurou a

dinas�a lendária dos reis Hung que, segundo acreditam,

dominaram o país por 150 anos. Essa lenda faz parte do repertório

do Teatro Aquá�co de Hanói, que floresceu com a indústria do

turismo. As demais formas de teatro enfrentam a concorrência da

televisão: Quase todo vietnamita assis�u novelas da Globo.

“Escrava Isaura” e “Sinhá Moça” estão entre as preferidas.

*Vitória Alice Cleaver é diplomata e foi Cônsul‐geral do Brasil em

Zurique até 2011, assumindo depois a Embaixada do Brasil em Hanói, Vietnam.

(Adaptação do texto original por Irene Zwetsch.)

Brasileiros no Vietnam

A comunidade brasileira no país se concentra em Hanói e Ho Chi Minh e está calculada em cerca de 36 indivíduos, incluindo jogadores de futebol que atuam no país. Alguns desses jogadores moram no Vietnam há vários anos e têm a dupla cidadania.O Vietnam também se tornou um ponto de atração para turistas brasileiros, que têm como principais des�nos Hanói e Ho Chi Minh, os maiores centros urbanos. Hue, an�ga capital do país e centro importante do Budismo no país, também é ponto de atração. Para entrar no Vietnam, os brasileiros necessitam de visto, que pode ser solicitado e ob�do junto às representações diplomá�cas vietnamitas no exterior. Também é possível solicitar e obter o visto de entrada por meio dos serviços terceirizados de agências de turismo conveniadas. É importante lembrar que a concessão de visto é ato soberano de cada país e que a Embaixada do Brasil em Hanói não pode interferir nos procedimentos internos do Governo vietnamita.

Veja detalhes de como se preparar para visitar o Vietnam no site da Embaixada do Brasil em Hanói: h�p://hanoi.itamaraty.gov.br/

(Pesquisa da redação)

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Precisando de informações?

• Declaração de saída definitiva no Brasil

• Contato telefônico com serviços suíços

• Leitura de cartas e documentos

• Preenchimento de formulários (exceto os de cunho contábil)

• Casamento / divórcio / vistos / permissões de residência

• Regularização da documentação brasileira

• Encaminhamento a outros postos / profissionais*

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