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Brasília, 05 de janeiro de 2015 às 15h40 Seleção de Notícias CNI NEGÓCIOS INTERNACIONAIS CLIPPING NACIONAL

Brasília, 05 de janeiro de 2015 às 15h40 Seleção de ...60027].pdf · A expectativa é que o setor tenha um primeiro se- ... 05 de janeiro de 2015 Valor Econômico. Temas de Interesse

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Brasília, 05 de janeiro de 2015 às 15h40Seleção de Notícias

CNINEGÓCIOS INTERNACIONAIS

CLIPPING NACIONAL

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Valor Econômico | BRTemas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Indústria de cerveja prevê um primeiro semestre difícil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3EMPRESAS

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Pelo terceiro ano seguido, publicidade cresce pouco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5EMPRESAS

Temas de Interesse | Indústria

Ajuste impõe ritmo menor a avanço da inovação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7ESPECIAL

Temas de Interesse | Infraestrutura

Sinais de melhora nos 'caminhos da cana' . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11AGRONEGÓCIOS

O Estado de S. Paulo | BRTemas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Nova regra estimula avião nacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13ECONOMIA

Folha de S. Paulo | BRTemas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Pequenas empresas garantem criação de vagas pelo terceiro ano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14MERCADO

Brasil Econômico | BRTemas de Interesse | Comércio Internacional

Receitas de exportação de níquel, nióbio e cobre em alta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16BRASIL

Temas de Interesse | Competitividade

Fatores como impostos adiam entrada de algumas empresas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18EMPRESAS

Correio Braziliense | BRCNI

Mínimo terá ganho de R$ 1,11 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19POLÍTICA

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Indústria de cerveja prevê um primeiro semestredifícil EMPRESAS

Bebidas Em dezembro, quando a produção encolheu5,2% em relação a igual mês de 2013, preços foramreajustados

Por Cibelle Bouças | De São Paulo Em 2014 a pro-dução de cerveja cresceu 4,3%, totalizando 14,05 bi-lhões de litros - setor esperava aumento de 5,1%

Fabricantes de cervejas esperam dificuldades no pri-meiro semestre de 2015, com a necessidade de rea-justar preços dos produtos devido ao impacto doaumento da carga tributária. Mas o consumidor estásensível a novos reajustes.

A partir deste mês de janeiro, começa a valer o novomodelo de tributação de bebidas frias, que inclui ossegmentos de cerveja, água, refrigerantes, ener-géticos e isotônicos. O novo modelo aumenta a cargado setor em 10% neste ano.

Paulo Petroni, diretor executivo da Associação Bra-sileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil), esperaumprimeirosemestre difícil, principalmente em fun-ção do cenário macroeconômico. Fatores como in-flação alta e crescimento mais fraco da renda dasfamílias se mantêm em 2015, dificultando um cres-cimento mais forte do setor, à medida que asindústrias reajustam os preços da cerveja.

"O cenário aponta para um 2015 mais difícil em queempresas de todos os segmentos deverão fazer umagestão muito mais apurada de custos", disse. A Cer-vBrasil prevê para o ano de 2015 uma produção es-tável em relação ao volume fabricado em 2014.

A Fitch Ratings informou em relatório que prevêprodução estável em toda a América Latina nesteano, em função de um ambiente de consumo fraco eaumento da carga tributária sobre o setor.

Na avaliação de analistas, as vendas de cerveja nesteverão (medido entre dezembro de 2014 e fevereiro de2015) tendem a ser mais fracas que no verão do anopassado.

No mês de dezembro, a produção de cerveja atingiu1,405 bilhão de litros, o que representou uma quedade 5,2% em relação ao mesmo período de 2013, deacordo com levantamento preliminar do Sistema deControle de Produção de Bebidas (Sicobe), da Re-ceita Federal. Em comparação a novembro, houveum avanço de 7,3%.

No ano de 2014 a produção de cerveja cresceu 4,3%,totalizando 14,05 bilhões de litros. O resultado noano ficou abaixo da expectativa da CervBrasil, queprojetava para o ano um crescimento de 5,1%. Noquarto trimestre, a produção teve queda de 1,9% nacomparação anual, e somou 3,95 bilhões de litros,também abaixo da projeção do Sicobe, que estimavapara o último trimestre do ano um incremento na pro-dução de 2,2%.

De acordo com um levantamento feito por analistasdo Bank of America Merril Lynch, fabricantes decerveja aumentaramos preçosno fim de2014.A Am-bev, a maior do país, reajustou suas cervejas em cercade10%. De acordo com o banco, grande parte dos ba-

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Continuação: Indústria de cerveja prevê um primeiro semestre difícil

res e supermercados ainda não repassou essa alta, de-vido à sensibilidade dos consumidores em relaçãoaos preços. A inflação de cerveja consumida fora dolar acumula alta de 8,08% de janeiro a novembro, se-gundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IP-CA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística (IBGE). O IPCA subiu 5,58% no mesmoperíodo.

A partir deste mês de janeiro, as alíquotas das con-tribuições que incidem sobre a fabricação e im-portação de bebidas frias, serão de 2,32% para oPIS/Pasep e de 10,68% para o Cofins. No caso dasvendas feitas na distribuidora atacadista, a alíquota éreduzida, de 1,86% para o PIS/Pasep e de 8,54% paraa Cofins. Com isso, será gerado um crédito tributáriopara a distribuidora equivalente ao valor pago na in-

dústria, ressarcindo o valor pago pelo atacadista e re-sultando em uma carga de 10,4% sobre toda a cadeianas duas contribuições. O recolhimento de IPI, porsua vez, será feito apenas na produção, com a co-brança de 6% sobre cervejas e de 4% para outras be-bidas.

Além do aumento da carga tributária, pesa sobre o se-tor a desvalorização do real frente ao dólar, que ele-vou os custos da produção de cerveja. Atualmente,entre 30% e 40% dos insumos usados na produção decerveja são importados.

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Pelo terceiro ano seguido, publicidade cresce pouco EMPRESAS

Cenário Agências estimam expansão de 1,5% em2014 e taxa similar em 2015

Por Adriana Mattos | De São Paulo Alexandre Ga-ma, presidente da Neogama/BBH: ?Mercado ficouestagnado?

Pelo terceiro anoconsecutivo,o mercadopublicitáriodeve crescer um dígito. Para 2014, calcula-se cres-cimento real de, no máximo, 1,5%, com base nas es-timativas de fechamento do período da AssociaçãoBrasileira de Agências de Publicidade (Abap). Para2015, a previsão é repetir a taxa de crescimento doano passado.

Agências de publicidade consultadas pelo Valoridentificam, desde o segundo semestre do ano pas-sado, após términodaCopado Mundo, redução de in-vestimentos em comunicação. Os clientes vêmcortando despesas nos últimos meses, refletindo apiora no cenário econômico. "Comunicação con-tinua a entrar na linha de despesas a serem cortadas

quando o anunciante decide rever orçamento emanos mais difíceis", diz um diretor de uma agênciapaulista.

De acordo com a Abap, a estimativa é de aumento no-minal de 6% a 8% em compra de espaço publicitárioem 2014. Segundo o Projeto Inter-Meios, iniciativado Grupo Meio & Mensagem, o mercado deve termovimentado R$ 32,2 bilhões. Ao se descontar o IP-CA (inflação medida pelo IBGE), a alta seria de, nomáximo, 1,5% no ano passado.

Entre 2011 e 2014, recente período de baixo cres-cimento do setor (a última expansão de dois dígitosfoi em 2010, de 17,7%) a expansão nominal médianos investimentos foi de 7,3%, considerando-se 8%para 2014.

"Foi umano em que o mercado ficou estagnado. Des-ta vez, o setornãoconseguiu se descolar do PIB [Pro-duto Interno Bruto] fraco", diz Alexandre Gama,presidente da Neogama/BBH.

Atésetembro, o investimento em publicidade teve al-ta nominal de 9,7%, segundo o Projeto Inter-Meios,com retração em jornais (-9,2%), revistas (-15,3%) einternet (-7%). A TV aberta cresceu 14%.

"Até a Copa do Mundo, o crescimento [do in-vestimento dos anunciantes] foi de 18%, mas depoiso mercado foi desacelerando, o cenário eleitoral seinstalou e perdemos o vigor", disse Orlando Mar-ques, presidente da Abap. "A base de comparaçãomais forte do primeiro semestre de 2014 e o ambienteeconômico ainda difícil deve afetaro desempenho daprimeira metade de 2015".

A expectativa é que o setor tenha um primeiro se-mestre fraco em 2015 erecupereparte do ritmo deex-pansão na segunda metade do ano - especialmente noúltimotrimestre. Até lá, o quetem sido discutido éum

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Continuação: Pelo terceiro ano seguido, publicidade cresce pouco

aprofundamento de medidas de revisão de or-çamentos e de custos nas agências.

"Clientes têm olhado ainda mais para dentro de suasempresas e buscado maior eficiência no uso dos re-cursos. Temos que fazer o mesmo no nosso setor",diz Sérgio Amado, presidente do grupo Ogilvy nopaís.

"Nossa ideia não é perder tempo em concorrência eprocessos semchances reais, quenãotêm retorno quefaça sentido. Isso consome tempo, equipe e di-nheiro", diz Amado. Informou que a Olgivy teve re-ceita e lucro acima das metas previstas em 2014, emparte, por conta de compras maiores de espaço pu-blicitário no primeiro semestre, como fizeramMagazine Luiza e Coca-Cola.

Um dos movimentoscomunsno setorem períodosdePIB fraco, é a troca frequente de contas entre agên-

cias - o que acaba levando algumas a apresentar pro-postas de preços mais agressivas aos clientes. Esseambiente, se por um lado pode afetar a rentabilidadedaagência, também pode forçá-la a ser mais eficienteno uso do caixa.

Na Neogama, a receita de 2014 ficou 3% acima dameta prevista em orçamento e o lucro líquido,12,15% acima do estimado. "Foi um ano de re-cuperação de resultados com a entrada das contas dosabão em pó Tixan Ypê, da conta digital da Renault,da Santher e do site InfoJobs. Para 2015, não adiantaficar lamentando muito. Vamos ter que correr mais.Nossa ideia é ficarmos menos dependentes de de-terminadas contas porque, se o desempenho de al-gum setor piorar, compensamos em outras áreas",disse Gama, que também é chefe criativo do grupoBBH.

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Ajuste impõe ritmo menor a avanço da inovação ESPECIAL

Desenvolvimento Brasil ampliou gastos em pes-quisa e tecnologia, mas ainda etsá muito longe dasgrandes potências

Por Vanessa Jurgenfeld | De São Paulo

Ainda que o primeiro governo da presidente DilmaRousseff tenha trazido avanços importantes em po-líticas de crédito ao setor privado para inovação, oBrasil ainda está bem distante dos gastos em pes-quisa e desenvolvimento (P&D) de países de-senvolvidos. Para os economistas ouvidos peloValor, o agravante é que 2015 - ano de ajuste fiscal -não será um período fácil para novas políticas pú-blicas que revigorem esse tipo de investimento e nempara significativas iniciativas do setor privado nestadireção.

"Não háno horizonteperspectivasque indiquemumaampliação desses gastos", diz Fernanda de Negri, di-retora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada(Ipea). Segundo ela, como a economia brasileira nãovem crescendo e a indústria especificamente vem re-duzindo sua participação no PIB, sendo este o prin-cipal setor inovador, é difícil imaginar um aumentoconsistente em P&D no país.

Dados do Ministério da Ciência e Tecnologia mos-tram que o Brasil ampliou de 1,34% do Produto In-terno Bruto (PIB) o investimento em Ciência eTecnologia (C&T), em 2002, para 1,74% do PIB, em2012 (estatísticas mais recentes disponíveis). Ana-lisando apenas recursos para pesquisa e de-senvolvimento (P&D) - o que não inclui, porexemplo, aquilo que é gasto com bolsas de pesquisapara pós-graduação e que são computados no C&T -,o valor chegou a apenas 1,2% do PIB em 2011, se-gundo a principal pesquisa do assunto, a Pintec, que épublicada bianualmente - a mais recente se refere a2011. Como comparação, em 2000, o gasto em P&Dera menor: 1,06% do PIB.

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Continuação: Ajuste impõe ritmo menor a avanço da inovação

Mas os ligeiros avanços dos últimos anos ainda sãoinsuficientes, dizem os pesquisadores. "Tendo emvista o nosso grau de atraso tecnológico, gastamosmuito pouco em C&T", ressalta a professora do Ins-tituto de Economia da Universidade Federal do Riode Janeiro (UFRJ), Lia Hasenclever. "O correto seriaacelerar este gasto tendo em vista a importância quepossui para garantir a competitividade do país e dasempresas", afirma.

Constatação parecida possui o professor Carlos Ar-ruda, da Fundação Dom Cabral, que cita pesquisa doIMD World Competitiveness Center, com 60 países,que mostra que o Brasil ocupa ainda a 33ª posição emgastos com P&D. O país não está tão ruim neste in-dicador quanto em outros dados de competitividademundial, explica, mas ainda é muito pouco o volumegasto em P&D, na avaliação de Arruda.

Enquanto o Brasil chegou a 1,2% do PIB, a média en-tre os 60 países analisados foi de investimentos emP&D de1,6% do PIB. A Coreia, queélíder do rankin-g, investe 4,03% do PIB. Os Estados Unidos apa-recem na 11ª posição, com 2,79% do PIB gasto emP&D. À frente do Brasil ainda estão países como Es-lovênia (2,63% do PIB), Venezuela (2,37% do PIB),Estônia (2,19% do PIB), Cingapura (2,04% do PIB) eHungria (1,30% do PIB), entre outros.

Para o professor da Universidade Federal do ABC(UFABC) Arilson Favareto, hoje é como se o Brasilestivesse numa posição "intermediária" neste pa-norama mundial. "Não somos mais um país que temuma infraestrutura e resultados em produção cien-tífica pífios, incapazes de alimentar o setor produtivocom conhecimentos e inovação. Mas ainda não so-mos uma economia cujo dinamismoeconômico éda-do pelas conexões entre o setor produtivo e o setor deprodução de ciência e tecnologia", disse.

Intermediário, afirma, é o estágio no qual a produçãocientífica influencia a dinâmica produtiva, mas não osuficiente para gerar sinergias que sustentem ciclos

duradouros de crescimento e o fortalecimento do queele chamou de competitividade "não-espúria". Isto é,aquela que não aumenta as desigualdades e que nãogera comprometimento dos recursos naturais. "OBrasil precisa urgentemente acelerar sua transiçãopara o grupo mais destacado", afirma.

Ano em que pesarão as contenções de despesa do go-verno federal e é esperado baixo crescimento do PIB,2015 poderá ser entendido pelos empresários comoumperíodo deampliaçãodos riscos de investimentosem P&D. As investidas nesta área poderão não com-pensar, já que eles comparam esses gastos em re-lação a outras possibilidades de obter retornos, comaplicações de riscos menores, explicam os eco-nomistas. "Ao pensar como um empresário, possoinvestir em uma atividade arriscada [como inovação]ou possoinvestir em simplesmente comprar uma má-quina nova ou frota de caminhões. Se houver uma ta-xa mais barata para aumentar frota, vou investirnaquilo queémais fácil emenosarriscado enuma ati-vidade que não preciso desenvolver tecnologia", dizFernanda, do Ipea.

Parte docrescimento em P&D nos últimosanos écre-ditado às diferentes políticas públicas em vigor. Opaís evoluiu, na visão dos pesquisadores, com algunsmarcos institucionais, como a Lei da Inovação(2004), que basicamente facilita recursos de sub-venção para pesquisas em empresas; a Lei do Bem(2005), voltada a dar incentivos fiscais para quem in-veste em pesquisae inovação,ecom o crédito,apartirdo programa Inova Empresa (2013). Mas os pes-quisadores ressaltam que é preciso ir além.

Fernanda afirma que um dos principais problemas éque não há uma direção convergente da política in-dustrial com a política tecnológica. "Há uma políticatecnológica de promoção de atividades mais in-tensivas em tecnologia e há, por outro lado, umapolítica industrial que aponta em direção oposta",acredita Fernanda. Ela explica que as desoneraçõestributárias da política industrial atualmente em vi-

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Continuação: Ajuste impõe ritmo menor a avanço da inovação

gor não são voltadas principalmente para in-vestimentos em tecnologia. Houve desonerações,por exemplo, para folha de pagamentos. Cita aindaque incentivos voltados à compra de bens de capital,como os do Programa de Sustentação do In-vestimento (PSI), chegaram a ter taxas de juros me-nores para quem adquire esses itens (ou seja,tecnologia já desenvolvida) do que para quem in-vestisse em inovação e que teria que desenvolvernovas tecnologias.

Além de um volume de recursos destinados a P&Dinadequado, os pesquisadores ressaltam que o paísprecisa também ter um ambiente macroeconômico ede negócios mais apropriado. Isso incluiria um nívelde crescimento econômico maior, capaz de dar maisconfiança para os empresários, e, além disso, umamelhor operacionalização dos mecanismos ins-titucionais já criados. "Infelizmente, as coisas nãoevoluíram como era de se esperar", ressalta Lia, daUFRJ. Por um lado, há dificuldades de ope-racionalização destas leis já existentes. E, por outrolado, diz Lia, houve contingenciamento dos fundossetoriais (criados em 1999 e voltados à inovação)"devidos à necessidade de preservar o superávit pri-mário".

Entre os principais "gargalos" os pesquisadores ci-tam também o fato de que a maior parte do gasto emciência e tecnologia pelo país ainda é feito pelo setorpúblico, mesmo quenos dados mais recentes, este te-nha diminuído sua participação no total. Nas contasde Lia, o setor público responde por 52,3% dessesgastos, enquanto o setor privado, 47,7%. "Houveuma redução do poder público e aumento dos gastosprivados [nos anos mais recentes]. Mas esta melhorafoi ainda muito pequena se comparada com a si-tuação anterior, de 60% público e 40% privado", res-

salta a professora. Ela destaca ainda outro problema:que grande parte dos gastos do setor público é comatividades meio, e não "atividades fim" de C&T. Elacitou como exemplo o pagamento dos salários doCNPq, cuja função primordial é apoiar a atividade enão realizar de fato atividades de C&T.

"Uma diferença marcante entre o Brasil e os paísesmais ricos é que, aqui, boa parte dos gastos e in-vestimentosépuxadopelo setorpúblico, enquanto namaior parte dos paíseseuropeusedos paísesasiáticosmais destacados esse papel é cumprido pela ini-ciativa privada", concorda Favareto. Para ele, há, en-tre outros aspectos, fatores históricos e culturais porparte do empresário do setor privado brasileiro queinibem o avanço do P&D. "Há um empresariadoacostumado a pedir socorro ao Estado que, apesar dehonrosas exceções, muitas vezes prefere recorrer apedidos de desoneração em vez de buscar ganhos decompetitividade via inovações quando há crises",diz.

Embora citem a necessidade de avanços do setor pri-vado, os pesquisadores destacam que é preciso man-ter uma participação importante do setor público.Mas, mais do que isso, o governo deve ter uma es-tratégia mais clara de investimentos de longo prazo,que induza os gastos em inovação do setor privado.

O ex-ministro da Ciência e Tecnologia Clélio Cam-polina Diniz, à frente do cargo durante o último anodo primeiro governo Dilma, concorda que o país in-veste pouco e que é preciso aumentar esse gasto mes-mo em ano de ajuste fiscal. Para ele, um dosprincipais problemas está no pouco avanço do setorprivado. "No mundo desenvolvido em geral, em tor-no de60% a70% do gastoem P&D são feitos pelo se-tor privado. No Brasil é o inverso", destacou o

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Continuação: Ajuste impõe ritmo menor a avanço da inovação

ex-ministro.

Segundo Campolina, épreciso convencimentodo se-tor privado de que mesmo na crise deve-se investirem P&D porque esse tipo de recurso pode inclusiveajudar na recuperação. "Em experiências in-ternacionais, os grandes grupos têm lucidez. Eles sa-bem que em momento de crise, se investirem emP&D, na hora de sair da crise, saem em condições

mais vantajosas". Para ele, no caso do Brasil, essa es-pécie de conscientização do setor privado ainda estásendo criada. "É preciso haver esse esforçopelo setorprivado, porque a crise é momento de reforçar a ino-vação, e não de se afogar na conjuntura".

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Sinais de melhora nos 'caminhos da cana' AGRONEGÓCIOS

Por Fernando Lopes | De São Paulo Fava Neves:apesar da melhora do cenário, processo de "de-puração" vai continuar

Ainda que 2015 tenda a ser marcado pela con-tinuidade de um processo de concentração apro-fundado pela crise dos últimos anos, o segmentosucroalcooleiro tem hoje mais motivos para acre-ditar em dias melhores do que no início de 2014. É oque sinaliza o estudo "Caminhos da Cana", re-cém-concluído pela Markestrat, organização deprojetos e pesquisas com sede em Ribeirão Preto, nointerior paulista.

"Em razão do cenário econômico complicado, o pro-blema do endividamento das usinas deverá se agra-var. O clima continua a ser uma preocupação, mas,mesmo assim, é possível prever o início de uma ten-dência de recuperação do segmento", afirma MarcosFavaNeves, conselheirodaMarkestrat eprofessor ti-tular da FEA/USP. "Essa recuperação, contudo, nãoserá suficiente para evitar a continuidade de uma do-

lorosa depuração", diz.

Fava Neves também ressalva que, para se confirmar,esse cenário menos negativo depende da con-cretização de uma série de medidas e iniciativas queterão de ser adotadas pelos setores público e privado.Ele observa que muitas recomendações consideradasimportantes para uma virada positiva continuarãoapenas no papel. Todavia, enxerga nas que estão emandamento e em promessas que deverão de fato virarrealidade umarcabouço já suficiente para quemuitos"players" comecem a contornar problemas fi-nanceiros.

Na agenda do setorpúblico, o especialistadestacaco-mo fatores positivos praticamente garantidos a voltada cobrança da Cide na gasolina, que confere maiorcompetitividade ao etanol hidratado, e o aumento damistura de etanol anidro no combustível fóssil, dosatuais 25% para 27,5%. Além disso, destaca o inícioda aprovação de legislações que tornam obrigatória adivulgação, nas bombas dos postos, que as emissõesde CO2 do biocombustível são menores. "Isso já es-tá acontecendo em Olímpia [município paulista] evai se espalhar".

Fava Neves realça que as leis ambientais têm sidomais respeitadas do que no passado, o que é bom parao segmento. Ele acredita que haverá mais estímulopara a expansão da cogeração de energia e nota que ogoverno tem fortalecido as linhas de crédito paraáreas agrícolas de cana e irrigação, para as quais a de-manda tem se mostrado aquecida. Já questõescomo amelhoria e a simplificação da legislação trabalhista,do sistema tributário e do judiciário, que tanto po-deriam beneficiar o segmento, dificilmente se tor-narão realidade no curto prazo.

Apesar de o estudo da Markestrat pregar a instituiçãode um programa oficial de recuperação financeira deusinas, produtores de cana e indústrias de base fo-

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Continuação: Sinais de melhora nos 'caminhos da cana'

cadas nesse mercado, Fava Neves também não vêpossibilidades reais de isso acontecer. E o es-pecialista é igualmente pessimista quanto a me-lhorias logísticas, concessõesdesubsídios ou mesmoem relação à evolução de programas de educação ecapacitação.

Na agenda do setor privado, o trabalho, que é focadona região Centro-Sul do país, elege como prioridadesmedidas como o desenvolvimento de renovação emelhoria nos tratos culturais dos canaviais, aumentoda produtividade, melhorias na mecanização, apor-tes em irrigação e em agricultura de precisão, in-tensificação de pesquisas em biotecnologia e emetanol de segunda geração (celulósico), mo-dernização de equipamentos de usinas, avanço nagestão e adoção de melhores estratégias comerciaispara o etanol. E defende o fortalecimento de as-sociações e cooperativas de fornecedores in-dependentes de cana - que, de acordo com FavaNeves, têm de se firmar como "produtores in-tegrados".

"Há muitos agricultores arrendando suas terras esaindo da atividade, seja por causa de en-velhecimento e ausência de sucessores ou em virtudedo aumento de custos, de problemas climáticos ou daqueda dos preços. Mas a tendência é que os pro-dutores integrados organizados ampliem sua par-ticipação no suprimento de cana". De acordo comFava Neves, os próprios produtores estão cada vezmais conscientes de seu papel e sabem que precisamevoluir em algumas frentes.

Nesse sentido, pesquisa da Markestrat captou entre548 produtores independentes quais seriam suas seis"ações primordiais". As respostas que mais apa-receram foram "melhorar minha produção no cam-po", "melhorar a gestão do meu negócio", "aumentarminha cultura associativista", "melhorar minha atua-ção política", "ser ativo na comunicação do setor" e"buscar melhores formasderelacionamento com usi-nas". Nada exatamente novo, mas medidas que setornam mais urgentes a cada dia.

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Nova regra estimula avião nacional ECONOMIA

Em meio à dificuldade de produzir um modelo pró-prio de avião, muitas empresas brasileiras se lan-çaram no mercado montando kits de aviõesimportados. Aspeças vêm separadas eo avião receberegistro nacional. A líder de mercado na venda deaviões de pequeno porte, a Flyer, de Sumaré (SP),tem quase todoseu negócio voltado para amontagemde kits importados.

Essa atividade será proibida. Hoje o avião montado apartir de kits se enquadra numa categoria de cons-trução amadora, que não exige certificação da Agên-cia NacionaldeAviação Civil (Anac). "Esses kitsnãodeveríam ser montados em série. São para cons-trução por pessoas que gostam de montar o próprioavião", disse Roberto Honorato, gerente técnico deprocesso normativo da Anac.

Seguindo essa premissa, a Anac lançou em no-vembro um programa de fomento à certificação deaviões de pequeno porte, batizado de ÍBR 2020. Asfabricantes de kit poderão continuar a vendê-los du-rante o programa, desde que apresentem um projetode avião nacional. "É para garantir o fluxo de caixa natransição do negócio", explica Honorato.

O programa foi estruturado para ajudar as pequenasempresas a certificarem seus produtos até 2020.0processo é caro - só a taxa da Anac para certificaraviões com peso máximo de decolagem de até 5.700kg é de cerca de R$ 900 mil - e exige adequações nosprojetos. Por isso, a maioria das pequenas fa-bricantes não tem aviões certificados pela Anac. Paraevitar a quebradeira das empresas com a imposiçãoda regra de um dia para o outro, a Anac estruturou oprograma em etapas até 2020.

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Folha de S. Paulo

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Pequenas empresas garantem criação de vagas peloterceiro ano

MERCADO

EstudodaFGV mostra ageraçãode794 mil postos detrabalho de janeiro a novembro de 2014

Já as companhias de médio e grande portes fecharam112 mil vagas no país no mesmo período do ano pas-sado

"As políticas macroeconômicas só enxergam osgrandes recolhedores de tributos. Por isso, levam osbenefícios. O restante é o freguês ruimGuilhermeAFIFministro dasecretaria daMicroePequena Em-presa do governo federal

As micro e pequenas empresas garantiram, pelo ter-ceiro ano consecutivo, o saldo positivo de criação devagasdo país.O ritmo degeraçãodeempregos, no en-tanto, vem diminuindo até nesse segmento.

Segundo estudo da FGV Projetos em parceria com oSebrae, as micro e pequenas empresas abriram 794mil postos até novembro. Esse número deve cair coma inclusão de dezembro, já que o setor privado his-toricamente demite trabalhadores temporários nofim do ano.

Apesar do desempenho ainda positivo, o resultado

deve ser o menor desde ao menos 2004. Em 2013, asmicro e pequenas empresas geraram 840 mil vagas.

No auge, em 2010, as companhias de pequeno porte,que respondem por 95% das empresas do país, cria-ram 1,58 milhão de empregos.

Nas grandes e médias empresas, a situação é muitopior. Até novembro, mais de 112 mil postos de tra-balho foram fechados, aponta o levantamento, queutiliza os dados do Caged (Cadastro Geral de Em-pregados e Desempregados).

É quase três vezes o número de vagas que foram cor-tadas em 2009 por esse grupo decompanhiasem con-sequência da crise global.

As grandes e médias empresas vem fechando postosde trabalho durante praticamente todo o primeiromandato da presidente Dilma Rousseff. De 2012 pa-ra cá, quase 270 mil ocupações foram extintas.

Um exemplo é a siderúrgica Gerdau. A empresa, quesofre com a queda das vendas, demitiu cerca de 400funcionários nos últimos seis meses, ao paralisar uni-dades no interior de São Paulo, no Paraná e na Bahia.

RAZÕES

As micro e pequenas empresas ainda conseguem ge-rar postos de trabalho porque sua receita está au-mentando. Enquanto o número de companhias depequeno porte subiu 21% entre 2009 e 2013, o fa-turamento teve alta de 60% no período.

Isso fez com que elas crescessem em ritmo superiorao da economia brasileira. "No subterrâneo da eco-nomia, estamos com um crescimento chinês", dizGuilhermeAfif, ministro daSecretaria daMicroePe-

05 de janeiro de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Folha de S. Paulo

cni.empauta.com pg.15

Continuação: Pequenas empresas garantem criação de vagas pelo terceiro ano

quena Empresa do governo federal.

Os dados compõem a proposta de reformulação dasregras do Simples Nacional, o sistema de tributaçãodas micro e pequenas empresas.

"As políticas macroeconômicas só enxergam os

grandes, até porque são os maiores recolhedores detributos. Por isso, levam o quinhão dos benefícios. Orestante é o freguês ruim. É o que dá trabalho", afirmao ministro.

RENATA AGOSTINI DE BRASÍLIA

05 de janeiro de 2015Temas de Interesse | Comércio Internacional

Brasil Econômico

cni.empauta.com pg.16

Receitas de exportação de níquel, nióbio e cobre emalta BRASIL

Na contramão do minério de ferro, com queda de pre-ço de 46%, vendas de outras commodities disparam

Patrycia Monteiro Rizzotto

Na contramão dos minérios de ferro que registraramqueda de receita na pauta das exportações brasileiraseste ano, as vendas externas de ferronióbiol, fer-ro-níquel e de cobre registraram alta no período entrejaneiro e novembro de 2014 - segundo dados do Mi-nistério do Desenvolvimento, Indústria e ComércioExterior (Mdic).

Entre os três minérios, o que detém a maior alta acu-mulada no ano é o ferroniquel, cuja receita aumentou117,64% em relação ao mesmo período de 2013, fa-turando US$ 671,6 milhões. "O preço do fer-ro-níquel aumentou muito ao longo do ano porque aIndonésia, umdos maiores produtoresmundiais, sus-pendeu suas exportações, favorecendo o Brasil, quedetém grandes empresas exportadoras do minério",afirmaDaniel Ricica, diretor daKPMG no Brasil, ex-plicando que as maiores consumidoras da com-modity são as siderúrgicas.

De acordo com o executivo, em dezembro de 2013 acotação da tonelada de ferro-níquel estava em US$14 mil por tonelada. Em julho deste ano chegou aUS$ 22 mil, recuando para o patamar atual médio deUS$ 16 mil. "Mas as perspectivas é de uma nova altade preços em 2015, já que pode haver um déficit deoferta no mercado internacional", frisa, men-cionando que a Vale é uma das maiores exportadorasbrasileiras do produto e consolidou sua posição de li-derança depois da entrada em operação da unidade deexploração Onça Puma, localizada nos municípiosde Ourilândia do Norte, Tucumã e Parauapebas, to-dos no Pará, com capacidade produtiva anual de 220mil toneladas de ferro-níquel. A Anglo American e a

05 de janeiro de 2015Temas de Interesse | Comércio Internacional

Brasil Econômico

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Continuação: Receitas de exportação de níquel, nióbio e cobre em alta

Votorantim também exportam o minério.

Dados do Mdicapontamqueos principaispaísescon-sumidores do níquel brasileiro foram a Holanda, queadquiriu 26,1 mil toneladas do produto, seguida porChina, com 24,1 mil toneladas; Itália, com 21,1 miltoneladas; e Finlândia, com 20,6 mil toneladas.

Ricica explica que a alta de 10,98% acumulada peloferronióbio nos onze meses do ano se deve ao con-trole de preços estabelecido pelo Brasil, que detém98% do mercadomundial, seguidopelo Canadá, com2%.. O minério acumulou receita de US$ 1,6 bilhãoaté novembro, contra ummontante deUS$1,4 bilhãono ano passado. "A demanda mundial por fer-ronióbio vem crescendo porque ele agrega qua-lidades de resistência à produção de aço. Amatéria-prima tem diversos fins industriais, assimcomo o ferro-níquel". O ferronióbio é prin-cipalmente utilizado na produção de ligas de aço dealta resistência, com aplicações nas indústrias deconstrução civil, metalmecânica, aeroespacial, na-val, automobilística e nuclear. A maior produtoramundial de nióbio é a Companhia Brasileira de Me-talurgia e Mineração (CBMM), que detém reservaem Araxá (MG).

Segundo o especialista da KPMG, o cobre, que acu-mulou altadereceita de10,6% no período dejaneiroanovembro deste ano, em relação ao mesmo períodode 2013, atingindo US$ 1,2 bilhão em 11 meses, temboas perspectivas para 2015. "É que não há novosprojetos de exploração no curto prazo e o cres-cimento de demanda no próximo ano é de pelo menos3%", explica, mencionando que o mercado prevê umdéficit significativo de cobre nos próximos anos.

Diante do excesso de oferta de minério de ferro, cujopreço despencou 46% ao longo ano, atingindo pa-tamar de preços semelhante ao período da crise fi-

nanceira mundial - com tonelada cotada em cerca deUS$ 60 - algumas gigantes do mercado, como a BHPBilliton, já anunciaram redirecionamento de foco pa-raaprodução decobre, deolhonuma expansão dede-manda chinesa.

"Estamos propensos a investir muito mais em cobredo que em minério de ferro. Esperamos que o cres-cimento da demanda por cobre da China seja mais rá-pido do que a elevação da demanda por aço, à medidaque a China se aproxima de uma fase de consumo eusa muito mais eletricidade", afirmou AndrewMackenzie, CEO da BHP Billiton em recente en-trevista.

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O preço do ferro-níquel aumentou muito ao longo doano porque a Indonésia, um dos maiores produtores,suspendeu suas exportações, o que favoreceu ex-portadoras brasileiras "

Daniel Ricica Diretor da KPMG

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COMMODITIES EM ALTA

US$1,6 bi

Faturamento registrado pela exportação de fer-ronióbio até novembro, com alta de 10,98% em re-lação ao montante acumulado no mesmo período de2013.

117,64%

Percentual deaumentoda receita das vendasexternasbrasileiras de ferro-níquel que faturou US$ 671,6 mi-lhões no período de janeiro a novembro.

05 de janeiro de 2015Temas de Interesse | Competitividade

Brasil Econômico

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Fatores como impostos adiam entrada de algumasempresas

EMPRESAS

Na contramão das empresas que desembarcaram noBrasil, algumas marcas desistiram de vir para o país,mesmo depois de já terem anunciado sua chegada eaté traçado planos de expansão. Uma delas é a redefast fashionsueca Hennes &Mauritz, H&M. No finalde 2013, a marca havia anunciado a primeira loja nopaís, tendo até definido o local: a Avenida Paulista.Nos planos da multinacional estava chegar a 40 uni-dades no médio prazo. Seriam inauguradas cincoapenas este ano.

Segundo o sócio-fundador da Sonne Branding, entreos fatores que levamuma empresa adesistir do Brasilestão a burocracia e a complexa cadeia tributária dopaís,alémdaaltacompetitividade com os players lo-cais, principalmente em segmentos como o varejo.

"Os indicadores de 2014 e as projeções para o curtoprazo não são boas. O varejo brasileiro está muitopior do que nos últimos anos. Mesmo assim, algumas

empresas entendem que é um período de plantar e in-vestir, para que,quandochegar ummomentomais es-tável, estejam prontas. É um mercado de R$ 140bilhões", diz ele.

Outravarejista demoda, aBershka,voltadapara opú-blico jovem, ainda não parece considerar o mercadobrasileiro seguro para sua vinda. Depois da entradada Zara em 2000, e posteriormente a abertura da ZaraHome, esperava-se que o passo seguinte fosse a che-gada dafast fashionpara o público mais jovem, já queas três marcas pertencem ao mesmo grupo, o Inditex.

Sueca como a H&M, a Ikea, um dos maiores playersmundiais de móveis, utensílios domésticos e de-coração, conhecida pelos baixos preços, tambémabortou sua vinda para o país - mesmo que mo-mentaneamente. A rede possui lojas espalhadas por40 países.

05 de janeiro de 2015CNI

Correio Braziliense

cni.empauta.com pg.19

Mínimo terá ganho de R$ 1,11 POLÍTICA

Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - 16/12/14"O índice de reajuste do mínimo deveria ser vinculado ao aumento daprodutividade", Flavio Castelo Branco, gerente-executivo de Política

Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI)

Briza Cavalcante/Agência CâmaraPaulinho apresentou um projeto de lei para que a regra atual do saláriomínimo fique em vigor até 2023

Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - 16/12/14

"O índice de reajuste do mínimo deveria servinculado ao aumento da produtividade", Flavio

Castelo Branco, gerente-executivo de PolíticaEconômica da Confederação Nacional da Indústria

(CNI)

Briza Cavalcante/Agência Câmara

Paulinho apresentou um projeto de lei para que a regra atual do saláriomínimo fique em vigor até 2023

Se a regra atual for renovada, como quer o governo,aumento real em 2016 vai se limitar a 0,14%, devidoao baixo crescimento do PIB

PAULO SILVA PINTO

DECO BANCILLON

A regra de reajuste para o salário mínimo, se re-novada pelo Congresso como quer a presidente Dil-ma Rousseff, resultará em ganho real de apenas R$1,11 no próximo ano. A causa disso é o baixo cres-cimento do Produto Interno Bruto (PIB) do anopassado, que deverá ser de 0,14% segundo a previsãodo mercado publicada pelo Banco Central (BC) noBoletim Focus. Há quem fale até mesmo em quedado PIB em 2014 -- o número oficial só serádivulgadopelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE) em março.

Dilma repreendeu, no sábado, o ministro do Pla-nejamento, Nelson Barbosa. Depois de tomar possedo cargo, na sexta-feira, ele falou que enviaria a pro-posta de uma nova regra para o reajuste do mínimo,garantindo aumentos reais, porém, sem especificaros termos. Depois da bronca de Dilma, que está de fé-rias na Bahia, Barbosa divulgou uma nota dizendoqueas regrasaserem propostas são as mesmas quevi-goraram desde 2007: reajuste pelo Índice Nacionalde Preços ao Consumidor (INPC), a inflação paraquem recebe de um a cinco salários mínimos, do anoanterior e o crescimento do PIB de dois anos antes. Acorreção do mínimo afeta diretamente 48 milhões debrasileiros, incluindo 19,7 milhões de trabalhadoresna ativa e 18,3 milhões de aposentados e pen-sionistas.

Sindicalistas comemoraram a reação da presidente,que consideraram um ato em defesa dos tra-balhadores. Muitos não se dão conta, porém, de que,nos próximos dois anos pelo menos, os ganhos reais

05 de janeiro de 2015CNI

Correio Braziliense

cni.empauta.com pg.20

Continuação: Mínimo terá ganho de R$ 1,11

serão ínfimos (leia quadro). Se o PIB crescer 0,55%neste ano, será de R$ 4,61 em 2017. No mês passado,depois de se encontrar com a presidente Dilma Rous-seff, o presidente da Central Única dos Tra-balhadores (CUT), Wagner Freitas, disse quese devepensar em uma nova regra. Ele não foi localizado on-tem para comentar o assunto.

Projeto de lei

O deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Pau-linho, um dos fundadores da Força Sindical, defendea renovação da regra usada desde 2007. Ele apre-sentou um projeto de lei para que ela fique em vigoraté 2023. O reajuste fraco dos próximos anos não de-ve ser encarado como um problema. "Há maturidadesuficiente no movimento sindical para perceber que,a longo prazo, a política traz ganhos, embora com ainstabilidade que existe no Brasil isso não ocorrasempre", diz.

Parlamentar de oposição, Paulinho duvida que Dil-ma vai manter a palavra de enviar um projeto ao Con-gresso nos mesmos termos do que o que vigorou nosúltimos anos. "Este governo já mostrou que pretendefazer ajustes às custas dos trabalhadores." Ele querpromover manifestações para pressionar o Con-gresso aderrubar aMedida Provisória665, que limitaaconcessão do seguro-desemprego edas pensões pormorte.

Para o gerente-executivo de Política Econômica daConfederação Nacional da Indústria (CNI ),Flavio Castelo Branco, mesmo que a regra seja re-novada, os trabalhadores nãoaceitarãoo índicequan-do se derem conta de que ele é baixo, sobretudo se aeconomia já estiver voltando a crescer. "Eles vãoquerer flexibilizar", prevê.

Porém, neste ano, mesmo com a economia es-tagnada, os empresários terão de encarar um alto rea-juste, baseado no crescimento de dois anos atrás.Flávio Calife, economista-chefe da Boa Vista Ser-

viços, afirma que "o aumento da massa salarial é umdos grandes problemas que têm atormentado os em-presários, porque aumenta muito o custo daprodução".

Castelo Branco argumenta que "o índice de reajustedo mínimo deveria ser vinculado ao aumento da pro-dutividade". No casodaindústria, arelação entre o fa-turamento e o gasto com a folha salarial estápraticamente parada há seis anos. O ministro Bar-bosa defendeu o mecanismo quando era professor daFundação Getulio Vargas, o que levou a es-peculações de que faria uma proposta nessa linha.

Desaceleração

Como vai ficar o salário mínimo segundo as pre-visões de crescimento econômico e de inflação se aregra atual for renovada

Ano Reajuste nominal Aumento real Valor Ganhoreal 2015 8,78% 2,49% R$ 788 R$ 18,47 2016 6,33%0,14% R$ 837,88 R$ 1,11 2017 5,95% 0,55% R$887,73 R$ 4,61 2018 7,10% 1,80% R$ 950,76 R$15,99

Regra de reajuste Índice Nacional de Preços ao Con-sumidor (INPC), que mede a inflação para quem re-cebe até 5 salários mínimos, do ano anterior eaumento real de acordo com o crescimento do Pro-duto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes

Vigência

Por quatro anos, o que termina agora, com o aumentode 8,78% que já foi concedido. Para manter a regra,ou propor outra, será necessário o Congresso Na-cional aprovar nova lei

Fontes: Boletim Focus do Banco Central e InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

05 de janeiro de 2015CNI

Correio Braziliense

cni.empauta.com pg.21

Continuação: Mínimo terá ganho de R$ 1,11

Dilma sanciona a LDO de 2015

A presidente Dilma Rousseff sancionou, com vetos,a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2015,em edição extra do Diário Oficial da União com datade sexta-feira. Com isso, o governo poderá realizar aexecução provisória de despesas antes da aprovaçãodo Orçamento de 2015, algo que deverá ocorrer sóem fevereiro ou março. O texto traz a meta de su-peravit primário do governo federal de R$ 55,3 bi-lhões. Com o resultado de estados e municípios,

deverá chegar a R$ 66,3 bilhões, o equivalente a1,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Dilma vetouemenda do senador Aécio Neves (PSDB-MG) queobrigava o Poder Executivo a informar na internet osvalores devidos pelo Tesouro Nacional aos bancospúblicos e ao Fundo de Garantia do Tempo de Ser-viço (FGTS), evitandoqueo superavit primário fossetemporariamente aumentado. Ao justificar o veto,Dilma alegou que "os dispositivos criaram fatos con-tábeis inexistentes".