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Brasília, 19 de maio de 2015 às 08h58 Seleção de Notícias CNI NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS Clipping Nacional

Brasília, 19 de maio de 2015 às 08h58 Seleção de Notícias62401].pdf · tado eSão Paulo(Fiesp),aarrecadação do adicional ... De olho em um mercado potencial pujante, gestoras

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Brasília, 19 de maio de 2015 às 08h58Seleção de Notícias

CNINEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS

Clipping Nacional

cni.empauta.com

Valor Econômico | BRCNI

Indústria quer mudança no benefício a partir de 2016 e restrita a dois anos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4BRASIL

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Embraer aposta no apetite americano por jatos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6EMPRESAS

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Gestoras cortejam fundações para elevar aplicação no exterior . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7FINANÇAS

Temas de Interesse | Comércio Internacional

Crédito chinês salvou o final do atual governo argentino . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10INTERNACIONAL

Temas de Interesse | Comércio Internacional

Barreira ao cacau da Costa do Marfim pode gerar disputa na OMC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12AGRONEGÓCIOS

O Estado de S. Paulo | BRTemas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Fabricantes de trens temem a chegada de investidores chineses . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14ECONOMIA

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Premiê chinês é tratado como 'salvador da pátria' no governo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15ECONOMIA

Folha de S. Paulo | BRTemas de Interesse | Colunas e Editoriais

Compromisso com o conteúdo local . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17TENDÊNCIAS/DEBATES

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Governo aposta em 30 acordos com Pequim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19MERCADO

Brasil Econômico | BRTemas de Interesse | Comércio Internacional

"Fundo do poço' no 2ª trimestre. Depois, melhora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20BRASIL

Temas de Interesse | Competitividade

O Custo Brasil e o que o país deve fazer para mudar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22OPINIÃO

19 de maio de 2015CNI

Valor Econômico

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Indústria quer mudança no benefício a partir de 2016e restrita a dois anos

BRASIL

Denise Neumann e Marta Watanabe

A indústria está a postos no Congresso Nacional estasemana para defender mudanças mínimas e tem-porárias nas regras que alteram a legislação sobre adesoneração da folha de salários. A proposta da in-dústria - discutida em reunião na semana passada - édeixar a mudança para 2016, instituir uma "rampasuave" de aumento da alíquota e restringir a alteraçãoa dois anos, prazo ao fim do qual "o sistema voltariaao que existe hoje", explicou Carlos Pastoriza, pre-sidente da Associação Brasileira da Indústria de Má-quinas (Abimaq) e membro do Comitê de AssuntosLegislativos (CAL) da CNI.

Esta semana a Câmara dos deputados discute e podevotar o Projeto de Lei do Executivo que propõe a ele-vação dos percentuais da desoneração da folha de sa-lários. Aplicada desde 2012, o benefício trocou aregra de recolhimento ao INSS de 20% sobre a folhade salários para um percentual entre 1% e 2% do fa-turamento. A medida começou para quatro setores ehoje envolve 56, tanto da indústria, como de serviçosecomércio. Dentrodo ajuste fiscal, o governopropôsaumento das alíquotas de 1% a 2% para 2,5% a 4,5%,dependendo do setor. A proposta já deveria valer pa-

ra esse ano.

Para a indústria, o governo "exagera no ônus e es-conde o bônus", diz Pastoriza, em referência ao fatode que nas regras da desoneração o governo tambéminstituiu recolhimento adicional de 1% de Cofins so-bre a importação e ganhou arrecadação sobre isso.Então apenas parte da desoneração foi efetiva, poisuma parcela foi compensada pelo aumento da tri-butação sobre os importados, em parte também pagapela indústria.

Pastoriza diz que o PlanoA da indústria era defender,no Congresso, que a desoneração voltasse ao escopooriginal da medida, que era devolver parte dacompetitividade perdida pela indústria e deixá-laem melhores condições de enfrentar o concorrenteimportado. "Mas avaliamos que seria difícil obterapoio se nossa proposta fosse deixar os outros setoresde fora", explica ele. Então, a indústria passou ao Pla-no B, para o qual tem procurado apoio das outras en-tidades empresariais

O presidente da Abimaq explica que o Plano B temtrês propostas: adiar o aumento da alíquota para2016; fazer aumento gradual (em vez de subir logode1% para 2%, subiria suavemente para 1,1%, 1,2%,assimpor diante,masao longodemuitos meses), e tu-do isso pelo prazo de dois anos. "Quando o governoinstituiu a medida, isso foi uma isonomia porque oproduto importado não paga INSS. O aumento de alí-quotas, como proposto pelo governo, volta a onerar oproduto nacional, deixando-o em desvantagem. Porisso o aumento precisa valer só dois anos, como con-tribuição ao ajuste." No setor de máquinas, diz, a de-soneração garantiu recuperação de margem de 2% a2,5% sobre o faturamento.

Segundo cálculos do departamento de

19 de maio de 2015CNI

Valor Econômico

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Continuação: Indústria quer mudança no benefício a partir de 2016 e restrita a dois anos

competitividade daFederaçãodas Indústriasdo Es-tado e São Paulo (Fiesp ),a arrecadação do adicionalde 1% de Cofins determinada pelas regras da de-soneração da folha rendeu, nos segmentos in-dustriais, R$ 2,8 bilhões para o governo em 2014. Arenúncia do governo para a indústria, também se-gundo a Fiesp, com a regra da desoneração, foi de R$9,6 bilhões.

José Ricardo Roriz Coelho, diretor decompetitividade da Fiesp, explica que em alguns se-tores em que há alta participação de intermediáriosimportados, a arrecadação do adicional de Cofins foimaior que a renúncia com a contribuição pre-videnciária. Levantamento da Associação Brasileirada Indústria Eletroeletrônica (Abinee) mostra que adesoneração no setor representou renúncia de R$ 485milhões, em 2014, mas o governo arrecadou, por ou-tro lado, R$ 619 milhões adicionais com o aumento

daCofins. Isso indicaria saldodeR$ 134 milhões afa-vor dos cofres públicos em 2014 com a mudança, nocaso dos setores agrupados na Abinee. "O governoganhou com a desoneração do setor", afirma Hum-berto Barbato, presidente da Abinee.

Roriz Coelho lembra ainda que a indústria já irá con-tribuir este ano, por conta do Reintegra, benefícioque devolve ao exportador parte da receita com ven-das ao exterior e que teve a alíquota reduzida de 3%para 1%. Segundo a Fiesp, o Reintegra tira da in-dústria benefício de R$ 1,8 bilhão anuais. A reduçãodo incentivo mais a arrecadação do adicional de Co-fins, destacaRoriz, somam R$ 4,6 bilhões. "Esses be-nefícios já foram repassados para o mercado e aindústria não tem condições deaumentar o preço ere-tirar isso."

19 de maio de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Valor Econômico

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Embraer aposta no apetite americano por jatos EMPRESAS

Aviação

Assis Moreira

De Genebra

A Embraer espera vender mais jatos executivos nosEstados Unidos este ano para compensar o menorapetite por aeronaves de milionários do Brasil, Chi-na, Rússia e outros emergentes. Segundo o pre-sidente executivo da Embraer Jatos Executivos,Marco Túlio Pellegrini somente o mercado ame-ricano está crescendo nesse segmento. Na zona doeuro, mesmo com previsão de crescimento eco-nômico, as vendas continuam estagnadas. E nosemergentes, a queda continua Para o executivo, aqueda de 14% nas vendas globais do segmento foiuma "grande surpresa". Na Embraer, o recuo foimaior, mas as vendas se aquecem mesmo ao longodoano, ressaltou durante o Salão Europeu de AviaçãoExecutiva (Ebace, em inglês), em Genebra.

A concorrente Bombardier anunciou corte de pro-dução edemissão de1.750 empregados por causa dasturbulências no segmento. Já Embraervai transferir aprodução do Phenom para os Estados Unidos, para alinha de produção no Brasil ser usada na fabricaçãode jatos da comerciais da nova geração (E2) e maio-res.

O Brasil foi o segundo país a mais comprar jatos exe-cutivos (não regionais) no mundo, atrás apenas dosEUA, entre 2010 e 2013. Nesse período de alta de-manda, os jatos Embraer correspondiam por mais deum terço da preferência dos clientes brasileiros e seujato leve Phenom 100E dominou a frota do país.

Em média, o mercado brasileiro comprava 50 jatosexecutivos por ano. Com o fim do "boom", a de-manda caiu para cerca de um terço desse valor desde

2014. Hoje, a frota de jatos executivos em operaçãono paíséde850 aeronaves, sendo 190 fabricados pelaEmbraer.

"O mercado de jatos executivos é impulsionado pelaconfiança", disse Pellegrini "E as empresas estãoadiando investimentos (no Brasil). Nos Estados Uni-dos é o contrário. Mas espero que em breve a eco-nomia brasileira retome o crescimento".

A Embraerdestaca,contudo, quesua basedecliente églobal, com presença em mais de 60 países e que atendência é que em 2015 seja superada a entrega de116 jatos executivos registrada no ano passado. Ametaédeentregarentre de80 a90 jatos executivos le-ves ede35 a40 jatos executivosgrandes,podendoge-rar receita entre US$ 1,7 bilhão e US$ 1,85 bilhãoneste ano. Com isso, o segmento deverá aumentarsua participação na receita global da companhia, de26% em 2014 para 28%. Há dez anos, a aviação exe-cutiva representava apenas 7% do faturamento totaLO segmento de jatos privados vem sofrendo aindapressão de preços, pressionados para baixo por contada oferta elevada de modelos usados, diz PellegriniPor outro lado, o executivo nota que o tráfego aéreoestá aumentando nos Estados Unidos e o número demilionários aumentou 14%, alcançando 13,6 mi-lhões de pessoas. Nesse cenário, projeta que até 2024sejam entregues 9250 jatos executivos, ao valor deUS$ 265 bilhões, por todos os construtores do seg-mento.

Hoje, em Genebra, a Embraer vai anunciar a trans-ferência do centro de serviços para jatos executivosno aeroporto Le Bourget, em Paris, para uma áreacom o dobro do tamanho. Também vai anunciar avenda de um Legacy 500, com preço oficial de US$31 milhões, para um cliente europeu. A companhiaMEA, do Iíbano, está comprando um Legacy 500 pa-ra começar a operar no último trimestre.

19 de maio de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

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Gestoras cortejam fundações para elevar aplicaçãono exterior

FINANÇAS

Estratégia Cresce aposta em fundos de fundos a fimde romper barreira de investidores institucionais

Por Beatriz Cutait | De Nova York e São Paulo

De olho em um mercado potencial pujante, gestorasbrasileiras e estrangeiras estão partindo para o ataquedos fundos depensão.O interesse éumsó: elevaro in-vestimento internacional das fundações. Conformeos dados da Abrapp, associação que reúne o setor, dopatrimônio aproximado de R$ 672 bilhões da in-dústria ao fim de 2014, apenas R$ 400 milhões es-tavam alocados no exterior. Pelas regras do mercado,os fundos de pensão podem aplicar até 10% do totalem carteiras fora do país.

Para romper a resistência das fundações, as gestorastêm apostado numnicho específico que tende aservirde porta de entrada para o universo internacional: osfundos de fundos, que podem atrair de pequenas agrandes fundações.

No fim de março, a XP Gestão levou sete fundos depensão para uma rodada de apresentações em NovaYork com duas grandes gestoras globais: a AB (no-

me adotado pela AllianceBernstein) e a Aberdeen. Ainiciativa teve como propósito discutir opor-tunidades, estratégias e riscos de seu fundo de fun-dos, lançado em outubro. Com um patrimônio aindapequeno, a carteira investe em até 20 fundos de açõesdegestorascom presença global, semhedge cambial.

"O tema do investimento no exterior fortaleceu-senos últimos dois, três anos", diz Patricia Stille, ges-tora do fundo de fundos da XP. Ela ressalta que, coma nova instrução nº 555, da Comissão de Valores Mo-biliários (CVM), o investidor qualificado - com R$ 1milhão em aplicações financeiras - poderá acessarcarteiras que investem 100% do patrimônio fora comaplicações mínimas mais baixas, o que dará maismusculatura aesses portfólios epoderá contribuirpa-ra a entrada dos fundos de pensão.

A regulamentação brasileira determina que as fun-dações só podem acessar o mercado externo pormeio de um fundo local do qual não tenham mais de25% do patrimônio. Com isso, pelo menos quatrofundos de pensão com perfis de investimentos si-milares precisam reunir-se para investir.

Gestoras ligadas abancos também têm dadocada vezmais atenção aonicho. A BB DTVMampliouas fren-tes de atuação e lançou em dezembro um fundo defundos, com patrimônio próximo de R$ 19 milhõesem março e investimento em carteiras de ações dePimco, J.P. Morgan, Pictet e BlackRock.

Com alocação apenas em carteiras da própria casa, oHSBC conta com quatro fundos de fundos in-ternacionais. Três deles têm alocação somente emações, com foco em países desenvolvidos, emer-gentes e de fronteira, enquanto a quarta carteira é derenda fixa. Embora a estrutura tenha sido lançada em2013, apenas neste ano a participação dos fundos de

19 de maio de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

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Continuação: Gestoras cortejam fundações para elevar aplicação no exterior

pensão começou a ganhar força, diz Adilson Fer-rarezi, diretor de fundos multigestor do HSBC Glo-bal Asset Management. A estrutura completa, queinclui ainda recursos de clientes private, tem pa-trimônio em torno de R$ 850 milhões e adesão de 12fundos de pensão.

Já o Itaú conta com uma equipe em Nova York paraselecionar gestores no exterior. O banco tem desdejulho de 2013 um fundo de fundos que investe emações de mercados desenvolvidos por meio de até 12gestoras, com mais de R$ 270 milhões de patrimônioeseis clientes institucionais. A casa estuda agora am-pliar a oferta aos fundos de pensão, com um produtobalanceado com mandato global que investe em ren-da fixa, bolsa, mercado imobiliário e emcommodities, hoje disponível apenas aos clientesprivate.

Entre as gestoras independentes, aM Square tem des-de agosto de 2013 um fundo de fundos. Com pa-trimônio de R$ 115 milhões, a carteira tem recursosalocados por meio de três gestoras baseadas nos Es-tados Unidos e uma na Inglaterra. Arthur Mizne,responsável pela área de investimentos globais, dizquea instituição tem uma equipe foraquebuscaopor-tunidades para alocação e só costuma escolher ges-toras independentes para o fundo, que teminvestimentos de cerca de nove fundações.

Apesar de destacar que o processo de aprovação paraalocação internacional nos fundos de pensão é lentodevido à própria governança, Luiz Mario de Farias,líder de investimentos da Towers Watson no Brasil,avalia que o movimento tem se intensificado. "Co-meçou de forma mais forte em 2013, não só com arenda variável ruim, mas também com a renda fixasofrendo bastante. E continuou em 2014 tanto pelaperformance do câmbio quanto das bolsas", observa.A volatilidade cambial recente, contudo, tem atra-palhado as perspectivas deste ano.

Segundo Ferrarezi, do HSBC, o grande desafio é o

cliente perceber que a alocação internacional é ne-cessária, independentemente do momento de curtoprazo.

Aquiles Mosca, estrategista de investimentos pes-soais e superintendente executivo comercial da San-tander Asset Management, ressalta que é esperadauma mudança nos limites de alocação. "Precisamosurgentemente de uma modernização da regulação,mas predomina um pseudopatriotismo de que fundosde pensão têm que investir só no Brasil", reclama.

O mercado defende que o limite de 25% do pa-trimônio seja aplicado não ao veículo no Brasil, masao fundo no exterior que, por ter maior dimensão, tor-na mais fácil o enquadramento das fundações.

Com políticas ainda fechadas ou que permitem a alo-cação internacional hápouco tempo, a temática dadi-versificação segue como novidade para os fundos depensão. Na prática, mesmo quando há aprovação dosconselhos para a alocação no exterior, os percentuaistendem a ser baixos.

Uma das primeiras a discutir o tema, a FundaçãoCesp (Funcesp) aloca recursos fora desde 2014. Oprimeiro investimento foi de R$ 40 milhões, voltadoaos fundos da BlackRock e da Schroders ad-ministrados pela BB DTVM. Embora baixo - a fun-dação administra patrimônio de R$ 23 bilhões -, oaporte foi importante para quebrar umparadigma, as-sinala Paulo de Sá Pereira, gerente-executivo deinvestimento em renda variável.

Com outros R$ 100 milhões para investir fora hoje, afundação prepara-se para uma nova rodada, com apossibilidade de incluir fundos de fundos como umaopção de investimento. "Imaginamos que, no futuro,a regra será modificada, permitindo que entremos di-retamenteno fundo quequisermos lá fora.Então nos-sa estratégia de colocar recursos em fundo de fundosémais deaprendizagem,decomo avaliar os fundo fo-ra, como fazer a 'due diligence', a parte de

19 de maio de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

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Continuação: Gestoras cortejam fundações para elevar aplicação no exterior

governança", diz Pereira.

Debutante na seara internacional, a Odebrecht Pre-vidência, que tem patrimônio de R$ 2 bilhões, con-sidera alocar até R$ 15 milhões em renda variávelinternacional. André Luis Suaide, analista de ad-ministração e investimentos, diz que a entidade estáde olho na diversificação não só de ativos, mas tam-bém de estratégias e moedas.

Com a inclusão no regulamento da alocação in-ternacional em 2013, o Nucleos pode investir até 1%do patrimônio fora. Segundo o diretor-financeiro,Luiz Levy, a ideia é alocar inicialmente metade dopermitido. Fundo multipatrocinado, a entidade exe-cuta plano debenefíciospara empregados deNuclep,Eletronuclear, Indústrias Nucleares do Brasil (INB)e do próprio Nucleos. "A princípio, nossa estratégia

seria investir em quatro ou cinco fundos valores in-dividuais de aproximadamente R$ 2 milhões para,então, caso a estratégia se mostre acertada, aumentaras alocações nos próximos anos."

Com patrimônio da ordem de R$ 250 milhões, a Fae-ces, responsável pelos planos dos funcionários dacompanhia de saneamento Cesan, aprovou em 2015a possibilidade de alocação fora. "Deixamos as fun-dações maiores abrirem o mercado. Nossa intenção éentrar no segundo semestre", diz o di-retor-presidente, Luiz Carlos Cotta. Apenas 1% dopatrimônio poderá ser dedicado ao exterior.

A repórter viajou a convite da XP

19 de maio de 2015Temas de Interesse | Comércio Internacional

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Crédito chinês salvou o final do atual governoargentino INTERNACIONAL

Aperto fiscal Mas analistas temem que ajuda tenhacusto alto para o país Por Marli Olmos | De BuenosAires

Em meados do ano passado, os analistas previam queaeconomia argentina logoentraria em colapso. Afas-tado do mercado internacional devido ao "default", opaís, diziam, acabaria por esgotar as reservas emmoeda estrangeira, o que levaria auma crise cambial.Mas um "swap" (troca de moeda) com a China surgiucomo a tábua de salvação. A mesma negociaçãoabriu caminho para os chineses fecharem 15 acordospara participar de obras de infraestrutura na Ar-gentina. Agora, porém, os argentinos temem pelasconsequências do amplo leque de vantagens que opaís asiático recebeu em contrapartida.

Antes do "swap" as reservas pareciam ser o único ca-minho para a Argentina honrar dívidas internas atre-ladas ao dólar. Alguns economistas previam que issoconsumiria metade das reservas. Uma delegação dogoverno argentino, então, voou para Pequim para fe-char acordo acertado meses antes em Buenos Airesentre os presidentes Cristina Kirchner e Xi Jinping.

O "swap" soma o equivalente a mais de US$ 11 bi-lhões num prazo de três anos, segundo anunciado pe-lo governo argentino. Mas as primeiras remessas deyuans, que chegaram ao país no fim do ano, já foramsuficientes para, junto com as divisas obtidas com aexportação da soja, elevar ligeiramente o nível de re-servas estável (US$ 33,8 bilhões).

"O swap com aChina teve umpapel importante àme-dida que se transformou numa fonte de fi-nanciamento e ajudou a tampar o buraco nasreservas", afirma o economista Aldo Abram, da con-sultoria Exante.

Segundo ele, acordos comerciais também são sem-pre bem-vindos. Mas preocupa, diz, perceber quealém da Argentina, que mergulhou num "default",são os países com baixo acesso ao mercado in-ternacional, como Equador e Bolívia, os atraídos pe-lo financiamento chinês. "O Brasil, que não dependedesse tipo de socorro financeiro, tende a fechar com aChina acordos mais vantajosos", disse.

Apesar de a aproximação com a China ter garantido aCristina Kirchner um fim de mandato sem so-bressaltosnaárea econômica, o custodos acordospo-de ser alto para o país, segundo analistas. Apesar demuita coisa ainda não estar clara, parte dos detalhesque surgiu durante a aprovação do pacote de acordosno Congresso passou a ser motivo de preocupaçãoprincipalmente entre empresários.

O acordo decooperação prevê aparticipação chinesanos setores de energia, mineração, produtos ma-nufaturados, agricultura, parques industriais e cen-tros de desenvolvimento. Na área de pesquisa, o quemais chama a atenção é o projeto de uma base es-pacial numa área de 200 hectares em Neuquén, no sulda Argentina.

Embora os governos não tenham divulgado detalhesde como será a licitação das obras, os empresáriossuspeitam que os acordos embutem a participação deempresas chinesas tanto na construção das obras co-mo no fornecimento de equipamentos. "Se na li-citação constar a necessidade de o investimentoconter financiamento chinês fica muito difícil para aempresa argentina concorrer", destaca Abram.

A União Industrial Argentina, que representa a in-dústria local, mostra-se preocupada também com amão de obra. O convênio de cooperação entre os doispaíses contém um artigo com regras para chineses se

19 de maio de 2015Temas de Interesse | Comércio Internacional

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Continuação: Crédito chinês salvou o final do atual governo argentino

instalarem na Argentina semelhante à lei que desde2004 facilitou a entrada de cidadãos de países doMercosul. Um brasileiro não precisa, por exemplo,comprovar vínculo empregatício para morar na Ar-gentina.

Os empresários e analistas também suspeitam que oschineses podem ter fixado, como condição para o fi-nanciamento, tratamento diferenciado para a entradade seus produtos na Argentina. A restrição a im-portados é uma das ferramentas mais usadas desde oinício do ano passado pelo governo argentino paraevitar a saída de divisas. Mas a balança comercial de2014 mostra que os chineses levaram vantagem. AArgentina teve déficit de US$ 5,7 bilhões no in-tercâmbio comercial com a China.

"Os acordos com a China terão que ser revistos", afir-ma o economista Guillermo Nielsen, que integra aequipe do deputado Sérgio Massa, um dos can-didatos de oposição à eleição presidencial. ParaAbram, no entanto, "será muito complexo" tentar al-terar um pacote de acordos já aprovado no Con-gresso.

O governo argentino pensa diferente. Durante a via-gem à Pequim para negociar os acordos junto comCristina, em fevereiro, o ministro da Economia, AxelKicillof, disse que o entendimento com a China "éuma pedra fundamental sobre a qual é preciso con-tinuar a construir". "Passaremos de uma relação co-mercial a uma relação de integração produtiva",destacou Kicillof.

19 de maio de 2015Temas de Interesse | Comércio Internacional

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Barreira ao cacau da Costa do Marfim pode gerardisputa na OMC

AGRONEGÓCIOS

Comércio Importações do produto do país afri-cano estão suspensas pelo Brasil já há quase trêsanos

Cristiano Zaia

De Brasília

Apesar de a demanda doméstica por cacau estar ar-refecendo neste inicio de ano, a suspensão das im-portações de cacau da Costa do Marfim desde agostode 2012 pelo Ministério da Agricultura do Brasil co-meça a caminhar para um conflito diplomático.

É verdade que nos primeiros meses de 2015 houveuma queda de 9% no volume da amêndoa processadono país ante o mesmo intervalo do ano passado-e,consequentemente, caiu a demanda pelo produto im-portado, que representou 15* desse processamento,ou 11 mil toneladas. Mas o Brasil costuma importar,em média, cercade30* do cacauqueprocessaeo em-

bargo ao produto do pais africano afeta as estratégiasdas companhias que atuam no segmento.

O produto da Costa do Marfim está impedido de de-sembarcarno Brasil desdequedois carregamentos decacaumarfinensechegaram aoportodeIlhéus,naBa-hia, infectadospor insetosvivos. Em janeirode2013,uma delegação de técnicos do ministério visitou osmarfinenses, mas a Pasta da Agricultura argumentaqueaté hoje as medidas sanitáriasexigidas não foramtotalmente adotadas pelo pais exportador.

Os africanos alegam que, na prática, o governo bra-sileiro não tem dado qualquer posicionamento sobrea possibilidade de retomada desse comércio. E co-gitam inclusive instaurar um contencioso contra oBrasil na Organização Mundial do Comércio(OMC )caso a situação perdure.

O Valor teve acesso a diversos e-mails enviados pordiplomatas do Itamaraty ao Ministério da Agri-cultura em 2013 e 2014, nos quais relatam as "frus-trações" e "inquietações" de autoridades do governodo país africano com a "continuada suspensão, peloBrasil, das importações decacaumarfinense"ecom a"falta de indicações quanto a sua retomada".

Aparentemente, o fluxo de e-mails entre o Ministériodas Relações Exteriores brasileiro e as autoridades daCosta do Marfim cessou em 2015, mas re-presentantes do Itamaraty continuam recebendo asmesmas queixas dos africanos em reuniões ou even-tos nos quais os encontram pessoalmente.

"Não se podedescartarqueo governomarfinense,ca-so a questão permaneça, do seu ponto de vista, semsolução, venha a decidir solicitar o assunto no Co-mitê de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias daOMC", diz o chefe da Divisão de Agricultura e Pro-

19 de maio de 2015Temas de Interesse | Comércio Internacional

Valor Econômico

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Continuação: Barreira ao cacau da Costa do Marfim pode gerar disputa na OMC

dutos de Base do Itamaraty, Orlando Leite Ribeiro,em e-mail de 9 de abril de 2014 encaminhado ao en-tão secretário de Relações Internacionais do Mi-nistério da Agricultura, Marcelo Junqueira Ferraz.

Nessa mesma correspondência, Ribeiro relata con-versa mantida entre o então embaixador brasileiroem Abdijã (capital da Costa do Marfim), Alfredo Ca-margo, e o ministro da Agricultura marfinense daépoca, Mamadou Coulibaly.

"Caso o aqui chamado 'embargo' permaneça sem so-lução, alimentandoo sentimento dedesilusão quepu-de perceber no ministro da Agricultura [da Costa doMarfim], não se pode excluir que o tema venha a es-capar da esfera puramente bilateral", diz.

Em e-mail mais antigo, de 22 de abril de 2013, Ri-beiro já havia informado ao secretário de RelaçõesInternacionais do Ministério da Agricultura naquelemomento, Célio POrto, que a Costa do Marfim já es-tava seguindo os novos requisitos de fumigação docacau bruto demandados pelo governo brasileiro. AoValor, Célio Porto, que deixou o ministério ainda em2013, reconheceu ter se surpreendido com o fato deas importações estarem ainda suspensas.

Um técnico do Ministério da Agricultura que par-ticipou de várias reuniões que tentaram de solucionar

o imbróglio, mas preferiu falar em condição de ano-nimato, afirma que os produtores de cacau da Bahiade fato resistem à entrada de cacau por nenhum pais."A impressão que eu tenho é que há pressão políticapor parte dos produtores da Bahia. Eles não queremconcorrência", diz ele.

Por outro lado, a indústria processadora de cacau ins-talada no Brasil teme depender excessivamente dofornecimento de apenas um paísGana -, como jáacontece há dois anos. "Não gostaríamos de de-pender da importação de cacau, mas não con-seguimos vislumbrar mudança desse quadro no curtoprazo", afirma Walter Tegani, presidente da AIC, en-tidade que reúne as indústrias que operam no país.

Segundo o diretor de Sanidade Vegetal do Ministérioda Agricultura, Luis Eduardo Rangel, a importaçãodo produto marfinense não impactou o abas-tecimentodecacaunopais."O comércio podeser rea-berto tão logo sejam redimensionados os requisitosde gerenciamento dos riscos de pragas que podem virjunto com as importações de cacau da Costa do Mar-fim. Esse procedimento está em faseavançada". Pro-curadas pela reportagem, a Associação dosProdutores de Cacau e a Câmara Setorial do Cacau,que reúnem produtores, não se pronunciaram.

19 de maio de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

O Estado de S. Paulo

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Fabricantes de trens temem a chegada deinvestidores chineses

ECONOMIA

Setor está preocupado em relação à importação detrens, vagões e locomotivas, que pode afetar a in-dústria local

André Borges / brasília

A entrada dos chineses em projetos de infraestruturalogística ainda é uma promessa, mas começa a tirar osono da indústria nacional de ferrovias. O setor, quefaturou R$ 5,6 bilhões no ano passado e gera 20 milempregos diretos, teme que a investida dos asiáticoscomprometa a produção nacional.

Os chineses estão de olho na Ferrovia de Integraçãodo Centro-Oeste (Fico),uma malha de 883 qui-lômetros prevista para ligar o maior polodeproduçãode grãos no País, na região de Lucas do Rio Verde, noMato Grosso, até sua ligação com a Ferrovia Nor-te-Sul, em Campinorte (GO). O temor da indústrianão é a construção da ferrovia, uma iniciativa que émuito aguardada pelo setor. A apreensão é com osacordos atrelados ao projeto, como importação detrens de passageiros, vagões, locomotivas e tudo omais que envolva a estrada de ferro.

"Não somos contrários a investimentos estrangeiros,muito pelo contrário.Mas é importante assegurarquetodos atuem de acordo com as mesmas regras e queenfrentem a mesma realidade", diz o presidente daAssociação Brasileira da Indústria Ferroviária (A-

bifer),Vicente Abate."Não queremos passar peloque está acontecendo hoje com a Argentina, que viuasua indústria ferroviária praticamente desaparecer."Nos últimos 18 meses, o governo argentino firmouvários contratos com os chineses, com o propósito derevitalizar sua indústria ferroviária. Os apertos demão resultaram na compra de 1.310 carros de pas-sageiros chineses, 3 mil vagões, 100 locomotivas eum sem número de componentes de reposição, in-cluindo trilhos e dormentes. "Prometeram produçãolocal aos argentinos. Depois de venderem tudo, dis-seram a eles que o país não tinha escala que jus-tificasse uma fábrica", disse Abate, que teveencontro dias atrás com representantes do governoargentino.

Apesar da crise, da lentidão dos projetos em an-damento e da dificuldade do governo em leiloar aconstrução de novas ferrovias, a indústria nacionaltem registrado resultados positivos. O resultado deR$ 5,6 bilhões registrado no ano passado representa24% de crescimento sobre o ano anterior, quando osetor faturou R$ 4,3 bilhões. Do total movimentado,cerca de 60% está ligado a transporte de passageiros e40%, cargas. No ano passado, foram produzidos noBrasil 4.703 vagões,outros 374 carrosdepassageirose 80 locomotivas.

19 de maio de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

O Estado de S. Paulo

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Premiê chinês é tratado como 'salvador da pátria' nogoverno

ECONOMIA

Na visita ao Brasil, Li Keqiang pode viabilizar li-nha de transmissão de Belo Monte e ferrovia noCentro-Oeste

TâniaMonteiro eRafael MoraesMoura BRASÍLIA

Em um ano de dificuldades econômicas, o go-verno aposta nos cofres cheios de dinheiro da Chi-na para pagar pelos investimentos eminfraestrutura que o Brasil não tem como fazer.

A visitadoprimeiro-ministrochinês. Li Keqiang, ho-je, em Brasília, está sendo tratada como uma raraoportunidade de apresentar uma agenda positiva.ComUS$53 bilhões aserem investidos em umfundode financiamento à infraestrutura, o governo chinêspode garantir obras como a segunda linha de trans-missão de Belo Monte e a ferrovia entre Lucas do RioVerde (MT) e Campinorte (GO).

Dos recursos já anunciados para o fundo de in-fraestrutura, que deverá ser gerenciado pela CaixaEconômica Federal e pelo Banco de De-senvolvimento daChina, cercadeUS$10 bilhões po-derão ser investidos nas linhas de transmissão deBelo Monte. A empresa chinesa State Grid já venceua licitação, com a Eletrobrás, da primeira linha, até

São Paulo, que terá um custo de US$ 5,5 bilhões. Estedeve ser um dos mais de 30 acordos que serão as-sinados durante a visita de Keqiang.

Umasegundalinha, até o RiodeJaneiro, com umcus-to de US$ 7,7 bilhões, deverá ser licitada em junho etambém interessa à State Grid. O investimento en-traria na lista de financiamentos pelo novo fundo.

O governo também vê no fundo a possibilidade de re-solver parte do financiamento à construção de fer-rovias. Em 2014, durante a visita do presidente daChina, Xi Jinping, foi assinado um termo de acordopara estudo de viabilidade de investimentos entre aconstrutora Camargo Corrêa e a China RailwayConstruction Corporation visando a construção da li-nha entre as cidades de Lucas do Rio Verde (MT) eCampinorte (GO), onde

Negócios da China

US$ 53 bi

é quanto o governo chinês tem para investir num fun-do de financiamento à infraestrutura

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é o número de jatos da Embraer vendidos à TianjinAirlines

se ligaria à ferrovia Norte-Sul. Um dos trechos maisimportantes para os produtores de grãos do CentroOeste, de quase 900 quilômetros, tcria um custo deUS$ 54 bilhões e ainda não foi licitado. Agora, podeentrar na lista de financiamentos chineses.

Salvação. Na véspera da visita do primeiro-ministro,a presidente Dilma Rousseff convocou os ministros

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O Estado de S. Paulo

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Continuação: Premiê chinês é tratado como 'salvador da pátria' no governo

Joaquim Levy (Fazenda), Aloizio Mercadante (CasaCivil), Mauro Vieira (Itamaraty) e Nelson Barbosa(Planejamento) para uma reunião preparatória. Tam-bém participam da audiência os ministros ArmandoMonteiro (Desenvolvimento), Antônio Carlos Ro-drigues (Transportes), Kátia Abreu (Agricultura) eRicardo Berzoini (Comunicações), além do em-baixador do Brasil na China, Valdemar CarneiroLeão para revisar os últimos detalhes dos acordos.Dentrodo Planalto,o premiêchinês tem sido vistoco-mo "o salvador da Pátria" em um ano de ajuste eco-nômico severo.

O governo conta com o apetite chinês no programade concessões a ser anunciado em junho, prin-cipalmente na área de ferrovias, mas também portos,aeroportos e energia.

O governo espera ter outras duas boas notícias paraanunciar: aassinatura deumnovo protocolo sanitário

que permitiráao Brasil voltar à exportar carne bovinacm natura para a China Continental e a assinatura davenda de 22 aviões da Embraer para a Tianjin Air-lines.

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Negócios da China

US$ 53 bi

é quanto o governo chinês tem para investir num fun-do de financiamento à infraestrutura

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é o número de jatos da Embraer vendidos à TianjinAirlines

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Folha de S. Paulo

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Compromisso com o conteúdo local TENDÊNCIAS/DEBATES

A indústria precisa continuar avançando para que oBrasil produza equipamentos que nos façam ser re-ferência na exploração do pré-sal

A indústria do petróleo no Brasil tem atuado em umcenário extremamente sensível. Mesmo diante deuma série de investigações e de denúncias, o setor se-gue avançando nas áreas de exploração e produção,prioritariamente nos campos do pré-sal, que ele-varam o país a um patamar compatível com o dosmaiores produtores do mundo.

Em meio a esse ambiente instável, é essencial que sevalorize a política industrial de incentivo ao con-teúdo local, que já tem gerado uma série de impactospositivos para o Brasil e para os brasileiros.

Tivemos o privilégio de optar por um modelo de de-senvolvimento e exploração econômica das reservasdo pré-sal, que, segundo a Agência Internacional deEnergia, farão do país um dos maiores produtores domundo nas próximas décadas, com vultoso cres-

cimento da atual produção de barris por dia.

A presidente Dilma Rousseff veio a público na se-mana passada defender a atual política de conteúdolocal, falando, inclusive, em "maldição do petróleo".A decisão foi adequeo Brasil quernãoapenas ser umpaís exportador de commodities mas também de-senvolver um complexo industrial moderno, ágil ecompetitivo, capaz de fornecer bens e serviços para osetor petrolífero e colaborar para o aumento da ge-ração e distribuição de riquezas.

A sociedade brasileira não pode permitir que um pro-jeto de desenvolvimento dessa magnitude seja in-terrompido.A indústria do petróleoprecisa continuaravançando na construção e consolidação de um par-que industrial que produza, com eficiência ecompetiti vidade, os equipamentos necessários demaneira que a exploração do pré-sal brasileiro sejareferência mundial.

Postergar ou suspender esse processo, que cria em-pregos e gera riquezas para o país, só terá um pre-judicado: o próprio Brasil.

Àqueles ainda não convencidos dos benefícios dapolítica industrial de conteúdo local, vale lembrarque o modelo mais bem-sucedido do mundo é o ado-tado pela Noruega, que se utilizou de suas reservas depetróleo para criar um polo industrial muito eficientee reconhecido internacionalmente, com o propósitode garantir a conversão dos recursos naturais em be-nefícios permanentes para os noruegueses.

Isso é fazer que a riqueza do país seja utilizada paramelhorar a qualidade de vida de seu povo por meio dageração de milhares de empregos, renda e tributos.

A política de conteúdo local foi amplamente dis-cutida com a sociedade brasileira e já tem bons re-sultados para apresentar. Dados do Sindicato

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Folha de S. Paulo

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Continuação: Compromisso com o conteúdo local

NacionaldaIndústria deConstrução eReparação Na-val e Offshore (Sinaval) revelam que o número deempregos gerados por estaleiros brasileiros foi sex-tuplicado nos últimos dez anos. Essa foi umaconsequência diretae inequívoca daacertada decisãopolítica do Brasil de estimular o conteúdo local na in-dústria do petróleo.

Nesse contexto, a Sete Brasil assume um papel de re-levância ao atuar como fornecedora de serviços paraa Petrobras. Por meio da construção e operação desondas para a exploração do pré-sal --as únicas domundoaatenderaos requisitos deconteúdo local exi-gidos pela Agência Nacional do Petróleo--, a em-presa vem viabilizando o surgimento e a recuperaçãode estaleiros capazes de fazer frente às necessidadesdo setor de óleo e gás.

Formada por investidores de longo prazo, como ban-cos privados, fundos de pensão e fundos de "private

equity", além da Petrobras, a Sete Brasil está emmeio a um amplo plano de reformulação de seu mo-delo de negócios, de modo a se adaptar ao novo ce-nário que se impõe no setor de petróleo. E seguiráatuando como geradora de riquezas para o Brasil e osbrasileiros.

LUIZ EDUARDO CARNEIRO, 59, é presidenteda Sete Brasil, empresa de construção de sondas paraexploração o pré-sal

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Os artigos publicados com assinatura não traduzem aopinião do jornal. Sua publicação obedece ao pro-pósito de estimular o debate dos problemas bra-sileiros emundiais ede refletir as diversas tendênciasdo pensamento contemporâ[email protected] >

19 de maio de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Folha de S. Paulo

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Governo aposta em 30 acordos com Pequim MERCADO

O governoDilma vai anunciarnesta terça-feira (19) aassinatura demais de30 acordosbilaterais com aChi-na, principalmente nas áreas de infraestrutura e lo-gística, como parte do plano de concessões que seráanunciado pela presidente em junho.

Dilma recebe nesta terça o primeiro-ministro da Chi-na,Li Keqiang, para discussões sobre parceriasde in-vestimento e ampliação do comércio entre os doispaíses.

Segundo auxiliares de Dilma, o Planalto aposta nosnegócios com a China para evitar uma "paralisia" dogoverno com o corte do Orçamento.

Nesta segunda-feira (18), Dilma fez uma reuniãocom a presença de ministros e do embaixador chinêsLi Jinzhang para acertar os últimos detalhes dosacordos.

Entre os projetos, está a obra da ferrovia que ligaráBrasil e Peru e contará com investidores chineses pa-ra bancar o projeto.

O embaixador Sergio Amaral, presidente emérito doConselho Empresarial Brasil-China, afirmou que oschineses estão interessados, especialmente, em pro-jetos queestão prontos para serem executados,que jáestejam em andamento ou próximos de serem con-cluídos.

Esses investimentos serão feitos por meio de comprade participação nos negócios ou via financiamentode bancos chineses, principalmente.

"Queremos saberquaisos projetos queestão prontos.Não é um encontro só para trocar cartões", disseAmaral. "Épreciso ter projetos concretos, quenãose-jam apenas uma ideia."

Ele citou como projetos que podem despertar o in-teresse as obras do metrô de São Paulo e as ferroviasTransnordestina, Norte-Sul. Empresas chinesas tam-bém avaliam a construção de fábricas para produçãode material e equipamentos na área de construção ci-vil.

(MARINA DIAS E EDUARDO CUCOLO)

19 de maio de 2015Temas de Interesse | Comércio Internacional

Brasil Econômico

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"Fundo do poço' no 2ª trimestre. Depois, melhora BRASIL

Patrícia Büll

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Expectativa é que retração se acentue até junho, al-cançando queda de 1% no período, para só então ini-ciar lenta recuperação

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A equipe econômica do Itaú Unibanco espera umaretração de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) doprimeiro trimestre deste anocomparadoaoúltimotri-mestre de 2014. Para o ano, a projeção permanece emqueda de 1,5%. O Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística (IBGE) divulga o resultado oficial do PIB

do primeiro trimestre no dia 29.

Para o segundo trimestre a projeção do banco é aindapior: queda de 1%. A boa notícia, segundo o eco-nomista-chefe do Itaú-Unibanco, Ilan Goldfajn, éque então a economia chegará ao "fundo do poço" ecomeçará a mostrar sinais de recuperação. A ex-pectativa ruim para o segundo trimestre se deve aoaumento esperado da taxa de desemprego, que vemna esteira da queda da atividade econômica. "Haverátambém um rescaldo do desempenho ruim no pri-meiro trimestre e da piora dos indicadores de abril",completou o economista Felipe Salles.

Pelos dados do banco, todas as atividades terão re-tração no primeiro trimestre: o PIB Agropecuário de-ve cair 0,9%; o da Indústria, -2,2% e o de Serviços,-0,2%.

Na avaliação de Goldfajn, houve piora da economia,embora os fundamentos de mercado tenham me-lhorado. Como exemplo, ele citou o avanço nas apro-vações dos ajustes econômicos propostos peloministro daFazenda, Joaquim Levy; avalorizaçãododólar em relação ao real; e a recuperação da Bolsa."Entretanto, fatores ligados à atividade tiveram pio-ra, como a alta da inflação, queda da produção in-dustrial e do comércio. Isso comprova que o Brasilsaiu da crise financeira, mas não da crise de ati-vidade", afirmou.

De acordo com Goldfajn, até a melhora da economiados Estados Unidos abaixo do esperado é benéficapara o Brasil, já que o Federal Reserve, o banco cen-tral americano, vai adiando a elevação de juros. Alia-do a isso, disse ele, a desaceleração da economiachinesa re quer mais estímulos e o crescimento maisforte na Europa aponta para uma expansão da de-manda internacional: "Esses fatores acabam be-neficiando os países emergentes, ainda quetemporariamente, pois dão uma pausa na tendência

19 de maio de 2015Temas de Interesse | Comércio Internacional

Brasil Econômico

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Continuação: "Fundo do poço' no 2ª trimestre. Depois, melhora

de dólar forte, ao mesmo tempo em que melhoram ospreços das commodities".

Ainda assim, o economista-chefe do Itaú-Unibanco,acredita o ciclo de preços de commodities elevados ede crescimento global acelerado se esgotou e o Brasildemorou para perceber a mudança, mantendo portempo demasiado algumas políticas de estímulos. "Oresultado équeo paísprecisa fazer ajustes em ummo-mento de recessão e consequentemente, de queda daarrecadação,dificultando quese alcance ametadesu-perávit primário de 1,2% do PIB".

A projeçãodo banco éque,aofinal deste ano,o Brasilfaça uma economia de 0,8% do PIB - abaixo da meta.Apesar disso, Goldfajn não acredita que o país sofraum downgrade (queda no rating), o que poderia tirarograudeinvestimento. "Todos sabem queoajuste es-tá sendo feito em um momento de recessão e que aspropostas de ajuste enviadas pelo Executivo não se-

riam aprovadas totalmente. Assim, alcançar umaeconomia umpouco abaixo de 1,2% do PIB ainda vaimostrar queo paísestá perseguindo ametae,por isso,não deve ser penalizado", disse.

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A piora da expectativa para o segundo trimestre sedeve ao aumento esperado da taxa de desemprego,que vem na esteira da queda da atividade econômicaverificada nos últimos meses

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Itaú-Unibancoprojetaque,aofinal de2015, Brasil fa-ça um superávit primário de 0,8% do PIB: abaixo dameta de 1,2% . Ainda assim, economista afasta riscode perda de grau de investimento.

19 de maio de 2015Temas de Interesse | Competitividade

Brasil Econômico

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O Custo Brasil e o que o país deve fazer para mudar OPINIÃO

GABRIEL DE ANDRADE IVO

Economista do Sistema Fecomércio MG

A diferença do preço entre produtos vendidos noBrasil e em outros países é preocupante. Basta umabreve viagem ao exterior para percebê-la. Não sãoapenas carros de luxo e apartamentos que passam portal discrepância. Outros modelos de veículos, ele-trônicos, eletrodomésticos e produtos de consumodiário esbarram no chamado Custo Brasil. Na buscapor culpados, muito se fala dos impostos, da in-competência governamental, dos juros bancários eda falta de infraestrutura. Mas qual é o real motivo?

O obstáculo entre o Brasil e os demais países está re-lacionado à burocracia, que dificulta a entrada de no-vas empresas no mercado e reduz a competitividadedas nossasorganizações. Depois deaberta, aempresaencontra gastos elevados com segurança, transporteruim, fretes caros, aluguéis altos, elevada taxa de ju-ros e alta carga tributária, além de rodovias, portos eaeroportos precários. Podemos citar ainda os en-cargos trabalhistas, a ingerência governamental, acorrupção, entre outras inter-relações.

Esse fenômeno não é novo, e já constatado por MaxWeber quando se referia à corrupção estrutural queteve origem no processo de colonização portuguesa,nas gestões governamentais do Estado Novo e, maisrecentemente, nos anos 60 e 70, durante o período demodernização nos governos militares.

A deficiência política e institucional na promoção erenovação de uma infraestrutura moderna, ameaçadapor tuna espiral de vícios passados e baixo nível nos

investimentos desestimula a produção. A mão deobra ainda desqualificada e a baixa produtividade di-ficultam a atuação em uma economia globalizada eelevam ainda mais o custo Brasil.

Não precisamos ir longe para descobrir que essa con-ta é paga por toda a sociedade e seus contribuintespassivos e desorganizados, que muitas vezes, in-felizmente, partem para a sonegação, informalidadeeo "jeitinho",contribuindopara dificultar ainda maisa redução desse impasse. Não podemos nos isentar edizer que a "culpa" está exclusivamente no governo,seja ele municipal, estadual ou federal.

Você já parou para pensar o quanto é caro de-senvolver um negócio lucrativo e de proporções in-ternacionais no Brasil? Precisamos responder essapergunta para que o país participe ativamente da ex-pansão econômica mundial. Tudo isso passa porcredibilidade e criação de um ambiente favorável pa-ra os negócios e que, muitas vezes, deixamos adesejar.

É fundamental começarmos a pensar nos de-terminantes principais para a redução do custo Bra-sil: infraestrutura, custo do capital, carga tributária,encargos trabalhistas, energia, burocracia, cor-rupção e câmbio. Será necessário adotar umaestratégia ampla para efetivar as reformas fun-damentais para o aumento da competitividade eprodutividade, com consequente desenvolvimentosocioeconômico.

É necessário não focar apenas no consumo para es-timular a economia, mantendo um olhar mais atentonos investimentos. E, que tal, começarmos pela qua-

19 de maio de 2015Temas de Interesse | Competitividade

Brasil Econômico

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Continuação: O Custo Brasil e o que o país deve fazer para mudar

lificaçãoprofissional, com acessoàeducação dequa-lidade e estruturada, o que certamente encurtará ocaminho para o desenvolvimento da nossa eco-nomia? Até porque, há muito tempo, somosconsiderados emergentes. Está na hora de mudar es-se adjetivo!

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É necessário focar não apenas no consumo paraestimular a economia, mantendo olhar atento nosinvestimentos. Que tal começarmos pelaqualificação profissional?

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Índice remissivo de assuntosCNI4

Temas de Interesse | Competitividade4, 17, 22

Federações | FIESP4

Temas de Interesse | Seção Economia -mídia nacional6, 7, 14, 15, 19

Temas de Interesse | Comércio In-ternacional7, 10, 12, 17, 20

Temas de Interesse | Infraestrutura15, 19

Temas de Interesse | CNA15

Temas de Interesse | Colunas e Edi-toriais17

Temas de Interesse | Indústria17