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A cidade de Brasília recebe, após quase 25 anos, mais um Congresso Brasileiro de Reumatologia, em sua 33ª edição, e com uma iniciativa inovadora, abrindo espaço para a arte. “Convidamos a todos para discutir as inovações científicas da reumatologia mundial, para com- partilhar os progressos da reumatologia brasilei- ra, para ensinar, aprender, congraçar, para viver e respirar a medicina”, destacou a presidente do Congresso, Lícia Maria Henrique da Mota, e idea- lizadora da proposta de um “congresso diferente”. Em seu discurso, durante a cerimônia de aber- tura do Congresso, Lícia destacou a proposta de associar reumatologia e arte. “Inspirado no fato de sermos patrimônio cultural da humanidade, e um grande museu a céu aberto, idealizamos um congresso científico de reumatologia, por assim dizer, mas também um congresso de arte”, disse a presidente. A grade científica segue a tradição dos grandes eventos científicos da área, mas que agre- ga muitas inovações. “Nossas discussões científi- cas serão emolduradas pela arte”, disse destacando pontos como as muitas mesas redondas, com títu- los cinematográficos e que serão adornadas por momentos da arte, em que serão abordarão os pontos de intersecção entre reumatologia e arte. A presidente do Congresso convidou a todos para, além de participar do debate científico, que busquem conhecer uma Brasília diferente. “Queremos que vocês se encantem com nossos belos palácios, nossos grandiosos eixos, nossas praças de muitos poderes, nossos parques de verde absoluto, nossos ipês coloridos, nosso céu inigualável.” A presidente agradeceu à presença de mais de 2300 congressistas, 300 convidados, 12 palestrantes internacionais, com 700 trabalhos científicos submetidos. “Comemoramos a possi- bilidade de realizar um dos maiores congressos de reumatologia do mundo com uma estrutura inédita, de 13 mesas simultâneas, totalizando um número extraordinário de mais de 120 sessões para um único evento.” Congresso busca o estado da arte em reumatologia Entrevista Lícia Mota comenta proposta inovadora de unir reumatologia e arte 3 Destaques do dia Novos protocolos para uso de corticoide em AR 4 – 5 Panorama Cleandro Albuquerque conta o planejamento por trás do evento 6 Pré-Congresso Campanha estimula doação de medula óssea Curso debate novos alvos terapêuticos 7 Apoio: Brasília | Quinta feira, 25 de Agosto | http://sbr2016.com.br 2016 Edição: 01 continua pág. 02

Brasília | Quinta feira, 25 de Agosto | ... · tidos a nós, aprovamos mais de 500 e 21 foram selecionados como temas livres. ... Georges Basile Christopoulos propõe debate sobre

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A cidade de Brasília recebe, após quase 25 anos, mais um Congresso Brasileiro de

Reumatologia, em sua 33ª edição, e com uma iniciativa inovadora, abrindo espaço para a arte. “Convidamos a todos para discutir as inovações científicas da reumatologia mundial, para com-partilhar os progressos da reumatologia brasilei-ra, para ensinar, aprender, congraçar, para viver e respirar a medicina”, destacou a presidente do Congresso, Lícia Maria Henrique da Mota, e idea-lizadora da proposta de um “congresso diferente”. Em seu discurso, durante a cerimônia de aber-tura do Congresso, Lícia destacou a proposta de associar reumatologia e arte. “Inspirado no fato de sermos patrimônio cultural da humanidade, e um grande museu a céu aberto, idealizamos um congresso científico de reumatologia, por assim dizer, mas também um congresso de arte”, disse a presidente. A grade científica segue a tradição dos grandes eventos científicos da área, mas que agre-ga muitas inovações. “Nossas discussões científi-

cas serão emolduradas pela arte”, disse destacando pontos como as muitas mesas redondas, com títu-los cinematográficos e que serão adornadas por momentos da arte, em que serão abordarão os pontos de intersecção entre reumatologia e arte.

A presidente do Congresso convidou a todos para, além de participar do debate científico, que busquem conhecer uma Brasília diferente. “Queremos que vocês se encantem com nossos belos palácios, nossos grandiosos eixos, nossas praças de muitos poderes, nossos parques de verde absoluto, nossos ipês coloridos, nosso céu inigualável.” A presidente agradeceu à presença de mais de 2300 congressistas, 300 convidados, 12 palestrantes internacionais, com 700 trabalhos científicos submetidos. “Comemoramos a possi-bilidade de realizar um dos maiores congressos de reumatologia do mundo com uma estrutura inédita, de 13 mesas simultâneas, totalizando um número extraordinário de mais de 120 sessões para um único evento.”

Congresso busca o estadoda arte em reumatologiaEntrevista

Lícia Mota comentaproposta inovadora de unir reumatologia e arte 3

Destaques do dia

Novos protocolos parauso de corticoide em AR 4 – 5

Panorama

Cleandro Albuquerque contao planejamento por trás do evento 6

Pré-CongressoCampanha estimula doaçãode medula óssea

Curso debate novosalvos terapêuticos 7

Apoio:

Brasília | Quinta feira, 25 de Agosto | http://sbr2016.com.br

Mesa do cerimonial de abertura

2016

Edição:

01

continua pág. 02

Editor Clínico:Gustavo de Paiva Costa

Publisher:Simone Simon | [email protected]

Jornalista Responsável: Jiane Carvalho (MTb 23.428) | [email protected]

JornalistaSofia Moutinho | [email protected]

O Jornal Diário do Congresso da Sociedade Brasileira de Reumatologia é uma realização da Associação de Pesquisa Clínica (APC), com apoio do Acreditar – Grupo Oncologia D’Or.

www.oncologiador.com.br | Telefone: (21) 2126 0150

Diagramação/Prepress:Ione Franco | [email protected]

Fotos:Rodrigo MeirelesRaphaell Neto Ilha

Impressão: Gráfica Positiva

Tiragem: 2.500

C oube a uma carioca, formada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e que há 19 anos vive

em Brasília, o registro da cidade em fotos e organização do vídeo de abertura do Congresso de Reumatologia. Hellen Mary da Silveira de Carvalho, atualmente pre-ceptora de ensino em Residência Médica de Reumato-logia no Hospital de Base do Distrito Federal, começou a fotografar como hobby durante viagens de estudo, publicando os registros no Flickr, rede social para fotó-grafos amadores e profissionais. “Algumas delas se des-tacaram, o que resultou em uma entrevista a um jornal, duas fotos reproduzidas em tela por um artista plástico nos Estados Unidos e outras expostas em sites de po-esia e turismo”, comenta Hellen que, no ano passado, ganhou um concurso internacional. “Fotografo pessoas e retrato o cotidiano nas ruas. A fotografia para mim é uma fuga para aliviar o stress do dia a dia.”

Cerimônia de Abertura2

Participaram da cerimônia de abertura do even-to personalidades como César Emile Baaklini, presidente da Sociedade Brasileira de Reuma-tologia, assim como o novo presidente eleito, Georges Basilie Christopoulos, a presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia de Brasília, Ana Patrícia de Paula, os presidentes de Honra do XXXIII Congresso, Lucia Maria Gonçalves Macedo e Francisco Aires Corrêa Lima, o diretor Científico do evento, Rodrigo Aires Corrêa Lima e o diretor de Reumatologia e Arte do Congresso, Cezar Kozak Simaan. “Reumatologia é uma arte, vamos celebrar nos próximos dias, teremos um grande congresso que buscará o estado da arte em reumatologia”, disse Simaan.

A cerimônia de abertura contou, também, com a entrega do Prêmio Pedro Nava, conferido pela Sociedade Brasileira de Reumatologia. O diretor científico da sociedade, Paulo Louzada Junior,

destacou a relevância do prêmio, destinado ao autor brasileiro, nato ou naturalizado, que mais se destaque no biênio que anteceda o congresso da sociedade referente à publicação efetiva de capítulos de livros, artigos em periódicos cientí-ficos brasileiros ou estrangeiros, e em edição de livros versando sobre assuntos científicos na área da reumatologia. O vencedor foi Clovis Artur Almeida da Silva.

A cerimônia contou também com a passagem simbólica do cargo de presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia, César Emile Baaklini, para o novo presidente, Georges Christopoulos.

Um vídeo, idealizado pela comissão organiza-dora do evento, fez uma homenagem a Brasília e sua arte, utilizando um extenso registro fotográfi-co organizado pela médica reumatologista Hellen Mary da Silveira de Carvalho especialmente para o congresso.

Paulo Louzada Junior e Clovis Artur A. da Silva

Lícia Maria Henrique da Mota

“Vamos unir discussão científica de alto nível com arte”

Médica reumatologista, coordenadora da Comissão de Artrite Reumatoide da Sociedade Brasileira de Reumatologia

(SBR) e responsável pelo Coorte Brasília, a presi-dente do XXXIII Congresso Brasileiro de Reuma-tologia é, acima de tudo, uma entusiasta do conhe-cimento e da arte. Lícia Maria Henrique da Mota idealizou a proposta inovadora do evento deste ano, associando reumatologia e arte, e transformou o Congresso em uma grande galeria de arte. “A so-ciedade médica de reumatologistas de Brasília está

muito engajada no evento, que volta à capital fede-ral quase 25 anos depois, e o sucesso dos próximos dias é muito importante para todos nós”, destaca a presidente lembrando que o grupo de reumatolo-gistas da capital federal é jovem, com dois terços do corpo clínico com menos de 40 anos. “É um grupo muito motivado, unido e com bastante vontade de aprender. ” Na entrevista abaixo, a reumatologista fala sobre o desafio de elaborar o maior evento da área do país e da proposta de unir discussão cientí-fica de alto nível com arte.

que chamamos de CPIs, onde a abordagem será de temas polêmicos, com objetivo de instigar o debate, a participação das pessoas. Outro des-taque é a forma diferente de tratar a produção científica. Tivemos mais de 800 trabalhos subme-tidos a nós, aprovamos mais de 500 e 21 foram selecionados como temas livres. Diferentemente do que ocorre em outros congressos, a apresen-tação dos temas livres será oral. Fizemos de uma forma que garantisse a atenção para a produção científica nacional. Todas as sessões estarão com a apresentação dos temas livres, evitando disper-são. São 21 temas escolhidos apresentados em 7 sessões simultâneas com 3 temas cada.

JD | Como você avalia a produção científica na-cional em reumatologia? Tem evoluído?

Licia | A produção cientifica nacional na área tem os mesmos problemas de falta de apoio que ocorre em outros setores, mas tem crescido tanto em volume como em qualidade. Precisamos sim de mais apoio e visibilidade. Há pesquisadores nacionais com renome e projeção lá fora, mas te-mos muito a avançar. Por exemplo, começamos só agora a ter o PDT (Programa de Desenvolvi-mento e Tecnologia), temos pouca produção de fármacos para a área das doenças reumáticas, e nenhum fármaco biológico sendo feito aqui. Há muito que melhorar. =

JD | Como foi a decisão de fazer um congresso de reumatologia com espaço para arte?

Licia | Alguns congressos da Sociedade têm te-mas específicos outros não. Os dois últimos, em Belo Horizonte e Curitiba, não tiveram. Decidi-mos que o evento aqui em Brasília voltaria a ter um tema e optamos por uma abordagem inova-dora, que explora o conceito de arte. Entendo que a arte e a ciência têm muito em comum, fruto do pensamento humano, mas que apenas se expres-sam de formas diferentes. Mantivemos a abor-dagem científica que sempre caracteriza os con-gressos e acrescentamos a experiência com a arte. A expressão “estado da arte” que sempre usamos para nos referir a mais avançada e qualificada produção de um tema também nos inspirou, é um trocadilho que serviu de inspiração. O corpo humano, que é ricamente apresentado em diver-sas formas de arte, também é objeto de trabalho de nós reumatologistas.

JD | De que forma vai se dar esta integração en-tre temas científicos ligados à reumatologia e arte nestes dias de Congresso?

Licia | Além de o espaço do Congresso ter sido transformado em uma grande galeria de arte, o tema permeia todos os momentos do evento in-cluindo os espaços científicos. Por exemplo, nas discussões sobre dor há referência à mexicana

Frida Kahlo, na artrite reumatoide temos espaço para menções à Édith Piaf, que sofria com a doen-ça e assim por diante. Isto sem falar das referências temáticas associadas com filmes – feito tudo com muito cuidado – e as oficinas de cinema, litera-tura e culinária. É importante destacar que todas as oficinas de arte são dadas por reumatologistas.

JD | Pelo caráter inovador da proposta, vocês ti-veram alguma resistência ao definir esta forma inovadora associando ciência e arte?

Licia | Não tivemos qualquer resistência ao esco-lher o tema reumatologia e arte para o congres-so porque, entre outras coisas, somos um grupo muito unido aqui em Brasília. É uma grande sa-tisfação, quase 25 anos depois, o evento voltar à capital federal. E mesmo com todo o cuidado ao montar a parte artística do evento, claro que não descuidamos da parte científica, fundamental para a atualização dos profissionais. São mais de 120 sessões, o que faz do evento um dos maiores já realizados em reumatologia, serão 13 salas pa-ralelas. E ao todo temos mais de 2.100 inscritos.

JD | O que você destacaria do evento?

Licia | Eu destacaria duas abordagens, ou temas, importantes. São assuntos que não têm uma resposta única, imediata. Criamos, até por uma referência ao local do evento, Brasília, espaços

Entrevista 3

] Uso de corticoides ] SexualidadeGeorges Basile Christopoulos propõe debate sobre redução no uso ou

substituição destas drogas

Hellen Mary da Silveira de Carvalho chama a atenção para o preconceito

de médicos e pacientes com o tema

O uso dos corticoides foi, durante anos, a principal ferramenta no com-bate a uma variedade enorme de patologias reumáticas. Mas, com

o desenvolvimento de novas tecnologias, os reumatologistas passaram a ter acesso a uma série de outras terapias sofisticadas. O tema será debati-do na mesa redonda “Uso de corticoides”, cujo comando será de Georges Basile Christopoulos, coordenador do Serviço de Reumatologia da Santa Casa de Maceió (AL) e que é o novo presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia. “Há vários pontos a serem debatidos, como o papel atual dos corticoides, se a gama de indicações continua a mesma e se as doses devem ser mantidas como prescritas há 5 ou 10 anos”, comenta. Também são questionamentos importantes, levantados pelo presidente da mesa, se o uso de corticoides em casos de Lúpus com envolvimento renal ain-da é fundamental. “A idéia é mostrar quais as quais as novidades, assim como apresentar trabalhos em que o uso dos corticoides tem diminuído, ou substituído, e com eficiência”, comenta, citando trabalhos como o Ritu- xilup, que aponta o uso alternativo no Lúpus. “Somos excelentes clínicos e o nível de atualização dos reumatologistas em geral é muito bom e eventos como este ajudam.” =

A sexualidade como parte de um projeto para melhorar a

qualidade de vida e reintegrar o paciente ao convívio social e re-lacionamentos é o foco da mesa redonda sobre sexualidade, com o título “Sex and the City...and Rheumatology” marcado para esta manhã e cujo comando cabe à médica Hellen Mary da Silveira de Carvalho, do Hospital de Base do Distrito Federal. Um dos pontos importantes, que deve ter espaço nos discursos dos palestrantes, é o preconceito tanto de médico como de pacientes para falar do assunto.

“O tema é pouco abordado por ambas as partes, por vergonha por par-te do paciente e por falta de interesse da maioria dos médicos diante da própria formação na maioria das faculdades que está mais voltada à terapêutica do que na relação médico-paciente”, comenta Hellen, lem-brando que não há protocolos estabelecidos sobre o assunto.A coordenadora da mesa lembra, também, que os reflexos na vida se-xual independem do tipo de doença reumática, mas sim do grau de in-capacidade física que cada uma delas vai causar e isto está diretamente relacionado à precocidade do diagnóstico e do tratamento, ou seja, quanto mais cedo diagnosticar e tratar, menos deformidades. “Outros limitantes para relacionamentos são os eventos adversos que podem causar alguns medicamentos como queda de cabelo com o metotrexate ou acne, obesidade, estrias com o corticoide distanciando o paciente da ‘coragem’ por alguns pacientes de se expor a um parceiro.” Há, ain-da, em terceiro plano, sintomas relativamente comuns em pacientes reumáticos como dor, cansaço e rigidez matinal durante os períodos de maior atividade de doença, para aqueles que não respondem bem ao tratamento, que também afetam a vida sexual. “Outro grande receio e angústia que os pacientes trazem é sobre a possibilidade de seus filhos nascerem com a sua doença.”Também participa da mesa redonda a especialista em sexologia Carmi-ta Helena Najjar Abdo, psiquiatra, doutora e livre-docente em psiquia-tria, fundadora e coordenadora geral do ProSex do Hospital das Clíni-cas da Universidade de São Paulo. Carmita vai falar sobre o preconceito na abordagem da sexualidade. Espaço ainda para orientações práticas para pacientes reumáticos, tema abordado pelo terapeuta ocupacional e professor da UnB Pedro Henrique Tavares Queiroz de Almeida. =

Destaques do dia4

] Nefrite ] TuberculoseJosé Fernando Verztman, controlar a doença renal ainda é um desafio Hilton Seda resalta a relevância da doença em pacientes reumatológicos

A nefrite é o comprometimento visceral mais frequente entre pa-cientes com lúpus. O paciente com nefrite tem o grau de gravida-

de da doença elevado em comparação com o paciente com sintomas gerais. A mesa redonda “Efeito borboleta: O presente e o futuro da nefrite lúpica”, presidida por José Fernando Verztman (RJ) com mode-ração de Daniel Feldman Pollak, vai abordar os desafios no tratamento desse acometimento renal, destacando as melhores opções terapêuticas para o estacionamento e a remissão da doença, envolvendo o uso de esteroides e imunosupressores.“Assistimos a uma melhora em termos de tratamento da nefrite lúpica a partir da década de 1980, mas controlar a doença renal e impedir que o paciente entre em insuficiência e diálise ainda é um desafio”, pontua José Fernando Verztman, presidente da Sociedade de Reumatologia do Rio e médico do Hospital Federal dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro. A discussão vai trazer ainda o debate sobre o diagnóstico pre-coce da complicação, que ainda não é tão comum como deveria ser. O nome da mesa é uma referência a uma lesão de pele do lúpus chamada de asa de borboleta, que acomete a região malar, próxima à bochecha e ao nariz. =

A tuberculose e as doenças reu-matológicas estão intimamente

ligadas. Pacientes com artrite reu-matoide, por exemplo, têm risco aumentado para desenvolvimento da TB ativa. A CPI “Tuberculose: ques-tões polêmicas’ vai tratar da doença em termos gerais e sua relação com a reumatologia. Um dos destaques será a discussão sobre a tuberculose laten-te, destacando os melhores meios de

diagnóstico, os avanços na prática, novos métodos de laboratório e os pro-blemas com o uso de biológicos. “A tuberculose ainda é um sério problema da saúde pública, com profundas raízes sociais”, destaca o presidente da mesa, Hilton Seda. A cada ano, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos da doen-ça e 4,6 mil mortes. O Brasil ocupa o 17º lugar entre os 22 países responsá-veis por 80% do total de casos de tuberculose no mundo. =

Destaques do dia 5

Cleandro Pires de Albuquerque

“Conforto e inovação”

Confi ra o Mapa do XXXIII Congresso Brasileiro de Reumatologia

O Congresso Brasileiro de Reumatologia deste ano contou com mais de dois mil e trezentos inscritos de várias regiões do

país e perfis diversos, entre médicos, residentes, pós-graduandos, acadêmicos de medicina, ou-tros profissionais de saúde e acompanhantes. Um público que vai transitar por 11 salas e usufruir de 450 palestras atividades paralelas.A programação grandiosa acompanha uma in-fraestrutura à altura e inovadora, a começar pela abordagem artística que permeia o congresso, mas não parando por aí. Essa edição do congresso conta com diversos itens de conforto e conveniência como uma praça de alimentação dentro do centro de convenções, uma praça central de convivência, internet sem fio gratuita de alta velocidade em todos os espa-ços e posicionamento estratégico e totens para carregamento de celulares e tablets posicionados estrategicamente por todo o espaço do evento.

“O que estamos fazendo é trazer a arte em suas várias expressões para dentro do con-gresso, sem, todavia, descaracterizar o que de fato ele representa: um evento médico-cientí-fico de altíssimo nível, a saber, o mais impor-tante evento do calendário anual da reumato-logia no país”, pontua Cleandro Albuquerque, Secretário-Geral do evento. “Acreditamos que temos utilizado uma forma de planejamento e organização do evento inovadora em vá-rios aspectos, seja na seleção das diversas atividades científicas, culturais e artísticas programadas, na utilização e otimização dos espaços, no design dos interiores e na pro-gramação visual do evento, na relação com patrocinadores, na concepção da comerciali-zação de meios de divulgação de marcas, no marketing institucional e na infraestrutura de apoio aos congressistas, que inclui vários itens de conforto e conveniência.” =

Panorama6

O Congresso conta com apresentações ar-tísticas diárias pela manhã, na entrada do Centro de Convenções, com clássicos da mú-sica brasileira e internacional. Hoje, cabe ao pianista Nanih Junho, amanhã ao violinista João Rodrigues e, no sábado, ao saxofonista Carlos Cárdenas. Também destacamos, hoje a partir das 16h10, na praça Planalto Central, apresentações de dança. E amanhã, no mes-mo local às 12 horas, teremos uma oficina de desenho de modelo vivo.

O programação pré--congresso contou

com 11 cursos de atu-alização e revisão em reumatologia e áreas correlatas à reumatolo-gia. Foram ministrados cursos com viés mais prático, como densito-metria óssea, ressonân-cia e capilaroscopia periungueal, e outros mais abrangentes passando por temas ligados a novas formas de tratamento, dor, evidências médicas e sistemas editorial de publicação científica. A programação favore-ceu o encontro entre profissionais de pesquisa e aqueles que estão na ponta, atuando na clínica diária e no tratamento de pacientes. “Foi uma oportunidade muito interes-sante de conversar com o pessoal da pesquisa básico, de pensar em me-dicina translacional, que é a melhor forma de tratarmos bem as nossas

Os novos alvos terapêuticos para o tratamento de doenças reumáti-

cas foram tema do curso “Imunologia Aplicada à Reumatologia: Novos Al-vos Terapêuticos”. Médicos e pesquisa-dores trouxeram estudos que apontam para novos caminhos de tratamento

Cursos

Luciana Feitosa Muniz

“O paciente em primeiro lugar”

O paciente tem lugar de destaque no con-gresso deste ano. Além de ter recebido ontem o I Encontro Nacional de Pa-

cientes com Doenças Reumáticas, o evento está promovendo uma campanha de captação de do-adores de medula óssea. Durante todo congresso, haverá um esquema especial de transporte para o Hemocentro-DF, onde é possível de cadastrar no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME). Para ser doador, é preciso ter entre 18 e 55 anos. O cadastro é simples e rápido, com uma coleta de 5 ml de sangue periférico. O transplante de medula tem sido indicado não apenas para doenças oncológicas, mas para al-

gumas doenças autoimunes, como a esclerose sistêmica. “A doação de medula óssea é antes de tudo um ato de cidadania e um bem para toda a sociedade”, comenta a diretora social do congresso, Luciana Feitosa Muniz. “Como pro-fissionais de saúde que somos, este ato se torna ainda mais especial.” =

Participe e ajude a salvar mais vidas!

Translado do Centro de Convenções para o Hemocentro:

Dia 25 e 26 /08/2016: saídas às 09h, 11h, 13h, 15h e 16h30;

Pré-congresso 7

doenças”, comentou o reumatolo-gista Paulo Louzada Junior, coorde-nador do curso “Imunologia Apli-cada à Reumatologia: Novos Alvos Terapêuticosos” =

Roger Levy e Simone Appenzeller

Dario Zamboni

com o desenvolvimento de drogas que atuam na inibição dos processos inflamatórios e da dor. Dario Simões Zamboni, da USP de Ribeirão Pre-to (SP), apresentou sua pesquisa que investiga os mecanismos de bactérias “antiinflamatórias”, que inibem a ati-vação dos inflamassomas, estruturas que são ativadas quando a membrana celular é danificada, desencadeando o processo inflamatório. A equipe de pesquisa do médico tem identifica-do proteínas expressas pela bactéria Coxiella burnetii que inibem os in-flamassomas. Essas moléculas têm potencial de servir como base para o desenvolvimento de drogas voltadas para o bloqueio da inflamação crôni-ca, presente em doenças como a gota e o Alzheimer. “Estudar essas bacté-rias nos pareceu a melhor maneira de combater a inflamação”, diz Zamboni. “São microorganismos que evoluíram por milhões de anos e desenvolveram técnicas de burlar o sistema imune.”=