Brasões e Pedras de Arma Do Porto 1

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  • 8/10/2019 Brases e Pedras de Arma Do Porto 1

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    BRASES eBRASES eBRASES eBRASES e PEDRAS de ARMAPEDRAS de ARMAPEDRAS de ARMAPEDRAS de ARMASSSS

    ddddaaaa CIDADE do PORTOCIDADE do PORTOCIDADE do PORTOCIDADE do PORTO

    HERLDICA DE FAMLIAHERLDICA DE FAMLIAHERLDICA DE FAMLIAHERLDICA DE FAMLIA

    Manuel Cunha

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    Capa e contra-capa:

    W.B. Clarke "Oporto (Porto). The environs of Oporto. View of Oporto from Torre da Marca", carta de 1833, e braso da casa da Macieirinha

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    BRASESBRASESBRASESBRASES

    eeee

    PEDRAS de ARMASPEDRAS de ARMASPEDRAS de ARMASPEDRAS de ARMAS

    dadadada

    CIDADE do PORTOCIDADE do PORTOCIDADE do PORTOCIDADE do PORTO

    HERLDICA DE FAMLIAHERLDICA DE FAMLIAHERLDICA DE FAMLIAHERLDICA DE FAMLIA

    Porto 2013

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    AgradecimentosAgradecimentosAgradecimentosAgradecimentos

    O agradecimento faz parte da natureza humana. Mal daquele que julga que tudo aquilo que

    realiza apenas obra da sua pessoa, mesmo que o realiza sozinho.

    Nesse sentido, cabem aqui algumas palavras especiais de agradecimento, isto , a todos os

    meus familiares mais chegados, especialmente minha esposa e filha, que diretamentesofreram no seu dia-a-dia com a minha ausncia e a todos que, indiretamente me ajudaram

    elaborao deste trabalho e no repositrio das fotografias e histrias.

    Aos colegas de trabalho que me incentivaram na sua realizao e aconselhamentos sua

    elaborao.

    A todos os outros, que de alguma forma puderam contribuir para a realizao desta

    compilao.

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    NDICENDICENDICENDICE

    Prefcio pg. 7

    1 - Conceito e Histria do Braso pg. 9

    1.1 - Braso pg. 9

    1.2 - Tipo de Braso pg. 11

    1.3 - Elementos de um Braso pg. 13

    1.4 - Formas do Escudo pg. 18

    1.5 - Organizao do Escudo pg. 21

    1.6 - Parties e Sub-parties do Escudo pg. 22

    1.7 - Figuras de um Escudo pg. 24

    1.8 - Esmaltes pg. 25

    1.9 Peas de Honra pg. 28

    2 - O Braso da Cidade pg. 31

    3 - Os Brases de Famlia pg. 34

    3.1 - Origem dos Apelidos pg. 34

    3.2 - Factos Histricos da Cidade pg. 36

    3.3 - Objetivo do trabalho pg. 38

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    3.4 - Descrio e notas pg. 40

    3.5 - Os Brases - as suas Histrias e Origens pg. 43

    3.6 - As pedras tumulares pg. 205

    3.6.1 - Cemitrio do Prado do Repouso pg. 208

    3.6.2 - Cemitrio de Agramonte pg. 218

    3.6.3 - Cemitrio da Foz do Douro pg. 241

    3.6.4 - Cemitrio da Lapa pg. 242

    3.6.5 - Cemitrio Ingls pg. 265

    3.7 - Perdidos pelo tempo pg. 273

    4 - Pedras de Armas da Cidade do Porto pg. 283

    5 - Pedras de Armas de Portugal pg. 289

    5.1 - Conceito base pg. 289

    5.2 - Pedras de Armas na cidade pg. 292

    6 - Brases de Instituies e Ordens Religiosas pg. 302

    7 - Levantamento cadastral dos Brases pg. 317

    8 - Bibliografia pg. 322

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    PrefcioPrefcioPrefcioPrefcio

    O presente trabalho pretende fundamentalmente reunir ou compilar todo um conjunto de brases existentes espalhados

    pela cidade do Porto, que aparentemente se apresentam, uns, bem cuidados, outros menos bem ou abandonados e de

    todos aqueles que por displicncia do povo, tambm sofreram a trasladao para outros locais. Por razes que se

    desconhecem, tiveram essa eroso ao longo do tempo, uma solido que nos entristece e que se vai desvanecendo a um

    ritmo invisvel.

    Est concentrado, e direciona-se essencialmente, nos brases de famlia, cuja pedra de armas e brases se inserem em

    determinadas igrejas, quintas ou habitaes, nas suas fachadas da casa ou nos seus portais de entrada, onde se inclui um

    suplemento da histria dessa casa e/ou famlia. Foram reunidos, igualmente, todos aqueles, que depois da morte de seu

    representante, se fizeram lembrar pelos cemitrios da cidade.

    Por fim, est complementado com mais brases, uns, de escudos nacionais, da cidade do Porto, de brases eclesisticos,

    e de outros no interior das construes, ligados ao mundo citadino da urbe da poca.

    Os elementos obtidos foram conseguidos por diversos meios atravs de investigao, com a obteno de fotografias nos

    locais, com muitos passeios pela cidade, assim como pela seleo de informao pelos meios mais imediatos, que a

    informtica, atravs de sites e blogues, e finalmente por pessoas, igualmente interessadas na temtica, e ainda por

    instituies e documentaes credveis que reforaram a recolha dos dados obtidos.Realce para as obras extraordinariamente bem conseguidas e fundamentais para a inventariao e recolha de

    informao, que so As Pedras de Armas do Porto, Portas e Casas Brasonadas do Porto e seu Termoe por pequenos

    artigos inseridos na revista O Tripeiro.

    A obra nunca considerada concluda nem conseguida por mrito prprio, sem que meream os agradecimentos a

    pessoas e entidades incgnitas ou s pessoas que por detrs dos seus trabalhos pessoais tenham partilhado na ajuda destedocumento.

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    O documento est organizado atravs da compilao de um conjunto de registos fotogrficos, individuais, sendo

    indicado, para cada um dos brases, para alm de uma leitura da respetiva pedra de armas e sua descrio herldica, a

    sua localizao, e particularmente, no caso em que se tenha conhecimento, um pouco da histria e das suas origens.

    Este trabalho pretende criar a via necessria para que num futuro, espera-se breve, venham promover elaborao de

    outros trabalhos individuais, com outros ainda mais profundos e de maior qualidade.

    Com este tipo de iniciativa e compilao de informao, como normal em qualquer tipo de trabalho, fundamental

    existirem anteriores trabalhos que despoletem a iniciativa de outros para o seu melhoramento.

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    1111 ---- Conceito e Histria do BrasoConceito e Histria do BrasoConceito e Histria do BrasoConceito e Histria do Braso

    1.11.11.11.1 BrasoBrasoBrasoBraso

    Um braso de armasou, simplesmente, braso, na tradio europeia medieval, um desenho especificamente criado -

    obedecendo s leis da herldica - com a finalidade de identificar indivduos, famlias, cls, corporaes, cidades, regies e

    naes.

    O desenho de um braso normalmente colocado num suporte em forma de escudo que representa a arma de defesa

    homnima usada pelos guerreiros medievais. No entanto, o desenho pode ser representado sobre outros suportes, como

    bandeiras, vesturio, elementos arquitetnicos, mobilirio, objetos pessoais, etc.

    Era comum, sobretudo nos sculos XIV e XV, os brases serem pintados ou cosidos sobre as cotas de malha, o vesturio

    de proteo usado pelos homens de armas. Por isso, os brases tambm so, ocasionalmente, designados por cotas dearmas.

    Em sentido restrito, o termo braso refere-se apenas descrio do desenho inserido no escudo de armas.No entanto,

    em sentido lato, pode designar-se por braso a descrio do conjunto das armas, incluindo, alm do escudo, os

    elementos exteriores (coronel, timbre, virol, paquifes, etc.). Por extenso, o termo braso, passou a aplicar-se no s

    descrio, mas, tambm ao prprio objeto descrito: o escudo ou o conjunto armorial completo.

    No se sabe, com rigor, quando que esta prtica teve incio. Para Felgueiras Gayo, tiveram origem no sc. X, atravs de

    torneios como forma de exerccio de guerra e divertimento de galanteria, com que se ocupavam os antigos cavaleiros

    Alemes para mostrar a destreza e valor, embora os primeiros brases que se conhecem surjam no sc. XII, com o

    chamado escudo normando poca considerada como nascimento da herldica.

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    O campo de estudo dos brases denomina-se herldica e a arte de brasonar iniciou-se em Frana. Os brases no eram

    fornecidos ao acaso para as pessoas. Tiveram as suas origens em atos de coragem e bravura efetuados por grandes

    cavaleiros e era uma maneira de os homenagear como tambm as suas prprias famlias. Com o passar do tempo, como

    era um cone de status, passou a ser conferido a famlias nobres no intuito de identificar o grau social delas, assim sendo,

    somente os heris ou a nobreza possuam tal cone e o poderiam transmitir a seus descendentes.

    A partir do sculo XIX, com a ascenso ao poder da burguesia, o declnio da aristocracia e o termo da monarquia, em

    Portugal. O braso foi perdendo a sua importncia. No sculo XX o braso renasceu, mas, desta vez, aplicado na

    simbologia de municpios, corporaes, estados e outras entidades coletivas. De observar que, desde o sculo XIX, por

    tradio, muitas dessas entidades chamaram "brases" aos seus emblemas distintivos.

    No entanto, muitos desses emblemas so falsosou pseudo brases, j que, apesar da denominao formal de "braso",

    no obedecem s regras da herldica. Atualmente os brases - e os pseudo brases - so muito frequentes e fceis de

    encontrar. Cada autarquia - freguesia, municpio ou regio - tem o seu, assim como a sua bandeira, onde figura o braso,

    motivo de orgulho para muitos dos habitantes de cada concelho. Igualmente vrias coletividades e clubes desportivos

    tambm adotaram como smbolo um braso que os identifique.

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    1.21.21.21.2 ---- Tipo de BrasoTipo de BrasoTipo de BrasoTipo de Braso

    Os brases podem dividir-se em diferentes classes, segundo as entidades que representam.

    A classificao bsica divide-os em duas classesclassesclassesclasses:

    1 Brases simples: representam uma nica entidade e so as que competem ao chefe da linhagem;

    2 Brases compostos: combinam dois ou mais brases, cada qual representando uma entidade diferente.

    Nestas h que atender razo inicial que presidiu sua ordenao; ou se pretende reunir as armas de dois, trs ou

    quatro avs e nesse caso so de costados ou se teve em vista reunir dois ou mais apelidos, que estavam ligados por

    matrimnio, isto , enlaar as armas paternas com as maternas.

    Tambm temos as armas de aliana, que a conjugao de dois escudos, encostando as armas maternas ao escudo

    paterno, pelo lado direito deste. Podendo, neste caso utilizar-se a alternativa do sobre-posto, correspondendo a este as

    armas maternas.

    Os brases tambm podem ser classificados segundo a categoriacategoriacategoriacategoria da entidade que representam:

    1. Brases de soberania: representam um monarca ou um estado soberano;

    2. Brases de titulares: representam o titular de um cargo ou de uma honra;

    3. Brases de famlia: representam, em sentido restrito, o chefe de uma famlia e, em sentido lato, o conjunto da

    famlia;

    4. Brases eclesisticos: representam um titular eclesistico ou uma entidade coletiva religiosa;

    5. Brases corporativos: representam uma entidade coletiva moral, tanto civil como militar;

    6.

    Brases de domnio: representam uma entidade territorial no soberana.

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    Alm disso, os brases ainda podem ser classificados segundo as suas caractersticascaractersticascaractersticascaractersticas ou o seu historialhistorialhistorialhistorial:

    1. Brases assumidos: assumidos pela prpria entidade que representam, ao invs de terem sido concedidos por uma

    autoridade superior;

    2. Brases acrescentados: ao desenho os quais foram acrescentadas peas honrosas ou feitas outras alteraes, como

    forma de recompensa da entidade que representam;

    3.

    Braso a inquirir: que infringem, propositadamente, uma ou mais regras da herldica, como forma de significaralgo que deve ser inquirido;

    4. Brases falsos ou pseudo brases: emblemas, insgnias, marcas ou distintivos de entidades, por elas usadas como

    brases mas que, por no respeitarem os critrios mnimos estabelecidos pela herldica, no podem ser

    considerados verdadeiros brases de armas.

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    1.31.31.31.3 ---- Elementos de um BrasoElementos de um BrasoElementos de um BrasoElementos de um Braso

    Um braso ou umas armas tm como elemento fundamental o escudo. o

    escudo que contm o desenho fundamental em que consiste o braso.

    Os restantes elementos de umas armas so, os chamados elementos exteriores

    que o complementam, e que incluem:

    1.

    Grito de guerraGrito de guerraGrito de guerraGrito de guerra ou grito de armasgrito de armasgrito de armasgrito de armas: uma palavra ou frase curta (interjeio)de incentivo ao combate ou ao. Normalmente, colocado num listel, sobre

    o conjunto das armas;

    2. TimbreTimbreTimbreTimbre: representa os emblemas que os cavaleiros colocavam no topo dos

    seus elmos, para melhor serem identificados nos torneios. O timbre colocado

    sobre o virol e, ao contrrio das figuras inseridas no escudo, pode ser figurado deforma naturalista;

    (http://pt.wikipdia.org)

    3. CoroaCoroaCoroaCoroa ou CoronelCoronelCoronelCoronel: representa a categoria da entidade representada pelo braso. chamada de coroa, se

    corresponde a uma entidade com soberania e coronel, nos restantes casos.

    Conforme o Pas ou a representao artstica do braso, a coroa ou coronel pode figurar sobre o elmo, sobre o pavilho

    ou manto, ou, diretamente sobre o escudo;

    Os ttulos nobilirquicos ou ttulos de nobreza pertenciam aos nobres e foram criados com o intuito de estabelecer uma

    relao de vassalagem entre o titular e o monarca, sendo alguns deles hereditrios. Foram, depois do sc. XV, usados

    como forma de agraciar membros da nobiliarquia, por um conjunto de atos prestados casa real, ao monarca ou ao

    Pas, sem que lhe estivesse adstrita qualquer funo pblica ou jurisdio ou soberania sobre um territrio.

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    A relao de hierarquia dos ttulos muito diversa. Na maioria dos monarquistas tradicionais, na Europa, e

    essencialmente em Espanha, Frana, Portugal, Reino Unido, etc.., tem a seguinte ordem hierrquica:

    Rei Duque Marqus Conde Visconde Baro

    As coroas esto dispostas sobre o bordo superior do escudo, sendo este um aro de ouro carregado de pedrarias e que

    conforme esses ornatos se faz a distino do ttulo. O aro de ouro comum a todos os ttulos. Tem, superiormente e

    inferiormente umas virolas. So tambm enriquecidos, na sua linha mdia, com rubis e esmeraldas, com engastes em

    formato de losango e de retngulo.

    Destas pedras so visveis duas esmeraldas e trs rubis. As esmeraldas nos retngulos; e os rubis, nos losangos, sendo

    qualquer delas separadas por duas prolas. Temos, ento:

    A coroa RealRealRealReal - as principais caractersticas das armas reais a coroa, que consiste numa pea em que, fechado por quatrodiademas ornados de prolas, encimados no ponto de cruzamento por um mundo rematado de cruz;

    A coroa de DDDDuqueuqueuqueuque - rematada por oito flores, dos quais so aparentes apenas cinco;

    A coroa de MarquMarquMarquMarqussss - rematada por quatro frontes, dos quais se vm s trs, separados por trs hastes de ouro

    sustentando trs prolas, e que modernamente se reuniram numa nica haste em roquete;

    A coroa de CondeCondeCondeConde - rematada superiormente por dezasseis hastes ou ponta de oiro que sustentam cada uma sua

    prola; so aparentes apenas nove;

    A coroa de ViscondeViscondeViscondeVisconde - rematada superiormente por hastes, que sustentam quatro prolas grandes, das quais somente

    trs esto vista, sendo estas separadas por quatro prolas menores alternadas;

    A coroa de BaroBaroBaroBaro - caracterizada por um fio de prolas, que se enleia no aro, ficando visveis s trs voltas, em banda

    e equidistantes;

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    4. VirolVirolVirolVirol: a reproduo da fita que amarrava o timbre ao elmo. Representa-se com duas cordas entrelaadas, uma da

    cor do metal principal do escudo e a outra da cor do esmalte principal;

    5. ElmoElmoElmoElmo: a reproduo dos elmos dos cavaleiros. Na herldica de alguns pases a cor, o formato e a posio do elmo,

    indica o estatuto da entidade representada, a cavalaria. a pea da armadura do cavaleiro que defendia a cabea, a

    parte mais nobre das armas.

    Alm de parte exterior do escudo, emprega-se tambm como pea mvel na sua composio, devendo-se, ao brasonar,

    indicar as suas caractersticas, isto , se aberto ou cerrado, de perfil ou no.

    O elmo na herldica portuguesa sempre de prata, guarnecido de ouro. , costume ser forrado de estofo da mesma cor

    do campo. Se este de ouro ou de prata, o estofo deve ser amarelo ou branco.

    Para alm da sua proporo herldica, h que observar se ele assenta sobre o bordo superior do escudo, podendo a

    parte inferior do gorjal ficar sobre o campo.

    A sua constituio definida por cinco partes, a saber: cimeira, casco, viseira, babeira e gorjal. Os nomes so bastantes

    claros para que se compreenda a sua funo na armadura. Destes elementos, o mais importante para a funo herldica

    a viseira.

    Na cimeira, que a parte superior do elmo, prendem-se, num rolo, os estofos que constituem o paquife. o cercino,

    rolete ou virol.

    A posio do elmo dependente de um fator genealgico. Se o indivduo a quem pertence as armas fidalgo, isto , se

    vem de gente nobre, pelo menos com quatro geraes, o elmo deve ser colocado ou tarado a trs quartos, olhando a

    direita, e com a viseira levantada (elmo aberto). Para os nobilitados, ou nobres at trs geraes, a viseira est fechada

    (elmo cerrado), e este tara-se de perfil, olhando a direito do escudo.

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    6. PaquifesPaquifesPaquifesPaquifes: so a reproduo do tecido que alguns cavaleiros colocavam sobre os elmos, para se protegerem do calor.

    So, normalmente representados com duas cores, uma, a do metal principal do escudo e, a outra, a do esmalte principal;

    7. PavilhoPavilhoPavilhoPavilho: representa um pavilho ou tenda de campanha medieval. , normalmente, representado a envolver o

    escudo e outros dos seus elementos exteriores, tendo, no seu topo a coroa correspondente entidade representada;

    8. MantoMantoMantoManto: representa a pea de vesturio homnima, que cobre, simbolicamente um soberano ou alto membro da

    nobreza. Normalmente, envolve o escudo, tendo, no seu topo, a coroa ou coronel correspondente entidade

    representada;

    9. SuportesSuportesSuportesSuportes ou TenentesTenentesTenentesTenentes: so figuras que suportam o escudo. So chamados tenentes se representam seres humanos e

    suportes, nos restantes casos. Normalmente so representados aos pares, um de cada lado do escudo. Ocasionalmente

    pode ser representado apenas um, atrs do escudo;

    10.

    InsgniasInsgniasInsgniasInsgnias: representam o cargo que uma pessoa representada pelo braso detm. comum represent-los como doisobjetos cruzados atrs do escudo;

    11. TrofusTrofusTrofusTrofus: so a reproduo de objetos, geralmente armas e bandeiras, para significar feitos militares. So,

    normalmente colocados atrs do escudo;

    12. CondecoraesCondecoraesCondecoraesCondecoraes: so a reproduo das insgnias das condecoraes que, a entidade representada, detm. So

    colocadas em colares volta do escudo, pendentes do mesmo ou, caso sejam cruzes, atrs do escudo, apenas com as

    pontas aparentes;

    13. DivisaDivisaDivisaDivisa: o lema da entidade representada. colocado num listel, sob o escudo.

    De observar que o nico elemento obrigatrio de um braso de armas o seu escudo. Independentemente de terem

    sido atribudos elementos exteriores a um braso, este pode ser representado apenas pelo seu escudo, ou at, pelo

    desenho includo no escudo, colocado sobre outro tipo de suporte.

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    Por outro lado, em certas representaes artsticas de um braso de armas, podem-lhe ser acrescentados certos elementos

    exteriores que no lhe tenham sido, formalmente, atribudos. o caso, por exemplo, dos suportes e dos tenentes,

    colocados em certos brases apenas como decorao.

    J outros elementos exteriores, s podem ser colocados na representao de um braso, no caso de terem sido,

    formalmente atribudos ao titular do mesmo. o caso, por exemplo, das coroas e dos coronis.

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    1.41.41.41.4 ---- Formas do EscudoFormas do EscudoFormas do EscudoFormas do Escudo

    O elemento central de um braso, torna-se no escudo. Na herldica, de facto, com a sua personalizao das armas

    dos cavaleiros medievais, no escudo onde contem os caracteres distintivos de um braso.

    O escudo, ou seja, o suporte material bsico do braso de armas, foi sendo representado, conforme a poca e o local,

    com diversos formatos, alguns deles bastantes fantsticos e rebuscados.

    Os primeiros brases que se conhecem tm a forma de chamado escudo normando ou amendoado, corrente no sc.XII, poca considerada como nascimento da herldica.

    Esses brases, serviam como decorao dos escudos, pintados com as suas peas distintivas e as suas cores e foram

    evoluindo ao longo do tempo e regio enquanto pea de defesa.

    Por outro lado, por particularidade geogrfica, o seu desenho herldico foi sendo associado a formatos de brases de

    algum ou alguns pases. Isto permite, identificar a origem de um braso a partir da forma do seu escudo.

    Por exemplo, o escudo dito de cabea de cavalo particularmente exclusivo de Itlia, o escudo de pontas tpico

    da Inglaterra e os escudos alemes quase sempre so do tipo de torneio.

    Essa marca e a evoluo do braso permite estabelecer perodos temporais em cada Pas, como so os exemplos da

    utilizao nas Armas de Portugal.

    Os principais e mais usuais na Europa, so os seguintes:

    1. Escudo clssicoEscudo clssicoEscudo clssicoEscudo clssico, ogivalogivalogivalogival ou lanceoladolanceoladolanceoladolanceolado: tem a ponta inferior em forma de lana ou ogiva. Sendo um dos mais antigos

    formatos de escudo, no sculo XX voltou a ser o tipo mais usado na Europa e nos pases de influncia europeia;

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    2. Escudo francsEscudo francsEscudo francsEscudo francs, quadradoquadradoquadradoquadrado ou samnticosamnticosamnticosamntico: tem um

    formato, aproximadamente quadrado, mas com os dois

    cantos inferiores arredondados e com uma pequena

    ponta na base. Introduzido, primeiro, em Frana, este

    formato de escudo tornou-se o tipo mais usado na Europa e nos

    pases de influncia europeia, durante o sculo XIX e tambm

    em Portugal, tornando-se regra geral, quer no braso dearmas nacional, quer no referido formato, nas moedas e em

    documentao oficial;

    (http://pt.wikipdia.org)

    3. Escudo ovalEscudo ovalEscudo ovalEscudo oval: tem um formato oval. Com utilizao generalizada durante o sculo XVIII, tornou-se, na herldica

    portuguesa, o formato de escudo privativo do clero. Em outros pases o formato privativo dos escudos femininos;

    4. LisonjaLisonjaLisonjaLisonja: tem um formato em paralelogramo, com os quatro lados iguais. Na herldica portuguesa e da maioria dos

    pases europeus o formato de escudo privativo das senhoras que no sejam titulares ou chefes de famlia.

    Tem a particularidade de dever ser sempre partido, apresentando esquerda as armas da famlia (do pai) da

    armigerada, e direita as armas do marido. As mulheres enquanto solteiras devem usar a partio dextra, de prata e

    plena ou simples.

    Na Catalunha e em outros territrios da antiga Coroa de Arago o formato de escudo de utilizao generalizada;

    5. Escudo de torneioEscudo de torneioEscudo de torneioEscudo de torneio ou de bandeirade bandeirade bandeirade bandeira: um quadriltero como sete partes de largura por oito de altura. Era o formato

    do escudo fsico, utilizado pelos cavaleiros nos torneios medievais;

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    6. Escudo italianoEscudo italianoEscudo italianoEscudo italiano ou de cabea de cavalode cabea de cavalode cabea de cavalode cabea de cavalo: tem o formato aproximado da parte frontal da cabea de um cavalo.

    Utilizado, inicialmente, na Itlia, durante o renascimento, este tipo de escudo baseava-se no formato das peas dearmadura que protegiam a parte frontal da cabea dos cavalos de batalha;

    7. Escudo suoEscudo suoEscudo suoEscudo suo: de formato semelhante ao do escudo clssico, mas com a parte superior recortada, ainda h quem o

    considere um escudo ogival inglsogival inglsogival inglsogival ingls;

    8. Escudo inglsEscudo inglsEscudo inglsEscudo ingls: de formato semelhante ao do escudo francs, mas com uma "orelha" triangular em cada um dos

    bordos superiores. Este formato de escudo foi usado no sculo XVIII pelos nobres da Inglaterra, distinguindo-se dos

    escudos plebeus, pelas "orelhas";

    9. Escudo alemoEscudo alemoEscudo alemoEscudo alemo: escudo de ponta arredondada ou ogival, com um recorte redondo num dos cantos superiores.

    Formato de escudo usado em torneios pelos cavaleiros renascentistas, servindo o recorte superior para apoiar a

    lana;

    10. Escudo polacoEscudo polacoEscudo polacoEscudo polaco ou russorussorussorusso: escudo de ponta arredondada, com recortes arredondados simtricos nas laterais e,

    geralmente, tambm na parte superior;

    11. Escudo portugusEscudo portugusEscudo portugusEscudo portugus, espanholespanholespanholespanhol, flamengoflamengoflamengoflamengo, ibricoibricoibricoibrico, peninsularpeninsularpeninsularpeninsular ou boleadoboleadoboleadoboleado: escudo com a ponta ou base redonda.

    Atualmente o escudo de uso dominante em Portugal. Tambm bastante utilizado na Espanha, Brasil, Alemanha e

    Pases Baixos;12. Escudo de fantasia:Escudo de fantasia:Escudo de fantasia:Escudo de fantasia: escudo dissimulado que no cumpre com as regras herldicas podendo por vezes serem

    interpretados como devaneios ou caprichos pessoais;

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    1.51.51.51.5 ---- Organizao do EscudoOrganizao do EscudoOrganizao do EscudoOrganizao do Escudo

    Ao descrever-se a organizao de um escudo, deve ter-se em conta que ele descrito pelo ponto de vista do, suposto,

    portador do escudo. Assim, por conveno a direita (ou dextra) do escudo a esquerda de quem o olha de frente.

    Igualmente a esquerda (ou sinistra) do escudo a direita em relao ao observador frontal.

    O escudo organiza-se em 9 reas fundamentais, chamadas pontos:

    1.

    Canto direito do chefeCanto direito do chefeCanto direito do chefeCanto direito do chefe;2. Ponto do chefePonto do chefePonto do chefePonto do chefe ou, simplesmente, chefechefechefechefe;

    3. Canto esquerdo do chefeCanto esquerdo do chefeCanto esquerdo do chefeCanto esquerdo do chefe;

    4. Ponto do flanco direitoPonto do flanco direitoPonto do flanco direitoPonto do flanco direito, ou, simplesmente flanco direitoflanco direitoflanco direitoflanco direito;

    5.

    Ponto do centroPonto do centroPonto do centroPonto do centro, coraocoraocoraocorao ou abismoabismoabismoabismo;6. Ponto do flanco esquerdoPonto do flanco esquerdoPonto do flanco esquerdoPonto do flanco esquerdo, ou, simplesmente flanco esquerdoflanco esquerdoflanco esquerdoflanco esquerdo;

    7. Canto direito da pontaCanto direito da pontaCanto direito da pontaCanto direito da ponta;

    8. Ponto da pontaPonto da pontaPonto da pontaPonto da ponta ou, simplesmente pontapontapontaponta;

    9. Canto esquerdo da pontaCanto esquerdo da pontaCanto esquerdo da pontaCanto esquerdo da ponta. (http://pt.wikipdia.org)

    Adicionalmente existem: Ponto de honraPonto de honraPonto de honraPonto de honra (H) e UmbigoUmbigoUmbigoUmbigo (N).

    Os pontos podem ainda agrupar-se, formando quatro partes: ChefeChefeChefeChefe (por extenso) - agrupando os pontos 1, 2 e 3,

    Flanco direitoFlanco direitoFlanco direitoFlanco direito (por extenso) - agrupando os pontos 1, 4 e 7, Flanco esquerdoFlanco esquerdoFlanco esquerdoFlanco esquerdo (por extenso) - agrupando os pontos 3,

    6 e 9 e PontaPontaPontaPonta (por extenso) - agrupando os pontos 7, 8 e 9.

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    1.61.61.61.6 ---- Parties e SubParties e SubParties e SubParties e Sub----parties do Escudoparties do Escudoparties do Escudoparties do Escudo

    Podem designar-se de PlenoPlenoPlenoPleno ou SimplesSimplesSimplesSimples todos os escudos, exclusivos com simbologia de apelido nico.

    Nos compostos, os escudos podem ser subdivididos em quatro parties, obtidas atravs do conceito de

    ao de guerra, correspondentes aos golpes de espada que lhe podiam ser desferidos, cabendo-lhes

    apelidos diferenciados ou iguais:

    1.

    PartidoPartidoPartidoPartido: trao vertical, de cima abaixo do escudo;2. CortadoCortadoCortadoCortado: trao horizontal, do flanco direito ao esquerdo do escudo;

    3. FendidoFendidoFendidoFendido: trao diagonal, descendo do canto direito at ao esquerdo do escudo;

    4. TalhadoTalhadoTalhadoTalhado: trao diagonal, descendo do canto esquerdo at ao direito do escudo.

    Repetindo a mesma ou combinando vrias das parties, pode obter-se um sem nmero de sub-parties, bem como

    peas de honra, obtidas a partir daquelas, tais como exemplos:

    5. EsquarteladoEsquarteladoEsquarteladoEsquartelado (cortado e partido)

    6. FranchadoFranchadoFranchadoFranchado (fendido e talhado)

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    7. GironadoGironadoGironadoGironado ( a sobreposio entre o franchado e o esquartelado) constitui o braso dividido em

    8 peas triangulares, denominadas de gires

    8. Em AsnaAsnaAsnaAsna (dividido por um "V" invertido)

    9. TerciadoTerciadoTerciadoTerciado (dividido em trs partes)

    Podem ser:

    1. Em pala (trs partes verticais)

    2. Em faixa (trs partes horizontais)

    3.

    Em banda (trs partes, a do meio diagonal a partir do canto esquerdo)

    4. Em barra (trs partes, a do meio diagonal a partir do canto direito)

    5. Em mantel (como duas cortinas que se abrem da parte superior central da partio)

    (http://pt.wikipdia.org)

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    1.71.71.71.7 ---- Figuras de um EscudoFiguras de um EscudoFiguras de um EscudoFiguras de um Escudo

    Em herldica, as figurasfigurasfigurasfiguras de um escudo designam todas as imagens que se encontram dentro deste.

    Segundo a Universidade de Notre-Dame, de Indiana, uma figura "qualquer coisa que exista num braso, seja no campo...ou

    sobre uma pea, ou mesmo sobre outra figura".

    As figuras podem-se agrupar em animadas e no-animadas.

    a)

    Animadas:

    a.1) Animais

    a.2) Ser humano (em geral representadas por partes do corpo humano, em herldica, brao e a cabea)

    a.3) Seres imaginrios, mitolgicos (unicrnio, drago, sereia, centauro, grifo, esfinge, trito, cocratice, etc)

    b) No-animadas:

    b.1) Peas de escudo

    b.2) Cruz, elmo, armadura e coroa

    b.3) Armas

    b.4) Smbolos (militares, religiosos, abstratos, geomtricos)

    b.5) Plantas, rvores, flores e frutos

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    1.81.81.81.8 EsmaltesEsmaltesEsmaltesEsmaltes

    Esmaltes so as cores usadas na herldica, embora haja certos padres, chamados forrosforrosforrosforrosou pelespelespelespeles, e representaes de

    figuras em suas cores naturais, ou da sua cor (distintas das cores representveis), que tambm so tratados como

    esmaltes. Como a herldica , em sua essncia, um sistema de identificao, a conveno herldica mais importante a

    regra da contrariedade das cores em prol do contraste e da visibilidade, metais (que geralmente so esmaltes mais claros)

    nunca devem ser postos sobre metais, e cores (que geralmente so esmaltes mais escuros) nunca devem ser postos sobre

    cores. Quando uma figura sobrepe uma parte do fundo do escudo, a regra no se aplica.

    Os nomes usados na brasonaria lusfona para as cores e metais provm principalmente do francs. Os mais comuns so

    Jalde ou Or (ouro), Argente (prata), Blau ou Azure (azul), Goles (vermelho), Sable (preto), Sinopla ou Vert (verde) e

    Purpure (prpura), com a trama e a cor abaixo apresentada.

    Outras cores so utilizadas ocasionalmente, normalmente para finalidades especiais e o abuso do esmalte de sua cor

    visto como uma prtica viciosa e decadente.

    A simbologia para cada uma delas representada pela sua cor ou pela sua trama ou textura conforme se visualiza na

    imagem abaixo, para uma melhor aferio do que se pretende explicar.

    Cores Primrias:Cores Primrias:Cores Primrias:Cores Primrias:

    Blau ou Azure Goles Sable Sinopla ou Vert Purpure

    (azul) (vermelho) (preto) (verde) (prpura)

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    Metais Principais:Metais Principais:Metais Principais:Metais Principais: Forros ou Peles Principais:Forros ou Peles Principais:Forros ou Peles Principais:Forros ou Peles Principais:

    Jalde ou Or Argente Arminho Veiro

    (amarelo ou ouro) (prata) (branco e negro) (branco e azul)

    (http://pt.wikipdia.org)

    Os principais esmaltes apresentam os seguintes significados:

    Ouro (Jalde ou Or) nobreza, riqueza e poder;

    Prata (Argente) pureza; integridade, firmeza e obedincia;

    Vermelho (Goles) vitria, fortaleza e ousadia;

    Azul (Blau ou Azure) zelo, lealdade, caridade, justia, lealdade, beleza e boa reputao;

    Verde (Sinopla ou Vert) esperana, f, amizade, bons servios prestados, amor, juventude e liberdade;

    Prpura (Purpure) grandeza e sabedoria elevada;

    Negro (Sable) prudncia, astcia, tristeza, rigor e honestidade;

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    Certos padres chamados forrosforrosforrosforros ou pelespelespelespeles podem aparecer num

    braso, e so (de modo um tanto arbitrrio) classificados comoesmaltes. As duas peles comuns so o Arminho e o Veiro sendo

    que, o Arminho representa a pelagem hibernal do arminho (branca

    com a cauda preta) e o Veiro representa um tipo de esquilo que

    tem o dorso azulado e o ventre branco.

    Ambas so costuradas lado a lado, formando um padro alternadode formas azuis e brancas, onde so representadas figuras herldicas

    que podem ser representadas nas suas cores naturais.

    (www.familiasesobrenomes.com.br)

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    1.91.91.91.9 PeasPeasPeasPeas de Honrade Honrade Honrade Honra

    Nos primrdios da Herldica, as formas retilneas,

    muito simples, e com trao grosso eram pintadas nosescudos. Estas poderiam ser facilmente reconhecidas

    distncia e lembradas. Assim, serviam ao propsito-mor

    da Herldica: a identificao.

    medida que escudos mais complexos passaram a ser

    usados, estas formas grossas foram separadas numacategoria parte, as peas. Elas funcionam como

    figuras, e sempre so descritas primeiro na brasonaria. A

    menos que seja expressamente especificado de outra

    forma, elas se estendem de borda a borda do campo.

    Existem peas de primeira ordem (chamadas honrarias,embora este vocbulo seja por vezes usado como

    sinnimo de pea) cobrem cerca de 1/5 da pea e as de

    segunda ordem (ordinrias) cobrem cerca de 1/3 da pea. (peas de acordo com Larousse (http://pt.wikipdia.org)

    Embora esta classificao no seja unnime, algumas normalmente so classificadas como de primeira ordem: estas

    incluem a cruz, a faixa, a pala, a banda e a aspa, soter ou sautor.Entre as que normalmente so classificadas como de segunda ordem esto a asna, a bordura ou bordadura, o chefe, o

    canto, entre outros.

    As peas podem aparecer em sries paralelas; nestes casos, embora a brasonaria inglesa os nomeie no diminutivo plural,

    a francesa no faz tal distino. Salvo ressalva expressa, uma pea desenhada com linhas retas, mas tambm podem

    seguir padres serrilhados, ondulados, dentados, ou diversos outros.

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    Peas mais utilizadas de 1 ordem:Peas mais utilizadas de 1 ordem:Peas mais utilizadas de 1 ordem:Peas mais utilizadas de 1 ordem:

    Faixa - Armadura e cinturo do Cavaleiro. Tem de largura, um tero da do campo (fundo do escudo).

    Pala - Lana do Cavaleiro. Tem de largura, um tero da do campo (fundo do escudo).

    Banda - Correia ou cinturo do Cavaleiro. A pea oposta da banda, a barraou contrabanda(diagonal da esquerda

    para a direita), pode significar correia, ou "desonra". Tem de largura, um tero da do campo (fundo do escudo).

    Cruz - Espada do Cavaleiro; concedida aos que j tinham participado em combates, tendo a sua espada ficado

    manchada de sangue. Cada uma das suas peas, tem de largura a quarta parte do bordo superior do escudo.

    Aspa - Estandarte do Cavaleiro; tambm designada por Soter (ou Sautor), Cruz de Santo Andr ou Cruz de Boronha

    ou Borgonhona.

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    Peas mais utilizadas de 2 ordem:Peas mais utilizadas de 2 ordem:Peas mais utilizadas de 2 ordem:Peas mais utilizadas de 2 ordem:

    Cabria ou Asna. Botas e esporasdo Cavaleiro. A pea semelhante a um esquadro, com um nguloinferior a 45.

    Chefe. Tem de largura, um tero da do campo (fundo do escudo).

    Bordura ou bordadura. Proteo, favor e recompensa; concedida aos que j tinham participado em combates, tendo

    a sua roupa ficado manchada de sangue. A sua rea equivale a um sexto da largura do campo.

    Perla ou Mantel. Pea com dupla interpretao: Santssima Trindade; ou as trs devoes do cavaleiro: a sua dama, o

    seu Rei e o seu Deus.

    Canto. Equivale nona parte do escudo.

    (www.alpheratz.org)

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    2222 ---- O Braso da CidadeO Braso da CidadeO Braso da CidadeO Braso da Cidade

    O braso da cidade nem sempre foi o mesmo ao longo dos tempos; muito

    embora, a sua estrutura bsica se tivesse mantido durante os diferentes reinados.

    O original braso da Invicta representava uma cidade de prata, em campo azul

    sobre o mar de ondas verdes e douradas.

    Em 1517, sofre a primeira alterao. Foi-lhe includo a imagem de N. Sr. de

    Vandoma com o menino Jesus nos seus braos entre duas torres, sobre um

    fundo azul.

    (imagens retiradas de http://doportoenaoso.blogspot.com/2010/07/apontamentos-sobre-as-armas-do-porto.html)

    Em 1813, e aquando da segunda modificao, a imagem de N. Sr. de Vandoma aparece ainda ladeada por duastorres encimadas, de um lado por um brao com uma espada e do outro com uma bandeira.

    (imagens retiradas de http://doportoenaoso.blogspot.com/2010/07/apontamentos-sobre-as-armas-do-porto.html)

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    Em 1834, no reinado de D. Pedro IV, ao braso foi introduzido uma inscrio Antiga, mui nobre sempre Leal e

    Invicta Cidade, em honra aos sacrifcios sofridos pela cidade do Porto, durante o cerco miguelista, por seu irmo D.Miguel.

    (imagens retiradas de http://doportoenaoso.blogspot.com/2010/07/apontamentos-sobre-as-armas-do-porto.html)

    e (http://araduca.blogspot.com/2008_04_01_archive.html)

    Este braso era ento constitudo por um escudo esquartelado, cercado pelo colar da Ordem da Torre e Espada,

    tendo nos primeiros e quartos quartis as armas de Portugal e nos segundos e terceiros as antigas armas da cidade.

    Encimava o escudo um drago verde, assente numa coroa ducal e sobressaa uma longa faixa com a legenda Invicta.

    O drago est relacionado com S. Jorge, padroeiro de Inglaterra, cujo culto parece ter sido introduzido em Portugal

    pelos cruzados ingleses que auxiliaram D. Afonso Henriques na conquista de Lisboa, em 1147.

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    No reinado de D. Afonso IV passou-se a usar a invocao de S. Jorge como grito de guerra contra os inimigos (por

    contraponto ao grito de Santiago, utilizado pelos castelhanos.

    J D. Joo I tinha especial devoo por S. Jorge, tido como fator religioso na vitria em Aljubarrota, onde

    participaram ingleses. As armas de D. Joo I tinham um elmo encimado por um drago alado. Tambm, D. Nuno

    lvares Pereira era devoto deste mrtir, tendo na sua bandeira a figura do santo, S. Jorge.

    A ltima alterao do braso, em 1940, foi-lhe dada a forma atual, representado pelas armas.

    Apresenta-se de azul com um castelo de ouro. Este constitudo por um muro ameado e franqueado por duas torres

    ameadas. Est aberto e iluminado a vermelho sobre um mar de cinco faixas ondeadas, sendo trs de prata e duas de

    verde.

    Sobre a porta, assente numa mesura de ouro, est a imagem da virgem com um

    diadema na cabea, segurando um manto azul e com o menino Jesus ao

    colo, vestido de vermelho. Ambos esto acompanhados lateral e

    superiormente por um esplendor, que se apoia nas ameias do muro - dois

    escudos de Portugal antigo. No cimo, uma coroa mural de prata de cinco

    torres e um cordo da ordem militar da Torre e Espada do Valor e do Mrito.

    No listel branco, a inscrio j atribuda de Antiga, mui nobre sempre Leal e

    Invicta Cidade.

    (texto adaptado de http://mjfs.spaceblog.com.br)

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    3333 ---- Os Brases de FamliOs Brases de FamliOs Brases de FamliOs Brases de Famliaaaa

    3.13.13.13.1 ---- Origem dos apelidosOrigem dos apelidosOrigem dos apelidosOrigem dos apelidos

    O uso de cada pessoa ser conhecida pelo nome ou nomes prprios, apelidos da me e apelidos do pai

    relativamente recente e datar para os finais do sc. XVIII ou incios do sc. XIX. Nos primrdios da nacionalidade e

    em toda a Idade Mdia, tanto em Portugal como no resto da Europa, um indivduo era conhecido pelo seu nome

    prprio e pouco mais. No caso dos nobres, eram ento conhecidos pelo seu ttulo, feudo ou terra, por exemplo, o

    Bragana, o Condestvel, etc

    Para o povo, poderia ser pela profisso, por exemplo Jos Marceneiro, Pedro Ferrador, etc, ou pelo local de

    origem ou morada o Lus de Coimbra, Joo de Mirandela, ou frequentemente, por uma alcunha, das quais a

    mais interessante seja a do clebre colonizador da Madeira, Joo Gonalves Zarco, pois dizia-se que zarco um

    homem que tinha um olho de cada cor.

    Por este motivo se foram acumulando nomes quer pelas aparncias fsicas de um indivduo quer pela aparncia de

    parecena com animais, por exemplo: Bravo, Leal, Cordeiro, Lobo, Coelho, Valente, ou Gordo, Feio, Coxo, Tiro

    Pico, etc

    Mas a forma mais usual de formao de apelidos na Idade Mdia foi a adoo do nome prprio do pai, sob aforma de patronmicos.

    O processo era bsico: se um indivduo chamado Simo tinha um filho chamado Pedro, este seria conhecido por

    Pedro Simes, e at na nobreza tal aconteceu, por exemplo com o Conde D. Henrique pois o rei D. Afonso levou

    Henriques.

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    Em Portugal, temos variados casos de apelidos com esta origem, so os casos de lvaro ou Alves (de lvaro);

    Bernardes (de Bernardo); Domingues (de Domingos); Esteves (de Estevo); Fernandes (de Fernando); Gonalves (deGonalo); Martins (de Martim); Mendes (de Mendo); Nunes (de Nuno); Rodrigues (de Rodrigo); Soares (de Soeiro);

    Vasques (de Vasco); e de muitos outros.

    Outra fonte de apelidos, assumidos ou escolhidos em condies especiais, foi nos casos da converso forada de

    judeus, no perodo de D. Manuel II e de D. Joo III, onde os cristos-novos, de uma forma geral adotaram ou

    possivelmente por imposio a aplicao de apelidos com conotaes religiosas, so o caso de Esprito Santo,Trindade, Baptista, Santa Maria, e outros. Tambm, com outra variante, puderam escolher o seu apelido

    acrescentando temas da natureza e especialmente nomes de rvores, so os exemplos de Oliveira; Carvalho;

    Pinheiro, Nogueira, Silva, Moreira, etc

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    3.23.23.23.2 ---- Factos histricos da cidadeFactos histricos da cidadeFactos histricos da cidadeFactos histricos da cidade

    Atravs dos mltiplos relatos de Germano Silva podemos perfeitamente caracterizar a histria do Porto e as razes

    pela qual a cidade apresenta to poucos brases, casas apalaadas ou solares, isto , os motivos pelos quais a

    nobreza e os ricos titulados se encontravam impedidos de a se instalarem para viver.

    Por essa razo transcrevemos um texto, de uma das suas obras, que revelava a real situao da cidade do Porto

    desde a origem da nao:

    A cidade do Porto no possui grandes palcios. Nem palcios grandes. E os poucos que existem foram construdos, na maioria

    dos casos, numa rea que fica fora do limite da das antigas muralhas defensivas, vulgarmente conhecidas por muralhas

    fernandinas. H uma explicao para a escassez de palcios no miolo, digamos assim, da cidade. Tem a ver com um dos mais

    falados privilgios de que os cidados desta velha urbe gozaram durante muitos e muitos anos e que consistia no seguinte: aos

    fidalgos era proibida a residncia no interior da cidade. Com efeito, uma carta rgia de 20 de fevereiro de 1390, do tempo,

    portanto do Senhor D. Joo I, dizia textualmente que os fidalgos no podiam pousar dentro dos muros da cidade do Porto

    nem nela podiam comprar casas ou quintas e que aqueles que o tivessem feito que as vendessem.

    Determinava ainda a referida carta rgia que os fidalgos de passagem pelo Porto deviam demorar-se na cidade apenas o

    tempo estritamente necessrio para tratar dos seus negcios urgentes, no podendo a sua demora exceder trs dias.

    Em 1503, o rei D. Manuel I revogou muitas provises e cartas rgias de anteriores monarcas. Entre os documentos revogados

    estavam os que proibiam a residncia de fidalgos na cidade do Porto.

    Os nobres podiam, portanto, voltar a residir dentro dos muros da cidade, mas D. Manuel I punha uma condio: a de que

    seriam expulsos se exorbitassem ou causassem danos na cidade e aos cidados do Porto. Ao que parece, os fidalgos abusaram

    da permisso manuelina e nas suas residncias as desordens e os atropelos s leis foram de tal ordem que o mesmo monarca, em

    17 de maro de 1505, revogou a lei de 1503, restituindo aos cidados do Porto os seus antigos privilgios. Compreende-se por

    tudo o que atrs est escrito a razo por que a cidade do Porto no tem grandes palcios nem faustosas residncias.

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    Os que tinha possibilidades de os construir, os homens de dinheiro estavam proibidos de viver na cidade. Logo, no tinham

    nenhum motivo, bem pelo contrrio, para construir residncia no Porto.

    Depois da proviso do rei D. Manuel I de 1503, os fidalgos que possuam vivendas no interior da cidade viram-se obrigados a

    vend-las e com o produto da venda compraram terrenos da parte de fora dos muros e a comearam a construir as suas casas

    senhoriais e os seus palcios e quintas.

    So disso, exemplo as antigas quintas do Pinheiro, de Santo Ovdio, de Vilar, da Pena. E os palacetes do visconde de Balsemo,

    em Carlos Alberto, e dos Terenas e Monfalins, junto ao Palcio. Porto - uma cidade a descobrir, Germano Silva notcias editorial.

    Rebelo da Costa d referncia aprecivel de mais quintas notveis pertencentes nobreza e que se acrescenta s

    palavras de Germano Silva, tais como a Quinta das Virtudes, de Jos Pinto Meireles; a Quinta do Carvalho, de Jos

    Ribeiro Braga e de seu irmo; a Quinta da Prelada, dos Noronha de Menezes; a Quinta da Fonte, de Francisco

    Domingos Jos Nogueira; a Quinta do Bom Sucesso, de Antnio S Lopes; a Quinta do Regueirinho, de Joaquim

    Kopke; a Quinta dos Arcos, de Gabriel Herault; a Quinta de Sacais, de Nicolau Francisco Guimares; a Quinta da

    China, de Jos Lopes Ferraz; as Quintas de Campanh e de Bonjia, de Antnio Amorim Gama Lobo; a Quinta do

    Freixo, de Noronha Cernache; onde ainda se acrescentam as Quinta do Castanheiro, de Pacheco Pereira, a Quinta

    de Villar de Allen, de Joo de Allen; a Quinta da Mitra, a Quinta da Pvoa, a Quinta da Boavista, a Quinta de

    Cirne, a Quinta do Valado, as Quintas do Lameiro e do Adro, junto Igreja de St. Ildefonso, e muitas outras

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    3.33.33.33.3 ---- Objetivo do trabalhoObjetivo do trabalhoObjetivo do trabalhoObjetivo do trabalho

    Compilar todos os brases da cidade incrustados nas fachadas, em portais de casas e palacetes, portes das quintas e

    sepultados em cemitrios foi a inteno inicial do atual trabalho, onde se incluram breves histrias da famlia e

    das respetivas casas.

    A sequncia das fotos, com os brases ou pedras de armas, no tiveram qualquer pressuposto na organizao da

    matriz do trabalho, nem foi especificamente direcionada pelas caractersticas da sua localizao, centralidade, poca

    ou figurino histrico.

    medida que se inseriram e acrescentaram mais um escudo de armas, era configurada a sua localizao, introduzida

    uma definio herldica e fatos da histria sobre o mesmo, nos casos em que houvesse elementos que o permitisse

    fazer.

    Para a obteno destas informaes foram fundamentais as variadas consultas obtida pelos meios informticos e

    particularmente pelas narrativas histricas de Germano Silva e da obra da Gouveia Portuense, Portas e Casas

    Brasonadas do Porto e seu Termo, e em sua memria se entendeu inserir alguns desenhos lindssimos que merecem

    serem lembrados pelo seu extraordinrio contedo.

    De igual paralelismo vem-se dar continuidade ao excelente trabalho j elaborado por Armando de Mattos, no seu

    inventrio de Pedras de Armas do Porto, outra publicao de relevo, que merecia mais divulgao nacional.

    No final deste trabalho apresentam-se reunidos em quadros-resumo com o inventrio sobre todos os brases

    existentes na cidade, com as informaes mais especficas e possveis, no que se refere sua localizao, a sua poca,

    a sua origem e sobre outros aspetos de indispensvel interesse, sob o tema de herldica de famlia.

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    Expe-se, em seguida, a recolha obtida de todos os brases e pedras de armas, ainda existentes, descobertas pela

    cidade, numa variedade de exemplares, que na perspetiva da cidade do Porto se apresentam de grande relevnciapara a histria e seu patrimnio.

    Pena foi, os que foram desaparecendo em favor da evoluo da cidade, por interesses individuais, e de todos

    aqueles que se encontram escondidos nos interiores das habitaes, igrejas, etc, cuja divulgao se far com breves

    referncias a alguns deles tambm referenciados nesta obra.

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    3.43.43.43.4 Descrio e notasDescrio e notasDescrio e notasDescrio e notas

    Para um melhor entendimento deste

    trabalho, torna-se necessrio estabelecer a

    classificao de cada braso familiar,

    segundo pocas, estilos e escolas, nos casos

    possveis de serem determinados.

    Pode-se genericamente associar cada um

    deles de acordo com o quadro apresentado

    de modo a que em cada anlise se entenda

    o perodo histrico da pea fotografada.

    Quadro I - retirado da obra da Gouveia Portuense, Portas

    e casas brasonadas do Porto e seu Termo

    de notar que a arte tem um grande papel a desempenhar nas pedras de armas, pois a realizao icnica dos

    motivos herldicos exige um critrio artstico que, por vezes, as transforma em verdadeiras maravilhas da escultura

    em pedra e do ferro realizadas pelos seus lavrantes.

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    O estilo dos ornatos exteriores dos escudos, o gnero de estilizao, a tcnica seguida no lavor da pedra, so tantos

    outros fatores que, em conjunto com a anlise herldica, ajudam a marcar a cronologia dos exemplares armoriados,que demonstra um importante relevo como auxilio a prestar histria.

    Na coleo portuense dos brases e pedras de armas, registam-se diversos tipos, esteticamente considerados. Alguns

    so preciosos exemplares, honrosos para os canteiros e ferreiros que souberam com tanta arte os cones do

    orgulho dos familiares nobilirquicos da sua poca.

    Pode-se constatar pelo quadro, que os brases sofreram ao longo dos sculos evolues em funo dos estilos e

    escolas conforme as suas pocas. As suas transformaes deveram-se tambm a formatos mais apropriados

    representao das figuras e juno de vrios brases no mesmo escudo, fruto de alianas familiares. Tornou-se,

    ento, menos alongado e mais retangular, ainda que com a ponta mais ou menos em bico: surgem assim,

    aproximadamente na mesma poca, o escudo gtico, o escudo peninsular e o escudo francs.

    No perodo manuelino o escudo mais utilizado foi uma variante do escudo francs, frequentemente com o chefe em

    bico.

    No sc. XVI, a fantasia dos desenhadores herldicos levou a uma maior diversidade na forma do escudo, muitas

    vezes baseado nos escudos dos torneios de inspirao germnica.

    J no sc. XVII, acontece um retorno s formas mais tradicionais do escudo, nomeadamente o escudo ibrico,

    reservando-se a fantasia para os ornatos exteriores do escudo. So o caso da cartela recortada e outros elementos de

    natureza no herldica.

    O perodo barroco trouxe para a herldica as formas mais arrebicadas e estranhas de brases, tornando na maior

    parte das vezes uma extrema dificuldade no desenho da pea no interior do escudo.

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    As suas linhas idnticas s da arquitetura da poca, apresentam curvas e contra-curvas ondulantes, simtricas ou no,

    e frequentemente associam elementos menos herldicos ao braso, como elementos exteriores ao escudo, como porexemplo conchas e volutas.

    Em todo o processo herldico, so sem dvida neste perodo considerados, os brases barrocos, como os

    exemplares mais impressionantes do ponto de vista decorativo embora os de melhor valor herldico encontram-se

    nos brases medievais.

    Em contradio aos exageros desta poca, conduziu-se a uma reao de sobriedade e conteno quase geomtrica,

    no sc. XIX, para o escudo francs, quase perfeitamente retangular, mais adequado a um grande numero de

    parties, devido s junes familiares entre armigerados, fruto de sucessivas alianas atravs dos sculos e da

    vaidade que a poca propiciava.

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    3.53.53.53.5 Os BrasesOs BrasesOs BrasesOs Brases ---- as suas Histrias e Origensas suas Histrias e Origensas suas Histrias e Origensas suas Histrias e Origens

    A inventariao das pedras de armas e brases em qualquer regio tem sempre um interesse positivo, quer nocampo histrico, social e at artstico. Na cidade do Porto ter um maior relevo devido s suas caractersticas

    prprias e antecedentes histricos que advm da sua origem, quer pelas regalias dos portuensesque desde 1390

    obtiveram pelas graas do rei D. Joo I.

    interessante realar, que ainda a propsito da cidade do Porto, na sua sustentao da forte tradio episcopal ao

    longo dos tempos e que ainda hoje ascende pelo simbolismo do selo municipal portuense.

    Lembrar, tambm, que da rainha passou ao poder dos bispos; dos bispos passou para o rei; e desde sempre os viles

    do Porto se habituaram a lutar pelos seus interesses, quer contra uns, quer em parceria com outros. Assim, os

    privilgios e as bastas regalias foram ganhando para a causa popular e da cidade, com prejuzo e desprestgio da

    nobreza.

    Armando de Mattos descreve que J D. Afonso III, por carta do ano de Cristo de 1261, considera os moradores do Porto

    com os mesmos direitos e na mesma categoria dos infanes da terra da Feira, iguais aos cidados de Lisboa e

    posteriormente consagrada por D. Joo I pela gratido demonstrada pelas gentes portuenses aquando da sua

    ascenso ao trono, confirmada pela sua carta rgia de 20 de fevereiro de 1390.

    No entanto o poder da nobreza e algumas prerrogativas provenientes de certos favores, visando a liberdade na

    cidade no Porto, D. Manuel vem criar o primeiro desaire populao portuense, autorizando em 1503 a permisso

    de residncia.

    Estas faculdades cedidas cidade e mesmo a outras cidades, no seriam mais do que uma arma diplomtica de

    atrao, usada pelos nossos reis, no seu contacto com os ncleos populares. Era em defesa da coroa, que necessitava

    de estar sempre precavida contra a nobreza e contra o clero. Por estas razes o rei necessitava destes 3 estados para

    seu equilbrio governativo.

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    Armando de Mattos acrescenta que os nicos lugares onde seria possvel organizar o povo como classe, era nas vilas e

    nas cidades. A populao dos campos, naqueles tempos, estava ainda muito dispersa e bastante presa ao clero e nobreza, paraser utilizada pela coroa.

    No entanto, apesar de tudo isto, as casas que iam sendo marcadas com a desejada pedra de armas, aumentavam em

    nmero na cidade do Porto. Primeiro devido aos nobres que nelas viviam, por dedicarem a sua atividade ao

    comrcio, depois, porque as casas e quintas daqueles que as tinham legalmente levantado e fundado fora das

    muralhas, com a crescente expanso populacional, viram-se integradas na rea citadina. Por ltimo, a razo dosprivilgios dos burgueses do Porto caram perante a evoluo e o desenvolvimento da cidade, ao longo do tempo.

    Estas ltimas circunstncias permitiram ao burgus portuense aspirar a se nobilitarem e ficarem equiparados a

    fidalgos e se constiturem em escol, e permitirem chegar aos valores da transmissibilidade dos seus descendentes por

    benevolncia real, a partir de finais do sc. XVIII e seguinte.

    Basta consultar os registos herldicos publicados, referentes a essa poca, para ficar demonstrado o forte incrementode fidalguia de origem burguesa o qual mereceu acrrimas crticas e banalizao das mercs dadas que a ironia da

    poca transcreveu em palavras do povo:

    - Foge co que te fazem baro;

    - Mas para onde, se me fazem visconde?

    Apesar do descrito, um grande nmero de pedras de armas contaria a cidade, marcando orgulhosamente as

    habitaes de fidalgos e nobres. Muitas se perderam, contudo aquelas que ainda hoje restam, espalhadas por casas,

    igrejas e sepulturas deixam adivinhar como o seu nmero seria muito superior seno fosse a nsia do crescimento e a

    falta de desvelo com o patrimnio da cidade.

    As pedras de armas e brases do Porto, moralmente, alguma coisa representam. Simbolizam famlias cujo chefe se

    notabilizou e que mereceram a considerao de todos.

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    Muitas dessas pedras j esto apeadas das casas a que pertenciam e, destas, bastantes j no existem ou mudaram de

    local, mostrando a decadncia que a nobreza representa a partir dos incios do sc. XIX.Esta compilao ser sempre um acrscimo catalogao do patrimnio alm de ser um registo histrico, de uma

    razo herldica, de um assunto de arte, o documentrio de uma situao moral do nosso Pas.

    Para a representao individual de cada braso ou pedra de armas fundamental a sua descrio, uma introduo

    histrica, quer familiar quer arquitetnica, bem como, de uma explicao herldica, com o fim de enquadrar o seu

    significado na histria de Portugal e da Cidade.

    Em cada braso criou-se uma matriz descritiva, individual e uniforme. Associou-se a caracterizao familiar e

    temporal da poca que o envolve, havendo, por vezes, alguns brases que foram de todo, impossvel a sua

    obteno dos elementos que fossem suficientemente clarificadores da sua descrio ou histria.

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    Braso dos Ferrazes Madureira

    Braso:Braso:Braso:Braso: Ferrazes e Madureira

    Material:Material:Material:Material: Granito

    poca:poca:poca:poca: Renascena / Sc. XVI

    Estilo/Escola:Estilo/Escola:Estilo/Escola:Estilo/Escola: Manuelino / Reminiscncia ogival

    Famlia:Famlia:Famlia:Famlia: Casa dos Ferrazes Madureira

    Construo:Construo:Construo:Construo: Prdio de habitao de 3 pisos

    Localizao:Localizao:Localizao:Localizao: Rua do Clube Fluvial Portuense, 14/16 e

    R. de S. Joo 44/48

    Freguesia:Freguesia:Freguesia:Freguesia: S. Nicolau

    Descrio:Descrio:Descrio:Descrio: Encontra-se aplicada na fachada do

    prdio

    Histria:Histria:Histria:Histria: Edifcio, do Sc. XVI, de construovernacular, apenas enobrecido pelo

    braso de armas.

    CCCConservao:onservao:onservao:onservao: Mau (pedra j bastante gasta)

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    Classificao:Classificao:Classificao:Classificao: Herldica de Famlia

    EscudoEscudoEscudoEscudo: Clssico ou Ogival

    FormatoFormatoFormatoFormato: Esquartelado

    Leitura:Leitura:Leitura:Leitura: I e IV Ferraz

    II e III Madureira

    Timbre:Timbre:Timbre:Timbre: no tem

    Obs.:Obs.:Obs.:Obs.: Tipo de pedra de armas influenciado ainda pela poca manuelina. Sem timbre como ento era

    usual.

    O II e o III quartel, que deviam ser esquartelados, apresentam, cada um, o 1 e o 2 quartel, mas

    trocados. Os lees esto erradamente, passantes.

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    Braso dos Sousa e Silva

    Braso:Braso:Braso:Braso: Sousa e Silva

    Material:Material:Material:Material: Granito

    poca:poca:poca:poca: Decadncia / Sc. XVIII (ano de 1703)

    Estilo/Escola:Estilo/Escola:Estilo/Escola:Estilo/Escola: Barroco / desconhecida

    Famlia:Famlia:Famlia:Famlia: Famlia dos Sousa e Silva

    Construo:Construo:Construo:Construo: Prdio de habitao de 4 pisos

    Localizao:Localizao:Localizao:Localizao: Rua das Flores, n 79/83

    Freguesia:Freguesia:Freguesia:Freguesia: Vitria

    Descrio:Descrio:Descrio:Descrio: Encontra-se inserida na fachada do prdio

    Histria:Histria:Histria:Histria: O braso figura na fachada do prdio, na

    esquina da Rua das Flores com a Rua de Ferraz. Inicialmente o

    edifcio pertenceu a esta famlia portuense - famlia Ferraz.

    O edifcio foi construdo no sc. XVIII, tendo passado como

    residncia para a famlia, os Sousa e Silva. Possua uma capela

    privativa da qual hoje resta a cruz de pedra e a sineira de ferro.

    O braso provavelmente ter pertencido a outra casa, de onde ter sido removido para esta, que de construo

    posterior ao ano de 1703.

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    CCCConservao:onservao:onservao:onservao: Bom

    Classificao:Classificao:Classificao:Classificao: Herldica de Famlia

    EscudoEscudoEscudoEscudo: Francs ou quadrado

    FormatoFormatoFormatoFormato: Esquartelado

    Leitura:Leitura:Leitura:Leitura: I e IV Sousa (de Arronches)

    II e III Silva

    Timbre:Timbre:Timbre:Timbre: de Sousa

    Elmo:Elmo:Elmo:Elmo: Est erradamente tarado de perfil, com paquife

    Obs.:Obs.:Obs.:Obs.: Tem esta pedra a particularidade pouco vulgar de ser datada. Bom desenho herldico,

    especialmente o paquife, com curiosa maneira como o canteiro obteve o relevo.

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    Braso dos Almeida Garrett

    Braso:Braso:Braso:Braso: Almeida Garrett

    Material:Material:Material:Material: Granito

    poca:poca:poca:poca: Contempornea / Sc. XIX

    Estilo/Escola:Estilo/Escola:Estilo/Escola:Estilo/Escola: Ecltico / desconhecido

    Famlia:Famlia:Famlia:Famlia: Famlia Garrett Casa de Campolindo

    Construo:Construo:Construo:Construo: Prdio de habitao de 2 pisos

    Localizao:Localizao:Localizao:Localizao: Rua Dr. Pedro Dias, n 139

    Freguesia:Freguesia:Freguesia:Freguesia: Paranhos

    Descrio:Descrio:Descrio:Descrio: Encontra-se aplicada na fachada da casa, sobre a

    porta de entrada

    Histria:Histria:Histria:Histria: Este braso do Sc. XVII, edificado num palacete do Sc. XIX e que atualmente (2012) se

    encontra venda, com projeto aprovado (espera-se que o preservem).

    Localizado numa antiga quinta do Porto, com um jardim romntico de diversas camlias e uma rea de terreno com

    2000 m2 sendo de assinalar que no mnimo curioso que se deixe no mais perfeito abandono a casa onde ter

    vivido temporariamente o poeta portugus romntico por antonomsia, casa situada na antiga rua do Calvrio

    (hoje rua Dr. Barbosa de Castro).

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    Esta quinta foi pertena da famlia de Almeida Garrett apresentando idnticas armas que a casa da Rua da Boavista

    (atual Colgio Universal) de um tio do escritor.CCCConservao:onservao:onservao:onservao: Bom

    Classificao:Classificao:Classificao:Classificao: Herldica de Famlia

    EscudoEscudoEscudoEscudo: Francs ou quadrado

    FormatoFormatoFormatoFormato: Esquartelado

    Leitura:Leitura:Leitura:Leitura: I e IV Silva

    II Almeida

    III Leito

    Timbre:Timbre:Timbre:Timbre: de Leito

    Elmo:Elmo:Elmo:Elmo: sem paquife

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    Brases dos Ferreiras

    Braso:Braso:Braso:Braso: Ferreira

    Material:Material:Material:Material: Metal (1) / Granito (2)

    poca:poca:poca:poca: Contempornea /Sc. XIX

    Estilo/Escola:Estilo/Escola:Estilo/Escola:Estilo/Escola: Ecltica / desconhecida

    Famlia:Famlia:Famlia:Famlia: Famlia Ferreira

    Construo:Construo:Construo:Construo: Casa do Carregal

    Localizao:Localizao:Localizao:Localizao: Trv. do Carregal

    Freguesia:Freguesia:Freguesia:Freguesia: Miragaia

    Descrio:Descrio:Descrio:Descrio: Encontra-se aplicado no porto e capela lateral

    Histria:Histria:Histria:Histria: A origem do edifcio foi uma casa-torre em que

    morou o riqussimo mercador Joo Martins Ferreira, abastado

    homem de negcios, tambm conhecido pelo morgadio dos Ferreiras.Instituiu, no sc. XV, o vnculo da Casa do Carregal.

    Joo Martins Ferreira era descendente de D. lvaro Herrera, depois Ferreira, fidalgo espanhol que viera at ao

    condado Portucalense com o conde D. Henrique.

    Na instituio do vnculo dos Ferreira foi introduzida uma clusula que impunha aos seus administradores a

    obrigao de residirem na cidade do Porto.

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    Braso dos Rocha, Ferreira e Barbuda

    Braso:Braso:Braso:Braso: Desconhecido

    Material:Material:Material:Material: Granito

    poca:poca:poca:poca: Renascena / Caracterstica do Sc. XVII

    Estilo/Escola:Estilo/Escola:Estilo/Escola:Estilo/Escola: Clssico /desconhecida

    Famlia:Famlia:Famlia:Famlia: Desconhecido

    Construo:Construo:Construo:Construo: Prdio em runa

    Localizao:Localizao:Localizao:Localizao: Rua de S. Pedro de Miragaia, 32

    Freguesia:Freguesia:Freguesia:Freguesia: Miragaia

    Descrio:Descrio:Descrio:Descrio: Encontra-se aplicada na fachada

    Histria:Histria:Histria:Histria: no se encontrou registos

    CCCConservao:onservao:onservao:onservao: Bom (em abandono)

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    Classificao:Classificao:Classificao:Classificao: Herldica de Famlia

    EscudoEscudoEscudoEscudo: Francs ou quadrado, inclinado

    Formato:Formato:Formato:Formato: Esquartelado

    Leitura:Leitura:Leitura:Leitura: I e IV Rocha

    II Ferreira

    III Barbuda

    Timbre:Timbre:Timbre:Timbre: de Rocha

    Elmo:Elmo:Elmo:Elmo: com paquife

    Obs.Obs.Obs.Obs.: Exemplar tpico do sc. XVII, ainda com tradio das cartas de

    armas do sc. XVI.

    Bom desenho e encontra-se inclinado, designao mais

    conhecida por au balon.

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    Braso dos Noronha e Menezes

    Braso:Braso:Braso:Braso: Portugal e Castela

    Material:Material:Material:Material: Granito

    poca:poca:poca:poca: Decadncia / Sc. XVII Sc. XVIII

    Estilo/Escola:Estilo/Escola:Estilo/Escola:Estilo/Escola: Barroco / Influncia italiana

    Famlia:Famlia:Famlia:Famlia: Noronha e Menezes, Quinta da Prelada

    Construo:Construo:Construo:Construo: Quinta de habitao

    Localizao:Localizao:Localizao:Localizao: Rua dos Castelos e Trv. da Prelada

    Freguesia:Freguesia:Freguesia:Freguesia: Ramalde

    Descrio:Descrio:Descrio:Descrio: Encontra-se aplicada no portal de

    entrada.

    Histria:Histria:Histria:Histria: A residncia setecentista dos Noronha e

    Meneses tem um belo portal barroco de traa de Nasoni. uma quinta, que j nas Inquiries do sc. XIII, aparece

    mencionada com o nome de Pedra Lata.

    Projeto parcialmente desenhado por Nasoni, a casa senhorial da Quinta da Prelada data do incio da segunda

    metade do sculo XVIII, a partir de 1754. O porto de acesso quinta, onde se sobrepe o braso, mais antigo -

    dos finais do sc. XVII.

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    notvel a riqueza decorativa do braso de famlia e da conceo das sereias suportando as volutas, que com os

    capitis estribam o entablamento, sendo feliz e original e que, apesar dos seus erros no sentido esttico, uma dasmais belas portas na cidade do Porto.

    Edificao que o Padre Agostinho Rebelo da Costa caracteriza como de majestosa em grandeza, obeliscos, jardins,

    cascatas, pirmides, labirintos e um grande lago que rodeia uma casa acastelada que est no seu centro firmada

    sobre uma pequena ilha.

    A alameda da Quinta media mais de 400 m e integrava-se num conjunto de paisagem construda, de que faziam

    parte os obeliscos da entrada (que esto no passeio Alegre), onde Nazoni utilizou, como ornamento, carateres

    extrados dos brases dos donos da obra as torres de Noronha e as alianas dos Menezes. No extremo da antiga

    alameda, no terreiro da casa, avulta o famoso chafariz do cgado.

    Por morte de D. Francisco Noronha de Menezes, a casa

    pertenceu famlia Noronha de Meneses at 1904. Nessa

    data foi doada Santa Casa da Misericrdia do Porto. Foi a

    famlia mais ilustre da Pennsula Ibrica, tendo razes

    toponmicas, cujo nome foi tirado da vila com essa

    designao.

    O braso encontra-se dividido em cinco partes.Encontramos a aliana dos Menezes, ao centro com uma

    espada, noutros dois corpos intercalados podemos observar

    os castelos dos Noronha, ladeados por lees e por fim os

    sete castelos das sete cidades que D. Afonso tomou aos

    mouros com as cinco quinas, que fazem aluso s chagas de Jesus Cristo. Tal como a bandeira de El-Rei D. Joo V(1706-1750) o braso encontra-se encimado por uma coroa.

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    Braso dos Coburgo-Gotha

    Braso:Braso:Braso:Braso: Coburgo-Gotha

    Material:Material:Material:Material: Mrmorelioz

    poca:poca:poca:poca: Contempornea/ Sc. XIX

    Estilo/Escola:Estilo/Escola:Estilo/Escola:Estilo/Escola: Ecltico / desconhecida

    Famlia:Famlia:Famlia:Famlia: Casa Saxnia-Coburgo-Gotha

    Construo:Construo:Construo:Construo: Monumento a D. Pedro V

    Localizao:Localizao:Localizao:Localizao: Praa da Batalha

    Freguesia:Freguesia:Freguesia:Freguesia: S

    Descrio:Descrio:Descrio:Descrio: Aplicada no pedestal da esttua

    Histria:Histria:Histria:Histria: D. Pedro V, de Portugal (nome completo:

    Pedro de Alcntara Maria Fernando Miguel Rafael Gonzaga

    Xavier Joo Antnio Leopoldo Victor Francisco de Assis JlioAmlio de Saxe Coburgo e Bragana; 16 de Setembro de 1837 11 de Novembro de 1861), cognominado O

    Esperanoso, O Bem-Amadoou O Muito Amado, foi Rei de Portugal de 1853 a 1861.

    Era o filho mais velho da Rainha D. Maria II e do seu consorte D. Fernando II, primognito do prncipe Fernando de

    Saxe-Coburgo-Gota-Kohry, e primo de Leopoldo rei da Blgica. Um dos muitos membros dessa Casa.

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    Embora muito jovem aquando a sua ascenso ao trono portugus, com apenas 16 anos, foi considerado por muitos

    como um monarca exemplar, que reconciliou o povo com a casa real, aps o reinado da sua me ter sido fruto de

    uma guerra civil vencida.

    D. Fernando II, seu pai, desempenhou um papel fundamental no incio do seu reinado, tendo exercido o governo

    da nao na qualidade de regente do Reino, orientando o jovem rei no que diz respeito s grandes obras pblicas

    efetuadas. D. Pedro frequentemente descrito como um monarca com valores sociais bem presentes, em parte

    devida sua educao, que incluiu trabalho junto das comunidades e um vasto conhecimento do continente

    europeu.

    A 16 de Setembro de 1855, completando 18 anos, aclamado rei, presidindo nesse mesmo ano inaugurao do

    primeiro telgrafo eltrico no pas e, no ano seguinte (28 de Outubro), inaugura o caminho-de-ferro entre Lisboa a

    Carregado. tambm no seu reinado que se iniciam as primeiras viagens regulares de navio, entre Portugal e

    Angola.

    Dedicou-se com afinco ao governo do Pas, estudando com mincia as deliberaes governamentais propostas.

    Criou ainda, o Curso Superior de Letras, em 1859, que subsidiou do seu bolso, com um donativo de 91 contos de

    ris. Nesse mesmo ano introduzido o sistema mtrico em Portugal.

    D. Pedro V foi um defensor acrrimo da abolio da escravatura e data do seu reinado um episdio que atesta a

    convico do monarca nessa matria e que simultaneamente demonstra a fragilidade de Portugal perante as grandespotncias europeias: junto costa de Moambique apresado um navio negreiro francs, tendo o seu comandante

    sido preso. O governo de Frana, no s exigiu a libertao do navio, bem como uma avultada indemnizao ao

    governo portugus.

    P l l fl l d d id i d l d 1853 1856 d

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    Portugal , por essa altura, flagelado por duas epidemias, uma de clera, que grassa de 1853 a 1856, e outra de

    febre-amarela, principalmente em 1856/57. Durante esses anos o monarca, em vez de se refugiar, percorria os

    hospitais e demorava-se cabeceira dos doentes, o que lhe trouxe muita popularidade.

    Em 1858, D. Pedro V casa-se por procurao com a princesa D. Estefnia de Hohenzollern-Sigmaringen, que veio a

    morrer no ano seguinte vtima de difteria.

    Sendo a sade pblica, uma das suas preocupaes, foi juntamente com a sua mulher, a princesa D. Estefnia de

    Hohenzollern-Sigmaringen, que Pedro fundou hospitais pblicos e instituies de caridade. Alis, cumprindo osdesejos por ela manifestados, o monarca, fundou o Hospital de Dona Estefnia, em Lisboa.

    Morreu com apenas 24 anos, em 11 de Novembro de 1861, que segundo parecer dos mdicos, devido a febre tiride

    (enquanto o povo suspeitava de envenenamento e por isso viria a amotinar-se). A sua morte provocou uma enorme

    tristeza em todos os quadrantes da sociedade. No tendo filhos, foi sucedido pelo irmo, o infante D. Lus, que

    habitava ento no sul de Frana.

    CCCConservao:onservao:onservao:onservao: Bom

    Classificao:Classificao:Classificao:Classificao: Herldica de Famlia

    EscudoEscudoEscudoEscudo: de fantasia

    Formato:Formato:Formato:Formato: Pleno

    Leitura:Leitura:Leitura:Leitura: I Coburgo e Gotha

    Timbre:Timbre:Timbre:Timbre: no tem

    CoroaCoroaCoroaCoroa:::: Real

    Obs.Obs.Obs.Obs.: Bom desenho e aprecivel execuo do lavrante

    B d B F

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    Braso dos Bravo e Ferraz

    Braso:Braso:Braso:Braso: Bravo e Ferraz

    Material:Material:Material:Material: Granito

    poca:poca:poca:poca: Decadncia / Sc. XVII-XVIII

    Estilo/Escola:Estilo/Escola:Estilo/Escola:Estilo/Escola: Barroco / Influncia francesa

    Famlia:Famlia:Famlia:Famlia: Casa dos Maias

    Construo:Construo:Construo:Construo: Edifcio de 2 pisos com duas entradas

    Localizao:Localizao:Localizao:Localizao: Rua das Flores, n 27 e 33

    Freguesia:Freguesia:Freguesia:Freguesia: Vitria

    Descrio:Descrio:Descrio:Descrio: 2 Conjuntos aplicados sobre as entradas

    Histria:Histria:Histria:Histria: A Casa dos Maias est classificada como

    Imvel de Interesse Pblico, pelo decreto 45/93, DR 280, de

    30 de novembro.Mais conhecida por Casa dos Maias - nome da ltima famlia que a habitou. Esta casa apalaada foi construda ainda

    no sculo XVI, pelo fidalgo Martim Ferraz, descendente de uma famlia nobre do Entre Douro e Minho. Encontra-se

    na Rua de Santa Catarina das Flores, topnimo da artria manuelina depois simplificado para Rua das Flores, onde

    at ento estavam as hortas do Bispo do Porto de ento: D. Pedro da Costa.

    Este tinha tamanha devoo por Santa Catarina do Monte Sinai que fizera adotar a

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    Este tinha tamanha devoo por Santa Catarina do Monte Sinai, que fizera adotar a

    Roda de Navalhas como seu braso de armas e nomear a rua como Rua de Santa

    Catarina das Flores, tendo a sua marca no cunhal do atual edifcio.

    Esta rua seria uma das principais vias da cidade, onde se edificaram muitas moradias

    senhoriais. Os Ferrazes Bravo, por consrcio da famlia Ferraz com o tambm

    fidalgo Manuel Bravo, foram proprietrios da casa at ao sculo XIX, altura em que

    foi adquirida por Domingos de Oliveira Maia. Trata-se de um amplo edifcio com

    loja, sobreloja e andar nobre, cuja feio quinhentista foi radicalmente alterada por

    obras setecentistas.

    Na fachada principal, de linhas barrocas, rasgam-se oito janeles sobrepujados por frontes triangulares, com

    varandas de ferro forjado, sobre igual nmero de janelas da sobreloja, duas das quais ficam parcialmente obstrudas

    pelas grandes pedras de armas que figuram os brases partidos dos Bravos e Ferrazes, enquadrando os dois portais

    centrais.

    Estes brases so constitudos por escudos de armas que podem ser quinhentistas,

    embora estejam montados numa estrutura ornamental composta por volutas e

    enrolamentos barrocos, talvez em resultado das intervenes realizadas no sculo

    XVIII.

    Sobressai ainda, como caracterstica particular desta fachada, o beiral, muito saliente,

    assente numa srie de cachorrosem granito.

    No interior, a casa possui uma larga escadaria em granito, com dois lanos laterais e

    um lano central, em cujo corrimo se apoiam seis colunas elevadas at ao piso

    nobre. Nos sales existem tetos de estuque trabalhado.

    A planta do conjunto em U definindo um ptio nas traseiras pavimentado em lajes de granito onde ter existido

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    A planta do conjunto em U, definindo um ptio nas traseiras, pavimentado em lajes de granito, onde ter existido

    uma fonte barroca, da qual resta a taa e o grande golfinho que serviria de bica. Data da poca das obras de

    renovao do imvel, certamente meados do sculo XVIII, a construo de uma capela no ptio, atribuda o risco

    ao artista italiano Nicolau Nasoni. A capelinha, de planta octogonal, era revestida a talha. Mais tarde foi colocada

    na capela da Quinta do Vale de Abrao, em Lamego, pertencente aos mesmos proprietrios.

    CCCConservao:onservao:onservao:onservao: Bom

    Classificao:Classificao:Classificao:Classificao: Herldica de Famlia

    EscudoEscudoEscudoEscudo: Francs ou quadrado

    Formato:Formato:Formato:Formato: Partido

    Leitura:Leitura:Leitura:Leitura: I Bravo

    II FerrazTimbre:Timbre:Timbre:Timbre: no tem

    Cores:Cores:Cores:Cores: I de azul, com castelo de oiro, enxaquetado de vermelho,

    encimado de trs torres de prata, aberto e iluminado de

    negro, a porta carregada de um leo de oiro e sobre ela, um escudete de azul com trs flores-de-lis

    de oiro; o castelo acompanhado, em chefe, de duas guias de prata voantes sobre as torreslaterais, e assente num contrachefe de prata faixado-ondado de trs peas de azul;

    II de vermelho com seis rodelas de oiro, arqueadas, ferradas e choupadas de negro, postas em

    grupos de 2, 2 e 2.

    Obs.:Obs.:Obs.:Obs.: Bom desenho e aprecivel trabalho do canteiro. Marca-se pela ausncia de ornatos exteriores.

    Braso dos Castro

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    Braso dos Castro

    Braso:Braso:Braso:Braso: Castros

    Material:Material:Material:Material: Granito

    poca:poca:poca:poca: Decadncia / Sc. XVIII

    Estilo/Escola:Estilo/Escola:Estilo/Escola:Estilo/Escola: Barroco / desconhecida

    Famlia:Famlia:Famlia:Famlia: Manuel lvares de Castro

    Construo:Construo:Construo:Construo: Prdio de habitao de 3 pisos

    Localizao:Localizao:Localizao:Localizao: Rua Ch, n 77 e 83

    Freguesia:Freguesia:Freguesia:Freguesia: S

    Descrio:Descrio:Descrio:Descrio: Encontra-se aplicada na fachada do prdio

    Histria:Histria:Histria:Histria: Casa dos finais do sc. XV. Levou o braso

    posteriormente, aquando de sua pertena a Manuel lvares de

    Castro, no sc. XVIII. A pedra de armas, da merc de 16-2-

    1737, foi concedida ao Sargento Manuel lvares de Castro,

    Fidalgo da Casa Real e Cavaleiro da Ordem de Cristo, morador

    em Arrifana de Sousa (atual Penafiel) e casado com Dona Maria Joana Jacinta Pereira Leal do Lago, tambm

    armigerada a 12-6-1749.

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    Braso dos Alpoim Calheiros Costa e Pimentel

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    Braso dos Alpoim, Calheiros, Costa e Pimentel

    Braso:Braso:Braso:Braso: Desconhecido

    Material:Material:Material:Material: Granito

    poca:poca:poca:poca: Contempornea / Caracterstica do Sc. XIX

    Estilo/Escola:Estilo/Escola:Estilo/Escola:Estilo/Escola: Ecltico /desconhecida

    Famlia:Famlia:Famlia:Famlia: Desconhecido

    Construo:Construo:Construo:Construo: Prdio de habitao de 3 pisos

    Localizao:Localizao:Localizao:Localizao: Rua do Bonfim, n 399

    Freguesia:Freguesia:Freguesia:Freguesia: Bonfim

    Descrio:Descrio:Descrio:Descrio: Encontra-se aplicada no topo do prdio

    Histria:Histria:Histria:Histria: no se encontrou registos

    CCCConservao:onservao:onservao:onservao: Bom

    ClassifiClassifiClassifiClassificao:cao:cao:cao: Herldica de Famlia

    EscudoEscudoEscudoEscudo: Oval

    Formato:Formato:Formato:Formato: Esquartelado

    Leitura:Leitura:Leitura:Leitura: I Alpoim

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    II CalheirosIII Costa

    IV Pimentel

    Timbre:Timbre:Timbre:Timbre: de Costa

    Elmo:Elmo:Elmo:Elmo: sem paquifeObs.Obs.Obs.Obs.: Arranjo e desenho bem dentro do sc. XIX.

    Tem esta pedra de armas o cuidado de indicar as cores e a incorreo do escudo oval.

    Braso dos Melo

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    Braso dos Melo

    Braso:Braso:Braso:Braso: Melo

    Material:Material:Material:Material: Granito

    poca:poca:poca:poca: Contempornea / Sc. XIX

    Estilo/Escola:Estilo/Escola:Estilo/Escola:Estilo/Escola: Ecltica / desconhecida

    Famlia:Famlia:Famlia:Famlia: Famlia Melo

    Construo:Construo:Construo:Construo: Inserido num Portal da Quinta de Santo

    Antnio

    Localizao:Localizao:Localizao:Localizao: Rua do Baro Forrester

    Freguesia:Freguesia:Freguesia:Freguesia: Cedofeita

    Descrio:Descrio:Descrio:Descrio: Inserido em fronto triangular do Portal de

    entrada

    Histria:Histria:Histria:Histria: A Quinta de St. Antnio das guas Frreas ou

    Quinta da Boavista ou do Melo pertenceu aos Sousa e Melo e

    ocupava uma vasta rea, que se estendia desde a igreja da Lapa

    at Carvalhosa.

    O primeiro proprietrio desta quinta era Jos de Sousa e Melo, que foi para alm de tesoureiro-geral da Alfndega

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    do Porto, tambm vice-provedor e deputado da Companhia Geral de Agricultura e Vinhas do Alto Douro, inspetor

    das Obras do Edifcio da Academia da Marinha e Comrcio, vereador da Cmara do Porto, provedor da Santa Casa

    da Misericrdia e armigerado 3 Visconde de Veiros, em 31/5/1841.

    Foi administrador dos Correios do Porto, como Correio-Mor da cidade, cargo que desempenhara, vivia na

    residncia apalaada que tinha na Rua do Correio, atual Rua do Conde de Vizela.

    So dele as armas que o portal do lado do Ribeirinho e atual Rua Baro Forrester ostenta; muito provvel quetenha sido o primeiro portal da quinta e por isso o mais histrico. O seu conjunto constitudo de trs corpos dois

    meios torrees ladeando um semicrculo ao centro do qual se abre a entrada assaz original.

    A pedra de armas, de escuso ovalado, simples e sbria. O elmo muito rudimentar e desgracioso est erradamente

    colocado.

    Aps sua morte foi adquirida pela Franciscanas de Calais, que em 1880 tero fundado um convento, uma escolafeminina e diversos servios assistenciais. No contexto da transio entre a monarquia obsoleta e um estado social

    republicano, esta quinta ter sido expropriada aps a sua expulso, pertencendo ao Ministrio da Justia.

    CCCConservao:onservao:onservao:onservao: Bom (timbre partido)

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    Classificao:Classificao:Classificao:Classificao: Herldica de FamliaEscudoEscudoEscudoEscudo: Oval

    Formato:Formato:Formato:Formato: Pleno ou simples

    Leitura:Leitura:Leitura:Leitura: I Melo, constituda por uma dobre-cruz acompanhada de 6 besantes e boradura (Melo)

    Timbre:Timbre:Timbre:Timbre: de Melo, com uma guia de negro besantada de prataCores:Cores:Cores:Cores: de Oiro, com seis bilhetas deitadas, de vermelho, cada uma carregada de um besante de prata

    Elmo:Elmo:Elmo:Elmo: sem paquife

    Obs.:Obs.:Obs.:Obs.: Tem duas incorrees: o elmo colocado de frente e o escudo oval.

    Braso da Companhia dos Caminhos de Ferro Atravs de frica

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    p

    Braso:Braso:Braso:Braso: Companhia dos Caminhos de Ferro

    Atravs de frica

    Material:Material:Material:Material: Granito

    poca:poca:poca:poca: Decadncia / Sc. XVIII

    Estilo/Escola:Estilo/Escola:Estilo/Escola:Estilo/Escola: Barroco / Influncia Italiana

    Famlia:Famlia:Famlia:Famlia: Famlia Portuense Pacheco Pereira

    Construo:Construo:Construo:Construo: Palacete de Belmonte, com 2 pisos

    Localizao:Localizao:Localizao:Localizao: Rua de Belmonte

    Freguesia:Freguesia:Freguesia:Freguesia: S. Nicolau

    Descrio:Descrio:Descrio:Descrio: Inserido na fachada do Palacete

    Histria:Histria:Histria:Histria: Situa-se dentro das antigas muralhas

    Fernandinas e considerado o mais belo exemplar da

    arquitetura do Porto do sc. XVIII, constituindo um exemplar da arquitetura setecentista. conhecido pelo palcio

    de Belmonte, por estar na rua que tem esta designao.

    Foi a residncia da influente e poderosa famlia portuense Pacheco Pereira. Nesta residncia senhorial realizaram-

    se as mais animadas reunies mundanas do Porto, do sc. XIX.

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