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SISTEMA DE COTAS Por Márcio Thomaz Bastos BRASIL URGENTE Novo Código Florestal BB ENTREVISTA MARCELO HADDAD Agência Rio Negócios A revolução do RH O desafio das empresas em descobrir e gerir talentos Revista da Câmara de Comércio Americana para o Brasil Ano XXVI | Nº270 | Jul-Ago 2011

Brazilian Business - 270

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A revolução do RH - O desafio das empresas em descobrir e gerir talentos

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SiStema de cotaS Por Márcio Thomaz Bastos

BRaSiL URGeNte Novo Código Florestal

BB eNtReViSta maRceLo Haddad Agência Rio Negócios

A revolução do RHo desafio das empresas em descobrir e gerir talentos

Revista da câmara de comércio americana para o Brasil Ano XXVI | Nº270 | Jul-Ago 2011

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v-12849-19 An Rev Brasilian Business 208x274.indd 1 7/13/11 3:02 PM

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EDITORIALHélio Blak _ Diretor-superintendente da Amcham Rio

ASSOCIADOS EM FOCO PONTO DE VISTA_ LeGaL aLeRtCotas: igualdade de oportunidades e o acessoao ensino superiorMárcio Thomaz Bastos e Luiz Armando Badin

FROM THE USAPatrícia Hoffman _ Management Office, U.S. Consulate RJ PONTO DE VISTA_ FiNaNÇaS e iNVeStimeNtoPortfólios focados em dividendosWagner Faccini Salaverry _ Sócio-diretor da Geração Futuro Corretora de Valores

CAPA Um novo universo corporativoPor Ione Luques

» como as empresas se diferenciam na atração e retenção de talentos João César Lima _ Sócio da PriceWaterhouseCoopers

» Relação empresa-candidato em um mercado aquecido Carlos Vitor Strougo _ Diretor da Kadan Headhunters

» empresa local, aldeia global Tereza Guimarães _ Diretora de Recursos Humanos do JW Marriott Rio de Janeiro

» Planejando o previsível Luiz Felippe Wancelotti _ Diretor de Administração de Apólices da Prudential do Brasil

» oportunidade para o futuro: capacitação de pequenas empresas Cezar Vasquez _ Diretor-superintendente do Sebrae/RJ

» equidade de gênero: a valorização da mulher no ambiente de trabalho Regina Valle _ Gerente de Ambiência e Recursos Humanos da Petrobras

» Univercedae, investindo nos funcionários Wagner Victer _ Presidente da Cedae

» investimento construtivo no profissional do futuro Cristinna Rebêlo _ Diretora de Recursos Humanos da Mills

PONTO DE VISTA_ comUNicaÇÃoOs “IS” da comunicaçãoNoel De Simone _ Sócio-diretor de Planejamento e Atendimento da Casa da Criação Propaganda

AMCHAM NEWS» Logística para o setor de petróleo e gás em debate

» Beltrame: a “Personalidade do Ano” no prêmio da Amcham

» Administração eficiente é a meta da Prefeitura do Rio

» Diretrizes ajudam empresas a reduzir riscos jurídicos

» Amcham promove II Fórum de Comércio Internacional

» Sistemas de gestão para inovação no país são escassos

REPORTAGEM _ amcHam eSParceria solidária: Amcham ES apoia projeto de ensino de inglês na rede pública

POR DENTRO DA CÂMARAAmcham Rio dá boas vindas a novos sócios

ENTREVISTA 10

Diretor da agência Rio Negócios, Marcelo Haddad, fala à BB

REPORTAGEM

UP with English: Projeto do Consulado dos EUA ensina inglês em comunidades pacificadas do Rio

24BRASIL URGENTE

Novo Código Florestal Brasileiro divide opiniões

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A tiragem desta edição, de 8 mil exemplares, é comprovada pela Ernst & Young.

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Editora-chefe e jornalista responsável: Andréa Blum (MTB: 031188 RJ)

Produção e reportagem: Carolina Gouveia

Projeto gráfico e diagramação: Criadêra Design

Fotografia: Luciana Areas

Revisão: Sol Mendonça

Impressão: Ediouro Gráfica e Editora

Publicação bimestral da câmara de comércio americana RJ/eS

canal do leitor:[email protected]

Fale com a câmara: [email protected]

acesse o site:www.amchamrio.com

Câmara de Comércio Americana RJ/ES

Praça Pio X, 15/5º andar

20040-020 Rio de Janeiro RJ

Tel.: (21) 3213 9200 Fax: (21) 3213 9201

v-12849-19 An Rev Brasilian Business 208x274.indd 1 7/13/11 3:02 PM

* Os pontos de vista expressos em artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião da Câmara de Comércio Americana.

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EDITORIAL

_ Brazilian Business _ Jul-Ago 20114

Caro associado,

Você vai notar uma mudança importante tanto no for-mato quanto no conteúdo da nossa Brazilian Business.Queremos contar cada vez mais com a sua participa-ção, contribuindo com artigos, opiniões, comentá-rios, sugestão de temas, enfim, tudo o que diz respeito ao seu interesse direto na nossa Câmara.

Para isso, fizemos algumas mudanças e estamos ado-tando um novo modelo de conteúdo, com foco em temas específicos para que, mesmo aqueles que não lidam diretamente com o assunto, tenham como extrair informações que possam ser úteis como gestores de empresas e também no seu dia a dia no campo pessoal.

Muito embora seja uma publicação bimestral, o que por si só já se transforma num desafio fundamental para não transmitir informações “velhas”, queremos que a revista Brazilian Business seja um veículo de seu real interesse e fonte de consulta.

Seguindo essa nova diretriz, essa edição trata como tema central da questão dos Recursos Humanos, as-sunto que ganha cada vez mais projeção nas empresas de todos os portes, especialmente num período em que a nossa região vive uma onda de investimentos

significativos em segmentos tais como os de óleo e gás, turismo, construção civil e diversos outros.

Esperamos que você goste desse novo formato e o in-centivamos a nos provocar com sugestões de textos, assuntos e artigos para as próximas edições, já que o nosso objetivo é cada vez mais interagir com você e a sua empresa e mostrar seus feitos e realizações.

Para isso, criamos um canal direto dos associados com a revista para receber comentários, sugestões de artigos, notas e temas que gostaria de ver publicados.

Escreva para [email protected] e participe das seções “Brasil Urgente”, “Associados Em Foco”, “Pon-to de Vista” e dos demais artigos em debate.

Aproveitamos para informar também que, muito em breve, você receberá uma newsletter de periodicidade mensal, cujo objetivo é fazer com que as informa-ções e notícias mais relevantes sobre a Amcham RJ-ES e seus associados sejam transmitidas em tempo hábil para que estejamos ainda mais próximo.

Boa leitura!

Hélio Blak _ Diretor-superintendente da Câmara de Comércio Americana (Amcham RJ-ES)

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ASSOCIADOS EM FOCO

_ Brazilian Business _ Jul-Ago 20116

O ManpowerGroup, empresa de soluções inovadoras em mão de obra, divulgou os resultados da Pesquisa de Expectativa de Emprego da Manpower “Manpower Employment Outlook Survey” para o ter-ceiro trimestre de 2011. Segundo o coun-try manager do grupo no Brasil, Riccardo Barberis, a tendência dos empregadores é continuar contratando no país: “Em-pregadores brasileiros estão vivencian-do um ambiente de negócio próspero e

A consultoria DBM no Brasil constatou em recente pesquisa que metade dos executivos entrevistados não quer con-tinuar na organização nos próximos três anos. O estudo revelou ainda que 73% deles deram como principal motivo a fal-ta de desafios qualitativos e perspectivas de crescimento. Diante desses dados, José Augusto Figueiredo, COO da DBM na América Latina, concluiu que as em-presas esperam maior engajamento dos seus colaboradores, mas com o atual modelo de gestão esse objetivo não vem sendo alcançado. “As empresas terão que buscar o modelo de gestão de pes-soas, no qual os colaboradores são in-centivados a serem protagonistas de seu crescimento e futuro”, disse.

manpower mostra contratações em alta no 3º trimestre

Falta de desafios cria novo modelo de gestão, diz dBm

o principal desafio no próximo trimestre é encontrar as pessoas certas com as habilidades certas, especialmente nos setores de Finanças, Construção e Servi-ços”. No Brasil, 41% dos empregadores esperam contratar no próximo trimes-tre, 4% preveem diminuição nas contra-tações e 53% não preveem antecipação de mudanças. A expectativa de emprego no Brasil é de 37%, segundo a pesquisa.

divulgação

O escritório Dannemann Siemsen ficou em primeiro lugar no ranking de melhor escritório do Brasil na World Trademark Review (WTR). Essa foi a primeira vez que a publicação realizou um ranking voltado exclusivamente para práticas e profissio-nais da área de marcas. Os sócios Luiz Henrique O. do Amaral (foto) e José Hen-rique Vasi Werner tiveram destaque entre os melhores advogados, com o primeiro e o terceiro lugar, respectivamente.

dannemann Siemsen é eleito melhor escritório de marcas

A Brookfield Incorporações veiculou pela primeira vez um anúncio criado especifica-mente para iPad. A peça divulga um dos lan-çamentos imobiliários do grupo. A primeira experiência foi realizada no Distrito Federal, mas a iniciativa segue agora para o Rio de Janeiro. “Os anúncios feitos exclusivamente para a plataforma eletrônica são interativos, com o objetivo de atingir jovens das classes A e B, antenados com tecnologia”.

Brookfield adota iPad para anunciar lançamentos

divulgação

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Edição 270 _ Brazilian Business _ 7

que oferece flashes instantâneos de direção de mercado, maturi-dade e participantes, avaliando a habilidade de execução das em-presas. A ACS é especializada em soluções de monitoramento em tempo real e técnicas de suporte de Help Desk para seus clientes em todo o mundo – movimentan-do, regularmente, mais de 1,5 milhão de atendimentos por mês.

A Vale ganhou destaque em junho no ranking Global 500, da revista Fortune, e na edição Me-lhores e Maiores da revista Exame, que ana-lisam os resultados das empresas em 2010. Segundo a Fortune, a empresa obteve o quarto maior crescimento de receita entre todas as 500 integrantes do ranking mundial. Ela foi listada ainda como a quarta maior companhia do Brasil. Já a Exame listou a Vale como a terceira maior empresa do país: a primeira em vendas (excluindo as estatais) e a que mais exportou no ano passado. O Grupo Vale – que inclui as controladas e coligadas – foi considerado o maior do Brasil.

O instituto de pesquisas Gartner incluiu a ACS, empresa do gru-po Xerox, na categoria “Líderes” do Quadrante Mágico 2011 para Help Desk Outsourcing, América do Norte. O Quadrante Mágico é uma ferramenta de pesquisa pró-pria desenvolvida pelo Gartner,

Vale ganha destaque em rankings das revistas “Fortune” e “exame”

empresa da Xerox é apontada como líder em Help desk outsourcing

O Brasil se destacou pela pri-meira vez entre os top 15 do ranking trimestral da Ernst & Young “Renewable Energy Country Attractiveness Indices”, que desde 2003 estabelece um índice dos 35 países mais atra-tivos para investimentos rela-cionados a energias renováveis. Impulsionado por um cresci-mento expressivo no mercado de energia eólica, o país subiu quatro posições e agora figura no 12º lugar. Os demais países mais bem classificados regis-traram uma discreta queda em seus índices – em grande parte, refletindo redução de incentivos e restrição de acesso ao capital.

ernest & Young: “Brasil é atrativo para energias renováveis”

divulgação

A consultoria de investimentos e serviços imobiliários Jones Lang LaSalle lançou uma nova home page. Segundo a empresa, a arquitetura foi pen-sada para dar consistência à navegação, oferecer melhor experiência ao usuário e facilitar a busca de informações. Mais leve e rápida, a página traz os indicadores do mercado imobiliário e oferece acesso aos relató-rios de pesquisa mais recentes desenvolvidos pela empresa. Confira em www.joneslanglasalle.com.br.

Jones Lang LaSalle lança nova página na internet

divulgação

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ASSOCIADOS EM FOCO

_ Brazilian Business _ Jul-Ago 20118

rua dias ferreira, 190 - 7º andar - leblon - rio de janeiro - rj - 22431-050

rua sete de setembro, 99 - 18º andar - centro - rio de janeiro - rj - 20050-005

tel 55 21 3543.6100 - fax 55 21 2507.0640 - www.clcmra.com.br

PRACTICE AREAS

Administrative Law

Corporate Law

Financial and Capital Markets

Competition Law

Energy Law

Tax Law

Judicial and Administrative Litigation

Arbitration

Contracts

Real-Estate Law

Labor Law

Pension Law

Environmental Law

Election Law

Intellectual Property

International Law

ÁREAS DE ATUAÇÃO

Direito Administrativo, Regulação e Infraestrutura

Direito Societário

Mercado Financeiro e de Capitais

Direito da Concorrência

Direito da Energia

Direito Tributário

Contencioso Judicial e Administrativo

Arbitragem

Contratos

Direito Imobiliário

Direito do Trabalho

Direito Previdenciário

Direito Ambiental

Direito Eleitoral

Propriedade Intelectual

Direito Internacional

A TOTVS divulgou recentemente ao mercado que, entre as com-panhias latino-americanas do seu setor, a empresa é a única que dispõe de plataforma de tec-nologia e infraestrutura próprias para desenvolver seus softwares. A plataforma denominada “by

O primeiro semestre de 2011 foi de crescimento para o Club Med no mundo todo. O lucro do grupo fechou o período com uma alta de 11% em rela-ção ao do ano passado, atingindo receita de € 754 milhões. O número de clientes também aumen-tou em 7% para 599 mil hóspedes. O Club Med ganhou mais mercado: na China, o aumento do número de clientes registrado foi de 56%.

Com o objetivo de atender a crescente demanda nas áreas marítima e de óleo e gás no Estado do Espírito Santo, o escritório Law Offices Carl Kincaid mudou de endereço em Vitória, Espírito Santo, sob a coordena-ção da advogada Karolina Lima Cardoso. A equipe do escritório atende agora na Avenida Professor Almeida Cousin, 125, salas 1202, 1203 e 1204, Ed. Enseada Trade Center, na Enseada do Suá.

You” suporta o desenvolvimento de todo o portfólio de produtos da empresa, que envolve gestão, negócios e colaboração. A plata-forma permite que a companhia ofereça soluções para as diferen-tes necessidades de empresas de todos os portes.

totVS é a única latino-americana com tecnologia própria

club med lucra no primeiro semestreLaw offices carl Kincaid atende demanda capixaba em novo endereço

divulgação

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O escritório Lobo & de Rizzo Advogados inaugu-rou seu novo escritório no Rio de Janeiro em um coquetel com a presença de mais de 100 convida-dos. Entre eles, estavam presentes o presidente da OAB-RJ, Wadih Damous Filho, representantes de várias empresas e profissionais de outros es-critórios de advocacia. A nova unidade está locali-zada no 43º andar da Torre Rio Sul, em Botafogo.

Lobo & de Rizzo advogados tem novo escritório no Rio

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Edição 270 _ Brazilian Business _ 9

rua dias ferreira, 190 - 7º andar - leblon - rio de janeiro - rj - 22431-050

rua sete de setembro, 99 - 18º andar - centro - rio de janeiro - rj - 20050-005

tel 55 21 3543.6100 - fax 55 21 2507.0640 - www.clcmra.com.br

PRACTICE AREAS

Administrative Law

Corporate Law

Financial and Capital Markets

Competition Law

Energy Law

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Judicial and Administrative Litigation

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Real-Estate Law

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International Law

ÁREAS DE ATUAÇÃO

Direito Administrativo, Regulação e Infraestrutura

Direito Societário

Mercado Financeiro e de Capitais

Direito da Concorrência

Direito da Energia

Direito Tributário

Contencioso Judicial e Administrativo

Arbitragem

Contratos

Direito Imobiliário

Direito do Trabalho

Direito Previdenciário

Direito Ambiental

Direito Eleitoral

Propriedade Intelectual

Direito Internacional

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ENTREVISTA

_ Brazilian Business _ Jul-Ago 201110

Luciana Areas

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Edição 270 _ Brazilian Business _ 11

O Rio de Janeiro irá receber, até 2015, mais de 53 bilhões de reais em investimentos e deve gerar 90 mil empregos, segundo da-

dos de um estudo da PricewaterhouseCoopers, fei-to a pedido da Rio Negócios, agência de promoção de investimentos do Rio de Janeiro que, em apenas um ano de trabalho, já fechou, entre novos inves-timentos e expansão de operações de empresas locais, mais de 1,78 bilhão de reais em negócios, com geração de 2,5 mil empregos ao longo dos próximos quatro anos. A meta para o período de dois anos, estimada em 600 milhões de reais, foi triplicada na metade do tempo estimado.

O modelo foi inspirado no trabalho desenvolvido por Michael Charlton, hoje diretor internacional da Rio Negócios, à época, CEO da Think London, agência de promoções de investimentos de Lon-dres, responsável por trazer investimentos de 7 bi-lhões de dólares àquela cidade, com a atração de mais de 2 mil empresas e geração de 40 mil novos empregos, diante da oportunidade das Olimpíadas.

O time da agência brasileira é liderado por Marce-lo Haddad, diretor executivo da agência, advoga-do de formação com especialização em Gestão de Negócios pela Harvard Business School, que falou com exclusividade à BB sobre os impactos dessa movimentação para a cidade e a receptividade de empresários estrangeiros e nacionais à proposta de negócios.

o que tem feito tanto sucesso e responderia por esse resultado tão positivo?

Acredito que tenhamos sido felizes na maneira de compilar as competências da cidade, que até então ficavam muito dispersas no sales speach. A forma de empacotar é que foi diferente. Conseguimos conver-ter a proposta de valor do Rio de Janeiro numa pro-posta comercial.

Quais elementos têm sido definitivos para o investi-dor decidir pelo Rio de Janeiro?

Existem alguns fatores que defino como fundamen-tais para construir essa visão de que a cidade é um ponto potencial e estratégico. São seis elementos fun-damentais: Logística, Infraestrutura, Agenda, Clien-tes, Talentos e Polo magnético.

Logística. Ao redor da cidade, num raio de 500 qui-lômetros, estão 56% do PIB brasileiro, que é um vértice formado por São Paulo, Belo Horizonte, Vitória e Rio de Janeiro. Dessas quatro cidades, a única no litoral com portos e aeroportos é o Rio de Janeiro, sendo também a única do Brasil que tem um aeroporto internacional (Galeão) com metade da sua capacidade ociosa.

Infraestrutura: a cidade tem uma condição que será completamente transformada por conta da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos. Hoje, 16% da popu-

Rio Negócios decifra o lado maravilhoso para investimentos na cidadePor Andréa Blum

marcelo Haddad _ Diretor da agência de investimentos Rio Negócios

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ENTREVISTA

_ Brazilian Business _ Jul-Ago 201112

lação se deslocam por sistemas de transporte de alta capacidade (trem e metrô). Em 2016, 50% da popu-lação vão utilizar esses sistemas. Isso é uma mudan-ça de perfil da cidade transformador. Nós não temos ainda ideia de como essa mudança vai impactar, mas com certeza vai ser algo absolutamente transforma-dor. São quase 8 bilhões de dólares de investimentos em transporte no Rio, que vão dotar a cidade de um padrão mundial.

Agenda: O Rio tem uma agenda única na conversão de negócios, uma plataforma de marketing imbatível. Somente entre Copa do Mundo e Olimpíadas, teremos continuamente o International Broadcast Center, ou seja, o centro de cobertura da mídia praticamente em sucessão. Isso dará à cidade uma exposição intensa e ininterrupta na imprensa internacional. Para o inves-tidor, é uma cidade que vai ter uma visibilidade comer-cial excepcional, razão justificável para um investimen-to novo, numa praça que pode usar como plataforma de marketing, com um valor intangível absurdo.

Clientes: o Rio de Janeiro tem um pool de clientes enorme. Só para se ter uma ideia, cerca de 50% do MarketCap da Bovespa são de empresas do Rio de Ja-neiro. Para determinados setores, é decisivo para o ne-

gócio do investidor a proximidade com o cliente, com o mercado comprador.

Talento: a cidade tem um complexo educacional in-comparável, tanto na graduação como na pós-gradu-ação. O Rio de Janeiro tem mais cursos e mais quali-dade que qualquer cidade do país. As melhores escolas estão aqui. Ou seja, talento é uma outra sensibilidade que pauta nossos investidores.

Polo magnético: sempre falamos do Rio de Janeiro como um lugar agradável, mas a maneira de apresen-tá-lo é que mudou. A gente converte esse lugar agra-dável na linguagem do homem de negócios. Se você está num local agradável com um estilo de vida, signi-fica que você atrai e retém talentos. Esse é um pacote de seis elementos básicos da cidade que conseguimos consolidar. São os pilares da atração da cidade.

a cidade para de exportar cérebros e passa a atrair novos talentos?

Sim, o projeto da GE, por exemplo, vai gerar o ingres-so de 300 PHDs numa mesma área. A Siemens, EMC Computer Systems Brasil e BG Brasil devem trazer, so-mados, outros 300 PHDs. É uma capacidade de atra-ção de gente qualificada única.

este trabalho de aproximação é feito exclusivamente com empresas estrangeiras?

Não. Trabalhamos com empresas nacionais ou que já estão no Rio de Janeiro e queiram expandir seus negócios na cidade ou com empresas no Brasil, mas que queiram fazer novos investimentos na subsidiá-ria brasileira e podem escolher o Rio de Janeiro como sede. Quando eu apresento esse pacote de informa-ções estou justificando para as empresas que estão aqui que podem investir mais na cidade.

Quais são as frentes de atuação da agência?

Nós temos um trabalho de inteligência de negócios, aplicada à área comercial, que me dá fundamentos

Luciana Areas

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Edição 270 _ Brazilian Business _ 13

para abordar meus clientes. Quando eu falo com um cliente da área de tecnologia, vou levantar todos os dados e competências da cidade naquele setor e pos-síveis demandas da cidade nessa atividade. Eu faço um diagnóstico dos talentos nas áreas de profissio-nais que podem atendê-lo. É um setor responsável por identificar o que faz diferença para aquela empresa. Temos a área comercial, que atua como uma empresa privada. Eu sei exatamente quantos clientes eu atendi no período, quantos geraram projeto, por quais in-dústrias e países. Eu tenho um mapa de negócios. E a terceira área é a de facilitação, na qual trabalho junto ao cliente para facilitar o ingresso dele aqui.

como funciona a área de facilitação?

Quando um cliente busca um investimento, ele preci-sa entender quais são os canais, com quem ele deve fa-lar, para que ele não perca tempo. Não fazemos lobby, mas identificamos os meios e trazemos o canal certo para o cliente negociar. Isso é uma aceleração de ne-gócios única, que nenhuma outra praça do país tem.

Qual seria o grande diferencial do modelo de uma agência como a Rio Negócios?

O nosso diferencial é ter esses três fundamentos de negócios e ter sempre como ponto de partida o diag-nóstico do cliente para, em seguida, buscar as oportu-nidades na cidade, ou seja, um entendimento bastan-te individual, baseado em informação, para conseguir prever os pilares relevantes para a tomada de decisão do investidor. A nossa vantagem é que somos daqui, sabemos quem procurar, e, por isso, conseguimos fa-zer esse relacionamento com mais qualidade.

como o momento atual do Rio de Janeiro influencia nos resultados da agência?

O momento é importante para os negócios. O Rio de Janeiro, hoje, tem uma agenda que catalisa vários no-vos legados para a cidade, sendo um deles o legado do desenvolvimento econômico. É um elemento que não esteve presente nos últimos anos na história do Brasil e

que é acompanhado por outros atributos, como con-sistência e solidez. Por exemplo, de 2003 a 2009, a classe média cresceu de 52% para 59%. Não podemos perder esse timing para fazer negócios.

de que forma as mudanças em segurança pública impactaram nessa retomada?

Algumas coisas foram gatilho dessa nova configuração do Rio. O crescimento e fortalecimento do Brasil; a questão da segurança, que dá confiança ao investidor e abre novas áreas para a cidade, que até então não eram possíveis de expansão, e retira o Rio de Janeiro de uma agenda nega-tiva; os eventos esportivos, que dão essa visibilidade que os investidores querem; e a indústria de energia, uma ca-talisadora de negócios impressionante, pois traz também tecnologia, serviços, projetos, um escopo de iniciativas fantástico. Esses quatro elementos fizeram um ponto de inflexão em benefício do Rio de Janeiro.

a indústria de energia tem um papel decisivo nesse processo de aceleração do desenvolvimento da cidade, que ainda deve se intensificar nos próximos anos. Quais as áreas de negócios potenciais na cidade?

Segundo dados de um levantamento do BNDES, de 2011 a 2014, serão investidos no Brasil 614 bilhões de reais, de capital direto. Desse volume, 84% dos setores são energia, mineração, siderurgia e petroquímica, as qua-tro áreas em que a cidade do Rio de Janeiro tem a maior concentração de clientes, empresas e órgãos decisórios e reguladores. Das empresas de óleo e gás, 67% estão no Rio de Janeiro, operando com exploração e perfuração; o estado é o maior polo de siderurgia do Brasil (CSA, CSN e, em breve, a Açu); nós temos o maior investimento em petroquímica da América Latina. Energia é um motor.

Qual o futuro da Rio Negócios após 2012?

O meu desejo é que esse trabalho seja relevante e per-maneça como modelo de negócios para a cidade. Para que a iniciativa privada, independentemente de quem seja o administrador, exija que exista um modelo pen-sando em negócios para a cidade do Rio de Janeiro.

Page 14: Brazilian Business - 270

Com as constantes evoluções do mercado, o profissional de RH está sempre realizando múltiplas atividades. A gestão de benefícios é uma das mais complexas e demanda muito tempo.

Redução de sinistralidade, implantação de programas de saúde e qualidade de vida requerem domínio técnico e dedicação integral para que os resultados sejam positivos. Esses são os compromissos da Case, uma consultoria especializada na administração integral de planos de saúde e seguros corporativos, que há mais de 15 anos identifica as melhores alternativas aos seus clientes, sempre com transparência e personalização.

Conheça as nossas soluções e fique tranquilo para a condução do seu negócio.

www.casesaude.com.br

Não basta oferecer benefícios; é preciso gerenciamento e direção.

Telefone: 21 3216-9292

Page 15: Brazilian Business - 270

Com as constantes evoluções do mercado, o profissional de RH está sempre realizando múltiplas atividades. A gestão de benefícios é uma das mais complexas e demanda muito tempo.

Redução de sinistralidade, implantação de programas de saúde e qualidade de vida requerem domínio técnico e dedicação integral para que os resultados sejam positivos. Esses são os compromissos da Case, uma consultoria especializada na administração integral de planos de saúde e seguros corporativos, que há mais de 15 anos identifica as melhores alternativas aos seus clientes, sempre com transparência e personalização.

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BRASIL URGENTE

_ Brazilian Business _ Jul-Ago 201116

O Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC) vem participando ativamente das discussões em torno do substitutivo do de-

putado Aldo Rebelo ao Projeto de Lei que reforma o Código Florestal. Nosso intuito é contribuir nas discussões que levem à construção de um consen-so entre a necessidade de produção agrícola, espe-

Novo código florestalMudar sem abrir mão das conquistas

cialmente de alimentos, e a preservação ambiental, legitimando os compromissos voluntários de re-dução de emissões de gases de efeito estufa (GEE), por meio do combate ao desmatamento, assumidos pelo governo brasileiro na 15ª Conferência das Par-tes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), em Copenhagen, e definidos na Lei, de

Luis Pinguelli Rosa1, Neilton Fidelis da Silva2 e Rodrigo Ribas3

stock.xchng

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Edição 270 _ Brazilian Business _ 17

dezembro de 2009, que institui a Política Nacional sobre Mudança do Clima.

Embora o deputado Aldo Rebelo tenha inserido em seu relatório final algumas modificações, a maioria dos setores representados no FBMC considera que a proposta é insuficiente. Portanto, devemos quali-ficar melhor o debate para que haja uma mudança possível no Código Florestal, não só quanto à flo-resta, mas considerando todo meio ambiente natu-ral, de forma a mantê-lo o mais preservado possível mediante as mais variadas interferências humanas que têm, inclusive, intensificado os efeitos do aque-cimento global do planeta.

O Brasil assume um papel peculiar neste proces-so, considerando que sua principal fonte de emis-sões de GEE provém de mudanças do uso do solo, fundamentalmente resultantes de desmatamen-to. Entretanto, o país tem reduzido o desmata-mento, particularmente da Amazônia, e adotado medidas que agora se estendem ao bioma cerrado. Tudo isso foi muito positivo e permitiu que o Bra-sil levasse à COP-15 o compromisso voluntário de redução significativa de suas emissões de GEE entre 36% e 39%.

Como grande parte da meta assumida para 2020 advém da redução do desmatamento, espera-se que, nos próximos anos, o país prossiga nesse objetivo e que tal preocupação também esteja manifestada no texto do novo Código Florestal para não estimular o caminho oposto, no âmbito da política nacional. Afinal, o Brasil também possui um Plano Nacional de Mudanças Climáticas que aborda essa questão e prevê a redução do desmatamento.

Não se pode, de forma alguma, abrir mão das con-quistas dos últimos anos com respeito aos dados de redução do desmatamento, que levaram o governo brasileiro a avançar no anúncio de suas metas vo-luntárias. Temos o compromisso e a obrigação de continuar por esse caminho compatibilizando possi-bilidades de darmos um nível de vida digno ao povo

brasileiro, com emprego e melhor distribuição de renda. Nesse contexto, também se insere notada-mente a questão agrícola.

Não se questiona o fato de haver muitas terras que possam ser mais bem aproveitadas, nem as novas técnicas agrícolas aplicadas com êxito no Brasil, a exemplo do que tem sido desenvolvido pela Embra-pa. Por outro lado, é necessário o apoio efetivo à pre-servação da agricultura familiar, que inclusive deve ser um objetivo do governo.

A agricultura familiar produz grande parte dos alimentos consumidos por nossa população e é importante fator de emprego e da possibilidade de um modo digno de vida, ao contrário de outros ti-pos de agricultura no país que têm como tradição histórica a característica de grandes monoculturas de exportação.

O Código Florestal deve, portanto, preservar a con-dição da agricultura familiar sem permitir brechas que possibilitem grandes propriedades avançarem sobre áreas de preservação ou de reservas legais. Uma alternativa, talvez, seja transferir ao Minis-tério do Meio Ambiente as decisões técnicas de al-guns pontos do projeto original do Código Florestal sobre os limites das áreas de preservação.

Nesse termo, o novo Código Florestal deve ter uma forte mensagem sobre a proteção dos nossos bio-mas e, se possível, premiar quem os protegeu. As-sim, poderão ser corrigidos equívocos do Código Florestal vigente, dispondo de mecanismos para trazer à legalidade os de “boa-fé” e revisando todas as situações passíveis de admissibilidade, ou seja, aquelas em que a realidade se sobrepõe à lei.

1 Secretário-executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC) e Diretor da Coppe/ UFRJ.

2 Assessor-técnico da Secretaria Executiva do FBMC e pesquisador do Instituto de Mudanças Climáticas da Coppe.

3 Pesquisador do Instituto de Mudanças Climáticas da Coppe e membro do FBMC.

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PONTO DE VISTA _ LeGaL aLeRt

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Cotas: igualdade de oportunidades e o acesso ao ensino superiorMárcio Thomaz Bastos1 e Luiz Armando Badin2

Nos últimos tempos, o Supremo Tribunal Federal tem enfrentado temas polêmicos e casos de difícil solução. É provável que, ainda este ano, o órgão de cúpula do Poder Judiciário decida uma das questões mais importantes para o reconhe-cimento dos direitos de grupos sociais desfavorecidos. Trata-se da controvérsia em torno da reserva de vagas para candidatos negros ingressarem no ensino superior.

Ainda que a ação constitucional questione especificamente as co-tas implantadas na Universidade de Brasília, o Tribunal definirá se políticas desse tipo, de modo ge-ral, estão ou não de acordo com a Constituição. Como muitas uni-versidades e órgãos públicos já admitem esse critério de seleção, a decisão do Supremo terá grande impacto social.

É inevitável que um julgamento como esse exponha a situação atu-al do negro na sociedade brasileira e o passado sombrio da escravidão. O Brasil é o país da América que recebeu o maior número de cati-vos africanos e aquele que demo-rou mais tempo a abolir o regime escravista. As consequências ainda

se fazem presentes em manifesta-ções comuns de racismo, precon-ceito e discriminação.

Dados impressionantes eviden-ciam a perpetuação da desigual-dade. Por exemplo, 70% dos bra-sileiros extremamente pobres são negros. Há duas vezes mais negros analfabetos do que brancos. Estes ficam, em média, mais tempo na escola do que aqueles. Para uma sociedade que se pretende justa, é incômodo saber que menos de 6% dos negros completam o ensino superior. Há uma desproporção evidente, já que pretos e pardos re-presentam mais da metade da po-pulação brasileira.

Sabe-se que o diploma universitá-rio é um passaporte para diversas profissões e um caminho para a mobilidade social. Quem não tem a oportunidade de cursar uma fa-culdade também não integra o corpo de administradores, econo-mistas, engenheiros e advogados, entre outras profissões que exigem nível universitário de formação.

Os agentes públicos, por sua vez, também compõem um quadro homogêneo, em que predomina

o mesmo grupo social. No Judi-ciário, 99% dos magistrados são brancos. Na última legislatura, os negros não chegaram a ocupar nem um décimo das cadeiras de deputado federal, embora consti-tuam a maioria do eleitorado.

Nesse contexto, o julgamento so-bre as cotas levanta uma questão jurídica delicadíssima. Se todos são iguais perante a lei, como seria possível estabelecer uma distinção racial? Ocorre que existem duas formas de discriminação. Uma de-las é repudiada pela Constituição, pois exclui, segrega e deprecia o outro ser humano, como no caso do racismo. Já os pressupostos da discriminação fundada no Direi-to são diametralmente contrários. Trata-se da afirmação da dignidade de pessoas que estão sujeitas a uma situação real de vulnerabilidade.

A reserva de vagas em universi-dades é um tipo de discriminação jurídica perfeitamente aceitável, desde que submetida a certas con-dições. Ela não leva em conta a cor da pele em si mesma, tampouco um conceito biológico de raça. O negro é identificado como beneficiário da política na medida em que está so-

Agência Brasil

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cialmente exposto a uma situação de fragilidade.

Não se trata, portanto, de uma espécie condenável de “racismo às avessas”. Ao contrário, busca--se corrigir a desigualdade de fato existente em uma sociedade que, no seu dia a dia, ainda manifesta o racismo e o preconceito. As cotas não trazem uma compensação pelo passado escravista. Apontam para o futuro, isto é, para um projeto de cidadania integrada, no qual a jus-tiça se realiza pela equiparação das linhas de largada.

Costuma-se dizer, contra essa ideia, que o problema brasileiro é socioe-conômico, e não racial. As mazelas sociais residiriam na desigualdade econômica. De fato, a tendência de

ampliação da classe média em nos-so país é recente. A audiência públi-ca do STF sobre as cotas ajudou, no entanto, a demonstrar a falácia do argumento. Algumas universida-des adotaram políticas com recorte apenas econômico. O perfil racial dos alunos, contudo, quase não mudou. Os obstáculos ao acesso ao ensino superior continuaram por-que os negros pobres sofrem uma dupla marginalização. Por isso, boas políticas de integração costu-mam combinar critérios sociais e raciais, dando um sentido equita-tivo ao ideal do mérito acadêmico.

Outra crítica alega que o foco da política deveria ser o ensino bási-co, e não o superior. Contudo, o ensino fundamental brasileiro está quase universalizado. Nos últimos

dez anos, a escola acolheu muitas crianças e adolescentes. A diferença do tempo médio de escolaridade dos negros e brancos, porém, permane-ceu intocado.

Sabemos que a tarefa do Supremo é delicada. Mas o Tribunal Constitu-cional tem mostrado sensibilidade para ampliar a cidadania dos bra-sileiros em julgamentos de grande repercussão, como na demarcação de terras indígenas e no reconheci-mento unânime da união homoa-fetiva. A realização da igualdade de oportunidades, que tem a seu favor a recente aprovação do Estatuto da Igualdade Racial, não pode trilhar caminho diferente.

1 Advogado; ex-ministro da Justiça; ex-presidente da OAB.

2 Advogado; ex-secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça.

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FROM THE USA

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Brazil is fortunate, as is the United States of America, to be home to an incredible multi--ethnic, multi-cultural, and multi-faith po-

pulation. Responding to the call by its peoples to more effectively recognize and respect this diver-sity, the Brazilian and American governments, in different ways, have created laws and a judicial fra-mework to prohibit unlawful discrimination and that offer redress when discrimination and retalia-tion have occurred.

To help bring about a diverse workforce nation--wide, employers have been required to implement fair hiring practices. Yet in order for these policies to result in diversity, they require a commitment from the top. Strong leadership in your company and industry, dedicated to advancing equal employ-ment practices that promote diversity in hiring and provide equal opportunity in career development, throughout the structure and operations of an or-ganization, is fundamental.

Moreover, the private sector and government both stand to benefit significantly from employment practices that eliminate discrimination and promo-te diversity in the workplace.

What is discrimination?

Discrimination is unfair treatment or harassment of an individual because they belong to or are associated with a particular group. It is against the law for an employer to discriminate against a job applicant or employee on the basis of certain protected categories. In the U.S., these are identified as race, age, color, reli-gion, sex/gender, national origin and disability.

Who benefits from a diverse workplace?

EMPLOYERS benefit when it is known that the orga-nization uses fair hiring practices, thereby increasing the pool of applicants for available positions. Further, supervisors and managers benefit from colla-borative and cordial workplace relations, as equal em-ployment opportunities often reduce workplace con-flict; increase employee job satisfaction and morale; and increase productivity. As a result, teams have a greater ability to meet their business goals.

Finally, a diverse workplace attracts a diverse clientele. Potential customers might be drawn to your business if the full-range of diversity within the community is reflected among the employees of your company. You

By Patricia Hoffman _ Management Office, U.S. Consulate Rio de Janeiro

Hiring for a Diverse Workplace

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can reach new communities of patrons and consu-mers, and increase your bottom line.

EMPLOYEES enjoy the benefits by working in an envi-ronment which is free of discrimination and harass-ment. All applicants and employees have equal access to available positions, training and other professional development opportunities. Everyone understands that there is a fair process which exists to deal with work-related issues, complaints and grievances.

THE PUBLIC receives services and products that res-pond to the needs of a diverse community. In addi-tion, greater diversity translates also into a greater number of job opportunities. Members of margina-lized communities may benefit from these policies, thus improving the quality of life of all those.

Where can i start to improve equal employment op-portunity in my company?

The question of affirmative action, as it was instituted in the U.S., or quotas, as have been utilized in Brazil’s

universities, will always be controversial and the sub-ject of intense constitutional debate. What is vital to the success of any equal opportunity policy is that employers assess and monitor diversity, communica-te its importance from the top down, set objectives and establish clear procedures to achieve diversity and eliminate discrimination, while also rewarding excel-lence based on merit.

Coy Ecklund, a former Chairman and CEO at Equita-ble Life Insurance Society, offers this advice to other business leaders on increasing racial diversity in the workplace: “I recommend assessing the actual num-bers of people [of color] on different organizational levels. Then establish goals for next year that eviden-ce a desire for progress, and then put these goals on equal par with production or research goals. I also recommend rewarding… management performance; if you don’t do that, you’ll have virtually nothing. The company head must provide genuine leadership be-cause the attitudes of people move with the attitudes of top executives within the company”.

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REPORTAGEM

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As Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), implantadas no Rio de Janeiro pela Secre-taria Estadual de Segurança Pública, des-

de o final de 2008, serviram de inspiração para o projeto UP with English: Uso Prático da Língua Inglesa, uma iniciativa do Consulado Geral dos Estados Unidos no Rio de Janeiro, em parceria com o curso de idiomas IBEU.

O objetivo é dar uma ferramenta de empregabilida-de aos jovens das comunidades pacificadas da cidade como forma de criar novas oportunidades de educa-ção e trabalho para aqueles que, por muitos anos, vi-veram sob o comando do tráfico. “As mudanças na segurança pública, principalmente com o programa de pacificação das favelas cariocas,

UP with EnglishConsulado dos EUA no Rio leva aulas de inglês para jovens de comunidades pacificadasPor Andréa Blum

divulgação

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“Acreditamos que esse projeto pode ser uma pon-te não só em termos do aprendizado do inglês, mas também para outros programas relacionados que po-dem dar um caminho direto para a empregabilidade. É bem possível que esses alunos do UP with English sejam absorvidos como mão de obra especializada por conta das oportunidades que virão com a Copa e as Olimpíadas, exigindo habilidades específicas, como é o caso da língua inglesa”, defendeu.

A escolha do Morro da Providência como próxima etapa para o programa dialoga com esse cenário, já que a comunidade está situada na zona portuária do Rio de Janeiro, área que sofrerá intensas modificações por conta dos jogos.

“Tudo isso está acontecendo muito mais rápido do que se poderia imaginar. Esperamos que o progra-ma seja um modelo de projeto de inclusão social, capacitação, educação e empregabilidade. Estou bastante otimista e acredito que este programa pos-sa gerar um impacto enorme nessas comunidades”, completou Hearne.

me impressionaram muito quando cheguei ao Rio, em agosto de 2009, para assumir como cônsul ge-ral dos EUA. Essa área sempre foi um enorme de-safio para toda a população, principalmente para os moradores dessas comunidades, que foram iso-lados por violência, dominados por tráfico e não tiveram condições de aproveitar todos os direitos de cidadania”, contou à Brazilian Business, em en-trevista exclusiva, o Cônsul Geral dos EUA no Rio, Dennis Hearne.

“Estudei esse novo processo e pensei em como po-deríamos contribuir com a nossa missão diplomáti-ca para colaborar com a terceira fase do projeto, de criar novas esperanças”, completou.

O curso, em parceria com o IBEU, é voltado para jovens entre 13 e 18 anos e tem como foco o uso prático da língua inglesa com o objetivo de ajudar na empregabilidade de seus alunos.

O projeto-piloto funciona há um ano e atende a 60 jovens, moradores de Cantagalo e Pavão-Pavãozinho. Os estudantes se dividem em três turmas, com au-las duas vezes por semana, no Espaço Criança Espe-rança. Uma nova turma começará a funcionar, em agosto de 2011, no Morro da Providência, e mais duas estão previstas para 2012, no Complexo do Alemão e na Cidade de Deus.

Os projetos precisam de apoio da iniciativa privada e cada curso completo, com duração estimada de dois anos, custa aproximadamente 55 mil dólares, graças a um desconto subsidiado pelo IBEU para essas quatro unidades. “Já temos duas empresas in-teressadas em apoiar essas quatro unidades. É um projeto que tem bastante impacto e visibilidade, dialoga com o momento atual do Rio de Janeiro e, ainda por cima, é relativamente simples de ser apli-cado, ágil e direto”, disse o cônsul.

Cada comunidade tem um parceiro local de imple-mentação diferente, que oferece o apoio de infraes-trutura e a interlocução com as comunidades.

O cônsul geral dos EUA, Dennis Hearne, em evento de lançamento do projeto

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PONTO DE VISTA _ FiNaNÇaS & iNVeStimeNto

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Divulgação

Uma parcela cada vez mais representativa dos fundos de ações no Brasil se carac-

teriza por utilizar uma estratégia de investimento que concentra o portfólio na compra de ações boas pagadoras de dividendos.

Tais fundos se caracterizam por concentrar seus investimentos em empresas que oferecem uma atra-tiva remuneração de proventos aos seus acionistas, numa relação que compara o montante distribuído em dividendos e juros sobre capital pró-prio pela companhia ao longo de 12 meses, com seu valor de mercado. Este percentual (na denominação em inglês, dividend yield) representa o quanto do valor investido em cada companhia retornou ao acionista em 12 meses na forma de proventos.

Empresas que se destacam em distri-buição de dividendos se caracterizam pela elevada previsibilidade e estabi-lidade de geração de caixa, além de baixa necessidade de investimentos e nível de endividamento. Na ausência de alternativas capazes de remunerar

satisfatoriamente os recursos finan-ceiros excedentes, estes montantes acabam distribuídos aos acionistas. No Brasil, o setor de energia elétrica concentra a maior parte das empre-sas com elevado dividend yield (em alguns casos, com retornos superio-res a 10% ao ano), fazendo parte de praticamente todos os portfólios fo-cados em dividendos.

O comportamento destes fundos se distingue (sempre de forma geral), notadamente por dois aspectos: seu desempenho superior em períodos marcados por crises, em que os ín-dices de mercado apresentam queda; por apresentar desempenhos menos voláteis e mais consistentes (não ne-cessariamente superiores aos demais tipos de fundos) ao longo do tempo. Razões capazes de explicar este com-portamento favorável nas crises não faltam. A elevada previsibilidade e estabilidade de crescimento que ca-racterizam as empresas que pagam bons proventos as tornam um des-tino natural dos investidores que buscam proteção – consequência natural é comum que suas cotações

Portfólios focados em dividendos: atratividade ou destaque apenas nas crises?

Wagner Faccini Salaverry _ Sócio-diretor da Geração Futuro Corretora de Valores

mantenham-se estáveis ou até valo-rizem-se durante as crises.

Por tudo isso, seriam os fundos de ações focados em dividendos portfólios “defensivos”?

Sim, se a comparação for com ou-tros fundos de ações, que priorizam o investimento em empresas de ele-vado crescimento. Contudo, numa comparação com outros tipos de in-vestimento (como os de renda fixa), os fundos de dividendos poderiam ser considerados atrativas alternati-vas de renda variável por reunir bons retornos com menor risco, princi-palmente pela menor volatilidade das cotas.

Assim, entendemos que os portfó-lios focados em dividendos oferecem atratividade permanente, não apenas em momentos de crise, e que são des-tinados a todos os investidores que buscam retornos consistentes e de menor risco no mercado acionário. Deveriam servir, sobretudo, como uma porta de entrada aos investido-res iniciantes na renda variável.

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O mundo corporativo mudou e, com ele, a re-lação entre patrões e empregados. Na socie-dade industrial, o trabalhador era um mero

executor de tarefas. Ao mesmo tempo, as estrutu-ras organizacionais eram piramidais e hierárquicas, onde os empregados deviam obedecer ao chefe, que, por sua vez, comandava e controlava. Hoje, capital, tecnologia e matéria-prima não são mais elemen-tos privilegiados para sustentar diferenciais compe-titivos, afirma Jacqueline Resch, sócia-diretora da Resch Recursos Humanos.

A vantagem competitiva fundamental, diz, passa a ser o capital intelectual. São as pessoas que fa-zem a instituição se desenvolver, o que dinamiza e impulsiona os negócios. “As estruturas estão se tornando mais flexíveis e horizontais. Os colabo-radores têm mais autonomia. O chefe, que antes mandava, passa a ter o papel de coach. Não se co-bra mais obediência, mas se estimula o compro-misso e a competência”.

Diante dessa nova perspectiva, as principais mu-danças ocorridas nas organizações estão relaciona-das ao modo de gerir pessoas, bem como à maneira

como o setor de recursos humanos vem se posicio-nando nas empresas. Aquela visão mecanicista não existe mais.

Consultora da Cia de Talentos, Cinthya Stancam-piano Calvó lembra que, antigamente, o RH era apenas um departamento burocrático responsável pela movimentação de pessoas, com foco em con-tratação e administração da folha de pagamento. Não se pensava em desenvolvimento e, tampouco, em parceria entre áreas e processos. Atualmente, nota-se uma mudança radical na visão das empre-sas, que buscam não somente esse alinhamento de papéis e processos, mas também uma área que ve-nha a contribuir de forma estratégica e não mais somente com a operação.

É aí que o RH tem um papel fundamental: se en-gajando nas decisões cruciais da empresa, im-plementando novas formas de gerir equipes e utilizando-se de novas ferramentas que ajudem a encontrar, moldar e valorizar o profissional.

“As empresas modernas buscam profissionais engaja-dos no negócio, comprometidos com a qualidade da

Por ione Luques

Um novo universo corporativoempresas e profissionais buscam se adaptar às novas formas de gestão de pessoas

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MATÉRIA DE CAPA

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entrega, focados no resul-tado e que entendam a im-portância da inovação. E que sejam capazes de cuidar do negócio como se fosse deles, com o olhar do dono’’, res-salta Cinthya. “A atuação do profissio-nal não tem mais foco somente na tarefa, mas este deve contribuir efetivamente para os re-sultados da organização”, completa Jacqueline. Em contrapartida, os profissionais não só bus-cam empresas que ofereçam a possibilidade de trabalhar de modo mais independente e f lexí-vel, como também esperam por oportunidades de crescimento e desenvolvimento, menos hie-rarquia, ambiente de trabalho agradável e desa-fios constantes.

Querem uma melhor qualidade de vida, tendo a oportunidade de conciliar trabalhos com outros interesses e, mais do que nunca, buscam o re-conhecimento do gestor, afirmam consultores.

Ao mesmo tempo que tiveram que se adaptar a um novo modo de operar, as organizações se vi-ram diante de um novo desafio: a mudança do perfil do profissional.

Quem já não ouviu falar nas gerações X, Y e ago-ra, Z? Acostumadas a lidar com profissionais mais focados, que colocam o trabalho em primei-ro lugar e seguem as regras acima de tudo, os da chamada geração Y agora se deparam com pessoas que cresceram em uma época de explosão tecno-lógica, com o desenvolvimento de uma linguagem nova, que buscam soluções rápidas e que esperam que a liderança seja e haja como exemplo, exigin-do coerência entre o discurso e a prática.

As principais características desses jovens das gera-ções Y e, agora, Z estão ligadas à qualidade de vida,

ao impacto de seu trabalho no mer-cado, despreendi-mento à hierarquia e à rapidez com que tomam ou esperam que sejam tomadas as decisões.

“As empresas estão se preparando para enfren-tar o novo perfil de profissional há algum tem-po, uma vez que este desafia não só os gestores, mas também os valores e conceitos das organi-zações. Ainda identificamos um gap entre as em-presas e este novo perfil, mais arrojado, ques-tionador, ousado e participativo”, diz Cinthya.

A seu ver, empresas tradicionais e hierárquicas te-rão mais dificuldades em se adaptar a esta geração, principalmente no que se refere à comunicação, pois os jovens tendem a falar o que pensam, defen-dem com mais veemência suas ideias e não temem se manifestar quando há discordância de opiniões.

Jacqueline Resch, por sua vez, acredita que nem todas as corporações estão prontas para estas mudanças, mas muitas já atuam junto aos gestores para que possam entender as ca-racterísticas dos Ys e Zs, conviver com as di-ferenças e potencializar suas contribuições. E o que fazer para atrair e reter os jovens talentos?

De acordo com a consultora da Cia de Talentos, um dos caminhos é tentar estar mais próximo dos interesses e da realidade desses jovens. Al-gumas empresas aumentaram sua exposição na mídia e na web, além de adaptarem seus proces-sos seletivos para o mundo virtual, uma vez que esta nova geração se comunica rapidamente por meio de redes sociais, seja para elogiar ou criticar. Já a retenção desses talentos se dá pelo desen-volvimento contínuo de competências e habili-dades, geração de novas oportunidades de tra-

Ainda identificamos um gap entre as empresas e este novo perfil, mais arrojado,

questionador, ousadoe participativo

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balho, feedback constante em relação ao seu trabalho e oportunidades de melhoria, acres-centa Cinthya. Considerando a escassez de pro-fissionais qualificados e o interesse que estes têm em crescer e se desenvolver, certamente os investimentos em programas internos é a me-lhor opção, não só para formar uma equipe de peso, mas também para reter os colaboradores.

“Atualmente as pessoas buscam mais do que salário ou cargo. Querem um lugar onde possam aprender e fazer parte, além de encontrar desafios constan-tes; um bom ambiente de trabalho. Desenvolver internamente proporciona maior engajamento em relação à cultura e sinaliza a oportunidade de crescimento dentro da organização. Pessoas cer-tas no lugar certo pro-duzem muito mais e com maior índice de satisfa-ção”, avalia a consultora.

mulheres em alta

Um outro aspecto que merece ser citado é que a figura feminina ganhou um novo status, passando a exercer cada vez mais cargos de liderança.

As empresas reconheceram nas mulheres uma vantagem competitiva por conta da melhoria do desempenho, pela qualificação em áreas original-mente atribuídas aos homens, pela competitividade e pelo aumento da autoestima dessas profissionais. “O papel da mulher mudou na família e na socie-dade. Elas passaram a dividir as responsabilida-des do comando da casa e da educação dos filhos com o marido. Esse novo cenário as impulsionou a buscar conhecimentos e competências para que se posicionassem em condições de igualdade e, consequentemente, ocupassem posições de des-taque no mundo corporativo”, afirma Júlia Geor-

gief, superintendente de Recursos Humanos da cons-trutora Mudar.

Ela atribui o crescimento do número de mu-lheres em cargos de liderança, em parte, à identificação cada vez maior com gestoras de destaque no mundo, como a chanceler alemã An-gela Merkel, a secretária de Estado norte-america-na Hillary Clinton, e a presidente Dilma Rousseff. Essa maior participação das mulheres no processo de de-cisão tornou-se fundamental e as empresas tiveram que se adaptar. Ao contrário do que acontecia no passado, algumas características tipicamente femininas, como determinação, empreendedorismo, senso prático, ca-pacidade de lidar com várias frentes simultaneamente,

sensibilidade, poder de liderança e intuição estão sendo valorizadas. E tem mais: as corporações pas-saram a desenvolvê-las também entre seus diri-gentes masculinos.

“O que faz com que um profissional seja respeitado num gru-

po de trabalho não é o fato de ser homem ou mu-lher, mas a capacidade de influenciar esse grupo e despertar a admiração e confiança das pesso-as na execução de suas missões’, conclui Júlia.

“Diante desse cenário de mudanças, as empresas que desejam se destacar e prosperar precisam tomar consciência de que, na era do conhecimento, ta-lento é o diferencial competitivo”, ressalta a sócia--diretora da Resch Recursos Humanos.

Portanto, diz Jacqueline Resch, para captar e manter profissionais que façam diferença é necessário en-tender suas necessidades e expectativas e definir um modelo de gestão de pessoas que as contemple.“Os funcionários devem ser vistos como clientes”, de-fendeu a consultora.

As estruturas estão se tornando mais flexíveis e

horizontais. Não se cobra mais obediência, mas se estimula o

compromisso e a competência

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MATÉRIA DE CAPA _ ARTIGOS RELACIONADOS

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Estamos diante de um cenário econômico no Bra-sil onde há uma evidente escassez de mão de obra. Tanto do ponto de vista quantitativo, como qualita-

tivo. Todos os dias sabemos de casos de empresas que têm o seu crescimento comprometido pela falta de mão de obra ou que criam os seus próprios centros de formação profissional (ou universidades corporativas) para quali-ficar a sua já escassa força de trabalho.

Embora, em minha visão, esse seja o mais importante entrave para o desenvolvimento sustentável do Brasil, não vou neste espaço explorar as causas que levaram à escassez e à falta de qualificação da mão de obra. Propo-nho fazer uma análise de como esse cenário tem afetado as relações de emprego e o que as empresas têm feito para se diferenciar em um mercado de maior procura do que oferta de mão de obra. Vou olhar o problema não sob o seu aspecto estrutural, mas do ponto de vista estratégico e empresarial das organizações.

O cenário atual requer uma mudança radical na forma de olhar os atuais e futuros profissionais de uma organi-zação. Não devemos falar exclusivamente em identificar no mercado o profissional diferenciado. As empresas têm que pensar em como se diferenciar na atração e retenção desses talentos. Afinal, temos hoje uma lógica em que o “emprego” procura os profissionais, e não o contrário.

Nesse sentido, quem deve se diferenciar é a empresa, muito mais do que os profissionais. E esses candida-tos não querem só um emprego, mas demandam boas oportunidades e investimento na carreira, reconheci-mento e crescimento profissional, qualidade de vida e bom ambiente de trabalho, com ética, integridade e responsabilidade social.

Para serem atraentes e competitivas, as empresas devem ter um processo claro de apresentação do que fazem, quais são seus valores e sua proposta na relação com seus profissionais e demais “stakeholders”. Mais ainda, esse processo não deve ocorrer somente durante o recruta-mento ou na avaliação periódica de seus profissionais. Precisa ser um processo contínuo e estruturado.

Dou o exemplo de minha própria empresa: Recebemos mais de 20 mil currículos por ano, fizemos nos últimos 12 meses cerca de 2 mil entrevistas com pessoas que estão buscando iniciar sua vida profissional e recrutamos cerca de 600 desses profissionais iniciantes. A pouca ou nenhu-ma experiência profissional que têm não se traduz, no en-tanto, em desconhecimento sobre a minha empresa.

Muitos desses jovens ainda não sabem exatamente o que fazemos, pois como prestadores de serviços profis-sionais muitas de nossas atividades ainda são intangíveis para eles. Mas é impressionante o conhecimento que têm sobre quem somos. Mais ainda, até recentemente, os poucos que procuravam conhecer a empresa o faziam para demonstrar interesse por ela e assim se diferenciar no processo seletivo. Hoje todos querem conhecê-la para avaliar como ela se diferencia das outras tantas que estão oferecendo oportunidades profissionais para eles.

O que temos visto em decorrência dessa busca de dife-renciação são empresas mais transparentes nas relações e comunicação com o mercado, no sentido amplo do ter-mo, além de investimentos no processo de comunicação interna e externa, com importante destaque às mídias sociais e à comunicação institucional. As empresas não podem minimizar essas ações, sob pena de não se torna-rem atrativas.

Como as empresas se diferenciam na atração e retenção de talentosJoão césar Lima _ Sócio responsável pelo escritório da PricewaterhouseCoopers no Rio de Janeiro e pela área de Recursos Humanos no Brasil

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É fato. O mercado de profissionais e executivos está aquecido, causando um grande aumento nos esforços de contratação pelas empresas.

Para complicar, a agitação causada por esse esforço cria uma “sensação térmica” de aquecimento ainda maior do que a realidade, afetando o comportamento dos contratantes e dos candidatos.

A situação é mais clara no caso das posições téc-nicas, em que o efeito demanda versus oferta é facilmente compreendido. Mas, no caso das po-sições de gestão, de média gerência para cima, a situação tende a se complicar, pois a seleção mu-dou conceitualmente.

Candidato bom não é mais aquele que tem excelen-te currículo, mas aquele que resolve o problema da empresa, e o foco da seleção recai agora nas compe-tências pessoais do candidato.

O resultado é uma palpável redução do universo dos profissionais que são compatíveis com o que as empresas precisam.

Por sua vez, para os candidatos, empresa boa é aquela que, antes da questão da remuneração, res-ponde bem a dois parâmetros básicos: o impacto na qualidade de vida profissional, pessoal e familiar; e o impacto no desenvolvimento de sua carreira.

Com essas mudanças de visão de ambos os lados, e o mercado aquecido, surgem problemas nos pro-cessos de seleção, em que ambos os lados saem per-dendo. Os candidatos estão surpreendidos pelo au-mento do assédio pelas consultorias e headhunters.

Alguns, por falta de maior vivência, ficam com a im-pressão de que estão muito valorizados, sem enten-der que em processo normal são abordadas dezenas de profissionais.

Ao participarem de processo de seleção, agem de for-ma pouco profissional, como faltar às entrevistas sem avisar, se colocar de forma “superior”, exagerar suas qualificações e pedir remuneração fora da realidade.

Irritam os entrevistadores, que acabam por vetá-los mesmo sendo adequados para a posição. Além de não ser uma postura correta, fecham portas que podem ser importantes no futuro, pois o mercado funciona em ciclos de alta e de baixa.

Outro fator que prejudica os candidatos é não conhe-cer a empresa em maior profundidade, antes das en-trevistas. Por vezes, acabam aceitando propostas por insegurança e, outras vezes, por desconhecimento, res-cusam ótimas oportunidades.

Apesar dos conselhos dados aos candidatos, os contra-tantes devem relevar esses comportamentos. Entendo que é um pedido difícil. Como ignorar um candidato que está fazendo “besteira” no processo seletivo?

É para o próprio interesse da empresa, afinal, não se está procurando peritos em responder a entrevistas, mas profissionais adequados.

Esse deve ser o foco: resolver problemas da empresa. Cair na tentação de eliminar bons candidatos por-que se apresentam de forma errada só traz prejuízo para os contratantes.

Relação empresa-candidato em um mercado aquecidocarlos Vitor Strougo _ Diretor da Kadan Headhunters

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MATÉRIA DE CAPA _ ARTIGOS RELACIONADOS

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Atualmente, existem diversos livros, reportagens e veículos especializados em auxiliar os candidatos em processos seletivos, fornecendo dicas sobre

como se comportar em entrevistas e impressionar o re-crutador. Esses padrões de comportamento em seleções, de fato, estão corretos. Mas, para que o candidato verda-deiramente se destaque, é preciso chamar a atenção do entrevistador por aspectos que sejam únicos. Em outras palavras: o candidato também precisa se impressionar com a empresa. Ele tem que se encantar com o mercado em que ela atua e ter interesse pelo negócio.

As melhores empresas para se trabalhar são muito fo-cadas na capacitação e no desenvolvimento de seus co-laboradores. Portanto, o perfil profissional para essas organizações são pessoas que tenham o que chamamos de brilho nos olhos; precisam ser motivadas e buscar constantemente conhecimentos. Durante a entre-vista, o candidato deve se mostrar atualizado com os acontecimentos e com iniciativas de sua área de atu-ação, pois as melhores empresas buscam as melhores práticas do mercado.

Dominar as ferramentas de trabalho e ter uma visão generalista também são fatores essenciais. O profis-sional não deve se focar apenas em seus processos e atividades, mas deve visualizar e entender o negócio como um todo, ou seja, precisa ter uma visão ampla da atuação da empresa, concorrentes e do produto fi-nal. Este fator é aplicado a qualquer profissional, in-dependentemente de sua posição na empresa. Na ho-telaria, por exemplo, que é um mercado em expansão, o crescimento é muito rápido e, para acompanhar esta velocidade, é interessante para o profissional co-nhecer o funcionamento de diferentes áreas. Isso am-

plia a compreensão da companhia e agiliza o processo de desenvolvimento.

Dependendo do nível da vaga que esteja sendo concor-rida, é interessante ter experiências internacionais. Os executivos com este tipo de vivência costumam ser mais críticos e adaptáveis a mudanças, características essen-ciais para posições de liderança. Em grandes empresas, também são valorizados os profissionais que não se con-formam com as coisas da forma com as quais elas se apresentam, ou seja, dão novas ideias, renovam procedi-mentos e geram inovações.

Características pessoais também são fatores de extrema importância. Em alguns casos, se sobrepõem às habilida-des técnicas. Hoteleiros por exemplo, são avaliados pela atitude e espírito de servir, uma vez que é uma área que exige muita dedicação e algumas vezes abdicação da vida pessoal. O candidato deve ter equilíbrio e inteligência emocional em todos os momentos. Ter autocontrole e dar bons exemplos é fundamental.

Por último, reforçando as tendências das redes sociais, o can-didato deverá vender sua imagem profissional, atentando para informações e fotografias que publica. Investir em rela-cionamentos é um atalho para recolocação, pois networking é tudo na era das redes de contatos. Portanto, não basta ser bom no que se faz. É preciso ser lembrado pelo que se faz.

Aos interessados em ingressar nas empresas “Great Place to Work”: estudem as organizações, conheçam o negócio e boa sorte. Invistam sempre em si mesmos e busquem cada vez mais conhecimentos, porque mais importante do que ser admitido em uma destas empresas é se manter na posição e ser reconhecido pela qualidade.

Empresa local, aldeia globaltereza Guimarães _ Diretora de Recursos Humanos do JW Marriott Rio de Janeiro

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Edição 270 _ Brazilian Business _ 35

Há poucos dias, o Plano Real completou 17 anos. A inflação total acumulada neste longo período não chegou a 300% - quem tem mais do que

vinte anos sabe que, no passado, este índice poderia corresponder à inflação de algumas semanas (no auge da hiperinflação, de alguns dias). Felizmente, os tem-pos mudaram.

Hoje, é possível planejar numa perspectiva de longo pra-zo. E é exatamente isso que as famílias brasileiras estão fazendo. Uma prova irrefutável deste novo comporta-mento: o financiamento imobiliário deve crescer 51% em 2011, alcançando a cifra recorde de 85 bilhões de reais. Se é verdade que o brasileiro vem se empenhando em aproveitar as novas oportunidades oferecidas pelos ban-cos e pelo governo para construir seu patrimônio pes-soal, a partir de uma economia mais sólida, também é nítida sua preocupação em preservar este patrimônio, ao inserir a proteção de seus bens e de sua família na equa-ção do seu planejamento financeiro.

O cuidado que temos com a família e os números das pes-quisas indicam que nosso país está pronto para avançar na discussão sobre o tema “seguro”. É natural, portanto, que o principal provedor da família se conscientize da importân-cia de contratar um seguro de vida e, ainda, que vislumbre as oportunidades de proteção que ele contempla.

Dados do setor de seguros apontam para um crescimen-to anual de cerca de 14% ao ano que o seguro de vida vem tendo, e as boas perspectivas da economia no país, com a estabilidade financeira, tendem a favorecer cada vez mais esse quadro. Segundo a Superintendência de Seguros Pri-vados (SUSEP), a participação do segmento de seguros

deve passar dos 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB), registrados em 2010, para 6%, na metade desta década.

Um outro dado que também tem chamado a atenção é a mudança do perfil das famílias. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), entre 2001 e 2009, o percentual de famílias brasileiras chefiadas por mulheres subiu de aproximadamente 27% para 35%. Em termos absolutos, são quase 22 milhões de famílias que têm identificados como principal responsável al-guém do sexo feminino. Esta realidade ajuda a explicar o aumento da procura por medidas de proteção, como a contratação de seguros.

O aumento desse cuidado sobressai no universo femini-no por seu aguçado olhar de planejamento e, ainda, sua natural / instintiva busca de proteção quanto ao futuro de seus filhos/familiares.

Para atender a uma demanda cada vez mais exigente e seg-mentada em ambos os sexos, hoje existem diversos tipos de seguro que permitem ao segurado usufruir de seus benefí-cios em vida, no caso de uma invalidez por acidente ou do-ença grave. Há seguros para cada fase da vida, do momento em que uma criança nasce à chamada terceira idade.

Atentar à nova realidade das famílias brasileiras e às necessidades de cada segurado e de suas famílias dá a verdadeira medida da importância do planejamento fi-nanceiro e dos mecanismos de proteção que dele deri-vam. O seguro de vida está, como o próprio nome diz, diretamente relacionado à manutenção das condições de vida, à garantia da segurança da família. É, acima de tudo, um gesto de amor e uma demonstração de visão de longo prazo.

Planejando o previsívelLuiz Felippe Wancelotti _ Diretor de Administração de Apólices daPrudential do Brasil

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MATÉRIA DE CAPA _ ARTIGOS RELACIONADOS

_ Brazilian Business _ Jul-Ago 201136

O Rio vive um momento singular. Recebere-mos investimentos da ordem de 102 bilhões de dólares nos próximos três anos e os olhos

do mundo estão voltados para cá, pois sediaremos dois dos principais eventos esportivos do planeta. Após anos a fio vivendo sob a amargura do esvazia-mento econômico, os cariocas – e os apaixonados pela cidade – podem, finalmente, dizer que chega-ram a hora e a vez do Rio.

Mas, se o novo patamar em que nos encontramos é, certamente, motivo de imenso orgulho, simultane-amente nos entrega uma grande responsabilidade. Temos o dever de aproveitar ao máximo este mo-mento. E para isto é importante preparação e tra-balho árduo.

Sem dúvida, a Copa e as Olimpíadas trarão inú-meras oportunidades para as empresas. Para se ter uma ideia do potencial desses eventos, mapea-mento encomendado pelo Sebrae à Fundação Ge-túlio Vargas (FGV) nas 12 cidades-sede da Copa identificou mais de 900 oportunidades para os pequenos negócios em apenas nove setores.

Só no Rio foram apontadas mais de 450 oportu-nidades. A maioria se concentra na construção civil, mas foram mapeadas também possibilida-des de negócio nos segmentos de tecnologia da informação, madeira e móveis, têxtil e vestuário, turismo e comércio varejista. E as oportunida-des são as mais variadas – vão desde serviços de organização de eventos até implantação de redes de comunicação de dados e serviço de coleta seletiva de resíduos de madeira.

No entanto, além de novos negócios, esses eventos terão um significado ainda maior: representam a chance de os empreendimentos se prepararem para migrar para um outro patamar, de maior qua-lidade no fornecimento de produtos e na presta-ção de serviços.

Neste sentido, já começamos a trabalhar com os pe-quenos negócios, a fim de que estejam prontos para aproveitar as oportunidades que estão surgindo e ainda estão por vir.

A atuação tem sido concentrada em três vertentes: capacitações e consultorias, feitas com base em um diagnóstico individualizado das empresas; inteli-gência competitiva, a fim de subsidiar os empreen-dedores com informações relevantes que possam ajudá-los em suas decisões; e acesso a mercados, o que inclui a promoção de rodadas de negócios, com o objetivo de aproximar as pequenas empresas das grandes corporações que fornecerão produtos e ser-viços relacionados à Copa ou às Olimpíadas.

Com esse amplo suporte, a ideia é permitir que os pequenos negócios – que representam 99% das em-presas formais do país – estejam prontos para se be-neficiar não apenas das oportunidades criadas antes ou depois da Copa e das Olimpíadas, mas que pos-sam ir além e estejam preparados para atuar com maior competitividade no futuro, o que certamen-te resultará em empreendimentos mais maduros, geradores de empregos e renda e fundamentais no desenvolvimento econômico. Este é, sem dúvida, um importante legado que deve ser deixado para as em-presas do Rio e do Brasil.

Oportunidade para o futuro: capacitação de pequenas empresascezar Vasquez _ Diretor-superintendente do Sebrae/RJ

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Edição 270 _ Brazilian Business _ 37

Em 2003, as mulheres eram 12% do efetivo do Sistema Petrobras. De acordo com o Relatório de Sustentabilidade, relativo ao ano de 2010, elas

representam hoje 16,66%. Dos 80.492 empregados, 13.408 são mulheres. E é um desejo da empresa que esse número continue crescendo. Nos últimos anos, diversas iniciativas têm demonstrado o compromisso da Petrobras com as questões de gênero. Aumentar a representatividade das mulheres no efetivo não de-pende só da vontade da companhia, mas principal-mente do desejo das mulheres.

Há uma série de iniciativas da Petrobras para atrair essas profissionais, como, por exemplo, a adesão da empresa ao Programa Pró-Equidade de Gênero, do Governo Federal, desde 2005. Gostaríamos de destacar duas práticas que materializam esse compromisso: a licença-maternidade de 180 dias e as Salas de Apoio à Amamentação.

A Lei 11.770/2008, sancionada pelo presidente da Re-pública no dia 9 de setembro de 2009, instituiu o Pro-grama Empresa Cidadã, que permite prorrogar por 60 dias a licença-maternidade. Esta lei não obriga, mas faculta às empresas a extensão da licença-maternida-de. No mesmo ano, a Petrobras aderiu ao Programa. Esse foi um avanço importante nos direitos das mu-lheres na Petrobras. Mostra que a empresa se integra ao esforço da sociedade em estimular o aleitamento materno. Acompanhar o filho durante esse período de adaptação é algo de grande importância para a for-mação física e psicológica das crianças. Garantir esse direito às mulheres é dever das empresas que pautam suas ações na promoção dos direitos humanos, no respeito às diferenças e na igualdade entre mulheres e homens no ambiente de trabalho.

As Salas de Apoio à Amamentação são outro exemplo positivo desse compromisso. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida. Os pedia-tras concordam e pregam que quanto mais tempo a mãe puder amamentar melhor será para a saúde do bebê. Mas, como cuidar das tarefas do trabalho sem deixar de lado a dedicação ao filho? As Salas ajudam as mães a se dedicar ao aleitamento. Ao conceber um espaço especialmente para a coleta e armazenamento de leite materno, a Petrobras demonstra seu compro-misso com a força de trabalho feminina.

A criação da Comissão de Gênero – hoje Comissão de Diversidade –, em 2005, também é um marco nesse movimento em direção à equidade. A comissão atua hoje no monitoramento e na avaliação das ações afirmativas capazes de eliminar preconceitos ou de-sigualdades em relação às mulheres ou entre elas, na Companhia. Também em 2005 a Petrobras aderiu ao Programa Pró-Equidade de Gênero, do Governo Fe-deral, que reafirma os compromissos de promoção da igualdade entre mulheres e homens. O Programa concede anualmente às empresas que cumprem as metas o Selo Pró-Equidade de Gênero, conquistado pela Petrobras nos últimos três anos.

A Petrobras é uma das 39 empresas que aderiram aos Princípios de Empoderamento das Mulheres, uma ini-ciativa da ONU através da Unifem e do Pacto Global. O documento elenca sete princípios que fornecem às empresas orientações práticas para a promoção de igualdade de gênero no ambiente de trabalho, no mercado e na comunidade.

Equidade de gênero: a valorização da mulher no ambiente de trabalhoRegina Valle _ Gerente de Ambiência e Recursos Humanos da Petrobras

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MATÉRIA DE CAPA _ ARTIGOS RELACIONADOS

_ Brazilian Business _ Jul-Ago 201138

UniverCedae, investindo nos funcionáriosWagner Victer _ Presidente da Cedae

A atual gestão da Cedae, empossada em 2007, vem tratando a formação e a capacita-ção de seu corpo de funcionários como um

dos principais projetos estratégicos da Companhia.

Afinal, nos dias de hoje, as áreas de treinamento e desenvolvimento das organizações tem se cons-tituído, cada vez mais, nos espaços de capacitação e melhoria contínua do corpo funcional de cada empresa, com reflexos importantes na motivação do funcionário e na incessante busca da qualida-de dos serviços prestados à população.

Neste contexto, muitas empresas têm procurado inves-tir na implantação das Universidades Corporativas.

O objetivo é atender aos pressupostos de treina-mento exigidos para o bom desempenho de cada cargo, conforme o estabelecido no Plano de Cargos de cada empresa, além de contribuir para a integração entre as diversas áreas e seus respectivos funcionários.

Na Universidade Corporativa da Cedae – Univer-Cedae – temos trabalhado na área de formação, de aperfeiçoamento e, também, de reciclagem, por meio da qual buscamos revigorar o aprendi-zado obtido nas etapas anteriores.

Na área de formação, estamos treinando 90 pro-fissionais, no curso de MBA de Gestão Empre-sarial com ênfase em Previdência Privada e As-sistência Médica, e mais de 50 funcionários no curso de Gerenciamento de Projetos – PMI.

Na área de aperfeiçoamento, temos uma grade de cursos muito ampla e que contempla, inclusive, a área de segurança do trabalho, em consonância ao previsto na legislação vigente sobre a matéria.

O alcance da iniciativa é demonstrado pelos nú-meros: somente no ano de 2009, primeiro ano de efetivo trabalho na UniverCedae, foram treinados 5028 profissionais, que representam mais do que a soma de todos os funcionários treinados nos sete anos anteriores, entre 2002 e 2008, quando foram capacitados 4103 trabalhadores.

Este trabalho, além de contribuir efetivamente para a melhoria contínua e permanente dos serviços prestados pela companhia, tem importante efeito motivacional, elevando a autoestima do funcioná-rio e a qualidade do ambiente profissional.

Outro aspecto fundamental é que temos buscado am-pliar nosso cadastro de instrutores com base no pes-soal da própria Cedae, inclusive recorrendo àqueles que se encontram aposentados ou próximos do período de aposentadoria.

Estes profissionais transmitem aos novos funcio-nários toda a experiência obtida ao longo de sua carreira dentro da empresa.

Acreditamos que a Cedae se coloca no patamar das modernas organizações, investindo no seu corpo funcional de modo a criar um bom ambiente de trabalho e a perseguir a excelência na prestação de serviços à população carioca e fluminense.

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Edição 270 _ Brazilian Business _ 39

O déficit de mão de obra qualificada na construção civil atinge 89% das empresas do setor, segundo levantamento da Confederação Nacional da In-

dústria (CNI). Das 385 companhias pesquisadas entre os dias 3 e 20 de janeiro deste ano, 94% têm dificuldades para encontrar também profissionais com qualificação básica, como pedreiros e serventes. A escassez de traba-lhadores exige das companhias um plano de ação para acompanhar o crescimento do mercado. E, por isso, 64% das empresas investem em capacitação.

Com quase 60 anos no mercado de construção brasileiro, a Mills, uma das líderes do setor, planeja destinar 432,7 milhões de reais para o crescimento orgânico da empresa em 2011, como parte do plano de investimentos de 1,1 bilhão de reais para o período 2010-2012. Neste cená-rio de ascensão dos negócios, a mão de obra qualificada é crucial para atender à crescente demanda nos mercados nacionais de infraestrutura, real state e óleo e gás.

Como a qualidade faz parte da marca, a Mills investe em capacitação gratuita para atrair e preparar montadores de andaimes. Em 2010, a empresa de soluções de enge-nharia destinou 150 mil de reais para o programa, que absorve cerca de 85% dos alunos. O curso concede cer-tificado de conclusão para que todos os candidatos ob-tenham colocação no mercado de trabalho. As escolas funcionam em Camaçari/BA, Maceió/AL e Recife/PE.

O Brasil tem um déficit anual de formação de 20 mil novos engenheiros, de acordo com o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea). Por isso, a Mills recorre a seu Programa de Estágios e de Trai-nee para selecionar profissionais de nível superior no mercado. Após a seleção pelo departamento de Recursos

Humanos, a empresa oferece aos jovens profissionais o Programa Trainee – Conexão Mills, composto por um mix de atividades com foco no desenvolvimento de com-petências comportamentais e de liderança, na potencia-lização do uso de ferramentas de gestão e no aprimora-mento do conhecimento dos negócios da empresa.

Além disso, a Mills antecipou seu plano de expansão geográfica e aquisição de equipamentos em 2010 para atender à crescente demanda de seus mercados de atu-ação, com o programa “Minha Casa, Minha Vida” do governo federal, a Copa do Mundo de 2014 e as Olim-píadas de 2016 no Brasil, além dos sucessivos aportes da indústria offshore.

Para garantir também a segurança de seus funcionários, a Mills foi pioneira ao trazer para o Brasil a certificação da International Powered Access Federation (IPAF), orga-nização sem fins lucrativos que promove a capacitação para o uso seguro e efetivo das plataformas aéreas em es-cala global. Depois de fazer diversos treinamentos para empresas como Vale e Petrobras, desde dezembro de 2010, a Mills foi eleita para a diretoria do recém-criado Conselho Brasileiro da IPAF (CBI), que tem o objetivo de fomentar, no Brasil, o uso seguro das plataformas aéreas por meio da capacitação dos trabalhadores.

A parceria com a IPAF permitiu que a Mills constituísse centros de treinamento com padrões internacionais para operadores de plataformas aéreas em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, na Bahia e no Rio Grande do Sul. A empresa conta com 12 instrutores capacitados para ministrar as aulas. Em virtude da demanda, a Mills já pensa em expandir esta oportunidade de capacitação para outras regiões do Brasil.

Investimento construtivo no profissional do futurocristinna Rebêlo _ Diretora de Recursos Humanos da Mills

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MATÉRIA DE CAPA _ ARTIGOS RELACIONADOS

_ Brazilian Business _ Jul-Ago 201140

Job: 251824 -- Empresa: Burti -- Arquivo: 251824-17932-AF-416X274-ANUN SEMAFORO GENERICO_pag001.pdfRegistro: 18388 -- Data: 06:41:41 18/03/2011

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Job: 251824 -- Empresa: Burti -- Arquivo: 251824-17932-AF-416X274-ANUN SEMAFORO GENERICO_pag001.pdfRegistro: 18388 -- Data: 06:41:41 18/03/2011

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PONTO DE VISTA _ comUNicaÇÃo

_ Brazilian Business _ Jul-Ago 201142

Divulgação

Assim como existem os famo-sos “Ps”, que há anos vêm ajudando estudantes e pro-

fissionais a decifrar os mistérios do marketing, a evolução do papel de uma agência de propaganda como cogestora no processo de gerencia-mento das marcas de seus clien-tes nos levou a criar uma filosofia empresarial, suportada por uma metodologia de trabalho, que bati-zamos de os “is” da comunicação. O primeiro deles é o “i” da INFOR-MAÇÃO. Já há algum tempo, a propaganda deixou de ser uma ati-vidade baseada exclusivamente no talento descompromissado de pu-blicitários que, muitas vezes, eram confundidos com artistas.

Vivemos a “era do conhecimento”, e a informação passou a ser ma-téria-prima de nossa atividade. As campanhas publicitárias realmen-te eficazes, hoje, são aquelas am-paradas por diversos tipos de co-nhecimento. Saber identificá-los, obtê-los e, principalmente, inter-pretá-los é, além de estratégico, fa-tor crítico de sucesso no processo de construção de marcas de valor. É essa competência que nos per-

mite construir, de maneira dife-renciada e única, “pontes” sólidas e indestrutíveis entre as marcas e seus consumidores ou clientes. O segundo é o “i” da INTEGRAÇÃO. O processo de gestão de marcas exige, de uma agência, a capacida-de de integrar várias ferramentas de comunicação. Por isso, fazemos parte de um grupo multidiscipli-nar. O poder de decisão no ponto de venda, o relacionamento com consumidores, clientes, trade e formadores de opinião, proporcio-nando-lhes experiências positivas com a marca, a importância da mí-dia espontânea e a explosão das re-des sociais como um novo ambien-te de convivência, transformaram a comunicação numa ferramenta complexa e estratégica. Saber uti-lizar e orquestrar, de forma inte-grada, propaganda, internet, de-sign, promoções e eventos dentro de uma estratégia consistente é um diferencial.

Outro fator fundamental é a inte-gração entre equipes da agência e o cliente. Quanto mais próximos estiverem, melhor será o traba-lho. O processo de construção e

Os “IS” da comunicação

fortalecimento de marcas é um trabalho desenvolvido a “quatro mãos” e, por isso, nos envolvemos em atender as necessidades dos clientes e nos posicionamos como uma extensão de suas estrutu-ras de comunicação e marketing. O terceiro “i” é o do INCONFOR-MISMO. Somos inquietos e ques-tionadores, características presen-tes em nosso DNA. Não podemos nos conformar com receitas con-sagradas, fórmulas eternas, ver-dades absolutas nem paradigmas. O mundo muda a cada segundo. O mercado acompanha, mas nós temos que antecipar tendências e antever processos de evolução da sociedade, descobrindo as necessi-dades de consumo. É essa capacidade que nossos clien-tes buscam numa agência de pro-paganda e que garante que suas marcas permaneçam sempre jo-vens, modernas e vigorosas. É esse inconformismo permanente que não nos permite aceitar a primeira boa ideia. Queremos a melhor. Sa-ber entender e aplicar esses 3 “IS” fará toda a diferença na comunica-ção da sua empresa.

Noel De Simone _ Sócio-diretor de Planejamento e Atendimentoda Casa da Criação Propaganda

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AMCHAM NEWS

_ Brazilian Business _ Jul-Ago 201144

O crescimento econômico vi-vido pelo Rio de Janeiro, ala-vancado, principalmente,

pelas descobertas na área de petróleo e gás, vem gerando oportunidades para o Estado e também para as em-presas em fazer e ampliar negócios. Este ambiente propício está sendo estimulado pelos eventos esportivos que o Brasil sediará, trazendo investi-mentos em infraestrutura e logística.

Sobre este tema, debateram, em 28 de junho, a subsecretária de Energia, Lo-gística e Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro, Renata Bezerra Cavalcanti, o presidente do Conselho de Administração da Mul-titerminais Alfandegados do Brasil, Ricardo Klien, e o gerente comercial da LLX Logística, Alexandre Pereira, em evento organizado pelo Comitê de Energia da Amcham Rio.

Renata falou sobre a situação e de-talhou projetos e perspectivas ne-cessários para atrair investimentos e garantir uma gestão com avanços. “Estamos fazendo planos diretores regionais para condensar a estraté-gia em um plano diretor integrado e crescer não apenas os polos de de-senvolvimento, mas as áreas de infra-estrutura e logística. O importante é cuidar da gestão com planejamento para garantir crescimento ao Estado”, comentou. “Apesar dos atrasos, o

Rio de Janeiro ainda é o Estado com a melhor infraestrutura que se pode encontrar”, disse. Já Klien falou sobre a integração das operações terrestres e maríti-mas com a expansão do petróleo, pré-sal, óleo e gás, que, segundo ele, deve ocupar a agenda dos próximos dez anos e representar o maior valor de carga movimentada por todas as instalações portuárias. “Em dois anos, o Brasil teve um crescimento do comércio exterior explosivo, de cerca de 50%, provocado em grande parte pelas condições criadas pelos investimentos nos operadores pri-vados e no porto público, que estão dando vazão e permitindo a aber-tura da economia brasileira”, ana-lisou. Alexandre Pereira trouxe ao

debate um exemplo expressivo para a questão da logística do segmen-to de óleo e gás, com o projeto do Superporto do Açú, localizado a 45 quilômetros da Bacia de Campos.

Este pretende ser o maior complexo portuário da América Latina, com 90 quilômetros quadrados de área e mo-vimentação prevista em 350 milhões de toneladas por ano, entre exporta-ções e importações, e receberá usinas siderúrgicas, polo metal-mecânico, unidade de armazenamento e trata-mento de petróleo, estaleiro, indús-trias offshore, entre outros. Com um investimento de mais de 40 bilhões de dólares, as instalações do que prome-te ser um dos três maiores complexos portuários do mundo começam a ser entregues em meados de 2012.

LoGíStica PaRa o SetoR de PetRóLeo e GáS em deBatePor Andréa Blum

A subsecretária Renata Cavalcanti, Roberto Ardenghy, chairman do Comitê de Energia da Amcham, Richard Klien, da Multiterminais, e Hélio Blak, diretor-superintendente da Câmara de Comércio Americana do Rio

Luciana Areas

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AMCHAM NEWS

_ Brazilian Business _ Jul-Ago 201146

BeLtRame: “PeRSoNaLidade do aNo” No PRêmio da amcHam

A noite do dia nove de ju-nho foi de festa dupla. Para comemorar seus 95

anos de atividades, a Câmara de Comércio Americana (Amcham RJ-ES) convidou seus associados, diretores e autoridades para uma grande festa no Palácio da Cida-de, quando promoveu também a segunda edição do Prêmio Perso-nalidade do Ano.

Na ocasião, o secretário de Segu-rança José Mariano Beltrame foi homenageado e ovacionado pelo público presente no evento, em especial pelo Cônsul Geral dos Estados Unidos no Rio de Janei-ro, Dennis Hearne, que elogiou a política de pacificação das co-

munidades cariocas, uma inicia-tiva de Beltrame.

“A razão principal para o renasci-mento do Rio é a verdadeira ‘revolu-ção do bem’ promovida pelo nosso José Beltrame, reafirmando a auto-ridade do Estado e resgatando mi-lhares de cidadãos da violência. Ele é a prova de que um único homem é capaz de fazer toda a diferença.”

Para o secretário, a solução para o problema da violência no Rio esteve sempre ao alcance do poder público: “Não inventamos a roda, nem fize-mos nada mágico. O que precisava era o Estado chegar e permanecer, e não entrar e sair, fingindo trabalhar. Isso mexeu com o imaginário das pes-

soas e com o que é mais importante: a esperança. Na medida em que se fez a primeira [UPP], ocorreu um círculo virtuoso com os resultados melhores possíveis”, disse Beltrame.

Ainda assim, ele reconheceu que entrar nas comunidades apenas com as UPPs não resolve a ques-tão como um todo: “As Unidades de Polícia Pacificadora só propor-cionam a paz. Agora, segurança pública dentro de uma UPP ou dentro da cidade exige necessa-riamente a participação de outros agentes, atores sociais, políticos e, essencialmente, a iniciativa pri-vada. E fico sensibilizado por per-ceber a leitura dessa instituição [Amcham Rio] quanto a isso”.

Por Carolina Gouveia

Hélio Blak, diretor-superintendente da Amcham Rio, Rita Beltrame e o marido, o secretário José Mariano Beltrame, e o presidente da Amcham Rio, Henrique Rzezinski

Luciana Areas

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Edição 270 _ Brazilian Business _ 47

Apesar dos resultados alcançados com as UPPs, o secretário reco-nheceu um longo caminho a ser percorrido: “Não tem jogo ganho. Ainda há muita água para passar debaixo dessa ponte, mas temos horizonte. Desafio a sociedade que faça sua parte e que a gente caminhe junto”.

Segundo o presidente da Amcham, Henrique Rzezinski, a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro quer atender a essa convo-cação. “Conclamamos nossos as-sociados a participar dessa mobi-lização. O evento foi patrocinado pela BG Brasil.

Durante a celebração do aniversário da Amcham, o presi-dente, Henrique Rzezinski, lembrou o trabalho que a en-tidade vem desenvolvendo ao longo desse tempo. Fundada em 1916, a Amcham é uma das mais antigas entidades em-presariais do país, tendo sido a primeira câmara americana da América Latina.

“Além do seu compromisso com o desenvolvimento do nosso país e com a melhoria constante de suas relações com os Esta-dos Unidos, a Câmara tem trabalhado intensamente em várias áreas contra as barreiras de livre-comércio, defesa de proprie-dade intelectual e tantos outros.”

Por fim, Rzezinski agradeceu o apoio e a participação histórica dos sócio-fundadores, entre eles os que permanecem até hoje no Brasil, como Valid (ex-ABnote), Banco Citibank, Chevron Brasil, Elevadores Otis, Esso Brasileira de Petróleo, General Eletric do Brasil e Unisys Brasil.

Quase um século de grandes feitos e boas histórias

O secretário José Mariano Beltrame fala ao público ao receber o prêmio de “Personalidade do Ano”, da Câmara de Comércio Americana (Amcham RJ-ES)

Luciana Areas

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AMCHAM NEWS

_ Brazilian Business _ Jul-Ago 201148

Para quebrar o paradigma das indicações políticas no entra e sai de governo, o secretário mu-nicipal de Administração, Paulo Jobim Filho, apresentou o novo modelo de gestão implantado pela atual Prefeitura.

“Indicações políticas existem na atual administração, mas se as pessoas não forem íntegras, recebem cartão amarelo e, de-pois, se insistirem no erro, o vermelho. Isso prova que a nos-sa democracia está em processo de amadurecimento”, disse Jo-bim Filho em evento promovido pela Amcham Rio, realizado em maio. Ele palestrou no encon-tro junto aos colegas Alexandre Sansão (Transportes) e Carlos Roberto Osório (Conservação).

“Migramos para um novo estilo de gerência, mais profissional e eficiente, diferente do modelo burocrático anterior. As secreta-rias municipais hoje trabalham em regime de metas”, afirmou.

Em tempos de discussões sobre infraestrutura para a Copa e as Olimpíadas, o tema sobre o legado permeou o debate. Questionado, Jobim Filho alegou que a prefeitura trabalha para deixar essa “herança” para a população carioca, ao con-trário das gestões anteriores.

“Nosso sonho é chegar a 2021 como a melhor cidade para se viver e tra-balhar. Mas, para isso, precisamos de planejamento estratégico. Atual-mente, a Casa Civil faz o acompa-nhamento das metas de cada secre-taria, como um coordenador central e, a cada três meses, nos submete-mos a uma reunião com entidades que cobram nosso desempenho. É o nosso ‘puxão de orelhas’ público para deixarmos tudo pronto para a população da cidade”.

Sobre o legado do setor de transpor-tes, o secretário Alexandre Sansão ressaltou que a meta é investir em uma rede de alta capacidade para transporte de massa, com ênfase nos sistemas BRS e BRTs. “Os BRTs, que começam a operar em 2012, vão reduzir em até uma hora o tem-po de percurso, o que pode aumen-tar a preferência pelo transporte pú-blico”, avaliou.

admiNiStRaÇÃo eFicieNte é a meta da PReFeitURa do RioPor Carolina Gouveia

A chairperson do comitê de Cultura, Negócios e Turismo; Alícia Perez; o secretário municipal de Administração, Paulo Jobim Filho; um dos diretores da Amcham Rio, Pedro Paulo de Almeida; o secretário municipal de Transportes, Alexandre Sansão, e o secretário municipal de Conservação, Carlos Roberto Osório

Luciana Areas

O regime de metas chegou também à área de Conservação. De acordo com o secretário Carlos Roberto Osório, o objetivo é reduzir os 60 mil buracos abertos por mês nas vias cariocas e melhorar a prestação do serviço de iluminação pública, ofe-recendo uma resposta rápida à re-clamação do cidadão.

O desafio da mais recente secreta-ria da gestão da Prefeitura é chegar a 2012 com um processo satisfa-tório de mitigação das causas de aparecimento de buracos nas vias da cidade.

“Light, Cedae, CEG e Oi possuem hoje as maiores redes subterrâneas e são as empresas que mais abrem buracos. Buscamos convergir os trabalhos dessas empresas para minimizar a abertura de buracos nas ruas”, afirmou o secretário.

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Edição 270 _ Brazilian Business _ 49

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AMCHAM NEWS

_ Brazilian Business _ Jul-Ago 201150

Manuel Domingues e Pinho, diretor-presidente da DPC

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S ã o Pa u l o R u a d o P a r a í s o 4 5 , 4 º a n d a r P a r a í s o C E P 0 4 1 0 3 - 0 0 0 Te l : 5 5 ( 1 1 ) 3 3 3 0 - 3 3 3 0

M a c a é R u a Te i x e i r a d e G o u v e i a 9 8 9 , S a l a 3 0 2 C e n t r o C E P 2 7 9 1 0 - 1 1 0 Te l : 5 5 ( 2 2 ) 2 7 7 3 - 3 3 1 8

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Edição 270 _ Brazilian Business _ 51

O mercado de gerenciamento de risco jurídico está em expansão, segundo Victor Rizzo, diretor de Negócios da E-Xyon, empresa que, desde 2001, atua no setor. Ele par-ticipou do debate promovido pela Amcham Rio “Gestão de Riscos Ju-rídicos”, no dia 13 de junho.

“O risco é inerente a qualquer negó-cio. Entretanto, particularmente para a área jurídica, este risco se bem admi-nistrado pode ficar dentro dos níveis de tolerância dos negócios”, disse.

Rizzo apresentou dados elevados quanto ao volume de ações geradas contra empresas de grande porte, em especial nos segmentos de telefonia, bancos, fornecedores de energia (elé-trica e gás) e vendas de varejo.

“São empresas que se relacionam com uma grande base de clientes, o que gera um volume elevado de ações. Para empresas brasileiras, esse volume de processos pode chegar a 500 mil ações”, afirmou.

A troca de informações entre os dife-rentes agentes envolvidos também foi uma medida de mitigação de riscos de-fendida por Hercílio Coutinho, supe-rintendente de Crédito do Banco Bras-can. Segundo ele, com a maior oferta de crédito no país, o setor passou por um processo de avaliação de riscos, na tentativa de minimizá-los ao máximo.

Outro setor que está sempre atento à redução de riscos é o de planos de saúde, de acordo com o diretor jurídi-co da Amil, Henrique Souza. Segundo ele, a regulação da área abre brechas para litígios por não ser tão clara, já que cobre todas as enfermidades, mas não necessariamente todos os procedimentos, o que gera um pas-sivo às empresas de planos de saúde.

Como exemplo, o diretor apresentou o grande volume de processos envol-vendo pedidos de inseminação artifi-cial, procedimento que não é coberto pelos planos, segundo as normas da Agência Nacional de Saúde.

Outra forma de redução de riscos apresentada no evento partiu do con-sultor jurídico da Light, Luiz Claudio Cristófaro. Segundo ele, a introdução da cultura de metas na companhia de energia elétrica trouxe benefícios aos passivos judiciais.

“A valorização da prevenção foi um importante fator de mitigação desses riscos jurídicos”, explicou Cristófaro.

Para ajudar na prevenção aos ris-cos, existe uma série de ferramen-tas de análise, como SWOT, PDCA e 5W2H, que busca sistematizar o trabalho dos escritórios de advoca-cia. Foi o que apresentou a sócia do escritório Dannemann Siemsen Advogados, Catarina Costa.

“Ausência de procedimentos, falta de treinamento profissional, ine-xistência de auditoria e dificuldade no fluxo de informações são ape-nas alguns exemplos de indicado-res de risco no sistema de trabalho facilmente identificáveis pelas fer-ramentas de análise. A partir do conhecimento das falhas, é preciso rever esses procedimentos na em-presa para um maior controle pro-cessual”, concluiu Catarina.

diRetRizeS aJUdam emPReSaS a RedUziR RiScoS JURídicoSPor Carolina Gouveia

O superintendente de Crédito do Banco Brascan, Hercílio Coutinho; o advogado da Brookfield, Rodrigo Amaro; o diretor-superintendente da Amcham Rio, Hélio Blak; e o diretor de Negócios da E-Xyon, Victor Rizzo

Manuel Domingues e Pinho, diretor-presidente da DPC

R i o d e J a n e i R o A v . R i o B r a n c o 3 1 1 , 4 º e 1 0 º a n d a r e s C e n t r o C E P 2 0 0 4 0 - 9 0 3 Te l : 5 5 ( 2 1 ) 3 2 3 1 - 3 7 0 0

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Luciana Areas

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AMCHAM NEWS

_ Brazilian Business _ Jul-Ago 201152

Para promover o debate sobre os principais gargalos e entraves para o desempenho do Comércio Inter-nacional, a Câmara de Comércio Americana (Amcham RJ-ES) orga-nizou, nos dias 26 e 27 de maio, no Rio de Janeiro, o II Fórum de Co-mércio Internacional.

O evento gerou uma carta, que você lê na página seguinte, com propo-sições a fim de solucionar, ou ao menos atenuar, os entraves, um po-sicionamento formal da Câmara, que será encaminhado para a Pre-feitura do Rio de Janeiro, Assem-bleia Legislativa do Estado e Gover-no do Estado.

Houve, por exemplo, o consenso de que o horário de funcionamen-to dos portos precisa ser ampliado. Os participantes também sugeri-ram que documentos digitalizados passem a ser aceitos no despacho aduaneiro, desde que estes tenham certificação digital. A necessidade de tornar mais curto o prazo das respostas de consulta de classifica-ção fiscal foi outro ponto com que todos concordaram.

O secretário de Estadual de De-senvolvimento Econômico, Julio Bueno, esteve presente no evento e criticou a pouca autonomia da esfera estadual para ajudar os ex-portadores e importadores.

Bueno identificou duas áreas em que o Estado pode interferir. A pri-meira delas seria a tributária. “Ex-portar não nos comove do ponto de vista econômico. A exportação não gera tributos para os Estados, mas importação é bom; é ICMS na veia”, afirmou Bueno.

O secretário também defendeu autonomia para os Estados geri-rem o ICMS e a privatização do Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão): “Temos que au-mentar o investimento e precisa-mos do investimento privado. Te-mos que conceder o Galeão para a área privada”, avaliou.

O presidente do Conselho de Ad-ministração da Multiterminais, empresa operadora de terminais portuários, Richard Klien, abor-dou os investimentos do grupo no Estado do Rio.

amcHam PRomoVe ii FóRUm de coméRcio iNteRNacioNaL

A gerente de Administração e Con-trole Logístico da Infraero, Vanda Cássia Tostes, falou sobre os inves-timentos que estão sendo feitos no terminal de cargas do Galeão, res-saltando que o terminal ainda está muito longe de aproveitar toda a sua capacidade. A falta de voos com escala no Rio de Janeiro e o difícil acesso terrestre ao aeroporto foram apontados como os dois principais entraves para o crescimento da uti-lização do terminal de cargas.

No Painel “Desoneração Tributá-ria”, Paulo Carvalho, da Veirano Advogados, falou sobre as diferen-tes modalidades de Drawback, um regime aduaneiro especial que re-duz ou elimina tributos sobre insu-mos importados para utilização em produto exportado.

No segundo dia do Fórum, o con-sultor de Comércio Exterior da

Por Roberta Mourim

O presidente do Conselho Empresarial de Infraestrutura da Firjan, Mauro Viegas Filho; o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Julio Bueno; o conselheiro de Assuntos Jurídicos da Amcham Rio, Julian Chediak; e o diretor-superintendente da Amcham Rio, Hélio Blak

Luciana Areas

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Edição 270 _ Brazilian Business _ 53

Martinelli Advocacia Empresa-rial, Jefferson Rogers, fez uma apresentação sobre o “Progra-ma Brasileiro de Operador Econômico Autorizado” – um sistema que ainda será regula-do pela Receita Federal, mas já promete agilizar e conferir se-gurança aos procedimentos de f luxo logístico.

Especificamente sobre o Porto do Rio, o inspetor chefe da Alfânde-ga local, Ewerson Augusto Rocha Chada, fez uma palestra sobre o funcionamento da Aduana.

A gerente executiva da área tributá-ria da Petrobras, Maria Alice Des-champs, apontou o Repetro (Regime Aduaneiro Especial de Exportação e Importação de bens destinados à ex-ploração e à produção de petróleo e gás natural) como uma maneira de desenvolver a indústria nacional, desde que aliado a outros benefícios.

No encerramento do evento, o pre-sidente da Amcham Rio, Henrique Rzezinsk, lembrou que, por conta do peso dos tributos, a participa-ção do Brasil no comércio global já é menor do que a potencial. “O

Comércio Internacional não é visto como um aspecto prioritário dentro do Brasil”, lamentou o presidente.

O II Fórum de Comércio Interna-cional contou com o patrocínio Master da Petrobras e do Gover-no Federal, copatrocínio da Ulhôa Canto, Rezende e Guerra Advo-gados e apoio institucional da As-sociação de Comércio Exterior do Brasil, da Associação Comercial do Rio de Janeiro, da Confederação Nacional da Indústria, do Sistema Firjan e da International Chamber of Commerce.

I – PROPOStAS nA áREA dE lOgíStICA

1.1. Viabilizar o funcionamento 24 horas dos ór-gãos intervenientes no processo de despacho aduaneiro em portos e aeroportos.

1.2. Aprimorar o acesso aos portos e aeropor-tos, em especial o acesso ao Terminal de Car-gas do Galeão, com a construção do viaduto conectando-o diretamente à Linha Vermelha.

1.3. Implementar o arco ferroviário do Rio de Ja-neiro, conectando as malhas da Ferrovia Centro Atlântica - FCA - com a malha Sudeste MRS.

II – PROPOStAS SObRE tRIbUtAçãO E dESOnE-RAçãO tRIbUtáRIA

2.1. Racionalizar o sistema atual sobre a utili-zação do crédito de ICMS exportação, permi-tindo assim a cessão ilimitada destes créditos para pagamento de fornecedores que sejam contribuintes de ICMS.

2.2. Rever a legislação sobre recursos hierár-quicos impróprios que concede ao Secretário de Fazenda do Estado do Rio de Janeiro o poder de modificar unilateralmente as decisões do Conselho de Contribuintes.

2.3. Revisar a Portaria do Ministério da Fazenda nº 150/82, com o objetivo de facilitar a substi-tuição da mercadoria defeituosa com suspen-são dos tributos, revendo os prazos estabeleci-dos e simplificando os procedimentos.

2.4. Regulamentar a isenção de ICMS nas aquisições de mercadorias no mercado inter-no para o drawback integrado.

2.5. Regulamentar a exportação ficta no âmbito estadual de forma a incentivar operações internas.

2.6. Desonerar de PIS/COFINS a aquisição de bens destinados à exportação por empresas submetidas ao lucro presumido, com objetivo de reduzir o custo das exportações. [Continua]

CARTA ABERTA

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AMCHAM NEWS

_ Brazilian Business _ Jul-Ago 201154

2.7. Definir o conceito de “uso interligado”, uti-lizado pelo Convênio nº 130/07.

2.8. Revogar, por ser inconstitucional e cau-sar situações de absoluta perplexidade para os contribuintes, a cláusula sétima do Convênio nº 130/07 (Estado competente para cobrar o ICMS).

III – PROPOStAS QUAntO à QUEStãO AdUAnEIRA

3.1. Compatibilizar as interpretações dos ór-gãos fiscalizadores dos regimes especiais adu-aneiros e dos órgãos reguladores responsáveis pelos regimes (exemplo: Receita Federal/Adu-ana e Secex).

3.2. Estabelecer que a importação de matérias primas e/ou insumos sob o regime de drawba-ck se dê preferencialmente via Canal Verde.

3.3. Fixar prazo de resposta para consultas a órgãos governamentais que visem a esclarecer a interpretação de normas vigentes.

3.4. Proibir a aplicação imediata de norma su-perveniente a cargas já embarcadas, e ainda em processo de importação.

3.5. Reduzir e racionalizar a cobrança da taxa do SISCOMEX.

3.6. Integrar as normas relativas ao Operador Econômico Qualificado – OEQ,com as regula-mentações dos demais órgãos intervenientes (ANVISA, INMETRO, entre outros), de forma a assegurar os benefícios e a celeridade dos pro-cedimentos aduaneiros especiais.

3.7. Criar procedimentos de despacho aduaneiro mais ágeis para regimes aduaneiros especiais.

3.8. Ampliar a aplicação do despacho antecipa-do, adiantando todas as etapas possíveis do des-pacho aduaneiro antes da chegada da carga.

3.9. Permitir que a carga prescrita possa ser transportada por navios de qualquer bandeira.

3.10. Credenciar um maior número de empre-saspara a edição de laudos técnicos usados para o desembaraço de mercadorias.

3.11. Simplificar e aprimorar a forma de adesão aos diferentes regimes do OEQ (exemplo: for-mulários de adesão específicos para cada par-ticipante – importador, transportador e presta-dor de serviço).

3.12. Abrandar as exigências e agilizar a inclu-são na Linha Azul, reduzindo o prazo de avalia-ção das operações anteriores de 4 (quatro) para 2 (dois) semestres.

3.13. Melhorar os canais de comunicação entre a Aduana e os Governos Estaduais/Municipais.

3.14. Aprimorar a publicação, acesso e pesquisa de precedentes relativos à solução de divergên-cias sobre classificação fiscal de mercadorias na Nomenclatura Comum do Mercosul – NCM.

3.15. Implementar o duplo grau de jurisdição para solução de consulta relativa à classifica-ção fiscal de bens importados.

3.16. Dispensar, no cadastramento ao OEQ, a habilitação ou credenciamento do interveniente no exterior em programa similar.

3.17. Possibilitar a entrega dos documentos que instruem o despacho aduaneiro parametrizado em Canal Verde digitalizados, com certificação digital.

3.18. Retornar a lista específica de NCM’s (por capítulo) para evitar interpretações casuísticas que possam restringir o alcance do benefício.

3.19. Eliminar a necessidade de apresentação da DI, DDA e DSI em versão impressa, uma vez que tais documentos já estão registrados no SISCOMEX em arquivo digital.

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Edição 270 _ Brazilian Business _ 55

SiStemaS de GeStÃo PaRa iNoVaÇÃo No PaíS SÃo eScaSSoS

Em um mercado altamente competitivo, gerar valor fica cada vez mais complicado

para as empresas. A inovação serve para romper essa barreira e levar a empresa a crescer e a gerar recei-tas cada vez maiores. No entanto, segundo o consultor de Estratégia Empresarial e Inovação, Clemente Nóbrega, ainda faltam sistemas de gestão para a inovação no país.

“Noventa por cento das empresas querem inovar, mas apenas uma pequena fração delas tem ferra-mentas para conseguir resultados”, afirmou o especialista durante evento promovido pela Câmara de Comércio Americana (Amcham Rio), no começo de maio.

Nóbrega explicou que, mesmo sa-bendo que precisam criar, as com-panhias não sabem como fazê-lo. O consultor apresentou algumas dicas para o desenvolvimento da inovação, que envolvem ciclos con-tínuos de aprendizado corporativo, treinamento e gestão de pessoas. “Os maiores desafios da inovação não são técnicos, mas comporta-mentais, pois envolvem liderança e gestão de pessoas”, explicou.

Para exemplificar, ele usou a estra-tégia das Casas Bahia que, em uma época em que não se valorizava o crédito para a população de bai-

xa renda, enfrentou um conflito: “Eles precisavam oferecer crédito a quem não comprovava renda e precisavam receber em dia. Essa é a melhor solução em inovação – a que busca eliminar conflitos e con-tradições consideradas inevitáveis”.

No método criado por Nóbrega para ajudar as empresas a entender o processo de inovação, busca-se conexões com o que já existe, mes-mo que o segmento de negócio da empresa que solucionou problema parecido não tenha qualquer rela-ção com o de sua empresa.

Com isso, o consultor exempli-ficou como identificar oportuni-dades a partir dos problemas que

surgem no caminho de desenvol-vimento das empresas. E para tan-to, disse, é preciso criar condições e métodos para que os profissio-nais aprender a identificar essas oportunidades.

Perguntado pelo vice-chairman do Comitê de Recursos Humanos da Amcham Rio, Carlos Vitor Strou-go, sobre como criar possibilidades de inovação dentro de uma cultura empresarial que não admite erros, mas apenas resultados, Clemente Nóbrega foi enfático: “Não é pos-sível inovar sem errar”.

O encontro foi patrocinado pela Case Benefícios e Seguros.

Por Carolina Gouveia

O consultor de estratégia empresarial e inovação, Clemente Nóbrega; um dos diretores da Amcham Rio, Rafael Mot-ta; o vice-chairman do Comitê de RH da Amcham Rio; Carlos Vitor Strougo; e a chairperson do Comitê de Recursos Humanos e Estratégicos, Claudia Danienne Marchi

Luciana Areas

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REPORTAGEM _ AmchAm ES

_ Brazilian Business _ Jul-Ago 201156

Motivados pelo sucesso da iniciativa do programa “UP With English” no Rio de Janeiro, projeto do Consulado dos Estados Unidos que leva o

ensino de língua inglesa aos jovens de comunidades paci-ficadas do Rio de Janeiro, os alunos do colégio particular capixaba Centro Educacional Leonardo da Vinci decidi-ram replicar a ideia em Vitória, Espírito Santo.

Assim nasceu o projeto “Parceria Solidária”, um des-dobramento de atividades que já vinham sendo desen-volvidas com aulas de Matemática. Alunos já formados voltam à sala de aula como instrutores voluntários e ensinam o que sabem a jovens de escolas públicas do Espírito Santo. A iniciativa conta agora com o apoio da Amcham-ES.

“O projeto tem um caráter social e, ainda, agrega valo-res à formação pessoal e profissional dos alunos da rede pública. A Amcham acredita nesse tipo de ação para a criação de um futuro melhor, dando ao jovem habi-lidades de um novo idioma, como o inglês, e criando oportunidades para desenvolver seu potencial”, disse o presidente da entidade no Estado, Otacílio Coser Filho.

A escola possui uma grade com duplo currículo - ameri-cano e brasileiro - chamada High School. Ex-alunos es-tão habilitados a ministrar aulas, sempre com a ajuda de um professor da área, para os egressos da rede pública.

Iniciado em abril de 2011, o projeto conta atualmente com a participação de 14 alunos da Escola Municipal Aristóbulo Barbosa Leão, do sexto ao nono ano, que re-

cebem além de material didático e escolar, um lanche e uma camisa temática alusiva ao projeto. “Além dos ganhos pedagógicos, o projeto proporciona a convi-vência entre jovens de realidades distintas e a contex-tualização do trabalho voluntário”, disse o diretor do Centro Educacional Leonardo da Vinci, Victor Affon-so Biasutti Pignaton.

A jovem Camila Crivilin de Almeida é voluntária e acredita no crescimento do projeto: “Sempre tive von-tade de fazer um trabalho voluntário. Quando rece-bi a oportunidade de ensinar inglês a crianças, não hesitei. É um prazer participar desse projeto. Espero que fomente a prática do voluntariado entre os alu-nos da Da Vinci”.

A expectativa é que, a partir de 2012, o projeto esteja em outras escolas, em diversos municípios do estado, beneficiando cerca de 150 estudantes de colégios pú-blicos. O curso tem duração de um ano.

Parceria solidáriaAmcham apoia projeto de ensino de inglês na rede pública do Espírito SantoPor Carolina Gouveia

Voluntários ensinam inglês para alunos da rede pública do Espírito Santo

divulgação

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Edição 270 _ Brazilian Business _ 57

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POR DENTRO DA CÂMARA

_ Brazilian Business _ Jul-Ago 201158

amcHam Rio dá BoaS ViNdaS a NoVoS SócioS

Estreitar relacionamentos com diferentes seg-mentos e ampliar a rotina de networking da empresa são dois dos mais importantes moti-

vos que trazem novos sócios para a Câmara de Co-mércio Americana.

No dia 6 de junho, a Amcham Rio realizou o primeiro café da manhã do ano de recepção com 17 novas em-presas associadas. Além de conhecer a rotina, os co-mitês, a missão e o staff da Câmara, os representantes recém-associados aproveitaram para abrir possibili-dades de negócios com novos parceiros comerciais.

Com menos de seis meses de parceria, a Cesce Brasil Seguros de Garantias e Crédito tem bons motivos para estar otimista. Segundo o gerente comercial da empresa, Carlos Brandão, mesmo com poucos meses de associa-ção, o resultado é bastante positivo: “Hoje, nos envolve-mos com pessoas de outros segmentos e a possibilidade de implementar negócios é bem grande”, afirmou.

Apesar de já ser associada há mais tempo, a Leconni Marcas e Patentes marcou presença para consolidar um novo e importante passo da companhia: o da in-ternacionalização. “É um novo mercado, e a Câmara tem tudo a ver com isso”, disse a executiva da empre-sa, Yasmin Lagos, que participou pela primeira vez de um evento da Amcham Rio.

Os gerentes da Marko Construções Indústria e Co-mércio, Christophe Schwarzberg e Delmar Pereira da Silva, nunca tinham participado dos eventos da Câmara, mas gostaram do resultado da participação: “Essa aproximação maior vai facilitar a realização de negócios com empresas de todo tipo, de acordo com o que vimos aqui hoje”, disse Pereira da Silva. “Ne-tworking é o que mais estamos buscando”, comple-mentou Schwarzberg.

Por Carolina Gouveia

aSSociaÇÃo de eNSiNo SociaL PRoFiSSioNaLizaNte (eSPRo)Fernando de Almeida Nobre Neto - SócioRua do Ouvidor, 50/ 7º - Centro20040-030 Rio de Janeiro, RJTel: (21) 3035-7800 Fax: (21) [email protected]

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Edição 270 _ Brazilian Business _ 59

iSdN coNSULtoRia e emPReeNdimeNtoS de teLecomUNicaÇõeS Ltda.(iSdN iNFRaeStRUtURa e taLeNtoS em tic)Carlos Antunes de Carvalho Neto - Diretor GeralAv. Rio Branco, 123, gr. 1912 - Centro20040-005 Rio de Janeiro, RJTel: (21) 2224-6761 Fax: (21) [email protected]

ViSLa coNSULtoRia de PetRóLeo Ltda.

Murilo Marroquim de Souza - Sócio Administrador

Rua Inglês de Sousa, 398 - Jardim Botânico

22460-110 Rio de Janeiro, RJ

Tel: (21) 9388-8925

[email protected]

HiGH ScHooL SeRViÇoS edUcacioNaiS Ltda.Rogério da Cunha Abaurre Filho Coordenador Nacional TTUHSRua do Vintém, 60 - Centro29015-389 Vitória, ESTel: (27) 3039-3737 Fax: (27) [email protected]

Há menos tempo na Câmara – são apenas quatro meses de parceria –, a Associação de Ensino Social Profissionalizante busca maior visibilidade, de acor-do com o gestor da entidade, Marco Antônio Ferrei-ra. “Estamos assistindo a uma associação produtiva. É uma boa oportunidade para fazer negócios”, disse o executivo. “Fazemos muitos contatos nos eventos organizados pela Câmara.

A atuação da Amcham no Rio de Janeiro é também um atrativo para empresas como a Technion Engenha-ria e Tecnologia, representada no evento por seu di-retor de Novos Negócios, Bruno Orensztajn. “Com toda essa infraestrutura na cidade, é uma hora muito boa para se associar à Câmara. Também atuamos na área do pré-sal, especialmente em Macaé, no setor de petróleo e gás, o que nos trouxe até aqui hoje”, disse.

Já a ISDN Infraestrutura e Talentos em Tecnologia da Informação e Comunicação veio atraída pela diversi-dade de setores. “Temos todo um escopo de serviços de engenharia de telecomunicações, desde a monta-gem no escritório de um Data Center e sua rede até o desenvolvimento de um projeto mais avançado. Fornecemos também mão de obra para as empresas e essa interação na Amcham é muito boa para nós”, ressaltou o diretor de Marketing da empresa, Ander-son Ortiz.

Estiveram também presentes executivos da Softway S.A., C&V Consultoria Ltda., IPMAR Responsabilidade Sócio Ambiental e Consultoria Ltda., Grupo UNICAD, CMS Cameron McKenna Consultores em Direito Estrangei-ro, Burrill Brasil Gestão de Recursos Ltda., Mount Enge-nharia, Consultoria, Comércio e Participação Limitada, Master Qual Serviços Especializados Ltda., Bessa Antu-nes Advogados, Herrero& Associados Brasil Propriedade Intelectual Ltda. e LLX Logística S.A.

FiLiaL eSPíRito SaNto

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POR DENTRO DA CÂMARA

_ Brazilian Business _ Jul-Ago 201160

miLaNez & miLaNeze S/S Ltda.Cecilia Milanez Milaneze - DiretoraAv. José Rato, 1117 - Bairro de Fátima29160-790 Serra, ESTel: (27) 3434-0600 Fax: (27) 3434-0601milanez@milanezmilaneze.com.brwww.milanezmilaneze.com.br

NeLSoN WiLiaNS e adVoGadoS aSSociadoSMarcellus Ferreira Pinto - Advogado e Diretor Institucionale Eduarda Reuter Paoliello - AdvogadaRua José Alexandre Buaiz, 300, s/ 1508Enseada do Suá29055-545 Vitória, ESTel /Fax: (27) [email protected]

aLteRaÇÃo No QUadRo de aSSociadoS

alexandre coelho de BottonSócio-diretorKorn/Ferry International Ltda.

anna Paula Rezende Diretora-executiva de Talentos e SustentabilidadeWhite Martins Gases Industriais Ltda.

G. Scott Reynolds Vice-presidente & Diretor GeralMarine Production System do Brasil Ltda.

José claudio Breviglieri GrossiDiretor de Recursos HumanosOdebrecht Óleo e Gás S.A

Representantes das novas empresas associadas são recebidos em café da manhã de confraternização pela Amcham Rio

Luciana Areas

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Edição 270 _ Brazilian Business _ 61

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manuel Fernandes R. de Sousa _ Sócio, KPMG

mauricio Vianna _ Diretor, MJV Tecnologia Ltda.

michael Seidner _ Presidente, ExxonMobil Química Ltda.

Ney acyr Rodrigues de oliveira _ Diretor Executivo Embratel Leste Nordeste e Sul, EMBRATEL

Patricia Pradal _ Diretora de Desenvolvimento de Negócios e Relações Governamentais, Chevron Brasil Petróleo Ltda.

Pedro Paulo Pereira de almeida _ Diretor IBM Setor Industrial e Diretor Regional, IBM Brasil

Petronio Ribeiro Gomes Nogueira _ Sócio Diretor, Accenture do Brasil

Rafael Sampaio da motta _ Diretor Comercial e Marketing, Case Benefícios e Seguros

Roberto castello Branco _ Diretor de Relações com Investidores, VALE S/A.

Roberto Furian ardenghy _ Diretor de Assuntos Corporativos, BG E&P do Brasil Ltda.

Roberto Prisco Paraíso Ramos _ Diretor Presidente, Odebrecht Óleo e Gás Ltda.

Rodrigo tostes Solon de Pontes _ Diretor Financeiro, ThyssenKrupp CSA Siderúrgica do Atlântico Ltda.

Rogério Rocha Ribeiro _ VP Sênior e Diretor de Área América Latina e Caribe, GlaxoSmithKline Brasil

Steve Solot _ Presidente & CEO, LATC - Latin American Training Center

Yoram Levanon _ Presidente, Xerox Comércio e Indústria Ltda.

dIREtORES EX-OFíCIO

andres cristian Nacht | carlos augusto c. Salles | carlos Henrique de carvalho Fróes | Gabriella icaza | Gilberto duarte Prado | Gilson Freitas de Souza | ivan Ferreira Garcia | João césar Lima | Joel Korn | José Luiz Silveira miranda | Luiz Fernando teixeira Pinto | omar carneiro da cunha | Peter dirk Siemsen | Raoul Henri Grossmann | Robson Goulart Barreto | Ronaldo camargo Veirano | Rubens Branco da Silva | Sidney Levy.

PRESIdEntES dE COMItÊS

Assuntos Jurídicos Julian chediak

Cultura, Negócios e Turismo alícia Perez

EnergiaRoberto Furian ardenghy

Logística e InfraestruturaValdir dall’orto

Marketing Noel de Simone

Meio Ambiente Luiz Pimenta

Propriedade Intelectual Steve Solot

Recursos Humanos Estratégicosclaudia danienne marchi

Relações Governamentais: João césar Lima

Responsabilidade Social EmpresarialSilvina Ramal

SaúdeGilberto Ururahy

COMItÊ EXECUtIVO PRESIDENTE Henrique Rzezinski _ Vice-presidente de Assuntos Corporativos, BG E&P do Brasil Ltda

1º. VICE-PRESIDENTE Fabio Lins de castro _Presidente, Prudential do Brasil Seguros de Vida S.A.

2º VICE-PRESIDENTEPedro Paulo Pereira de almeida _ Diretor IBM Setor Industrial e Diretor Regional, IBM Brasil Indústria, Máquinas e Serviços Ltda.

3º. VICE-PRESIDENTE Rafael Sampaio da motta _ Diretor Comercial e Marketing, Case Benefícios e Seguros

DIRETOR SECRETáRIOSteve Solot _ Presidente & CEO, LATC - Latin American Training Center

DIRETOR TESOUREIROmanuel domingues e Pinho _ Domingues e Pinho Contadores;

CONSELHEIRO JURíDICOJulian Fonseca Peña chediak _ Sócio, Chediak Advogados

EX-PRESIDENTESRobson Goulart Barreto, Sidney Levy eJoão césar Lima

PRESIdEntES dE HOnRA

mauro Vieira _ Embaixador do Brasil nos EUAthomas Shannon _ Embaixador dos EUA no Brasil

dIREtORES

Benedicto Barbosa da Silva Junior _ Diretor Presidente, Odebrecht Infraestrutura

carlos Henrique moreira _ Presidente do Conselho, EMBRATEL

cassio zandoná _ Superintendente, Amil - Assistência Médica Internacional

david zylbersztajn _ Engenheiro

eduardo de albuquerque mayer _ Private Banker, Banco Citibank

Fabio Lins de castro _ Presidente, Prudential do Brasil Seguros

Fernando José cunha _ Gerente Executivo para América, Africa e Eurásia - Diretoria Internacional, Petrobras

Guillermo Quintero _ Presidente, BP Brasil Limitada

Henrique Rzezinski _ Vice Presidente de Assuntos Corporativos, BG E&P do Brasil

Humberto e. cesar mota _ Presidente, Dufry do Brasil

italo mazzoni da Silva _ Presidente, IBEU

ivan Luiz Gontijo Junior _ Diretor Gerente, Jurídico e Secretaria Geral, Bradesco Seguros

Julian Fonseca Peña chediak _ Sócio, Chediak Advogados

Luiz ildefonso Simões Lopes _ Presidente, Brookfield Brasil

manuel domingues e Pinho _ Presidente, Domingues e Pinho Contadores

Seguros, Resseguros e Previdência Luiz Wancelotti

Tecnologia da Informação e Comunicaçãoálvaro cysneiros

AdMInIStRAçãO dA AMCHAM RJ

Diretor-superintendenteHelio Blak

Gerente AdministrativoVictor c.S. teixeira

Gerente de Comunicaçãoandréa Blum

Gerente Comercial e MarketingFelipe Levi

Gerente de Comitês e EventosJoão marcelo oliveira

dIREtORIA AMCHAM ESPíRItO SAntO

Presidenteotacílio José coser Filho _ Membro do Conselho de Administração, Coimex Empreendimentos e Participações Ltda

Vice-Presidentemaurício max _ Diretor do Departamento de Pelotização, Vale

dIREtORES

antónio diogo _ Diretor Geral, Chocolates Garoto

Bruno moreira Giestas _ Diretor Comercial Mercado Externo, Realcafe Solúvel do Brasil

carlos Fernando Lindenberg Netto _ Diretor Geral, Rede Gazeta

João carlos Pedroza da Fonseca _ Superintendente, Rede Tribuna

Lucas izoton Vieira _ Presidente, FINDES

márcio Brotto Barros _ Sócio, Bergi Advocacia – Sociedade de Advogados

Paulo Ricardo Pereira da Silveira _ Diretor, Fibria Celulose

Simone chieppe moura _ Diretora Geral, Metropolitana Transportes e Serviços

Ricardo Vescovi aragão _ Diretor de Operações e Susten-tabilidade, Samarco Mineração

Rodrigo Loureiro martins _ Advogado – Sócio Principal, Advocacia Rodrigo Loureiro Martins

Victor affonso Biasutti Pignaton _ Diretor, Centro Educacional Leonardo da Vinci

Negócios Internacionais marcilio Rodrigues machado

Relações Governamentais maria alice Paoliello Lindenberg

AdMInIStRAçãO dA AMCHAM ES

Diretor Executivoclóvis Vieira

Coordenadora de AssociadosKeyla corrêa

administração e Finanças: Victor Cezar Teixeira(21) 3213-9208 | [email protected]

comercial e marketing: Felipe Levi(21) 3213-9226 | [email protected]

comitês e eventos: João Marcelo Oliveira(21) 3213-9230 | [email protected]

comunicação e Publicações: Andréa Blum(21) 3213-9240 | [email protected]

LiNHa diReta com a cÂmaRa de coméRcio ameRicaNa

espírito Santo: Keyla Corrêa(27) 3324-8681 | [email protected]

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