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Revista da CâmaRa de ComéRCio ameRiCana paRa o BRasil desde 1921 nº271 set/out 2011 O motor da inovação Rio de Janeiro encontra sua vocação e acelera rumo ao desenvolvimento econômico foto João L. AnJos/DivuLgAção LLX Entrevista Carlos Arruda, da fundação Dom Cabral Água Desafio e avanços na gestão do recurso BEP A cobertura do evento da AmchamRio em Houston

Brazilian Business - 271

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O motor da inovação

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Page 1: Brazilian Business - 271

Revista da CâmaRa de ComéRCio ameRiCana paRa o BRasildesde 1921 nº271 set/out 2011

O motor da inovação Rio de Janeiro

encontra sua vocação e acelera rumo ao desenvolvimento econômico

foto João L. AnJos/DivuLgAção LLX

Entrevista Carlos Arruda, da fundação Dom Cabral

Água Desafio e avanços na gestão do recurso

BEP A cobertura do evento da AmchamRio em Houston

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Ponto de Vista – Licitações dos megaeventos esportivos

Agora é a hora de inovar. E nós, da Câmara de Comércio Americana, também estamos fazendo nossa parte. A co-meçar por mais essa edição da Brazilian Business, que dá

continuidade à reformulação gráfica e editorial, com a criação de novas seções, como a Diálogos, que abre espaço para um especia-lista discorrer sobre temas atuais, a seção Radar, o Perfil, sempre com um executivo que tenha feito algo inovador para o setor ou negócio, e a coluna Quatro perguntas para..., em que abordamos numa entrevista rápida um tema relevante do momento. Mas as novidades não param por aí. O conteúdo das matérias também se aproxima mais dos principais temas que permeiam as ativida-des dos associados. Como a produção técnico-científica consoli-dada do Rio de Janeiro, um dos principais propulsores de novos negócios no Estado. O assunto, como não poderia deixar de ser, é tema de nossa reportagem de capa. E falando em inovação, bus-camos um dos maiores especialistas do país, Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral, para discorrer sobre o tema. Além disso, realizamos o Brasil Energy and Power (BEP), que reuniu empre-sários e líderes americanos e brasileiros na capital americana do petróleo, Houston, no Texas, para falar sobre oportunidades do insumo e também da matriz energética brasileira, tema de uma reportagem nas páginas a seguir. A vocação da Amcham Rio para catalisar negócios também aparece em outro evento promovido por esta Câmara, que reuniu quatro expoentes envolvidos nos megae-ventos esportivos que o País sediará em 2014 e 2016. Boa leitura!

081418202224262830424648

editorial Em Foco

Inovar é precisoCarlos Arruda, da Fundação Dom Cabral, em um bate-papo sobre o Brasil, suas políticas e os desafios para se manter competitivo

PerfilMarkus Striker, vice-presidente da A.T. Kearney

Brasil Urgente - Gestão da Água

Ponto de Vista – Cloud Computing

From the USA: Batteries

Radar: A questão da Água

O despertar da InovaçãoGraças às estruturas de pesquisa, descobertas com o pré-sal e investimentos em infraestrutura, o Rio de Janeiro redescobre sua vocação para os negócios

Matéria EspecialConfira como foi o Brazil Energy & Power em Houston, Texas, que discutiu nossa matriz energé-tica e reuniu lideranças brasileiras e americanas

DiálogosMarco Tulio Zanini, da FGV, escreve sobre liderança baseada em valores

Amcham News

BRAzILIAN BUSINESS é uma publicação bimestral da Câmara de Comércio Americana RJ/ES. A tiragem desta edição, de 8 mil exemplares, é comprovada pela Ernst & Young. Editora-chefe e jornalista respon-sável: Andréa Blum (MTB: 031188 RJ) Editora-assistente: Flavia Galembeck Reportagem: Carolina Gou-veia Direção de arte: Fabio Matxado • Canal do leitor: [email protected] • Os pontos de vista expres-sos em artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião da Câmara de Comércio Americana.

Câmara de Comércio Americana RJ/ESPraça Pio X, 15/5º andar20040-020 Rio de Janeiro RJTel.: (21) 3213 9200 Fax: (21) 3213 [email protected]

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36 Rio de Janeiro abre suas portas à inovação Moacyr Piacenti, José Roberto Adelino da Silva e Antonio Carlos Rocca

37 Transformando ideias em lucro Mauro Terepins

38 O modelo de inovação da BG Damian Popolo

39 Inovar é fazer a diferença Rafael Veras

40 Urbes inteligentes respondem melhor aos desafios dos novos tempos Pedro Almeida

41 Design Thinking: ferramenta essencial para inovação nos negócios Maurício Vianna

Henrique rzezinski, PReSiDenTe DA CâMARA

De CoMéRCio AMeRiCAnA Do Rio De JAneiRo

(AMChAM RJ-eS)

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Page 6: Brazilian Business - 271

8_Edição 271_set/out 2011

Escritórios em altaO mercado de escritórios de alto pa-

drão carioca deve crescer 30% em 2011, em relação ao ano passado. Esta é a previsão do levantamento trimestral, realizado pela Jones Lang LaSalle e divulgado em outubro, sobre o mercado de escritórios do Rio de Janeiro, que monitora as regiões do Centro, Orla e Barra.

São esperados mais 300 mil m² de novas áreas este ano, volume que corresponde a 53% do total de área entregue na cidade nos últimos 14 anos.

De acordo com a pesquisa, no tercei-ro trimestre de 2011, a média geral dos va-lores de locação na cidade foi de R$ 120/ m², variando de R$ 75/ m² a R$ 200/ m². O to-tal de espaços de alto padrão na cidade é de 1,125 milhão de m².

Em foco agEndaoutubro

10 “Infraestrutura Aeroportuária

Brasileira – Desafios e Perspectivas”, com Wagner Bittencourt, ministro-chefe da Secretaria da Aviação Civil.

17 “Transferência, Tecnologia e

Competitividade “, com a coordenadora e diretora substituta da Diretoria de Contratos e Indicações Geográficas e Registros do INPI, Lia de Medeiros; a advogada da gerência de Propriedade Intelectual da Petrobras, Grace Salomão; e a sócia da Tozzini Freire Advogados Andreia Gomes.

21“Tax Friday Tributação nas Nuvens”, com

o gerente da Gaia, Silva, Gaede & Associados, Maurício Barros.

novEmbro

07“Seminário Responsabilidade

Social e Esporte”, com o secretário municipal de Esporte e Lazer, Romário Maia Galvão; o presidente do Instituto Bola Pra frente, Jorge de Amorim Campos e a gerente da área tributária da Martinelli Advocacia Empresarial, Rosa de Castro.

08 “Ideas Exchange: Transferência de

Conhecimento, Inovação e Patentes”, com o presidente do INPI, Jorge Ávila, e o diretor executivo do Parque Tecnológico da UFRJ, Maurício Guedes.

10 “7º edição do Prêmio Brasil Ambiental”,

com a presença do diretor-presidente da Agência Nacional de Águas, Vicente Andreu Guillo.

Novas soluções.Novas ideias.

EMPRESARIAL

TRIBUTÁRIO

CONTENCIOSO & ARBITRAGEM

TRABALHISTA

IMOBILIÁRIO

FINANCEIRO

INFRAESTRUTURA E PROJETOS

REGULATÓRIO E CONCORRENCIAL

ss

curso, uma vaga de estágio na empresa. A ideia é estender o projeto a outras co-munidades pacificadas e demanda apoio da iniciativa privada.

Para a Amcham Rio, é fundamental haver o engajamento das empresas. “O projeto de levar inglês a jovens de co-munidades pacificadas vai ao encontro da missão da Câmara, de contribuir para consolidar uma história de opor-tunidades para a cidade do Rio de Ja-neiro”, afirma o presidente da Amcham Rio, Henrique Rzezinski.

Inglês nas uPPs

O Consulado Geral dos EUA no Rio de Janeiro, a Unidade de Polícia Pacifi-cadora (UPP), o Instituto Brasil-Estados Unidos (IBEU) e a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio) lançaram, no dia 18 de agosto, a segunda turma do programa de ensino de inglês UP with English, desta vez no Morro da Providência, no centro do Rio, que ensina inglês com foco na profis-sionalização dos alunos.

A Case Benefícios e Seguros patroci-na essa turma e vai oferecer, no final do

EDU

ARD

o P

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10_Edição 271_set/out 2011

Em foco INovAção à BRASIlEIRAA Liderroll, a primeira empresa brasileira a vencer o Global

Pipeline Award, prêmio internacional que elege a melhor tecno-logia de dutos, promovido pela American Society of Mechanical Engineers, subiu ao pódio graças à criação e à aplicação do pro-jeto Roletes Motrizes Geração II, usado no Gasoduto Gastau. As reduzidas dimensões do túnel, em Caraguatatuba, litoral norte paulista, impediam o transporte dos tubos por caminhões e guin-dastes. A companhia desenvolveu roletes motrizes para levar os dutos para dentro do túnel, resolvendo o problema.

CASAMENToA finlandesa Wärtsilä, líder global em soluções energéticas

para mercados marítimos, e a Shell Oil Company assinaram um acordo de cooperação para promover o uso do gás natural lique-feito (GNL) como combustível marítimo. Com baixo custo e me-nor emissão de resíduos, o GNL será disponibilizado para opera-dores de navios movidos por equipamentos Wärtsilä e clientes da Shell, inicialmente no litoral sul dos EUA, mas com planos de expansão para outras regiões.

SAláRIoS AquECIDoSA empresa mundial de recrutamento Robert Half acaba de

divulgar a quarta edição do “Guia Salarial”, levantamento anual que revela as médias dos salários de profissionais brasileiros em seis áreas de atuação: TI, Engenharia, Jurídico, Marketing & Vendas, Finanças & Contabilidade e Mercado Financeiro. A pesquisa mostra uma valorização entre 20% e 25% dos salá-rios, mantendo a tendência de aquecimento do mercado. São avaliados os cargos mais demandados, de média e alta gerên-cia, de empresas de todos os portes.

IBPO Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis

vai realizar, este mês, dois eventos para discutir oportunida-des para a indústria de petróleo e gás. O “Vitória Oil & Gas”, que vai debater os desafios tecnológicos, a geração de empre-gos e o aperfeiçoamento dos profissionais do setor. A terceira edição do evento terá uma rodada de negócios, mesa-redonda sobre empregabilidade na indústria e o programa profissional do futuro. Já o “Pernambuco Petroleum Business”, em Porto de Galinhas, será um encontro internacional de negócios, que chega a segunda edição com programação ampliada por conta do interesse no potencial de crescimento do polo de Suape.

retrato da energia renovável

Um recente estudo da KPMG comparou as políticas de incentivo à produção de ener-gia renovável em 15 países. Na sexta colo-cação, o Brasil soma três medidas: subsídio de capital e concessão de descontos; inves-timentos públicos, empréstimos e financia-mentos; e licitações públicas.

Para Vânia Souza, sócia da área de Ener-gia da KPMG no Brasil, o estudo é uma rica fonte de análise. No entanto, é preciso con-textualizar. “O Brasil possui três políticas, mas temos uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo. Já a China e os Esta-dos Unidos, os maiores investidores, conti-nuam gerando parte de sua energia da quei-ma de carvão. É preciso interpretar o estudo e alinhá-lo à realidade de cada país”, pondera a executiva.

PaísEs quE maIs InvEstEm Em EnErgIa rEnovávEl

1. China e Estados Unidos

2. Canadá e Chile

3. França

4. Espanha, Reino Unido, Alemanha e Polônia

5. Austrália, Grécia e Holanda

6. México e Brasil

7. Nova Zelândia

marca registradaEm tempo: ao contrário do que foi publicado na edição an-

terior da BB, foram duas as empresas escolhidas pelo ranking da World Trademark Review (WTR), que aponta dois escritórios associados desta Câmara empatados como o melhor escritório de marcas do Brasil: Dannemann Siemsen e Momsen, Leonar-dos & Cia. Executivos das duas empresas também foram esco-lhidos na categoria melhores profissionais e ocupam, empata-dos, o primeiro lugar. São eles: Luiz Henrique O. do Amaral, da Dannemann Siemsen; e dois sócios da Momsen, Leonardos & Cia., Luiz Leonardos e Gabriel Francisco Leonardos.

Page 8: Brazilian Business - 271

12_Edição 271_set/out 2011

Em foco

4 PErguntas Para...Por Andréa Blum

tema: Propriedade intelectualCom Gabriel leonardos, sócio da Momsen, leonardos & Cia.

Como a tecnologia mudou a questão da propriedade intelectual?O paradigma mudou muito nos últimos 20 anos, quando a propriedade intelectual era uma área quase estática do Direito. Isso se acelerou muito à medida que os elementos regidos passaram a ter mais importância econômica para as empresas. Atingimos um patamar impensável com o fenômeno da terceirização, pois enquanto a lei de propriedade intelectual possibilita esta globalização é, ao mesmo tempo, desafiada por ela, com o advento da pirataria.

quais são os desafios atuais?No momento em que o número de patentes aumenta de forma exponencial no mundo – especialmente na área de alta tecnologia – aparece um novo desafio, que é a possibilidade de ter o sistema de patentes, que privilegiava e protegia a inovação, criando obstáculos e impedindo-a. Na área de telefonia móvel, por exemplo, o guarda-chuva de patentes funciona como uma defesa de mercado entre as empresas que trocam entre si patentes, impedindo a entrada de novos players e impactando na inovação. O mercado atual traz esses desafios e ninguém sabe onde isso vai parar.

qual o papel das patentes para a inovação?As patentes são fundamentais para garantir inovação e hoje já se entende que propriedade intelectual está umbilicalmente ligada à inovação. Mas o Brasil ainda está engatinhando em número de patentes. Enquanto o País tem, por ano, 35 mil pedidos de patentes, a China tem mais de 500 mil. O Brasil faz ciência, mas não consegue converter isso em tecnologia.

onde está o gargalo?Ele está na indústria. Precisa haver a convergência entre empresas e universidades. As companhias brasileiras precisam de um estímulo adequado para desenvolver tecnologia, um estímulo fiscal simples, principalmente para pequenas e médias, que são o motor impulsionador de todo país desenvolvido. Outro desafio política de inovação nacional é como aumentar o número de patentes. Para isso, precisamos de mais medidas governamentais para estimular as invenções brasileiras em patenteamento. Já temos ciência e capital humano, mas não estamos sabendo transformar conhecimento em dinheiro.

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MXM-ACCRUAL: For product and service suppliers to control sales and automate accrual calculation.

rio green buildingO Brazil-U.S. Business Council trou-

xe ao Brasil, entre os dias 28/08 e 02/09, uma delegação de 20 empresas america-nas do setor de “green building” liderada pela vice-ministra de Indústria e Serviços dos EUA, Nicole Lamb-Hale. No Rio de Janeiro, os executivos participaram do Rio Green Building Conference, evento apoiado pela Câmara de Comércio Ame-ricana do Rio de Janeiro e realizado na Firjan, que abordou temas do setor da construção sustentável no Brasil.

deloitte – 100 anos no brasilA Deloitte completa um século de

atuação no Brasil. A companhia se ins-talou no Rio de Janeiro para auditar as companhias ferroviárias britânicas que aqui se estabeleceram. Hoje, seus 4.500 profissionais atuam em 11 escritórios no País e prestam serviços de auditoria, consultoria, assessoria financeira, ges-tão de riscos e consultoria tributária.

melhores para trabalharCom apenas um ano e meio de exis-

tência, a Radix foi eleita a melhor em-presa para trabalhar no Brasil, entre as pequenas e médias, e no Estado do Rio de Janeiro, em 2011, pelo Great Place to Work Institute.

Page 9: Brazilian Business - 271

14_Edição 271_set/out 2011 Edição 271_Brazilian Business_15

Por Flavia Galembeck Fotos Eduardo Vianna

Tradicionalmente, inovação é o desen-volvimento de algo novo, que pode ser um produto, tecnologia ou serviço. Mas

também pode ser um novo design, a oferta diferenciada de uma empresa ao mercado ou uma nova forma de distribuição. Muito falada e ainda pouco implementada pelas corporações brasileiras, colocar a inovação em prática requer planejamento de longo prazo, com métricas e metas bem definidas, investimentos e mudança na cultura organizacional, de forma que ela pas-se a fazer parte do cotidiano de todos os envol-vidos com a companhia.

Não é fácil. Ainda mais quando se considera a pressão por resultados, que imediatizam o dia a dia corporativo. Os desafios são muitos, mas é preciso incluir o tema na agenda das organizações. Esse é o mantra repetido pelo professor Carlos Arruda, do Núcleo de Inovação da Fundação Dom Cabral, que há décadas pesquisa o tema no Brasil e presta consultoria para empresas.

Para ele, as empresas brasileiras estão atrasa-das no que se refere ao tema. “O cenário mudou, e hoje estou mais otimista do que há alguns anos, mas temos muito o que fazer ainda”, alerta. “O fato é que, no atual cenário, em que as mudanças são complexas e os riscos, maiores, vivemos ciclos de produtos e de serviços cada vez mais curtos. En-tão, para se manter competitiva, a empresa precisa, cada vez mais, antecipar o futuro”, explica. Confira a seguir os principais trechos da entrevista que ele deu, com exclusividade, à Brazilian Business.

Brazilian Business: O conceito de inovação no Brasil difere daquele no resto do mundo?Carlos Arruda: Somos mais condescendentes com a definição e incluímos as melhorias, o que não acontece nos Estados Unidos. Entendemos que a melhoria é uma inovação importante, porque ela não só gera algo a mais, um avanço em produto, processo ou tecnologia, mas cria valor, mostra que naquela empresa as coisas podem ser feitas de for-ma diferente. A melhoria impõe o desafio de fazer bem feito e de inovar constantemente. As inova-ções têm dimensões variadas – pode ser algo novo para a empresa, para o setor ou para o mundo –, por isso, esse é um conceito amplo.

Inovar é precisoCarlos ArrudaCoordenador do Núcleo de Inovação da Fundação Dom Cabral

entrevIsta

bIografIa

nPh.D. em Administração Internacional pela University of Bradford,Inglaterra

nProfessor de Inovação e Competitividade e coordenador do Núcleo de Inovação na Fundação Dom Cabral, em Minas Gerais

nCoordenador dos estudos World Competitiveness Yearbook do IMD, no Brasil, e Global Competitiveness Report do World Economic Forum

nAutor dos livros “Internacionalização de empresas brasileiras”, Qualitymark (1996), e “Em busca do futuro – a competitividade no Brasil”, Campus (1999)

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16_Edição 271_set/out 2011 Edição 271_Brazilian Business_17

BB: O que não é inovação?CA: A excelência, por exemplo, não é. Fazer bem o que deve ser feito é ótimo, é necessário, mas não é inovação.

BB: O senhor poderia dar um exemplo de uma empresa brasileira que tenha feito uma melhoria considerada inovação?CA: A Samarco, que é uma empresa de mi-neração, desenvolveu uma tecnologia interes-sante para seu mineroduto. Ela transfere mi-nério de Minas Gerais ao porto de Embu, no Espírito Santo, por uma tubulação com água. Eles tinham dificuldade em medir o fluxo de minério de ferro que passava pelo minerodu-to. Alguns engenheiros da Samarco estavam visitando um alambique, viram um aparato usado por essa indústria, um medidor de fluxo e densidade da cachaça, e perceberam que a mesma lógica poderia ser adaptada ao pipeline do mineroduto. Então, adaptaram o instrumento para o minério de ferro. Esse é um exemplo muito simples de como as pes-soas podem introduzir melhorias. Do ponto de vista de investimento e do cliente, isso foi imperceptível, mas a inovação trouxe mais eficiência ao processo. Sob a ótica da opera-ção, houve um ganho significativo.

BB: Que diferenciais têm as inovadoras?CA: Visitamos cem empresas, como Embraer, Natura, Vale, Fiat, IBM, Siemens, Dow Quí-mica, entre outras, para descobrir o porquê de elas serem inovadoras. Descobrimos que isso está relacionado ao fato de elas terem metas bem definidas de inovação, seja de receita, de investimento ou nos movimentos voltados para a inovação. Essas corporações sabem, por exemplo, o percentual de receitas geradas por novidades, sejam em processos, tecnologias ou novas empresas, e, com base nisso, estabelecem que percentual da receita virá de produtos com menos de três anos de lançamento, no caso de um produto inova-dor. Incluir a inovação na agenda é o segun-do passo, começando pela liderança, mas ca-pilarizando para toda a organização. Inovar exige transformação cultural.

BB: Como manter esse processo vivo?CA: A empresa precisa se estruturar, criar uma área dedicada à inovação que atue como animadora do processo. A Dow Química no Brasil estabeleceu embaixadores da inovação, um grupo de funcionários de todas as áreas que se encontram para discutir como fomen-

tar a inovação. O último item é o processo, o como fazer. Mapeamos mais de 70 modos, mas existem algumas centenas. Desde os mais sim-ples, como o “Campo de Ideias”, da Samarco, em que todos podem dar sugestões por meio de um site, inclusive terceiros e prestadores de serviço, até os mais complexos, os corporate venturing, que con-sistem em uma empresa investir em outras áreas consideradas impor-tantes para seu negócio. Como o Google, que entende que o baratea-mento da energia é importante para seu negócio e investe bastante em companhias que desenvolvem energias renováveis. E, para finalizar, métricos, para medir a inovação, acompanhar a geração de ideias e o processamento dessas ideias em produtos, serviços etc.

BB: O que o senhor acha do modelo de inovação nacional?CA: A inovação no Brasil vai exigir mais foco, mais reflexão. Isso já está acontecendo. Hoje em dia sou mais otimista do que era há pouco tem-po. Eu vejo o governo comprometido com o tema, colocando recursos para fomentar a inovação, reunindo-se com a comunidade empresarial para discutir o assunto. Agora, o resultado disso tudo foi traduzido com medidas de curto prazo, e a inovação, por essência, é algo que exige um planejamento de longo prazo. E isso ainda não foi feito.

BB: Como o Brasil está em relação ao mundo?CA: Não estamos bem. A inovação é mais uma intenção, como mostra um estudo que a Fundação Dom Cabral realizou com 15 mil gestores, em 2004, do que uma prática. Nesse levantamento, perguntamos qual a importância da inovação para as estratégias das empresas. Praticamente, todos afirmaram que o conceito fazia parte da estratégia. Mas, quando indagados sobre a existência de um processo estruturado, descobrimos que ape-nas 9% delas o tinham. Refizemos esse estudo

em 2010 e esse índice subiu para 30%, um salto fenomenal, mas nossa percepção é de que ainda se fala mais do que se pratica. As empresas precisam começar a se estruturar para inovar.

BB: Por que elas não conseguem colocar isso em prática?CA: As pessoas e as empresas estão acostumadas com rotinas bem definidas, processos estabelecidos que buscam maximizar a eficiên-cia, reduzir custos, melhorar resultados, em suma, elas se organizam para fazer bem feito. Buscam o presente, o resultado financeiro e atingir as metas de curto prazo. E isso é ótimo. Mas, por outro lado, a inovação pressupõe tirar as pessoas de sua forma operante, fazer as coisas de forma diferente, arriscar, lidar com algo desconhecido, como um novo mercado, o desenvolvimento de um produto ou sua adaptação para uma situação nova. A inovação lida com a incerteza, e as empresas têm dificuldades em lidar com isso. E é essa contradi-ção que impede as empresas de inovar. As escolas de negócio preci-sam reeducar as empresas a revolucionarem constantemente.

BB: Em termos de investimento, como o senhor analisa a posição do país no cenário mundial?CA: No Brasil, o investimento em inovação é menos de 1% do PIB, somando o setor privado e público, impostos etc. O País tem uma característica que constrange a capacidade de inovar das empresas,

que são os impostos setoriais, pagos ao go-verno e que este, por sua vez, direciona para a inovação. Mas nosso investimento em ino-vação é muito baixo. Nós deveríamos pelo menos dobrá-lo, chegando a 2% do total de riquezas produzidas. Entre as empresas ino-vadoras brasileiras, o percentual investido em inovação é de, em média, 2,4% da recei-ta. Seus pares alemães investem quase 4%. Existe uma sinergia positiva entre os setores público, privado e a academia – todos afir-mando que precisamos aumentar os nossos investimentos em inovação.

BB: É possível ser otimista?CA: Esse quadro, felizmente, está sendo rever-tido. No final dos anos 1970, investia-se mui-to em inovação no Brasil. Havia uma pers-pectiva das multinacionais de que o Brasil se tornasse polo de excelência em algumas áre-as, como fibra ótica, design de automóveis e outros setores. Com a reserva de mercado, as empresas eram obrigadas a investir em novas

tecnologias no país. Da década de 1980 para cá esse número decli-nou, porque muitas corporações tiraram seus centros de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) do Brasil por conta da estagnação econômica e substituição de pro-dutos nacionais por importados de baixa qualidade.

BB: O que mudou de lá para cá?CA: Agora, graças ao pré-sal e outros movimentos, há um efei-to contrário: as multinacionais estão atraindo para cá seus cen-tros de pesquisa, como é o caso da SAP e da Fiat. O que é muito bom. Mas as filiais de multi-nacionais têm dificuldade em convencer as matrizes a investir em P&D no Brasil. Ainda assim, GE, Danone, Dow Química e Siemens já fizeram isso. Mas o mérito é dos executivos dessas empresas, que convenceram a matriz a fazer esse investimen-to. Teve até uma empresa alemã, cujo presidente, para convencer a matriz a investir em um cen-tro de P&D aqui, colocou seu cargo à disposição, caso a ini-ciativa não vingasse. A compa-nhia achou o discurso ousado e resolveu investir, mas veja a que ponto ele teve de chegar.

BB: Por que as multinacionais relutam em trazer centros de tecnologia para cá?CA: A matriz questiona o fato de o Brasil ter pouca capacidade tecnológica – ou seja, universi-dades, centros de tecnologia e de pesquisa. Há também carência de engenheiros e cientistas. So-mente 19% dos graduandos no Brasil estão se formando nessas áreas. Na China, esse percentual é de 60%. Os engenheiros bra-sileiros são poucos e caros. Para as empresas estrangeiras, o Bra-sil ainda é um país de alto risco para se investir em inovação. E nenhuma universidade bra-sileira está qualificada entre as cem melhores no mundo, por-

que elas nunca se interessaram em se posicionar como um cen-tro de referência mundial.

BB: Quem inova mais, as gran-des ou as pequenas empresas?CA: Tradicionalmente, as peque-nas e médias empresas inovam mais. Até por isso elas são com-pradas com frequência pelos grandes grupos, o que é chama-do de spin-in.

BB: Quais são os desafios, em termos de inovação, para os setores de óleo e gás?CA: Se há, no setor, uma neces-sidade premente de inovação é no entendimento da cadeia de valor. Ou seja, nos produtos ge-rados pelo petróleo e em como posso agregar valor ambiental a essa cadeia. Para mim, o proble-ma com o petróleo não é com a inovação. É claro que, dada a complexidade de sua exploração, a inovação será necessária na ex-tração do produto. O maior de-safio do setor é buscar a eficiên-cia em sua exploração enquanto ele ainda é um ativo altamente necessário. Se errarmos na velo-cidade, vamos acabar cheios de petróleo e o mundo não estará demandando tanto. O risco do país é não saber transformar esse ganho do petróleo em ri-queza para o país no futuro.

BB: E onde o senhor investiria o lucro do petróleo?CA: Em energias renováveis, em biotecnologia, em nanotecnolo-gia, em novas tecnologias e nas combinações de todas essas. O que a Noruega e a Suécia fazem é investir os ganhos do petró-leo nas tecnologias do futuro, o que nada mais é do que a ante-cipação do futuro, uma necessi-dade vital para empresas e paí-ses. Corremos o risco de tornar a nossa economia dependente desse produto, como acontece com os países árabes, a Venezue-la e o México.

“DescobrImos, em 2010, que apenas 30% Das empresas

brasIleIras tInham processos estruturaDos

para Inovar. fala-se maIs em Inovação

Do que se pratIca.”

entrevIsta Carlos arruDa

Page 11: Brazilian Business - 271

18_Edição 271_set/out 2011

perfil Markus strikEr

Por Flavia Galembeck Fotos renato Parada

Markus Striker, 46 anos, veio para o Brasil para passar três meses, no recém-aberto escritório da consultoria A.T. Kearney, em 1994. O alemão, que fala português perfei-

tamente, ainda que pausadamente, já soma 17 anos no País. Nesse meio-tempo, ele, que é engenheiro mecânico e industrial formado pela Universidade de Stuttgart e com mestrado pela Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, acompanhou de per-to uma verdadeira revolução no varejo brasileiro. “Quando cheguei aqui, eu notava nas gôndolas dos supermercados apenas três ou quatro sabores de iogurte. Hoje, são incontáveis. Isso reflete a mu-dança do consumidor brasileiro, que se tornou muito mais exigente e catalisou a transformação do segmento”, afirma. Não por acaso, Striker migrou do setor automobilístico, sua área original, para o va-rejo, a fim de dedicar-se a esta área. “Tudo o que é relacionado a B2C (business to consumer) passa pelo varejo.” Há 10 anos ele é responsá-vel por consolidar e interpretar os dados brasileiros do estudo mun-dial Global Retail Development Index (GRDI). O levantamento surgiu porque as redes varejistas internacionais precisavam mapear os mercados em desenvolvimento para planejar seus investimentos. “Na Europa e nos Estados Unidos, o setor já está saturado, e as taxas de crescimento são baixas porque o mercado está maduro. Para cres-cer, é preciso investir em economias em desenvolvimento”, defende. Fatores como atratividade de mercado, risco-país e os entraves legais e burocráticos são analisados na pesquisa GRDI. Neste ano, pela pri-meira vez, o Brasil aparece no topo da lista, como o mercado mais atraente do varejo entre os emergentes. “O país está em uma curva ascendente contínua. Os dados da economia e do mercado brasilei-ro, em 2010, mostram o país muito bem em face da crise mundial”, aponta. Somam-se a isso o crescimento médio de renda, o aumento dos trabalhadores com carteira assinada e o hábito do brasileiro de gastar. Outros indicadores positivos de que esse crescimento deve ser perene são a Copa do Mundo, em 2014, e os Jogos Olímpicos, em 2016. “Isso gera investimentos que criam postos de trabalho e renda. Trata-se de um ciclo virtuoso.” Para ele, sem dúvida, o Brasil é o País da vez. “Agora é a hora. A China, por exemplo, não desperta mais tanta atratividade para o varejo, pois quem tinha de entrar nes-se mercado já entrou.”

Do carro ao carrinho

Edição 271_Brazilian Business_19

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20_Edição 271_set/out 2011 Edição 271_Brazilian Business_21

Ney Maranhão_Superintendente de Planejamento de Recursos Hídricos da Agência Nacional de Águas

O Brasil possui um alto índice urbano de cobertura de água, que chega a 94,7% das residências. Por outro

lado, coleta 50,6% do esgoto produzido e trata apenas 34,6% desses efluentes. Esses índices têm influência direta na qualidade das águas dos mananciais, pois os parâme-tros de medição refletem principalmente a contaminação pelo lançamento de esgotos domésticos. Este ano, porém, tivemos uma notícia animadora. Um dos principais resul-tados apontados pela última edição do “Relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos”, divulgado em julho, é a constata-ção de que os rios que receberam significati-vos e continuados investimentos em trata-mentos de esgotos na última década registra-ram importante melhora na qualidade de suas águas.

O cruzamento de dados feito para a publicação, editada anualmente pela Agência Nacional de Águas (ANA) a pedido do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), revelou melhora na qualidade das águas das bacias dos rios das Velhas (na região metropolitana de Belo Horizonte), Jequitinhonha (Minas Gerais) e Paraíba do Sul (Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro). Dados da Secretaria do Tesouro Nacional revelam um aumento dos investi-mentos no setor na última década, que pas-saram de 5,8 bilhões, em 2002, para 13,2 bilhões de reais, em 2009, sendo possível esperar resultados positivos para o futuro, caso o ritmo de investimentos seja mantido, pois a universalização dos serviços de sanea-mento é a meta básica de longo prazo a ser alcançada pelo País.

Conhecer as águas e aprimorar sua gestão para garantir o futuro

Outra publicação da Agência Nacional de Águas, lançada em março, o “Atlas Brasil de Abastecimento Urbano de Água”, propõe a implantação de redes coletoras e estações de tratamento de esgotos (ETE) em municípios onde o lançamento de efluentes tem potencial para poluir mananciais de captação. Mas, para isso, seriam necessá-rios investimentos da ordem de 47,8 bilhões de reais, sendo 40,8 bilhões em sistemas de coleta e 7 bilhões em tratamento de esgotos.

Para continuar avançando na melhoria da qualidade das águas, principalmente nas regiões metropolitanas, é importante caminhar, também, no sentido de aperfeiçoar os mecanismos de gestão. Ao longo da última década, muitas conquistas foram registradas nos planos administrativo e institucional. O combate à escassez foi mar-cado por importantes vitórias no semiárido, por obras de infraestru-tura realizadas no Nordeste, por exemplo. Não obstante, muito resta por ser feito em todo o País com relação à implementação integrada dos planejamentos dos setores usuários dos recursos hídricos.

A gestão dos recursos hídricos em um país de dimensões conti-nentais como o Brasil, que dispõe de 13% de toda a água doce super-ficial existente no planeta, tem oferecido grandes desafios, já que envolve montar estruturas administrativas e conferir-lhes operacio-nalidade e efetividade sem perder de vista a diversidade climática, geológica, biótica e econômica. Além disso, é preciso implementar os instrumentos de gestão previstos em lei e identificar áreas críticas quanto à disponibilidade e às demandas, quer em termos de quanti-dade, quer de qualidade.

Devido a essa enorme complexidade, diagnósticos como o “Atlas Brasil de Abastecimento Urbano de Água” e a “Conjuntura dos Recursos Hídricos” são contribuições de planejamento fundamen-tais, pois permitem identificar um conjunto de bacias críticas onde se localizam as vulnerabilidades e onde há maior potencial para ocor-rência de conflitos pelo uso da água e que, por isso, deverão merecer atenção crescente por parte dos gestores dos recursos hídricos.

Esses levantamentos contribuem, ainda, para aperfeiçoar o sistema de gestão e o planejamento integrado dos órgãos de governo. Algo muito importante em uma economia diversificada, complexa e em expansão, com crescente uso dos recursos hídricos, como a brasileira.

brasil urgente

“O atlas brasil de abasteCimentO urbanO de Água [divulgadO em 2011] prOpõe nOvas

redes COletOras e estações de tratamentO de esgOtOs em muniCípiOs de risCO.

para issO, seriam neCessÁriOs investimentOs de 47,8 bilhões de reais.”

Imagens de diferentes pontos do rio Paraíba do Sul

fotos zig koch/banco de imagem ana

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22_Edição 271_set/out 2011

ponto de vista

Ao longo dos anos, a Lei de Licitações foi criticada principalmente pela complexi-

dade e demora no seu procedimento, que pode sofrer várias interrupções devido à interposição de recursos, pedidos de esclare-cimentos ou impugnações. Além disso, o procedimento traz riscos de colusão e forma-ção de cartel na busca por um preço melhor.

Por conta dessas críticas e tendo em vista a necessidade de realizar vários projetos de infraestrutura antes da Copa do Mundo de 2014, uma nova lei (Lei no 12.462/2011) foi sancionada no último dia 5 de agosto.

A Lei nº 12.462 estabelece o Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC), um novo processo licitatório cujo principal objetivo é agili-zar o procedimento de contra-tação pública.

Aplicável às licitações para a realização da Copa das Confederações, da Copa do Mundo, dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos e das obras nos aeroportos, a nova lei abrange boa parte das obras de infraestrutura que o país se comprometeu em realizar.

A aprovação da nova lei, contudo, não está imune a críticas e sua constitucionalida-de está sendo questionada no Supremo Tribunal Federal (STF). Quais são as novida-des que geram tantas críticas? A lei traz uma real eficiência no procedimento licitatório ou futuros problemas?

Uma das grandes mudanças é a inversão das fases no procedimento licitatório. Como

procedimento licitatório: novas regras para os megaeventos esportivos brasileiros

Anne-CAtherine BrunsChwig,

associada sênior da VillEmor amaral adVogados

no sistema já existente no pregão, a administração pública vai inicialmente avaliar as propostas e selecionar a mais van-tajosa, verificando, em um segundo momento, se a empresa vencedora responde às condições estabelecidas no edital.

Assim, em vez de se avaliarem os documentos de todos os participantes, conforme previsão da Lei no 8.666, de 1993, somente os do vencedor serão avaliados.

A lei criou, também, o novo regime de “contratação integrada”. Trata-se de um regime no qual a empresa ven-cedora será responsável pela elaboração dos projetos bási-co e executivo, pela execução das obras ou serviços de engenharia e por todas as demais operações até a entrega final do objeto licitado. Fato importante é que é vedado

ao vencedor renegociar o contrato uma vez assinado.

Essa contratação diminui a super- posição de contratos e empresas em um mesmo empreendimento e define melhor as responsabilidades, mas pode gerar mar-gens de erros maiores por conta de uma definição insuficiente dos projetos.

Tal modelo transfere os riscos econô-micos inerentes à imprevisibilidade da realização de uma obra para os licitantes,

porém, não garante o melhor valor do contrato ao governo (e nem uma obra bem executada), tendo em vista justa-mente essa imprecisão na definição do objeto licitado.

Outro aspecto criticado é a obrigação de escolher como critério de julgamento das propostas o de técnica e preço, o que introduz subjetividade no julgamento pela comissão de licitação que deverá avaliar e pontuar as propostas.

As outras novidades, como a possibilidade de pré- qualificação permanente dos licitantes, a fase recursal única no final do procedimento licitatório e a preferência pelo leilão eletrônico, parecem ser medidas que trarão celerida-de ao processo, mas, antes de mais nada, aguarda-se a mani-festação final do STF sobre o assunto.

“o novo regime diferenciado

pretende agilizar o

procedimento de contratação

pública.”

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Edição 271_Brazilian Business_2524_Edição 271_set/out 2011

Question: At Argonne, you work on a variety of battery technology projects and are considered an expert in lithium-ion batteries. What led you to this position?Daniel Abraham: My early research at Argonne was in the area of nuclear technology – we developed metallic waste forms to isolate and contain radioactive components from spent nuclear fuel. My tasks included the synthesis, characterization, and qualification of these alloys for ultimate disposal in a geologic repository. However, as the years passed, it became increasingly evident that our research would not have an immediate impact because of the unresolved debate surrounding the issue of nuclear waste disposal.

This realization, along with the fact that I had already spent seve-ral years conducting nuclear-related work, prompted me to seek out new research areas. An opportunity arose in the then new lithium-ion battery research project and I joined the team in 2001. The impact of our work is immediate – our colleagues in industry are very inter-ested in applying our research breakthroughs in the design and man-ufacturing of their battery products.

Q: What projects are you working on right now? What do you hope they will lead to?DA: My main project is on developing an understanding of factors that govern the performance and performance loss of lithium-ion battery systems. Almost every cell phone contains a lithium-ion battery; they are also in our cameras, camcorders, and computers. Our goal is to get the batteries into our cars – into the next generation of plug-in hybrid and electric vehicles. For portable electronic applications, a two- to five-year battery lifetime is sufficient – for vehicular applications, however, a ten- to fifteen-year battery lifetime is required.

I hope that someday all cars will be electric vehicles powered by batteries that can be recharged in our garages or that can be swapped at your local battery swapping stations. I also hope that our work leads to high-energy density batteries that can travel 400 miles on a single charge, and deliver consistently high performance over the vehicle’s lifetime.

Q: What is the biggest challenge in your field? DA: I believe that developing batteries that are from renewable and sustainable resources is the biggest challenge in my field.

Many lithium-ion battery systems currently under development contain nickel– and cobalt– based oxides that depend on scarce and non-renewable resources. For example, nickel makes up only 90 parts per million, and cobalt about 20 parts per million, of the earth’s crust. We are, therefore, examining technologies for recycling lithium batter-ies to recover the non-renewable inorganic components and reduce the amount of waste that would otherwise burden our landfills. We are also examining new lithium battery systems that are based on high-perfor-mance organic molecules, which can be synthesized following the prin-ciples of green chemistry and should be easily recyclable.

Daniel Abraham, a leading scientist at Argonne National Laboratory, shares his work on lithium-ion batteries and why he feels this work is important, and gives us a look into his melodic commitments outside of the lab. By Angela Hardin.

Questions for a Batteries Expert: Daniel Abraham

Q: Why do you feel your work is important?DA: The research that my colleagues and I conduct contributes to the development of pollution-free and sustainable energy technologies that will someday be used to illuminate even the darkest corners of the globe. However, I recognize that many problems confronting humanity – such as air and water pollution, climate change – may not be solved during my lifetime. Therefore, I believe that it’s very impor-tant to mentor the next generation of scientists and engineers.

Over the course of my career I’ve worked with several students and scientists both from the U.S. and other nations. And in doing so, I’ve realized that our lives can have both local and global significance – because every life we touch touches the lives of countless others whom we may never meet.

Q: What projects are you watching (beside your own)?DA: I’m keenly watching the development and implementation of other forms of energy storage technologies being considered for the “smart” electric grid.

I also have a keen interest in emerging energy production tech-nologies – these include energy from the sun, wind and tides. Energy and energy storage will remain a challenge in the coming decades, and we will need to develop solutions to these challenges that are both renewable and sustainable.

from thE usa

Ed. note: This abridged text comes from an original article cross-posted by the Argonne National Laboratory and the U.S. Department of Energy. Media Specialist at Argonne National Laboratory

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26_Edição 271_set/out 2011 Edição 271_Brazilian Business_27

Luiz Pimenta Bastos_Chairman do Comitê de Meio Ambiente e Supervisor de Meio Ambiente da Chevron Brasil Petróleo

A sétima edição do Prêmio Brasil Ambiental, realizado pela Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro, que será entregue em novembro deste ano, tem como tema central

o uso racional da água. A racionalidade desse recurso, vital para a manutenção da vida, é cada vez mais crítica em função da redu-ção de sua disponibilidade e dos sucessivos aumentos de seu uso. Do grande volume existente no planeta (70% de sua superfície são cobertos por água), apenas 12% são de água doce e, no Brasil, ainda temos o privilégio de ter 4% de toda essa água passível de ser utilizada.

Ainda assim, os volumes para uso são ainda menores, uma vez que estão intrinsecamente ligados à qualidade dessa água, fator limitante principalmente considerando os usos prioritários, como o consumo humano, dessedentação e agricul-tura, que têm crescido proporcionalmente ao desenvolvimento das cidades e à melhoria da cobertura de redes de abastecimento. Usos secundários, como insumos para atividades industriais, também têm maior demanda em função da implantação de novos projetos, acompanhando o desenvolvimento do País.

Não há questionamento sobre a priorização da parcela relacio-nada à manutenção da vida humana, mas, ainda neste contexto, o conceito de racionalização do uso é premente e envolve esforços na minimização de perdas nas redes de distribuição de água tratada e também as contribuições individuais dos cidadãos (otimização do tempo de banho, lavagem de carros etc.).

A questão da

Projetos de lei estão sendo propostos para formalizar a participação da comuni-dade, introduzindo conceitos de reaprovei-tamento de água de chuva e metas de redu-ção de consumo. No entanto, devem estar associados à garantia de fomento de recur-sos para, em um primeiro estágio, permitir o desenvolvimento de tecnologias e de siste-mas que possibilitem seu sucesso. A adoção do conceito de Green Building é um grande

passo nos empreendimentos que hoje estão em projeto ou em fase de pla-nejamento. Mas, nas construções já existentes, a adoção de técnicas para a reutilização da água esbarra no

elevado custo. A utilização da água em indústrias,

apesar de não ser considerada tão nobre, em alguns casos, é fator determinante para a manutenção destas. E esse é o princi-pal desafio atual da indústria: a adoção e o desenvolvimento de inovações nas formas de captação, revisão de processos para rea-proveitamento, redução de consumo e até, em alguns casos, eliminação ou substitui-ção do recurso. O perfeito mapeamento dos volumes utilizados e da qualidade da água em cada estágio do processamento permite a

rAdAr

Sétima edição do Prêmio Brasil Ambiental

Cerimônia de premiação 10 de novembro de 2011 Salão Nobre da Bolsa do Rio

Categorias n Responsabilidade socioambiental n Preservação e manejo de ecossistemas n Gestão sustentável n Inovação ambiental n Inventário de emissões n Recursos hídricos n Categoria especial – texto jornalístico

Realização: Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro e Comitê de Meio Ambiente

avaliação de soluções tecnológicas que favo-reçam desde o reaproveitamento até a consi-deração de novas fontes antes não cogitadas (captação de chuva e efluentes de estações de tratamento de esgoto).

Em suma, para que a preservação e a utilização das águas sejam conduzidas efe-tivamente, é necessário mobilizar todas as esferas participantes e afetadas pela questão. O poder público, na condução de estudos e avaliações de capaci-dade de suporte das principais bacias hidrográficas que embasem as decisões quanto às quantidades em concessões de outorga, na redução das perdas nas redes de distribuição e na determinação de metas e diretrizes de incentivo à instalação de sistemas que permi-tem a redução de consumo; a indústria, na otimização de processos e mapeamento de oportunidades de reutilização de fontes de água, minimizando a concorrência direta com o abastecimento das popu-lações, e no desenvolvimento de novos equipamentos e processos que melhorem a qualidade de parcelas contaminadas da água doce; e a própria população, com a adoção de boas práticas e conscien-tização do seu papel fundamental, não só no controle, mas como parceira nas ações a serem tomadas.

Infelizmente, estima-se que, mesmo com a mobilização de todos, ainda haverá casos em que a disponibilidade chegará a níveis críti-cos, e a tomada de decisões mais agudas será mandatória. No entan-to, a adoção imediata de ações nos dará tempo para que alternativas tecnológicas possam ser desenvolvidas e testadas, amenizando esse futuro árido.

“O usO dA águA é O principAl desAfiO AtuAl dA indústriA. é precisO AdOtAr e desenvOlver

inOvAções em suA cAptAçãO, rever prOcessOs pArA seu reAprOveitAmentO, reduzir

O cOnsumO e Até mesmO eliminAr Ou substituir O recursO.”

fRee

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28_Edição 271_set/out 2011

ponto de vista

O tema que mais provoca discussões quando falamos de Cloud Computing

é a segurança dos dados. Assim como na últi-ma grande mudança de modelo computacio-nal (do mainframe para cliente/servidor), a questão segurança e o receio diante de uma novidade é comum e sempre existiu. Também temos acompanhado a mesma preocupação relacionada a outros temas recentes, como a utilização de smartphones e tablets em empresas, ou na exposição provocada pelo uso de redes sociais.

Sempre que um novo modelo desafia as práticas de segurança existentes é importan-te analisar os objetivos a serem atingidos na proteção dos dados e adotar as mudanças necessárias em sua política para garantir o gerenciamento adequado dos riscos.

Na abordagem de segurança da informa-ção em cloud, temos que diferenciar nuvens públicas das privadas, assim como os objeti-vos de cada empresa na utilização de cada um dos modelos, já que a tolerância a riscos difere de companhia para companhia, de acordo com a área de atuação, obrigatorieda-de de compliance com leis e práticas distin-tas. Em nuvens privadas, as políticas de segu-rança são facilmente adequadas às práticas já adotadas pela empresa, desde que atualizadas para suportar os novos recursos dessa moda-lidade computacional.

Por outro lado, nas nuvens públicas, a política de segurança fica subordinada aos métodos e aos processos adotados pelo pro-vedor da nuvem. Ainda existe a modalidade de nuvens híbridas, que permite a integração de recursos providos por nuvens privadas e públicas. Nesse caso, a principal recomenda-ção é buscar provedores que adotem práticas mais rigorosas de segurança da informação.

O correto endereçamento dos riscos rela-cionados à segurança da informação é pri-mordial para a sobrevivência de qualquer provedor de nuvens públicas ou híbridas. Esse objetivo pode ser atingido empregando processos, métodos e tecnologias que garan-tam os controles necessários para a seguran-ça dos dados armazenados na nuvem.

Já existem diversas opções de certifica-ções e práticas documentadas para a gestão adequada de processos e da segurança da informação em ambientes cloud, disponíveis inclusive em alguns dos maiores datacenters brasileiros, como a CCSK (Certificate of Cloud Security Knowledge), SAS 70 type II, ISO/IEC 27001 e PCI-DSS.

Como visto, já existem práticas adequa-das à gestão de segurança em ambientes cloud que demonstram um primeiro estágio de maturidade do mercado frente a esse novo desafio. Identificar o nível de tolerância a ris-cos do seu ambiente e escolher os parceiros corretos para a adoção de ambientes basea-dos em cloud computing é a chave para garantir o sucesso de sua operação.

Cloud Computing: gestãode segurança na ‘nuvem’

NelsoN MeNdoNça, dirEtor dE opEraçõEs da alog data CEntErs

do Brasil

“em nuvens privadas, as polítiCas de segurança seguem as prátiCas

já adotadas pela empresa. nas públiCas, ela é subordinada aos proCessos

do provedor da nuvem.”

Com profi ssionalismo não há riscos...Quando se trabalha com foco nos clientes,

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30_Edição 271_set/out 2011

matéria de capa

Há alguns anos uma verdadeira revolução silenciosa vem acontecendo no Estado do Rio de Janeiro, fruto do ama-durecimento do sistema nacional de inovação e também

da produção científica, especialmente na área petrolífera, sustenta-do pelas pesquisas e pesquisadores das três universidades públicas (UFRJ, UFF, UERJ) e de algumas privadas, que criaram um ambien-te propício para a atração de diversos centros de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de empresas como IBM, GE, BG Group, Siemens, Baker Hughes, Halliburton, FMC Technologies e Schlumberger, entre outros.

“Mesmo com o esvaziamento da atividade econômica no Rio de Janeiro, a cidade nunca perdeu sua infraestrutura de produção de conhecimento. Chegamos ao fundo do poço, mas nossa sorte é que ali havia petróleo”, afirma o professor de Gestão da Inovação da ESPM e da especialização em Inovação na UFRJ, Rodrigo Carvalho. E foi justamente por conta dessa estrutura voltada para a produção do conhecimento que a cidade e o Estado reencontraram sua poten-cial vocação. Os números comprovam isso: mais de 10% dos alunos em formação universitária são fluminenses.

O despertar da inOvaçãO

matéria de capa

artigOs relaciOnadOs

nRio de Janeiro abre suas portas à inovação Moacyr Piacenti, José Roberto Adelino da Silvae Antonio Carlos Rocca pg. 36

nTransformando ideias em lucro Mauro Terepins pg. 37

nO modelo de inovação da BG Damian Popolo pg. 38

nInovar é fazer a diferença Rafael Veras pg. 39

nUrbes inteligentes respondem melhor aos desafios dos novos tempos Pedro Almeida pg. 40

nDesign Thinking: ferramenta essencial para inovação nos negócios Maurício Vianna pg. 41

Rio de Janeiro redescobre sua vocação. Graças ao pré-sal e às estruturas de pesquisa técnico-científica, o Estado

se firma como um polo de P&D e atrai o interesse de empresas e de iniciativas governamentais

Por Flavia Galembeck

a ponte de atracagem do superporto do açu, que abrigará nove berços Jo

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Brazilian Business_31

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Edição 271_Brazilian Business_33

matéria de capamatéria de capa

A relação entre P&D, inovação e produção acadêmico-científica é intrínseca, já que é no ambiente de pesquisa das universidades que sur-gem as novas descobertas. A transformação disso em algo comercial-mente aplicado acontece nos centros de P&D. “Muitas empresas inovam usando conhecimento de fora, de universidades, de fornecedores, de usuários”, explica o coordenador do centro de Inovação da Fundação Dom Cabral, Carlos Arruda.

Somam-se a esse ambiente propício o arcabouço jurídico, iniciado com as Leis da Inovação e do Bem, dois marcos legais que catalisaram a inovação no País e que surgiram em meados dos anos 2000. Para o pro-fessor da especialização em Inovação da UFRJ, Rodrigo Carvalho, essas duas leis regulamentam a interação entre a produção de conhecimento e o meio empresarial, criando condições para que o diálogo entre os principais atores envolvidos no processo – governo, empresas e univer-sidade – se intensificasse.

Em 2004, a Lei da Inovação definiu o tema e previu a criação de estru-turas para fomentá-la. No ano seguinte, a cria-ção da Lei 11.196, mais conhecida como a Lei do Bem, instituiu no País um modelo de incentivo fiscal à pesqui-sa, o que fez com que a inovação acontecesse de forma mais eficiente.

“O riO de JaneirO nunca perdeu sua infra-

estrutura de prOduçãO de cOnhecimentO. chegamOs aO fundO dO pOçO, mas a

nOssa sOrte é que ali havia petróleO.”

“inOvaçãO é algO de lOngO prazO e que deve ser feita de fOrma cOmpartilhada.

nãO pOde ser só O gOvernO cedendO.”

De uma forma geral, a Lei do Bem traz uma série de benefícios fiscais, como deduções de Imposto de Renda (IR) e da Contribuição sobre o Lucro Líquido em despesas direciona-das às atividades de P&D; redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na com-pra de máquinas e equipamentos para P&D; redução do IR retido na fonte incidente sobre remessa ao exterior resultante de contrato de transferência de tecnologia; e isenção do IR retido na fonte nas remessas efetuadas para o exterior para o registro e manutenção de marcas, patentes, cultivares etc. Antes dela, a política pública parecia contrariar a tendência mundial de investir grandes somas em pesquisa.

Foi graças à aprovação da Lei de Inovação Científica, em 2010, que o Programa de Apoio à Inovação Tecnológica, destinado a projetos de micro e pequenas empresas, cooperativas e empreendedores puderam acessar recursos da Faperj destinados à inovação. Hoje, o órgão de fomento apoia projetos inovadores em 92 municípios do Estado fluminense. Agro-pecuária, medicina, alimentos, meio ambiente, transporte, tecnologia da informação, comu-nicação, energias alternativas, biocombustí-veis, naval, petróleo e gás, robótica, paleonto-logia, segurança pública e educação são alguns dos segmentos contemplados.

infraestruturaAlém de inovar, é preciso melhorar as condições de escoamento da produção

Algumas iniciativas, como o superporto do Açu, da LLX, de Eike Batista, combinam altos investimentos à inovação. o conceito de porto-indústria do projeto, que deve inaugurar em 2012, cria uma área industrial contígua ao porto, em são João da Barra, com cimenteiras, siderúrgicas e uma usina termo-elétrica.

A previsão é de que essa infraestrutura gere R$ 300 milhões em impostos para o município. somente em projetos socioambientais, uma contrapartida exigida pelo governo, já foram investidos R$ 70 milhões, segundo a LLX.

outro porto que está sendo modernizado é o de Itaguaí, na Baía de sepetiba, a 80 km da cidade do Rio. Localizado estrategicamente em um raio de 500 km dos principais centros produtores do país, o local se tornará em

breve o primeiro Hub Port do Atlântico sul, com capacidade de receber embarcações de grande porte e de última geração. o local conta com 10 milhões de m2 de área plana, canal de acesso com até 20 m de profundidade e cais de acostagem em águas abrigadas, infraestrutura logística industrial e tecnologia em telecomunicações e suprimentos, acessos multimodais e facilidades de transportes.

Uma parceria entre a iniciativa privada e a autoridade portuária criou três novos terminais: um de minério, outro de carvão e um terceiro de contêineres, além de um píer com três novos berços de atracagem. Estão previstos ainda o aprofundamento do canal de acesso, aparelhamento do terminal de contêineres e o estabelecimento de rotas globais de navegação intermodal. Isso, somado a melhoria dos acessos rodoviários e a implantação de centros de carga devem fazer com que as metas de movimentação sejam alcançadas.

Outra mudança, essa mais recente, foi a criação do Programa Brasil Maior, lançado em agosto deste ano pelo governo federal, que tem como objetivo tornar a indústria brasileira mais competitiva frente ao dólar baixo, que estimula importações e prejudi-cam as exportações nacionais. Entre as medi-das está a maior agilidade no ressarcimento de créditos às empresas exportadoras e as mudanças de crédito de PIS e Cofins sobre as aquisições destinadas à produção de bens e a prestação de serviços.

Para Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral, o Brasil Maior não favorece a inovação em longo prazo. “É um começo, mas essa é uma medida de curto prazo. Inovação sempre é algo de longo prazo e que deve ser feito de forma compartilhada. Não pode ser só o governo cedendo. Ele até pode adotar medidas, como fez, para reduzir a carga tributária, mas tem que haver uma contrapartida obrigando essas empresas a investirem mais em inovação e isso, na prática, não aconteceu”, critica. A exceção, segundo o especialista, fica por conta do setor automotivo, que teve redução do IPI, mas terá que investir mais em inovação.

A necessidade de envolvimento de todos os setores encontra coro no discurso de Rodrigo Carvalho, da ESPM e UFRJ. “O esforço para inovar emerge de múltiplas rela-ções”, resume Carvalho. Um exemplo disso é o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), criado na década de 60 e transferi-do nos anos 70 para o campus da Ilha do Fundão, da UFRJ. Ele foi criado para atender as demandas tecnológicas dos projetos da Petrobras. Bem-sucedido, o projeto foi ampliado com a segunda unidade do Cenpes, que demandou investimentos da ordem de R$ 2,5 bilhões. O projeto já está com a capa-cidade dos 22 novos prédios que compõem o condomínio (em uma área correspondente a seis campos de futebol) tomada por trinta empresas de setores como energia, meio ambiente e tecnologia da informação.

O centro de pesquisas (cenpes) da petrobras, na ilha do fundão

João L. AnJos

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matéria de capamatéria de capa retratO da inOvaçãO nO Brasil

Dados da Pesquisa de Inovação Tecnológica (Pintec) 2008, divulgada em outubro de 2010, revelam que houve avanço de 38,6% na taxa de inovação da indústria e serviços (edição, telecomunicações e informática) e no setor de pesquisa e desenvolvimento (P&D). Essa é a maior taxa de inovação desde que o estudo passou a ser realizado, em 2000, quando este percentual era de 31,5%. no estudo anterior, feito em 2005, esse percentual era de 34,4%.

A Pintec ouviu 106,8 mil empresas brasileiras, das quais 41,3 mil disseram ter implementado novos produtos ou processos entre 2006 e 2008. As oito atividades que apresentaram maior inovação foram de alta e média intensidade tecnológica, como a automobilística, produtos farmoquímicos e farmacêuticos, produtos eletrônicos e ópticos, produtos químicos, equipamentos de comunicação, informática e periféricos, máquinas, equipamentos e componentes eletrônicos.

Das 100,5 mil empresas industriais consultadas, 38,1% foram consideradas inovadoras. o percentual é inferior ao do setor de P&D, de 97,5%, e também do segmento de serviços, em que esse índice chegou a 46,2%.

A parcela do faturamento investido em inovação se manteve praticamente estável: 2,9% ante 3% em 2005. no setor industrial, essa taxa foi 2,5%, menor do que nos serviços (4,2%) ou no segmento de P&D (71,1%).

Um dos destaques apontado pela pesquisa foi o uso da internet como fonte mais relevante do processo de inovação, usado por 78,7% das empresas.Houve também crescimento do uso de apoio governamental no processo: 22,3 % das corporações, o que equivale a 9,2 mil empresas, inovaram usando esses mecanismos de fomento.

A falta de pessoal qualificado foi apontado como o principal empecilho à inovação por quase 50% das empresas ouvidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que coleta os dados da pesquisa.

“saBemOs transfOrmar recursOs em cOnhecimentO,

mas ainda temOs dificuldade de fazer esse cOnhecimentO

virar dinheirO.”

Ali, empresários, pesquisadores e estu-dantes de graduação e pós-graduação con-vivem em uma troca rica para todos – os alunos vivenciam o empreendedorismo, as empresas têm acesso a laboratórios de últi-ma geração, profissionais de alta qualifica-ção e novas oportunidades de negó-cios. Desde 1994, há na Coppe/UFRJ várias incubadoras que apoiam a formação de novas empresas e encontram ali assessoria integral, serviços e infraestrutura para seu desenvolvimento.

A mudança de postura do governo como promotor do diálogo entre os atores envolvidos no processo de inovação, além do esforço para catalisar a inovação, é reco-nhecida pelos dois acadêmicos. Os recursos destinados à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), por exemplo, crescem a olhos vistos.

Segundo Glauco Arbix, presidente da Finep, em 2003, a organização tinha R$ 300 milhões para investir em inovação. Sete anos depois, esses recursos somavam R$ 4 bilhões e a meta é chegar a 2014 com R$ 14 bilhões para P&D. Boa parte desses recursos de-vem ser destinados para o pré-sal.

“Sabemos trans-formar recursos em conhecimento, mas ainda temos dificul-dade de fazer esse conhecimento virar dinheiro”, constata o professor da UFRJ.

Para ele, até houve avanço nesse sentido, mas ele ocorre lentamente. Até por conta do pouco tempo que o tema inovação entrou para a pauta. “O assunto é muito recente no Brasil. Pensando na escala global, poucas cadeias produtivas e empresas têm potencial de inovação e isso se reflete na pauta de exportação nacional, que hoje é tomada por commodities primárias. A Vale, por exemplo, está se mobilizando para inovar, mas a área focada nisso só foi criada há dois anos”.

Na outra ponta, Carvalho também comen-ta uma outra questão. “O desafio é usar cole-tivamente esses recursos oriundos da inova-ção. Eu acredito que conseguiremos fazer isso, que estamos vivendo um novo tempo. O país despertou para a necessidade de fomentar o empreendedorismo e a inovação.”

linha de produção da fiat, em Betim, minas gerais. a montadora se consolidou como uma das mais inovadoras graças ao polo de desenvolvimento giovanni agnelli, inaugurado em 2003.

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artigOs relaciOnadOs

O país vive um momento especial de crescimento e desenvolvimento. Para

consolidar essas tendências, tem buscado reforçar seu potencial inovador, inclusive com a adoção de estímulos oficiais, como o plano Brasil Maior. Um dos expoentes deste momento, o Rio de Janeiro é lembrado por contar com grande potencial para a geração de negócios e inovação nos mais variados setores. Afinal de contas, além dos megae-ventos esportivos que sediará, em 2014, com a Copa do Mundo, e, em 2016, com os Jogos Olímpicos, o Estado assistirá, certamente, a um período de desenvolvimento muito in-tenso em setores como os de infraestrutura, telecomunicações, energia (em especial pe-tróleo e gás), indústria naval, saúde, turismo e serviços.

Muitos têm dito que o Rio vive o seu “renascimento”. Mesmo considerando que o termo contém componentes verdadeiros, não podemos esquecer que o Estado há muito tempo é um dos motores do desen-volvimento nacional. Afinal, vem das terras fluminenses a maior parte de nossa produ-ção petrolífera. Por isso, vem também dali expressiva produção tecnológica, que tem permitido às empresas brasileiras estarem entre as líderes na exploração de óleo cru em águas superprofundas em todo o mundo. Por isso, parece-nos mais adequado qualifi-car o movimento que impulsiona o Estado como o do encontro de suas potencialidades com a adequada e responsável iniciativa de gestores atentos em valorizar essas oportu-nidades latentes.

O Rio preparou-se para estimular a capacidade de gerar inovação em suas ins-tituições de ensino, entidades e empresas. No início de 2010, o governo fluminense regulamentou a Lei nº 5.361, que institui um programa local de incentivo à inovação tecnológica. Pela legislação, a Faperj pode ter participação minoritária no capital de em-presas privadas para o desenvolvimento de projetos de produtos ou inovação. O objeti-

rio de Janeiro abre suas portas à inovação Moacyr Piacenti e José roberto adelino da silva, SóCioS DA KPMG no BRASil, E antonio carlos rocca, ConSulToR DA EMPRESA

vo é estimular a integração entre instituições científicas, tecnológicas e universitárias com agências de fomento à pesquisa e empresas para a produção e o uso efetivo das inovações.

Outras instâncias engajam-se no estímulo às iniciativas inovado-ras. A Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia lançou, este ano, edital público, no valor de 10 milhões de reais, para convocar proje-tos de inovação tecnológica destinados ao desenvolvimento local.

Também têm surgido e se consolidado no Estado diversas entida-des de apoio à produção inovadora, integrando a academia e o setor produtivo. Esse é o exemplo de um novo centro de desenvolvimento tecnológico em formação na Ilha do Fundão, que reúne dezenas de empresas e entidades de pesquisa em torno da UFRJ e vem sendo chamado de “O Vale do Silício do Pré-sal”. Pretende-se que o local seja um centro de inteligência dedicado à geração de tecnologias e conhecimento para a exploração de petróleo e gás.

Há, ainda, um grande número de incubadoras de empresas de base tecnológica ligadas às universidades locais, como as da Coppe/UFRJ, da UERJ, da UFF, da PUC-Rio e do Ibmec, dentre tantas ou-tras. Nesses celeiros de fomento à inovação, os impulsos criativos e tecnológicos são convertidos diretamente em produtos, iniciativas ou serviços de fato inovadores, que contribuirão para movimentar a economia global a partir de iniciativas locais.

Fica claro que os investimen-tos que fazem da economia flu-minense uma das mais impor-tantes de toda a América Latina tendem a redundar na produção intensa e efetiva de soluções e de agentes inovadores. E são mui-tos e diversificados os polos aos quais se tem direcionado o apor-te de capital: Copa do Mundo, Olimpíadas, fortalecimento da infraestrutura, segmentos pro-dutivos, como as indústrias naval e petroleira, turismo, moderni-zação das cidades e da gestão go-vernamental, educação, pesquisa e desenvolvimento, e tantos ou-tros setores importantes.

Vale lembrar que aqueles que atuam valorizando a inovação têm ao alcance outros benefícios, que podem ser aproveitados inclusive em território fluminense, como é o caso da chamada Lei do Bem (Lei nº 11.196/2005), que consolidou, em nível federal, os incentivos fiscais às empresas que realizem pesquisa tecnológica e desenvolvi-mento de inovação, e do plano Brasil Maior, que amplia os benefícios de empresas que recorram à Lei do Bem. Tomando em consideração todos esses elementos, o Rio de Janeiro torna-se, sem dúvida, um Estado amplamente atrativo aos empreendedores, especialmente àqueles que investem em inovação como diferencial.

“muitOs têm ditO que O riO vive O seu

‘renascimentO’. parece-nOs

mais adequadO qualificar esse

mOvimentO cOmO O encOntrO de suas pOtencialidades

cOm gestOres atentOs em

valOrizar essas OpOrtunidades

latentes.”

Por conta da acirrada concorrência global, as empresas precisam ser cada vez mais ágeis para fomentar seu crescimento e man-

ter um sucesso duradouro. Diante desse cenário, a habilidade das organizações em inovar é essencial para um crescimento sustentá-vel. A relação entre inovação e sucesso dos negócios não é novida-de. Porém, uma abordagem pragmática do tema, que vá além de um mero discurso de conceitos vazios, torna-se, a cada dia, mais imperativa.

Do ponto de vista prático, há dois grandes problemas enfrenta-dos pelas organizações que buscam instituir a inovação como uma ferramenta estratégica em seus negócios: como transformar ideias tidas como “brilhantes” em resultados mensuráveis, convertendo criatividade em lucro, e como transformar o estímulo à inovação em um modus operandi em toda a empresa.

Diversas companhias, entre as quais muitas líderes de mercado, acomodam-se em antigos processos, certas de que “em time que está ganhando não se mexe”. As melhores soluções de ontem, porém, podem não ser as de amanhã. Em um mercado cada vez mais acir-rado, inovar configura-se praticamente como uma questão de sobre-vivência. Inovação por si só, entretanto, não garante a liderança de mercado. Propostas inovadoras, que deveriam contribuir para o desenvolvimento dos negócios, muitas vezes acabam morrendo, em uma espécie de “momento eureca” isolado.

É preciso saber inovar, encarando o processo criativo como uma questão estratégica. Criatividade também requer planejamento, gerenciamento, controle e, sobretudo, financiamento. Só assim é possível transformar novas ideias em lucro. Em diversos países, o setor governamental também pode estimular o empreendedorismo e a inovação com redução de impostos para atividades de pesquisa e desenvolvimento, proteção da propriedade intelectual e processos de patentes mais simplificados.

Mas, quebrar velhos padrões de comportamento e inovar dentro de uma instituição não é fácil, sobretudo se ela for uma grande cor-poração. São poucas as empresas que vão além das soluções mais comuns, e a maioria centraliza o processo criativo apenas em seus líderes ou proprietários. Ou seja, pouco ou nada se faz para instituir processos inovadores ao longo de toda a estrutura corporativa.

O problema se agrava à medida que o tamanho das corporações aumenta. As grandes organizações crescem e ficam cada vez mais complexas, tornando ainda mais difícil a geração de novas ideias. É natural: grandes e sólidas corporações tendem a reforçar aspectos nos quais já tiveram sucesso no passado, e, após tantos investimen-tos, pode ser difícil identificar novas oportunidades. Com suas estru-turas mais rígidas, as grandes empresas devem estar atentas para não frustrar o “espírito” empreendedor.

transformando ideias em lucro Por Mauro terePins, ViCE-PRESiDEnTE DE MERCADoS DA ERnST & YounG TERCo

Por outro lado, as pequenas e médias empresas vêm se mostrando globalmente mais abertas a novas ideias e têm apostado com mais força em inovações que não sejam apenas incrementais. Por isso, o segmento de middle market é um grande catalisador de inovações, oportunidades e novos mercados. Em ambos os casos, a forma de se estimular a inovação também precisa ser renovada – principalmente nos países americanos.

Pesquisa realizada pela Ernst & Young sobre empreendedorismo e inovação mos-trou que, nos países do continente america-no, a maioria aposta apenas na contratação de pessoas criativas. Em outras regiões, como Ásia, Europa, Oriente Médio, Índia e África, as empresas preferem desenvolver alianças com novos parceiros ou deslocar uma parte da equipe com foco em inovação. Outras soluções citadas pelo estudo são ofe-recer recompensa financeira como incentivo à criatividade e trabalhar com agências e firmas especializadas em inovação.

É cada vez mais imperativo descentrali-zar o processo criativo e fazer com que ele alcance toda a instituição e os mercados regionais, não ficando estanque, por exem-plo, apenas nos setores de pesquisa e desen-volvimento. A melhor maneira de uma empresa incentivar o pensamento criativo é investir em seus próprios colaboradores. Incentivar as pessoas a explorarem ideias que envolvam riscos e recompensas, mas com a segurança e o apoio de uma estrutura mais ampla e bem estabelecida, é a essência do que significa ser um empreendedor.

Inovação e empreendedorismo dentro das organizações não deve ser um ato de altruísmo, mas uma sólida estratégia de negócios – algo vital ao sucesso da compa-nhia. Um processo criativo conectado ao lucro colabora para que a empresa sustente sua trajetória de crescimento, mantenha vantagem competitiva e garanta seu pró-prio futuro.

“queBrar velhOs padrões de cOmpOrtamentO e inOvar dentrO de uma instituiçãO nãO é fácil, sOBretudO

se ela fOr uma grande cOrpOraçãO.”

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artigOs relaciOnadOs

De muitas maneiras, o Brasil tem a oportu-nidade de recepcionar a próxima geração

de tecnologias para a exploração e a produção global no setor de petróleo, competindo com outros países, como Noruega e Reino Unido, que estabeleceram com sucesso uma economia fundamentada no conhecimento, baseada em descobertas significativas de petróleo e através de políticas adequadas e incentivo.

Isso pode ser alcançado por meio de uma estratégia de pesquisa e desenvolvimento (P&D) que esteja plenamente integrada a um plano de conteúdo local. A BG pretende agir como cata-lisadora desse processo ao construir no País o seu centro mundial de pesquisa para fornecer alta tecnologia, exercendo um papel significati-vo de suporte ao setor de petróleo e gás no mer-cado global. A decisão de escolher o Brasil para instalar a operação focal da companhia está baseada em três pilares.

O compromisso com o BrasilMuitos dos desafios relacionados à produção

e à futura exploração são específicos do país. O Brasil será responsável por, aproximada-

mente, um terço da produção global da BG em 2020. Portanto, é interesse da companhia esta-belecer uma forte capacidade industrial, baseada na tecnologia, por toda a cadeia de suprimentos no Brasil, e a produção dos vastos recursos do pré-sal requer uma quantidade significativa de conteúdo local.

Algo entre 80 e 90% do setor de P&D da empresa estará baseado no Brasil. Não seria exa-gerado afirmar que, nesse sentido, a BG depende do setor de ciência e tecnologia brasileiro. O sucesso nesta área e a qualidade da tecnologia resultante determinarão grande parte da susten-tabilidade global da empresa no futuro. É, por-tanto, do interesse genuíno da empresa ver o país produzindo pesquisa de nível internacional.

O modelo colaborativo da companhiaO setor global de petróleo e gás estará cada

vez mais dependente do conhecimento específico

e especializado, que não pode ser desenvolvido, detido e controlado por uma única empresa.

A BG não se ocupa de pesquisa e desenvolvi-mento internos e trabalha com um modelo de P&D essencialmente colaborativo, com entrega de projetos de tecnologia a universidades, na cria-ção de valor e na especialização dessas institui-ções no processo. É através desse modelo, testado e bem-sucedido, que se deseja operar no Brasil.

A vantagem efetiva de qualquer inovação está na aplicação imediata da tecnologia, e não em sua posse. A atividade da BG não necessa-riamente cria e possui tecnologia. Ao invés disso, compreende a aplicação da tecnologia do modo mais rápido e eficiente possível.

As vantagens da posse de tal tecnologia deveriam estar com aqueles que a criaram, ou seja, com nossos parceiros, entre eles universi-dades, pequenas e médias empresas e demais protagonistas do setor. Isso significa que temos uma atitude bastante flexível em relação à Propriedade Intelectual.

alcance globalUma economia baseada no conhecimento

não pode ser construída com base apenas na demanda de tecnologia de um país ou na espe-cialização nacional.

Nossa experiência em países como o Reino Unido e a Noruega demonstrou que a especia-lização de nível internacional é necessária para se desenvolver uma base industrial competitiva por toda a cadeia. Quanto mais desafios globais relevantes as empresas puderem enfrentar, mais serão capazes de operar com base em oportuni-dades de grande valor agregado.

Devido a sua natureza global, a BG está em uma posição ideal para trazer a excelência global para o Brasil, por meio de programas de mobili-dade internacionais. Este modelo de parceria pode levar o Brasil para a vanguarda do setor. Por meio dele, serão estabelecidos empreendimentos de alta tecnologia no país capazes de fornecer serviços e tecnologias de nível internacional em uma base competitiva em qualquer lugar do mundo.

“a Bg quer cOnverter investimentOs em pesquisa e desenvOlvimentO

na criaçãO de uma cadeia de suprimentOs de alta tecnOlOgia.”

O modelo de inovação da BgdaMian PoPolo, GEREnTE DE TECnoloGiA DA BG Do BRASil

Uma análise aprofundada dos maiores eventos econômicos da civilização mercantilizada evidencia o destaque que o

tema inovação sempre teve na criação de vantagens competiti-vas em qualquer lugar do planeta.

Hoje, mais do que nunca, as organizações continuam se pro-pondo a destacar seus produtos frente a um cenário de constante busca pela diferenciação. Pensar a inovação não é uma coisa tão fácil quanto parece. Requer dedicação contínua ao desenvolvi-mento de ambientes mais propícios ao surgimento da inovação e da competitividade. Nem todos conseguem.

Há uma nova e evidente realidade sociocultural ávida por realizar seus sonhos, não apenas pelo nível de renda, que dá acesso a bens de consumo até então inatingíveis, mas porque esses bens têm, da mesma forma, aproximado do público tecno-logias desejadas e cada vez mais baratas.

TV LED ou LCD, câmeras digitais, celulares, iPad, iPod, impressoras: a nova classe média tem hoje à disposição equipa-mentos de boa qualidade e padrão internacional a preços mais acessíveis. No que se refere a produtos eletrônicos, sonho de consumo da nova classe média, os preços têm caído por uma série de razões, que vão desde o barateamento dos componen-tes, decorrente da massificação, até a maior concorrência, maior nível de nacionalização (com manufatura local), estabilização da economia e do câmbio frente ao real, entre outros aspectos. Hoje não há mais um único setor produtor de bens de consumo que atue sozinho em seu segmento, como acontecia no passado.

Esse contexto, aliado ao aumento da renda e um nível de confiança muito alto na economia nacional, favorece o forta-lecimento do mercado de consumo que, entre outros fatores, ajuda a deslocar o país da nuvem de pessimismo que tem con-taminado as economias do hemisfério norte nos últimos meses. O mercado brasileiro segue aberto ao consumo e, em especial, àquele formado por uma nova classe média, que lutou muito para conquistar essa mobilidade social – e até por esse motivo valoriza cada centavo do dinheiro que vai gastar e não abre mão de qualidade e inovação.

Os fatores de influência podem ser muitos, mas o fato é que, nos últimos dez anos, mais de 30 milhões de pessoas in-gressaram no mercado de consumo no Brasil, ampliando em 48% a chamada classe C em todo o território nacional. Com esse crescimento, essa nova classe de consumo chega a mais de 103 milhões de pessoas em todo o país, de acordo com os dados da última Pesquisa de Amostra Domiciliar (Pnad), real-izada pelo IBGE.

Se os números já são grandiosos o suficiente para dar uma ideia do tamanho das oportunidades que se apresentam para quem desenvolve produtos de consumo – agora mais acessíveis ao bolso do trabalhador –, vale lembrar que as projeções futu-ras são ainda mais promissoras, apontando uma expansão con-tinuada que formará um contingente de 115 milhões de pessoas nessa classe de consumo até 2014, considerando as atuais taxas de crescimento.

Há muito que aprender com esse novo contingente de con-sumidores, mas a primeira lição é que inovar nunca foi tão im-portante para fazer a diferença. É hora de inovar e apostar nesse diferencial para não se arrepender depois.

“as prOJeções futuras sãO prOmissOras. até 2014, 115

milhões de BrasileirOs devem ascender à classe c. inOvar

nunca fOi tãO impOrtante para fazer a diferença.”

inovar é fazer a diferença rafael veras, GEREnTE DE RElAçõES PúBliCAS DA XERoX Do BRASil

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artigOs relaciOnadOs

Como, então, inovar, criando produtos e serviços que vão ao en-contro das necessidades percebidas ou desconhecidas dos clientes? A fórmula para essa questão é pensar sob a ótica deles.

É o que ensina o método norte-americano Design Thinking, que pode ser usado por companhias de pequeno, médio ou grande porte.

Desenvolvido pela Universidade Stanford, na Califórnia, a meto-dologia tem como objetivo principal pensar em produtos e serviços com a “cabeça” do consumidor, realizar imersão no seu contexto, gerar ideias, prototipar, testar a aceitação em campo de diversas pos-sibilidades e, a partir daí, propor soluções inovadoras e mais adequa-das aos reais desejos do usuário.

No Brasil, bancos, seguradoras, empresas de telecomunicações, de energia, estatais, indústrias, comércio e consultorias já estão tes-tando o Design Thinking na geração de soluções inovadoras para seus clientes.

Com a chegada das redes sociais e a inclusão digital pelo celular – hoje, no Brasil, são mais de 210 milhões de celulares –, o consumidor passou a expressar sua opinião para as pessoas do seu relacionamen-to, e qualquer comentário negativo tem uma repercussão enorme, manchando a imagem da empresa.

Observar esse comportamento e a relação dessas informa-ções com a empresa, monitorando esses meios de comunicação, é fundamental nos dias de hoje. Nesse contexto, o Design Thinking torna-se o método mais transparente de comunicação entre empresas e clientes.

Portanto, veremos, gradativamente, mais especialistas debaten-do esse conceito e acompanharemos como os consumidores estarão mais presentes nas etapas de criação, desenvolvimento e aprimora-mento de produtos e de serviços.

Acreditamos que inovação é o caminho para o desenvolvimento do Brasil. Inova, Brasil!

No futebol, quando o time está prestes a ser rebaixado, o lema é: “vencer ou

vencer”. No mercado globalizado, em que existem concorrência e competição, empre-sas líderes do seu segmento ou seguidoras se encontram em situação semelhante – só possuem duas opções para os seus negócios: inovar ou inovar.

As que investem constantemente em ino-vação lideram o seu mercado e conseguem se diferenciar de tal forma que os concorrentes têm muita dificuldade em alcançá-las. Um exemplo recente aconteceu entre a Apple e a HP no mercado de tablets.

A Apple, empresa considerada a mais inovadora do mundo (FastCo 2011), inovou e lançou o iPad, um sucesso absoluto de ven-das. A HP, por sua vez, líder no segmento de impressoras, mas seguidora em tablets, ten-tou lançar o produto HP TouchPad, mas não obteve sucesso e em menos de um mês sua produção foi descontinuada.

Muitas empresas que se posicionam como seguidoras optam por esperar o movimento da concorrência. O problema dessa estratégia é que, mais cedo ou mais tarde, as seguidoras têm de investir em inovação para alcançar o mesmo patamar de serviço ou produto das inovadoras, mas pode ser tarde. Então, por que não inovar logo de uma vez?

Entre as empresas que já despertaram para essa necessidade, o problema é que, tradicionalmente, elas se baseiam em banco de ideias, abordagem que vem se mostrando ineficiente na maioria das empresas devido à dificuldade de manter o interesse e a par-ticipação dos funcionários. Com isso, mui-tas ideias acabam abandonadas ou, quando implementadas, mostram-se descasadas das necessidades do cliente.

“cOmO inOvar, criandO prOdutOs e serviçOs que vãO aO encOntrO das necessidades

perceBidas Ou descOnhecidas dOs clientes? a respOsta é: pensar sOB a ótica deles. é O

que ensina O métOdO design thinking.”

design thinking: ferramenta essencial para inovação nos negóciosMaurício vianna, PARTnER/DiREToR DA MJV TECnoloGiA E inoVAção

que a cidade ganhasse, em dezembro passa-do, um centro de gerenciamento de informa-ções públicas de todo o município. O Centro de Operações Rio, localizado no bairro de Cidade Nova, interconecta informações de diversos órgãos públicos do município para melhorar a capacidade de resposta da Prefei-tura em relação a vários tipos de incidentes, como enchentes e deslizamentos.

O acordo entre IBM e Prefeitura também prevê o desenvolvimento de um pioneiro sistema de Previsão de Meteorologia de Alta Resolução, que pode prever chuvas fortes com até 48 horas de antecedência, solução até então inédita.

Nas cidades que implantaram soluções de gerenciamento de congestionamentos, o volume de tráfego durante os períodos de pico foi reduzido em até 18%, as emissões de CO2 caíram aproximadamente 14% e a opção pelo transporte público aumentou em cerca de 10%. Em um estudo com 439 ci-dades, aquelas que utilizaram soluções para reduzir congestionamentos, com implanta-ção de sensores, monitoramento e gestão do trânsito, tiveram os atrasos em viagens redu-zidos em mais de 700 mil horas por ano.

Em Nova York, a taxa de criminalidade caiu 27% com o uso de soluções de análise de informação em tempo real. A polícia po-lonesa aumentou os índices de apreensão em 66% após ter acesso remoto à base de dados da União Europeia. Em qualquer cidade, re-des informatizadas são capazes de gerenciar automaticamente a distribuição de eletrici-dade e reduzir o pico de demanda de energia em 15%. É um trabalho feito a muitas mãos, com esforço do poder público, das empresas privadas e também da população.

Precisamos reverter o cenário atual, em que mais de um quarto do PIB mundial está sendo dizimado pelas ineficiências dos sis-temas e de suas conexões. Hoje, com a tec-nologia, estamos prontos para atingir esse novo nível de desenvolvimento. É hora de utilizarmos essa força em prol não apenas do planeta, mas também de nós mesmos.

Os avanços tecnológicos são sempre pre-cursores de grandes progressos econô-

micos e sociais. Em seus 100 anos de vida, completados este ano, a IBM testemunhou e participou de vários desses progressos. Hoje, a tecnologia está mais que presente no dia a dia das pessoas, mas a boa notícia é que ela começa a chegar à administração pública, tornando mais inteligente o gerenciamento de uma cidade e, ao mesmo tempo, trazendo melhorias importantes à vida da população. Assim nascem as “cidades inteligentes”.

Mais da metade da população do plane-ta vive hoje nas cidades e a previsão é que a população urbana dobre de tamanho até a metade do século. Cada cidade é única, mas seus líderes enfrentam problemas similares – dos quais a maior parte demanda criati-vidade excepcional e inovação. Além disso, pressões econômicas reduzem a disponibili-dade de recursos necessários para que as ad-ministrações públicas ofereçam os melhores serviços. Assim, a competição global por re-cursos, energia e talentos exige que os líderes municipais façam mais com menos.

A ineficiência é um dos maiores entraves para o crescimento. Hoje, mais da metade dos alimentos produzidos no mundo não

chega ao consumidor porque acabam da-nificados durante o transporte, manuseio e armazenamento. Mais de 35% da água uti-lizada a cada ano na agricultura é perdida. Só nos Estados Unidos são desperdiçados aproximadamente 2,3 bilhões de barris de petróleo por ano por conta de congestio-namentos, volume que poderia satisfazer as necessidades de petróleo da Alemanha e da Holanda durante dois anos.

A energia elétrica desperdiçada no Bra-sil poderia atender 17 milhões de brasileiros por ano. Em São Paulo, o congestionamento do trânsito gera um custo anual de mais de R$ 18 bilhões para os cofres públicos.

A adoção da tecnologia pode ajudar a resolver esse quadro ao integrar dados de diversas entidades públicas e a antever pro-blemas como enchentes, congestionamentos e deslizamentos de terra, agilizando a toma-da de decisões. Já temos hoje condições de evitar desperdícios e aumentar a produtivi-dade com a aplicação da tecnologia e o uso de inteligência em sua gestão. A tecnologia é, claramente, um facilitador na proposição de ideias inovadoras.

No Rio de Janeiro, por exemplo, uma parceria entre a Prefeitura e a IBM permitiu

“a tecnOlOgia é um facilitadOr na prOpOsiçãO

de ideias inOvadOras e ações que aJudem a

cOnstruir um planeta cOm menOs desperdíciOs e mais

prOdutividade.”

urbes inteligentes respondem melhor aos desafios dos novos temposPedro alMeida, DiREToR DE CiDADES inTEliGEnTES DA iBM BRASil

cOnceitOs nOrteadOres dO design thinking:

a) Projeto centrado no usuário: produtos e serviços são projetados pensando no cliente, utilizando o seu feedback constantemente;

B) Experimentação e prototipação: um protótipo não serve apenas para validar uma ideia, mas é parte central no processo de inovação. Construímos para pensar e aprender;

c) Um viés de ação: apesar de derivar da palavra pensamento (thinking, em inglês), o método é prático. o objetivo é agir e construir o quanto antes;

d) Mostre, não fale: criar experiências e histórias, usando técnicas de visualização, são as chaves para o sucesso de um projeto inovador;

e) Poder da iteração: iterar várias vezes entre imersão, ideação e pro-totipação é o segredo para a construção de soluções inovadoras.

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Por Andréa Blum, de Houston

A Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham RJ-ES) realizou, nos dias 29 e 30 de agosto, em Houston, no Texas (EUA), a 9ª edição da Conferência Internacional Brazil

Energy and Power (BEP), que reuniu os principais atores do setor de energia e gás, com palestras de lideranças brasileiras do setor sobre petróleo, gás e pré-sal – com representações de empresas, órgãos públi-cos e instituições acadêmicas –, para apresentar ao mercado interna-cional as oportunidades e desafios da matriz energética brasileira.

A mensagem transmitida por todos os palestrantes foi unânime: o Rio de Janeiro atravessa um momento mágico para o setor, com des-cobertas, perspectivas, investimentos e incentivos espetaculares que se desdobrarão nos próximos anos. Para o presidente da Amcham Rio, Henrique Rzezinski, o Rio de Janeiro vive um momento de ouro, com pesquisas e investimentos em inovação e tecnologia que irão transfor-mar o setor e responder por um forte crescimento da economia.

O painel de abertura, intitulado “O setor de petróleo e gás bra-sileiro: destaque e oportunidades”, contou com a apresentação da diretora da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, que deu um panora-ma sobre a situação do setor e destacou o pré-sal como um novo paradigma, com expressivas perspectivas e oportunidades de negó-cios aos investidores, enfatizando ser o Brasil uma “janela de opor-tunidades” para investimentos.

O segundo painel, “Pré-sal: Estágios atuais dos projetos de desenvol-vimento e desafios tecnológicos”, contou com as apresentações do secre-tário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério de Ciência e Tecnologia, Ronaldo Mota, e do gerente de Planejamento do Pré-sal da Petrobras, Mauro Yuji Hayashi, com moderação da diretora de Comunicação da BG do Brasil, Maria Luiza Paiva Pereira Soares.

Segundo Mota, é preciso sensibilizar a comunidade científica para pensar em atender às demandas locais. “Sem ciência não há inovação, mas só a ciência não garante inovação”, enfatizou. Hayashi trouxe ao debate as perspectivas dessa recente fonte de energia, uma promessa, segundo ele, de desenvolvimento para o Brasil. “A produção de pré-sal não é mais um sonho. Já desenvolvemos tecnologia e consolidamos resul-tados extraordinários. Cerca de 90% das áreas de pré-sal no Brasil ainda não são exploradas. Há muito potencial para o Brasil”, disse Hayashi.

Em seguida, o diretor do Departamento de Gestão Estratégica do Ministério do Meio Ambiente, Volney Zanardi Júnior, trouxe a pers-pectiva do governo federal sobre os próximos desafios regulatórios no licenciamento ambiental para a exploração offshore de petróleo e gás.

No terceiro painel, “Novas tecnologias para a produção de petróleo e a realidade brasileira”, a gerente geral de Gás, Energia e Desenvolvimento Sustentável (Cenpes/Petrobras), Viviana Coelho; o diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe-UFRJ, professor Segen Farid Estefen; e o vice-

Brazil Energy and Power: matriz energética brasileira é tema de conferência em Houston

presidente de Desenvolvimento de Negócios da Cameron International, Mark Carter, abor-daram projetos inovadores que estão em pro-cesso de implementação no Brasil para o setor de petróleo e gás.

Para fechar o primeiro dia da conferência, o gerente de Combustíveis da General Electric, Jim DiCampli, e a gerente geral de Gás, Energia e Desenvolvimento Sustentável (Cenpes/Petrobras), Viviana Coelho, abordaram as contribuições das empresas em sustentabilida-de e responsabilidade social no painel “Sustentabilidade e Responsabilidade Social”.

O segundo dia de evento, 30 de agosto, começou com uma exposição do ministro conselheiro Ernesto Araújo, chefe do departa-mento de Desenvolvimento Econômico,

BEP

Da esq. para a dir., Ronaldo Mota, do Ministério de Ciência e Tecnologia, Maria Luiza Soares, da BG, e Mauro Yuji Hayashi, da Petrobras

A diretora da ANP, Magda Chambriard, na abertura do evento

Da esq. para a dir., Jim DiCampli, Ernesto Araújo, Maurício Guedes, Marcelo Haddad e Henrique Rzezinski

Energia e Meio Ambiente, que resumiu para a plateia os principais pontos que, segundo ele, fizeram do Brasil uma excelente aposta para o setor no cenário mundial. “O Brasil está fazen-do diferença por conta da visão e do desenvol-vimento científico e tecnológico, pela estabili-dade e eficiência econômicas e pela criação de empreendimentos, parques tecnológicos e postos de trabalho”, disse Araújo.

Para o painel de abertura “Conteúdo local: barreiras e oportunidades no mercado brasi-leiro” estiveram presentes o superintendente da Organização Nacional da Indústria do Petróleo, Bruno Musso; o coordenador de Conteúdo Local da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Marcelo Mafra Borges de Macedo; e o diretor

do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Roberto Zurli Machado. A mesa teve a mediação do sócio da PricewaterhouseCoopers, Marcos Donizete Panassol.

O segundo painel teve dois grandes expoentes do Rio de Janeiro em termos de inovação. O diretor do Parque Tecnológico da UFRJ, Maurício Guedes, e o diretor executivo da agência de investimentos do Rio de Janeiro, a Rio Negócios, Marcelo Haddad. Em “Rio de Janeiro: o hub do petróleo no Brasil” ficou evidente a pujança em termos de investimentos e presença de centros de pesquisa e desen-volvimento de grandes empresas na cidade, num espaço de facilitação entre universidade, poder público e empresas para o crescimento de todo o mercado. “Mais de 50 empresas já foram criadas na incuba-dora da Coppe-UFRJ, sendo que 40% destas estão no setor de óleo e gás. Mais empresas vão se instalar no site, como Backer Hughes, Halliburton, Valourec, Siemens, BG Group, EMC e GE Global Research Center, e estamos viabilizando um terreno para 2012, disse Guedes. Haddad apresentou o portfólio de ações estratégicas da Rio

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Negócios e destacou que a agência já atraiu, em pouco mais de um ano, mais de 260 empresas, trazendo para a cidade 1,2 bilhão de dólares em investimentos.

O terceiro painel do segundo dia de even-to, “Investimentos e oportunidades do setor de óleo e gás no governo do Rio Grande do Sul”, começou com a apresentação do presidente da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento, Marcus Coester, que, após apresentar o perfil e características do Estado ao público, majoritariamente com-posto por executivos norte-americanos do setor, reforçou a importância do RS como polo da indústria de exploração de petróleo offshore. “O Rio Grande do Sul é o segundo maior hub no Brasil em petróleo offshore, com estrutura de produção industrial, centros de produção e pesquisa e capacidade de com-petição, principalmente com o advento do pré-sal, prioridade número um para o desen-volvimento”, enfatizou. Em seguida, o coorde-nador do Comitê de Oléo e Gás da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), Oscar de Azevedo, fez uma exposição sobre as capacidades e a agenda do Estado, encorajando parcerias com empresas internacionais em busca de novos mercados e desenvolvimento de tecnologias.

Para encerrar o segundo e último dia da conferência, o coordenador executivo do Programa Nacional de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural da Petrobras, José Renato Ferreira de Almeida, apresentou o Prominp.

Para fechar, o presidente da Amcham Rio, Henrique Rzezinski, finalizou o evento dizen-do: “Esperamos que esse evento caminhe no sentido de avançar a agenda do Brasil em óleo e gás. Tenho uma forte convicção de que os pontos endereçados aqui, como conteúdo

local, tecnologia, inovação e responsabilidade social, são críticos para o sucesso do Brasil como uma opção sustentável e economica-mente competitiva de sucesso e por uma sociedade mais justa”, enfatizou.

O Brazil Energy and Power teve como patro-cinador ouro a BG do Brasil; patrocinadores prata a Atlantic Visa e a PricewaterhouseCoopers; patrocinadores bronze AECOM, MXM Sis-temas, Schlumberger e Wärtsila; como compa-nhia aérea oficial a American Airlines; o Apoio Institucional da Rio Negócios; e o Apoio de Mídia da Upstream.

SoBrE A BrAzil ENErgy ANd PowEr

A 9ª edição da conferência “Brazil energy and Power” é uma realização da Câmara de Comércio Americana do rio de Janeiro (Amcham rJ-es), em parceria com a Brazil-texas Chamber of Commerce, e aconteceu nos dias 29 e 30 de agosto de 2011, no Hilton Houston oak Post Hotel, em Houston, nos estados Unidos.

Volney Zanardi Júnior, Ricardo Peduzzi, Marcus Coester, Oscar de Azevedo e José Renato Ferreira de Almeida

Bruno Musso, da ONIT, Marcos Panassol, da PwC, e Marcelo Mafra, da ANP

da esq. para a dir., Mark Carter, da Cameron, Segen Farid Estefen, da Coppe-UFrJ, Jorge Alcaide, da wärtsilä, e Viviana Coelho, do Cenpes/Petrobras

BEP

Pratice Areas

Admin i s t ra t i ve , Regula t ion and Infras t ruc ture Law

Corporate Law

F inanc ia l and Capi ta l Market s

Compet i t ion Law

Energ y Law

Tax Law

Jud ic ia l and Admin i s t ra t i ve L i t iga t ion and Arb i t ra t ion

Contrac t s

Rea l E s ta te Law

Labor Law

Soc ia l Secur i t y Law

Env i ronmenta l Law

E lec t ion Law

Inte l lec tua l Proper t y

Internat iona l Law

áreas de atuação

Direito Administrat ivo, Regulação e Infraestrutura

Direito Societár io

Mercado Financeiro e de Capitais

Direito da Concorrência

Direito da Energia

Direito Tributár io

Contencioso Judicia l , Administrat ivo e Arbitragem

Contratos

Direito Imobil iár io

Direito do Trabalho

Direito Previdenciár io

Direito Ambiental

Direito E le itoral

Propriedade Inte lectual

Direito Internacional

Rua Dias Ferreira 190, 7º andar – Leblon – Rio de Janeiro – RJ – 22431-050Rua Sete de Setembro 99, 18º andar – Centro – Rio de Janeiro – RJ – 20050-005

T 55 21 3543.6100 – F 55 21 2507.0640 – clcmra.com.br

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diálogos

Muitos executivos e estudiosos das organizações concordam que as empresas passam por uma profunda crise de motivação e senti-

do para o trabalho. Atualmente, um dos dilemas mais relevantes na vida corporativa é a construção de vínculos de confiança nas relações de tra-balho que se traduzam em cooperação espontânea e motivação, tarefa que geralmente é atribuída aos líderes. Mas, antes de ser um dilema das empresas, esse é certamente um dilema da sociedade contemporânea.

Vivemos atualmente em uma sociedade mais individualista e egoísta, portanto, de vínculos mais frágeis (nas relações de trabalho, casamentos e amizades). A vida moderna propiciou maior independência, mas também isolamento social. Na esfera do mundo do trabalho, relações menos depen-dentes eliminaram os acordos bilaterais de lealdade e fidelidade eterna.

A perspectiva das relações de curto prazo ameaça o sentimento de responsabilidade em relação à tarefa e ao comprometimento efetivo com resultados coletivos e, consequentemente, reduz a possibilidade de se construir um padrão de excelência para a entrega de valor. Orga-nizações que conseguem criar um forte sentimento de pertencimento e significado para a execução das tarefas ordinárias adquirem um capital social, que é precondição fundamental para o surgimento de um dife-rencial competitivo.

O papel da liderança, portanto, não pode ser compreendido so-mente como uma qualidade pessoal ou como atributos de indivíduos específicos, mas como caminhos construídos coletivamente que abrem espaço para o novo. Ela pode ser criada pela excelência da governança de uma organização ou por meio da qualidade do pacto ético estabe-lecido entre as pessoas, com o qual se criam processos coerentes e bem estruturados, que, uma vez implementado por um corpo técnico com-petente, cria vínculos em que há forte percepção de justiça, significado, motivação para o trabalho e entusiasmo.

A percepção da relevância da liderança baseada em valores aumentou recentemen-te quando os danos da meritocracia finan-ceira que premia resultados de curto prazo, descomprometidos com a qualidade do trabalho e com a perenidade das empresas, se fizeram sentir em toda a sua força. Esse fato despertou a necessidade de se encontrar o elemento, o mecanis-mo ou o processo que constrói, que desperta virtudes e ressignifica o trabalho coletivo. A liderança baseada em valores é exatamente o elo perdido das organizações contemporâneas, que deparam com o vazio produzido pelas novas configurações sociais e uma economia baseada em demandas de curto prazo, quebra de confiança e pelo predomínio de trocas de interesses.

O líder que age baseado em valores é aquele que enxerga outras possibilidades e cria espaços de sentido, ética, realização e excelência em que a maioria das pessoas só enxerga espaços para pressão por resulta-dos e redução de custos. É o indivíduo que, dizendo não ao fatalismo, à complacência e ao pessimismo, encontra espaços para a mobilização das pessoas na construção das alternativas possíveis e necessárias.

liderança baseada em valores

Marco Tulio ZaniniEspecialista em Gestão Estratégica de Pessoas e Gestão de Ativos Intangíveis. Professor e coordenador do Mestrado Executivo em Gestão Empresarial da Fundação Getulio Vargas

“As eMpresAs pAssAM por uMA profundA

crise de MoTivAção e senTido pArA o TrAbAlho.”

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Com auditório da Bolsa do Rio lotado, a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham RJ-ES), por meio do Comitê de Marketing, e a Rio Negócios realizaram, em

julho, o evento “Copa 2014 e Olimpíadas 2016: uma década de opor-tunidades para o Rio de Janeiro” para discutir as oportunidades de negócios que serão motivadas pelos grandes eventos esportivos e movimentarão a cidade nos próximos anos.

Em formato de talk show, quatro importantes executivos liga-dos à realização dos jogos fizeram apresentações iniciais, que foram seguidas de perguntas do mediador e do público: o atual diretor internacional da agência de investimentos Rio Negócios e ex-CEO da Think London, agência de promoções de investimentos de Lon-dres e inspiração para a experiência carioca, Michael Charlton; a diretora comercial do Comitê Organizador Rio 2016, Maggie San-chez; o sócio e Líder Global para Cidades e Governo Local da Pri-cewaterhouseCoopers, Hazem Galal; e o diretor geral para Copa do Mundo FIFA 2014 e Olimpíadas 2016 da Coca-Cola Brasil, Michel Davidovich. O diretor executivo da Rio Negócios, Marcelo Haddad, mediou o debate.

Copa do Mundo e Jogos Olímpicos devem trazer ao Brasil R$ 53 bilhões em investimentos privados

Da esq. para a dir., Michel Davidovich, da Coca-Cola, Hazem Galal, da PwC, Michael Charlton, ex-CEO da Think London, Maggie Sanchez, da Rio 2016, e Marcelo Haddad, da Rio Negócios

news

Para Michael Charlton, as Olimpíadas de Londres foram um enorme catalisador para atrair e reter, de forma acelerada, investi-mentos para a cidade. “Queremos aproveitar os megaeventos, que são portas abertas em termos de oportunidades, para transformar o Rio de Janeiro em um centro internacional de negócios. O tra-balho da Rio Negócios é fazer com que os investidores percebam a oferta de chances que tomarão conta da cidade e facilitar o diálogo entre empresas e lideranças públicas”, disse. Sobre o legado para o Rio, Charlton destacou a importância da sustentabilidade. “Os in-vestimentos precisam sobreviver aos jogos. É preciso garantir que os postos de trabalho criados por conta dos eventos e as mudanças em infraestrutura e serviços sejam perenes”, afirmou.

Sob o ponto de vista do Comitê Organizador Rio 2016, a di-retora comercial, Maggie Sanchez, falou entusiasmada sobre os valores que pautam o planejamento da Rio 2016, destacando três elementos-chave para a realização dos jogos: amizade, respeito e excelência. Para os potenciais investidores, Maggie trouxe núme-ros que expressam a força dos jogos em termos de oportunidade. “Serão 44 campeonatos mundiais em 17 dias; 31 mil jornalistas, 200 mil voluntários, 11 mil atletas de mais de 200 países, 6,1 mil veículos de mídia transmitindo notícias para 21 países e uma ex-pectativa de vendas de 6,5 milhões de ingressos”, afirmou. “É o momento potencial para transformar marcas e negócios”, com-pletou a diretora.

Expoentes de empresas internacionais e órgãos responsáveis por megaeventos esportivos no Brasil debateram, em evento realizado pela Amcham Rio e a agência de investimentos Rio Negócios, oportunidades para as empresas e compartilharam experiências de outros países Por Andréa Blum

fotos Luciana areas

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50_Edição 271_set/out 2011 Edição 271_Brazilian Business_51

época dos Jogos Olímpicos – e já está se preparando para isso. A cor-poração pretende lançar uma nova linha de produtos, se reposicionar e se tornar uma paixão dos consumidores brasileiros.

Sobre o legado, Galal disse que os investimentos em mobilida-de urbana que estão sendo feitos no Rio de Janeiro e a instalação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) já serão legados para a população e também agregam valor à cidade, atraindo mais inves-timentos, negócios, turismo e talentos. Porém, é uma ocasião que, além de oportunidades, pode gerar casos críticos. “Se os projetos não forem gerenciados de maneira adequada e não cumprirem com os prazos de realização, eventos deste porte podem se tornar uma ame-aça à imagem da cidade e do País”, alertou.

Para o executivo da PwC, o desafio existe, mas não é impossível de ser cumprido. “Precisamos tomar medidas decisivas e rápidas, mas o Brasil tem condições de construir a infraestrutura necessá-ria e haverá investimentos para tal. A cidade de Barcelona recebeu 8 bilhões de dólares enquanto o Catar vai receber, em 2022, cerca de

70 bilhões de dólares, patamar similar ao que será vivenciado pelo Brasil, considerando Copa e Olimpíadas”, afirmou Galal.

Sobre outros eventos bem-sucedidos, Maggie Sanchez destacou a meta da Rio 2016. “Nossa inspiração é a experiência de Barcelo-na, que foi transformada pelos jogos, não apenas no turismo, mas também por ter se tornado uma referência para a área de negócios. Estamos nos planejando para garantir um legado duradouro para o Rio de Janeiro, mas será um esforço coletivo e dependente da par-ceria com empresas privadas e lideranças públicas para conseguir endereçar os investimentos e as melhores práticas”, afirmou.

Para ilustrar o ânimo dos brasileiros em receber as Olimpíadas, a executiva mostrou números de uma pesquisa realizada, em 2010, pelo Comitê Organizador Rio 2016, sobre a percepção dos morado-res da cidade. “75% da população do Rio de Janeiro acreditam que o impacto das Olimpíadas será positivo”.

Galal encerrou sua exposição destacando a importância do pro-jeto de longo prazo. “Esses eventos são uma etapa para transformar

a cidade e usá-la, posteriormente, como um piloto para o crescimen-to do País inteiro. É preciso aproveitar este momento em que todo mundo quer estar no Brasil e melhorar as condições para um legado sustentável”, disse.

Para Michael Charlton, que à época do evento tinha ingressado na Rio Negócios quatro meses antes, a agência tem total clareza da força de uma retomada de investimentos para a cidade e, por isso, seus executivos estão perseguindo essas contribuições para estrutu-rar a cidade.

A Coca-Cola acredita nesse potencial e está aumentando seus investimentos no País. Segundo Davidovich, entre 2010 e 2014, a multinacional pretende dedicar R$ 6 bilhões as suas operações no país, quase o dobro do volume aplicado no Brasil entre 2005 e 2009 – de R$ 3,5 bilhões. “O desafio agora é transformar intenção em ação para aprimorar a cidade e o País”, finalizou o executivo.

O evento teve o patrocínio da PwC e apoio do Mundo do Marke-ting, Casa da Criação e Bolsa do Rio.

O sócio e Líder Global para Cidades e Governo Local da PricewaterhouseCoopers, Hazem Galal, enfatizou que tais eventos es-portivos devem fazer parte de um plano de desenvolvimento econômico e social sus-tentável de longo prazo. “Não adianta sim-plesmente tentar fazer um esforço para me-lhorar a imagem e a infraestrutura da cidade sem encaixar esses eventos numa abordagem mais abrangente para o seu desenvolvimen-to sustentável”, disse. “Todos os problemas do município não serão resolvidos em cin-co anos. Precisamos pensar num plano que permita ao Rio de Janeiro vislumbrar cresci-mento em longo prazo”, afirmou.

Segundo dados de um estudo da PwC, encomendado pela Rio Negócios e divulga-do durante o evento, o Rio de Janeiro deve receber, segundo Galal, R$ 53,2 bilhões em investimentos privados ligados à Copa do Mundo de 2014 e aos Jogos Olímpicos de 2016, volume superior aos recursos mo-vimentados por outras cidades-sedes de eventos esportivos, e gerar mais de 90 mil empregos. “Temos que usar esses eventos esportivos para dar um salto em alguns seto-res da economia brasileira que estão muito atrasados, como infraestrutura, e temos a chance de redefinir setores como o turismo”, acrescentou. “Nossa projeção é que o Brasil ocupe, em 2030, a quinta posição no PIB mundial”, enfatizou Galal.

Um dos patrocinadores mais antigos das Olimpíadas, a Coca-Cola, esteve representada no evento pelo diretor geral para a Copa do Mundo FIFA 2014 e Olimpíadas 2016 da Co-ca-Cola Brasil, Michel Davidovich. Ele enfati-zou o potencial de valorização da marca ao se aliar a esses eventos. “A marca que conseguir estar nesses eventos certamente vai conquis-tar uma presença de longo prazo nos corações e mentes dos consumidores”, enfatizou.

Para Maggie, muitas multinacionais já com operações no Brasil estão entusiasma-das com as possibilidades futuras e já têm planos de aumentar seus investimentos no País. Em termos de retorno, ela afirmou que as empresas entendem que introduzir um novo projeto ou produto na época dos jo-gos é uma oportunidade potencial. “É uma chance extraordinária para investidores ex-porem suas marcas e atingir seus consumi-dores mundialmente”, destacou.

Ela trouxe um exemplo de uma empresa, cujo nome não foi revelado, que disse ter pla-nos de realizar três ações ligadas à marca na

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“Os invEstiMEntOs pRECisaM sOBREvivER

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MEntEs dOs COnsuMidOREs”, Michel davidovich

O fuTuRO EM NúMEROS

o rio de Janeiro deve receber r$ 53 bilhões em investimentos pri-vados ligados à copa do Mundo de 2014 e aos Jogos olímpicos de 2016, volume superior aos recursos movimentados por outras cidades-sedes de eventos esportivos, e gerar mais de 90 mil empregos. os dados fazem parte do estudo da Pwc, divulgado durante o evento e encomendado pela rio negócios. a agência já atraiu, em pouco mais de um ano, mais de 260 empresas, trazendo para a cidade 1,2 bilhão de dólares em investimentos, com a geração de 2,5 mil empregos até 2015.

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Para ajudar a implantar no Brasil o Regime Tributário de Transi-ção (RTT), uma nova ordem contábil aprovada em 2008 e ins-

pirada em normas internacionais, foi aprovada a medida provisória 449, que garante a neutralidade fiscal, movimento que criou uma alta expectativa nas empresas. Apesar dos esforços dos órgãos públi-cos em tornar a mudança fácil, a preocupação com os ajustes fiscais e contábeis ainda gera muitas dúvidas e controvérsias.

O assunto foi tema do evento “Tax Friday: o real alcance na neutralidade fiscal”, realizado pelo Comitê de Assuntos Jurídicos da Amcham Rio, que teve como palestrante o sócio da KPMG, Roberto Haddad, ao lado de dois debatedores, o coordenador geral de Fisca-lização da Receita Federal, Ricardo de Souza Moreira; e o professor emérito da FEA/USP, Eliseu Martins; e, como moderador, um dos diretores da Câmara, Manuel Fernandes de Souza.

“O impacto é significativo, porque, no Brasil, contábil e fiscal andam juntos, ao contrário de outros países. É [a mudança] mais relevante no sistema tributário brasileiro das últimas três décadas”, disse, referindo-se ao descolamento entre a apuração fiscal e a apu-ração contábil.

Ricardo Moreira explicou como se deu o processo: “A ordem era criar a neutralidade em dois dias, o que era impossível. O regime de transição foi uma estratégia para que todos pudessem se adaptar”, des-tacou o coordenador geral da Receita Federal. “Não queremos criar mais um imposto, mas um cenário de mudança para atingirmos uma adap-tação tranquila ao modelo internacional de tributação”, explicou.

Segundo Haddad, três pontos são pri-mordiais para entender as controvérsias: ágio, juros sobre capital próprio e depreciação. “As mudanças contábeis são muito significativas e os impactos fiscais também podem ser, mes-mo com a existência de uma norma geral que busca a neutralidade. Em termos práticos, a

Transição para a neutralidade fiscal

neutralidade pode não ser tão neutra assim e é necessário um conhecimento profundo das novas regras contábeis para uma boa avalia-ção dos impactos fiscais”, expôs Haddad.

O professor Eliseu Martins se posicionou favorável às medidas cautelosas da Receita em facilitar a aplicação da nova lei: “É lógico que há divergências, mas temos que aplaudir a Receita Federal por essa mudança de com-portamento no sentido de garantir a neutra-lidade”. No entanto, Martins criticou o pro-cesso. “A nova norma contábil não tem como ter efeito fiscal imediato. Tudo o que foi feito para garantir adaptabilidade às empresas ain-da vai gerar problemas no futuro”, sentenciou. O evento teve o patrocínio da Dannemann Siemsen Advogados.

Roberto Haddad, sócio da KPMG e palestrante do evento

Um dos debatedores, o professor da FEA/USP Eliseu Martins

Como as mudanças recentes no sistema tributário brasileiro impactam as empresas

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paísEs”, disse Haddad

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54_Edição 271_set/out 2011

Quando as etapas produtivas de um negócio passam a ser interligadas e todo e qualquer processo consegue ser monitorado por gestores

e funcionários, o resultado final não pode ser diferente: faturamento maior e custos menores. Esse é o objetivo de uma ferramenta largamen-te utilizada por empresas de diferentes setores no mundo inteiro.

Trata-se do Business Process Management (BPM), que de tão necessário virou tema do seminário “Business Process Management: agilidade e diferencial nos negócios”, promovido pela Amcham Rio, em parceria com a IBM, Lumina, HabberTec e V&B Officeware, em agos-to, no centro do Rio.

Para debater o tema, foram convidados o gerente de vendas de software WebSphere da IBM, James Zisblat; o delegado regional da Association of Business Process Management Professionals do Brasil (ABPMP Brasil), Luiz Antonio Ramos Pereira; o sócio-diretor da HabberTec, Leonardo Vieiralves Azevedo; o BPM Specialist da Lumina, Luiz Fernando Cossi; e o diretor-geral da V&B Officeware, Alexandre Melo.

James Zisblat, da IBM, abriu o ciclo de palestras apresentando o sistema de Gestão de Processos de Negócios (em inglês, Business Process Management) da companhia, que, segundo ele, ajuda as orga-nizações a otimizar o desempenho de seus negócios através da desco-berta, documentação, automatização e melhoria contínua de seus processos. “O resultado é a eficiência operacional e a queda nos custos dos processos”, afirmou.

Zisblat disse ainda que todos os segmentos de negócio estão aptos a adotar o sistema BPM em suas operações, mas o foco ainda está direcionado às instituições financeiras: “Os bancos ainda são nossos

maiores demandantes, mas novos setores começam a entender a importância da moni-toração e automatização dos seus próprios processos, como o segmento educacional”, disse o executivo.

Em seguida, Luiz Antonio Ramos Pereira, da ABPMP, Brasil fez uma exposição sobre o panorama das certificações profissionais para

aplicação de BPM, afirmando que o Brasil tem capacidade para ser a maior potência mundial em gestão de processos de negócios. “Para isso, precisamos de profissionais qualificados”, disse.

Leonardo Vieiralves Azevedo, da HabberTec, trouxe para o semi-nário a perspectiva da colaboração durante a execução e adoção da plataforma BPM nas corporações. Para ele, realizar o processo em con-junto com todas as áreas atingidas pela automação dos processos ajuda a melhorar o resultado final.

Dentro da temática da colaboração, Luiz Fernando Cossi, BPM Specialist da Lumina, mostrou como é possível adotar melhores práti-cas para obter maior retorno do investimento empregado na adoção do BPM. Segundo ele, a área de Tecnologia da Informação deve estar integrada ao desenvolvimento do processo, já que, segundo ele, meta-de das oportunidades de negócio passa pela tecnologia.

Melhoria de processos ajudam empresas a lucrar

“Não iMplaNtEM BpM sE Não for para rEduzir tEMpo

dE produção E auMENtar rEcEita”, disse Melo

Fechando o ciclo, Alexandre Melo, dire-tor-geral da V&B Officeware, trouxe cases de sucesso após a adoção do BPM em corpora-ções atendidas pela sua empresa, como o da Telefônica, que melhorou seus processos a partir da plataforma e conseguiu reduzir em 30% o número de reclamações de seus clientes corporativos. “Não implantem BPM se não for para reduzir tempo de produção, aumen-tar receita da empresa e se não houver algum gestor com poder decisório para ‘bancar’ o sistema. Não vai valer a pena”, sentenciou.

James Zisblat, gerente de vendas de software WebSphere da IBM.

Especialistas em BPM defendem adoção do sistema como forma de reduzir custos e ganhar agilidade nos procedimentos empresariais

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O Comitê de Assuntos Jurídicos da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro realizou, em agosto, o Tax Friday “Drawback

Integrado. Incentivos, mudanças e desafios”, no centro do Rio. O vice-chairman do Comitê, Richard Edward Dotoli, abriu o en-

contro, que teve como palestrantes Cláudio Colnago, da Oil & Gas Law Alliance, e João Taveira, da Ernst & Young Terco, e como debatedor o subsecretário de Receita da Fazenda do Estado do Rio de Janeiro, Ri-cardo Pinheiro.

Colnago defendeu uma legislação que prime pelo produto nacional, com isenção de tributação, para garantir ao fabricante nacional operar no mercado internacional com mais competitividade. “É preciso valo-rizar a atividade do exportador para haver uma paridade de armas, sem exportação de tributos”, defendeu.

Taveira, por sua vez, disse ser o momento de rever a questão da tri-butação à mercadoria local, com uma reformulação na legislação que beneficie o insumo local, ampliando assim a margem de investimentos e desenvolvimento das empresas, com impacto direto na economia do País e na geração de novos empregos. “O momento atual do Brasil é bastante favorável, com novos investimentos e novas plantas de empre-sas se instalando no País”, destacou. “Mas é preciso rever os tributos e seu controle, pois o Brasil é um dos poucos países com um aparato de controle fiscal tão rígido”, disse.

Drawback Integrado, desafios e incentivos à economia local

O subsecretário de Receita da Fazenda do Esta-do, Ricardo Pinheiro, contribuiu com a mediação ao dizer não ser exclusivo do Rio tais dificuldades e necessidades de readaptação, já que, segundo ele, o regime de tributação do governo estadual reflete o mecanismo do governo federal.

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Page 31: Brazilian Business - 271

58_Edição 271_set/out 2011

O presidente do Tribunal de Justiça do Es-tado do Rio de Janeiro, o desembargador

Manoel Alberto Rebêlo dos Santos, falou sobre as perspectivas para o Judiciário fluminense durante um almoço organizado pela Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro, em agosto, no Salão Nobre da Bolsa do Rio. Com uma plateia bastante qualificada, o presidente apresentou sua visão e perspectiva para o ór-gão, tendo como foco a modernização da infra-estrutura e de processos para garantir, segundo ele, mais qualidade de atendimento à popula-ção. Para Rebêlo, o tradicional modelo de ges-tão administrativa do serviço público não mais satisfaz as complexas exigências da sociedade moderna. “Até 2015, todos os processos serão virtuais. Isso significa economia de tempo e es-paço”. A meta é ter processos compartilhados entre juízes do Estado, distribuindo-os para se-rem julgados por disponibilidade, e não por ju-risdição. “Isso só pode trazer benefício a todos, dando mais agilidade ao sistema”, defendeu.

O executivo Carlos Augusto Lira Aguiar, ex-presidente da Fibria Celulose, foi

homenageado pela diretoria da Câmara de Comércio Americana do Espírito Santo, em um almoço-palestra, promovido pela insti-tuição, em agosto, no Cerimonial Itamaraty. O executivo se prepara para ingressar como membro do Conselho de Administração da empresa. Com a presença do vice-governa-dor do Estado, Givaldo Vieira, e empresários de diversos segmentos na plateia, Aguiar fa-lou sobre a infância no Ceará até chegar ao Espírito Santo e comandar a Fibria Celulo-se. Aguiar é engenheiro químico e iniciou sua carreira no setor de celulose e papel em 1970. Em 1981, começou na Aracruz Celulo-se, tendo assumido, em 1998, como CEO da companhia. Após a fusão da empresa com a Votorantim Celulose e Papel, em 2009, assu-miu a presidência da Fibria Celulose, onde se aposentou em julho de 2011. O evento teve o patrocínio de Fortes Engenharia, Vix Logística e Portocel.

Presidente do TJ fala sobre perspectivas do Judiciário

Amcham ES homenageia Carlos Augusto Lira Aguiar, ex-presidente da Fibria Celulose

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O homenageado Carlos Augusto Lira Aguiar (quarto da direita para a esquerda) com parte da diretoria da Amcham-ES

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Page 32: Brazilian Business - 271

60_Edição 271_set/out 2011 Edição 271_Brazilian Business_61

A. Repsold Assessoria e Marketing(LIDE RIO - Grupo de Líderes Empresariais do Est. do Rio de Janeiro)Andréia Repsold - Diretora ExecutivaRua Visconde de Pirajá, 407, s/902 - Ipanema22410-003 Rio de Janeiro, RJTel: (21) 2113-0492/ 0493 [email protected]

MyGuidance Agente Autônomo de Investimentos Ltda. (Guidance)Fernando Augusto B. Rodrigues - Sócio DiretorPraia de Botafogo, 501, Torre Corcovado/2º - Botafogo22250-040 Rio de Janeiro, RJTel: (21) 2546-9843 [email protected]

Business Partners Recrutamento e Seleção Ltda. (Business Partners Consulting)Marcos Schmitz - Diretor Regional RJ/ ESAv. das Américas, 3500, s/605 Condomínio Le Monde - Barra da Tijuca22640-120 Rio de Janeiro, RJTel: (21) 3282-5610 www.businesspartners.com.br

Naibert Consultoria Empresarial Ltda.(Rosa Naibert Projetos e Consultoria)Nelson Terres Naibert - Diretor PresidenteAv. Marechal Câmara, 160, conj. 1002/03 - Centro20020-907 Rio de Janeiro, RJTel: (21) 2240-3904 [email protected]

Distribuidora de Equipamentos Médicos Hospitalares Vipmed Ltda. (VIPMED LTDA.)Janaina Amorim Amaral - Sócia AdministradoraRua Siqueira Campos, 143, Bl. E, s/1037 - Copacabana22031-071 Rio de Janeiro, RJTel: (32) 3084-5036/ (21) 8503-3221 Fax: (32) 3232-3138vendas@distribuidoravipmed.com.brwww.distribuidoravipmed.com.br

Engenet Soluções Integradas Ltda.Hermano Nascimento Gomes - GerenteRua Visconde de Inhaúma, 38, s/702 - Centro20091-007 Rio de Janeiro, RJTel: (21) 2103-9001 [email protected]

por dentro da cÂmara

G-Comex Óleo e Gás Ltda.Carlos Eduardo Paes Leme - CEORua Victor Civita, 66, Bl. 5/ 3º - Barra da Tijuca22775-044 Rio de Janeiro, RJTel: (21) [email protected]

GLBL Brasil Oleodutos e Serviços Ltda.(Global Industries)Francesco Santoro - Diretor ExecutivoAv. das Américas, 3434, Bl.2, s/406 - Barra da Tijuca22640-102 Rio de Janeiro, RJTel: (21) 3431-1120 [email protected]

Robert Half Assessoria em Recursos Humanos Ltda.William Monteath – Gerente, Rio de JaneiroPraia de Botafogo, 440/ 3º22250-040 Rio de Janeiro, RJTel: (21) [email protected]

Lobo & de Rizzo Sociedade de Advogados(Lobo & de Rizzo Advogados)Adriana Astuto - Sócia - Contencioso & ArbitragemRua Lauro Müller, 116/ 43º, s/4301 - Botafogo22290-906 Rio de Janeiro, RJTel: (21) 3299-7100 Fax: (21) [email protected]

Esporte Interativo(Topsports Ventures S.A.)Edgar do Valle Chagas Diniz - PresidenteRua Visconde de Ouro Preto, 75 - Botafogo22250-180 Rio de Janeiro, RJTel: (21) 2103-7700 Fax: (21) 2103-7701www.esporteinterativo.com.br

MXM Sistemas e Serviços de Informática S/A.Maurício Tavares Felgueiras - DiretorRua do Carmo, 71/ 10º - Centro20011-020 Rio de Janeiro, RJTel: (21) 3233-2300 Fax: (21) 3233-2300www.mxm.com.br

Novos Sócios

Page 33: Brazilian Business - 271

62_Edição 271_set/out 2011

André Luiz Gomes de OliveiraGerente Sucursal Rio de JaneiroChubb do Brasil Cia. de Seguros

Antenor Barros LealPresidente Associação Comercial do Rio de Janeiro(ACRJ)

Arnaud Pierre Monchy Diretor FinanceiroCGG do Brasil Participações Ltda.(CGGVeritas)

Byron Alexander ChurchGerente Geral MI Swaco do Brasil Comércio, Serviços e Mineração Ltda.

Carlos VivasSócioDeloitte Touche Tohmatsu Auditores Independentes

Cícero Venício Barreto de SouzaDiretor ComercialOmint Serviços de Saúde Ltda.

Claudio Alves dos SantosDiretorTOTVS Rio de Janeiro

Daniela ChristovãoGerente de Comunicação CorporativaCosan Lubrificantes e Especialidades S.A. (MOBIL)

David ZylbersztajnEngenheiro

Ernesto Carneiro Rodrigues DiretorCDN Comunicação Corporativa Ltda.(CDN - Companhia de Notícias)

Oil States Industries do Brasil Instalações Marítimas Ltda.Marcio Robles - Diretor de Vendas e Desenvolvimento de Negócios Claudia Monte - Engenheira de Vendas SeniorRua J 1, nº 205 - Novo Cavaleiros27930-490 Macaé, RJTel: (22) 2763-4300 Fax: (22) [email protected]

Radix Engenharia e Desenvolvimento de Software Ltda. (Radix Engenharia e Software)Luiz Eduardo Ganem Rubião - PresidenteAv. Nilo Peçanha, 11, s/704/705 - Centro20020-100 Rio de Janeiro, RJTel: (21) 3722-0198 Fax: (21) [email protected]

X-Com Tecnologias em Comunicação Convergente Ltda.(TELMART)Adriana Lima - Diretora ExecutivaAndré Ceciliano - Diretor ExecutivoRua Primeiro de Março, 23/ 22º - Centro20010-000 Rio de Janeiro, RJTel: (21) 2111-8300 Fax: (21) 2111-8303www.telmart.com.br

alteração no Quadro de associados

Fabio Lins de Castro PresidentePrudential do Brasil Seguros de Vida S.A.

Fábio Martins de AndradeSócio DiretorAndrade Advogados Associados

Gabriel Viégas NetoSuperintendenteItaú Unibanco S.A.

Guillermo QuinteroPresidenteBP Energy do Brasil Ltda.

João Alfredo de Noronha Viegas Diretor de Marketing e de Meio AmbienteConcremat Engenharia e Tecnologia S. A.

Josh RundleSuperintendenteSociedade de Nossa Senhora da Misericórdia(Our Lady of Mercy School)

Leduvy de Pina Gouvêa Filho Diretor GeralQueiroz Galvão Óleo e Gás S.A.

Luiz Affonso Otero JuniorSócio DiretorEstúdios Mega Ltda.

Luiz Claudio Salles CristofaroSócioChediak, Lopes da Costa, Cristofaro, Menezes Côrtes, Rennó, Aragão - Advogados(Chediak Advogados)

Luiz Fernando PintoVice-Presidente de OperaçõesPrudential do Brasil Seguros de Vida S.A.

Marcelo SoaresDiretor GeralComercial Fonográfica RGE Ltda.(RGE)

Michael H. SeidnerPresidenteExxonMobil Química Ltda.

Murilo FerreiraPresidenteVALE S/A.

Nelson GomesPresidenteCosan Lubrificantes e Especialidades S.A. (MOBIL)

Filial espÍrito santo

António DiogoDiretor GeralChocolates Garoto S.A.

Érik Fabian CunhaDiretor ComercialCEPEMAR Serviços de Consultoria em Meio Ambiente Ltda.

Marcelo S. CastelliCEOFibria Celulose S.A.

Marcos GuerraPresidenteFINDES

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COMITÊ EXECUTIVO

PRESIDENTE Henrique Rzezinski _ Vice-presidente de Assuntos Corporativos, BG E&P do Brasil Ltda

1º. VICE-PRESIDENTE Fabio Lins de Castro _Presidente, Prudential do Brasil Seguros de Vida S.A.

2º VICE-PRESIDENTE Pedro Paulo Pereira de Almeida _ Diretor IBM Setor Industrial e Diretor Regional, IBM Brasil Indústria, Máquinas e Serviços Ltda.

3º. VICE-PRESIDENTE Rafael Sampaio da Motta _ CEO, Case Benefícios e Seguros

DIRETOR SECRETÁRIO Steve Solot _ Presidente & CEO, LATC - Latin American Training Center

DIRETOR TESOUREIRO Manuel Domingues e Pinho _ Domingues e Pinho Contadores

CONSELHEIRO JURÍDICO Julian Fonseca Peña Chediak _ Sócio, Chediak Advogados

EX-PRESIDENTES Robson Goulart Barreto, Sidney Levy e João César Lima

PRESIDENTES DE HONRA Mauro Vieira _ Embaixador do Brasil nos EUA Thomas Shannon _ Embaixador dos EUA no Brasil

DIRETORES

Benedicto Barbosa da Silva Junior _ Diretor Presidente, Odebrecht Infraestrutura

Carlos Henrique Moreira _ Presidente do Conselho, EMBRATEL

Cassio Zandoná _ Superintendente, Amil - Assistência Médica Internacional

David Zylbersztajn _ Engenheiro

Eduardo de Albuquerque Mayer _ Private Banker, Banco Citibank

Fabio Lins de Castro _ Presidente, Prudential do Brasil Seguros

Fernando José Cunha _ Gerente Executivo para América, Africa e Eurásia - Diretoria Internacional, Petrobras

Guillermo Quintero _ Presidente, BP Brasil Limitada

Henrique Rzezinski _ Vice Presidente de Assuntos Corporativos, BG E&P do Brasil

Humberto E. Cesar Mota _ Presidente, Dufry do Brasil

Italo Mazzoni da Silva _ Presidente, IBEU

Ivan Luiz Gontijo Junior _ Diretor Gerente, Jurídico e Secretaria Geral, Bradesco Seguros

Julian Fonseca Peña Chediak _ Sócio, Chediak Advogados

Luiz Ildefonso Simões Lopes _ Presidente, Brookfield Brasil

Manuel Domingues e Pinho _ Presidente, Domingues e Pinho Contadores

Manuel Fernandes R. de Sousa _ Sócio, KPMG

Mauricio Vianna _ Diretor, MJV Tecnologia Ltda.

Michael Seidner _ Presidente, ExxonMobil Química Ltda.

Ney Acyr Rodrigues de Oliveira _ Vice-presidente Embratel Leste Nordeste e Sul, EMBRATEL

Patricia Pradal _ Diretora de Desenvolvimento de Negócios e Relações Governamentais, Chevron Brasil Petróleo Ltda.

Pedro Paulo Pereira de Almeida _ Diretor IBM Setor Industrial e Diretor Regional, IBM Brasil

Petronio Ribeiro Gomes Nogueira _ Sócio Diretor, Accenture do Brasil

Rafael Sampaio da Motta _ CEO, Case Benefícios e Seguros

Roberto Castello Branco _ Diretor de Relações com Investidores, VALE S/A

Roberto Furian Ardenghy _ Diretor de Assuntos Corporativos, BG E&P do Brasil Ltda.

Roberto Prisco Paraíso Ramos _ Diretor Presidente, Odebrecht Óleo e Gás Ltda.

Rodrigo Tostes Solon de Pontes _ Diretor Financeiro, ThyssenKrupp CSA Siderúrgica do Atlântico Ltda.

Rogério Rocha Ribeiro _ VP Sênior e Diretor de Área América Latina e Caribe, GlaxoSmithKline Brasil

Steve Solot _ Presidente & CEO, LATC - Latin American Training Center

Yoram Levanon _ Presidente, Xerox Comércio e Indústria Ltda.

DIRETORES EX-OFÍCIO

Andres Cristian Nacht | Carlos Augusto C. Salles | Carlos Henrique de Carvalho Fróes | Gabriella Icaza | Gilberto Duarte Prado | Gilson Freitas de Souza | Ivan Ferreira Garcia | João César Lima | Joel Korn | José Luiz Silveira Miranda | Luiz Fernando Teixeira Pinto | Omar Carneiro da Cunha | Peter Dirk Siemsen | Raoul Henri Grossmann | Robson Goulart Barreto | Ronaldo Camargo Veirano | Rubens Branco da Silva | Sidney Levy

PRESIDENTES DE COMITÊS

Assuntos Jurídicos Julian Chediak

Cultura, Negócios e Turismo Alícia Perez

Energia Roberto Furian Ardenghy

Logística e Infraestrutura Valdir Dall’Orto

Marketing Noel De Simone

Meio Ambiente Luiz Pimenta

Propriedade Intelectual Steve Solot

Recursos Humanos Estratégicos Claudia Danienne Marchi

Relações Governamentais: João César Lima

Responsabilidade Social Empresarial Silvina Ramal

Saúde Gilberto Ururahy

Seguros, Resseguros e Previdência Luiz Wancelotti

Tecnologia da Informação e Comunicação Álvaro Cysneiros

ADMINISTRAÇÃO DA AMCHAM RJ

Diretor-superintendente Helio Blak

Gerente Administrativo Victor C.S. Teixeira

Gerente de Comunicação Andréa Blum

Gerente Comercial e Marketing Felipe Levi

Gerente de Comitês e Eventos João Marcelo Oliveira

DIRETORIA AMCHAM ESPÍRITO SANTO

PRESIDENTE Otacílio José Coser Filho _ Membro do Conselho de Administração, Coimex Empreendimentos e Participações Ltda

VICE-PRESIDENTE Maurício Max _ Diretor do Departamento de Pelotização, Vale

DIRETORES

António Diogo _ Diretor Geral, Chocolates Garoto

Bruno Moreira Giestas _ Diretor Comercial Mercado Externo, Realcafe Solúvel do Brasil

Carlos Fernando Lindenberg Netto _ Diretor Geral, Rede Gazeta

João Carlos Pedroza da Fonseca _ Superintendente, Rede Tribuna

Marcos Guerra _ Presidente, FINDES

Márcio Brotto Barros _ Sócio, Bergi Advocacia – Sociedade de Advogados

Paulo Ricardo Pereira da Silveira _ Gerente geral industrial, Fibria Celulose

Simone Chieppe Moura _ Diretora Geral, Metropolitana Transportes e Serviços

Ricardo Vescovi Aragão _ Diretor de Operações e Sustentabilidade, Samarco Mineração

Rodrigo Loureiro Martins _ Advogado – Sócio Principal, Advocacia Rodrigo Loureiro Martins

Victor Affonso Biasutti Pignaton _ Diretor, Centro Educacional Leonardo da Vinci

Negócios Internacionais Marcilio Rodrigues Machado

Relações Governamentais Maria Alice Paoliello Lindenberg

ADMINISTRAÇÃO DA AMCHAM ES

Diretor Executivo Clóvis Vieira

Coordenadora de Associados Keyla Corrêa

LINHA DIRETA COM A CÂMARA DE COMÉRCIO AMERICANAAdministração e Finanças: Victor Cezar Teixeira (21) 3213-9208 | [email protected]

Comercial e Marketing: Felipe Levi (21) 3213-9226 | [email protected]

Comitês e Eventos: João Marcelo Oliveira (21) 3213-9230 | [email protected]

Comunicação e Publicações: Andréa Blum (21) 3213-9240 | [email protected]

Espírito Santo: Keyla Corrêa (27) 3324-8681 | [email protected]

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