22
1 Dimensionamento ótimo de ligações semirrígidas de pórticos de aço – modelo “Pórtico Auxiliar” Gines Arturo Santos Falcón ¹ Pascual Martí Montrull ² Resumo Apresenta-se uma metodologia para dimensionamento ótimo de ligações semirrígidas de pórticos de aço utilizando-se o modelo que chamamos de "Pórtico Auxiliar" que considera a rotação dos pilares no cálculo da Faixa de Rigidez Viável da ligação (FRV). A partir do conceito clássico de “Linha da Viga” o “Pórtico Auxiliar” define limites mínimos e máximos admissíveis para a rigidez rotacional das ligações, em função das propriedades mecânicas das vigas e colunas e dos Estados Limites Últimos e de Utilização da estrutura. No dimensionamento de pórticos de aço o "Pórtico Auxiliar" possibilita o uso de técnicas de otimização multinível ou de programação paralela. Na otimização multinível, a otimização a nível local utilizando o "Pórtico Auxiliar" permite a otimização da ligação de forma isolada do resto da estrutura, aqui são definidos os perfis estruturais ótimos de acordo com o momento solicitante e a FRV definidos previamente. Enquanto que, no nível de otimização global da estrutura são utilizados soluções obtidas na otimização local. Assim, o projeto estrutural resulta computacionalmente mais eficiente, uma vez que os tamanhos dos problemas de otimização global e local são reduzidos. Foram utilizados os programas: Rango_Kini_RC para cálculo da Faixa de Rigidezes Viável considerando a rotação dos pilares; o programa CalcUS_MC para cálculo do momento fletor resistente e da rigidez inicial da ligação pelo Método dos Componentes do Eurocode 3; e, o programa DO_ENR para automatizar o processo de projeto ótimo. Os resultados iniciais obtidos mostram o grande potencial desta metodologia. Palavras-chave: Projeto de pórticos de aço; Ligações semirrígidas; Otimização estrutural; Ligações viga-coluna. ¹ Prof. Gines Arturo Santos Falcón, , Laboratório de Engenharia Civil, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, RJ, Brasil ² Prof. Pascual Martí Montrull, Grupo de Optimización Estructural (GOE/UPCT), Universidad Politécnica de Cartagena, Cartagena, España. ________________________________ * Contribuição técnica ao Construmetal 2014 02 a 04 de setembro de 2014, São Paulo, SP, Brasil. Congresso Latino-Americano da Construção Metálica

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  • 1

    Dimensionamento timo de ligaes semirrgidas de prticos de ao modelo Prtico Auxiliar

    Gines Arturo Santos Falcn Pascual Mart Montrull

    Resumo Apresenta-se uma metodologia para dimensionamento timo de ligaes semirrgidas de prticos de ao utilizando-se o modelo que chamamos de "Prtico Auxiliar" que considera a rotao dos pilares no clculo da Faixa de Rigidez Vivel da ligao (FRV). A partir do conceito clssico de Linha da Viga o Prtico Auxiliar define limites mnimos e mximos admissveis para a rigidez rotacional das ligaes, em funo das propriedades mecnicas das vigas e colunas e dos Estados Limites ltimos e de Utilizao da estrutura. No dimensionamento de prticos de ao o "Prtico Auxiliar" possibilita o uso de tcnicas de otimizao multinvel ou de programao paralela. Na otimizao multinvel, a otimizao a nvel local utilizando o "Prtico Auxiliar" permite a otimizao da ligao de forma isolada do resto da estrutura, aqui so definidos os perfis estruturais timos de acordo com o momento solicitante e a FRV definidos previamente. Enquanto que, no nvel de otimizao global da estrutura so utilizados solues obtidas na otimizao local. Assim, o projeto estrutural resulta computacionalmente mais eficiente, uma vez que os tamanhos dos problemas de otimizao global e local so reduzidos. Foram utilizados os programas: Rango_Kini_RC para clculo da Faixa de Rigidezes Vivel considerando a rotao dos pilares; o programa CalcUS_MC para clculo do momento fletor resistente e da rigidez inicial da ligao pelo Mtodo dos Componentes do Eurocode 3; e, o programa DO_ENR para automatizar o processo de projeto timo. Os resultados iniciais obtidos mostram o grande potencial desta metodologia.

    Palavras-chave: Projeto de prticos de ao; Ligaes semirrgidas; Otimizao estrutural; Ligaes viga-coluna.

    Prof. Gines Arturo Santos Falcn,, Laboratrio de Engenharia Civil, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, RJ, Brasil

    Prof. Pascual Mart Montrull, Grupo de Optimizacin Estructural (GOE/UPCT), Universidad Politcnica de Cartagena, Cartagena, Espaa.

    ________________________________

    * Contribuio tcnica ao Construmetal 2014 02 a 04 de setembro de 2014, So Paulo, SP, Brasil.

    Congresso Latino-Americano da Construo Metlica

  • 2

    1 INTRODUO

    A

    anlise convencional de prticos de

    ao considera

    duas

    situaes

    ideais opostas

    para

    modelagem das ligaes viga-coluna de acordo com a

    capacidade de transferir momento e de

    rigidez rotacional ou giro relativo entre as barras. O modelo com

    ligaes rgidas tem

    continuidade rotacional perfeita, ou seja, o ngulo relativo entre os elementos estruturais

    permanece o mesmo aps o carregamento da estrutura, havendo transferncia

    total

    de

    momento entre as barras. No modelo com ligaes rotuladas no h continuidade rotacional,

    consequentemente no h transferncia de momentos.

    No entanto, as

    ligaes

    reais

    sempre

    tem certo grau

    de rigidez

    rotacional e de resistncia

    flexo

    que geram um comportamento

    intermdio entre os dois extremos

    tericos

    citados.

    A escolha do modelo das ligaes para a anlise

    estrutural

    influencia significativamente o

    comportamento da estrutura principalmente

    em relao

    distribuio

    de esforos internos

    na

    estrutura.

    No dimensionamento timo de prticos de ao

    - usualmente baseadas na minimizao do

    peso estrutural -

    as ligaes representam apenas uma pequena parcela do peso da estrutura e

    desta forma considerada apenas de forma aproximada. No entanto, observa-se que as

    ligaes tem um alto custo de fabricao devido aos detalhes de fabricao necessrios. O

    custo das ligaes depende diretamente

    do seu grau de

    rigidez rotacional.

    O Mtodo dos Componentes

    publicado pelo Eurocode 3

    EN-1993 parte 1-8: Projeto de

    Estruturas de Ao - Projeto de Ligaes

    (EN 1993-1-8:2005) [1]

    fruto de diversos

    trabalhos

    pioneiros tais como: Yee e Melchers [3], Jaspart [4], Faella et al.

    [5], Goverdhan [6],

    entre

    outros. O mtodo consiste em identificar na ligao

    viga-coluna os diferentes elementos

    mecnicos que o compem e calcular a

    rigidez rotacional e o momento resistente

    de cada um

    desses componentes e, por fim, calcular a rigidez rotacional (kj,ini)

    e o momento resistente

    da

    ligao (Mj,Rd).

    No

    Brasil, a norma brasileira para construo em ao, a

    NBR8800:2008

    [2]

    publicada em

    outubro de 2008,

    no tem normativa especifica para dimensionamento de ligaes

    semirrgidas e sugere que, em ausncia de norma brasileira aplicvel,

    normas estrangeiras

    sejam utilizadas.

    Para dimensionamento de ligaes viga-coluna de prticos contraventados, Faella et al. [5]

    propem uma metodologia que relaciona propriedades mecnicas importantes como rigidez

    rotacional e resistncia a flexo da ligao

    e desenvolveram uma metodologia que define

    limites de rigidez e resistncia admissveis. O

    estudo explora

    a relao entre rigidez rotacional

    e momentos fletores das ligaes. So apresentados

    formulaes e grficos dos

    momentos

    fletores positivos e momentos fletores negativos que atuam na ligao e na viga. No entanto,

  • 3

    este estudo no considera o efeito da rotao dos pilares de apoio, ou seja, considera

    ligaes

    com apoios infinitamente rgidos.

    No presente estudo, a partir do Captulo 8 do livro de Faella et al. [5]

    e do modelo clssico da

    Linha de Viga se prope o

    modelo que chamamos de Prtico Auxiliar (PA)

    que calcula a

    Faixa de Rigidezes Vivel (FRV) considerando

    a

    rotao

    dos pilares no clculo

    do estado limite

    ltimo (ELU) e do estado limite de servio (ELS). Neste artigo, mostra-se a viabilidade

    prtica

    deste modelo, inicialmente para o caso das vigas biapoiadas, em seguida para

    prticos de um

    vo e um pavimento e, finalmente, para o caso de prticos planos de um vo

    e de vrios

    pavimentos.

    No dimensionamento timo de prticos de ao o PA possibilita o uso de tcnicas de otimizao

    multinvel ou de programao paralela. Na otimizao multinvel, a otimizao a nvel local

    utilizando o PA permite a otimizao da ligao de forma isolada

    do resto da estrutura,

    neste

    nvel so definidos os perfis estruturais timos de acordo com o momento

    fletor e

    a

    faixa de

    rigidezes admissveis

    na ligao. Enquanto que, no nvel de otimizao

    global da estrutura so

    utilizados as solues obtidas na otimizao local. Assim, o projeto estrutural resulta

    computacionalmente mais eficiente, uma vez que os tamanhos dos problemas de otimizao

    global e local so reduzidos.

    2 MATERIAIS E MTODOS

    O estudo iniciou-se com uma ampla reviso bibliogrfica relativa ao dimensionamento

    timo

    de ligaes semirrgidas. Dado o grande nmero de publicaes encontradas, com particular

    nfase foram revisados a norma

    Eurocode [1]

    e as publicaes de

    Guardiola [7],

    Daz [8],

    Faella

    et al. [5] e [9] e Daz et al. [10].

    Neste artigo, mostra-se a importncia da considerao da Faixa de Rigidezes Vivel

    no projeto

    timo de ligaes semirrgidas. Assim, prope-se o modelo Prtico Auxiliar que possibilita o

    clculo da FRV da ligao atravs da avaliao do estado limite ltimo (ELU) e do estado limite

    de servio da estrutura (ELS).

    Parte significativa de esta pesquisa foi dedicada ao desenvolvimento

    e atualizao de

    programas computacionais no ambiente computacional MATLAB: Rango_Kini_RC

    para clculo

    da FRV da ligao com a considerao da rotao dos pilares; CalcUS_MC

    para

    clculo do

    momento fletor resistente (Mj,Rd) e da rigidez inicial de ligaes semirrgidas (Kj,ini). A FRV

    calculada utilizando os dois programas aqui citados.

    Foi definido um esquema computacional para acesso automtico ao banco de dados de

    perfis

    estruturais da ARCELOR MITTAL.

    Para sua validao os programas foram extensivamente

    testados utilizando-se diferentes combinaes de perfis estruturais e os resultados foram

    comparados com resultados obtidos em softwares comercias como ROBOT, CoP

    e Power

    Connect - programas comerciais que seguem o Mtodo dos Componentes do

    Eurocode

    3

    -.

  • 4

    A ligao viga-pilar parafusada

    com chapa de topo estendida sem enrijecedores

    foi adotada

    para implementao das aplicaes dos programas aqui desenvolvidos. Este tipo de ligao

    muito utilizado principalmente nas pesquisas tericas e experimentais disponveis na literatura

    - apresenta diversos comportamentos rotacionais em funo dos perfis viga-coluna, espessura

    da chapa de topo e

    dimetro e posicionamento dos parafusos

    -.

    Na Tabela (1)

    apresentam-se

    os dados gerais a serem utilizados em todas as aplicaes

    apresentadas neste trabalho. Visando comparao de resultados os dados so os mesmos de

    Faella et al. [5].

    Tabela 1. Dados das aplicaes

    Cargas permanentes

    qg = 28,5

    [kN/m]

    Cargas vivas (sobrecargas)

    qk = 19,5 [kN/m]

    Carga total ELS qt_ELS

    = 1,00

    qg

    + 1,00 qk

    [kN/m]

    Carga total ELU

    qt_ELU = 1,35

    qg

    + 1,50 qk

    [kN/m]

    Coeficiente parcial de resistncia

    gM0 = 1,0

    [-]

    Comprimento da viga

    Lb = 7.000

    [mm]

    Flecha mxima admissvel para cargas

    vivas (Eurocode 3)

    fl = Lb/350

    [-]

    Flecha mxima admissvel para carga

    total (Eurocode 3)

    ft = Lb/250

    [-]

    Material

    ao S235

    Tenso de fluncia do material

    fy = 235

    [N/mm2]

    Mdulo de Elasticidade E

    = 210

    e+3

    [N/mm2]

    Outra etapa importante do estudo

    se refere ao desenvolvimento de um novo modelo para

    anlise local de prticos planos de ao chamado "Prtico Auxiliar" (em adiante PA).

    O modelo

    consiste numa estrutura auxiliar simples, formada por uma viga e seus pilares de apoio. Em

    funo das condies de contorno aplicadas, este representa um setor qualquer do prtico. O

    comprimento dos pilares definido considerando a posio do PA no prtico global. O

    modelo

    possibilita uma melhor compreenso do comportamento mecnico da estrutura,

    facilitando a

    avaliao do estado limite ltimo e do estado limite de utilizao da estrutura.

    Em particular,

    este modelo foi utilizado para avaliao da influencia da rotao dos pilares no clculo das

    caractersticas mecnicas da ligao semirrgida e, tambm, para verificao dos estados

    limites do prtico. Foi estudada

    a viabilidade

    prtica de este modelo, inicialmente para

    prticos de um vo e um pavimento e, posteriormente, para o caso geral de prticos planos de

    vrios vos

    e de vrios pavimentos. Os resultados obtidos mostram a boa preciso e grande

    potencial deste modelo.

    Para desenvolvimento dos cdigos computacionais visando

    o dimensionamento timo da

    ligao semirrgida foram utilizados os programas CalcUS_MC [11]

    e DO_ENR

    [12]

    para anlise

  • 5

    e projeto, respectivamente. Os resultados obtidos para o caso de

    ligaes parafusadas com

    chapa de topo mostram o grande potencial desta metodologia.

    3 RESULTADOS E DISCUSSO

    Os resultados da presente pesquisa so apresentados em duas etapas: inicialmente o modelo clssico da Linha da Viga

    que no considera a rotao dos pilares e em seguida o novo

    modelo que se prope com a considerao do giro dos pilares. Os modelos so aplicados a uma viga bi apoiada e ao prtico de um vo e vrios pavimentos.

    3.1 Comportamento de uma viga com ligaes

    semirrgidas

    Na Figura (2) tem-se

    uma viga bi apoiada de

    um vo, com carga vertical uniformemente

    distribuda e ligaes semirrgidas. Um modelo frequentemente

    utilizado para

    anlise deste

    problema baseia-se no conceito de Linha da Viga, Faella et al. [5].

    A Linha da Viga representa a relao

    entre

    giro

    da seo

    e

    momento fletor atuante

    em

    funo da rigidez rotacional da ligao.

    Na Figura (3)

    mostra-se

    a Linha da Viga

    com os

    momentos na seo de

    apoio e na

    seo no meio

    do vo

    em funo da rotao da ligao.

    A Linha da Viga inicia

    com

    momento

    no apoio de

    , com

    ,

    para o

    caso de apoio engastado

    e rotao nula.

    medida que a rigidez do apoio

    relaxada o

    momento diminui at atingir o valor nulo, que

    teoricamente ocorre quando a rotao

    no apoio

    mxima, , com

    .

    A Equao (1)

    expressa

    variao do momento no

    apoio em funo da

    rotacional da ligao.

    ,

    (1)

    o momento no apoio da viga; q a carga vertical uniformemente distribuda;

    o

    momento de engaste; Ib o momento de inrcia da viga; Lb o comprimento

    do vo; a

    rotao da seo da viga; a rotao da viga para o caso de apoio articulado.

    Por outro lado, o momento no meio do vo

    da viga, ,

    para o

    caso do

    apoio

    engastado

    . A

    partir desse valor

    aumenta

    de acordo com a relaxao da rigidez da

    ligao at atingir seu valor mximo que ocorre para o caso de ligao articulada, .

    A Equao (2) expressa a variao do momento fletor em funo

    da rigidez rotacional da

    ligao.

    (2)

    Na Figura (1) mostra-se

    a curva no linear MomentoRotao

    de uma

    ligao semirrgida e

    a

    Linha da Viga que indica

    os momentos que atuam no apoio da viga.

    Observa-se que M*

    o

  • 6

    momento que equilibra os esforos internos no apoio da viga e

    na ligao, portanto, M*

    o

    momento com que a ligao trabalha.

    O momento mximo no

    meio do

    vo da viga a diferencia entre o momento mximo

    para o

    caso de viga articulada, , menos o momento que atua no apoio ou ligao, M*:

    (3)

    Figura 1. Curva Momento-rotao da

    ligao e linha da viga

    Figura 2. Viga com ligaes semirrgidas

    Na

    Figura (3)

    a reta descendente representa o momento que atua no apoio ou ligao;

    enquanto que,

    a reta

    ascendente

    o momento no

    meio do vo da viga.

    As linhas horizontais

    representam valores constantes da relao

    , sendo

    (relao entre momento

    resistente da viga candidato perfil candidato a soluo e o momento solicitante mximo para o

    caso de ligao rotulada).

    Figura 3. Linha da Viga

    - Momentos no apoio

    M- e no vo central M+

    Figura 4. Faixa de Rigidezes da Ligao

    Observa-se que

    ligaes de

    vigas com

    no tem resistncia suficiente no apoio e no

    servem para o projeto. Viga

    com

    a

    menor

    viga que

    pode ser utilizada

    no projeto com

    ligao semirrgida; neste caso o momento

    fletor

    no apoio e no meio

    do

    vo so iguais

    e

    a

    distribuio de momentos entre a

    viga e

    os apoios

    tima, porem a FRV

    nula. Perfis com

  • 7

    podem ser utilizados levando em conta os limites de rigidez rotacional mnimo

    e mximo (FRV). E, perfis com

    apenas precisam do

    limite inferior, o

    limite superior

    corresponde ao caso de engaste perfeito, que o caso em que a

    ligao trabalha com sua

    rigidez mxima.

    Na Figura (4), a

    maneira de exemplo,

    representam-se

    duas possibilidades de soluo para o

    projeto da ligao semirrgida. A

    viga com resistncia

    na faixa e

    FRV

    igual

    a [

    ], e viga com resistncia

    , , e FRV

    igual a [

    ]. A escolha entre estas solues, em geral, depende de critrios econmicos.

    Observa-se

    que no caso de prticos as vigas se apoiam nos pilares e consequentemente

    podem ter algum grau de rotao. Destaca-se, tambm, que o conhecimento antecipado da

    FRV seria de grande utilidade para o projeto de ligaes semirrgidas.

    Na anlise

    de prticos,

    segundo o

    Eurocode

    3,

    para

    deve-se utilizar a

    rigidez

    secante da ligao ( ). No caso contrario, a rigidez inicial da

    ligao

    ( ) deve ser utilizada.

    Em geral, o primeiro caso citado corresponde ao ELU, enquanto

    que o

    segundo caso

    corresponde ao

    ELS. A

    relao mais frequentemente utilizada entre ambas as rigidezes

    . Lembrando que a rigidez inicial da ligao proporcional a inclinao do trecho

    elstico da curva Momento-Rotao da ligao.

    Normalizando em relao rigidez da viga por unidade de comprimento

    se tem:

    (6)

    Lb o

    comprimento

    da viga; Ib

    o momento de inrcia da viga; E

    o modulo de elasticidade do

    material.

    De acordo com Faella et al. [5], a Faixa de Rigidezes Vivel de uma

    Ligao Semirrgida

    pode

    ser definida em funo de quatro condies mecnicas que a ligao

    e a viga devem respeitar:

    1)

    Condio de resistncia da viga no vo

    - ELU:

    ( )

    (7)

    Em funo de

    :

    ( )

    (8)

    2)

    Condio de resistncia da viga no apoio

    - ELU:

    ( )

    (9)

    Em funo de

    :

    (10)

  • 8

    3)

    Condio de servio para cargas vivas - ELS:

    ( )

    ( )

    (10)

    Fazendo:

    (12)

    (12)

    4)

    Condio de servio para carga total - ELS:

    ( )

    ( )

    (13)

    Fazendo:

    (14)

    a flecha devido as cargas vivas para ELS;

    a flecha devido a carga total de servio para

    ELS; a flecha admissvel

    obtida na norma.

    Observa-se que nas condies (3)

    e (4)

    sendo condies de ELS corresponderia utilizar

    (a

    rigidez inicial), no entanto

    foi utilizada

    (a rigidez secante)

    apenas com o intuito de

    uniformizar as magnitudes numricas nas quatro condies acima.

    Observa-se que todas as equaes apresentadas anteriormente no consideram a rotao dos

    pilares.

    3.3 Aplicaes do modelo sem

    considerar a rotao da coluna

    Foi implementado em MATLAB [13] o programa Rango_Kini

    para clculo das

    Equaes

    (7) a

    (14) e obteno

    da FRV da ligao. Os resultados obtidos esto apresentados

    na Tabela

    (2).

    Em seguida, os resultados obtidos foram verificados

    com

    o Software

    comercial

    Autodesk Robot

    Structural Analysis Professional

    (em adiante ROBOT)

    [14].

    3.3.1

    Viga de um vo com ligaes semirrgidas

    Na Tabela (2) apresentam-se as FRV

    obtidas para

    o

    problema

    da Tabela (1) para o

    catalogo de

    perfis IPE da ARCELOR MITTAL.

    Tabela 2

    Faixa de Rigidez Secante Admissvel da ligao

    Perfil

    FRV

    IPE 360

    0,58

    3,32

    14,08

  • 9

    IPE 400

    0,75

    1,21

    IPE 450

    0,98

    0,08

    IPE 500

    1,26

    0,0

    Os perfis inferiores ao perfil

    IPE

    360 no foram considerados devido a que esses perfis

    tem

    e no satisfazem

    as condies de ELU ou ELS do EUROCODE 3. Os perfis IPE

    400 e

    IPE450 tem resistncia suficiente para trabalharem ate com rigidez mxima correspondente a

    apoios engastados ou com rigidez rotacional mnima de 1,21 ou 0,08, respectivamente;

    enquanto que o perfil IPE 500 com

    pode funcionar tanto com apoio engastado quanto

    com apoio rotulado.

    Os resultados de

    e

    da Tabela 2

    foram verificados atravs de anlises

    estruturais realizados utilizando o programa ROBOT. A maneira de exemplo apresentam-se

    resultados correspondentes ao perfil IPE

    360.

    Estado

    Limite

    ELU

    ELS

    (carga

    de

    servio

    total)

    ELS

    (cargas

    vivas)

    Figura 7. Faixa de Rigidezes

    obtidos atravs do ROBOT, Perfil IPE

    360

    Na Figura (7) observa-se

    que a FRV

    satisfaz

    as condies de

    ELU

    e ELS. Observa-se tambm que

    o momento Mb,Rd

    =237,5 kNm atingido no apoio

    com rigidez secante mnima,

  • 10

    ; e, no meio do vo com rigidez mxima, . Portanto, a

    rigidez secante

    mnima e a rigidez secante mxima satisfazem as condies do ELU. Em

    relao ao

    ELS,

    observa-se que as flechas mximas tanto para o caso de cargas vivas quanto para carga de

    servio total se encontram abaixo dos valores limites especificados pelo Eurocode

    3,

    satisfazendo estas condies.

    Desta forma, conclui-se

    que a FRV

    calculada pelo

    modelo de

    Faella et al. [5]

    satisfaz

    as

    condies de resistncia e rigidez para os estados limites de utilizao e de servio. No

    entanto, se observa que, para obter solues

    satisfatrias

    foi

    necessrio considerar

    apoios

    com rigidez infinita.

    3.3.2 Aplicao - Prtico 1V4P

    Para aplicao do modelo Linha da Viga num prtico

    real

    foi implementado o prtico plano

    1V4P em ROBOT. Este

    prtico tem um

    vo

    e quatro pavimentos; com perfis

    IPE

    360 para as

    vigas e perfil HEB 180 para as colunas, todos em

    ao S235.

    Estado Limite de Utilizao

    Estado Limite de Servio

    Figura 8. Anlise Prtico 1V4P Vigas IPE

    360 com relaxao

    Os valores da FRV calculadas anteriormente em MATLAB

    foram aplicados ao prtico atravs da

    opo de relaxao das ligaes

    que o

    programa ROBOT

    possui.

    Para verificao dos

    momentos mximos no vo central as ligaes viga-coluna foram relaxadas com

    valores da

    rigidez secante mnima de

    (16.227 kNm/rad).

    Na Figura (8)

    observa-se,

    claramente, que todos

    os momentos no vo central superam significativamente o valor de

    resistncia mxima da viga,

    que

    de 239,5 kNm. Tambm, no

    ELS, as

    flechas

    mximas

    para

    carga total em todos os pavimentos superam o valor limite admissvel de 28 mm.

  • 11

    Para verificao dos momentos mximos no apoio as ligaes viga-coluna foram relaxadas com

    valores de rigidez secante mxima de 68.721 kNm/rad, Figura (9).

    Novamente, observa-se que todos

    os momentos no vo central superam

    o valor de resistncia

    mxima da viga (MRd= 239,5 kNm para perfil IPE 360).

    Tambm, a

    flecha mxima para ELS para

    carga total tambm supera o valor limite admissvel (fadm= 28 mm).

    Os resultados obtidos confirmam que o modelo Linha da Viga apresentado em Faella et al.

    [5] vlido apenas para o caso de apoios

    com rigidez infinita. Devido

    significativa

    rotao

    dos pilares pode-se concluir que os resultados do Captulo 8 de Faella et al.

    [5]

    no

    esto

    corretos.

    Estado Limite de Utilizao

    Estado Limite de Servio

    Figura 9. Prtico 1V4P, Vigas IPE

    360,

    ligaes com

    3.4 Rigidez da ligao considerando a rotao dos pilares

    Na Figura (10) representa-se

    o modelo PA

    que se prope

    neste estudo. Inicialmente o modelo

    considera ligao semirrgida, cargas verticais

    uniformemente distribudas

    e simetria

    geomtrica da estrutura.

  • 12

    Para o clculo da rotao dos pilares so considerados

    os momentos atuantes em duas sees

    representativas da ligao: na seo i

    localizada na

    interface coluna-ligao

    e

    na seo

    i

    localizada na interface ligao-viga. Desta forma,

    a rotao da

    coluna;

    a rotao da

    ligao; e,

    o

    momento

    deve-se

    carga vertical suportada pela

    viga.

    Do modelo de Linha da Viga, Equao (1), tem-se:

    , ou , (15)

    a rotao total da ligao

    inclui a rotao do pilar;

    a rigidez da viga;

    o momento de engaste perfeito.

    Considerando-se a rotao da coluna e

    a rotao da

    viga, a rotao total da

    ligao :

    (16)

    Os momentos fletores nas sees e

    so:

    e

    a rigidez das colunas que concorrem

    ligao; a rigidez inicial ou a rigidez

    secante

    da ligao (de acordo com o nvel de solicitao atuante).

    Figura 10. Modelo prtico auxiliar

    Pelo equilbrio de momentos nas sees i e i

    tem-se:

    e

    Desta forma a rotao total da ligao

    :

    ( ) (17)

    De (15) e (17), fazendo:

    e

    tem-se:

  • 13

    (

    )

    (18)

    Desta forma a rotao da seo i

    da coluna

    includa no clculo da

    resposta mecnica da

    ligao. A

    Equao (18)

    possibilita o clculo do momento que atua na ligao em funo das

    rigidezes da viga e da coluna.

    A seguir so apresentadas as condies da Linha da

    Viga

    propostas em Faella et al. [5],

    de

    esta vez incluindo a rotao da coluna:

    1) Condio de resistncia

    da viga no centro do vo

    ELU:

    ( )

    Da Equao (2)

    tem-se

    que o momento

    no vo central da viga :

    ( ) ( ) (19)

    No ELU o momento mximo no vo da viga deve satisfazer a condio

    com

    , obtm-se:

    ( )

    ( )

    (20)

    Normalizando em relao a

    tem-se:

    ( )

    ( ) (21)

    2)

    Condio de resistncia da viga no apoio

    ELU:

    ( )

    Da Equao (18), considerando o ELU

    o momento mximo no apoio da viga deve satisfazer a

    condio com

    obtm-se:

    (

    ) (23)

    Normalizando em relao a

    (

    ) (24)

    No ELS, para

    clculo das flechas considerando a rotao dos pilares e utilizando a

    tcnica de

    superposio de efeitos. Considera-se

    que a flecha total da viga

    resultado de dois efeitos:

    uma parcela devido carga vertical distribuda com apoios articulados, Figura (11a), e uma

  • 14

    outra parcela de flecha devido aos momentos externos

    MA

    e MB

    aplicado

    nos apoios da viga,

    Figura (11b).

    Figura 11a. Viga articulada com carga

    distribuda

    Figura 11b. Viga articulada com momentos

    concentrados nos apoios

    (25)

    a flecha da viga com apoios articulados

    devido carga vertical

    distribuda; a

    flecha devido a os momentos

    externos

    MA e MB

    aplicados

    nos apoios.

    A

    equao

    geral para clculo da flecha da

    viga articulada

    com momentos concentrados

    aplicados nas extremidades :

    ( ) [

    (

    )] (26)

    Para: e , tem-se:

    (

    )

    (

    )

    (

    )

    (

    )

    (27)

    A flecha total mxima no centro do vo :

    (

    )

    (

    )

    (28)

    3)

    Condio de servio para cargas vivas

    ELS:

    ( )

    A

    rigidez mnima considerando ELS, para cargas vivas, ql, :

    ( )

    (30)

    4)

    Condio de servio para carga total - ELS:

    ( )

    A rigidez mnima considerando ELS para carga total, qt

    ( )

    (31)

  • 15

    No ELS o momento de engaste para cargas vivas

    e

    o momento de engaste para

    carga total.

    3.4.2 Aplicaes considerando a rotao dos pilares

    Na Figura (10) foi definido

    o modelo

    do

    PA

    representativo de um

    setor qualquer

    de um

    prtico

    de vrios vos e varias plantas.

    As

    alturas

    das colunas do PA

    so

    definidas

    em funo dos

    pontos de inflexo dos momentos fletores

    das colunas do prtico

    global.

    Os

    dados do PA

    esto

    na Tabela

    (1).

    Para o prtico auxiliar de um pavimento intermdio se considera: hcs = hci

    = Hc/2

    = 3.500 mm.

    De forma anloga para representao do Pavimento Superior as alturas contribuintes das

    colunas so: hci

    = Hc/2, enquanto

    que

    no caso do Pavimento Inferior so:

    hcs

    = Hc/2 e

    hci

    = 2/3

    Hc.

    No caso do prtico auxiliar, a rigidez total das colunas se calcula considerando a contribuio

    de todas as barras da ligao, Equao (32).

    (32)

    nc

    o nmero de barras que concorrem ligao; hc a altura contribuinte

    da coluna.

    Foi implementado o programa Rango_Kini_RC em

    MATLAB

    para clculo da

    Faixa de Rigidezes

    de ligaes semirrgidas

    considerando a rotao

    das colunas.

    Foram realizadas diversas

    verificaes para validao do modelo e

    dos cdigos computacionais desenvolvidos. Os

    resultados do PA intermdio

    formado

    pela coluna de perfil HE

    180 B e viga IPE

    360, de ao

    S325, so apresentados na Tabela (3).

    Tabela 3. Resultados PA intermdio Coluna:HE

    180

    B Viga:IPE

    360

    Momento resistente da viga

    Rigidez da Coluna

    Rigidez da viga

    Rigidez mnima da ligao

    Mb,Rd = 239,47 [kNm]

    Kc = 27.583,20 [kNm/rad]

    Kviga

    = 9.762,00 [kNm/rad]

    Kj = 39.415,10 [kNm/rad]

    Para validao dos

    resultados da Tabela (3)

    foi realizado anlise estrutural com relaxamento

    das ligaes semirrgidas no

    ROBOT. Os resultados obtidos esto mostrados

    na Figura (14).

  • 16

    Figura 14. Prtico para Planta Intermedia: viga IPE 360 e coluna HE

    180

    B

    Na Figura (14) se observa que

    os resultados da anlise estrutural coincidem com

    os resultados

    da

    Tabela (3) obtidos pelo programa Rango_Kini_RC. Para a rigidez mnima da

    ligao,

    K,sec,min=

    9.762,00 kNm/rad, como esperado foi

    obtido

    o momento resistente da viga,

    Mb,Rd = 239,46 kNm.

    Tabela 4a. Clculo da rigidez da ligao e giro da coluna em MATLAB

    K_viga K_coluna K_j

    (Union) Rot_col Rot_viga Rot_tot

    9762,00 27583,20 39415,10 0,006191 0,004332 0,010523

    Foram calculados em MATLAB

    a rotao da coluna e da

    ligao semirrgida e

    em

    seguida

    verificados em ROBOT. Os resultados esto

    na Tabela

    (4a)

    e Tabela

    (4b), respectivamente.

    Na Tabela

    (4b)

    confirma-se

    atravs da anlise em ROBOT o resultado obtido em MATLAB

    para

    a rotao da coluna igual a rads.

    Tabela 4b. Verificao do clculo da rotao da coluna em ROBOT

    Na Tabela (5) mostram-se os resultados obtidos

    em ROBOT

    em relao ao elemento 18 e os

    ns 20 e 25

    que pertencem mesma ligao. Os resultados em ROBOT

    confirmam os

    resultados mostrados na Tabela

    4a.

  • 17

    Tabela 5. Verificao da rotao da coluna

    a) Verificao da rigidez mnima da ligao

    - Ksec,min

    = 39.415 kNm/rad

    Figura 15. Verificao da rigidez mnima da

    ligao semirrgida, Ksec,min - ELU

    Figura 16. Verificao da rigidez mnima da

    ligao semirrgida, Ksec,min - ELS

    b) Verificao da rigidez mxima da ligao semirrgida com Ksec,max = 68,721 kNm/rad

    Nas Figuras (15) e (16)

    so

    mostrados os

    resultados

    obtidos

    para avaliao da rigidez mnima,

    Ksec,min = 39.415 kNm/rad

    da ligao

    semirrgida. Observa-se

    que no ELU a viga atinge

    o valor

    do momento mximo resistente no centro do vo, MEd= 239,37 kNm, e que o valor da

    flecha

    mxima de 21,9 se encontra abaixo do valor

    admissvel,

    fadm

    =

    28

    mm.

  • 18

    Figura 17. Verificao da rigidez mxima da

    ligao semirrgida, Ksec,max - ELU

    Figura 18. Verificao da rigidez mxima da

    ligao semirrgida, Ksec,max - ELS

    Nas Figuras (17) e (18)

    mostram-se os

    resultados para avaliao

    da rigidez mxima da ligao

    se observa que no ELU a viga no consegue atingir o valor do momento mximo resistente no

    apoio, MEd= -182,9 kNm. No entanto, no ELS a flecha mxima de 20,3 no vo central esta

    abaixo dos limites admissveis.

    3.4.2 Prtico 1V4P - soluo considerando a FRV

    e rotao da coluna

    Os

    resultados obtidos

    para o Prtico 1V4P,

    considerando a FRV

    com rotao da coluna,

    confirmam que a melhor soluo possvel

    utilizando

    Colunas

    HE

    400

    B

    e Vigas

    IPE

    360. A

    seguir so mostrados os resultados do PA

    para os trs

    nveis do prtico: Pavimento

    superior,

    intermdio e inferior.

    a) Verificao funo Rango_Kini_RC_Plantas Planta Superior

    Coluna: HE 400 B

    Viga: IPE 360

    FRV da ligao:

    Sj,sec,min = 18.114,7 [kNm/rad]

    Sj,sec,max = 122.996,6 [kNm/rad]

    Figura 19 - Verificao funo Rango_Kini_RC_Plantas

    Planta Superior

  • 19

    b) Verificao funo Rango_Kini_RC_Plantas Planta Inferior

    Coluna: HE 400 B

    Viga: IPE 360

    FRV da ligao:

    Sj,sec,min = 16.985,7 [kNm/rad]

    Sj,sec,max = 84.749,2 [kNm/rad]

    Figura 20 - Verificao funo Rango_Kini_RC_Plantas Planta Inferior

    c) Verificao funo Rango_Kini_RC_Plantas Planta Intermdia

    Coluna: HE 400 B

    Viga: IPE 360

    FRV da ligao:

    Sj,sec,min = 16.887,0 [kNm/rad]

    Sj,sec,max = 82.348,5 [kNm/rad]

    Figura 21 - Verificao funo Rango_Kini_RC_Plantas Planta Intermdia

    Nas Figuras (19), (20) e (21) observa-se que para a rigidez mnima se obteve a mxima

    solicitao no vo central. Para a viga IPE 360 este valor de 239,5 kNm. Os resultados so

    coerentes com os resultados obtidos em MATLAB; desta forma, validando o modelo de clculo

    da Faixa de Rigidezes Vivel considerando a rotao das colunas.

    3.5 Dimensionamento timo de ligaes semirrgidas

    O GOE/UPCT desenvolveu os programas: Calc_US_MC para clculo do momento fletor

    resistente e da rigidez rotacional de ligaes semirrgidas e o programa DO_ENR para

    otimizao de prticos planos de ao e o programa.

    A funo Rango_Kini (clculo da FRV) e o Programa CalcUS_MC (clculo da resistncia e rigidez

    das ligaes semirrgidas) foram incorporadas ao Programa de Otimizao DO_ENR para

    otimizao da ligao semirrgida.

    Na Figura (22) so apresentados os resultados obtidos para configurao tima da ligao

    semirrgida para o prtico 1V4P com colunas HE 200 B e vigas IPE 400 para um momento

    externo de 151 kNm. So mostrados os valores timos das principais dimensiones da ligao, o

    momento fletor resistente e a rigidez inicial da ligao.

  • 20

    Figura 22. Resultado obtido com os Programas DO_ENR e CalcUS_MC

    Viga IPE400 e Coluna HEB200

    4 CONCLUSES

    Verifica-se que o modelo clssico de Linha da Viga no considera a rotao dos pilares e

    prope-se o modelo Prtico Auxiliar que considera a rotao dos pilares e permite a

    definio da Faixa de Rigidezes Vivel de ligaes. O modelo proposto relaciona propriedades

    importantes como resistncia flexo e rigidez inicial da ligao. So calculados valores

    mnimos e mximos para rigidez inicial da ligao em funo das propriedades mecnicas dos

    perfis de viga e coluna utilizados. So definidas quatro condies mecnicas que a ligao deve

    obedecer considerando o ELU e ELS.

    So definidos trs tipos de prticos auxiliares de acordo com a sua localizao e as condies

    de contorno: Pavimento Superior, Pavimento intermdia e Pavimento Inferior.

    A partir de um anlise cuidadosa dos resultados obtidos conclui-se que a incluso da rotao

    da coluna fundamental para o dimensionamento da ligao semirrgida. Claramente se

    percebe que os resultados obtidos tem maior preciso que os que no consideram a rotao

    dos pilares.

    Os resultados obtidos mostram que o modelo proposto vlido para prticos de vrios vos e

    vrios pavimentos. Observa-se que este um modelo que atualmente considera apenas cargas

    verticais e simetria da estrutura.

  • 21

    Apresenta-se uma aplicao para dimensionamento timo de prticos de ao com ligaes

    semirrgidas.

    Agradecimentos

    Ao Dpto. de Estructuras y Construcin de la Universidad Politecnica de Cartagena - Espanha

    pelo meios disponibilizados para realizao desta pesquisa.

    Ao CNPq pelo apoio financeiro concedido Processo PDE No. 245934/2012-0.

    REFERNCIAS

    [1] EN-1993-1-8: Eurocode 3: Design of steel structures- Part 1-8: Design of joints. CEN, 2005.

    EN 1993-1-8:2005.

    [2] ABNT - Associao Brasileira de Normas Tcnicas (2008). Projeto de estrutura de ao e de

    estrutura mista de ao e concreto de edifcios: NBR 8800. Rio de Janeiro.

    [3] Yee, K. L., Melchers, R.E. Moment-rotation curves for bolted connections, Journal of

    Structural Engineering, 112, 615-635, 1986.

    [4] Jaspart J.P., Integration of the joint actual behavior into the frame analysis and design

    process. In: Ivnyi M, Baniotopoulos CC, editors. Semi-rigid connections in structural steelwork.

    Udine: SpringerWien NewYork; 2000. p. 10366.

    [5] Faella, C; Piluso, V e Rizzano, G., Structural Steel Semi-Rigid Connections: Theory, Design

    and Software. CRC Publishers, 2000. Boca Raton, Florida (EEUU).

    [6] Goverdhan, A. V. A, Collection of Experimental Moment-Rotation Curves and valuation of

    Prediction Equations for Semi-Rigid Connections, Master Thesis, Vanderbilt University,

    Nashville, TN, 1983.

    [7] Guardiola, A. Comportamiento dos Nudos Semirrgidos en Estructuras Metlicas de

    Edificacin, Tesis Universidad Politcnica de Valencia, 2006.

    [8] Daz C, Mart P., Victoria M., Querin M., Review on the modeling of joint behavior in steel

    frames. J Constructional Steel Research, 67:74158, 2011.

    [9] Faella, E., Piluso, V. y Rizzano, G. Proposals to Improve Eurocode 3 Approach for Predicting

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    Engineering, University of Salerno, 1995

  • 22

    [10] Concepcin Daz, Mariano Victoria, Osvaldo M. Querin, Pascual Mart. Optimum design of

    semi-rigid connections using metamodels. Journal of Constructional Steel Research, Volume

    78, November 2012, Pages 97106. http://dx.doi.org/10.1016/j.jcsr.2012.06.013.

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    semirrgidas pelo mtodo dos componentes, GOE/ UPCT, 2010 (Atualizada em 2014 pelo

    autores).

    [12] DO_ENR, Programa em MATLAB para otimizao de ligaes semirrgidas, GOE/ UPCT,

    2010.

    [13] MATLAB

    (R2012b), The language of technical computing, 2012.

    [14] ROBOT 2014, Autodesk Robot Structural Analysis Professional, 2013.