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7/18/2019 Breve Catecismo Comentado http://slidepdf.com/reader/full/breve-catecismo-comentado 1/202 ESTUDOS NO BREVE  CATECISMO DE LEONARD T. VAN HO RN

Breve Catecismo Comentado

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Breve Catecismo de Westminster

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ESTUDOS NO BREVE  

C A T E C I S M O D E

LEONARD T. VAN HO RN

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ESTUDO S NO BREVE

C A T E C I S M O D E

LEONARD T. VAN HORN

Este comentário do Breve Catecismo do Dr. Leonard T. Van Hom émais uma obra doutrinária que vem numa ocasião certa. Há muito que aigreja brasileira perdeu de vista o significado do que é ser um verdadeirocristão, um verdadeiro evangélico. Mas está fortemente influenciada pelosincretismo religioso, fruto do pluralismo doutrinário do pós-modemismo.Há várias gerações que as verdades doutrinárias reformadas e o fervorespiritual equilibrado que adornavam estas verdades estão ausentes docenário protestante brasileiro. Não temos visto uma doutrina reformada nasua forma experimental e prática. Assim, o esquecimento das verdades

resgatadas pela Reforma resultou em uma prática cristã distorcida,influenciada pelo movimento carismático e arminiano, onde o centro não éDeus e sim o homem.

O Breve Catecismo comentado é uma sistematização fiel deverdades bíblicas que nos fará compreender o zelo que devemos ter pelasverdades de Deus e nos será muito útil na identificação dos erros que

 penetram sorrateiramente na Igreja de Cristo. Nos fará amar a Deus sobretodas as coisas e ao nosso próximo; nos fará lutar por mais santidade e amara Palavra de Deus, sentindo de perto as palavras de Jesus na sua oração aoPai: “Santifica-os naverdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17:17).

Será extremamente útil para estudos na Escola Dominical, noscultos domésticos e classe de catecúmenos.

Rua Canguaretama, 181 

Cep 03651-050 - São Paulo - SP 

Telefax: (11) 2957-5111 

www.puritanos.com.br 

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ESTUDOS NO BREVE 

C A T E C I S M O D E

WESTMINSTER LEONARD T. VAN HORN

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2aEdição:

Abril 2009 - 1.000 exemplares

E proibida a reprodução total ou parcial desta publicação, sem autorização por escritodos editores, exceto citações em resenhas.

Traduzido do original em inglês:Studies in the Westminster Shorter Ca.tech.ism

Traduzido por:Hope Gordon Silva

Revisado por:Claudete Água de Melo

Edição:Os PuritanosTelefax: 11 2957-5111www.puritanos.com.br 

Impressão:Facioli Gráfica e Editora Ltdaww w. facioli. com. br11 2957-5111

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

SOBRE O AUTORAutor: Rev. Leonard T. Van Hom

O Rev. Van Hom, filho de Clinton Brown e Helen Stoddard Van Hom, nasceu em Nutley, New Jersey, E.U.A., a 9 de novembro de 1920. Casou-se com Almyra Miller emHattiesburg, jMassachusetts, a 11 de agosto, 1944 e dessa união resultaram três filhos. ORev. Van Hom fez vários cursos, tendo recebido o bacharelato no The Kings College, eo seu Ph.D na Columbia Pacific University. Aposentou-se como Presidente da Faculdade Bíblica Graham, sendo agora um ilustre aposentado.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

 PREFÁCIOOs piedosos teólogos do século XVII, reunidos na Abadia de Westminster na

Inglaterra, no século XVII, além de redigirem a grande Confissão de Fé de Westminster,redigiram dois catecismos: Catecismo Maior e o Breve Catecismo. Foram obras produzidas debaixo do temor de Deus e com uma preocupação expressa na primeira pergunta do Breve Catecismo: A Glória de Deus. Este é o fim principal do homem.

Este comentário do Breve Catecismo do Dr. Leonard T. Van Horn é mais uma obra

doutrinária que vem numa ocasião certa. Há muito que a igreja brasileira perdeu de vistao significado do que é ser um verdadeiro cristão, um verdadeiro evangélico. Mas estáf ortemente influenciada pelo sincretismo religioso, fruto do pluralismo doutrinário do

 pós-modemismo. Há várias gerações que as verdades doutrinárias reformadas e o fervor espiritual equilibrado que adornavam estas verdades estão ausentes do cenário protestante brasileiro. Não temos visto uma doutrina reformada na sua forma experimentale prática. Assim, o esquecimento das verdades resgatadas pela Reforma resultou emuma prática cristã distorcida, influenciada pelo movimento carismático e arminiano,

onde o centro não é Deus e sim o homem.

O Breve Catecismo comentado é uma sistematização fiel de verdades bíblicas quenos fará compreender o zelo que devemos ter pelas verdades de Deus e nos será muitoútil na identificação dos erros que penetram sorrateiramente na Igreja de Cristo. Nosfará amar a Deus sobre todas as coisas e ao nosso próximo; nos fará lutar por maissantidade e amar a Palavra de Deus, sentindo de perto as palavras de Jesus na suaoração ao Pai: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17:17).

Lembramos que o jovem missionário presbiteriano John Rockwell Smith iniciou suatarefa evangelística no nordeste do Brasil (Recife) usando este Breve Catecismo, à semelhança do puritano Baxter em Kidderminster, Inglaterra, fazendo exatamente o queJesus determinou: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações... ensinando-os aguardar todas as cousas que vos tenho ordenado” (Mt 28:19-20). Jesus não disse quefizéssemos discípulos e só depois os ensinássemos. Ao contrário, determinou queevangelizássemos ensinando; que fizéssemos discípulos “ensinando”. Esta foi tambémsua obra antes de ir à cruz. Por isso, os reformados sabem que a evangelização tem que

ser fortemente doutrinária. Nosso desejo é que este comentário seja útil para o crescimento saudável da igreja

do Brasil, sabendo que o “fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo parasempre”.

Os Editores.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  7 

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergun ta 1. Qual é o fim principal do homem?

Resposta: O fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre.

Referências Bíblicas: ICo 10.31; SI 73.24-26; Jo 17.22,24.

Perguntas:

1. Qual é o sentido da palavra “fim ” nesta pergunta?

A palavra significa alvo, propósito, intenção. Nota-se que a palavra “fim” é qualificada pela palavra “principal”. Vê-se, pois, que o homem terá outros propósitos nestavida, mas seu propósito mais importante deverá ser glorificar a Deus. Isso está deconformidade com o propósito para o qual o homem foi feito. É quando estamosalienados de Deus que temos em vista a finalidade ou o propósito errado.

2. Qual é o sentido da palavra “glorificar” nesta pergunta?Calvino nos diz que a “glória de Deus é quando sabemos o que ele é”. Em seu sentido

 bíblico, é estar lutando para salientar uma coisa divina. Nós o glorificamos quando

não buscamos nossa própria glória, e sim buscamos a ele primeiro em todas as coisas.

3. Como podemos glorificar a Deus?Agostinho disse: ‘Tu nos criaste para ti mesmo, ó Deus, e nosso coração está desas-sossegado até encontrar repouso em ti”. Glorificamos a Deus crendo nele, confessando-o diante dos homens, louvando-o, defendendo sua verdade, mostrando os frutos do Espírito em nossa vida, adorando-o.

4. Qual a regra de que nos devemos lembrar com respeito a glorificar a Deus? Devemos nos lembrar que todo cristão é chamado por Deus a uma vida de serviço.Glorificamos a Deus quando usamos para ele as capacidades que ele nos deu, emboradevamos nos lembrar que nosso serviço deve vir do coração e não ser feito simplesmente como obrigação.

5. Por que a expressão “glorificá-lo” está colocada antes de “gozá-lo” na resposta? Está colocada antes porque é preciso primeiro glorificá-lo para depois gozá-lo. Se ogozar de sua companhia viesse primeiro, você correria o risco de supor que Deus

existe para o homem em lugar de os homens para Deus. Se uma pessoa desse ênfasea gozar da companhia de Deus mais do que a glorificar Deus, haveria o perigo de umtipo de religião simplesmente emocional. A Bíblia diz: “Na tua presença há plenitudede alegria....” (SI 16.11). Mas alegria vinda de Deus vem de estar num relacionamento certo com Deus, o relacionamento sendo colocado dentro dos limites bíblicos.

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8  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

6. Qual é um bom versículo da Bíblia para decorar para nos lembrarmos da lição encontrada na pergunta número 1 ?“Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira aminha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo...” (SI 42 .1,2a). Isso nosrecorda o relacionamento que é certo para o cristão, olhar para ele. É aí que encontramos nossa capacidade de glorificá-lo e sentir a alegria resultante.

 A PRIM EIRA PREOCUPAÇÃO DO HOMEM 

É fato lamentável que o cristão comum, que promete ser leal aos Padrões deWestminster, é um cristão que muitas vezes não vive esses padrões nas ocupações diárias da vida. É bom crer — é bom ter um credo no qual crer. Mas muito mal pode

resultar de se crer num credo e não vivê-lo no dia-a-dia. De uma existência desse tipochegamos a um nível baixo de vida espiritual, e o crente professo torna-se frio, formal,sem nenhum poder espiritual em sua vida.

Devemos sempre reconhecer que a primeira lição do nosso catecismo a ser aprendidaé que nossa preocupação primária é estar a serviço do Deus Soberano. Nosso  Breve Catecismo de Westminster  não começa com a salvação do homem. Não começa com as

 promessas de Deus a nós. Começa colocando-nos no relacionamento certo com nossoDeus Soberano. James Benjamin Green nos diz que a resposta à primeira pergunta do

catecismo afirma duas coisas: “O dever do homem: ‘glorificar Deus’. O destino dohomem: ‘gozá-lo’.”

É lamentável que embora tenhamos herdado os princípios de nossos pais, no fato queo Credo deles ainda é nosso Credo, tantas vezes falhamos em não herdar o desejo de

 praticar seu modo de vida. Muitas pessoas irão tentar se justificar aqui, dizendo quevivemos numa época diferente, que as tentações e a velocidade da vida de hoje nosdistraem das coisas espirituais. Mas quaisquer que sejam as desculpas que apresentemos, o catecismo nos instrui já de início que nosso dever é glorificar a Deus; será essenosso propósito principal na vida. Todos nós precisamos observar as palavras válidas deJ.C. Ryle com respeito ao nosso viver cristão: “Onde será que estão a negação do eu, oremir do tempo, a ausência de luxo e gratificação própria, o afastamento inconfundíveldas coisas do mundo, a aparência de estar sempre ocupado com os negócios do Mestre,a coerência de visão, o alto tom de conversação, a paciência, a humildade que distingui-am tantos dos nossos antecessores...?”

Que Deus possa ajudar a cada um de nós a fazer uma pausa neste exato momento, ler

novamente a primeira pergunta e a resposta de nosso Breve Catecismo e orar a Deus para que de hoje em diante, a cada dia, vivamos para sua glória. Não é difícil conhecermos as características de uma vida assim. Os frutos do Espírito de Gálatas 5 são bastante claros.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  9

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 2. Que regra deu Deus para nos orientar quanto à maneira de glorificá-lo egozá-lo?

Resposta: A Palavra de Deus que se encontra nas Escrituras do Antigo e do NovoTestamentos, é a única regra para nos orientar na maneira de glorificá-lo e gozá-lo.

Referências Bíblicas: 2Tm 3.16; Is 8.20; lJo 1.3; Lc 16.29, 31.

Perguntas:1. Qual é o sentido da palavra “regra” nesta pergunta?

Quando é usada num sentido religioso, esta palavra quer dizer uma direção ou umaordem. Naturalmente compreende a idéia de um caminho reto pelo qual o homem

 pode chegar ao melhor fim possível.

2. Por que é necessário ter uma regra assim?É necessário porque o homem precisa de um padrão objetivo pelo qual possa mode

lar sua vida. A Palavra de Deus, como sua regra, deve ser a autoridade máxima navida de uma pessoa. Deve-se notar que se a pessoa colocou outra coisa acima daPalavra de Deus, quer seja a consciência, ou a tradição, ou a igreja, ela tenderá a usaressa outra autoridade para interpretar a Palavra de Deus em muitas facetas de suavida.

3. O que queremos dizer quando declaramos que as Escrituras são a Palavra de Deus? O sentido é que são a Palavra de Deus em forma escrita. Não colocamos restriçõesou limites nessa declaração. Entendemos que a Bíblia é a Palavra de Deus e as pala

vras da Bíblia são as próprias palavras de Deus. Entendemos que a Bíblia é confiável porque Deus a inspirou e a inspiração inclui as próprias palavras da Escritura.

4. Alguns dizem que a Bíblia “contém” a Palavra de Deus. Isso é verdade?Se com isso querem dizer que a palavra de Deus forma o conteúdo da Bíblia, éverdade. Mas se querem dizer que a palavra de Deus forma só uma parte do conteúdo da Bíblia e que o restante da Bíblia é formado por palavras dos homens, não dizema verdade. Ou se propõem com isso que a Bíblia só se torna a Palavra de Deusquando o Espírito Santo torna algumas porções delas aplicáveis ao ouvinte* não

estão dizendo a verdade. Isso faria o homem juiz da Palavra de Deus. Quando nosso Breve Catecismo fala da “palavra de Deus” quer dizer aquilo que nossos Padrões deWestminster têm significado historicamente, isto é, que a Bíblia é a Palavra de Deustanto em seu conteúdo como em sua forma, de modo que nada há nela que Deus nãoquisesse ali, e o inverso, que ela contém tudo que o Senhor quis que estivesse nelacontido.

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5. Visto que esta Palavra de Deus deve ser nossa única regra, como podemos saber que é a Palavra de Deus?Sabemos isso por nossa simples aceitação da afirmação de Deus, de que ela é a

 palavra de Deus e que é perfeita. O Espírito Santo nos mostra Cristo como nosso

Salvador e traz a convicção ao nosso coração de que é a Palavra de Deus, e nós aaceitamos pela fé. Nossa Confissão nos ensina que nossa plena segurança de ser aBíblia infalível e ter a autoridade de Deus é obra do Espírito Santo em nosso coração.

 A AUTORIDADE DA ESCRITURA

É estranho que tantas vezes o cristão que reconhece o fato teológico da autoridadeda Escritura é a própria pessoa que não vive sob essa autoridade como deveria. Há hojeuma grande necessidade de crentes que não só creiam na autoridade da Bíblia, mas que

também vivam conforme a Escritura os manda viver.Muitos já disseram que um dos lugares mais difíceis para o cristão que crê na Bíblia

viver de maneira consistente com a Palavra de Deus é dentro de um seminário conservador. Isso poderá surpreender, mas freqüentemente é verdade. Um professor de seminário teológico comentou, certa vez, que talvez fosse porque lá há estudo concentrado dateologia, mas insuficiente estudo devocional concentrado no Jesus Cristo das Escrituras. E possível que aquilo que acontece em diversos seminários nossos seja igualmenteverdade em muitas de nossas igrejas. Servimos aos nossos credos com os lábios masnem sempre servimos ao nosso Salvador com o coração.

 Nossa igreja hoje sofre muitos problemas. São as influências de uma teologia subjetiva, onde o homem se toma juiz da Escritura; é o clamor que vem sendo levantadocontra a posição conservadora; é a ênfase na unidade organizacional. Tudo isso devenos motivar a um reexame da nossa posição com respeito à autoridade da Bíblia. Edurante esse exame, devemos reconhecer que a Bíblia requer de nós um alto padrão desantidade pessoal. É bom poder dizer que cremos em nossos Padrões de Westminster. É

 bom poder dizer que temos uma grande herança de nossos pais da Reforma. Nosso perigo hoje é o perigo de insistir que cremos, insistir que temos uma grande herança,

sem insistir em praticar em nosso viver diário o que dizemos que cremos.A autoridade da Bíblia é tão eficaz, tão válida, em nossa prática como é em nossos

 princípios. O grande perigo é que esteja sendo baixado o nível da mentalidade cristãcom respeito ao cristianismo prático. O perigo é que caia no viver diário, pessoal. O

 perigo é que caia nas concessões que fazemos àqueles que negam a fé, que a negam emsuas ações e alvos, se não na sua declaração de fé. Há perigo de que caia no falar muitosobre Deus sem caminhar com ele no dia-a-dia, momento por momento. O viver “separado” do cristão, de acordo com a autoridade da Escritura, não está acontecendo comodeveria.

Dr. J. I. Packer diz isso da seguinte maneira: “Aceitar a autoridade da Escriturasignifica estar disposto na prática, primeiro, a crer no que ela ensina, e depois, a aplicarseu ensino em nós mesmos, para nossa correção e direção”. ( Fundamentalism and the Word ofGod, p. 69).

Temos uma regra pela qual podemos glorificar a Deus e gozá-lo. Talvez devamoslembrar que a Escritura é útil não só para a “doutrina”, mas também “para a educação na

 justiça”.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  11

 Estudos no Breve Catecismo 

de Westminster Pergunta 3. Qual é a coisa principal que as Escrituras nos ensinam?

Resposta: As Escrituras principalmente nos ensinam sobre o que o homem deve creracerca de Deus e o que Deus requer do homem.

Referências Bíblicas: Mq 6.8; Jo 20.31; Jo 3.16; 2Tm 1.3.

Perguntas:1. Por que nosso catecismo dá tanta importância às Escrituras?

 Não poderia haver catecismo sem a Escritura, porque a base do próprio catecismoestá na aceitação da plena veracidade da Bíblia como sendo a Palavra de Deus. Édentro da Palavra de Deus que encontramos nosso caminho para a vida eterna. “Eque desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tomar-te sábio para asalvação pela fé em Cristo Jesus” (2Tm 3.15).

2 .0 que significa a palavra “principal” nesta pergunta?

Significa que, embora todas as coisas reveladas na Bíblia sejam igualmente verdadeiras, nem tudo é igualmente necessário para a salvação.

3. Quais são os dois ensinos importantes da Palavra de Deus?Os dois ensinos importantes são o que nós cremos e o que devemos fazer.

4. O que é crer, de acordo com as Escrituras?Crer inclui três partes: (1) Estar persuadido da verdade. (2) Dar crédito à verdade deuma pessoa. (3) Confiar, ter confiança em uma pessoa. Devemos confiar (ter fé) nas

 palavras de Deus e no Deus que as diz. E uma confiança pessoal no Deus vivo pormeio do Cristo vivo.

5. Por que o crer é colocado antes do dever?Esta é a ordem da Escritura. O cristão é salvo pela graça por meio da fé e é criado

 para as boas obras. O alicerce da fé: “Eu sou o Senhor teu Deus” foi apresentado naLei antes que Deus apresentasse a seu povo os Mandamentos. O que cremos é im

 portante a fim de podermos fazer o que agrada aos olhos de Deus. Como diz AlexanderWhyte: “Uma fé ortodoxa e uma vida obediente é todo o dever do homem”.

6. Poderá ser significativo o fato que esta mesma pergunta conste tanto do Catecismo  Maior como do Breve Catecismo?Sim. A verdadeira felicidade do homem acontece somente quando ele reconhece trêsensinos importantes da Bíblia: Primeiro, que ele é um pecador perdido. Segundo,que Jesus Cristo é seu Redentor do pecado. Terceiro, que ele deve viver uma vidasanta baseada na vontade revelada de Deus, que é a Bíblia.

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12  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

 IMPORTA O QUE CREMOS?

 Nosso título vem rapidamente se tomando uma pergunta comum, na época atual,

dentro das paredes da igreja. Alguns anos atrás, o brado era: “Nenhum Credo senãoCristo!” Esse lema era aceito por muitas pessoas e levou muitos a se apartarem dossistemas de fé estabelecidos. Como tendência perigosa na vida da igreja, esse desviomotivou alguns a procurarem “revelações” fora da Palavra revelada de Deus. Mesmoessa tendência, contudo, não se compara ao perigo que hoje se alastra pela igreja, o

 perigo de sugerir que aquilo que cremos realmente não é muito importante.✓

E importante notar que a terceira pergunta do Breve Catecismo coloca o objeto denossa crença num lugar proeminente. Nosso Senhor fez a mesma coisa. Em Mateus

22.37 ele diz: “Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma ede todo o teu ENTENDIMENTO”. A Bíblia não deixa dúvida na MENTE da pessoaquanto à importância do que cremos.

Atualmente há em muitas igrejas presbiterianas um preconceito contra os credos,contra a doutrina. Isso se evidencia no fato de termos deixado de ensinar nossos Padrões. Também é visto no fato de termos deixado de insistir sempre que candidatos aoministério estejam completamente versados nos Padrões. Além disso é visto dentro daigreja hoje na ênfase crescente na obediência à igreja como instituição, sem a dedicaçãoaos ensinos da Bíblia ou do Credo adotado.

Importa o que cremos? Importa sim, se vamos ser um corpo que confessa a fé. Im porta sim, se queremos continuar a ouvir a mensagem evangélica em nossa igreja. Ocerne da mensagem evangélica é que podemos receber o dom da salvação ao crermosem Cristo nosso Salvador. Sem este ato de fé, estamos perdidos; com ele, estamossalvos. Então o que cremos faz diferença quanto ao lugar onde vamos passar a eternidade — no céu ou no inferno.

Também importa o que cremos porque nosso dever, o que Deus requer de nós, se baseia naquilo que cremos. A definição aceita de crer é “o consentimento da menteàquilo que nos é dito baseado em autoridade competente e digna de crédito”. NossaBíblia é nossa autoridade competente e digna de crédito. Nossos Padrões contêm osistema de doutrina ensinado na Bíblia Sagrada. Portanto, qualquer indiferença à doutrina, qualquer tentativa de desvio ou alteração para acomodar o homem moderno, qualquer movimento para permitir como prática aceitável menos do que um compromissocompleto aos nossos padrões doutrinários deve ser reconhecido como contrário ao

 presbiterianismo histórico.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  13

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 4. Quem é Deus?

Resposta: Deus é espírito, infinito, eterno e imutável em seu ser, sabedoria, poder,santidade, justiça, bondade e verdade.

Referências Bíblicas: Jo 4.24; Ml 3.6; SI 147.5; Ap 19.6; Is 57.15; Dt 32.4; Rm 2.4; SI117.2.

Perguntas:

1. Por que esta pergunta é tão fundamental para a alma do homem?É essencial porque Hebreus 11:6 declara: “E necessário que aquele que se aproximade Deus creia que ele existe”. Se um homem pode aceitar as primeiras palavras daBíblia, “No princípio...Deus...” ele está na rota certa, porque essa é uma verdade daqual todas as outras verdades dependem.

2. Como podemos aceitar e conhecer plenamente essa verdade básica?Jesus Cristo, o eterno Filho de Deus, revela Deus a nós, e é somente por meio de Cristo

que podemos nos aproximar de Deus. A Bíblia diz: “Ninguém jamais viu a Deus; oDeus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou” (Jo 1.18). Jesus disse: “Eusou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6).

3. À luz da resposta à Pergunta 4, com que atitude devemos nos aproximar de Deus? Devemos nos aproximar dele como o Deus Todo-Poderoso e Soberano. Uma certaigreja tinha escrito na parede, à vista de toda a congregação, as palavras: “ S a b e i n a  

p r e s e n ç a d e q u em e s t a i s !”. Devemos sempre nos aproximar dele no pensamento, nas palavras e nas ações, reconhecendo que ele é tudo o que a resposta a esta pergunta

declara que ele é.4. O que significa a afirmação “Deus é Espírito?

Significa que ele é invisível, sem corpo ou partes do corpo, não como homem ouqualquer outra criatura. (Citação da Ata da Sessão da Assembléia de Westminster).

5. Na Teologia qual o termo que empregamos para as palavras usadas para descrever   Deus?Chamamos estes de atributos de Deus e os separamos entre atributos incomunicáveise comunicáveis.

6. Por que os separamos desse modo? Nós os separamos assim porque seus atributos incomunicáveis não se encontram emnenhuma de suas criaturas. São a sua infinitude, eternidade e imutabilidade. Seusatributos comunicáveis (ser, sabedoria, poder, santidade, justiça, bondade e verdade)são encontrados, em algum grau, no ser humano. É óbvio que no ser humano essesatributos são indistintos, limitados e imperfeitos comparados aos de Deus.

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14  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

 A ADORAÇÃO DE DEUS 

“Deus é Espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verda

de” (Jo 4.24). Estas palavras, ditas por Jesus para a mulher junto ao poço, são palavras para hoje. Há muito culto acontecendo hoje, mas “examinemo-nos” — será que nossoculto é culto verdadeiro? O ser humano foi criado para a comunhão com Deus e o cultoa Deus ocupa uma posição prioritária para a obtenção dessa comunhão.

Como podemos adorá-lo em espírito e em verdade? Somente quando o adoramoscom o conhecimento daquilo que ele é salvadoramente em Cristo para o benefício de

 pecadores perdidos. Quando há esta percepção na alma individual, é possível à pessoacomeçar a adorar a Deus conforme a vontade dele. É então que a alma poderá dizer com

Moisés: “Ó Senhor, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu, glorificado emsantidade, terrível em feitos gloriosos, que operas maravilhas?” (Êx 15.11). É só quando o homem é salvo por meio de fé pessoal em Jesus Cristo que ele pode se aproximarde seu Criador com a atitude certa na adoração.

Em meios presbiterianos, muitas vezes se ouve a acusação de que o culto é muitofrio, muito formal. Se isso é verdade, será que a razão não se encontra no no fato de o

 povo de Deus ter deixado de adorar em espírito e em verdade? Muitos sentem que oculto diz respeito a cerimônias ou observâncias visíveis.De fato, muitos têm a tendênciade sentir que é difícil prestar culto sem um templo bem ornado e linda música. Não nosesqueçamos de que o culto a Deus é espiritual. Calvino declarou: “Se manifestamosuma reverência apropriada a ele preferindo antes a vontade dele à nossa, segue-se quenão há outro culto legítimo que se possa prestar a ele senão a observância da justiça,santidade e pureza”.

Pouco tempo atrás, estive num templo que era uma réplica da primeira igreja presbiteriana estabelecida na comarca de Claibome, estado de Mississippi. Uma simples

construção de toras com um púlpito artesanal é tudo que o crente vê. O pensamento meveio que, afinal de contas, a adoração verdadeira tem que ver com nosso reconhecimento da Grandeza do Soberano Deus. Quando compreendemos quem ele é, quando nossavida honra a Soberania dele, quando entendemos que somos criaturas pecadoras remidas

 pelo sangue do Cordeiro, é então que estamos mais perto de poder adorá-lo comodevemos. Arthur W. Pink nos diz que nossa atitude para com o Deus Onipotente eSoberano deve ser de temor piedoso, obediência absoluta, resignação completa e profunda gratidão e alegria. Essas características de uma pessoa renascida lhe darão a possibilidade de adorar em espírito e em verdade.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  15

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 5. Há mais de um Deus?

Resposta: Há um só Deus, o Deus vivo e verdadeiro.

Referências Bíblicas: Dt 6.4; Jr 10.10.

Perguntas:

1. Que provas podemos oferecer de que há um só Deus, vivo e verdadeiro?

Podemos oferecer provas da Bíblia quando diz: “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus.é o único Deus” (Dt 6.4). Podemos oferecer a prova da razão, visto que só podehaver uma primeira causa e um final definitivo de todas as coisas. A Escritura élógica quando diz como primeiro versículo: “No princípio... Deus”. Muitos têm chamado esse versículo de um dos mais importantes da Bíblia.

2. Por que não começar nosso estudo de Deus com a Trindade?Começamos com Deus visto que este é o método que a Escritura usa. A Bíblia apresenta primeiro a verdade do único Deus vivo a verdadeiro, prosseguindo então para

desvendar o mistério da Trindade.3. O que significa dizer “um só” nesta pergunta?

O ensino aqui não nega o fato da Trindade, nem a deidade de Cristo ou do EspíritoSanto. Antes faz ver que absolutamente nenhuma outra pessoa ou ser compartilha osatributos do “um só” Deus verdadeiro. Ele não se compara com nada mais no universo inteiro, todo ele criado e também governado por ele só.

4. O que podemos aprender com esta verdade?

Podemos aprender a reconhecê-lo como Todo-Poderoso e Soberano. Nossa atençãoé assim dirigida ao fato de que há Um só Supremo Ser, Criador, Planejador e Legislador do mundo, e que ele é o único.

5. Qual o nome que damos à doutrina de um Deus?Este ensino é chamado de “Monoteísmo” em oposição a “Politeísmo”, que é o ensinode que há muitos deuses. O mundo pagão é politeísta; em contraste, Paulo diz: “...sabemos que o ídolo de si mesmo nada é no mundo, e que não há senão um só Deus”(ICo 8.4b).

6. Qual é o sentido da palavra “vivo” nesta pergunta?A palavra “vivo” enfatiza que só ele possui vida em si mesmo e é portanto a Fonte devida para todas suas criaturas. O dr. William Childs Robinson ressalta que “Ele sechama de Deus VIVO, nosso Senhor Jesus fala de Deus como o Pai VIVO, Pedroconfessa o Salvador como sendo o Filho do Deus VIVO, Paulo chama a Igreja deIgreja do Deus VIVO e os crentes de filhos do Deus VIVO”. Diz também que “Eletem vida em si e de si e dá vida a tudo o mais”.

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16   Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

O ÚNICO DEUS E A VIDA CRISTà

Bavinck declara em seu tratado sobre “O Ser de Deus”: “A primeira coisa que aEscritura Sagrada quer nos dar, ao usar todas essas descrições e nomes do Divino Ser,é um sentido inerradicável do fato que Jeová, o Deus que se revelou a Israel e em Cristo,é o verdadeiro, o único e o vivo Deus. Os ídolos dos ateus e os ídolos (panteístas e

 politeístas, deistas e ateístas) dos filósofos, são obra das mãos dos homens: não podemfalar nem ver, não ouvem nem sentem nem andam... As pessoas querem fazer de Deusum deus morto para que o possam tratar a seu bel-prazer”.

Deve haver um relacionamento definido entre nossa crença no “único vivo e verdadeiro Deus” e nosso viver cristão. Não podemos tratar nosso Deus como o mundo quer

tratá-lo. Aqueles de nós que fomos remidos pela graça soberana do Soberano Deusdevemos reconhecer que nossa crença nele nos envolve em sérias responsabilidades.

Existe nossa responsabilidade quanto à Oração e ao Estudo Bíblico. Isso é básico para sermos bons desempenhadores de nossas responsabilidades. E ótimo termos crenças definidas e sabermos recitar o catecismo. É ótimo sermos conhecido como os quetêm compromisso com os Padrões de nossa Igreja, como os que são calvinistas até oíntimo. Mas sem diligência na oração e no estudo da palavra de Deus, o crente assumidotoma-se um som sem potência para o Salvador. Não devíamos ser tantos, os que estamos

tão apressados quanto às coisas materiais, quanto às obrigações da igreja, que não temos tempo para a hora devocional pessoal. Se uma pessoa erra nisso, ela erra em tudoo mais.

Existe nossa responsabilidade de viver centrados em Deus. O cristão que se dedicaaos Padrões Westminster, ao ponto de vista reformado, é um cristão que em sua visãode mundo e vida precisa se colocar em contraste direto com o não-cristão em todas assuas ações, suas palavras e seus pensamentos. Um dos maiores impedimentos ao testemunho da igreja hoje é que se torna difícil para o não-crente distinguir a diferença entre

si e o presbiteriano nominal que meramente professa crer.

Muitas outras responsabilidades poderiam ser mencionadas. Entretanto, se todos nósfizermos um pacto com Deus, o Deus vivo, para cumprirmos os dois pontos acima nos

 próximos meses, o Deus vivo fará uso de seu povo de maneira poderosa. O resultadoseria algo de que todas as igrejas carecem. O resultado seria o AVIVAMENTO do viverreligioso!

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  17 

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 6. Quantas pessoas há na Divindade?

Resposta: Há três pessoas na Divindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo, e estas trêssão um Deus, da mesma substância, iguais em poder e glória.

Referências Bíblicas: 2Co 13.14; Mt 28.19; Mt 3.16,17; Jo 17.5, 24.

Perguntas:

1. Por que esta doutrina tem feito surgir oposição durante a história da Igreja?O diabo reconhece que, visto ser a Trindade um mistério que a razão humana não

 pode explicar, e como é o principal objeto de nossa fé e culto, é terreno fértil para serusada como pedra de tropeço.

2. Até que ponto esta doutrina é importante para a nossa fé?E essencial e vital. Sem esta doutrina nada saberíamos do amor do Pai, do mérito doFilho e da influência santificadora do Espírito Santo em adquirir e aplicar a redenção.

3. O que significa a palavra “Divindade” nesta pergunta?Significa a natureza divina que é possuída por todas as três pessoas.

4. Qual é a denominação que nega a doutrina da Trindade?Os unitarianos negam esta doutrina. Ensinam que só há uma pessoa na Divindade, oPai, e negam a verdadeira deidade de Cristo e do Espírito Santo.

5. Como se pode provar que há três pessoas na Divindade?Isso pode ser provado por muitos ensinos na Bíblia. Pode ser provado pela fórmula

de batismo; pelo batismo de Cristo; pela bênção dada por Paulo em 2 Co 13.13;pelasaudação às sete igrejas; pelas diferentes tarefas atribuídas às três pessoas.

6. Poderia dar um exemplo dessas diferentes “tarefas”?Sim. 1 Pedro 1.2 dá um exemplo de suas diferentes tarefas na obra de redenção. Falada presciência do Pai, da morte do Filho por seu povo e da tarefa de santificação doEspírito.

7. Como todos os três podem ser um Deus?

A doutrina ensina que “Em um sentido Deus é Um, e em outro sentido é Três. Ele éUm em substância e Três em pessoas” (J.G. Vos). A Bíblia afirma que o Filho e oEspírito Santo são Deus e são iguais ao Pai. É verdade que esse mistério é difícil deentender. Mas agora o cremos mediante a Palavra de Deus e podemos aguardar terno céu o gozo do perfeito conhecimento a respeito.

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8. Como poderemos melhor afirmar a doutrina em termos simples ?Uma das melhores declarações é esta: “Há um só Deus; o Pai e o Filho e o Espíritoé cada um Deus; e o Pai e o Filho e o Espírito é cada um uma Pessoa distinta...” (Dr.L. Boettner).

 A NECESSIDADE DA DOUTRINA DA TRINDADE 

A doutrina da Trindade é ensinada sem questionamento em nossos Padrões, e nossa recepção e adoção da doutrina é parte importante de nossa fé cristã. Além disso, a doutrina da Trindade desempenha papel importante em nossa vida cristã. A confissão dessa doutrina específica da igreja é prioritário para a vida espiritual.

O dr. B.B. Warfield chamou a atenção para isso quando disse: “Sem a doutrina da 

Trindade, a vida cristã consciente do crente seria lançada em confusão e deixada em desorganização, se não com aspecto de irrealidade; com a doutrina da Trindade, uma ordem, significância e realidade vêm permear cada elemento. Assim, a doutrina da Trin-dade e a doutrina da redenção, historicamente, ou se mantêm ou caem juntas” (Biblical  

 Doctrines,  p. 167).

É interessante notar que o Artigo Nove da Confissão Belga, com respeito à evidência da Trindade, declara: “Tudo isso conhecemos tanto pelos testemunhos da Bíblia Sagra-

da como por suas operações, e principalmente por aquelas que sentimos em nós mes-mos”. Isso não quer dizer que a experiência cristã seja uma segunda fonte de revelação. Só há uma fonte de revelação e essa é a Escritura. Mas a experiência do crente, baseada na Bíblia, lhe ensina que ele precisa do Deus Triúno para sua vida cristã.

O crente precisa do Pai. O Pai que é o Criador, o Legislador, o Juiz, o Provedor de todas as necessidades — o Pai que o amou tanto a ponto de mandar seu Filho para morrer na Cruz por seus pecados.

O crente precisa do Filho. O Filho é o unigênito do Pai. O Filho que é o Ensinador, 

o Redentor, o Sumo Sacerdote, o Rei eterno que governa com a Palavra e o Espírito.

O crente precisa do Espírito Santo. O Espírito que regenera e conduz a toda a verda-de. O Espírito que é seu Consolador, seu Preservador, quem faz com que o crente compartilhe de Cristo e todos os benefícios dele.

Sem essa doutrina, a soma da religião cristã, a criação ou redenção ou santificação não poderia ser mantida. Qualquer desvio dela leva ao erro em outras esferas de doutri-na. Cremos na doutrina da Trindade e somos gratos por ela!

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Pergunta 7. Que são os decretos de Deus?

Resposta: Os decretos de Deus são o seu eterno propósito, segundo o conselho da suavontade, pela qual, para a sua própria glória, ele predestinou tudo o que acontece.

Referências Bíblicas: Ef 1.4,11; Rm 9.23; At 4.27,28; SI 33.11.

Perguntas:

1. Qual é a natureza dos decretos de Deus?Os decretos de Deus são imutáveis; não podem ser mudados, portanto é certo queserão cumpridos. Seus decretos são eternos, e foram decididos por Deus na eternidade.

2. Há mais de um decreto?

 Não, há um só único decreto. Contudo, esse decreto inclui muitos detalhes e por issofalamos dele no plural.

3. Quando se usa a palavra “decreto”, ela não será em geral sinônimo de arbitrariedade?

Quando o ser humano usa a palavra isso poderá ser verdade, mas não quando Deusa usa. Os decretos de Deus não devem ser classificados assim visto que foram ordenados por ele conforme o conselho de sua vontade. Deve-se olhar atrás do decreto ever ali o amor de um Deus pessoal infinito, cujo plano que a tudo abrange também éem tudo sábio.

4. Qual é o propósito dos decretos de Deus?O propósito é sua própria glória em primeiro lugar, e por meio dela, o bem doseleitos.

5. Quem são os objetos especiais dos decretos de Deus e qual é seu decreto em relação a eles?

Os anjos e os homens são os objetos especiais e seu decreto para com eles é a predestinação.

6. O que quer dizer predestinação?

Predestinação é o plano ou propósito de Deus com respeito a suas criaturas morais.Divide-se em eleição e reprovação.

7. Qual é a definição de eleição; e de reprovação?Eleição é o propósito eterno de Deus para salvar uma parte da raça humana em e porJesus Cristo. Reprovação e o proposito eterno de Deus de ignorar alguns seres humanos quanto à operação de sua graça especial e puni-los por seu pecado.

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8. Se a reprovação fo r verdade, como pode Deus ser justo?Deus seria justo em condenar todos ao castigo eterno, visto que todos pecaram. Eletem o comando; ele é o oleiro e nossa atitude deve ser de gratidão se formos doseleitos por sua graça. O homem não tem direitos a exigir de Deus e Deus não deve ao

homem a salvação eterna nem qualquer outra coisa.

 FIXE OS OLHOS NO TRONO DE DEUS!

Pouquíssimas pessoas hoje duvidam que os homens estejam vivendo numa era repleta de sentimentos de frustração, fracasso, inadequação, ansiedade, medo e culpa. Noesforço de ocultar tais sentimentos, as pessoas estão perseguindo uma variedade deobjetivos transitórios. Para umas, é o sucesso nos negócios; alguns anseiam por vidasocial; alguns acham que a bebida resolverá o problema; e para outros é só o orgulho da

vida. Mas qualquer que seja o objetivo terreno, há sempre um “amanhã”, quando oshomens acordam de novo para a certeza de que nenhum método é duradouro. Nenhummétodo provê paz duradoura. A todas as pessoas vem o desafio: “Fixe os Olhos noTrono de Deus!”

O estudo desta pergunta do catecismo deverá capacitar qualquer pecador salvo pelagraça a ver algo da natureza de Deus sentado em seu trono, e deverá habilitá-lo a reconhecer que sua vida está nas mãos do Todo-poderoso e Soberano Deus. Tantas vezes as

 pessoas se esquecem. Esquecem que o Deus que formulou seus decretos conforme o

conselho da sua vontade é o nosso Pai Celestial pessoal, de infinito amor por nós; esquecem que ele pode cuidar e cuida dos comparativamente pequenos males e problemasdos humanos.

 No mundo atribulado de hoje há a necessidade de que o Deus do propósito eterno, oDeus que tem o mundo em suas mãos, seja proclamado por aqueles que são seus filhos

 por fé mediante Jesus Cristo. Mas a dificuldade em nossos dias é que tantos que o proclamam como seu Salvador querem usurpar tão grande parte de sua eficácia. Dese jam o conforto e a sustentação do Deus Soberano mas querem exaltar o homem, seus poderes e suas habilidades, mesmo até o ponto de sugerir que o homem pode funcionarindependentemente de Deus. Ou então parecem inserir nos decretos de Deus que eleescolhe certas pessoas porque ele antevê nelas certas capacidades de arrependimento ecrença. Ou pior, elas querem escolher o que crer com respeito à predestinação, muitasvezes ignorando uma parte dos ensinos da Palavra de Deus.

E sempre bom que os cristãos se lembrem de que ele elegeu algumas pessoas sim plesmente por razões que só ele conhece e não porque havia nelas qualquer mérito. E

mais, é bom que os cristãos se lembrem de não ousar intrometer-se com a Palavra deDeus. É verdade que há muita coisa que nossa mente finita não consegue entender. Éverdade que há muito contra o qual nossa mente pecadora se revolta. Mas a Palavra deDeus se mantém em meio a seu eterno propósito. É somente quando a Palavra escrita éaceita como está, quando as Escrituras são proclamadas em toda sua integridade, que odesafio pode ser lançado ao mundo: “Fixe os Olhos no Trono de Deus!” pois ali estáassentado o Deus infinito, santo, soberano, aquele que elege e guarda eternamente.

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Pergunta 8. Como Deus executa os seus decretos?

Resposta: Deus executa os seus decretos nas obras da criação e da providência.

Referências Bíblicas: Ap 4.11; Ef 1.11; Is 46.10; Mc 13.31.

Perguntas:

1. A que podemos comparar os decretos de Deus para melhor entendê-los? “Comparamos os decretos de Deus aos projetos que um arquiteto desenha para umgrande edifício. A maioria de nós, se visse os projetos para esse prédio, não poderiaimaginar qual seria a aparência final do edifício. Mas quando ele estivesse completo,então veríamos o que estava na mente do arquiteto e qual era o sentido das projeções. Assim não podemos ler a mente de Deus a não ser por aquilo que ele tem ditoé feito e por aquilo que está fazendo.” (Dr. William Childs Robinson, The Christian  Faith According to the Shorter Catechism, pp. 12-13).

2. Qual é o sentido em que entendemos Deus estar executando seus decretos?O sentido é que Deus está realizando sua vontade, fazendo o que é de seu propósito

desde toda a eternidade.

3. É possível os decretos de Deus falharem? Não é possível. Nenhuma pessoa pode deter a mão de Deus ou questionar o que ele

está fazendo (Dn 4.35).

4. Onde fica a redenção na divisão de seus decretos?

A redenção se realiza em sua providência como sua dadiva majestosa a algumas pessoas por meio de Jesus Cristo.

5. Qual é a diferença entre as obras da criação e as da providência de Deus?A criação é sua obra de fazer todas as coisas a partir do nada pela palavra do seu

 poder. A providência é sua obra de apoio e controle constante do universo e tudo que

nele há.

6. O que se pode aprender com a execução dos decretos de Deus?

Dois versículos são sugeridos para ensinár-nos grandes lições: (1) Ap 4.11 — o fatode que ele criou todas as coisas para sua própria glória e que nós, portanto, devemosatribuir a ele glória, honra e poder. (2) Hb 1.3 — o fato que ele está sustentandotodas as coisas pelo seu poder e que, por isso, todo nosso sentimento de segurança

está nele.

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SEGURANÇA

De acordo com alguns professores de psicologia, a criança não deve ser punida;deve-se permitir ao jovem que tenha liberdade; o adulto deve agir como bem entender

 — tudo isso para que ninguém perca seu sentimento de segurança. A palavra “segurança” se tomou rapidamente uma das mais importantes palavras da nossa língua. Ajustamento, sucesso, casamento e muitos outros aspectos da vida, tudo parece ter sido levado a depender da segurança.

Será que essa questão da segurança é tão importante para nossa vida? Será que tantacoisa realmente depende dela? É possível se viver sem que se sinta segurança? Essas emuitas outras perguntas são feitas em nossa época.

 Nossa pergunta do Catecismo responde a muitas dessas indagações. Nosso Senhorreconheceu que a segurança é importante— embora não seja aquela segurança configurada pelos psicólogos modernos. A segurança que vem ao cristão é o reconhecimentode Isaías 46.10— “Anuncio o que há de acontecer e desde a antigüidade, as coisas queainda não sucederam; que digo: O meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minhavontade”. Esta é a base de uma segurança duradoura, uma segurança que coloca suaconfiança no Deus das Escrituras.

Em Hebreus 13.5, o escritor diz: “Contentai-vos com as coisas que tendes; porque

ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei”. Imediatamente em seguida encontramos: “Assim, afirmemos confiantemente: O Senhor é o meuauxílio, não temerei; que me poderá fazer o homem?” É claro que é importante entendermos que temos essa segurança. Somos ensinados que não estamos sozinhos nas

 providências da vida, mas que em Deus nós temos quem nos está sustentando pelo seu poder. Somos ensinados que seu poder é exercido em seüs decretos e que ele estárealizando aquilo que propôs desde toda a eternidade.

Essa espécie de segurança é importante. Essa segurança não se perde com base emsermos ou não punidos ou termos liberdade, ou se temos tudo conforme queremos. Elase baseia, primeiro, em nós termos um conhecimento salvífico de Jesus Cristo, por suagraça. Segundo, ela se baseia em observarmos os mandamentos de Deus. A essa alturareconhecemos que Deus pode nos manter e guardar— e nós estamos seguros.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 9. Qual é a obra da criação?

Resposta: A obra da criação é aquela pela qual Deus fez todas as coisas do nada, noespaço de seis dias, e tudo muito bem.

Referências Bíblicas: Hb 11.3; Ap 4.11; Gn 1.1-31; SI 33.6; Jo 1.3.

Perguntas:1. Por que é importante estudar a doutrina da criação?

A obra da criação é a base de toda a revelação. Acertou bem quem disse que se uma pessoa pode aceitar “No princípio Deus...” já será possível a ela aceitar o restante daBíblia pela fé.

2. Como podemos saber se o primeiro versículo da Bíblia é verdade?“Pela fé entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus....” (Hb 11.3).Começamos com o ponto de vista bíblico de que Deus é soberano e a criação é uma

doutrina básica.

3. Por que Deus criou o mundo?Ele o criou para seu próprio prazer, para sua glória. Foi um ato livre de Deus, e elenão precisava do mundo, pois Deus já existia em completa auto-suficiência antes queo mundo fosse criado.

4. Do que Deus fe z o mundo?Deus criou o mundo do nada. Bavinck declara em Our Reasonable Faith (Nossa Fé

Lógica): “A expressão ‘do nada’ pode ser entendida num sentido útil e esta frase nos pode prestar um excelente serviço contra todos os tipos de heresia. Pois nega que omundo tenha sido feito de alguma coisa ou matéria ou energia não identificada quetenha eternamente co-existido juntamente com Deus. De acordo com a Escritura,Deus não é só quem formou o mundo, mas também quem o criou”, (pp. 166-167).

5. Como podemos saber que não havia material pré-existente algum?A Bíblia não menciona nenhum material pré-existente, e também declara que Deuscriou tudo que já existiu (Ne 9.6; Cl 1.16).

6. Quanto tempo levou para Deus criar o mundo?A Bíblia diz que Deus levou seis dias para a criação. Isso significa um dia de 24horas, embora esta não seja a única interpretação existente. O primeiro capítulo deGênesis não foi escrito para satisfazer nossa curiosidade nem para responder a todasas nossas perguntas.

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24  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

7. Qual é a ordem da criação de Deus?A ordem da criação de Deus é: Primeiro Dia, Luz; Segundo Dia, Firmamento; Terceiro Dia, Terra Seca, Relva; Quarto Dia, Sol e Lua; Quinto Dia, Peixes e Aves;

Sexto Dia, Animais Terrestres e o Homem. Deus criou o mundo e todas as criaturasem seis dias e descansou no Sabado, para santificá-lo para si e para seus filhos.

GRANDIOSO ÉS TU!

Pouco tempo atrás usei o púlpito de uma igreja que tem a prática ímpar e eficaz decomeçar seu culto da noite cantando o hino Grandioso És Tu!\

Senhor meu Deus! Quando eu, maravilhadoOs grandes feitos vejo da tua mão,

Estrelas, mundos e trovões rolando,A proclamar teu nome na amplidão,Canta minh’alma, então, a ti, Senhor:Grandioso és Tu, Grandioso és Tu! (tr. N. Emmerich, Novo Cântico, 26)

Enquanto escutava, não pude deixar de enviar uma oração aos céus, uma oração banhada pela admiração das obras de um Deus assim. E imediatamente o pensamentome veio de novo que, ó maravilha, ele era o meu Deus por meio da fé em Jesus Cristo!Enquanto preguei a Palavra naquela noite havia uma paz sustentando minhas palavras,

uma paz fundamentada sobre as palavras, “Meu socorro vem do Senhor, que fez os céuse a terra”.

Esta pergunta de nosso catecismo deve capacitar-nos todos à coragem, qualquer queseja a dificuldade ou problema que tenhamos de enfrentar nos dias de hoje. Seja qual fora angústia, por meio dela poderemos saber que aquele mesmo poder onipotente doDeus que operou na criação de todas as coisas será exercido na defesa e na sustentaçãode sua igreja e de seu povo na hora da necessidade.

Muitos anos atrás, num acampamento bíblico lembro-me de ter cantado um hino cujocoro continha estas palavras: “O Deus que opera maravilhas é o mesmo Deus hoje!” Secomeçamos, teologicamente falando, com a visão de que Deus é soberano e que elecriou todas as coisas do nada, então é hora de começar a agir como quem realmente crênisso de todo o coração.

Que Deus nos ajude a reconhecê-lo como Criador e Sustentador, reconhecê-lo cantando com a alma: “Grandioso És Tu!” Tal atitude contribui grandemente para noshabilitar à paz e alegria do Senhor em nosso coração, além da teologia em nossa mente.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  25

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 10. Como criou Deus o homem?

Resposta: Deus criou o homem macho e fêmea, conforme a sua própria imagem, emconhecimento, retidão e santidade, com domínio sobre as criaturas.

Referências Bíblicas: Gn 1.27; Cl 3.10; Ef 4.24; Gn 1.28.

Perguntas:1.Qual é a diferença entre a criação de outras criaturas e a criação do homem?

Deus simplesmente ordenou à existência as outras criaturas; mas quando o homemfoi criado, a Trindade decidiu que o homem deveria ser feito à imagem de Deus.

2.  Por que esta diferença é importante?E importante visto que o homem é a única das criaturas dentre as que Deus criou queé consciente de si mesma. Deus fez o homem à sua imagem mental e moral. O dr.Albertus Pieters diz: “Isso compreende o poder autoconsciente de raciocinar, a capacidade da autodeterminação e o senso moral. Em outras palavras, ser uma criaturaque pode dizer “Eu sou, eu devo, eu irei” — isso é o que significa ser feito à imagemde Deus.

3. Por que Deus criou o homem?O homem foi criado por Deus para que servisse a seu Criador. Deus não existe em

 benefício do homem, mas sim o homem existe para benefício de Deus, para servi-lo eglorificá-lo para sempre.

4. Que espécie de sabedoria, justiça e santidade o homem teve quando fo i criado?A sabedoria do homem era um conhecimento perfeito de Deus, de sua obrigação e demuitas outras coisas pelas quais provavelmente lutamos hoje. A justiça do homemera uma justiça inerente que fazia com que Deus o declarasse ser “muito bom”. Asantidade do homem era a raiz oculta de sua justiça que brilhava no seu coração.

5. Que tipo de domínio o homem tinha sobre as criaturas?Deus fez o homem cabeça do mundo. Ele recebeu o direito de reinar sobre as criaturas e dar-lhes nomes. Ele deveria governá-las para a glória de Deus e seu próprio

 bem.

6. Em tantas de nossas escolas hoje a teoria da evolução teísta está sendo ensinada.  Isso é consistente com o ensino da Bíblia? Não. A Evolução Teísta (A Evolução como o método de Criação de Deus) não éconsistente com a Bíblia.

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26   Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

A posição da Bíblia pode ser esquematizada assim:1. A Bíblia diz que Deus criou do nada e que essa criação incluiu todas as coisas quetêm ou terão ou poderão ter existência. Tudo isso deve a Deus seu ser e substância

 bem como sua forma. Embora isso seja confuso para o homem, é absolutamentenecessário se vamos nos ater à fé cristã.2. A Bíblia diz que Deus é eterno, não que a matéria é eterna, como seria necessário

 para qualquer teoria da evolução.3. A Bíblia diz que o homem veio a existir pelo ato criador especial de uma vontadelivre, autodeterminada.4. Reconhecendo que precisamos rejeitar tanto a evolução em sua conotação ateístacomo as implicações filosóficas da evolução como forma de deixar Deus de fora do

universo, precisamos reconhecer que é possível existir uma variação e que isso nãoseria uma contradição à Escritura. Existe muito que não entendemos sobre as maneiras e os meios que Deus já usou para trazer o homem e o mundo ao seu presenteestado. Mas essa variação está dentro das limitações da norma estabelecida por Deus,segundo é apresentada na Bíblia, e não deve ser confundida com evolução.

 DE VOLTA AO GÊNESIS !

Em seu livro ímpar, A Harmony o f the Westminster Presbyterian Standards  (UmaHarmonia dos Padrões Presbiterianos de Westminster), o dr. James Benjamin Greendeclara: “O melhor conhecimento é o conhecimento de Deus. Em segundo lugar, oconhecimento do homem. O judeu chegou dizendo: ‘Conhece teu Deus’. O grego chegou dizendo: ‘Conhece-te a ti mesmo’. O cristão chega dizendo: Conhece teu Deus e ati mesmo em Jesus Cristo”.

Quando somos confrontados com o problema da origem do homem, direcionamostodos às palavras divinamente inspiradas: “No princípio Deus...” Para todos temos achamada: Voltem ao Gênesis e sejam agradecidos por essa verdade notável e incrível daPalavra de Deus!

Há pessoas demais hoje querendo substituir a doutrina ensinada na Bíblia, por suavisão da origem das coisas. Parece que o próprio diabo, com suas mais astuta artimanhas, está dizendo: “Se eu puder apenas envolver aquele jovem na teoria de que ohomem evoluiu das formas mais simples da matéria e da vida e se desenvolveu por um processo perfeitamente natural, então a Bíblia não lhe será muito importante”. E isso foi provado repetidas vezes. Quando uma pessoa aceita a evolução em lugar da doutrina decriação das Escrituras, e recusa-se a acreditar que o homem foi resultado de um AtoCriador especial de Deus, então o Deus da Bíblia não é mais o Criador e Sustentador.

Chegou a hora de todos os cristãos reconhecerem hoje os perigos dessa falsa doutrina e especialmente o papel que desempenha na teoria daqueles que negam a inspiraçãoda Bíblia. Nada menos do que um compromisso total com a doutrina da criação daBíblia nos guardará da apostasia que destrói a igreja do Deus vivo.

Temos de nos lembrar que o Criador é supremo. Ele é a causa absoluta de tudo o queacontece, o Ser eterno e bendito para sempre que optou por criar o mundo pela suavontade.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  27 

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 11: Quais são as obras da providência de Deus?

Resposta: As obras da providência de Deus são a sua maneira muito santa, sábia e poderosa de preservar e governar todas as suas criaturas, e todas as ações delas.

Referências Bíblicas: SI 145.17; SI 104.24; Hb 1.3; SI 103.19; Mt 10.29-30.Perguntas:

1. Qual é o sentido da palavra “providência”?O sentido da palavra providência é cuidado, a capacidade de prever o que virá e fazer

 provisão para aquilo.

2. Quais são os aspectos parciais da providência de Deus?Os aspectos da providência de Deus são: 1) Sua preservação de todas as coisas (SI36.6). 2) Seu governo de todas as coisas (SI 67.4).

3. Qual a diferença entre a criação e a providência?

O dr. Charles Hodge afirma: “A criação, a preservação e o governo de fato diferem,e tratá-los como idênticos não só leva à confusão como ao erro. A criação e a

 preservação diferem — primeiro, porque “criação” é chamar à existência o que nãoexistia, e “preservação” é continuar, ou causar a continuação daquilo que já tem umcomeço; e segundo, na criação não há nem pode haver cooperação, mas na preservação há uma confluência (cooperação harmoniosa) da primeira com a segunda causa. Na Bíblia, portanto, as duas coisas nunca se confundem. Deus criou todas ascoisas, por ele, todas elas estão em harmonia” (Systematic Theology, Vol. 1, p. 578).

4. Ao que se estende a providência de Deus?1) A todas as suas criaturas, especialmente seus filhos. 2) As ações de suas criaturas.

5. Será que sua providência se estende às ações de suas criaturas?Sim, estende-se a todas as ações. Manter outra opinião seria dizer que as criaturasseriam independentes em suas ações e então Deus não seria a primeira causa de todasas coisas.

6. Se a providência inclui os feitos dos homens, será que isso quer dizer os feitos 

 pecaminosos bem como os bons feitos?Sim, até os feitos pecaminosos dos homens são controlados pela providência deDeus, mas isso não o faz responsável por esses feitos. Deus permite que os homens

 pequem (At 14.16). Deus limita e refreia os homens em seus pecados (SI 76.10).Deus dirige e dispõe os pecados dos homens para boas finalidades, além de suas

 próprias intenções (Is 10.5, 6, 7).

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28  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

7. Qual é o propósito da providência de Deus?O propósito da providência de Deus é a manifestação da própria glória de Deus.

 A PROVIDÊNCIA DE DEUS E A PALAVRA

 No Artigo 13 da Confissão Belga, em sua seção sobre a Providência Divina, aparecem as palavras seguintes: “... aprender somente aquelas coisas que ele nos revelou emsua Palavra, sem transgredir esses limites”.

Sempre houve o perigo, na igreja de Jesus Cristo, de haver confusão quanto à doutrina da providência. Alguns crentes em Cristo, reconhecendo que Deus é Soberano econvencidos de seus poderes de preservar e governar, entendem que devem aguardar da

 providência de Deus para descobrir seu dever. Esquecem que a providência de Deus nosmostra o caminho de Deus e não aponta os detalhes do nosso caminho. Esquecem que

nossa regra de fé e prática é a Palavra de Deus, não o seu propósito cumprido numa providência. Goodwin expressou isso da seguinte forma: “Não devemos entrar em negócios meramente por providências, porque descobriremos que muitas vezes as providências proporcionam boas ocasiões para pecarmos. Quando Jonas devia ir a Tarsis, eleteve as melhores providências possíveis; encontrou um navio prontinho; sim, mas foicontra a palavra de Deus. Nunca seja regido por providências, pois podem ser tentaçõese provações; seja regido pela Palavra de Deus somente”.

 Na verdade nós devemos “aprender só aquelas coisas que ele nos tem revelado emsua Palavra”. Não devemos nos envolver nos conceitos não-cristãos sobre a sorte. Deveser bastante significativo para o cristão que até Hitler pronunciava a palavra “providência” muitas vezes. Reconhecemos, no entanto, com Berkouwer que “ninguém pode crerna Providência de Deus sem conhecer o caminho a Deus por meio de Jesus Cristo”. Masainda temos que reconhecer que os caminhos nos quais andamos precisam ser caminhosconsistentes com a Palavra de Deus. Não devemos esperar que a providência nos dirija,e sim reconhecer que a revelação de Deus já nos veio pela Sua Palavra.

A Providência de Deus nos oferece grande conforto. Diz-nos que Deus nos orienta.Que ele nos guarda. Que ele nos refreia. Mas todas essas coisas são feitas dentro doslimites da Palavra de Deus e não são os fatores governantes em nossa vida, mas ogrande espírito que está por trás de nossas ações, as quais empreendemos de conformidade com sua Palavra— isto é, que Deus está sempre no controle de seu mundo.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  29

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 12. Que ato especial de providência exerceu Deus para com o homem noestado em que ele foi criado?

Resposta: Quando Deus criou o homem, fez com ele um çacto de vida, com a condiçãode perfeita obediência: proibiu-o de comer da árvore da ciência do bem e do mal, sob

 pena de morte.

Referências Bíblicas: Compare Gn 2.16-17 com Rm 5.12-14; Rm 10.5; Lc 10.25-28, ecom os pactos feitos com Noé e Abraão (Gn 2.17).

Perguntas:

1.0 que é um pacto?Um pacto é um acordo e arranjo mútuo entre duas ou mais partes para dar ou fazeralgo.

2. Qual é o pacto de Deus com o homem?

O pacto de Deus com o homem é seu acordo de dar algo com a condição de que ohomem fará algo de sua parte, ou poderá ser inteiramente gracioso como em Gênesis 9.

3. Quantos pactos Deus fe z com o homem?Deus fez dois pactos principais com o homem. O primeiro foi o Pacto das Obras e osegundo foi o Pacto da Graça.

4. Por que fo i chamado de Pacto das Obras?Foi chamado de Pacto das Obras porque foi um plano pelo qual a raça humana pode

ria conseguir a vida eterna por meio das obras, isto é, pela perfeita obediência àvontade de Deus.

5. Quem eram as partes, no Pacto das Obras?Ás partes eram Deus, que estabeleceu o pacto, e Adão, o cabeça e representante detoda a raça humana.

6. Por que Deus proibiu Adão e Eva de comerem do fruto da árvore?Ele proibiu porque era um teste de obediência à vontade de Deus. O fruto em si era

 bom, mas comer dele contrariava o mandamento de Deus.

7. Qual era a promessa e a penalidade vinculadas ao Pacto das Obras?A promessa era a vida eterna e a penalidade morte temporal, espiritual e eterna.

8. O que podemos aprender desta doutrina do Pacto das Obras?Aprendemos que a morte eterna veio pela quebra do Pacto das Obras pelo primeiroAdão e que a vida eterna vem somente pelo cumprimento do mesmo pacto pelo

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30 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  

segundo Adão (Rm 5.19). Adão foi nosso representante no Pacto das Obras; JesusCristo é nosso representante no Pacto da Graça.

O INSTRUTOR DE ADÃO

 No Jardim do Éden havia uma árvore. Não sabemos que espécie de árvore era, poisa história de que era uma macieira não tem na Bíblia prova nenhuma. Mas era umaárvore importante e desempenhou um papel importante num “ato de providência especial” de Deus. Adão estava em meio a muitos arranjos providenciais feitos para ele porDeus. Mas mesmo as coisas estando bem — mesmo tendo abundância e conforto —Deus impôs a Adão uma ordem positiva: “Mas da árvore do conhecimento do bem e domal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.17).

Esse ato especial de providência foi o Instrutor de Adão. Era para ensinar a Adãocertas coisas que ele devia saber. Era para ensinar-lhe domínio próprio. Era para ensi-nar-lhe que embora ele fosse senhor das criaturas, ainda assim ele era súdito de Deus.Era para ensinar-lhe que devia obedecer a Deus sem questionamento. O teste de Bemou Mal é simplesmente a obediência ou desobediência à vontade de Deus. Depois decolocar Adão no Jardim e dar-lhe tudo, Deus (assim afirma A. A. Hodge) “reduziu oteste ao mais simples e mais fácil— o simples teste de uma violação pessoal da lei, umteste de obediência leal simplesmente”. Adão foi reprovado no teste e Cristo veio maistarde para fazer o que Adão deixou de fazer.

Esse teste de obediência leal é o teste sob o qual estamos hoje. Se somos salvos pelagraça, a palavra de Deus a nós é essa: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entraráno reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus” (Mt7.21). É verdade que nossa entrada no céu não acontece por méritos nossos e sim pelagraça de Deus. Mas é igualmente verdade que a pessoa nascida de novo pelo Espírito deDeus será uma pessoa que ama a Palavra de Deus e busca, pela ajuda de Deus, seguir osmandamentos dele.

Um bom mandamento para o cristão seguir é: “Portanto, quer comais, quer bebais oufaçais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (ICo 10.31). Aqui estánosso teste de obediência leal, e isso nos ensina a exercer domínio próprio; ensina quesomos súditos de Deus e que devemos obedecer a ele e fazer tudo para a glória dele.Seja o que for que estejamos para fazer, precisamos nos perguntar: “Isso pode ser feitono nome do Senhor Jesus?”, “Podemos fazê-lo agradecidamente, expressando a Deusnossa gratidão pelo privilégio e pedindo sua bênção em oração sobre a ação?” Estamos,como pecadores salvos pela graça, buscando fazer a vontade de Deus em todas as coi

sas? (Fp 4.8, 9).

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergun ta 13. Nossos primeiros pais conservaram-se no estado em que foram criados?

Resposta: Nossos primeiros pais, sendo deixados com o livre-arbítrio, caíram do estado em que foram criados por terem pecado contra Deus.

Referências Bíblicas: Gn 3.6-8,13; Ec 7.29; 2Co 11.3; SI 5.4.

Perguntas:

1. Qual era o “estado” no qual o homem fo i criado?O estado era de inocência, o estado no qual Deus havia colocado o homem e no qualele tinha comunhão pura com Deus.

2. O que quer dizer livre-arbítrio?O livre-arbítrio é a liberdade de escolher ou recusar por vontade própria, sem nenhum embargo ou força de quem quer que seja.

3. Nossos primeiros pais eram capazes de seguir o caminho da perfeita obediência a  Deus?Sim, eles tinham perfeito conhecimento e eram santos no coração porque Deus oshavia feito assim.

4. Como fo i possível então que o homem pecasse ?Foi possível porque na criação o homem tinha uma liberdade tanto para o bem como

 para o mal. Sua disposição natural era para o bem mas porque ele era uma criaturamutável (sujeita à mudança), mediante a tentação, ele se submeteu ao mal.

5. Qual é o estado do homem hoje com respeito ao livre-arbítrio?Uma distinção deve ser feita quanto ao tipo de homem. O homem não-regenerado,“ao cair no estado de pecado, perdeu inteiramente todo o poder quanto a qualquer

 bem espiritual que acompanhe a salvação”, de sorte que não pode “converter-se, oumesmo preparar-se para isso”. (Confissão de Fé, 9, 3). O homem regenerado, pelagraça de Deus, tem a liberdade para fazer aquilo que é espiritualmente bom, mas nãoo faz perfeitamente porque é por vezes inclinado para o mal (Rm 7.15,19,21).

6. Quem fo i o responsável pelo primeiro pecado?O ser humano foi responsável porque cedeu livremente à tentação do diabo. Quandonossos primeiros pais, de vontade própria, escolheram obedecer à palavra de Satanásem lugar da palavra de Deus, foram culpados de pecar contra Deus. O homem foitestado, com o teste da simples obediência, mas o homem foi reprovado no teste.Deve-se reconhecer que Deus não é o causador de pecado. Isso pode ser provado

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pelo testemunho da Bíblia (Gn 1.31; SI 5.4). Também provase isso pelos fatos ensi-nados na Bíblia, que Deus é perfeitamente bom e santo e que Deus puniu todo peca-do severamente. A queda de Adão é a causa eficiente do pecado original tanto nele como na sua posteridade.

 PECAR CONTRA DEUS 

Um dos maiores perigos que a igreja atual enfrenta é a tendência de dar ênfase ao pecado como sendo contra os homens, em vez do fato de que pecado é antes de tudo e primeiramente contra Deus. Isso se nota especialmente nas orações de muitos pastores e leigos. Suas orações estão cheias do fato de que os homens pecam contra homens, em de uma forma social, mas estão quase vazias do fato primário de que os homens pecam  contra Deus. Quem examinar bem a Confissão Geral Episcopal há de notar que a ênfase 

da confissão é direcionada às ofensas às leis santas de Deus.É verdade que quando nossos primeiros pais pecaram no Jardim do Éden, eles certa-

mente pecaram um contra o outro, no fato de que em seu pecado cada um afetou o  outro. E seu pecado certamente afetou toda a raça humana ao ser transmitido natural-mente a todos. Mas o importante de nossa pergunta do catecismo é que Adão e Eva pecaram contra Deus. Essa é a mensagem que devemos guardar na mente. Essa é a mensagem de que precisamos nos lembrar ao viver nossa vida diária perante Deus como cristãos salvos pela graça.

Nossa dificuldade está, provavelmente, em que, embora saibamos que nossos peca-dos sejam contra Deus, não fazemos esforço suficiente para resistir, para vencer a tenta-ção. Um pregador fiel da Palavra de Deus dizia a seu povo repetidas vezes: “Irmãos, vocês precisam praticar a cautela em como viver perante o Onipotente e Soberano Deus!” Thpmas Goodwin dava quatro regras ao cristão com respeito a manter distância de pecar contra Deus: 1) Guardarse dos maus pensamentos, porque eles contaminam o homem (Mt 15.1820). 2) Guardarse das palavras más, porque “as más conversações  

corrompem os bons costumes” (ICo 15.33). 3) Ter cuidado com as más companhias, pois isso irá poluir o homem. 4) Ter cuidado com todas as ocasiões do abuso nocivo de coisas lícitas, pois elas também o farão impuro, porque esse é um meio de atrair a impureza de seu coração.

Tais pensamentos são excelente ajuda para nós ao lutarmos por viver para a glória de Deus. Também é excelente percebermos e lembrarmos que nossos pecados são contra o Deus Santo, aquele que se assenta no Trono dos Céus (ICo 10.1213).

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  33

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 14. O que é pecado?

Resposta: Pecado é qualquer falta de conformidade à lei de Deus ou transgressão a ela.

Referências Bíblicas: lJo 3.4; Tg 4.17; Rm 3.23; Rm 2.15.

Perguntas:

1. O que é a Lei de Deus e onde se encontra?A Lei de Deus são os mandamentos que Deus deu como regra de obediência dohomem. A Lei de Deus encontra-se escrita na Palavra de Deus, embora já houvesseuma cópia dela no coração do homem em sua inocência antes da queda. A Palavraensina que uma parte dela ainda está escrita no coração dos homens, mas em grande

 parte o conhecimento dessa Lei já está desfigurado ou apagado.

2. Como o homem mostra falta de conformidade à Lei de Deus ?Mostra isso ao não praticar todas as coisas escritas no Livro da Lei (G1 3.10).

3. Quais são os pecados incluídos na falta de conformidade à Lei de Deus?Os pecados incluídos são: 1) O pecado original e aquela hostilidade natural do coração contra a Lei de Deus. 2) Todos os pecados de omissão e comissão.

4. Como a pessoa pode provar que a transgressão da lei épecado?A Bíblia ensina isso em 1 João 3.4: “Todo aquele que pratica o pecado tambémtransgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei”.

5. Todas as leis mencionadas no Antigo Testamento devem ser observadas hoje?

 Não, nem todas as leis do Antigo Testamento devem ser observadas. A lei cerimonialnão obriga mais visto que Cristo veio em carne, e muitas das leis judiciais — por sereferirem à situação da nação judaica — são deixadas de lado. Mas a lei moral éimposta como obrigação sobre toda a humanidade (SI 119.160).

6. Você poderia responder à pergunta “O que é o pecado?” em palavras que eu possa usar para ensino em minhas aulas?

Poderia falar-lhes o que afirma o dr. William Childs Robinson: “O pecado é pisar umdos mandamentos de Deus”. Não é simplesmente um mal que se faz ao semelhante,mas inclui tanto a culpa como a poluição. O pecado não compreende apenas os atosexteriores, mas também os pensamentos, os afetos e as intenções do coração.

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34  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

O CRISTÃO E O PECADO

Conta-se o caso interessante do menino pequeno que ouviu a história empolgante deGolias na Escola Dominical. No dia seguinte chegou à sua mãe e disse: “Mãe, eu sou tão

alto como Golias”. Naturalmente, a mãe respondeu que isso seria impossível porqueGolias era um homem gigante. Mas o menino respondeu: “Mas Mãe, a Bíblia diz queGolias tinha seis côvados e um palmo e eu fiz uma régua e eu também tenho seis côvadose um palmo, e por isso sou tão alto como Golias!”

Assim como o menino fez sua própria régua e podia ser tão alto quanto queria, assimtambém muitos cristãos fazem suas próprias unidades de medida com respeito ao pecado. Recitam rapidamente o que o catecismo diz que o pecado é, mas em suas práticas

 parecem ter uma capacidade espantosa de esquecer a definição de Deus do pecado eestabelecer seus próprios padrões do certo e errado.

Muitos estudiosos da Bíblia, através dos tempos, têm concordado que a definição deDeus do pecado se encontra em Isaías 53.6 — “Todos nós andávamos desgarradoscomo ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele ainiqüidade de nós todos”. Ou como foi ilustrado lindamente certa vez por J. SidlowBaxter: “O melhor retrato do pecado é o de uma menina pequena batendo o pé no chãoe dizendo: ‘Quero o que eu quero quando eu quero!’ ”

Basta isso sobre as manifestações exteriores do pecado. E o lado interior negativo do pecado? O dr. James Benjamin Green disse certa vez que os aspectos interiores e negativos do pecado muitas vezes são deixados no esquecimento e poucò discutidos. Explicou que a ausência do sentimento correto, tanto como a presença do sentimento errado,é pecado. Muitos cristãos pecam por deixar de “levar cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2Co 10.5). O cristão é constrangido a resolver cada pensamento,

 palavra e ação pela direção do Espírito mediante a Palavra de Deus. O dever do cristãoé conduzir-se fiel na esfera do Espírito. Do contrário o cristão estará pecando contra o

Senhor.Isso é um padrão bem alto. Isso é “andar no Espírito” (G1 5.16). É nosso único

 padrão de medida e encontra-se na Palavra de Deus. Não muda, não se ajusta ao meioambiente em que vive. Leva-nos a depender de Deus unicamente e assim nos impede de“desviar pelo nosso próprio caminho” (Rm 8.1-14).

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  35

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 15. Qual foi o pecado pelo qual nossos primeiros pais caíram do estado em que foram criados?

Resposta: O pecado pelo qual nossos primeiros pais caíram do estado em que foram criados foi o fato de terem comido do fruto proibido.

Referências Bíblicas: Gn 3.6; 2Co 11.3; SI 49.12.

Perguntas:

1. Por que Deus proibiu nossos primeiros pais de comerem esse fru to ?Proibiuos porque estava fazendo um teste de sua obediência. Não era que o fruto em si possuísse algum mal. Foi o método que Deus usou para ver se reconheciam ou não o seu Senhorio sobre eles.

2. Nossos primeiros pais tinham culpa de pecado antes de provarem o fruto?Sim, eram culpados por terem escutado o diabo. Mas quando provaram o fruto com-

pletaram o ato pecaminoso.

3. Onde o primeiro pecado fo i cometido?O primeiro pecado foi cometido no Paraíso onde Deus havia colocado o homem e criado a mulher.

4. Adão fo i enganado nesse primeiro pecado?A Bíblia nos diz que ele não foi enganado. É provável que seu amor por Eva o tenha motivado a unirse com ela nessa transgressão. Mas ele sofreu a conseqüência desse 

pecado assim mesmo e traiu toda a raça humana cujo representante ele era.5. O que estava envolvido no ato de comer do fru to proibido?

Muitos pecados estavam envolvidos nesse ato de desobediência. Ao comer rebela-vamse contra seu Deus Soberano. Ao comer eram culpados de traição porque esta-vam coligados com o diabo. Ao comer estavam satisfazendo sua ambição, a de ser  igual a Deus. Ao comer eram culpados de descrença porque Deus havia dito que era errado. Ao comer estavam trazendo a morte sobre si e sobre toda sua posteridade.

6. Se fosse preciso usar uma única palavra para descrever esse primeiro pecado, qual   seria a melhor palavra? A  palavra “orgulho” — no sentido de soberba, vaidade — seria provavelmente a melhor para descrevêlo. Calvino afirma: “Agostinho está corretíssimo, quando diz que o orgulho foi o início de todos os males, e que pelo orgulho a raça humana foi arruinada...”

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36   Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

 PENSAR DUAS VEZES 

Muitas vezes ficamos imaginando quanto tempo Adão teria passado em meditação eoração no Jardim quando lhe foi oferecido pela esposa o fruto proibido. Ele sabia que se

tratava de algo proibido. Ele conhecia a regra da obediência estabelecida no Jardim.Tinha tudo o que desejava. E ainda assim desobedeceu à ordem de seu Deus e aceitou ofruto conforme lhe foi oferecido. Ficamos a pensar se Adão pensou duas vezes sobre o

 passo que estava para dar.

Uma grande lição a ser aprendida hoje pelos filhos de Deus, a partir da provâ doJardim do Éden, é a lição de pensar duas vezes, de orar duas vezes, antes de dar passosimportantes. Os filhos de Deus sempre precisam de aprender a lição de resistir, resistir à

 primeira tentação de pecar que aparece no coração. O escritor do hino coloca isso

assim: "Quero um preceito firme no meu interior de um vigilante e perspicaz temor; A piedosa consciência do pecar, a dor de senti-lo assim chegar” . Contudo, tantas vezes osfilhos de Deus se chegam à esfera do pecado sem pensar duas vezes, sem medir asconseqüências, sem orar ao Senhor por ajuda e direção. Muitas vezes uma segundaconsideração os salvaria de pecar contra Deus e assim de pecar contra si próprios eoutras pessoas.

Wordsworth escreveu alguns versos em um de seus poemas, que contêm uma grandelição que os cristãos poderiam aplicar ao assunto da tentação: “Procura as estrelas. Dirásque não há nenhuma; olha uma segunda vez, e uma a uma, tu as notarás a piscar sua luz

 prateada, e ficarás a perguntar-te: como puderam escapar à tua primeira inspeção!”

Muitas vezes nos perguntamos por que não pensamos duas vezes, por que não vimoso mal que envolvia aquele pensamento, aquela ação, aquela palavra quando a vimos deinício e parecia tão certa a nossos olhos. Como podemos ter certeza de pensar duasvezes? Só reconhecendo que somos guardados pelo poder de Deus e que esse poderestá operando dentro de nós se nos mantivermos perto dele, guardando seus manda

mentos. Não podemos confiar em nós mesmos, não devemos ousar confiar em nósmesmos, e sim somente nele. Precisamos ficar perto dele pelo estudo da Palavra, pelaoração, pelo serviço prestado a ele, tudo para a glória dele. Que Deus sempre nos ajudea pensar duas vezes antes de avançar (2Tm 3.13-17).

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  37 

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 16: Todo o gênero humano caiu pela primeira transgressão de Adão?

Resposta: Visto que o pacto foi feito com Adão, não só para ele, mas também para asua posteridade, todo o gênero humano, que dele procede por geração ordinária, pecounele e caiu com ele na sua primeira transgressão.

Referências Bíblicas: At 17.26; Gn 2.17; Rm 5.12; ICo 15.21.

Perguntas:

1. Na Bíblia lemos sobre quantas pessoas que representaram a raça humana?Lemos sobre duas pessoas que representaram a raça humana. O primeiro, Adão, e osegundo, Jesus Cristo (ICo 15.45).

2. Qual a razão dada na Escritura pela qual a posteridade de Adão caiu com ele?A razão se encontra no pacto das obras, no qual a vida foi prometida com a condiçãoda obediência. O pacto foi feito não só com Adão, mas valia para sua posteridade.

3. Visto que o pacto fo i um pacto de obras, será que isso significa que Adão poderia merecer a vida eterna? Não, não significa que Adão poderia merecer a vida eterna. Mesmo assim, ainda era agraça de Deus que daria a vida eterna, mas uma graça que recompensaria a obediência.

4. Foi justo Adão poder representar sua posteridade?Sim, foi justo porque ele seria o pai comum de toda a humanidade; e ele foi criado

 perfeitamente santo, com pleno poder de satisfazer a condição do pacto.

5. Como pôde toda a humanidade estar em Adão quando primeiro ele pecou?Toda a humanidade estava em Adão de dois modos: 1) Virtualmente, como uma raiznatural e, 2) Representativamente, como o cabeça de um pacto.

6. O que se quer dizer quando se diz “todo o gênero humano, que dele procede por   geração ordinária, pecou nele”?A expressão “geração ordinária” é usada para excluir Cristo que descendeu quantoao seu corpo humano, de Adão, mas não por geração ordinária, visto que foi conce

 bido no útero de uma virgem pelo poder do Deus Onipotente que a envolveu com suasombra.

7. Sempre ouvi dizer: “Na queda de Adão todos nós pecamos”. Este comentário cabe bem nesta pergunta?É um comentário excelente. Deve-se entender com isso que somos pecadores antesde tudo porque Adão, nosso representante, pecou por nós. Nossa natureza corruptaé o resultado de nossa herança em Adão.

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38  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

UMA LIÇÃO DURA

Repetidas vezes ouvimos as pessoas dizem: “Eu não acho que seja justo Deus nosresponsabilizar pelo pecado de Adão!” Muitas pessoas fora de Jesus Cristo usam isso

como uma de suas principais desculpas para recusar chegar-se a ele. Mas quer gostemosou não, a Bíblia ensina que Deus trata com a humanidade na base do princípio da representação.

V

As vezes esse princípio é uma lição dura para aprendermos. Para aqueles de nós quesomos salvos pela graça, salvos pelo “segundo Adão”, aceitar a segunda representaçãonão é difícil. Mas há ocasiões em que até os cristãos ficam pensando sobre a justeza da

 primeira representação. Isso mexe com a mente de muitos cristãos embora poucos ex pressem a idéia em palavras.

Devemos nos lembrar, nesta área, como em todas as áreas de nosso relacionamentocom Deus, que ele é o Criador e Senhor Soberano, possuidor do direito de requererqualquer coisa de suas criaturas em qualquer forma que sua sabedoria possa determinar.A autoridade dele foi, e é, sem limites. Deus podia fazer qualquer coisa com Adão

 pessoalmente, e com vistas à sua posteridade, que fosse consistente com suas próprias perfeições. Ele é uma lei para si mesmo e age de acordo com sua própria vontade. Aomesmo tempo, em seu relacionamento com Adão no Jardim, ele não exigiu nada de

Adão que Adão não tivesse a capacidade de suportar.Essa é a ótica que todos os filhos de Deus precisam aprender. O reconhecimento de

que ele é soberano e nós não. Reconhecer que seja qual for o método que ele escolhausar para nos ensinar nossas lições, esse método é bom e justo, porque ele é a essênciada justiça. Nossa obrigação é não reclamar e sim obedecer, não nos irritar e sim aceitar,não murmurar e sim descansar em nosso dever de diminuir e nos submeter em toda ahumildade.

Para nós, tudo isso é uma lição dura de aprender. Tiago colocou isso muito bemquando disse: “Humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará” (Tg 4.10).Muitos cristãos têm vontade de trabalhar bastante na obra do Senhor, mas não conseguem porque não aprenderam a dar a Deus o direito completo de qualquer método,qualquer meio, qualquer princípio que ele queira usar com eles. Alguns pensam muitasvezes que Deus é injusto, recusam deixar que ele determine seu modo de agir com eles,recusam submeter-se à autoridade dele e depois ficam se perguntando porque Deus nãoos usam como eles desejariam.

Em todos os nossos pensamentos e palavras, em todas as nossas ações e reações,sim, em todas as áreas de nossa vida, somos responsáveis perante ele. E a obediência àPalavra de Deus transcende a obrigação e o privilégio, alcançando honra à medida queele é assim glorificado em nosso viver diário (Dt 11.1,13-19).

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  39

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 17: Qual foi o estado a que a queda reduziu o ser humano?

Resposta: A queda reduziu o ser humano a um estado de pecado e miséria.

Referências Bíblicas: Rm 5.12; G13.10; SI 40.2; Rm 6.23.

Perguntas:

1. Como chamamos o estado do ser humano antes da queda?O estado do ser humano antes da queda é chamado de estado da inocência, o estadoda justiça original.

2. Por que o estado do homem, com a queda, é chamado de estado de pecado? Porque o homem agora está sob a culpa do pecado, que tem domínio sobre ele.

3. Por que o estado do homem, com a queda, é chamado de estado de miséria? Porque, de acordo com a penalidade da lei, a morte e a maldição o envolve em todasorte de miséria.

4. Por que pecado é mencionado antes de miséria, ao se descrever o estado em que caiu o ser humano?Porque o pecado veio primeiro e a miséria veio em seguida como resultado do pecado. O pecado é a causa da miséria; a miséria é o efeito do pecado.

5. Como o homem chegou a esse estado de pecado e miséria?O homem chegou a isso pelo abuso de seu livre-arbítrio, pela desobediência. A Bíblianos diz que o ser humano se destruiu (Os 13.9).

6. O que aconteceu ao homem no Jardim por causa de seu pecado?O coração do homem mudou e o lar do homem mudou. O coração tomou-se mau eo homem foi forçado a sair do lugar da perfeição (o Jardim) e foi lançado no mundoonde estava o mal.

7. Como a Bíblia descreve o estado de pecado e miséria do homem?A Bíblia o descreve como “trevas”, “condenação e ira” e “morte”.

8. Qual é a religião falsa e popular de nossos dias que nega o ensino de pecado e  

miséria?A 

E a religião da Ciência Cristã que nega a realidade do pecado e da miséria.

9. O homem pode se ajudar para sair desse estado de pecado e miséria? Não, o homem é totalmente incapaz de se ajudar a sair desse estado, porque a pró pria natureza dele é “inimizade contra Deus” e ele não se pode salvar desse estado.

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40  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

 PECADO E EVASÃO

 Nossa tese nesta discussão é a seguinte: O pecado no Jardim do Éden foi inteiramente culpa do homem, e Deus não foi de maneira nenhuma o seu autor. Isso é ensinado na

Palavra de Deus e pode ser resumido assim: 1) Deus criou o homem perfeitamentesanto, sem nenhum defeito ou tendência a pecar. 2) O homem poderia ter passado pelaa que ele foi submetido, pois era fácil e não o tolhia em quase nada. 3) Deus não seretirou do homem durante o momento da tentação. Deus estava presente com ele e tudoque o homem precisava fazer era chamar por Deus. A queda do homem foi a conseqüência de uma curiosidade por parte do homem, não falta de capacidade de cumprir oteste simples que Deus lhe havia imposto. E ainda assim Adão pecou. Não só pecoucomo também houve de sua parte a tentativa de se evadir da responsabilidade por aquilo

que tinha feito. Acontece o mesmo hoje. Quando o homem peca, geralmente ele tentaescapar (Pv 28.13-14).

Um professor que tive na faculdade, homem muito sábio, dizia muitas vezes: “Umadas maiores dificuldades de um cristão é sua recusa em ser honesto consigo mesmo comrespeito ao pecado”. A palavra desse professor a nós repetidas vezes era que devíamosolhar para nós mesmos e nunca tentar evadir-nos da responsabilidade pelo pecado. Su

 põe-se que a humanidade tenha recebido essa capacidade de evadir-se da responsabilidade honestamente, visto que tudo começou com Adão. No entanto, mesmo que issoseja verdade, sempre foi uma das maneiras de o homem desconsiderar seu relacionamento e responsabilidade para com Deus.

A oração que o cristão precisa fazer é “Sonda-me, ó Deus, e... conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau” (SI 139.23). Esta oração precisaestar sempre nos lábios do cristão. E quando o Espírito convence do pecado, o cristão

 precisa ser honesto quanto a isso diante de Deus e nunca procurar se esquivar da res ponsabilidade que há no caso. “Minha culpa!” é o rogo de confissão do cristão. Então,

e só então, o cristão estará num relacionamento certo com Deus e poderá ser usado demaneira poderosa, tudo para sua glória (lJo 1.1-10).

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  41

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 18. Em que consiste o estado de pecado em que o homem caiu?

Resposta: O estado de pecado em que o homem caiu consiste na culpa do primeiro pecado de Adão, na falta de retidão original, e na corrupção de toda a sua natureza, oque ordinariamente se chama pecado original, juntamente com todas as transgressõesatuais que procedem dele.

Referências Bíblicas: Rm 5.12-19; ICo 15.22; Rm 5.6; Ef 2.1-3; Tg 1.14-15.Perguntas:

1. O que épecado original?Uma forma melhor de expressar isso seria “pecado herdado”. Esse pecado é a culpae poluição ligada à nossa origem, em e mediante o primeiro Adão.

2. Não existe outro tipo de pecado além do pecado original?Sim, existe o pecado real. Este é qualquer quebra da lei de Deus, quer por omissão

ou comissão, seja em pensamento, palavra ou ação.3. De que forma todos os homens são culpados por causa do primeiro pecado de Adão? 

Todos são culpados do primeiro pecado de Adão por imputação (Rm 5.19). Issoacontece porque Adão representava sua posteridade, como aprendemos na Pergunta16. Assim como a justiça de Cristo, que é o segundo Adão, é imputada a todos oscrentes, assim também o pecado do primeiro Adão é imputado a toda a sementenatural.

4. O que quer dizer a “culpa do primeiro pecado de Adão”?Quer dizer a dívida, o castigo ao qual somos expostos por causa daquele primeiro pecado, cometido por nosso cabeça e representante, Adão.

5. Qual é o ensino compreendido em “falta de justiça original”?O ensino aqui é que duas coisas estão compreendidas: a) A falta de verdadeiro entendimento espiritual na mente (ICo 2.14). b) A falta do poder e inclinação para o bem(Rm 7.18).

6. O que está incluído na afirmação: “a corrupção de toda sua natureza”?Incluído na afirmação está a depravação universal que está presente em todas as

 partes do homem desde a queda. Calvino declara: “Todos, portanto, que descendemos de uma semente impura, nascemos infeccionados pelo contágio do pecado. Naverdade, antes que contemplemos a luz da vida à vista de Deus já estamos manchados e poluídos” ( Institutas, II, 1,5, tr. Luz).

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42  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

O PECADO ORIGINAL

A falta de crença nessa doutrina é provavelmente um dos maiores motivadores da

humanidade para a posição popular e muito ouvida: “Bem, faço o melhor que posso eestamos todos tentando chegar ao mesmo lugar. Vou simplesmente apostar no meumelhor pois um Deus amoroso não me condenaria”. Essa posição é ouvida sempre e édifícil agir ofensivamente contra ela quando a pessoa que a diz não crê na Bíblia comoPalavra de Deus inspirada e infalível.

Os Padrões Presbiterianos são muito claros quanto a esse assunto do Pecado Original e seus efeitos sobre a humanidade. Sobre a “natureza corrompida”, os Padrões nosdizem que “nós somos inteiramente indispostos, incapazes e já feitos contrários a tudo

que é bom, e totalmente inclinados a tudo que é mau” e dessa natureza corrupta “procedem todas as transgressões reais”. Os Padrões ensinam também que essa condição éinata e natural. É justamente nesse ponto que tantos pensadores modernos discordamdos Padrões e insistem em que há uma “bondade inerente no homem”; insistem que ohomem está rapidamente progredindo. É dessa posição que vão ao resultado natural deque se o homem faz o seu melhor será cuidado pelo Deus amoroso.

Contudo, se uma pessoa do mundo é forçada a ser honesta consigo mesma— poruma doença, ou morte iminente, ou por qualquer causa de uma variedade de dificuldades — ela reconhece provas interiores da corrupção de sua natureza. Reconhece que

 por natureza ela não quer escutar as palavras que a impedirão de errar. Reconhece queela põe toda sua esperança em si mesma. Reconhece que seu corpo é mais importante

 para ela do que sua alma. É significativo que quando uma pessoa do mundo é salva pelagraça ela não tem de ser “forçada” a ser honesta consigo dessa maneira; ela já sabedisso!

O que podemos todos nós aprender com essa doutrina? A pessoa não salva pela

graça aprenderá pouco com ela enquanto não chegar à percepção de seu estado pecaminoso. O indivíduo salvo pela graça pode aprender mais uma vez: “Maravilha das maravilhas, ele salvou até mesmo a mim!” Ele pode agradecer e louvar a Deus mais uma vez

 pelo ensino de Efésios 2.1-10. E pode dar testemunho a outros do perdão que vemmediante os méritos de Jesus Cristo.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 43

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergun ta 19. Qual é a miséria do estado em que o homem caiu?

Resposta: Todo o gênero humano, pela sua queda, perdeu a comunhão com Deus, estádebaixo de sua ira e maldição, e assim sujeito a todas as misérias nesta vida, à morte e às

 penas do inferno para sempre.

Referências Bíblicas: Gn 3.8,24; Ef 2.3; Rm 5.14; Rm 6.23.

Perguntas:

1. Do que consiste a miséria do homem na queda?Consiste de três coisas: a) Daquilo que o homem perdeu, b) Daquilo sob o qual ohomem é posicionado, c) Daquilo ao qual o homem está sujeito.

2. Qual era a comunhão com Deus perdida pelo homem por causa da queda?Esta comunhão era a presença e o favor de Deus, juntamente com a doce comunhãoe prazer na companhia de Deus no jardim do Eden.

3. Essa perda de comunhão com Deus se estende até o dia de hoje no que diz respeito ao homem?Sim, estende-se até hoje. A humanidade chega ao mundo hoje alienada de Deus. Ahumanidade vive hoje alienada de Deus a não ser que venha a conhecer Deus pela féem Jesus Cristo.

4. Sob o que é o homem posicionado pela queda?A queda levou o homem a ficar sob a ira e a maldição de Deus e isso é uma grande

miséria. O favor de Deus é melhor para o homem do que a própria vida. O homem écompletamente infeliz e miserável sem a comunhão com Deus.

5. As misérias desta vida, tanto as exteriores como as interiores, são resultado da queda?As misérias são tanto exteriores como interiores. Tais coisas como calamidades, doenças, perda do lar, do emprego, da família são todas misérias exteriores que poderiam resultar da queda. As misérias interiores que resultam da queda são coisas taiscomo viver sob o domínio de Satanás, a cegueira espiritual da mente e a dureza do

coração, afetos vis, perplexidades e ansiedades da mente.6. Qual é o castigo ao qual o homem está sujeito por causa da queda?

O castigo é a própria morte no final da vida. Esse castigo poderá ser somente físicose o homem for nascido de novo pelo Espírito de Deus. Esse castigo poderá sereterno — uma eternidade no inferno — se o homem não for nascido de novo.

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44  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

OS CRISTÃOS ACREDITAM NO INFERNO?

Uma parte desta pergunta do catecismo trata do lugar chamado de “inferno”. Pergunta-se: “Os cristãos acreditam no inferno?” Apesar do fato de o inferno ser menciona

do em nossos Padrões e portanto fazer parte da nossa crença, parece que há entre nosso povo aqueles que não crêem no tormento eterno.

Certa vez alguém disse que não poderia haver geografia cristã a não ser que o céu eo inferno fossem incluídos no mapa, porque o sentido real da vida não está aqui, e sim lá.Isso é verdade, tanto que muitos cristãos querem conservar o Céu no mapa, mas preferem ignorar a existência do inferno. No entanto Jesus Cristo, em Mateus 25.46, pôstanto o Céu como o inferno na geografia cristã e as pessoas que acreditam na Bíblia não

 podem ignorar o inferno.

Uma pergunta justa seria: “Como as pessoas que crêem na Bíblia ignoram essa doutrina?” A doutrina é ignorada não tanto pela falta de crença nela — porque todas as

 pessoas que crêem na Bíblia hão de afirmá-la — mas por se afastar a doutrina nosrelacionamentos com os não-crentes. De uma ou de outra maneira nós nos esquecemosde que uma pessoa fora de Jesus Cristo está a caminho do inferno e do castigo eterno.

 No ano passado, um amigo cristão contou-me sua experiência. Estava num restaurante, e sentadas na mesa ao lado estavam quatro pessoas que se divertiam muito ale

gremente. Ele me contou que elas lhe fizeram uma pergunta e assim o incluíram em suaconversa. Ele disse que não havia nada de errado com a conversa; tinha um tom moral bom, era simplesmente tola. Depois de algum tempo saíram e puseram-se a caminho.Ele finalmente saiu também, entrou no carro e tomou a rodovia. Um acidente haviaocorrido. Havia quatro pessoas envolvidas. Três tinham morrido. A pergunta lhe abra-sava a mente e o coração: Elas agora estão no inferno?

 Nossos Padrões ensinam a doutrina. Acreditamos nela? Se assim for, estamos nosempenhando ao máximo para contar a outros que Jesus Cristo morreu na Cruz do Calvário

 para salvar pecadores do tormento eterno do inferno?

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 20. Deixou Deus todo o gênero humano perecer no estado de pecado e miséria?

Resposta: Tendo Deus, unicamente pela sua boa vontade, desde toda a eternidade,escolhido alguns para a vida eterna, entrou com eles em um pacto de graça, para oslivrar do estado de pecado e miséria e os levar a um estado de salvação por meio de umRedentor.

Referências Bíblicas: Ef 1.4-7; Tt 3.4-7; Tt 1.2; G13.21; Rm 3.20-22.Perguntas:

1. Quem Deus leva a um estado de salvação?Deus leva todo seu povo eleito a um estado de salvação para o qual os escolheu.

2. Quem são as pessoas que fazem parte do povo eleito de Deus?Os eleitos de Deus são aqueles que ele escolheu para a vida eterna, escolhidos desdetoda a eternidade por sua boa vontade.

3. O que queremos dizer ao usar o termo “por sua boa vontade"?Queremos dizer que, embora o homem esteja perdido e decaído, nada merecendo deDeus, foi do prazer de Deus fazer provisão para algumas pessoas mediante aquiloque é chamado de pacto da graça.

4. Como Deus leva seus eleitos a um estado de salvação?Deus leva seus eleitos à salvação por meio de um Redentor (At 4.12).

5. O que é o pacto da graça?

E um pacto de vida eterna e salvação para pecadores, a lhes ser dado por graça emisericórdia gratuitas. É um acordo entre Deus e seus eleitos.

6. Há condições estipuladas para o pacto da graça?Sim, há uma condição. A condição é a fé, pela qual os eleitos têm um interesse ativoem Jesus Cristo (Jo 3.15; At 16.31).

7. Qual é a promessa inferida no pacto da Graça?A promessa é que Deus fará com que seu Santo Espírito habite nos eleitos e opere

neles, criando a fé e virtude que ele deseja. Em outras palavras, o que Deus requer,ele dá (J. B. Green).

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46   Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

UM PACTO COM UMA CONDIÇÃO

O pacto da graça é o que cura e consola uma alma ferida. É um pacto que mostrauma porta aberta de escape para o pecador. As promessas desse pacto são absolutamen

te grátis no que nos diz respeito. Contudo, o pacto da graça é um pacto com umacondição.

A. A. Hodge coloca isso muito bem quando diz: “Aqui está um pacto com umacondição— todo aquele que crê será salvo, e todo aquele que não crê será condenado.O Senhor Jesus Cristo aparece como sendo o Mediador do pacto, porque tudo dependede sua obra mediadora. E acima de tudo, ele representa o Fiador. Você se ajoelha e

 promete fé, e o Senhor Jesus Cristo assina por você”.

É verdade que o pacto da graça, tomado por si só, é pura graça e exclui todas as

obras. O Evangelho do Senhor Jesus Cristo é Boas Novas e é simplesmente uma dádivade Deus. Mas este Evangelho vem para nós dentro da estrutura de uma condição, essacondição não sendo outra coisa senão nossa fé em aceitar com disposição o que Deusnos quer dar. A vontade de Deus para isso se realiza somente pela nossa razão e nossavontade.

Tudo isso coloca sobre nós como cristãos uma grande responsabilidade de pregar oEvangelho a todo aquele com quem entramos em contato. Pois realmente todo aqueleque crê será salvo e todo aquele que não crê será condenado, pois tal é a condiçãocompreendida no pacto da graça. Pode-se muito bem dizer, falando teologicamente,“que uma pessoa, pela graça que recebe, deve crer e se voltar do pecado para Deus”(Bavinck). Isso significa que o evangelismo, segundo os Padrões de Westminster, é algoque deve ser desempenhado por todo crente nascido de novo. Não há espaço na FéReformada para a noção errada mantida por muitos de que não há lugar para o trabalho

 pessoal dentro da estrutura dos Padrões de Westminster.

Cabe a todos nós que perseveramos nos Padrões, lembrar de nossa responsabilidade

como tão apropriadamente declarada por Paulo: “Fiz-me fraco para com os fracos, como fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos osmodos, salvar alguns (ICo 9:22). O Pacto da Graça, com sua condição, deve nos motivar ao evangelismo pessoal.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 21. Quem é o Redentor dos escolhidos de Deus?

Resposta: O único Redentor dos escolhidos de Deus é o Senhor Jesus Cristo, que,sendo o eterno Filho de Deus, se fez homem, e assim foi e continua a ser Deus e homem,em duas naturezas distintas, uma só pessoa, para sempre.

Referências Bíblicas: lTm 2.5; Jo 1.1,14; Jo 10.30; Fp 2.6; G14.4; Fp 2.5,11.

Perguntas:

1. Por que o Redentor dos escolhidos de Deus é chamado o Senhor Jesus Cristo?Ele é chamado de Senhor por causa de sua soberania e domínio (At 10.36). Ele échamado de Jesus porque ele é o Salvador de seu povo (Mt 1.21). Ele é chamado deCristo porque ele é ungido pelo Pai com o Espírito Santo que lhe foi dado semmedida (At 10.38). Ele é plenamente qualificado por Deus

2. Como o Senhor Jesus Cristo redime os escolhidos de Deus?

Ele os compra por seu sangue e os resgata pela sua conquista despojando principados e potestades (lPe 1.18-19; Cl 2.15).

3. O que o Senhor Jesus Cristo se tomou para redimir os escolhidos de Deus? Tomou-se homem mas não cessou de ser Deus. Tomou-se Emanuel, Deus conosco.

4. Por que fo i necessário que se fizesse homem?Foi necessário para que ele pudesse ser capaz de sofrer a morte pelos homens e paraque pudesse se tomar seu Sumo Sacerdote a fim de reconciliá-los com Deus (Hb7.26, 27).

5. Como Cristo pôde ser tanto Deus como homem?

Cristo é Deus e homem por uma união pessoal. Ambas as naturezas são distintas, anatureza divina não sendo sujeita à mudança e a natureza humana não sendo onipotente.

6. Podemos ter algumas afirmações compactas sobre a constituição da pessoa do  Redentor?

J. B. Green foi provavelmente quem colocou isso da maneira mais concisa: “1) Arealidade das duas naturezas. 2) A integridade das novas naturezas. 3) A nitidez dasduas naturezas após a união. 4) A personalidade una”.

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48  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

TENHA TODA CERTEZA

Que Jesus Cristo é o único Redentor dos escolhidos de Deus é um fato que devemosagradecer eternamente a Deus. Embora seja difícil compreendermos as complexidades

de como ele pôde ser tanto Deus como homem, de como as duas naturezas são distintase contudo ele ser um só, certamente podemos agradecer e louvar a Deus por ele ter noscomprado com seu próprio sangue e assim ter se tomado o Redentor único dos eleitosde Deus.

O fato é realmente um fato maravilhoso, mas ainda a pergunta precisa ser feita erespondida por todos: Estamos certos de que estamos entre aqueles que ele comprou esalvou? O escritor do hino colocou isso bem ao dizer: “Esteja certo, sim, bem certo, quesua âncora está na Rocha Firme! Esta Rocha é Jesus, Sim, é ele. Esta Rocha é Jesus, E

só ele” (Sra. Ruth Caye Jones). Pois como o título do hino tão bem diz: “Em TemposComo Estes” precisamos de um Salvador.

Poder discutir e ter um bom entendimento da teologia é uma coisa boa e saudável. Aigreja precisa desta disciplina, precisa de um entendimento melhor daquilo que os Padrões ensinam. E pena que muitos presbiterianos nem saibam dizer em que consistem osPadrões. Repetimos: é bom ter conhecimento teológico. Mas ao nos aproximarmosdesta pergunta do catecismo com outro fato teológico, o do Redentor dos escolhidos deDeus, é mais importante ainda ter um conhecimento pessoal do próprio Redentor, Jesus

Cristo.Enquanto você lê este pequeno artigo, duas perguntas são pertinentes. Primeiro:

Você conhece Cristo como seu Salvador e Senhor? Alleine coloca isso claramente aodizer: “Embora por si só vocês nada possam fazer, tudo podem fazer pela habilitação doEspírito dele, e ele lhes oferece essa ajuda. Deus manda que vocês ‘se lavem e fiquemlimpos’. Deus os convida a serem limpos por ele e roga que se entreguem a ele. Aceitemo que ele oferece, e deixem que faça por vocês, e em vocês, o que vocês não podemfazer para si”. (Pv 1.24, Ap 3.20). Segundo, se você crê que Cristo o salvou: Você estáagindo como quem foi salvo por ele? Sua vida mudou, as coisas velhas estão passando,todas as coisas estão se tomando novas?

Ter o conhecimento teológico de que ele é o Redentor dos eleitos de Deus é bom.Você tem o conhecimento no Coração? Is 47.4.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  49

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 22. Como Cristo, sendo o Filho de Deus, se fez homem?

Resposta: Cristo, o Filho de Deus, fez-se homem tomando um corpo verdadeiro e umaalma racional, sendo concebido pelo poder do Espírito Santo no ventre da virgem Mariae nascendo dela, mas sem pecado.

Referências Bíblicas: Jo 1.14; Lc 1.31,35,41,42; Hb 2.14; Mt 26.38; G14.4; Hb4.15;

Hb 7.26.Perguntas:

1. O nascimento de Cristo foi um ato voluntário de Cristo?Sim, foi um ato voluntário. Ele tomou sobre si a natureza humana para que pudesseser habilitado para ser nosso Redentor.

2.  Ele assumiu a natureza de um homem verdadeiro?Sim, assumiu a natureza de um homem verdadeiro. Ele teve as duas partes essenciais

de um homem, possuindo um corpo real de carne e sangue e ossos e possuindo umaalma.

3. Como podemos provar que ele tinha um corpo real?A Bíblia nos diz que ele é chamado de “Homem”. Ele foi sujeito à fome, ao cansaçoe à sede como outras pessoas. Foi também crucificado, morto e sepultado e ressuscitou no corpo. Lucas 24.39 ensina que ele tinha um corpo, não só um mero espírito.

4. Como podemos provar que ele tinha uma alma, uma alma racional?A Bíblia diz que ele tinha alma e que sua natureza divina não substituiu, nem ficou nolugar da alma. Mateus 26.38 ensina que sua “alma [estava] profundamente triste atéa morte”.

5. O nascimento de Cristo fo i como o nascimento de outros homens? Não, seu nascimento ocorreu pelo poder miraculoso do Espírito Santo no útero daVirgem Maria.

6. Por que Cristo nasceu de uma virgem?Cristo nasceu de uma virgem para que pudesse ser concebido e nascido sem pecado,

 para que pudesse estar livre do pecado original que foi passado para toda a posteridade de Adão por geração natural.

7. Será que é realmente importante nós crermos que Cristo nasceu de uma virgem?  Sim, isso é muito importante. (O artigo seguinte trata desse assunto).

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50  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

 A IM PORTÂNCIA DO NASCIM ENTO VIRGEM DE CRISTO

Em muitos ambientes nas igrejas de hoje faz-se a seguinte pergunta: “Será realmentenecessário que uma pessoa creia no nascimento virginal de Cristo?” A idéia ou o sentimento por trás da pergunta é que não é necessário crer nessa doutrina para se tomar umcristão, ou que não é necessário acreditar nessa doutrina para ser ordenado ao ministério do Evangelho. Na verdade, a resposta à pergunta é muito simples, se quem respondesobre sua crença no nascimento virginal é membro de uma igreja que adota os Padrõesde Westminster. Nossos Padrões de base bíblica ensinam o nascimento virginal e se um

 pastor não crê neles não está qualificado a estar na igreja presbiteriana.

O dr. Benjamin B. Warfield responde a esse questionamento importante com respeitoao nascimento virginal quando diz: “É somente em sua relação à doutrina neotestamentária

da redenção que a necessidade do nascimento virginal de Jesus chega a sua plena manifestação. Pois neste cristianismo a redenção que é proporcionada é distintamente a redenção do pecado; e para que pudesse redimir os homens do pecado certamente eraimperativo que o próprio Redentor não estivesse envolvido em pecado”. Será que haveria modo mais claro de dizer que a obra redentora de Cristo depende de seu nascimentovirginal?

É muito difícil uma pessoa acabar tendo muita coisa quando começa a duvidar dasdoutrinas essenciais do sistema cristão. Há fortes elos de ligação entre-as diferentes

doutrinas do cristianismo, e a doutrina do Nascimento Virginal é um elo essencial. Everdade, certamente, que uma pessoa não é obrigada a ter um entendimento ou convicção perfeita com respeito ao nascimento virginal para ser salvo, mas quem ignoraou nega isso é uma pessoa que está negando a divindade de Cristo e é uma pessoa,

 portanto, sem esperança neste mundo. Tal pessoa não merece o púlpito, está apenassimulando pregar o Evangelho redentor completo de Jesus Cristo.

É interessante notar que o quarto Concilio Geral, reunido em Calcedônia em 451A.D. declarou: “...Nosso Senhor Jesus Cristo... gerado antes de todas as eras do Paisegundo a Deidade, e nestes últimos dias, para nós e para nossa salvação, nascido deMaria, a Virgem Mãe de Deus, segundo a humanidade; um e o mesmo Cristo, Filho,Senhor, Unigênito...” Nossa Confissão de Fé afirma o mesmo na Seção 2.

 Nisso nós cremos! E por isso louvamos a Deus!

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  51

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 23. Que funções exerce Cristo como nosso Redentor?

Resposta: Cristo, como nosso Redentor, exerce as funções de profeta, sacerdote e rei,tanto no seu estado de humilhação como no de exaltação.

Referências Bíblicas: At 3.22; Lc 4.18-21; Hb 4.14-15,5.5-6; Ap 19.16; Is 9.6-7; SI 2.6.

Perguntas:

1. O que queremos dizer com o termo “função”?A palavra ‘função” aqui é sinônima de “ofício” que vem do latim officium e significaqualquer dever especial ou incumbência ou responsabilidade que uma pessoa deveráexercer para outra. É interessante notar que o termo nunca é usado para indicar o queuma pessoa faz para si, mas sempre dá a entender o que uma pessoa faz para outra.O termo “ofício” não é usado na Bíblia, mas aparece como termo teológico usado emnossos Padrões.

2. Que quer dizer “exercer” uma função?Exercer uma função é fazer ou realizar tudo que pertence à função.

3. Jesus Cristo fo i ordenado ou nomeado para essas funções?Sim, Cristo foi ordenado a essas funções desde toda a eternidade (lPe 1.20).

4. Por que fo i necessário que Cristo assumisse essas três funções?Foi necessário para nossa salvação. Nossa salvação foi revelada por ele como Profeta; comprada por ele como Sacerdote; e aplicada por ele como Rei. Uma forma

maravilhosa de colocar isso foi empregada pelo Rev. John R. Mackay da Igreja Livreda Escócia, citado pelo dr. William Childs Robinson: “Ao voltar os olhos para meu

 próprio coração nada vi senão trevas, culpa e orgulho. Mas então me lembrei queCristo é um Profeta que pode dissipar minhas trevas. Cristo é um Sacerdote que poderemover minha culpa. Cristo é um Rei que pode humilhar meu orgulho”.

5. Há alguém mais na Bíblia que teve todas as três funções? Não, na Bíblia ninguém mais senão Cristo teve todas as três funções, nem mesmoaqueles que o tipificaram no Antigo Testamento.

6. De que maneiras Cristo executa essas funções?Ele exerceu essas funções em seu estado de humilhação aqui na terra e continua afazer o mesmo agora em seu estado de exaltação no céu.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  53

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergu nta 24: Como Cristo exerce as funções de profeta?

Resposta: Cristo exerce as funções de profeta, revelando-nos, pela sua palavra e peloseu Espírito, a vontade de Deus para a nossa salvação.

Referências Bíblicas: Jo 1.1-4; Jo 15.15; Jo 20.31; 2Pe 1.21; Jo 14.26.

Perguntas:1. Cristo é chamado de “profeta” na Bíblia? E se é, por quê?

Ele é chamado de profeta em Atos 3.22. É chamado de profeta porque fez umarevelação completa de todo o conselho de Deus.

2. Como Cristo nos revela a vontade de Deus?Ele revela a vontade de Deus a nós de duas maneiras: exteriormente, pela sua Palavra e interiormente, pelo seu Espírito.

3. Qual é a palavra de Cristo?A palavra de Cristo é a Bíblia toda, a Escritura, que contém o Antigo e o NovoTestamentos.

4. Como pode ser que a Escritura toda é a palavra de Cristo visto que suas palavras só constituem uma pequena parte dela? A  Bíblia toda é chamada a palavra de Cristo porque aqueles que a escreveram escreviam a palavra que tinham recebido do Espírito de Cristo (lP e 1.10-11).

5. Épossível ser salvo simplesmente pela Palavra de Deus sem o Espírito? Não, não é possível ser salvo simplesmente pela Palavra sem o Espírito. O ensinosobre isso encontra-se em ICo 2.14.

6. Épossível ser salvo pelo Espírito sem a Palavra?Há uma diferença entre esta e a pergunta anterior, pois a Palavra não pode salvá-losem o Espírito e o Espírito não irá salvá-lo sem a Palavra. A Bíblia ensina que toda avontade de Deus que é necessária para nossa salvação está revelada em sua Palavra.

7. Como o Espírito de Cristo nos faz sábios para a salvação?

O Espírito de Cristo nos faz sábios para a salvação abrindo nosso entendimento, porque a entrada de sua palavra nos ilumina para que a alma possa ver o caminho dasalvação e o caminho oferecido.

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 A PALAVRA E A NOSSA SALVAÇÃO

De vez em quando o cristão é convidado a fazer uma defesa da posição de que o  conhecimento para a salvação vem somente da Palavra de Deus. Essa defesa é necessá-

ria, pois muitas seitas e grupos heréticos negam o ensino e insistem em sua crença na  doutrina inventada pelos homens de que Deus tem salvo, e salva, e revela sua vontade à parte da Palavra de Deus.

O poeta colocou essa verdade muito bem ao dizer o seguinte:

O firmamento estrelado E as glórias todas do céu Não brilham tanto ao teu louvor, Senhor 

Como tua palavra escrita.Senhor Onipotente, o sol faltará,A lua esquecerá seu conto de cada noite,E o silêncio profundo silenciará O coro radiante lá do céu;

Mas, fixado por anos eternos Imutável em meio a destroços das esferas,Tua palavra brilhará em céu sem nuvens Quando céueterra houver passado.

Há muitos hoje que insistem que a salvação pode ser obtida à parte da Palavra de  Deus. É o modo popular e moderno de cier hoje, deixar de lado a Bíblia e descobrir o caminho a Deus por meio do eu, com detalhes filosóficos ou místicos. A fé reformada se mantém em oposição a isso. Em um dos catecismos reformados há a pergunta: “De onde você conhece sua miséria?” A resposta é: “Da lei de Deus”. (Catecismo de 

 Heidelberg , Pergunta 3) O espelho está sempre presente conosco, o espelho da Palavra 

de Deus, e por ela ser a revelação de Deus ela nos mostra nosso pecado.O perigo para a Igreja hoje vem daqueles que professam Cristo mas não levam a  

sério a Palavra de Deus. Há cristãos demais que não a lêem, não a estudam, nem enchem seu coração e sua mente dela. Humanamente falando, se fosse possível receber todas as respostas sobre a vida por um meio humano que pudesse ser ajuntado num livrinho, nós nunca nos apartaríamos dele. Contudo, é exatamente isso que o temos na Palavra de Deus. Nela temos nossa salvação e tudo o que é necessário para agradarmos a Deus e assim gozálo para sempre.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 25: Como Cristo exerce as funções de sacerdote?

Resposta: Cristo exerce as funções de sacerdote por ter oferecido a si mesmo uma vez, em sacrifício, para satisfazer a justiça divina e reconciliarnos com Deus, e por fazer contínua intercessão por nós.

Referências Bíblicas: Hb 9.14,28; Rm 3.25; Rm 10.4; Hb 2.17; Hb 7.25.Perguntas:

1. O que Cristo fe z por nós como primeira parte de sua função como sacerdote?A primeira parte da função sacerdotal de Cristo foi oferecer um sacrifício a Deus por nós. O sacrifício foi ele mesmo, o derramamento de sangue até a morte.

2. O que é um sacrifício?Um sacrifício é uma oferta santa oferecida a Deus por um sacerdote nomeado por 

Deus.3. Cristo ofereceu um sacrifício de si mais de uma vez?

Não, ele se ofereceu em sacrifício somente uma vez, e isso foi suficiente pelos peca-dos de seu povo (Hb 9.28).

4. Por que Cristo se ofereceu como sacrifício por nós?Cristo se ofereceu como sacrifício por nós para que pudesse satisfazer a justiça de Deus para nós e para que pudesse reconciliarnos com Deus.

5. Quando se emprega a palavra “nós” na pergunta acima, a quem ela se refere? Reférese aos escolhidos, não a toda a humanidade. (Jo 10.15).

6. Como o sacrifício de Cristo satisfez a justiça de Deus?Satisfez porque esse sacrifício foi aceito por Deus e foi digno de aceitação.

7. O que Cristo fa z por nós como segunda parte de sua função como sacerdote?A segunda parte da função sacerdotal de Cristo é que ele faz intercessão por nós. (Is 43.12).

8. Onde a intercessão é feita e o que ele fa z por nós nessa intercessão? A  intercessão é feita à destra de Deus. Intercedendo, ele ora e roga a Deus por nós; por causa disso nossos pecados são perdoados, nossas orações são respondidas e nós somos realmente reconciliados. Deve ser lembrado que ele é o único intercessor no céu por nós.

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 NOSSO INTERCESSOR

A Confissão Belga esclarece bem o assunto da intercessão de Cristo quando declara:“Cremos que nós não temos acesso nenhum a Deus, salvo somente pelo Mediador eAdvogado único, Jesus Cristo o jus to”. Mais adiante, para que não haja quem procureoutro intercessor, ela declara: “E se buscamos um que tenha poder e majestade, quemhá que tenha tanto de ambos como aquele que se assenta à mão direita do Pai, e que temtodo o poder no céu e na terra?” (Artigo 26).

Sempre houve no mundo aqueles que procuram “um outro intercessor” pensandoque de algum modo poderão encontrar algum poder extra sem passar pelo caminhoestreito, que é o caminho da salvação por intermédio de Jesus Cristo. A igreja é sempre

chamada a tomar uma posição contra crenças falsas tais como “outro intercessor” edeve estar sempre pronta a dar resposta a essas crenças falsas. O cristão de fé estáconvencido de que Cristo é o intercessor, e dá graças por ele. No entanto, há sempre o

 perigo de o cristão não valorizá-lo por não reconhecer que é verdadeira e poderosa aintercessão de Cristo, não sendo, portanto, grato como deveria ser. Isaac Watts aceitoua abordagem quando escreveu:

Olhai! D a ensangüentada cruz

Torrentes de tristeza e amor!Que dor, que amor do meu Jesus!Por mim, seu vil perseguidor!

Se o mundo inteiro fosse meu,Mesquinha oferta ao Redentor Seria; pois na cruz venceuMinha alma e todo o meu amor!

Trad. Justus H. Nelson, 1890 (?) em Seja Louvado,  114.Ao cristão nascido de novo o caso pode ser colocado de modo bem simples: Você já

experimentou as lágrimas de sentimento, para não falar da oferta de si mesmo? E possível que a dificuldade de percebermos o que temos na intercessão de Cristo esteja em quenunca demos importância suficiente a isso para chorar pelo muito que ele sofreu pornós. Um crente que conheço nunca começa a falar sobre o sacrifício do Salvador por elesem derram ar lágrimas. Você diz: “É emocionalismo!” Lágrimas sinceras com respeitoao sacrifício de Cristo e sua subseqüente intercessão nunca farão mal a ninguém. A

pergunta é: Será que nos importamos até esse ponto? (Ef 3.14-21).

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Pergu nta: 26. Como Cristo exerce as funções de rei?

Resposta: Cristo exerce as funções de rei, sujeitando-nos a si mesmo, governando-nose protegendo-nos, contendo e subjugando todos os seus e os nossos inimigos.

Referências Bíblicas: SI 110.3; Is 33.22; ICo 15.25; At 12.17; At 18.9-10.

Perguntas:

1. A Bíblia ensina que Jesus Cristo é Rei?Sim, a Bíblia ensina isso em SI 2.6 e novamente em Jo 18.36.

2. Quando Jesus Cristo fo i fei to Rei?Ele foi feito Rei desde o princípio. Foi proclamado como Rei no seu nascimento eoutra vez na sua morte.

3. Como Cristo exerce seu reinado?

Ele o exerce de dois modos: 1) Sobre seu povo escolhido (Jo 1.49). 2) Sobre seusinimigos e os inimigos de seu povo escolhido (SI 110.2).

4. Como Cristo exerce sua soberania sobre seu povo escolhido?Ele a exerce subjugando-os a si. Faz isso mediante o poder do Espírito da Palavra demodo a tomá-los dispostos a abraçar o Salvador. Ele os encontra obstinados e deso

 bedientes e rebeldes mas ele os chama a si.

5. Como Cristo exerce sua soberania ao reger sobre seu povo escolhido?Ele o exerce governando interiormente por meio de seu Espírito, trabalhando neles a

disposição da obediência a ele.

6. Que mudança isso realiza quanto ao relacionamento das pessoas com a Palavra? A mudança é que embora ainda estejam no mundo não são realmente do mundo, esim membros do reino invisível de Cristo. Isso também significa que o mundo osodiará.

7. Como Cristo exerce seu domínio de Rei sobre seus inimigos e os inimigos de seu  povo escolhido?

Exerce seu domínio de Rei defendendo seu povo, reprimindo e vencendo todos osinimigos seus e deles (colocando-lhes fronteiras e limites) e ganhando-os para si.

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 NOSSO LIBERTADOR

“O Senhor é a minha rocha, a minha cidadela, o meu libertador; o meu Deus, o meurochedo em que me refugio; o meu escudo, a força da minha salvação, o meu baluarte”

(SI 18.2).Calvino nos diz, em seu comentário sobre esse versículo, que “Aqui Davi equipa

assim o cristão fiel da cabeça aos pés”. Continua dizendo “Aprendamos, portanto, comseu exemplo, a aplicar para nosso próprio uso os títulos aqui atribuídos a Deus, e aplicá-los como antídoto contra todas as perplexidades e aflições que nos possam sobrevir; oumelhor, que sejam indelevelmente impressos em nossa memória, para que possamosafastar para longe qualquer temor que Satanás possa sugerir à nossa mente”.

É verdade que como crentes precisamos viver neste mundo. E que mundo temos nodia e na época de hoje! O Senhor nos falou que neste mundo teríamos aflições. Uma boatradução dessa palavra é “pressão, ansiedade”. Esta tradução cabe bem no dia de hoje.Dificilmente um dia passa em que não tenhamos de enfrentar as pressões da vida, com aansiedade de um temporal que surge para aborrecer profundamente nosso coração emente. Como reagimos? Reconhecemos que temos um Libertador? Reconhecemos queele é nosso Rei? Reconhecemos que um Rei sempre sente a obrigação de defender eguardar seus súditos?

Lina Sandell colocou isso em linguagem autêntica e proveitosa:Ajuda-me, portanto, em cada tribulaçãoA confiar em tuas promessas, Deus,Que eu não perca, da fé, a boa consolaçãoOferecida em Tua Palavra aos olhos meus.Ajuda-me, quando tenho com a lida a luta,A escolher sempre, qual da mão paterna,Um a um, os dias, o momento em fuga,

Até que eu chegue à prometida terra. Nossa herança, por meio de nosso grande Rei, é que podemos ser “mais que vence

dores” em meio a toda sorte de tribulações. Nossa pergunta e resposta do catecismo para esse estudo serve bem para nós no dia atual. Saímos à batalha, a cada dia, com aarmadura completa, a armadura de Deus. Leia novamente Efésios 6.13-17 e seja agradecido.

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Pergunta 27. Em que consistiu a humilhação de Cristo?

Resposta: A humilhação de Cristo consistiu em ele ter nascido, e isso em condição baixa, ter-se colocado sob a lei, ter sofrido as misérias desta vida, a ira de Deus e aamaldiçoada morte na cruz; em ter sido sepultado e permanecido debaixo do poder damorte durante certo tempo.

Referências Bíblicas: Lc 2.7; Fp 2.6-8; G14.4; Is 53.6; Mt 27.46; G13.13; ICo 15.3,4.Perguntas:

1. Em quais coisas Cristo se humilhou?Cristo se humilhou em seu nascimento, em sua vida e em sua morte.

2. De que maneira Cristo se humilhou em seu nascimento?Cristo se humilhou em seu nascimento por ter nascido de uma virgem, numa manjedoura, e por ter-se tomado homem, ele que era o etemo Filho de Deus.

3. De que maneira Cristo se humilhou em sua vida?Cristo se humilhou em sua vida por ter sujeitado-se à lei; por ter entrado em conflitocom o diabo; por ter suportado a maledicência de homens que eram maus; por tersuportado as enfermidades da came, até mesmo aquelas suportadas por todos oshomens.

4. De que maneira Cristo se humilhou na sua morte?Cristo se humilhou em sua morte por ter se submetido à morte maldita da cruz (G1

3.13) e ter suportado a agonia descrita na Bíblia como tendo acontecido a ele.5. O que significa a humilhação de Cristo para nós como cristãos?

A humilhação de Cristo nos assegurou nossa redenção, pelos méritos de seus sofrimentos (Ef 1.7).

6. Estava a alma ou corpo de Cristo separados dele durante sua morte? Não, sua alma ou corpo não poderiam estar separados dele visto ser ele divino e aBíblia ensinar que ele “ontem e hoje é o mesmo e o será para sempre” (Hb 13.8).

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O GÓLGOTA

Abraham Kuyper, em seu livro útil,  His Decease At Jerusalem,  declara: “Mesmoentre os mais piedosos, só uns poucos se dispõem a buscar a significância real das

 profundezas do Gólgota. Na maioria das vezes nós nos preocupamos com as provasexteriores de sua morte. Isso não nos perturba tanto. Mas ninguém parece disposto asuportar o exame doloroso de seu conflito com o Pecado, com Satanás e a Sentença deMorte, o exame que lacera o coração e alma.”

O Gólgota! Ali nosso Senhor chegou ao clímax daquelas coisas que fez a fim de queoutros pudessem viver. Nada lhe restava senão uma cruz onde pudesse morrer. E issoentre os risos zombeteiros de seus caluniadores. Olhe para a Cruz de Cristo, aquele

lugar onde Cristo ouviu as palavras de escárnio: “Salvou os outros; a si mesmo não pode salvar!” Quão verdadeiras foram, não sabendo quem as disse a verdade profundaque pronunciava. Pois nisto estava a verdade a respeito de sua morte: para salvar outrosnão podia salvar a si mesmo! Pagou o preço final sobre a Cruz, e então soube que adívida pela redenção do homem estava completamente saldada. Ficou livre para pronunciar as palavras: “Está consumado!” Foi uma exclamação trovejante de vitória sobreo príncipe do mundo e sua corte.

Cantamos sobre a Cruz e dela falamos — mas será que meditamos com profundidade

ao considerar a humilhação que ele sofreu ali? Quão pouco conduzimos nossos pensamentos a desenvolver uma compreensão sincera de seu sacrifício na Cruz. O que elesofreu lá por amor a nós, o que ele fez lá que garantiu a preciosa dádiva da vida eterna

 por você e por mim!

Devemos pensar mais sobre a cena do Gólgota e deixar que seja uma lembrançacontínua para nós do precioso sangue que verteu. Precisamos ver aquela Cruz na qualencontramos nossa glória.

Precisamos examinar nosso coração na sua presença e pedir-lhe, como o salmista do passado: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno” (SI139.23-24). Precisamos lembrar o que ele fez por nós e perguntar a nós mesmos: “Oque estamos fazendo por ele?” Estamos dispostos a renunciar a tudo por sua causa?Estamos dispostos a ser humilhados pelo mundo à medida que testemunhamos dele?Estamos dispostos a desistir de tudo que for necessário a fim de caminhar para suaglória? Bendito Redentor, Precioso Redentor é nosso rogo — o que nossa vida testifica?

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 28. Em que consistiu a exaltação de Cristo?

Resposta: A exaltação de Cristo consiste em ele ressurgir dos mortos no terceiro dia;em subir ao Céu e estar sentado a mão direita de Deus Pai, e em vir para julgar o mundono dia final.

Referências Bíblicas: ICo 15.3-4; At 1.9; Ef 1.19-20; At 1.11; At 17.31.

Perguntas:

1. Quantas partes há na exaltação de Cristo?Há quatro partes na sua exaltação. A primeira parte é sua ressurreição dos mortos; asegunda, sua ascensão ao céu; a terceira, seu assentar à mão direita do Pai; a quarta,sua vinda para julgar o mundo.

2. Épossível provar que ele ressuscitou dos mortos?Pode ser provado pelas muitas testemunhas que o viram e conversaram com ele

depois de ressurreto. Outra prova é que se não fosse assim nossa fé seria vã, como éensinado em 1 Coríntios 15.17.

3. Quem fo i responsável por esse milagre de ressuscitar dos mortos?Cristo fez isso pelo seu próprio poder e Espírito como é ensinado por versículos taiscomo João 10.17-18; Romanos 1.4.

4. O que a ressurreição de Cristo nos ensina?Ensina-nos a andar em novidade de vida (Rm 6.4).

5. Por que Cristo subiu ao céu?Ele subiu ao céu para que pudesse ser reconduzido à glória que tinha antes que omundo fosse formado (Jo 17.5). Pela sua ascensão também assumiu, como Cabeçada igreja, o destino de todos os crentes.

6. O que Cristo fa z à mão direita de Deus?Cristo faz intercessão por todos os crentes nesse lugar e está também preparando-lhes um lugar.

7. Quando e como Cristo virá para julgar o mundo?Virá para julgar o mundo no último dia. Julgará o mundo em justiça, dando a cada umconforme o que mereceu (2Co 5.10).

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62  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

O JULGAMENTO

A quarta parte da exaltação de Cristo é o julgamento do mundo no dia final. Comocrentes, podemos ser agradecidos a Deus porque nesse julgamento vamos ser declara

dos justos com base em nossa participação na justiça de Cristo. O “livro da vida” seráaberto, o livro do amor eletivo de Deus. É realmente um dia que o crente aguarda comalegria, pela fé.

Há um fato com respeito ao julgamento que nos deve fazer examinar nosso coraçãosinceramente perante o Senhor. Os segredos de todos os corações, os estados interiorese motivações ocultas de nossos feitos serão incluídos como matéria para ser julgada,

 bem como as ações em si. Como cristãos professos, essa idéia precisa ser considerada. a

E verdade que “pela graça sois salvos, mediante a fé, e isto não vem de vós; é dom deDeus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8,9). Contudo também é fato quea pessoa que é salva com sinceridade pela fé vai mostrar os frutos das boas obras comoé esclarecido no versículo seguinte: “Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus

 para boas obras, as quais de antemão preparou para que andássemos nelas”. Se reivindicamos Cristo como nosso Salvador, a pergunta vem a propósito: Estamos nós mostrando boas obras? São comuns em nós os frutos do Espírito ou as obras da carne?

A. A. Hodge, ao tratar do julgamento afirma, sobre os crentes: “Seu caráter santo e

 bons feitos... serão declarados publicamente como prova de terem sido escoíhidos, deseu relacionamento com Cristo, e da gloriosa obra de Cristo neles” (Mt 13.43; 25.34-40).

s

E importante perguntarmos a nós mesmos hoje, neste momento: Estamos dando prova de que fomos escolhidos, de nosso relacionamento com Cristo, da gloriosa obrade Cristo em nós? Jim Elliot certa vez escreveu em seu diário: “ ‘Ele faz seus ministrosuma chama de fogo’. Será que eu sou inflamável? Deus me guarde do amianto das‘outras coisas’. Sature-me com o óleo do Espírito para que eu possa ser uma chama”.

Será que nós oramos assim? O dia do juízo o declarará e mostrará as provas de nossaeleição?

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Pergunta: 29. Como nos tomamos participantes da redenção adquirida por Cristo?

Resposta: Tomamo-nos participantes da redenção adquirida por Cristo pela eficaz aplicação dela a nós pelo seu Santo Espírito.

Referências Bíblicas: Jo 1.12,13; Jo 3.5,6; Tt 3.5,6.

Perguntas:

1. O que queremos dizer com a palavra “redenção” nesta pergunta específica?A palavra redenção nesta pergunta poderia ser definida como sendo a doutrina com

 pleta da salvação revelada na Bíblia. O sentido amplo da palavra é usado aqui. Warfielddeclara: “Ele morreu como resgate, é certo; mas a salvação comprada por esse preçode resgate se realiza passo a passo em seus estágios sucessivos até o fim” ( Biblical  

 Foundations,  p. 244).

2. Como essa redenção fo i comprada?

Essa redenção foi comprada pelo precioso sangue de Cristo (lPe 1.19).3. Será que não é possível de alguma forma o próprio crente fazer-se um participante? 

 Não, é impossível o crente fazer-se participante da redenção. A Bíblia nos ensina quesomos totalmente incapazes de nos salvar a nós mesmos, muito menos de merecerisso.

4. Por quem nossa redenção é aplicada? Nossa redenção é aplicada pelo Espírito Santo. É sua operação efetiva em nós que a

faz acontecer.5. Como essa pergunta nos ajuda a completar a doutrina da Trindade?

Ajuda-nos a tomar completa a doutrina da Trindade mostrando a obra do EspíritoSanto na obra da redenção. Já vimos como o Pai ordena, o Filho compra, e agora oEspírito aplica. Spurgeon tinha uma predileta declaração com a qual costumava finalizar muitos de seus sermões:

Já ouvimos o pregador Que esclareceu a verdade contundente;

Mas precisamos de um Mestre maiorDo trono eterno provindo.A aplicação é obra de Deus somente.

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64  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

O PROCESSO DA REDENÇÃO

O título acima poderá soar estranho para muitos leitores, embora seja bem corretoteologicamente. Warfield, em seu livro, The Plan o f Salvation, declara: “...O plano deDeus é salvar, seja o indivíduo ou o mundo, por meio de um processo. ...Remido porCristo, regenerado pelo Espírito Santo, justificado pela fé, recebido na família de Deuscomo filhos, dirigido pelo Espírito para chegar às atividades de florescimento e frutificaçãoda vida nova, nossa salvação ainda está em processo e por enquanto incompleta”.

O processo da redenção está em andamento, e contudo há muitos cristãos que insistem em que não há espaço nas outra s pessoas para erros, que criticam seus irmãos noSenhor duramente no caso de incorrerem em pecado. Isso é algo estranho e perigoso naigreja de hoje.

A. A. Hodge tinha uma frase favorita: “Lembre-se de que o Senhor nos dirige porcaminhos tortuosos em nossa peregrinação, e ele indica para nós todas as nossas mudanças”. Muitas vezes esses “caminhos tortuosos” são caminhos em que caímos vítimasda tentação. Ora, isso não nos dá direito algum de transigir com o mal. O padrão que oSenhor nos colocou é um padrão de perfeição absoluta. O cristão não pode viver sabendo que há um processo em andamento, e então aproveitar-se dele e usá-lo como descul

 pa sempre que peca. Isso deve ser entendido por todos que chamam pelo nome deCristo.

 No entanto, há o perigo, quando o cristão reconhece os fatos desse último parágrafo,de ele padecer do mal de recusar desculpar, tolerar ou entender o pecado em outras

 pessoas. Ele esquece que a Bíblia ensina que é só quando a última trombeta soar que ocorpo incorruptível entrará na glória prometida aos filhos de Deus, e que só então o

 processo da redenção estará completo. Um grande cristão via as coisas claramente quandodisse: “Para com Deus, um coração de fogo. Para comigo mesmo, um coração de aço.Para com outros, um coração de amor”. Reconhecia que devia pôr Deus primeiro emtodas as coisas. Reconhecia que, com o propósito de fazer isso, precisava eliminar qualquer coisa que o impedisse. E além disso reconhecia que os outros estariam passando

 pelo mesmo processo que ele, e sua atitude para com eles deveria ser de amor.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  65

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 30. Como o Espírito aplica em nós a redenção comprada por Cristo?

Resposta: O Espírito aplica a nós a redenção adquirida por Cristo, operando em nós afé e unindo-nos a Cristo por meio dela em nossa vocação eficaz.

Referências Bíblicas: Ef 2.8; Jo 15.5; ICo 6.17; ICo 1.9; lPe 5.10.

Perguntas:

1. Como o Espírito nos aplica essa redenção?Essa redenção é posta sobre a alma pelo Espírito. Ela nos une a Jesus Cristo, nos“liga” a ele, nos faz “um” com ele. É um ato de Deus

2. Como épossível sermos unidos a Cristo quando ele está no céu e nós aqui na terra? E possível porque a pessoa de Cristo está em toda parte. Mt 28.20.

3. Na união entre Cristo e o cristão há uma união mútua?É uma união mútua mas começa primeiramente da parte de Cristo. A Bíblia ensinaque “Porei em vós o meu Espírito” (Ez 37.14).

4. O que acontece quando essa aplicação ocorre na alma?Quando essa aplicação ocorre na alma, a alma crê, passando do estado morto aoestado vivo.

5. Épossível que essa união seja dissolvida? Não, é impossível que essa união seja dissolvida porque ela contém em si a perseverança de Deus.

6. Essa fé que ocorre vem de nós mesmos ou de Deus?Pode-se dizer que a fé é nossa ação mas é dom de Deus e obra do seu Espírito. Um

 bom versículo a esse respeito é Cl 2.12: “Fostes ressuscitados mediante a fé no poderde Deus que o ressuscitou dentre os mortos”.

7. A que a Bíblia compara essa união?A Bíblia compara essa união a união entre esposo e esposa; cabeça e membros; raize ramos; alicerce e superestrutura.

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66   Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

 É DEUS QUE OPERA EM VOCÊ 

A definição de fé de Calvino encontra-se em suas Institutas (III, 2.7): “Possuiremosuma definição correta de fé se a chamarmos de um conhecimento firme e certo da bene

volência de Deus a nosso favor, fundamentada sobre a verdade da promessa dada gratuitamente em Cristo, tanto revelada a nossa mente como selada sobre nosso coraçãomediante o Espírito Santo”. Os Padrões Presbiterianos estão em completa harmoniacom o ensino contido na declaração de Calvino; e nossa pergunta e resposta do catecismo estabelece a base para o ensino nesta pergunta e outras perguntas que vêm a seguir.

 Nosso título, “É Deus que Opera em Você” é um ensino muito necessário no dia dehoje. Há muita pregação e ensino hoje que contradiz o ensino bíblico de dependermostotal e completamente de Deus para a conversão. É verdade que em meio à experiência

da conversão é difícil, por vezes, que o homem entenda o relacionamento. Mas o escritor deste hino expressou-o bem ao dizer:

Busquei a Deus, e depois percebiQue ele, ao me buscar, moveu-me a buscá-lo,

 Não fui eu que te encontrei, ó Salvador amado; Não, eu fui o encontrado teu, já vi.

Poucas pessoas em nossas igrejas presbiterianas hoje teriam dúvidas de que foi Deus

quem trabalhou nelas quando ele as atraiu pela graça regeneradora irresistível do Espírito Santo. Ainda assim, muitos deles não vivem como cristãos de maneira tal a provara um mundo moribundo que o mesmo Deus Onipotente e Soberano está entronizado eque reconhecem sua soberania. A Escritura ensina: “Porque todos os povos andam,cada um em nome do seu deus; mas, quanto a nós, andaremos em o nome do Senhor,nosso Deus, para todo o sempre” (Mq 4.5). É nossa responsabilidade andar em verdadeira piedade. Nossa fé não deve depender das pressões de nossos semelhantes ou doque eles poderão pensar de nós, mas nossa fé precisa ter a constância do Deus Onipo

tente. Ou, em outras palavras, por nossa fé ter a constância do Deus Onipotente, podemos ter certeza de que nada nos poderá desviar da rota que conduz ao céu.

Calvino certa vez orou assim: “... que possamos aprender a elevar os olhos e a mentee todos os nossos pensamentos a teu grande poder, pelo qual tu vivificas os mortos, efazes surgir do nada coisas que não são, para que, embora sejamos expostos à ruínatodos os dias, nossa alma possa sempre aspirar à eterna salvação”. Lembre-se: “É DeusQue Opera em Você! ”

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  67 

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 31 .0 que é vocação eficaz?

Resposta: Vocação eficaz é a obra do Espírito Santo, pela qual, ao convencer-nos donosso pecado e da nossa miséria, iluminar nosso entendimento pelo conhecimento deCristo e renovar a nossa vontade, nos persuade e habilita a abraçar Jesus Cristo, que nosé oferecido de graça no Evangelho.

Referências Bíblicas: 2Tm 1.8-9; Ef 1.18-20; At 2.37; At 26.18; Ez 11.19; Jo 6.44-45-Fp 2.13; Ef 2.15.

Perguntas:

1. Quais são as duas formas de se entender a palavra “vocação” ?Vocação tem sido reconhecida na Teologia Reformada tanto como vocação ou chamamento “exterior” como “interior”. O primeiro é o chamamento da palavra peloqual todos os pecadores são graciosamente convidados a Cristo, para que tenhamvida e salvação nele. Contudo, este chamamento é insuficiente em si para habilitá-losa ir a ele. O segundo é o chamamento interior do Espírito, que acompanha a proclamação da palavra, pelo qual o pecador não só é convidado a Cristo, mas é tambéminteriormente capacitado a abraçá-lo conforme ele é graciosamente oferecido nosEvangelhos.

2. O que está compreendido na obra do Espírito em nosso coração para nos convencer  de nosso pecado e miséria?O Espírito nos dá uma visão clara da culpa de nossos pecados e um reconhecimento

da ira de Deus e das misérias do inferno. Isso fere nossa consciência e faz-nos perguntar: “O que devo fazer para ser salvo?”

3. Como o Espírito executa essa tarefa?O Espírito realiza essa tarefa pela lei — “Pela lei vem o pleno conhecimento do

 pecado” (Rm 3.20).

4. Como o Espírito ilumina nossa mente?O Espírito faz isso apontando-nos a Cristo, pois nele, isto é, no conhecimento de sua

 pessoa, justiça, poder, etc., nós somos renovados em nossa vontade e somos capacitados a nos voltar a Cristo como Salvador e Senhor.

5. Nós conseguimos renovar nossa própria vontade? Não, nossa vontade é renovada apenas quando o Espírito coloca nelas novas inclinações e faz com que estejamos dispostos a abraçar Jesus Cristo pela fé (Ef 1.19, 20).

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  69

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 32. Que bênçãos gozam nesta vida aqueles que são eficazmente chamados?

Resposta: Aqueles que são eficazmente chamados gozam, nesta vida, da justificação,adoção e santificação, e das diversas bênçãos que acompanham estas graças ou delas

 procedem.

Referências Bíblicas: Rm 8.30; Ef 1.5; ICo 1.30.

Perguntas:

1. Sobre esses benefícios o que devemos notar?Devemos notar que esses benefícios são totalmente vinculados à vocação eficaz.Além disso, devemos notar que “vocação” ou chamamento, no sentido bíblico da

 palavra, não pode falhar ou permanecer ineficaz. A vocação eficaz tem o poder de produzir o efeito pretendido, que é capacitar-nos a abraçar Jesus Cristo. Tem tam bém o mesmo poder de nos conceder certos benefícios.

2. Quais são esses benefícios concedidos a nós como sendo aqueles que são efetivamente chamados?Esses benefícios são a justificação, a adoção e a santificação.

3. Que ligação há entre a adoção e a vocação eficaz?O pecador tem um Pai Espiritual, Deus, por meio de seu relacionamento com JesusCristo.

5. Que ligação há entre a vocação eficaz e a santificação?

O pecador tem um relacionamento com Cristo no que diz respeito a sua capacidadede viver como os cristãos devem viver. Ele é a força do cristão.

6. Qual deve ser a atitude do cristão para com esses benefícios?Com respeito a esses benefícios o cristão deve: A) Ser dedicado na diligência paraassegurar seu chamado (vocação) e eleição (lPe 1.10). B) Ser agradecido por tersido justificado, adotado e estar em processo de santificação, e mostrar sua gratidãolouvando a Deus e servindo-o. C) Estar aguardando com alegria o dia em que, pelasua graça, o Senhor será glorificado, sabendo que tal é a esperança daqueles que

foram predestinados, chamados e justificados.

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70  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

DA ROCHA, MEL

 No Salmo 81 Deus diz no verso 16: “Eu o sustentaria com o trigo mais fino e osaciaria com o mel que escorre da rocha”. A História nos conta que havia na região daPalestina muitas abelhas silvestres que habitavam as fendas das rochas. A rocha aqui,espiritualmente falando, representa Jesus Cristo e o mel representa a abundância dagraça que nele há.

 Na verdade, o crente tem nele muitos benefícios, como nos ensina nossa pergunta docatecismo. O crente chamado com eficácia participa da justificação, adoção, santificaçãoe dos outros benefícios. Contudo, alguns desses benefícios só vêm para seus filhos obedientes. Spurgeon diz: “Quando seu povo anda na luz de sua face, e mantém uma santi

dade imaculada, a alegria e consolo que ele lhes dá são inimagináveis. Para eles asalegrias do céu já começaram na terra. Podem cantar nos caminhos do Senhor. A Primavera do verão eterno lhes chegou; já são abençoados e procuram coisas ainda maisradiantes. Isso mostra-nos, em contraste, que triste é um filho de Deus se vender àescravidão do pecado, e fazer sua alma passar à desnutrição de um faminto, por seguiratrás de outro deus. Ó Senhor, ata-nos para sempre somente a ti mesmo, e mantém-nosfiéis até o fim”.

Cristão, você acha que a descrição que acaba de ler acima retrata seu relacionamento

com ele? Nosso catecismo nos ensina que certamente podemos gozar as “chuvas de bênçãos que vem do alto, porque são a herança do cristão. Mas tantas vezes não fazemos uso delas e as perdemos porque não andamos junto a ele “na luz do seu caminho”.O caminho da obediência à sua Palavra não é nosso caminho, e nosso testemunho dele,nossa alegria nele não é o que deveria ser.

Alguém orou certa vez: “Senhor de todo pensamento e ação, Senhor para enviar eSenhor para ficar. Senhor do falar, escrever, dar — Senhor para obedecer em todas ascoisas, Senhor de tudo que há em mim, agora e por todo o sempre”. De fato ele nosalimentará com “o mel que escorre da rocha” se nós apenas nos entregarmos a Ele, tudo

 para sua glória.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  71

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 33.0 que é justificação?

Resposta: Justificação é um ato da livre graça de Deus, no qual ele perdoa todos osnossos pecados e nos aceita como justos diante dele, somente por causa da justiça deCristo a nós imputada, e recebida somente pela fé.

Referências Bíblicas: Ef 1.7; 2 Co 5.19,21; Rm 4.5; Rm 3.22-25; Rm 5.17-19; Rm 5.1;

At 10.43; G12.16.Perguntas:

1. O que significa a palavra “justificar” no Novo Testamento?A palavra significa “considerar correto” no Novo Testamento. Significa duas coisas:1) mostrar estar certo ou justo; 2) declarar ser justo.

2. Quem é o autor de nossa justificação?Deus é o autor de nossa justificação. Essa pergunta é a primeira de uma série na qual

são usadas as palavras “um ato da livre graça de Deus”. Somos justificados livremente pela redenção que está em Cristo Jesus. A graça de Deus é a base mais profunda ecausa final de nossa justificação.

3. Quais são as duas partes da justificação?As duas partes são: 1) o perdão de nossos pecados; 2) o fato de Deus aceitar-noscomo justos a seus olhos.

4. Que duas grandes verdades estão presentes nessas duas partes?

A primeira verdade é que o perdão de nossos pecados é um ato contínuo (Ver Calvinocomentando Jo 1.29). Todos os nossos pecados são perdoados. A segunda verdade éque não somos apenas perdoados, mas que também nosso Senhor não nos abomina,e sim nos aceita como justos.

5. Como é possível ele nos aceitar como justos ?* 

E possível ele nos aceitar como justos porque a justiça dele é tomada nossa porimputação (Rm 4.6).

6. O que é imputação e como se aplica a nós?Imputação é o ato de Deus computar justiça ou culpa a crédito ou débito de umindivíduo. E crédito como se tivéssemos obedecido à lei e satisfeito a justiça.

7. Como somos justificados?Somos justificados puramente pela fé sem que qualquer tipo de obra esteja envolvido.

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72  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

 JUSTIFICAÇÃO — FÉ E OBRAS 

 Nas Epístolas de Paulo, o apóstolo nos afirma repetidas vezes que somos livremente justificados pela graça de Deus. A. A. Hodge nos diz: “Ela (a Justificação) é ‘em o nome

de Cristo’, ICo 6.11; ‘pelo seu sangue’, Rm 5.9; ‘gratuitamente’, ‘por sua graça’, ‘pelafé’, Rm 3.24, 28”. Contudo, muitas vezes é levantado o seguinte argumento: “Tiagodeclarou: ‘Verificais que uma pessoa é justificada por obras e não por fé somente’ (Tg2.24). Como podem estar certos tanto Paulo como Tiago?”

Pois é verdade que tanto Paulo como Tiago estão certos. O apóstolo Paulo afirma e prova por muitos argumentos que a justificação é pela fé, fé na pessoa de Cristo e sua justiça. Paulo afirma e prova que é pela fé e sem obras. Paulo prossegue provando queem lugar de sermos justificados por boas obras, as obras só nos são possíveis naquele

novo relacionamento com Deus ao qual somos introduzidos pela justificação.Tiago não está tratando do assunto da justificação pela fé no capítulo citado acima.

Ele está tratando da questão importantíssima da relação em que precisam estar as boasobras do crente para que seja uma fé genuína. Tiago está simplesmente dizendo que umafé genuína, que A.A. Hodge chama de “a causa instrumental da justificação”, produziráuma fé viva, isto é, uma fé com obras. Dizia um velho pastor: “A fé justifica nossa

 pessoa, mas as obras justificam nossa fé e nos declaram justificados perante os homens, porque não podem ver nem conhecer nossa fé senão pelas nossas obras”.

Combinando Paulo e Tiago o crente fica com duas verdades importantes: 1) A justificação pela fé inclui dois elementos maravilhosos, ambos concedidos por Deus graciosamente para o crente. O primeiro é a remissão dos pecados e o segundo, a restauraçãoao favor divino. 2) Por sermos justificados por fé, a justificação sempre se fará acompanhar da santificação, sem a qual nossa justificação não poderá ser verdadeira.

Dois versículos que combinam as duas verdades acima, dois versículos que ajudarãoo crente grandemente, são Filipenses 3:8-9. Decore-os e ore para que lhe sejam vivos e

vitais na vida, tudo para a glória do Senhor!

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  73

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta: 34. O que é adoção?

Resposta: Adoção é um ato da livre graça de Deus, pelo qual somos recebidos comofilhos de Deus e temos direito a todos os seus privilégios.

Referências Bíblicas: lJo 3.1; Jo 1.12; Rm 8.17; Cl 3.10.

Perguntas:

1. Qual é a diferença entre a adoção aos olhos dos homens e aos olhos de Deus?A adoção, segundo o homem, é simplesmente receber na família uma criança porcausa de alguma qualificação da criança ou alguma necessidade daquele que a estáadotando. Deus adota os que são estranhos, os filhos da ira, aqueles em quem nadahá de recomendável, e lhes dá todos os direitos e privilégios de filhos de Deus.

2. O que está compreendido nesse novo relacionamento?A.A. Hodge declara: “A adoção apresenta a nova criatura em seus novos relaciona

mentos — para os quais entrou com coração afim, sua nova vida se desenvolvendoem um lar que lhe é agradável, com novos tipos de relacionamentos que ajudam seucrescimento e a coroam de bênçãos”. (Ver Confissão de Fé,  cap. 12).

3. Os filhos dos homens são todos adotados por Deus? Não, somente aqueles que crêem em Cristo (Jo 1.12).

4. Exatamente quem fa z o ato da adoção?O ato da adoção pertence a Deus o Pai. “Vede que grande amor nos tem concedidoo Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus” (lJo 3.1).

5. Quais são os privilégios aos quais os filhos adotados de Deus têm direito?A lista poderia ser interminável. Os privilégios são, principalmente: 1) Proteção contra males de toda espécie (SI 121.7). 2) O porte de sua semelhança (Cl 3.10). 3) Oacesso a Deus o Pai (1 Jo 5.14-15). 4) A provisão das necessidades do crente (SI34.10). 5) A garantia da entrada no reino do céu. (Rm 8.17).

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74  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

CONCIDADÃOS DOS SANTOS 

“Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois dafamília de Deus” (Ef 2.19). O escritor do hino afirmou a verdade quando disse, referindo-se à mudança em sua vida: “Depois que Cristo me salvou, em céu o mundo se tornou”. Houve uma mudança maravilhosa. Por termos sido adotados por Deus somosdiferentes, não somos mais estranhos ou pessoas sem cidadania, e sim concidadãos dossantos.

Esse novo relacionamento dá ao crente pelo menos dois vínculos com o Pai. O primeiro é um privilégio, o de ter dentro de si um espírito apropriado aos filhos de Deus.Esse espírito é um espírito livre porque é liberto do sentimento de servidão e de culpa eda própria morte. Esse espírito é um espírito de realeza. A Bíblia nos ensina que um

crente é de “uma raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus” (lPe 2.9). Esse espírito é o espírito da glória, o que significa que o crenteé abençoado.

O segundo elo com o Pai é uma responsabilidade. A Bíblia ensina: “E estais esquecidos da exortação que, como a filhos, discorre convosco: Filho meu, não menosprezes acorreção que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele és reprovado” (Hb 12.5).Como filhos de Deus, como filhos adotivos de Deus, a Bíblia nos ensina que somossujeitos a castigo quando fazemos o que é errado aos olhos do nosso Pai Celeste. Esse

elo é tão importante como o elo mencionado acima, o elo do privilégio.O relacionamento como filhos adotados de Deus deve ser aceito com toda a serieda

de. Devemos sempre ter em mente este relacionamento para que possamos agir comocrianças. Uma criança respeita seu pai. Um filho cristão deve ter o maior respeito (temor está incluído aqui) pelo seu Pai celestial. Uma criança deve obedecer a seu pai. Poisum filho pequeno cristão deve viver na verdadeira atmosfera de obediência a seu Paiceleste. Uma criança deve amar o pai e mostrar esse amor agradando o pai. Um filhocristão deve adorar seu Pai celeste e empenhar-se por agradá-lo, seja qual for a situação.

Uma criança deve aceitar a disciplina. Um filho cristão deve literalmente orar pela disci plina do Pai celeste (Ef 5.1).

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  75

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 3 5 .0 que é santificação?

Resposta: Santificação é a obra da livre graça de Deus, pela qual somos renovados emtodo o nosso ser, segundo a imagem de Deus, habilitados a morrer cada vez mais para o

 pecado e a viver para a retidão.

Referências Bíblicas: 2Ts 2.13; Ef 4.23-24; Rm 6.4,6,14; Rm 8.4.

Perguntas:

1. Como a santificação difere da justificação?A justificação é completada imediatamente; a santificação é um processo efetuadoem etapas até chegar à perfeição na glória. A justificação altera a posição ou a situação da pessoa diante de Deus; a santificação é uma verdadeira mudança visto quemuda o coração e a vida do homem. A justificação é um ato de Deus à parte de nós;a santificação é a obra de Deus que nos renova por dentro à medida que usamos osmeios de graça.

2. O que significa a palavra “santificar” na Bíblia?A palavra é usada na Bíblia de duas maneiras. (1) Separar de um uso comum para umuso sagrado (Jo 10.36). (2) Tomar moralmente puro ou santo (ICo 6.11).

3. Onde a santificação fa z sua obra no crente?A santificação faz sua obra no coração do crente, no novo homem. Deus faz umtrabalho de renovação em nós segundo sua imagem em conhecimento, justiça e santidade.

4. Ao falarmos no “novo homem ” o que queremos dizer?Queremos dizer a nova natureza personificada como o eu regenerado do crente, umanatureza “criada em justiça e santidade procedentes da verdade” (Ef 4.24).

5. Quais são as duas partes da santificação?As duas partes são: 1) Mortificação — na qual somos capacitados a morrer cada vezmais para o pecado (Rm 6.11). 2) Vivificação — na qual nossa natureza é vivificada

 pelo poder da graça para que vivamos para a justiça (Rm 6.13).

6. Qual é a utilidade da santificação no crente?A santificação é a prova de nossa justificação e fé e é necessária se é para vivermos

 para a glória de Deus. E um aspecto necessário de nossa preparação para nos encontrarmos com Deus, pois sem a santidade nenhuma pessoa verá a Deus.

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76   Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

 A SANTIFICAÇÃO — UMA GRAÇA E UM DEVER

Um aspecto muito importante da santificação foi apontado por A. A. Hodge quandoescreveu: “O Espírito Santo dá a graça, e a motiva e dirige no seu exercício, e a alma

então a pratica. Assim, ao mesmo tempo que a santificação é uma graça, ela é tambémum dever; e a alma é tanto obrigada como incentivada, na dependência do EspíritoSanto, a usar todos os meios para sua renovação espiritual, e formar aqueles hábitos deresistir ao mal e agir direito do qual a santificação em tão grande parte consiste”. (Con

 fissão de Fé, Cap. 13).

A Bíblia trata muitas vezes da responsabilidade do crente com respeito à parte queele tem no processo de santificação que está ocorrendo dentro dele. Em Gálatas 5.24encontramos: “... crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências” . Até um

verbo de ação, “crucificar”, é usado. Em Colossenses 3.5 encontramos: “Fazei, pois,morrer a vossa natureza terrena”. Novamente é um verbo de ação, a ação por parte docrente. Lightfoot tem uma observação sobre essa passagem em que diz: “Ponha emação esse princípio da morte (mortificar), e mate tudo que é mundano e carnal em seuser”.

Esse ensino sobre a santificação tem sido negligenciado muitas vezes pela igreja. AConfissão Belga no Artigo 24 esclarece o assunto ao declarar: “Portanto é impossívelque essa fé santa seja sem frutos no homem; porque não falamos de uma fé vã. O ensino

segundo a Escritura é muito claro: Somos justificados pela fé até antes de fazermos boasobras; então cremos que essa fé verdadeira vai habilitar-nos a viver a vida nova, umavida de boas obras que procedem da boa raiz da fé”.

A pergunta já foi feita muitas vezes: “Como isso pode ser feito pelo crente?” Quatro boas sugestões, cada uma das quais precisa ser aplicada pelo Espírito Santo, são: 1)Conservar fora da mente as coisas que contrariam a Bíblia. 2) Vigiar— em Ef 6.18 a

 palavra “vigiando” vem de duas palavras: “enxotar” e ”sono”. 3) Evitar ocasião para pecado. 4) Manter o corpo “subordinado”; não mimá-lo, mas discipliná-lo! Note-se quetodos esses são verbos de ação por parte do crente, ação posta em funcionamento peloEspírito Santo à medida que o crente está “aperfeiçoando a santidade no temor deDeus” (2 Co 7.1).

Essas quatro sugestões nunca serão postas em prática a não ser que o cristão seja fielno estudo da Bíblia, na oração e na freqüência regular ao culto.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  77 

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 36. Quais são os benefícios que nesta vida acompanham a justificação, aadoção e a santificação, ou que delas procedem?

Resposta: As bênçãos que nesta vida acompanham a justificação, adoção e santificação,ou delas procedem, são: certeza do amor de Deus, paz de consciência, gozo no EspíritoSanto, aumento de graça e perseverança nela até ao fim.

Referências Bíblicas: Rm 5.1 ,2 ,5 ; Rm 14.17; Cl 1.10-11; Pv 4.18; Jr 32.40;lJo 2.19,27; Ap 14.12; lP e 1.5.

Perguntas:

1. O que queremos dizer com “certeza do amor de Deus”?Queremos dizer a certeza de que somos filhos de Deus e herdeiros da vida eterna(Rm 5.5).

2. Todos os crentes experimentam essa certeza?

Segundo nossos Padrões, a pessoa pode ter fé suficiente para sua salvação, e ainda“pode não ter suficiente fé ou frutos da fé para habilitá-lo a alcançar essa certeza”(Whyte). Embora ter a certeza não seja essencial para a salvação do indivíduo, éessencial ao bem-estar espiritual dele; e a Bíblia ensina claramente que o crente deve

 buscar tal certeza. (2 Pe 1.10); (Hb 6.11).

3. O que queremos dizer com “paz de consciência”?Queremos nos referir à calma quietude interior que é resultado de ter sido justificado

 pela fé. Uma vez que temos a certeza de nossa reconciliação com Deus, o que nos

cabe é determinado pelo seu amor, e a paz é nossa herança (Rm 5.1).4. O que queremos dizer com “gozo no Espírito Santo”?

A alegria da salvação e a sensação do favor de Deus conferida pelo Espírito Santoque habita os crentes como templo dele (lPe 1.8; Rm 14.17; G15.22).

5. O que queremos dizer com “aumento de graça”?É o “crescimento em santidade e progresso na piedade” (James Harper). Esta é aobra do Espírito Santo e é manifesta num aumento de fé, amor, submissão, paciência,

mansidão, etc. (G15.22, 23).6. O que queremos dizer com “perseverança nela até ao fim ”?

Queremos dizer a perseverança de Deus (não dos santos) para guardar o crente atéao fim. Queremos dizer que o crente não pode cair da graça totalmente nem finalmente. Isso se deve às promessas de Deus, à fidelidade de Deus, ao fato de o EspíritoSanto estar habitando no crente e à união dele com Cristo (lPe 1.5).

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78  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

VÓS DE CRISTO

“E vós de Cristo, e Cristo de Deus” (ICo 3.23). Acabamos de ver uma pergunta denosso catecismo que lista para nós muitas bênçãos. Na verdade, poderíamos chamá-las

de “Chuvas de Bênçãos!” Os cinco benefícios listados na resposta a essa pergunta são bênção completa, são bem-aventurança para o crente. Realmente, um crente não precisade mais nada para gozar a vida ao máximo. “Aleluia, que Salvador maravilhoso!”

Apesar de tudo que foi dito acima, a tendência dos crentes hoje é de esquecer a quem pertencem. Alguns crentes vivem como se pertencessem a si mesmos. Estão tentando“crescer” eles mesmos e portanto Cristo “diminui” quando deveria ser o contrário. Finalmente chegam ao ponto em que eles se entusiasmam com qualquer expectativa maisdo que com a da volta de Jesus.

Outros crentes pensam que pertencem ao mundo. Os amigos lhes são mais importantes do que os direitos que Jesus Cristo tem sobre eles. Chegam a negar a Cristo paraconservar amizades, ganhar ou conservar prestígio, ter certeza de que não serão vistoscomo impopulares. Esquecem-se de que as bênçãos da pergunta só vêm para aquelesque buscam “primeiro o reino de Deus e a sua justiça....”

Ainda outros crentes pensam que pertencem à igreja organizada. Os caminhos dohomem são mais importante para eles do que os caminhos de Deus. Estão tão concen

trados em preservar a paz da igreja que negligenciam a pureza da igreja, o que resultaem desastre, como tem acontecido em toda a história da igreja.

Os crentes precisam lembrar-se de que pertencem a Cristo! Charles Hodge enumerou três obrigações de crentes: 1) “Que sempre atuemos de modo digno desse relacionamento; lembremo-nos que não pertencemos nem a nós mesmos nem ao mundo, masunicamente ao Senhor”. 2) “Contentamento. Podemos vibrar de satisfação se somos deCristo; pois se somos dele, todas as coisas são nossas”. 3) “Não mero contentamento,mas a antecipação alegre da vinda e da glória de Cristo”.

Concluindo, a Bíblia diz: “ ...não sois de vós mesmos. Porque fostes comprados por preço; agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo” e no vosso espírito, que são deDeus (ICo 6.19, 20).

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  79

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 37. Quais são as bênçãos que os fiéis recebem de Cristo na hora da morte?

Resposta: A alma do fiel, na hora da morte, é aperfeiçoada em santidade e imediatamente entra na glória; e o corpo que continua unido a Cristo, descansa na sepultura atéa ressurreição.

Referências Bíblicas: Lc 23.43; Lc 16.23; Fp 1.23; 2Co 5.6-8; lTs 4.14; Rm 8.23.

Perguntas:

1. Quando os crentes morrem, que benefícios são recebidos?O crente recebe um benefício com respeito a sua alma e com respeito a seu corpo.

2. Que benefício é recebido pelo crente com respeito a sua alma?Hb 12.23 ensina que a alma é tomada perfeita em santidade e passa imediatamente àglória.

3. Como o cristão é beneficiado com respeito a seu corpo?

O corpo do crente no túmulo ainda estará unido a Cristo em união mística (ICo6.15). Na ressurreição o corpo do crente será unido com sua alma.

4. O que é essa “ressurreição” da qual se fala na pergunta anterior?Essa ressurreição é a última e a geral, a ressurreição de todos os mortos no dia final(lTs. 4.16).

5. Qual é a sorte da alma e do corpo dos que não crêem?O corpo do incrédulo é fechado na prisão da sepultura (Dn 12.2) e sua alma sofre o

horror e tormento do inferno.6. O crente ressurgirá com o mesmo corpo no dia final?

Sim, os mortos em Cristo serão erguidos com o mesmo corpo (Jó 19.26). Haverádiferença na qualidade, não em substância e essência (Fp 3.20-21).

7. Como um crente pode ter certeza dessas bênçãos quando a morte se aproxima?Um crente pode estar seguro delas porque as promessas de Deus são certas e verdadeiras, promessas feitas mesmo antes que o mundo começasse (2Tm 1.9). Não pre

cisa haver dúvida nenhuma por parte do crente, pois “O que a Bíblia diz, Deus diz, eisso encerra o assunto!”

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80  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

 A MORTE E O CRENTE 

“Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porquetu estás comigo, o teu bordão e o teu cajado me consolam” (SI 23.4). Neste maravilhosoversículo da Palavra de Deus temos o consolo para o cristão que inclui tudo de que ohomem precisa para enfrentar a própria morte. Há a Presença — “porque Tu estáscomigo”. Há o Defensor— “Tua vara e teu cajado me consolam”. A vara era uma armafortíssima de defesa. Nosso Senhor nos defende de tudo. Há quem guie — “Tua vara eteu cajado me consolam”. O cajado é um guia no sentido de apontar o caminho. Tudoisso em um versículo da Escritura, tudo isso e o Céu também!

O poeta E. H. Hamilton colocou isso bem quando disse:

Medo? De Quê?Sentir do espírito o êxodo feliz?Passar da dor cruel para a perfeita paz?Deixar parar a luta da vida, a tensão?Medo?— disso?

Medo? De Quê?Medo de ver a face de meu Salvador,De ouvi-lo dar as boas-vindas com amor,Ver seus ferimentos e a glória que reluz?Medo?— disso?

Medo? De Quê?Um lampejo — estrondo — ferido coração;Um escuro — a luz — Que arte tem o céu!Um ferimento, em réplica do Seu sofrer Medo?— disso?

Medo? De Quê?De fazer na morte mais que na vida aqui — Batizar de sangue um simples lote nuAté o florescer de almas bem ali?Medo? — disso?

O crente deve notar que esta pergunta começa com “Quais são os benefícios”. Muitas vezes parece que o crente não reconhece que há benefícios a receber na morte.Quando um crente morre haverá aqueles que sentirão sua falta. E verdade que é difícil

 pensar em como a vida seria sem aqueles que nos são mais próximos. E igualmenteverdade, no entanto, que a Bíblia diz: “Estar com Cristo é incomparavelmente melhor” .

Faz muitos anos abri uma carta que me veio da mãe de um de meus professores, umhomem piedoso que tinha significado muito para mim quando eu era um cristão jovem.Ela contava da morte repentina dele. Virei-me e tirei um livro da prateleira, um livro quehavia recebido dele poucos meses antes. Em meio a minha tristeza, esta pergunta veio àlembrança de repente e ardia em minha alma. Voltei novamente às referências bíblicas e

 procurei-as. E pude, pela graça de Deus, louvá-lo por ter levado meu irmão em Cristo para si!

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  81

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergun ta 38. Quais são as bênçãos que os fiéis recebem de Cristo na ressurreição?

Resposta: Na ressurreição, os fiéis, sendo ressuscitados em glória, serão publicamentereconhecidos e absolvidos no dia do juízo, e tomados perfeitamente felizes no plenogozo de Deus por toda a eternidade.

Referências Bíblicas: ICo 15.43-44; Mt 25.33-34; Mt 10.32; SI 16.1; lTs 4.14; ICo 2.9.

Perguntas:

1. Quais são os três benefícios dos crentes conforme contidos nesta pergunta?1) Os crentes serão ressuscitados em glória. 2) Os crentes serão reconhecidos eabsolvidos no dia do juízo. 3) Os crentes serão tomados perfeitamente felizes no

 pleno gozo de Deus por toda a eternidade.

2. Qual é a glória a qual a questão se refere e qual será seu resultado?A glória a qual a questão se refere é a glória da ressurreição, quando o corpo será

restaurado e não mais sujeito a morte e dissolução e será “igual ao corpo glorioso deCristo” (Fp 3.21).

3. O que significa os crentes serem reconhecidos e absolvidos?Os crentes ouvirão as palavras do Salvador: “Vinde, benditos de meu Pai, entrai na

 posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mt 25.34). Suafé será vindicada; serão publicamente reconhecidos como sendo os filhos redimidosde Deus (ICo 4.5), e será feita a declaração de que todos os pecados deles estão

 perdoados.

4. Qual é a terceira bênção que virá aos crentes?A terceira é a maior bênção de todas, o pleno gozo de Deus. Os crentes estarão parasempre com o Senhor e receberão a herança que está preparada para eles. Ali oscrentes contemplarão seu Salvador e Senhor, Jesus Cristo, e finalmente, poderãotrilhar os caminhos pelos quais o Senhor os dirigiu e salvou (lPe 1.6).

5. Qual será a sorte dos incrédulos na ressurreição?Seus corpos serão tirados do túmulo e verão Cristo como seu juiz final. Estarão

 postos em pé diante do trono do juízo dele e ouvirão a leitura de seus pecados noslivros e serão lançados no inferno para sempre, eternamente 2Ts 1.7-8; Ap 20.11-12.

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82 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  

 BONS DESPENSEIR OS DA GRAÇA DE DEUS 

“Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseirosda multiforme graça de Deus” (lPe 4.10). Bênção após bênção foi mencionada nasúltimas perguntas; mas com bênçãos vêm responsabilidades. É ótimo ser lembrado das

 bênçãos que vêm ao crente tanto nesta vida como na morte e na ressurreição. Mas éimportante que o crente reconheça que com esses benefícios o Senhor os está chamando

 para ser bons despenseiros de sua graça.

O Arcebispo Leighton disse: “Pensas tu que tua riqueza, ou tua autoridade, ou tuainteligência, é tua, para fazeres com ela o que quiseres, para absorver para si ou esban

 jar, conforme seus próprios caprichos te conduzem? Não! Tudo te é dado como para umadministrador da casa, para depositar e dispensar sábia e fielmente, não só o estado

exterior e os dons comuns da mente, mas até a graça salvadora, que parece mais apro priada para teu bem privado, e contudo não é inteiramente para isso. Mesmo tuas graçassão para o bem de teus irmãos”.

Se os crentes devem viver para a glória de Deus (voltando à primeira pergunta docatecismo), então eles precisam ser bons despenseiros da graça de Deus. Os benefíciosdados agora e aqueles a serem dados aos crentes na ressurreição devem ser motivadoresdiários para se querer agradecer e louvar a Deus por eles na forma de louvor que eledeseja— vivendo para sua glória. O crente deve notar que os benefícios são dados com

o fim de que sejam exercitados; que o plano desses exercícios não é que sejam só para o proveito do crente, e sim para o proveito também do corpo de Cristo em geral. Alémdisso, quando um crente está exercendo um dom, um benefício, ele deve considerar-seum despenseiro que precisa ser fiel, sendo bom gerenciador da graça multiforme deDeus.

Em 1 Timóteo 6.17-18 temos o mesmo ensino: “Exorta aos ricos do presente séculoque não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza,mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento; que prati-

quern o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir”.

Ser um bom despenseiro da multiforme graça de Deus é realmente um modo de“remir o tempo” nestes dias maus. Que Deus nos ajude a fazer isso, tudo para Suaglória.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  83

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 39. Qual é o dever que Deus exige do homem?

Resposta: O dever que Deus exige do homem é obediência à sua vontade revelada.

Referências Bíblicas: Dt 29.29; Mq 6.8; ISm 15.22.

Perguntas:

1. Por que os crentes têm deverespara com Deus?1) Deus é o Criador e Preservador de todos os homens, mas os crentes lhe pertencemtambém por direito de redenção e têm mais esta razão para a obediência. 2) Deusesclareceu bem na sua Palavra que os deveres dos crentes são as responsabilidadesque acompanham os privilégios. Em nosso catecismo estudamos os privilégios; agora chegamos às responsabilidades.

2. Qual é a vontade revelada de Deus?A vontade revelada de Deus encontra-se na escritura do Antigo Testamento e do

 Novo.3. Será que o Espírito Santo não poderia levar um crente a agir à parte das Escrituras? 

Qualquer direção do Espírito Santo será consistente com a Palavra de Deus. Um professor de Bíblia colocou assim essa verdade: Há três características principais nadireção do Espírito Santo: 1) Ela é controladora, não constrangedora. 2) Ela é contínua, ela vai “até morrer”. 3) Ela é mediadora, sempre por meio da Palavra, e comela, “para entrar na verdade”.

4. Os crentes devem obedecer a Deus e não aos homens?Existe a responsabilidade, da parte dos crentes, de se sujeitar: “Sujeitai-vos a todainstituição humana por causa do Senhor” (lPe 2.13), mas se o dever exigido de nós

 pelo homem nos faria desobedecer a Deus (segundo sua vontade revelada) nós precisamos obedecer a Deus (Atos 5.29).

5. Deus requer do crente o que é impossível para o crente individual? Não, Deus só requer o que ele estará dando ao crente — forças, sabedoria, corageme poder para realizar (Ez 36.27; ICo 10.13).

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84  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

SANTIDADE E VERDADE

Como crentes, aprendemos nesta pergunta que nossa obrigação é a obediência àvontade revelada de Deus. Isso ressalta o ensino que vezes sem conta precisa nos ser

trazido à memória: que simplesmente conhecer a verdade não é o bastante— ela deveser posta em prática em nossa vida todos os dias. Este ensino é vital, porque o testeverdadeiro do discipulado é permanecer em Cristo e na sua Palavra (Jo 8.31, 32).

 Nos dias de hoje, em meios conservadores, há muito ensino sobre a Verdade. É bomque seja assim, porque o campo de batalha hoje é sobre a Verdade, se é ou não verbalmente inspirada, se é ou não autoridade para o crente. Reconhecemos a importância daPalavra e estamos sempre prontos a batalhar por ela. Mas será que estamos prontos,sempre prontos, a vivê-la dia após dia? Possivelmente nossa dificuldade esteja em tomar

o processo muito difícil. Achamo-lo difícil demais e então acabamos fazendo pouco ounada. Não seria bom voltarmos aos princípios simples de obediência à vontade reveladade Deüs? Verifiquemos de novo alguns desses princípios, tudo para a glória de Deus.

Primeiro, lembre-se de que somos filhos de Deus. Uma vez que fomos nascidos parasua família, não devemos mais buscar fazer nossa própria vontade, e sim a vontade dele.Se apenas resolvermos adotar agora mesmo, de uma vez por todas, o princípio importante de que devemos fazer tudo para a glória de Deus, vamos evitar muitas dificuldades. Lembre-se de que fazer a vontade dele não depende de maneira nenhuma dos seus

sentimentos; é simplesmente uma questão de autodisciplina.

Segundo, seja um cristão firme e constante. Podemos fazer isso se permanecermossempre na videira. O Espírito de Cristo habita o crente verdadeiro e está pronto em todosos momentos para dar sabedoria, coragem, paciência e vitória sobre os pecados que vêmde dentro e de fora. Ficar perto de Cristo vai ajudar-nos a ser firmes e constantes.

Terceiro, honre a Palavra de Deus. Seria melhor deixar de comer uma refeição pordia do que ficar um dia sem ler a Bíblia. Sempre lembre-se de voltar à Palavra oficial do

soberano Deus, guardando bem que ela é nossa autoridade objetiva e que por ela é queaprendemos a viver.

Quarto, ore sem cessar. A oração habilita acesso ao trono e põe em movimentoforças espirituais que extrapolam o entendimento humano. É uma arma ofensiva.

Quinto, seja fiel nas pequenas coisas. A fidelidade é o maior teste do discipuladoverdadeiro. Aquele que é fiel no pouco será fiel também no muito.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  85

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 40 .0 que Deus revelou primeiramente ao homem para regra de sua obediência?

Resposta: A regra que Deus revelou primeiramente ao homem, para sua obediência, foia lei moral.

Referências Bíblicas: Rm 2.14-15; Rm 10.5.

Perguntas:

1. Quantas leis Deus deu ao homem?Deus deu a seu povo a lei moral, que ainda está em vigor hoje, e as leis cerimoniais e

 judiciais. Essas duas últimas, conforme dadas aos judeus, cessaram de ter força vigente sob a economia cristã.

2. A lei moral é regra de obediência tanto para o crente como para o não-crente? Sim, a lei moral é uma regra de obediência para ambos. Nossa Confissão ensina: “A

lei moral obriga a todos a prestar-lhe obediência para sempre, tanto as pessoas justificadas quanto as demais” (Cap. 19, Seção 5).

3. Uma pessoa pode ser salva porque observa a lei moral? Não, uma pessoa só é salva pela graça mediante a fé. Além disso, seria impossíveluma pessoa observar a lei moral com perfeição.

4. Se o homem não pode ser salvo pela lei moral, e mesmo assim é sujeito a ela, para que serve a lei?

A lei moral serve de aio, “para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé (G1 3.24). A palavra “aio” ou “governante” tem a idéia de educar edisciplinar no texto citado. Uma passagem relevante aqui é lTm 1.8.

5. Como a lei leva as pessoas a Cristo?A lei leva as pessoas a Cristo convencendo-as do pecado e convencendo-as das conseqüências se o pecado não for expiado e perdoado. Também é útil para despertá-las

 para a necessidade que têm de um Salvador que os livre desse pecado.

6. Depois que um homem é salvo, a lei tem alguma utilidade adicional? A  lei é um lembrete perpétuo da vontade de Deus para suas criaturas. Para o crentefoi proposta como regra de fé e prática que é absoluta e inalterável. Ver Rm 7.6-12-Tt 2.11-12.

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86   Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

“QUANTO AMO A TUA L E I !”A declaração acima é um dos mais ricos frutos da graça que uma alma poderia ter

 porque nela está a mais importante ligação entre o amor para com o Criador e o ser

obediente a esse Criador. Não existe nada de incompatível entre o amor e a obediência,e a Lei de Deus é um maravilhoso motivador para cada um dos dois.

Em nosso catecismo, ao começar agora um estudo das leis de Deus, é importante quemantenhamos a perspectiva certa entre a lei de Deus e o fato de que somos pecadoressalvos pela graça. Já foi dito muitas vezes que somos pecadores salvos pela graça masque somos ainda pecadores! O pecador, portanto, tem deficiencias, e por isso tantasvezes ele toma a estrada do pecado em lugar da estrada da obediência a Deus. E se nãofosse a lei de Deus, a estrada do pecado seria escolhida com maior freqüência ainda do

que é escolhida hoje. Pois a lei de Deus traz consigo umas obrigações muito importantes, obrigações pelas quais devemos estar orando.

Há a obrigação de instruir o crente. Existe um modo de vida que agrada a Deus, e pela lei de Deus o crente é instruído nesse caminho da vida. Paulo declara em ICo 9.21que ele está “debaixo da lei de Cristo” e que se deleita nessa lei segundo o homeminterior. Ele se deleita nela lendo-a, sendo instruído por ela e seguindo-a pela graça.

Há sua obrigação de deixar o crente humilde. A lei de Deus faz com que o crente

reconheça suas deficiências porque é uma medida contra a qual o crente tantas vezesfica a dever. Quando o crente vê suas deficiências e se lastima por elas, ele começa a sesentir pequeno sob o governo do Deus onipotente e soberano, e por essa experiência eleentra num relacionamento correto com seu Criador, mediante sua graça habilitadora.

Há também sua obrigação de fazer com que o crente procure o Senhor Jesus Cristo para que lhe dê o tão necessário Espírito santificador. O poder da vida vitoriosa vem doSenhor Jesus Cristo por meio da presença e do poder do imanente Espírito Santo quehabilita o crente cada vez mais a morrer para o pecado e viver para a justiça.

Amamos a lei de Deus? Melhor ainda, nós amamos realmente o Doador da Lei? Se oamamos, reconheceremos que não existe santidade onde não há sujeição aos mandamentos do Senhor. E onde há sujeição aos mandamentos, à lei, há prazer verdadeiro,“pois nela me comprazo” (SI 119.35).

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 41. Onde está a lei moral resumidamente compreendida?

Resposta: A lei moral está resumidamente compreendida nos dez mandamentos.

Referências Bíblicas: Mt 19.17-19; Dt 10.4; Rm 3.8; Dt 4.8.

Perguntas:

1. O que queremos dizer com “resumidamente compreendida?E que estão contidos aí nos dez mandamentos a soma e os principais tópicos da lei.A lei moral é apresentada em maior detalhe nas escrituras do Antigo e do NovoTestamentos.

2. Quando a lei moral fo i publicada pela primeira vez?A lei moral foi primeiro publicada quando Deus a escreveu no coração de Adão.

3. Onde se encontram na Bíblia os dez mandamentos?

Os dez mandamentos se encontram no capítulo 20 de Êxodo e em forma ligeiramentediferente no capítulo 5 de Deuteronômio. As diferenças, entretanto, são mínimas enão incluem nada de essencial.

4. Como os mandamentos estão divididos?Hoje, como se fez na Igreja Grega dos primeiros tempos, nós os dividimos como“dez mandamentos”. Há também a divisão de obrigações para com Deus e obrigações para com nosso semelhante.

5. Será que podemos dizer que os dez mandamentos incluem toda a lei moral? 

Podemos dizer que os dez mandamentos são um resumo admiravelmente compreensivo da lei moral. Incluem tanto coisas exiçjdas da homem inieáat. cama da s®.comportamento exterior. Encerrado neles há um ensino admirável de que se um pecado é proibido, nas palavras de Deus há como ordem uma obrigação.

6. Como podemos ter uma compreensão melhor dos dez mandamentos? Nosso Catecismo Maior, em resposta à Pergunta 95 dá-nos certas regras para umentendimento correto dos mandamentos. Seria bom cada um de nós memorizar todas

as oito regras dadas e os textos que os provam também. Há pessoas demais entre nósque lamentavelmente ignoram essas oito regras, regras que, bem aplicadas, realmente nos levarão a caminhar muito mais perto de nosso Deus, tudo para sua glória.

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88  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

OBEDIÊNCIA — E AMOR

“Mestre, qual é o grande mandamento na lei? Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.

Este é o grande e primeiro mandamento” (Mt 22.36-38). Assim nosso Senhor JesusCristo dá a primeira parte do resumo da lei, em acordo perfeito com Dt 6.5. E assim elefaz a ligação do assunto da obediência a ele— pois a obediência a seus mandamentos éa essência da obediência a ele— com o assunto de nosso amor para com ele. As duassão entrelaçadas em toda a Bíblia.

Uma pergunta excelente é a seguinte: Como sabemos que amamos Deus? Sete ótimos sinais nos foram dados por Thomas Watson, muitos anos atrás. Ele enumera: 1)

 Nosso desejo será segui-lo. 2) Não conseguimos encontrar contentamento em nada sem

ele. 3) Detestamos aquilo que poderia nos separar de Deus, a saber, o pecado. 4) Sentimos compaixão uns pelos outros. 5) Esforçamo-nos para fazer com que para os outrosele seja atraente. 6) Choramos amargamente a sua ausência. 7) Estamos dispostos afazer e a sofrer por ele. Tudo isso tem que ver com a questão de nós estarmos obedecendo a ele, pois se essas caraterísticas não estão em nós, não o obedeceremos.

Uma pergunta que um estudante me fez certo dia foi a seguinte: “Por que nós nãoobedecemos a ele como devemos?” A resposta que me veio à mente foi só: “Não estamosardendo em amor santo”. A oração de Paulo pelos cristãos em Éfeso foi “Habite Cristo

no vosso coração pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor” (Ef 3.17).Seria bom, se é sério o nosso propósito de obedecer ao Mestre, ocupar-nos muito emoração sincera sobre nosso amor para com ele— orando para que o Espírito Santo nosdê um amor como nunca antes tivemos, orando para que possamos produzir verdadeiras obras de amor nos dias que virão; orando sinceramente para que tenhamos um amor por ele que esteja sempre refulgindo; orando sinceramente para que nunca se possadizer de nós, “Abandonaste o teu primeiro amor”.

Certo pastor sábio disse um dia que o amor compreende deleitar-se num objeto. É possível que nossa dificuldade esteja em não nos deleitarmos em Deus o suficiente, nãonos deleitarmos em sua Palavra, na oração, em falar a outros a seu respeito! Quando foia última vez que oramos: “Senhor, eu te amo!” Quando foi a última vez que sentimosisso? Quando foi a última vez que lhe dissemos que nós o amamos mais do que qualquer

 pessoa ou qualquer coisa no mundo? Se isso faz algum tempo, talvez seja esta a razãode nossa falta de obediência.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  89

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 42. Em que se resumem os dez mandamentos?

Resposta: Os dez mandamentos se resumem em amar ao Senhor nosso Deus de todoo nosso coração, de toda a nossa alma, de todas as nossas forças e de todo o nossoentendimento; e ao nosso próximo como a nós mesmos.

Referências Bíblicas: Mt 22.37-40; Mt 10.27; Tg 2.10; Rm 13.10.

Perguntas:

1. Como as obrigações dos mandamentos estão divididas nesta resposta?As obrigações estão divididas do seguinte modo: nossas obrigações para com Deus enossas obrigações para com nosso próximo.

2. Em que sentido se usa a palavra “resumir” nesta pergunta?O “resumo” aqui se refere à obrigação abrangente da lei que é o amor; porque oamor é o cumprimento da lei.

3. Qual é o sentido de amar a Deus de todo o nosso coração?Amar Deus de todo o coração significa amá-lo sem hipocrisia, ser sincero e honestoem nosso amor.

4. Qual é o sentido de amar a Deus de toda nossa alma?Amar a Deus de toda a alma significa exercer todas as faculdades que temos nocumprimento dos deveres de nossa vida cristã à medida que nos deleitamos tantonele como em seguir a vontade dele.

5. Qual é o sentido de amar a Deus de todo nosso entendimento?Amar a Deus de todo o entendimento significa não amar nada ou ninguém mais doque ele.

6. Quem é o próximo que devemos amar como nós mesmos?Toda pessoa é nosso próximo, e assim devemos ter um afeto geral para com todos.

7. O que é amar a nosso próximo como a nós mesmos?Amar a nosso próximo como a nós mesmos é amá-lo com aquela mesma verdade e

constância de amor com que amamos nossa própria pessoa. Ef 5.29.

8. Se um padrão da Bíblia puder ser dado para esse amor de outras pessoas, qual   poderá ser?

Um bom padrão da palavra de Deus seria Mateus 7.12 — fazermos aos outros o quequeremos que eles nos façam, ou então João 15.12, onde Jesus diz: “O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei”.

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90  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

 AGRADA-TE DO SENHOR

“Agrada-te do Senhor, e ele satisfará os desejos do teu coração” (SI 37.4). Quandouma pessoa é salva pela graça, um dos resultados é que ela vai amar o Senhor, vai ter o

desejo de deleitar-se nele. Haverá o desejo por parte do cristão de amar o Senhor detodo coração. Isso nem sempre é possível por causa do pecado, mas o desejo, o alvoestá ali.

Uma oração de Lancelot Andrewes diz assim: “A ti mesmo, Ó meu Deus, a ti mesmo por causa de ti mesmo, acima de todas as outras coisas, eu amo. Desejo-te. Como meualvo final anseio ter-te. Tu por amor a ti, e nada mais, eu busco sempre e em todas ascoisas, de todo o coração e entranhado afeto, com ais e lágrimas, com labor ininterruptoe sentimento aflitivo”. Já se disse com verdade que o problema da igreja de hoje é que

não temos número suficiente de filhos de Deus com a oração fervorosa e zelosa dehomens como Andrewes.

Tantas vezes dizem: “Eu sei que amo Deus porque, afinal de contas, convidei seuFilho a entrar em meu coração e eu freqüento a igreja, etc.” Como podemos ter certezade que estamos nos deleitando no Senhor? Como podemos ter certeza de que o amamos? Algumas das características de um amor real de Deus são estas: 1) Não podemosachar contentamento sem que seja nele, porque ele é a saúde de nosso semblante. 2)Detestamos aquilo que nos separaria de Deus, a saber, o pecado. O salmista disse:“Detesto todo caminho de falsidade” (Salmo 119.104). Isso é algo sobre o qual nemsempre temos a vitória porque muitas vezes o caminho da falsidade vence, mas quandoisso acontece e o percebemos rogamos pelo perdão dele. 3) Queremos contar a outras

 pessoas sobre ele. Dizer que amamos a Deus, deleitamo-nos nele, e ao mesmo temposilenciar sobre ele seria uma total discrepância. 4) Estamos prontos a sofrer, e se preciso, a morrer por ele. Paulo disse: “Estou pronto a ser oferecido”. Estamos sempredispostos a passar por aquilo que ele desejar que passemos se for para que seu nomeseja glorificado.

Há de fato muitas outras características, mas as que eu enumerei acima devem sersuficientes para se usar como padrão em nosso amor para com ele. Seria bom pararmosaqui e orarmos: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração”. A chama dò amor deveestar sempre ardendo luminosa em nosso coração. Se não estiver, quem sabe é aquelanegligência do dever, ou amor demais pelo mundo, ou falta de oração e estudo da Bíbliaque está apagando a chama. A chama precisa ser sempre abanada e não impedida. Senão estiver lá nunca haveremos de receber dele os desejos de nosso coração.

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Estudos no Breve Catecismo de Westminster  91

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergu nta 43. Qual é o prefácio dos dez mandamentos?

Resposta: O prefácio dos dez mandamentos é: “Eu sou o Senhor teu Deus, que te tireida terra do Egito, da casa da servidão”.

Pergu nta 44. Que nos ensina o prefácio dos dez mandamentos?

Resposta: O prefácio dos dez mandamentos ensina-nos que temos a obrigação de guar

dar todos os mandamentos de Deus, por ser ele o Senhor nosso Deus e Redentor.

Referências Bíblicas: Êx 20.2; Lc 1.74; lPe 1.15-19.

Perguntas:

1. Quais as três coisas encontradas no prefácio que servem para motivar-nos a viver  uma vida santa?Os três motivadores são: 1) Ele é nosso Senhor. 2) Ele é nosso Deus. 3) Ele é nossoRedentor.

2. Por que devemos guardar seus mandamentos por ser ele nosso Senhor?Devemos guardar seus mandamentos por ser ele nosso Senhor uma vez que ele énosso Criador e nosso Soberano, e que como criaturas e súditos dele nós lhe devemos isso (SI 100.2-3).

3. Por que devemos guardar seus mandamentos por ser ele nosso Deus?Devemos guardar seus mandamentos porque ele é nosso Deus visto que ele é nossoDeus Pactuai e nos tem levado a um relacionamento especial consigo e assim nós

temos a obrigação de servi-lo.4. Por que devemos guardar seus mandamentos por ser ele nosso Redentor?

Devemos guardar seus mandamentos por ser ele nosso Redentor uma vez que ele noscomprou e libertou do pecado e isso nos deve incentivar a lhe sermos obedientes.

5. Que lições maravilhosas podem ser aprendidas pela forma gramatical usada nesta  pergunta?A lição de que ele é o Senhor nosso Deus no tempo presente, não no futuro; a liçãode que ele é o Senhor Deus de cada pecador individual; a lição de que ele é o Senhor

Deus de cada pecador que ele chama individualmente.6. De que servidão somos libertados pelo Senhor nosso Deus?

Somos libertados da servidão de estar sob a ira de Deus e da culpa, do poder e da poluição do pecado, do próprio inferno. Isso nos deve ensinar a cumprir seus mandamentos por louvor a ele por aquilo que fez por nós; e por sentirmos que isso é omínimo que podemos fazer em retribuição (Fp 1.27).

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92  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

 DA CASA DA SERVIDÃO

O livramento de Israel da casa de servidão tipifica para o crente o livramento espiri-tual do pecado, de Satanás e do inferno. Nosso livramento espiritual é uma coisa mara-vilhosa, uma misericórdia pela qual deveríamos estar louvando a Deus continuamente. A pergunta é relevante: Por que não o louvamos mais por tal livramento? Por que nossa vida não é um hino incessante de louvor a nosso Deus que nos libertou?

Esse livramento é algo que repetidas vezes o cristão aceita sem pensar. Não parece existir o reconhecimento daquilo que ele fez por nós com respeito a isso. Cantamos:

Bondosa e amorosamente Jesus chegou, Misericordiosamente me salvou,E do abismo do pecado vergonhoso Pela graça ele me levantou.Da areia insustentável ele ergueume, Bondosamente com a mão ergueume,

De sombras noturnas a campos de luz. Louvai e exaltaio, Ergueume Jesus!

Embora cantemos essas palavras, não percebemos tudo que está aí compreendido. Dizemos que percebemos tudo, sabemos dar respostas certas num teste de teologia, mas nossa maneira de vida muitas vezes demonstra uma falta de apreciação por nosso livramento.

Pode nos ajudar nisso reconhecer mais uma vez do que é que fomos libertos. Pense-mos no pecador por um momento. É um indivíduo que está preso ao pecado. Ele é  

escravo absoluto de sua própria vontade pecaminosa. O pecado reina sobre ele e não há nada que possa fazer para se livrar. É um indivíduo que está sob o comando de Satanás. Quem governa a mente do pecador é Satanás, e o indivíduo não pode fazer nada a respeito, porque está na ignorância. Satanás governa a vontade do pecador, e por isso o pecador estará obedecendo ao Tentador em cada situação. Satanás lhe coloca armadi-lhas, e cada passo tem no seu final uma mina satânica que não se pode contornar e que sf mpre irá destruir. É uma pessoa que está a caminho do inferno, do tormento eterno.  Náo há maneira pior de descrever o sofrimento, de retratálo, senão chamandoo pelo 

nome de inferno. A pior dificuldade da vida é fácil comparada aos terríveis castigos do inferno. Dessa servidão é que a pessoa redimida é liberta pela graça.

Como é possível nós não louvarmos nosso Senhor Deus por tal livramento? Como  deixarmos de fazer todo esforço para agradecerlhe por essa graça maravilhosa? Nada nos deverá deter de engrandecer o precioso nome de Jesus dandolhe a posição preemi nente em tudo que fazemos, dizemos e pensamos, tudo para a glória de Deus (SI 111.1).

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  93

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 45. Qual é o primeiro mandamento?.

Resposta: O primeiro mandamento é: “Não terás outros deuses diante de mim”.

Pergunta 4 6 .0 que exige o primeiro mandamento?

Resposta: O primeiro mandamento exige de nós conhecer e reconhecer a Deus como oúnico Deus verdadeiro e nosso Deus; e como tal adorá-lo.

Referência Bíblica: Êx 20.3; lC r 28.9; Dt 26.7; Mt 4.10; SI 95.6; SI 29.2.

Perguntas:

1. Quais são os três deveres exigidos acima de tudo no primeiro mandamento?Os três deveres são: 1) Conhecer Deus. 2) Reconhecer Deus. 3) Adorar e glorificara Deus.

2. O que é que devemos saber com respeito a Deus?

Devemos saber que Deus existe, ou que há um Deus. Além disso devemos conhecerDeus reconhecendo-o como o único Deus verdadeiro conforme é apresentado emsua Palavra.

3. Como devemos adorar a Deus?Devemos adorar a Deus fazendo-o o objeto do nosso desejo e de nosso deleite.

4. Como devemos glorificar a Deus?Devemos glorificar a Deus, primeiro reconhecendo Cristo no coração como nossoSalvador e Senhor e então vivendo de tal modo que todo ato seja dirigido à promo

ção de sua glória e honra aqui na terra.

5. Quais são algumas maneiras práticas pelas quais nós adoramos e glorificamos Deus? Glorificamos Deus quando o colocamos em primeiro lugar em nossos pensamentos,

 palavras e ações. Se amássemos alguma coisa mais do que Deus, tal como o prazer,nosso corpo, ou nossos entes queridos, não estaríamos glorificando a Deus.

6. Podemos glorificar a Deus tanto interior quanto exteriormente?Podemos glorificar a Deus interiormente confiando, esperando, deleitando-nos nele,

 pensando e meditando sobre ele, enchendo-nos de tristeza quando pecamos contra ele.Podemos glorificar a Deus exteriormente mostrando humildade e buscando fazer suavontade conforme é expressa em sua Palavra. A Bíblia diz: “Agrada-te do Senhor” (SI37.4). “Confiai no Senhor perpetuamente” (Is 26.4). “Isto lhes ordenei, dizendo: Daiouvidos à minha voz: andai em todo o caminho que eu vos ordeno” (Jr 7.23).

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94  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

O ÍDOLO MAIS QUERIDO QUE JÁ TIVE 

Quando o cristão lê o primeiro mandamento e medita nele, um comentário digno denota é uma estrofe de um hino que tem o título “Ah, como quero andar mais perto deDeus”. Especificamente, é a estrofe que diz o seguinte:

O ídolo mais querido que já tive,Qualquer que seja esse ídolo,Ajude-me a arrancá-lo do teu trono,E adorar só a ti.

Para que o cristão conheça, reconheça, adore e glorifique a Deus, certamente é de primeiríssima importância que ele conheça Cristo como Salvador. É na verdade a pedrafundamental. Mas sobre esse alicerce sólido como a rocha precisam ser acrescentados o

ouro, a prata e as pedras preciosas das boas obras. Isso significa uma autodisciplina por parte do cristão, o que tem muito que ver com o cristão não colocar outros deusesadiante dp Deus Onipotente e Soberano.

Paulo emprega uma abordagem interessante em 2Co 5.9. “É por isso que tambémnos esforçamos, quer presentes, quer ausentes, para lhe sermos agradáveis”. Ou, “aceitos por ele” nas palavras de outro tradutor. Mas é tão fácil pôr outras coisas antes desseviver somente para a glória de Deus, mesmo coisas que em si parecem certas e respeitáveis. Por exemplo, ganhar almas ou dirigir grandes avivamentos ou fundar uma igreja outantas outras coisas que poderiam ser mencionadas. Mas nosso alvo na vida, comocrentes nascidos de novo, é fazer as coisas puramente para a glória de Deus. Se fizermoso contrário podemos ser culpados de ter edificado pequenos ídolos que se tomam outros deuses. E tais coisas violam o primeiro mandamento.

Paulo aborda a mesma questão de outra maneira: “Mas esmurro o meu corpo e oreduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a serdesqualificado” (ICo 9.27). Não que ele esteja em perigo de perder sua salvação, mas

que ele está em perigo de perder a aprovação de Deus, de não viver para a glória deDeus. Isso quer dizer abordar nossa vida do dia-a-dia com uma atitude de nos disciplinarmos em nossos pensamentos, palavras, feitos. Significa que precisamos, a cada momento, “mortificar” (fazer morrer) aquelas coisas da carne que não agradariam a Deus.Isso significa que devemos morrer diariamente para essas coisas e nunca deixar que setomem ídolos para nós. Basta pouca coisa para eles chegarem a esse estado. Satanáscuidará de tirar proveito disso se nós relaxarmos nossa disciplina. Que Deus nos ajude aarrancar de nós tais coisas para que não tenhamos outros deuses antes dele!

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  95

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergun ta 4 7 .0 que o primeiro mandamento proíbe?

Resposta: O primeiro mandamento proíbe negar, ou deixar de adorar ou glorificar aoverdadeiro Deus, como Deus, e nosso Deus; e dar a qualquer outro a adoração e aglória que só a ele são devidas.

Referências Bíblicas: SI 14.1; Rm 1.20-21; SI 81.11; Rm 1.25.

Perguntas:1. Quais são os dois pecados proibidos no primeiro mandamento?

Os dois pecados proibidos são o ateísmo e a idolatria.

2. O que é ateísmo?

Em sua definição mais precisa, o ateísmo significa a negação da existência de qualquer deus de qualquer tipo. Paulo usa essa palavra em Efésios 2.12 [“sem Deus” =ateus] para se referir a pessoas que estão sem Deus antes de sua conversão.

3. Existe alguém que seja um verdadeiro ateísta?E difícil chegar a uma conclusão sobre isso. Parece difícil crer que tal exista, já que sedesejaria saber como qualquer pessoa poderia consistente e persistentemente durante toda sua vida nunca ter o menor temor de Deus ou dúvida quanto à existência deDeus.

4. Épossível a um cristão praticar o ateísmo? Não é possível a um cristão praticar o ateísmo no sentido mais restrito, mas há umtipo prático e um cristão é culpado do ateísmo prático quando ele desconsidera ounegligencia Deus, mesmo quando conhece Deus por meio de Cristo.

5. O que é idolatria?

Idolatria no sentido estrito é o culto religioso de ídolos, isto é, imagens ou figuras. No sentido mais amplo, é todo culto religioso que não seja oferecido ao Deus verdadeiro.

6. De quantas maneiras uma pessoa pode ser culpada de idolatria?Uma pessoa pode ser culpada de idolatria: 1) De forma exterior, ao ter e adorar

outros deuses e não o único Deus verdadeiro, tal como quando adora deuses pagãos,ou anjos ou santos, ou quando busca adorar a Deus por representações visíveis. 2)De forma interior, ao dar a qualquer coisa do mundo a honra e o respeito que só aDeus são devidos. Isso seria idolatria do coração e estaria em oposição a Mt 16.24

 — “Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo senegue”.

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96   Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

 NEGAR-SE E TOMAR SUA CRUZ 

Sempre que consideramos o primeiro mandamento sendo já cristãos nascidos denovo, devemos imediatamente reconhecer a ligação entre guardar o primeiro mandamento e o ensino de nosso Senhor em Mt 16.24 — “Então, disse Jesus a seus discípulos:Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me”. Há umaligação importante entre o mandamento e essa ordem de nosso Senhor. E importantetermos diante de nós em todas as horas o ensino neotestamentário da cruz de Cristo

 para o cristão.

É estranho e difícil entender como podemos nos levantar em nossa igreja e cantar para Jesus:...

Quero estar ao pé da cruz,

Que tão rica fonteCorre franca, salutar,De Sião no monte. (Tr. Júlio César Ribeiro, Novo Cântico 107).

...e não entender que estamos cantando como cristãos, e que há aí uma mensagem para nós. Quando Paulo disse “Estou crucificado com Cristo” (G12.19) ele não estavasimplesmente dizendo um clichê que o tomaria popular entre os cristãos. Estava afirmando um princípio vital, que nos impediria de quebrar o primeiro mandamento e noshabilitaria a viver uma vida de vitória. Estava tentando dizer-nos nessa passagem, e emmuitas outras semelhantes, que há uma doutrina da identificação do cristão com a Cruzde Cristo. O sexto capítulo de Romanos está cheio dessa doutrina e mesmo assim pareceque repetidamente passamos por ela sem vê-la. Uns passam ao largo porque não queremser rotulados como estando envolvidos com o movimento de “vida mais profunda”. Uns

 passam ao largo porque nunca a notaram. E outros passam ao largo porque sabem queisso vai interferir com o que querem fazer, quando quiserem fazê-lo!

Bamhouse expressou isso muito bem: “Já vimos que Deus nos considera como tendo

morrido com Cristo, e esse fato toma possível o triunfo da vida cristã”. E novamente:“A crucificação verdadeira de nosso homem velho só pode nos ser feita pelo próprioSenhor, e ele o fará se nos submetermos a ele”. A questão de nos negarmos a nósmesmos e tomarmos a nossa cruz (submeter-nos em todas as áreas da vida) é um aspecto importante de reivindicar a vitória que Cristo já ganhou por nós na Cruz do Calvário.Entretanto, muitos dos filhos de Deus nunca percebem que a vitória já foi ganha, nemsabem como podem reivindicá-la, e nem mesmo sabem que podem reivindicá-la para si.Caem então na armadilha de quebrar o primeiro mandamento por colocar o eu no trono

e dar a outras coisas a estima e afeição que só Deus deve possuir. (Lucas 14.26). PossaDeus nos ajudar, tudo para sua glória, a estar dispostos a ser crucificados com Cristo, para que o eu possa ser destronado em nossa vida a cada momento.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  97 

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 48. O que é nos ensinado, especialmente pelas palavras “além de mim”, no primeiro mandamento?

Resposta: As palavras “além de mim”, no primeiro mandamento, ensinam-nos que Deus,que vê todas as coisas, toma conhecimento do pecado de haver outro deus em seu lugare fica muito ofendido por isso.

Referências Bíblicas: lCr 28.9; SI 44.20-21.

Perguntas:

1. Como épossível que Deus veja todas as coisas?É possível porque Deus está em toda parte e tem entendimento infinito. A Bíbliadiz: “Ocultar-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não o veja? — diz oSenhor; porventura, não encho eu os céus e a terra? — diz o Senhor?” (Jr 23.24).Ele é onisciente (sabe tudo) bem como onipresente (está em toda parte ao mesmotempo) — SI 139. Ele nos conhece perfeitamente.

2. Como podem os cristãos cometer o pecado de ter outros deuses?Os cristãos podem cometer esse pecado ao permitir que seu interesse e seus afetosestejam colocados em outras coisas e ao permitir que essas coisas tenham o primeirolugar em seus pensamentos e atividades.

3. Por que Deus fica tão descontente com esse pecado?Deus fica descontente com esse pecado porque ele é um Deus zeloso e santo. ABíblia ensina: “Eu sou o Senhor, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei

a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura” (Is 42.8).4. Será que o fato de que ele é um Deus zeloso e santo não deveria influenciar cada 

uma de nossas ações?Sim, cada ação nossa deve ser influenciada por esse fato. Isso nos deve impedir de

 pecar; deve dar-nos um ódio até de pensar em pecado; deve despertar-nos a cadamomento para fazer a oração que este hino afirma:

Quero um princípio dentro de mim, De piedoso temor,Que o pecado eu sinta assim, E quando está perto haja dor — 

O vem, Deus, me ajudar a saber, Logo ao primeiro sinal,O que é orgulho, e que eu possa ver, O que é desejo do mal,E vem, ó Senhor, apagar O fogo que está a começar. — Charles Wesley

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98 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  

O DEUS QUE REVELA SEGREDOS 

Saber que Deus vê todas as coisas deve ser sempre reconhecido pelo crente. Issodeve estar sempre diante dele como uma lâmpada ardente. Em Daniel 2.28 lemos: “Háum Deus no céu, o qual revela mistérios” . Ora, os mistérios, os segredos que ele revelou

naquele caso específico foram para sua glória. Muitas vezes ele age para sua glóriatambém ao revelar os segredos do nosso coração. Nós não podemos fugir dele, não

 podemos esconder nada dele. Certamente há uma boa lição para o crente nas palavrasfamosas de Francis Thompson:

Eu fugi dele, todas as noites e todos os dias;Fugi dele, através dos arcos dos anos;Fugi dele, pelos caminhos do labirinto

De minha própria mente; e em meio às lágrimasEscondi-me dele, e sob o riso que corria.

Mas toda essa fuga de nada adiantou. Deus continuou “no encalço desapressado ecom passo imperturbado”. E Deus sempre continuará pedindo-nos que sejamos honestos e abertos com ele, que nada escondamos dele, que andemos até o fim com ele. Emtudp, há o conhecimento, deve haver o conhecimento em nosso coração, de que ele estáno céu e que ele revela segredos!

Há ainda outro consolo no fato de que ele revela segredos. E o consolo de que algum

dia nós entenderemos os caminhos dele. Ele trará à luz as coisas que estão escondidasnas trevas. Ele nos fará entender porque permitiu que esta ou aquela infelicidade aparecesse em nosso caminho. Ele nos habilitará a ver porque demorou tanto a vinda de seuFilho, nosso Salvador. Ele nos mostrará porque foi necessário que a verdadeira igrejadele fosse perseguida. Ó Dia abençoado quando os segredos forem revelados a nós!

A pergunta que temos à nossa frente é importante: Podemos estar satisfeitos porviver nestes dias em que o conselho de sua vontade é secreto? Podemos prosseguir dia

após dia confiando nele mesmo quando não podemos trilhar a rota? Podemos viver porum lado sabendo que ele conhece os segredos de nosso coração e por outro lado sabendo que há muitas coisas que ele não nos vai revelar? O segredo de aprender a estarcontente, tudo para sua glória, encontra-se em conseguir viver com essas duas còisas. ABíblia diz: “Grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento” (lTm 6.6). Que

 possa Deus, o Deus que revela mistérios, dar-nos esse contentamento à medida quedecidimos viver diante dele com atos de santidade (2Pe 3.11).

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  99

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 49. Qual é o segundo mandamento?

Resposta: O segundo mandamento é: “Não farás para ti imagens de escultura, nemsemelhança alguma de tudo o que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem aságuas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o Senhorteu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quartageração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia até mil gerações daqueles queme amam e que guardam os meus mandamentos” (Êx. 20.4-6).

Pergunta 50 .0 que exige o segundo mandamento?

Resposta: O segundo mandamento exige que recebamos, observemos e guardemos puros e inteiros todo o culto e ordenanças religiosas que Deus instituiu na sua Palavra.

Referências Bíblicas: Dt 12.32; Dt 32.46; Mt 28.20.

Perguntas:

1. Tanto o primeiro como o segundo mandamento se referem ao culto. De que modo diferem?

O primeiro mandamento trata do objeto do culto, o Deus vivo e verdadeiro; o segundo mandamento trata dos meios do culto, e da maneira como o adoramos.

2. Quais são esses meios de culto?Os meio de culto são as ordenanças que Deus apresentou em sua palavra.

3. Quais são essas ordenanças?

O Catecismo Maior cita-as como sendo “a oração e ações de graça em nome deCristo; a leitura, a pregação e o ouvir a Palavra, a administração e a recepção dossacramentos; o governo e a disciplina da igreja; o ministério e sua manutenção; o

 jejum religioso; o jurar em nome de Deus, e o fazer votos a ele”. (P. 108).

4. Como nós cristãos devemos fazer para receber essas ordenanças?Devemos recebê-las aprovando e abraçando-as; observá-las fazendo o que é nelasexigido; sempre conservá-las puras e íntegras guardando-as de corrupção.

5. Qual é o significado de não fazer qualquer imagem de escultura?Significa que não devemos tentar representar Deus por meio de objetos materiais enem adorá-lo por meio de tais imagens.

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100  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

O DEUS ZELOSO

“Porque eu sou o Senhor, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos paisnos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem; e faço miseri

córdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos”(Êx 20.5-6). A palavra “zeloso” significava “zelo justo”. É o ensino de que só ele temdireito sobre o amor de seu povo.

Há dois sentidos nos quais essa descrição de Deus pode ser entendida. No bomsentido ele é zeloso por seu povo. Ele os guardará, ele os protegerá, ele os defenderácontra todos os inimigos. Seu povo, seu pela fé em Cristo Jesus, é muito querido ao seucoração. Ao olhar do alto seu povo, ele os vê em suas tentativas de andar com ele a cadadia, e fica enternecido. Ele quer muito que acertem o passo ao dele, que nunca corram

à frente nem fiquem para trás, que dêem cada passo com pleno conhecimento, a cadamomento, de que estão guardados no seu amor. Qualquer coisa que aconteça com seu

 povo acontece com ele. Ele a sente; tem verdadeira empatia com seus filhos.

Há outro sentido no qual isso pode ser entendido. E nesse sentido Deus tem ciúmesde seu povo. Ele tem ciúmes no sentido de não querer que prestem culto a imagensgravadas ou esculpidas, nem que adorem deuses falsos, ou corram atrás das coisas queos distanciam dele próprio. É como se não suportasse ter um rival de maneira nenhuma.Ele não quer que seus filhos sigam atrás de qualquer coisa — quer boa ou ruim — que

impeça o culto a ele. Nosso amor, nossa maior adoração precisa ser prestada a elesomente.

Devemos examinar-nos diariamente para ver se estamos ou não seguindo-o bem de perto. Há muitas formas pelas quais nosso amor pode ser desviado. E bom nós noslembrarmos sempre de que ele é um Deus zeloso, cioso de seus direitos, e que nósdevemos nos preservar de complicações. Nunca devemos dar motivo ao santo ciúmedele. Devemos orar a cada momento, pedindo que ele nos conserve tão perto de si quesintamos no mesmo segundo, quando nosso amor para com ele estiver sendo esfriado

 por coisas contrárias à sua vontade em relação a nós. Se fizermos isso ele estará zelosoa nosso favor, e não ciumento contra nós. E assim bênçãos fluirão dele para nós, tudo

 para sua glória.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  101

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 5 1 .0 que proíbe o segundo mandamento?

Resposta: O segundo mandamento proíbe adorar a Deus por meio de imagens, ou de qualquer outra maneira não prescrita na sua Palavra.

Referências Bíblicas: Dt 4.1516; At 17.29; Dt 12.3032.

Perguntas:

1. Qual é o grande pecado proibido no segundo mandamento?O grande pecado proibido no segundo mandamento é a idolatria.

2. No que difere a idolatria proibida no segundo mandamento da idolatria proibida no  primeiro mandamento?A idolatria proibida no primeiro mandamento tem que ver com um objeto, quando o homem adora algo que não seja o Deus vivo e verdadeiro. A idolatria proibida no segundo mandamento tem que ver com os meios de culto, e nos proíbe de adorar a 

Deus de maneiras contrárias a sua vontade.3. Como é possível a uma pessoa adorar imagens e assim cometer o pecado da idolatria ? 

Há várias maneiras em que isso pode acontecer. Algumas são; 1) Cultuando deuses falsos, como aconteceu na idolatria pagã da cultura grega. 2) Cultuando o verdadei-ro Deus com o uso de uma imagem ou representação dele. 3) Cultuando o verdadei-ro Deus, criando na mente uma falsa imagem dele.

4. É permitido fazer-se qualquer imagem ou representação de Deus?Não, é proibido porque ele é infinito, incompreensível (Is 40.18). Qualquer tentativa de representar Deus necessariamente envolve limitações que o representam incorre-tamente.

5. É lícito termos figuras de Jesus Cristo?Não, não é legítimo fazermos isso. É verdade que ele foi tanto homem como Deus, mas a Bíblia ensina que ele é mais belo do que os filhos dos homens (SI 45.2). É  impossível sabermos como ele era, e portanto, qualquer representação dele seria adivinhação. Se ele tivesse desejado que soubéssemos, ele o teria deixado claro na 

Bíblia.6. O segundo mandamento proíbe a cerimônia em nosso culto?

Não, não proíbe a cerimônia em nosso culto, contanto que a cerimônia seja a ensina-da na Palavra de Deus. Portanto, a cerimônia teria de ser “decente e em ordem”, e só o que é determinado na Palavra de Deus (Mt 15.9).

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102  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

O CULTO SEGUNDO A BÍBLIA

A questão do culto na igreja hoje é de grave preocupação. Em igrejas que têm ocredo histórico, e afirmam os Padrões de Westminster, a questão do culto deve sempre

ser coerente com a Palavra de Deus. Se não for, há o perigo de se transgredir o segundomandamento, violando-o por não procurar cultuar de acordo com o padrão da Palavrade Deus. Nessa área devemos ser zelosos, recusando permitir qualquer coisa dentro doculto que não seja coerente com a Palavra.

Há muitas áreas hoje em que a igreja se acha em perigo de desviar-se da Palavra.Quanto à doutrina, a igreja está se afastando da posição histórica da Fé Reformada comrespeito à Bíblia ao permitir uma visão mais baixa de inspiração do que a de que seja ainfalível e verbalmente inspirada Palavra de Deus. A igreja está se afastando por deixar

de lado completamente a doutrina bíblica da disciplina e por isso a pureza da igreja estácaindo em descrédito. Estas maneiras, e muitas outras que poderiam ser mencionadas,são formas nas quáis a igreja está se desviando da fé em matéria de doutrina.

Além disso, a igreja deverá sempre ser cuidadosa com respeito a seu culto. Nadadeverá ser permitido no culto que não seja ensinado na Escritura. O culto da igrejaexiste para a glória de Deus, para o propósito de desempenhar sua Grande Comissão,

 para a evangelização do mundo. A igreja primitiva cuidava que nada fosse introduzido

nela que impedisse sua missão.E o culto de sua igreja? Será que já têm sido acrescentadas coisas que não encontram

 base na Bíblia? Sua igreja está mais preocupada com o prédio do que com a pregação daPalavra de Deus, consigo mesma em vez de com a busca dos perdidos, com amizade emvez de com sua pureza? O segundo mandamento está sendo infringido?

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  103

 Estudos no Breve Catecismo 

de Westminster Pergunta 52. Quais são as razões anexas ao segundo mandamento?

Resposta: As razões anexas ao segundo mandamento são a soberania de Deus sobre nós, a sua propriedade em nós, e o zelo que ele tem pelo seu culto.

Referências Bíblicas: SI 95.23; SI 45.11; Êx 34.14.

Perguntas:

1. Quantas premissas estão compreendidas no segundo mandamento e de que maneira  são úteis a nós?Há três premissas: 1) A soberania de Deus sobre nós. 2) O direito de posse que Deus tem sobre nós. 3) O zelo que Deus tem com respeito a seu culto. São de grande utilidade para nós porque todas as três podem influenciar grandemente a maneira de obedecermos ao Senhor nosso Deus.

2. O que queremos dizer com soberania de Deus sobre nós?

O sentido é que pela sua soberania ele tem a autoridade única sobre nós e tem o  direito de estabelecer leis para o culto. Só ele tem o direito de decidir o que é bom  para nós. Nós temos a responsabilidade de cultuálo somente da forma que ele desig-na para nós em sua Palavra.

3. Quando falamos em Deus ser nosso proprietário, o que queremos dizer com isso? Com i$so queremos dizer que nós lhe pertencemos pelo direito de redenção e que nós, portanto, devemos nos apegar a ele e ter o cuidado de não seguir nenhum pecado que nos afastaria dele, especialmente a idolatria e a superstição (SI 95.67; 

SI 106.1921).4. O que Deus disse sobre o zelo que ele tem de seu próprio culto?

Ele disse: “Eu sou Deus zeloso”.

5. Que efeito isso deve ter sobre os crentes nascidos de novo?Deve darnos muito medo de ofendêlo de qualquer forma e especialmente na área do culto falso. Devemos orar para que nunca o decepcionemos como Nadabe e Abiú fizeram (Lv 10.14).

6. Se o cultuarmos de maneira falsa qual será nossa punição?Não só cairá a punição sobre nós, como também ele visitará a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração.

7. Como pode Deus, que tem o atributo da justiça, fazer isso?Se os filhos não seguirem os pecados de seus pais, ele não os castigará (Ez 18.14,  17). Se os filhos seguirem os pecados dos pais, merecerão o castigo.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

 PAIS PIEDOSOS E SEUS FILHOS 

Esta pergunta do catecismo em particular, com sua ênfase em Deus ser Deus zeloso,que visita a iniqüidade dos pais maus nos filhos, contém uma lição oposta para os pais

 piedosos. Os filhos de pais piedosos poderão ser recipientes da promessa: “[Serei] o teuDeus e da tua descendência” (Gn 17.7). Há muito pelo qual os filhos de pais piedososdevem agradecer a Deus e há uma grande responsabilidade por parte de pais piedosos

 para que seus filhos possam gozar os grandes benefícios compreendidos.

Sempre que aqueles que são leais à Fé Reformada mencionam as promessas pactuais,contudo, há dois fatos importantes a lembrar. Se esses dois fatos forem esquecidossempre há o perigo de desagradar a Deus. Os dois fatos são: 1) Deus não mostra misericórdia aos filhos simplesmente por serem filhos de pais piedosos. 2) A promessa que

Deus pronuncia é uma promessa que depende de se guardar as promessas dos pais piedosos.

Deus não mostra misericórdia aos filhos simplesmente por serem filhos de pais piedosos — ele mostra misericórdia aos filhos simplesmente porque lhe agrada fazerisso (Rm 9.15). Nunca podemos tirar a misericórdia mostrada aos filhos de pais piedosos do contexto de todo o conselho de Deus e esquecer que ele é Aquele que é Onipotente e Soberano, que não será manipulado nem forçado pelas promessas ou caminhosdo homem. O que ele faz é para sua glória e é coerente com seu caráter, o de sersoberano em todas as coisas.

A promessa que Deus pronuncia é promessa que depende de se guardar as promessas dos pais piedosos — a salvação, com todos seus benefícios, não é coisa automáticaque acontece aos filhos de pais (ou pai) piedosos — (ICo 7.14; At 2.38,39). Aqui cabe

 bem a declaração de John Murray: “O privilégio pactuai sempre acarreta responsabilidade pactuai”. Há condições que devem ser observadas pelos pais piedosos, promessasfeitas no batismo do infante e promessas a serem guardadas se os pais esperam que Deus

guarde suas promessas.Quando os pais piedosos fazem sua parte há mesmo grandes benefícios — os benefí

cios de uma educação cristã, orações e mesmo a expectativa de que Deus irá efetuar aconversão dos filhos. Ser criado por pais cristãos empenhados em cumprir suas promessas pactuais é uma bênção pela qual todos os filhos devem agradecer a Deus.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  105

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 53. Qual é o terceiro mandamento?

Resposta: O terceiro mandamento é: “Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, emvão, porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome” (Êx 20.7).

Pergunta 54. Que exige o terceiro mandamento?

Resposta: O terceiro mandamento exige o santo e reverente uso dos nomes, títulos,

a;ributos, ordenanças, palavras e obras de Deus.

deferências Bíblicas: SI 29.2; Mt 6.9; Ap 15.3-4; Ml 1.14; SI 138.2; SI 107.21-22.

Perguntas:

1. O que queremos dizer com as palavras “o nome do Senhor teu Deus”?Queremos dizer com “o Senhor teu Deus” qualquer maneira em que Deus se fazconhecer.

2.  Como Deus se fa z conhecer?Ele se faz conhecer: por seus nomes, tais como Deus, Senhor, Eu Sou, Jeová; porseus títulos, como Senhor dos Exércitos, o Santo de Israel, o Rei dos Reis, Senhordos Senhores, o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo e outros; por seus atributos,que são suas perfeições e propriedades (ver Pergunta 4); por suas ordenanças, quesão a leitura, a pregação e o ouvir da Palavra, a oração, as ações de graça, o louvor,a administração dos sacramentos; por sua palavra, as Escrituras do Antigo e NovoTestamentos; por suas obras, que são as obras da criação e da providência.

3. Qual é nossa responsabilidade para com esses meios gerais pelos quais ele se faz conhecer? Nossa responsabilidade é mostrar uma atitude reverente para com todos eles emnossas palavras, nossos pensamentos e nossas práticas. Devemos meditar sobre seusnomes e títulos. Devemos fazer uso santo das ordenanças de Deus, buscando nelasDeus. Devemos ser obedientes em todos os tempos à sua Palavra e reconhecer suasobras de criação e providência, bendizendo-o e louvando-o por suas misericórdias esujeitando-nos a ele em todas as coisas.

4. Esta pergunta diz respeito em alguma coisa aos juramentos e votos juramentados a Deus? Visto que o nome de Deus é usado em juramentos e votos, há uma ligação. Reco-menda-se ao leitor considerar e orar sobre a seção da Confissão de Fé intitulada:“Dos Juramentos e Votos Legais” (Cap. 22).

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106   Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

O DEUS DE ABRAÃO

Um dos títulos atribuídos a Deus como Deus da graça é “O Deus de Abraão, Isaquee Jacó” (Êx 3.6). Mesmo ao ser ele o Deus da graça, mesmo quando experimentamos

isso dia após dia, devemos louvá-lo pelas suas obras maravilhosas aos filhos dos homens. Nunca devemos deixar um dia passar sem elevar nossa voz em louvor a esseBendito Nome! O compositor do hino disse:

Ao Deus de Abraão louvai!Do vasto céu Senhor,Etemo e poderoso Pai e Deus de amor!Augusto Jeová, que terra e céu criou,Minha alma o NOME exaltará do grande EU-SOU.

Ao Deus de Abrão louvai!Eis por mandado seuMinha alma deixa a terra e vai gozar no céu.O mundo desprezei, seu lucro e seu louvor,E Deus por meu quinhão tomeiE Protetor. Meu guia Deus será!Seu infinito amor, feliz em tudo me fará por onde eu for.Tomou-me pela mão, nas trevas deu-me luz,

E dá-me eterna salvação por meu Jesus.Meu Deus por si jurou,Eu nele confiei!E para o céu que preparou eu subirei.Sua face eu hei de ver, confiado em seu amor,E para sempre engrandecer, meu Redentor.

(Tr.D.B.Judah/ R.H.Moreton, Novo Cântico 21)

Abraão curvou-se no coração e na mente perante o Senhor mesmo depois de ter suafé duramente provada pela longa demora no cumprimento da promessa. Abraão descansou na divina promessa, e na suficiência do poder e da graça divina de seu Senhor.Devemos fazer o mesmo — reconhecer quem ele é e então nos lembrar de dar louvor aseu santo nome.

 No entanto, esse mandamento tem um outro lado. Como Calvino tão bem o expressou: “A finalidade do mandamento é que Deus quer que consagremos a majestade deseu nome. Em resumo, isso quer dizer que não devemos profaná-lo, tratando-o com

menosprezo e de modo irreverente”. (Institutas, tr. W. Luz, II, viii, 22). Devemos sem pre nos lembrar que se não o reverenciarmos devidamente, não bendizermos seu nome,nós podemos quebrar esse mandamento.

Uma boa disciplina para nós seria prometer que vamos ler o Salmo 139 pelo menosuma vez por semana para que possamos manter a visão certa e termos a atitude reverente que se deve ter para com o Deus de Abraão.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  107 

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergun ta 55. O que proíbe o terceiro mandamento?

Resposta: O terceiro mandamento proíbe toda profanação ou abuso das coisas pormeio das quais Deus se faz conhecer.

Referências Bíblicas: Ml 2.2; Is 5.12; SI 139.20; Tg 1.13; Mt 26.74.

Perguntas:

1. Quais são os modos pelos quais Deus se fa z conhecer?Conforme aprendemos no mandamento anterior, ele se faz conhecer por seus nomes,títulos, atributos, ordenanças, palavra e obras..

2. De que maneiras esses modos podem ser profanados ou violados pelo homem?São violados por “blasfêmias, perjúrios, maldições, juramentos, votos e sortes ímpios”{Catecismo Maior,  pergunta 113).

3. Como pode a pessoa profanar os nomes, títulos e atributos de Deus?O homem pode profanar essas coisas quando pensa em ódio contra Deus; quandofala irreverentemente dirigindo-se a Deus; quando jura pelo nome de Deus de umaforma maldosa ou maledicente; quando blasfema o nome de Deus; quando amaldiçoaa si próprio ou a outros no nome de Deus; quando usa o nome do Senhor de formassupersticiosas.

4. Como pode a pessoa profanar suas ordenanças?A pessoa pode profanar as ordenanças de Deus sendo irreverente ou irregular em sua

obediência a elas; atendendo-as não no espírito, mas estando na carne, ao permitirque sua mente vagueie; ao ter feito uma profissão de fé em Cristo falsa e insincera eainda assim participar delas.

5. Como a pessoa pode profanar a Palavra de Deus?A pessoa pode profanar a palavra de Deus negando partes da Palavra ou deturpando-a; ensinando doutrina falsa com respeito à Palavra; aplicando a Palavra de Deuserradamente.

6. Como a pessoa pode profanar as obras de Deus?

A pessoa pode profanar suas obras usando seu corpo de maneira errada; esquecendo-se da misericórdia de Deus e das maravilhas que faz para os filhos dos homens; eresmungando contra o Senhor em meio à adversidade.

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108  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

 ATENDENDO À PALAVRA

Uma das maiores responsabilidades — e privilégios — do crente nascido de novo é ode atender à Palavra. Tiago nos diz: “Todo homem, pois, seja pronto para ouvir....” (Tg

1.19). Esse terceiro mandamento, especificamente, é relevante para nós ao irmos, noDia do Senhor e ao culto da noite do meio de semana, ouvir a pregação da Palavra deDeus.

Jeremy Taylor disse certa vez: “Quando a palavra de Deus é lida ou pregada paravocê, cuide de estar de coração e mente disposta, livre de cuidados e pensamentosmundanos, diligente em ouvir, cuidadoso em fixar, estudioso para lembrar e desejoso de

 praticar tudo o que é ordenado, e viver de acordo; não dê atenção a qualquer outrafinalidade que não a de se tomar melhor em sua vida e ser instruído em toda boa obra, e

crescer no amor e serviço de Deus”. {The Rule and Exercises ofHoly Living, [Regra ePráticas da Vida Santificada] p. 181).77

Muitas vezes o cristão deixa de receber o que o Senhor tem para ele no culto porquevai despreparado. No mesmo capítulo primeiro de Tiago sugere-se um esboço comrespeito às obrigações do cristão quando vai cultuar na casa de Deus. O versículo 21 lhediz de suas obrigações antes do sermão: despojar-se de qualquer poluição, de qualquer

 pecado. O mesmo versículo 21 também lhe fala de suas obrigações durante o sermão: deacolher com mansidão a palavra implantada. O versículo 22 diz de suas obrigações após

o sermão: de ser praticante da palavra e não somente ouvinte. O povo de Deus receberámuito maior benefício da pregação da palavra de Deus, e saberá aplicá-la mais eficazmente, se tiver preparado seu coração de antemão para ouvir a palavra.

Como nos preparamos para ouvir a Palavra? Muitas vezes no Dia do Senhor nossa preparação consiste em ler o jomal do domingo, em dormir tarde, em negligenciar aoração e o estudo da Palavra. Seria bom imaginar qual haveria de ser o resultado se nodomingo a igreja se enchesse de cristãos que se tivessem preparado ativamente para a

 pregação da Palavra. Cristãos que tivessem ido com o coração disposto e obediente;com um desejo profundo de ouvir a Palavra; com o coração afinado com o Deus Onipotente e Soberano. De fato, o resultado seria a prática dos deveres apresentados na Palavra, no poder do Espírito Santo, para a glória de Deus.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  109

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 56. Qual é a premissa anexa ao terceiro mandamento?

Resposta: A premissa anexa ao terceiro mandamento é que, embora os transgressoresdeste mandamento escapem do castigo dos homens, o Senhor nosso Deus não os pou

 pará do seu justo juízo.

Referências Bíblicas: Dt 28.58-59; SI 139.20; SI 83.18; Zc 5.3.

Perguntas:

1. Por que é que infratores desse mandamento podem escapar da punição da parte dos homens?Quem quebra esse mandamento pode escapar da punição dos homens porque muitasvezes aqueles que detêm a autoridade são tão culpados como os infratores do mandamento. Trata-se muitas vezes de ser o caso de o homem natural estar tratando como homem natural, e as coisas de Deus são desviadas.

2. Quem são esses que tomam o nome do Senhor em vão?A Bíblia ensina que aqueles que tomam o nome de Deus em vão são seus inimigosdeclarados (SI 139.20).

3. Qual deveria ser um dos maiores motivadores para nos impedir de tomar em vão o nome de Deus?Como crentes, simplesmente as palavras “o Senhor nosso Deus” nesta Pergunta jános deveriam motivar a reconhecer sua glória e isso nos deveria encher de reverênciae temor santo. Nosso coração deveria ficar carregado de sentimento de culpa se

quebrássemos esse mandamento.

4. Os que tomam o nome do Senhor em vão escapam de serem julgados?Aqueles que quebram este mandamento não escaparão do julgamento, porque Deusé justo e prometeu que serão punidos.

5. Essa promessa poderia ser chamada de uma ameaça?Sim, poderia ser chamada de ameaça pelo fato de que a vingança divina está dirigidacontra a pessoa que quebra o mandamento.

6. Quando serão punidos os infratores desse mandamento ?Há duas ocasiões em que os infratores desse mandamento poderiam ser punidos. Porvezes são punidos nesta vida, como se vê em Dt 28.58-59. Outras vezes a punição sóserá dada no além. No entanto, o certo é que serão punidos.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

UM GUARDA AOS MEUS LÁBIOS 

“Põe guarda, Senhor, à minha boca; vigia a porta dos meus lábios” (SI 141.3). Esseversículo é uma excelente oração, ao considerarmos este mandamento específico do

Senhor. Quando a Bíblia diz “O Senhor não terá por inocente”, com respeito a tomarseu nome em vão, devemos todos nós atender e procurar honrar o Senhor com nossos

lábios em todo o tempo.

A pergunta é: Será que nós tememos dizer qualquer coisa que possa desonrar nossoSenhor? Com certeza a resposta deverá ser sim, porque as palavras que pronunciamos

 podem poluir a glória de Deus, e como crentes nossa responsabilidade aqui está clara. Num velho Livro Presbiteriano de Orações encontra-se a seguinte prece:

Deus Todo-poderoso, nosso Pai Celeste, confessamos a Ti que em muitas ocasiões e maneiras, por pensamento, palavra e ação, nós temos pecado contra Ti; enão somos mais dignos de ser chamados Teus filhos. Mas nós Te imploramoshumildemente, ó santo e amoroso Pai, por Tua grande misericórdia em CristoJesus nosso Senhor, que nos perdoes as nossas ofensas, e daqui por diante nosconceda o verdadeiro arrependimento e novidade de vida, para a honra e glória de

Teu Nome. Amém.

Tomar esta uma oração diária faria bem a todos nós. Contudo, ha um perigo compre

endido na fala do crente. A Bíblia explica este perigo muito bem: “Este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração estálonge de mim” (Is 29.13). O perigo sempre presente é que professemos uma boa religião, mas pelo fato de nosso coração não estar certo diante do Senhor, negligenciemosseguir seus caminhos. Ficamos ansiosos por ser ouvidos pelas outras pessoas que amamo Senhor, mas por dentro estamos lhe dizendo “Não!” à medida que ele trata do eudentro de nosso coração. De fato, nossa oração deve ser que ele ponha um guarda ànossa boca, e que o Espírito Santo ministre cada vez mais ao nosso coração.

O terceiro mandamento esclarece que vamos pagar por desonrá-lo com nossoslábios. O pagamento será nesta vida ou na outra. Sabemos muito bem que o incrédulovai ter de sofrer. Que Deus nos ajude para que nossas palavras possam sempre glorificá-lo, palavras que ergam alto o Senhor Jesus Cristo para uma geração má e perversa!

(SI 19.14).

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  111

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 57. Qual é o quarto mandamento?

Resposta: O quarto mandamento é: “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar.Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor, teuDeus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teuservo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro;

 porque, em seis dias, fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, aosétimo dia, descansou; por isso, o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou” (Êx20.8 11).

Pergunta 58 .0 que exige o quarto mandamento?

Resposta: O quarto mandamento exige que consagremos a Deus os tempos determinados em sua Palavra, particularmente um dia inteiro em cada sete, para que seja um dia desanto descanso dedicado a ele.

Referências Bíblicas: Lv. 19.30; Dt 5.12; Is 56.2-7.

Perguntas:

1. Como este mandamento se aplica ao culto?Este mandamento fala da programação do culto e se segue naturalmente aos três

 primeiros mandamentos. O primeiro falou do objeto de culto, o segundo dos meiosdo culto, o terceiro da maneira do culto.

2. Como ê possível decidir qual o tempo que deve ser reservado para o culto público?  O único tempo que deve ser reservado para o culto púbico é aquele indicado naPalavra de Deus. Não é direito perante Deus acrescentar outros tempos, ou diassantos, à sua Palavra.

3. Que significa a palavra “Sábado”?A palavra “Sábado” é uma palavra hebraica e significa “descanso”, conforme ensinado em Hb 4.9.

5. Por que nossa pergunta o chama de “dia de santo descanso”?E um sábado “santo” porque foi consagrado e separado por Deus.

6. Este mandamento específico fa z parte da lei cerimonial ou da lei moral?Este mandamento em particular é parte da lei moral e deve ser guardado por todas asnações e através de todas as gerações. Nunca foi anulado. O Senhor Jesus Cristo deutestemunho dele. Ele é nosso Senhor e ele é também “Senhor do Sábado” (Lucas 6.5).

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112  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

UM COMPROMISSO DA IGREJA

A igreja de hoje faz muitas concessões. Em muitas denominações está se tomandoevidente que o ensino da Palavra de Deus é cada vez menos reconhecido como única

regra infalível de fé e prática. É vergonhoso para a igreja que isso seja verdade. Noentanto, há outra acomodação perigosa ocorrendo na igreja. É a concessão que se fazna esfera da observância do sábado, uma acomodação que está permitindo que osecularismo invada a igreja.

Parece que o mandamento, em sua aplicação prática, tem sido em efeito reescrito, demaneira a ser lida por muitos: “Lembre-se de santificar uma hora no domingo”. Emmuitas igrejas atuais foi reescrito novamente para ser: “Lembre-se de santificar umahora no início da manhã de domingo”, quando tem o culto matinal convenientemente no

 primeiro horário, o que habilita uma pessoa a um desencargo de consciência por “guardar o mandamento” para que possa se divertir no restante do dia com recreação e lazer.Para esse tipo de pessoa, a Igreja significa muito pouco, e para a igreja esse tipo de

 pessoa significa muito pouco.

A história da igreja tem uma importante lição a nos ensinar sobre esse assunto. Oshistoriadores relataram repetidas vezes que há uma ligação entre a não-observância dosábado e a falta de poder da igreja. É certo que essa ligação deve existir. A principalrazão pela qual o crente deve guardar o Dia do Senhor são as bênçãos espirituais e os

 privilégios que decorrem dessa prática. Eles acontecem porque os cristãos estão observando esse mandamento do Senhor, um mandamento que continua em vigor nos dias dehoje.

Os profetas da antigüidade clamavam contra Israel por seus pecados e incluíam a“profanação do sábado” como um dos pecados que estava trazendo o juízo divino sobrea nação. De fato, o mundo está precisando de tais profetas hoje! Os cristãos estãoolhando para o fim de semana cada vez mais como um convite a atividades seculares,em lugar de um convite a atividades espirituais. Louvor da boca para fora ao assistir aoculto não basta. O Sábado Cristão é um baluarte espiritual para a pessoa e para a nação.Assim foi ordenado por Deus.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  113

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 59. Qual dos sete dias Deus designou para esse descanso semanal?

Resposta: Desde o princípio do mundo até a ressurreição de Cristo, o sétimo dia dasemana foi designado por Deus para o descanso semanal; e desde então, o primeiro diada semana para continuar sempre até ao fim do mundo, que é o Sábado Cristão, ouDomingo.

Referências Bíblicas: Gn 2.3; Lc 23.56; At 20.7; ICo 16.1-2; Jo 20.19-26.

Perguntas:

1. Por que o sétimo dia fo i indicado por Deus como o dia do Sábado?O sétimo dia foi indicado como o dia de sábado porque foi o dia em que ele descansou das obras da criação.

2. Quando Deus indicou esse dia como o sábado?Ele indicou o sétimo dia como o sábado logo depois das obras da criação. (Ver Gn 2.2).

3. Até quando deveria ser observado o sétimo dia como o sábado?Deveria ser observado como o dia do sábado até que Cristo ressurgisse dos mortos.(Ver Mt 28.1).

4. Que dia seria observado a partir daquela data, segundo a Palavra de Deus?O primeiro dia da semana seria observado e deve ser observado pelos cristãos até ofim do mundo.

5. Como podemos ter certeza de que o primeiro dia é para ser observado como o 

 sábado?Podemos ter certeza porque foi instituído por Jesus Cristo e tem sido observado

 pelos cristãos desde então.

6. Há alguma correlação entre o sábado do Antigo Testamento e o sábado instituído  após a ressurreição de Cristo?Sim, há uma correlação no fato de que Deus descansou no sétimo dia depois de suaobra da criação e Cristo descansou no primeiro dia depois de passar pelo sofrimentoque realizou a redenção do homem (Hb 4.10).

7. Há outras provas bíblicas de que o primeiro dia da semana é o novo sábado?Sim, há outras provas como sejam: o Senhor colocar seu nome no primeiro dia;Paulo falar de fazer-se a coleta no primeiro dia da semana; os discípulos estaremreunidos no primeiro dia da semana. (Ap 1.10; ICo 16.1-2; Jo 20.19; At 20.7).

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114 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  

“LEMBRA-TE”

“Lembra-te do dia do sábado...” É verdade que muitas pessoas hoje estão se esqué-cendo deste mandamento. Os tempos mudaram, com certeza, desde que o Imperador

Constantino declarou as primeiras leis a respeito em 321 A.D. Ele exigiu que todos ostribunais, cidades e lugares de trabalho descansassem. Hoje a igreja tem um novo ritual.É o ritual do Domingo do Absenteísta, o ritual da praia, da estrada, das diversões, dóexercício físico. São relativamente poucos os que se lembram do sábado e se preocupamcom o quarto mandamento.

Há ainda outro sentido da palavra “Lembrar”. É significativo que este seja o únicomandamento que começa com essa palavra. E como se Deus já soubesse que esse eraum que o homem teria a tendência de esquecer. Mas além da maneira em que devemos

 passar o dia, a palavra deverá trazer à mente as duas grandes obras: a criação e aredenção.

A obra da criação deve ser trazida à lembrança porque o sábado do Antigo Testamento começou quando o Senhor Deus descansou no sétimo dia. A cada domingo seria

 bom começar o dia meditando na criação. A definição do nosso Breve Catecismo exprime isto muito bem: “A obra da criação é aquela pela qual Deus fez todas as coisas donada, no espaço de seis dias, e tudo muito bem”. Que maravilha pensar em seu poder eneste lindo mundo que ele criou.

A obra da redenção deve ser trazida à memória tendo em vista que o Senhor Jesusressuscitou dos mortos no primeiro dia depois de passar pelo sofrimento. Ele derramouseu sangue no Madeiro do Calvário por você e por mim. De certo modo podemos dizerque a redenção excede a criação. A criação foi um monumento do poder de Deus; aredenção foi um monumento do amor de Deus. Pense mais uma vez: “Ele o fez pecado por nós” (2Co 5.21). Morreu voluntariamente. Ele nos amou. Sua morte, sua redençãoé sempitema. Essas coisas devem emocionar nosso coração, causar lágrimas em nossosolhos, quando pensamos em quantas vezes nós o negligenciamos e desonramos seunome. A mediação de Cristo e seu amor maravilhoso manifesto em ele nos redimir éalgo em que nós podemos pensar no Dia do Senhor.

“Lembra-te do dia do sábado...” É uma boa maneira de iniciar o Dia do Senhor. É possível que se mais pessoas começassem o dia se lembrando das obras da criação eredenção haveria menos violação do sábado!

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  115

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 60. De que modo se deve santificar o Dia do Senhor?

Resposta: Deve-se santificar o Domingo com um santo repouso por todo esse dia,mesmo das ocupações e recreações temporais que são permitidas nos outros dias; deve-se empregar todo o tempo em exercícios públicos e particulares de adoração a Deus,exceto o tempo preciso para as obras de pura necessidade e misericórdia.

Referências Bíblicas: Lv 23.3; SI 92.1-2; Lc 4.16; Mt 12.11-12; Jr 17.21.22.Perguntas:

1. O que queremos dizer com santificar o Dia do Senhor?O Sábado Cristão é santificado por Deus pelo fato de que ele o fez santo. O Dia doSenhor deverá ser santificado pelo homem, que deverá conservá-lo santo usando-o

 para propósitos diferentes de seus afazeres regulares.

2. Quais são as duas coisas que podemos fazer no Dia do Senhor?

Permissão nos é dada por Deus para fazer duas coisas: descanso santo e culto santo.3. Do que devemos descansar no Dia do Senhor?

Devemos descansar de todas as coisas que não são de necessidade e misericórdia.Isso significa que devemos descansar mesmo das coisas que não são pecaminosasque são permitidas nos outros dias, tais como empregos e recreações.

4. Quando falamos do culto sagrado ’ será que isso quer dizer que precisamos passar  o dia inteiro na igreja?

 Não, não significa que o dia inteiro deva ser passado na igreja, e sim que devemos passar nosso tempo ou em culto público ou particular. Deve ser um tempo para nossaalma ser renovada por Deus enquanto o cultuamos em oração, estudo bíblico e cultoem família.

5. Você diria que está certo descansar o corpo no Dia do Senhor?Sim, ficaria dentro da guarda do mandamento descansar o corpo. Essa é uma dasrazões do sábado, porque Deus já sabia de início que o corpo precisaria de um dia dedescanso em sete.

6. Deve haver qualquer preparo para o dia do sábado?Sim, deve haver preparo tanto físico como espiritual. Por exemplo, deve-se fazertudo o que é possível antes desse dia, no ambiente físico, para que o dia possa serdedicado a Deus. Nosso artigo devocional fala da preparação espiritual.

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116   Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

 PREPARAÇÃO PARA O DOMINGO

A família está reunida na igreja no domingo de manhã. O culto está para começar. O pastor faz uma pergunta, antes mesmo da Invocação. Pergunta: “Quantos de vocês

tomaram tempo para preparar sua alma para esse dia, o Dia do Senhor?” Como vocêresponderia essa pergunta? E qual teria sido nossa resposta no domingo passado?

Muito já foi dito sobre a guarda do sábado, e com razão. Na verdade, nosso país temculpa em estar sempre violando o mandamento, desrespeitando o dia; e os cristãosnascidos de novo estão se juntando aos outros nisso. Mas possivelmente alguma ênfasedeva ser colocada na questão do preparo para o dia. Parece que pouco é dito sobre ésteaspecto importante. Poderia bem existir mais guarda do domingo se houvesse mais

 preparação para esse fim!

Como podemos nos preparar para o domingo? Quais as coisas que seria importantefazer para estarmos melhor preparados para passar o dia como o Senhor quer que o

 passemos? A seguinte lista poderá auxiliar ao buscarmos viver para ele nesta área:

1. Dedique de antemão o dia ao Senhor e regozije-se com a perspectiva de ter oSábado Cristão. Reconheça que é realmente o Dia do Senhor. Devemos procurar, pelasua graça, fazer com que seja um dia especial de bênção para nossa alma.

2. Use boa parte do tempo no sábado à noite para um retiro espiritual. Recolha-se a

um canto, com a Bíblia e com oração, enchendo sua alma das coisas que são de Deus.Reconheça que seu coração precisa ser limpo das coisas do mundo, coisas necessárias, possivelmente, mas coisas que entraram para sufocar a Palavra.

3. Use algum tempo para a meditação. Em lugar de só ler a Palavra e orar, pense nascoisas de Deus e nele próprio. Pense nas obras dele, na sua santidade, no maravilhosofato da redenção, na segunda vinda do Senhor Jesus Cristo.

4. Ore pelo pastor, para que ele esteja preparado para a pregação da Palavra, o meio

de graça principal. Coloque-o perante o Trono da Graça; ore para que ele seja um vasoapto para o uso do Mestre.

Já é tempo de o povo de Deus, dos seus salvos, se prepararem para o Dia do Senhore suas atividades. Assim como o povo de Israel tinha de lavar o corpo antes que a lei lhesfosse apresentada, assim também os crentes em Cristo devem preparar a alma para oDia do Senhor (Êx 19.10). Pense em como seria bom o resultado na sua obra se seu

 povo fizesse retiros espirituais preparando-se para o dia dele!

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  117 

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 6 1 .0 que proíbe o quarto mandamento?

Resposta: O quarto mandamento proíbe a omissão ou a negligência no cumprimentcdos deveres exigidos, e a profanação desse dia por meio de ociosidade, ou por fazeiaquilo que é em si mesmo pecaminoso, ou por desnecessários pensamentos, palavras oiobras acerca de nossos negócios e recreações temporais.

Referências Bíblicas: Ez 22.26; Ml 1.13; Am 8.5; Is 58.13; Jr 17.24,27.Perguntas:

1. Quais são os dois tipos de pecados proibidos neste quarto mandamento?Os dois tipos de pecados proibidos são o pecado de omissão e o pecado de comissão.

2. Quais são os pecados de omissão mencionados nesta pergunta?Os pecados de omissão mencionados são: 1) A omissão das obrigações do sábadocristão. Essas obrigações seriam tais coisas como a negligência do culto particular ou

 público, e a negligência de tarefas de amor e misericórdia que deveriam ser realizadasno domingo.

3. Seria possível pecarmos mesmo no desempenho de tarefas de amor e misericórdia no domingo?Sim, seria possível pecarmos no desempenho desses deveres se os executássemos damaneira errada. Poderíamos desempenhá-los mostrando tédio, desejando não ter defazê-los, deixando de perceber que no desempenho desses deveres também podemosestar servindo ao nosso Senhor (Mt 25.31-46).

4. Qual a melhor maneira de nos defender contra tais atitudes?A melhor defesa é fixar nosso coração em Deus (SI 57.7), afirmando pela fé nossolugar “nas regiões celestes” no começo do dia, pedindo que Deus nos conserve fielem todas as coisas.

5. Quais são os pecados de comissão mencionados nesta pergunta?Os pecados de comissão mencionados são os seguintes: 1) Profanar o Dia do Senhor

 por ociosidade. 2) Profanar o dia fazendo coisas que são pecaminosas aos olhos deDeus para seu dia. 3) Profanar o dia por pensamentos, palavras e ações sobre assun

tos mundanos, por prazeres e recreação contrários a tudo que a Palavra ensina paradesempenho permitido no sábado cristão.

6. Por que é tão importante guardar esse dia como para o Senhor?E importante porque Deus assim nos ordenou, e é importante porque é impossívelser santo sem guardar seus mandamentos.

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118  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

O DIA DO SENHOR E O SENHORIO DE CRISTO

A pergunta é feita por muitos crentes hoje: “Por que ficou tão comum quebrar oDia do Senhor?” Que é comum não se nega. É rara a igreja hoje em que se faça

qualquer tentativa de se guardar o Sábado Cristão santo para o Senhor. Você já perguntou alguma vez a um pastor que nada fala sobre isso em sua igreja, por que nãofala? Você já o colocou contra a parede para que ele lhe desse uma razão? Talvez vocêse surpreenda com sua resposta.

Muitos vão responder com palavras como estas: “Bem, não consigo ver porque issotem tanta importância na igreja de hoje. Afinal, era uma lei cerimonial e as leis cerimoniais não servem mais de regra para o cristão. Além disso, você não pode esperar muitodo povo. Devemos ser agradecidos se comparecem à igreja no Dia do Senhor”.

Há dois erros gritantes em tal resposta. O primeiro erro é dizer que a guarda dosábado era uma lei cerimonial. A observância do sábado foi instituída muito tempo antesde Deus dar a seu povo as leis cerimoniais por meio de seu servo Moisés. A guarda dosábado é uma das leis morais entregues por Deus e é tão obrigatória quanto os outrosnove mandamentos. Já notou que em nosso Breve Catecismo há mais perguntas dedicadasà guarda do sábado do que a qualquer outro dos mandamentos?

O segundo erro na resposta do pastor que imaginamos é o de não esperar muito do

 povo. Atualmente é comum esse erro por parte dos pastores, praticado por muitos delesem seu trabalho. Na área da guarda do Sábado Cristão o pastor de hoje em geral sim plesmente desistiu. Ele se cala; mas ele é comissionado por Deus para pregar todo oconselho de Deus, e a guarda do sábado deve ser submetida ao Senhorio de Cristo tantoquanto qualquer outra coisa. Ele deve lembrar-se de que Cristo não eliminou a guardado sábado. Cristo simplesmente a colocou em sua devida posição. Ele a confirmou. Elea colocou sob o seu próprio Senhorio (Mt 12.7-8).

Como crente nascido de novo, o que faz você sobre o Sábado Cristão? Você reco

nhece o Senhorio de Cristo nessa área de sua vida cristã? Você estará disposto a submeter todas as partes de sua vida a este mandamento? Possa Deus ajudar-nos todos a fazerisso, tudo para sua glória.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  119

 Estudos no Breve Catecismo 

de Westminster Pergunta 62. Quais são as razões anexas ao quarto mandamento?

Resposta: As razões anexas ao quarto mandamento são: a permissão que Deus nosconcede para fazer uso dos seis dias da semana para nossos interesses temporais; o fatode ele reclamar para si a propriedade especial do sétimo dia, o seu próprio exemplo e a

 bênção que ele conferiu ao dia de descanso.

Referências Bíblicas: Êx 31.15-16; Lv 23.3; Êx 31.17; Gn 2.3.

Perguntas:

1. Quantas razões há anexas a este mandamento?Há quatro razões anexas a este mandamento e são mais do que para qualquer outromandamento. Deus sabia que os homens seriam inclinados a quebrar este mandamento.

2. Qual é a primeira razão?

A primeira razão é que Deus, tendo-nos permitido seis dias para nossos própriosempreendimentos, foi muito liberal conosco nesta área e nós por certo devemos conceder um dia em sete para ele. Além disso, em nossos dias poucas pessoas trabalhamno sábado à tarde, que é outra razão para lhe dar um dia.

3. Qual é a segunda razão?A segunda razão é a exigência, por parte de Deus, de um direito especial sobre osétimo dia. É Deus reivindicando o dia como sendo seu. Ele não faz isso sem nadanos conceder, pois à medida que usamos esse dia da maneira certa ele nos estarádando a maior alegria da comunhão com ele.

4. Qual é a terceira razão?A terceira razão é o exemplo de Deus em descansar ele próprio de seu trabalho decriação no sétimo dia. Existe aqui uma bênção espiritual de descansar um dia aomando dele. Além disso, há a motivação física, porque ele sabia que seria bom paranosso corpo descansar um dia. Seu exemplo deve ser seguido, tudo para sua glória.

5. Qual é a quarta razão?

A quarta razão é a bênção de Deus sobre este dia. Nosso Senhor consagra o dia deleao seu serviço santo. O uso correto desse dia resultará em bênçãos para nós, e “chuvas de bênçãos” estarão caindo sobre nós. O uso errado do dia resultará em tristezase aflições (Ne 13.18).

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120  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

 A NECESSID ADE QUE O HOMEM TEM DO SÁBADO

’  É difícil para nós hoje, em meio à profanação escancarada do Dia do Senhor, manter-nos fiéis à autoridade de Deus e às ordens que encontramos no Decálogo. Por todo lado

vemos forte oposição. O dia começa com o massudo jomal do domingo. Os eventos doesporte são a ordem do dia. As forças armadas decidiram que o Dia do Senhor é um diade treinamento. Para onde quer que nos voltemos enfrentamos as pressões do mundo

 para negar o que foi dito a muitos de nós desde a infância, que a calma santa da manhãdo Sábado Cristão deve ser mantida durante o dia todo.

Certamente, como crentes em Cristo, sabemos o que devemos fazer. Os mandamentos da Escritura são claros. Seis perguntas de nosso Breve Catecismo são dedicadas aessa questão importante do viver cristão. Mas quando tentamos enfrentar nossos

opositores com esses argumentos, isso nada significa para eles. Não se importam com aEscritura Sagrada e não vão escutar. Mas existem argumentos aos quais talvez dêematenção, e estes mesmos argumentos seriam bons para recebermos em nosso coração eneles meditar, tudo para a glória de Deus. Na verdade Marcos 2.27 nos ensina: “Osábado foi estabelecido por causa do homem”. Nosso Senhor sabia que precisamosdesse Dia.

Precisamos dele por causa de nossa natureza física. Ele nos fez de tal maneira que precisamos descansar um dia em cada sete. É interessante notar que os deístas da França, muitos anos atrás, aqueles que haviam deixado o catolicismo romano mas não setomaram protestantes, admitiam que não conseguiam passar sem o dia de descanso.Seu corpo ansiava por esse dia.

Precisamos dele como um dia em que a família pode estar junta. Deus colocou grande ênfase na família, e a Bíblia está cheia de recomendações a serem seguidas pelafamília. Quando vão ser seguidas? Será que o Sábado Cristão não pode ser usado nessaárea importante? A oração, o ensino da Palavra, a comunicação — são importantes

todas estas coisas na unidade da família.Precisamos dele para o ensino que podemos obter na Casa de Deus. A pregação da

Palavra é o mais importante meio de Graça, e nós devemos nos utilizar de toda oportunidade para encher nossa mente com aquelas coisas que nos impedirão de pecar contraDeus. Ele sabia que um dia devia ser separado para a instrução na justiça, e nós devemosfazer esse uso do dia.

Sejamos fiéis a Deus e a nós mesmos neste assunto. Voltemos novamente ao SábadoCristão “de antigamente” antes que seja tarde demais. Estamos em perigo de perder oque temos em nossa liberdade religiosa de nos reunir para o culto, a não ser que tenhamos algumas convicções a respeito.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  121

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergu nta 63. Qual é o quinto mandamento?

Resposta: O quinto mandamento é: “Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguemos teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, te dá”.

Pergunta 6 4 .0 que exige o quinto mandamento?

Resposta: O quinto mandamento exige a conservação da honra e o desempenho dosdeveres pertencentes a cada um em suas diferentes condições e relações, como superiores, inferiores ou iguais.

Referências Bíblicas: Êx 20.12; Ef 5.21-22; 6.1, 5, 9; Rm 12.10; 13.1.

1. Que se quer dizer com “pai e mãe” neste mandamento?Os termos “pai e mãe” querem dizer não só os pais naturais da pessoa, mas tambémaqueles que estão em autoridade acima dela na idade e nos dons.

2. Isso significa que há superiores e inferiores e iguais à vista de Deus?Sim, os termos “pai e mãe” indicam aqueles que são superiores em seus dons vindosde Deus quer seja na idade ou na capacidade. O termo “inferiores” indica que existemaqueles que devem se submeter à autoridade de outros. O termo “iguais” indica queexistem os irmãos que são iguais na capacidade, idade, posição ou dignidade.

3. As coisas ensinadas neste mandamento se estendem a outras áreas?Sim, isso não só significa pais e filhos como se estende a esposos e esposas, mestrese servos, governantes e seus governados, pastores e congregações, mais velhos e

mais novos. Embora o mandamento fale de modo específico e nossas respostas aseguir sejam antes de tudo sobre o relacionamento pai e filho, as exigências sãoaplicáveis em outros relacionamentos também.

4. Quais são os deveres dos inferiores para com seus superiores?Os deveres dos inferiores para com os superiores são: honrá-los, tanto no seu interiorcomo exteriormente; ouvir suas instruções; obedecer às suas ordens; aceitar sua censura mansamente; amá-los; cuidar deles quando preciso.

5. Quais são os deveres dos superiores para com os inferiores?

Os deveres dos superiores para com os inferiores são: amar e cuidar deles; treiná-losno conhecimento das Escrituras; orar por eles; conservá-los em submissão; incentivá-los com bondade e repreensão; prepará-los para o futuro.

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122  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

 A RESPONSABILIDADE DA AUTORIDADE 

Uma regra fundamental deve reger a sociedade: a autoridade envolve a responsabilidade! Quanto maior a autoridade, maior a responsabilidade. Não faz diferença se a

autoridade é exercida na esfera da família, na esfera da igreja ou na esfera do estado. Aresponsabilidade acompanha e pesa bastante.

Deus, em sua sabedoria, e por razões que só ele conhece, distribui a certos indivíduoso mandato de ser “superiores”. Essas pessoas receberam de Deus certas habilidades,certos dons que as colocam sobre seus semelhantes. Com essas capacidades, esses dons,a autoridade vem naturalmente. É algo que precisa existir em nossa sociedade, quer nafamília, na igreja ou no estado. Com essa autoridade vem a responsabilidade sempre

 presente de usar essas capacidades, esses dons, tudo para a glória de Deus.

Basta dizer aqui que há certas responsabilidades básicas. Uma responsabilidade queo superior tem é a de possuir uma atitude de amor, respaldada por oração constante,

 para com seus inferiores. Precisa haver um interesse verdadeiro por eles. Nunca podehaver a atitude de indiferença.

Outra responsabilidade que sempre vem com a autoridade é a de treinar, ensinar ossubordinados. É preciso “instruir, aconselhar e admoestá-los” em todo o tempo. Issoinclui avisá-los sobre o mal. Especialmente na igreja de hoje isso se faz muito pouco. As

 pessoas estão sendo conduzidas por estradas sinalizadas “Desastre à frente” e poucos parecem estar erguendo um grito de alerta.

Uma terceira responsabilidade do superior é a de reconhecer o mérito daquilo queestá sendo bem executado pelas pessoas que prestam contas a ele. Isso faz parte do itemdo encorajamento, um aspecto muito necessário da habilidade para que uma pessoa váem frente na vida.

Existe também a responsabilidade da correção, custe o que custar ao superior emamizades, avanços econômicos, sucesso. O superior deve ser justo ao corrigir, mas deve

ser correto. Isso também está lamentavelmente em falta em nossa terra.

Em 1 Samuel 12.23 Deus ensina aos que estão em autoridade quanto à responsabilidade para com ele e para com aqueles com quem se relacionam.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  123

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergun ta 65. O que proíbe o quinto mandamento?

Resposta: O quinto mandamento proíbe negligenciarmos ou fazermos alguma coisacontra a honra e o dever que pertencem a cada um em suas diferentes condições erelações.

Referência Bíblica: Rm 13.7-8.

Perguntas:

1. Quais são os pecados dos superiores?Os pecados dos superiores incluem os seguintes: a negligência dos que estão sob suaautoridade; a busca de sua própria glória em meio à sua responsabilidade; o incentivodos subordinados a coisas erradas; o uso impróprio de autoridade para com seus inferiores, assim provocando-os à ira; a exposição dos subordinados ao mal ou à tentação

 para o mal; sujeitar os subordinados a um mau exemplo pela conduta errada.

2. Quais são os pecados dos subalternos?Os pecados dos subalternos incluem o seguinte: a negligência da obediência a seussuperiores; o pecado da inveja de seus superiores; o ato de rebelião contra os que sãoseus superiores; o pecado de conduta errada contra quem está no comando; mostrardesonra para com os superiores e o governo que representam.

3. Quais são os pecados dos iguais?Os pecados dos iguais incluem: a negligência do amor cristão de um para com ooutro; o desprezo por aqueles que são bons; o pecado da inveja por um igual ter sido

abençoado por Deus com dom maior do que o seu próprio; deixar de alegrar-se como sucesso de um igual; a usurpação da preeminência sobre iguais quando tal preemi-nência não foi concedida por Deus.

4. Esses pecados tem que ver com todos os relacionamentos da pessoa?Sim, esses pecados são aplicáveis aos relacionamentos do homem, quer sejam de paie filho, esposo e esposa, mestre e servo, governante e governado, pastor e assem

 bléia, mais velhos e mais novos.

5. A que áreas de nossa vida atual este mandamento diz respeito?Ele é relevante nos relacionamentos de família, de igreja, de emprego e na área cívica. O pecado em qualquer das áreas é pecado aos olhos de Deus.

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124  y Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

 RESPEITO À AUTORIDADE 

“Uma vez que você ache que está errada uma lei ou um regulamento, tudo bem sevocê o desobedece” — tal é o raciocínio que está sendo usado hoje pelas crianças emrelação aos superiores, pelo cidadão em relação ao Estado, pelo trabalhador em relaçãoao chefe, pelo povo da igreja em relação ao homem chamado por Deus para pregar aPalavra. E uma filosofia perigosa que está se tomando muito corrente em nosso país eque já se espalhou até mesmo nas igrejas conservadoras. Vivemos numa época em quecada pessoa sente que tem o direito de fazer suas próprias regras sem se preocupar como Livro de Regras que nos foi dado por Deus. Esse quinto mandamento fala claramenteà pessoa que segue essa filosofia falsa.

O Todo-Poderoso e Soberano Deus sempre soube que o respeito pela autoridade era

muito importante para que uma família, nação, economia, ou igreja pudesse desempenhar seus deveres no mundo. Portanto, enfatizou mais de uma vez em sua Palavra orespeito apropriado para com a autoridade. Suas palavras “Obedecei a vosso senhor”(Ef 6.5) são repetidas muitas e muitas vezes de forma diversa por diferentes escritoresda Bíblia. Ele sabia que uma sociedade sem lei toma-se uma multidão, e uma multidãotoma-se um grupo de pessoas sem freios.

Qual foi a causa da perda de respeito pela autoridade? Que motivo levou essa novafilosofia a penetrar em nosso modo de pensar? Não há espaço nesta breve devocional

 para dar à pergunta a resposta referente a todos os aspectos da vida, mas é possívelapresentar uma sugestão quanto à razão de isso ter acontecido nas igrejas conservadoras. É simplesmente outra indicação de um afastamento daquilo que Deus tem dito, umfechar de nossos olhos a certas porções da Palavra porque as achamos muito impopulares para aquela parte da sociedade na qual talvez nos encontremos. Toda vez que umcristão ou uma igreja cristã quebra um princípio bíblico, o resultado é sempre um desastre. O desastre nessa área não sobrevêm somente à pessoa ou à igreja; atinge também os

 jovens confiados ao cuidado da pessoa ou da igreja.

Por que os jovens de hoje mostram tanto desrespeito pela autoridade? Será quenão lhes falta um exemplo a seguir, pelo fato de verem tantas discrepâncias ou contradições nas pessoas mais adultas? Onde está a disciplina da igreja hoje? Onde está oamor cristão para com todas as pessoas hoje? Onde está a posição incondicional contra o meio-termo atualmente? Nossos filhos vêem algo em nós? Não seria bom nóslermos novamente Tito 2-3.3?

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  125

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 66. Qual é a premissa anexa ao quinto mandamento?

Resposta: A premissa anexa ao quinto mandamento é uma promessa de longa vida e prosperidade (desde que sirva para a glória de Deus e para o bem do homem) a todosaqueles que guardam este mandamento.

Referências Bíblicas: Ef 6.2-3; lPe 3.10.

Perguntas:

1. De que tipo de “bem” fa la este mandamento, do temporal ou espiritual?Este mandamento está falando do bem temporal, com uma condição.

2. Qual é essa condição?A condição é que deve ser para a glória de Deus. Para o crente em Cristo, qualquercoisa que for boa deve ser usada para a glória de Deus.

3. Que espécie de bem temporal éprometido aqui?

O bem prometido aqui é vida longa e prosperidade.

4. O que é essa “vida longa”? Não é simplesmente uma questão de viver muitos anos sobre a terra, e sim a vidalonga de viver por uma razão — a glória de Deus. É vida verdadeira, viver com um

 propósito e uma bênção.

5. Que espécie de prosperidade é prometida? A  prosperidade prometida é uma prosperidade que deve ser vista dentro do plano da

glória de Deus. Por vezes será difícil ao crente entender como sua porção pode serchamada de prosperidade, mas se por meio dela Deus é glorificado, é para o bem do

 próprio crente e um dia ele vai entender porque Deus o fez passar por aquilo que omundo nunca estaria rotulando de “prosperidade”.

6. Isso significa que todos os crentes em Cristo terão vida longa e prosperidade? Não, somente aqueles crentes que não quebram este quinto mandamento. Poderão seencontrar na posição do superior, do inferior ou do igual. Mas seja qual for sua

 posição, precisam desempenhá-la devidamente se querem receber as recompensas

mencionadas aqui.

7. Por que o quinto mandamento é o primeiro mandamento com promessa?E chamado assim por ser o primeiro mandamento da segunda lista, e o único mandamento nela que tem uma promessa anexada.

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126   Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

 PAZ E CONCÓRDIA

Estamos vivendo numa época em que os problemas parecem ser a norma. Ouvimosfalar em guerras, discussões, revoltas, males praticados contra o próximo, e nos pergun

tamos: o que posso fazer como cristão? A resposta precisa ser baseada em princípios.Precisamos agir mas devemos agir de acordo com o ensino do Abençoado Livro. Emmeio a nossa época, o que diz a Palavra?

 Nossa pergunta do catecismo tem muito a dizer com relação à época em que vivemos. Contudo, estamos nos esquecendo desse ensinamento importante, estamos nosesquecendo que há os superiores e inferiores e que ambos têm responsabilidades. Estamosnos esquecendo que não podemos, que não devemos ousar, fazer vista grossa aos ensinos da Bíblia em qualquer área. Em 1 Pedro 2 e 3 encontramos muitas instruções sobre

esse assunto de honrar nosso pai e nossa mãe — ou, como foi expresso acima, nossosrelacionamentos com outros, quer sejamos superiores, inferiores ou iguais — e nos faria bem atentarmos para aquilo que Pedro diz. Devemos lembrar que Pedro é porta-voz deDeus e sendo assim, isso deveria encerrar o assunto. Lembremo-nos de que as instruções dadas por Pedro são relevantes para nós hoje a despeito de qualquer gosto ouaversão nossa.

Pedro conclui seu aconselhamento afirmando: “Finalmente, sede todos de igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos....” (lPe 3.8). Ele nos diz que devemos ser

misericordiosos e corteses, que não devemos responder a uma provocação de briga. Dizque devemos ter cuidado para que nossa língua não fale mal. Diz que devemos procurare seguir a paz. Por que nos diz essas coisas? Por que é necessário que as saibamos? Issovem até nós na Palavra porque Pedro, sob a direção do Espírito Santo, estava sendoconsistente com as demais Escrituras. O Espírito Santo está sempre procurando ensinar-nos que temos responsabilidades neste mundo, alguns de nós como superiores eoutros como subordinados. Mas nossas responsabilidades interpessoais estão sempre

 presentes e nós nunca podemos ignorá-las. Isso é verdade em relação àqueles que não

são salvos mas muito mais em relação àqueles que já clamaram por Cristo como Salvador e Senhor de suas vidas.

Em meio aos dias difíceis, somos chamados por Deus à paz e à concórdia. Precisamos nos dispor, por sua graça, a seguir o ensino da Palavra em todas as áreas — isto é,se quisermos amar a vida e ver dias felizes ( lPe 3.10).

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  127 

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 67. Qual é o sexto mandamento?

Resposta: O sexto mandamento é: “Não matarás”.

Pergun ta 6 8 .0 que exige o sexto mandamento?

Resposta: O sexto mandamento exige todos os esforços lícitos para conservar a nossavida e a dos nossos semelhantes.

Referências Bíblicas: Êx. 20.13; Mt 5.29; Mt 10.23; SI 82.3-4; Jó 29.13.

Perguntas:

1. Qual é o sentido da palavra “matar” nesta pergunta?O sentido da palavra “matar” é cometer assassinato. A interpretação correta dohebraico aqui é “Não cometerás assassinato”, o que significa não tomar uma vidainjustamente.

2. O que requer o sexto mandamento com referência a nossa própria vida?Requer que empreguemos todos os esforços lícitos para preservá-la.

3. Quais são esses esforços lícitos?O Catecismo Maior  ensina que este mandamento exige a “justa defesa contra a violência; — o uso sóbrio do alimento, da bebida, dos remédios, do sono, do trabalho e darecreação”. (P. 135)

4. O que exige o sexto mandamento com referência aos outros?O Catecismo Maior  ensina: “Resistir a todos os pensamentos e propósitos, subjugar

todas as paixões e evitar todas as ocasiões, tentações e práticas, que tendem a tirarinjustamente a vida de alguém” (P. 135).

5. O que quer dizer o mandamento quando diz “esforços lícitos” para com nossa  pessoa e a de outros?

Com ‘esforços lícitos” se quer dizer um uso “sóbrio” deles conforme afirmado noCatecismo Maior. Precisamos de coisas como alimento, bebida, recreação, trabalho

 — todas são parte importante da vida humana. Precisamos ser igualmente cuidadosos em nossas ações para com outros. Em todas as áreas temos de verificar que

nossas obras sejam coerentes com a Palavra de Deus. O amor, conforme apresentadona Bíblia, deve ser nossa base de ação.

6. Este mandamento fala só do corpo? Não, este mandamento fala também da alma. Deve haver, de nossa parte, um cauteloso afastamento do pecado e um igualmente cuidadoso e diligente uso dos meios degraça.

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128  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

 A VIDA SÓBRIA

Esta devocional sobre o sexto mandamento é uma que eu, como pastor atarefado doEvangelho, devo tomar para mim mesmo, ainda enquanto escrevo. E peço a Deus quevocê e eu possamos fazer isso, tudo para a glória de Deus. A intemperança por parte dossalvos é um dos mais flagrantes pecados. Parece que quanto mais dedicado o crente,mais está em perigo de quebrar o sexto mandamento por cometer uma forma evangélica

de suicídio.

Deixe-me explicar bem o que quero dizer com a frase “uma forma evangélica desuicídio”. Há uma tentação terrível, de que Satanás faz uso repetido, para o crente emCristo se desgastar, queimar sua vida para o Senhor de uma forma não condizente como conselho completo de Deus. É realmente uma forma de auto-assassinato.

O crente nascido de novo é uma pessoa que deve reconhecer em todos os momentosque ele deve ser um bom despenseiro daquilo que Deus lhe tem dado, reconhecendo queseu corpo é o templo do Espírito Santo. É coisa estranha, mas o próprio crente quenunca pensaria em entregar-se às formas crassas de intemperança, no entanto se entregaa uma paixão considerada menos mal. Não bebe bebidas alcoólicas, mas esgota-se tra

 balhando em excesso. Não vai a festas que terminam de madrugada, mas exagera nacomida ou tenta viver sem exercitar o corpo, sem conservá-lo em forma com a energia

 para fazer o que Deus quer que ele faça quando Deus quer que ele o faça. Nessas áreas

ele não é coerente.O Senhor trouxe à minha mente nestes últimos dias que talvez o erro aqui esteja no

fato de o crente dedicado olhar para a obra do Senhor como para um ídolo; que aqui setenha uma forma de idolatria. Esteja certo de que eu não estou propondo a indolênciaou a preguiça na obra do nosso Senhor. Estou simplesmente querendo saber se às vezesnão nos estamos esquecendo do ensino de Tito 2.12, esquecendo-nos de que a palavra“sensatamente” significa “uma rédea constante sobre as paixões”. Será que precisa serdito que “paixões” inclui nosso desejo ardente de servi-lo? Que Deus nos ajude a tercerteza de que estamos andando no Espírito e que somos sóbrios e sensatos com respeito a como gastamos nosso tempo. Em retrospecto, será que nós tiramos um dia dossete?

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  129

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 69. O que é proibido no sexto mandamento?

Resposta: O sexto mandamento proíbe tirar nossa própria vida ou a vida de nosso próximo injustamente, ou qualquer coisa tendente a isso.

Referências Bíblicas: At 16.28; Gn 9.6; Mt 5.22; Uo 3.15; G1 5.15; Pv 24.11-12;Êx 21.18-32.

Perguntas:1. Épossível uma pessoa cometer suicídio e ser verdadeiramente salva?

 Na realidade, esta é uma pergunta que só Deus pode responder. Digamos que seriade fato raro uma pessoa salva tirar a própria vida. Ela poderia estar tão confusa edesequilibrada pela tentação de Satanás ou tão perturbada por um distúrbio mentalou emocional, que num momento de loucura chegasse a se matar. No entanto, isso éalgo que é melhor deixar nas mãos de Deus. O mandamento está declarado e precisamos crer nele.

2. Há casos em que é lícito matar uma pessoa?Um cristão estaria dentro dos limites da Palavra se executasse outra pessoa [ondeexistir a pena de morte] sob e dentro da lei pública — um assassino, por exemplo(Nm 35.30). Ele poderia matar numa guerra que fosse legítima (em defesa de liberdades civis ou religiosas) depois que todos os outros meios tivessem sido esgotados(Êx 22.2; Jz 11.12-34). Ele poderia matar quando fosse uma questão de autodefesa(Êx 22.2).

3. Além de atos de violência, há outras maneiras em que este mandamento pode ser  violado?Sim, o mandamento será violado se cometermos qualquer ato prejudicial ou quevenha a abreviar nossa vida ou a vida de outros.

4. De que maneira isso poderia acontecer?Esse mandamento pode ser quebrado quando se nega os meios para a preservação davida, tais como alimento, bebida, medicamento, recreação; quando se vai a extremosem coisas que prejudicam o corpo e a mente (Lc 21.34); com palavras ou ações

maldosas que indiquem a presença de atitudes assassinas em nosso coração em relação a outras pessoas.

5. Este mandamento ensina que a pena capital é errada? Não, não ensina que a pena capital seja errada. Uma comparação entre Gn 9.6 e Rm13.4 confirmará que a pena capital não deve ser abolida.

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130  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

 A PENA CAPITAL

Em nossos dias, nesta época, é preciso dizer em alto e bom som, para todos os quesão crentes em Cristo: a Pena Capital foi ordenada por Deus no Antigo Testamento e foiconfirmada no Novo Testamento. Quando falamos em pena capital, não estamos falando sobre uma prerrogativa humana, e sim de uma ordem divina. Não foi algo estabelecido, inventado por um homem, que o homem tem liberdade de mudar. Foi estabelecida

 por Deus e as regras dele não mudam nem mudarão.

O que nos aconteceu que está nos levando a ver a pena capital ausente das leis danação? E a mesma velha história, a mesma coisa que aconteceu repetidas vezes emoutros países e que nos influencia aqui. Aqueles que querem acabar com a pena capitalsempre começam no mesmo ponto: o enfraquecimento e depois o desaparecimento da

 fé  na Bibíia como sendo a verbalmente inspirada e infalível Palavra de Deus. Esse ésempre o começo. O campo de batalha é sempre em primeiro lugar a Bíblia. Se oscríticos conseguem que os líderes religiosos, e depois o povo, creiam que não é realmente a Palavra de Deus, coisas como a pena capital caem inevitavelmente.

Mas a Bíblia é a Palavra de Deus, e como crentes, somos chamados a crer em cada palavra dela. Poderá bem ser que, para algumas pessoas, a pena capital seja repugnante,mas Deus estabeleceu a regra e só Deus pode anulá-la. Ele não fez isso no Novo Testamento. Em toda a Bíblia a questão do assassinato é um insulto contra Deus porque

destrói a imagem de Deus no homem. Por isso mesmo, bem no início, ele colocou aregra de que a penalidade de morte para o assassinato fosse usada, e essa regra nunca foirevogada.

Um crente me disse certa vez: “Mas é tão difícil explicar isso a um descrente. Ele nãoconsegue entender como um Deiis de amor pode exigir tal coisa e eu sinto que é uma

 pedra de tropeço no meu relacionamento com ele”. A resposta tem de ter duas partes:1) A Bíblia contém a regra; foi Deus que a fez. Nós não somos responsáveis pelas regrasque Deus fez. Só somos responsáveis por obedecê-las. Gn 9.6 e Rm 13.4 ainda fazem

 parte da Bíblia. 2) Deus nunca nos prometeu que ele facilitaria as coisas para nós, colocando suas regras de tal modo que os homens não tivessem dificuldade em aceitá-las. Éum mandamento divino e precisa ser observado quer as pessoas o entendam e apreciemquer não.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  131

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 70. Qual é o sétimo mandamento?

Resposta: O sétimo mandamento é: “Não adulterarás”.

Pergunta 71. O que exige o sétimo mandamento?

Resposta: O sétimo mandamento exige a conservação da nossa própria castidade e dado nosso próximo, no coração, nas palavras e nos costumes.

Referências Bíblicas: Êx. 20.14; lTs 4.4-5; ICo 7.2; Mt 5.28; Ef 4.29.

Perguntas:

1. O que está compreendido na palavra “castidade” ?A palavra “castidade” significa um ódio a toda impureza, quer seja no corpo, namente e nos afetos (Jó 31.1).

2. Qual é o dever duplo compreendido no observar deste mandamento?O dever duplo compreende tanto nossa própria pessoa como a de outros, havendoaqui uma responsabilidade igual.

3. Como o sétimo mandamento pode ser violado?Pode ser violado por um ato, mas também por pensamentos impuros; e deve-se reconhecer que é do interior do coração de uma pessoa que vem o pecado. Portanto afonte verdadeira das violações deste mandamento é o coração.

4. Como podemos preservar tanto nossa própria castidade como a de nosso próximo? O melhor para preservá-la é manter o relacionamento certo com nosso Senhor. Se

fizermos isso, então haverá certas características em nossa pessoa tais como: amar de coração puro (lPe 1.22); falar de um modo que somente edifique tanto a nósquanto ao nosso próximo (Ef 4.29); iremos nos comportar sempre de maneira a seruma testemunha em favor de Jesus Cristo, nunca dando motivo a críticas nessa área(lPe 3.1-2).

5. Como melhor faremos para nos manter nesse relacionamento certo com o Senhor a este respeito?Devemos por um guarda sobre nosso coração e espírito, sobre nossos olhos e ouvidos. Devemos ser diligentes em nosso andar com o Senhor, lembrando que nunca

 podemos tirar nem “férias de um minuto” de nossa vigilância. Devemos buscar atemperança em todas as coisas. Devemos ter cuidado nas companhias que procuramos, no casamento que contraímos. Devemos buscar a mente de Cristo com respeitoa coisas pecaminosas e sujas. Precisamos estudar a Palavra e orar diariamente.

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132  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

6. Por que precisamos cuidar de observar esse mandamento ?Precisamos cuidar disso porque é uma ordem de Deus, a qual a sociedade de hojetantas vezes ignora e transgride.

 A LEI DA CASTIDADE 

 Nosso Senhor bem conhecia os perigos aos quais estaríamos sujeitos quando fezcom que seu servo orasse: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro emmim um espírito inabalável. Não me repulses da tua presença, nem me retires o teuSanto Espírito... lava-me... do meu pecado” (SI 51.10, 11, 12). Ele sabia que nós não

 poderíamos viver senão pela sua graça. Sabia que em nossa abordagem à vida não ousaríamos deixar de incluir sua Palavra.

Quando perguntamos por que há tantos divórcios, lares destroçados, corações parti

dos e todo tipo de vício e imoralidade no mundo de hoje, devemos nos lembrar que adificuldade está no fato de que se ignora, ou se rebela contra a vontade de Deus. As

 pessoas desconhecem que o estado do matrimônio aos olhos de Deus é santíssimo emsua origem, em sua essência e em seu propósito. É santo na origem porque o próprioDeus o instituiu. É santo na essência porque Deus pretendeu que fosse um pacto portoda a vida entre um homem e uma mulher. É santo no propósito porque o fato de duas

 pessoas viverem juntas é a instituição de Deus para a propagação da raça humana, tudo para a glória de Deus.

Hoje devemos estar de sobreaviso, especialmente contra as idéias falsas sobre o casamento, sobre a moralidade. A “Nova Moralidade” é uma das piores mentiras de todosos tempos a ser espalhada no mundo por Satanás. E pensar então que está sendo espalhada pela própria igreja! Realmente não é novidade nenhuma. Nada mais é senão umarejeição dos Dez Mandamentos, e é com isso que a igreja verdadeira de Deus tem estado convivendo há anos — a rejeição da Palavra de Deus. A diferença hoje é que os

 proponentes da imoralidade estão cada vez mais ousados, porque percebem agora quehá poucos que ainda se levantam contra eles. Como é deplorável pensar que os defenso

res da “nova moralidade” estão entregando os pontos nas mãos dos revoltados políticoscuja primeira regra sempre foi: “Vamos corromper os jovens!”

Como crentes devemos estar alerta de duas formas. Primeiro, que nem uma dessasassim chamadas regras novas penetre desapercebida em nossa vida, para começarmos adesculpar um comportamento errado com o velho tipo de abordagem de “todo o mundoestá fazendo assim”. Segundo, que possamos erguer bem alto o estandarte da Palavracontra essa “ótica moderna”. Precisamos declarar a Palavra de Deus contra toda falta decastidade. Precisamos lembrar às pessoas repetidas vezes que nosso Senhor pôs o dedono ponto exato da dificuldade: “Pois do coração saem os maus pensamentos...” (Mt15.19 NIV). Precisamos pregar Jesus Cristo a um mundo moribundo! Não há nenhumoutro método de lidar com o problema. A “Nova Moralidade” está ganhando força

 porque as pessoas não conhecem Jesus Cristo como Salvador e Senhor. Essa deve sernossa mensagem constante!

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster - ---  — ■■ 133

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 7 2 .0 que proíbe o sétimo mandamento?

Resposta: O sétimo mandamento proíbe todos os pensamentos, palavras e ações impuras.

Referências Bíblicas: Mt 5.28; Ef 5.4; Ef 5.3.

Perguntas:

1. O que Deus proíbe neste mandamento sob o nome de “adultério”?Deus proíbe toda sorte de falta de castidade e impureza. (Ef 5.3).

2. Onde essa falta de castidade e essa impureza ocorrem?A falta de castidade e a impureza podem ocorrer nos pensamentos e desejos docoração, conforme ensinado por nosso Senhor em Mt 5.28. Pode ocorrer nas palavras que usamos, quer estejamos falando sério ou em tom de brincadeira (Ef 5.4).Pode ocorrer em nossas ações; no próprio ato de se cometer o adultério.

3. Há ações que tendem a nos levar a essas áreas proibidas?Sim, em nossos tempos, especialmente, há muitas coisas contra as quais nos devemos acautelar com todo o esmero. Para especificar algumas: 1) A psicologia moderna com sua ênfase em “auto-expressão”, propalando a idéia de que não faz mal cometer adultério se você realmente ama a pessoa. Devemos ter cuidado para nãoficarmos expostos a uma lavagem cerebral nessa área, o que tende a diminuir nossaresistência ao pecado. 2) Livros e revistas impuras. 3) Peças teatrais e a televisão.Seria bom fazermos uma “aliança com os olhos “ (Jó 31.1). 4) A dança moderna ou,segundo o Catecismo Maior, a “dança lasciva”. (P. 139).

4. Por que é tão importante preservarmos nossa castidade e a de outras pessoas? Devemos preservá-la porque fomos criados à imagem de Deus e não somos animaisque não estão sob lei nenhuma. Como cristãos, devemos andar no temor do Senhorem todos os momentos. Visto que nosso corpo é o templo do Espírito Santo, nãosomos de nós mesmos.

5. O que é divórcio sem justa causa segundo a Palavra de Deus, e quem o obtém seria culpado de adultério no caso de casar-se de novo?

A Confissão de Fé tem para essa questão uma resposta clara no Capítulo 24,6. E a pessoa que obtém divórcio sem base bíblica seria culpada de adultério no caso decasar-se de novo.

6. Nesta área, a parte inocente está sob ordens da Palavra de Deus para pedir ação de divórcio? Não, isso é um privilégio da parte inocente, não algo que tenha de ser feito.

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134  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

UMA ALMA PURA

“Abstende-vos de toda forma de mal”. Tal é o ensino encontrado em lTs 5.22. Senós, como crentes nascidos de novo, queremos ter certeza de não estarmos violando o

sétimo mandamento, nossa posição terá de ser essa. Precisamos ser tão sensíveis ao pecado nesse respeito que estaremos fugindo de qualquer coisa que se pareça com pecado. Seremos tão firmes pelo Senhor em todos os nossos caminhos, em nossa conversação e mesmo nossos pensamentos, que a santidade do Senhor estará resplandecendo em nós e seremos luzes no mundo.

 Na época em que vivemos, nos dias de hoje, somos bombardeados de todos os lados pelos padrões enfraquecidos do mundo com respeito a isso. Quanto ao casamento, aorelacionamento entre o homem e a mulher, tem tomado conta do país a abordagem de

Hollywood (no cinema) e da Broadway (no teatro). Nas ações, na fala, no vestuário, o padrão não é mais a Bíblia, e sim a maneira de viver da alta sociedade, dos nomesconhecidos. O sexo fora do casamento, o adultério, o divórcio não-bíblico é o comumdo dia-a-dia entre muitos, e essas coisas já foram aceitas como sendo questão de preferência pessoal, e como nada tendo que ver com a lei de Deus.

Um tempo atrás um cristão veio me dizer: “Pastor, hoje é tão difícil viver como sedeve! Todo livro e revista que se pega para ler, todo filme que se vai assistir, todo

 programa de televisão é como mais outro pedacinho de escuridão que lhe cerca. O queum cristão pode fazer? Como conseguir viver no meio disso?” É verdade que as coisasnesta área parecem estar piorando. As pessoas sucumbiram à nova mentalidade e ocristão se acha no meio do mundo. Mas isso é nada mais nada menos do que Deus nos

 prometeu. E ele também nos prometeu que não nos submeterá a nenhuma tentação quenão possamos suportar. Precisa haver um esforço maior da nossa parte.

É preciso orar a ele por pureza de alma. “Cria em mim, ó Deus, um coração puro” (SI51.10) deve estar em nossos lábios constantemente. Precisamos orar pedindo que o

sangue de Cristo nos cubra a cada dia de nossa vida, aonde quer que formos, qualquerque seja nossa atividade. A alma do cristão é o “santo dos santos” e precisa ser consagrada a ele. O sétimo mandamento vem do Senhor, e não pode ser violado. Se nósdependermos apenas de nossas próprias forças, estaremos violando-o vezes sem conta.Mas com a ajuda de Deus, orando por sua graça, 1 Pedro 1.16 pode ser dito comverdade de cada um de nós.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  135

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 73. Qual é o oitavo mandamento?

Resposta: O oitavo mandamento é: “Não furtarás”.

Pergunta 74 .0 que exige o oitavo mandamento?

Resposta: O oitavo mandamento exige que procuremos licitamente aumentar nossariqueza e nossa condição exterior, bem como as do nosso próximo.

Referências Bíblicas: Êx. 20.15; 2Ts 3.10-12; Rm 12.17; Pv 27.23; Pv 13.4; 20.4; Fp 2.4

Perguntas:

1. Qual é o principal assunto deste mandamento?O principal assunto do mandamento é nossa riqueza e condição exterior bem comode outras pessoas.

2. Podemos usar quaisquer meios para obter nossa riqueza e condição exterior?

 Não, nossos meios devem ser consistentes com a Palavra de Deus; nossos meiosdevem ser lícitos aos olhos de Deus.

3. Quais os meios que consideraríamos coerentes com a Palavra de Deus?Os meios que seriam coerentes com a Palavra seriam o trabalho e a diligência emalguma ocupação ou profissão honesta aos olhos de Deus (Ef 4.28).

4. Poderia enumerar alguns meios lícitos que seriam consistentes com a Palavra de  Deus?

Alguns meios lícitos seriam: 1) Pedir que Deus nos conduza a um trabalho que sejade sua vontade para nós (ICo 7.20, 24); 2) Orar para que façamos nossa tarefa deuma forma aprovada a seus olhos, de maneira honesta e decente (Rm 12.17); 3)Esforçar-nos por viver de modo sensato diante do Senhor, nada desperdiçando (Tito2.12); 4) Ser sempre diligentes em nosso trabalho (Pv 13.11); 5) Lembrar sempreque temos uma obrigação para com os outros, o dever de possuir um espírito voltado

 para o bem público (ICo 10.24).

5. Que regra seria bom lembrar quando estamos tratando da riqueza e da condição 

exterior de outrem?Uma boa regra para lembrar encontra-se em Mt 7.12.

6. Qual é nosso dever para com os pobres neste mandamento? Nosso dever para com os pobres é auxiliá-los sempre que possível, pois tal é o método da caridade e é para a glória de Deus (Pv 19.17).

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136   Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

O CONTENTAMENTO

Sempre que consideramos o que é exigido no oitavo mandamento e oramos pelacapacidade de cumpri-lo para a glória de Deus, somos obrigados a confrontar todo o

conceito de contentamento. Para satisfazer a exigência desse mandamento e evitar o pecado dele, o crente precisa aprender a contentar-se com a condição que Deus lhedeu. A Bíblia nos diz em Hebreus 13.5: “Contentai-vos com as coisas que tendes...”Trata-se de um conselho realmente excelente para nós e nos ajudará a evitar a violaçãodo oitavo mandamento.

John Owen nos diz que esse “contentamento é uma estruturação ou disposição mental cheia de graça, quieta, bem composta; sem 1) Reclamações ou lamúrias contra o quea providência de Deus nos dispôs em nossa condição exterior; 2) Qualquer inveja das

condições mais prósperas de outras pessoas; 3) Temores e ansiedades quanto a suprimentos futuros; e 4) Apetites e desígnios quanto àquelas coisas que uma condição maisabastada do que a que temos nos supriria”.

Como crentes deveremos fazer um estudo verdadeiro do contentamento. E quando pensamos em contentamento, devemos nos lembrar de que tudo o que nos é mesmonecessário é justamente o que Deus nos dá para chegarmos ao céu no tempo determinado por ele. Isso não quer dizer que não devamos mostrar esforço para desempenharnossas responsabilidades aqui na terra. Deus nos deu seis dias em sete para fazer isso edevemos fazer bom uso de todo nosso tempo. A dificuldade com muitos crentes é quequerem demais. Querem ir além do que é bom para eles. Há um versículo admirável, queé lTm 6.8 — “tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes”. E o Apóstolo

 prossegue apontando os perigos que enfrentam os ricos, aqueles que são cativos doamor ao dinheiro. O crente é orientado a fugir de tais coisas e seguir o caminho da

 justiça.

Fez-se a seguinte pergunta a um grupo de médicos e pastores: “Na sua opinião, qual

seria a causa de grande parte do abatimento e depressão que existe?” A resposta delesfoi que muito disso vinha da paixão por coisas materiais que nem fazem bem à pessoa.De fato, isso não é para o crente, o que está muito claro na Palavra de Deus. O segredodo contentamento de Paulo é bastante óbvio em Filipenses 4.11.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  137 

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 75. O que é proibido no oitavo mandamento?

Resposta: O oitavo mandamento proíbe tudo o que impede ou possa impedir injustamente o aumento da riqueza ou do bem-estar, tanto nosso como do nosso próximo.

Referências Bíblicas: lTm 5.8; Ef 4.28; Pv 21.6; 2Ts 3.7-10.

Perguntas:

1. O que este mandamento ensina ao crente com respeito ao seu comportamento?O mandamento ensina que o crente está proibido de participar de qualquer forma naárea de roubo, seja dele próprio ou de outros.

2. Como um crente poderia roubar de si mesmo?Um crente poderia roubar de si ficando ocioso quando deveria estar no trabalho; acnão fazer uso das bênçãos que Deus lhe deu; ao desperdiçar as coisas materiais queDeus lhe tem dado.

3. Qual é o ensino mais direto deste mandamento?O ensino mais direto é sobre o crente roubar de outros.

4. O que quer dizer o ensino contido neste mandamento com respeito a roubar de outros?Roubar de outros poderia ser na área de defraudar outros na compra ou venda; naárea de roubar dinheiro, nome e reputação de uma pessoa, e do próprio Deus, quando não lhe é dado o que por justiça lhe pertence; na área da extorsão e toda opressão

(especialmente dos pobres e afligidos).5. O roubo pode ser cometido contra a igreja?

Sim, pode ser cometido contra a igreja, seja por simonia ou sacrilégio.

6. O que é simonia?Esta é uma referência a Simão, o mágico, em Atos 8.18, 19 que tentou comprar

 poder espiritual com dinheiro. Isso poderia ser feito hoje, por exemplo, no caso dealguém que comprasse ou vendesse referindo-se a uma igreja e tirando lucro disso.

7. O que é sacrilégio?Sacrilégio é apropriar-se de qualquer coisa que já foi consagrada a um uso santo (Pv20.25; Ml 3.8).

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138  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

 ROUBARÁ UM HOMEM A DEUS ?

Geralmente quando esta pergunta é feita, a mente imediatamente enfoca a responsa bilidade que a pessoa tem de dar a Deus seus dízimos e ofertas. Certamente tem que ver

com essa parte da responsabilidade do homem. Ele, o crente em Jesus Cristo, poderoubar a Deus assim, e muitos o roubam não sendo fieis nos hábitos para com a igreja deJesus Cristo. Contudo, a pessoa podera roubar a Deus de muitas outras formas, mesmoenquanto é muito fiel em dar dinheiro, em desincumbir-se de suas responsabilidadesfinanceiras para com Deus.

De que outro modo um homem pode roubar a Deus? Ele pode roubar a Deus esquecendo-se da admoestação bíblica de guardar o Sábado Cristão. Pode roubar a Deus

nisso quando dá apenas uma parte do dia a Deus, parabenizando-se por assistir a um dostrabalhos na igreja, e depois usando o restante do dia para si. Isso rouba de Deus o quelhe é devido e a pessoa mostra ser pior do que muitos pagãos que dão um dia inteiro porsemana a seus deuses falsos.

Um crente pode roubar a Deus pelo mau uso de seu corpo. Pode forçar o corpo alémdos limites de resistência, sendo negligente no cuidado do corpo. Um crente pode rou

 bar a Deus no serviço que deveria estar prestando. Deus convoca seus filhos para tarefas que precisam ser feitas. Mas freqüentemente, por causa de uso errado do tempo e da

energia em outros empreendimentos, o crente não está fisicamente pronto quando chega a ocasião do teste.

Um crente pode roubar a Deus ao não permitir que a graça de Deus opere nele comoo Senhor desejaria. Deus deseja muito que nos utilizemos da graça, do poder do Espírito Santo. Mas muitas vezes nós o bloqueamos com nosso pecado, nossa preocupaçãocom nosso ego. E nessa hora estamos, em efeito, roubando a Deus.

Quando um crente rouba a Deus, ele está prejudicando seu próprio “estado exterior”,

 pois está roubando dele mesmo aquilo que Deus lhe daria na vida, tudo para a glória deDeus. Ele não está fazendo pleno uso das providências de Deus em sua vida. Deus temmuito para todos seus filhos. Quando nos o roubamos estamos na realidade roubando anos mesmos, e nosso relacionamento para com Deus não está sendo como deveria ser.Precisamos aprender a viver Mt 6.33 para que jamais o roubemos.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 139

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 76. Qual é o nono mandamento?

Resposta: O nono mandamento é: “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo”.

Pergunta 77.0 que exige o nono mandamento?

Resposta: O nono mandamento exige a conservação e promoção da verdade entre oshomens e a manutenção da nossa boa reputação e a do nosso próximo, especialmente

quando somos chamados a dar testemunho.

Referências Bíblicas: Zc 8.16; lPe 3.16; At 25.10; 3Jo 12; Pv 14.5, 25; Ef 4.25.

Perguntas:

1. Como podemos manter e promover a verdade entre uma pessoa e outra ?Devemos falar um para o outro a verdade, a verdade absoluta, se quisermos promover a verdade entre nós. Além disso, precisamos falar a verdade cada um a respeitodo outro em todas as situações.

2. O que este mandamento requer quanto ao nosso próprio bom nome?Este mandamento requer, quanto ao nosso próprio bom nome, que atuemos em todas as ocasiões de tal maneira que mereçamos nosso bom nome. E mais, devemossempre defender nosso bom nome.

3. Como podemos merecer um bom nome diante dos homens?Podemos merecer um bom nome atuando sempre segundo a Palavra de Deus. Devemos viver uma vida santa, mostrando os frutos do Espírito em nossas ações, palavras

e pensamentos.

4. Como podemos defender nosso bom nome diante dos homens?Podemos defender nosso bom nome inocentando-nos de toda falsa acusação. Esta éuma responsabilidade perante Deus de acordo com o ensino de sua Palavra (At 24.10-13). Também podemos defender nosso bom nome dando a Deus a glória por qualquer coisa que tenhamos feito que for digna de louvor à vista de Deus (ICo 15.10).

5. Como podemos manter e promover o bom nome de nosso próximo?

Podemos cooperar para o bom nome de nosso próximo: 1) Reconhecendo suas qualidades; 2) Alegrando-nos com ele quanto a seus atos de bondade; 3) Recusando darouvidos àqueles que procuram difamá-lo e falar mal dele; 4) Dando-lhe a honra devida sempre que lhe caiba; 5) Criticando-o na frente de outras pessoas somente quandofor necessário e logo depois mostrando misericórdia para com ele.

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140  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

UM BOM NOME 

“Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boasobras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt 5.16). Na Palavra de Deus é

apresentada ao crente a responsabilidade de manter diante de todos um bom nome. Noentanto, existe uma abordagem falsa no mundo de hoje que já se introduziu no meio doscrentes em Cristo. Essa abordagem falsa é a ênfase mundana de ser aceito pelos homens,e de esquecer que só temos um “bom nome” quando nossas ações são consistentes comos princípios da Palavra de Deus.

Criou-se uma confusão entre os crentes quanto a isso. Parecem achar importanteconservar o nome livre de qualquer condenação, mesmo que para isso tenham de ficarquietos quando deveriam falar; eles fazem concessões quando não deveriam; negociamquando deveriam estar na ofensiva. Muitas vezes os crentes em Cristo são ouvidos adizer: “Não vou me expor e deixar uma crítica constar contra meu nome e acabar sendodesconsiderado diante das pessoas”.

Que nome devemos ter, como salvos pela graça? O conceito que nos deve preocuparé aquele que temos diante de Deus quanto a estarmos ou não desonrando a causa dareligião cristã ante os homens. Diante de Deus, não merecemos ter um bom nome dequalquer outra natureza. Fomos salvos pela graça e reconhecemos que assim como

somos, chegamos a essa posição pela graça de Deus. Mas há uma área na qual temos odever de ter um bom nome, que é em nossa posição aos olhos de Deus, tudo para suaglória.

Devemos ter o bom nome de sermos conhecidos como posicionados a favor da verdade. Nada nos deve calar quando devemos falar pela verdade. Devemos defender a féem todo o tempo, mesmo quando isso significa ficar de pé quando o levantar-se e falara verdade significa incorrer em descrédito e desonra aos olhos do mundo.

Devemos ter um bom nome com respeito à posição que assumimos, tendo o cuidado

de que o meio-termo nunca caracterize nossas ações. Não podemos comprometer aVerdade em nenhum momento, mesmo se isso significar que para o mundo estaremosajuntando brasas de fogo sobre a nossa cabeça.

Devemos ter um bom nome quanto a assumir nossa posição tendo a certeza de nuncadesejar transigir apenas para apresentar um “bom nome” segundo os conceitos do mundo. Um bom plano de vida para o crente nesta área de ter um bom nome encontra-se em

. Filipenses 2.12-16. Quando isso é seguido, Deus nos abençoará, tudo para sua glória, e

nosso nome será aprovado diante dele.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  141

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 78 .0 que proíbe o nono mandamento?

Resposta: O nono mandamento proíbe tudo o que é prejudicial à verdade, ou injurioso,tanto à nossa reputação como à do nosso próximo.

Referências Bíblicas: Pv 19.5; Lc 3.14; SI 15.3; Pv 6.16-19; Tg 3.14.

Perguntas:

1. No geral, o que este mandamento proíbe?O mandamento proíbe toda mentira, de qualquer tipo. Tiago 3.14 ensina este mandamento: “Nem mintais contra a verdade”.

2. Por mentira, que a Bíblia quer dizer?Uma mentira, segundo a Bíblia, seria falar ou expressar aquilo que sabemos ser falso.

3. Especifique algumas maneiras em que podemos mentir e violar a Lei de Deus. Segundo a Bíblia, há muitas maneiras de mentir. Podemos acusar falsamente outras

 pessoas. Podemos mentir para beneficiar nossos próprios fins. Podemos inventarcoisas que não são verdadeiras. Podemos mentir para nos desculpar de coisas quenão fizemos. Podemos mentir para tentar encobrir nossas faltas. Podemos mentir emnossas brincadeiras (conversas grosseiras e tolas).

4. Quem é o autor e pai da mentira?O autor e pai das mentiras é o diabo (Jo 8.44).

5. Como podemos prejudicar nosso próprio bom nome?

Podemos prejudicar nosso próprio bom nome ao fazer algo que seria ofensivo aosolhos do mundo, tal como o adultério, o roubo ou qualquer espécie de baixeza e mal.Podemos prejudicá-lo ao nos gabar falsamente. Podemos prejudicá-lo ao nos acusarquando não somos culpados perante Deus, ou então ao não usar os dons que Deusnos tem dado.

6. Como podemos prejudicar o bom nome de nosso próximo?Podemos prejudicá-lo por acusá-lo falsamente ou por levantar testemunho falso con

tra ele; ao julgá-lo ou criticá-lo por coisas pequenas, pouco importantes ou duvidosas; ao falar sobre ele de maneira a diminuir seu bom nome; por dar ouvidos a másconversações sobre ele que sejam falsas.

7. O que devemos guardar em mente quanto à violação deste mandamento?Devemos nos lembrar que no Dia final teremos de responder por nossas palavras eações (Mt 12.36-37).

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142  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

CALUNIAR OU TESTEMUNHAR

O nono mandamento esclarece bem que não devemos caluniar nosso próximo denenhum modo. Este pecado predomina hoje mesmo dentro da igreja de Cristo. Repetidas vezes ouvimos contar de homens e mulheres de Deus que são caluniados, às vezes

até por aqueles que são crentes professos. De fato, esse mandamento ressalta que fazerisso é usar a língua como instrumento de iniqüidade. Thomas Watson disse certa vez queo Senhor pôs duas cercas para a língua, os dentes e os lábios, e esse mandamento, então,é a terceira cerca!

 No entanto, esse mandamento tem nele subentendido um lado positivo, de quedevemos cuidar. O lado positivo é que precisamos defender aqueles que estão sendocaluniados! E verdade que não devemos tomar parte em calúnias. Mas há ocasiões em

que estaremos participando de uma calúnia se nos recusarmos a testemunhar da verdade quando aparece uma difamação.

A Bíblia é bem clara sobre isso em vários textos. Por exemplo, em Atos 2.15, Pedrolevantou a voz quando os apóstolos estavam sendo acusados de estarem embriagados.Ele sabia que não podia se arriscar a ficar quieto, que tinha de ser testemunha da verdade, e a verdade era que eles estavam cheios do Espírito! Jônatas falou a favor de Daviquando este estava sendo caluniado por Saul. Os homens da Bíblia entendiam muito

 bem que chega o momento em que um cristão precisa defender outro e recusar toda e

qualquer participação numa difamação.Esse ensino, em particular, é muito relevante para os dias de hoje. O método de

silenciar, de não querer se envolver, é aquele pelo qual o mundo vive hoje. Isso vemrapidamente se tomando uma parte importante de nossa cultura. As pessoas se esquecem depressa da Regra Áurea e não têm dúvida em permitir que outros sejam tratadosde uma forma que lhes aflija. Certamente existem argumentos humanos em favor de nãose envolver. Por vezes entra-se em dificuldades, por vezes a lei não apóia a pessoa queestá tentando ajudar. Mas esses são argumentos humanos e nós como cristãos não fo

mos ordenados a viver segundo tal padrão. Nosso padrão é a Palavra de Deus e essaPalavra nos diz que temos a responsabilidade de abrir a boca quando nossos irmãos sãocaluniados e seus nomes são enxovalhados por falsa acusação.

As conhecidas palavras, “Quem cala consente” são aplicáveis ao caso. Podemos que brar o nono mandamento pelo nosso silêncio, além de quebrá-lo pela nossa difamação.Em vez de difamação, nosso lema deve ser “Testemunhe” a favor de seus irmãos e digaa verdade sobre eles em todo o tempo. Assim Deus se agradará de nós à medida quedesempenhamos essa responsabilidade perante ele.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  143

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 79. Qual é o décimo mandamento?

Resposta: O décimo mandamento é: “Não cobiçarás a casa do teu próximo; não cobi-çarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem oseu jumento, nem cousa alguma que pertença ao teu próximo”.

Perg unta 8 0 .0 que exige o décimo mandamento?

Resposta: O décimo mandamento exige pleno contentamento com a nossa condição, bem como disposição para com o nosso próximo e tudo o que lhe pertence.

Referências Bíblicas: Êx. 20.17; Hb 13.5; Rm 12.15; Fp 2.4; ICo 13.4-6.

Perguntas:

1. Falando em geral, o que é exigido no décimo mandamento?O décimo mandamento requer que o crente observe os outros nove mandamentos.Se ele é capaz disso pela graça de Deus, este mandamento será cumprido.

2. O que se quer dizer com a palavra “cobiçar” neste mandamento?A palavra “cobiçar” neste mandamento incluiria os dois aspectos das palavras gregasconforme se encontram no Novo Testamento. O sentido seria “um desejo insaciávelde conseguir o mundo” e também incluiria um “amor desmedido do mundo”. Significaria uma pessoa inteiramente envolvida e preocupada com o mundo; coloca seucoração nas coisas do mundo, e às vezes não tem suficiente cuidado com sua maneirade obter o que deseja.

3. O que requer o mandamento com relação a nós mesmos?

Este mandamento requer que estejamos contentes com o que temos e esta é a melhordefesa possível contra a cobiça.

4. O que significa estar contente com aquilo que temos e como podemos alcançar isso? Significa estar satisfeito com aquilo que Deus já nos deu, no seu tratamento providencial conosco, e reconhecer que isso é o melhor para nós. Só podemos alcançaresse estado por sua graça. A estrada para se chegar a isso é o caminho da “piedadecristã” em nossa vida. Precisamos cobiçar coisas espirituais mais do que coisas mundanas.

5. O que este mandamento requer quanto ao nosso próximo?Requer-se de nós que tenhamos um espírito correto e caridoso para com tudo que

 pertence ao nosso próximo. Devemos promover o bem-estar de nosso próximo, bemcomo regozijar-nos com isso, sempre esforçando-nos para ajudá-lo, mostrando-lheum modelo de boas obras a seu favor.

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144  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

 FIQUE OLHANDO PARA O A L T O !

“O Senhor é a porção da minha herança e o meu cálice; tu és o animo da minhasorte” (SI 16.5). O escritor dessas palavras havia descoberto uma característica muitoimportante do viver piedoso. Sabia muito bem que sua herança estava no Senhor, queexistia uma herança aguardando-o um dia. Portanto ficava olhando na direção certa:Para cima!

Um médico me disse certa vez que achava extraordinário encontrar no ser humanoum quinto músculo do olho que não é encontrado nos animais. Ele me disse que achavaque isso poderia existir com o propósito de a pessoa manter os olhos em Deus! Nãotenho certeza do motivo do músculo a mais no olho, mas estou certo de que o crente

 pode sempre ganhar muito com fixar os olhos em Deus em vez de no mundo à sua volta

ou em si mesmo. O melhor remédio possível para a cobiça seria tirar os olhos das coisasdos outros, e tirar os olhos de nós mesmos, porque somos sempre levados a ver coisasque não temos mas desejaríamos possuir. O crente deve chegar a reconhecer que “Tudoé vaidade” e que a satisfação só se encontra no andar bem próximo de Deus.

Com certeza é verdade que outras pessoas poderão possuir mais do que nós possuímos. Mas Deus sabe o que é bom para nós. Só eíe sabe quanto podemos suportar. Mascertamente é verdade também que possuímos mais do que muitos outros e deveríamosestar agradecendo isso a Deus em lugar de ficarmos descontentes, abrindo a porta ao

diabo e sua tentação para a cobiça. O poeta entendia como era preciso olhar para o Senhorquando escreveu os seguintes versos:

Um dia era a bênção que eu buscava, agora é o Senhor;Um dia era sentir que eu procurava, agora é sua Palavra;Um dia eram seus presentes que eu queria, agora é o próprio Doador;Um dia era a cura que eu pedia, agora é ele só.

Tudo por tudo, para sempre, Jesus eu cantarei;

Tudo em Jesus, e Jesus em tudo”.Será que você está sentindo que Deus deu a seu irmão crente mais do que lhe deu?

Olhe para o alto e conte as suas bênçãos! Você sente que deveria ter mais dos bens destemundo? Olhe para cima e ele lhe ensinará que ele é suficiente! Precisamos lembrardiariamente que cobiçar é pecar perante o Senhor. Temos uma herança formosa e podemos viver contentes no Senhor.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  145

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 8 1 .0 que proíbe o décimo mandamento?

Resposta: O décimo mandamento proíbe todo descontentamento com a nossa condição, todo movimento de inveja ou pesar à vista da prosperidade do nosso próximo etodas as tendências ou afeições desordenadas a alguma coisa que pertence a ele.

Referências Bíblicas: ICo 10.10; G15.26; Cl 3.5.

Perguntas:1. Como mostramos falta de contentamento com nossa condição?

Mostramos falta de contentamento com nossa condição ao não estarmos contentescom o lugar e as posses que o Senhor nos tem dado; murmurando contra o Senhor

 por causa de nossa condição; achando que merecemos muito mais do que o Senhornos deu.

2. O que é inveja?*  

E o desejo de ter aquelas circunstâncias melhores que nosso próximo possui, ouquaisquer de seus privilégios superiores. É o desejo de ter o que Deus não nos querdar, seja na área física, mental ou material.

3. Por que devemos nos abster da inveja?Devemos nos abster de invejar porque isso é pecado diante de Deus. É um pecadoque muito nos afeta e que conduz a muitas más ações (Tg 3.16).

4. Qual é o sentido de ”tendências e afetos desordenados” neste mandamento?São os propósitos, intenções e desejos ilícitos que surgem no coração. Trata-se especialmente dos atos ilícitos que podem afetar nosso próximo.

5. Onde essas “tendências e afetos desordenados” se encontram na pessoa?Surgem da alma, e são as primeiras agitações da corrupção que nos levam ao consentimento da vontade.

6. O que isso nos deve ensinar como crentes em Jesus Cristo?Deve ensinar-nos que é só pela graça dele que somos salvos e só pela graça dele que

 podemos nos firmar contra o mal que surge dentro de nós. Devemos ter o cuidado

constante de nos conservar naquele relacionamento com ele que nos leve aos caminhos da justiça.

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146   Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

SEJA DILIGENTE NA MORTIFICAÇÃO

O crente está proibido por esse mandamento de invejar, de desejar apaixonadamentealgo que pertença a seu próximo. Trata-se de um alto padrão que é difícil manter. Éespecialmente difícil quando se vive num mundo em que o exato oposto é o padrão devida. O crente precisa trabalhar para ser diferente nessa área.

Em Colossenses 3.5, Paulo deixa bem clara essa questão dos desejos errados. Começa o versículo dizendo “Mortificai!” (RC), “Fazei morrer!” (RA). Está dizendo ao crente que ele deve fazer morrer esses desejos errados que aparecem com respeito ao seu

 próximo ou com respeito a qualquer outra coisa. É aqui que o crente não correspondeao padrão, simplesmente falha, mostra falta de diligência. Para falar claramente, talvezse possa dizer que ele seja preguiçoso, espiritualmente preguiçoso.

 Não há uma maneira fácil de guardar os mandamentos de Deus. Só dizer “Estousalvo” e contar com isso como habilitando-o no esforço para agradá-lo não bastará. Étão estranho não enxergarmos isso. Sabemos muito bem que na vida do mundo nãoousamos ser preguiçosos se queremos ser bem-sucedidos. Seja nos negócios, em com

 petição esportiva ou em ser conhecido como quem zela do lar, sabemos que se exigetrabalho esforçado. Por que então haveremos de pensar que ser bem-sucedido aos olhosdo Senhor virá sem diligência? O escritor do hino havia aprendido esta lição quandoescreveu:

Será que em leito florido exijo voar,Conduzido aos céus com todo o vagar,Enquanto que outros lutaram pelo prêmio finalPassando por mares sangrentos do mal?

E por falta de diligência que os mandamentos não são observados. O crente precisacuidar de estar disciplinando sua vida a cada momento, porque caso contrário descobrirá que se sente descontente com sua condição pessoal e se volta para o caminho da

inveja e do desejo errado com respeito às coisas de seu próximo. O caminho é duro masé viável à medida que damos a Deus o primeiro lugar em nossa vida. Nós somos muitoinclinados a pecar nessas áreas a não ser que fiquemos bem perto da Palavra de Deus.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  147 

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergu nta 82. Será alguém capaz de guardar perfeitamente os mandamentos de Deus?

Resposta: Nenhum mero homem, desde a queda de Adão, é capaz, nesta vida, de guardar perfeitamente os mandamentos de Deus, mas diariamente os quebranta por pensamentos, palavras e obras.

Referências Bíblicas: lRs 8.46; lJo 1.8-2.6; Gn 8.21; Tg 3.8.

Perguntas:

1. O que significa “guardar perfeitamente os mandamentos de Deus”?Significaria que uma pessoa teria de viver uma vida de perfeição, não errando emnem uma palavra, um pensamento ou ação.

2. Alguém já fo i capaz de guardar os mandamentos de Deus?Adão foi capaz de guardá-los antes da queda, mas desde a queda nenhum merohomem foi capaz de guardá-los.

3. Por que o homem, o homem salvo, não pode observar perfeitamente os mandamentos de Deus?O horríem não pode guardar os mandamentos porque a Bíblia ensina que “Todos

 pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3.23) e os crentes ainda têm neles oremanescente da corrupção enquanto estão neste mundo.

4. A Bíblia diz em algum lugar que a perfeição é impossível para o cristão?Sim, a Bíblia ensina isso em Tiago 3.2 onde afirma: “Porque todos tropeçamos em

muitas coisas”. Paulo também ensina isso em Fp 3.12.5. Será que a Bíblia não ensina em 1 João 3.9 que o cristão não peca?

O sentido deste versículo é que o crente não se deleita no pecado nem o praticacontinuamente, pois mostra evidência da graça salvadora de Deus em sua alma.

6. Na violação da lei de Deus, estão incluídos os pensamentos pecaminosos?Sim, pois assim a Bíblia ensina, como em Mt 5.28 e Mt 15.19.

7. Como crentes em Cristo, o que podemos aprender com esta Pergunta?

Podemos aprender a depender sempre da graça de Deus, reconhecendo que em nósmesmos nada somos; saber que a perfeição é impossível; mortificar sempre o pecado pelo auxílio do Espírito Santo; e evitar ocasiões de pecado.

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148  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

CONSOLO EM NOSSOS FRACASSOS 

Sempre que leio esta pergunta do catecismo, primeiro me vem à mente que o padrãode Deus é tão alto e meus fracassos tão aparentes que há pouca esperança. Mas entãoquando me volto à Palavra de Deus — para onde todos nos devemos voltar em meio aodesespero — mais uma vez encontro consolo em meio aos meus fracassos, porque leio:“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos

 purificar de toda injustiça” ( lJo 1.9). Então sou lembrado mais uma vez do fato de quenão estou vivendo sob o Pacto das Obras, e sim sob o Pacto da Graça. E que nessePacto minha Bíblia me ensina que Deus aceitará meu esforço contra o pecado, minhaluta diária com ele, mesmo que por vezes eu caia.

 No entanto, há um perigo escondido aqui para os crentes. Em meio ao consolo o

crente poderia cometer dois erros: 1) Cair na antiga falsa doutrina de pecar para que agraça seja mais abundante — Paulo tem uma resposta muito clara em Romanos 6 — eassim racionalizar a ponto de se desculpar. 2) Esquecer que, embora seja impossível a

 perfeição, ela significa cem por cento e qualquer fração disso não é perfeição!

A própria Bíblia que nos diz que a perfeição é uma impossibilidade também nosmanda lutar diariamente, combater o bom combate da fé, resistir ao diabo, ser vencedores. Tudo isso significa que devemos prosseguir na batalha contra o pecado com tudoque está em nós, dependendo do auxílio da graça de Deus. Deus, na Palavra, não nos dá

nenhum motivo para relaxarmos na guerra simplesmente por nos ter dito que não podemos ser perfeitos. Como me disse um cristão certa vez: “Você precisa cuidar de queesteja erguendo seu estandarte a cada dia um pouquinho mais alto do que no dia anterior, se quer que Deus fique contente com você”.

Como crentes em Jesus Cristo temos consolo em meio a nossos fracassos, pois ele prometeu perdoar-nos se confessarmos. Mas na estrutura desse consolo está incluso oensino da Palavra de Deus, de que como crentes vamos nos esforçar até o padrão maisalto possível dentro de nós. Sabemos que não somos capazes de alcançar a perfeição,mas às vezes limitamos nossa altura pela falta de esforço. Nosso Senhor aguarda quenos esforcemos para avançar em direção ao alvo da soberana vocação de Deus emCristo Jesus. Quando ele nos vê fazendo isso, ele se dispõe a perdoar-nos os pecadosque somos propensos a cometer.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  149

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 83. São igualmente odiosas todas as transgressões da lei?

Resposta: Alguns pecados, em si mesmos, e em razão de circunstâncias agravantes, sãomais odiosos à vista de Deus do que outros.

Referências Bíblicas: SI 19.13; Jo 19.11.

Perguntas:

1. O que se quer dizer com a palavra “odioso” nesta pergunta?A palavra quer dizer que pecados são abomináveis, odiosos para Deus.

2. Quais pecados são mais odiosos do que outros aos olhos de Deus?Basicamente, há dois tipos de pecados mais odiosos do que os demais aos olhos deDeus. Primeiro estariam os pecados que são cometidos sem que se tenha apresentado uma ocasião. Quanto menor a ocasião para o pecado, maior é o pecado em si.Segundo, seriam os pecados que são cometidos atrevidamente, com presunção. De

vemos nos lembrar de que sob a lei não havia sacrifício por pecados cometidos atrevidamente (Nm 15.30).

3. Na vida moderna de hoje, você poderia dar alguns exemplos de pecados que são mais odiosos do que outros?Sim, por exemplo, os pecados contra o Evangelho são mais odiosos do que os pecadoscontra a lei (Mt 11.20-24). O adultério é mais odioso do que o roubo (Pv 6.32-35).

4. Há qualquer diferença aos olhos de Deus quanto à idade da pessoa que está pecando? 

Sim, a Bíblia distingue uma diferença. Se faz mais anos que as pessoas estão noSenhor, seus pecados são mais graves do que se forem cometidos por crianças ouinexperientes (Jó 32.7).

5. Entra a questão do tempo quando se avalia a natureza odiosa do pecado?Sim, entra o tempo. Por exemplo, pecados cometidos no sábado cristão são maisodiosos do que o mesmo pecado cometido em outro dia da semana, porque o sábadodo Senhor é especialmente destacado pelo Senhor.

6. A ignorância faria diferença quanto à avaliação da natureza odiosa do pecado? Sim, os pecados contra o que se conhece são mais odiosos do que pecados cometidos por ignorância.

7. O que está compreendido em se pecar propositadamente?Compreendido no pecar proposital há uma atitude de desafio a Deus, uma mostra deum ódio verdadeiro contra ele que seria evidência de dureza de coração.

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150  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

 PROVOCAR OUTROS A PECAR

Com certeza um dos pecados mais odiosos à vista de Deus é aquele em que o próprioindivíduo peca e ao mesmo tempo provoca outros a pecar. O capítulo 18 de Mateus,

dentre muitos outros textos, toma isso bem claro. O crente deve sempre ter muito cuidado para não ser culpado de conduzir outros por estrada bem assinalada como sendo“Pecado”. Perante Deus, ele tem a responsabilidade assombrosa de ser uma testemunhade Jesus Cristo em todas as horas e especialmente na responsabilidade que tem pelosirmãos mais fracos.

Há muitos diferentes modos de levar outras pessoas a pecar. Um é ensinar errosque são erros por causa do ensino da Palavra de Deus. Hoje, na época da igreja cristãem que apareceu um novo “-ismo”, o Neo-Evangelicalismo, existe esse grande perigo

de levar outros ao pecado. Alguém já disse que a diferença atual dentro da igrejaevangélica é a diferença entre aqueles que “jogam na defensiva” e aqueles que “jogamna ofensiva” no seu viver diário. Aqueles que jogam na defensiva estão simplesmentemantendo-se posicionados, sempre na defesa e nunca marcando ponto contra a igrejaapóstata da qual fazem parte. Uma pessoa que joga na ofensiva está sempre levando a

 batalha para o lado do inimigo. Ele é chamado de “fanático” ou de “fundamentalistamilitante” mas está sempre pregando a Verdade, não tendo de lutar contra os liberaisno território deles usando as regras de jogo deles. Aqueles que simplesmente se man

têm em seu próprio campo são bem populares hoje nos meios evangélicos, mas —será que não há perigo de levarem muitos ao pecado, por tomarem parte nas obrasinfrutíferas das trevas?

Outra maneira de provocar os outros ao pecado é viver um mau exemplo. O crenteé vigiado constantemente. Hoje, poucas horas atrás, eu estava caminhando pelo saguãodo hotel em que estou hospedado, para estudar e escrever. Quando virava o corredor,ouvi um funcionário dizer a outro: “Aquele homem estava carregando uma Bíblia!”Tinha razão. Eu acabara de buscar no carro minha Bíblia “de pregação”. O outro funcionário falou: “Será que alguém já o viu fazendo alguma coisa que mostra que ele nãoacredita nela?” Minha oração subiu ao Senhor mais uma vez: “Ó Senhor! Conceda queteu servo seja uma testemunha durante esses poucos dias aqui. Ajuda-me para que eunão conduza outros a pecar e sim que os conduza a ti”.

Muitos pecados são mais odiosos do que outros e conduzir outras pessoas pela estrada errada é certamente um deles. Que sejamos sempre testemunhas a todos que encontramos, tudo para sua glória.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  151

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 84 .0 que merece cada pecado?

Resposta: Cada pecado merece a ira e a maldição de Deus, tanto nesta vida como navindoura.

Referências Bíblicas: G1 3.10; Mt 25.41; Ed 9.6; 2Co 5.21.

Perguntas:

1. Que se quer dizer com “a ira e a maldição de Deus”?A ira e a maldição de Deus é o castigo que Deus ameaçou infligir sobre todos os

 pecadores pelos pecados que cometem.

2. Qual é esse castigo que Deus há de infligir sobre os pecadores?O castigo é todas as aflições desta vida, a própria morte e as dores do inferno parasempre (ver Pergunta 19, Breve Catecismo).

3.Toào pecaào qae. cometemos merece essu rra e máiiàçao àeY>eusl Sim, todo pecado que cometemos a merece. Todo pecado cometido é contra o DeusSanto e Justo que odeia todo pecado. Ele é o Deus reto e ele deseja e exige satisfação

 pelos pecados cometidos.

4. Por que o pecado é tão odioso para Deus?O pecado é odioso para Deus porque é o exato oposto da natureza santa de Deus ede sua lei santa. Portanto, o pecado é exposto à ira e maldição de Deus.

5. Os pecados de crentes merecem esse mesmo castigo?

Os pecados do crente o merecem mas sua pessoa nunca pode ser exposta ou sujeitaà ira de Deus nem nesta vida nem na vida futura.

6. O que podemos aprender com esta pergunta do catecismo?Podemos aprender mais uma vez a olhar para Deus e agradecer a ele e louvá-lo pornos ter salvo, mesmo quando não éramos dignos disso. Devemos elevar os olhos

 para ele e agradecer sua misericórdia, a misericórdia perdoadora, sabendo que somos tão grandes pecadores. Devemos repetir diariamente as palavras de Esdras 9.6:“Meu Deus! Estou confuso e envergonhado, para levantar a ti a face, meu Deus,

 porque as nossas iniqüidades se multiplicaram sobre a nossa cabeça, e a nossa culpacresceu até aos céus”.

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152  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

 LIVRE DA IR A VINDOURA

Minha oração é que o leitor tenha uma bem-fundada esperança em Cristo Jesus, paraque seja verdadeiramente salvo, pois então será livrado da ira de Deus. A Bíblia diz: “...

Jesus, que nos livra da ira vindoura” (lTs 1.10). Se uma pessoa é nascida de novo elaestará provando isso a cada dia. Viverá de tal maneira que dará prova de que toda suavida é governada e controlada pelo Livro Sagrado. D. Martyn Lloyd Jones diz que essa

 pessoa, essa pessoa salva, foi aceita pelo Cristianismo; não é que ela simplesmente tenhaaceitado o Cristianismo. Essa é a pessoa que foi livrada.

Se o crente tem essa esperança bem-fundada, se está presente aquela capacidadevinda do alto de saber o que ele é, onde ele se encontra, e para onde ele está indo,então ele deve ser muito agradecido a Deus pelo livramento. Saberá que Jesus sofreu,

derramou seu sangue e morreu por ele. Saberá que Jesus morreu com derriimamentode sangue e tomou sobre si a maldição para que o crente não tenha de sofrer a ira deDeus. Nunca um dia deve passar sem que o crente olhe para cima e mais uma vezagradeça a ele.

Ora, o crente deve entender que embora seja livrado da ira que virá, isso não significa que Deus não lhe há de infligir algo nesta vida. Aflições virão e o crente precisaestar pronto a submeter-se a elas de bom grado. Conheci um querido irmão no Senhorque vivia com problemas. Parecia que cada dia dele era repleto de aflição. Tinha

aflições físicas e aflições materiais. Certa noite em sua sala de estudo perguntei-lhecomo mantinha tão boa atitude em meio a tanta dificuldade. Sua resposta foi mais oumenos assim: “É certo que minha tribulação é pesada, mas não é nada comparadaàquilo que mereço sofrer eternamente no inferno”. Ele havia encontrado a ótica certa

 — sabia que sua presente condição era muito melhor do que ele merecia. E por essefato ele louvava a Deus, vivendo dia após dia na consciência de que era cercado pelamaravilhosa graça de Deus.

O livramento que Jesus comprou por nós é livramento da ira de Deus. Foi uma perfeita redenção. Nenhuma aflição, nenhuma tribulação, nenhuma tristeza, nenhum problema nesta terra pode tirá-la de nós. Louve Deus porque “aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus”(2Co 5.21).

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  153

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 85 .0 que exige Deus de nós para que possamos escapar de sua ira e maldiçãoque merecemos por causa do pecado?

Resposta: Para escaparmos da ira e maldição de Deus, que merecemos por causa do pecado, Deus exige de nós fé em Jesus Cristo e arrependimento para a vida, com o usodiligente de todos os meios exteriores pelos quais Cristo nos comunica as bênçãos daredenção.

Referências Bíblicas: At 20.21; Mc 1.15; Jo 3.18.

Perguntas:

1. É possível escaparmos da ira de Deus por meio de alguma coisa que possamos fazer   por nós mesmos? Não, é impossível, pois a Bíblia diz: São “todas as nossas justiças, como trapo daimundícia” (Is 64.6).

2. Como podemos dizer então que Deus requer certas coisas de nós?Podemos dizer isso porque embora Deus indique que esses deveres são necessários,ele por sua vez capacita-nos a realizá-los. Isto é, é Deus quem trabalha em nós tantoo querer como o realizar, segundo a sua boa vontade (Fp 2.12, 13).

3. Por que Deus requer do pecador “fé em Jesus Cristo”?Ele requer fé em Jesus Cristo porque não há outro caminho para a salvação. Essalição nos é ensinada muito claramente em Atos 4.12.

4. Por que Deus requer do pecador “arrependimento para a vida ” ?Ele requer arrependimento para a vida porque isso é o fruto de se crer nele.

5. Por que Deus requer do pecador “o uso diligente de todos os meios exteriores pelos quais Cristo nos comunica as bênçãos da redenção”?Ele requer o uso diligente desses meios exteriores porque negligenciar esses meiosseria, em essência, prova de não existir fé nem ter ocorrido o arrependimento em nós.São esses os modos pelos quais os benefícios da redenção nos são comunicados.

6. Você está dizendo então que essas três coisas que Deus requer de nós são partes 

importantes da salvação?Sim, são partes importantes da salvação e evidências dela (2Ts 2.13).

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154  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

O CARÁTER DECISIVO DO EVANGELHO

“Você realmente crê que uma pessoa pode ser salva à parte de Jesus Cristo?”, foi a pergunta feita a um candidato para o santo ministério. A resposta dada era teologica

mente certa, que ninguém poderá ser salvo à parte de Jesus Cristo. “Bem, então”, disseo velho ministro do Evangelho. “Cuide de nunca se esquecer disso e pregue como quemcrê isso!” Mais tarde ouvi o pastor veterano dizer ao jovem pastor que ele sentia quetantas pessoas não acreditavam verdadeiramente no caráter decisivo do Evangelho. Oque ele quis dizer é que se as pessoas realmente cressem nisso, elas estariam mais engajadasnos negócios do Mestre em testemunhar em favor de Jesus Cristo.

Estamos muito ocupados, ou devemos estar muito ocupados, em pregar a únicamensagem que — quando acreditada — pode capacitar o homem a escapar da ira e

maldição de Deus. A Bíblia ensina, como tão bem mostrou Charles Hodge em 1855,que: 1) “Nada nesta terra é suficiente para salvar o homem à parte de Cristo; 2) A fé emJesus Cristo é necessária; 3) Deus mandou que o Evangelho fosse pregado a todas asnações como sendo o meio de salvar as pessoas”. E mesmo assim, tantas, tantas pessoas

 passam os dias sem dizer às pessoas com quem se encontram que Jesus Salva!

Essa crença no Evangelho como tendo um caráter decisivo para a eternidade pareceestar faltando hoje em muitos círculos da igreja. Parece haver maior preocupação pelascoisas deste mundo do que preocupação pelas almas dos homens. Todos nós precisamos parar e pensar de novo no ensino da Bíblia sobre o caminho da salvação. Precisamos ser comovidos mais uma vez como os homens se comoveram num dia no passadoao cantarem:

Onde passarás a eternidade — Aqueles anos que não têm fim?Será com os anjos cantando?Será com o Rei Glorioso reinando?

Que coisa sublime e solene!Solene pra mim!

 Não há outro modo de ser salvo! Teologicamente falando sabemos que isso é verdade. Sabemos que a Bíblia diz: “A não ser que sejais convertidos...” uma pessoa não entrano Reino de Deus. É a palavra final. Não há outro caminho. Cremos mesmo nisso? Secremos, o tempo está fugindo célere! Precisamos nos levantar e nos ocupar com otrabalho de nosso Mestre!

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  155

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 86 .0 que é fé em Jesus Cristo?

Resposta: Fé em Jesus Cristo é uma graça salvadora, pela qual o recebemos e confiamos só nele para a salvação, como ele nos é oferecido no Evangelho.

Referências Bíblicas: Hb 10.39; Jo 1.12; Fp 3.9; Jo 6.40.

Perguntas:

1. Por que a fé em Jesus Cristo é chamada de “graça salvadora”?E chamada de “graça salvadora” porque é uma dádiva de Deus e é dada ao pecadorsem que seja por causa de qualquer mérito ou valor que o pecador tenha (ICo 4.7).

2. Por que essa fé é chamada de fé em Jesus Cristo?É chamada assim porque Cristo é o principal objeto da fé salvadora conforme At 16.31.

3. Por que a palavra “recebemos” está nesta Pergunta?A palavra “recebemos” é usada porque Cristo é oferecido na Bíblia como dádiva.Ele é dado àqueles que estão sem esperança em si próprios, nada tendo e nada sendo.

4. Por que a Pergunta menciona confiar só nele para a salvação? A  pessoa que vai a Cristo precisa confiar só nele porque a Bíblia o revela como oúnico fundamento em que se pode descansar, depositando nele confiança total.

5. O que é esta salvação que é recebida pela pessoa que se chega a ele?Esta salvação inclui três coisas: 1) O livramento da maldição da lei. 2) O livramentodo domínio do pecado. 3) A bênção feliz do céu.

6. Quem nos oferece Cristo ?Deus nos oferece Cristo, Deus o Pai que nos colocou a oferta em João 3.16.

7. Todos os crentes têm a mesma medida de fé salvadora? Não, nem todos os crentes. Alguns têm pouquinha fé e outros têm uma fé forte(Observe a comparação de Mt 14.31 com Rm 4.20). Mas mesmo os que têm uma fé

 pequena têm o suficiente para chegar à glória se for uma fé salvadora.

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156   Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

 A PREGAÇÃO DA FÉ SALVADORA

D. Martyn Lloyd Jones, em seu admirável livro, Spiritual Depression: Its Causes and Cure (Depressão Espiritual: Suas Causas e Cura), declara: “Os cristãos assimétricos,

de exageros ou insuficiências em diferentes pontos, geralmente são produzidos por pregadores ou evangelistas a cuja doutrina falta equilíbrio, totalidade ou salubridade. Cadavez mais, à medida que prosseguimos em nossos estudos, veremos como são de vitalimportância as circunstâncias do novo nascimento do cristão”.

Pregar Jesus Cristo, testemunhar, ter fé salvadora é uma responsabilidade tremendado crente. Vezes demais acontece de nada disso ser realizado. Vezes demais, quandoacontece, é que seja realizado com métodos que estão longe de incluir tudo, teologicamente falando. Há simplesmente uma abordagem de “passaporte para o céu” ou o ofe

recimento do perdão de pecados sem que qualquer outra coisa seja mencionada.

A mensagem completa da salvação deverá ser pregada ou testemunhada pelo crente.Em geral o livramento da maldição da lei (da ira de Deus) é esclarecido. E oferecido pela pessoa que fala. O indivíduo que ouve simplesmente passa então a pensar em termos de seu livramento e possivelmente no fato de que um dia alcançará o céu. Entretanto, como fica o tempo entre uma e outra coisa, os meses e anos antes que a pessoa vá aoencontro de seu Senhor? A doutrina do livramento do domínio do pecado não será parteda fé salvadora?

Certa vez ouvi um evangelista fazer o convite de um modo bem claro e bíblico. Elecertamente enfatizou que “Se você crer no Senhor Jesus Cristo seus pecados serão

 perdoados”, mas ele também esclareceu bem que uma parte da fé salvadora — se éverdadeiramente realizada na alma — é o fato de que a regeneração ocorreu na alma, eque agora haverá um novo princípio de vida e essa nova vida produzirá frutos de viverem santidade. Significa que a nova vida geralmente quer viver uma vida santa. A vidanova terá poder para — e um desejo forte de — vencer o pecado e obedecer a Deus

fazendo com que a vontade dele seja a regra de vida nos dias à frente.É verdade que essa fé começará pequena porque é uma vida nova. Mas vai crescer,

desejará crescer. Então, por que isso não pode ser deixado bem claro àqueles que vão aCristo, por que não se pode deixá-los ver no início que a vida cristã não é simplesmenteum passaporte para o céu, mas que é também uma vida de detestar o pecado e fugirdele? Paulo sabia disso e escreveu 2Co 5.17 para que todos nós o vejamos e creiamos.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  157 

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 87 .0 que é arrependimento para a vida?

Resposta: Arrependimento para a vida é uma graça salvadora pela qual o pecador, porter um verdadeiro sentimento do seu pecado e percepção da misericórdia de Deus, emCristo, se enche de tristeza e de horror pelos seus pecados, abandona-os e volta-se paraDeus, inteiramente resolvido a prestar-lhe nova obediência.

Referências Bíblicas: At 11.18; At 2.37; J12.13; 2Co 7.11; Jr 31.18-19; At 26.18-SI 119.59.

Perguntas:

1. Por que o arrependimento é chamado de uma “graça salvadora”?E chamado de graça salvadora porque faz parte inseparável da salvação e é trabalhado no coração do pecador pelo Espírito Santo por meio da instrumentalidade daPalavra de Deus.

2. Quem é o sujeito do arrependimento?O pecador é o sujeito do arrependimento, porque a pessoa que já está salva nãonecessita de arrependimento segundo o ensino de Lucas 15.7.

3. O que significa nesta Pergunta a frase “verdadeiro sentimento do seu pecado”? Um verdadeiro sentimento do pecado é o reconhecimento por parte de um pecadordo perigo de sua posição juntamente com a imundície de seu pecado. Ele entendeque está em perigo porque sabe que sua condição pecaminosa contraria a santidadede Deus e é ofensiva para Deus.

4. Por que a misericórdia de Deus está ligada a Cristo?A misericórdia de Deus está ligada a Cristo porque a misericórdia de Deus se estendeao pecador por Cristo ter sido obediente e ter satisfeito a justiça completamente emsua morte sobre a Cruz.

5. E possível o arrependimento ser separado da fé? Não, é impossível separar as duas coisas. As duas existem pela graça de Deus e podem, portanto, ser distinguidas, mas não separadas.

6. O que é esse horror ao pecado mencionado aqui?E um ódio, uma aversão tanto ao pecado como a nós mesmos por causa desse pecado (Is 6.5).

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158  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

7. O que é essa nova obediência à qual a pessoa arrependida se volta?É a obediência conforme se encontra no Evangelho e que procede da nova naturezano homem. O novo homem reconhece que precisa ter um novo propósito, uma novamaneira de andar. Ele não será perfeito mas sera diligente em seus esforços de cami

nhar retamente.

VOLTANDO-SE DO PECADO PARA DEUS 

O verdadeiro arrependimento provoca uma mudança na pessoa. O verdadeiro arre pendimento é um fruto da regeneração e é uma dádiva do Espírito. Quando a expressão“Arrependei-vos!” é usada, muitas vezes a mudança do coração é negligenciada. Mas aBíblia ensina repetidas vezes que o arrependimento genuíno consiste não só na humilhação da pessoa por seus pecados mas também na mudança da pessoa inteira.

O arrependimento faz com que o homem mude de idéia sobre uma porção de coisas.Antes de o indivíduo ser salvo, ele tem uma visão mundana das coisas, o velho homemé tudo que está presente dentro dele. Depois que a pessoa está salva ela quer agradar aDeus, dar a Jesus Cristo o primeiro lugar na sua vida. E mais, isso faz com que suaatitude para com o pecado mude. O pecado não e mais um prazer para ela como eraantes que conhecesse a Cristo. O pecado toma-se algo pelo qual ela sente tristeza. Elaora diariamente: “Senhor, ensina-me a odiar o pecado na minha vida cada vez mais”.Além disso, o arrependimento faz com que o coração da pessoa mude e isso se estendea toda sua vida. Observe a mudança que ocorreu em Paulo. Sua conversão não foisimplesmente que seus pecados foram perdoados, mas significou que sua vida se alteroucompletamente. Ele deu meia-volta em sua maneira de viver. Paulo sabia muito bem queele precisava desistir do pecado e voltar-se para o Senhor. Ele sabia que ele nunca mais

seria o mesmo.

“Coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus”, declara o salmista noSalmo 51.17. Mas o salmista também afirma “Detesto todo caminho de falsidade” no

Salmo 119.104. Nesses dois versículos as duas partes do arrependimento são vistas. Ocoração é quebrantado diante de Deus e o coração começa a detestar o pecado. Umdivórcio da vida do mundo ocorre e continuará ao longo de toda a vida. Nas palavras dohinário maravilhoso compilado por Ira D. Sankey encontramos estas palavras que contam a história do arrependimento verdadeiro:

Ouve, meu Senhor, agora quero te falar; Não mais, Jesus, me satisfaz de ti tão longe estar. Não espero minha vida parecer contigo;

Venho hoje — reconheço que eu pequei, te digo.Ajuda-me, que amando-te, de mim eu me esqueça,E que meu coração reflita a ti, e o reconheça.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  159

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 88. Quais são os meios exteriores e ordinários pelos quais Cristo nos comunica as bênçãos da redenção?

Resposta: Os meios exteriores e ordinários pelos quais Cristo nos comunica as bênçãosda redenção são as suas ordenanças, especialmente a Palavra, os sacramentos e a oração, todos os quais se tomam eficazes aos eleitos para a salvação.

Referências Bíblicas: Mt 28.1920; At 2.4142.Perguntas:

1. Quem comunica esses benefícios aos crentes e quais são esses benefícios?Cristo comunica esses benefícios pois essa é sua responsabilidade. São todos benefícios que Cristo comprou para os eleitos tanto aqui como para sempre.

2. Como esses benefícios são comunicados aos crentes?Esses benefícios são comunicados aos crentes pela mediação de Cristo que trabalha

 por meio das ordenanças.3. Por que chamamos os benefícios da redenção de “suas ordenanças”?

Esses benefícios são chamados ordenanças dele porque ele as instituiu na sua Palavrae ele é o Cabeça da Igreja.

4. Porque esta Pergunta afirma “especialmente a Palavra, os sacramentos e a oração.... ”? Estes três meios são citados porque são os principais meios exteriores na comunicação dos benefícios da redenção. Isso e ensinado em At 2.42. Não significa que osoutros meios não sejam importantes. Simplesmente quer dizer que estes são maisimportantes.

5. Por que esses são chamados de “meios exteriores”?São chamados de meios exteriores para distingui-los dos meios interiores tais comofé e arrependimento, que são os meios interiores poderosos do Espírito Santo.

6. O que se entende por “salvação” nesta Pergunta?Por salvação, nesta Pergunta, entende-se a doutrina completa da salvação. Significao começo do livramento do pecado; a posse da nova vida e a felicidade que resulta

dessa vida; o viver para Deus dia após dia; a bem-aventurança que virá quando ocrente chegar à glória.

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J<5C?  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

OS MEIOS DE GRAÇA

Quando ouvimos essas palavras, devemos pensar imediatamente na Palavra, nos sacramentos e na oração. Não pensamos nelas como faz a Igreja Católica Romana, como

ritos que têm o poder de conferir graça. Ao contrário, a Fé Reformada sempre pensounelas como sendo aqueles meios indicados por Deus para o propósito de transmitirgraça. A maneira de transmitir a graça vem mediante o poder do Espírito Santo.

A dificuldade para o crente sempre vem quando ele não faz o uso apropriado dosmeios de graça. Quer seja por mau uso ou por falta de uso, o efeito resultante será umavida que não agrada ao Senhor. É especialmente verdade, na igreja da época atual, queé preciso fazer um uso apropriado dos meios de graça. Pedro escreve: “Que vos recordeisdas palavras que, anteriormente, foram ditas pelos santos profetas, bem como do man

damento do Senhor e Salvador, ensinado pelos vossos apóstolos, tendo em conta, antesde tudo, que nos últimos dias virão escamecedores com os seus escámios, andandosegundo as próprias paixões” (2 Pe 3. 2, 3). Chegou o tempo em que os crentes precisam fazer o uso apropriado dos meios de graça nesses dias de apostasia na igreja.

Qual é a melhor maneira de fazer uso dos meios de graça? Primeiro, precisamos estarconvencidos de que é importante que os conheçamos e que façamos uso deles. Devemos reconhecer que vêm de Deus, que sua eficácia depende somente de Deus, não dohomem nem da igreja. Esse é um dos maiores perigos diante de nós hoje, o da falsa visão

dos meios de graça.

Segundo, devemos preparar-nos para que sejam usados em nós. Não podemos esperar que Deus opere em corações despreparados, corações que estão abrigando pecado.Devemos nos preparar para usá-los dizendo com Paulo, “Educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e

 piedosamente” (Tito 2.12).

Terceiro, devemos fazer uso dos meios de graça. Fazer uso deles é usá-los! Devemos

estudar sempre a Palavra, cuidando que cada dia nos veja dando tempo a isso. Nuncadevemos perder uma oportunidade de participar da Ceia do Senhor e devemos sempreobservar os votos pactuais que fizemos no batismo. Devemos orar sem cessar, sabendomuito bem que uma vida vazia de oração será uma vida infrutífera.

Que Deus nos ajude a reconhecer os meios de graça como sendo essenciais ao nosso bem-estar espiritual!

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  161

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergu nta 89. Como a Palavra se toma eficaz para a salvação?

Resposta: O Espírito de Deus toma a leitura e, especialmente, a pregação da Palavra,meios eficazes para os pecadores, para os edificar em santidade e conforto, por meio dafé para a salvação.

Referências Bíblicas: SI 19.7; SI 119.130; lTs 1.6; Rm 1.16; Rm 16.25; At 20.32.

Perguntas:

1. A que se refere a “palavra” nesta pergunta e como ela se toma eficaz?A “palavra” são as Escrituras do Antigo e do Novo Testamentos, essa revelação deDeus. Toma-se eficaz quando é pregada, mas também ao ser lida.

2. Como deve ser lida a palavra de Deus?A Pergunta 157 do Catecismo Maior  nos diz o seguinte: “As Santas Escrituras devem ser lidas com um alto e reverente respeito; com firme persuasão de serem elas a

 própria Palavra de Deus; e de que somente ele pode habilitar-nos a entendê-las”.3. Quem tem o direito de pregar a Palavra de Deus?

Aqueles que são chamados por Deus para pregar a Palavra (lT m 4.14) e que receberam dons de Deus (Ml 2.7).

4. Como a Palavra de Deus deve ser pregada? Novamente nosso Catecismo Maior  nos diz na Pergunta 159 que é para, “... pregar asã doutrina, diligentemente, em tempo e fora de tempo, claramente, não em palavras

 persuasivas de humana sabedoria... fielmente,... sabiamente,... zelosamente,... sinceramente....”.

5. Por que a Palavra de Deus é chamada de “Primeiro Meio de Graça ” pela Fé  Reformada?E chamada assim porque a Bíblia declara isso. Quando a Palavra é pregada, almassão salvas e edificadas na fé, segundo a Bíblia.

6. De que maneira os pecadores são convertidos e edificados na fé pela pregação da  Palavra?

Os pecadores são convertidos e edificados na fé pelo Espírito à medida que a Palavraé pregada. O Espírito abre seus olhos, faz com que se voltem das trevas para a luz, eentão começa neles a obra da santificação.

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162  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

 A PALAVRA EFICAZ — PARA SER OUVIDA!

O homem que é chamado para pregar a Palavra de Deus tem pelo menos um consoloem meio a uma vida difícil e penosa: a Palavra, a pregação dela, é eficaz! Deus assim

 prometeu na Bíblia. Paulo fala em 1 Tessalonicenses 2.13 sobre apalavrade Deus, aqual, com efeito, está operando eficazmente em vós, os que credes”. A Palavra de Deusé também eficaz na condenação dos homens. Ou levará as pessoas a Cristo ou as levaráà condenação se se recusarem crer. Um dos puritanos na América costumava dizer:“Terrível é a situação daqueles que vão carregados de sermões para o inferno”. A palavra de Deus é “viva e eficaz e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes” e

 podemos louvá-lo por isso.

Anda por aí no mundo de hoje uma crença falsa. Esta crença, que parece ser propalada

mais por homens do que por mulheres, é que alguém pode ser um bom cristão mesmoque não freqüente a igreja. Repetidas vezes ouvimos essa declaração ser feita por aqueles que professam ser cristãos. Argumenta-se que realmente não é necessário estar naigreja toda vez que a Palavra é pregada. Na verdade essa é uma das mentiras mais sutisdo diabo! “Como ouvirão, se não há quem pregue?” ainda está na Bíblia e é tão certo eimportante quanto qualquer outro versículo. A exortação para não deixarmos de noscongregar ainda está na Bíblia. E mesmo assim os homens persistem em pensar que

 podem viver a vida de um bom cristão à parte da pregação e do ensino da Palavra.

Além daquilo que a Bíblia afirma com respeito ao assunto, há mais outra provaclaríssima. Qualquer pastor do Evangelho lhe dirá quais de seus membros, com poucasexceções, são os que têm as seguintes características: 1) Trabalhadores dispostos davinha do Senhor; 2) Sempre prontos a instruir e testemunhar; 3) Capazes de lidar comos problemas que aparecem em sua vida. Os membros com essas características sãoaqueles que são fiéis em cuidar do ensino e pregação da Palavra. São os fiéis de Deus,aqueles a quem ele convoca repetidas vezes para fazer sua obra. São as famílias, com

 poucas exceções, cujos filhos são verdadeiramente criados no nutrimento e disciplina

do Senhor.A Palavra é eficaz e todos nós temos a responsabilidade assombrosa de cuidar disso,

de sempre estar presente quando ela é ensinada ou pregada. Deus fará grande e poderosa obra em nós e por nosso intermédio quando formos fiéis a esse respeito.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  163

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 90. Como se deve ler e ouvir a Palavra a fim de que ela se tome eficaz para asalvação?

Resposta: Para que a Palavra se tome eficaz para a salvação, devemos ouvi-la comdiligência, preparação e oração; recebê-la com fé e amor, guardá-la em nosso coraçãoe praticá-la em nossa vida.

Referências Bíblicas: Pv 8.34; lPe 2.1; SI 119.18; Hb 4.2; Lc 8.15; Tg 1.25.Perguntas:

1. Como devemos nos preparar para ler e ouvir a Palavra?Ao ler e ouvir a Palavra, precisamos nos lembrar que ela tem o respaldo da autoridade de Deus e que ele nos fala por meio desta Palavra.

2. Que mais precisa ser feito para se estar adequadamente preparado para ler e ouvir  a Palavra?

Precisamos preparar nosso coração separando-nos do mal para a santidade. Precisamos fugir das coisas que estão nos impedindo de caminhar com o Senhor e seguir oscaminhos da justiça. E mais, precisamos preparar nosso coração pela oração, orando

 para que o Senhor abençoe a Palavra de Deus ao nosso coração e a tome eficaz emnossa vida.

3. Comovamos “ouvi-la com diligência”?Precisamos ser diligentes em prestar muita atenção à pregação, ao ensino e à leiturada Bíblia. Precisamos afastar de nossa mente, pela graça de Deus, todas as coisas que

 poderiam nos servir de impedimento (Pv2.1 ,2 , 5).4. Como devemos receber a Palavra?

Devemos recebê-la com fé e amor. A fé mencionada aqui é, no geral, um consentimento por parte do ouvinte de que a Bíblia é, de fato, a Palavra de Deus; e umaaceitação de seu ensino em todas as partes da vida. O amor mencionado aqui é umaatitude de alta estima pela Palavra de Deus, um prazer muito grande nela e um desejosincero de tomá-la parte de nossa vida.

5. Qual é a prova de nossa preparação correta e uso certo da Palavra de Deus?A prova se encontra em continuamente armazená-la no coração e dispor-se a obede-cê-la a cada dia, no desejo de tê-la como regra de nossa vida.

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164  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

O TESTEMUNHO DE APOLO

 No capítulo 18 de Atos aparece o relato sobre “um judeu chamado Apoio”, contandoque ele era poderoso nas Escrituras e que foi usado pelo Senhor com grande poder.

Muitas vezes perguntamos por que Deus não nos usa mais. Talvez nossa resposta estejano relato de Apoio. Quem sabe nossa dificuldade seja que não sejamos “poderosos nasEscrituras”, e conseqüentemente, não nos mostremos fervorosos no caminho do Senhor.

Por certo poderiam existir muitas razões de não sermos “poderosos nas Escrituras”e faltaria tempo para mencioná-las todas aqui. Às vezes, contudo, só podemos pensar senossa falta não se encontra em não estarmos persuadidos do seguinte fato: As Escrituras são mesmo poderosas! Charles Hodge gostava de dizer a seus alunos do Seminário

de Princeton que “as Escrituras são como o oceano, ilimitadas e insondáveis. Nenhuma pessoa jamais pode esgotar as reservas de conhecimentos entesouradas no oceano”.Repetidas vezes o Senhor nos prova isso. Encontramos em nossa leitura da Palavra deDeus tesouro após tesouro. Encontramos a Palavra de Deus cheia de princípios que irãoabençoar nossa alma à medida que nos dispomos a escondê-las em nosso coração. Vejamos se podemos enumerar alguns dos tesouros armazenados e oremos para que possamos usá-los nos dias que temos pela frente.

.... Às Escrituras são eternas — João 1.1, 2; Hb 13.8.

.... As Escrituras são verbalmente inspiradas, infalíveis — ICo 2.13; 2Tm 3.16;lTs 2.13.

.... As Escrituras contêm o único caminho da salvação — Jo 5.24; At 4.12.

.... As Escrituras nos capacitam a viver uma vida abundante— Jo 8.31-32; Atos 20.32.

.... As Escrituras são cheias de sabedoria — 2Tm 3.15; Pv 1.7.

.... As Escrituras têm toda a autoridade — Is 8.20; Ap 22.18.

.... As Escrituras têm um propósito — 2Tm 3.16-17.

Alguém disse certa vez que a Bíblia satisfaz todas as necessidades do ser humano.Fornece redenção, direção e um futuro garantido! Ao alcance de nossa mão temos estedepósito cheio. Será que nosso testemunho será igualado ao de Apoio, será que dirãoque somos poderosos nas Escrituras?

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  165

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 91. Como os sacramentos se tomam meios eficazes para a salvação?

Resposta: Os sacramentos tomam-se meios eficazes para a salvação, não por algumavirtude que eles ou aqueles que os ministram tenham, mas somente pela bênção deCristo e pela obra do seu Espírito naqueles que pela fé os recebem.

Referências Bíblicas: lPe 3.21; Mt 3.11; ICo 3.6-7; ICo 12.13.

Perguntas:

1. Nesta Pergunta, o que se compreende por “meios eficazes para a salvação”?Os “meios eficazes para a salvação” são os decretos de Deus pelos quais ele executao fim que ele tem em vista, o de salvar nossa alma (Rm 1.16).

2. Qual é o sentido das palavras “não por alguma virtude que eles tenham” nesta  Pergunta?As palavras “não por alguma virtude que eles tenham” significam apenas que os

sacramentos não têm poder em si, conforme expressam as palavras do Catecismo  Maior. Os sacramentos são simplesmente os meios de graça exteriores e ordinários enão têm eficácia em si para conferir salvação.

3. Por que é tão importante fazer essa distinção?/

E importante fazer essa distinção por causa da posição assumida pela Igreja CatólicaRomana. Eles mantêm que os sacramentos do Novo Testamento são causas verdadeiras, apropriadas e imediatas de graça. Insistem em que o poder deles flui da açãosacramental de receber o elemento exterior.

4. O que se quer dizer aqui com “a bênção de Cristo ” ?A “bênção de Cristo” é seu divino poder e vida. Calvino declara: “Os sacramentosexecutam sua função só quando acompanhados pelo Espírito, o Mestre interior, cujaenergia é a única que penetra o coração, agita as afeições e obtém acesso para ossacramentos penetrarem em nossa alma. Se ele falta, os sacramentos nada mais sãodo que o sol que brilha nos olhos de um cego, ou sons que são pronunciados nosouvidos de um surdo”.

5. Como recebemos os sacramentos pela fé? Nós os recebemos pela fé pela oração para que o Espírito Santo faça sua obra emnosso coração, dando-nos a graça de crer em Cristo e aplicar a Palavra dele à nossavida.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  167 

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 92 .0 que é um sacramento?

Resposta: Um sacramento é uma santa ordenança, instituída por Cristo, na qual, porsinais sensíveis, Cristo e as bênçãos do novo pacto são representados, selados e aplicados aos crentes.

Referências Bíblicas: Gn 17.7-10; Êx 12; ICo 11.23-26.

Perguntas:1. De onde obtivemos a palavra “sacramento” ?

A palavra “sacramento” é uma palavra teológica, e não uma palavra bíblica. A palavra vem do latim e foi usada pelos romanos para designar seu juramento militar. Ossoldados prometiam, ao prestar esse juramento, que não abandonariam o estandartede seu líder.

2. Como a palavra “sacramento” é usada pela igreja atualmente?

Corretamente usada, significa algo sagrado. É um compromisso solene de ser doSenhor.

3. Por que chamamos o sacramento de uma “ordenança sagrada”?E chamada de “ordenança sagrada” porque foi instituída por razões sacras.

4. É necessário que um sacramento seja “instituídopor Cristo”? Nosso Catecismo Maior  emprega as palavras “uma santa ordenança... instituída porCristo em sua Igreja” e nossa Confissão declara “imediatamente instituído por Deus”.Paulo expressa essa necessidade com suas palavras em 1 Coríntios 11:23 - “Porqueeu recebi do Senhor....”

5. Quais são as duas partes de um sacramento?As duas partes de um sacramento são: 1) Os sinais exteriores ou sensíveis; 2) A graçainterior, a parte espiritual.

6. Como podemos reunir essas duas partes?Podemos reuni-las ao reconhecer que as graças interiores são representadas pelossinais exteriores.

7. Por que os benefícios só se aplicam aos crentes?Eles se aplicam aos crentes porque são só os crentes que têm a verdadeira fé que lhes

 permite discernir e aplicar a graça espiritual envolvida. É só o crente que tem deCristo uma verdadeira e efetiva aplicação do sacramento.

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168  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

 A QUEBRA DO PACTO

Como já estudamos mais profundamente a questão dos sacramentos, somos agoramais responsáveis do que antes de nosso estudo. Aprendemos como os sacramentos são

eficazes na salvação e aprendemos o que um sacramento é e quais são suas duas partes.Aprenderemos mais ao prosseguir em nosso estudo de cada sacramento. A perguntaque se nos apresenta agora é: Ousamos deixar de participar nos sacramentos? Podemos

negligenciar isso?

À essa pergunta, a maioria dos membros de igreja certamente teria a resposta certa.O problema é que para muitos membros de igreja a resposta será puramente acadêmica.É acadêmica e eles provam isso pelas suas ações. Em suma, são violadores do pacto!

É freqüente demais deixarmos de perceber que negligenciar os sacramentos do Batismo e Ceia do Senhor nos toma violadores do pacto. No Antigo Testamento ficamuito claro que a negligência dos sinais e selos da aliança era chamada de violação pactuai pelo Deus Onipotente e Soberano. No entanto, muitas vezes deixamos de reconhecer que os equivalentes do Novo Testamento devem ser chamados de violação pactuai

 pelo mesmo Deus.

Repetidas vezes os pastores enfrentam o problema de pais que, sendo membros deuma igreja que ensina e pratica o batismo infantil, são negligentes nessa importante área

de apresentar seus filhos para o batismo. O maior problema, contudo, é o membro deigreja que se ausenta da Ceia do Senhor seguidamente. Não parece haver nenhumaatitude de obrigação por parte do crente a esse respeito.

Charles Hodge, em seu livro The Way ofLife  (O Caminho da Vida), afirmou que “aconfissão pública de Cristo é uma condição indispensável do discipulado; que essa confissão deve ser feita atendendo-se às ordenanças que ele instituiu; que essas ordenançasnão apenas são os sinais e selos de bênçãos espirituais, como se tomam, pela atuação doEspírito Santo, meios efetivos de graça para o crente; que sua prática é, portanto, uma

obrigação indispensável...” Que Deus nos conserve fiéis nesse respeito. Que possamosnunca ser considerados violadores do pacto perante ele!

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  169

 Estudos no Breve Catecismo 

de Westminster Pergunta 93. Quais são os sacramentos do Novo Testamento?

Resposta: Os sacramentos do Novo Testamento são o batismo e a ceia do Senhor.

Referências Bíblicas: Mt 28.19; Mt 26.26-28; Gn 17.24-27; Êx 12.22-27.

Perguntas:

1. Quais eram os sacramentos do Antigo Testamento?Havia dois sacramentos sob o Antigo Testamento: a circuncisão e a páscoa.

2. Quando fo i a circuncisão instituída pela primeira vez e qual o sentido espiritual? Foi instituída no 99° ano da vida de Abraão. Naquela ocasião ele, e todos os homensde sua casa foram circuncidados. O sentido espiritual da circuncisão é que significavaa impureza e corrupção da natureza, a necessidade da regeneração; e o de ser implantado em Cristo a fim de participar dos benefícios de sua mediação, juntamente comuma promessa solene de pertencer ao Senhor.

3. O que fo i a páscoa e quando fo i instituída?A páscoa foi instituída na saída do Egito dos filhos de Israel. Foi chamada de páscoaem referência ao fato de o anjo ter “passado por cima” das casas dos israelitas emque o sangue do cordeiro pascoal tinha sido colocado na verga horizontal e nosumbrais das portas.

4. Quais são os sacramentos do Novo Testamento?Os sacramentos do Novo Testamento são: o batismo e a Ceia do Senhor.

5. De que forma os sacramentos do Novo Testamento substituem os do Antigo Testamento?O Batismo substitui a circuncisão e a Santa Ceia substitui a Páscoa.

6. Quais são os sacramentos segundo a Igreja Católica Romana? A  Igreja Católica Romana declara que há sete sacramentos. Além do batismo e daceia do Senhor eles acrescentam a confirmação, a penitência, a ordenação, o casamento e a extrema-unção.

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170  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

 INSÍGNIAS DE MEMBRO

Há muitos membros na igreja de hoje que não conseguem entender porque certoscrentes insistem em dar ênfase ao Batismo e à Santa Ceia. Pode-se ouvir o clamor dos

críticos repetidas vezes. “Não gostamos de ouvir o termo ‘sacramento’ porque soamuito como se fosse a igreja católica romana”. Ou então: “Não sentimos que devemosdar qualquer importância aos sacramentos porque quem é importante é Cristo!” Nem é

 preciso que se diga que esses críticos dos sacramentos não estão bem versados nosPadrões de Westminster, porque os Padrões enfatizam bem os sacramentos.

A Igreja verdadeira, que foi formada por Deus em comunidades exteriores visíveis,deve ter certas insígnias divinamente instituídas para identificar quem pertence a ela.Essas insígnias são os sacramentos. São insígnias que servem para marcar, para distin

guir a verdadeira igreja. Essa é uma razão pela qual devemos enfatizar os sacramentos.A segunda razão é, de diversas maneiras, mais importante do que a que acabamos

de ver. Somos ensinados nos Padrões de Westminster que a Igreja e o reino de Deus se baseiam num pacto (Confissão, Capítulo 7). Aprendemos que um pacto é simplesmente um entendimento ou acordo mútuo, e que o pacto imposto por um superiorsobre um inferior é simplesmente uma promessa condicional. É, então, o modo deDeus tratar com seu povo. Ele lhes ordena, ele lhes promete e ele os ameaça. Tudoisso é realizado no pacto. Os sacramentos desempenham um papel importante nisso,

visto que os sacramentos são os selos visíveis pelos quais o pacto é ratificado e seus benefícios simbolizados para todos os que aceitam os termos dele.

O que tudo isso significa para o crente? Significa que ele deve ser fiel em seu usodesses sacramentos. Deve reconhecer que são ordenados por Deus para que sejam meios de graça — não os únicos meios — mas meios divinamente constituídos. Ele devesaber que o uso que ele faz desses meios é uma obrigação que Deus lhe impõe. Deve

 perceber que os sacramentos são testemunhas eficazes das verdades centrais do Evangelho.

Que Deus nos ajude a fazer uso destas “Insígnias de Membro” e a usá-las de maneirafiel, tudo para a glória de Deus.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  171

 Estudos no Breve Catecismo 

de Westminster Pergunta 94 .0 que é batismo?

Resposta: O Batismo é o sacramento no qual o lavar com água em nome do Pai, doFilho e do Espírito Santo, significa e sela a nossa união com Cristo, a participação das

 bênçãos do pacto da graça, e nosso compromisso de pertencermos ao Senhor.

Referências Bíblicas: Rm 6.4; G13.27; Ef 5.25-26; Mt 28.29.Perguntas:

1. Quais são os pontos essenciais na definição de batismo conforme se encontra em  nossos Padrões?Os pontos essenciais das definições são: 1) É o lavar com água; 2) É o lavar em nomedo Pai, do Filho e do Espírito Santo; 3) É realizado com o objetivo de mostrar quefomos selados e somos participantes.

2. O que é essencial ao batismo?O batismo é essencialmente um lavar com água. Nenhuma modalidade específica delavagem é essencial, porque não há uma forma especificada na ordem dada. A água éordenada porque é um símbolo natural de purificação moral e foi assim estabelecidano ritual de Moisés. É um símbolo do sangue de Cristo que foi derramado por nós edo fato de o nosso coração ter sido aspergido de uma consciência má.

3. Quem é o autor do batismo?O Senhor Jesus Cristo é o autor do batismo e ele o instituiu logo antes de sua ascen

são ao céu (Mt 28.19).4. Em nome de quem somos batizados e o que significa isso?

Somos batizados no nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e isso significa nosso batismo na autoridade do Pai, do Filho e do Espírito Santo e nossa fé na Trindade, aquem confessamos e obedecemos.

5. O que se quer dizer com nossa união em Cristo?Quando somos enxertados ou implantados em Cristo, somos separados de nossa

velha natureza e somos unidos a Cristo e portanto podemos crescer nele e produzirfruto para ele. A justiça dele nos é imputada (G1 3.27).

6. Quais são os benefícios do pacto da graça que nós recebemos?Somos admitidos à igreja visível, nossos pecados são remidos, somos regenerados eadotados e ressurretos para a vida eterna.

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172  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

UM SACRAMENTO CORRETAMENTE USADO

É freqüente demais, em igrejas que subscrevem a doutrina reformada, o sacramentodo batismo não ser levado devidamente à sério. Muitos pais são culpados da atitude de

considerar que sua tarefa está cumprida quando mandam batizar seu filho. Muitas igre jas se congratulam piamente quando mais uma criança é batizada, e sentem que suatarefa foi completada. O sacramento do batismo muitas vezes é usado erroneamente.

Faz bem, de quando em vez, rever nossas crenças sobre uma doutrina em particular.Com respeito ao batismo, precisamos ser lembrados, muitas vezes, que sem ele uma

 pessoa pode ser salva e com ele uma pessoa pode se perder! Nós não cremos na necessidade do batismo para a salvação. Cremos, isto sim, que é pecado negligenciá-lo: “...[é um] grande pecado menosprezar ou negligenciar essa ordenança”. E novamente: “A

eficácia do batismo não se limita ao momento em que é administrado; contudo, pelodevido uso dessa ordenança, a graça prometida é não somente oferecida, mas realmentemanifestada e conferida pelo Espírito Santo...” (Confissão de Fé, 28. 5, 6).

Lembro-me de certa vez ter ouvido um pastor celebrar uma “renovação dos votos do batismo” em sua igreja. Tinha diante dele um grupo de uns vinte ou trinta pais. Perguntou-lhes: “Têm vocês, como pais, estado gravando em seus filhos o fato de que não

 precisam ter medo de morrer porque se eles amam o Senhor Jesus e crêem que Jesusderramou seu sangue por eles e se eles confiam nele para lavar seus pecados, eles serão

salvos?” Foi uma ocasião séria e foi uma pergunta séria. Certamente foi um uso corretodesse sacramento.

Uma das dificuldades atuais, nas igrejas comprometidas com a fé Reformada, é queesquecemos nossa responsabilidade de ensinar nossos filhos (como parte de nossos votos de batismo) que Deus não mostra nenhuma brandura à parte da oferta de seu Filho.A Bíblia diz que “não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qualimporta que sejamos salvos”. Precisamos lembrar que há duas coisas que devemos con

servar diante de nossos filhos batizados na infância antes que possam ser salvos: 1) Aguarda das promessas pactuais pelos pais; 2) A pública profissão da criança em JesusCristo. E esta última deve ser seguida de frutos na vida.

John Murray expressou isso bem quando disse: “Supor que se possa manter qualquerconfiança com respeito à graça pactuai significativa e selada pelo nosso batismo, se nãotemos temor de Deus, se violamos o pacto de Deus e andamos contrário a seus mandamentos, será uma contradição”. Que Deus nos ajude a usar esse sacramento corretamente!

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  173

 Estudos no Breve Catecismo 

de Westminster Pergunta 95. A quem deve ser ministrado o Batismo?

Resposta: O Batismo não deve ser ministrado àqueles que estão fora da Igreja Visível,enquanto não professarem sua fé em Cristo e obediência a ele; mas os filhos daquelesque são membros da Igreja Visível devem ser batizados.

Referências Bíblicas: At 8.36; At 2.38-39; ICo 7.14; Ef 2.12. (Ver versículos abaixo)Perguntas:

1. É bíblico administrar o batismo a todas as pessoas? Não. Somente os que são membros da igreja visível, que fazem parte do pacto, sãohabilitados para o batismo.

2. Como podem os infantes ser batizados, um infante que não pode arrepender-se e crer e assim tomar-se membro da igreja visível?

 Nosso Catecismo Maior  ensina-nos que a igreja visível é constituída de “todos que professam a verdadeira religião e de seus filhos”.

3. Será que se pode explicar, em forma de esboço, a prova de que infantes devem ser  batizados?

Os seguintes passos são compreendidos, e deve-se lembrar que esses passos visamsimplesmente motivar seu próprio estudo sobre essa doutrina importante:1) Quando você considera o batismo infantil, estará baseando sua crença naquilo quechamamos de “Teologia Pactuai” pois a prática do batismo infantil é vitalmente rela

cionada com o pacto da graça.2) O infante deve ser filho de um pai (ou pais) crentes para ser considerado parte do

 pacto (ICo 7.14; At 2.38, 39).

3) Deus estabeleceu um pacto da graça com Abraão e esse pacto incluía crianças (Gn17.7; 11, 12).

4) O pacto do Antigo Testamento e o pacto do Novo Testamento são substancialmente o mesmo, e Deus prometeu que seria um pacto perpétuo (Gn 17.7; G13 13-14; Rm 4.3).

5) O rito da circuncisão simbolizou a salvação no Antigo Testamento e foi sinal dorelacionamento pactuai entre Deus e seu povo. O batismo no Novo Testamento sim bolizou o mesmo (Gn 17; Dt 10; Rm 4; Cl 2.11-12).6) O povo de Deus, por causa dos ensinos que acabamos de ver, recebeu a ordem decolocar o sinal do pacto sobre si e seus filhos.

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174  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

UM FILHO DA ALIANÇA

A expressão usada no título aqui é uma herança negligenciada. No dia de hoje raramente é usada nas igrejas presbiterianas. O próprio fato de não ser enfatizada certamen

te indica a terrível acusação a ser colocada aos pés de pais crentes, a de serem infiéis às promessas que fizeram a Deus!

Em dias passados havia uma ênfase na doutrina da aliança, do pacto, sobretudo emreferência aos filhos de crentes. A Bíblia ensina que Deus promete a pais crentes que suagraça será ativa na parte de seus filhos. No entanto esta graça depende de os pais desem

 penharem fielmente seus votos batismais. A Bíblia ensina que o filho do pacto tem umaherança a receber. Que esperança maravilhosa e gloriosa!

É verdade que há um grave perigo no mau uso dessa doutrina. No passado houveaqueles que ensinavam erradamente que a herança compreendida era a da salvação. Talensino contraria a Palavra de Deus pois nunca o indivíduo herda a salvação. Os filhos

 pactuais simplesmente herdam as promessas de Deus. Não é uma promessa automática,e sim uma promessa condicional. Deus cumprirá suas promessas se o pai crente cumprir(ou os pais crentes cumprirem) o que foi prometido.

O filho da aliança herda a certeza de que o favor de Deus lhe é dirigido porque ele éfilho de um pai crente (ou pais crentes). O filho do pacto herda os privilégios da igreja e

é recipiente dos meios de graça. O filho do pacto é uma criança privilegiada e comcerteza é uma criança que Deus deseja salvar.

A dificuldade nessa área é que muitos filhos da aliança são motivados por pais infiéisa desejarem os privilégios sem cumprirem as responsabilidades. O verdadeiro filho daaliança é aquele que é criado na instrução e admoestação do Senhor, que chega à fésalvadora e que dá provas de ter em sua vida aquela fé salvadora com os frutos doEspírito.

Será que você é um filho da aliança? Se é, que Deus o ajude a buscá-lo de todo o

coração e alma e mente!

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  175

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 96 .0 que é a Ceia do Senhor?

Resposta: A Ceia do Senhor é o sacramento no qual, dando-se e recebendo-se pão evinho, conforme a instituição de Cristo, se anuncia a sua morte, e aqueles que partici

 pam dignamente tomam-se, não de uma maneira corporal e carnal, mas pela fé, partici pantes do seu corpo e do seu sangue, com todas as suas bênçãos para o seu alimentoespiritual e crescimento em graça.

Referências Bíblicas: Mt 26.26-27; ICo 11.26; ICo 10.16; Ef 3.17.

Perguntas:

1. Quando nosso Senhor instituiu este Sacramento?Ele o instituiu na noite em que foi traído (1 Co 11.23).

2. Quais são os elementos exteriores da Ceia do Senhor e o que significam?Os elementos exteriores são o pão que simboliza o corpo de Cristo, e o vinho que

simboliza o sangue de Cristo.3. Quem deve ministrar este sacramento?

Assim como Cristo o ministrou primeiro, assim deve ser ministrado atualmente por pastores que foram vocacionados para esse santo ofício.

4. Quando Cristo disse “Isto é o meu corpo” na instituição deste sacramento, ele falava de seu corpo verdadeiro? Não. Ele não quis que tomássemos suas palavras mais literalmente do que tomamosliteralmente as palavras “Aquela rocha foi Cristo”. Além disso, observe que Pauloafirmou que era “este pão” que comemos (ICo 11.26), e não o corpo de Cristo.

5. Como o pão e vinho representam o corpo e sangue de Cristo?Há nisso uma representação, sendo que assim como o próprio alimento nutriria efortaleceria o corpo, do mesmo modo, espiritualmente falando nós temos nossa almanutrida e fortalecida ao participarmos em obediência.

6. Quais são as três principais óticas com respeito à ceia do Senhor?A visão católico-romana (transubstanciação) declara que há uma transformação do

 pão e vinho em corpo e sangue verdadeiros de Cristo. A visão lu terana(consubstanciação) concebe da presença de Cristo num sentido físico embora oselementos continuem a ter a aparência e o gosto de pão e vinho. A visão reformada éa presença espiritual de Cristo na Ceia do Senhor. É um selo e penhor daquilo queDeus faz pelos crentes.

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176   Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

 ATOS SACRAMENTAIS 

 Nossos Pais Reformados nos ensinaram que há seis atos sacramentais compreendidos na Ceia do Senhor. Muitas vezes essas coisas são ignoradas em nosso esforçomaldirecionado para escapar de sermos associados com a palavra “sacramento”, vistohaver entre tantos protestantes a teoria de que a palavra é estritamente católico-romana.

 No entanto, a palavra cabe bem entre os adeptos da Fé Reformada. Estes seis atossacramentais — entendidos juntos em seu sentido verdadeiro — retratam ou dramatizam a expiação de Cristo e o pecador recebendo-o pela fé. Quatro dos atos sacramentais foram realizados pelo Senhor Jesus e dois deles pelos seus discípulos. Que Deus nosajude a discernir uma nova visão da Ceia do Senhor ao passá-los em revista.

Primeiro, ele tomou o pão e o copo da mesa onde a refeição pascal tinha sido feita e

isso significou ele ter tomado uma natureza humana (corpo e alma) para si quandonasceu neste mundo em Belém.

Segundo, ele impôs as mãos e abençoou, o pão e vinho — ou agradeceu por eles —,separando-os dos usos ordinários para um propósito especial, religioso. Esse ato significou nosso Salvador ter sido separado para sua obra especial como Redentor dos eleitos.

Terceiro, ele partiu o pão, um ato que significava o partir de seu próprio corpo ao ser pregado na cruz e traspassado no seu lado após sua morte pela lança do soldado romano. Esse ato sacramental nos lembra que não somos salvos pelos ensinos de Jesus ou

 pela sua vida somente, mas antes de tudo por sua morte na Cruz.

Quarto, ele deu pão e vinho aos discípulos, significando a dádiva de Cristo a homens pecadores pela infinita graça de Deus.

Quinto, seus discípulos tomaram (e nós tomamos) o pão e o vinho, significando quetomamos Jesus como Salvador ao crer nele.

Sexto, seus discípulos comeram o pão e beberam o vinho, significando sua dependência de Cristo para a vida espiritual e crescimento.

Veja como podemos ser lembrados pelos atos sacramentais de quanto nós lhe devemos e de quanto dependemos dele continuamente para nosso crescimento em graça!

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  177 

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergun ta 97 .0 que se exige para participar dignamente da Ceia do Senhor?

Resposta: Exige-se daqueles que desejam participar dignamente da Ceia do Senhor quese examinem sobre o seu conhecimento em discernir o corpo do Senhor, sobre a sua fé

 para se alimentarem dele, sobre o seu arrependimento, amor e nova obediência; paranão suceder que, vindo indignamente, comam e bebam para si a condenação.

Referências Bíblicas: ICo 11.28-29; Jo 6.53-56; Zc 12.10; lJo 4.19; Rm 6.4; ICo11.27.

Perguntas:

1. Qual é a melhor preparação que podemos fazer para receber a Ceia do Senhor? Primeiro, a melhor preparação para recebê-la é reconhecer que em nós mesmos nãosomos merecedores. Não chegamos à mesa do Senhor por qualquer mérito próprio.Segundo, o melhor que fazemos para nos preparar é chegar à mesa com um relacionamento certo com nosso Senhor. Isso compreenderia desfazer-nos de coisas quesão pecaminosas de acordo com a Palavra de Deus.

2. Como podemos examinar-nos a nós mesmos quando nos preparamos para participar? Podemos nos examinar mediante um autojulgamento do seguinte: nosso verdadeirosentimento de arrependimento; nosso verdadeiro pesar piedoso pelos pecados; nossoamor para com Cristo e uns pelos outros; nosso desejo sincero de caminhar em obediência à Palavra de Deus.

3. Qual o modo melhor de nos prepararmos quanto a nossa atitude para com Deus? 

Podemos nos preparar verificando bem se nos dedicamos devidamente à oração emeditação. Da nossa parte, deverá haver muita oração a ele, para que ele possasuscitar de nós toda a adoração possível a ele.

4. De que maneira podemos comer e beber juízo para nós mesmos?Podemos participar indignamente ao negligenciar nossa preparação pessoal e chegarmos à mesa do Senhor com pecado conhecido e não confessado em nosso coração.

5. Como seria possível Deus nos punir pela nossa participação indigna?

Ele poderia nos punir enviando sobre nós aflições físicas, mentais e espirituais. Quando chegamos despreparados estamos insultando Deus pois trata-se da Mesa dele àqual nós somos os convidados.

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178  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

6. Deve-se permitir a todos que participem?Só devem ser permitidos participar aqueles que são crentes e que não estejamvivendo de nenhuma forma escandalosa diante de Deus. (Observe o Catecismo

 Maior, P. 172 e P. 173).

CHEGAR-SE DE MODO DIGNO

Chegar-se de maneira digna para adorar a Deus sempre constitui um problema paratodos nós. Foi de grande proveito para muitos de nossos pais presbiterianos o uso do“Culto Preparatório” nas igrejas. Em muitas igrejas nossas faziam-se dois ou três cultosantes da Ceia para que o povo de Deus pudesse encontrar ajuda para se preparar devidamente. Talvez nossas igrejas atuais devessem observar tal costume.

Qual é a forma melhor de nos prepararmos para participar dignamente? Podemos ir

reconhecendo que devemos estar em quietude dentro de nossa alma. Não deve existirnada de trivial em nosso coração. Devemos chegar olhando para a Cruz de Cristo,sabendo que foi lá que ele morreu por nós. Devemos chegar com o sincero desejo deconfessar todo pecado percebido em nosso coração.

Devemos estar com nosso coração erguido a ele para receber a cura que já nosconcedeu. Ao nos aproximarmos, devemos nos concentrar nos pecados terríveis denosso coração que foram cancelados por causa de sua morte. Devemos ir entoando-lhenossos louvores por aquilo que ele fez por nós! Lembre-se das palavras do Peregrinoquando viu a Cruz, na alegoria de John Bunyan.

Até aqui vim carregado de meu pecado; Nada aliviava a tristeza que sentiEnquanto não cheguei aqui;Que lugar tremendo!E precisa ser este lugar o início de minha alegria?Ser aqui que de minhas costas rola o fardo?

Aqui que as cordas que o amarravam se arrebentam?Abençoada cruz!Abençoado túmulo!Mais abençoado o Homem ultrajado por mim ali.

Devemos chegar lembrando-nos do que ele fez por nós e ir com um sentimento dededicação a ele em nossa vida nos dias a seguir. Bruce disse certa vez: “Olhe bem emque condição seu coração está para com Deus e em que condição sua consciência está

 para com seu próximo”. Devemos ir com a atitude de Oséias quando disse: “Vinde, e

tomemos para o Senhor, porque ele nos despedaçou e nos sarará; fez a ferida e a ligará” .(Os 6.1). Que Deus nos ajude a sempre chegar à Mesa de maneira digna, tudo para suaglória.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  179

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 98 .0 que é a Oração?

Resposta: A Oração é um santo oferecimento dos nossos desejos a Deus, por coisasconformes com a sua vontade, em nome de Cristo, com a confissão dos nossos pecados,e um agradecido reconhecimento das suas misericórdias.

Referências Bíblicas: SI 62.8; lJo 5.14; Mt 26.39; Jo 16.23; Dn 9.4; Fp 4.6.

Perguntas:

1. Alguns sentem que orar é simplesmente fazer pedidos a Deus. Será que essa é a única parte da oração? Não. As petições não são, certamente, a única parte da oração, embora sejam básicasà oração ao oferecermos a ele nossos desejos.

2. Que outros tipos de oração são legítimos?Podemos confessar em oração e podemos oferecer nossas ações de graça a Deus. No

entanto, os assuntos de nossas súplicas a Deus são importantes aos olhos dele.3. Quando dizemos que devemos oferecer nossos desejos a Deus nós estamos falando 

 simplesmente no Pai?É claro que não estamos querendo dizer com isso que seja simplesmente o Pai, em

 bora a maioria das orações seja oferecida assim, em o nome de Jesus Cristo. Noentanto, quando oramos a Deus entende-se que estamos nos dirigindo a todos osmembros da Trindade.

4. Poderia enumerar algumas das coisas que seriam agradáveis à vontade dele em nossas orações?Ao orarmos podemos pedir-lhe graça e força espiritual para cada dia, livramento detentações, perdão de nossos pecados, a visão daquele dia maravilhoso em que estaremos com ele e bênçãos para nossos irmãos no Senhor.

5. Por que é necessário orarmos em o nome de Jesus Cristo?Devemos orar no nome de Cristo porque nossa pecaminosidade é tão grande que nósnão temos a capacidade de alcançar Deus sem o Mediador que nos foi fornecido.

6. Por que é necessário confessar nossos pecados em nossas orações?É necessário confessarmos nossos pecados porque ele não nos ouvirá se houveriniqüidade em nossos corações (SI 66.18).

7. Quais são as misericórdias pelas quais devemos ser agradecidos?Estas misericórdias são suas livres dádivas a nós, tanto espirituais como temporais.Sua misericórdia é grande e graciosa, e sem ela não poderíamos viver.

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180  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

 A ORAÇÃO É VITAL

 No ano de 1898 dois membros do Presbitério de Nova York voltaram a seu trabalhodepois de um congresso bíblico. O Presbitério se reuniu. Um membro fez uma pergunta

com respeito à vida de oração dos irmãos: “Irmãos, façamos hoje confissão peranteDeus e uns aos outros. Isso nos fará bem. Cada pessoa que gasta meia hora por dia comDeus em oração queira levantar a mão”. Ninguém se manifestou. “Quinze minutos?”

 Nenhuma mão se ergueu. E o pastor disse então: “Oração, a força motriz da Igreja deCristo, e ninguém gasta quinze minutos por dia!”

Todos sabemos que a leitura bíblica e o estudo da Bíblia é importante para nós. Masnossa oração diária, sincera, regular é de suprema importância. Há um paralelo aquientre o espiritual e o físico. Para o corpo precisamos de ar para respirar. O ar espiritual

que temos de respirar é nossa vida de oração. Quando a oração começa a diminuir, avida espiritual definha até tomar-se ineficaz.

E. M. Bounds, um grande guerreiro na oração, disse certa vez: “A oração é um privilégio, um privilégio sagrado e principesco. A oração é um dever, uma obrigação premente, imperativa, que deve nos prender. Mas a oração é mais do que um privilégio,mais do que um dever. É um meio, um instrumento, uma condição. Não orar é perdermuito mais do que uma derrota no exercício e gozo de um alto ou doce privilégio. Nãoorar é falhar em questões muito mais importantes do que até mesmo a violação de uma

obrigação”.

Já foi provado repetidamente na história da Igreja de Cristo que a prática da oração particular diária é de suprema importância. Deus tem usado aqueles que fazem usodesse privilégio junto dele. Não queremos sugerir que o estudo bíblico não seja im

 portante. Mas quanto mais um crente conhece da Palavra de Deus, mais ele conhece aimportância de sua vida de oração. J. Sidlow Baxter disse uma vez que o trabalhocristão era o “Pátio Externo” do Tabernáculo. O estudo bíblico era o “Lugar Santo”do Tabernáculo. Mas a oração era o “Santo dos Santos” e precisava ser mantida semcessar.

Quanto tempo passamos em oração? Será que já desenvolvemos o hábito sagrado daoração diária? Que leiamos Apocalipse 5.8 e peçamos a Deus que não nos dê paz enquanto não formos consistentes em nossa vida de oração!

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  181

 Estudos no Breve Catecismo 

de Westminster Pergunta 99. Qual é a regra que Deus nos deu para nos orientar em oração?

Resposta: Toda a Palavra de Deus é útil para nos orientar em oração, mas a regraespecial de direção é aquela forma de oração que Cristo ensinou aos seus discípulos, eque geralmente é chamada de Oração Dominical.

Referências Bíblicas: 2Tm 3.16-17; lJo 5.14; Mt 6.9.Perguntas:

1. Como pode toda a Palavra de Deus ser usada para nos dirigir na oração?Toda a Palavra de Deus pode nos ser útil na oração ao instruir-nos em nossas obrigações com respeito a nosso relacionamento com Deus. Se não tivéssemos princípiosgerais da Palavra de Deus em nossa mente seria impossível orarmos acertadamente(Rm 10.14).

2. Você poderia dar um exemplo de como um princípio da doutrina nos ajuda em nossa vida de oração?Sim, um bom exemplo seriam as funções de Jesus Cristo. Saber que ele é nossoProfeta ajuda-nos a ter dele a sabedoria de que necessitamos; saber que ele é nossoSacerdote faz com que possamos ter um intercessor para nossas orações; saber queele é nosso Rei ensina-nos que devemos viver em submissão a ele, e isso certamenteinclui nós nos disciplinarmos em oração.

3. Por que precisamos de direção em nossa oração?

Precisamos de direção na oração porque, ainda que a disposição de nossas almastenha se tomado em santidade pelo Espírito Santo, somos ainda pecadores e nãoestaríamos buscando Deus se deixados para operar por conta própria.

4. Por que esta oração tem o nome de “A Oração do Senhor” em nossas doutrinas? Tem o nome de “A Oração do Senhor” por ter sido a resposta do rogo dos discípulos: “Senhor, ensina-nos a orar”.

5. Esta oração contém todas as partes necessárias da oração?

 Não, ela não tem a confissão de nossos pecados e a gratidão pelas misericórdias deDeus.

6. É esta a forma de oração que nosso Senhor quer que usemos? Não, esta oração é simplesmente um modelo de oração, uma instrução em comodevemos orar.

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182  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

 A ORAÇÃO FUNDAMENTAL

Uma das dificuldades da vida de oração por parte de muitas pessoas é que elas tentam alguns dos modelos mais avançados de oração antes de serem bem versadas na

oração fundamental. O que é oração no nível fundamental? É o simples procedimentode se fazer pedidos e dar graças.

Existem modelos mais avançados de oração. Há coisas tais como adoração, comunhão, luta espiritual, intercessão e contemplação. Mas muitas vezes o crente novo — emuitas vezes o crente de muitos anos — tenta usar alguns padrões mais avançados, ficadesanimado e a vida de oração continua a sofrer. Como podemos nos treinar para chegar a padrões mais altos algum dia?

Um dos métodos simples é usar um “Cartão de Oração” no bolso ou na Bíblia ou emsua bolsa, e manter uma lista ordenada de coisas pelas quais você pode orar. A medidaque lhe aparecem coisas pelas quais pode orar, vá acrescentando-as, e ficará surpresoem ver como a lista cresce. Também ficará admirado em ver como aumentará de sua

 parte a urgência para orar.

Essa urgência para orar é uma das coisas de que mais necessitamos. Muitas vezes parece que sentimos que só podemos orar quando estamos num estado de ânimo apro priado. Devemos nos lembrar que nosso Deus Soberano conhece bem nossos estados

de ânimo, e nos dará a graça, quando nos lançamos sobre ele, de superar nossas baixasde ânimo e ser regulares e urgentes em nossa vida de oração.

O dr. J. Wilbur Chapman conta sobre quando John Nelson Hyde (O “Hyde daOração”) chegou a seu quarto para orar. “Ele subiu a meu quarto, deu a volta nachave da porta, ajoelhou-se e esperou cinco minutos sem que saísse de seus lábiosuma só sílaba. Eu podia ouvir meu próprio coração pulsando e o dele batendo. Eusoube que estava com Deus. Então, com o rosto voltado para o alto as lágrimas rolando, ele exclamou ‘Ó Deus!’ Por cinco minutos silenciou novamente. Quando ele sou

 be que estava falando com Deus, vieram das profundezas de seu coração tais petiçõescomo nunca antes eu ouvira. Levantei-me de minha posição de joelhos sabendo o queé a oração verdadeira!”.

Precisamos de mais “Hydes da Oração” no dia de hoje. Você aceita orar um poucocomigo a oração fundamental (Lucas 18.1)?

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 183

 Estudos no Breve Catecismo 

de Westminster Pergunta 100.0 que nos ensina o prefácio da Oração Dominical?

Resposta: O prefácio da Oração Dominical, que é: “Pai nosso que estás no Céu”, ensina-nos que nos devemos aproximar de Deus com toda santa reverência e confiança,como filhos a um pai poderoso e disposto a nos ajudar, e também nos ensina a orar comos outros e por eles.

Referências Bíblicas: Is 64.9; Lc 11.13; Rm 8.15; Ef. 6.18; At 12.5; Zc 8.21.

Perguntas:

1. Quando dizemos “Pai Nosso” na oração estamos falando só de Deus o Pai? Não. Estamos falando do Deus Triúno. O Pai é mencionado mas o Filho e o Espíritoestão incluídos porque são o mesmo na essência.

2. Todas as pessoas podem fazer esta oração? Não. É uma oração que somente aqueles que são crentes em Cristo podem orar. Sóos que têm o Espírito Santo habitando neles por causa de seu relacionamento comJesus Cristo podem clamar “Pai Nosso” e sentir isso com sinceridade.

3. O que podem nos ensinar as palavras “Pai nosso” na oração?Podem nos ensinar que é possível nós nos dirigirmos ao nosso Senhor com umaatitude semelhante (embora seja mais profunda) à da criança quando se dirige ao paiterreno. É uma atitude de amor, adoração e contentamento.

4. Por que é importante sabermos que Deus está no céu?

É importante para nós porque assim podemos lhe dirigir nossas orações para longedos cuidados deste mundo e esperar que nossas bênçãos nos venham do alto. Tam

 bém deve nos ensinar a termos cuidado com nossa atitude para com Deus, para queseja uma atitude santa e cuidadosa quanto às palavras que lhe dirigimos (Ec 5.2).

5. Será que não é bom lembrar, quando oramos, que o prefácio contém a palavra “nosso” ?Sim. Devemos nos lembrar disso constantemente. Isso nos deve ensinar que somos“um em Cristo Jesus” e que não estamos sozinhos, seja qual for nosso problema oudificuldade aqui na terra.

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184  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

 ACESSO AO P A I!

A Palavra de Deus nos diz: “E esta é a confiança que temos para com ele: que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve” (lJo 5.14). Um maravi

lhoso segredo de nossa confiança é a capacidade que temos de ser ouvidos pelo PaiCeleste. Temos acesso ao Pai. É uma promessa das Escrituras Sagradas. Toda oraçãoque fazemos dentro da vontade de Deus, oração ditada pelo Espírito Santo — sendoconsistente com a Palavra de Deus — chega ao ouvido de Deus.

 Nosso Mediador, Jesus Cristo, senta-se à direita de Deus, fazendo intercessão pornós. É importante fonte de nossa confiança ao viver a vida cristã a cada dia. Nunca

 precisamos nos preocupar em saber se ele está nos ouvindo. Nunca precisamos pensarque estamos sozinhos. Nunca precisamos pensar que ele não nos irá entender por causa

de nossa incapacidade de expressar as coisas em palavras. Podemos apontar com o dedoda fé para este versículo e SABER que ele nos ouve. Que privilégio maravilhoso!

 No entanto, devemos lembrar que nosso acesso a Deus, esta maravilhosa capacidadede nos comunicar com ele, acarreta uma responsabilidade de nossa parte. É a responsa

 bilidade de nos comportarmos como filhos de Deus! Muitas vezes parece que confiarmos em nossa posição teológica, e não em nossa atitude, nosso relacionamento comnosso Pai por meio de Jesus Cristo. Se somos salvos de fato pelo sangue do Cordeiro precisamos lembrar que nossas responsabilidades são maiores.

Da próxima vez que orarmos as palavras “Pai Nosso”, seria bom nos perguntarmos:Com que espírito estou orando? Será que estou orando com um espírito corrigido, como reconhecimento de que em minha carne não habita nada de bom? Estou me aproximando delê em oração tendo por senha a palavra obediência? Estou disposto a mesubmeter a qualquer caminho a que ele me dirija em resposta a minha oração? São

 palavras difíceis e duras para todos nós. Somos muito mais inclinados a ser orgulhosos,sentir que estamos seguros em nossos movimentos teológicos, e dizer logo impensadamente “Pai Nosso”, para depois procurarmos saber por que não temos o acesso a eleque pensávamos ser automático.

Que Deus nos ajude a orar as palavras da próxima vez com o pleno reconhecimentodo que significam e de nossa verdadeira condição diante dele!

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  185

 Estudos no Breve Catecismo 

de Westminster Pergunta 101. Pelo que oramos na primeira petição?

Resposta: Na primeira petição, que é: “Santificado seja o teu nome”, pedimos queDeus nos habilite, a nós e aos outros, a glorificá-lo em tudo aquilo em que se dá aconhecer; e que disponha tudo para a sua glória.

Referências Bíblicas: SI 67.1-3; 2Ts 3.1; Is 64.1-2; Rm 11.36; Is 11.9.

Perguntas:

1. Que se quer dizer com “petição”, e quantas há na Oração Dominical?A palavra “petição” significa simplesmente desejar ou pedir qualquer coisa. Há seisna Oração Dominical e nós estamos considerando a primeira.

2. Como santificamos o nome de Deus?Significaria, em palavras simples, glorificar seu nome. Por exemplo, Is 8.13 declara:“Ao Senhor dos Exércitos, a ele santificai; seja ele o vosso temor, e seja ele o vossoespanto”. Nós devemos glorificar (santificar) o Senhor de todos os modos ao andarmos neste mundo para que o mundo o veja em nós o mais possível.

3. Como podemos estar certos de que faremos isso?Podemos estar tão certos quanto possível procurando ser diligentes quanto aos atri

 butos, ordenanças, palavra e obras de Deus. Seria muito bom recordarmos outra veznestes estudos as coisas a que nos obrigam essas maneiras em que Deus se faz conhecido a nós, e examinarmos nossa própria pessoa com respeito a elas.

4. Quando oramos a petição, “Santificado seja o Teu nome”, qual é o sentido de nossa oração?Estamos na verdade orando por duas coisas: 1. Que Deus santifique (glorifique) a simesmo neste mundo; 2. Que Deus, operando por nosso intermédio, nos habilite aglorificar seu nome no mundo. A primeira parte desta petição se realiza quando Deusse engrandece à medida que executa todas as coisas segundo sua vontade, mesmoaquelas coisas que nos parecem ser o contrário. A segunda parte deste pedido foidiscutida na Pergunta 3.

5. Quais são as coisas que ele executa segundo sua vontade que são o contrário daquilo que haveríamos de esperar?Algumas que poderíamos mencionar são as perseguições, as provações pelas quaisele nos faz passar e as ocasiões em que nós pecamos e ele revoga o pecado.

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186   Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

GLORIFICAR DEUS NA ORAÇÃO

 No resumo das instruções de Richard Baxter sobre a maneira de orar, extraído de seu Diretório Cristão, publicado em 1673, encontramos estas palavras: “Quando você esti

ver pronto para orar, evoque em sua alma a fé mais sincera naquelas coisas não vistas àsquais suas orações se referem; e ore como se a estivesse vendo o tempo todo — Deusem sua glória, o céu, o inferno, e Jesus Cristo seu Mediador nos céus”.

Há pouco tempo li uma oração de Richard Alleine, um dos puritanos, na qual disse:“Ó Senhor, nosso Deus, Tu que és altíssimo e excelso, que habitas a eternidade, sabemos que disseste que habitas com aquele que é contrito e abatido de espírito, que tuvivificas o coração dos contritos”.

Essas duas citações, então, nos levam ao estudo do que diz a Palavra de Deus com

respeito à oração intercessória. Nossa pergunta, depois de estudar a primeira petição daOração Dominical, deve ser: como nos preparamos para a oração verdadeira ao começarmos com a glorificação de seu nome? O que a Bíblia diz sobre os métodos que

 poderiam ser usados para glorificar seu nome? Vamos verificar alguns dos versículos ever o que podemos encontrar neles. Vamos ver se conseguimos encontrar alguns princí

 pios sobre a maneira em que nós, em oração, poderemos santificar seu nome.

1. Nossa oração poderá começar com Ef 1.17 ao orarmos para que Deus nos dê um

espírito de sabedoria e de revelação no conhecimento dele.2. Nossa oração poderá continuar com Ef 1.18 ao orarmos para que sejam ilumina

dos os olhos de nosso coração.

3. Daqui poderemos prosseguir com uma continuação de Ef 1.18, ao orarmos paraque possamos saber qual é a esperança de seu chamamento.

4. A oração poderá continuar com Ef 1.19 ao buscarmos entender e abranger a su prema grandeza do seu poder.

5. Poderemos terminar esse breve estudo de como glorificá-lo em oração voltando-nos a Ef 3.19 e pedir que sejamos enchidos com toda a plenitude de Deus.

Por certo há muitos outros princípios. Poderíamos procurar ainda Ef 3.18; Fp 1.9;Cl 1.9-10 e tantos outros. O importante é que não fomos deixados sem instrução naPalavra de Deus quanto à maneira de melhor glorificá-lo em nossas orações. Ao iniciarmos a Oração Dominical com essas palavras, “Santificado seja o teu nome”, certamente podemos reconhecer que nossa atitude poderá ser condicionada por alguns dos

 princípios acima.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  187 

 Estudos no Breve Catecismo 

de Westminster Pergunta 102. Pelo que oramos na segunda petição?

Resposta:  Na segunda petição, que é: “Venha o teu reino”, pedimos que o reino deSatanás seja destruído e que o Reino da graça seja adiantado; que nós e outros a elesejamos guiados e nele guardados, e que cedo venha o Reino da glória.

Referências Bíblicas: SI 68.1; 2Ts 3.1; SI 51.18; SI 67.1-3; Rm 10.1.

Perguntas:

1. O que se quer dizer com “Teu reino” nesta pergunta?A palavra “reino” nesta pergunta tem um sentido duplo: 1) O reino da graça no qualele exerce sua obra no coração de seu povo. 2) O reino da glória de Deus no outromundo. O primeiro é o início do segundo.

2. O que nossa petição compreende quando oramos ao nosso Senhor: “Venha o teu reino”?Primeiro, estamos orando para que o reino da graça de Deus tenha livre curso nestemundo e que Deus seja glorificado. Além disso, estamos orando para que o reino deSatanás na terra seja destruído. E mais, estamos orando para que o reino da graçafaça com que aqueles de nós que somos crentes sejamos os que são fortalecidos eestabelecidos aqui na terra. Segundo, estamos orando para que a segunda vinda eaparecimento de nosso Senhor seja apressado. Devemos orar seriamente para queisso aconteça no tempo de Deus e que nós estejamos prontos para essa vinda.

3. O que é o “reino de Satanás” ao qual a resposta acima se refere?O “reino de Satanás” é tudo no universo inteiro que é contrário à vontade de Deus.Satanás tem o trono de seu reino no coração de todos os homens e mulheres, pornatureza.

4. Como pode ser destruído o reino de Satanás?Só pode ser destruído pela obra de Cristo, o Filho de Deus, que veio para destruí-lo(1 João 3.8). É destruído parcialmente quando o Espírito Santo opera nos coraçõesdos pecadores mediante a Palavra de Deus, e a conversão se realiza. E finalmente

será destruído quando Jesus Cristo voltar novamente.5. Qual seria uma boa prova de que é sincera nossa oração, “Venha o teu reino”? 

Seria quando nós nos agradamos em fazer a vontade de Deus (SI 40.8).

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188  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

“ORA, VEM, SENH OR JESUS !”

Um dos puritanos costumava dizer que essas palavras estão “presas como distintivona manga da roupa de cada crente verdadeiro”. De fato, tal deve ser nosso distintivo e

nossa oração diária a ele. Toda vez que oramos essa porção da Oração Dominical (“Venha o teu reino”) deveremos estar pensando, em parte, nesse Dia maravilhoso. O poetao declara:

E hoje, que estou esperando? — Jesus meu Senhor,A Santa Palavra me diz que ele vem me buscarPara morar com ele nas mansões celestiais,E lá gozarei para sempre de seu rico amor.

Como podemos ter certeza de que nossa vida é compatível com esta maravilhosaoração que é o distintivo que usamos, por sua graça? Como podemos nos preparar paraa volta de Cristo Jesus?

Primeiro, podemos ter uma expectativa de sua volta que nos habilite, que nos motive,a fugir do pecado na nossa vida e a odiá-lo. Falando do retomo de Cristo, Paulo nos diz:“Vigiemos e sejamos sóbrios” (lTs 5.6). Devemos estar alertas em cada situação quantoao lugar aonde vamos, o que fazemos e como agimos. Em cada situação em que entramos, em cada conversa, nossa abordagem deverá estar de acordo com a oração sincera:

“Vem, Senhor Jesus”.Segundo, podemos fazer cada momento contar para Deus. Devemos estar “remindo

o tempo, porque os dias são maus” (Ef 5.16). Devemos (como a palavra “redimir”significa aqui), estar “comprando o tempo”. Devemos estar convencidos por ele quecada momento é importante para testemunhar de Jesus Cristo em nossa vida. Enquantoestivermos ocupados com a obra do Senhor, na verdade estaremos orando com nossavida, “Vem, Senhor Jesus!”

Terceiro, podemos demonstrar nosso relacionamento com ele pelo nosso interesse pelas outras pessoas. Aqui encontramos uma das maiores faltas do crente médio. Ele éalguém que certamente está muito interessado em sua própria salvação, mas não tantocom aqueles ao seu redor. Mateus 25.34-46, são palavras que devemos aplicar ao nossocoração e, à medida que efetivamente as vivermos, estaremos implorando com palavrasque se mostram em ações, “Vem, Senhor Jesus”.

Há muitíssimos outros métodos que poderíamos mencionar. A pergunta nos vem:Queremos mesmo que ele venha? Outra pergunta é feita em conjunto com essa: Nos

so desejo de que ele venha está tão firmemente implantado como distintivo em nossasmangas que estamos sempre prontos para ele? Que possa ser assim, tudo para suaglória.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  189

 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

Pergunta 103. Pelo que oramos na terceira petição?

Resposta: Na terceira petição, que é: “Faça-se a tua vontade, assim na terra como nocéu”, pedimos que Deus, pela sua graça, nos tome capazes e desejosos de conhecer asua vontade, de obedecê-la e submeter-nos a ela em tudo, como fazem os anjos no Céu.

Referências Bíblicas: Mt 6.10; SI 67; Mt 26.39; SI 119.36; 2Sm 15.25; Jó 1.21; SI

103.20-21.Perguntas:

1. O que queremos dizer com as palavras “a vontade do Senhor”?Quando oramos “Seja feita a tua vontade”, com ‘a sua vontade’ queremos dizer duascoisas; 1) Sua vontade na Providência, na qual ele determina o que fará por nós econosco. Essa é sua vontade secreta, a vontade de seus decretos (Is 46.10); 2) Suavontade que é revelada a nós na Escritura, aquela pela qual devemos orar constantemente (At 21.12-14).

2. Quando oramos para que sua vontade providencial seja feita, o que está compreendido em nossa oração?Estamos orando para que ele nos faça dispostos a aceitar sua vontade em nossa vida.Um bom exemplo disso encontra-se em 1 Sm 3.18 onde está declarado: “É o Senhor;faça o que bem lhe aprouver”. Estamos dispostos a ver Deus nos caminhos pelosquais ele nos leva, embora às vezes nosso “ver” seja pela fé.

3. Que está envolvido em nossa oração quando oramos para que sua vontade revelada  seja feita?Estamos orando para que possamos entender, por meio de sua Palavra e o auxíliodo Espírito Santo, os caminhos para os quais ele nos quer dirigir. Estamos orando:“Ensina-me a fazer a tua vontade, pois tu é o meu Deus; guie-me o teu bomEspírito” (SI 143.10).

4. Como podemos ser tomados dispostos afazer sua vontade?Devemos reconhecer que ele é nosso Deus Soberano e estarmos prontos a deixar oEspírito Santo nos dirigir nesse âmbito. Devemos reconhecer que sua vontade está

mais livre para operar em nós à medida que nosso coração está livre do amor domundo. Devemos reconhecer que o caminho dele é o melhor para nós e que algumdia nós iremos compreender isso.

5. Que tipo de obediência os anjos nos céus têm para com a vontade do Senhor?  Nosso Catecismo Maior nos conta que é uma obediência de “humildade, alegria,fidelidade, diligência, zelo, sinceridade e constância” (O Catecismo Maior Q. 192).

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190  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

O DESEJO DE CONHECER A VONTADE DE DEUS 

“Não servindo à vista, como para agradar a homens, mas como servos de Cristo,fazendo, de coração, a vontade de Deus” (Ef 6.6). “Agrada-me fazer a tua vontade, ó

Deus meu; dentro do meu coração está a tua lei” (SI 40.8). Dois versículos da Palavrade Deus e os dois falando-nos a respeito da vontade de Deus. O primeiro nos diz quetemos uma obrigação, um privilégio — de fazer a vontade de Deus como servos deCristo. O segundo nos informa que devemos agradar-nos, ter prazer, alegria em fazeressa vontade. Temos nós o desejo de fazer a vontade de Deus? Isso é algo real para nós,a cada dia?

Sempre que penso em descobrir a vontade de Deus para minha vida, imediatamenteme volto na lembrança aos versículos de minha vida: “Confia no Senhor de todo o teu

coração e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teuscaminhos, e ele endireitará as tuas veredas” (Pv 3.5,6). Muitos anos atrás comecei a verque conhecer a vontade de Deus tinha mais que ver com identificação do que cominstrução. Quanto mais perto dele eu ando mais fácil me é entender sua vontade.

Tudo isso está dizendo que um conhecimento da vontade de Deus anda sempre paralelo a um desejo de fazer a vontade de Deus. E o desejo de fazer a vontade de Deus vemcom uma atitude de compromisso com o nosso Senhor. Aqui neste hino unem-se demaneira muito linda o desejo de conhecer a vontade de Deus e o de negar o eu;

Tua vontade, ó Senhor, não a minha,Ensina-me a dizer;

 Não à minha vontade, Senhor — sim, à tuaEu quero obedecer;Então conhecerei a alegria,E teu nome engrandecerei,Quando eu, sobre a terra, cada dia,Tentar te seguir, ó meu Rei.

Se esperamos conhecer a vontade dele para nossa vida, se esperamos ser chamados por ele para fazer e conhecer — Isso é obra dele, precisamos aceitar o compromissocom ele como pré-requisito. O coração que se dispõe e aceita entregar-se a ele negando-se a si mesmo é o coração que será dirigido pelo Espírito de Deus. Vezes demaisficamos na expectativa de conhecer sua vontade sem querer pagar o preço de dizermos“Não!” ao eu. NOSSOS caminhos, nosso entendimento, nossos desejos precisam serentregues a ele e então poderemos orar as palavras: “Ensina-me a fazer a tua vontade,

 pois tu és o meu Deus...” (SI 143.10). E ele então responderá conduzindo-nos com suamão suave.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster 191

 Estudos no Breve Catecismo 

de Westminster Pergunta 104. Pelo que oramos na quarta petição?

Resposta: Na quarta petição, que é: “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje”, pedimosque da livre dádiva de Deus recebamos uma porção suficiente das coisas boas destavida, e gozemos com elas das suas bênçãos.

Referências Bíblicas: Mt 6.11; Pv 30.8-9; Gn 28.20; lTm 4.4-5.

Perguntas:

1. Qual a melhor interpretação que podemos dar àpalavra “pão” nesta pergunta?A palavra “pão” pode ser interpretada como sendo todas as coisas necessárias queDeus nos dá nesta vida. Um excelente versículo sobre isso é Pv 30.8 - “Não me dêsnem a pobreza nem a riqueza; dá-me o pão que me for necessário”.

2. Por que devemos dar atenção à palavra “dar” nesta pergunta?O Senhor teve uma boa razão em usar a palavra “dar” aqui. É para nos fazer lembrarque essas coisas são dádivas do alto. Muitas vezes aceitamos como normal seu suprimento de necessidades nossas. Devemos lembrar que ele se deleita em dar e nós,então, precisamos ser agradecidos!

3. Será que o Senhor está falando aqui em bênçãos espirituais bem como nas coisas boas desta vida aqui?Parece que o Senhor aqui está se referindo simplesmente às coisas bôas desta vida. AOração Dominical é completa e esta é a porção que tem que ver com as coisas

temporais enquanto as coisas espirituais estão compreendidas em outras petições.4. É necessário orarmos diariamente por essas coisas boas?

Sim, é necessário porque ele nos ensinou assim. Além disso, ele nos ensinou a viverum dia de cada vez (Mt 6.34).

5. O que podemos aprender com as palavras “pão nosso” nesta pergunta?Podemos aprender que é nosso só por nós termos trabalhado por ele, tudo para aglória de Deus. Se obtivemos “nosso pão” por meios falsos não é verdadeiramentenosso aos olhos de Deus.

6. Poderia comentar a palavra “nos” nesta pergunta?É interessante notar que a palavra “nos” é usada. Aqui temos a oportunidade detornar conhecidos ao Senhor os nossos desejos para incluir nossos semelhantes emnossa oração. A Palavra de Deus nos insta a orar constantemente por nossos semelhantes e a amá-los.

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192  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

 APRENDER A VIVER CONTENTE 

“Aprendi a viver contente em toda e qualquer situação” (Fp 4.11). Quando oramos“O pão nosso de cada dia dá-nos hoje” estamos orando para que ele nos ensine a viver

contente com aquilo que temos, uma porção diária das chuvas de bênçãos. Estamosorando para que ele nos discipline a viver um dia de cada vez em lugar de fazermos aoração que está cheia de ganância e que clama: “Mais, Mais!”

William Hendriksen observa aqui: “A satisfação de uma necessidade material nãodeverá ser interpretada como sendo nem o motivo verdadeiro nem a medida de minhaalegria. Pelo contrário, quaisquer que fossem as circunstâncias exteriores, eu ainda estaria satisfeito. A experiência que tive na minha conversão, e também as provações subseqüentes por amor a Cristo e seu evangelho, uma lição me ensinaram. O caminho que

viajei levou-me cada vez mais perto de Cristo, de seu amor, de seu poder, sim, perto deCristo e do contentamento nele. O próprio contentamento assim é riqueza para mim”.(Um Comentário sobre a Epístola aos Filipenses). É um bom comentário sobre Fp 4.11e também sobre a quarta petição da Oração Dominical.

Que Deus nos ajude a aprender a orar pelo “pão nosso de cada dia” e sentir com aoração que estamos contentes com o que temos. Vamos nos lembrar sempre que temosmuito mais do que merecemos e que Deus é perfeitamente capaz de nos dar muitomenos do que temos! Devemos estar bendizendo a Deus pelo nosso pão diário, reconhecendo que ele sabe o que é melhor para nós. É uma lição que temos de aprender,tudo para sua glória.

Faz alguns anos, Deus me deu o privilégio de observar uma menina de 8 anos deidade mostrando o quarto para outra menina que o estaria compartilhando. Era umaescola para crianças de lares desfeitos onde eu estava servindo ao Senhor. Os olhos damenina passaram pelo quarto, incluíram a cama, os lençóis limpos, a cômoda de trêsgavetas, seu próprio espaço no armário embutido. Ela virou-se para mim e disse: “Tudo

 para mim? Uau! Isso é como o céu!” Pode ser difícil algumas pessoas entender seuentusiasmo, mas deve ser notado que de onde ela vinha essas coisas não eram comuns para ela. Sua vida havia se passado sem essas maravilhas. Uns três meses mais tarde elachegou perto de mim, pegou-me pela mão, e disse: “Obrigado de novo por todas ascoisas que eu tenho!” Ela estava contente, e parte de seu contentamento foi motivado

 por reconhecimento de que: 1) Ela não merecia o que tinha; 2) Ela estava muito melhordo que estivera. Possamos nós aplicar sua posição material e reconhecimento a nossa posição espiritual! Que nossa oração seja feita numa atitude de contentamento: “O pão

nosso de cada dia dá-nos hoje”.

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  193

 Estudos no Breve Catecismo 

de Westminster Pergu nta 105. Pelo que oramos na quinta petição?

Resposta: Na quinta petição, que é: “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nóstemos perdoado aos nossos devedores”, pedimos que Deus, por amor de Cristo, nos

 perdoe gratuitamente os nossos pecados, o que somos animados a pedir, porque, pelasua graça, somos habilitados a perdoar de coração ao nosso próximo.

Referências Bíblicas: Mt 6.12; SI 51.1 ,2 ,7 ,9 ; Dn 9.17-19; Lc 11.4; Mt 18.35.

Perguntas:

1. Por que a palavra “e ” aparece nesta petição?A palavra “e” é usada para ligá-la à petição anterior. Devemos reconhecer que nossasnecessidades não serão supridas a não ser que sejamos fiéis para fazer algo comrespeito à confissão de nossos pecados.

2. Por que a palavra é “dívidas” e não “pecados” na oração. Qual é a diferença? Aqui não há diferença entre as duas palavras. As “dívidas” de que se fala são osnossos pecados, quer seja o pecado original, pecados reais, ou pecados de comissãoe omissão.

3. Épossível que todos os nossos pecados sejam perdoados?Sim, a Palavra de Deus nos ensina: “Se observares, Senhor, iniqüidades, quem Senhor, subsistirá? Contigo, porém, está o perdão, para que te temam” (SI 130.3-4).Todos os pecados podem ser perdoados exceto o pecado contra o Espírito Santo.

4. Seria possível qualquer homem perdoar pecado, ou o homem ser digno de ter seu  pecado perdoado? Nenhuma das duas coisas é possível, pois só Deus pode perdoar pecado (Mc 2.7) enós não temos mérito próprio (Ver Catecismo Maior  P. 194).

5. Podemos ver a base de nosso perdão nessa petição?Sim, há uma base do nosso perdão e é um estímulo. A base é que pela graça deleseremos habilitados a perdoar os outros e portanto nós seremos perdoados.

6. Como podemos saber que nossos pecados são perdoados?Podemos saber disso com base nas promessas da Bíblia (Mq 7.18,19).

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194 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  

 PERDOAR OS OUTROS 

É uma verdade bíblica que só Deus pode perdoar quando pecamos contra ele. Tam bém é verdade da Bíblia que temos a responsabilidade de perdoar outras pessoas.

Alexander Pope disse:Ensina-me a sentir a tristeza de um outro,A esconder a falta que vejo assim;Que eu mostre a compaixão a outrosQue outros possam demonstrar a mim.

A capacidade que mostramos de perdoar os outros é uma prova de que Deus está nos perdoando. Contudo, muitas vezes em nossa vida ouvimos que “o perdão” é uma linda

idéia contanto que seja “o outro” que tenha de perdoar. Algumas pessoas irão nos apresentar todo tipo de argumento contra o perdão. Um dirá: “Você perdoaria a Gestapo setivesse sido um judeu durante a Segunda Grande Guerra?” Pode bem ser que C.S. Lewistenha acertado a resposta quando disse: “Não estou tentando dizer a você o que eu

 poderia fazer — estou dizendo-lhe o que o cristianismo é. Eu não o inventei. E ali, bemno meio dele, eu encontro ‘perdão’. O cristianismo diz: ‘Perdoa-nos as nossas dívidasassim como nós temos perdoado aos nossos devedores”’.

Agostinho disse: “Somos bem lembrados, ainda, de que o temperamento não

 perdoador, à parte de qualquer erro exterior, em si constitui o pecado do servoincompassivo”. Talvez seja preciso que nos lembremos do que Paulo disse para quesejamos ajudados na compreensão desse assunto do perdão. Ele disse: “Suportai-vosuns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contraoutrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós” (Cl 3.13).

Precisamos ter em mente o princípio fundamental de que não podemos perdoar anão ser que tenhamos sido perdoados, e nosso perdão para com os outros deve estarem conformidade com o modo como fomos perdoados por Deus! O perdão que dele

recebemos não foi baseado em nada bom que ele visse em nós. O perdão dele foicaracterizado por graça, por compaixão. Ele foi misericordioso para conosco e seuamor por nós foi longânimo, bondoso, paciente. Tal deve ser nossa atitude para comnossos semelhantes.

 Nosso método, no entanto, costuma ser: “Veja a coragem de Fulano! Se ele pensaque vou me esquecer disso, está enganado! Dou o troco, pode deixar!” Mas tal atitudeé muito contrária à Palavra de Deus. Se fomos prejudicado por alguém, devemos noslembrar que merecemos muito pior. Não éramos nada e prejudicamos o nome de Deus,mas em sua misericórdia ele nos perdoou. Em matéria de perdão, é só lembrar o que elefez por nós, e quanto a outras pessoas, é só esquecer, ter memória curta!

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  195

 Estudos no Breve Catecismo 

de Westminster Pergunta 106. Pelo que oramos na sexta petição?

Resposta: Na sexta petição, que é: “E não nos deixes cair em tentação”, pedimos queDeus nos guarde de sermos tentados a pecar, ou nos preserve e livre, quando formostentados.

Referências Bíblicas: Mt 26.41; ICo 10.13; SI 51.10-12; Mt4.3.Perguntas:

1. O que queremos dizer quando falamos em ser tentados a pecar?Queremos dizer que somos fortemente atraídos ao mal do pecado.

2. De onde vêm essas tentações?Elas vêm de dentro e de fora de nós. De dentro vêm porque o coração é inclinado aomal. De fora vêm de Satanás que é chamado o tentador na Bíblia (Mt 4.3).

3. Épossível os cristãos serem tentados e arrastados para o pecado?Sim, é possível os cristãos andarem na carne, não estarem alertas aos artifícios dodiabo e não reconhecerem a imundície de seu coração.

4. Somos capazes de resistir às tentações ao pecado por nós mesmos? Não. Somos incapazes de resistir a elas pelas nossas próprias forças. E preciso confiarmos no poder do Senhor e pedir-lhe graça para resistir ao diabo em nossa vida.

5. As tentações de Satanás são irresistíveis para os crentes?

 Não, suas tentações não são irresistíveis. A Palavra de Deus nos diz que podemosresistir a elas e há exemplos na Bíblia de crentes que foram capacitados, pela graça deDeus, a resistir às tentações de Satanás.

6. Qual é o significado quando pedimos que Deus nos guarde de sermos tentados a  pecar e nos livre do mal?

Estamos pedindo que ele nos guarde de cair na tentação, se for da sua vontade.Entretanto, se cairmos na tentação estamos pedindo que ele nos recupere dela e queele domine em nossa vida e faça com que nossa queda resulte em algo para sua

glória.

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196   Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

SANTANÁS O TENTADOR!

Em 1 Tessalonicenses 2.18 Paulo declara: “Por isso, quisemos ir até vós (pelo menoseu, Paulo...); contudo Satanás nos barrou o caminho”. Paulo foi um homem que estava

sempre em luta contra Satanás. E Paulo foi um cristão salvo pela graça. Contudo, muitos cristãos parecem ter a idéia de que não existe tal coisa como o Diabo, nenhuma pessoa indo e vindo neste mundo como Satanás. Esses crentes até cantam:

Se nos quisessem devorarDemônios não contados,

 Não nos iriam derrotar Nem ver-nos assustados.O príncipe do mal

Com seu plano infernalJá condenado está!Vencido cairáPor uma só palavra. (Lutero, tr.Von Hafe, Novo Cântico,  155)

Entretanto, mesmo enquanto cantam esse hino maravilhoso (Castelo Forte É Nosso  Deus) com força total, muitos crentes se recusam a reconhecer que existe um “Tentador” e que ele, dia após dia, está ativamente empenhado na tentativa de derrotar ocristianismo vitorioso.

A Palavra de Deus está cheia de conselhos para os filhos de Deus com respeito aSatanás. Descreve-o como adversário (Ap 12.10; lPe 5.8). Descreve-o como procurando peneirar os crentes como trigo (Lc 22.31). Descreve-o como tentador dos cristãos(Mt 4.3-11). Thomás à Kempis diz ao crente: “Saiba que o antigo inimigo luta por todosos meios para impedir seu desejo de ser bom e para o fazer evitar todos os exercíciosreligiosos. Ele lhe sugere muitos pensamentos maus, para que possa lhe causar tédio ehorror e fazê-lo abandonar a oração e a leitura bíblica”.

É tão importante o crente reconhecer que Satanás existe! Quão freqüente é ele ganhar as batalhas, simplesmente por convencer os crentes de que não existe nada do tipode um diabo pessoal — e isso o deixa livre para estabelecer suas fortalezas para oataque. Além do mais, é tão importante o crente saber que o poder de Satanás não ésupremo! O poder dele é limitado. Foi assim no caso de Jó. É assim hoje no caso de cadacrente.

Quando somos tentados para o mal devemos reconhecer quem é nosso inimigo eenfrentar a batalha com a armadura de Deus. Somos soldados, estamos em guerra, e

nossa força está na armadura de Deus. Que Deus nos ajude, da próxima vez que formostentados, a nos voltar à “espada” que possuímos, a Palavra de Deus, e a usá-la. Que

 possamos abrir a Bíblia no capítulo 6 de Efésios, inventariar nosso armamento e pedirque Deus conceda sua graça para o empregarmos contra o diabo!

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 Estudos no Breve Catecismo de Westminster  197 

 Estudos no Breve Catecismo 

de Westminster Pergunta 107.0 que nos ensina a conclusão da Oração Dominical?

Resposta: A conclusão da Oração Dominical, que é: “Porque teu é o reino, o poder e aglória, para sempre. Amém”, ensina-nos que na Oração devemos confiar somente emDeus, e louvá-lo em nossas orações, atribuindo-lhe reino, poder e glória. E em testemunho do nosso desejo e certeza de sermos ouvidos, dizemos: “Amém”.

Referências Bíblicas: Dn 9.18-19; lCr 29.11-13; Ap 22.20-21; ICo 14.16.

Perguntas:

1. O que podemos aprender com a palavra "porque” ou “pois” nesta pergunta? Podemos aprender com isso que estamos concluindo nossa oração com uma baseforte. Temos grandes e poderosos argumentos da Palavra de Deus para todas asnossas petições. Estamos simplesmente dizendo: “Senhor, por causa de quem tu és,

 por causa da soberania do teu poder, concede nossas petições!”

2. O que queremos dizer nessa oração com “o reino, e o poder, e a glória”? Nosso Catecismo Maior  (P. 196) nos diz que o significado para nós é “a soberaniaeterna, onipotência e gloriosa excelência” de Deus unicamente.

3. O que é seu “reino” conforme mencionado nesta pergunta?Aqui estamos nos referindo a Deus como Criador e como Redentor. O primeiro dizrespeito ao reino da natureza e o segundo ao reino da graça.

4. Por que acrescentamos a palavra “poder” a esta parte da oração?Acrescentamos poder” aqui porque desejamos que Deus realize a vontade dele paranós. Reivindicamos pela fé o poder de ele de fazer isso (Rm 4.21).

5. Ao acrescentarmos a palavra “glória”, o que estamos querendo dizer?Aqui queremos dizer que devemos louvá-lo continuamente pelas suas maravilhosasobras aos filhos dos homens. Deus deve ser louvado sem cessar por nós porque ele églorioso!

6. Qual é o significado do uso da palavra “Amém” para finalizar nossa oração?

Ela é usada com o significado de “Assim seja” da nossa parte. É nossa sinceridade defé e intensidade de desejo.

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198  Estudos no Breve Catecismo de Westminster 

 AMÉM 

E muito apropriado terminar nossos estudos do catecismo com “Amém”, da mesmaforma que sempre completamos nossas orações com esta palavra grandiosa que vem da

Palavra de Deus. Como tão bem observa a pergunta do catecismo, o Deus com quemnos relacionamos pode nos ajudar. Ele é o Todo-Poderoso e Soberano Deus. Ele é oreino e o poder e a glória. De fato fazemos bem em terminar uma afirmação dessanatureza com “Amém”, querendo com isso oferecer uma demonstração sincera de nossa fé no fato de que ele é totalmente capaz de fazer muito além do que pedimos ou

 pensamos!

A palavra “Amém” é uma indicação de reverência, é uma forma de dizer: “Que sejaassim em verdade!” Vem de uma palavra hebraica que significa “fiel” e é usada no Novo

Testamento grego cinqüenta vezes como a palavra “Amém” e mais cem vezes como a palavra “verdadeiramente” ou “na verdade” com o mesmo sentido.

A palavra vem sendo usada de três maneiras pela igreja de Jesus Cristo. Tem sidousada em uníssono pela congregação no final da Oração Dominical. Muitos não têmidéia nenhuma do que estão dizendo e certamente será preciso que alguém lhes ensine osentido da palavra. Tem sido usada pela congregação em muitas igrejas litúrgicas nofinal da oração feita pela pessoa que está orando. Nesse caso a intenção não é simplesmente indicar que a oração terminou, mas que aqueles que estão prestando culto ali

estão respondendo sinceramente à oração que foi pronunciada.

Há uma terceira forma em que tem sido usada na igreja. É como um “Amém” duranteo sermão, da parte dos que estão prestando culto, à medida que respondem à pregaçãoda Palavra de Deus. De fato, isso poderá até ser usado quando não cabe, tomando-seum hábito em vez de uma resposta sentida no coração. No entanto, será que não estáfaltando algo na pregação, ou na reação, ou em ambas, quando anos se passam sem queum “Amém! ” escape de vez em quando?

É uma boa conclusão para nossos estudos do catecismo. O Breve Catecismo deve sermuito valorizado por nós. Contém as convicções confessionais nas quais se encontranosso sistema de doutrina, conforme ensinado nas Sagradas Escrituras. Contém o zeloevangelístico que precisa constituir parte de nós se queremos salvaguardar a fé que nosfoi entregue. Que Deus nos ajude a continuar a estudar esse catecismo, tudo para aglória de Deus. Amém.

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