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Volume 1, Número 2 ISSN 2527-0532 João Pessoa, 2017 Artigo BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO Páginas 29 a 42 29 BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO SHORT HISTORICAL CONTEXTUALIZATION OF THE ALPHABETIZATION AND LITERACY BREF HISTORIQUE DE L'ALPHABETISATION ET DE L'ALPHABETISATION Estefania Cabral de Souza da Silva 1 Terezinha de Jesus Brito 2 RESUMO: A temática Alfabetização e Letramento há algumas décadas é debatida no cenário educacional brasileiro e ainda permite dúvidas ou equívocos em profissionais da educação que atuam nas séries iniciais do ensino fundamental, mas, principalmente, entre os acadêmicos das licenciaturas. Visando fomentar, ao mesmo tempo reforçar esse debate, este artigo faz uma abordagem história sobre a alfabetização e o letramento no Brasil, com o objetivo de apresentar uma revisão bibliográfica a partir de autores renomados no assunto. Um breve percurso da alfabetização desde o Brasil-Colônia até a República enfatizando os séculos XX e XXI, com a contribuição de autores como: Aranha (2006), Ferreiro e Teberosky (1985), Ferreiro (1996), Mortatti (2006), entre outros. Complementarmente, apresenta-se o letramento a partir da provável origem, conceitos, passando pela trajetória no Brasil nas ultimas décadas e a situação atual na estrutura educacional do país. Tudo isso alicerçado em Soares (2010), Tfouni (1995 e 2010), Kleiman (1995), além de outras fontes. No final, esboça-se uma ideia de aliar a alfabetização com o letramento no desenvolvimento da aprendizagem da criança no 1 Professora de Língua Portuguesa e Literatura do quadro efetivo do Governo do Estado do Amapá; Licenciada em Letras-Francês; Especialista em Linguística Aplicada e Mestranda em Ciência da Educação; e-mail: [email protected] 2 Licenciada e Bacharelada em Ciências Sociais, Teóloga, Cientista política, Doutoranda em Ciência da Educação pela OLFORD WALTERS UNIVERSITY, Professora Especialista em Docência do Ensino Superior, Gestão de Pessoas, Coordenação e Supervisão Pedagógica, COACH, e-mail: [email protected]

BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA …revistatcbrasil.com.br/wp-content/uploads/2017/09/1203.pdf · Brasil-colônia com a catequese, ensino secundário, as reformas pombalinas,

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BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

Páginas 29 a 42 29

BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA ALFABETIZAÇÃO E

LETRAMENTO

SHORT HISTORICAL CONTEXTUALIZATION OF THE

ALPHABETIZATION AND LITERACY

BREF HISTORIQUE DE L'ALPHABETISATION ET DE

L'ALPHABETISATION

Estefania Cabral de Souza da Silva1

Terezinha de Jesus Brito2

RESUMO: A temática Alfabetização e Letramento há algumas décadas é debatida no

cenário educacional brasileiro e ainda permite dúvidas ou equívocos em profissionais da

educação que atuam nas séries iniciais do ensino fundamental, mas, principalmente, entre

os acadêmicos das licenciaturas. Visando fomentar, ao mesmo tempo reforçar esse

debate, este artigo faz uma abordagem história sobre a alfabetização e o letramento no

Brasil, com o objetivo de apresentar uma revisão bibliográfica a partir de autores

renomados no assunto. Um breve percurso da alfabetização desde o Brasil-Colônia até a

República enfatizando os séculos XX e XXI, com a contribuição de autores como: Aranha

(2006), Ferreiro e Teberosky (1985), Ferreiro (1996), Mortatti (2006), entre outros.

Complementarmente, apresenta-se o letramento a partir da provável origem, conceitos,

passando pela trajetória no Brasil nas ultimas décadas e a situação atual na estrutura

educacional do país. Tudo isso alicerçado em Soares (2010), Tfouni (1995 e 2010),

Kleiman (1995), além de outras fontes. No final, esboça-se uma ideia de aliar a

alfabetização com o letramento no desenvolvimento da aprendizagem da criança no

1 Professora de Língua Portuguesa e Literatura do quadro efetivo do Governo do Estado do

Amapá; Licenciada em Letras-Francês; Especialista em Linguística Aplicada e Mestranda em

Ciência da Educação; e-mail: [email protected] 2 Licenciada e Bacharelada em Ciências Sociais, Teóloga, Cientista política, Doutoranda em

Ciência da Educação pela OLFORD WALTERS UNIVERSITY, Professora Especialista em

Docência do Ensino Superior, Gestão de Pessoas, Coordenação e Supervisão Pedagógica,

COACH, e-mail: [email protected]

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processo de aquisição do domínio do código escrito da língua materna e sua dimensão

social.

Palavras-Chave: Alfabetização; Letramento; Trajetória Histórica; Dimensão Social.

ABSTRACT: The theme Alphabetization and Literacy for some decades has been

discussed in Brazilian educational scenario and still allows doubts or misunderstandings

in education professionals that work on the first grades of the elementary school, but,

mainly, between the academics of the licentiates. Aiming at foster, and at the same time

reinforce this debate, this article makes an historical approach about the alphabetization

and the literacy in Brazil, with the objective of introduce a bibliographic review from the

renowned authors in the subject. A short course of the alphabetization from the colonial

Brazil to the Republic emphasizing the 20th century and the 19th century, with the

contribution of the authors like: Aranha (2006), Ferreiro e Teberosky (1985), Ferreiro

(1996), Mortatti (2006), among others. In addition, it features the literacy from the

probable origin, concepts, passing through the trajectory on Brazil in the last decades and

the current situation on the educational structure from the country. Everything based in

Soares (2010), Tfouni (1995 and 2010), Kleiman (1995), and others as well. In the end,

it shows up an idea of ally an alphabetization with the literacy on the development of the

children’s learning in the process of acquisition of the domain of the writing code, the

native language, and its social size.

Keywords: Alphabetization; Literacy; Historical Trajectory; Social Size.

RESUME : Les décennies il y a le thème alphabétisation et est débattue dans le scénario

éducatif brésilien et permet des questions ou des idées fausses de professionnels de

l'éducation qui travaillent dans les premières années de l'école primaire, mais surtout

parmi les universitaires des degrés. Afin de promouvoir en même temps renforcer ce

débat, cet article est une approche de l'histoire à l'alphabétisation et l'alphabétisation au

Brésil, dans le but de présenter une revue de la littérature des auteurs de renom sur le

sujet. Un bref cours d'alphabétisation du Brésil colonial à la République mettant l'accent

sur le vingtième et vingt et unième, avec la contribution des auteurs tels que: Spider

(2006), Forgeron et Teberosky (1985), Smith (1996), Mortatti (2006), entre autres. De

plus, il présente l'alphabétisation à l'origine probable, concepts, par le cours au Brésil au

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cours des dernières décennies et la situation actuelle dans la structure éducative du pays.

Tout ce bâtiment sur Soares (2010), Tfouni (1995 et 2010), Kleiman (1995), ainsi que

d'autres sources. En fin de compte, ébauché une idée de combiner l'alphabétisation avec

l'alphabétisation dans le développement de l'apprentissage dans l'acquisition du domaine

de code écrit de l'enfant de la langue maternelle et sa dimension sociale.

Mots-clés: alphabétisation; l'alphabétisation; trajectoire historique; La dimension sociale.

INTRODUÇÃO

A partir da década de 1980 o termo “letramento” começa a ser discutido, mas essa

discussão acontece em um universo, que antes, era só da alfabetização desde o tempo do

Brasil-Colônia. Essa palavra moderna, porém, com significado amplo, gerou muitas

dúvidas entre os profissionais da educação e acadêmicos voltados para as séries iniciais

do ensino fundamental a respeito da origem, significado e função do letramento no

processo de alfabetização. Neste sentido, faz-se necessária uma abordagem histórica da

alfabetização e do letramento no Brasil, mesmo que breve – motivo da escolha do tema -

cujo objetivo é apresentar uma revisão bibliográfica para traçar a trajetória da temática

em questão.

Acreditamos na relevância da discussão para o meio acadêmico e para os

educadores, uma vez que a ideia central é ampliar ou, até mesmo, prover esse

entendimento através da apresentação de um breve percurso da alfabetização desde o

Brasil-Colônia até a República, enfatizando os avanços conquistados, principalmente, nos

séculos, XX e XXI. Para dar conta dessa demanda, a pesquisa para embasamento teórico

deste artigo apoiou-se em autores renomados, reconhecidamente qualificados no meio

acadêmico sobre o tema em questão, trata-se da contribuição de Aranha (2006), Ferreiro

e Teberosky (1985), Ferreiro (1996), Mortatti (2006), dentre outros.

O artigo apresenta os períodos históricos e como se dava a educação, é o caso do

Brasil-colônia com a catequese, ensino secundário, as reformas pombalinas, entre outros.

Do Brasil Império destaca-se a lei de 1827 que objetivava criar escolas em todos os

lugares possíveis, apesar de ser considerada utopia, de difícil execução. O século XIX se

destaca pela chagada dos materiais impressos, o que foi considerado um avanço

importante para a educação daquele período. As tecnologias começavam a refletir na

maneira de alfabetizar, apesar da precariedade de estrutura das escolas e a divisão do tipo

de ensino por classe social e o conteúdo a ser ensinado a cada público.

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Na alfabetização, que chamada de “instrução” naquela época, surge como apoio

didático as famosas “Cartas de ABC”, mas é no século XX que avança-se para o

desenvolvimento e consolidação de métodos, a exemplo da “Marcha Sintética” que por

muito tempo foi utilizada nas séries iniciais, depois surgiu o “Método Misto” que por

algum tempo orientou o processo de alfabetização até a chegada do “Construtivismo”,

que não era método, mas um modelo idealizado para uma educação do ponto de vista da

formação geral do indivíduo.

Com relação ao letramento buscou-se nomes incontestáveis para a discussão

relacionada a trajetória histórica no Brasil e algumas referências externas, é caso de

Soares (2010), Tfouni (1995 e 2010), Kleiman (1995), além de outras fontes. Neste estudo

mostra-se a origem e conceitos de letramento, além disso, busca-se delinear a trajetória

histórica no Brasil, enfatizando as últimas décadas do século XX e esse inicio do século

XXI e a situação educacional do período. A parte final do artigo aborda a perspectiva

atual do letramento no processo de alfabetização que é, principalmente, a dimensão social

do domínio do código escrito da língua materna. E para destacar a ideia de letramento

(ROJO, 2009 p. 44 APUD SOARES, 2003) diz que: “Para ler, por exemplo, não basta

conhecer o alfabeto e decodificar as letras em som da fala. É preciso também compreender

o que se lê, isto é, acionar o conhecimento de mundo para relacioná-los com os temas do

texto, [...]. É preciso também interpretar, criticar, dialogar com o texto: contrapor a ele

seu próprio ponto de vista, detectando o ponto de vista e a ideologia do autor, situando o

texto em seu contexto.”, essa ideia motiva-nos a colocar em evidencia a história que

inspirou ideias como esta no Brasil.

PERCURSO HISTÓRICO DA ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL – DA COLÔNIA

À REPÚBLICA

A educação no Brasil-Colônia perpassou por diversas fases elencadas

cronologicamente: A fase heroica - de 1549 a 1570 – quando aconteceu a catequese,

posteriormente, veio a fase de consolidação com a expansão do ensino secundário nos

colégios, na sequencia as reformas pombalinas - de 1749 a 1808 – com a instrução pública

e, finalmente, o período Joanino - de 1808 a1822 – quando da permanência da Família

Real no Brasil.

No século XVI, com a chegada dos jesuítas ao Brasil, iniciou-se o ensino das

primeiras letras, basicamente no ano de 1549, encabeçados pelo padre Manoel da

Nóbrega e, com eles, a vinda do primeiro governador-geral Tomé de Sousa. Exatamente

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quinze dias depois, os missionários colocaram para funcionar, na cidade de salvador, uma

escola “de ler e escrever”. Era o início do processo de criação de escolas elementares,

secundárias, seminários e missões difundidas pelo Brasil. A escola de ler e escrever

limitava-se a ensinar aos meninos boas maneiras e a técnica da leitura e da escrita. O

colégio era o seminário, e ensinava-se principalmente Moral, Filosofia e Línguas

Clássicas. Depois, podia-se estudar Teologia, Direito ou Medicina na Universidade de

Coimbra, coordenada pelos Jesuítas.

Em um período de 210 anos, os jesuítas trabalharam a favor da catequização dos

índios e educação dos filhos dos colonos. A princípio os filhos dos índios aprendiam a ler

e escrever ao lado dos filhos dos colonos, o Padre José de Anchieta usava variedades de

recursos para ganhar a atenção das crianças, dentre eles: o teatro, a dança, a poesia, a

música [...]. ‘RATIO STUDIORUM’ era o nome do método pedagógico utilizado pelos

jesuítas. O professor Luís Fernando Conde Sagenis, clarifica que em 1585 foi criada a

custódia de Santo Antônio do Brasil, em Olinda-PE, onde os franciscanos fundaram um

internato para os curumins (filhos dos índios) e lá ensinava-se o catecismo, ler, escrever

e a contar. Posteriormente, a atividade estendeu-se para outros estados, os jesuítas já não

se ocupavam somente nas missões, mas, também, na educação da elite.

Em pleno século XVll a Companhia de Jesus (dirigida pelos padres) continuava

atuante com mais de seiscentos colégios espalhados pelo mundo. A chegada da escrita

alfabética portuguesa ao Brasil por essa companhia possibilitou a criação de novos

referenciais, além do estabelecimento de outra relação com os nativos e colonizadores

aqui presentes naquele contexto.

Com a proclamação da Independência do Brasil, em 1822 - período marcado por

crises econômicas - a situação era bastante caótica e na educação, principalmente, no

ensino elementar ocorreram poucos avanços. Porém, com a instituição da lei de 1827, a

única que por mais de um século determinara a criação de escolas de primeiras letras em

todas as cidades, vilas e lugarejos (art.1º) e, no art. XL, as escolas de meninas nas cidades

e vilas mais populosas, porém, esta lei fracassou àquele ideal de ensino para todos e logo

foi considerada inexequível.

Em meados do século XlX , inicia-se o uso das cartilhas, em que passou-se a

investir em materiais impressos. Contudo, a educação primária encontrava-se em

decadência, em crise e condições precárias, com evidências mínimas de mudanças

positivas no ensino. Segundo o que Cynthia Greive (2007) enfatiza sobre o fato das

mulheres de camadas populares só participarem das aulas de instrução elementar e cursos

profissionalizantes, enquanto as mulheres das classes elitistas eram educadas com outros

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objetivos, cujo principal deles era prepara-las para as atividades do lar e a adequada

convivência social.

A educação no período imperial necessitava de organização, pois a existência de

escolas era mínima e o que predominava nelas consistia em salas adaptadas que recebiam

alunos de todas as séries, prédios inapropriados para fins educacionais, aplicação das

chamadas “aulas régias” e o material ao qual se dispunha para o ensino da leitura era

precário. Nesse período iniciava-se o ensino da leitura em materiais impressos com as

chamadas “Cartas de ABC”. No decorrer de todo o século XIX e nas primeiras décadas

do século XX, o termo mais comum para designar o ensino das primeiras letras, como

também todo o processo de escolarização, era chamado de “instrução”.

Com o intuito de consolidação desse novo formato de ensino da leitura e da escrita,

nessa época, utilizou-se MÉTODO DE MARCHA SINTÉTICA (da "parte" para o

"todo"): da soletração (alfabético), partindo do nome das letras; do fônico (partindo dos

sons correspondentes às letras); e da silabação (emissão de sons), partindo das sílabas.

Dever-se-ia, assim, iniciar o ensino da leitura de três formas diferentes: 1) com a

apresentação das letras e seus nomes (método da soletração/alfabético); 2) de seus sons

(método fônico) ou 3) das famílias silábicas (método da silabação), sempre de acordo

com certa ordem crescente de dificuldade. Na sequencia, reunidas essas letras ou os sons

em sílabas, ou conhecidas tais famílias silábicas, ensinava-se a ler palavras formadas com

essas letras e/ou sons e/ou sílabas e, por fim, ensinavam-se frases isoladas ou agrupadas.

Para Emília Ferreiro (1996) a leitura e escrita são sistemas construídos paulatinamente.

As primeiras escritas feitas pelos educandos no início da aprendizagem devem ser

consideradas como produções de grande valor, porque de alguma forma os seus esforços

foram colocados nos papeis para representar algo.

Posteriormente surge o método identificado como “MISTO”, que é a conhecida –

cartilha estruturada a partir de um silabário, que foi utilizado por algum tempo orientando

os processos de alfabetização e, finalmente, chega o Brasil o “CONSTRUTIVISMO”,

uma ideia de educação influenciada pela Psicogênese da Língua Escrita, da argentina

Emília Ferreiro e de Ana Teberosky, sendo este um modelo e não um método. Neste

modelo de aquisição do conhecimento a criança é sujeito ativo no processo, isto é,

constrói o próprio conhecimento. O Suíço Piaget já vinha desenvolvendo esta tese

anteriormente.

Na atualidade, que compreende o final do século XX e início do século XXI, a

discussão sobre alfabetização se faz presente nos diversos níveis de ensino, dentre eles:

ensinos fundamental, médio e superior. Alunos em fase de conclusão da educação básica

ou iniciantes da educação superior, que não conseguem escrever um pequeno texto coeso

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e coerente é uma realidade recorrente em escolas e faculdades. Muitas são as tentativas

para superar o analfabetismo e melhorar a qualidade da educação neste momento do país

pós Redemocratização.

Vale ressaltar que o surgimento de programas do Governo Federal contribuiu

significativamente para o processo de alfabetização: o (Profa) Programa de Formação de

Professores Alfabetizadores foi lançado pelo Ministério da Educação (MEC) em 2001.

Tratava-se de um curso que tinha por objetivo reparar a formação precária dos professores

alfabetizadores e suprir a escassez de materiais pedagógicos e de referências teóricas para

dar suporte à criação de propostas pedagógicas eficientes. Foi a primeira política pública

criada para a alfabetização no Ensino Fundamental. O programa foi extinto em 2003; o

(Pró-Letramento) foi lançado em 2006 pelo MEC como parte integrante da Rede

Nacional de Formação Continuada de Professores e, através de parcerias com as

universidades federais, promoveu por alguns anos a formação dos professores docentes

nas séries iniciais do ensino fundamental. A ênfase nesse programa é alfabetizar

trabalhando os gêneros textuais de circulação na realidade da criança; o (Pnaic), lançado

em 2012, Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, procura unir municípios,

estados e União em torno da meta de alfabetizar todas as crianças até os 8 anos de idade,

ao fim do 3º ano do Ensino Fundamental. Este é voltado somente para o ciclo de

alfabetização (1º ao 3º ano do Ensino Fundamental). É o programa vigente no país; já o

Programa Brasil Alfabetizado (PBA), realizado desde 2003, é voltado para a

alfabetização de jovens, adultos e idosos. Tornou-se uma importante porta de acesso à

cidadania e o despertar do interesse pela elevação da escolaridade, além de contribuir na

diminuição dos índices de analfabetismo no Brasil.

Para Magda Soares (2010, p. 31), “alfabetização é a ação de alfabetizar [...] de

tornar “alfabeto” [...] Alfabetizar é ensinar a ler e a escrever [...] é tornar o indivíduo

capaz de ler e escrever [...]”. É importante frisar que toda essa trajetória ajudou a

modernizar o método, mas principalmente, nos incutiu de que a alfabetização vai muito

além de aprender assinar o nome, da decodificação das letras, ela ajuda a promover o

letramento (o que discutiremos a seguir).

TRAJETÓRIA DO LETRAMENTO NO BRASIL

O termo “letramento” comporta diversos conceitos, complementares entre si, de

acordo com estudos e experiências de cada pesquisador/estudioso da temática. Neste

sentido, apresenta-se, então, como uma palavra multiconceituada pelo fato de alguns

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autores agregarem informações aos conceitos já formados anteriormente a seus estudos

ampliando, assim, sua abrangência semântica.

A professora Magda Soares (2010, p. 15) faz referência a Mary Kato (1986) e a

obra de sua autoria intitulada - No mudo da escrita: uma perspectiva psicolinguística -

para justificar a aparição do termo letramento na língua portuguesa, onde Kato afirma que

a linguagem culta “é consequência do letramento”. Até este momento, de acordo com

Soares, essa palavra nova ainda não está dicionarizada, mas, felizmente, é oficialmente

citada pela primeira vez na obra de Kato. Contudo, mesmo mencionada, a palavra

“letramento” ainda não possuía um significado até Leda Tfouni atribuí-lo, quando

distingue alfabetização e letramento.

Tfouni diz que “Enquanto a alfabetização ocupa-se da aquisição da escrita por um

indivíduo, ou grupo de indivíduos, o letramento focaliza os aspectos sócio-históricos da

aquisição de um sistema escrito por uma sociedade” (TFOUNI, 1995, p.20). Percebe-se

nesta citação que letramento é voltado para o aspecto social, o que Soares ampliará mais

tarde para um processo mais amplo: o ensino e a aprendizagem. Ela é coerente ao afirmar

que “Letramento é, pois o resultado da ação de ensinar ou de aprender a ler e escrever: o

estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência

de ter-se apropriado da escrita.” (SOARES, 2010, p.18). Avaliando os discursos das

autoras citadas, é possível resumir que Kato relaciona letramento com a linguagem culta,

Tfouni atribui aos aspectos sócio-históricos e Soares o vê como consequência da

apropriação da escrita, o que geram múltiplos, porém, complementares entendimentos

sobre o letramento e ampliam sua abrangência.

Com relação à trajetória no Brasil, aportemo-nos aos estudos inovadores sobre

letramento de Magda Soares (2010, p. 17-18) em sua obra - Letramento um tema em três

gêneros -, na sua quarta edição, onde afirma que após pesquisa em dicionários de Língua

Portuguesa e outros meios, não alcançou êxito para conseguir explicar a palavra

“letramento”, procurou a tradução do termo do inglês “literacy”, e concluiu o seguinte:

“É esse, pois, o sentido que tem letramento, palavra que criamos traduzindo “ao pé da

letra” o inglês literacy: letra do latim littera, e o sufixo–mento, que denota o resultado

de uma ação [...]. Letramento é, pois, o resultado da ação de ensinar ou de aprender a ler

e escrever [...]”. É perceptível que o letramento é entendido, de acordo com Soares, como

uma habilidade que deve ser aprendida pelo individuo, não seria apenas o domínio do

código escrito, mas, sobretudo, o uso no cotidiano social da leitura e da escrita para

possibilitar sua interação com esse meio coletivo.

Na mesma linha de raciocínio traçada a respeito dos conceitos, as concepções

sobre letramento também são diversas. Muitos teóricos fizeram seus estudos em contextos

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diferentes, mas, quase sempre concordam que letramento está ligado às práticas sociais

de uso da leitura e da escrita. Um desses exemplos é Kleiman (2008) que, após muitas

analises sobre uma possível origem, afirma que o letramento “[...] começou a ser usado

nos meios acadêmicos como tentativa de separar os estudos sobre o “impacto social da

escrita‟ dos estudos sobre a alfabetização, cujas conotações destacam as competências

individuais no uso e na prática da escrita (2008, p. 15, grifo da autora)”. Essa citação vem

reafirmar a ideia de referências sociais quando trata-se de letramento.

Para confirmar essa tendência, Tfouni (2010) faz certo desabafo, seria uma

conclusão de cunho pessoal em seu livro - Letramento e Alfabetização - onde explica

que “A necessidade de se começar a falar em letramento surgiu, creio eu, da tomada de

consciência que se deu, principalmente entre os linguistas, de que havia alguma coisa

além da alfabetização, que era mais ampla, e até determinante desta (2010, p. 32)”. A

autora também defende e relaciona o letramento, num sentido ampliado, com o

desenvolvimento das sociedades, assim, Tfouni (2010, p. 23) afirma que “Em termos

sociais mais amplos, o letramento é apontado como sendo produto do desenvolvimento

do comércio, da diversificação dos meios de produção e da complexidade crescente da

agricultura. Ao mesmo tempo, dentro de uma visão dialética, torna-se uma causa de

transformações históricas profundas, como o aparecimento da máquina a vapor, da

imprensa, do telescópio, e da sociedade industrial como um todo”. Pode-se inferir que

para a referida autora, letramento está intimamente ligado ao desenvolvimento social.

PERSPECTIVA ATUAL DO LETRAMENTO NO PROCESSO DE

ALFABETIZAÇÃO: AÇÕES PARA SUPERAR AS DIFICULDADES

Os PCN - Parâmetros Curriculares Nacionais - de Língua Portuguesa (primeira a

quarta séries, hoje, primeiro ao quinto anos), ainda em 1997, já falam de “letramento” no

item Linguagem e participação social da seguinte forma:

O domínio da língua tem estreita relação com a possibilidade de plena

participação social, [...]. Assim, um projeto educativo comprometido

com a democratização social e cultural atribui à escola a função e a

responsabilidade de garantir a todos os seus alunos o acesso aos saberes

linguísticos necessários para o exercício da cidadania, direito

inalienável de todos. Essa responsabilidade é tanto maior quanto menor

for o grau de letramento das comunidades em que vivem os alunos. [...].

(PCN 1ª a 4ª séries, 1997, p. 21).

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Naquele contexto, a palavra “letramento” ainda era novidade para muitos no meio

educacional, principalmente em se tratando de documentos oficiais. No sentido de

esclarecer eventuais equívocos, os organizadores dos PCN em questão colocaram uma

nota de rodapé (de número 5) explicando o que seria esse novo termo:

Letramento, aqui, é entendido como produto da participação em

práticas sociais que usam a escrita como sistema simbólico e tecnologia.

São práticas discursivas que precisam da escrita para torná-las

significativas, ainda que às vezes não envolvam as atividades

específicas de ler ou escrever. Dessa concepção decorre o entendimento

de que, nas sociedades urbanas modernas, não existe grau zero de

letramento, pois nelas é impossível não participar, de alguma forma, de

algumas dessas práticas. (PCN 1ª a 4ª séries, 1997, p. 21).

A partir dessa inserção do termo letramento em documentos oficiais a linguagem

que antes só permitia alfabetização modernizou-se: alfabetização não mais faz sentido se

não aliada ao letramento. É inadmissível debater o processo de alfabetização sem a devida

referência ao letramento.

Quando se analisa os documentos oficiais do Ministério da Educação temos, por

exemplo, o PNE - Plano Nacional de Educação institucionalizado pela Lei nº 13.005,

de 25 de junho de 2014. Na página da internet do PNE consta a seguinte informação:

O Plano Nacional de Educação (PNE) 2014/2024 determina diretrizes,

metas e estratégias para a política educacional dos próximos dez anos.

O primeiro grupo são metas estruturantes para a garantia do direito a

educação básica com qualidade, e que assim promovam a garantia do

acesso, à universalização do ensino obrigatório, e à ampliação das

oportunidades educacionais. [...].

Desse primeiro grupo de metas a de número cinco (5) refere-se à alfabetização,

no que diz respeito ao limite de idade para a criança ser alfabetizada: “alfabetizar todas

as crianças, no máximo, até o final do 3o (terceiro) ano do ensino fundamental.”, assim,

tenta-se forçar o sistema educacional a organizar suas ações para atender ao PNE, pois

nele, também, está previsto alguns desdobramentos – as estratégias - entre elas a que se

refere a uma espécie de controle para verificação do cumprimento da meta em questão, a

saber:

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5.2) instituir instrumentos de avaliação nacional periódicos e

específicos para aferir a alfabetização das crianças, aplicados a cada

ano, bem como estimular os sistemas de ensino e as escolas a criarem

os respectivos instrumentos de avaliação e monitoramento,

implementando medidas pedagógicas para alfabetizar todos os alunos e

alunas até o final do terceiro ano do ensino fundamental; [...].

Dessa forma o PNE garante que cada sistema de educação faça a sua parte para o

cumprimento da meta 5 no intuito de promover a alfabetização até o terceiro de

escolarização. Para isso, foi criado um instrumento, que é um programa federal chamado

de Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC). O referido pacto, de

acordo com documentos e informações disponíveis no portal da internet, “é um

compromisso formal assumido pelos governos Federal, do Distrito Federal, dos estados

e municípios de assegurar que todas as crianças estejam alfabetizadas até os oito anos de

idade, ao final do 3º ano do ensino fundamental.”, além disso, contempla a formação dos

professores alfabetizadores com a perspectiva do letramento. Desta forma há um controle

maior por parte do Ministério da Educação para que as estratégias do PNE sejam

executadas com êxito, afinal, o MEC é o mantenedor do referido programa.

Neste sentido, para constatar a eficácia das ações propostas pelo PNE e PNAIC, o

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) realiza a

Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), que segundo o órgão: “[...] é uma avaliação

externa que objetiva aferir os níveis de alfabetização e letramento em Língua Portuguesa

(leitura e escrita) e Matemática dos estudantes do 3º ano do Ensino Fundamental das

escolas públicas.”. Essa ação é uma estratégia de verificação dos resultados apresentados

pelos alunos-alvo produzidos pela referida avaliação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No decorrer do estudo para a produção deste artigo, cujo objetivo foi apresentar

uma breve contextualização histórica sobre alfabetização e letramento, percebeu-se que

no contexto moderno, ambas as habilidades são adquiridas e/ou desenvolvidas

conjuntamente no processo de aquisição da leitura e da escrita. Porém, o conceito de

letramento, conforme já foi mostrado, nos desafiou bastante e nessa busca encontramos

uma ideia mais recente, produzida por Katlen Böhm Grando (2012), da PUCRS, no artigo

intitulado - O Letramento a Partir de uma Perspectiva Teórica: Origem do Termo,

Conceituação e Relações com a Escolarização – onde a autora consegue visualizar o que

Volume 1, Número 2

ISSN 2527-0532 João Pessoa, 2017

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ela chama de letramento escolar e letramento social. Percebe-se com maior ênfase em

suas considerações finais sobre a pesquisa, onde concluiu o seguinte:

Para finalizar, letramento é um conceito amplo e complexo, de difícil

definição. Mesmo assim, nos aventuramos a apresentar um conceito

único de letramento a partir dos autores que utilizamos. [...] Poderíamos

dizer, considerando os autores explorados neste texto, que letramento é

o produto da aprendizagem dos usos da escrita e da leitura e não está

necessariamente atrelado à alfabetização. A escola é uma agência de

letramento que promove o letramento escolar, que se diferencia do

letramento social. Para alguém tornar-se letrado é necessário que viva

em um contexto rico em situações que exijam e estimulem a leitura e a

escrita.

Diante dessa declaração, voltemos à professora Magda Soares que afirma em seus

estudos sobre letramento o seguinte:

[...] Precisaríamos de um verbo “letrar” para nomear a ação de levar os

indivíduos ao letramento... Assim, teríamos alfabetizar e letrar como

duas ações distintas, mas não inseparáveis, ao contrário: o ideal seria

alfabetizar letrando, ou seja: ensinar a ler e a escrever no contexto das

práticas sociais da leitura e da escrita, de modo que o indivíduo se

tornasse, ao mesmo tempo, alfabetizado e letrado” (SOARES, 2010, p.

47) [grifos da autora].

Analisando a afirmação de Soares é possível concluir ou, pelo menos, inferir que

não cabe mais o ensino mecânico para desenvolver apenas as habilidades de leitura e

escrita dos alunos, o que o processo de alfabetização reproduziu durante décadas no

Brasil, mas, sobretudo, é necessário criar condições de desenvolvimento e uso dessas

habilidades de maneira funcional, proporcionando sentido prático na vida social do

indivíduo.

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