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A primeira aparição: o ônibus espacial Enterprise faz sua primeira aparição acoplado ao aglomerado de apoio com os foguetes e o tanque propelente ao sair do Vehicle Assembly Building (VAB) no Kennedy Space Center (KSC) em rota para a plataforma de lançamento, cerca de 3,5 quilômetros de distância, em 1º de Maio de 1979. Por definição, um “space shuttle” é um veículo reutilizável projetado para transporte de carga, pessoas e equipamentos entre a Terra e o espaço. Talvez por isso tenha sido apelidado de ônibus espacial no Brasil. Entretanto, seu nome oficial é Space Transportation System, cuja sigla é o prefixo de todas as missões realizadas em 30 anos de história. A Enterprise foi o primeiro ônibus espacial, embora nunca tenha realmente ido ao espaço. Ela foi criada para testar as fases críticas do pouso e outros aspectos de preparação dos ônibus espaciais. Tudo começou mesmo com a STS1 Columbia, que decolou dia 12 de abril de 1981 do Kennedy Space Center, na Flórida. O último voo foi da Atlantis STS135, em julho de 2011. Discovery, Endeavour e Challenger completam a frota. A primeira missão verificou o desempenho combinado do veículo orbital (OV-Orbiter Vehicle), seus foguetes de combustível sólido (SRBs-Solid Rocket Boosters), o gigante tanque de combustível externo (ET-External Tank) e os três motores principais do ônibus espacial (SSMEs-Space Shuttle Main Engines). O veículo orbital, mais comumente chamado de ônibus espacial, é a única parte do conjunto que entra em órbita. Os foguetes são descartados no Oceano Atlântico, recuperados e reutilizados. O tanque externo é a única parte que não é usada novamente, pois reentra na atmosfera 9 minutos após o lançamento e queima sobre o Oceano Pacífico. Ao retornar para a Terra, o ônibus não pousa com para-quedas, como as cápsulas Apollo faziam. Ao invés disso, ele retorna planando com um par de asas em uma pista de pouso.

Breve história do ônibus espacial

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A primeira aparição: o ônibus espacial Enterprise faz sua primeira aparição acoplado ao aglomerado de apoio com os

foguetes e o tanque propelente ao sair do Vehicle Assembly Building (VAB) no Kennedy Space Center (KSC) em rota

para a plataforma de lançamento, cerca de 3,5 quilômetros de distância, em 1º de Maio de 1979.

Por definição, um “space shuttle” é um veículo reutilizável projetado para transporte de carga,

pessoas e equipamentos entre a Terra e o espaço. Talvez por isso tenha sido apelidado de

ônibus espacial no Brasil. Entretanto, seu nome oficial é Space Transportation System, cuja

sigla é o prefixo de todas as missões realizadas em 30 anos de história.

A Enterprise foi o primeiro ônibus espacial, embora nunca tenha realmente ido ao espaço. Ela

foi criada para testar as fases críticas do pouso e outros aspectos de preparação dos ônibus

espaciais.

Tudo começou mesmo com a STS1 Columbia, que decolou dia 12 de abril de 1981 do

Kennedy Space Center, na Flórida. O último voo foi da Atlantis STS135, em julho de 2011.

Discovery, Endeavour e Challenger completam a frota.

A primeira missão verificou o desempenho combinado do veículo orbital (OV-Orbiter Vehicle),

seus foguetes de combustível sólido (SRBs-Solid Rocket Boosters), o gigante tanque de

combustível externo (ET-External Tank) e os três motores principais do ônibus espacial

(SSMEs-Space Shuttle Main Engines).

O veículo orbital, mais comumente chamado de ônibus espacial, é a única parte do conjunto

que entra em órbita. Os foguetes são descartados no Oceano Atlântico, recuperados e

reutilizados. O tanque externo é a única parte que não é usada novamente, pois reentra na

atmosfera 9 minutos após o lançamento e queima sobre o Oceano Pacífico. Ao retornar para a

Terra, o ônibus não pousa com para-quedas, como as cápsulas Apollo faziam. Ao invés disso,

ele retorna planando com um par de asas em uma pista de pouso.

Como primeira espaçonave reutilizável do mundo a levar seres humanos em órbita, o ônibus

possui um compartimento de carga de 18 metros de comprimento e braço robótico que pode

levar vários satélites em órbita baixa da Terra em um voo, repará-los e até mesmo levá-los de

volta para uso futuro. A frota de ônibus espaciais, que foi projetado para alcançar órbitas que

variam de cerca de 185 a 640 quilômetros de altura, também carrega rotineiramente

laboratórios inteiros em órbita para experiências únicas. O programa de ônibus espaciais foi

chamado para construir a Estação Espacial Internacional (ISS), a maior nave espacial de todos

os tempos, que foi montada em órbita e também para colocar o telescópio Hubble em órbita.

É impossível deixar de mencionar duas tragédias no programa. A Challenger, segundo ônibus

operacional lançado em 4 de abril de 1983, abrigou missões de caminhadas espaciais com

jetpacks e a primeira missão para recolher um satélite, consertá-lo e devolvê-lo em órbita. Em

28 de janeiro de 1986 a Challenger e seus sete astronautas morreram numa explosão durante

a decolagem por uma falha de vedação em um dos foguetes. E a Columbia, primeiro ônibus

espacial a entrar em órbita, implantou inúmeros satélites e operou várias vezes como um

laboratório no espaço durante as suas missões. Columbia e seus sete astronautas foram

perdidos em 1 de fevereiro de 2003, quando ele se partiu durante a reentrada na sua 28ª

missão, STS-107.

Atualmente, os ônibus espaciais estão aposentados.

- Discovery: recordista em missões (39), foi escolhida para as missões especiais “return to

flight” após os desastres da Challenger e da Columbia. Está em exposição no museu

Smithsonian.

- Endeavour: com 25 missões, teve a primeira missão de reparo do Hubble e uma caminha

espacial sem precedentes com três astronautas capturando um satélite com as próprias mãos,

consertando-o e devolvendo-o em órbita. Está em exposição no California Science Center.

- Atlantis: fez 33 voos. Enviou sondas para Venus e Jupiter. Realizou a última missão do

programa (STS-135) entre 8 e 20 de julho de 2011. Está em exposição no Kennedy Space

Center Visitor Complex.

Números

Comprimento Completo: 56 metros

Somente o veículo orbital: 37 metros

Altura Veículo orbital pousando: 17 metros

Envergadura 23 metros

Peso na decolagem 2.041 toneladas

Velocidade 28.163 km/h

Custo da operação de decolagem US$775 milhões (em 2010)

Custo de construção US$1,7 bilhões (Endeavour)

Distância viajada 872.906.380 quilômetros

Órbitas na Terra 21.152

Para conhecer mais, visite http://www.nasa.gov/externalflash/the_shuttle/.