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Revista da Faculdade de Direito de Campos, Ano VII, Nº 8 - Junho de 2006 LILIAN MÁRCIA BALMANT EMERIQUE 671 BREVE RELATO DA EXPERIÊNCIA DO GRUPO DE PESQUISA INSTITUCIONAL EM DIREITOS HUMANOS DA FACULDADE DE DIREITO DE CAMPOS Lilian Balmant Emerique * Coordenador: Prof. Siney Guerra Pesquisadores: Prof. Leonardo Greco Profª Lilian Balmant Emerique RESUMO: Este é o relatório das atividades do Grupo de Pesquisa em Direitos Humanos referentes ao ano de 2005. Descreve-se aqui as principais atividades do grupo durante o ano bem como os projetos sendo desenvolvidos e as principais conclusões até o momento.. ABSTRACT: This is the report on the Research Group in Human Rights for 2005. It is described here the main activities of the group during the year as well as the projects being developed and the main conclusions so far. * Doutora e mestre em Direito. Professora do programa de mestrado da FDC. Membro da Associação Nacional de Direitos Humanos – Pesquisa e pós- graduação (ANDHEP).

BREVE RELATO DA EXPERIÊNCIA DO GRUPO DE … · Descreve-se aqui as principais atividades do grupo ... constitucional dedica o Título VIII ... Desde o at aque ao W orld Trade Center

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Revista da Faculdade de Direito de Campos, Ano VII, Nº 8 - Junho de 2006

LILIAN MÁRCIA BALMANT EMERIQUE 671

BREVE RELATO DA EXPERIÊNCIA DO GRUPO DEPESQUISA INSTITUCIONAL EM DIREITOS

HUMANOS DA FACULDADE DE DIREITO DECAMPOS

Lilian Balmant Emerique*

Coordenador: Prof. Siney GuerraPesquisadores: Prof. Leonardo GrecoProfª Lilian Balmant Emerique

RESUMO: Este é o relatório das atividades do Grupode Pesquisa em Direitos Humanos referentes ao ano de2005. Descreve-se aqui as principais atividades do grupodurante o ano bem como os projetos sendo desenvolvidose as principais conclusões até o momento..

ABSTRACT: This is the report on the ResearchGroup in Human Rights for 2005. It is described here themain activities of the group during the year as well as theprojects being developed and the main conclusions so far.

* Doutora e mestre em Direito. Professora do programa de mestrado da FDC.Membro da Associação Nacional de Direitos Humanos – Pesquisa e pós-graduação (ANDHEP).

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1. Histórico

Há muito existia a lacuna na formação nos cursosde Direito da região norte-fluminense do estado do Rio deJaneiro e sul do Espírito Santo de projetos acadêmicosque contemplassem a pesquisa em direito. A tradicionalformação não correlacionava a pesquisa como uma práticapedagógica necessária e como uma produção de sabercujo destinatário final seria a própria sociedade.

A constatação desta necessidade regional resultouna criação do Grupo de Pesquisa Institucional em DireitosHumanos, com o propósito de contribuir para a formaçãode pensamento integrado com as questões pujantes nestaseara. O grupo surgiu com o objetivo de fomentar estudose pesquisa pela comunidade acadêmica da Faculdade deDireito de Campos em Direitos Humanos com o intuito degerar e divulgar o conhecimento produzido com base nométodo científico.

A opção por um grupo voltado para pesquisa emDireitos Humanos deveu-se ao fato de que a temáticaconstitui um eixo articulador do ensino do Direito comoum todo, além de ser inegável a crescente demanda emtorno do conhecimento dos Direitos Humanos no planointernacional, interno e local como um aspectoindispensável para a estruturação do Estado Democráticode Direito e para a construção da cidadania participativa.

O papel dos Direitos Humanos na atual conjunturademanda a abertura de frentes de estudo que possamarticular e arquitetar saberes, dispostos a auxiliar tanto nacompreensão dos fenômenos produzidos no contexto dacomplexidade social hodierna, assim como oferecer uminstrumental para a prática e militância dos atores sociaisna área dos Direitos Humanos e para os operadoresjurídicos, que muitas vezes padecem sem referenciaisadequados de abordagem.

A dimensão atual dos Direitos Humanos exigiuprimeiramente definir como foco conceitual a noção de

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direitos humanos orientada historicamente pelas liçõeshumanistas e baseadas na trajetória desenhadaespecialmente após a Segunda Guerra Mundial queconduziram a criação da Organização das Nações Unidase a partir dela a sucessão de pactos internacionaisversando sobre Direitos Humanos. No plano interno o fococonceitual recaiu sobre os direitos fundamentaisconsagrados na Constituição de 1988, no contexto deredemocratização da sociedade brasileira.

A primeira reunião do grupo de pesquisa ocorreu em15 de abril de 2005, onde definiu-se como universotemático a investigação nas áreas de Direitos Humanosinseridas nas seguintes linhas:

a) As garantias fundamentais do processo e o acessoà justiça

- Pesquisador responsável: Prof. Leonardo Greco

Breve resumo: O acesso à Justiça é um dos DireitosHumanos mais importantes, como garantia da eficácia detodos os outros. O conteúdo desse direito fundamental sedesdobra em numeroso rol de garantias e princípiosindispensáveis à sua eficácia, como o contraditório, odevido processo legal, a imparcialidade do juiz e a duraçãorazoável do processo, explorados com profundidade najurisprudência das cortes internacionais de direitoshumanos e de tribunais constitucionais, mas a todomomento questionados diante das dificuldades práticascom que se depara o Poder Judiciário para fazer frente aocrescente volume de demandas. Impõe-se pesquisar oalcance e a eficácia dessas garantias nos níveisinternacional, nacional e regional para possibilitar aformulação de medidas concretas que possam garantir amais ampla efetividade daquele direito fundamental.

No Processo Civil merecem estudo, além dasgarantias genéricas acima indicadas, a gratuidade de

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justiça, a garantia do juiz natural, a inércia da jurisdição, aoralidade, a renunciabilidade da via jurisdicional pelaarbitragem, a impessoalidade da jurisdição, aindependência dos juízes, a motivação das decisões, apublicidade, o acesso à prova e a problemática das provasilícitas, entre outras. No Processo Penal, destacam-se odireito de ser informado do curso da investigação e doconteúdo da imputação, o direito à autodefesa, o direito aum defensor, o contraditório na investigação preliminar ena produção das provas irrepetíveis, a proibição de auto-incriminação, as conseqüências da presunção deinocência sobre o processo penal e os direitos da vítima.

b) Sessenta anos da ONU e o Direito Internacional dosDireitos Humanos

- Pesquisador responsável: Prof. Sidney Guerra

Breve resumo: O moderno Direito Internacional dosDireitos Humanos é um fenômeno do pós-guerra. Seudesenvolvimento pode ser atribuído às monstruosasviolações de direitos humanos da era Hitler e à crença deque parte destas violações poderia ter sido prevenida seum efetivo sistema de proteção internacional dos direitoshumanos já existisse, o que motivou o surgimento daOrganização das Nações Unidas, em 24 de outubro de1945, tendo como fins, entre outros, a preservação da paze da segurança, o respeito aos direitos humanos e àsliberdades fundamentais etc.

O Direito Internacional dos Direitos Humanos afirma-se em nossos dias, com inegável vigor, como um ramoautônomo da ciência jurídica contemporânea, dotado deespecificidade própria e pode ser dividido em três etapas(codificação, promoção e proteção), pretendendo-senesse estudo trabalhar com a primeira etapa, isto é, aetapa legislativa (codificação) onde se verifica o conteúdoe definição de cada um dos direitos.

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Oportuno ressaltar que nestes sessenta anos decriação da Organização das Nações Unidas váriosdocumentos foram produzidos neste mister: a DeclaraçãoUniversal, os Pactos, as Convenções (discriminaçãoracial, direitos da mulher, tortura, direitos da criança), aConferência de Viena de 1993 etc.

c) A eficácia e aplicabilidade dos direitos sociais e oproblema da escassez

- Pesquisadora responsável: Profª Lilian BalmantEmerique

Breve resumo: A Constituição de 1988 apresentano Título II – Dos direitos e garantias fundamentais, art. 6º,um rol exemplificativo dos direitos sociais: saúde,educação, trabalho, moradia, lazer, segurança, previdênciasocial, proteção à maternidade e à infância, assistênciaaos desamparados; e um pouco adiante no textoconstitucional dedica o Título VIII - Da ordem social, paratratar pormenorizadamente da seguridade social, dasaúde, da previdência social, da assistência social, daeducação, da cultura e do desporto, da ciência e datecnologia, da comunicação social, do meio ambiente, dafamília, da criança, do adolescente e do idoso e dos índios.

O rol extenso de direitos sociais não tem a pretensãode ser taxativo, permitindo a abertura constitucional parainserção de outros direitos fundamentais não referidos.Um dos principais problemas relacionados aos direitossociais não é tanto a sua declaração em textos normativos,mas sim a sua eficácia. Em função disso, a pesquisa visaabordar o tema da eficácia jurídica das normasconstitucionais de direitos sociais conduzindo-o a partirda questão da escassez, especialmente no que tange asua formulação como um argumento para redução daeficácia e aplicabilidade dos ditos direitos e os debatessobre a sua plausibilidade. Também se pretende promover

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a discussão sobre o caráter fundamental dos direitossociais na estruturação do Estado democrático de direito,especialmente na promoção das condições necessáriaspara garantia do mínimo existencial.

Para tanto, torna-se necessário enfrentar algunsquestionamentos sobre o alcance dos dispositivosconstitucionais na concretização dos direitos sociais;sobre a relevância do arrolamento dos mesmos comodireitos fundamentais e a sua influência sobre acredibilidade constitucional; sobre a possibilidade deemanar direito subjetivo a partir destas normas; sobrecomo o dilema da escassez, freqüentemente apontadocomo um inibidor da eficácia e aplicabilidade dos direitossociais pode influir sobre a eficácia dos mesmos; sobre oconteúdo do mínimo existencial e qual o papel do Estadona sua promoção; sobre a possibilidade da escassez podetornar vulnerável a garantia do mínimo existencial; alémde tantas outras questões ainda pouco exploradas no meiojurídico e que alimentam controvérsias e posicionamentosdiversificados na sua apreciação.

2. Composição

O grupo de pesquisa compõe-se dos professorespesquisadores acima mencionados e pesquisadoresparticipantes com projetos de pesquisa integrados nouniverso temático referido e com abertura para integrantesdo corpo docente e discente da graduação e pós-graduação stricto sensu e lato sensu da instituição, comprojetos aceitos e diretamente orientados por professorespesquisadores. Os números máximos de projetosadmitidos para cada uma das áreas componentes douniverso temático são de até quatro projetos (pessoaisou em parceria). A aceitação dos pesquisadoresparticipantes tem como requisito a participação nasreuniões quinzenais do grupo e a apresentação de projeto

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de pesquisa nas áreas referidas e orientados por um dosprofessores pesquisadores indicados.

Atualmente o grupo de pesquisa apresenta osseguintes projetos cadastrados:

a) A dignidade da pessoa humana e as políticas anti-terror – (pesquisadora participante – mestranda FDC -Érica de Souza Pessanha). Orientador – Prof. SidneyGuerra.

Resumo: O objetivo constitui-se na análise dodesenvolvimento do Direito Internacional dos DireitosHumanos e a preponderância da dignidade humana nocenário internacional, bem como na identificação de atosatentatórios à dignidade humana presentes em muitaspolíticas implementadas pelos Estados atualmente,principalmente na elaboração das leis anti-terror.

Desde o ataque ao World Trade Center, nos EstadosUnidos, em 11 de setembro de 2001, o mundo vive sob aameaça constante da atuação terrorista. A implementaçãoe o investimento em políticas referentes à segurançapública tem crescido em todo o mundo. Exemplo clássicoocorreu nos EUA, onde os gastos com segurança internaaumentaram consideravelmente, passando de US$ 18bilhões para US$ 38 bilhões.1 O terrorismo constitui-se noséculo XXI a principal preocupação dos governos. Se anteso terrorismo ocorria dentro dos espaços nacionais, hoje,o terrorismo é global, não reconhece fronteiras nacionaispara sua atuação, pois se organiza em redes.Conseqüentemente, as políticas contra o terrorismotambém são globais e trazem conseqüências para alémdas fronteiras nacionais. Um aspecto importante desseprocesso tem sido a criação de inúmeras leis anti-terror,que fundamentando-se no valor da segurança, acabampor restringir direitos fundamentais.

1 www.correioweb.com.br

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Embora não se tenha chegado ainda a um conceitode terrorismo, é possível analisar o termo a partir de umconjunto de ações voltadas para provocar o medo e o terrorintensos, buscando, via de regra, objetivos políticos. Adificuldade de conceituação faz desencadear muitosproblemas.

Analisar em que medida o aumento da segurançaanti-terrorista afeta os direitos e liberdades individuais é umtema extremamente atual. Num momento de instabilidadecomo este, torna-se essencial reforçar os valores básicosda sociedade internacional, redefinir o papel da soberaniaestatal, defender a universalidade dos direitos humanos eapresentar a dignidade da pessoa humana como vetoressencial para a construção de sociedade que seestabelece além das fronteiras nacionais.

Por meio dessa análise o Estado nunca poderáutilizar-se da pessoa como um simples mecanismo dopoder ou mero objeto necessário à realização dedeterminados objetivos, mas deverá sempre procurarproporcionar o máximo de bem-estar possível aosindivíduos e promover condições para que toda pessoapossa desenvolver-se com dignidade na sociedade.

Neste início de milênio cumpre analisar, então, odiscurso implementado por dirigentes de muitos Estados,que vem adotando uma política de maximização dosdireitos estatais e intervenção opressora, sob a alegaçãode proteção da sociedade das ações terroristas. Comotem se comportado as organizações internacionais nesseembate? O princípio da não-intervenção é absoluto? Quala percepção da dignidade humana no cenário internacionalatual? Como reconhecer como válida a ampliação dedireitos estatais opressoras da dignidade da pessoahumana quando tal preceito compõe constitucionalmentea própria estrutura organizacional do Estado? Múltiplasinterrogações e possibilidades.

Assim, o desafio imposto por meio desta pesquisatraduz-se na necessidade de compreender de forma

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consistente o alcance da noção de dignidade humana nocenário internacional e de estabelecer o respeito aosdireitos humanos como pilar fundamental da atualidade,analisando, para isso, as medidas antiterroristas adotadas,entre outros, por Bush (EUA) e Tony Blair (Inglaterra) e,em que aspecto, tais implementações afrontam os direitosfundamentais.

b) A Convenção Internacional sobre eliminação detodas as formas de discriminação racial e oordenamento jurídico brasileiro após o advento daConstituição de 1988 – (pesquisador participante –professor da graduação da FDC – Jorge Batista de Assis).Orientador – Prof. Sidney Guerra.

Resumo: A Convenção Internacional Sobre aEliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial,objeto desta pesquisa, foi adotada pela ONU em 21 dedezembro de 1965, tendo sido aprovada pelo ParlamentoBrasileiro em 21 de junho de 1967, com a edição doDecreto Legislativo nº. 23, havendo sua ratificação sidodepositada junto às Nações Unidas em 27 de março de1968.

Esta importante Convenção traz no seu artigo 1º adefinição de discriminação racial como sendo “qualquerdistinção, exclusão, restrição ou preferência baseada emraça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica, quetenha o propósito ou o efeito de anular ou prejudicar oreconhecimento, gozo ou exercício em pé de igualdadedos direitos humanos e liberdades fundamentais”. AConvenção apresenta dois pilares básicos que norteiama efetivação do direito à igualdade que são o combate atoda e qualquer forma de discriminação racial e apromoção da igualdade.

Tal Convenção é imprescindível para o País, hajavista que o Brasil apresenta um quadro histórico enormede discriminação racial contra os descendentes de

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africanos aqui nascidos e que vivem no território nacional,levando-se em conta, ainda, que esta é a segunda maiornação negra do mundo, perdendo apenas para a Nigéria.Por isto, revela-se assaz interessante a pesquisa sobre arelação entre a Convenção e o ordenamento jurídicobrasileiro, principalmente após a promulgação daConstituição de 1988, devendo-se também debruçar sobrea produção de atos normativos infraconstitucionaiseditados em consonância com a Carta Política e aConvenção Internacional Sobre a Eliminação de Todas asFormas de Discriminação Racial.

c) Meio ambiente e direitos humanos –(pesquisadora participante – mestranda da FDC - LíviaGaigher Bósio Campello). Orientador: Prof. Sidney Guerra.

Resumo: A proteção dos direitos humanos e o direitode viver em um ambiente não poluído constituem asprioridades da agenda internacional contemporânea. Adespeito de estes temas serem tratados, na maioria dasvezes, em instrumentos jurídicos internacionais distintos,não se pode olvidar que existe uma correlação lógica entreeles, sendo, portanto, viável proceder a uma análisecomum destes direitos.

A presente pesquisa teve por objetivo geraldemonstrar que é imprescindível tratar do meio ambientecomo um direito humano, tendo em vista a confluênciaentre estes temas nos preceitos jurídicos internacionais.

Para atingir a meta geral foi necessário fazer umlevantamento dos principais instrumentos do DireitoInternacional dos Direitos Humanos que enunciamexpressamente a proteção ao meio ambiente, bem como,dos instrumentos do Direito Ambiental Internacional quese preocupam, sobretudo, com a proteção do homem.

Como resultado concluiu-se que de fato há sinaisde convergência entre a proteção dos direitos do homeme a proteção ambiental no ordenamento jurídicointernacional.

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A despeito de ser ainda muito tímida a proteçãoambiental nos instrumentos de Direito Internacional dosDireitos Humanos, tanto em níveis global e regional, nãose pode desconsiderar que o meio ambiente é inerente àproteção da saúde, dignidade e bem-estar humano daspresentes e futuras gerações. Por outro ângulo, como teminterpretado a Corte Européia de Direitos Humanos,mesmo não decidindo diretamente acerca de questõesambientais, o contexto ambiental também estáintimamente conexo ao direito humano à privacidade.

Já no que diz respeito à proteção do homem noDireito Ambiental Internacional, verificou-se a crescentepreocupação com a sobrevivência da humanidade, vezque é cediço que o homem possui uma imensa capacidadede autodestruição, ocasionada pelo descaso com aproteção da natureza, da qual depende para continuar aexistir. Por esse motivo, pode-se afirmar que proteger omeio ambiente do homem é proteger o homem do própriohomem.

O inteiro teor da pesquisa está descrito em formade artigo que será publicado.

d) A revisão do instituto da autoridade parentale os direitos humanos de crianças e adolescentes –(pesquisadora participante – mestranda da FDC – LuzinaraScarpe Morgan). Orientador: Prof. Sidney Guerra.

Resumo: O objeto da presente pesquisa é anecessária revisão sócio-jurídica da autoridade parentalcom vista à adequação ao ordenamento jurídico único noque tange a proibição dos castigos domésticos infanto-juvenis. A adequação do ordenamento jurídico pressupõea devida reconstrução cientifica da sistemática legalmundial de proteção dos direitos da criança e doadolescente, particularmente ao direito a uma educaçãofamiliar sem violência, através de um filtro hermeneutico-constitucional e existencial.

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Um estudo interdisciplinar e transdisciplinar, incluindoa contribuição de diversas ciências humanas e sociais,sinalizam para a profunda disseminação ideológica dopoder disciplinar que permeia as relações básicasfamiliares e as relações sociais gerais. O hábito doscastigos domésticos infanto-juvenis nutre raízes históricasmilenares, pois que fundado na dominação e no subjugode seres indefesos e tidos como de segunda categoria.Neste sentido, é intuitiva a sua ligação ideológica com aforma violenta como os homens se organizam emsociedade, organização esta estruturada pela dicotomiadominantes-dominados, na qual as crianças eadolescentes se encontram na posição não de sujeitosem tal forma de agrupamento, mas de objetos passivosde quaisquer manipulações e intervençõesindiscriminadas por parte do pólo adulto.

Este fato histórico, porquanto, traduziu-se emarquétipos, conjunto de idéias compondo como que umaordem gnosiológica na mentalidade dos homens, firmadosem crenças oriundas de mitos, arrastados e mantidoscomo focos reprodutores do sistema opressor infantil.Esses arquétipos serviram de guias para uma reproduçãolegislativa mantenedora de relações desiguais entregenitores e filhos, pautada tais relações na cultura daviolência, na desvalorização da formação da personalidadee na violação da integridade psico-física dos filhos, contextoainda sustentado pela justificativa pedagógica.

Em contraponto, subsidiada pela interdisciplinaridade,a ciência jurídica contemporânea mais apurada aponta paraa completa dissociação e desajuste das prescrições doCC/2002 no que tange a permissão do uso de castigosmoderados por parte dos genitores, com fim educacional,do restante da sistemática legislativa firmada principalmentea partir da Constituição de 1988, portadora esta da Doutrinada proteção Integral e do Principio da Prioridade Absoluta(art.227). Antes da Constituição atual o instrumento maisimportante de proteção de direitos infanto-juvenis foi a

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Convenção Internacional dos Direitos da Criança, estacontribuindo visceralmente para a solidificação legalPátria e o imediatamente posterior advento do micro-sistema jurídico o Estatuto da Criança e do Adolescente(1990), que o regulamentou. Em síntese, a conclusoscastigos perpetrados contra a infanto-adolescencia noespaço privado do lar constituem ato ilícito, e não condizcom o direito.

O que se pretende, portando, neste trabalho, éevidenciar o premente clamor por uma reconstrução eadequação jurídica dos valores afetivos fundamentais quedevem reger a relação dialética e democrática familiar,prevenção real da violência e pressuposto lógico enecessário para a sadia relação entre pais e filhos. Quer-se, mediante a interligação de fatos sociais e jurídicos,interpretar a história no sentido de denunciar e anunciara negação da naturalidade da violência familiarmanifestada pelo hábito dos castigos domésticos, e acapacidade ontológica da mutabilidade evolutiva humananas suas relações primarias, a servir como fulcro de umasociedade sadia.

Tendo como substrato da pesquisa o estudo dofenômeno da violência maior que rege a sociedadeenquanto conduta individual e grupal, as ideologias queas sustentam e os mitos que as embalam, levantou-sebibliografia extensa e de conteúdo entrelaçado, isto é,literaturas que apresentam e analisam o fenômeno daviolência sob diversos ângulos e de forma multifacetada.

Inspirados pelas bases jurídicas lançadas nacionale internacionalmente, doze países no mundo já abolirama punição doméstica contra crianças e adolescentes, pelasimples constatação sócio-jurídico-filosófica da ocorrênciade uma transgressão autorizada pela sociedade, queatenta contra a dignidade humana por constituir ausênciade respeito e desconsideração da liberdade dessa parcelada população. O eixo único composto pelos elementosliberdade, respeito e dignidade constitui hoje a base

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axiológica legislativa para a construção do homem livre,em particular de crianças e adolescentes que estão emfase peculiar de desenvolvimento integral. A família,portanto, deve reaprender a construir relações dialógicase dialéticas, subsidiadas pelo afeto e respeito mútuo emprol da felicidade de cada um de seus membros.

Os objetivos consistem em analisar a revisão daautoridade parental como meio de prevenção da violênciadoméstica contra crianças e adolescentes. Verificar acorrelação entre a violência enquanto fenômeno humanoe social e o hábito dos castigos domésticos contra ainfância. Avaliar a necessidade da abolição dos castigosdomésticos contra a infanto-adolescencia no Brasil.

A hipótese de trabalho passa pelo entendimento deque firmando bases jurídicas expressas no que tange aproibição dos castigos domésticos, estes serãoinstrumentos fixadores de um referencial importante parauma mudança paulatina, porém segura das relaçõesfamiliares fundadas no afeto e na confiança mutua entreseus membros.

Uma vez que a hermenêutica do sistema jurídico deproteção dos direitos da criança e do adolescente já proíbede forma indireta a perpetração de castigos domésticos,importa a ciência do direito trabalhar no sentido da aboliçãoexpressa, para que o ordenamento civil, constitucional elegal não permaneça em desajuste de sentido e objetivo.

e) Assistência Judicial aos Pobres – (pesquisadorparticipante – bacharel em direito pela FDC - Raimundodos Reis Brandão). Orientador – Prof. Leonardo Greco.

Resumo: A primeira fase do projeto constou narealização do planejamento, com todos os delineamentosa fim de que se pudesse demonstrar os caminhos queseriam percorridos na efetivação do trabalho, de acordocom o cronograma pré-estabelecido.

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Iniciou-se a pesquisa, pela parte internacional sendoque se priorizou o fichamento da seguinte obra: “TowardEqual Justice: A Comparative Study of Legal Aid In Modern,Societies” cujo autor é bastante conhecido como sendo oprecursor e a maior autoridade no assunto do tema emestudo, a referência em questão é feita ao Professor MauroCappelletti, professor da Universidade de Florença (Itália)e da Universidade de Stanford (EUA); foi feita uma traduçãolivre, com o objetivo de mostrar a panorâmica daAssistência Jurídica aos pobres nos seguintes países:Inglaterra, França e Itália até o ano de 1974; desta épocaem diante o tema se ocupou com a matéria com referênciaas cartas da ONU, OEA e da Corte Interamericana deJustiça.

Um conciso demonstrativo dos assuntos abordadosque enfoca o tema do projeto aborda a situação do acessoà assistência jurídica pelos pobres nos seguintes países:França, Estados Unidos e Brasil da seguinte forma: a)Assistência Jurídica na França - Este país é o primeiro aser abordado, por haver sido o pioneiro no aprimoramentoeuropeu, neste tipo de assistência, pois a Inglaterrainfluenciou na assistência jurídica aos pobres, porém foina França com o alvorecer da revolução de 1789, oumelhor, explicando; foi a chama da Revolução Francesaque fez com que se aperfeiçoasse a assistência jurídicaaos pobres, este aperfeiçoamento, não ficou só na teoria,mas buscou eficiência e a eficácia, procurando a finalidadeprática em atender aos pobres; b) Assistência Jurídica nosEstados Unidos – Nos Estados Unidos a assistênciajurídica aos pobres não é observada em primeiro plano,tanto é que em suas páginas iniciais, noticia-se asopiniões de juristas americanos de renome como EARLJHONSON JR. E PETER MESSITTE, que coloca o Brasilnesta Assistência Jurídica aos Pobres à frente da NaçãoNorte-Americana. O acesso ao judiciário pelos pobresnorte-americanos, teve seu início no século XX, na áreacível e criminal, nesta construção desempenharam

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importante papel a Defensoria Pública Norte-Americana,também a Ordem dos Advogados Americanos- ABA(American Bar Association) e inclusive a sociedade civilparticipou ativamente para que se tornasse realidade estaassistência juntamente com a ABA, já definido acima.Ressalta–se neste trabalho o aparecimento de umprofissional que nos EUA é bastante empregado neste tipode assistência: o “paralegal” que para nós brasileiros seriao profissional parajurídico, que como posição sugestivapoderia ser adotada no Brasil, ao empregar os bacharéisem direito, enquanto estes não adquirissem a carteiradefinitiva da OAB e que seria de certa maneira útil notocante ao aumento de conhecimentos práticos naoperação jurídica no Brasil; c) Acesso pelos Pobres àAssistência Jurídica no Brasil - O Brasil tem como basepara esta questão de assistência jurídica aos pobres oartigo 5º,inciso LXXIV, da Constituição de 1988, que relatao seguinte: “ O Estado prestará assistência jurídica integrale gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos”.Existem outras disposições legais brasileiras tais comoas leis nº 1060/50 e 10.317/2001. Ressalta-se o papel dasdefensorias públicas e o seu fortalecimento pelo governofederal e estadual.

Foram realizadas fichamentos das seguintes obrascom a finalidade de complementação da pesquisa emapreço: 1- ALEXANDRE César – “Acesso à Justiça eCidadania” – Editora da Universidade Federal de MatoGrosso – MT. Cuiabá – 2002. 2- ALVES, Cleber Francisco– A estruturação dos serviços de Assistência Jurídica nosEstados Unidos, na França e no Brasil e sua eficácia paragarantir a igualdade de todos no acesso à Justiça - Tesede Doutorado – PUC/RJ – Dez.2005. 3- CAPPELLETTIMauro; Toward Equal Justice a Comparative Study of LegalAid In Modern Societies. Editora Milano Dott. A.Giufré –editora – Dobbs Ferry New York – Oceana PublicationsInc – 1975. 4- CORREA, Jorge e outros – Accesso de lospobres a la Justícia – Editorial 1995 Santiago do Chile. 5-

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J. OLIVEIRA – “Lei de Assistência Judiciária Interpretada”– Lei 1060/50 São Paulo, ed. 2000. 6- MORAES, HumbertoPeHa de A Assistência Judiciária sua gênese, sua históriae a função protetiva do Estado. 2ª ed. Rio de Janeiro LíberJuris – 1984.

f) O direito a uma existência digna – (pesquisadorparticipante – mestrando FDC – Bruno Ribeiro de SouzaBenezath). Orientadora – Profª Lilian Balmant Emerique.

Resumo: O objetivo da pesquisa consiste em estudaro direito a garantia de uma existência digna a partir doreconhecimento de que trata-se de um direito humanofundamental. Enquanto pessoas, todos devem ter suadignidade respeitada, e para isso, devem ter uma vida digna,com padrões mínimos atendidos (mínimo existencial).

A pesquisa tem por objetivo analisar as diferentes leis(salário mínimo e imposto de renda) que fixam critériosmínimos existenciais, verificando quais prestações,principalmente de direitos sociais, compõem o seu núcleoconformador. Também compõe a pretensão do trabalhocriticar padrões do mínimo vitais considerados reducionistase que atenuam ou dificultam ao extremo a realização dosdireitos sociais, passando por uma avaliação doutrinária ejurisprudencial dos argumentos suscitados com o objetivode diminuir a eficácia dos direitos sociais diante do problemada escassez de recursos.

g) Eficácia do direito social de proteção à infância àluz da Constituição de 1988 e do Estatuto da Criançae do Adolescente (pesquisadora participante – bacharelem Direito - Nívea Sarmento Duarte). Orientadora – ProfªLilian Balmant Emerique.

Resumo: Desde a criação do Estatuto da Criança edo Adolescente, muitos direitos constitucionais referentesaos atores em questão e dispostos em forma de normas

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programáticas, alcançaram um grau de concretizaçãomaior, em que pese ainda serem objeto de violaçõespermanentes, tanto por parte do Estado, como dasociedade em geral.

O estudo tem por objetivo avaliar a eficácia do direitosocial de proteção à infância previsto na Constituição eregulamentado em grande medida pelo Estatuto da Criançae do Adolescente. A pesquisa sobre o tema aindaencontra-se numa fase embrionária de elaboração doprojeto.

h) Dignidade da pessoa humana no sistema prisionalbrasileiro (pesquisadora participante – mestranda FDC– Suelen Agun dos Reis). Orientadora – Profª Lilian BalmantEmerique.

Resumo: O objetivo da pesquisa consiste emanalisar a questão da efetividade dos Direitos Humanosatravés da promoção da dignidade dos envolvidos nosistema prisional brasileiro, seja dos presos ou dosagentes penitenciários.

Em uma breve reflexão sobre os acontecimentosocorridos em 2005/2006 verifica-se a morte de vinte e novepessoas na baixada fluminense por agentes da policiamilitar; vídeos exibidos em rede nacional de soldadosveteranos torturando novos recrutas durante umacerimônia de iniciação; aumento constante da populaçãoprisional e conseqüente superlotação; a impunidade visívelem casos antigos como o massacre do Carandiru eEldorado dos Carajás em virtude da lentidão dosprocessos judiciais; e recentemente a morte de policiaise suspeitos de envolvidos no crime organizado no estadode São Paulo.

Diante desta situação, necessário se faz o estudode políticas públicas a fim de promover a reestruturaçãodo sistema prisional uma vez que a superlotação, as máscondições sanitárias e a falta de instalações de saúde

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contribuíram para a ocorrência de motins freqüentes eelevados índices de violência entre prisioneiros, e que hojeatingem também policiais e a sociedade. Esta pesquisaingressou recentemente no grupo e ainda encontra-se emfase de construção do projeto.

3. Atividades desenvolvidas:

- Implantação - O Grupo de Pesquisa inaugurou suasatividades em 15 de abril de 2005.- Reuniões – são realizadas reuniões quinzenais.Inicialmente os participantes realizaram leituras e ouviramas exposições dos professores pesquisadores sobre ostemas centrais de pesquisa.- Projetos de pesquisa – Em agosto de 2006, a maior partedos projetos dos pesquisadores participantes foramcadastrados, conforme a lista apresentada.- Participação em eventos:

a) ANDHEP - Associação Nacional de DireitosHumanos – Pesquisa e Pós-Graduação. O grupo comoum todo esteve presente no I Encontro Nacional daANDHEP, realizado de 13 a 15 de junho de 2005, no Riode Janeiro. Este encontro foi o primeiro evento que deuvisibilidade ao grupo e todos os integrantes passaram àcondição de membros da associação. O encontro foi ummarco na consolidação das propostas de pesquisatraçadas pelo grupo. O II Encontro realizado de 07 a 09 dejunho de 2006, em São Paulo, contou com a apresentaçãodo trabalho “Dignidade da pessoa humana e o mínimoexistencial” escrito pelos professores Sidney Guerra eLilian Balmant Emerique no grupo de trabalho“Desigualdade e inclusão social”. O grupo consolidou suaparticipação na associação e disponibilizou-se paraintercambiar a experiência com outros grupos de pesquisaem Direitos Humanos visando criar redes mais próximasde pesquisa.

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b) CONPEDI – Conselho Nacional de Pesquisaem Direito. O XV Congresso Nacional do CONPEDI,realizado de 03 a 05 de novembro de 2005, emFortaleza, contou com a participação dos professorespesquisadores Sidney Guerra, apresentando o trabalho“Direitos Humanos e a globalização” e Lilian BalmantEmerique, com o trabalho “O princípio da igualdade e omínimo existencial: o tratamento no sistemaconstitucional”. Na reunião preparatória a ser realizadade 15 a 17 de junho de 2006, em Recife, mais uma vezcontará com a participação e apresentação de trabalhodos referidos professores respectivamente sobre:“Direito fundamental à intimidade, vida privada, honra eimagem” e “Direito de oposição política no EstadoDemocrático de Direito”, figurando o autêntico espaçode pesquisa efetuado pelos professores da FDC.

c), Convênio PROCAD (Programa nacional de

cooperação acadêmica)- Cátedra UNESCO – A reuniãodas instituições integrantes do Convênio PROCADreconhecido como Cátedra da UNESCO sob a temática“Direitos Humanos e violência: governo e governança”,ocorreu nos dias 10 e 11 de novembro de 2006, no Riode Janeiro, e dela participaram o professor pesquisadorSidney Guerra e a pesquisadora participante LíviaGaigher. A presença na reunião resultou, futuramente,na inclusão da Faculdade de Direito de Campos, atravésdo grupo de pesquisa, na condição de instituiçãocolaboradora do convênio.

d) Seminário “Justiça para todos: assistência jurídicagratuita nos estados Unidos, na França e no Brasil” – Oseminário aconteceu na cidade de Petrópolis (RJ), no dia28 de abril de 2006 e nele compareceu o pesquisadorparticipante Jorge Batista de Assis, que estabeleceucontato com Earl Johnson Jr., juiz da Suprema Corte daCalifórnia e produziu um relatório útil para a pesquisaincluída no universo temático sobre acesso à Justiça.

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- Eventos realizados:

a) I Seminário de Direitos Humanos – organizadopelo grupo de pesquisa e realizado na FDC nos dias 25 e26 de outubro de 2005. Contou com as seguintes mesassempre integradas por um dos pesquisadores do grupo:“Direitos Humanos e a Proteção Internacional da PessoaHumana”; “Os Direitos Humanos, universalismo erelativismo cultural”; “Direitos Humanos, violência esegurança pública” e “Soberania, globalização e osDireitos Humanos no século XXI”. A iniciativa foi bemrecebida pelos estudantes e pela sociedade,representando o início do diálogo sobre pesquisa emDireitos Humanos na região.

b) Seminário Direitos Humanos e violência: governoe governança – esquematizado pelo grupo de pesquisa edesenvolvido no dia 06 de junho de 2006, na UFRJ, Rio deJaneiro. As mesas estruturadas foram: “A importância dajurisprudência da Corte Interamericana de DireitosHumanos na evolução do Direito Internacional dos DireitosHumanos”; “Dignidade da pessoa humana”; “Abordagemcrítica sobre violência e Direitos Humanos” e, por fim, ogrupo de trabalho. O Seminário idealizado para integração,publicidade das pesquisas e definição de estratégiasconjuntas de atuação das três instituições participantesdo Convênio PROCAD, contou com a participação doscoordenadores de pesquisa da PUC/RJ, UNISINOS e FDCe serviu ao propósito de definir algumas metas e projetosem comum.

- Eventos programados

a) II Seminário de Direitos Humanos - aconteceráno 2º semestre de 2006, com o intuito de promover areflexão sobre temas polêmicos em Direitos Humanos paraa comunidade acadêmica e sociedade civil. Na ocasião

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será lançado o livro “Temas emergentes de DireitosHumanos”, fruto das pesquisas realizadas pelo grupo, bemcomo a publicação dos textos dos conferencistaspresentes no primeiro evento. Esta será a primeirapublicação propriamente destinada a dar visibilidade àspesquisas em curso, somando-se aos trabalhos jápublicados na revista da faculdade e em outras publicaçõesespecializadas na área do Direito.

b) Curso de pós-graduação lato sensu em DireitosHumanos – Encontra-se entre os propósitos do Grupo parao segundo semestre de 2006, a inauguração de umprograma de pós-graduação lato sensu em DireitosHumanos, com o objetivo de capacitação de especialistasvoltados para a militância e iniciação acadêmica nadiscussão dos Direitos Humanos. O programa já estádefinido e inclui discussões contemporâneas em váriasfrentes sobre Direitos Humanos e um núcleo dediscussões voltados para o direitos humanos dasminorias.

Conclusão

A recente experiência vivenciada no Grupo dePesquisa em Direitos Humanos representa um espaçode formação e construção de conhecimento com fortesindicativos de consolidação e crescimento, permitindoestabelecer dentre suas metas futuras a integração comoutros núcleos de pesquisa em instituições com trabalhostradicionais e pioneiros nesta área.

O grupo de pesquisa continua aberto para todos ospesquisadores desejosos de integrar o projeto nas linhasde pesquisa desenvolvidas, sejam estudantes degraduação, pós-graduação ou docentes, inclusive paraparticipação de pessoas provenientes de outros camposde formação relacionados com distintas áreas doconhecimento além do Direito.