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BREVES NOTAS SOBRE O PLANEJAMENTO FÍSICO-TERRITORIAL Prof. Leandro Cardoso Trabalho Integralizador Multidisciplinar 1 (TIM-1) Engenharia Civil

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BREVES NOTAS SOBRE O PLANEJAMENTO

FÍSICO-TERRITORIAL

Prof. Leandro Cardoso

Trabalho Integralizador Multidisciplinar 1 (TIM-1)

Engenharia Civil

O planejamento urbano é o processo de idealização, criação e desenvolvimento de soluções que visam melhorar ou revitalizar certos aspectos dentro de uma determinada área urbana ou do planejamento de uma nova área urbana em uma determinada região, tendo como objetivo principal proporcionar aos habitantes uma melhoria na qualidade de vida.

PLANEJAMENTO URBANO

Os planejadores urbanos trabalham tradicionalmente junto das autoridades locais, geralmente, para a municipalidade da cidade ou vila, embora nas últimas décadas tenham se destacado os profissionais que trabalham para organizações, empresas ou grupos comunitários que propõem planos para o governo.

O planejamento pode ainda, representar uma ação libertária (ferramenta em busca de graus crescentes de liberdade), sendo necessário que seja fundamentado num processo de democracia representativa.

PLANEJAMENTO URBANO

Planejamento e gestão: conceitos rivais ou

complementares?

Planejar remete ao futuro, significa tentar prever a evolução de um fenômeno, ou ainda, tentar simular os desdobramentos de um processo, com o objetivo de melhor precaver-se contra prováveis problemas ou, inversamente, com o intuito de melhor tirar partido de prováveis benefícios.

Gestão remete ao presente, significa administrar uma situação dentro dos marcos dos recursos presentemente disponíveis e tendo em vista as necessidades imediatas.

Noutros termos, o planejamento é a preparação para a gestão futura, buscando-se evitar ou minimizar problemas e ampliar margens de manobra; e a gestão é a efetivação das condições que o planejamento feito no passado ajudou a construir.

A cidade (produto dos processos socioespaciais que refletem a interação entre várias escalas geográficas), deve aparecer não como uma massa passivamente modelável ou como uma máquina perfeitamente controlável pelo Estado, mas como uma fenômeno gerado pela interação complexa, jamais plenamente previsível ou manipulável, de uma miríade de agentes modeladores do espaço, interesses, significações e fatores estruturais, sendo o Estado um dos condicionantes do jogo.

PLANEJAMENTO URBANO

O ESTATUTO DA CIDADE

Promulgado em julho de 2001, o Estatuto da Cidade, estabelece normas de ordem pública e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental.

O Estatuto da Cidade é a regulamentação dos artigos 182 e 183 da Constituição Federal.

Artigo 182 (CF): A política de desenvolvimento urbano, executada pelo poder público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.

O ESTATUTO DA CIDADE

Artigo 2. A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:

I - garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;

O ESTATUTO DA CIDADE

II – gestão democrática por meio da participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano;

V – oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços públicos adequados aos interesses e necessidades da população e às características locais;

VI – ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar:

a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos;

b) a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes;

c) o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivos ou inadequados em relação à infra-estrutura urbana;

d) a instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como pólos geradores de tráfego, sem a previsão da infra-estrutura correspondente;

e) a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou não utilização;

f) a deterioração das áreas urbanizadas;

g) a poluição e a degradação ambiental;

IX – justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização;

XII – proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico;

XIV – regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda mediante o estabelecimento de normas especiais de urbanização, uso e ocupação do solo e edificação, consideradas a situação socioeconômica da população e as normas ambientais;

O ESTATUTO DA CIDADE

O plano diretor, aprovado por lei municipal, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana.

Artigo 41. O plano diretor é obrigatório para cidades:

I – com mais de vinte mil habitantes;

II – integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas;

IV – integrantes de áreas de especial interesse turístico;

V – inseridas na área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional.

PLANEJAMENTO URBANO: POSSÍVEIS ETAPAS

1) Formação e organização da equipe de trabalho, com definição de hierarquia e distribuição de tarefas.

2) Definição da área de trabalho (recorte espacial).

Bacia do

Córrego Leitão

Exutório

(saída) da

Barragem

de Santa

Lúcia

Limite da

área de

planejamento

(sub-bacias

4111601 a

4111605).

Bacia do

Leitão (A06)

BR356

Barragem

de Santa

Lúcia

PLANEJAMENTO URBANO: POSSÍVEIS ETAPAS

3) Levantamento das bases de dados disponíveis (Censo Demográfico, informações da PBH, Pesquisas de Origem e Destino / OD etc).

3.1) Organização do banco de dados

BANCO DE DADOS x BANDO DE DADOS

PLANEJAMENTO URBANO: POSSÍVEIS ETAPAS

4) Investigação/identificação das características naturais da área em questão e levantamento de dados socioespaciais.

A partir de dados secundários e/ou levantamentos em campo

PLANEJAMENTO URBANO: POSSÍVEIS ETAPAS

Fonte: Carta Topográfica, IBGE, 1976.

Folhas Brumadinho e Rio Acima.

Escala original 1:50.000 / Escala do mapa 1:25.000

PLANEJAMENTO URBANO: POSSÍVEIS ETAPAS

4.1) Produção de material cartográfico (apoio ao entendimento da realidade local e na produção de diagnóstico).

PLANEJAMENTO URBANO: POSSÍVEIS ETAPAS

4.1) Produção de material cartográfico (cont).

PLANEJAMENTO URBANO: POSSÍVEIS ETAPAS

4.1) Produção de material cartográfico (cont).

PLANEJAMENTO URBANO: POSSÍVEIS ETAPAS

4.1) Produção de material cartográfico (cont.)

PLANEJAMENTO URBANO: POSSÍVEIS ETAPAS

4.1) Produção de material cartográfico (cont.)

4.1) Produção de material cartográfico (cont.)

PLANEJAMENTO URBANO: POSSÍVEIS ETAPAS

4.2) Produção de acervo fotográfico.

PLANEJAMENTO URBANO: POSSÍVEIS ETAPAS

4.2) Produção de acervo fotográfico.

PLANEJAMENTO URBANO: POSSÍVEIS ETAPAS

4.2) Produção de acervo fotográfico.

PLANEJAMENTO URBANO: POSSÍVEIS ETAPAS

4.3) Escolha e definição de indicadores:

Qualidade do ar

Consumo de água

Qualidade das águas superficiais e subterrâneas

Reutilização da água residual tratada

Evolução da população

Uso do solo

Novas construções

Investimento público na área ambiental

Tendência positiva, progredindo em direção às metas desejáveis

Alguns desenvolvimentos positivos mas ainda insuficientes para atingir as metas desejáveis

Tendência desfavorável

PLANEJAMENTO URBANO: POSSÍVEIS ETAPAS

5) Definição das demandas (necessidades), potencialidades (“vocações”) e restrições (construtivas) da área em estudo.

Áreas de Proteção Permanente (APPs)

Código Florestal (Lei 12651/2012)

- Buffer de 50 m para os rios (10 a 50 m de largura);

- Ao redor lagos e lagoas naturais (100 m em zonas rurais e 30 m em zonas urbanas)

- Nas áreas de entorno dos reservatórios de água artificiais, na faixa definida na licença ambiental do empreendimento;

PLANEJAMENTO URBANO: POSSÍVEIS ETAPAS

5) Definição das demandas (necessidades), potencialidades (“vocações”) e restrições (construtivas) da área em estudo.

Áreas de Preservação Permanente (APPs)

Código Florestal (Lei 12651/2012)

- Raio mínimo de 50 m nas áreas de entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes;

- Unidades de conservação;

- Encostas com declividades acima de 45%;

- Topos de morros, montes, montanhas e serras, com altura mínima de 100 m e inclinação média maior que 25º.

PLANEJAMENTO URBANO: POSSÍVEIS ETAPAS

5) Definição das demandas (necessidades), potencialidades (“vocações”) e restrições (construtivas) da área em estudo.

Restrições à urbanização (Lei 6766/79)

- Terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes de tomadas as providências para assegurar o escoamento das águas;

- Terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde, sem que sejam previamente saneados;

- Terrenos onde as condições geológicas não aconselham a edificação;

PLANEJAMENTO URBANO: POSSÍVEIS ETAPAS

5) Definição das demandas (necessidades), potencialidades (“vocações”) e restrições (construtivas) da área em estudo.

Restrições à urbanização (Lei 6766/79)

- Em áreas de preservação ecológica;

- Buffer não edificável de 15 m (de cada lado) das faixas de domínio das rodovias e ferrovias (40 a 130 m);

- Terrenos com declividade igual ou superior a 30%, salvo se atendidas exigências específicas das autoridades competentes.

PLANEJAMENTO URBANO: POSSÍVEIS ETAPAS

6) Definição do modelo de crescimento urbano a ser adotado:

- Zonas concêntricas / Cidade Jardim;

- Setores;

- Unidades de Vizinhança;

- Unidades de Habitação;

- Cidade linear.

MODELOS DE CRESCIMENTO URBANO

• Teoria de Burgess ou das zonas concêntricas (1924)

• Garden-Cities de Ebenezer

Howard (1898)

MODELOS DE CRESCIMENTO URBANO

Letchworth - Inglaterra (1903)

MODELOS DE CRESCIMENTO URBANO

• Teoria de Hoyt ou dos setores (1939)

João Pessoa

MODELOS DE CRESCIMENTO URBANO

• A Unidade de Vizinhança de Perry (1929)

MODELOS DE CRESCIMENTO URBANO

• A Unidade de Vizinhança de Perry

Brasília

MODELOS DE CRESCIMENTO URBANO

• A Cidade Radiante de Le Corbusier

MODELOS DE CRESCIMENTO URBANO

• As Unidades de Habitação de Le Corbusier

Projeto nº 17 para o Plano Piloto - Brasília (Superblocos)

Unidade de Habitação – Marselha

(1947 – 1953)

MODELOS DE CRESCIMENTO URBANO

• Crescimento urbano linear (com eixos estruturais) – Soria y Mata (1894)

MODELOS DE CRESCIMENTO URBANO

• Crescimento urbano linear

Rio Cheonggyecheon

Rio Cheonggyecheon

PLANEJAMENTO URBANO: POSSÍVEIS ETAPAS

7) Estabelecimento de diretrizes e recomendações para os padrões de uso e ocupação do solo, incluindo, entre outros:

zoneamentos especializados (habitações, comércio, indústria etc.);

a altura das edificações;

a construção de parques e praças;

a construção de arruamentos (podendo influenciar inclusive na hierarquização viária);

definições de possíveis áreas de preservação;

a criação ou a expansão do sistema de saneamento básico.