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De 24-02-2014 a 02-03-2014
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REVISTA SEMANAL 121
DE 24-02-2014 A 02-03-2014
BRIEFING INTELI|CEIIA » TRANSPARÊNCIA || 2014
Revista de Imprensa03-03-2014
1. (PT) - Jornal de Notícias, 25/02/2014, Diretor de serviços apanha sete anos por corrupção 1
2. (PT) - Diário de Notícias, 25/02/2014, Inspetora suspensa de funções públicas 4
3. (PT) - Correio da Manhã, 25/02/2014, Sete anos por corrupção no Ministério da Economia 5
4. (PT) - Público, 26/02/2014, PJ Militar investiga esquema de desvio de doentes para hospital privado 6
5. (PT) - Público, 26/02/2014, Erdogan desmente telefonemas que o implicam em escândalo de corrupção 8
6. (PT) - Jornal de Notícias, 26/02/2014, Médicos do Hospital Militar desviam doentes 9
7. (PT) - Jornal de Notícias, 26/02/2014, Erdogan nega veracidade da gravação 12
8. (PT) - Jornal de Negócios, 26/02/2014, Empresas de dispositivos terão lesado Estado 13
9. (PT) - i, 26/02/2014, Regulador vai reforçar a fiscalização dos contratos públicos 14
10. (PT) - i, 26/02/2014, Corrupção. juiz turco abre investigação a gravação a Erdogan 15
11. (PT) - i, 26/02/2014, Buscas. Cirurgias à próstata indevidamente cobradas a subsistemas de saúde 16
12. (PT) - Diário Económico, 26/02/2014, Polícia Judiciária Militar investiga novo esquema de fraude ecorrupção na Saúde
18
13. (PT) - Diário de Notícias, 26/02/2014, Médicos militares suspeitos de corrupção 19
14. (PT) - Público, 27/02/2014, Arguido confessa que burla ao SNS era para atingir objectivos do laboratório 20
15. (PT) - Jornal de Notícias, 27/02/2014, Vaga de manifestações contra Erdogan 22
16. (PT) - Diário de Notícias, 27/02/2014, PJ anuncia fim de investigação a fraude ao SNS 23
17. (PT) - i, 01/03/2014, Tribunal turco liberta cinco suspeitos de corrupção 24
18. (PT) - i, 01/03/2014, «Não há nenhuma instituição imune à corrupção» 25
19. (PT) - Jornal de Notícias, 02/03/2014, PJ congela 28 milhões suspeitos de lavagem 26
20. (PT) - Correio da Manhã, 02/03/2014, Tribunal suíço dá razão a suspeitas 29
21. (PT) - Correio da Manhã, 02/03/2014, Protesto contra corrupção 30
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Tiragem: 84836
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 12
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Página 1
Tiragem: 84836
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 10
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Tiragem: 84836
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Âmbito: Informação Geral
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Tiragem: 28086
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Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 26
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Tiragem: 152865
País: Portugal
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Âmbito: Informação Geral
Pág: 21
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Tiragem: 35772
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
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PJ Militar investiga esquema de desvio de doentes para hospital privado
Efectuadas mais de uma dezena de buscas para desmantelar fraude a subsistemas de saúde. Não houve detidos, mas quatro médicos e três estabelecimentos de saúde foram alvo de buscas
JONATAS LUZIA
Esquema que envolve médicos a trabalhar nos hospitais militares é mais uma fraude na saúde pública
A Polícia Judiciária (PJ) Militar reali-
zou ontem mais de uma dezena de
buscas em instituições hospitalares,
residência de médicos e empresas,
no âmbito de uma operação que visa
desmantelar um esquema fraudu-
lento que terá causado “elevados
prejuízos” em dois subsistemas pú-
blicos de saúde: a ADM (Assistência
na Doença aos Militares) e a ADSE.
A informação foi divulgada num
comunicado da PJ Militar, assinado
pelo coronel Luís Vieira, director-
-geral daquela força tutelada pelo
Ministério da Defesa. “Os suspeitos
implementaram um esquema do
qual lograram conseguir vantagens
patrimoniais, causando elevados
prejuízos aos subsistemas de assis-
tência na doença, ADM e ADSE”,
lê-se na nota.
O comunicado adianta que o in-
quérito, dirigido pela 9.ª Secção do
Departamento de Investigação e
Acção Penal (DIAP) de Lisboa, in-
vestiga crimes de corrupção, entre
outros. A PJ Militar completa ainda
que a operação envolve “parte subs-
tancial dos seus investigadores” e
vários peritos forenses.
O PÚBLICO confi rmou que na
operação não foi detido ninguém,
tendo sido essa uma opção estraté-
gica dos responsáveis pela investi-
gação.
Segundo a SIC, as buscas ocorre-
ram no Hospital Militar de Lisboa
e no Hospital das Forças Armadas,
também na cidade, e no Hospital
Saint Louis, uma instituição parti-
cular de solidariedade social pro-
priedade da Sociedade Francesa de
Benefi cência com dois pólos na capi-
tal (Bairro Alto e Campo Grande).
Em causa, diz a estação de televi-
são, está um esquema para desviar
doentes de hospitais militares para
unidades privadas de saúde, para a
realização de tratamentos com pre-
ços infl acionados e que muitas ve-
zes nem sequer eram necessários. A
radioterapia interna seria um deles,
que chegava a custar à ADM 16 mil
a 18 mil euros, comparticipados a
100%. No sistema público, o mesmo
tratamento fi caria por cerca de seis
mil euros.
O Hospital Saint Louis, a unidade
privada para onde seriam desviados
lizados para prevenir, diagnosticar
ou tratar uma doença.
A Ordem dos Médicos confi rma
que as buscas foram acompanhadas
por um médico do Conselho Regio-
nal do Sul, por solicitação das auto-
ridades judiciais, tal como aconte-
ce neste tipo de diligências sempre
que há envolvimento de médicos.
Segundo a SIC, quatro clínicos, um
radiologista e três urologistas, um
dos quais é chefe de serviço no Hos-
pital Militar de Lisboa, foram alvo de
buscas domiciliárias.
Macedo elogia rapidezApesar de não conhecer em porme-
nor as buscas, o ministro da Saúde,
Paulo Macedo, comentou ontem,
em Vila Nova de Gaia, a operação
da PJ Militar, evidenciando a “rapi-
dez” da investigação e a “solidez de
prova” encontrada.
“Não conheço em detalhe, porque
são buscas da Polícia Judiciária Mi-
litar, mas estamos sistematicamen-
te a ver acções destas com provas
sólidas e com evidência, portanto
é uma área a prestar atenção para
evitar os custos associados à fraude,
mas também à corrupção. Destaco
a rapidez das autoridades que pro-
duzem prova”, declarou o ministro
Paulo Macedo, à margem da inau-
guração do Centro de Reabilitação
do Norte.
O governante defendeu que mais
importante do que punir os envolvi-
dos nestas fraudes é desincentivar
outros de continuar a cometer es-
tes ilícitos. Paulo Macedo quer que
“este tipo de acções de investigação
desencadeie um efeito desincentiva-
dor de fraude” e garante que o seu
ministério está a tomar “medidas de
prevenção” que passam, desde logo,
pelo “controlo a grandes concentra-
ções que possam ser irregulares ou
prescrições irregulares”. O ministro
sublinhou ainda o “avanço que tem
havido nos sistemas de informação
para controlar a prescrição médica
e o apoio assistencial”.
Este mês, Paulo Macedo disse em
entrevista ao Diário Económico que
os casos em investigação ou sinali-
zados como suspeitas de fraude ou
corrupção na área da saúde, nos úl-
timos dois anos e meio, envolverão
valores na ordem dos 229 milhões
de euros. Pelo menos um caso já
está a ser julgado. com Margarida Gomes e Catarina Gomes
Justiça Mariana Oliveira
os doentes, informou em comuni-
cado “que está a colaborar com as
autoridades de investigação em pro-
cesso respeitante a actos cirúrgicos
referentes a doentes abrangidos pela
ADM e encaminhados por profi ssio-
nais do Hospital Militar”. Acrescen-
tou que “cumpre escrupulosamente
os normativos legais e dará todas as
informações pertinentes às autori-
dades, sendo certo que é alheio a
qualquer eventual irregularidade
de terceiros”.
O PÚBLICO apurou ainda que
a investigação tenta também des-
mantelar uma fraude relacionada
com dispositivos médicos utilizados
para combater determinados tipos
de cancro. Estes dispositivos são ins-
trumentos de saúde que englobam
um vasto conjunto de produtos uti-
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Tiragem: 35772
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
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Corte: 2 de 2ID: 52574642 26-02-2014
Efectuadas mais de uma dezena de buscas para desmantelar fraude p4
PJ Militar investiga desvio de doentes para hospital privado
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Tiragem: 35772
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Âmbito: Informação Geral
Pág: 25
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Corte: 1 de 1ID: 52574745 26-02-2014
Acusações, desmentidos e pedidos de
demissão. A política turca continua
a viver ao ritmo de escândalos. O úl-
timo episódio envolve directamente
o primeiro-ministro: conversas tele-
fónicas que Recep Tayyip Erdogan
desmente ter tido com um fi lho, nas
quais se fala de fazer desaparecer
centenas de milhares de euros, leva-
ram a oposição a pedir, uma vez mais,
a demissão do chefe do Governo.
É mais um desenvolvimento no es-
cândalo de corrupção que envolve
aliados do primeiro-ministro turco e
que o Governo diz ser fruto de uma
conspiração movida por Fethullah
Gülen, o imã que lidera uma rede
global de escolas e instituições de
caridade e que quando era aliado
de Erdogan colocou seguidores em
altos cargos das forças de segurança
e do poder judicial.
Nas conversas divulgadas segunda-
feira à noite, a voz identifi cada como
de Erdogan discute com o fi lho Bilal
como reduzir a zero os fundos arma-
zenados em várias casas; Bilal suge-
re distribuir o dinheiro por vários
empresários. Os telefonemas terão
acontecido entre 17 e 18 de Dezem-
bro, quando foi revelada a investi-
gação de corrupção, fraude e bran-
queamento de capitais que levou à
demissão de três ministros e à de-
tenção de muitas pessoas ligadas ao
AKP (Partido da Justiça e do Desen-
Erdogan desmente telefonemas que o implicam em escândalo de corrupção
volvimento), no poder desde 2002.
No mesmo dia em que alguém publi-
cou as conversas no YouTube, dois
jornais próximos do AKP acusavam
magistrados ligados a Gülen de terem
posto sob escuta milhares de pesso-
as, incluindo o primeiro-ministro.
Aproveitando a reunião semanal
com os deputados do AKP, ontem,
o primeiro-ministro denunciou uma
“montagem vergonhosa” e um “ata-
que odioso” para prejudicar o par-
tido. “Nunca cederemos, só o povo
pode decidir afastar-nos e mais nin-
guém”, disse. É nas urnas, então, que
Erdogan quer saber se os turcos con-
tinuam com ele. Para além das elei-
ções municipais, a 30 de Março, a
Turquia vai ter em Agosto as primei-
ras presidenciais directas e Erdogan
nunca escondeu que quer suceder ao
Presidente Abdullah Gül.
“O Governo deve demitir-se, per-
deu toda a legitimidade”, defendeu
Haluk Koç, vice-presidente do maior
partido da oposição, o CHP (Parti-
do Republicano do Povo). A Turquia,
disse, “não pode continuar no seu
caminho com esta sujidade, com este
fardo”. O líder dos nacionalistas do
MHP, Davlet Bahçeli, preferiu anun-
ciar que “o fi m absoluto e certo está
próximo para Erdogan”.
Já depois da ida ao Parlamento, o
primeiro-ministro viu a inauguração
da nova auto-estrada que atravessa
a Universidade Técnica do Médio
Oriente, em Ancara, tornar-se numa
manifestação contra o Governo. Esta
universidade já tinha sido palco de
protestos no Verão, na vaga de con-
testação desencadeada pelo plano
para demolir um parque no centro
de Istambul e violentamente repri-
mida. Ontem a polícia dispersou os
manifestantes com canhões de água
e gás lacrimogéneo.
TurquiaSofia Lorena
Alegadas conversas do primeiro-ministro divulgadas após arranque da campanha para as municipais do fim de Março
ADEM ALTAN/AFP
Erdogan promete resistir a tudo e a todos Página 8
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Tiragem: 84836
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
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Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
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Âmbito: Informação Geral
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Tiragem: 84836
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Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
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Period.: Diária
Âmbito: Economia, Negócios e.
Pág: 21
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Âmbito: Informação Geral
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Tiragem: 27259
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Âmbito: Informação Geral
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Tiragem: 27259
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Âmbito: Informação Geral
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Tiragem: 27259
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Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
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Tiragem: 17461
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Period.: Diária
Âmbito: Economia, Negócios e.
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Corte: 1 de 1ID: 52574999 26-02-2014
detectados nos últimosdois anos e meio já lesaramo Estado em 229 milhõesde euros. O ministro PauloMacedo, em entrevista aoDiário Económico, apontoucomo novas áreas prioritáriasno combate à fraudeprecisamente os meioscomplementares dediagnóstico e terapêutica e osmedicamentos dispensados nasfarmácias hospitalares. Ontemem declarações aos jornalistas,Paulo Macedo frisou quequer que se “trabalhe muitona prevenção destes casos”e que “mais do que a puniras pessoas o que nos interessaé que se desincentive decontinuar a cometer estasfraudes”. C.D. com Lusa
As autoridades estão a investigarmais um caso de fraude na Saúde,deste vez envolvendo a ADSEe ADM (os subsistemas de Saúdedos funcionários públicose militares). De acordo coma Polícia Judiciária Militar (PJM),foram realizadas ontem buscase apreensões de documentosem hospitais, residências demédicos, empresas e gabinetesde contabilidade por suspeitasde crimes contra o Estado,corrupção passiva e activa.Os suspeitos terão desenvolvido“um esquema, do qual lograramconseguir vantagenspatrimoniais, causando avultadosprejuízos aos subsistemasde assistência na doença”aos militares e aos funcionáriospúblicos, como a cobrança ilegalde cirurgias por empresasde dispositivos médicos.O hospital privado St. Louis, emLisboa, confirmou que foi alvo debuscas por parte da PolíciaJudiciária Militar, adiantandoestar a colaborar com asautoridades e afirmando seralheio a “qualquer eventualirregularidade de terceiros”.De acordo com dadosdo Ministério da Saúde,os esquemas fraudulentos
Buscas em hospitaisPolícia Judiciária Militar investiga novoesquema de fraude e corrupção na Saúde
O esquemadetectado assentavana cobrança ilegalde cirurgias porempresas dedispositivos médicose lesou a ADSEe o subsistema desaúde dos militares.
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Tiragem: 28086
País: Portugal
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Âmbito: Informação Geral
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SDFGR
Arguido confessa que burla ao SNS era para atingir objectivos do laboratório
O esquema relacionado com o uso
fraudulento de receitas, que terá lesa-
do o Estado em quase quatro milhões
de euros e que foi desvendado no
âmbito do processo Remédio Santo,
surgiu para que os delegados de in-
formação médica conseguissem atin-
gir os objectivos de vendas impostos
pelos laboratórios. A explicação foi
dada pelo ex-delegado de informa-
ção médica Rui Peixoto, o primeiro
dos 18 arguidos no caso a ser ouvido
ontem no julgamento no Tribunal
de Monsanto, em Lisboa, e que foi
interceptado nas escutas a combinar
a troca de “papo-secos” e “pães” (no-
me de código utilizado para os medi-
camentos) com João Carlos Alexan-
dre, também arguido e ex-delegado.
Rui Peixoto, que foi ouvido duran-
te todo o dia, confessou dois dos três
crimes de que é acusado: burla quali-
fi cada e falsifi cação de documentos.
Mas recusou a acusação de associa-
ção criminosa, sendo que o arguido
de 56 anos, segundo a investigação,
é apontado como o líder do chamado
grupo norte, sendo à data dos factos
tornados públicos em 2012 chefe de
vendas num laboratório do grupo
Bial. João Carlos Alexandre seria o
líder do grupo centro/sul.
Entre os 18 envolvidos estão seis
médicos, dois farmacêuticos, sete de-
legados de informação médica, uma
esteticista (ex-delegada de acção mé-
dica), um empresário brasileiro e um
comerciante de pão. O médico Luiz
Basile é o único arguido em prisão
preventiva, nove outros elementos
estão com pulseira electrónica e os
restantes encontram-se em liberdade.
O ex-delegado admitiu que angaria-
va receitas directamente junto de mé-
dicos ou através de outros delegados
com o objectivo de aumentar as ven-
das e cumprir as metas impostas pe-
lo laboratório onde trabalhava, mas
negou sempre que quantifi casse os
pedidos ou que tivesse um grupo or-
ganizado, dizendo que havia apenas
uma lista com os nomes dos fárma-
cos que interessavam e que actuava
de acordo com as “oportunidades”.
“Para se atingir os objectivos era
necessário especular as vendas. Era
uma prática comum e corrente nos
laboratórios. Os que não compactua-
vam difi cilmente conseguiam atingir
prémios de vendas. O alerta para o
esquema foi dado à Associação Na-
cional de Farmácias por um estabele-
cimento que estranhou o elevado nú-
mero de receitas aviado pelo arguido
e comerciante de pão Carlos Anjos.
No caso de Rui Peixoto, a maior
parte dos medicamentos era enca-
minhada para o farmacêutico Da-
niel Ramos. Eram ainda feitas en-
tregas a João Carlos Alexandre. Foi
nas conversas interceptadas entre
Peixoto e Alexandre que surgem as
expressões “papo-secos” e “pães”
para combinar entregas de caixas de
medicamentos. A juíza que preside
ao colectivo, Maria Joana Grácio, in-
sistiu que as chamadas mostram que
as necessidades de medicamentos
eram transmitidas e quantifi cadas,
mas o ex-delegado recusou a ideia.
Questionado pelo colectivo no sen-
tido de saber quanto ganhou com o
esquema, Rui Peixoto falou em 100
a 120 mil euros, sendo que na altura
dos factos anualmente recebia entre
80 e 90 mil euros por ano. O colec-
tivo instigou-o a explicar os motivos
pelos quais entrou neste esquema
quando ganhava acima da média,
ao que o arguido respondeu que “foi
por pura estupidez” e “para ganhar
uns dinheirinhos a mais”, mas que
está “arrependido”.
Acordo sobre pena falhouO processo Remédio Santo come-
çou a ser julgado na semana pas-
sada no Tribunal de Monsanto,
mas foi suspenso na sequência de
uma proposta da defesa que quis
chegar a um acordo de sentença
de pena com o Ministério Público.
O colectivo de juízes deu uma
semana para que o procurador e
os advogados dos arguidos che-
gassem a um acordo que, a ser
viabilizado, seria apenas a ter-
ceira vez que era utilizado no or-
denamento jurídico português.
Em troca da confi ssão dos crimes,
o Ministério Público e a defesa fa-
riam um acordo em relação às in-
demnizações e às penas para cada
um dos 18 arguidos. Porém, a solu-
ção não recebeu luz verde da Procu-
radoria-Geral da República e o julga-
mento retomou os trâmites normais.
E a própria procuradora-geral da
República, Joana Marques Vidal,
emitiu na sexta-feira uma directiva
proibindo os procuradores de reali-
zarem estes acordos.
os objectivos e deparavam-se com
a realidade da perda de emprego”,
justifi cou, falando numa “prática
transversal a toda a indústria farma-
cêutica” e que “não é nenhum tabu”.
Apesar de referir que existiam
orientações por email, disse que as
chefi as máximas desconheceriam o
esquema que se espalhou em 2009
por os medicamentos genéricos es-
tarem a ganhar terreno aos de mar-
ca. Rui Peixoto também admitiu que
entregava receitas a outros arguidos
para que eles as aviassem, mas asse-
gurou que não houve um esquema
pensado e que “este caso não tem a
dimensão que lhe estamos a dar”, até
porque foi “iludido” pela “forma tão
light e tão simples de fazer” as coisas.
No esquema entravam apenas me-
dicamentos com altas comparticipa-
ções por parte do Serviço Nacional
de Saúde, sempre superiores a 69%.
Assim, quem fosse à farmácia levan-
tar as receitas pagava apenas o rema-
nescente. Os medicamentos fi cavam,
na maior parte das situações, em casa
dos arguidos que, mais tarde, deram
seguimento ao esquema escoando os
fármacos através de contactos com
dois farmacêuticos que ou os reintro-
duziam no mercado nacional ou os
enviavam para outros países, obten-
do aqui outro rendimento além dos
Ex-delegado de informação médica Rui Peixoto, o primeiro arguido a ser ouvido, confessou os crimes de falsifi cação de documentos e de burla qualifi cada, mas recusou a acusação de associação criminosa
Processo Remédio SantoRomana Borja-Santos
PJ concluiu investigação a fraude
SNS lesado em mais 1,1 milhões de euros
A PJ anunciou ontem o fim de uma investigação a uma fraude que lesou o Serviço Nacional de Saúde
(SNS) em 1,1 milhões de euros e conduziu à constituição de nove arguidos e à detenção de seis pessoas, quatro homens e duas mulheres, dos quais quatro ainda se encontram em prisão preventiva. No âmbito dessa investigação, a PJ realizou ainda 20 buscas.
No decorrer da investigação, em que foram inquiridas cerca de 250 testemunhas, foram apreendidos veículos, prédios urbanos e outro material relacionado com a prática da actividade criminosa em investigação, refere o comunicado.
As operações realizadas no âmbito desta investigação – que tiveram o nome de código Receitas a Soldo I e II – identificaram uma
prática delituosa para o Estado português, através de “comparticipações atribuídas de modo enganoso com base em receituário fraudulento, numa única farmácia”. O prejuízo para o SNS foi de 1,1 milhões de euros.
A PJ refere que os arguidos já foram acusados pelo MP de Sesimbra, tendo-lhes sido imputados “os crimes de associação criminosa, burla qualificada, corrupção activa e passiva, falsificação de documento e branqueamento de capitais”.
Casos que estão a ser investigados por burlas ao SNS rondarão os 230 milhões de euros
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Tiragem: 35772
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
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Ex-delegado de informação médica confessou os crimes no tribunal p14
Arguido diz que burla ao SNS visava atingir metas do laboratório
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País: Portugal
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País: Portugal
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