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Transparência 69 REVISTA SEMANAL 12.11 - 18.11_2012

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De 12-11-2012 a 18-11-2012

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Transparência

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REVISTA SEMANAL ↘ 12.11 - 18.11_2012

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Revista de Imprensa19-11-2012

1. (PT) - Público, 13/11/2012, Vale e Azevedo fica preso em Lisboa após esgotar recursos no Reino Unido 1

2. (PT) - Jornal de Notícias, 13/11/2012, Nove generais angolanos acusam jornalista de calúnia 3

3. (PT) - Jornal de Negócios, 13/11/2012, Angola acusa Portugal de conspiração 5

4. (PT) - i, 13/11/2012, Secretas. Silva Carvalho é o único fora da presidência do Conselho de Ministros 6

5. (PT) - i, 13/11/2012, Rafael Marques é arguido 7

6. (PT) - i, 13/11/2012, Lisboa - Vale e Azevedo preso, depois de quatro anos em Londres 8

7. (PT) - i, 13/11/2012, Dez anos de prisão para José Diceu 9

8. (PT) - Diário Económico, 13/11/2012, Investigação do MP prejudica relações com Angola 10

9. (PT) - Diário de Notícias, 13/11/2012, Pedida demissão de diretor regional 12

10. (PT) - Diário de Notícias, 13/11/2012, Dez anos e dez meses de prisão para ex-ministro José Dirceu 13

11. (PT) - Público, 14/11/2012, PSD rejeita inquérito à aplicação das verbas da reconstrução pós-temporal 14

12. (PT) - Jornal de Notícias, 14/11/2012, PSD exige reação da Câmara a "cunhas" 15

13. (PT) - Jornal de Notícias, 14/11/2012, Procurador tem dúvidas sobre ligação de vereadora a fraude 16

14. (PT) - Jornal de Negócios, 14/11/2012, MP confirma investigação a angolanos 17

15. (PT) - i, 14/11/2012, Vale e Azevedo pode ser expulso de vez da Ordem dos Advogados 18

16. (PT) - i, 14/11/2012, DCIAP confirma inquérito a dirigentes angolanos 19

17. (PT) - Diário Económico, 14/11/2012, Funcionários do Estado devem declarar ofertas recebidas 20

18. (PT) - Diário Económico, 14/11/2012, DCIAP confirma investigação a dirigentes angolanos 21

19. (PT) - Diário de Notícias, 14/11/2012, Vereadora julgada por fraude fiscal 22

20. (PT) - Diário de Notícias, 14/11/2012, MP confirma investigação a angolanos 23

21. (PT) - Diário de Notícias, 14/11/2012, MP alivia autarca em fraude fiscal 24

22. (PT) - Diário de Notícias, 14/11/2012, Dirceu diz que sentença é injusta 25

23. (PT) - Correio da Manhã, 14/11/2012, MP atenua envolvimento de vereadora em fraude 26

24. (PT) - Correio da Manhã, 14/11/2012, Duras penas para homens de Lula 27

25. (PT) - Sábado, 15/11/2012, Tchizé teve de justificar 1,2 milhões 28

26. (PT) - Diário de Notícias, 15/11/2012, Recurso de Vale e Azevedo pode ditar em breve a sua libertação 31

27. (PT) - Correio da Manhã, 15/11/2012, Isaltino com passaporte a um passo de ser preso 34

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28. (PT) - Sol, 16/11/2012, Recurso para ser libertado 35

29. (PT) - Sol, 16/11/2012, Inquérito causa alta tensão 36

30. (PT) - Sol, 16/11/2012, Acusado de burla ao BPN 38

31. (PT) - Jornal da Madeira, 16/11/2012, Novo líder da China promete combater a corrupção 41

32. (PT) - i, 16/11/2012, PS insiste me projecto lei sobre transparência activa 42

33. (PT) - i, 17/11/2012, Isaltino Morais. O atleta dos recursos 43

34. (PT) - i, 17/11/2012, "Fundos europeus promoveram comportamentos de corrupção que temos decombater" - Entrevista a Álvaro Santos Pereira

46

35. (PT) - Expresso, 17/11/2012, Condenação de Dirceu é considerada histórica 52

36. (PT) - Diário de Notícias, 17/11/2012, Duarte Lima conhece hoje acusação do caso BPN 53

37. (PT) - Correio da Manhã, 17/11/2012, MP pede condenação de 57 arguidos 55

38. (PT) - Público, 19/11/2012, Defesas vão tentar destruir acusação de burla qualificada 56

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Tiragem: 43576

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 12

Cores: Cor

Área: 26,50 x 30,26 cm²

Corte: 1 de 2ID: 44706444 13-11-2012

Vale e Azevedo fi ca preso em Lisboa após esgotar recursos no Reino Unido

Ex-presidente do Benfi ca chegou ontem e fi cou preso para cumprimento de mais de cinco anos de cadeia por burla e falsifi cação de documentos. Vale e Azevedo vai apresentar mais um pedido de habeas corpus

RUI GAUDÊNCIO

Não é a primeira vez que o antigo assessor jurídico de Pinto Balsemão é detido pelas autoridades

O ex-presidente do Benfi ca Vale e

Azevedo passou ontem a sua primei-

ra noite em Portugal em quatro anos.

Ficou a dormir no Estabelecimento

Prisional de Lisboa, depois de ter es-

gotado os recursos judiciais contra a

sua extradição do Reino Unido.

Burla e falsifi cação de documentos

são alguns dos crimes pelos quais foi

condenado a um cúmulo jurídico de

11 anos e meio, estando ainda pen-

dentes várias outras acusações. O

clube encarnado acusa o seu antigo

dirigente de branqueamento de ca-

pitais e abuso de confi ança. Mas en-

quanto a justiça portuguesa entende

que lhe faltam cumprir mais de cinco

anos da pena relacionada com a bur-

la e a falsifi cação de documentos, Va-

le e Azevedo argumenta que o tempo

que passou com residência fi xa em

Londres, com o passaporte apreen-

dido e obrigação de pernoitar em ca-

sa, equivalem a prisão domiciliária,

devendo por isso ser descontado no

cumprimento da pena. Daí que uma

das tentativas que a sua advogada irá

fazer passe por um pedido de liber-

dade condicional, por alegado cum-

primento de cinco sextos dos 11 anos

e meio. Também será apresentado

mais um pedido de habeas corpus

baseado neste e noutros pressupos-

tos. Um anterior pedido do mesmo

género teve na passada semana res-

posta negativa por parte do Supremo

Tribunal de Justiça, que considerou

que, não se encontrando na altura

Vale e Azevedo preso — ainda estava

no Reino Unido —, não podia invocar

semelhante fi gura legal.

Foram vários os casos que levaram

à condenação do antigo assessor jurí-

dico do primeiro-ministro Pinto Bal-

semão no início dos anos 1980. Um

deles relaciona-se com a apropria-

ção de uma verba de 193 mil contos

(perto de um milhão de euros) prove-

nientes da transferência do guarda-

redes russo Serguei Ovchinnikov do

Alverca para o Benfi ca, usados na

compra em Itália do iate de luxo

Lucky Me através de uma empresa

off shore com sede nas ilhas Virgens

Britânicas, alegadamente pertencen-

te ao advogado. Já no caso Ribafria,

que se reporta a factos ocorridos em

1993 e 1994, está em causa a apro-

priação ilícita de 1,5 milhões de eu-

ros numa operação de transferências

bancárias para o Luxemburgo que

se destinaria a conseguir vantagens

fi scais para dois empresários do ra-

mo da cortiça clientes numa eventu-

al transmissão aos herdeiros. Vale e

Azevedo foi igualmente condenado

no processo Euroárea pelo desvio de

cinco milhões de euros no negócio

da transacção dos terrenos da Ur-

banização Sul na Luz e o centro de

estágio do Seixal. Por fi m, no caso

Dantas da Cunha fi cou provado que

falsifi cou vários documentos, como

procurações, para conseguir hipote-

car à revelia do seu proprietário um

imóvel situado na Praça do Areeiro,

em Lisboa.

Vale e Azevedo é ainda arguido

num processo em que é acusado

de apropriação indevida de mais

de quatro milhões de euros do Ben-

fi ca, branqueamento de capitais e

abuso de confi ança, entre outras

coisas. Efectuado à sua revelia, este

julgamento prossegue hoje, com a

audição de José Capristano e António

Sala, membros da direcção de Vale

e Azevedo.

A representante legal do ex-pre-

sidente do Benfi ca garantiu que foi

ele quem ontem se entregou às au-

toridades inglesas, que por sua vez

o depositaram nas mãos de dois ins-

pectores da Judiciária. Mas segundo

fonte da Procuradoria da Coroa Bri-

tânica, havia esgotado os recursos

legais para impedir a extradição. Vale

e Azevedo tem ainda outro proces-

so em tribunal, que começará a ser

julgado amanhã no High Court, para

ser impedido de assumir cargos de

administrador em empresas britâ-

nicas por acção fraudulenta. Trata-

se de uma consequência da falência

declarada, em 2009, da empresa de

que era presidente, a V&A Capital

Limited. com Lusa

JustiçaAna Henriques

“Um dos maiores burlões da história”

Dantas da Cunha congratula-se com prisão

Proprietário de um imóvel no Areeiro, em Lisboa, vendido por Vale e Azevedo sem o seu consentimento, o

empresário Dantas da Cunha considera o ex-presidente do Benfica “um dos maiores burlões da história de Portugal”. “Acredito que os seus dias de impunidade chegaram ao fim”, diz, numa declaração enviada à agência Lusa. “Fruto dos seus esquemas e da sua mente ‘maquiavélica’, deverá ter escondido os milhões que roubou”, observa, acrescentando que a

recompensa das “dezenas de vítimas do burlão” não irá além de o verem atrás das grades, uma vez que “não vão receber um tostão” do arguido. “Os familiares de todas estas vítimas não terão a mesma sorte e as mesmas regalias financeiras que a família de Vale e Azevedo terá, fruto dos seus crimes”, conclui, salientando que muitas destas pessoas não possuem meios para recorrerem aos tribunais. No entender de Dantas da Cunha, Vale e Azevedo “destruiu a vida de muitas famílias em Portugal e no estrangeiro”.

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Tiragem: 43576

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

Cores: Cor

Área: 18,35 x 1,05 cm²

Corte: 2 de 2ID: 44706444 13-11-2012

Vale e Azevedo preso em Lisboa após esgotar recursos em Londres p12

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A3

Tiragem: 94942

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 16

Cores: Cor

Área: 17,52 x 21,68 cm²

Corte: 1 de 2ID: 44707171 13-11-2012

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Tiragem: 94942

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

Cores: Cor

Área: 15,54 x 1,02 cm²

Corte: 2 de 2ID: 44707171 13-11-2012

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A5

Tiragem: 16500

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Economia, Negócios e.

Pág: 38

Cores: Preto e Branco

Área: 4,80 x 10,54 cm²

Corte: 1 de 1ID: 44706742 13-11-2012

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A6

Tiragem: 27259

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 28

Cores: Cor

Área: 24,17 x 31,07 cm²

Corte: 1 de 1ID: 44707045 13-11-2012

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A7

Tiragem: 27259

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 7

Cores: Cor

Área: 4,39 x 25,78 cm²

Corte: 1 de 1ID: 44706923 13-11-2012

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A8

Tiragem: 27259

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 6

Cores: Cor

Área: 5,14 x 29,56 cm²

Corte: 1 de 1ID: 44706867 13-11-2012

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A9

Tiragem: 27259

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 11

Cores: Cor

Área: 4,88 x 24,30 cm²

Corte: 1 de 1ID: 44707103 13-11-2012

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A10

Tiragem: 18100

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Economia, Negócios e.

Pág: 16

Cores: Cor

Área: 6,11 x 3,91 cm²

Corte: 1 de 2ID: 44706590 13-11-2012

Página 10

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Tiragem: 18100

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Economia, Negócios e.

Pág: 17

Cores: Cor

Área: 11,72 x 3,91 cm²

Corte: 2 de 2ID: 44706590 13-11-2012

Investigação do MP prejudica relações com AngolaA abertura de um inquérito-crime contra dirigentes angolanos “prejudica as relaçõescom Portugal”, escreveu ontem, o “Jornal de Angola” em resposta à notícia avançadapelo Expresso. Em causa está a abertura da investigação do Ministério Públicoportuguês a três altos dirigentes do regime angolano - Manuel Vicente, vice-Presidente de Angola (na foto), o general Hélder Vieira Dias (“Kopelipa”), chefeda Casa Militar do Presidente angolano, e Leopoldino Nascimento, consultorde “Kopelipa” - por suspeitas de fraude e branqueamento de capitais.

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A12

Tiragem: 45851

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 17

Cores: Cor

Área: 5,10 x 7,81 cm²

Corte: 1 de 1ID: 44706951 13-11-2012

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A13

Tiragem: 45851

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 32

Cores: Cor

Área: 10,60 x 32,87 cm²

Corte: 1 de 1ID: 44706883 13-11-2012

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A14

Tiragem: 43576

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 9

Cores: Cor

Área: 10,41 x 30,61 cm²

Corte: 1 de 1ID: 44727145 14-11-2012

Edgar Silva, representante do PCP na Assembleia da Madeira

A Assembleia Legislativa da Madeira

rejeitou ontem, com os votos contra

do PSD, a proposta de lei do PCP pa-

ra constituição de uma comissão de

acompanhamento da Lei de Meios a

fi m de monitorizar a aplicação das

verbas concedidas pelo Estado para

as obras de reconstrução na sequên-

cia do temporal que varreu a região

em 20 Fevereiro de 2010.

A iniciativa do PCP mereceu os

votos favoráveis dos restantes par-

tidos da oposição, que acusaram o

governo regional de não dar priori-

dade ao realojamento das vítimas do

temporal e gastar parte das verbas

da solidariedade nacional em obras

sem utilidade. A marina do Lugar

de Baixo, na Ponta do Sol, foi um

dos casos criticados, não só por nela

terem sido gastos 20 milhões desvia-

dos da Lei de Meios, como também

pela derrapagem fi nanceira que re-

presenta. Orçamentado em menos

de 30 milhões, o custo da infra-es-

trutura triplicou e ultrapassa os 100

milhões, devido a obras executadas

para ultrapassar problemas de segu-

rança que levaram ao seu encerra-

mento logo depois da inauguração,

em 2004.

“Usurparam também verbas para

fazer um cais de acostagem no Fun-

chal e para outros fi ns que não es-

tão especifi cados na lei”, denunciou

Hélder Spínola (PND). “Há obras,

PSD rejeita inquérito à aplicação das verbas da reconstrução pós-temporal

como o cais no aterro, que estão a

ser feitas sobre cadáveres de pessoas

que pereceram no temporal, com

o dinheiro que estava destinado a

ajudar as vítimas”, lamentou Victor

Freitas, líder do PS.

A criação urgente de uma comis-

são para aferir o grau de execução

da lei foi justifi cada por Edgar Silva

(PCP) com o atraso, passados quase

dois anos sobre a catástrofe, na re-

construção de muitas localidades e

povoações afectadas, sendo “gritante

a disparidade ente o arranjo das zo-

nas mais centrais e turísticas, e a qua-

se total ausência de intervenções nas

zonas mais altas e periféricas onde

vive a população mais carenciada”.

No debate, Jaime Filipe Ramos

(PSD) disse ser dispensável a comis-

são, atendendo à fi scalização já feita

pelo Tribunal de Contas. Revelou que

a Madeira ainda não recebeu os 265

milhões do Fundo de Coesão, pre-

vistos na lei, devido à sua inscrição

indevida no OE de 2010.

A Lei de Meios, aprovada pelo Go-

verno de José Sócrates, fi xava um pa-

cote fi nanceiro de 1040 milhões, com

uma comparticipação de 740 milhões

durante o quadriénio 2010/13, com

o objectivo de assegurar as obras de

reconstrução, apoiar as vítimas e di-

namizar as empresas atingidas. Con-

sistia em transferências do Orçamen-

to do Estado (200 milhões), Fundo

de Coesão (265), Banco Europeu de

Investimento (250), PIDDAC (25) e do

Orçamento Regional (340 milhões,

incluindo dádivas particulares).

Enriquecimento ilícitoO PSD rejeitou também ontem um

projecto de proposta de lei, da au-

toria do PCP, que visava o “controlo

público dos rendimentos e patrimó-

nio dos titulares de cargos políticos

e altos cargos públicos”. A oposição

votou favoravelmente. O diploma,

defendeu Edgar Silva, criava regras

de controlo de enriquecimento ilí-

cito e também fi scalizava os rendi-

mentos dos titulares de cargos polí-

ticos depois de deixarem essas fun-

ções. Pretendia “garantir que estes

não sejam ‘recompensados’ depois

de exercer tais cargos”.

“Se o PSD-Madeira nada tives-

se a temer, aprovava a proposta”,

afi rmou Hélder Spínola (PND). Mas

Medeiros Gaspar (PSD) ripostou

que a iniciativa nada resolve em re-

lação ao combate à corrupção e ao

enriquecimento ilícito. “Todo este

mecanismo é ridículo”, assegurou,

lembrando que “a corrupção em

Portugal é tratada de forma displi-

cente, que é perdoar”.

MadeiraTolentino de Nóbrega

Maioria social-democrata chumbou também proposta de lei sobre enriquecimento ilícito

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A15

Tiragem: 94942

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 22

Cores: Cor

Área: 4,46 x 13,95 cm²

Corte: 1 de 1ID: 44727943 14-11-2012

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A16

Tiragem: 94942

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 14

Cores: Cor

Área: 17,45 x 10,34 cm²

Corte: 1 de 1ID: 44727756 14-11-2012

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A17

Tiragem: 16500

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Economia, Negócios e.

Pág: 31

Cores: Cor

Área: 4,73 x 10,32 cm²

Corte: 1 de 1ID: 44727725 14-11-2012

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A18

Tiragem: 27259

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 21

Cores: Preto e Branco

Área: 24,10 x 32,07 cm²

Corte: 1 de 1ID: 44728008 14-11-2012

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A19

Tiragem: 27259

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 6

Cores: Preto e Branco

Área: 4,81 x 29,20 cm²

Corte: 1 de 1ID: 44727833 14-11-2012

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A20

Tiragem: 18100

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Economia, Negócios e.

Pág: 12

Cores: Preto e Branco

Área: 15,75 x 5,02 cm²

Corte: 1 de 1ID: 44727282 14-11-2012

Guilherme D’Oliveira Martins preside aoConselho de Prevenção da Corrupção.

CORRUPÇÃO

Funcionários do Estadodevem declarar ofertas recebidasO Conselho da Prevenção da Corrupção recomenda que sejamcriados mecanismos de acompanhamento e de gestão dos conflitosde interesses no sector empresarial do Estado, como manuaisde boas práticas ou declarações das ofertas recebidas no exercíciodas funções. O Conselho, presidido por Guilherme d’Oliveira Martins,aprovou na passada quarta-feira em reunião esta recomendaçãopublicada ontem em Diário da República.

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A21

Tiragem: 18100

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Economia, Negócios e.

Pág: 3

Cores: Cor

Área: 19,68 x 26,17 cm²

Corte: 1 de 1ID: 44727158 14-11-2012

Márcia Galrã[email protected]

O Ministério Público (MP) informouontem que “corre uma investigação” aaltos dirigentes angolanos, mas quenesse inquérito não foram constituídosquaisquer arguidos. O DepartamentoCentral de Investigação e Acção PenalDCIAP), dirigido por Cândida Almeida,não adianta mais pormenores sobreeste processo-crime, justificando quese encontra “em segredo de justiça”.

O activista angolano Rafael Marquesjá havia confirmado à Lusa que o Minis-tério Público português tinha em cursoum inquérito-crime, do qual é testemu-nha, sobre o envolvimento de altos diri-gentes angolanos em crimes de bran-queamento de capitais. Segundo o Ex-presso, trata-se de Manuel Vicente,vice-Presidente de Angola e ex-admi-nistrador da petrolífera Sonangol; o ge-neral Hélder Vieira Dias, mais conheci-do como “Kopelipa”, ministro de Esta-do e chefe da Casa Militar do Presidenteangolano, José Eduardo dos Santos; eLeopoldino Nascimento, consultor dogeneral “Kopelipa”.

Em Janeiro - e, depois, novamenteem Julho -, Rafael Marques depôs comotestemunha numa queixa apresentadapor um cidadão angolano residente emPortugal, que versava “uma longa lista”,de duas dezenas de cidadãos angolanoscom “investimentos e propriedades emPortugal” e que incluía “membros da fa-mília presidencial” angolana, entre osquais Welwitschea José dos Santos (co-nhecida como “Tchizé” dos Santos),uma das filhas do Presidente angolano.

Por outro lado, os nove generais an-golanos que Rafael Marques processouem Angola por “actos quotidianos detortura” nas zonas de extracção minei-ra das Lundas apresentaram queixa emPortugal contra o activista, que respon-derá por “calúnia e injúria”.

Os partidos têm estado em silênciosobre este assunto, mas ontem o Blocode Esquerda quebrou o tabu, com o lí-der parlamentar a dizer que o regimeangolano, “quando começa a ser donode parte de Portugal”, sente “dificulda-des” ao perceber que “ainda funciona oEstado de direito em Portugal”.

“Quando vêem algumas das principaisfiguras investigadas por parte do Mi-nistério Público sentem-se mal”, afir-mou Luís Fazenda, referindo-se ao edi-torial do Jornal de Angola de segunda--feira, em que se afirma que a aberturade um inquérito-crime “prejudica asrelações entre Portugal e Angola”.

Para o ‘Jornal de Angola’ “as elitespolíticas portuguesas odeiam Angola esão a inveja em figura de gente” e oeditorial considera que as referidaselites “vivem rodeadas de matilhasque atacam cegamente os políticosangolanos democraticamente eleitos,com maiorias qualificadas”. “Essebanditismo político tem banca em jor-nais que são referência apenas por fa-zerem manchetes de notícias falsas ousimplesmente inventadas”. ■

Cândida Almeida adianta que não foram constituídos arguidos. O activista Rafael Marques diz sertestemunha no inquérito e admite que pode estar em causa alegados crimes de branqueamento de capitais.

Pau

loA

lexand

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oelh

o

O Departamento Central deInvestigação e Acção Penal

DCIAP), dirigido por CândidaAlmeida, não adianta

mais pormenores sobreeste processo-crime,

justificando que se encontra“em segredo de justiça”.

DCIAP confirma investigaçãoa dirigentes angolanos

Os partidos têm estado emsilêncio sobre este assunto,mas ontem o Blocode Esquerda quebrouo tabu, com o líderparlamentar a dizer que oregime angolano, “quandocomeça a ser dono departe de Portugal”, sente“dificuldades” ao perceberque “ainda funcionao Estado de direito”.

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Tiragem: 45851

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 15

Cores: Cor

Área: 5,14 x 6,16 cm²

Corte: 1 de 1ID: 44727509 14-11-2012

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A23

Tiragem: 45851

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 25

Cores: Cor

Área: 4,97 x 17,94 cm²

Corte: 1 de 1ID: 44727714 14-11-2012

Página 23

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A24

Tiragem: 45851

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 25

Cores: Cor

Área: 5,05 x 11,38 cm²

Corte: 1 de 1ID: 44727745 14-11-2012

Página 24

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A25

Tiragem: 45851

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 34

Cores: Cor

Área: 4,95 x 20,37 cm²

Corte: 1 de 1ID: 44727763 14-11-2012

Página 25

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A26

Tiragem: 159027

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 14

Cores: Cor

Área: 10,61 x 11,55 cm²

Corte: 1 de 1ID: 44728647 14-11-2012

Página 26

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A27

Tiragem: 159027

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 31

Cores: Preto e Branco

Área: 15,94 x 22,72 cm²

Corte: 1 de 1ID: 44728543 14-11-2012

Página 27

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A28

Tiragem: 103750

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Interesse Geral

Pág: 58

Cores: Cor

Área: 19,34 x 27,24 cm²

Corte: 1 de 3ID: 44747653 15-11-2012

Página 28

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Tiragem: 103750

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Interesse Geral

Pág: 59

Cores: Cor

Área: 19,06 x 13,15 cm²

Corte: 2 de 3ID: 44747653 15-11-2012

Página 29

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Tiragem: 103750

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Interesse Geral

Pág: 1

Cores: Cor

Área: 12,55 x 2,01 cm²

Corte: 3 de 3ID: 44747653 15-11-2012

Página 30

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A31

Tiragem: 45851

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 20

Cores: Cor

Área: 27,26 x 32,31 cm²

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Página 31

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Tiragem: 45851

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 21

Cores: Cor

Área: 27,35 x 32,02 cm²

Corte: 2 de 3ID: 44748953 15-11-2012

Página 32

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Tiragem: 45851

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

Cores: Cor

Área: 5,24 x 5,70 cm²

Corte: 3 de 3ID: 44748953 15-11-2012

Página 33

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A34

Tiragem: 159027

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 13

Cores: Cor

Área: 21,36 x 8,28 cm²

Corte: 1 de 1ID: 44748088 15-11-2012

Página 34

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A35

Tiragem: 51901

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Informação Geral

Pág: 70

Cores: Cor

Área: 21,09 x 16,51 cm²

Corte: 1 de 1ID: 44770477 16-11-2012

Página 35

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A36

Tiragem: 51901

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Informação Geral

Pág: 62

Cores: Cor

Área: 26,67 x 30,80 cm²

Corte: 1 de 2ID: 44770287 16-11-2012

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Tiragem: 51901

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Informação Geral

Pág: 63

Cores: Cor

Área: 26,97 x 28,81 cm²

Corte: 2 de 2ID: 44770287 16-11-2012

Página 37

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A38

Tiragem: 51901

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Informação Geral

Pág: 4

Cores: Cor

Área: 26,97 x 27,82 cm²

Corte: 1 de 3ID: 44770165 16-11-2012

Página 38

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Tiragem: 51901

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Informação Geral

Pág: 5

Cores: Cor

Área: 16,22 x 28,38 cm²

Corte: 2 de 3ID: 44770165 16-11-2012

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Tiragem: 51901

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

Cores: Cor

Área: 20,71 x 9,29 cm²

Corte: 3 de 3ID: 44770165 16-11-2012

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A41

Tiragem: 14900

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Regional

Pág: 16

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Área: 13,27 x 8,32 cm²

Corte: 1 de 1ID: 44771136 16-11-2012

Novo líder da China prometecombater a corrupçãoO novo líder da China, Xi Jinping, prometeu ontem «fazertodos os esforços» para combater a corrupção e outros«problemas urgentes» do país, exortando o Partido Comu-nista Chinês a «não descansar à sombra dos seus louros».«Sob novas condições, o nosso partido enfrenta muitosdesafios sérios e há também muitos problemas urgentesdentro do partido que precisam de ser resolvidos, particu-larmente a corrupção, o divórcio do povo, formalismos eburocratismo», disse Xi Jinping ao apresentar à imprensaa nova «liderança central» do país. «Temos de de fazertodos os esforços para resolver estes problemas. Todo opartido deve estar em alerta total», acrescentou.Foi o primeiro discurso público de Xi depois de ter sidoeleito secretário-geral do PCC. 1 lu

sa

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A42

Tiragem: 27259

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 4

Cores: Cor

Área: 4,56 x 9,03 cm²

Corte: 1 de 1ID: 44768704 16-11-2012

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A43

Tiragem: 27259

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 24

Cores: Cor

Área: 24,34 x 32,67 cm²

Corte: 1 de 3ID: 44789861 17-11-2012

Página 43

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Tiragem: 27259

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 25

Cores: Cor

Área: 24,66 x 31,99 cm²

Corte: 2 de 3ID: 44789861 17-11-2012

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Tiragem: 27259

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

Cores: Cor

Área: 23,96 x 11,28 cm²

Corte: 3 de 3ID: 44789861 17-11-2012

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Tiragem: 27259

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 26

Cores: Cor

Área: 24,47 x 32,13 cm²

Corte: 1 de 6ID: 44789868 17-11-2012

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Tiragem: 27259

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 27

Cores: Cor

Área: 24,54 x 31,80 cm²

Corte: 2 de 6ID: 44789868 17-11-2012

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Tiragem: 27259

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 28

Cores: Cor

Área: 24,54 x 32,87 cm²

Corte: 3 de 6ID: 44789868 17-11-2012

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Tiragem: 27259

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 29

Cores: Cor

Área: 24,46 x 32,53 cm²

Corte: 4 de 6ID: 44789868 17-11-2012

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Tiragem: 27259

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 30

Cores: Cor

Área: 23,72 x 32,53 cm²

Corte: 5 de 6ID: 44789868 17-11-2012

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Tiragem: 27259

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

Cores: Cor

Área: 22,28 x 15,60 cm²

Corte: 6 de 6ID: 44789868 17-11-2012

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A52

Tiragem: 117400

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Informação Geral

Pág: 42

Cores: Cor

Área: 29,64 x 21,19 cm²

Corte: 1 de 1ID: 44789296 17-11-2012

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A53

Tiragem: 45851

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 18

Cores: Cor

Área: 15,60 x 23,76 cm²

Corte: 1 de 2ID: 44789710 17-11-2012

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Tiragem: 45851

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

Cores: Cor

Área: 2,65 x 3,33 cm²

Corte: 2 de 2ID: 44789710 17-11-2012

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A55

Tiragem: 159027

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 12

Cores: Preto e Branco

Área: 5,46 x 12,35 cm²

Corte: 1 de 1ID: 44789899 17-11-2012

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A56

Tiragem: 43576

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 2

Cores: Cor

Área: 27,21 x 30,26 cm²

Corte: 1 de 5ID: 44806451 19-11-2012

NEGÓCIO DOS SUBMARINOS

O julgamento das contra-

partidas dos submarinos

vai arrancar hoje, mas as

defesas já começaram o

ataque cerrado à acusação

do Ministério Público que

imputa a três gestores alemães de

uma poderosa multinacional (Horst

Weretecki, Antje Malinowski e

Winfried Hotten) e a sete portugueses

ligados a empresas que fabricam com-

ponentes para a indústria automóvel

(Pedro Ramalho, António Lavrador,

Filipe Moutinho, Jorge Gonçalves,

Rui Santos, António Roquette e José

Medeiros) crimes de burla qualifi cada

e falsifi cação de documentos.

Os advogados de defesa vão con-

centrar o ataque na alegada burla

qualifi cada, já que este é o crime

mais grave (punido com pena de pri-

são entre dois e oito anos) e o que

pode levar os arguidos à cadeia. Se

este ilícito caísse, mas a falsifi cação

de documentos fosse provada, difi cil-

mente os gestores cumpririam prisão

efectiva, já que a pena máxima é de

três anos de cadeia, que habitual-

mente fi ca suspensa.

As armas estão, por isso, aponta-

das para o crime de burla qualifi cada,

sendo o objectivo de várias defesas

demonstrar que as contrapartidas

“fi ctícias”, como lhe chama o Minis-

tério Público, foram entretanto substi-

tuídas por outros projectos reais. Por

isso, consideram que o Estado portu-

guês não teve um prejuízo, um requi-

sito essencial do crime de burla. Isto

porque antes de o contrato das con-

trapartidas ter terminado o primeiro

prazo de execução, em Outubro deste

ano, o Estado, através do Ministério

da Economia, substituiu quase todos

os projectos de contrapartidas.

Corrupção em investigaçãoA acusação sustenta que o consórcio

alemão que vendeu os dois subma-

rinos a Portugal não teve interven-

ção na captação de alguns destes

negócios e projectos, como se tinha

obrigado, fazendo, contudo, crer ao

Estado português que o fi zera. Este

tipo de contrato, designado de con-

trapartidas, é usualmente associa-

do à compra de material de defesa e

pretende compensar a economia do

Estado comprador face ao avultado

investimento feito (muitas vezes es-

tes projectos incluem a transferência

de tecnologia que permite ao Estado

comprador fazer a manutenção do

material). Contudo, uma directiva

europeia, que ainda não está trans-

posta em Portugal, vem proibir este

tipo de mecanismo de compensação,

esperando-se que o preço dos mate-

riais de defesa desça alguns pontos

percentuais, já que a captação dos

negócios tinha um custo para os

vendedores que o incorporavam no

preço fi nal do equipamento.

O colectivo de juízes das Varas Cri-

minais de Lisboa poderá não aceitar

a ausência de prejuízo do Estado por-

tuguês, já que um parecer do Conse-

lho Consultivo da Procuradoria-Geral

da República (PGR) foi chamado a

pronunciar-se sobre esta questão,

tendo defendido que, mesmo que as

contrapartidas fossem substituídas,

isso não afastaria o crime de burla. “A

substituição das pré-contrapartidas

fi ctícias por acordo entre o Estado e

o adjudicatário, o consórcio alemão,

não afastaria a prática do crime de

burla qualifi cada”, lê-se no parecer

publicado no Diário da República no

ano passado. Isto porque se consi-

dera que o prejuízo existiu, mas foi

entretanto compensado.

Chamam-se pré-contrapartidas

porque foram concretizadas antes

da assinatura do contrato, em Abril

de 2004, pelo então ministro da De-

fesa, Paulo Portas, tendo permitido

que a caução de 121 milhões de euros

que o consórcio alemão estava obri-

gado a depositar fosse reduzida para

106,5 milhões.

“Pode, porém, (...) conduzir à ex-

tinção da responsabilidade crimi-

nal, caso se verifi quem os restantes

pressupostos ou condições – além

da reparação integral dos prejuízos

– a concordância do ofendido e do

arguido e não haver dano ilegítimo

de terceiro”, afi rmam os nove ma-

gistrados que assinaram o parecer.

Até agora não parece, contudo, ha-

ver qualquer orientação no sentido

de o Estado desistir da queixa contra

os dez acusados. O parecer admite

ainda que a substituição das con-

trapartidas não repara totalmente o

prejuízo do Estado, o que, a ter efei-

tos no processo-crime, seria apenas

como eventual atenuante da pena.

Foram, aliás, estes especialistas que

Processo das contrapartidas dos submarinos começa hoje a ser julgado. Esta é a segunda vez que responsáveis de uma poderosa multinacional alemã, a Ferrostaal, são julgados por crimes relacionados com a venda de equipamento militar

sugeriam que o Estado substituísse

as contrapartidas fi ctícias por outras

reais antes do fi nal de Outubro, como

veio a acontecer, e que não esperasse

pelo desfecho deste caso. “Porém, ao

invés, se se aguardar pelo desfecho

do processo-crime, o Estado poderá

já não conseguir dirimir as questões

relativas ao contrato de contraparti-

das”, alerta-se no parecer.

Apesar do Conselho Consultivo da

PGR, a defesa dos três alemães já en-

tregou um requerimento a solicitar

que o tribunal notifi que o ministro da

Economia para disponibilizar o con-

trato de renegociação das contrapar-

tidas, em que se substituíram todos

os negócios que faltavam executar

(com excepção da recuperação da

empresa energética Koch Portugal)

e se alargou o prazo fi nal do acordo.

A defesa não terá entregue cópia do

contrato, cujos termos diz desconhe-

cer, porque haverá uma claúsula de

confi dencialidade que poderá obstar

Defesas vão tentar destruir acusação de burla qualificada

Mariana Oliveira

Advogados de Defesa após conhecerem a decisão instrutória do processo

A substituição das pré-contrapartidas fictícias por acordo entre o Estado e o consórcio alemão não afastaria a prática do crime de burla qualificada Parecer da PGR

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Tiragem: 43576

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

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Área: 27,48 x 30,48 cm²

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168milhões de euros foi o que o Estado pagou ao consórcio bancário que financiou a compra dos dois submarinos

832milhões de euros foi o preço final que o consórcio alemão recebeu pelos submergíveis comprados por Portugal

PEDRO CUNHA

o, em Janeiro de 2011

PERGUNTAS E RESPOSTAS

De que são acusados os arguidos?Os dez arguidos são acusados de dois crimes: burla qualificada e falsificação de documentos. Em causa está o facto de os acusados alegadamente terem feito crer ao Estado que os negócios que mantinham com empresas alemãs tinham na base a intervenção da Man Ferrostaal, uma das firmas que integram o consórcio que vendeu os submarinos. Isso permitiu que tais negócios fossem contabilizados como contrapartidas. O Ministério Público defende que estes negócios se enquadravam no âmbito das habituais relações comerciais das ditas empresas e diz que o Estado foi lesado em 34 milhões de euros.

Quem são os acusados?São dez. Três alemães ligados a uma das três empresas que integraram o consórcio que vendeu os submarinos a Portugal e sete gestores portugueses cujas empresas fazem parte do agrupamento de empresas que fabricam componentes para a indústria automóvel (Acecia) que ficou com uma grande fatia dos projectos de contrapartidas dos submarinos. Os alemães são Horst Weretecki, representante da Man Ferrostaal que acompanhou a execução do programa de contrapartidas, Antje Malinowski, sua subalterna, e Winfried Hotten, o responsável que antecedeu a Weretecki. Os portugueses são Pedro Ramalho, na altura dos factos presidente da Simoldes; António Lavrador, então administrador da Ipetex; Filipe Moutinho, então presidente da Sunviauto; Jorge Gonçalves, da Amorim Industrial Solutions e então presidente da Comissão Executiva da Acecia; Rui Santos, então director comercial da Inapal Plásticos, António Roquette, então presidente da Inapal Plásticos, e José Medeiros, da Comportest.

Quem defende os arguidos? Estão envolvidas algumas das maiores sociedades de advogados do país. Os três

alemães e a Man Ferrostal são representados por advogados da Uría Menendez/Proença de Carvalho; outros três arguidos são defendidos pela Trocado, Perry da Câmara, Durães Rocha & Associados. O antigo juiz Amílcar Fernandes, advogado de Valentim Loureiro no Apito Dourado, faz equipa com António Cândido Natário na representação de Filipe Moutinho e Jorge Gonçalves. Miguel Cameira defende António Roquette e Rui Santos.

Esta é a única investigação aos submarinos?Não. Este inquérito surgiu a partir de um outro que investiga desde 2006 suspeitas de corrupção, participação económica em negócio e branqueamento de capitais na aquisição dos submarinos. Esta investigação, que continua em segredo de justiça, tenta esclarecer as circunstâncias em que o Estado português comprou ao consórcio alemão dois submarinos, existindo suspeitas de que os representantes do Estado conduziram as negociações e celebraram o contrato de aquisição de forma a favorecer o consórcio alemão, por este lhes ter proporcionado vantagens patrimoniais relevantes. O Ministério Público tenta seguir o rasto de 30 milhões de euros pagos à Escom, antiga empresa do grupo Espírito Santo que foi contratada pelo consórcio para definir e negociar os projectos de contrapartidas. O Ministério Público suspeita de que parte dos 25 milhões de lucro que a Escom teve com este negócio terão servido para financiamento partidário ao CDS-PP. Este processo chegou a ter um arguido, Bernardo Diniz Ayala, advogado que trabalhava na sociedade de Sérvulo Correia (que assessorou juridicamente o Ministério da Defesa na compra dos submarinos), mas entretanto as eventuais responsabilidades penais do advogado no caso foram arquivadas. O inquérito prossegue agora sem arguidos.

à sua divulgação pública. A Ferrosta-

al também é parte no processo-cri-

me, sendo representada pelo mesmo

escritório de advogados que os seus

ex-responsáveis.

Recorde-se que um original deste

contrato, na posse do alemão que

representou a Ferrostaal, terá sido

roubado de um carro, no centro de

Lisboa, no passado dia 1 de Outubro

(dia em que foi assinado) enquanto o

responsável jantava com um amigo.

O visado participou o furto à GNR de

Sintra e o caso está a ser investigado

pela Polícia Judiciária por se tratar

de documentos de Estado.

Esta é a segunda vez que respon-

sáveis da Ferrostaal são julgados por

crimes relacionados com a venda de

equipamento militar. A partir da in-

vestigação portuguesa à venda dos

submarinos, a justiça alemã conde-

nou no fi nal do ano passado dois ex-

executivos da Ferrostaal a dois anos

de prisão, com pena suspensa, e ao

pagamento de coimas por suborno

de funcionários públicos estrangei-

ros, na venda de submarinos a Por-

tugal e à Grécia. A Ferrostaal, arguida

no mesmo processo, reconheceu as

práticas ilegais e aceitou pagar uma

coima de 140 milhões de euros à

justiça alemã. Em Portugal, a inves-

tigação das suspeitas de corrupção,

que começou em 2006 (e deu ori-

gem ao inquérito que chega agora a

julgamento), ainda se mantém em

segredo de justiça e, neste momento,

sem arguidos. A equipa que investi-

gou o caso foi entretanto decapitada

durante a instrução do processo das

contrapartidas, após a divulgação

pública da relação amorosa entre a

procuradora adjunta, Carla Dias, que

auxiliou a titular dos dois inquéritos,

e o presidente da Inteli, José Rui Fe-

lizardo, que foi perito durante três

meses na investigação à compra dos

submergíveis e indicou os peritos no

processo das contrapartidas.

Está, neste momento, a correr

o prazo para que o consórcio

alemão pague os 1,3 milhões

de euros que o Ministério

da Defesa reclama a título

de penalidades por atrasos

na entrega dos dois submarinos.

O valor representa pouco face aos

832,8 milhões de euros que o Estado

português pagou ao consórcio ale-

mão pelos submergíveis. O ministro

Aguiar-Branco já notifi cou o forne-

cedor, mas este ainda não pagou a

multa. “Enquanto não for feita a en-

trega defi nitiva do último submari-

no, continua aberto o prazo para o

pagamento”, adiantou ao PÚBLICO

o assessor de imprensa do ministro

da Defesa, Nuno Maia.

A decisão foi tomada na sequência

de um parecer do Conselho Consulti-

vo da Procuradoria-Geral da Repúbli-

ca (PGR), que esclareceu o ministério

sobre as regras contratuais que deve-

riam ser usadas para calcular o mon-

tante das penalidades. No parecer, os

magistrados dizem que o atraso foi

de 59 dias na entrega provisória do

primeiro submarino e de 19 dias no

caso do segundo, porque as penali-

dades só se começam a contar três

meses após ter terminado o prazo

de entrega de cada equipamento. “O

Estado português pode proceder à

aplicação, junto do fornecedor, das

penalidades contratuais pelo atraso

na entrega dos submarinos e pelo in-

cumprimento defi nitivo das especifi -

cações técnicas até ao momento da

libertação da caução, o que, por sua

vez, deve ocorrer até 30 dias após o

fi m do período de garantia [um ano

após a recepção provisória]”, lê-se

nas conclusões do parecer da PGR,

homologado pelo ministro Aguiar-

Branco no passado dia 12 de Junho

Estava previsto que a recepção

defi nitiva do segundo submarino,

o Arpão, ocorreria a 1 de Julho. Mas,

devido a pequenos problemas no

equipamento, o Estado recusou-se

a validar a entrega usando os 45 dias

previstos no contrato para especifi -

car defeitos do equipamento, o que

aconteceu em Agosto.

Estado multa consórcio em 1,3 milhões

Mariana Oliveira

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Page 61: BRIEF Transparência » Revista Semanal 69

Tiragem: 43576

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

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NEGÓCIO DOS SUBMARINOS

RUI GAUDÊNCIO

Primeiro dia vai ser marcado pela faltade tradução simultânea pedida pela defesa

Juíza aceitou pedido dos arguidos alemães, mas a sala onde vão arrancar as audiências não tem condições para fazer tradução simultânea. Técnico poderá ter de traduzir frase a frase, atrasando julgamento

O julgamento ainda não co-

meçou, mas já há várias ba-

talhas que se adivinham.

A defesa dos três arguidos

alemães que hoje deverão

comparecer no início do

julgamento das contrapartidas dos

submarinos, no Campus da Justiça

de Lisboa, pediu antes das férias

judiciais que o tribunal aceitasse a

tradução simultânea das audiências

em que estarão presentes os seus

clientes. Assim evitar-se-ia o recurso

a uma tradução por resumo ou por

frase, que inevitavelmente tornará o

julgamento mais demorado. A juíza

presidente, Judite Fonseca, acedeu

ao pedido, mas é sabido que o julga-

mento começa hoje numa sala que

não possuiu condições técnicas para

se realizar a tradução simultânea.

O PÚBLICO tentou junto da Procu-

radoria-Geral da República (PGR) e

do Conselho Superior de Magistra-

tura informações sobre as condições

em que o julgamento irá começar,

mas não obteve dados. A PGR ale-

gou que não tem responsabilidades

sobre a tradução, não sabendo infor-

mar se a profi ssional que traduziu a

acusação para alemão e esteve pre-

sente em algumas das audiências de

instrução iria acompanhar agora o

julgamento. O Conselho Superior da

Magistratura não conseguiu respon-

der em tempo útil, o que ocorreu

igualmente com a porta-voz do Mi-

nistério da Justiça, só ontem contac-

tada pelo PÚBLICO. Se o orçamento

das Varas Criminais de Lisboa não

comportar as despesas de tradução,

necessariamente avultadas (já que a

tradução simultânea exige um míni-

mo de dois profi ssionais que se vão

revesando), terá de ser o Ministério

da Justiça a aprovar uma verba espe-

cífi ca para o efeito. A libertação do

dinheiro está a cargo do Instituto de

Gestão Financeira e Infra-Estruturas

Mariana Oliveira

da Justiça, que, por vezes, demora al-

gum tempo a aprovar essas verbas.

Apesar de o pedido da defesa ter

sido feito antes das férias judiciais,

que começam a 15 de Julho, a respos-

ta da juíza que preside ao colectivo só

chegou a 7 de Novembro, o que terá

dado apenas uma semana e meia ao

tribunal para resolver esta questão.

Mesmo assim, e não tendo os advo-

gados sido informados sobre como

ia ser resolvido o problema, os juízes

não responderam a um pedido de al-

gumas defesas que pretendiam adiar

o início do julgamento. Por isso, hoje

os dez arguidos e os seus advogados

terão de estar presentes nas Varas

Criminais de Lisboa, sem se saber,

contudo, se o julgamento prossegue

amanhã e depois de amanhã, dias em

que já estão agendadas sessões.

Hoje, a primeira sessão será inevi-

tavelmente marcada por esta ques-

tão, que poderá impedir a progres-

são do julgamento ou atrasar o seu

normal andamento. Os advogados

dos arguidos alemães já informaram

o colectivo, através de um requeri-

mento, de que não aceitarão a tradu-

ção por resumo, o método utilizado

habitualmente pelos tribunais. Nes-

tes casos, os intervenientes do pro-

cesso, sejam arguidos, advogados

ou magistrados, interrompem com

frequência as suas declarações para

que o tradutor faça o resumo do que

foi dito. Face à sensibilidade do caso,

a defesa já adiantou que não aceita

este tipo de tradução e, no mínimo,

exige que a tradução seja feita frase

a frase, o que pode transformar um

julgamento de alguns meses num

caso que dure anos.

Não é a primeira vez que se levan-

tam problemas com as traduções

neste caso. Em Janeiro do ano pas-

sado, o juiz do Tribunal Central de

Instrução Criminal Carlos Alexandre

afi rmou no dia em que decidiu levar

todos os arguidos a julgamento que

não tinha dinheiro para pagar a tra-

dução das 950 páginas da decisão

instrutória. “Vamos pedir um orça-

mento à tradutora nomeada neste

processo e esperamos que seja pos-

sível fazer a tradução”, disse Carlos

Alexandre, que logo a seguir adian-

tou “que por si só o tribunal não tem

verba para pagar esta despesa”.

Na fase de instrução, os alemães

puseram em causa a qualidade da

tradução feita da acusação, um ar-

gumento que levou o Ministério Pú-

blico a explicar que a técnica, uma

funcionária da PGR, estava devida-

mente habilitada para o efeito e já

tinha feito inúmeras traduções sem

qualquer problema. À lista de pre-

tensos erros apontados pela defesa,

as procuradoras do Departamento

Central de Investigação e Acção Pe-

nal argumentaram que se tratava de

“diferentes palavras e/ou expressões

na tradução”, que podiam ser utili-

zadas sem retirar qualquer sentido

ao texto. Pelo que se nos apresenta

absolutamente indiferente a opção

que se tomar”, sustentaram, rejei-

tando as irregularidades invocadas

pelos advogados de defesa. O juiz

Carlos Alexandre não relevou esse

argumento, tendo confi rmado a acu-

sação nos mesmos termos em que

ela tinha sido proferida pelo Minis-

tério Público.

O julgamento, cujo início esteve

previsto para 17 de Setembro, foi

adiado pela juíza Judite Fonseca,

colocada na 6.ª Vara Criminal só em

Setembro, para se poder inteirar do

processo com 40 volumes e mais de

uma centena de apensos.

Julgamento começa hoje numa sala que não possuiu condições técnicas para se realizar a tradução simultânea

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O Estado terá que interpor

uma nova acção judicial

se quiser manter o pedido

de indemnização civil, em

que reivindicou quase 34

milhões de euros aos dez

arguidos do processo-crime das

contrapartidas e às várias empresas

envolvidas neste caso, incluindo

as três sociedade que compõem o

consórcio alemão que vendeu os dois

submarinos a Portugal.

A novidade decorre de uma deci-

são da juíza Judite Fonseca, da 6.ª

Vara Criminal de Lisboa, que acei-

tou, numa decisão proferida há dias,

retirar o problema da indemnização

do julgamento criminal. No despa-

cho, a juíza argumenta que, depois

de analisar as inúmeras questões

levantadas pelas defesas, está con-

vencida da “extrema complexidade”

da matéria e insiste que se corria o

risco de retardar o processo-crime

que já se arrasta desde 2008 e se

refere a factos ocorridos maiorita-

riamente em 2004.

A magistrada diz que a a opção de

julgar o pedido cível nos tribunais

criminais, como é a regra sempre

que a indemnização decorre de um

processo-crime, poderia ser prejudi-

cial para o próprio pedido do Estado.

As defesas fi caram satisfeitas com a

decisão, que lhes retira para já a pres-

são de terem de pagar uma indemni-

zação brutal no fi m do processo-cri-

me. E muitos advogados mostram-se

optimistas quanto à possibilidade de

o Estado desistir deste pedido. Isto

porque, ao assinar um contrato de

renegociação das contrapartidas, no

passado dia 1 de Outubro, o Estado,

através do ministro da Economia,

reparou grande parte (alguns consi-

deram todos) dos prejuízos que de-

correram da alegada burla imputada

pelo Ministério Público. Logo, não

fará sentido manter a reivindicação

integral dos 34 milhões de euros,

um montante que corresponde ao

valor acrescentado nacional (VAN)

que aqueles projectos deveriam ter

gerado na economia portuguesa.

Um parecer do Conselho Consulti-

vo da Procuradoria-Geral da Repúbli-

ca, publicado no Diário da República

em Julho do ano passado aconselha-

va o Estado a substituir as contrapar-

tidas fi ctícias (ver texto principal)

como ocorreu. Mas já nessa altura

se alertava que, ao fazê-lo, isso teria

consequências no montante de in-

demnização exigida pelo Estado. “A

substituição das pré-contrapartidas

fi ctícias, nos termos desenhados,

coloca-se, é certo, no plano da re-

lação contratual, aliás, de natureza

administrativa, estabelecida entre o

Estado e o German Submarine Con-

sortium. Mas, naturalmente, verifi -

cando-se aquela ‘substituição’, tal

não poderá ser ignorado no cômputo

da indemnização a fi xar no processo

crime”, lê-se no parecer assinado por

nove magistrados.

Outro argumento usado pelos es-

pecialistas para defender a substitui-

ção dos projectos ditos fi ctícios foi o

facto de, na hipótese do Ministério

Público não conseguir condenar os

arguidos pelo crime de burla, o tri-

bunal não poder conhecer o pedido

de indemnização cível.

Para a defesa, esta questão deve-

rá ser discutida em tribunal arbitral

porque não se trata de um proble-

ma de responsabilidade contratual

que no âmbito do acordo assinado

entre as partes deve ser dirimido por

árbitros.

Estado terá que interpor novaacção se quiser reivindicar 34 milhões de euros

Mariana Oliveira

Mais acções à vista em torno dos submarinos

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Tiragem: 43576

País: Portugal

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Âmbito: Informação Geral

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JULGAMENTO, DIA 1ACUSADOS NO CASO DOS SUBMARINOS TENTAM DESTRUIR ACUSAÇÃO DE BURLADestaque, 2 a 5

RUI GAUDÊNCIO

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