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Transparência 71 REVISTA SEMANAL 26.11 - 02.12_2012

BRIEF Transparência » Revista Semanal 71

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De 26-11-2012 a 02-12-2012

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Transparência

71

REVISTA SEMANAL ↘ 26.11 - 02.12_2012

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Revista de Imprensa03-12-2012

1. (PT) - Público, 26/11/2012, Novo escândalo de corrupção envolve fi gura próxima de Lula e Dirceu 1

2. (PT) - Público, 26/11/2012, Ex-gestores dos CTT respondem por danos de 13,5 milhões de euros 2

3. (PT) - Jornal de Notícias, 26/11/2012, Negócios dos CTT chegam hoje a tribunal 5

4. (PT) - Jornal de Negócios, 26/11/2012, "Desarticulação" é hoje a marca do Estado Social" 6

5. (PT) - Diário de Notícias, 26/11/2012, Afasta do Governo vários suspeitos 12

6. (PT) - Jornal de Notícias, 27/11/2012, Horta e Costa desculpa-se com o 11 de Setembro 13

7. (PT) - i, 27/11/2012, Submarinos - Testemunha admitiu que houve contrapartidas «fictícias» 14

8. (PT) - Diário Económico, 27/11/2012, Parlamento rectifica lei de responsabilização de altos cargos políticos 16

9. (PT) - Diário de Notícias, 27/11/2012, Plásticas e cruzeiros, tudo valia para corromper 17

10. (PT) - Diário de Notícias, 27/11/2012, Padre diz que só percebe de lavagem de roupa 19

11. (PT) - Diário de Notícias, 27/11/2012, Horta e Costa nega gestão danosa nos CTT 21

12. (PT) - Diário de Notícias, 27/11/2012, Editorial - Justiça e populismo 22

13. (PT) - Correio da Manhã, 27/11/2012, Pedida nova condenação 23

14. (PT) - Correio da Manhã, 27/11/2012, Juiz nega escutas a padre milionário 24

15. (PT) - Correio da Manhã, 27/11/2012, CTT lesado em 13 MEUR 26

16. (PT) - i, 28/11/2012, Submarinos. Testemunha diz que Ferrostaal foi alvo de chantagem 28

17. (PT) - Diário de Notícias, 28/11/2012, Catroga entre os VIP que vão depor sobre os Penedos 29

18. (PT) - Correio da Manhã, 28/11/2012, Escutas colocam Lula sob suspeita 30

19. (PT) - Público, 29/11/2012, Estado não protege e deixa cair quem denuncia casos de corrupção 31

20. (PT) - Jornal de Notícias, 29/11/2012, Tesoureiro e auxiliar acusados de peculato 35

21. (PT) - Jornal de Notícias, 29/11/2012, Chefe da PSP apanhado a sair de casa de traficante com 150 euros 36

22. (PT) - Jornal de Notícias, 29/11/2012, 65 milhões de euros bloqueados pelo MP em 45 operações 39

23. (PT) - Diário Económico, 29/11/2012, Estado falha na protecção a quem denuncia corrupção 40

24. (PT) - Diário Económico, 29/11/2012, BCP reduz estrutura da alta direcção 43

25. (PT) - Correio da Manhã, 29/11/2012, DCIAP bloqueia 46

26. (PT) - Jornal de Notícias, 30/11/2012, Funcionária do DIAP trama chefe da PSP e traficante 47

27. (PT) - Jornal de Notícias, 30/11/2012, Fiscalização aperta políticos e familiares 49

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28. (PT) - Diário Económico, 30/11/2012, O futebol não está acima ou à margem da lei - Entrevista aEmanuel Medeiros

50

29. (PT) - Correio da Manhã, 30/11/2012, Mais um condenado 52

30. (PT) - Público, 01/12/2012, João Semedo fala em dinheiro do BPN no PSD 53

31. (PT) - Público, 01/12/2012, Alemão que assinou novas contrapartidas esteve preso por corrupção 54

32. (PT) - Jornal de Notícias, 01/12/2012, Defendida alteração no financiamento aos partidos políticos 57

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Tiragem: 43576

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

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Área: 27,35 x 31,17 cm²

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Novo escândalo de corrupção envolve fi gura próxima de Lula e Dirceu

Rosemary Nóvoa de Noronha, secretária da Presidência em São Paulo, foi exonerada depois de ter sido implicada numa rede criminosa que tinha como objectivo manipular nomeações e pareceres técnicos

REUTERS

Lula nomeou, Dilma exonorou. Mais uma teia de corrupção herdada pela Presidente do seu mentor político

Uma nova operação da Polícia Fe-

deral brasileira por suspeitas de

corrupção levou à queda da chefe

do gabinete da Presidência em São

Paulo. Rosemary Nóvoa de Noronha

foi nomeada por Lula da Silva em

2005, depois de vários anos como

secretária de José Dirceu, o político

condenado por corrupção activa no

caso “mensalão”.

A operação Porto Seguro, que de-

correu no fi m-de-semana, desmante-

lou uma alegada organização crimi-

nosa com elementos infi ltrados em

vários órgãos federais, que teriam

como objectivo controlar os resul-

tados de pareceres técnicos através

do pagamento de subornos a funcio-

nários públicos para benefi ciar em-

presas privadas. No processo estão

implicadas dezenas de pessoas, acu-

sadas de corrupção activa e passiva,

formação de quadrilha, tráfi co de

infl uências, falsidade ideológica e

falsifi cação de documentos.

A investigação arrancou em 2011,

após a denúncia de um funcionário

do Tribunal de Contas da União, que

disse ter sido aliciado para elaborar

um parecer favorável a um grupo de

empresas do sector portuário por

300.000 reais (110.000 euros).

Subornos por nomeaçõesDe acordo com o jornal Folha de São

Paulo, a função da chefe de gabine-

te da Presidência neste esquema de

corrupção seria a de indicar nomes

para cargos em empresas públicas,

pelo que foi acusada de corrupção,

tráfi co de infl uências e falsidade

ideológica.

Outro dos implicados é Paulo Ro-

drigues Vieira, director da Agência

Nacional de Águas (ANA), que terá

sido indicado para o cargo por Ro-

semary Nóvoa de Noronha. A polícia

fez também buscas no gabinete do

responsável pela Infraestrutura Ae-

roportuária da Agência Nacional de

Aviação Civil, Rubens Carlos Vieira,

irmão de Paulo Rodrigues Vieira.

Numa notícia da Agência Estado,

de 6 de Maio de 2010, lê-se que “o

Presidente Luiz Inácio Lula da Sil-

va nomeou Paulo Rodrigues Vieira

para o cargo de director da Agência

Nacional de Águas, com mandato

de quatro anos”. A mesma notícia

mary Nóvoa de Noronha responde:

“Pode. Vou dar uma saída daqui a

pouco que eu vou fazer curativo. Mas

a empregada tá aqui. Você pode...

Se você trouxer algum pacote, pode

deixar com ela.” O mesmo telejornal

revelou também uma troca de emails

entre Marcelo e o seu irmão Paulo:

“Tem que dar para Rose [Rosemary]

12.500 reais: 7500 da cirurgia e 5000

para fazer o armário. Eu só tenho

aqui metade do dinheiro.”

A teia de corrupção estende-se a

funcionários da ANA, da Agência Na-

cional de Aviação Civil, da Agência

Nacional de Transportes Aquaviá-

rios, da Advocacia Geral da União,

do Tribunal de Contas da União e do

Ministério da Educação e Cultura.

“Acabou se constatando a exis-

tência de um grupo que contava

com dois de seus integrantes como

servidores de agências reguladoras.

O grupo prestava serviços para em-

presários que tinham interesse em

acções como a agilização de pro-

cessos e até mesmo a elaboração

de pareceres técnicos, sob medida,

comprados para favorecer interes-

ses privados”, disse o superinten-

dente Roberto Troncon Filho.

A Presidente do Brasil, Dilma

Rousseff , já anunciou a exoneração

de todos os funcionários implicados.

“Por determinação da Presidência

da República, todos os servidores

indiciados na operação Porto Seguro

da Polícia Federal serão afastados ou

exonerados de suas funções. Todos

os órgãos citados no inquérito deve-

rão abrir processo de sindicância.

No que se refere aos directores das

agências [ANA e ANAC], foi determi-

nado o afastamento, com abertura

do processo disciplinar respectivo”,

lê-se num comunicado da Secretaria

de Comunicação Social da Presidên-

cia do Brasil.

Brasil Alexandre Martins

frisava que “a indicação de Vieira

para a directoria da ANA foi votada

pela primeira vez pelo Senado em

Dezembro do ano passado [2009],

quando seu nome foi rejeitado. No

entanto, em uma nova votação,

em 14 de Abril, o nome de Vieira

foi aprovado pela [câmara], o que

provocou a apresentação de uma

questão de ordem pelos líderes do

DEM e do PSDB, que afi rmaram não

terem sido consultados sobre a no-

va inclusão da mensagem de indi-

cação de Paulo Vieira na pauta do

Senado”.

O superintendente da Polícia Fe-

deral em São Paulo, Roberto Tron-

con Filho, afirmou que “os dois

servidores [Paulo e Rubens Vieira]

tinham a função de identifi car e con-

tactar servidores de outros órgãos

públicos federais. Agiram por conta

própria, sem o conhecimento dos

seus superiores, e da cúpula dessas

agências reguladoras”. De acordo

com a investigação, Rosemary Nó-

voa de Noronha, que era presença

constante nas comitivas de Lula da

Silva, usava o nome do ex-Presiden-

te do Brasil para infl uenciar nomea-

ções para cargos importantes.

Cirurgia plásticaO site da revista Veja avança que a

polícia gravou conversas telefónicas

em que a chefe de gabinete foi apa-

nhada a pedir e a aceitar subornos

em troca de favores, incluindo um

cruzeiro e uma cirurgia plástica.

O Jornal Nacional, da Rede Globo,

revelou uma conversa telefónica

entre Rosemary e um outro irmão

dos responsáveis pelas agências de

águas e de aviação civil. Na conversa,

Marcelo Rodrigues Vieira pergunta

à chefe de gabinete da Presidência

se pode “dar uma passadinha aí, da-

qui a uma meia hora”, ao que Rose-

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Ex-gestores dos CTT respondem por danos de 13,5 milhões de euros

Quase uma década depois dos fac-

tos e três anos após a acusação, três

ex-administradores dos Correios e

outros oito arguidos começam hoje

a ser julgados no Tribunal de Coim-

bra, acusados de participação eco-

nómica em negócio e gestão danosa.

Além dos antigos administradores

dos então CTT há também, entre os

outros arguidos, fi guras ligadas ao

PSD. Alguns estão acusados por actos

de corrupção.

Na acusação, o Ministério Público

(MP) calcula que aquela empresa pú-

blica terá sido lesada em cerca de 13,5

milhões de euros em função de cinco

actos de gestão, que vão desde a alie-

nação de imóveis à contratação de

serviços de consultoria e de forma-

ção até à extinção do Banco Postal.

Todos estes actos foram concreti-

zados no mandato da equipa de ges-

tão presidida pelo antigo secretário-

geral do PSD Carlos Horta e Costa,

que decorreu entre 2002 e 2005,

abrangendo os governos liderados

por Durão Barroso e Santana Lopes.

Horta e Costa é um dos acusados, tal

como outros dois administradores:

Manuel Batista e Gonçalo Rocha.

Entre aqueles negócios avulta a

venda do edifício central dos Cor-

reios de Coimbra, transacção que

no mesmo dia proporcionou aos

compradores uma mais-valia a ron-

dar os 5,2 milhões de euros. Além de

não ter havido qualquer concurso

ou anúncio público sobre a intenção

de venda por parte dos Correios, os

mesmos compradores viriam meses

depois a adquirir um outro prédio

aos Correios, na Av. da República,

em Lisboa, por 12,5 milhões.

Neste caso, o pagamento foi fei-

to com um cheque que se verifi cou

não ter provisão, isto, apesar de ter

sido aceite com uma data de cinco

dias após a assinatura da escritura.

O “incidente” foi ultrapassado com

um acordo em que os CTT exigiam

apenas receber metade do montan-

te que o comprador obtivesse com a

venda do imóvel acima dos 12,5 mi-

lhões da compra.

Outras das particularidades deste

negócio reside no facto de ele se ter

concretizado antes de obtida a ne-

cessária autorização do Ministério

das Finanças, então tutelado por Ma-

nuela Ferreira Leite. A escritura teve

lugar a 30 de Dezembro de 2003 e só

no dia seguinte é que seria emitida

aquela autorização.

É, no entanto, no caso de Coimbra

que entronca o grosso da acusação,

o que terá, de resto, justifi cado que o

processo tenha sido remetido para o

tribunal desta cidade. A investigação

teve origem numa denúncia anónima

em 2005, mas o caso acabou por ter

um impulso defi nitivo com os relató-

rios das averiguações da inspecção

do Ministério das Obras Públicas e

da Inspecção de Finanças, desenca-

deados após a tomada de posse do

primeiro Governo de José Sócrates.

Além dos responsáveis pela ad-

ministração dos Correios, a investi-

gação da Polícia Judiciária apontou

para o envolvimento de vários inter-

mediários, neles se incluindo desta-

cados militantes do PSD de Coimbra.

Por um lado, era preciso assegurar

o negócio de compra e, por outro, a

imediata revenda a uma empresa do

universo do Banco Espírito Santo, a

ESAF, Espírito Santo Activos Finan-

ceiros, SA. Isso implicava garantia de

rentabilidade, ou seja, de que have-

ria clientes para o arrendamento dos

espaços, o que seria feito através de

serviços e organismos públicos se-

diados na cidade.

O negócio concretizou-se a 20

de Março de 2003, com os CTT a

venderem o prédio de Coimbra por

pouco mais de 14,8 milhões de eu-

ros à empresa Demagre, que logo

a seguir o revendeu à ESAF por 20

milhões. As escrituras foram feitas

uma a seguir à outra no Cartório No-

tarial de Alcobaça e, logo a seguir,

no mesmo dia, os gerentes da Dema-

gre levantaram um milhão de euros

em notas de 500 no banco ao lado,

que os investigadores concluíram

terem sido para luvas.

Outra singularidade do caso: a

Demagre ser detida por empresas

registadas no paraíso fi scal das Ilhas

Virgens Britânicas que só nesse mes-

mo dia foi adquirida pelos dois pro-

tagonistas do negócio. O seu capital

social era de cinco mil euros.

MP fala de gestão danosa. No centro do caso está um prédio em Coimbra que num só dia foi vendido por 14,8 milhões de euros e revendido por 20 milhões

JustiçaJosé Augusto Moreira

Carlos Horta e Costa, antigo secretário-geral do PSD (aqui, numa imagem de Março de 2010 nas eleições do P

Suspeitas de corrupção

1,6 milhões para comissões de intermediação

Apesar de a Polícia Judiciária (PJ) ter encontrado documentos sugerindo o pagamento

de luvas e comissões a vários intervenientes, o Ministério Público não conseguiu acusar muitos deles pelo crime de corrupção por não haver provas de que tenham recebido as verbas. Sintomático é o caso do milhão levantado em notas de 500 no banco em Alcobaça no dia das escrituras. O comprador, sócio da Demagre, foi obrigado a deixar no banco uma declaração dizendo que era para “pagamento de comissão de intermediação”, tendo-lhe sido

apreendida também uma lista com os supostos destinatários. Uma semana depois foram levantados da mesma conta, agora em Lisboa, mais 600 mil euros em 12 molhos de 50 mil, correspondendo a uma outra lista de seis destinatários com “dois molhos para cada”.

No caso do milhão de Alcobaça, o empresário disse à PJ que o dinheiro foi logo ali entregue numa pasta ao seu advogado que estaria encarregado da distribuição. Este confirmou ter recebido a pasta, mas disse que se deslocou de imediato para o escritório do mesmo empresário, em

Lisboa, onde a depositou. A PJ não encontrou, no entanto, quaisquer vestígios de passagem da viatura do advogado nesse dia pelas portagens da A1. Já quanto aos 600 mil euros em pacotes de 50 mil, os investigadores acabariam por

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Tiragem: 43576

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Âmbito: Informação Geral

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Corte: 2 de 3ID: 44918147 26-11-2012RUI GAUDÊNCIO

PSD)

encontrar alguns depósitos de 50 mil nas contas de parte dos destinatários da lista apreendida ao sócio da Demagre. Tudo isto acontece no âmbito de uma conta condicionada autorizada pelos máximos responsáveis do BCP, aberta pelos sócios da empresa compradora com vista ao negócio – ou seja, foi autorizado o levantamento daquele milhão e a emissão do cheque de 14,8 milhões, por antecipação à entrada do cheque de 20 milhões que a ESAF haveria de depositar para a compra do edifício de Coimbra (na foto).

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Tiragem: 43576

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Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

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Área: 5,66 x 4,39 cm²

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Antigo secretário-geral do PSD entre os acusados de gestão danosa. Caso começa hoje a ser julgado p10

Ex-gestores dos CTT respondem por 13,5 milhões em tribunal

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Tiragem: 16500

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Âmbito: Economia, Negócios e.

Pág: 8

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Âmbito: Economia, Negócios e.

Pág: 10

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Âmbito: Economia, Negócios e.

Pág: 12

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Âmbito: Economia, Negócios e.

Pág: 13

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Tiragem: 16500

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Economia, Negócios e.

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Tiragem: 94942

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

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Área: 17,59 x 23,83 cm²

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Tiragem: 27259

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Âmbito: Informação Geral

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Tiragem: 27259

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

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Área: 5,51 x 29,17 cm²

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Tiragem: 18100

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Pág: 20

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Tiragem: 45851

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 25

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Área: 15,83 x 33,50 cm²

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Tiragem: 45851

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

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Tiragem: 45851

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

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Área: 15,90 x 32,99 cm²

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Tiragem: 45851

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

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Área: 3,54 x 6,26 cm²

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Tiragem: 45851

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

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Tiragem: 45851

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Âmbito: Informação Geral

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Tiragem: 159027

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Âmbito: Informação Geral

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Tiragem: 159027

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Âmbito: Informação Geral

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Tiragem: 159027

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Âmbito: Informação Geral

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Tiragem: 159027

País: Portugal

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Âmbito: Informação Geral

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Área: 27,01 x 35,22 cm²

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Tiragem: 159027

País: Portugal

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Âmbito: Informação Geral

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Área: 3,86 x 5,07 cm²

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A28

Tiragem: 27259

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 6

Cores: Cor

Área: 5,49 x 29,20 cm²

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Page 32: BRIEF Transparência » Revista Semanal 71

A29

Tiragem: 45851

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 12

Cores: Cor

Área: 16,14 x 26,16 cm²

Corte: 1 de 1ID: 44953926 28-11-2012

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A30

Tiragem: 159027

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 33

Cores: Preto e Branco

Área: 21,56 x 24,05 cm²

Corte: 1 de 1ID: 44954561 28-11-2012

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A31

Tiragem: 43576

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 10

Cores: Cor

Área: 27,28 x 30,61 cm²

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Estado não protege e deixa cair quem denuncia casos de corrupção

Políticos, juízes e polícias não pro-

tegem adequadamente os cidadãos

portugueses que decidem participar

suspeitas de crimes de corrupção.

E, como se tal não bastasse, a so-

ciedade portuguesa ainda não vê a

denúncia com bons olhos, confun-

dindo muitas vezes o denunciante

com um “chibo”, jargão depreciati-

vo de delator.

Estas são algumas das conclusões

do relatório A denúncia da corrup-

ção, uma alternativa segura ao silên-

cio?, a apresentar hoje no primeiro

dia da Conferência Final do Projecto

do Sistema Nacional de Integridade.

O colóquio decorre até amanhã no

Instituto de Ciências Sociais, em Lis-

boa. É promovido pela TIAC (Trans-

parência e Integridade — Associação

Cívica), juntamente com outras or-

ganizações.

David Marques — autor do relató-

rio e um dos investigadores que fez

o levantamento sobre o impacto das

iniciativas de denunciantes nos pro-

cessos criminais relacionados com

corrupção iniciados pela PGR entre

2004 e 2008 — não tem dúvidas em

classifi car esta matéria como “um

problema sistemático”.

Para o seu mais recente trabalho

falou com cidadãos que denuncia-

ram crimes de corrupção, advoga-

dos, juristas e sindicalistas, anali-

sou a lei nacional, internacional e

de outros países. As conclusões a

que chega são sombrias, resultan-

do da inadequação da lei, da apatia

das autoridades e da mentalidade

vigente no país.

O relatório identifi ca a iniciativa

da denúncia como “um dos princi-

pais instrumentos para a detecção

deste tipo de criminalidade”. “É um

dos pontos-chave do sistema portu-

guês”, confi rma David Marques ao

PÚBLICO.

David Marques recordou um es-

tudo conduzido entre 2004 e 2008,

para a Procuradoria-Geral da Repú-

blica, e que cita no seu relatório, que

“revela que 63,9% de todos os pro-

cessos-crime em análise começaram

a partir de fontes não ofi ciais, e que

quase metade deste número (31,9%

de todos os processos-crime analisa-

dos) iniciaram-se com informações

provenientes de fontes anónimas”.

Uma das falhas detectadas impli-

ca desde logo a actual legislação em

vigor. “A protecção do denunciante

permanece um conceito ilusório, es-

palhado por vários diplomas legis-

lativos e sem garantias adequadas”,

pode ler-se no documento.

Apesar de existir uma lei que

acautela especifi camente a protec-

ção dos denunciantes, o relatório

acaba por concluir que esta “é de-

feituosa e enganadora”. Na prática,

conclui o relatório, pouco mais for-

nece do que um “escudo de cartão

para os denunciantes” contra repre-

sálias dos denunciados, ou seja, que

não os protege.

Em causa está a Lei 19/2008, que

especifi ca que “trabalhadores da

administração pública e de empre-

sas do sector empresarial do Estado

que denunciem o cometimento de

infracções de que tiverem conheci-

mento no exercício das suas funções

ou por causa delas não podem, sob

qualquer forma, incluindo a trans-

ferência não voluntária, ser preju-

dicados”.

O estudo aponta duas falhas à lei.

Conclui pelo “alcance limitado de

aplicação”, porque “exclui o sector

privado e os funcionários judiciais”.

E alerta para uma “redacção vaga

sobre o tipo de protecção assegu-

rada”: “A não especifi cação de que

tipos de protecção estão incluídos,

a par da utilização de conceitos tão

genéricos e abstractos, poderá facil-

mente funcionar como um “escudo

de cartão” para os denunciantes que

confi am na terminologia abrangente

utilizada neste artigo”.

O trabalho de David Marques aler-

ta ainda para o facto de a lei nem

sequer conseguir evitar os compor-

tamentos abusivos que tenta evitar.

Por exemplo, a legislação proíbe

qualquer sanção disciplinar da en-

tidade empregadora contra um de-

nunciante. “No entanto, a redacção

da lei restringe esta medida até um

ano após a data da denúncia, um pe-

ríodo demasiado curto, quando se

tem em conta que as investigações

podem demorar vários anos”.

A isso acresce a conclusão do au-

tor de que aos “mecanismos legais

[em vigor] não corresponderam prá-

ticas institucionais adequadas”. É

aqui que o relatório aponta o dedo

aos juízes e aos agentes da autori-

dade. A partir dos relatos de casos

individuais recolhidos junto de de-

nunciantes, o relatório alerta para a

conduta dos tribunais e das polícias

que “parecem ignorar a segurança e

bem-estar dos denunciantes”.

O investigador relata que os de-

nunciantes contaram terem sido al-

vo de “ameaças”, “arrombamentos”

e de “despedimento”. “E, contudo,

em nenhum destes casos, nem as

autoridades judiciais nem a polícia

ligou estas consequências ao pro-

cesso. Tão-pouco foi feita qualquer

tentativa para activamente proteger

os denunciantes nestas questões.”

David Marques não considera que

tal resulte da existência de um pre-

conceito contra os denunciantes por

parte dos agentes da Justiça. Clas-

sifi ca-o antes como consequência

da “apatia” que grassa. “Uma vez

que a situação deles não está bem

prevista, as instituições não estão

activamente interessadas ao que

acontece ao denunciante. Não existe

uma pró-actividade, nem existe uma

palavra de louvor [pelo esforço]”,

considera.

E, como se tal não bastasse, as

coisas podem tornar-se ainda pio-

res para os denunciantes. A lei po-

de virar-se contra eles. “A prática

comum de interpor acções-crime

por difamação contra denunciante,

independentemente da validade da

denúncia feita, é um dos maiores

obstáculos legais neste aspecto. O

crime de difamação e a interpreta-

ção dada pelos tribunais, da qual já

resultou a condenação de muitos ci-

dadãos (principalmente jornalistas),

para este efeito tem constituído um

papel inibitório da denúncia.”

Mas há mais responsáveis. A clas-

se política é um deles. Pela forma

como a situação dos denunciantes é

tratada legislativamente, o relatório

não tem outra saída a não ser afi r-

DR

Relatório analisou legislação, entrevistou denunciantes, advogados e sindicalistas. Retrato sombrio revela que, ao fazer o que está certo, os denunciantes vêem a sua vida tornar-se num inferno

Conferência Nuno Sá Lourenço

63,9Percentagem — identificada num estudo da PGR — dos processos-crime analisados na procuradoria que arrancaram a partir de fontes não oficiais

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Page 35: BRIEF Transparência » Revista Semanal 71

Tiragem: 43576

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 11

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Área: 27,14 x 13,81 cm²

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mar que a denúncia “não tem sido

uma prioridade na agenda política”.

Classifi ca a Lei 19/2008 como uma

mera “fachada”, em “reacção ao se-

gundo relatório de avaliação Greco”,

grupo de combate à corrupção no

âmbito da OCDE. Lembra ainda que

“o assunto foi apenas marginalmen-

te abordado” nas “várias sessões e

audiências” da Comissão parlamen-

tar de Acompanhamento Político do

Fenómeno da Corrupção, realizada

em 2009. E o mesmo aconteceu em

2010, aquando da aprovação do Pa-

cote da Transparência.

Paulo Morais, professor universi-

tário que acabou por abandonar o

cargo de vice-presidente na Câmara

do Porto depois de ter resistido a e

denunciado pressões para contor-

nar a lei na área da urbanização, é

mais assertivo nas razões por trás

da elaboração de leis permissivas.

“Na política, as pessoas que conhe-

cem a corrupção são as que a pra-

ticam ou as que dela benefi ciam.”

Depois há que lidar com o estigma

ainda existente na sociedade con-

tra os homens e mulheres que de-

cidem avançar com uma denúncia

de suspeita de crimes de corrupção.

“Devido a razões históricas e cultu-

rais, a denúncia é ainda uma prática

incomum em Portugal”, aponta o

relatório. David Marques faz remon-

tar esta mentalidade ao “passado

autoritário” que leva a maioria dos

portugueses a ligar o denunciante

a um “bufo”: “Denunciar é geral-

mente associado a ‘chibar’, [uma]

actividade que é historicamente co-

notada com a dimensão repressiva

das ditaduras.”

Essa é uma das razões — junta-

mente com o medo de ser alvo de

um processo por difamação — que

levam a “um tão elevado número de

denúncias anónimas”. Um problema

para a Justiça, aponta o relatório, já

que estas participações “frequente-

TIAC vai entregar proposta de lei

ATIAC vai solicitar reuniões aos partidos no Parlamento por forma a rever a lei. Quer fazê-lo em Dezembro,

e segundo Luís de Sousa (presidente da TIAC) vai entregar uma proposta de lei já redigida. O relatório indicia algumas das propostas:– Aplicação da protecção de denunciantes alargada ao sector privado;– Descrição detalhada dos actos prejudiciais que podem ser perpetrados contra denunciantes (despedimento, não renovação de contrato, sanção disciplinar, despromoção, esvaziamento de funções, ou assoberbamento de trabalho);

– Ónus da prova de má-fé da denúncia passa a recair sobre os denunciados;– Medidas compensatórias por danos morais e patrimoniais;– Sanções criminais para quem revelar a identidade de um denunciante;– Excepção no crime de difamação para denunciantes de crimes de corrupção;– Criação de uma autoridade com capacidade para recolher e tratar as denúncias e para acompanhar mecanismos de protecção de denunciantes e testemunhas;– Dotar a lei de adequados mecanismos de incentivo e recompensa para denunciantes.

mente fornecem informação menos

clara do que uma fonte identifi cada

poderia oferecer”.

As participações anónimas são

geralmente muito vagas. David

Marques explica que tal também

resulta do receio. “Se a denúncia

for muito detalhada, descobre-se

logo quem a fez. As pessoas não

dão detalhes, porque poderia le-

var à sua identifi cação”, resume o

investigador.

Tudo somado, o resultado é o

“medo”. “Medo das reacções, [e]

não é um medo infundado”, asse-

gura David Marques. Avançar com

uma denúncia de corrupção “pode

ter consequências bem mais graves

para o denunciante do que para o

denunciado. Por causa dos proces-

so de difamação, o denunciante

pode ver-se forçado a pagar uma

indemnização choruda, enquanto a

parte denunciada vê apenas ser-lhe

aplicada uma pena suspensa”.

As práticas institucionais parecem ignorar a segurança e bem-estar dos denunciantes

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Page 36: BRIEF Transparência » Revista Semanal 71

Tiragem: 43576

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 12

Cores: Cor

Área: 26,92 x 30,19 cm²

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A conferência que hoje arranca no

Instituto de Ciências Sociais dá cor-

po a um alargado trabalho de análi-

se do fenómeno da corrupção nos

mais variados sectores da sociedade.

Na conferência Dinheiro, Infl uência,

Poder: Proteger a Democracia dos

Riscos da Corrupção, serão debati-

dos os “Novos desafi os à regulação e

supervisão do confl ito de interesses

e património dos eleitos”, bem co-

mo os “Novos desafi os à regulação

e supervisão do fi nanciamento dos

partidos políticos e campanhas elei-

torais” e ainda os “Novos desafi os à

regulação e supervisão do acesso à

informação”.

A procuradora-geral da República,

Joana Marques Vidal, aproveitará pa-

ra mostrar trabalho no encerramen-

to do colóquio. Fê-lo logo ontem, no

âmbito da prevenção do crime de

branqueamento de capitais através

de uma nota onde divulga alguns

dados estatísticos sobre as suas acti-

vidades: “No ano de 2011 [o DCIAP]

procedeu ao bloqueio de 48 opera-

ções que abrangiam a circulação de

fundos com suspeita fundamentada

de origem ilícita, no total de cerca 33

milhões de euros, e entre Janeiro e

Outubro de 2012 procedeu ao blo-

queio de 45 operações, que abran-

giam a circulação de fundos com

aquela suspeita, no total de cerca

de 65 milhões de euros.”

Estes debates são o pretexto para

apresentar o relatório fi nal da Trans-

parência e Integridade – Associação

Cívica (TIAC) sobre o sistema nacio-

nal de integridade (SNI) em Portugal.

É aqui que o combate à corrupção

é esmiuçado em áreas tão diversas

como o sector empresarial, Justiça,

sistema político e sociedade civil. O

levantamento feito ao estado da arte

do combate à corrupção do nosso pa-

ís através desse mecanismo levou os

investigadores a concluir que Portu-

gal “apresentou resultados mais bai-

xos do que seria de esperar para um

país desenvolvido”. “Falhas graves”

foram detectadas, pondo mesmo

“em causa a legitimidade e o desem-

penho global das instituições” nacio-

nais. “Mais do que realçarem áreas

ou práticas que são graves”, alerta o

63 mil euros e 7 investigadores para estudar a corrupção

relatório da TIAC, “revelam algo bem

mais profundo: falta de uma verda-

deira vontade política para combater

este fenómeno”.

O sistema partidário é uma das áre-

as analisadas. Neste campo é a lei de

fi nanciamento dos partidos que “sus-

cita mais preocupação”. Mesmo com

as recentes alterações, o estudo aler-

ta que “o que pode constituir iniciati-

va de angariação de fundos não está

bem clarifi cado e a sua contabiliza-

ção enquanto produto da diferença

entre receitas e despesas efectuadas

na organização de iniciativas permite

branquear malas de dinheiro, mani-

pular limites estipulados e reduzir

despesas com grandes eventos po-

líticos que passam a fi gurar como

iniciativas deste tipo”.

O projecto arrancou em Outubro

de 2010, inspirado num conceito

desenvolvido nove anos antes pela

Transparency International. Foi le-

vado a cabo em 26 países, incluindo

24 Estados-membros da União Eu-

ropeia, que através da sua Direcção-

Geral de Assuntos Internos fi nanciou

o estudo com 2,3 milhões de euros.

O levantamento português, que

custou 63 mil euros, fi cou concluído

em Maio de 2012, graças ao trabalho

de sete investigadores, dois coorde-

nadores científi cos, um de promoção

e ainda uma gestora de projecto.

Toda a informação obtida está

compilada no site integridade.trans-

parencia.pt.

Nuno Sá Lourenço

A realidade portuguesa

“Ficamos entregues a nós próprios”, resume um dos denunciantes

Ricardo Sá FernandesAdvogadoO caso que envolve o advogado Ricardo Sá Fernandes dura há já sete anos. Gravou conversas com o empresário Domingos Névoa, da Bragaparques, em que Névoa tentou subornar um vereador da Câmara de Lisboa — seu irmão — e com a gravação denunciou o caso às autoridades. A primeira conversa foi feita sem conhecimento das autoridades, mas as seguintes já não foi assim. Por entre as diferentes instâncias o empresário foi sendo absolvido e condenado. Mas Névoa acusou o advogado por gravação ilícita. A decisão em primeira instância não foi favorável a Névoa, mas este veio a ganhar o recurso para a Relação. O caso ainda não está concluído. Sá Fernandes assinala as “centenas, milhares de horas que [ele] e as pessoas todas que se envolveram tiveram de gastar para levar isto em frente”. Consequência directa da denúncia são os “vários processos pendentes que o corruptor pôs”. “Quem corrompeu tem meios para contra-atacar”, o que associado à inoperância da Justiça lhe deu a “sensação da completa desprotecção”. Sá Fernandes critica o Ministério Público. “Tratou-nos [a Sá Fernandes e ao irmão] mal. Deu seguimento a queixas absurdas e acusaram-nos.” Por isso sustenta que a “máquina, globalmente, não se empenhou”, excepção feita a “iniciativas pontuais” de um ou outro magistrado. Desiludido com a Justiça não ficou. Assume-se “esclarecido”. O sistema não quer combater a corrupção. E, conclui, também porque “a sociedade portuguesa aceita e tolera a corrupção”.

João Dias PachecoJuristaFoi depois de denunciar por email à Procuradoria-Geral da República, juntamente com um colega de trabalho nas Águas de Coimbra (AdC), a inércia do seus superiores hierárquicos a propósito de descargas nas infra-estruturas públicas de uma empresa do sector alimentar com elevados índices de ácidos corrosivos que os problemas de José Dias Pacheco começaram. Director dos serviços jurídicos, perante a perseguição pela direcção da empresa da funcionária que insistia em fazer o seu trabalho, Pacheco avançou com uma participação ao Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP). As represálias da administração de Jorge Temido viraram-se então contra Pacheco e João Lopes Seco. “Nós continuámos lá no local de trabalho”, recorda Pacheco, “sujeitos aos desmandos mais variados.” Ambos os denunciantes viram-se “esvaziados de funções”, passaram a encontrar dificuldades para marcar dias de férias, e até os colegas de trabalho se afastaram. Pacheco chegou a ser alvo de um processo disciplinar interno “por ter recusado apertar a mão a um dos directores que foi constituído arguido”. O processo acabou arquivado, mas as consequências continuaram. Recebeu uma carta onde lhe comunicavam que iria ser transferido do local de trabalho que sempre foi o seu desde 1991 para a câmara. A carta encontrou-o já de baixa médica por recomendação do seu psiquiatra. Cinco anos depois, começa agora o julgamento que a sua denúncia espoletou.

Paulo MoraisProfessor universitárioPaulo Morais chegou à vice-presidência da Câmara do Porto quando Rui Rio foi eleito para o seu primeiro mandato. A “tensão” instalou-se, quando o professor universitário se mostrou intransigente perante os apelos de “colegas vereadores, gente do partido e promotores” para que contornasse a lei na área do urbanismo. “Passei a ter uma relação com outros agentes da actividade política.” Acabou por sair e não foi incluído na lista de candidatos às autárquicas seguintes. Foi a partir daí que começou a denunciar “muitos assuntos na área do urbanismo” que lhe valeram alguns processos. Um exemplo foi o sucedido na Figueira da Foz, em 2008, onde se deslocou para denunciar a construção de um edifício no Vale do Galante que classificou como “um crime urbanístico”. Foi aí que lhe “apareceu um senhor a insultar”. “Mais tarde vim a saber ser o promotor [do projecto].” O promotor acusou-o de crime de difamação que o tribunal decidiu arquivar.Apesar de tudo, continua a acreditar que “valeu a pena”. Mas assume alguma “frustração”. “Não vejo nas entidades públicas a mesma energia em perseguir que eu tenho em denunciar.” O arquivamento no caso do campo de treinos do Salgueiros é um exemplo. “O Metro do Porto adquiriu o terreno para construir uma estação por oito milhões de euros, quando a avaliação do terreno era de cinco milhões de euros. Enviei [à Justiça] tudo documentado e foi arquivado, porque o Ministério Público não identificou onde foi parar o dinheiro…”Relatório SNI critica a lei de

financiamento partidário

19Duração, em meses, do estudo promovido pela TIAC em Portugal

26Número de países onde o SNI foi realizado. O trabalho foi financiado pela Comissão Europeia através de um orçamento de 2 milhões e trezentos mil euros

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Page 37: BRIEF Transparência » Revista Semanal 71

Tiragem: 43576

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

Cores: Cor

Área: 5,10 x 3,89 cm²

Corte: 4 de 4ID: 44972824 29-11-2012

Estudo demorou 19 meses a fazer e é apresentado hoje em conferência no ICS p10 a 12

Estado não protege quem denuncia casos de corrupção

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Page 38: BRIEF Transparência » Revista Semanal 71

A35

Tiragem: 94942

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 12

Cores: Cor

Área: 4,29 x 6,55 cm²

Corte: 1 de 1ID: 44973133 29-11-2012

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Page 39: BRIEF Transparência » Revista Semanal 71

A36

Tiragem: 94942

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 11

Cores: Preto e Branco

Área: 26,60 x 26,82 cm²

Corte: 1 de 3ID: 44973046 29-11-2012

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Page 40: BRIEF Transparência » Revista Semanal 71

Tiragem: 94942

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 10

Cores: Cor

Área: 4,59 x 4,97 cm²

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Page 41: BRIEF Transparência » Revista Semanal 71

Tiragem: 94942

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

Cores: Cor

Área: 4,44 x 4,00 cm²

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Page 42: BRIEF Transparência » Revista Semanal 71

A39

Tiragem: 94942

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 39

Cores: Cor

Área: 4,71 x 23,16 cm²

Corte: 1 de 1ID: 44973495 29-11-2012

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Page 43: BRIEF Transparência » Revista Semanal 71

A40

Tiragem: 18100

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Economia, Negócios e.

Pág: 18

Cores: Cor

Área: 26,89 x 32,52 cm²

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Inês David [email protected]

O Estado português não dá pro-tecção suficiente aos trabalhado-res do sector público e privado quedenunciam crimes de corrupçãoou de fraude. Esta é a principalconclusão do relatório da associa-ção cívica Transparência e Integri-dade (TIAC), a que o Diário Eco-nómico teve acesso.

No relatório “Uma alternativaao silêncio”, que será apresentadohoje na conferência “Dinheiro, in-fluência, Poder”, em Lisboa, noInstituto de Ciências Sociais, aTIAC diz que a falta de regulamen-tação da lei 19/2008 faz com quenão esteja “assegurada” a protec-ção de quem denuncia aqueles cri-mes. “Falha da esfera política”;“conteúdo vago e sem regulamen-tação”; “indiferença e passividadepelas consequências sofridas pelosdenunciantes”; “protecção semgarantias” ou “falta de vontadepolítica” são algumas das expres-sões usadas para caracterizar a si-tuação dos denunciantes(’whistleblowers’) em Portugal.

Se no sector público a lei exis-tente é de “conteúdo vago”, para osector privado é inexistente, avisaa TIAC, lamentando que nas em-presas - sobretudo nas PMEs - os

“mecanismos de denúncia conti-nuem a não constituir uma priori-dade”. Situação “agravada” pelaactual crise económica. Aliás, ain-da decorrente da crise, a associa-ção cívica avisa que o novo CódigoLaboral, ao flexibilizar despedi-mentos, está a “agravar a fragili-dade do trabalhador denuncianteno sector privado”. Isto porque“torna-se ainda mais difícil paraum trabalhador provar que o seudespedimento decorreu da for-mulação de denúncia”.

Considerando que a denúncia éum dos “instrumentos principais”para o combate à corrupção, umcrime que tem subido com a crise,a TIAC vai exigir hoje ao Governoque adopte um regime legal “úni-co e abrangente” que proteja efec-tivamente quem denuncia. Atéporque Portugal assinou conven-ções internacionais que impõemesta protecção. “Falta vontade

política”, critica ao Económico oinvestigador Luís de Sousa, presi-dente da TIAC. Também fonte doDCIAP, departamento da Procura-dora que investiga a criminalidadeeconómica e a corupção, disseontem ao Económico que, apesarde o Código Penal dar algumaprotecção, podia “ir-se mais lon-ge”, salvaguardando “ a existênciade denunciantes que podem nãomerecer protecção por serem me-ras práticas difamatórias”.

A última legislação sobre o as-sunto remonta a 2008 e apenasrespeita ao sector público. O arti-go 4º da Lei 19/2008 impõe quetrabalhadores da AdministraçãoPública e do sector empresarial doEstado denunciem infracções deque tenham tido conhecimento,não podendo ser transferidos.Embora a TIAC considere esta im-posição um avanço, avisa que oenquandramento é vago e não foiainda regulamentado, deixandode fora uma mão-cheia de situa-ções que colocam numa “situaçãode extrema vulnerabilidade”quem denuncia. Por exemplo, nãoabrange o sector privado, nem ostrabalhadores com funções juris-dicionais, governamentais ou sin-dicais. Mais: o diploma apenas dizque “não podem ser prejudica-dos”, falhando no “ sistema de

protecções” propriamente dito.“Existe uma série de retaliações,de perseguições e de pressões,como ameaças à vida e a bens, quesão feitas e não estão protegidas nalei”, diz Luís de Sousa. Uma dassituações que o TIAC diz ser umentrave à denúncia prende-secom a possibilidade de o denun-ciante ser alvo de uma queixa-cri-me por difamação. Todos os de-nunciantes entrevistados pelaTIAC reconheceram ter noção deque iriam sofrer retaliações ou até“perder tudo”. Segundo o estudoda TIAC, o “receio de represálias”(42,4%) é a principal razão paraum trabalhador se recusar a de-nunciar a corrupção.

Além da falta de vontade polí-tica, a TIAC aponta como entrave àdenúncia factores culturais, deri-vados de uma “percepção alta-mente negativa sobre a figura do‘bufo’ ou ‘chibo’” ganha no tempodo Estado Novo. No entanto, aTIAC lembra que a denúncia deum acto de corrupção “é um devercívico”. Contactado pelo DiárioEconómico, o Ministério da Justi-ça não revelou se tenciona regula-mentar a protecção dos denun-ciantes, sendo certo que este Go-verno colocou no seu programa,como prioridade, o combate àcorrupção. ■

Estado falha na protecçãoa quem denuncia corrupçãoRelatório dá nota negativa a Portugal por falta de vontade política para proteger os denunciantes.

RECOMENDAÇÕES

● Criação de regime legal únicoe abrangente de protecção.

● Criação de canais própriospara denúncias.

● Garantia acrescidade confidencialidade daidentidade do denunciante.

● Protecção contra posteriorescondenações por difamaçãoou quebra de sigilo profissional.

● Implementação de um sistemade recompensa de denunciantes.

● Criação de um organismoou autoridade competentepara recepção e tratamentode denúncias.

● Formação profissional dostrabalhadores da função públicapara as questões da ética edetecção de irregularidades.

A Transparência eIntegridade defendeque Portugal nãocumpre convençõesinternacionais queimpõem protecçãoa denunciantes.

PGR, ATRAVÉS DO DCIAP, BLOQUEOU 45 OPERAÇÕES DE BRANQUEAMENTO NO TOTAL DE 65 MILHÕES DE EUROS

A nova PGR, JoanaMarques Vidal, falaamanhã pela primeira vezsobre corrupção naconferência promovidapela associação cívicaTransparência eIntegridade subordinadaao tema “Dinheiro,influência, poder”.Numa nota ontemdivulgada, o DCIAPrevela que entre Janeiroe Outubro deste anobloqueou 45 operaçõesde branqueamento decapitais, no valor de 65milhões de euros, quandoem 2011 tinha bloqueado48 operações no valorde 22 milhões de euros.

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LUIS DE SOUSA

Presidente da Transparênciae Integridade (TIAC)

QUATRO PERGUNTAS A...

“O denunciantesabe que vai sofrerconsequências”Presidente da associação cívicaTransparência e Integridade, Luísde Sousa lamenta a falta devontade política para protegerquem denuncia e promete metero assunto na agenda política.

Em Portugal, existereticências para se denunciar

um crime de corrupção?Sim, existe e o facto de aprotecção de quem denuncia nãoestar regulamentada aindaaumenta essa propensão paranão se colaborar com a Justiça.As pessoas têm a noção de que‘se meterem a cabeça fora deágua, vão sofrer consequências’.Existe um princípio de protecçãoque depois não foi regulamentadoo que cria falsas expectativas. Aspessoas estão completamenteexpostas, quer no sector público,quer privado. Não faz sentido, porexemplo, que quem denunciaposa depois ser alvo de umaacusação por crime de difamação.O que é que está a faltar?Está a falar vontade política.Alguns actores políticos dizemque não querem criar um sistemade ‘bufos’, mas não é disto que setrata. Trata-se de um devercívico. No caso das empresas,também não há a adopção demecanismos que incentivem adenuncia, é um problema de

chefias, sobretudo nas PMEs. Demomento, a protecção dosdenunciantes não está na agendapolítica, mas a Transparência eIntegridade vai pressionar paraque o tema entre no debatepolítico, porque a denúncia é uminstrumento essencial nocombate a esta criminalidade. Étão importante no sector público,como no privado e é urgente quese criem condições legais para aspessoas terem a certeza queestão protegidas. Porqueactualmente, os denunciantesentrevistados por nós sabemperfeitamente que vão sofrerconsequências depois dadenúncia.Mas este Governo apontoudesde o início como prioridadeo combate à corrupção...Fizemos análise de todos osprogramas de Governo desde o25 de Abril e vimos que asreferências ao combate àcorrupção nem sempre apareceme, quando aparecem, é de

natureza vaga. Não há nada deobjectivo no programa a não sera ideia vaga de que se quercombater o fenómeno. Como?não se diz.Existe uma obrigaçãointernacional de adoptardeterminados mecanismos.Portugal não adopta. Qual é aconsequência?Há uma violação entre aspas dasobrigações internacionais e digoentre aspas porque não existemsanções. As sanções sãomeramente morais porque o queestá na base das convençõesinternacionais sobre o temaratificadas por Portugal é ovoluntarismo político, que nãotem existido em Portugal. Aspessoas, trabalhadores do sectorpúblico e privado, têm que saberque estão protegidos de ameaçasà vida e bens, bem como afamiliares, de retaliações ehumilhações públicas casoqueiram denunciar um crime decorrupção. I.D.B.

Paulo Alexandre Coelho

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Corte: 3 de 3ID: 44972962 29-11-2012Justiça Estado falha naprotecção a quem denunciacasos de corrupção. ➥ P18

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Maria Teixeira [email protected]

O BCP acaba de anunciar aos seuscolaboradores um novo organo-grama que entrará em vigor a 3 deDezembro. O banco liderado porNuno Amado reduz em cerca decinco o número de directores quereportam à administração. Talcomo anunciado, o banco está areformar a sua estrutura de ges-tão. O objectivo, segundo fontedo BCP, “é ter uma organizaçãomais ligeira”.

Na nova organização, que foidistribuída aos colaboradores dobanco no passado dia 15 de No-vembro, e que entra em vigor a 3de Dezembro, saem cinco direc-tores da alçada directa do Conse-lho de Administração. A nova es-trutura da organização contem-pla 53 directores que reportamdirectamente à administração.Esta nova estrutura é a que vaipermanecer para lá do processode rescisão, soube o Diário Eco-nómico junto de fonte do BCP.Apesar de o banco ainda não tercompletado o seu processo derescisões que, tal como anunciouo presidente, vai abranger mem-bros da alta direcção.

O presidente Nuno Amadomantém a áreas de comunicação(Ricardo Valadares substitui Mi-guel Magalhães Duarte que passapara o ‘marketing’ de empresas);e chama a si a área dos recursoshumanos. Este pelouro assumeparticular relevância numa alturaem que o presidente do BCP, nomesmo dia em que apresentouprejuízos de 796,3 milhões de eu-ros, arrancou com as negociaçõespara a saída de 600 trabalhadores,entre eles quadros da alta direc-ção. Embora até ao momento nãoesteja definido quem são os queirão sair.

Segundo o Diário Económicosoube, paralelamente a este planode redução de pessoal, o banco járecebeu propostas para saídas vo-luntárias que somam cerca demais 70 pessoas.

O BCP tinha em Setembro des-te ano 9.866 pessoas em Portugal edeverá acabar o ano com cerca de9.200. O que se insere no plano decorte de custos com pessoal jáanunciado no plano de recapitali-zação do BCP. “No que se refereconcretamente a custos com pes-soal em Portugal, o Banco prevê a

redução gradual (1% ao ano) doquadro de colaboradores, a queacresce uma redução mais signifi-cativa em 2012 e 2013, nomeada-mente através de programas dereformas antecipadas e de resci-sões por mútuo acordo”. MiguelMaya com os pelouros do risco,recuperação de crédito, imobiliá-rio, e contencioso, tem a seu cargooito directores.

Na última apresentação de re-sultados, o banco revelou que estáa apostar na recuperação do cré-dito e para isso contratou 180 tra-balhadores para reforçar esta área,para além de ir implementar umnovo modelo de gestão.

Esta nova estrutura já tem emconta estes objectivos. Na confe-rência dos resultados, o vice-pre-sidente do BCP, Miguel Maya, ex-plicou que foi feita “uma reestru-turação profunda que obriga a queas operações de maior valor te-nham de passar obrigatoriamentepelo crivo de três administrado-res. Além disso, serão usadasaplicações informáticas que per-mitam detectar mais cedo situa-ções de incumprimento”.

Miguel Bragança, o outrovice-presidente, também co-manda oito directores. Nas áreasfinanceira (Tesouraria e Merca-dos, atribuída a Pedro Turras);relação com os investidores (RuiCoimbra); contabilidade; pla-neamento e gestão do balanço;controlo de custos; assessoria fis-cal; a área internacional ( DuartePita Ferraz), entre outras.

Luís Pereira Coutinho que temo crédito a empresas; o activobank; e os mercados Polónia,Grécia e Roménia, fica com novedirectores, entre eles Miguel Ma-galhães Duarte.

Na área de banca de investi-mento e ainda com os mercadosde Angola e Moçambique surgeConceição Lucas também comoito directores, entre eles JoãoLopes Raimundo com o banco deinvestimento e José Pulido Va-lente com o Corporate.

José Iglésias Soares com áreascomo as tecnologias de informa-ção, ‘compliance’, auditoria,compras e área jurídica tem seisdirectores a seu cargo.

O administrador com maiornúmero de directores a seu cargoé Rui Teixeira que tem onze, res-ponsáveis pelo retalho, ‘privatebanking’, Gestão de activo, Suíçaentre outras.

O banco não revela quem fo-ram os membros da alta direcçãoque foram dispensados, mas Nu-no Amado chegou a admitir queentre os acordos de rescisãoabrangiam toda a hierarquia dobanco. O BCP tem proposto 1,7ordenados por ano de trabalhopara quem sair. E vai manter opacote social aos trabalhadores -crédito à habitação com juros re-duzidos, seguro de saúde e apoioà colocação fora do grupo - portrês anos.

O plano de rescisões só deveráestar concluído no início do pró-ximo ano. ■

BCP reduz estruturada alta direcçãoO banco já enviou o novo organograma com os pelouros dos administradorese directores, que entrará em vigor a 3 de Dezembro. Reduziu cinco directores.

Miguel Magalhães Duarte

Miguel Magalhães Duartepassou a dirigir o ‘marketing’de empresas, sob a administraçãode Luís Pereira Coutinho.

Lucros eUm estudo evolutivo do BCPpermite verificar a degradaçãodos lucros e do retornopara o accionista.

O resultado líquido por acçãopermite ver a evolução negativado BCP a partir de 2008, ano emfalia, nos Estados Unidos, o bancoLehman Brothers e em que o ban-co mudava de administradores,deixando para trás uma guerradentro da administração e dentroda estrutura accionista.

Desde 2008, que os resultadoslíquidos por acção têm vindo a

Sindicato criticarescisões

O SINTAF- Sindicato dosTrabalhadores da ActividadeFinanceira criticou o processo derescisões do BCP. Em comunicadoenviado aos trabalhadoresrefere que “o processo tem noseu início uma ilegalidade: não foirespeitado o Código do Trabalho –art. 425.º, dado que não foipedido parecer à Comissão deTrabalhadores”. “A comunicaçãoaos trabalhadores vítimasda Rescisão por Mútuo Acordoé feita unilateralmente, no diaanterior ao designado para aprimeira entrevista, configurandouma forma de pressão”, refereo sindicato. E falam ainda de um“encaminhamento, com dispensae afastamento dos trabalhadoresno dia seguinte à entrevista, paraque os visados se inscrevam deimediato na empresa Lee HechtHarrison & Drake Beam Morin(LHH & DBM), relacionada comempresas de trabalho temporário,enquanto ainda mantêm o vínculocom o BCP”. O sindicato realçaainda a “falta de indicaçãodos critérios de selecçãodos trabalhadores a excluir”.O processo de rescisões está acargo do escritório de advogadosCMS Rui Pena & Arnaut.

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dividendos em rota descendente desde 2008degradar-se, atingindo em 2011valores negativos (-0,13 euros poracção). Previsivelmente ocorreráo mesmo em 2012 e 2013.

De 1999 até 2007 os resultadospor acção do BCP rondavam, emmédia, os 0,20 euros. Durante es-ses dez exercícios, os anos de 2002(altura em que o banco constituiuuma provisão extraordinária que,sabe-se hoje, serviu para cobrirperdas em ‘offshores’ que se de-tectou não terem ‘beneficialowner’) e de 2003 foram os pioresda era Jardim Gonçalves. Nessesanos, o resultado por acção baixou

para metade (de 0,25 euros em2001 passou para 0,12 euros em2002 e 0,14 euros em 2003).

Os melhores resultados desempre do banco ocorreram du-rante a presidência de Paulo Tei-xeira Pinto. Em 2005 e 2006 os lu-cros foram respectivamente de753 milhões e 787 milhões. Com aguerra de poder os lucros caíram224 milhões em 2007 (para 563milhões). Mas os anos de melhorROE - rentabilidade dos capitaispróprios - foram os anos 2000,2001 (ano do ataque terrorista aosEUA), 2004, 2005 e 2006.

A partir de 2008 todos os in-dicadores caíram a pique. O ROEpassou para 4,5% e em 2011 pas-sou a ser de 20,4% negativos. Oresultados por acção caiu para

0,03 euros e andou nesses níveisaté em 2011 ter atingido valoresnegativos (- 13 cêntimos).

As imparidades e provisõestêm apresentado uma rota as-cendente. Em 1999 eram de 276milhões. Em 2002 atingiram os575 milhões. Em 2005 baixaramsubstancialmente (171 milhões),mas a partir de 2008 (589 mi-lhões) têm vindo a disparar e em2011 foram de 2.075 milhões.

E para os accionistas?O ano 2000, o capital exigido aosaccionistas somava 2,1 mil mi-

lhões de euros, e o BCP tinha dis-tribuído em dividendos, desde asua fundação 900 milhões de eu-ros (cerca de 43% do capital so-cial). Em 2007, o BCP tinha de ca-pital social 3,6 mil milhões de eu-ros e os dividendos distribuídosaos accionistas até aí somaram 2,3mil milhões (64% do capital so-cial). O banco deixou de distribuirdividendos em 2010. Até hoje edesde a sua fundação (1985) o BCPpagou 2,487 mil milhões de eurosem dividendos, cerca de 70% doactual capital social que é de 3,5mil milhões de euros . ■ M.T.A.

Desde 2008, que osresultados líquidos poracção se têm vindoa degradar, atingindoem 2011 valoresnegativos (-0,13 eurospor acção).

Infografia: Mário Malhão | [email protected]

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BCP reduz alta direcçãoe dá novos pelourosaos administradores ➥ P34

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“O futebol nãoestá acima ouà margem da lei”Paulo Jorge [email protected]

Emanuel Medeiros sublinha a ne-cessidade de medidas que garan-tam equilíbrio e relembra o futebol“não está acima da lei”.

Segunda-feira vai estar na reu-nião do Conselho Estratégico daUEFA para o futebol profissional.Que temas vão discutir?São 11 áreas temáticas que passampor boa governança no futebol,competições de vários níveis,transferências de jogadores, inte-gridade das provas, preven-ção/combate de fenómenos va-riados, regulação das apostas des-portivas, arbitragem, saúde e cri-térios financeiros para inscriçãonas competições, incluindo o fair-play financeiro, endividamentodos clubes e os que estão em recu-peração, como sucede com a re-cente epidemia em Espanha. As-suntos que resultam do trabalhode quatro pessoas, incluindo eu,apontando para um plano de ac-ção com metas e prazos.A ideia, anunciada pela FIFA, deavaliar a proibição dos fundos dejogadores é um dos casos a discu-tir. Em que ponto está o assunto?Bem, as medidas nunca são adop-tadas para penalizar clubes, célu-las básicas do futebol, mas em prolde valores que devem ser conju-gados com a integridade competi-tiva e transparência financeira àcabeça. O debate era pouco fun-damentado e sem dados suficien-tes face a questões tão sensíveis.E a EPFL agiu?Fizemos extensa publicação foca-da nos direitos económicos dos jo-gadores detidos por terceiros, umdiagnóstico exaustivo à escala eu-ropeia sobre o enquadramento le-gal, consulta às Ligas e contribu-tos de uma dúzia de especialistas,a favor ou contra a situação.Quais são os argumentos?De um lado invoca-se que o fute-bol é um sector com crescentecomplexidade, justificando refle-xão profunda às respectivas auto-ridades. Fala-se de uma certaopacidade quanto a terceiros, não

esquecendo as sedes em off-sho-res, sem escrutínio de entidadesreguladoras e com vendas emquantias avultadas, práticas queconvidam à rotura dos contratospara compensar o investimentofinanceiro em percentagens depasses, ou seja, o contrário docontrolo. Referem ainda poten-ciais conflitos de interesses e o ris-co de branqueamento de capitais,inerente à desregulação genérica.E do outro?Quase metade das Ligas vêem apropriedade dos passes por tercei-ros como vital para a capacidadecompetitiva face aos grandes clu-bes. Casos com supervisão, como

o do Benfica ou de outras cotadasem Bolsa, são exemplos citados. Éuma forma de equilibrar face à di-ferença de verbas sobre direitostelevisivos e repartir riscos sobre acontratação de jogadores. Os re-gulamentos da FIFA não contêmproibição – só proíbem que hajaterceiras entidades a influenciarnas contratações, nas provas e nosregimes de gestão dos clubes. Adivisão quase a meio nas Ligas ini-be-as de tomar decisões, pelo queé preciso debate mais aprofunda-do com os clubes.Como se conjuga essa realidadecom a dos investimentos de milio-nários em clubes ingleses ou noPSG, duas Ligas onde a proibiçãodos fundos vigora?É outro dos factores apontados,mas é preciso entender que a UEFAserá intransigente na aplicação doscritérios de fair-play financeiro,até porque isso também representateste à sua credibilidade. E podefalar-se numa distribuição dife-rente das receitas da Champions,diminuindo a importância do cha-mado critério de “market pool “.Diz-se que o futebol precisa demais transparência – isso não édesejável para toda a sociedade,incluindo sectores como a políti-ca, a banca ou as empresas?O futebol envolve somas avultadase isso não deve ser motivo de ver-gonha, mas de orgulho e respon-sabilidade a zelar para que a su-pervisão não seja descurada. Noano passado, em receitas directas,gerou 16,9 mil milhões de euros,sendo 88% desse valor responsa-bilidade das Ligas europeias daEPFL. É importante perceber queo futebol não está acima ou à mar-gem da lei. Agimos sob esfera decontrolo próprio e não nos cabetutelar áreas como as que referiu,pois esperamos que sejam rigoro-sas na aplicação das regras.Mas o relatório anual da Deloittetambém mencionou endivida-mento de dimensão assustadora...Sim, e a UEFA muniu-se de estudosobre a saúde financeira dos clu-bes: os dados de 2009 eram muitopreocupantes, revelando buracofinanceiro de 1,2 mil milhões de

Segunda-feira há reunião do Conselho Estratégico da UEFAe avaliam-se questões como os fundos de jogadores.

ENTREVISTA EMANUEL MEDEIROS Director-executivo da Associação de Ligas Europeias (EPFL)

Em 2010, o buracofinanceiro dos clubeseuropeus subiu para1,6 mil milhões [...]É um problema degestão cuidadosadas despesas commassa salarial ecompensações pagaspor transferências.

No caso português,a taxa exorbitante de23% de IVA aplicadaaos bilhetes é umgesto irreflectido etraduz discriminaçãonegativa.

PERFIL

Direito e gestãodo Boavista à EuropaEmanuel Macedo de Medeirosnasceu em 1969 nos Açores (SãoMiguel). Licenciado em Direito naUniversidade de Lisboa, tem ummestrado em Gestão do Desportoda Universidade Católica e outroem Direito Desportivo Profissionalpor Coimbra. Com ligações dejuventude ao PSD, começouna PLMJ como advogado,passando para oDepartamento Jurídico doBoavista entre 1993 e2000. Secretário-geralda Liga até 2005,membro de váriosgrupos de trabalho daUEFA, foi eleito director-geral da EPFL em 2005e director-executivo apartir de 2007.

euros que, em 2010, subiu para 1,6mil milhões. Não é um problemade gerar receitas, mas de gestãocuidadosa das despesas com amassa salarial e compensações portransferências.Entende a posição do governoportuguês que, sem legislar sobreas apostas on-line e tendo coloca-do o IVA dos bilhetes do futebolem 23%, peça aos clubes, atravésdo secretário de Estado da Solida-riedade, colaboração em projectosde responsabilidade social?No Fórum sobre o assunto, realiza-do em Lisboa na terça-feira, sa-lientei que o futebol quer estar aoserviço da sociedade para mitigarproblemas das famílias, passandomensagem de apoio, incentivo eesperança. Acolhi o repto do se-

cretário de Estado que traduz o re-conhecimento da capacidade mo-bilizadora do futebol e como veí-culo na transmissão de mensagense valores. E lembrei que o futebolprofissional, para ser sustentável,gerar receitas que permitam às Li-gas organizar provas, melhorar in-fra-estruturas, apoiar a formaçãoe trabalhar em projectos comuni-tários, precisa dos governos.Como traduz isso em Portugal?O desporto em geral precisa dequem tem capacidade para legislarno sentido de serem assumidasresponsabilidades para garantir asua viabilidade. Falei de doisexemplos, as apostas desportivas ea protecção dos direitos dos orga-nizadores das competições. Nocaso português, é preciso lembrar

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Âmbito: Economia, Negócios e.

Pág: 47

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Corte: 2 de 2ID: 44992734 30-11-2012

“EscolhoRonaldo eMourinho naBola de Ouro”“São exemplos de sucesso quecontribuem para elevar a auto--estima dos portugueses”, diz.

Num dia em que foram confir-madas as presenças de Ronaldoao lado de Messi e Iniesta e deMourinho com Del Bosque eGuardiola como candidatos àBola de Ouro deste ano, Medei-ros não surpreende no voto.“Escolho Ronaldo e Mourinhonão só por questões de afectivi-dade, mas por não conseguiruma análise fria do assunto.Trata-se de duas figuras cimei-ras do futebol português emundial, nada têm a provarneste domínio e justificam oprémio por mérito, títulos con-quistados e tudo o que fizeramao longo do ano.”

Confessando não entender asrazões que levaram a dupla a fi-car sem prémios da Liga espa-nhola depois da influência exer-cida na conquista do título peloReal Madrid recordista de pon-tos e golos, o dirigente sublinhao que considera essencial. “Sãoexemplos de sucesso que con-tribuem para elevar a auto-esti-ma dos portugueses numa faseem que estes têm sido muitofustigados, seja pela crise, sejapelas medidas de austeridade. Edizem bem da capacidade que oportuguês tem na criação deoportunidades e a singrar.”

Quanto à sua experiência noexterior e à forma como sãoavaliados os portugueses emfunções de maior mediatismo,Emanuel Medeiros refere: “Omundo transformou-se numaaldeia global, os conceitos deespaço e tempo tornaram-serelativos, os fenómenos de acul-turação facilitaram integração emobilidade. Açoriano comosou, não desconheço a históriada minha terra, sei que mais demilhão e meio de conterrâneosestão espalhados pelo Mundo,enquanto cerca de 250 mil vi-vem nas ilhas. A grandeza dePortugal, no fundo, é afirmar-se em qualquer lugar ou cir-cunstância, promovendo a ima-gem do País. E é desejável que ogoverno perceba isso.” ■

“No ano passado, em receitasdirectas, o futebol gerou 16,9 mil

milhões de euros e 88% dessevalor foi responsabilidade das

Ligas da EPFL”, resume.

Bernardo S. lobo

a taxa exorbitante de 23% de IVAaplicada aos bilhetes, algo queconsidero um gesto irreflectido,pois traduz discriminação negati-va face a outras áreas. Se alguémnão sabe, nos documentos daUnião Europeia o futebol é apon-tado como parte importante dacultura e da identidade dos povos.Tem a atenção mediática certa emfunção do cargo que exerce?Quem vive pela imprensa morrepor ela. Não procuro ser exube-rante, nem busco microfones oucâmaras, a ideia é ser determina-do, mas, quando há eleições nofutebol, sou contactado.Ser líder da Liga ou da Federaçãosão hipóteses?Tenho 43 anos, não sei onde vouestar daqui a 10. ■

“Mourinho eRonaldo sãofiguras cimeirasdo futebolmundial,justificando oprémio por mérito,títulos e por tudoo que fizeram aolongo da época.”

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Tiragem: 159027

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Tiragem: 43576

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Pág: 12

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O coordenador do Bloco de Esquerda

João Semedo disse ontem ter “fortes

razões” para “admitir” que “muitos

milhões que circularam entre o BPN

e a sua clientela favorita” serviram

para fi nanciamento partidário.

“Tenho fortes razões para admitir

que alguns daqueles muitos e muitos

milhões que circularam entre o BPN

e a sua clientela favorita, alguns des-

ses milhões alimentaram candidatos

e alimentaram partidos”, afi rmou

João Semedo na conferência Dinhei-

ro, Infl uência, Poder: Proteger a De-

mocracia dos Riscos da Corrupção.

O coordenador do Bloco de Es-

querda esclareceu depois que es-

tava a referir-se concretamente ao

PSD. “O partido que estava mais

próximo dessa realidade, por via dos

seus antigos ministro, era o PSD, era

a isso que eu me estava a referir”,

afi rmou.

O antigo presidente do BPN, Olivei-

ra Costa, foi entretanto pronunciado

por falsifi cação de documentos, num

processo extraído do processo prin-

cipal do BPN. Foram pronunciados e

vão a julgamento outros três argui-

dos, avançou ontem a SIC Notícias.

Posteriormente, a agência Lusa,

citando uma fonte judicial, precisou

que o antigo administrador do BPN

Oliveira e Costa e mais três arguidos

foram pronunciados pelo Tribunal

Central de Instrução Criminal.

A mesma fonte informou que o

processo está relacionado com o

Banco Insular, de que o BPN foi pro-

prietário a partir de 2001, e também

com o processamento de verbas do

Banco Português de Negócios.

Esta pronúncia resulta de uma cer-

tidão extraída do processo BPN, ac-

tualmente em julgamento, e os três

arguido são ex-directores do Banco

Insular, criado em Dezembro de 1997

em Cabo Verde.

João Semedo fala em dinheiro do BPN no PSD

Justiça

Oliveira e Costa pronunciado Página 53

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Tiragem: 43576

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2 | DESTAQUE | PÚBLICO, SÁB 1 DEZ 2012

SUBMARINOS

Alemão que assinou novas contrapartidas esteve preso por corrupção

Klaus Lesker, o administrador

da MPC Ferrostaal que

assinou em 27 de Setembro

passado o memorando

d e e n t e n d i m e n t o

q u e s u b s t i t u i u a s

contrapartidas dos submarinos

pelo investimento num hotel de

luxo no Algarve, é um dos gestores

detidos em 2010 sob acusação de

corrupção na venda dos submarinos

a Portugal.

Químico de formação, 52 anos,

Lesker foi membro da comissão

executiva da então MAN Ferrostaal

entre 2006 e 2010. Saiu da empre-

sa em Abril de 2010, na sequência

do caso de corrupção na venda de

submarinos a Portugal e à Grécia.

Lesker esteve alguns meses detido

na Alemanha tendo sido entretan-

to libertado. O mesmo acontecera

pouco tempo antes a Horst Werete-

cki, outro ex-gestor da Ferrostaal.

Lesker e Weretecki conhecem

bem o processo português das

contrapartidas dos submarinos.

Foi Lesker quem passou a nego-

ciar com o Estado português, em

2010, quando Weretecki foi acusa-

do. Weretecki é um dos 10 gestores

acusados pelo Ministério Público

português de falsifi cação de docu-

mento e burla qualifi cada.

Por ocasião das detenções de

Lesker e Weretecki, um dos advoga-

dos portugueses que representam

os gestores da Ferrostaal, Godinho

de Matos, considerava que, em am-

bos os casos, o Ministério Público

alemão pretendia pressionar os

arguidos a denunciarem os esque-

mas de corrupção na Ferrostaal e a

terem estatuto de arrependidos. A

imprensa alemã tem escrito que os

ministérios públicos de Munique e

de Essen ainda têm procedimentos

de investigação em curso que ultra-

passam as operações com Portugal

e Grécia e incluem também Turque-

menistão, Indonésia, África do Sul

e Brasil, considerando o assunto

ainda em aberto.

Pouco tempo depois da demissão

da Ferrostaal, Lesker foi trabalhar

para a MPC, um grupo de Hambur-

go, de base familiar, com ligações

à indústria naval, imobiliário e ser-

viços fi nanceiros. De acordo com

as biografi as disponíveis na Inter-

net, incluindo a página ofi cial da

empresa, Lesker saiu da Ferrostaal

em Abril de 2010 e integrou os qua-

dros da MPC três meses depois, em

Julho, como membro da comissão

executiva da holding. Com a consti-

tuição da MPC Ferrostaal, em Mar-

ço passado, passou a ser um dos

membros da nova comissão execu-

tiva com a pasta dos negócios para

a Ásia-Pacífi co e África.

O regressoQuando Lesker saiu da Ferrostaal

em 2010, o patrão era a IPIC, um

dos braços de investimento do emi-

rado Abu Dhabi, que controlava a

empresa em 70%. Tinha comprado

a empresa alemã apenas um ano

antes, mas manifestava desconforto

pelos escândalos de corrupção que

herdara.

Em Novembro de 2011, desenhou-

se o regresso da Ferrostaal ao ca-

pital alemão. O acordo então feito

estabelecia que a MAN recomprava

os 70% da IPIC por 350 milhões de

O grupo MPC tem um braço fi -

nanceiro que é o fundo de inves-

timento MPC Capital, dedicado ao

imobiliário e indústria naval. É este

fundo que surge agora a fi nanciar a

reconversão do hotel Alfamar, em

Albufeira, numa unidade de luxo da

cadeia Ritz Carlton. Trata-se de uma

operação ela própria reconvertida

em contrapartida pela venda dos

dois submarinos alemães e acei-

te pelo Governo português como

solução para ultrapassar o incum-

primento de mais de 500 milhões

de euros de negócios prometidos à

indústria portuguesa.

Questionada pelo PÚBLICO, a

MPC Capital escusa-se a informar

sobre qualquer aspecto relacionado

com o negócio, incluindo a data e

a forma como ocorreu a mudança

de investidor para o projecto do

Alfamar.

O processo português de contra-

partidas dos submarinos também

não é desconhecido da MPC. Par-

te da encomenda dos navios que a

Ferrostaal garantiu aos estaleiros

Navais de Viana do Castelo como

pré-contrapartidas dos submari-

O químico alemão de 52 que há dois meses assinou o novo contrato que substitui as contrapartidas dos submarinos esteve detido na Alemanha

Lurdes Ferreiraeuros e revendia 100% da Ferros-

taal à MPC por um máximo de 160

milhões. O mercado olhou para es-

ta operação como a confi rmação de

um grupo, liderado pelo patriarca

Axel Schroeder, especialista em ne-

gócios de oportunidade e baratos,

mas não foi essa a leitura das au-

toridades que não esconderam as

suas dúvidas sobre uma tão grande

diferença de valores, segundo a im-

prensa alemã. Um mês depois deste

acordo, a Ferrostaal chegou a um

outro acordo com a justiça alemã e

pagou uma multa de 140 milhões de

euros para resolver as acusações de

corrupção de que era alvo.

Fundo MPC CapitalLesker permaneceu na comissão

executiva da holding da MPC até à

compra da Ferrostaal, formalizada

em Março de 2012. A imprensa ale-

mã relatou na altura o optimismo

entre os dirigentes da MPC relati-

vamente aos processos de corrup-

ção, sublinhando no entanto que

o mesmo não era partilhado pelo

Ministério Público de Essen e Mu-

nique.

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nos destinava-se à MPC, a qual era

cliente antiga, de décadas, dos es-

taleiros portugueses.

No âmbito do contrato de contra-

partidas assinado em 2004 entre

o Estado português e o consórcio

German Submarine Consortium

pela venda de dois submarinos à

Armada, a Ferrostaal fi cou respon-

sável pelo cumprimento do progra-

ma de 1200 milhões de euros de

contrapartidas em novos negócios

para a indústria portuguesa. Estes

negócios deviam permitir à indús-

tria aceder a novos mercados, subir

na cadeia de valor e aumentar a in-

tensidade tecnológica. O Governo

português aceitou na altura que

parte deste montante fosse liqui-

dado com negócios anteriores à

assinatura do contrato (pré-con-

trapartidas), o que fez logo baixar

a garantia bancária de 10% a que

os alemães estavam obrigados. É

parte destas pré-contrapartidas que

está neste momento em julgamento

em tribunal português, acusando o

Ministério Público três gestores ale-

mães e sete portugueses de terem

“vendido” ao Estado falsas contra-

partidas, através do pagamento de

facturas que provavam que os negó-

cios tinham sido feitos sem causa-

lidade, ou seja, sem a intervenção

da Ferrostaal.

A investigação à volta deste ca-

so azedou as relações entre as du-

as partes numa altura em que os

alemães já acumulavam um atraso

signifi cativo em relação aos outros

compromissos para a indústria por-

tuguesa. Até Maio, as autoridades

portuguesas tinham validado 496

dos 758 milhões de euros de projec-

tos de contrapartidas apresentados

pela Ferrostaal. O total contratado

era 1200 milhões, dos quais 145

milhões tinham sido considerados

logo saldados em pré-contraparti-

das.

Poucos dias antes de expirar o

prazo do contrato, em Outubro, o

Governo e a (agora) MPC Ferros-

taal acordaram na substituição de

19 projectos que totalizavam o in-

cumprimento em causa pelo inves-

timento na reconversão do Hotel

Alfamar, em Albufeira, que estava

na lista de Projectos de Interesse

Nacional (PIN) desde 2008.

RUI GAUDÊNCIOOs dois submarinos custaram 1200 milhões de euros a Portugal

Hotel Alfamar

Projecto PIN desde 2009

Oprojecto que o Governo aceitou, em Setembro, em substituição dos mais de 700 milhões de euros de

contrapartidas atrasadas dos submarinos foi apresentado como candidatura a Projecto de Interesse Nacional (PIN) em Novembro de 2008 pela promotora LTI-Alfamar Hotel, segundo a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP). O montante de investimento previsto era de 240 milhões de euros, com o financiamento entregue ao RREEF, fundo de investimento do Deutsche Bank. O projecto previa a requalificação total do hotel Alfamar, considerado degradado, para um conjunto turístico de luxo com um hotel de cinco estrelas e a marca Ritz-Carlton, designado Alfamar Beach Resort.

De acordo com a AICEP, o projecto foi aceite como PIN a Julho de 2009, depois de “várias alterações” impostas pelo lado ambiental. “O facto de estar implantado numa área sensível, pela sua proximidade à costa, tornou necessários vários ajustamentos e alterações até que se pudessem encontrar soluções que respeitassem os instrumentos de gestão de território aplicáveis”, diz a AICEP em resposta ao PÚBLICO.

A AICEP diz tratar-se desde o início de uma intenção de investimento bem vinda, dada a necessidade de requalificar a zona degradada e que neste processo longo os investidores mudaram porque os primeiros “se desinteressaram, tendo abandonado a parceria com o promotor, a sociedade proprietária do Hotel Alfamar”. Foi então que o projecto transitou dos alemães do RREEF para os alemães da MPC Capital, fundo de investimento da MPC Ferrostaal, grupo com o qual o Governo contratou as novas contrapartidas. L.F.

Élegal o Estado português re-

negociar os contratos de con-

trapartidas assinados antes de

2011, apesar de actualmente

a lei limitar o recurso a es-

te tipo de negócio. Essa é a

convicção de vários especialistas

ouvidos pelo PÚBLICO e abarca

o acordo assinado a 1 de Outubro

entre o Ministério da Economia e o

consórcio alemão que vendeu dois

submarinos a Portugal.

Os contratos de contrapartidas

são usualmente associados à compra

de material de defesa e pretendem

compensar a economia do Estado

comprador face ao avultado investi-

mento feito no equipamento militar.

O vendedor fi ca, por isso, obrigado

a captar negócios ou a transferir tec-

nologia para o Estado comprador

num determinado montante. Contu-

do, uma directiva europeia de 2009,

transposta em Portugal em Outubro

de 2011, veio limitar este tipo de me-

canismo de compensação. Isto por-

que se considera que determinadas

contrapartidas podem constituir um

entrave à livre concorrência, o que

viola o direito comunitário.

O professor da Faculdade de Di-

reito da Universidade de Coimbra,

Licínio Martins, sublinha que não

conhece o negócio da compra dos

submarinos, mas analisa a questão

jurídica. “A nova lei salvaguarda a

execução dos contratos que foram

celebrados antes da sua entrada em

vigor. Esta é a regra”, sustenta o do-

cente. O universitário realça que a

directiva europeia não proíbe total-

mente as contrapartidas indirectas,

relativas a projectos que não estão

relacionados com o material militar

adquirido. “O que se proíbe são as

contrapartidas que inibam ou fal-

seiem a concorrência”, acrescenta.

Esta avaliação, contudo, não é

necessária na renegociação das

contrapartidas como a dos sub-

marinos, cujo contrato foi assina-

do em Abril de 2004. “A directiva,

como é posterior à assinatura dos

contratos, não abrange as renego-

ciações”, defende também Pache-

co Amorim, professor universitá-

rio com várias obras publicadas

Juristas defendem legalidade da renegociação dos contratos

na área do Direito Administrativo.

O advogado Pedro Melo, da PL-

MJ, tem assessorado o Ministério

da Economia em algumas das re-

negociações das contrapartidas e

defende igualmente este entendi-

mento. “Os contratos que estão a

ser renegociados estão ao abrigo

da legislação de 1999 e de 2006. É

inequívoco que esses contratos po-

diam ser realizados na altura à luz

da lei nacional e da lei comunitária”,

sustenta. E completa: “O que seria

ilegal era realizar novos contratos

de contrapartidas. Não estamos a

celebrar novos contratos, mas ape-

nas a renegociar contratos assinados

anteriormente.” O jurista, especiali-

zado em contratos públicos na área

da Defesa, alerta para os riscos de o

Estado não renegociar esses contra-

tos, muitos dos quais tinham taxas

de execução baixas. “A alternativa

seria provavelmente um litígio que

seria discutido em sede arbitral e a

perda de um investimento signifi ca-

tivo para a economia nacional.”

Diferente entendimento tem o

ex-universitário Paulo Pinto de Al-

buquerque, que defende num pa-

recer apresentado pelas defesas do

processo-crime das contrapartidas

dos submarinos, que o contrato as-

sinado em Abril de 2004 era nulo,

por violar regras comunitárias da

livre concorrência, previstas em tra-

tados, já que “constitui um ‘subsídio

encapotado’ do Estado credor das

contrapartidas às entidades bene-

fi ciárias.

Mariana Oliveira

Horst Weretecki, ex-responsável da Ferrostaal

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Alemão preso por corrupção assinounovas contrapartidasKlaus Lesker, o administrador da Ferrostaal que há dois meses assinou as novas contrapartidas dos submarinos, foi um dos gestores detidos em 2010 por corrupção na venda dos submarinos a Portugal Destaque, 2/3

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