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 TV EM QUESTãO > ‘TÁ NO AR: A TV NA TV’ O astro de uma nova geração de humoristas Por Tcharly Magalhães Briglia em 06/04/2015 na edição 845 Quando Marcelo Adnet começou um programa diário de quinze minutos, no canal MTV, ainda na primeira década dos anos 2000, ninguém imaginava que o humorista se tornaria, em pouco tempo, um dos maiores nomes da comédia brasileira. Assim que a emissora notou sua popularidade e tino inevitável para o humor, novas oportunidades surgiram e Adnet se tornou um das estrelas da casa,  já habituada a lançar grandes nomes e depoi s “perdê-los” para emisso ras com maior audiência. Foi assim com Fernanda Lima, Casé P eçanha, Tatá Werneck, Marcos Mion, entre outros. Marcelo Adnet acabou se tornando o astro de uma nova geração de humoristas, ácidos, reis do improviso e competentes para fazer rir e refletir simultaneamente. Tanto sucesso levou Adnet para a Rede Globo, em 2013, após receber convites de muitos interessados em levá-lo para a TV aberta. Em 2013, o humorista estreou o seriado semanal O Dentista Mascarado, de autoria da renomada dupla de roteiristas Fernanda Young e Alexandre Machado. O fracasso da história foi evidente. Com a atração finalizada, Adnet passou a figurar em quadros de humor do Fantástico, ao passo que criava, aos poucos, junto ao amigo Marcius Melhem, o novo programa de humor que a Globo estrearia em 2014. Foi assim que estreou o Tá no Ar: a TV na TV , programa semanal de nove episódios, cuja primeira temporada a Globo exibiu de 10 de abril a 5 de junho de 2014. Com o Tá no  Ar , a emissora voltou a realizar um humor menos tradicional e fadado às piadas óbvias e preconceituosas. A emissora conseguiu revisitar terras dantes navegadas com o núcleo de Guel Arraes. Agora sob a direção de núcleo de Maurício Farias, a trupe de comediantes conseguiu unir humor, crítica e texto inteligente, em uma espécie de versão contemporânea do TV Pirata. A referência ao programa é evidente, haja vista que ambos realizam críticas ao universo da TV a partir de um bem-elaborado roteiro metalinguístico. Este artigo parte, assim, de uma análise da estrutura metalinguística apresentada pelo programa, a partir dos conceitos de gêneros e formatos televisivos. Em seguida, apresenta um apanhado histórico do TV Pirata, a fim de evidenciar as semelhanças entre os dois programas. A partir daí, discorre-se uma descrição breve concernent e aos primeiros episódios do Tá no Ar , seguida de um panorama da recepção do programa, a partir de textos públicos na internet por críticos especializados. Gêneros e formatos da TV A estrutura de programação televisiva segue, tradicionalmente, um modelo centralizado na constituição de programas dos mais diversos gêneros e formatos. Os gêneros e suas variações tornam-se necessários para o preenchimento da grade de modo mais completo e diversificado. Por meio deles, cria-se a fidelidade, que viabiliza o horizonte de expectativas por parte do público, a partir do que se conhece de cada atração, do ponto de vista da linguagem e da estrutura. Conceituar gênero nem sempre é tarefa das mais fáceis, haja vista o uso de tal definição em diferentes áreas do conhecimento, assim como as diversas possiblidades de sua aplicação na área do audiovisual. José Carlos Aronchi de Souza, em Gêneros e formatos na televisão brasileira (2004), atribui fundamental importância à noção de gênero, relacionando-a a um conjunto de 0 comentários

BRIGLIA, O Astro de Uma Nova Geração de Humoristas

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    TV EM QUESTO > T NO AR: A TV NA TV

    O astro de uma nova gerao dehumoristasPor Tcharly Magalhes Briglia em 06/04/2015 na edio 845

    Quando Marcelo Adnet comeou um programa dirio de quinze minutos, no canal MTV, ainda naprimeira dcada dos anos 2000, ningum imaginava que o humorista se tornaria, em pouco tempo,um dos maiores nomes da comdia brasileira. Assim que a emissora notou sua popularidade e tinoinevitvel para o humor, novas oportunidades surgiram e Adnet se tornou um das estrelas da casa,j habituada a lanar grandes nomes e depois perd-los para emissoras com maior audincia. Foiassim com Fernanda Lima, Cas Peanha, Tat Werneck, Marcos Mion, entre outros. Marcelo Adnetacabou se tornando o astro de uma nova gerao de humoristas, cidos, reis do improviso ecompetentes para fazer rir e refletir simultaneamente. Tanto sucesso levou Adnet para a RedeGlobo, em 2013, aps receber convites de muitos interessados em lev-lo para a TV aberta.

    Em 2013, o humorista estreou o seriado semanalO Dentista Mascarado, de autoria da renomadadupla de roteiristas Fernanda Young e Alexandre Machado. O fracasso da histria foi evidente. Coma atrao finalizada, Adnet passou a figurar em quadros de humor doFantstico, ao passo quecriava, aos poucos, junto ao amigo Marcius Melhem, o novo programa de humor que a Globoestrearia em 2014. Foi assim que estreou oT no Ar: a TV na TV, programa semanal de noveepisdios, cuja primeira temporada a Globo exibiu de 10 de abril a 5 de junho de 2014. Com oT noAr, a emissora voltou a realizar um humor menos tradicional e fadado s piadas bvias epreconceituosas. A emissora conseguiu revisitar terras dantes navegadas com o ncleo de GuelArraes. Agora sob a direo de ncleo de Maurcio Farias, a trupe de comediantes conseguiu unirhumor, crtica e texto inteligente, em uma espcie de verso contempornea doTV Pirata. Areferncia ao programa evidente, haja vista que ambos realizam crticas ao universo da TV a partirde um bem-elaborado roteiro metalingustico.

    Este artigo parte, assim, de uma anlise da estrutura metalingustica apresentada pelo programa, apartir dos conceitos de gneros e formatos televisivos. Em seguida, apresenta um apanhadohistrico doTV Pirata, a fim de evidenciar as semelhanas entre os dois programas. A partir da,discorre-se uma descrio breve concernente aos primeiros episdios doT no Ar, seguida de umpanorama da recepo do programa, a partir de textos pblicos na internet por crticosespecializados.

    Gneros e formatos da TV

    A estrutura de programao televisiva segue, tradicionalmente, um modelo centralizado naconstituio de programas dos mais diversos gneros e formatos. Os gneros e suas variaestornam-se necessrios para o preenchimento da grade de modo mais completo e diversificado. Pormeio deles, cria-se a fidelidade, que viabiliza o horizonte de expectativas por parte do pblico, apartir do que se conhece de cada atrao, do ponto de vista da linguagem e da estrutura.

    Conceituar gnero nem sempre tarefa das mais fceis, haja vista o uso de tal definio emdiferentes reas do conhecimento, assim como as diversas possiblidades de sua aplicao na reado audiovisual. Jos Carlos Aronchi de Souza, emGneros e formatos na televiso brasileira(2004),atribui fundamental importncia noo de gnero, relacionando-a a um conjunto de

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    caractersticas de estrutura e estilo que certos programas apresentam em comum.

    Do ponto de vista terico, a viso mais aceita admite a existncia de trs grandes categorias:entretenimento, informativo e educativo. Segundo o autor, os gneros so: []estratgias decomunicabilidade, fatos culturais e modelos dinmicos, articulados com as dimenses histricas de seuespao de produo e apropriao [] (SOUZA, 2004, p. 44, grifo do autor). O formato, por sua vez, um conjunto de caractersticas gerais de um programa de TV, capazes de definir o gnero. Oformato entrevista, por exemplo, pode contemplar o gnero telejornal outalk show, o que comprovaa dimenso hbrida do gnero.

    Elisabeth Duarte Bastos (2007), por sua vez, aponta outras possibilidades para a conceituao degnero e formato:

    Por gnero televisivo, compreende-se uma macro articulao de categorias semnticas capazes deabrigar um conjunto amplo de produtos televisuais que partilham umas poucas categorias comuns.[] Os subgneros so atualizaes de um gnero, que podem se manifestar sob diferentes tipos deprodutos audiovisuais (DUARTE, 2007, p.15).

    A anlise de Duarte centra-se sobre o estatuto e a funo dos gneros e formatos televisuais. luzde Martn-Barbero, a autora afirma que Os gneros so, ento, categorias discursivas e culturaisque se manifestam sob a forma de subgneros e formatos (DUARTE, 2007, p. 8). Ao compreenderque os gneros tambm renem uma caracterstica hbrida, Duarte defende a concepo que opblico inicia o processo de identificao com certo programa a partir da definio do nvel deaproximao com a realidade. Trata-se de analisar a realidade discursiva da TV enquanto veculo demediao tecnolgica e de construo de linguagens. A televiso, sobremaneira, uma construtorade sentidos.

    A fim de classificar os gneros e sua relao com o mundo real, a autora apresenta trs noesfundamentais: meta-realidade, supra-realidade e para-realidade. A meta-realidade tem comoreferncia os produtos televisivos que tm como base o mundo exterior e natural. Enquadram-se,nessa conceituao, os programas de carter jornalstico, noticioso, documental e dialogal. A supra-realidade est no nvel dos programas que adotam o critrio da verossimilhana. Nesse cenrio,esto as atraes ficcionais, com destaque para os subgneros novelas, minissrie, seriado etelefilme. No mbito da para-realidade, esto osreality shows, programas nos quais a prpria TVsimula uma realidade interna, com vistas a discutir o mundo real dos indivduos a partir doenquadramento feito pela simulao de realidade, em um jogo televisivo marcado pelaartificialidade do discurso.

    Mesmo sem adotar classificaes reducionistas ou limitadas, Duarte arrisca definir gnero televisivocomo uma articulao de categorias semnticas mais ou menos comuns, ligado ao nvel derealidade produzido e ao horizonte de expectativas da audincia. J os subgneros so formas deatualizao de um gnero, at mais fceis de serem identificadas. Os subgneros telenovela eseriado, por exemplo, so facilmente diferenciados no universo dos gneros teledramatrgicos,presente no campo da supra-realidade. Sobre formato, a autora afirma que esse tem, porcaracterstica, a condio de ser realizador de um subgnero.

    Muitos formatos teledramatrgicos tm feito sucesso ao logo da histria da televiso brasileira.Entre eles, destacam-se as minissries e as sries semanais. A repercusso desses produtos, queso de menor extenso que a novela, quase sempre muita positiva. No tocante s sries, aquelasque abordam situaes cotidianas engraadas algumas delas, inclusive, se apropriam do termoestrangeirositcom, isto , a comdia de costumes so as que atraem uma audincia maisrepresentativa. Na TV aberta, temos o exemplo de sries longevas, comoTapas e BeijoseA GrandeFamlia.

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    A procura por determinado gnero, isso se deve estrutura seriada de muitas das atraes. Adiviso em blocos facilita a longevidade de determinado programa, contribuindo para os aspectosinternos, de contedo, e para fins comerciais, tendo em vista a inevitvel presenadobreakcomercial. Sobre a noo de serialidade, Arlindo Machado (2001) discorre: Chamamosdeserialidadeessa apresentaodescontnuaefragmentadado sintagma audiovisual. (MACHADO,2001, p.83). O enredo, nesse aspecto, constitudo por meio de captulos ou episdios, intercalados,unitariamente, pelos comerciais.

    Todo esse cenrio que compe a televiso objeto de humor doT no Ar. O programa se aproprioudos formatos e gneros de sucesso e resolveu propor um jogo metalingustico presente at nosubttulo da atrao:A TV na TV. A partir das piadas com a linguagem da TV, o humorstico resolveurir de si mesmo, com a exposio das vantagens, desvantagens e simulacros do mundo televisivo. Ohbito de se apropriar da metalinguagem comeou muito antes, na histria da TV. Um dos marcosdesse tipo de comdia foi oTV Pirata, programa que ser analisado no prximo tpico.

    TV Pirata e ohumor metalingustico

    Quando se fala em atualizaes de um gnero, notamos que os subgneros do humor, advindos dognero entretenimento, foram ganhando novos contornos medida que foi se desenvolvendo eaprimorando determinado modelo de programao. No Brasil, por exemplo, os subgneros eformatos humorsticos herdaram as tradies radiofnicas. Programas comoBalana, mas no cai,APraa da AlegriaeEscolinha do Professor Raimundoiniciaram sua trajetria nas ondas do rdio. Tidacomo uma comdia mais tradicional, concentrada na criao de personagens fixos e bordes, essesprodutos ainda hoje compem o cenrio cmico da TV.

    Chico Anysio e tantos outros humoristas solidificaram esse padro de humor, que prevaleceu pordcadas. Com os avanos tecnolgicos, no entanto, e com a chegada, TV, de profissionais oriundosdas experincias em vdeo, tornou-se possvel formatar outras vertentes, pautadas no apenas nafrmula repetida, mas em quadros flexveis e em textos capazes de causar a graa necessria semdeixarem de lado a crtica eficaz.

    No final da dcada de 1980, a televiso aberta brasileira desenvolveu um projeto de humornotadamente revolucionrio em relao ao que j havia sido apresentando. Diferente de atraesvoltadas para imitaes ou repeties de um grande figuro do humor, oTV Piratatrouxe, para ocenrio de ento, humoristas ainda no muito famosos, mas altamente talentosos e competentespara dar forma ao novo formato que se desenhava.

    Guel Arraes foi o principal responsvel por introduzir um novo padro de televiso, inspirado emsuas prprias experincias pessoais e naquelas realizadas com seus companheiros de artevideogrfica. A ele foi permitido desenvolver um ncleo de criao, responsvel, at hoje, poremplacar produtos de alta qualidade e de humor inteligente. Como analisa Fechine (2007), oTVPiratatrouxe tona a pardia. A graa estava exatamente em rir das produes televisivas, seusesteretipos j consolidados, ou seja, os gneros.

    O que hoje feito peloT no Arj foi muito bem explorado peloTV Pirata, s que em uma pocadiferente para a televiso. Os anos oitenta foram marcados tambm pela redemocratizao polticado pas e os nveis de censura no humor foram sendo minimizados aos poucos. Alm disso, toda atecnologia e interatividade proporcionada, na contemporaneidade, pelas relaes com a internet,no puderem ser exploradas pelo elenco de Guel Arraes. Se a internet, hoje, representa uma grandealiada para a aceitao do humor de Marcelo Adnet, o mesmo no aconteceu com aTV Pirata, que, aprincpio, no foi bem aceita pelo pblico e pela crtica. Hoje, visto como cone, o programa de Guelpassou por um processo de adaptao que fez, por vezes, criar-se o medo da no-exibio doprograma na semana seguinte. O humor proposto, com stiras aos telejornais, novelas e comerciais,

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    causou o natural estranhamento que ocorre diante do novo. Braune & RIXA (2007) afirmam, sobre arepercusso do programa:

    ATV Piratasacudiu a poeira das piadas tradicionais que reinavam havia dcadas e foi tachada deelitista demais, carioca demais. Mas manteve-se firme com seu humor de referncias, abusandoda metalinguagem, dononsensee contrapondo-se a veteranos como Chico Anysio que dizia quesua empregada no entendia o programa (BRAUNE & RIXA, 2007, p.218).

    Como se v, o programa causou celeuma e talvez, por isso mesmo, tenha marcado poca. Ao secontrapor aos padres humorsticos pr-estabelecidos, Guel Arraes carimbou o passaporte paraoutras atraes que fazem sucesso at hoje na televiso brasileira. O que foi visto como abuso demetalinguagem nada mais era do que uma comprovao enftica do carter autorreferencial da TV. ainda com Fechine (2007) que encontramos uma justificativa para esse tom assumido pelateleviso. Ao falar de si o tempo inteiro, a TV mostra o quanto autopromocional e quando favoreceuma estrutura autofgica de consumo. Antes de qualquer coisa, o que interessa consumir osprodutos televisivos.

    Faziam parte da realidade doTV Pirata, entre outros: o Casal Telejornal, stira aos noticiriosapresentados por casais. No quadro, um casal apresentava o jornal direto da cozinha de casa, ondeconciliavam as obrigaes familiares e profissionais. Ononsenseda situao causava o humorinevitvel, tanto pelo texto inspirado, quanto pela sintonia e talento para a comdia dos atoresRegina Cas e Luiz Fernando Guimares, outros nomes que despontaram no cenrio nacional. Juntoao telejornal, muitas eram as pardias, at mesmo de programas do SBT, comoA Praa Nossa.Outro quadro que merece destaque o Piada em Debate, vanguardista nas discusses sobre oque poltica e eticamente aceitvel no contexto de produo humorstica. Apresentado por umapersonagem interpretada por Louise Cardoso, o Piada em Debate comeava sempre com adramatizao de uma piada, seguida de um debate composto por especialistas: Ney Latorracafazia um socilogo, ao passo que Regina Cas encarnava o tipo feminista, em uma evidente crticaao discurso politicamente correto.

    O quadro supracitado possvel de ser encontrado no site YouTube atacava, indiretamente, asmilitncias contrrias ao humor mais livre. Nada mais atual do que o lugar do politicamente corretona comdia. notria a importncia de os direitos humanos serem respeitados nas piadas, mas oque se v, muitas vezes, a imposio de limites bloqueadores do senso criativo dos humoristas.Aproveitando-se das possveis crticas que seriam feitas s tradicionais piadas envolvendo mulheres,negros e outros temas polmicos, o quadro doTV Piratafazia uma metalinguagem do deboche, aocolocar nas vozes de Regina e Ney as opinies mais impiedosas.

    Tanta ousadia fez doTV Pirataum marco do chamado humor inteligente. Com seu trmino,oCasseta e Planetachegou a assumir, de certa forma, e por alguns anos, o papel do programa dehumor ousado, polmico e sagaz. Crticas poltica, stiras aos programas televisivos e roteiroafiado e moderno eram marcas em comum das duas atraes. Com o passar dos anos, a RedeGlobo se distanciou desse tipo de humor, a ponto de focar apenas em sries e shows menoscontroversos e, de certa forma, mais tradicionais. A estreia doT no Ar: A TV na TV, entretanto, trouxenovos ares para o humor na TV aberta. Tal fenmeno analisado, em especial, nos prximostpicos.

    Linguagem, estrutura e contedo

    A fim de compreender um pouco melhor a estrutura e a linguagem doT no Ar, segue-se umadescrio de alguns quadros apresentados pelo programa. A partir dessas descries, ser possvelentender os nveis de humor explorados pela atrao e as suas conexes com o que era propostopelaTV Pirata. Uma das facetas visveis nos quadros do humorstico , por exemplo, o

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    questionamento do politicamente correto. Renata Rosa, em artigo de 2004, discute o lugar dopoliticamente correto no humor, debate pertinente e que se aproxima das abordagens realizadaspeloT no Ar:

    Mas ser possvel fazer rir sem ser politicamente correto? Ser que o multiculturalismo decretou ofim do humor? Fazer rir se resume a corroborar com a viso hegemnica? O que fazia uma piadaengraada h dcadas ainda se mantm? Que relaes de poder esto expressas numa inocentetirada humorstica? Por que o outro social to engraado? (ROSA, 2004, p.581).

    De fato, reside na oposio ao politicamente correto a principal arma do programa de Adnet eMelhem. Sem as amarras de antes, o humor encabeado pela dupla passeia pela crtica direta corrupo e polcia, e ainda ousa brincar com as religies. Todas as edies comeavam com acomum interrupo de programao dos canais de TV: o Interrompemos nossa programaobrincou com tudo que era possvel desde as palavras que ningum fala certo (como lagarto) atmesmo s diversas maneiras de chamar um garom. Outros quadros fixos do programa atingiamduramente s classes focalizadas. O Dr. SUS, numa aluso ao seriadoHouse, era interpretado porMarcius Melhem. Com ele, as mais tristes realidades da sade pblica eram ridicularizadas. Osdiagnsticos constantes de virose, bem como a falta de cuidado e de ateno dos mdicos eramobjetos de escrnio. Outro grupo periodicamente satirizado pelo programa eram os policiais. Com oseriadoPolcia Brasileirae otalk-showTenente Pitombo entrevistaeram visveis a crticas s milciascorruptas, em ao nas ruas e favelas brasileiras, assim como as possveis tcnicas de torturausadas por alguns oficiais.

    Os quadros doT no Ar, em sua maioria, eram rotativos. A edio simulava o ato de zapear dostelespectadores, a ponto de alguns quadros ficarem apenas alguns segundos na tela, simulandouma troca de canais. Ao longo das semanas, foi possvel notar que esses quadros eram retomadosem outras edies. O numeroso arsenal de esquetes chama ateno para o esforo de produo. Osatores se dividiram em dezenas deles, exibidos nos nove episdios. Havia tambm, em cadasemana, outras marcas metalingusticas. A barra de informaes, tpicas das programadoras de TV acabo, era constantemente acionada. Os canais de msica que fazem parte desses pacotes tambmfiguravam entre uma zapeada e outra. A comicidade do ato provocava reaes novas no pblico,no habituado mais a esse nvel de stira. As vinhetas de classificao indicativa tambm marcarampresena, sempre apresentando verses inimaginveis.

    Pode-se afirmar que o humor da Globo avanou muitas casas, ao trazer para a cena diversas piadasa outras emissoras. Uma brincadeira com Slvio Santos aparece j no primeiro episdio, assim comoo personagem mais emblemtico do programa: o crtico nordestino, que intercala os quadros eaparece em uma mdia de trs vezes por semana. Em seu discurso, aparecem as severas crticas prpria Globo. Em uma sacada de mestre, os roteiristas do programa fazem do personagem omensageiro das possveis crticas que a atrao receberia. Sua fala, notadamente poltica e em tomrevolucionrio, desafia a emissora, a ponto de acus-la de ter compactuado com o regime militar.Brinca tambm com o fato de a TV Globo de Televiso (como ele se referia, por vezes) no falar onome das emissoras coirms, como SBT e RedeTV!. A estratgia de rir de si mesmo funcionoupositivamente.

    Do ponto de vista da linguagem, oT no Artrouxe de volta, em uma nova roupagem, astransformaes tcnicas que marcaram os programas de humor, como oTV Pirata. Sobre essa linhado tempo de transformaes que se desenhou no humor televisivo, Cardoso (2008) pontua:

    Ao longo do tempo, os programas de humor produzidos pelas emissoras e redes de TV passaram arefletir as transformaes tcnicas (o uso do videoteipe, a transmisso em cores, a gravao digitalde imagem) e o desenvolvimento de uma linguagem televisiva que altera noes de tempo e espao(com cortes e fuses de imagem) (CARDOSO, 2004, p.14).

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    Os cortes e fuses rpidas foram uma marca intensa do programa liderado por Marcelo Adnet.Como citado, a estratgia de edio adotada investiu em um ritmo frentico. Para isso, tinha quemesclar quadros mais longos com esquetes curtos. Ainda sobre os quadros de maior durao,destaque para o Jardim Urgente, stira aos programas policialescos de fim de tarde, levados ao arpor emissoras como Record e Band. Welder Rodrigues o ator que interpreta o papel do ncoratpico, adorador do sensacionalismo e da falta de respeito aos direitos humanos e tica. Como ottulo sugere, no entanto, o quadro repleto de denncias aos crimes infantis: problemas decomportamento na escola e em casa so elevados categoria de crimes. O apresentador detona asaes das crianas a ponto de sugerir penalidades absurdas. O humor estava exatamentenononsenseda situao. No por acaso, foi um dos quadros mais populares.

    Em uma viso panormica, pode-se dizer que um aspecto forte doT no Arera a metalinguagem. Emuma atrao de apenas trinta minutos semanais, em mdia, parecia impossvel passear por tantosgneros e formatos, mas a produo programa venceu esse desafio. Houve pardias aos comerciais,que sempre ridicularizavam peas publicitrias de sucesso. Operadores de celular, programadoresde canais por assinatura, supermercados com preos exorbitantes e mesmo as marcas de sucessopassaram pelo deboche do programa. Os jornalsticos foram apresentados em suas variadasfacetas: na crtica ao egocentrismo dos apresentadores, nas disputas internas entre os jornalistas ena falta ou excesso de opinies. Os formatos oriundos do gnero entretenimento tambm foramalvo de escrnio, entre eles, as novelas, ostalk shows, as pardias daSesso da Tarde, os games-shows e os programas de culinria. O cinema brasileiro e a msica popular tambm no foramesquecidos, com pardias feitas a partir de trailers falsos e de stiras aos programas de msica daMTV.

    A msica foi quase uma constante no quadro final de cada episdio. Quando a maior parte dosquadros j havia sido exibida, entrava um flash com opinies do pblico, simulao encabeadapelos prprios atores do programa. Esse era o momento de mais um exerccio de rir de si mesmo,seara na qual o programa foi mestre. As opinies chegavam ao ponto de dizer que Adnet era melhorna MTV ou que o programa imitava o portal de humorPorta dos Fundos. O ltimo comentrio vinhasempre na contramo: falava de algo que o programa no tinha feito e, em seguida, o pblico tinhaseu pedido atendido. Os quadros finais foram, assim, picos. Uma das performances mais ousadas,exibidas no ltimo episdio, em 5 de junho de 2014: a pardia msica de final de ano da Globo:Um novo tempo. Na vinheta armada pelo programa, os artistas aparecem cantando uma letra commensagem nada positiva. Ao contrrio, insinuam a falsidade dos artistas e os problemas da prpriaGlobo. O excesso de stira causou celeuma na imprensa e no pblico. Analisemos, a partir de ento,a repercusso doT no Ar.

    Crtica e escoamento on-line doT no Ar

    A emisso do contedo doT no Ar, na internet, foi a grande sacada da produo. Diferente dosoutros programas da Globo, cuja ntegra s pode ser acessada pelos assinantes, a atrao de Adnete Melhem podia ser vista no portalGshowsemanalmente, o que permitiu que o site do programafosse mais acessado at mesmo que a novela das 21h. A equipe doT no Arse apropriou do fato dea internet ser o grande veculo de comunicao de massa da contemporaneidade.

    Interativa, participativa e democrtica, awebpode no ter substitudo a TV, mas tem tirado parcelasignificativa desse pblico. Canclini, emLeitores, espectadores e internautas(2008), afirma que ainteratividade um motor do fenmeno comunicacional que tem se desenhado nos ltimos anos eque no possibilita previses. Embora as fronteiras de comunicao tenham diminudo, importante lembrar-se de que estar conectado nem sempre sinnimo de estar participandoativamente de algo. Sabe-se que os internautas so partcipes de um processo que recorta os limitespr-definidos e aumenta as possibilidades de participao e escolha, ainda que essas se deem deforma controlada pelos que detm o monoplio da emisso de contedo.

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    Conforme os nmeros do Ibope, oT no Arpassou longe de ser um sucesso de audincia, commdia geral de nove pontos, considerando-se a Grande So Paulo como medio de participao.Nessa contagem, um ponto equivale a 65 mil pessoas. Algumas razes de ordem prtica podemapontar o fracasso de audincia do programa, que apesar de tudo, manteve a liderana da Globoem quase todas as quintas-feiras em que foi ao ar. A primeira delas o horrio de exibio, queaconteceu na chamada terceira linha de shows da emissora. Difcil ser um fenmeno de audinciaentre s 23h55 e 0h25. Apesar, no entanto, de ter tido uma recepo humilde do pblico da TV, acrtica especializada e os internautas foram altamente envolvidos com a proposta. A maior parte doscomentrios dos fs, na internet, de carter elogioso. As crticas recaem sobre o horrio, de ummodo geral.

    Lidar com religio tambm foi uma ousadia parte da trupe de humoristas. Os adeptos docandombl e das religies crists foram mote de algumas piadas. Um delas se tornou uma espciede viral na internet: a stira ao grupo Galinha Pintadinha, com a Galinha Preta Pintadinha,cantora dehitsde duplo sentido, numa clara evocao aos smbolos e s crenas das religies dematriz africana. A personagem apareceu em mais de um programa e foi sucesso certeiro. Apolmica, no entanto, foi um pouco maior, quando o programa ironizou o hbito dos cristos com apardia do seriadoFriends, intitulado Crentes. As msicas e dilogos dos protagonistas atingiam ascrenas dos seguidores, mas em tom de humor, no de desrespeito.

    Crtica cida mesmo foi feita aos programas religiosos da TV, que ultimamente, tm ocupadoespaos cada vez maiores na grade das emissoras. No quadro Ungidos pela f, exibido nopenltimo programa da temporada, Adnet interpretou o tpico lder religioso carismtico, que emmeio a discursos de salvao e milagres, evoca os pecados dos fiis, em um tentativa de convenc-los a permanecerem com as doaes financeiras. Comprovando a profuso de gneros pelos quaisa atrao passeia, o programa religioso funcionou tambm como crtica ao domnio de horriosvendidos nas concesses pblicas, o que serve para alertar acerca do excesso de faixas loteadas naTV.

    A imprensa respondeu de modo satisfatrio aoT no Ar. Sites especializados em comentar aprogramao das emissoras, como o UOL, a Veja.com, oObservatrio da Imprensae tantos outros,acenaram positivamente ao fato de a Globo estar voltando a realizar formas de humor menosconvencionais e mais inovadoras e desafiadoras. Em texto publicado em 20 de maio, noObservatrioda Imprensa, Maurcio Stycer sinaliza a abertura de novos tempos no humor da emissora, a partir domomento que ele ganha foros de coisa sria. Nesse sentido, ao que parece, as militnciasreligiosas e polticas parecem no exercer mais o mesmo medo na emissora, que se arriscou aocolocar no ar crticas e deboches to acentuados e evidentes. At mesmo o mercado publicitrio foiatingido, tendo em vista a stira direta a algumas marcas. Os grandes publicitrios sinalizam, assim,ter entendido que falar da marca, bem ou mal, acaba funcionando como propaganda gratuita.

    Patrcia Kogut, em texto publicado em seu site, no dia do 30 de maio, traz para discusso outroelemento que contribuiu para a repercusso bem-sucedida doT no Ar: o carter curto dasesquetes, bem ao estilo que consagrou o portal de humorPorta dos Fundos. Simples e direto, oprograma conseguiu transformar o ato trivial de ver TV em pretextos para piadas que atingempblicos com diversos nveis de escolaridade, o que evita formao de nichos. As stiras passeiampor diferentes classes sociais, em um claro exerccio de se buscar receptividade entre as audinciasmais diversas. Semanas antes de publicar o texto acima, Kogut tambm chamou ateno para oretorno de Marcelo Adnet a sua forma mais comum de fazer humor, centralizada na stirainteligente. Na coletiva de lanamento do programa, Marcius Melhem j se mostrava satisfeito coma abertura proporcionada pela Globo, ao autorizar um programa to polmico. Em entrevista ao siteUOL, o humorista destaca:

    O programa tem uma pegada diferente. O Brasil mudou, a televiso mudou, o ritmo da comdia

  • 09/04/2015 Oastrodeumanovageraodehumoristas|ObservatriodaImprensaVocnuncamaisvailerjornaldomesmojeito

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    tambm, diz ele. J estava na hora de revisitar o tema, outra TV, um outro tempo, um universocada vez mais rico e bom falar um pouco do que est acontecendo por a. Se a gente chegar pertodo sucesso que eles fizeram [o TV Pirata], est excelente, completa Marcius (MELHEM,MarciusapudRIBEIRO, 2014).

    O deboche trazido pelo programa no parece querer transformar o mundo ou mesmo a TV. Quediga a autocrtica presente na msica de abertura:Televiso, de Tits, evidncia da supostaimbecilidade causada pela comunicao televisiva. Sua maior ousadia est, no entanto, em trazerpara a cena um humor nada parecido com oZorra Totale seus tipos repetitivos e ofensivos. No hlugar, noT no Ar, para os bordes ou as piadas prontas. Os roteiristas esto atentos para o mundoque est recebendo a comdia. A abertura que a sociedade tem dado a alguns temas no podepassar em branco nas mos daqueles que pensam o humor.

    Embora tenham apresentado apenas nove episdios, o programa conseguiu deixar sua marca naprogramao da TV, em 2014. Como a crtica e o pblico, especialmente os internautas,responderam satisfatoriamente proposta, o programa voltou ao ar na grade da Globo em 12 defevereiro de 2015, em uma segunda temporada repleta de participaes especiais e com o mesmotom de humor que marcou e caracterizou positivamente a atrao.

    Consideraes finais

    Awebmudou a forma de o pblico se relacionar com os produtos audiovisuais. As facilidades deescoamento retiraram o espectador da condio de consumidor passivo e o promoveram aprodutor ativo de contedos variados. Logo, a prpria TV foi obrigada a rever seus gneros eformatos, criando novas alternativas, mesmo que essas venham a passos lentos. No se pode negar,no entanto, que algumas iniciativas tm favorecido um novo contexto de produo e de recepo.Sabe-se que ainda no se chegou ao ideal de uma mdia mais cidad e comprometida por completo,mas as novas tecnologias possibilitaram o alargamento do pblico e chances infinitamente maioresde se questionar os contedos veiculados. Ao facilitar o contato do pblico com a obra,disponibilizando a ntegra doT no Arna internet, a Globo aproximou a audincia virtual, que ainda mal contabilizada, mas contribui de modo emblemtico para a repercusso dos programas da TV.Nota-se, assim, que a internet no pode ser desconsiderada, haja vista a reposta imediata que opblico apresenta nas redes sociais e nos sites das emissoras.

    Do ponto de vista da estrutura de programao da televiso brasileira, o sucesso do programaaponta para dois fenmenos positivos: a supremacia da qualidade, em detrimento parcial dosnmeros da audincia, e a resposta do pblico diante de produtos inovadores. No primeiro caso,soa como necessria a interveno dos grandes diretores de TV em defesa de programas dequalidade, mesmo que essas atraes no atinjam o sucesso esperado na perspectiva quantitativado Ibope.

    A acolhida do pblico aoT no Artambm mostra que ainda possvel construir uma audinciacativa na TV aberta, a despeito de a fuga para os canais a cabo e para outras mdias ter se tornadocada vez mais comum. Ao mostrar interesse pelo humorstico, os telespectadores permitiram aconstatao de certo quadro de interesses: h lugar para o humor mais cido na TV, assim como hpblico quando se prope algo novo. Foi-se o tempo marcado pela supremacia do mais domesmo. Os receptores de hoje tambm so emissores, crticos e nada passivos. No adiantaapenas colocar um bom produto no ar. A sintonia com o pblico contemporneo uma tendnciaque as emissoras no podem desconsiderar. Ao dialogar com a internet e com outros meios, a TVmostra que ainda h espao, nos lares, celulares, computadores e tablets brasileiro, para o meio decomunicao de massa mais difundido do pas.

  • 09/04/2015 Oastrodeumanovageraodehumoristas|ObservatriodaImprensaVocnuncamaisvailerjornaldomesmojeito

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    Referncias

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    ROSA, Renata. Humor ps-moderno: no rastro do movimento multiculturalista. In:Contrapontosvolume 4 n. 3 p. 579-588 Itaja, set./dez. 2004

    SOUZA, Jos Carlos Aronchi de.Gneros e formatos na televiso brasileira.So Paulo: Summus, 2004.

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    Tcharly Magalhes Briglia graduando do curso de Comunicao Social e professor de LnguaPortuguesa e Lngua Inglesa na rede particular de ensino. Artigo orientado pela professora KarenVieira Ramos