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1 HOSPITAL PROFESSOR EDMUNDO VASCONCELOS PROGRAMA DE RESIDENCIA MÉDICA EM PEDIATRIA BRONQUIOLITE UM TEMA CONTROVERSO GABRIELA ISIS GANDOLPHO OCHOA NATHALIA GOMES QUINTAS SÃO PAULO 2014

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HOSPITAL PROFESSOR EDMUNDO VASCONCELOS

PROGRAMA DE RESIDENCIA MÉDICA EM PEDIATRIA

BRONQUIOLITE – UM TEMA CONTROVERSO

GABRIELA ISIS GANDOLPHO OCHOA

NATHALIA GOMES QUINTAS

SÃO PAULO

2014

2

HOSPITAL PROFESSOR EDMUNDO VASCONCELOS

UNIDADE DE PEDIATRIA

GABRIELA ISIS GANDOLPHO OCHOA

NATHALIA GOMES QUINTAS

BRONQUIOLITE – UM TEMA CONTROVERSO

Trabalho apresentado pelas residentes

formadas em Medicina pela Universidade de

Mogi das Cruzes (2013), para a Residência

Médica em Pediatria no Complexo Hospitalar

Professor Edmundo Vasconcelos.

Orientador: Prof. Dr. Rubens Tadeu Bonomo

SÃO PAULO

2014

3

SUMÁRIO

RESUMO

ABSTRACT

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 6

2. OBJETIVOS ................................................................................................. 10

2.1. Objetivo Geral ....................................................................................... 10

2.2. Objetivos Específicos .......................................................................... 10

3. MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................... 11

3.1. População e Amostra .......................................................................... 11

3.2. Procedimentos de coleta de dados .................................................... 11

3.3. Análise de dados .................................................................................. 12

4. RESULTADOS ............................................................................................. 13

5. DISCUSSÃO ................................................................................................ 18

6. CONCLUSÃO .............................................................................................. 22

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 23

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RESUMO

OCHOA, GABRIELA ISIS GANDOLPHO1; QUINTAS, NATHALIA GOMES2;

BONOMO, RUBENS TADEU3. Bronquiolite – um tema controverso. [Trabalho

de Residência Médica em Pediatria]. Hospital Edmundo Vasconcelos: São

Paulo, 2014.

A Bronquiolite é uma infecção do trato respiratório inferior que acomete

lactentes, principalmente no segundo trimestre de vida, sendo a principal causa

de hospitalizações nesta faixa etária. O Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é o

principal agente etiológico responsável, porém pode variar de acordo com as

estações do ano. Características sintomáticas da doença viral pouco diferem

de agentes bacterianos, sendo necessária a análise virológica para diagnóstico

definitivo. Contudo, as opções terapêuticas disponíveis carecem de um

tratamento ideal, o que faz com que seja um tópico polêmico, com muita

controvérsia acerca das rotinas empregadas. O atual estudo teve como objetivo

verificar a prevalência de Bronquiolite em lactentes internados e, caracterizar a

sintomatologia e terapêutica utilizada em casos positivos e negativos para

VSR. Foi realizado um estudo transversal retrospectivo dos casos de lactentes

(0-2 anos) com diagnóstico de Bronquiolite associada ou não ao VSR,

internados na Enfermaria de Pediatria entre janeiro e junho de 2014 do Hospital

Professor Edmundo Vasconcelos. No total, 330 internações ocorreram no

período, sendo 75 pacientes (23%) diagnosticadas como bronquiolite. Houve

confirmação de VSR em 53% deles. A análise de associação entre

sintomatologia não foi diferente entre aquelas sem VSR identificado, porém

houve diferença quanto à idade entre os grupos (p= 0.009) e, internação em

terapia intensiva (p= 0.005). A prevenção da doença é indicada apenas para

casos graves e as medidas de tratamento com corticoides e broncodilatadores

ainda permanecem controversas. Antibióticos devem ser utilizados caso haja

suspeita ou confirmação de infecção bacteriana secundária. Estudos mais

abrangentes poderiam confirmar maior prevalência de VRS, principalmente em

menores de um ano, no entanto, os resultados obtidos da atual pesquisa

devem ser confirmados em observações maiores.

5

Palavras Chave: Bronquiolite; Crianças; Vírus Sincicial Respiratório.

1. Médica formada em 2013 pela Universidade de Mogi das Cruzes, UMC. Residente de

Pediatria no Complexo Hospitalar Professor Edmundo Vasconcelos, CHPEV.

2. Médica formada em 2013 pela Universidade de Mogi das Cruzes, UMC. Residente de

Pediatria no Complexo Hospitalar Professor Edmundo Vasconcelos, CHPEV.

3. Médico chefe da Residência Medica de Pediatria do Complexo Hospitalar Edmundo

Vasconcelos, CHPEV

6

ABSTRACT

OCHOA, GABRIELA ISIS GANDOLPHO; QUINTAS, NATHALIA GOMES;

BONOMO, RUBENS TADEU. Título. [Trabalho de Residência Médica em

Pediatria]. Hospital Edmundo Vascocelos: São Paulo, 2014.

The Bronchiolitis is an infection found in the lower respiratory which affects

infants especially in the second semester of life, being the main cause of

hospitalization of the age group. The Respiratory Syncytial Virus (RSV) is the

major etiological agent responsible; however, this could vary according to

seasonality.

The characteristic of the symptoms of the Bronchiolitis virus has little change

from other bacterial agents, thus, to correctly diagnose the patient, it necessary

to perform a viral analysis. The treatment options available are not ideal and

results in a polemic topic and controversy on the established routines. The

current research was done with the objective of appraising the pros and cons of

the therapeutic treatment used on the RSV. It was performed a study on the

retrospective cross-sectional infants with ages 0 to 2 that have Bronchiolitis.

These infants were hospitalized in the pediatric infirmary called Hospital

Professor Edmundo Vasconcelos between January and June of 2014. From the

330 infants hospitalized during the months, 75 patients had Bronchiolitis, or

23% of the patients. There was confirmation that 53% of the infants had RSV.

The analyses performed to associate the symptoms of having RSV are not

different from the ones that are not RSV related. All in all, there was difference

in the age of the group (p= 0.009) and intensive therapy (p= 0.005). The steps

to prevent the disease are only recommended for extreme cases and still, there

are controversies on treating patients with corticosteroids and bronchiolitis. The

antibiotics should be used in cases that looks like or has confirmation of being

the bacterial infection. Thorough studies confirmed that it is the RSV bacteria,

especially studies done with 1 year old. However, the results obtained in the

current research should be endorsed with more analysis.

Keywords: Bronchiolitis; Children; Respiratory Syncytial Virus; Diagnosis.

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1. INTRODUÇÃO

A bronquiolite é uma infecção do trato respiratório inferior que acomete

lactentes, principalmente no segundo trimestre de vida, cuja incidência oscila

entre 15-30%, sendo a principal causa de hospitalizações nesta faixa etária

(ACADEMIA AMERICANA DE PEDIATRIA, 2006; GOUVEIA et. al., 2010). É

amplamente definida como uma síndrome clínica que, caracteristicamente, tem

início com sinais e sintomas de afecção de vias aéreas superiores, como

coriza, tosse e febre, durante cerca de três a cinco dias e, evolui para quadro

obstrutivo agudo de vias aéreas inferiores, o que resulta em taquipneia,

tiragem, sibilos e/ou crepitações (estertores) (PIEDRA et. al., 2014).

As definições de bronquiolite variam em diferentes regiões e serviços,

mas, em geral, reserva-se o diagnóstico para o primeiro episódio de sibilância

(infecção primária) (ACADEMIA AMERICANA DE PEDIATRIA, 2006) ou, para

reinfecção com um patógeno viral. O diagnóstico clínico pode sobrepor-se com

episódios de sibilância recorrente induzida por vírus e com episódios de asma

desencadeada por vírus (PIEDRA et. al., 2014).

Geralmente é uma doença autolimitada de evolução benigna; entre os

lactentes hígidos, apenas 0,5% a 2% necessitam hospitalização, dos quais

15% necessitam cuidados intensivos, e destes apenas 3 a 8 % necessitam de

ventilação mecânica. A mortalidade entre crianças previamente hígidas está

em torno de 1% dos pacientes internados (BARCELLOS, 2005).

A bronquiolite é tipicamente causada por infecção viral. Embora a

etiologia varie, dependendo da estação do ano, o Vírus Sincicial Respiratório

(VSR) é o principal agente etiológico, seguido pelo rinovírus (PIEDRA et. al.,

2014). Outros agentes etiológicos, menos frequentes, incluem adenovírus,

metapneumovírus humano (MPV-h), infuenza, parainfluenza, coronavírus e

bocavírus. Ocasionalmente, infecções do trato respiratório inferior e sibilância

em lactentes estão associadas com Mycoplasma pneumoniae (PIEDRA et. al.,

2014).

A evolução da doença ocorre quando os vírus infectam as células

epiteliais dos brônquios e bronquíolos terminais, causando danos e inflamação.

Edema, excesso de muco, e a descamação de células epiteliais levam ao

aumento da secreção brônquica e, consequentemente, na obstrução das vias

8

aéreas (PIEDRA et. al., 2014). A obstrução bronquiolar resultante leva a

hiperinsulflação e atelectasias. O pequeno diâmetro dos bronquíolos do

lactente jovem contribui para que sejam facilmente obstruídos frente à necrose

e ao edema instalados. O efeito citopático viral também confere considerável

dano epitelial ciliar do bronquíolo, o que dificulta a remoção de muco e de

debris celulares (COLLINS et. al., 2005).

O VSR, um paramixovírus, constituído por uma fita simples de RNA, é o

principal agente etiológico, onipresente em todo o mundo, que tem como

característica provocar surtos sazonais (COLLINS et. al., 2005). As infecções

ocorrem, em geral, em estações anuais que duram cerca de cinco meses,

quando ocorrem os maiores índices de hospitalização por bronquiolite e

pneumonia em lactentes. Essas estações são mais bem definidas em regiões

de clima temperado e subtropical e menos marcadas nas regiões próximas à

linha do Equador (HALL et.al., 2009; WELLIVER, 2007).

Em regiões com clima quente e úmido, como as mais próximas à linha

do Equador, as infecções distribuem-se durante todo o ano. Nas regiões de

clima tropical, a maior prevalência ocorre no outono e no início do inverno. Em

países de clima temperado, as infecções ocorrem no inverno e início da

primavera (HALL et.al., 2009; WELLIVER, 2007). Na cidade de São Paulo,

uma série histórica de 12 anos (1995-2006) mostra que a estação tem início,

em geral, no mês de março, com pico em abril/maio e término em julho/agosto

(STENSBALLE et. al., 2003; VIEIRA et. al., 2005; GILIO et. al., 2011).

Alguns dos fatores prognósticos, que aumentam o risco de desenvolver

doença grave ou complicada, estão descritos abaixo (PIEDRA et. al., 2014):

- Prematuridade (idade gestacional < 37 semanas);

- Idade menor que 3 meses;

- Doença pulmonar crônica, Broncodisplasia pulmonar;

- Defeitos congênitos e anatômicos das vias aéreas;

- Cardiopatias congênitas;

- Imunodeficiência;

- Doença neurológica.

Outros fatores de risco como tabagismo passivo, frequência em creches,

gemelaridade, irmãos mais velhos também contribuem para doenças graves

(PIEDRA et. al., 2014).

9

O diagnóstico é essencialmente clínico, não havendo necessidade de

exames complementares, porém em alguns casos essa prática se faz

necessária (JUNIOR et. al., 2014).

A apresentação clássica é de quadro agudo de infecção das vias aéreas

superiores (rinorréia, tosse e febre baixa) seguido por dificuldade respiratória

com sinais de obstrução de vias aéreas inferiores. A tosse pode simular a da

coqueluche, muitas vezes evoluindo com episódios de vômitos pós-tosse. O

exame físico apresenta frequentemente, tempo expiratório prolongado, tórax

hiperexpandido com aumento do diâmetro ântero-posterior, tiragens,

taquipneia, sibilância e crepitações. As atelectasias podem ocorrer e causar

assimetria na ausculta. Taquidispneia e febre associadas à baixa ingesta oral

podem levar a desidratação. Nos casos graves, a dispneia é progressiva, pode

haver batimento de asa do nariz e chegar à cianose com falência respiratória. A

cianose está associada à gravidade da insuficiência respiratória e indica

hipoxemia grave que pode provocar períodos de apneia (GILIO et. al., 2011;

JUNIOR et. al., 2014).

Os exames subsidiários não são, rotineiramente, necessários para o

diagnóstico de bronquiolite.

A radiografia de tórax não é indicada na maioria das situações. No

entanto, pode ser útil nos casos graves, quando ocorre piora súbita do quadro

respiratório ou quando existem doenças cardíacas ou pulmonares prévias,

além disso colabora para o diagnóstico de complicações, como atelectasias

extensas e pneumotórax e, diagnósticos diferenciais, como malformações do

aparelho respiratório (GILIO et. al., 2011).

Os principais achados são: sinais de hiperinsuflação (retificação dos

arcos costais, retificação do diafragma, aumento do espaço retroesternal e

alargamento dos espaços intercostais) aumento do volume torácico,

hipertransparência e até broncograma aéreo com um infiltrado de padrão

intersticial (GILIO et. al., 2011).

O exame radiográfico pode mostrar atelectasias lobares, segmentares,

infiltrados de baixa densidade, discreto espessamento pleural e, sinais

sugestivos de bronquiolite, as quais devem considerar a possibilidade de

complicação bacteriana da doença (GILIO et. al., 2011).

10

Hemograma e PCR (Proteína C reativa) são recomendados apenas

quando houver suspeita clínica de complicações e, com objetivo de excluir

infecção bacteriana nas crianças mais graves, pois habitualmente, o

hemograma apresenta padrão inespecífico ou de infecção viral (GILIO et. al.,

2011).

Todavia, exames radiológico e laboratoriais não são imprescindíveis,

contudo podem ser necessários para avaliar a presença de comorbidade ou

infecção bacteriana secundária em lactentes com uma apresentação clínica

incomum ou com doença com curso prolongado (GILIO et. al., 2011).

A pesquisa viral não é necessária para o diagnóstico conclusivo, pois

esse pode ser feito clinicamente, no entanto, o conhecimento do agente

etiológico pode ser utilizado para direcionar a conduta terapêutica, limitando o

uso de antibióticos e facilitar a tomada de decisões quanto às medidas

preventivas de controle de infecção hospitalar de acordo com o vírus

identificado (GILIO et. al., 2011).

Os métodos laboratoriais disponíveis para detecção do vírus incluem:

Cultura de células, Sorologia, Imunofluorescência direta, Testes

Imunocromatográficos e Amplificação de Ácido Nucleico (PCR). No nosso

estudo foi considerado o teste imunocromatográfico (Testes Rápidos ou Point

of care) (BEREZIN et. al., 2011).

As opções terapêuticas disponíveis atualmente ainda carecem de um

tratamento ideal. Os métodos instituídos pouco mudaram no decorrer dos anos,

o que faz com que seja um tópico polêmico, com muita controvérsia acerca das

rotinas empregadas. Não existe tratamento com efetividade demonstrada e,

portanto, a estratégia terapêutica não apresenta evidências definitivas

(AMANTÉA et. al., 1998; CARVALHO et. al., 2007).

O atual estudo teve como objetivo verificar a prevalência de bronquiolite

em lactentes internados e, caracterizar a sintomatologia e terapêutica utilizada

em casos positivos e negativos para VSR.

11

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

Caracterizar a sintomatologia e tratamentos utilizados em crianças de zero à

dois anos de idade internadas com diagnóstico de bronquiolite com e sem a

presença do VSR.

2.2. Objetivos Específicos

Identificar a prevalência de VSR em lactentes com bronquiolite internados na

Enfermaria de Pediatria do Hospital Professor Edmundo Vasconcelos no

período de janeiro a junho de 2014;

Verificar a associação entre a presença do vírus em lactentes e os sintomas

clínicos e alterações laboratoriais, além dos tratamentos utilizados.

12

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Estudo observacional transversal retrospectivo, por meio de revisão de

prontuários e dados médicos, sobre a ocorrência de bronquiolite por vírus

sincicial respiratório em lactentes e crianças internadas no setor de Pediatria do

Hospital Professor Edmundo Vasconcelos, no período de janeiro a junho de

2014.

3.1. População e Amostra

Foram incluídos todos as crianças de 0 (zero) a 2 (dois) anos de idade,

com diagnóstico de bronquiolite internadas no setor pediátrico do Hospital onde

foi realizado o estudo, no período avaliado. Do total de internações no setor,

preenchiam critério para a análise 75 casos incluídos para o atual estudo.

3.2. Procedimentos de coleta de dados

Os dados foram coletados pelas pesquisadoras principais do estudo e,

registrados diretamente em planilha no programa Microsoft Office Excel (versão

2007) com as variáveis estudadas. Foram avaliados os prontuários dos

pacientes na faixa etária do estudo (0 a 2 anos), internados no setor pediátrico

do Hospital Professor Edmundo Vasconcelos, no período de janeiro a junho de

2014.

As variáveis coletadas foram relativas à apresentação clínica, avaliação

radiológica e laboratorial, duração e período da internação, terapêuticas

efetuadas e evolução clinica dos mesmos. Definiu-se bronquiolite como doença

aguda infecciosa com inflamação da mucosa respiratória das vias aéreas

distais, manifestando-se por febre (T axilar > 37,8ºC), algum sinal de

desconforto respiratório (taquipnéia, dispneia, retração de fúrcula, tiragem

subcostal, batimento de asa nasal, gemido respiratório) e alteração em

ausculta pulmonar (estertores ou sibilância). Considerou-se alteração

laboratorial: leucócitos > 17.500 e PCR > 6 e alteração radiológica: sinais de

opacidade, espessamento, borramento ou lesão, hiperinsulflação e infiltrado

intersticial. A gravidade da doença foi baseada na evolução clinica do paciente,

tempo de internação, presença de infecção bacteriana secundária, queda de

13

saturação de O2 em oximetria de pulso (< 94%) com necessidade de

oxigenioterapia e na transferência para Unidade de Terapia Intensiva.

3.3. Análise de dados

Os dados foram analisados em Programa Estatístico STATA versão 13.1

(StataCorp, College Station, Texas, USA). A distribuição dos dados foi avaliada

pelo Teste Shapiro-Wilk, sendo considerada estatística não paramétrica devido

a distribuição e delineamento do estudo.

Foram considerados grupos, os pacientes com sorologia positiva para

VSR e, com sorologia negativa. As variáveis numéricas foram expressas por

meio de estatística descritiva (média, mediana e desvio padrão), intervalo de

confiança de 95% (IC 95%) e, as comparações entre grupos foi realizada pelo

Teste Wilcoxon rank sum. As categorias foram descritas em frequências

absoluta e relativa e, associadas pelo Teste do Qui-Quadrado ou Exato de

Fisher, de acordo com as proporções avaliadas. Os dados relevantes foram

apresentados em gráficos, tabelas e, descritos nos resultados. Foram

considerados significativos os valores de p < 0.05.

14

4. RESULTADOS

No período do estudo foram internadas na Enfermaria de Pediatria do

Hospital Edmundo Vasconcelos 330 crianças, sendo que 134 se enquadravam

na faixa etária de 0 a 2 anos de idade. Destas, foram incluídas para análise 75

que preenchiam os critérios de inclusão com diagnóstico de bronquiolite, sendo

observada uma prevalência de 22,7% da doença entre as internações

ocorridas no local de estudo.

Na Figura 1, observamos o total de internações ocorridas no período do

estudo e os casos de bronquiolite em crianças de 0 a 2 anos. Do total da

amostra (n= 75 casos de bronquiolite), 53,3% da amostra obteve estudo

virológico das secreções nasofaríngeas positivo para vírus sincicial respiratório.

Figura 1. Gráfico em barras das internações totais e por bronquiolite na Enfermaria de

Pediatria do Hospital Professor Edmundo Vasconcelos no período do estudo. São Paulo, jan. –

jun. 2014.

No total, 75 crianças foram incluídas, no entanto, com objetivo de

caracterizar sintomatologia da doença e terapêutica utilizada entre a

identificação VSR, os grupos foram definidos de acordo com a presença do

vírus. Desta forma, 40 crianças tinham sorologia positiva para VSR (VSR+) e,

35 tinham VSR negativa (VSR-). A média de idade do grupo VSR+ foi de 8,4

meses com desvio padrão de 7,3 (mediana= 6 ; IC95% 6,04-10,7) e, dos VSR-

de 11,5 meses e desvio padrão de 5,7 (mediana= 10; IC95% 9,6-13,5),

15

demonstrando diferença estatística significativa entre as idades das crianças

em cada grupo (p= 0.009). Quanto ao gênero os grupos foram homogêneos,

sendo 52,5% do sexo feminino entre os casos de VSR+ e, 48,6% dos VSR-. As

características dos grupos estudados estão expressas na Tabela 1.

Tabela 1. Características das crianças com diagnóstico de bronquiolite com e sem sorologia

positiva para VSR (n= 75) internadas no Hospital Professor Edmundo Vasconcelos, São Paulo,

jan. – jun. 2014.

Variáveis VSR +

(n= 40)

VSR-

(n= 35)

n (%) n (%)

Sintomas Respiratórios 40 (100) 35 (100)

Ausculta respiratória 40 (100) 35 (100)

HMG alterado (leucócitos) 10 (25,0) 09 (25,7)

PCR alterado 17 (43,6) 16 (48,5)

Alteração Radiológica 24 (60,0) 21 (60,0)

HMG: hemograma; PCR: Proteína C reativa.

A Tabela 1 demonstra que os grupos não havia diferença no diagnóstico

e sintomatologia inicial de Bronquiolite, sendo necessária a sorologia de VSR

para identificação do agente etiológico.

Figura 2. Diagrama em caixa (Box plot) dos exames de leucograma alterados entre crianças

com VSR + (n= 10) e negativo (n= 09) internadas no Hospital Professor Edmundo Vasconcelos

no período do estudo. São Paulo, jan. – jun. 2014.

16

Dentre os indivíduos com alteração de leucócitos, observamos média de

20,8 mil/mm3 de leucócitos (DP= 9,6 mil/mm3) para aqueles com VSR - e, para

os com VSR + média de 11,1 mil/mm3 (DP= 10,5 mil/mm3), sendo verificada

diferença estatisticamente significativa entre os grupos pelo Teste não

paramétrico de Wilcoxon (p= 0.02; IC95% 10,8-21,2). No entanto, na Figura 2,

o diagrama em caixa demonstra a distribuição dos dados com alta variabilidade

para o grupo com VSR + e, dados discrepantes para o VSR -, sugerindo

possibilidade de viés. A categorização da variável (leucócitos normal e

alterado) não identificou associação pelo Teste do Qui-Quadrado (p= 0.943).

Com relação ao PCR, não foram observadas associações pelas

variáveis categóricas (p= 0.678) ou diferenças pelos valores alterados (p=

0.559) significativas entre os grupos. Na Figura 3, observamos a distribuição

dos dados referentes ao PCR, demonstrando maior variabilidade para o grupo

com VSR negativo.

Figura 3. Diagrama em caixa (Box plot) dos exames de PCR alterados entre crianças com VSR

+ (n= 17) e negativo (n= 16) internadas no Hospital Professor Edmundo Vasconcelos no

período do estudo. São Paulo, jan. – jun. 2014.

O tempo de internação não obteve diferença estatística (p= 0.712) e,

observamos média de 7,5 dias para ambos os grupos. Contudo, obtivemos

17

dentre os casos de VSR+ 29,6% das crianças menores de 12 meses

internadas em terapia intensiva (p= 0.037), sugerindo maiores complicações

para este grupo de pacientes.

Na Tabela 2 descrevemos a terapêutica aplicada de acordo com a faixa

etária. Com relação a inalação, uso de corticoides, oxigênio e fisioterapia

respiratória, a grande maioria dos pacientes, independente da faixa etária,

foram submetidos ao tratamento e, desta forma não foram identificadas

associações estatísticas. No entanto, dentre aqueles com resultado positivo

para VSR observamos que 48,2% das crianças menores de 1 ano e, 53,1%

com idade maior ou igual a 1 ano receberam antibióticos e; aqueles com

sorologia negativa de VSR receberam terapia antimicrobiana 52,6% e 93,8%,

respectivamente para menores e maiores de 1 ano. Verificamos que houve

proporção significativamente maior para o uso de antimicrobianos em crianças

com VSR negativo e idade acima de 1 ano.

Tabela 2. Terapêutica utilizada de acordo com a faixa etária de crianças menores de 12 meses

e, maior ou igual a 12 meses de idade. Hospital Professor Edmundo Vasconcelos, São Paulo,

jan. – jun. 2014.

Teste Exato de Fisher; * Qui-quadrado.

Variáveis

VSR + VSR -

< 12

meses

(n= 27)

≥ 12

meses

(n= 13)

p

< 12

meses

(n= 19)

≥ 12

meses

(n= 16)

p

n (%) n (%) n (%) n (%)

Antibióticos 13 (48,2) 07 (53,8) 0.736* 10 (52,6) 15 (93,8) 0.010

Penicilina Cristalina 07 (25,9) 05 (38,5) 04 (21,5) 10 (62,5)

Claritomicina 06 (22,2) 01 (7,7) 02 (10,5) 03 (18,8)

Ceftriaxona 02 (7,4) 01 (7,7) 04 (21,1) 02 (12,5)

Ampicilina 01 (3,7) 02 (15,4) 02 (10,5) 02 (12,5)

Outros 01 (3,7) 01 (7,7) 01 (5,26) 0 (0)

Inalação 26 (96,3) 13 (100) - 18 (94,7) 15 (93,8) -

Fenoterol 22 (81,5) 11 (84,6) 18 (94,7) 12 (75)

Salbutamol 11 (40,7) 07 (53,9) 07 (36,8) 03 (18,8)

Corticoide 26 (96,3) 13 (100) - 18 (94,7) 14 (87,5) 0.582

Metilprednisolona 22 (84,6) 12 (92,3) 16 (88,9) 14 (100)

Prednisolona 04 (15,4) 01 (7,7) 02 (11,1) 0 (0)

Oxigênio 27 (100) 13 (100) - 18 (94,7) 13 (81,3) 0.312

Fisioterapia

Respiratória

26 (96,3) 13 (100) - 19 (100) 15 (93,8) 0.457

UTI 08 (29,6) 0 (0) 0.037 0 (0) 0 (0) -

18

Referente aos antibióticos utilizados, na maioria 48,2% menores de 1

ano e 53,8% maiores do grupo VSR + receberam Penicilina Cristalina versus

52,6% e 93,8% do grupo com VSR -. Em seguida, observamos uso de

Claritromicina em 17,5% das crianças com VSR+ e, 14,3% com VSR – e;

Ceftriaxona com 7,5% para VRS + e 17,1% com VRS - .

Em suma, no total 60% da amostra foi tratada com auxílio de

antibióticos, sendo 50% com VRS+ e 71,4% com VSR- . O estudo em questão

identificou associação significativa entre o uso de antibióticos para as crianças

menores de 12 meses (p= 0,01) com resultado de VSR negativo, podendo

estar associada a presença de agentes bacterianos responsáveis pela

infecção.

19

5. DISCUSSÃO

O estudo identificou uma alta prevalência de bronquiolite associada ao

VSR (53,3%) no período avaliado, sem associação sintomatológica

evidenciada entre as crianças com sorologias positivas e negativas. A

distribuição dos dados pelo Teste de Shapiro Wilk demonstrou normalidade

para o grupo com VRS -, porém assimétrica com maior proporção de crianças

menores de um ano para o grupo com VRS +. Desta forma, identificamos

diferença significativa de idade (Wilcoxon p= 0.009) entre os grupos. Esta

diferença obtida na atual amostra analisada pode ter ocorrido ao acaso, visto

que o delineamento transversal do estudo foi realizado em apenas uma

instituição e, obteve amostra pequena para generalização dos achados para a

população de crianças com bronquiolite.

Apesar da amostra com possibilidade de viés para generalizações, os

achados de prevalência de 23% identificado no estudo estão dentro dos

parâmetros descritos pela Academia Americana de Pediatria (2006), que relata

variação da incidência de bronquiolite entre 15 e 30% (ACADEMIA

AMERICANA DE PEDIATRIA, 2006).

Figura 4. Sintomas respiratórios observados no período do estudo entre crianças com VSR

positivo (azul), VSR negativo (vermelho) e, total (verde) internadas no Hospital Professor

Edmundo Vasconcelos no período do estudo. São Paulo, jan. – jun. 2014.

20

A série histórica ilustrada na Figura 4 aborda a evolução dos sintomas

respiratórios de bronquiolite nas crianças estudadas e, demonstram conforme

relatado por Vieira em um estudo na cidade de São Paulo, início no mês de

março, com pico em abril/maio e término em julho/agosto (VIEIRA et. al., 2005).

As medidas para prevenir a infecção pelo VSR são poucas e com pouca

evidência de efetividade. Estudos sugerem a utilização de vacinas (imunização

ativa) e imunoglobulinas por via intravenosa, no entanto, os esforços para

obter-se uma vacina efetiva persistem sem resultados até o momento. A

imunização passiva pode ser realizada com anticorpos monoclonais

(palivizumab) contra o VSR (dose intramuscular: 15 mg/kg/dose, uma vez por

mês durante os meses epidêmicos). Os resultados demonstram que a profilaxia

de prematuros sem doença pulmonar crônica apresenta maior benefício com a

terapêutica palivizumab (AMANTÉA et. al., 1998; PIEDRA et. al., 2014).

As medidas de suporte indicadas globalmente pelas Academias e

Sociedades de Pediatria reforçam a hidratação adequada, por via oral, enteral

ou venosa, uso de oxigênio, quando necessário (entre 92-94%). (GILIO et. al.,

2011; BEREZIN et. al., 2011). O uso de solução salina hipertônica resulta em

hidratação das vias aéreas, altera as propriedades do muco e melhora o

clearance mucociliar. Alguns estudos mostram redução do tempo de internação

em pacientes que fizeram uso de solução salina a 3%, pelo menos três vezes

ao dia (JUNIOR et. al., 2014).

A utilização dos beta2-agonistas (0,15mg/kg) segue sem uma

recomendação científica definida, mas no contexto clinico continua sendo uma

prática quase universal. No atual estudo, 42 pacientes foram tratados com

Fenoterol, 7 com Salbutamol e 21 testaram ambos broncodilatadores em

momentos diferentes, totalizando 93% da amostra. Os estudos demonstram

melhora da função pulmonar, redução do uso da musculatura acessória e

aumento da saturação de oxigênio. Em casos graves é recomendado o teste

terapêutico com beta2-agonistas inalatórios e, mantidos caso haja melhora

clinica (CARVALHO et. al., 2007).

Com relação aos consensos sobre o tratamento com corticoesteróides,

ainda permanece controverso na literatura médica científica. As bases lógicas

para sua utilização estão relacionadas a possível importância da inflamação na

gênese no processo. O papel da inflamação é sustentado por evidências de

21

aumento na liberação de mediadores do processo inflamatório e em achados

anátomo-patológicos. Contudo, apesar do seu uso frequente e dos seus

potenciais benefícios teóricos, os corticoesteróides sistêmicos não têm

demonstrado eficácia no tratamento da bronquiolite aguda, não sendo,

portanto, recomendado (CARVALHO et. al., 2007).

Apesar de a doença ser caracteristicamente viral, alguns estudos

demonstraram que cerca de 70-80% dos pacientes internados receberam

antibióticos (AMANTÉA et. al., 1998). Devido a diferença de proporção entre

menores e maiores de 1 ano encontradas na atual distribuição analisada,

optou-se por verificar os dados de forma estratificada por categorias de idade.

Verificamos que houve proporção significativamente maior para o uso de

antimicrobianos em crianças com VSR negativo e idade acima de 1 ano,

sugerindo uma faixa etária de risco para complicações por agentes

bacterianos. Uma possível limitação do estudo foi a ausência de registros dos

microorganismos identificados e verificação de infecções bacterianas

secundárias, o que colaboraria para uma descrição epidemiológica mais

detalhada das crianças internadas com bronquiolite na instituição de estudo.

Amantéa e colegas (1998) abordam em um estudo de revisão que

antibióticos devem ficar reservados a crianças com infecção bacteriana

secundária comprovada ou suspeita. As técnicas laboratoriais de identificação

de vírus podem influenciar o médico clínico na decisão de administrar ou

suspender a antibioticoterapia, mas deve ser analisada juntamente com estado

clínico do paciente (AMANTÉA et. al., 1998).

Carvalho e colaboradores relatam que outra terapêutica estudada é a

terapia antiviral com Ribavirina. O antiviral colabora com a inibição da síntese

das proteínas estruturais do vírus, diminuindo a sua replicação e a resposta da

imunoglobulina, porém não há evidências de eficácia comprovada em ensaios

clínicos randomizados, sendo indicada como opção terapêutica e, com bons

resultados, para pacientes imunologicamente comprometidos e/ou com doença

grave pelo VSR (CARVALHO et. al., 2007).

Estudos mais abrangentes poderiam confirmar maior prevalência de

VRS em menores de um ano, no entanto, os resultados obtidos da atual

pesquisa podem colaborar com a caracterização dos achados clínicos de

bronquiolite das crianças internadas e, a resolução da doença com tratamentos

22

utilizados para a contenção da sintomatologia, com redução de tempo de

internação, melhora de técnicas diagnósticas pelo conhecimento

epidemiológico dos casos, uso racional de antimicrobianos, corticoides e

inaladores.

Estudos observacionais com amostras significativas podem ser

necessários para verificar associações relevantes quanto ao vírus e, garantir

segurança para a decisão terapêutica utilizada.

23

6. CONCLUSÃO

Concluímos após análise que, a terapêutica empregada na bronquiolite

continua muito controversa e sem recomendações específicas. Esta apresenta

divergências que dependem do serviço e do paciente que estão sendo

estudados e também dos exames complementares realizados.

A conduta em pacientes com quadro leve de bronquiolite é tratamento

domiciliar, com hidratação oral, desobstrução nasal com solução salina

isotônica e outros sintomáticos se necessário.

Tratando-se de pacientes hospitalizados, portanto que apresentam

algum grau de gravidade, é recomendado tratamento de suporte, com

hidratação adequada e oxigenioterapia (GILIO et. al., 2011; BEREZIN et. al.,

2011). O uso de solução salina por nebulização com oxigênio isolada ou

associada a broncodilatadores, em doses repetidas, é um tratamento útil para

reduzir o tempo de hospitalização (BEREZIN et. al., 2011). Os corticoesteróides

poderão ser úteis em um pequeno grupo de pacientes com história de

hiperatividade das vias aéreas (HARTLING et. al., 2011).

24

AGRADECIMENTOS

Gostaríamos de agradecer primeiramente aos nossos pais, que nos

deram apoio incondicional e fizeram de tudo para que os nossos sonhos se

tornassem realidade. Aos nossos irmãos, que sempre torceram por nós. Ao

Prof. Dr. Rubens Tadeu Bonomo, por ter aceitado nos orientar nessa pesquisa,

pelo apoio e paciência.

Financiamento: próprio das investigadoras principais. Sem conflitos de

interesse.

25

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ACADEMIA AMERICANA DE PEDIATRIA. American Academy of Pediatrics

Subcommitteeon Diagnosis ans Management of Bronquiolitis. Pediatrics, vol.

118, n. 4, p. 1774-93, 2006.

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ainda controvertido. J. Pediatr. (Rio J.), v. 74, n. supl. 1, p. S37–7, 1998.

BARCELLOS, L. Bronquiolite Viral Aguda: Fatores Prognósticos em

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do Rio Grande do Sul, 2005.

BEREZIN, E. N. et al. Diretrizes para o Manejo da Infecção causada pelo Vírus

Sincicial Respiratório (VSR). Sociedade Brasileira de Pediatria, 2011.

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Acesso em: 02/10/2014 às 17:00.

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2009.

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HARTLING, L.; FERNANDES, R.M.; BIALY, L; MILNE, A.; JOHNSON, D.;

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