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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA CURSO DE BACHARELADO E LICENCIATURA EM ENFERMAGEM BRUNA RODRIGUES DA SILVA ANSIEDADE: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DESSE FENÔMENO ENTRE OS ESTUDANTES DE ENFERMAGEM NITERÓI, RJ 2014

BRUNA RODRIGUES DA SILVA Bruna...DEDICATÓRIA Dedico este Trabalho de Conclusão de Curso : A Deus, por ser meu fôlego de vida, Senhor Supremo, Autor e Consum ador da minha fé

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA

CURSO DE BACHARELADO E LICENCIATURA EM ENFERMAGEM

BRUNA RODRIGUES DA SILVA

ANSIEDADE: UMA REVISO INTEGRATIVA DESSE FENMENO ENTRE OS

ESTUDANTES DE ENFERMAGEM

NITERI, RJ

2014

BRUNA RODRIGUES DA SILVA

ANSIEDADE: UMA REVISO INTEGRATIVA DESSE FENMENO ENTRE OS

ESTUDANTES DE ENFERMAGEM

Trabalho de Concluso de Curso apresentado

disciplina de Trabalho Monogrfico III da Escola

de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da

Universidade Federal Fluminense, como requisito

para a aprovao no curso Bacharel e

Licenciatura em Enfermagem.

Orientadora:

Prof Dr Claudia Mara De Melo Tavares

Niteri, RJ

2014

S 586 Silva, Bruna Rodrigues da.

Ansiedade: uma reviso integrativa desse fenmeno

entre os estudantes de enfermagem. / Bruna Rodrigues da

Silva. Niteri: [s.n.], 2014.

63 f.

Trabalho de Concluso de Curso (Graduao em

Enfermagem) - Universidade Federal Fluminense, 2014.

Orientadora: Prof. Dr Claudia Mara de Melo Tavares.

1. Enfermagem. 2. Ansiedade. 3. Estudantes de

enfermagem. I. Ttulo.

CDD 610.73

BRUNA RODRIGUES DA SILVA

ANSIEDADE: UMA REVISO INTEGRATIVA DESSE FENMENO ENTRE OS

ESTUDANTES DE ENFERMAGEM

Trabalho de Concluso de Curso apresentado

disciplina de Trabalho Monogrfico III da Escola

de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da

Universidade Federal Fluminense, como requisito

para a aprovao no curso Bacharel e

Licenciatura em Enfermagem.

Aprovada em 09 de dezembro de 2014.

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________________________

Prof Dr Cludia Mara de Melo Tavares Presidente

___________________________________________________________________________

Prof Dr Rose Mary Costa Rosa Andrade 1 Avaliadora

___________________________________________________________________________

Prof Msc. Marcela Pimenta Muniz 2 Avaliadora

___________________________________________________________________________

Prof Dr Eliane Ramos Pereira Suplente

Niteroi, RJ

2014

DEDICATRIA

Dedico este Trabalho de Concluso de Curso:

A Deus, por ser meu flego de vida, Senhor

Supremo, Autor e Consumador da minha f.

s meus pais (Antnio Hilrio e Maria

Antonia), irms (Brenda e Bianca), meu Enzo

Gabriel, meu marido (Rodrigo) e meus sogros

(Luis e Zirlene) que, com muito carinho

apoio, no mediram esforos para que u

chegasse at esta etapa da minha vida.

Aos meus avs (Andrade, Ana (in memria),

Antnio (in memria) e Tereza) por ter

depositado em mim toda esperana e f.

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus pelo seu imenso amor, sua infinita misericrdia e bondade.

Porque sua vontade boa, agradvel e perfeita. Durante toda minha faculdade esteve comigo.

Conheceu minhas dores e viu meus sofrimentos. Mas sempre mostraste que Maior em

minha vida. Quantas vezes me colocaste no colo? Foi meu ombro amigo? Curou minhas dores

e me libertou de tanto sofrimento que s eu e voc sabamos? Deus, at aqui me ajudou e

tenho f que ir comigo at o fim desta etapa. Mesmo no merecendo me amparastes e

colocaste em minha vida pessoas para me ajudar, cuidar, amar, compreender, ter muita

pacincia comigo, (...) etc. Obrigada, Senhor!

A minha mamy, Maria Antonia, pelo seu grande amor, dedicao, super proteo,

disciplina imposta a mim e minhas irms. Pelo seu imenso corao de me, filha, irm, tia,

prima, amiga e esposa. Mame, obrigada por ter me incentivado a terminar esta faculdade, por

todas as vezes que me ligou neste ltimo 1 ano e meio, perguntando como estava o meu TCC

e mandava eu terminar logo isso (como se fosse fcil!). Desculpa por ter te feito sofrer com a

distncia, mas logo veio a Bibi para voc no ter tempo de sofrer por mim (Deus bom

demais, planeja tudo).

Ao meu papi, Antnio Hilrio, por ter me dado assas a voar, com muita

responsabilidade me deu sempre liberdade para fazer minhas escolhas, mesmo sabendo que

poderia errar ele preferiu que eu aprendesse a lidar com os obstculos que a vida nos pe a

prova e at hoje me fala: - As portas de casa sempre estaro abertas para voc. Pai, quantas

vezes fiz o senhor se culpar pelas minhas frustradas escolhas? Mas saiba que amadureci a

cada queda. Alm de ser meu paizinho sempre foi meu mestre e neste trabalho no foi

diferente. Obrigada, papi pelas idias, revises, por quando estava perdida nos rumos da

pesquisa o senhor me norteava. Tambm no posso deixar de te agradecer por ter,

praticamente, obrigado-me prestar vestibular para Enfermagem, depois entendi que voc foi

um instrumento nas mos de Deus para que eu fizesse a vontade do Grande Eterno.

Obrigado, meus amados pais por todo esforo e apoio para me manter aqui durante

todos esses 4 anos.

As minhas irms Brenda e Bianca pela compreenso de ter passado tanto tempo longe

delas. Porm, que ns momentos d minha ausncia dedicados estudo superior, smpr

fizeram entender q futuro feito partir d constante dedicao n presente!

Ao meu Enzo Gabriel, pela esperana e felicidade que trouxe minha vida.

E o que dizer a voc, meu marido, Rodrigo? Obrigada pela imensa pacincia, bondade,

dedicao, amor, carinho, compreenso, incentivo e por me fazer to feliz. No posso

esquecer-me de agradecer pela forma especial e carinhosa que me deu fora e coragem, me

apoiando nos momentos de dificuldades. Valeu a pena tudo que passamos e a distncia de 11

meses, todo sofrimento, todas as renncias... Valeu a pena esperar! Hoje estamos colhendo,

juntos, os frutos do nosso empenho. Est conquista nossa.

Aos meus sogros, Luis e Zirlene, e toda famlia do meu marido por ter me recebido to

bem e ter me feito sentir ser da famlia desde que fui apresentada a eles. Famlia Monteiro, no

Rio de Janeiro vocs foram meu alicerce. Obrigada, sogra, por todas as vezes que me falou:

Voc vai tirar de letra e sempre ter uma palavra de conforto e confiana.

Obrigada! Primos tias pl contribuio valiosa.

A professora coordenadora d curso, Cristina Lavoyer, pelo convvio, apoio,

compreenso amizade.

A todos os professores do curso, que foram to importantes na minha vida acadmica.

Em especial a professora Simone Cruz, que me acolheu, apoio e depositou tanta credibilidade

e confiana em mim; as professoras Eny Dorea, Liliane Faria e Rosane Aguiar por ter me

preparado to bem para exercer a profisso e ter firmado o meu desejo de seguir a diante na

Neonatologia e Pediatria; a minhas orientadora professora Cludia Mara por ter aceito meu

convite para a realizao desta monografia.

Aos amigos e colegas, pelo incentivo e pelo apoio constante. Carlos Jos, obrigada por

ter me dado a cpia do manual de TCC da UFF quando mais precisei. Luiza Abdalla,

obrigada pela companhia at o 6 perodo. Niada Rodrigues, obrigado pela suas palavras de

conforto e f, apoio e pela sua imensa amizade.

Aos pacientes pela pacincia, confiana e respeito ao nosso aprendizado, pela

colaborao e incentivo ao nosso aprimoramento tcnico-cientfico. Talvez a minha ajuda

tenha sido pequena diante do universo carente em que vocs corajosamente vivem, mas ajud-

los representou para mim uma magnfica lio de amor e fraternidade. Muito Obrigada.

Aos funcionrios e equipes de enfermagens, porque na construo de uma pea teatral

a presena de todos imprescindvel. No existir um cenrio se no houver quem o construa.

Por detrs dos bastidores esto os grandes responsveis pela realizao da pea. A cada um de

vocs, toda a minha gratido.

A bibliotecria da Escola de Enfermagem, Suelen, por ter encontrados alguns artigos

que no estava conseguindo encontrar na ntegra.

https://www.facebook.com/cristina.lavoyerescudeiro

A Adriana Mrcia, por ter traduzido uns dos artigos mais importantes da minha

monografia.

A minha vizinha, Elisabete Fagundes, pelo carinho, ateno e dedicao a mim. Por

ter se feito presente quando mais precisei e por ter cuidou de mim como uma filha. Obrigada

pelo uso do seu computador, impressora, pelos lanches aos domingos, por aquelas tortinhas de

morango que me deixava feliz feito criana.

Aos meus mdicos, Dr. Wilson de Jesus, Dr. Lessa Jnior, Dr Karine Leito, Dr

Renata Abeya e Dr Maria Clicie que nos meus momentos de agonia, angustia, sofrimento e

superao sempre estiveram comigo, proporcionando-me o melhor tratamento. Porm, o que

fizeram/faz de vocs especiais para mim, foi/ a nossa relao mtua de mdico paciente.

A todos que direta ou indiretamente participaram dessa minha trajetria.

Agradeo ao Evandro pelos favores oferecidos na coordenao.

Agradeo aos membros da banca examinadora, pela disponibilidade de participar e

pelas contribuies pessoais acerca da monografia.

Enfim, a Universidade Federal Fluminense, como j diz seu prprio manual de

apresentao de trabalhos de concluso de curso (2012, p. 79), melhor que ter uma casa

saber exatamente onde ela fica.

No temas, porque eu sou contigo; no te

assombres porque eu sou teu Deus; eu te

fortaleo, e te ajudo, e te sustento com a destra

da minha justia.

Bblia Sagrada - Isaas 41:10

RESUMO

grande a presso e a tenso enfrentadas pelos estudantes de enfermagem durante sua fase

acadmica. Eles tm que se preparar muito bem porque lidam diretamente com os pacientes

nas suas mais variadas modalidades hospitalares durante todo o curso por meio dos sucessivos

estgios curriculares. As dificuldades pessoais, os desafios da academia e da profisso, a

preocupao com a carreira profissional, so fatores prprios da sua rea de formao que os

tornam sujeitos protagonistas em potencial da ansiedade neste contexto histrico global

ansiognico que vivemos. Este estudo trata-se de uma reviso integrativa da literatura

cientfica nacional e internacional sobre a ansiedade, com o objetivo de pesquisar os fatores

que contribuem para a ocorrncia de ansiedade entre os estudantes de enfermagem,

identificando suas consequncias e formas de combater esse mal. A partir dos Descritores

Cincia e Sade (DeCS), ansiedade e estudantes de enfermagem usados ao mesmo tempo com

uso do booleano and, foram encontrados 375 artigos nas principais bases de dados virtuais

para pesquisas cientificam contidas na Biblioteca Virtual da Sade (BVS), dos quais somente

18 artigos foram selecionados para a construo deste trabalho de concluso de curso. Ficou

observado que os principais fatores que desencadeiam a ansiedade nos estudantes de

enfermagem esto ligados a situaes onde os mesmos esto sendo avaliados de alguma

forma. Alm disso, o medo das novas experincias no campo profissional contribuem

juntamente com fatores pessoais, influenciando de forma negativa na vida acadmica. Dessa

forma, o estudo contribui com uma abordagem a favor da preveno e combate a ansiedade,

principalmente entre os estudantes de enfermagem, deixando claro que a ansiedade um mal

preocupante e que pessoas acometidas necessitam de acompanhamento especializado.

Descritores: ansiedade e estudantes de enfermagem.

ABSTRACT

It is great pressure and stress faced by nursing students during their academic stage. They

have to prepare very well because they deal directly with patients in its various hospital

procedures throughout the course by means of successive internships. Personal difficulties,

challenges the academy and the profession, the concern for professional career, are proper

factors of your training area that make potential protagonists subject the anxiety this

anxiogenic global historical context which we live. This study deals with an integrative

review of national and international scientific literature on anxiety, in order to investigate the

factors that contribute to the occurrence of anxiety among nursing students, identifying its

consequences and ways to combat this evil. From Descritores Cincia e Sade (DeCS), were

found 375 articles in major online databases for research cientificam contained in Biblioteca

Virtual da Sade (BVS), of which only 18 articles were selected for the construction of this

course conclusion work . It was observed that the main factors that trigger anxiety in nursing

students are linked to situations where they are being evaluated in some way. In addition, fear

of new experiences in the professional field work together with personal factors, influencing

negatively in academic life. Thus, the study provides an approach for preventing and

combating anxiety, especially among nursing students, making it clear that anxiety is a

worrying evil and that affected people need specialized treatment.

Descriptors: anxiety and nursing students.

SUMRIO

1. INTRODUO, p. 14

1.2 JUSTIFICATIVA, p.16

2. REVISO DE LITERATURA, p. 19

2.1 O QUE ANSIEDADE? p. 19

2. 2 ANSIEDADE NO MUNDO ATUAL, p. 20

2.3 A ANSIEDADE ENTRE ESTUDANTES DE ENFERMAGEM, p. 21

2.4 PRINCIPAIS FATORES QUE DESENCADEIAM ANSIEDADE NOS ESTUDANTES

DE ENFERMAGEM, p. 21

2.4.1 Ansiedade com o ensino prtico, p. 22

2.4.2 Ansiedade com a realizao de provas ou exames e a apresentao de trabalhos,

p. 22

2.5 PROBLEMAS DECORRENTES DA ANSIEDADE NO DESEMPENHO

ACADMICO, p. 23

2.6 A IMPORTNCIA DA PERCEPO DOS PROFESSORES EM RELAO AOS

SENTIMENTOS DOS ALUNOS DE ENFERMAGEM EM SALA DE AULA, p. 24

2.7 MEDIDAS MINIMIZADORAS DA ANSIEDADE ENTRE OS ESTUDANTES DE

ENFERMAGEM, p.25

2.7.1 Gerenciamento do tempo adequado, p.25

2.7.2 Tcnicas de relaxamento, p.26

2.7.3 Exerccios fsicos, p.26

2.7.4 Terapias complementares, p.27

2.7.4.1 Acupuntura auricular, p.27

2.8 DICAS PRECIOSAS PARA OS ESTUDANTES DE ENFERMAGEM SUPERAREM A

ANSIEDADE, p.28

3. METODOLOGIA

3.1 ASPECTOS TICOS, p.31

4. ANLISE E DISCUSSO, p.32

4.1 ANLISE DO ESTUDO, p.32

4.1.1 Quadro de categorizao dos artigos, p.34

4.2 DISCUSSO, p. 49

4.2.1 Conceitos de ansiedade e problemas que a ansiedade pode acarretar no

desempenho acadmico, p. 49

4.2.2 Principais fatores que desencadeiam ansiedade nos estudantes de enfermagem,

p. 51

4.2.3 A importncia dos professores em relao a ansiedade dos estudantes de

enfermagem, p. 53

4.2.4 Medidas que podem ser adotadas pelos estudantes de enfermagem contra a

ansiedade, conforme os pressupostos cientficos, p. 55

5. CONCLUSO, p. 58

6. OBRAS CITADAS, p. 60

7. OBRAS CONSULTADAS, p. 63

14

1. INTRODUO

A ansiedade vem se tornando uma das doenas que mais tem afetado a populao no

mundo todo neste sculo. Sua incidncia tanta, que tem despertado o interesse dos

especialistas pelos estudos e pesquisas sobre suas causas e tratamento. Segundo estudos

internacionais, 25% da populao sofrem ou sofrero de transtorno de ansiedade em algum

momento de suas vidas (SILVA, 2011).

O Jornal 24 horas News (apud Associao Brasileira de Psiquiatria, 2013), trazendo

dados do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clnicas da Faculdade de Medicina da

Universidade de So Paulo, afirma que no Brasil aproximadamente 12% da populao

ansiosa, o que representa um universo de 24 milhes de brasileiros com ansiedade patolgica.

Segundo este jornal, estima-se, ainda, que 23% da populao brasileira tero algum tipo de

distrbio ansioso ao longo da vida.

O processo de globalizao vem influenciando na qualidade de vida da populao

mundial positiva e negativamente, tendo ao direta sobre a sade das pessoas. Por um lado, a

internet e a revoluo digital possibilitando a comunicao entre pessoas de todas as partes do

mundo em tempo real, os avanos da medicina, da robtica, etc.. Por outro lado, novas

tecnologias vm proporcionando cada vez mais o sedentarismo, aumento de horas de trabalho

dirio, estudos, pesquisas, sempre sentado mesa de computador ou de mquinas eletrnicas,

capacitao profissional continuada. Alm disso, nota-se um aumento crescente do nmero de

desempregados relacionados ao advento da tecnologia no campo de trabalho e a incapacidade

profissional para operar novas mquinas. Esse fenmeno ocorre tanto no campo quanto nas

grandes metrpoles mundiais, exigindo cada vez mais a qualificao para o mercado de

trabalho. Horas de sono reduzidas, transporte inadequado, lotado na grande maioria das vezes,

refeies inapropriadas, so parte das dificuldades enfrentadas diariamente em busca de

qualificao, afastando as pessoas do convvio social, da famlia, do lazer. Diante desse ritmo

acelerado de vida, gerada uma incerteza ou medo do que est por vir. Este quadro da

15

realidade contempornea faz com que, entre outras coisas, algumas pessoas desenvolvam o

distrbio conhecido como transtorno de ansiedade.

O entendimento sobre o conceito de ansiedade pode se dar sob vrios enfoques, mas

segundo Andrade (1998) a ansiedade se define como um estado emocional com componentes

psicolgicos e fisiolgicos, que faz parte das experincias humanas, sendo propulsora do

desempenho. Para Silva (2011) ela passa a ser patolgica quando desproporcional situao

que a desencadeia, ou quando no existe um objeto especfico ao qual se direcione,

interferindo diretamente na qualidade de vida, no conforto emocional ou no desempenho

individual. SADOCK et al (2007) afirma que a mesma vem acompanhada de sintomas

autonmicos como cefaleia, perspirao, palpitao, aperto no peito, leve mal-estar

epigstrico e inquietao, indicada pela incapacidade de ficar sentado ou de p quieto por

muito tempo. A gama de sintomas presentes durante a ansiedade tende a variar entre as

pessoas.

Os transtornos de ansiedade possuem diversos aspectos que variam em grau,

intensidade e na forma como se apresentam. Quando os mesmos j esto instalados,

consequentemente traro prejuzos significativos na vida social, familiar, profissional,

acadmica de seus portadores. certo que todas as pessoas j vivenciaram ansiedade, seja

como resposta normal e adaptativa aos estmulos, ou como uma sensao desajustada e

patolgica.

Algumas pesquisas revelam que a presena e a intensidade dos sinais e sintomas de

ansiedade, tais como: taquicardia, tontura, dor de cabea, dores musculares, formigamento,

suor, alm de insnia, tenso, irritabilidade e angstia, podem trazer consequncias

prejudiciais para as condies de vida e de sade da populao afetada em geral, uma vez que

nveis elevados de ansiedade podem provocar percepes negativas quanto s habilidades

motoras e intelectuais do indivduo. Isso, por sua vez, interfere na ateno seletiva e na

codificao de informaes na memria, bloqueando a compreenso e o raciocnio.

Tendo em vista a complexidade e gravidade da ansiedade no nosso tempo, este

trabalho de concluso de curso o resultado de uma pesquisa que realizamos sobre este

assunto. Para tanto foi feita uma reviso integrativa da literatura nacional e internacional

sobre a ansiedade, a fim de responder aos seguintes questionamentos: Quais so os principais

fatores que desencadeiam ansiedade nos estudantes de enfermagem? Quais so os problemas

no desempenho acadmico decorrentes da ansiedade e como combat-los?

Assim o objeto da pesquisa foi a ansiedade entre os estudantes de enfermagem, pois

sabido que grande a presso e a tenso enfrentadas pelos estudantes de enfermagem durante

16

sua fase acadmica. Eles tm que se preparar muito bem porque lidam diretamente com os

pacientes nas suas mais variadas modalidades hospitalares durante todo o curso por meio dos

sucessivos estgios curriculares. Como se j no bastassem as suas dificuldades pessoais, a

preocupao com a carreira profissional, estes fatores prprios da sua rea de formao os

tornam sujeitos protagonistas em potencial do contexto histrico global ansiognico.

O trabalho teve como objetivo geral pesquisar os fatores que contribuem para a

ocorrncia de ansiedade entre os estudantes de enfermagem, identificando suas consequncias

e formas de combater esse mal. J os objetivos especficos foram identificar teoricamente o

que o transtorno de ansiedade e quais so os problemas que a ansiedade pode acarretar no

desempenho acadmico; levantar os principais fatores que desencadeiam ansiedade nos

estudantes de enfermagem e descrever as medidas que podem ser adotadas pelos estudantes

de enfermagem contra a ansiedade, conforme os pressupostos cientficos.

1.2 JUSTIFICATIVA

Como j foi mencionado, segundo estudos internacionais, 25% da populao sofre ou

sofrer de transtorno de ansiedade em algum momento de suas vidas (SILVA, 2011). O Jornal

24 horas News (apud Associao Brasileira de Psiquiatria, 2013), trazendo dados do Instituto

de Psiquiatria do Hospital das Clnicas da Faculdade de Medicina da Universidade de So

Paulo, afirma que no Brasil aproximadamente 12% da populao ansiosa, o que representa

um universo de 24 milhes de brasileiros com ansiedade patolgica. Segundo este jornal,

estima-se, ainda, que 23% da populao brasileira tero algum tipo de distrbio ansioso ao

longo da vida.

Estes percentuais da populao atingidos pelo mal da ansiedade constitui um fator de

alerta, o que por si s justifica estudos como este. A escolha de estudantes universitrios de

enfermagem como sujeitos desse estudo se justifica porque estes so um exemplo de

populao em que a ansiedade vem sendo muito estudada, principalmente devido situao

vivenciada por eles ser muito propcia ao desenvolvimento desse transtorno. Como os fatores

ansiognicos podem interferir negativamente sobre alguns aspectos cognitivos, como o

processo de aprendizagem, a reduo de ateno e da concentrao, diminuindo assim a

aquisio de habilidades, achamos que era oportuno estudar este fenmeno entre os estudantes

de enfermagem. Por isso, consideramos este trabalho relevante porque ele traz, alm de um

17

alerta geral, contribuies no sentido de ajudar os estudantes de enfermagem a se prevenir ou

a evitar este mal que causa tantos danos qualidade de vida.

A principal motivao para a escolha do tema desse trabalho foi a minha prpria

experincia com o mal da ansiedade. Isto implica dizer que falar sobre ansiedade falar da

minha prpria vida acadmica e profissional, ou seja, falar de mim mesma enquanto pessoa

acometida desse mal. H cinco anos fui diagnosticada com ansiedade; logo evoluiu para

Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) e assim vem at os dias atuais. Atravs deste

trabalho quero mostrar cientificamente a todos que ansiedade uma doena que reduz a

qualidade de vida das pessoas. Muitos j podem ter experimentado uma ansiedade

momentnea, mas existe a ansiedade patolgica, est sim traz prejuzos expressivos para

nossas vidas.

Costumo dizer que a ansiedade a porta de entrada para outros transtornos psquicos,

a ansiedade s o comeo se ela no for tratada. Posso dar meu prprio exemplo, comecei

com uma ansiedade incontrolvel, evoluiu para TAG, como j falei, quando notamos j estava

com depresso. Meu mas novo diagnostico foi TAG com crises depressivas. Neste momento

eu s chorava, me isolava, sentia um aperto no corao, uma angstia horrvel, sofria tanto e

no sabia o porqu. Olhava ao meu redor e dizia: eu tenho tudo que uma jovem da minha

idade queria ter e mesmo assim no sou feliz. Vivi uns trs anos sem saber o que era

felicidade e paz.

Minha salvao foi Deus, que devo tudo a ele, se no fosse pelos conhecimentos dos

princpios bblicos, teria perdido a esperana de viver. Durante trs anos e meio perdi muitas

coisas, entre elas: sonhos, conhecimentos, momentos que no voltam mais.

Quando tudo isso me aconteceu, meu rendimento na faculdade caiu muito, cheguei a

reprovar em algumas disciplinas, parecia que tinha desaprendido tudo que durante toda minha

vida aprendi. Foi muito decepcionante para mim, pois minha vida era estudar, meus pais

sempre cobraram isso de mim e da minha irm, j no conseguia seguir o ritmo de estudos

como antes. Sentia-me excluda das turmas que passei pela faculdade at com a minha atual

turma, sentia que todos falavam de mim e me olhavam torto. Sempre sobrava quando era

atividade em grupo.

Tive que reaprender a viver depois do desastre que a ansiedade causou na minha vida.

Libertei-me da depresso, logo aprendi a conviver com a ansiedade, o desconhecido passou a

ser muito conhecido, confrontei meus medos e enfrentei os obstculos.

A partir do 6 perodo da faculdade, as mudanas comearam a serem percebidas.

Comecei a me reerguer, as notas j estavam melhorando, no me isolava mais, passei a ter voz

18

na turma. Sabe o que percebi neste momento? Eu j no era a excluda, nem motivos de

conversas negativas dos meus colegas. s vezes nem precisava procurar grupo para fazer

trabalho, pois quando via ou chegava sala de aula j tinham me colocado em um. Meus

colegas comearam a dar parabns pelas minhas notas. Muitos dos que haviam virado a cara

para mim, passaram a falar comigo. Infelizmente quando mais precisei deles, os mesmo me

excluram. Muitas vezes falamos das pessoas sem ao menos saber o que se passa em sua vida.

Quantas vezes senti falta de uma companhia na faculdade! De um ombro amigo! De algum

para perguntar-me: est tudo bem? Posso ajuda-la em alguma coisa? Ou falar: - Qualquer

coisa estou por aqui, pode me procurar!

Durante minha solido na academia pude perceber que existem vrias Brunas

espalhadas pela faculdade, j se perguntaram por que tantos alunos no conseguem terminar a

faculdade? Alguns j esto l mais de 7 anos na faculdade, outros trancam e voltam, tm os

que abandonam o curso e ainda tm aqueles que no conseguem ter um relacionamento

interpessoal com os demais.

Aprendi a restaurar as perdas nos seus setores vitais, libertar-se, renascer e projetar um

futuro prximo de mais confiana e esperana, para que seja possvel desfrutar a vida em sua

plenitude. Sou eternamente grata aos meus pais, e principalmente, ao meu marido que desde

que comeamos a namorar acompanhou de perto todo meu sofrimento, quando estava em

crise me abraava e dizia para no ter medo porque estava comigo. Tudo sofreu, viveu e

venceu ao meu lado e nunca desistiu de mim.

O que passei no desejo para ningum, por isso espero que este trabalho de concluso

de curso traga, alm de um alerta geral, contribuies no sentido de ajudar no s os

estudantes de enfermagem, mas todos que lerem este trabalho, a se prevenir ou saber lidar

com este mal que causa tantos danos qualidade de vida. Nada que falarei neste trabalho, por

mais que seja cientfico, no substitui o tratamento convencional medicamentoso e/ou

psicoterpico para quem sofre de transtornos ansiosos.

19

2. REVISO DE LITERATURA

2.1 O QUE ANSIEDADE?

Segundo Prado et al (2012) a ansiedade uma experincia universal humana e

definida como um sentimento persistente de medo, apreenso e desastre iminente, ou tenso e

inquietao. O termo transtorno de ansiedade utilizado para diversas condies, incluindo

sndrome do pnico, fobias, transtorno obsessivo-compulsivo, ansiedade generalizada,

estresse ps-traumtico e ansiedade devido a uma condio mdica geral.

Para Santos et al (2009) a ansiedade pode ser descrita como reao natural que

impulsiona o ser humano a alcanar seus objetivos. Esse estado emocional pode tornar-se

patolgico e repercutir de forma negativa se vivenciado excessivamente e por longos

perodos. A ansiedade patolgica, ao invs de contribuir para o confronto da situao, limita,

dificulta e, muitas vezes, impossibilita a capacidade de adaptao e de enfrentamento.

Aubrey Lewis (1979, apud ANDRADE e GORENSTEIN, 1998), aps uma longa

reviso sobre a origem e o significado da palavra ansiedade, listou as seguintes caractersticas:

1. um estado emocional, com a experincia subjetiva de medo ou outra emoo

relacionada, como terror, horror, alarme, pnico;

2. A emoo desagradvel, podendo ser uma sensao de morte ou colapso

iminente;

3. direcionada em relao ao futuro. Est implcita a sensao de um perigo

iminente. No h um risco real, ou se houver, a emoo desproporcionalmente

mais intensa;

4. H desconforto corporal subjetivo durante o estado de ansiedade. Sensao de

aperto no peito, na garganta, dificuldade para respirar, fraqueza nas pernas e

outras sensaes subjetivas.

20

Alm disso, Lewis (1979, apud ANDRADE e GORENSTEIN, 1998) salienta que

existem manifestaes corporais involuntrias, como secura da boca, sudorese, arrepios,

tremor, vmitos, palpitao, dores abdominais e outras alteraes biolgicas e bioqumicas

detectveis por mtodos apropriados de investigao. Esse mesmo autor lista alguns outros

atributos que podem ser includos na descrio da ansiedade. A ansiedade pode:

1. Ser normal (p.ex. um estudante frente a uma situao de exame) ou patolgica

(p.ex. nos transtornos de ansiedade);

2. Ser leve ou grave;

3. Ser prejudicial ou benfica;

4. Ser episdica ou persistente;

5. Ter uma causa fsica ou psicolgica;

6. Ocorrer sozinha ou junto com outro transtorno (p.ex. depresso);

7. Afetar ou no a percepo e a memria.

Como bem dizem Andrade e Gorenstein (1998), o conceito de ansiedade no envolve

um construto unitrio, principalmente no contexto psicopatolgico. Segundo estes autores, a

ansiedade pode ser generalizada ou focada em situaes especficas, como nos transtornos

fbicos. Eles asseguram que a ansiedade no-situacional pode ser pervasiva, podendo ser um

estado de incio recente ou uma caracterstica persistente da personalidade do indivduo.

2.2 ANSIEDADE NO MUNDO ATUAL

A ansiedade e seus transtornos atingem grande parte da populao mundial e suas

atividades de cotidiano. O processo de globalizao vem influenciando na qualidade de vida

da populao mundial positiva e negativamente, tendo ao direta sobre a sade das pessoas.

Por um lado a internet e a revoluo digital possibilitando a comunicao entre pessoas de

todas as partes do mundo em tempo real, os avanos da medicina, da robtica, etc..

Por outro lado, novas tecnologias vm proporcionando cada vez mais a

sedentariedade, aumento de horas de trabalho dirio, estudos, pesquisa, sempre sentado

mesa de computador ou de mquinas eletrnicas, capacitao profissional continuada. Alm

disso, nota-se um aumento crescente do nmero de desempregados relacionados ao advento

da tecnologia no campo de trabalho e a incapacidade profissional para operar novas mquinas.

21

Esse fenmeno ocorre tanto no campo quanto nas grandes metrpoles mundiais, exigindo

cada vez mais a qualificao para o mercado de trabalho. Horas de sono reduzidas, transporte

inadequado, lotado na grande maioria das vezes, refeies inapropriadas, parte das

dificuldades enfrentadas diariamente em busca de qualificao, afastando as pessoas do

convvio social, da famlia, do lazer.

Diante desse ritmo acelerado de vida, gerada uma incerteza ou medo do que est por

vir. Este quadro da realidade contempornea faz com que, entre outras coisas, algumas

pessoas desenvolvam o distrbio conhecido como transtorno de ansiedade.

2.3 A ANSIEDADE ENTRE ESTUDANTES DE ENFERMAGEM

Para McWatters (2009) a ansiedade, um sentimento de medo ou desconforto

acompanhado por uma resposta autonmica, uma sensao comum experimentada por

estudantes de enfermagem. Em muitos casos, a ansiedade pode vir por medo do desconhecido

e pela Faculdade de Enfermagem ser todo um mundo novo para os estudantes, isso pode ser

assustador.

A ansiedade pode ser considerada uma grande vil na vida dos estudantes de

enfermagem. Infelizmente os mesmos vo experimentar ansiedade em todo o curso de

graduao em diferentes graus.

2.4 PRINCIPAIS FATORES QUE DESENCADEIAM ANSIEDADE NOS ESTUDANTES

DE ENFERMAGEM

So vrios os fatores que contribuem para desencadear ansiedade nos estudantes de

enfermagem. Este fatores desencadeantes da ansiedade se fazem presentes do incio ao fim do

curso universitrio.

Os estudantes, ao ingressarem na graduao, apresentam dificuldades ao entrar em

um contexto ainda desconhecido, o que contribui para o aparecimento de tenses e

ansiedades. Alm de vivenciarem um mundo desconhecido durante o processo de

formao, esto sujeitos aos desgastes emocionais baseados em suas experincias

escolares passadas e preocupao relacionada insero no mercado de trabalho

(PRADO et al, 2012).

22

A seguir sero apresentados os principais fatores que desencadeiam ansiedade nos

estudantes de enfermagem.

2.4.1 Ansiedade com o ensino prtico

Alguns pesquisadores tm relatado que a experincia clnica uma das maiores

produtoras de ansiedade do curso de enfermagem, particularmente nos primeiros anos de vida

acadmica (SHARIF E MASOUMI, 2005 apud MCWATTERS, 2009).

Os nveis de ansiedade so mais altos durante as experincias de ensino prtico do que

o aprendizado na sala de aula ou laboratrio de experincia. Esses nveis de ansiedade durante

a prtica clnica no ensino de enfermagem pode interferir com a aprendizagem e contribuir

para problemas de sade mental. Alm de poder afetar o modo como os alunos pensam e

atuam na prtica.

No ensino prtico a ansiedade se torna um obstculo aprendizagem porque o nvel

elevado de ansiedade pode impedir o aprendizado, diminuir a capacidade do estudante de

aplicar o conhecimento terico e interferir com o seu pensamento crtico.

As principais preocupaes que podem desencadear ansiedade nos alunos so: o medo

de causar danos aos pacientes por falta de conhecimento, o medo do fracasso, medo de no

dar a informao certa ao paciente e de cometer erros durante os procedimentos. McWatters

(2009) acrescenta que existe uns cem nmeros de ansiedades comuns vividas na rea clnica,

onde se incluem: preocupao em no ter experincia com os pacientes, no conseguir se

comunicar efetivamente e administrar uma medicao errada.

Para Larijaniet et al (2010), testemunhar a dor, sofrimento e tristeza de outras pessoas

provoca o aumento do nvel de ansiedade dos estudantes de enfermagem.

importante o corpo docente elaborar estratgias visando o aperfeioamento e

habilidades dos alunos em como lidar com as suas prticas, assim como melhor avaliar e

apoiar os alunos ansiosos durante a prtica, seja no hospital ou em uma unidade bsica de

sade, auxiliando no controle da ansiedade dos mesmos.

2.4.2 Ansiedade com a realizao de provas ou exames e a apresentao de trabalhos

Segundo Santos et al (2009) a realizao de provas ou exames e apresentao de

trabalhos constituem situaes estressantes para os alunos, sendo muitas vezes fatores de risco

23

para o desenvolvimento da ansiedade. Porm, o mesmo autor defende a ideia de que os

melhores alunos so os que mais apresentam crises de ansiedade, uma vez que possuem

grandes expectativas e so mais exigentes em relao ao desempenho escolar.

Por outro lado, Larijaniet al (2010) acredita que o baixo nvel de ansiedade

considerada normal na emoo das pessoas, podendo ser construtivo e forar uma pessoa a

esforar-se mais na vida. No entanto, ansiedade moderada e alta podem ter efeitos

desagradveis na sade das pessoas.

Existem alguns aspectos que podem auxiliar os alunos a enfrentar as situaes

reconhecidas como ameaadoras, como no caso de provas tericas, prticas ou incio de um

estgio. Dentre esses aspectos, destacam: o treinamento em laboratrio com superviso de

docente experiente, a ateno individualizada, a construo de um ambiente que favorea o

ensino individualizado e o estreitamento do relacionamento entre o docente e o aluno, o

reforo positivo e a existncia de um servio de apoio psicolgico ao aluno (SANTOS et al,

2009).

McWatters (2009) enfatiza que para ter sucesso, o estudante precisa estudar pesado e

olhar sempre frente. A mesma autora sugere algumas dicas para o estudante de enfermagem

superar a ansiedade com as provas ou testes, so elas: rever questes com exemplos que o

estudante acredite que cairo na prova, comparecer a todas as aulas, ser positivo e visualizar

seu sucesso, e finalmente, relaxar durante o teste em si.

Mais uma vez importante salientar o papel dos professores diante de alunos ansiosos.

Pois os mesmo necessitam saber como lidar e prevenir a ansiedade de alunos em seu dia a dia

de trabalho, de forma a ajud-los a controlar emoes e sentimentos como tenso, medo e

ansiedade e, assim, tentar minimizar os efeitos negativos desses sentimentos na aprendizagem

e no desempenho acadmico (SANTOS et al, 2009).

2.5 PROBLEMAS DECORRENTES DA ANSIEDADE NO DESEMPENHO ACADMICO

Em graus variados, quando a ansiedade j est instalada, inevitavelmente trar

prejuzos significativos para os setores vitais de suas vtimas (vida social, familiar,

profissional, acadmica etc.) (SILVA, 2011, p. 18).

Para Melincavage (2011) a ansiedade pode interferir na capacidade de aprendizagem.

Pessoas ansiosas so mais propensas a dficits cognitivos (por exemplo, dificuldade de

ateno e concentrao), doena fsica, diminuio da satisfao com a vida, neuroticismo, a

24

maus comportamentos de sade e de desempenho acadmico prejudicado (MOSTAFA et al,

2011).

Beggs et al (2011), afirma que a concentrao, memria e capacidade de resoluo de

problemas so prejudicados quando os estudantes apresentam alto nvel de estresse e

ansiedade, consequentemente o desempenho acadmico pode ser afetado.

2.6 A IMPORTNCIA DA PERCEPO DOS PROFESSORES EM RELAO AOS

SENTIMENTOS DOS ALUNOS DE ENFERMAGEM EM SALA DE AULA

Segundo estudos de psicologia social, estima-se que apenas 7% dos pensamentos so

expressos por palavras, 38% so por sinais paralingusticos (entonao da voz, velocidade das

palavras ditas, entre outros) e 55% so por sinais do corpo, ou seja, no verbal

(SGARIBOLDI et al 2010).

Ensinar estar atento identificao e resoluo de problemas, ajudar a criar novos

hbitos de pensamento e de ao. Ensinar tambm interagir, aproximar e fazer dialogar dois

universos diferentes. Por tanto o professor precisa despertar a ateno e interesse, mobilizar a

inteligncia do aluno, ser entendido por este e induzi-lo expresso e ao dilogo, e no estar

somente preocupado em expor sua matria. necessrio que ele trabalhe vrios aspectos do

aluno, como a sua afetividade, suas percepes, sua expresso, suas crticas, sua criatividade

(SGARIBOLDI et al, 2010).

Em uma pesquisa realizada por Sgariboldi et al (2010) sobre a percepo dos

professores universitrio em relao aos sentimentos dos alunos em sala de aula, apontou-se o

interesse, alegria e ansiedade como os sentimentos mais identificados nos alunos. Todos os

professores participantes (100%) consideraram que a identificao de sentimentos dos alunos

importante para o processo de aprendizagem.

A ferramenta principal a ser utilizada para identificao desses sentimentos o

domnio em comunicao no verbal, ou seja, ter domnio das expresses corporais. Alguns

dos sinais no verbais que podem ser observados no aluno em sala de aula, durante o processo

de aprendizagem, so: postura corporal, localizao na sala de aula, contato dos olhos, roupas,

expresso facial, volume de voz, distncia interpessoal mantida, toque e movimentao da

cabea.

Alm dos professores saber a importncia da identificao dos sentimentos em sala de

aula, os mesmo deveriam se aprofundar mais no assunto de comunicao no verbal. Essa

25

identificao pode e deve ser treinada atravs de cursos, leituras e dinmicas sobre o tema

comunicao. A universidade, por sua vez, tem o compromisso de preparar e conscientizar o

professor sobre o seu papel de comunicador para que o ensino seja flexvel e atual.

Enfim, ao preocupar-se em ler os sinais da linguagem corporal dos alunos, o professor

se tornar mais consciente e atento nas suas atividades, alm de mais sensvel em relao s

emoes e sentimentos prprios e alheios. Isto acontece porque as emoes e os gestos tm

uma estreita relao de reciprocidade (SGARIBOLDI et al, 2010).

2.7 MEDIDAS MINIMIZADORAS DA ANSIEDADE ENTRE OS ESTUDANTES DE

ENFERMAGEM

Controlar, minimizar, tratar a ansiedade ter qualidade de vida. A expresso qualidade

de vida foi empregada pela primeira vez pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Lyndon

Johnson, em 1964. Na ocasio ele afirmou que o desenvolvimento da nao no poderia ser

mensurado por meio do balano bancrio, mas sim pela qualidade de vida proporcionada s

pessoas. Atualmente, h um crescente interesse no construto que passou a ser empregado em

vrias vertentes. Compreende desde conceitos populares amplamente utilizados relacionados

ao bem-estar, prazer, sentimentos e emoes, relaes pessoais, eventos profissionais, dentre

outros, at a perspectiva cientfica, com vrios significados apresentados na literatura

(BAMPI et al, 2013). Os tpicos seguintes delimitaro algumas medidas que podem ser

adotadas pelos estudantes de enfermagem contra a ansiedade, conforme os pressupostos

cientficos.

2.7.1 Gerenciamento do tempo adequado

Para Kaya et al (2012), o sucesso dos estudantes universitrios depende da sua

capacidade de utilizar o tempo de forma adequada e mais eficiente. As habilidades de

gerenciamento de tempo dos alunos diminuem medida que o nvel de ansiedade aumenta.

Portanto esta uma habilidade extremamente importante que os estudantes de enfermagem

devem adquirir durante a sua vida acadmica para que possam aumentar a sua competncia e

qualidade do servio. Gerir o tempo de forma eficiente significa que o indivduo pode

controlar sua vida.

26

2.7.2 Tcnicas de relaxamento

O exerccio de relaxamento para aliviar a ansiedade tem dado um feedback muito

positivo. As pessoas que utilizam essas tcnicas tem relatado uma sensao de maior bem-

estar e tambm tem percebido melhoras significativas em sua sade fsica. Existe uma srie de

exerccios e tcnicas de relaxamento, todas muito boas e recomendadas. O mais importante

que o estudante utilize aquela que lhe possibilite atingir paz fsica e mental (SILVA, 2011, p.

18).

2.7.3 Exerccios fsicos

O exerccio fsico uma ferramenta muito importante para a reduo da ansiedade. A

descarga de tenso fsica e emocional, que acompanha uma vigorosa sesso de exerccios

fsicos, reduz direta e imediatamente a ansiedade e o estresse. Alm disso, os benefcios

fisiolgicos, a longo prazo, da prtica de exerccios fsicos reforam a sua resistncia ao

estresse e promovem mudanas psicolgicas benficas.

Alm de melhorar o funcionamento cardiovascular, o exerccio regular tambm reduz

a ansiedade pelo aperfeioamento do funcionamento cerebral. O exerccio desobstrui e dilata

os vasos sanguneos do corpo e do crebro, favorecendo a oxigenao e a circulao. Assim,

mais nutrientes podem fluir para a execuo das funes cerebrais e mais produtos txicos

podem ser removidos do crebro (SILVA, 2011, p. 18).

O exerccio regular no s induz avanos funcionais no crebro, assim como altera de

forma surpreendente a prpria qumica cerebral de um modo muito positivo, atravs das

endorfinas beta. Essas substncias, possuem efeito sedativo para a dor, alm disso apresentam

um efeito espetacular sobre a disposio e o nimo. Reduzem tambm a ansiedade e a tenso

muscular.

Portanto, podemos dizer que a participao em atividades fsicas pode influenciar na

melhora do bem-estar mental em estudantes de enfermagem. A promoo da atividade fsica

em estudantes tem o potencial de aumentar a autoestima e satisfao com a vida e diminuir o

risco de ansiedade e depresso.

27

2.7.4 Terapias complementares

As prticas complementares tm se mostrado eficazes no controle e tratamento de

muitas enfermidades, alm de proporcionar melhoria na qualidade de vida. So consideradas

como tipos de terapias complementares que esto voltadas para o bem-estar do indivduo

como um todo (corpo, mente e alma), proporcionando conforto, autoconhecimento e,

consequentemente, autocontrole.

Algumas tcnicas teraputicas disponveis e aprovadas pela Organizao Mundial de

Sade (OMS) so: ioga, meditao, acupuntura e shiatsu. (SILVA, 2011, p. 18).

2.7.4.1 Acupuntura auricular

A auriculoterapia, ou acupuntura auricular, faz parte de um conjunto de tcnicas

teraputicas baseadas nos preceitos da Medicina Tradicional Chinesa (MTC). Acredita-se que

tenha sido desenvolvida juntamente com a acupuntura sistmica que, atualmente, uma das

prticas orientais mais populares em diversos pases e tem sido amplamente utilizada na

assistncia sade, nos aspectos preventivos e curativos (PRADO et al, 2012).

No estudo realizado por Prado, et al (2012), evidenciou que os pontos de

auriculoterapia Shenmen e Tronco Cerebral apresentaram-se eficazes na reduo da

ansiedade. O ponto Shenmen, localizado na fossa triangular do pavilho auricular,

comumente utilizado como ponto analgsico, sedante e anti-inflamatrio e o ponto Tronco

Cerebral, localizado na borda superior da fossa intertrago, caracterizado pela funo de

sedao, por ser estimulante para a mente e calmante para o esprito.

Quanto ao potencial da auriculoterapia para o controle da ansiedade, outros estudos

podem ser citados. Por exemplo, foi realizada uma pesquisa na ustria, para tratamento de

ansiedade em pacientes com problemas gastrintestinais, que necessitavam de ambulncia para

chegarem ao hospital. Os autores constataram que a acupuntura auricular um tratamento

efetivo para a diminuio do estresse e da ansiedade apresentadas por pacientes durante o

transporte ao hospital (PRADO et al, 2012).

Na prtica clnica diria o tratamento consiste em adequar os pontos a cada mudana

obtida, isto , o seguimento do tratamento depende dos sinais e sintomas apresentados.

28

2.8 DICAS PRECIOSAS PARA OS ESTUDANTES DE ENFERMAGEM SUPERAREM A

ANSIEDADE

O primeiro e decisivo passo para superar a ansiedade e o medo excessivo reconhecer

e aceitar os prprios medos. Se estiver trazendo prejuzos significativos em diversos

setores da vida, o segundo passo procurar ajuda especializada. De fato pode estar

sofrendo de um transtorno de ansiedade e necessitar de diagnstico e tratamento

adequados (SILVA, 2011, p. 18).

Caso o diagnstico seja dado, deve-se levar problema e os tratamentos a srio. Os

transtornos de ansiedade devem ser encarados como qualquer outra doena. No se

envergonhar nem esconda o problema, pois isso s faz aumentar a ansiedade (SILVA,

2011, p. 18).

Reforar os laos afetivos com as pessoas queridas, procurar ser generosos e no se

descuidar da espiritualidade, seja qual for a sua f! (SILVA, 2011, p. 18).

No foque no medo de falhar. Foque nos objetivos e deve-se trabalhar arduamente

para alcan-los. Tirar o foco da ansiedade e visar em desenvolver as qualidades

pessoais. Lembrar que no est sozinho na jornada para tornar-se um enfermeiro. Tm

os amigos, famlia, professores e colaboradores que esto mais que disponveis para

ajudar a ser bem sucedido. Acreditar neles e lembrar que passou em um vestibular de

uma instituio super concorrida e isso j demonstra que o quanto capaz de alcanar

o objetivo de se tornar um enfermeiro registrado (MCWATTERS, 2009).

29

3. METODOLOGIA

O estudo proposto trata-se de uma reviso integrativa da literatura cientfica nacional e

internacional. A reviso integrativa foi eleita como mtodo de pesquisa porque permite a

busca, a avaliao crtica e a sntese das evidncias disponveis acerca da temtica

abordada, sendo o seu produto final o estado atual do conhecimento do tema investigado, a

implementao de intervenes efetivas na assistncia sade e a reduo de custos, bem

como a identificao de lacunas que direcionam para o desenvolvimento de futuras pesquisas

(MENDES et al, 2008). Alm disso, a reviso integrativa, quando elaborada de forma crtica,

mantm os mesmos padres de rigor, clareza e replicabilidade das pesquisas primrias que ela

rene e sistematiza (GANONG, 1987), possibilitando, por sua vez, a construo de uma

anlise criteriosa da produo cientfica, contribuindo para ampliar discusses sobre mtodos

e resultados, assim como prover reflexes e apontamentos valiosos para a realizao de outras

(SANTOS et al, 2013).

As etapas percorridas para a operacionalizao desta reviso foram: identificao do

problema e formulao da questo de pesquisa para a elaborao da reviso integrativa,

estabelecimento de critrios para incluso e excluso de estudos e busca na literatura,

definio das informaes a serem extradas dos estudos selecionados e categorizao dos

estudos, avaliao dos estudos includos na reviso integrativa, interpretao dos resultados e

apresentao da reviso.

A pesquisa foi realizada no perodo de setembro de 2013 a janeiro de 2014 a partir das

bases de dados eletrnicas Literatura Latino-Americana e do Caribe em Cincias da Sade

(LILACS); Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Medline e ndice Bibliogrfico

Espanhol de Cincias da Sade (IBECS) contidas na Biblioteca Virtual da Sade (BVS) a fim

de responder aos seguintes questionamentos: Quais so os principais fatores que

desencadeiam ansiedade nos estudantes de enfermagem? Quais so os problemas no

desempenho acadmico decorrentes da ansiedade e como combat-los?

30

Com a realizao do estudo, obtiveram-se os seguintes resultados:

Reviso integrativa

Biblioteca Virtual em Sade (BVS): Setembro/2013 a Janeiro/2014

Descritores: ansiedade and estudantes de enfermagem = 375 artigos

Base de dado Quantidade de artigos Artigos inclusos na

pesquisa

LILACS 20 1

SCIELO 15 4

MEDLINE 280 11

BDENF 27 -

IBESC 9 2

CENTRAL R.E.C.C 19 -

INDEX PSI 4 -

BBO ODONTOLOGIA 1 -

Total 375 18

Tabela 1 Resultados da pesquisa / Fonte: Bruna Rodrigues (prpria autora), 2014

Para realizar a busca dos artigos cientficos, foram utilizados os seguintes Descritores

Cincia e Sade (DeCS): ansiedade e estudantes de enfermagem. A partir dos descritores

que foram usados ao mesmo tempo com o uso do booleano and, foram encontrados 375

artigos, dos quais somente 18 foram selecionados para a construo deste trabalho de

concluso de curso e a porcentagem de artigos por ano foram:

Grfico 1 Porcentagem de artigos por ano / Fonte: Bruna Rodrigues (prpria autora), 2014

Foi determinado como critrio de incluso: artigos publicados no perodo de 2009 a

2014 nos idiomas portugus, espanhol e ingls, que estivessem disponveis na ntegra na base

de dados e que abordassem sobre a ansiedade entre os estudantes de enfermagem. E como

17%

17%

22% 22%

22% 0%

Artigos por ano

2009 2010 2011 2012 2013 2014

31

critrio de excluso: artigos repetidos e que no responderam a as questes norteadoras deste

estudo. Foram selecionados exclusivamente artigos cientficos publicados em peridicos

indexados nas bases de dados eletrnicas selecionadas.

Aps a seleo dos artigos, foi realizada uma leitura analtica de cada estudo, com

preenchimento de uma tabela de coleta de dados, que contm: Ano/ Base de Dados/Autor/

Ttulo/Nome da Revista, Tipo de Publicao e Abordagem Metodolgica, Essncia do

Contedo/Produo do Conhecimento e Concluso. Seguindo Minayo (2007) estas

recomendaes foram discutidas nos resultados de pesquisa e para a anlise de toda a

produo analisada foi utilizada uma categorizao temtica de contedo.

Em seguida foi realizada a avaliao dos estudos includos na reviso integrativa. Esta

etapa equivalente anlise de dados em uma pesquisa convencional, na qual h o emprego

de ferramentas apropriadas. A anlise deve ser realizada de forma crtica, procurando

explicaes para os resultados diferentes ou conflitantes nos diferentes estudos (MENDES et

al, 2008) .

Depois da avaliao dos estudos includos na reviso integrativa foi realizada a

interpretao dos resultados, que corresponde discusso dos principais resultados na

pesquisa convencional. A partir do resultado da avaliao crtica dos estudos includos foi

realizada a comparao com o conhecimento terico, a identificao de concluses e

implicaes resultantes da reviso integrativa. Alm de identificar possveis lacunas do

conhecimento, foi possvel delimitar prioridades para estudos futuros.

3.1 ASPECTOS TICOS

Por se tratar de uma pesquisa de reviso integrativa e no envolver seres humanos

diretamente, no foi necessrio submeter a proposta do trabalho apreciao do comit de

tica da instituio.

32

4. ANLISE E DISCUSSO

4.1 ANLISE DO ESTUDO

Para uma melhor anlise dos dados, foi elaborado um quadro de categorizao dos

artigos utilizando as recomendaes dos autores Mendes et al (2009). Para garantir a validade

da reviso, os estudos selecionados foram analisados detalhadamente. A anlise foi realizada

de forma crtica, procurando explicaes para os resultados diferentes ou conflitantes nos

diferentes estudos pesquisados.

O conceito de ansiedade no envolve um construto unitrio, principalmente no

contexto psicopatolgico. A ansiedade pode ser generalizada ou focada em situaes

especficas, como nos transtornos fbicos. A ansiedade no-situacional pode ser pervasiva,

podendo ser um estado de incio recente ou uma caracterstica persistente da personalidade do

indivduo (ANDRADE e GORENSTEIN, 1998).

Segundo as pesquisas dos autores, os principais problemas que a ansiedade pode

acarretar no desempenho acadmico dos estudantes de enfermagem so: sobrecarga e estresse,

falta de concentrao e memria, dficit de habilidades de estudo, baixa produtividade, menor

rendimento acadmico, incapacidade de lidar com os problemas, desempenho sem xito,

diminuio da autoconfiana e da capacidade de aproveitar a vida diria, humor deprimido,

perda de sono e riscos de distrbios de abuso e dependncia para certas substncias.

As pesquisas revelam que os principais fatores que desencadeiam ansiedade nos

estudantes de enfermagem esto ligados a situaes que os mesmos esto sendo avaliados,

tais como: prova terica ou prtica, apresentao de trabalho, e principalmente, a experincia

clnica. Outros fatores acadmicos que podemos citar so: preocupao em no ter

experincia suficiente com os pacientes, no conseguir se comunicar efetivamente,

administrar uma medicao errada. E os fatores no menos importantes so de cunho pessoal,

como: menos tempo gasto em lazer, preocupao econmica, mais de dez horas de estudo

pessoal, origem regional, percepo de baixo nvel socioeconmico, a m percepo do

suporte familiar pobre, menores notas, insatisfao com a carreira, trabalhar enquanto estuda e

33

todos os outros problemas que a ansiedade pode acarretar na vida dos estudantes de

enfermagem.

de suma importncia a relao do professor com o aluno. Os artigos nos revela que

se os docentes compreenderem melhor a ansiedade dos estudantes de enfermagem durante a

experincia clnica, seriam capazes de desenvolver aes educativas para minimizar a

ansiedade dos alunos; o professor pode ajudar no desempenho acadmico satisfatrio; o

professor pode ser um guia ou orientador de alunos com transtornos de ansiedade tendo assim

a viso a cerca dos estresses de seus alunos; o professor capaz de identificar os sentimentos

de seus alunos; o professor pode preparar os alunos com estratgias para aplicar em sua

prtica clnica e, posteriormente, no exerccio da sua profisso.

Os autores orientam como medida que podem ser adotadas pelos estudantes de

enfermagem contra a ansiedade as seguintes: a importncia das pequenas aulas, mtodo ativo

de aprendizagem, fornecimento de equipamentos para o trabalho prtico, melhorando a

acomodao; gerenciamento correto do tempo; utilizao da auriculoterapia, atividade fsica;

reflexo guiada de Aprendizagem Baseada em Simulao; Biofeedback Assistido de

Treinamento Relaxante.

34

4.1.1 Quadro de categorizao dos artigos (NO IMPRIMIR NESTE DOCUMENTO PROCURAR A PARTE AVULSA.

PAGINAO DIFERENTE)

O quadro a seguir ir descrever a categorizao dos artigos que foram selecionados para a elaborao deste trabalho de concluso de

curso.

Ano/ Base de Dados/Autor/

Ttulo/Nome da Revista

Tipo de Publicao e

Abordagem

Metodolgica

Essncia do Contedo /

Produo do Conhecimento

Concluso

2009. Scielo. Aline Raquel

Sgariboldi, Ana Cludia

Giesbrecth Puggina e Maria

Jlia Paes da Silva. Anlise da

percepo dos professores em

relao aos sentimentos dos

alunos em sala de aula.

RevEscEnferm USP.

Estudo de natureza

exploratria de fonte

primria, abordagem

quantitativa com 13

professores de

Enfermagem e

Medicina.

Um vdeo com a imagem dos

alunos foi apresentado aos

professores que responderam ao

questionrio de identificao de

sentimentos e, aps uma

apresentao explicativa sobre

comunicao no verbal e

sentimentos, assistiram ao

mesmo vdeo e responderam

novamente ao questionrio

Quanto identificao de sentimentos, a

alegria, a ansiedade e o interesse foram os mais

identificados. Encontraram valores

estatisticamente significantes em relao

mdia da pontuao total antes e depois da

apresentao explicativa.

O professor capaz de identificar os

sentimentos, porm, aps a apresentao

explicativa, sua percepo melhorou e ele

conseguiu identifc-los mais vezes.

2009. MEDLINE. Amanda

McWatters. Easing

apprehension: coping strategies

for student nurses anxiety.

NSNA Imprint.

Artigopara a revista

Nationalstudent nurses

Association

A ansiedade um sentimento de

medo ou desconforto

acompanhados de uma resposta

autonmica uma sensao

comum experimentada por

estudantes de enfermagem. Em

muitos casos, ansiedade pode vir

por medo do desconhecido e

pela faculdade de enfermagem

ser todo um mundo novo para o

estudante de enfermagem, isso

pode ser assustador.

A experincia clnica uma das maiores

produtoras de ansiedade do curso de

enfermagem. Existe uns cem nmeros de

ansiedades comuns vividas na rea clnica,

onde se incluem: preocupao em no ter

experincia suficiente com os pacientes, no

conseguir se comunicar efetivamente, e

administrar uma medicao errada.

35

2009. LILACS. Mariana

DeiennoLuis dos Santos e Luzia

Elaine Galdeano. Trao e estado

de ansiedade de estudantes de

enfermagem na realizao de

uma prova prtica. Revista

Mineira de Enfermagem.

Estudo prospectivo,

transversal, descritivo-

exploratrio, com

abordagem quantitativa

O ingresso faculdade constitui

uma fase marcante para os

jovens, uma vez que exige

ajustes e adaptaes para que

haja um bom desempenho

acadmico. As mudanas

exigidas nessa nova fase,

acrescidas do estresse e da

ansiedade vivenciada pelos

alunos, principalmente por causa

das provas, podem interferir no

sucesso escolar.

O estado de ansiedade refere-se

a estado momentneo,

transitrio, caracterizado por

tenso, apreenso e por elevao

das atividades do sistema

nervoso autnomo, dependendo

da percepo da situao, sendo

mais alto o nvel de estado de

ansiedade quando a situao

percebida como ameaadora. J

o trao de ansiedade est

relacionado personalidade da

pessoa e refere-se s diferenas

de reao diante das situaes

percebidas como ameaadoras

com aumento do estado de

ansiedade. Assim, pessoas que

possuem alto trao de ansiedade

tendem a perceber maior nmero

de situaes como perigosas ou

Participaram do estudo 45 alunos, sendo 40

(88,8%) do sexo feminino e 5 (11,2%) do sexo

masculino, com idade mdia de 23 anos.

Dentre as emoes citadas pelos alunos antes

da realizao de prova prtica, a ansiedade foi

o sentimento mais frequente, relatado por 23

(44,2%) alunos.

A ansiedade pode ser considerada positiva,

propulsora, estimulante e motivadora, no

entanto, a habilidade de controlar essa emoo

varia de indivduo para indivduo.

A preocupao do aluno com os prprios

objetivos, o domnio do contedo e a

autoconfiana so fatores que podem favorecer

a reduo da ansiedade, pois permitem que o

aluno reflita e desmistifique a avaliao.

importante que o professor oriente o aluno a

estudar de forma correta, esclarea o objetivo

das provas e evite manter presses sobre o

tempo. O professor e o uso adequado de

estratgias de aprendizagem podem motivar o

aluno no processo de aprendizagem e no

controle da ansiedade, favorecendo-lhe o

desempenho escolar.

Os alunos demonstraram preocupao e

ansiedade diante das tcnicas que poderiam ser

exigidas na prova prtica, porm foram capazes

de lidar com seus sentimentos e criar

mecanismos de enfrentamento apropriados de

forma a amenizar os efeitos negativos da

ansiedade e da tenso vivenciadas.

36

ameaadoras e,

consequentemente, a responder

com frequente aumento do

estado de ansiedade.

A realizao de provas ou

exames e a apresentao de

trabalhos constituem situaes

estressantes para os alunos,

sendo muitas vezes fatores de

risco para o desenvolvimento da

ansiedade.

2010. IBESC. Ana Isabel Cobo

Cuenca, Raquel Carbonell

Gmez de Zamora, Concepcin

Rodrguez Aguilera, Inmaculada

Vivo Ortega, Rosa M

Castellanos Rainero e Asuncin

Snchez Donaire. Estresores y

ansiedad de losestudiantes de

Enfermeraen sus

primerasprcticas clnicas.

NureInvestigacin.

Estudo observacional,

longitudinal e

prospectivo. Os sujeitos

do estudo so

estudantes de

enfermagem da

Universidade de

Castilha La Mancha

matriculados na

disciplina de

Enfermagem Prtica

Introdutria, que a

primeira prtica o

primeiro contato que o

aluno tem com a

realidade da assistncia

de enfermagem.

A mostra foi constituda por

todos os alunos que uma vez

informados desejaram participar

do estudo. As situaes mais

percebidas como estressantes

pelos estudantes que tem suas

primeiras prticas nos centros de

sade foram: a falta de

competncia, entrar em contato

com o sofrimento, relao com

os pares, impotncia e incerteza,

sem controle nos

relacionamentos com os

pacientes, o envolvimento

emocional, ferir a relao com o

paciente, doentes que procuram

uma relao estreita e situaes

de saturao.

Preparar os alunos com estratgias para aplicar

em sua prtica clnica e, posteriormente, no

exerccio da sua profisso. Estas estratgias

podem ir desde o desenvolvimento e

capacitao de habilidades sociais e de

comunicao para melhorar as relaes

interpessoais (com pacientes, familiares e

outros da equipe de sade) para as

competncias de autogesto tcnicas de

relaxamento emocional, inoculao de estresse

e tolerncia de frustrao. Em suma, procura-se

incentivar a aprendizagem e por sua vez

melhorar o currculo universitrio do aluno, o

que leva a um melhor trabalho futuro da sade

profissional e, portanto, melhor qualidade dos

cuidados de pessoas.

2010. MEDLINE. Katherine

Melo, Bev Williams e Carolyn Estudo comparativo e A prtica clnica uma

importante fonte de ansiedade

O grupo da aprendizagem baseada em

problemas e o grupo tradicional no diferiram

37

Ross. The impact of nursing

curricula on clinical practice

anxiety. Nurse EducationToday.

descritivo para

comparar os nveis de

ansiedade prtica

clnica em estudantes

do terceiro ano de

enfermagem em um

currculo de

aprendizagem baseada

em problemas (PBL)

com os de um currculo

tradicional (TNP),

baseado em palestras.

para os estudantes de

enfermagem. Altos nveis de

ansiedade pode afetar o modo de

pensar e agir dos alunos em

clnica prtica.

significativamente em ansiedade prtica

clnica. Implicaes para o ensino de

enfermagem: estratgias destinadas a reduzir a

ansiedade prtica clnica dos alunos de

enfermagem so exploradas.

2010. MEDLINE. Relation of

assertiveness and anxiety among

Iranian University students. T.

T. Larijani,M. Aghajani, A .

Baheiraei e N. S. Neiestanak.

Journal of Psychiatric and

Mental Health Nursing.

Estudo transversal.

Realizado com 173

estudantes de

enfermagem (68 do

sexo masculino e 105

do sexo feminino) e 77

alunos de obstetrcia

foram recrutados na

Universidade de Teer.

Os dados foram

coletados atravs de um

questionrio, incluindo

fatores psico-sociais, o

Inventrio do Trao de

ansiedade de

Spielberger e o

Inventrio do Trao de

Ansiedade e afirmao

de Gambrill e Richey.

Assertividade uma forma de

certificar e preservar o valor,

dignidade e respeito de si

mesmo e aos outros. Alm disso,

o nvel de positividade apresenta

o nvel de confiana pessoal. Por

outro lado, os transtornos de

ansiedade so os tipos mais

comuns de distrbios

psicolgicos, por exemplo, mais

de 23 milhes de pessoas nos

Estados Unidos so afetados por

eles a cada ano. Assertividade e

ansiedade tem correlaes

negativas em estudantes de

enfermagem e obstetrcia e

afetam a sade mental,

desempenho escolar e

profissional dos mesmos. Muitos

fatores, como anos de educao

Mais da metade dos estudantes de enfermagem

e obstetrcia (59,5% e 59,7%, respectivamente)

tiveram positividade moderada. Alm disso,

43,3% e 36,4% deles tinham nveis moderados

e elevados de ansiedade. O teste de correlao

de Pearson revelou que a assertividade e

ansiedade tiveram correlaes negativas em

relao aos estudantes de Enfermagem e

Obstetrcia. Algumas variveis demogrficas

tiveram correlaes significativas com

assertividade e ansiedade entre os estudantes.

Considerando a relao de acertividade e

ansiedade e seus efeitos sobre a sade mental e

desempenho escolar e profissional, os alunos

devem ser informados sobre as competncias

necessrias para a interao positiva com os

outros e para aumentar a acertividade e

diminuir a ansiedade.

38

e trabalhar enquanto estuda,

podem influenciar o nvel de

assertividade nos alunos. A

ansiedade nos estudantes

tiveram uma relao

significativa com o nvel de

educao dos pais, renda

familiar, etc.

2011. MEDLINE. Sharon M.

Melincavage. Student nurses'

experiences of anxiety in the

clinical setting. Nurse Education

Today.

Estudo fenomenolgico

qualitativo que analisou

a percepo da

ansiedade no ambiente

clnico dos estudantes

de enfermagem.

Discute sobre a teoria

da aprendizagem

cognio situada. O

principal mtodo de

coleta de dados no

estruturados

entrevistas face-a-face

com sete estudantes de

enfermagem. Os dados

foram analisados por

meio de uma anlise

temtica. Os temas so

relatados nas ricas

palavras descritivas dos

sujeitos. So discutidas

implicaes para a

prtica.

Alguns estudantes de

enfermagem que vivenciam a

ansiedade durante experincias

clnicas abandonam o curso. Se

os docentes compreenderem

melhor a ansiedade dos

estudantes de enfermagem

durante a experincia clnica,

seriam capazes de desenvolver

aes educativas para minimizar

a ansiedade dos alunos.

Diminuindo a ansiedade tem um

efeito duplo. Em primeiro lugar,

quando a ansiedade diminuda,

a aprendizagem pode ser

aumentada. Em segundo lugar,

diminuir a ansiedade pode ajudar

a aliviar a escassez de

profissionais de enfermagem,

porque mais alunos terminam o

curso. Alguns estudantes de

enfermagem experimentam

nveis mais altos de estresse

Um objetivo principal de diminuir a ansiedade

em estudantes de enfermagem na prtica clnica

o de aumentar a sua aprendizagem e

promover a sua continuidade no ensino de

enfermagem.

39

durante experincias de

aprendizagem clnicas, em

comparao com o aprendizado

em sala de aula ou laboratrio

durante as experincias. A

ansiedade um dos principais

obstculos para a aprendizagem

no ambiente clnico que pode

resultar em alunos incapazes de

realizar e prejudicar a cognio

ao tentar executar no ambiente

clnico.

2011. Scielo. Luz Mara Herrera

L. e Mara Soledad Rivera M.

Prevalencia de malestar

psicolgico en Estudiantes de

enfermera relacionada

confactores

sociodemogrficos, acadmicos

y familiares. Ciencia y

Enfermeria XVII.

Estudo descritivo

correlacional teve como

objetivo medir a

prevalncia e nvel de

sintomas de sofrimento

psquico e sua relao

com variveis

sociodemogrficas da

famlia, e acadmica, na

graduao de

enfermagem.

Questionrio de Sade

Geral de Goldberg 12

itens foram aplicado a

228 alunos.

Exposio sustentada ao estresse

em estudantes podem causar

falta de concentrao,

dificuldade de memorizao,

dficits de habilidades de estudo,

baixa produtividade, menor

rendimento acadmico e uma

menor resoluo de problemas.

Por outro lado, vrios estudos

epidemiolgicos e sociais tm

mostrado consistentemente que

o estresse psicossocial associado

a condies de vida adversas

est associado com um aumento

de transtornos mentais,

especialmente ansiedade e

depresso, e constitui fator de

risco para distrbios de abuso e

dependncia para certas

substncias.

Entre os resultados, a prevalncia de 36% de

sofrimento psquico foi obtida; os sintomas

mais comuns foram sobrecarga e estresse, falta

de concentrao, diminuio da capacidade de

aproveitar a vida diria, humor deprimido,

perda de sono e incapacidade de lidar com os

problemas. Aflio psicolgica foi

significativamente associada com menos tempo

gasto em lazer, preocupao econmica, mais

de dez horas de estudo pessoal, origem

provincial, percepo de baixo nvel

socioeconmico, a percepo do suporte

familiar pobre, menores notas mdias,

satisfao com a carreira. Conclui-se que h

uma alta prevalncia de sofrimento psquico

entre estudantes de enfermagem relacionadas

s caractersticas dos alunos de ordem

acadmica e pessoal da famlia.

40

2011. MEDLINE. Using Guided

Reflection to Reduce Test

Anxiety in Nursing Students.

Caitlin Beggs, Deborah Shields

e Heather JaniszewskiGoodin.

Journal of Holistic Nursing.

Uso de reflexo guiada

para ajudar o aluno a

expressar os seus

sentimentos acerca da

ansiedade teste, usando

o Modelo de Johnss

(2009) para reflexo

estruturada. Usando

pistas do modelo e

estrutura fornecida por

um guia, o aluno ir

participar de uma

jornada para ganhar a

introspeco acerca de

si mesmo, e descobrir

maneiras de diminuir a

ansiedade.

Os transtornos de ansiedades so

um fenmeno que pode afetar

at 40% dos estudantes. Muitos

estudantes de enfermagem esto

sob grande estresse de longas

horas de estudo, um currculo

rigoroso e ainda tem que

equilibrar o trabalho e a vida

familiar. Esses fatores de

estresse podem levar ansiedade

em muitas reas da vida do

aluno, principalmente em

situaes onde se est sendo

avaliado. O desempenho

acadmico pode ser afetado

porque alunos com alto nveis de

estresse e ansiedade tem

prejudicado a concentrao,

memria e capacidade de

resoluo de problemas.

O teste do processo dos alunos com sintomas

de ansiedade poderem formalmente entrar em

um relacionamento com um membro do corpo

docente que atuar como um guia e ajudar os

alunos a obter reaes de viso acerca do

estresse que est sendo avaliado. Os guias

podem usar o modelo de Johnss (2009) MSR,

durante as sesses de reflexo para ajudar a

promover o dilogo entre o aluno e o guia. A

reflexo guiada tambm pode ajudar o aluno a

aprender maneiras holsticas para diminuir esse

estressor, tais como respirao profunda,

meditao, que podem ser incorporados no

plano de auto-cuidado holstico do aluno.

Estudos futuros devem se concentrar sobre a

implementao do conceito de reflexo guiada

dentro do ambiente educacional.

2011. MEDLINE. Stress among

Mansoura (Egypt) baccalaureate

nursing students.AmrMostafa,

LameaSalamaet al. Pan AfrMed

J.

Estudo descritivo

transversal. Foi

realizado para examinar

os estresses dos

alunos. As perguntas da

pesquisa foram as

seguintes: 1) Qual o

nvel de estresse

percebido pelos

O estudo incluiu 273 estudantes

de Enfermagem. A idade variou

17-22 anos, com mdia de 18,8

1,2, 68% da amostra foi de

reas rurais. A renda familiar foi

relatada para ser satisfatria.

78,2% dos alunos pertencem a

Os estudantes de enfermagem egpcios

pesquisados, foram expostos a uma variedade

de estressores acadmicas, pessoais e

ambientais. Presses acadmicas e os efeitos

sobre a vida social e os meios de sustento so

as principais reas de interveno. A

importncia das pequenas aulas, mtodo ativo

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Salama%20L%5Bauth%5D

41

estudantes de

enfermagem? 2) Que

tipo de estresse so

comumente

experimentado pelos

alunos? 3) Qual o

nvel de ansiedade e

depresso percebida

pelos estudantes?

4) Quais os fatores que

esto associados com a

freqncia de estresse

experimentado pelos

alunos?

famlias com mais de cinco

pessoas. 55,7% dos estudantes

apresentaram 77,5% dos pais e

75,9% das mes com

escolaridade acima do

nvel. Mais de dois teros dos

pais estavam trabalhando como

profissionais (63,8%) e 59,2%

das mes eram donas de

casa. Leve a moderado de

estresse (baixa tenso) e estresse

severo (alta tenso) foram

encontradas em 59,8 e 40,2%

dos estudantes,

respectivamente. Ansiedade

clnica foi notificada em quase

metade da amostra (46,6%) e

depresso em 104 estudantes

(27,9%).

de aprendizagem fornecimento de

equipamentos para o trabalho prtico,

melhorando a acomodao deve ser

enfatizado. Devido aos efeitos nocivos do

estresse sobre a sade e o desempenho

acadmico, os administradores universitrios

devem considerar a incorporao de formao

em gesto de estresse em atividades de

orientao para estudantes de

enfermagem. Outras abordagens podem ser o

uso de gesto do estresse, competncias de

acertividade, gesto de tempo e sesses de

aconselhamento, pode ser eficaz na reduo do

estresse experimentado pelos estudantes de

enfermagem. Mais estudos precisam ser

considerados em um nvel multi-center com

variveis sociodemogrficas, psicossociais e

institucionais mais informativas, a fim de

confirmar os resultados atuais e iluminar as

intervenes corretivas.

42

2012. SCIELO. Eficcia da

auriculoterapia na reduo de

ansiedade em estudantes de

enfermagem. Juliana Miyuki do

Prado, LeoniceFumiko Sato

Kurebayashi e Maria Jlia Paes

da Silva. RevEscEnferm USP

Ensaio Clnico

Randomizado simples-

-cego verificou nveis

de ansiedade dos

estudantes de

Enfermagem de nvel

mdio da Escola de

Enfermagem So

Joaquim, do Hospital

Beneficncia

Portuguesa, e a eficcia

da auriculoterapia na

reduo desses nveis.

Foi aplicado o

Inventrio de

Ansiedade Trao--

Estado no incio, aps 8

e 12 sesses e no

follow-up (quinze dias).

A amostra foi composta

por 71 indivduos

divididos em trs

grupos: Controle sem

interveno (25),

Auriculoterapia (24), e

Placebo (22).

Foi proposto no presente estudo

a utilizao da

auriculoterapia como um

tratamento seguro, rpido, de

baixo custo e facilmente

adaptvel

s condies ambientais e locais

para a sua realizao, na

expectativa de proporcionar

melhoria na qualidade de vida e

na perfomance acadmica e pr-

profissional dos estudantes.

A auriculoterapia com os pontos Shenmen e

Tronco Cerebral foi mais eficaz para a

diminuio dos nveis de ansiedade em

estudantes de Enfermagem (20,97%), em

comparao com os pontos Sham (13,74%),

porm, estudos com amostragem mais

representativa se fazem necessrios.

43

2012. MEDLINE.

[Psychological wellbeing and

risk of anxiety/depression in

nursing students measured with

the General Health

Questionnaire-12].Claudia Uras,

Alessandro DellePoggi,

Gennaro Rocco e Stefano

Tabolli. AssistInfermRic.

Estudo observacional

foi realizado

administrando os 12

itens do Questionrio

Geral de Sade (GHQ-

12) para 601 alunos no

incio do curso

anual. Os alunos foram

rotulados em risco de

ansiedade e depresso

com GHQ-12

pontuao> 5. Um

modelo de regresso

logstica foi utilizada

para identificar os

fatores associados

ansiedade e depresso.

Bem-estar psicolgico facilita o

desempenho da aprendizagem

enquanto os problemas

emocionais, como ansiedade /

depresso limit-lo e pode ter

impacto sobre a futura prtica

profissional.

Trinta e quatro por cento dos alunos (39%

mulheres) estavam em risco de ansiedade /

depresso. O risco foi maior para os estudantes

do sexo feminino (OR = 2,9; IC95% 1,6-5,2; p

44

amostragem. O

Formulrio de

Informaes dos

Estudantes, Inventrio

Gesto do Tempo e

Inventrio de Estado-

Trao de Ansiedade

foram usados para

coletar dados.

2012. MEDLINE. Physical

activity and mental well-being

in student nurses. Hawker CL.

Nurse EducToday.

Estudo transversal

realizado para examinar

a relao entre

atividade fsica e bem-

estar mental do

estudante de graduao

em enfermagem (n =

215). A atividade fsica

foi medida usando o

International Physical

Activity

Questionnaire. Outros

resultados incluram a

auto-estima, ansiedade,

depresso, satisfao

com a vida, as

expectativas de

resultado e auto-

eficcia.

A auto-estima foi

significativamente

correlacionada

H fortes evidncias que sugere

que a atividade fsica pode

melhorar o bem-estar mental. No

entanto, esta relao no tem

sido amplamente investigada em

estudantes de enfermagem.

Participao em atividade fsica pode

influenciar positivamente no bem-estar mental

em estudantes de enfermagem. Promoo da

atividade fsica em estudantes de enfermagem

tem o potencial de aumentar a auto-estima e

satisfao com a vida e diminuir o risco de

ansiedade e depresso. Mais pesquisas so

necessrias para determinar se essa relao

causal e existe em outras populaes estudante

de enfermagem.

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21871696

45

positivamente com a

atividade fsica total e

atividade de intensidade

moderada. No foram

encontradas outras

relaes significativas

entre ansiedade,

depresso e satisfao

com a vida e atividade

fsica. Expectativas de

resultado para o

exerccio e auto-

eficcia foram

significativamente

correlacionados

positivamente com

moderada, atividade de

intensidade e atividade

fsica total.

2013. SCIELO. Percepo sobre

qualidade de vida de estudantes

de graduao em enfermagem.

Luciana Neves da Silva Bampi,

Solange Baraldi, Dirce Guilhem,

RafaellaBizzo Pompeu e Ana

Carolina de Oliveira Campos.

Revista Gacha de

Enfermagem.

Estudo transversal

realizado entre agosto

de 2010 a agosto de

2011, com 56

acadmicos de

enfermagem da

Faculdade de

Cincias da Sade da

Universidade de

Braslia, Brasil. Foi

utilizado questionrio

especfico (perfil

sociodemogrfico,

A expresso qualidade de vida

foi empregada pela primeira vez

pelo ex-presidente dos Estados

Unidos, Lyndon Johnson, em

1964. Na ocasio ele

afirmou que o desenvolvimento

da nao no poderia ser

mensurado por meio do balano

bancrio, mas sim pela

qualidade de vida proporcionada

s pessoas. Atualmente, h um

crescente interesse no construto

que passou a ser empregado em

Os domnios psicolgico e meio ambiente

foram avaliados como o melhor e pior,

respectivamente. As facetas denominadas

capacidade de concentrao, sono, grau de

energia dirio, capacidade para realizar

atividades do dia a dia e para o trabalho,

oportunidades de lazer, recursos financeiros e

sentimentos negativos demonstraram-se

comprometidas. Essas facetas influenciaram

negativamente a qualidade de vida dos

estudantes, podendo desencadear sentimentos

negativos, como mau humor, desespero,

ansiedade e depresso.

46

acadmico e de sade) e

o WHOQOL-bref. As

anlises estatsticas

incluram descrio de

frequncia, tendncia

central e disperso e

comparao entre os

domnios.

vrias vertentes. Compreende

desde conceitos populares

amplamente utilizados

relacionados ao bem-estar,

prazer, sentimentos e emoes,

relaes pessoais, eventos

profissionais, dentre outros, at a

perspectiva cientfica, com

vrios significados apresentados

na literatura.

2013. MEDLINE. Dearmon V,

Graves RJ, Hayden S, Mulekar

MS, Lawrence SM, Jones L,

Smith KK e Farmer JE.

Effectiveness of simulation-

based orientation of

baccalaureate nursing students

preparing for their first clinical

experience.J Nurs Educ.

Estudo avaliou a

eficcia da orientao

baseada em simulao

para estudantes de

bacharelado em

enfermagem. Prepara o

mesmo para iniciar sua

primeira experincia

clnica. Os estudantes

foram recrutados para

participar do estudo a

partir de um curso

preparatrio clnico.

Atores (pacientes

padronizados), desde

estudantes a

oportunidade de se

envolver com pacientes

reais simulados em

situaes clnicas reais

antes de entrar na

clnica.

A experincia clnica uma

parte significativa da formao

de enfermeiros e preparao dos

alunos para a prtica. No

entanto, estudantes de

enfermagem relatam falta de

autoconfiana e uma maior

apreenso sobre o encontro de

expectativas de desempenho

como fontes de estresse. Altos

nveis de ansiedade podem afetar

negativamente o desempenho

dos alunos na prtica de

enfermagem. Desempenho sem

xito, junto com as emoes

negativas, como ansiedade e

diminuio da autoconfiana,

pode criar um mecanismo de

feedback que continua a reforar

a ansiedade e diminuir ainda

mais a auto-confiana, causando

incapacidade de realizar.

importante que os docentes usem estratgias

de ensino que promovam a aprendizagem,

diminuam a ansiedade e o estresse, e aumentam

a autoconfiana. Aprendizagem baseada em

simulao tem sido usada com sucesso para

preparar os alunos novatos pa