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Bruno Eduardo Morgado Kepler, Cassini e a trajetória dos astros Rio de Janeiro - RJ Dezembro / 2012 | 1. F. U. F. R. J. l r. « r> -• r O T F C A l p l D L l vJ i t w rv DATA

Bruno Eduardo Morgado - Federal University of Rio de Janeiro · 2019-10-03 · Bruno Eduardo Morgado Kepler, Cassini e a trajetória dos astros Orientador: Prof. Vitorvani Soares

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Bruno Eduardo Morgado

Kepler, Cassini e a trajetória dos astros

Rio de Janeiro - RJ

Dezembro / 2012 | 1. F. U. F. R. J.

l r. « r> -• r O T F C Al p l D L l vJ i t w rvDATA

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Bruno Eduardo Morgado

Kepler, Cassini e a trajetória dos astros

Orientador:Prof. Vitorvani Soares

INSTITUTO DE FÍSICAUNIVERSIDADE FEDERAL DO Rio DE JANEIRO

Rio de Janeiro - RJ

Dezembro / 2012

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M271k Morgado, Bruno Eduardo

Kepler, Cassini e a trajetória dos astros / Bruno

Eduardo Morgado — Rio de Janeiro: UFRJ/IF, 2012.

vii. 43 f.; il.; 30 cm.

Orientador: Vitorvani Soares.

Monografia de final de curso. Universidade Federal

Rio de Janeiro / Instituto de Física / 2012.

Referências bibliográficas: f. 42-43.

1. Ensino de Física. 2. Cinemática. 3. Kepler.

4. Cassini. 5. Oval.

I. Soares, Vitorvani. II. Universidade Federal do Rio de

Janeiro / Instituto de Física. III. Gravitação.

IV. Ensino de Física.

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Dedico esse trabalho a todos que, assim como eu, se apaixo-naram pela Física.

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Gostaria de agradecer à minha família, por seu constanteauxílio no desenvolvimento deste e de todos os trabalhosque realizei. A todos os meus amigos, que me ajudaram emmomentos de trabalho e também em momentos de lazer,permitindo assim o melhor rendimento possível na superaçãodessa etapa de vida. A todos os professores com os quaistive a honra de partilhar das suas classes e, em especial,ao meu orientador de monografia. Prof. Vitorvani Soares,cuja paciência e dedicação foram incontestáveis durantetodo o processo de criação e desenvolvimento deste projeto.Agradeço também à banca de professores que fizeram parteda banca de avaliação deste trabalho e que seus conselhos ecríticas possam ampliar meus horizontes para a Física.

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Si TE hujus laboriofx ME THODI pcrcreíiim fuerit, jure tnei te mí-ícreat,qui eam adminimum feptuagicsivi cum plurima cemporisjadhi-rã > & mirari defines hunc quintum jam annum a^ire, ex quo MarremagereíTus fum, quamvisannusMDCiiipenc totusOpticisinqiiificíoni-bus fiiit traduótus.

Se você achou estes cálculos tediosos ('pertaesum'), então te-nha piedade de mim: Eu os fiz ao menos 70 vezes, com umagrande perda de tempo ('ad minimum septuagies ivi cum plu-rima temporis jactura').

— KEPLER, Astronomia Nova (1609), p. 95.

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Resumo

O ensino de Física para o Ensino Médio, ern geral, tem pouca ênfase na descrição domovimento planetário e o pouco que é abordado se limita às três leis de Kepler. Quandoum texto ou uma aula se alonga um pouco mais neste tema, ela nos ensina que é noinício do século XVII que Johannes Kepler se impõe como tarefa a determinação das tra-jetórias dos planetas vizinhos à Terra em seu movimento translacional em torno do Sol.Desta maneira, ele pode prever as futuras configurações planetárias e, ao mesmo tempo,verificar o modelo heliocêntrico de Copérnico. Para realizar esta tarefa, Kepler analisageonietricamente as posições em relação ao Sol dos diferentes planetas então conhecidos,determinadas por Tycho Brahe, e conclui que as trajetórias são elipses de muito baixaexcentricidade, quase indistinguíveis de circunferências. Entretanto, esta última observa-ção de Kepler tem sido muito pouco enfatizada na literatura contemporânea do ensino deFísica. Outro fato ainda menos conhecido é que, do ponto de vista geométrico, a elipsenão seria a única possibilidade para a descrição da trajetória planetária. O emprego dotelescópio como instrumento astronômico, à partir de 1610, seguido de seu desenvolvi-mento ao longo das décadas seguintes, aumentaram a precisão das medidas astronômicas.Em 1680, estas novas observações vão permitir que Giovanni Dornenico Cassini exploreexaustivamente a possibilidade das trajetórias planetárias serem descritas por uma oval,as chamadas ovais de Cassini. Nesta monografia, procuramos chamar a atenção dos pro-fessores para estes aspectos do movimento orbital dos planetas, através da descrição e dadiscussão das características geométricas destas diferentes formas para a definição da tra-jetória de um planeta ao redor do Sol, quando são conhecidas somente as suas posições emregulares intervalos de tempo ao longo desta órbita. Apresentamos ainda qual o critérioa ser empregado para orientar nossa escolha e as suas implicações.

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Sumário

1 Introdução p. 8

2 Um pouco de história p. 10

3 A trajetória de Marte p. 11

3.1 Os eixos de referência p. 14

3.2 A circunferência p. 20

3.3 A elipse de Kepler p. 25

3.4 A oval de Cassini p. 30

Considerações finais p. 35

Referências p. 42

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l Introdução

O estudo dos astros é um dos assuntos abordados pela Física que mais atrai a atenção

dos alunos e do público em geral, mas ao mesmo tempo é um dos temas mais negligenciados

no ensino da Física. Sua abordagem normalmente se restringe apenas às três leis de

Johannes Kepler e a gravitação dos astros estudada por Isaac Newton.

Mesmo sem o conhecimento profundo nessa área, as pessoas, em modo geral, possuem

um fascínio natural pelos astros ao ponto de procurarem explicações físicas e espirituais

para o movimento das estrelas e dos planetas. Entretanto, os astros mostram ainda uma

nova função: ser o ponto de referência necessário para a locomoção em meios onde não

há pontos fixos de referência, como por exemplo, em mar aberto. Essas navegações, que

visavam a expansão territorial e o comércio com áreas remotas do globo, em relação a

Europa, corno Ásia, África e América, precisavam ser rápidas e precisas, então se faz

necessário o conhecimento astronômico para se movimentar utilizando os astros como

referência.

Desde a Grécia antiga já se sabia que existem corpos celestes que realizam movimento

divergente em relação às órbitas circulares observadas para a maioria dos astros. Estes

corpos foram denominados planetas, que significa "astro errante" em grego.

Após Nicolau Copérnico e Galileu Galilei, o mundo se convence que as estrelas estão

em inércia em relação à Terra, que ela é redonda e possui dois movimentos característicos:

a rotação, o movimento em torno de seu próprio eixo e que é relacionada com os dias,

e a translação, movimento em torno do Sol para o caso dos planetas do sistema solar,

relacionado com os anos.

O movimento translacional dos planetas define uma trajetória em torno de um ponto

e Kepler. se impõe a missão de determinar a forma geométrica dessa curva e também

verificar o modelo heliocêntrico de Copérnico e assim entender melhor esse movimento. Em

1609, após anos de estudo e com dados obtidos por Tycho Brahe, Kepler observa que na

verdade essa curva é uma elipse de baixíssima excentricidade, fato esse que Canalle (2003)

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l Introdução 9

nos chama atenção nos mostrando que esse tema tem sido pouco enfatizado na literatura

contemporânea do ensino de Física. Essas elipses são uma alternativa à descrição feita

por Copérnico dos movimentos celestes como uma composição de diferentes movimentos

circulares uniformes.

Entretanto, Kepler não foi o único a estudar essa trajetória. Cohen (1962, 1983) e

Sivardiere (1994) rios lembram que o grande Astrônomo Real francês Giovanni Dornenico

Cassini, em 1680, dispõe de dados mais precisos que aqueles determinados por Brahe,

devido ao aperfeiçoamento da luneta, e explora exaustivamente a possibilidade dessa curva

ser na verdade uma curva oval, conhecida hoje como oval de Cassini, também chamada

de falsa elipse (COHEN, 1962, 1983; SIVARDIERE, 1994).

Nesse trabalho, no Capítulo 2, fazemos um resumo histórico do problema. No Ca-

pitulo 3, descrevemos geornetricamente como a elipse de Kepler e a oval de Cassini se

comportam utilizando dados das posições pontuais do planeta Marte (MORGADO; SOA-

RES, 2012, 2013). Concluímos esta monografia revelando que a hipótese de Cassini não é

muito discutida na atualidade e nem mesmo muito divulgada porque ela ocorre na mesma

época da consolidação da mecânica newtoniana. um fator determinante para aceitação do

modelo de Kepler e suas implicações na Física.

Utilizamos como referências para o presente trabalho a monografia de final do curso

de licenciatura em Física, UFRJ, de Lucas (2007) e também o livro Book of Curves, de

Lockwood (1961).

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2 Um pouco de história

E comum estudarmos em diversos livros de história — como, por exemplo, Cotrim

(2003) e Piletti e Jobson (2003) — que o Brasil foi descoberto em 1500, quando os portu-

gueses e espanhóis se lançaram ao mar em busca de novas rotas para comércio com a Ásia

oriental. Essa busca se fez necessária devido a tomada de Constantinopla pelos Turcos,

fechando, assim, o comércio pelo mar mediterrâneo que unia a Europa com a Ásia.

Devido a essa busca por novas rotas marítimas, novas terras também foram encon-

tradas e, como exemplo, podemos destacar o continente americano. A nobreza européia

percebeu uma nova oportunidade para o seu próprio lucro e colonizaram essas novas ter-

ras. Não apenas o Brasil, mas diversos países da América, da África e da Ásia se tornaram

colônias de reis europeus por séculos.

Nesse período, o comércio marítimo domina o mercado global, a troca de matéria

bruta exportada pelas colônias e as matérias manufaturadas pelos colonizadores precisam

de velocidade e confiabilidade nas rotas comerciais. Então, não é exagero imaginar que o

mundo se voltou para o mar aberto.

Esse período se alonga por séculos e esse é o cenário global na época. As grandes

navegações demandam um grande investimento de todos os grandes países na busca por

melhores meios de navegação. Junto com toda a gama de conhecimento que foi criada

nessa época também se incluía o estudo dos astros.

Já era conhecido desde a antigüidade que o céu é um ponto fixo importante para

aqueles que, em alto mar, não possuem nenhum outro referencial. Todo o peso comercial

que essas viagens possuem nos revela a importância em se conhecer com precisão os

movimentos celestes, desde suas medidas às previsões dos posicionamentos dos planetas.

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3 A trajetória de Marte

Devido à sua excentricidade elevada, o planeta escolhido para a estruturação desse

trabalho foi Marte. Nos sítios eletrônicos tais como o do Institut de Mécanique Celeste et

de Calcul dês Éphcméridcs (IMCCE, 2012), podemos encontrar as posições para o planeta

escolhido num momento específico, como observado na Fig. 1.

Observamos, então, doze posições do planeta situadas no intervalo de um ano marci-

ano, que possui 687 dias terrestres, aproximadamente dois anos terrestres, e essas posições

foram escolhidas de maneira a se ter o mesmo intervalo de tempo entre elas, rio caso 57

dias e 6 horas. Colocando as coordenadas obtidas no papel milirnetrado, ou em programa

de similar função como por exemplo o GeoGebra® (2012), temos a Fig. 2 como resposta.

Sabendo também que o sistema utilizado é o heliocêntrico, logo o Sol está na origem dos

eixos. Para o nosso propósito, também podemos utilizar uma elipse de excentricidade

1/11, igual à órbita de Marte, dividida em doze posições em intervalos regularcs. Es-

tas posições, com precisão de até três casas decimais, são similares às determinadas pelo

IMCCE.

Partindo do pressuposto de que não conhecemos a curva que representa o movimento

dos astros — e apenas conhecemos estas posições em intervalos regulares de tempo —,

nossa primeira tarefa é então determinar qual é curva mais adequada para descrever esse

conjunto de posições dentro da precisão exigida na época.

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Figura 1: Posição de Marte em um dado instante.

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Figura 2: Doze posições do planeta em intervalos regulares de tempo.

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3.1 Os eixos de referência 14

3.1 Os eixos de referência

Antes de definir a trajetória deste corpo celeste, é interessante estabelecer o eixo

de referência para traçarmos as curvas. Primeiramente é importante realçar que Kepler

conhecia as medidas das distâncias durante os solstícios de verão e de inverno. Como

ilustrado na Fig. 3, essas medidas nos remetem aos valores da menor distância entre o Sol

e o planeta (o periélio) e da maior distância (o afélio). Sabendo disso, precisamos apenas

somar esses dois segmentos de retas e assim construirmos um dos eixos, como indicado na

Fig. 4.

Uma vez estabelecido um dos eixos, devemos apenas determinar o seu centro e a

sua rnediatriz, o que pode ser feito com a ajuda de um compasso. Construindo uma

circunferência de raio igual ao eixo já determinado e com centro em uma das extremidades

e, após isso, uma segunda circunferência de mesmo raio, mas centro na outra extremidade,

Fig. 5. Os pontos onde esses arcos se interceptam pertence a uma reta, Fig. 6, esta reta

determina o segundo eixo e o seu centro O, Fig. 7.

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Figura 3: Afélio e periélio do planeta Marte.

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Figura 4: Construção do eixo maior da órbita do planeta.

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Figura 5: Circunferência para se determinar a mediatriz do eixo maior.

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Figura 6: Construção do eixo menor da órbita do planeta.

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Figura 7: Eixos de referência.

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3.2 A circunferência 20

3.2 A circunferência

Observando apenas a Fig. 2 e a Fig. 7, a escolha natural para a trajetória do planeta

é uma circunferência. Uma das maneiras mais elementares de se construir geometrica-

inente uma circunferência é escolhermos três pontos adjacentes Pí; P j e Pk quaisquer da

trajetória.

Construímos, em seguida, dois segmentos de reta PiPj e PjPk, como ilustrado na Fig. 8.

O próximo passo é a construção das mediatrizes — utilizando o mesmo processo que o

utilizado para se determinar os eixos de referência — desses segmentos e as prolongarmos

até que elas se interceptem no ponto O, como indicado ria Fig. 9. A Figura 10 mostra que

este ponto define o centro da circunferência que passa pelos pontos considerados.

Ao analisarmos a curva construída, percebemos três fatores importantes: (i) a curva

não se comporta da maneira esperada. Várias posições do planeta estão fora da circun-

ferência obtida; (ii) se escolhermos três diferentes pontos adjacentes para construirmos a

circunferência teremos diferentes circunferências. A Figura 11 ilustra esta observação; e

(iii) por fim, o Sol não se encontra em nenhuma posição de destaque.

Esse procedimento demonstra geometricamente que não pode ser uma circunferência

a curva que define a trajetória dos planetas em torno do Sol.

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3.2 A circunferência 21

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Figura 9: Retas mediatrizes dos segmentos de reta traçados entre duas posições adjacentes.

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Figura 10: A construção da circunferência de centro dado pela interseção das mediatrizes dos segmentos de reta traçados entre duasposições adjacentes.

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Figura 11: Construção da segunda circunferência auxiliar.

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3.3 A elipse de Kepler 25

3.3 A elipse de Kepler

Em 1609, Kepler promove a elipse para a curva que melhor representa o movimento

dos astros com a postulação de suas duas primeiras leis. Nesse período ele utilizou de

dados pontuais para a trajetória de Marte, obtidos por Tycho Brahe e explora geoirie-

tricarnente as diversas possibilidades, chegando a essa conclusão. Nessa segunda etapa

visamos conjecturar o caminho utilizado por Kepler para a formação de sua primeira lei.

A construção geométrica dessa elipse começa, como descrito em LOCKWOOD, com

a utilização do conjunto de eixos montado anteriormente e a construção de um arco de

circunferência qualquer utilizando três pontos da curva, assim como fizemos na construção

da circunferência. Esse arco é utilizado para determinar uma reta tangente a ele em um

dos pontos utilizados para sua construção, como ilustrado na Fig. 12.

Determinamos, então, os pontos onde essa reta tangente intercepta a circunferência

centrada na origem do eixo de referência e de raio igual à metade do eixo maior. Esse

eixo é composto pelos segmentos que definem o afélio e o periélio. Estes dois pontos onde

a reta corta a circunferência serão os pontos Q e Q'. A partir desses dois pontos traçamos

duas retas paralelas entre si e perpendiculares à reta tangente antes utilizada. Essas retas

cruzam o eixo maior em dois pontos distintos e eles definem os focos da elipse procurada,

como descrito na Fig. 13.

Nota-se, de imediato, que o Sol se localiza em um dos focos. Ao fazermos o processo

inverso, a partir dos focos até a circunferência de raio igual a metade do eixo maior, pode-

mos determinar diferentes pontos Q e Q' de maneira a termos diferentes retas tangentes às

diferentes posições do planeta, como indicado na Fig. 14. Essas retas tangentes envelopam

a curva elíptica desejada, como descrito na Fig. 15.

Essa curva, em contraste com a circunferência, consegue atingir todos os pontos da

trajetória dentro da precisão exigida e, um dos fatores mais importantes para a aceitação

dessa curva por Kepler, é esta elipse manter o Sol em uma posição privilegiada, um dos

focos da elipse.

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Figura 12: Arco de circunferência c sua reta tangente.

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Figura 13: Determinação dos focos da elipse.

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Figura 14: Rotação da reta tangente que envelopa a trajetória procurada.

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Figura 15: Construção da elipse de Kepler.

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3.4 A oval de Cassini 30

3.4 A oval de Cassini

Em aproximadamente 1680 Cassini se apodera de pontos diferentes para as posições

dos planetas do que os estudados por Kepler ao utilizar o telescópio. Com esses novos

dados ele propõe uma curva diferente para o movimento translaciorial dos astros. Essa

curva recebe o nome de oval de Cassini (LOCKWOOD, 1961).

De maneira similar ao que foi feito na seção anterior, a Figura 2 representa a posição do

planeta Marte ao longo da sua trajetória. Como podemos observar da figura, empregamos

o mesmo sistema de coordenadas e os mesmos pontos focais da elipse para a construção

geométrica da oval de Cassini.

A oval de Cassini possui quatro focos, diferente da elipse que possui apenas dois.

Primeiramente devemos definir os quatro focos e dois deles já foram obtidos através da

elipse, os outros dois podem ser encontrados ao construirmos uma circunferência cen-

trada no centro do eixo e com raio igual à distância entre esse centro e um dos focos

já encontrados. A Figura 16 representa os quatro focos determinados pela interseção da

circunferência corri os eixos de referência.

O próximo passo é, segundo LOCKWOOD, a construção de uma reta tangente a essa

circunferência, perpendicular ao eixo menor. Determinaremos assim o ponto D perten-

cente a essa reta tangente, localizado, para baixas excentricidades como é o caso, no ponto

onde essa reta tangente se encontra com a circunferência centrada em O e de raio igual a

metade do eixo maior, como representado na Fig. 17.

Após a determinação desse ponto D, devemos traçar uma reta qualquer que passa por

D e corte a circunferência que contém os pontos focais em dois pontos distintos S e 5".

As distâncias D S e D S' serão os raios de duas circunferências centradas nos focos Fi(Sol)

e F2 respectivamente. A Figura 18 mostra os pontos onde estas duas circunferências se

encontram. Estes pontos são pertencentes à curva oval procurada.

Definindo inúmeras retas oriundas do ponto D que cortem a circunferência, teremos

então diferentes pontos S e S' e assim diferentes pontos R e R'. Podemos assim, como

ilustrado na Fig. 19, completar a construção da curva desejada.

Observamos que, também nesta curva oval, o Sol possui uma posição privilegiada e

que, aparentemente, essa curva descreve satisfatoriamente a curva do movimento trarisla-

cional dos planetas, passando com certa precisão nos pontos estudados.

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Figura 16: Os quatro focos da nova curva.

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Figura 17: Determinação do ponto D.

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Figura 18: Pontos pertencentes à curva procurada.

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Figura 19: Construção da oval de Cassini.

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Considerações finais

Observando separadamente as curvas estudadas por Kepler e Cassini percebemos corno

são semelhantes suas aparências para a excentricidade de Marte e quão não óbvia é a tarefa

de escolher uma ou outra curva para representar o movimento trarislacional dos planetas.

Para mostrar essa dificuldade podemos sobrepor as três figuras, a circunferência centrada

no centro dos eixos e de raio igual a metade do eixo maior, representada na cor azul, a

elipse na cor vermelha e a oval na cor amarela, como indicado na Fig. 20.

Analisando essa sobreposição, na Fig. 20, é possível ver uma pequena diferença nas

três curvas na região dos pontos Pü e P6, sobre o eixo menor. Para melhor percebemos

essa diferença podemos nos aproximar de um desses dois pontos para melhor quantificar

essa diferença. Ilustramos este procedimento na Fig. 21, utilizando o mesmo programa

empregado para a construção das imagens deste trabalho.

Desta figura, podemos concluir inicialmente que, de fato, só a elipse se superpõe

perfeitamente às posições do planeta e, deste modo, é a curva mais apropriada para

definir esse movimento. Entretanto, é importante ressaltar que essa diferença não é óbvia,

é preciso uma precisão de quatro casas decimais para percebermos alguma diferença entre

essas curvas. Por exemplo, para a órbita de Marte, é necessário um eixo maior de dois

metros para notarmos uma discrepância de quatro milímetros entre a curva estudada por

Cassini e a por Kepler. Notamos também que esta é a mesma discrepância entre a elipse

de Kepler e a circunferência (SIVARDIERE, 1994).

Outra conclusão que podemos chegar é que essas curvas só são semelhantes dessa

maneira devido à baixa excentricidade do planeta que estamos estudando. Se mudarmos

de objeto de estudo e observarmos a trajetória de Mercúrio, por exemplo, que possui

excentricidade de 1/5, ilustrado na Fig. 22. Está diferença se torna mais acentuada do

que na curva para Marte que possuiu 1/11 de excentricidade, como observamos na Fig. 23.

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Figura 20: Superposição das curvas estudadas para a órbita de Marte.

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Figura 11: Aproximação na posição P0. Todas as curvas possuem o mesmo centro. A curva superior é a circunferência, a do meio é aelipse de Kepler e a inferior é a oval de Cassini.

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Figura 22: Superposição das curvas estudadas para a órbita de Marte.

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Figura 23: Superposição das curvas estudadas para a órbita de Mercúrio.

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Considerações finais 40

Considerando que Cassini já dispõe da luneta para auxiliá-lo na aquisição de seus

dados, ele possivelmente tinha medidas mais precisas que as medidas utilizadas por Kepler.

Portanto, com todas essas informações, não é possível alegar que a curva estudada por

Cassini fosse uma escolha errada. A diferença entre as duas curvas requer urna precisão

nas medidas que, a olho nu, como anotado por Brahe, é muito difícil de ser realizada.

Com o nosso trabalho queremos ressaltar a facilidade ilusória, adotada na literatura

do ensino de Física para o ensino médio, na determinação da trajetória planetária a partir

somente da análise das posições dos planetas ao longo de suas órbitas e, deste modo,

estabelecer a primeira lei de Kepler. Mostramos a dificuldade dessa percepção através

da construção geométrica destas curvas e de como a precisão das medidas é um fator

importante para orientar a escolha.

Somente com a consolidação da Mecânica Newtoniana, em 1687, com a publicação da

teoria da gravitação de Newton (1999) no Principia Mathematica , onde ele obtém as três

leis observadas experimentalmente por Kepler, relativas ao movimento planetário, é que

a curva elíptica será consagrada. Assim, citando Laplace (1829, vol. l, p. 256), "ser aceita

como a curva a representar o movimento translacional dos astros e que qualquer diferença

experimental se dá por perturbações de outros corpos celestes na órbita considerada".

Com este trabalho, seguindo os modelos dos PCNs (BRASIL, 1996, 1998, 2000) e dos

PCN+ (BRASIL, 2002a, 2006, 2002b), esperamos inicialmente ilustrar para o aluno do

ensino médio esse período histórico de grande importância para a ciência, um momento

considerado por muitos como a primeira das grandes revoluções cientificas, a revolução

copernicana. Com essa revolução a Física começa a desenvolver uma linha de pesquisa a

partir de dados obtidos experimentalmente.

Também pretendemos mostrar aos alunos que a Física é construída com base nos

dados obtidos experimentalmente e em modelos distintos a partir da análise de dados, e

que esses modelos se modificam com o passar do tempo. Outro objetivo deste trabalho

é ensiná-los a usar a geometria como ferramenta, assim como desenvolver a aptidão com

ferramentas simples como esquadros e compassos, ferramentas que são fundamentais para

a construção de diversas curvas estudadas ao longo do ensino médio não somente na área

da Física, mas também nas outras ciências.

Apresentamos assim uma estratégia que pode ser utilizada por professores para moti-

var o aprendizado do aluno para este tema que é objeto de fascínio para a grande maioria

dos estudantes. Essa atividade pode ser empregada para facilitar a abstração necessária

para a aprendizagem na astronomia quantitativamente, a partir de dados observados, sem

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Considerações finais 41

se utilizar de noções algébricas que poderiam dificultar o aprendizado do conteúdo físico

pelo aluno.

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BRASIL. PCN+Ensino Médio: orientações educacionais complementares aos ParâmetrosCurriculares Nacionais; Ciências da natureza, Matemática c suas Tecnologias. Brasília:MEC/SEMTEC, 2002.

BRASIL. PCN+Física: orientações educacionais complementares aos ParâmetrosCurriculares Nacionais: Ciências da natureza, Matemática e suas tecnologias. Brasília:MEC/SEMTEC, 2002.

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