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BSB Awards 2006 - Setembro

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Revista do evento BSB Awards 2006

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BsBAWARDS

2006setembro n.1 - www.bsbawards.com.brEditorial

Torna-se quase inacreditável que o apoio cul-tural, possa atingir na capital federal, uma busca incessante. Ainda mais inconcebível que esta busca seja complexa para a valorização da cul-tura local. E é com o propósito de fi xar o valor da cultura local em Brasília, que nasceu a idéia do Prêmio BSB Awards. Para contemplar esta inicia-tiva e inserir de vez a importância deste empre-endimento lançamos a 1ª Edição da Revista BSB Awards. Uma publicação anual, com edições em setembro, outubro e novembro.

Para o Brasil que naturalmente não se restringe qualquer tipo de manifestação artística, deparar-se com a resistência de uma parte da sociedade, torna-se espantoso. A produção cultural não se restringe a um só nicho. Seja a dança, o teatro, artes plásticas ou show de música, qualquer uma destas manifestações é digna de apoio cultural.

Brasília tem uma cultura profundamente ligada à música. Formada por pioneiros em busca de melhores condições de vida, a cidade recebeu cultura, costumes e sotaques que continuam a vir de todas as regiões do Brasil. Com uma po-pulação predominantemente jovem, os mesmos marcam a identidade cultural da cidade. Isso re-fl ete na cultura produzida, como, por exemplo, na música. Nos anos 80, surgiram várias bandas de rock de Brasília que despontaram no cenário na-cional como Legião Urbana, Capital Inicial e Ple-be Rude. Na década seguinte, despontaram os Raimundos e o reggae do Natiruts. Mais recente-mente, o Clube de Choro de Brasília se tornou re-ferência nacional. É instigante que o brasiliense possa discutir sobre música com base em antigos projetos que prosperaram. E é com o propósito de fazer com que aconteça, que o BSB Awards segue para a sua 3ª edição consecutiva.

Nesta Edição

Entrevista Kiko Péres . . . . . . .4Programação . . . . . . . . . . 7Capa Quero ser músico . . . . . . .8Cultura Teatro Caledoscópio . 10Estréias . . . . . . . . . . . . . 12Crônica . . . . . . . . . . . . . 14

Entrevista

Kiko Péres“

Gosto de muita coisa que já fiz, mas minha obra prima ainda está por vir...”

Nascido em Brasília, Kiko Péres começou a estudar música em 1986. Há 20 anos no meio, o músico já

passou por inúmeras experiências no circuito nacional. Hoje, o ex-integrante do Natiruts assumiu a função como produtor musical e desempenhou os seguintes trabalhos: Mira Reggae, Tuka Vila-Lobos, Bhadrakali do músico indiano Anand Jyoti, Superaudio e Capitão do Cerrado.

Como surgiu o seu interesse pela música?

Desde pequeno tenho fascinação pela música, e sempre fui fascinado pela guitarra, mas só co-

mecei a tocar com 12 anos.

Você estudou na escola de Música de Brasília e em Los Angeles. Quando começou a estudar? Qual o objetivo?

Estudei Harmonia e Improvisação com Nelson Farian na Escola de Música de Brasília - EMB em 1986. Aproveitei a oportunidade de es-tudar no CA por um ano na Guitar Institute of Technology - G.I.T da

Califórnia com objetivo de ser músico profi ssional.

^M^

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Primeira obra?

O primeiro disco do qual participei foi da banda de funk-rock Pravda, que gravamos em 1994. Esse disco foi lançado pelo Ban-guela Records junto com a Warner.

Quais as suas infl uências

musicais? Como você defi ne o tipo de

som que produz?

Jimi Hendrix, Van Halen, Black, Blues e Música Brasileira.

Uma mistura de tudo que gosto: Rock nervoso com suíngue de Funk e bastante percussão brasileira.

Você deixou o Natiruts para se dedicar a vários

projetos. Quais são eles? E quais os seus

projetos futuros?

Venho me dedicando à produção musical, ao Rock instrumental, ao meu selo e à criação dos fi lhos.

Qual a sua análise sobre o impacto da tecnologia musical

na criação?

É uma ferramenta que tem nos ajudado e democratizado a pro-dução musical derru-bando os monopólios. Estamos vivendo essa transição, mas vejo com bons olhos as no-vas tecnologias.

Muitas pessoas não conhecem o trabalho do

produtor. Em que um produtor musical

pode auxiliar?

É bom poder contar com a visão e a opi-nião de alguém que está do lado de fora, que tem experiência em estúdio para apro-veitar melhor, e extrair a melhor performance dos músicos durante uma gravação.

Como funciona o processo de produção?

Começa antes da banda entrar em es-túdio, no processo de pré-produção, aju-dando nos arranjos e preparação. Depois o produtor dirige toda gravação e pós-produ-ção para que a banda não tenha que se pre-ocupar com detalhes técnicos, no caso de divergência de idéias.

O produtor pode interferir no som ou

na criatividade do músico?

Claro. Um produtor pode podar os músicos, interferir na sonoridade ou deixar os músicos mais à vontade e mais inspirados no processo de criação. Depende da fi nalidade do trabalho e da afi nidade entre produtor e artista.

O artista corre risco caso não tenha

um produtor?

Corre o risco de não contar com uma visão crítica do trabalho por estar vendo apenas do lado de dentro e corre o risco de não tirar um bom proveito das gra-vações em estúdio.

Demo está fi cando de lado. Qual outro

tipo de investimento você aconselha para que uma banda que

tem pouca verba possa mostrar seu

trabalho?

A Demo ainda é necessário, mas um vídeo, mesmo que ca-seiro, rolando em sites de distribuição gra-tuita seria uma ótima maneira de mostrar o trabalho.

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Qual a formação ou conceito para tornar-se um músico de

qualidade?

Além de estudo, experiência e tempo de estrada é fundamental, mas se juntar a outras pessoas experientes e que já fazem som de qualidade, também ajuda a absorver mais rápido alguns conhecimentos.

Cite os benefícios de se trabalhar com Kiko Péres?

Poder contar com alguém que já tem alguma experiência nacional mas que mora e trabalha em Brasília e também gosta de criar um clima de energia positiva nos trabalhos dos quais participa.

O BSB Awards 2006 pretende disseminar a valorização dos artistas locais em Brasília. O

que você pode acrescentar sobre esta iniciativa?

Acho uma iniciativa maravilhosa por duas razões:

Brasília é uma cidade que pro-duz talentos em todas as áreas musicais e essa iniciativa também ajuda a criar um mercado aonde os músicos locais possam viver de música sem ter que ir para os grandes centros urbanos.

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Programação7

A música desperta o interesse, de um modo ou de outro, em quase todas as pessoas. Em algumas, a paixão por esta arte dá margem à profi ssio-nalização. No entanto, muitos que se deparam com a carreira de músico, temem ou desconhecem o caminho deste ofício a ser trilhado. Há temor pelo insucesso ou até mesmo pela falta de trabalho para conquistar o seu espaço. Mas quem tem determinação para seguir a vocação garante: É possível se viver de música.

Apesar de muita gente pensar que basta ter o dom para ser músico, isso ajuda, mas não é o sufi ciente. Em Brasília, as esco-las de músicas, tanto a pública quanto as particulares podem ser aliadas nessa trajetória. “Tem que ter talento e uma boa formação aliada à prática” confi rma Paulo Palau, Diretor das Unidades do Sudoeste e Águas Claras da BSB Musical.

A Escola de Música BSB Musical oferece formação desde a teoria, percepção, prática de conjunto e até estágio. Os alunos aprendem as aulas de instrumentos, produção musical, arranjos, composição, e o curso tem duração média de quatro

Capa

Quero ser músicoA música como

instrumento de trabalho

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anos. Ao fi nal de cada semestre os alunos participam de apresenta-ções, workshops, saraus e shows musicais. Os futuros músicos ainda dispõem de uma bagagem teórica e prática para serem músicos atuan-tes em qualquer área. Há 20 anos a BSB Musical prepara os estudantes, e a maioria deixa a escola apta para ingressar no mercado ou vão direto para a universidade de música.

“O que falta ao músico não é trabalho. O que realmente falta é a sociedade valorizar a música”, argumenta Palau. Há 34 anos no mercado, o Produtor Musical Gê

Mendonça tem a mesma opinião: “O músico

ainda não tem o apoio da socie-

dade como um todo, e o mais irônico,

é que as pessoas não vivem sem o produto do músico, a música”. O artista ainda enfatiza que não existe segredo nem fórmula para o sucesso, existe sim a dedicação, o profi ssionalismo, e ser amante da arte escolhida como ofício.

Outra observação considerável pelos músicos é a capacidade de desenvolver o seu conhecimento, dominar o instrumento, a musica-lidade, e obter uma produção de qualidade.

O mercado de trabalho para os músicos torna-se vantajoso pelas inúmeras opções de trabalho. Seja para reger uma orquestra sinfôni-ca, compor, integrar bandas e esti-los variados, direito autoral ou até mesmo ser professor de música. Um dos grandes atrativos no meio tem sido as trilhas musicais para cinema. Com a versatilidade que a música proporciona, atualmente tem surgido grandes produções com o auxílio da tecnologia. "O segredo da criação é que faz essa

prática interes-sante. A mú-sica já não é mais só som. Ela está se ligando pro-fundamente à imagem, num caminho

em direção ao cinema. Vale à pena! Basta

acreditar e levar a sério”, completa

Eugênio Matos, Com-positor e Professor de Tecnologia Musical da EMB”

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O teatro, como manifestação do espírito, sempre buscou revelar o mundo e as inquietações humanas. É com essa convicção que o ator e diretor André Amaro fundou o Teatro Caleidoscópio em 1994. Mas foi em 2002 que o teatro ganhou proporção com a inauguração da sala e a es-tréia do espetáculo “Cascudo”, uma comédia folclórica baseada nos livros de Luís da Câmara Cascudo. O nome que lhe deu origem é uma alusão à roda caleidoscópica que se compõe e se descompõe, como acontece no fenômeno teatral.

As difi culdades comuns de qual-quer atividade artística estão sempre associadas à capacidade de investi-mento. Os recursos fi nanceiros nem sempre são sufi cientes para manter uma estrutura comercialmente viá-vel. “Não temos propósitos apenas comerciais. O Teatro Caleidoscópio é um laboratório de criação. Sobrevi-

vemos da paixão

que depositamos em nossa arte. Pode parecer diletantismo, mas é o único motivo razoável para se ter um espaço próprio. Sem isso, não vale a pena investir tempo, energia e dinheiro”, esclarece André.

O espaço para manifestações cul-turais no Sudoeste é o único no local e dispõe de estrutura para apresen-tações de pequeno porte. Com ca-pacidade para até 50 espectadores, a sala foi projetada de acordo com ambientes japoneses. Sempre que necessário as peças mudam de lu-gar, como o caleidoscópio, alterando o ambiente de acordo com a exigên-cia de cada trabalho.

Além da produção de espetáculos, o Caleidoscópio oferece suas instala-ções para profi ssionais interessados em ministrar cursos de teatro. É o caso da atriz Lílian França, que de-senvolve um programa destinado a adolescentes e adultos. “As ofi cinas proporcionam um contato com o fazer teatral, viabiliza o aperfeiçoa-mento cultural e estimula o aluno a

buscar uma integração consigo mesmo e nas suas relações humanas”, explica. De acor-do com a atriz, o aluno de-senvolve o conhecimento da literatura teatral, incentiva o potencial criativo, aprende a se desinibir e favorece a au-

toconfi ança, dentre outras ap-tidões que são descobertas no decorrer do curso.

Cultura

Manifesto de corpo e almaTeatro Caleidoscópio

Estréia no Roteiro...Tomie Ohtake

50 anos de arte

A exposição de Tomie Ohtake, no Centro Cultural Banco do Brasil, é uma rara oportunidade de se conhecer as esculturas da artista, produzidas nos últimos dez anos. Esta exposição re-úne obras que estiveram grandes eventos das artes plásticas, outras produzidas ao longo da década e qua-tro peças inéditas que ocuparão a par-te externa do edifício do CCBB.

Até 8 de outubro

Aberto de terça-feira a domingo das 10 às 21horas

CCBB Endereço - SCES, trecho 2, conjunto 22

Teatro de QuintaComédia

Concebido pelos atores Ribamar Araújo, Similião Aurélio e Andréa Al-faia. Além dos três atores, haverá sempre um convidado especial mos-trando esquetes humorísticos. Os três criadores irão mostrar novas cenas, e trarão de volta algumas das perso-nagens já conhecidas de seus fãs. Si-milião irá mostrar Seu Nunga e Dona Mimi e Ribamar reapresentará Dona Ju e Vitória Virgínia.

De 28 de setembro a 26 de outubro

Às 20:30 horas

Teatro da Escola Parque 307/308 Sul

Traços NoturnosMonólogo

O Teatro Caleidoscópio estréia um monólogo chamado Traços Noturnos. A peça, baseada em textos da escritora Ana Miranda, conta a história de uma mulher solitária cujo cotidiano nun-ca se restringe a sua presumível normalidade, ganhando contornos ora patéticos, ora fantásticos, ora trágicos, ora absurdos.

De 6 a 29 de outubro

Teatro Caleidoscópio CLSW 102 Bloco C GaleriaSudoeste

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Ei você aí, que vota, votou ou votará.

- Please! Política não. Eu voto no Azer-bajão . . .

Então essa é pra você que toca, tocou ou tocará!

Pra não falar que a banda de cá não reparte o pão com a banda de lá, e de fato como todo poder é podre em sua essência e formação, fi co com a melhor parte da banda:

- A Banda que toca!

Se toca então:

Se sua onda for garage, palco ou mes-mo alçapão, mas o som que rola, zoa de montão, seu lugar tá garantido nesta parte boa da banda, mermão!

Com o Prêmio BSB Awards de Bandas da SASW Prod, todo irmão que pintar no pedaço, é brother.

- Tá ligado?

Mãos ao alto, grita o rappeiro, puto des-de então:

- E pra mim, não rola nada, uma par-te, uma banda, nada não?

Berra o hip-hop, que fi cou sem prato na rebelião:

- Encaro uma banda/mas não fi co de lado/saio de fi no/executado.

- E minha banda, entra na fi ta ou mostro o trezoi-tão . . . ?!

Até sambista, maloqueiro, ciclista, diarista, ambulante, vigia de ocasião, todos em polvorosa querendo a fi cha de inscrição:

- E minha banda, sai ou não?

Das melhores bandas,quero todas, menos a banda-podre do poderpor Abdiel Rocha

Um vendedor de cachorro quente, boca suja, ketchup na mão, abana a mosca com sua fi cha propondo ação:

- Os Ketchups Sangrentos, é ou não pura vanguarda, pr’uma banda que vende pão?!

Toca daqui, toca dali, inscrição aceita via Internet, a Banda Vandinha Vadia manda um recado pros eleitores de plantão:

- Vida vazia, Vandinha Vadia?

Vizinha marota, marola à vista:

- Quebrando a cara, cacos visões,

Cheiro de cola, alucinações. . .

Entendeu?

Fazer o quê?

Que vença o melhor.

Eu, do meu lado abro o voto:

- Vandinha Vadia é minha banda de plantão.

PS: Se eu fosse uma banda, seria ela.

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