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Bueno, Cassio Scarpinella · 2018. 11. 10. · ISBN 978-85-472-0473-0 Bueno, Cassio Scarpinella Manual de direito processual civil : inteiramente estruturado à luz do novo CPC, de

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  • ISBN978-85-472-0473-0

    Bueno,CassioScarpinellaManualdedireitoprocessualcivil:inteiramenteestruturadoàluzdonovoCPC,deacordocomaLein.13.256,de4-2-2016/CassioScarpinellaBueno.2.ed.rev.,atual.eampl.–SãoPaulo:Saraiva,2016.Bibliografia.1.Processocivil2.Processocivil–Brasil3.Processocivil–Legislação–BrasilI.Título.CDU‑347.9(81)

    Índicesparacatálogosistemático:

    1.Brasil:Direitoprocessualcivil347.9(81)

    2.Brasil:Processocivil347.9(81)

    DireçãoeditorialLuizRobertoCuriaGerênciaeditorialThaísdeCamargoRodriguesAssistênciaeditorialDanielPavaniNaveiraCoordenaçãogeralClarissaBoraschiMaria

    PreparaçãodeoriginaisMariaIzabelBarreirosBitencourtBressaneAnaCristinaGarcia(coords.)

    ProjetográficoClaudirenedeMouraSantosSilvaArte,diagramaçãoerevisãoKnow-HowEditorial

    ConversãoparaE-pubGuilhermeHenriqueMartinsSalvadorServiçoseditoriaisElaineCristinadaSilva|KelliPriscilaPinto|MaríliaCordeiro

    CapaAeroComunicação

    Datadefechamentodaedição:12-2-2016

    Dúvidas?

    Acessewww.editorasaraiva.com.br/direito

    Nenhumaparte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquermeio ou forma sem a prévia

    http://www.editorasaraiva.com.br/direito

  • autorizaçãodaEditoraSaraiva.AviolaçãodosdireitosautoraisécrimeestabelecidonaLein.9.610/98epunidopeloartigo184doCódigoPenal.

  • AbreviaturaseSiglas

    Prólogo

    Notapréviaà2ªedição

    Capítulo1-ConsideraçõesPropedêuticas

    ConsideraçõesPropedêuticas

    1.Oobjetododireitoprocessualcivilouoqueestudaodireitoprocessualcivil?

    2.Omodeloconstitucionaldodireitoprocessualcivil

    2.1Princípiosconstitucionaisdodireitoprocessualcivil

    2.1.1Acessoàjustiça

    2.1.2Devidoprocessolegal(devidoprocessoconstitucional)

    2.1.3Contraditório(cooperação)

    2.1.4Ampladefesa

    2.1.5Juiznatural

    2.1.6Imparcialidade

    2.1.7Duplograudejurisdição

    2.1.8ColegialidadenosTribunais

    2.1.9ReservadoPlenárioparadeclararainconstitucionalidadedeleiouatonormativo

    2.1.10Isonomia

    2.1.11Publicidade

    2.1.12Motivação

    2.1.13Vedaçãodasprovasilícitasouobtidaspormeiosilícitos

    2.1.14Assistênciajurídicaintegralegratuita

    2.1.15Duraçãorazoáveldoprocesso(eficiênciaprocessual)

  • 2.1.16Efetividadedoprocesso(efetividadedodireitopeloenoprocesso)

    2.1.17Princípios-síntese

    2.2Organizaçãojudiciária

    2.3FunçõesessenciaisàJustiça

    2.3.1Magistratura

    2.3.2MinistérioPúblico

    2.3.3Advocacia

    2.3.4Defensoriapública

    2.4Procedimentosjurisdicionaisconstitucionalmentediferenciados

    2.5Reflexão

    3.Institutosfundamentaisdodireitoprocessualcivil

    3.1Jurisdição

    3.2Ação

    3.3Processo

    3.4Defesa

    4.Oneoconcretismo

    4.1Tutelajurisdicional

    4.1.1Cogniçãojurisdicional

    4.2Procedimento

    5.Convite

    ResumodoCapítulo1

    Capítulo2-NormasProcessuaisCivis

    NormasProcessuaisCivis

    1.Paracomeçar

    2.Normasfundamentaisdoprocessocivil

    2.1Omodeloconstitucionaldodireitoprocessualcivil

    2.2Oprincípiodainérciadajurisdição

    2.3Acessoàjustiçaemeiosalternativosdesoluçãodeconflitos

  • 2.4Princípiodaeficiênciaprocessual

    2.5Aboa-féobjetiva

    2.6Princípiodacooperação(modelocooperativodeprocesso)

    2.7Princípiodaisonomia(paridadedearmas)

    2.8Hermenêuticadodireitoprocessualcivil

    2.9Princípiodocontraditório

    2.10Aindaemaisocontraditório:vedaçãodasdecisões-surpresa

    2.11Princípiosdapublicidadeedafundamentação

    2.12Ordemcronológicadeconclusão

    3.Aplicaçãodasnormasprocessuais

    ResumodoCapítulo2

    Capítulo3-FunçãoJurisdicional

    FunçãoJurisdicional

    1.Paracomeçar

    2.Jurisdição

    3.Ação

    3.1Legitimaçãoextraordinária

    3.2Aindasobreointeressedeagir

    4.Limitesdajurisdiçãonacional

    5.Cooperaçãointernacional

    5.1Disposiçõesgerais

    5.2Auxíliodireto

    5.3Cartarogatória

    5.4Disposiçõescomuns

    6.Competência

    6.1Disposiçõesgerais

    6.2Modificaçãodacompetência

    6.3Incompetência

  • 7.Cooperaçãonacional

    ResumodoCapítulo3

    Capítulo4-SujeitosdoProcesso

    SujeitosdoProcesso

    1.Paracomeçar

    2.Parteseprocuradores

    2.1Capacidadedeestaremjuízoecapacidadeprocessual(legitimaçãoprocessual)

    2.2Deveres

    2.3Responsabilidadedaspartespordanoprocessual

    2.4Despesas,honoráriosadvocatíciosemultas

    2.5GratuidadedaJustiça

    2.6Dosprocuradores(advocaciaprivada)

    2.7Sucessãodaspartesedosprocuradores

    3.Litisconsórcio

    3.1Regimedolitisconsórcio

    4.Intervençãodeterceiros

    4.1Assistência

    4.1.1Assistênciasimpleseassistêncialitisconsorcial

    4.1.2Atuaçãodoassistente

    4.1.3Justiçadadecisão(eficáciadaintervenção)

    4.2Denunciaçãodalide

    4.2.1Posiçãododenunciado

    4.2.2Julgamentodadenunciaçãoeverbasdesucumbência

    4.3Chamamentoaoprocesso

    4.3.1Sentençadeprocedência

    4.4Incidentededesconsideraçãodapersonalidadejurídica

    4.5Amicuscuriae

    5.JuizeauxiliaresdaJustiça

  • 5.1Deveres-podereseresponsabilidadedojuiz

    5.2Impedimentoesuspeição

    5.3AuxiliaresdaJustiça

    5.3.1Escrivão,chefedesecretariaeoficialdejustiça

    5.3.2Perito

    5.3.3Depositárioeadministrador

    5.3.4Intérpreteetradutor

    5.3.5Conciliadoresemediadoresjudiciais

    6.MinistérioPúblico

    7.Advocaciapública

    8.DefensoriaPública

    ResumodoCapítulo4

    Capítulo5-AtosProcessuais

    AtosProcessuais

    1.Paracomeçar

    2.Forma,tempoelugardosatosprocessuais

    3.Formadosatosprocessuais

    3.1Práticaeletrônicadeatosprocessuais

    3.2Atosdaspartes

    3.3Pronunciamentosdojuiz

    3.4Atosdoescrivãooudochefedesecretaria

    3.5Negóciosprocessuais

    3.6Calendárioprocessual

    4.Tempodosatosprocessuais

    5.Lugardosatosprocessuais

    6.Prazos

    6.1Contagemefluência

    6.2Verificaçãoepenalidades

  • 7.Comunicaçãodosatosprocessuais

    7.1Citação

    7.1.1Modalidadesdecitação

    7.2Cartas

    7.3Intimações

    8.Nulidades

    9.Distribuiçãoeregistro

    10.Valordacausa

    ResumodoCapítulo5

    Capítulo6-TutelaProvisória

    TutelaProvisória

    1.Paracomeçar

    2.Nomenclaturaempregada

    3.Tutelaprovisóriaesuasespécies

    4.Disposiçõesgerais

    4.1Competência

    4.2Deverdemotivação

    4.3Duraçãodatutelaprovisória

    4.4Dever-podergeraldeasseguramento(cautela)edesatisfação(antecipação)

    4.5Tutelaprovisóriarequeridaemcaráterincidental

    4.6Recorribilidadedasinterlocutóriasrelativasatutelaprovisória

    5.Tuteladeurgência

    5.1Pressupostos

    5.2Caução

    5.3Concessãoliminaroumedianteaudiênciadejustificação

    5.4Quandohouverirreversibilidade

    5.5Efetivaçãodatutelaprovisóriadeurgênciadenaturezacautelar

    5.6Responsabilidadepelaprestaçãodatuteladeurgência

  • 6.Tutelaantecipadarequeridaemcaráterantecedente

    6.1Petiçãoinicial

    6.2Seconcedidaatutelaantecipadaantecedente

    6.3Senãoconcedidaatutelaantecipadaantecedente

    6.4Senãohouveraditamentodapetiçãoinicial

    6.5Estabilizaçãodatutelaprovisória

    6.5.1Dinâmicadaestabilização

    7.Tutelacautelarrequeridaemcaráterantecedente

    7.1Citaçãodoréuesuasatitudes

    7.2Apresentaçãodopedidoprincipal

    7.3Duração

    7.4Indeferimentodatutelacautelarepedidoprincipal

    8.Tuteladaevidência

    9.Restriçõesàtutelaprovisória

    ResumodoCapítulo6

    Capítulo7-Formação,SuspensãoeExtinçãodoProcesso

    Formação,SuspensãoeExtinçãodoProcesso

    1.Paracomeçar

    2.Formaçãodoprocesso

    3.Suspensãodoprocesso

    3.1Morteouperdadacapacidadeprocessualdequalquerdaspartes,deseurepresentantelegaloudeseuprocurador

    3.2Convençãodaspartes

    3.3Arguiçãodeimpedimentooususpeição

    3.4Admissãodeincidentederesoluçãodedemandasrepetitivas

    3.5Relaçõesexternascomadecisãodemérito

    3.5.1Relaçãoentreprocessoscivilepenal

    3.6Forçamaior

  • 3.7Tribunalmarítimo

    3.8OutroscasosprevistosnoCPC

    4.Extinçãodoprocesso

    4.1Extinçãodoprocessoepréviosaneamento

    ResumodoCapítulo7

    Capítulo8-FasePostulatória

    FasePostulatória

    1.Paracomeçar

    2.Petiçãoinicial

    2.1Ojuízoaqueédirigida

    2.2Qualificaçãodaspartes

    2.3Ofatoeosfundamentosjurídicosdopedido

    2.4Opedidocomassuasespecificações

    2.5Ovalordacausa

    2.6Asprovascomqueoautorpretendedemonstraraverdadedosfatosalegados

    2.7Aopçãodoautorpelarealizaçãoounãodeaudiênciadeconciliaçãooudemediação

    2.8Outrasexigências

    3.Juízodeadmissibilidadedapetiçãoinicial

    3.1Juízodeadmissibilidadepositivo

    3.2Juízodeadmissibilidadeneutro

    3.3Juízodeadmissibilidadenegativo

    3.3.1Indeferimentodapetiçãoinicial

    3.3.2Improcedêncialiminardopedido

    4.Audiênciadeconciliaçãooudemediação

    4.1Nãorealização

    4.2Dinâmica

    5.Contestação,reconvenção,reveliaeoutroscomportamentosdoréu

    5.1Contestação

  • 5.1.1Prazo

    5.1.2Preliminares

    5.1.2.1Inexistênciaounulidadedacitação

    5.1.2.2Incompetênciaabsolutaerelativa

    5.1.2.3Incorreçãodovalordacausa

    5.1.2.4Inépciadapetiçãoinicial

    5.1.2.5Perempção

    5.1.2.6Litispendênciaecoisajulgada

    5.1.2.7Conexão

    5.1.2.8Incapacidadedaparte,defeitoderepresentaçãooufaltadeautorização

    5.1.2.9Convençãodearbitragem

    5.1.2.10Ausênciadelegitimidadeoudeinteresseprocessual

    5.1.2.11Faltadecauçãooudeoutraprestaçãoquealeiexigecomopreliminar

    5.1.2.12Indevidaconcessãodobenefíciodegratuidadedejustiça

    5.1.3Defesasdemérito

    5.2Reconvenção

    5.3Revelia

    5.4Outroscomportamentosdoréu

    ResumodoCapítulo7

    Capítulo9-FaseOrdinatória

    FaseOrdinatória

    1.Paracomeçar

    2.Providênciaspreliminares

    3.Julgamentoconformeoestadodoprocesso

    3.1Extinçãodoprocesso

    3.1.1Extinçãosemresoluçãodemérito

    3.1.2Extinçãocomresoluçãodemérito

    3.1.3Extinçãoparcial

  • 3.2Julgamentoantecipadodomérito

    3.3Julgamentoantecipadoparcialdomérito

    3.4Saneamentoeorganizaçãodoprocesso

    3.4.1Esclarecimentoseajustesnadecisãodesaneamentoeorganização

    3.4.2Delimitaçãoconsensualdasquestõesdefatoededireito

    3.4.3Audiênciadesaneamento(saneamentocooperativo)

    3.4.4Provatestemunhal

    3.4.5Provapericial

    ResumodoCapítulo9

    Capítulo10-FaseInstrutória

    FaseInstrutória

    1.Paracomeçar

    2.Audiênciadeinstruçãoejulgamento

    2.1Aberturaeadiamentodaaudiência

    2.2Instruçãoedebates

    2.3Julgamento

    3.Direitoprobatório

    3.1Disposiçõesgerais

    3.2Princípios

    3.3Ônusdaprova

    3.4Objetodaprova

    3.5Dinâmicadaprova

    4.Produçãoantecipadadaprova

    5.Atanotarial

    6.Depoimentopessoal

    6.1Produçãododepoimento

    7.Confissão

    7.1Espécieseregimejurídico

  • 8.Exibiçãodedocumentooucoisa

    8.1Exibiçãorequeridaemfacedapartecontrária

    8.2Exibiçãorequeridaemfacedeterceiro

    8.3Exibiçãodeterminadadeofício

    9.Provadocumental

    9.1Forçaprobantedosdocumentos

    9.2Arguiçãodefalsidade

    9.3Produçãodaprovadocumental

    10.Documentoseletrônicos

    11.Provatestemunhal

    11.1Admissibilidadeevalordaprovatestemunhal

    11.2Produçãodaprovatestemunhal

    12.Provapericial

    12.1Perito,assistentestécnicoseatospreparatóriosdaperícia

    12.2Produçãodaprovapericial

    12.3Avaliaçãodaperícia

    12.4Períciaconsensual

    13.Inspeçãojudicial

    ResumodoCapítulo10

    Capítulo11-FaseDecisória

    FaseDecisória

    1.Paracomeçar

    2.Sentença

    2.1Sentençasterminativas

    2.1.1Indeferimentodapetiçãoinicial

    2.1.2Paralisaçãoeabandonodoprocesso

    2.1.3Ausênciadepressupostosprocessuaisdeexistênciaoudevalidade.Presençadepressupostosprocessuaisnegativos

  • 2.1.4Irregularidadenoexercíciododireitodeação

    2.1.5Desistência

    2.1.6Intransmissibilidadedodireito

    2.1.7Outroscasos

    2.1.8Atuaçãooficiosadojuiz

    2.1.9Peculiaridaderecursal

    2.1.10Reproposituradademanda

    2.2Sentençasdefinitivas

    2.2.1Acolhimentoourejeiçãodopedido

    2.2.2Decadênciaouprescrição

    2.2.3Homologaçãodeatosdispositivosouautocompositivos

    2.2.4Possibilidadedejulgamentodemérito

    2.3Elementosdasentença.Deverdefundamentação

    2.4Vinculaçãodasentençaao(s)pedido(s)

    2.5Fatosnovos

    2.6Princípiodainvariabilidadedasentença

    3.Hipotecajudiciária

    4.Remessanecessária

    5.Julgamentodasaçõesrelativasàsprestaçõesdefazer,denãofazeredeentregarcoisa

    5.1Prestaçõesdefazerounãofazer

    5.2Prestaçõesdeentregadecoisa

    5.3Conversãoemperdasedanos

    6.Sentençaeemissãodedeclaraçãodevontade

    7.Coisajulgada

    7.1Coisajulgadaformalecoisajulgadamaterial

    7.2Limitesobjetivos

    7.2.1Coisajulgadaequestõesprejudiciais.Ainsubsistênciada“açãodeclaratóriaincidental”

    7.3Limitessubjetivos

  • 7.4Limitestemporais

    7.5Preclusão

    ResumodoCapítulo11

    Capítulo12-Liquidação

    Liquidação

    1.Paracomeçar

    2.Liquidaçãoparcial

    3.Limitescognitivosdaliquidação

    4.Liquidaçãoporarbitramento

    5.Liquidaçãopeloprocedimentocomum

    6.Quandosetratardecálculosaritméticos

    7.Liquidaçãoprovisória

    ResumodoCapítulo12

    Capítulo13-CumprimentodeSentença

    CumprimentodeSentença

    1.Paracomeçar

    2.Disposiçõesgerais

    2.1Iniciativadoexequente.Intimaçãodapartecontrária

    2.2Títulosexecutivosjudiciais

    2.2.1Decisãoquereconheceexigibilidadeobrigacional

    2.2.2Decisãohomologatóriadeautocomposiçãojudicial

    2.2.3Decisãohomologatóriadeautocomposiçãoextrajudicial

    2.2.4Formalecertidãodepartilha

    2.2.5CréditodeauxiliardaJustiça

    2.2.6Sentençapenalcondenatóriatransitadaemjulgado

    2.2.7Sentençaarbitral

    2.2.8Sentençaedecisãointerlocutóriaestrangeiras

  • 2.2.9Citaçãoparainíciodaetapadecumprimento

    2.3Competência

    2.4Protestodadecisãotransitadaemjulgado.Negativaçãodoexecutado

    3.Cumprimentoprovisório

    3.1Conceitoeespécies

    3.2Regimedocumprimentoprovisório

    3.2.1Impugnação

    3.2.2Incidênciademultanocasodenãopagamento

    3.2.3Honoráriosdeadvogado

    3.2.4Retornoaoestadoanterior

    3.2.5Execuçãoprovisóriaetítuloexecutivoextrajudicial

    3.3Dispensadacaução

    3.3.1Manutençãodacaução

    3.3.2Prestaçãodacaução

    3.4Documentaçãoparaocumprimentoprovisório

    3.4.1Momentodeformulaçãodorequerimento

    3.5Outrasmodalidadesobrigacionais

    4.Cumprimentodefinitivodasentençaquereconheçaaexigibilidadedeobrigaçãodepagarquantiacerta

    4.1Fluênciadoprazoparapagamento

    4.2Orequerimentoparainíciodaetapadecumprimento.Demonstrativodiscriminadoeatualizadodocrédito

    4.3Impugnação

    4.3.1Matériasarguíveisnaimpugnação

    4.3.1.1Faltaounulidadedacitação

    4.3.1.2Ilegitimidadedeparte

    4.3.1.3Inexequibilidadedotítuloouinexigibilidadedaobrigação

    4.3.1.4Penhoraincorretaouavaliaçãoerrônea

    4.3.1.5Excessodeexecuçãooucumulaçãoindevidadeexecuções

  • 4.3.1.6Incompetênciaabsolutaourelativadojuízodaexecução

    4.3.1.7Causasmodificativasouextintivasdaobrigação

    4.3.2Suspeiçãoeimpedimento

    4.3.3Efeitosuspensivo

    4.3.4Procedimentodaimpugnação

    4.3.5Manifestaçõesdoexecutadoapósaimpugnação.Exceçõeseobjeçõesdepré-executividade

    4.4Iniciativadoréu

    4.5Atipicidadedosmeiosexecutivos

    5.Cumprimentodasentençaquereconheçaaexigibilidadedeobrigaçãodeprestaralimentos

    5.1Outrastécnicasexecutivas

    5.2Tiposdealimentostutelados

    5.3Constituiçãodecapital

    6.CumprimentodasentençaquereconheçaaexigibilidadedeobrigaçãodepagarquantiacertapelaFazendaPública

    6.1Impugnação

    6.1.1Efeitosuspensivo

    6.2Pagamentoporprecatórioourequisiçãodepequenovalor

    7.Cumprimentodasentençaquereconheçaaexigibilidadedeobrigaçãodefazer,denãofazeroudeentregarcoisa

    7.1Cumprimentodasentençaemsetratandodeobrigaçõesdefazeroudenãofazer

    7.1.1Tutelaespecíficaeresultadopráticoequivalente

    7.1.2Técnicasexecutivas

    7.1.2.1Especialmenteamulta

    7.2Cumprimentodasentençaquereconheçaaexigibilidadedeobrigaçãodeentregarcoisa

    ResumodoCapítulo13

    Capítulo14-ProcedimentosEspeciais

  • ProcedimentosEspeciais

    1.Paracomeçar

    1.1Umtemacomvariações

    1.2Primeiravisãodosprocedimentosespeciais

    1.3Anomenclaturaempregada

    2.Açãodeconsignaçãoempagamento

    3.Açãodeexigircontas

    4.Açõespossessórias

    5.Açãodedivisãoededemarcaçãodeterrasparticulares

    6.Açãodedissoluçãoparcialdesociedade

    7.Inventárioepartilha

    8.Embargosdeterceiro

    9.Oposição

    10.Habilitação

    11.Açõesdefamília

    12.Açãomonitória

    13.Homologaçãodopenhorlegal

    14.Regulaçãodeavariagrossa

    15.Restauraçãodeautos

    16.Jurisdiçãovoluntária

    16.1Disposiçõesgerais

    16.2Notificaçãoeinterpelação

    16.3Alienaçãojudicial

    16.4Divórcioeseparaçãoconsensuais,aextinçãoconsensualdeuniãoestáveleaalteraçãodoregimedebensdomatrimônio

    16.5Testamentosecodicilos

    16.6Herançajacente

    16.7Bensdosausentes

    16.8Coisasvagas

  • 16.9Interdição

    16.10Disposiçõescomunsàtutelaeàcuratela

    16.11Organizaçãoefiscalizaçãodasfundações

    16.12Ratificaçãodosprotestosmarítimosedosprocessostestemunháveisformadosabordo

    ResumodoCapítulo14

    Capítulo15-ProcessodeExecução

    ProcessodeExecução

    1.Paracomeçar

    2.Disposiçõesgeraisdaexecução

    2.1Partes

    2.2Competência

    2.3Títuloexecutivo

    2.3.1Letradecâmbio,notapromissória,duplicata,debêntureecheque

    2.3.2Escriturapúblicaououtrodocumentopúblicoassinadopelodevedor

    2.3.3Documentoparticularassinadopelodevedoreporduastestemunhas

    2.3.4InstrumentodetransaçãoreferendadopeloMinistérioPúblico,pelaDefensoriaPública,pelaAdvocaciaPública,pelosadvogadosdostransatoresouporconciliadoroumediadorcredenciadoportribunal

    2.3.5Contratogarantidoporhipoteca,penhor,anticreseououtrodireitorealdegarantiaeaquelegarantidoporcaução

    2.3.6Contratodesegurodevidaemcasodemorte

    2.3.7Créditodecorrentedeforoelaudêmio

    2.3.8Créditodealugueldeimóveleencargosacessórios

    2.3.9CertidãodedívidaativadaFazendaPúblicadaUnião,dosEstados,doDistritoFederaledosMunicípios,correspondenteaoscréditosinscritosnaformadalei

    2.3.10Créditoreferenteàscontribuiçõesordináriasouextraordináriasdecondomínioedilício

    2.3.11Certidãoexpedidaporserventianotarialouderegistrorelativaavaloresdeemolumentosedemaisdespesasdevidaspelosatosporelapraticados,fixadosnastabelas

  • estabelecidasemlei

    2.3.12Demaistítulosaosquaisaleiatribuirforçaexecutiva

    2.3.13Títulosexecutivosextrajudiciaisestrangeiros

    2.3.14Títuloexecutivoe“processodeconhecimento”

    2.4Responsabilidadepatrimonial

    2.5Fraudeàexecução

    3.Diversasespéciesdeexecução

    3.1Petiçãoinicial

    3.2Execuçãoparaentregadecoisa

    3.2.1Coisacerta

    3.2.2Coisaincerta

    3.3Execuçãodasobrigaçõesdefazeroudenãofazer

    3.3.1Obrigaçõesdefazer

    3.3.2Obrigaçõesdenãofazer

    3.4Execuçãoporquantiacerta

    3.4.1Citaçãoearresto

    3.4.2Certidãocomprobatóriadaadmissãodaexecução

    3.4.3Penhora,depósitoeavaliação

    3.4.3.1Documentaçãodapenhora,registroedepósito

    3.4.3.2Lugardarealizaçãodapenhora

    3.4.3.3Modificaçõesdapenhora

    3.4.3.4Modalidadesdepenhora

    3.4.3.4.1Penhoradedinheiroemdepósitoouemaplicaçãofinanceira

    3.4.3.4.2Penhoradecréditos

    3.4.3.4.3Penhoradequotasouaçõesdesociedadespersonificadas

    3.4.3.4.4Penhoradeempresa,deoutrosestabelecimentosedesemoventes

    3.4.3.4.5Penhoradepercentualdefaturamentodeempresa

    3.4.3.4.6Penhoradefrutoserendimentosdecoisamóvelouimóvel

  • 3.4.3.5Avaliação

    3.4.4Expropriação

    3.4.4.1Adjudicação

    3.4.4.2Alienação

    3.4.4.2.1Alienaçãoporiniciativaparticular

    3.4.4.2.2Alienaçãoemleilãojudicial

    3.4.5Satisfaçãodocrédito

    3.4.5.1Levantamentopeloexequente

    3.4.5.2Concursosingulardecredores

    3.4.6ExecuçãocontraaFazendaPública

    3.4.7Execuçãodealimentos

    4.Embargosàexecução

    4.1Prazo

    4.2Fundamentos

    4.3Rejeiçãoliminar

    4.4Efeitosuspensivo

    4.5Procedimentoejulgamento

    4.6Moratória

    5.Suspensãoeextinçãodoprocessodeexecução

    5.1Suspensão

    5.2Extinção

    ResumodoCapítulo15

    Capítulo16-ProcessosnosTribunais

    ProcessosnosTribunais

    1.Paracomeçar

    2.Disposiçõesgerais

    2.1Direitojurisprudencial

    2.2Julgamentodecasosrepetitivos

  • 3.OrdemdosprocessosnosTribunais

    3.1Deveres-poderesdorelator

    3.2Preparativosparaojulgamento

    3.3Sustentaçãooral

    3.4Dinâmicaedocumentaçãodosjulgamentos

    3.5Prolongamentodojulgamentonoscasosdejulgamentopormaioria

    4.Incidentedeassunçãodecompetência

    4.1Pressupostosefinalidade

    4.2Competência

    4.3Legitimidadeeinstauração

    4.4Consequênciasdojulgamento

    5.Incidentedearguiçãodeinconstitucionalidade

    5.1Dispensa

    5.2Instrução

    5.3Julgamentoeconsequências

    6.Conflitodecompetência

    6.1Instauraçãoelegitimidade

    6.2Contraditórioeinstrução

    6.3Atitudesdorelator

    6.4Julgamentocolegiadoeconsequências

    7.Homologaçãodedecisãoestrangeiraeexequatur

    7.1Abrangência

    7.2Homologaçãodemedidasdeurgência

    7.3Elementosparaahomologação

    7.4Procedimento

    7.5Cumprimento

    8.Açãorescisória

    8.1Hipótesesdecabimento

  • 8.1.1A“açãoanulatória”

    8.2Legitimidade

    8.3Petiçãoinicial

    8.4Tutelaprovisória

    8.5Procedimento

    8.6Julgamento

    8.7Prazo

    9.Incidentederesoluçãodedemandasrepetitivas

    9.1Feiçãoepressupostosdeadmissibilidade

    9.2Legitimados

    9.3Ofíciooupetiçãodeinstauração

    9.4Admissibilidade

    9.5Atitudesdorelator

    9.5.1Suspensãodosprocessos

    9.5.1.1EspecialmenteasuspensãorequeridaaoSTJouaoSTF

    9.5.2Instrução

    9.6Julgamento

    9.6.1Abrangência

    9.6.2Consequências

    9.6.3Divulgação

    9.6.4Prazo

    9.7Revisãodatese

    9.8Recursoextraordinárioerecursoespecial

    10.Reclamação

    10.1Naturezajurídica

    10.2Hipótesesdecabimento

    10.3Competência,legitimidadeepetiçãoinicial

    10.4Atitudesdorelatoreprocedimento

  • 10.5Julgamentoesuasconsequências

    ResumodoCapítulo16

    Capítulo17-Recursos

    Recursos

    1.Paracomeçar

    2.Elementosdeumateoriageraldosrecursos

    2.1Definição

    2.2Classificação

    2.3Princípios

    2.4Juízodeadmissibilidadeejuízodemérito

    2.5Efeitos

    3.Disposiçõesgerais

    3.1Cabimento

    3.2Eficáciaimediataeefeitosuspensivo

    3.3Legitimidade

    3.4Recursoadesivo

    3.5Atosdispositivosrelativosaorecurso

    3.6Tempestividade

    3.7Recursodelitisconsorte

    3.8Preparo

    3.9Efeitosubstitutivo

    3.10Baixadeautos

    4.Apelação

    4.1Petiçãodeinterposição

    4.1.1Questõesnovas

    4.2Efeitosuspensivo

    4.2.1Atribuiçãoopejudicisdoefeitosuspensivo

    4.3Efeitodevolutivoetranslativo

  • 4.4NoTribunal

    5.Agravodeinstrumento

    5.1Petiçãodeinterposição

    5.1.1Formaçãodoinstrumento

    5.2Apresentaçãonaprimeirainstância

    5.3NoTribunal

    6.Agravointerno

    6.1Petiçãodeinterposição

    6.2Julgamento

    7.Embargosdedeclaração

    7.1Prazo

    7.2Processamento

    7.3Efeitosuspensivo

    7.4Julgamento

    7.5Efeitomodificativo

    7.6Multa

    7.7Embargosdedeclaraçãoeprequestionamento

    8.Recursoordinário

    8.1Aplicaçãodadisciplinadaapelaçãoedoagravodeinstrumento

    9.Recursoextraordinárioerecursoespecial

    9.1Petiçãodeinterposição

    9.2Efeitosuspensivo

    9.3Demonstraçãodarepercussãogeral

    9.4Contrarrazões

    9.5Interposiçãosimultânea

    9.6Reenvio

    9.7Julgamento

    9.8Recursosextraordinárioeespecialrepetitivos

  • 9.8.1Identificaçãodaocorrênciaderecursosmúltiplosesuaseleção

    9.8.2SuspensãodosprocessosdeterminadapeloTJouTRF

    9.8.3Decisãodeafetação

    9.8.4SuspensãodosprocessosdeterminadapelosTribunaisSuperiores

    9.8.4.1Suspensãonocasodoincidentederesoluçãodedemandarepetitiva

    9.8.5Preparaçãoparajulgamento

    9.8.6Julgamentoeconsequências

    9.8.6.1NoSTFenoSTJ

    9.8.6.2NosTJs,nosTRFsenaprimeirainstância

    9.8.7Manutençãodoacórdãorecorrido

    9.8.8Julgamentodeoutrasquestõesperanteotribunaldeorigem

    10.Agravoemrecursoespecialeemrecursoextraordinário

    11.Embargosdedivergência

    11.1Demonstraçãodadivergência

    11.2Processamento

    ResumodoCapítulo17

    Epílogo

    Vocabulário

    deDireitoProcessualCivil

    Bibliografia

    Sites**

  • CassioScarpinellaBuenoéAdvogadoformadopelaFaculdadedeDireitoda

    PontifíciaUniversidadeCatólicadeSãoPaulo(PUCSP),instituiçãonaqualobteve

    os títulos de Mestre (1996), Doutor (1998) e Livre-docente (2005) em Direito

    ProcessualCivil,todoscomanotamáxima,eondeexerceasfunçõesdeProfessor-

    doutor de Direito Processual Civil nos cursos de Graduação, Especialização,

    Mestrado eDoutorado.VisitingScholar daColumbiaUniversity (NovaYork) no

    anoacadêmicode2000/2001.ÉVice-PresidentedoInstitutoBrasileirodeDireito

    Processual (IBDP), e membro do Instituto Iberoamericano de Direito Processual

    (IIDP)edaAssociaçãoInternacionaldeDireitoProcessual(IAPL).

    Integrou a Comissão Revisora do Anteprojeto do novo Código de Processo

    CivilnoSenadoFederaleparticipoudosEncontrosdeTrabalhodeJuristassobreo

    mesmoProjetonoâmbitodaCâmaradosDeputados.

    É autor de 21 livros, dentre os quais destacam-se os seguintes, todos

    publicados pela Editora Saraiva: (1)Curso sistematizado de direito processual

    civil(em7volumes);(2)NovoCódigodeProcessoCivilanotado;(3)Projetosde

    novoCódigodeProcessoCivilcomparadoseanotados:SenadoFederal (PLSn.

    166/2010) e Câmara dosDeputados (PL n. 8.046/2010); e (4)Amicus curiae no

    processocivilbrasileiro:umterceiroenigmático.

    Escreveu mais de 60 livros em coautoria e mais de 70 artigos científicos,

    alguns publicados em revistas estrangeiras. Desenvolve intensa atividade

    acadêmica em todo o território nacional, como palestrante e conferencista, bem

    comonosprincipaisEncontrosdeProcessualistasdoexterior.

  • Numa lindamanhã de sol, fomos nós três passear na praia; fomos plantar sementes para,

    juntos,colhermososnossossonhos.Ouvindoamúsicadomaredoventoesobaluzdosol,

    pensamosnonomedele,quejáestavaconosco,tãoprotegidoetãoaconchegado,dentrodela.

    Tenhocertezadequeelesabe,desdeaqueledia,quefoiasuairmãzinhaquemoescolheu.E

    foi,porisso,pornadamais,queseuprimeirosorrisofoiparaela.

    DedicoesteManualaele,onossoqueridoMateus.Seunome,diferentementedoquedizem

    sobrenomes,significatantoedemaneiratãoprofunda,tãonossa,onossoser.Anóstrês,só

    nosrestaagradecer,emuito,esempre...

    “Aprendianãotentarconvencerninguém.Otrabalhodeconvenceréumafaltaderespeito,é

    umatentativadecolonizaçãodooutro.”

    JoséSaramago

  • ADCT–AtodasDisposiçõesConstitucionaisTransitórias(daConstituiçãoFederal)

    art.–artigo

    CADE–ConselhoAdministrativodeDefesaEconômica

    CC–CódigoCivil(Lein.10.406,de10dejaneirode2002)

    CCom–CódigoComercial(Lein.556,de25dejunhode1850)

    CF–ConstituiçãoFederal

    CLT–ConsolidaçãodasLeisdoTrabalho(Decreto-Lein.5.452,de1ºdemaiode1943)

    CNJ–ConselhoNacionaldeJustiça

    CNPJ–CadastroNacionaldePessoasJurídicas

    coord.–coordenadores

    CP–CódigoPenal(Decreto-Lein.2.848,de7dedezembrode1940)

    CPC–CódigodeProcessoCivil

    CPCde1939–CódigodeProcessoCivilde1939(Decreto-Lein.1.608,de18desetembrode1939)

    CPCde1973–CódigodeProcessoCivilde1973(Lein.5.869,de11dejaneirode1973)

    CPCde2015–CódigodeProcessoCivilde2015(Lein.13.105,de16demarçode2015)

    CPF–CadastrodePessoasFísicas

    CPP–CódigodeProcessoPenal(Decreto-Lein.3.689,de3deoutubrode1941)

    CTN–CódigoTributárioNacional(Lein.5.172,de25deoutubrode1966)

    CVM–ComissãodeValoresMobiliários

    DJe–DiáriodaJustiçaEletrônico

    EC–EmendaConstitucional

  • INPI–InstitutoNacionaldaPropriedadeIndustrial

    j.–julgado

    LC–LeiComplementar

    m.v.–maioriadevotos

    Min.–Ministro(a)

    OAB–OrdemdosAdvogadosdoBrasil

    org.–organizadores

    PUCSP–PontifíciaUniversidadeCatólicadeSãoPaulo

    RE–RecursoExtraordinário

    REsp–RecursoEspecial

    RISTF–RegimentoInternodoSupremoTribunalFederal

    RISTJ–RegimentoInternodoSuperiorTribunaldeJustiça

    ss.–seguintes

    STF–SupremoTribunalFederal

    STJ–SuperiorTribunaldeJustiça

    TJ–TribunaldeJustiçadosEstadose/oudoDistritoFederaleTerritórios

    TJs–TribunaisdeJustiçadosEstadose/oudoDistritoFederaleTerritórios

    TRF–TribunalRegionalFederal

    TRFs–TribunaisRegionaisFederais

    un.–unânime

    USP–UniversidadedeSãoPaulo

    v.–ver

    vol.–volume

  • AelaboraçãodeumManualdedireitoprocessualcivildeveu-sefundamentalmenteaquatrofatores.

    Oprimeiro relaciona-seàsconstantessolicitaçõesdealunos,nãosóosdagraduação,paraqueeu

    escrevesse algo mais condensado do que meu Curso sistematizado de direito processual civil,

    preservando,contudo,asmesmasideiasepremissasteóricasquelá,comovagarquesetevolumesme

    permitem,desenvolvo.Que,emsuma,escrevessealgoqueseparecessemaiscomaexperiênciaqueeles

    têmemsaladeaulaquandoexponhoaquelasideiasdoquecomaleituradotextorespectivo.

    Osegundofoiumpedidodemeuseditoresedaspessoasque,indispensáveisaoprocessoeditorial,

    sempre me deram todo o suporte necessário para que meus livros-solo, como os chamo, viessem a

    públiconosúltimosdezessete anos.DesdequandoconcluioCursosistematizado, oDr.AntonioLuiz

    ToledoPinto, entãoà frentedoEditorial JurídicodaSaraiva, e, logoapós,oDr.LuizRobertoCuria,

    Diretor do Editorial Direito & Concursos, e, mais recentemente, a Thaís de Camargo Rodrigues e o

    DanielPavaniNaveira,tambémdomesmoEditorial,e,desdesempre,oLuizLopesCarneiroFacchini,

    responsávelpelasvendasuniversitárias,sempresugeriramqueeu,aexemplodeoutrosautoresdacasa,

    tivesse tambémumManual para ofertar ao leitor interessado outra forma,mais breve, de conhecer e

    estudarodireitoprocessualcivil.

    OterceirofoioCPCde2015.Nessecaso,odesafiodeescreverumManualfoi,antesdetudo,uma

    maneiradeeupróprioestudarmaisdetidamenteonovoCódigo,preparando-meparaasinúmerasaulas,

    detodososníveiseemtodososlugaresquevenhotendooprivilégiodeministrar.Écomoseescrever

    esteManualfosseummododeaprenderapensarerefletirsobreaqueleCódigo.Comosempre,estudei

    simulando aulas, escrevendo, ditando emeditando a respeito do objeto de estudo. Isso aprendi desde

    muitocedocomminhamãe,entãoservi-medestametodologia.

    Oquartoeúltimofatortambémrelaciona-seaoCPCde2015.Emumsentidomaisretrospectivoque

    oanterior,esteManualquerrefletirtodaaexperiênciaque,desdeosprimeirosmovimentosemdireção

    ao que hoje é a Lei n. 13.105/2015, acumulei. E não foi pouca: tive o privilégio de participar da

    ComissãoTécnicadeapoioàelaboraçãodorelatório-geralnoSenadoFederalno2ºsemestrede2010,

    ao ladodo saudosoMinistroAthosGusmãoCarneiro, doDesembargador eProfessorDorivalRenato

  • PavanedoProfessorLuizHenriqueVolpeCamargo, sobabatutadoSenadorValterPereira,doMato

    GrossodoSul;elaborei,aoladodeoutrostrêsDiretoresdoInstitutoBrasileirodeDireitoProcessual,a

    ProfessoraAdaPellegriniGrinover,oProfessorCarlosAlbertoCarmonaeoProfessorPauloHenrique

    dos Santos Lucon, umSubstitutivo ao Projeto aprovado no Senado, relatando-o (ao qual, aliás, tanto

    deve a versão final doCPCde 2015); e participei de inúmeras reuniões de trabalho e discussões ao

    longo dos trabalhos na Câmara dos Deputados, a convite do Relator Geral do Projeto naquela casa,

    DeputadoFederalPauloTeixeira,deSãoPaulo.

    Masnãosó.Nosúltimosanos,ministreiincontáveisaulasnaFaculdadedeDireitodaPUCSP,tendo

    especificamentecomoobjetoosProjetosdoSenadoedaCâmarae,maisrecentemente,oprópriotexto

    aprovado do novo Código (uma das disciplinas optativas ofertadas aos 9º e 10º semestres mais

    concorridas entre os alunos); ofertei, ao lado da Professora Teresa Arruda Alvim Wambier, uma

    disciplina no Doutorado querendo investigar o “direito jurisprudencial” do CPC de 2015, tudo sem

    prejuízodascentenasdeoportunidadesque,emtodooBrasil,tiveparatratar,discutir,analisarecriticar

    osProjetos,participandodosmaisvariadoseventos,congressosefórunsdediscussão.

    SobreosProjetos,aliás,nãopossodeixardemencionar,aindaparailustrarestequartofator,olivro

    queescrevisobreeles,comparandoodoSenadocomodaCâmara–iniciativaqueviabiliza,aliás,uma

    discussãosériasobreoslimitesdoprocessolegislativoeaversãofinaldoCPCde2015,pouquíssimo

    comum,emboraindispensável–,e,comoCódigojápromulgado,olançamentodomeuNovoCódigode

    ProcessoCivilanotado,querecebeugenerosíssimaacolhidadopúblicoleitor.

    Asíntesedessesquatrofatoreséoqueoprezadoleitortememsuasmãos.

    NesteManualqueroexporodireitoprocessualciviltendocomopanodefundoprincipalmente,mas

    nãosó,oCPCde2015.Eexpô-lodaformamaisdireta,simplesefidedignapossível.Umvolumesó,

    bem direto, para que todos nós possamos compreender, com a leitura rápida de uma escrita a mais

    didáticapossível,odireitoprocessualcivilextraídodoenoCPCde2015.Quaseumaboa conversa

    sobreodireitoprocessualcivil,tendooCPCde2015comoreferênciaobrigatória.

    Nãoapenas e exclusivamente sobreoCPCde2015, é evidentequenão.Há elementos alheios ao

    Código (e a qualquer outra lei ordinária) que devem ser levados em conta pelo processualista civil,

    mesmoquandoapropostaéaexposiçãodemaneirasimplesdesuamatéria.Éopróprioart.1ºdoCPC

    de 2015 que o evidencia, ao remeter seu intérprete à necessidade de o processo civil ser “ordenado,

    disciplinado e interpretado, conforme os valores fundamentais estabelecidos na Constituição da

    RepúblicaFederativadoBrasil”.Eé,muitoantesdeleoudaideiadeumnovoCódigo,comooquefoi

  • promulgadopelaLein.13.105,de16demarçode2015,oqueleveiquaseduascentenasdepáginaspara

    expordesdea1ªediçãodovolume1domeuCursosistematizadodedireitoprocessualcivil.Trata-se,

    digo de vez, semprejuízo do que voumeocupar a respeito ao longoda exposição nesteManual, do

    “modelo constitucional de direito processual civil”.Não só de suaconstatação,mas – e em idêntica

    importância–desuaaplicação,desuacolocaçãoemprática.

    Nessesentido,esteManual,emlargaescala,partedeondeomeuCursosistematizadochegou,em

    suassucessivaseconstantesediçõesereediçõesdesdequandoseusprimeirosvolumesforamlançados,

    em2007.Elequernãosófixarumanovaformadepensarodireitoprocessualcivil,mastambém–eem

    idênticamedida–ampliar,demonstrare testaressanovaformadepensar.Aliás,alémdoacolhimento

    expresso pelo art. 1º do CPC de 2015, do já mencionado “modelo constitucional”, não me parece

    desnecessárioconstatarque,emlargaslinhas,eleobservaamesmasequênciaedistribuiçãodematérias

    que lancei nos diversos volumes do meu Curso sistematizado, enfatizando, é assim que penso, a

    necessidadedecumprimentooudaexecução dodireito aplicável à espécie, isto é, prestandoa tutela

    jurisdicionaldevida.Umaposturaquebemseharmonizacomoquedenominoneoconcretismo.

    Assim,emtermosbemdiretos,masnãomenosexatos,esteManualquerexplicarodireitoprocessual

    civil e o CPC de 2015 a partir das premissas teóricas que apresento, em caráter verdadeiramente

    introdutório, noCapítulo1.Tudoparaviabilizar aoprezado leitor, pormeiode sua leitura e reflexão

    sobresuaslições,ideiasepropostas–háumexpressoconvitequeformulonofimdaqueleCapítulopara

    tanto–,conheceroCPCde2015eentendê-loparabemaplicarodireitoprocessualcivil.Bemaplicá-lo,

    permito-me frisar, porque o bom processualista supera ou pelo menos cria condição de superar os

    problemasprocessuais (nãooscria), e isso, de forma assumida e aberta, para viabilizar a escorreita

    prestaçãodatutelajurisdicional,razãodeserdetudoaquiloqueestudamos.****

    EsteManualéescritoemprimeirapessoa,tantoquantoestePrólogo.Aescolhaestásubliminarmente

    justificadanosfatoresquemelevaramàsuaelaboração:eleretratabasicamenteminhaexperiênciacomo

    professor emsalade aula.Principalmente,masnão só, nas aulasqueministro, em todososníveisdo

    ensinosuperior,commuitoorgulho,hámaisdevinteanosnaFaculdadedeDireitodaPUCSP.

    Tambémentendoqueousodaprimeirapessoapermiteaconstruçãodeumverdadeirodiálogocomo

    leitor,sempreprezado,eque,assimespero,tornealeituratãoatrativaquantoprazerosaéaescrita.

    A exposição ao longo desteManual é a mais linear possível. A sucessão de Capítulos observa,

    conscientemente, a ordem escolhida pelo CPC de 2015, à exceção do primeiro, vocacionado à

  • apresentação das considerações propedêuticas, e que quer fornecer ao prezado leitor elementos para

    desenvolverumavisãocríticaeprópriadodireitoprocessualcivilcomoumtodoedoCPCde2015em

    particular, levando em conta, inclusive, e nem poderia ser diferente, variadas questões relativas ao

    processolegislativoqueculminaramnapromulgaçãodaLein.13.105,de16demarçode2015.Sempre,

    contudo, ofertando ao leitor, diante das incontáveis perplexidades do novo CPC, as alternativas e as

    opçõesqueseapresentamcomoasmaisadequadas.

    Após a apresentação de toda a matéria, que culmina no epílogo, trago um breve vocabulário de

    direito processual civil, que quer auxiliar o prezado leitor a inteirar-se da terminologia técnica da

    disciplina,umverdadeirodialeto,o“processualês”,inseridononãomenossofisticado“juridiquês”.

    Ao final, a bibliografia quer apresentar diversas alternativas de leitura e de pesquisa ao prezado

    leitorpara,querendo,aprofundareprosseguirnosseusestudos.

    AssimcomoocorreueaindaocorrecomomeuCursosistematizadodireitoprocessualcivil,críticas

    esugestõessãosempremuitobem-vindas.Incentivoseelogiostambém.Elaseeles,aomenosparamim,

    mostram que o caminho, ainda quando certo, pode ser sempre aprimorado; se errado, corrigido. O

    prezadoleitorpodemeescrever,paraestesfins,[email protected].

    Éoquebastaparanãodesvirtuarafunçãodeumprólogo.

    Uma boa leitura, prezado leitor, na esperança, de que este Manual possa comunicar-se

    suficientementebeme, com isso, realizar seupapel, estabelecendoumaverdadeiraponte entre aquele

    que o escreve e quem o lê: uma ponte que quer fornecer elementos para a compreensão do direito

    processual civil em um contexto normativo e valorativo expressamente reconhecido e direcionado ao

    atingimentodesuafinalidade.Qual?Aconcretizaçãododireitomaterialpeloprocessoenoprocesso.

    mailto:[email protected]

  • Fazendo coro aoque escrevonopreâmbuloda2ª ediçãodomeuNovoCódigodeProcessoCivil

    anotado,a2ªediçãodesteManualdedireitoprocessualcivil,emvolumeúnico,justifica-sedepoisde

    umagenerosíssimaacolhidadopúblico leitor,deprofessoresedealunosdosmaisdiversos locaisdo

    Brasil.

    A2ªediçãovemrevista,atualizadaeampliada,inclusivecomosacréscimosedesenvolvimentosque

    sejustificaramemrazãodeleisqueentraramemvigorapósofechamentoda1ªedição.Sãoelas:Lein.

    13.129,de26demaiode2015(quealtera,parcialmente,aleidearbitragem);Lein.13.140,de26de

    junhode2015(quetratadamediação);Lein.13.146,de6dejulhode2015(queinstituioEstatutoda

    PessoacomDeficiência)eLein.13.151,de28dejulhode2015(quemodifica,emparte,oregimede

    fundaçõesnoCódigoCivil).

    Masnãosó.

    OadventodaLein.13.256/2016,quealteroudiversosdispositivosdoCPCde2015aindadurante

    sua vacatio legis, justificou a reelaboração de diversas passagens deste trabalho, considerando as

    profundas (e nem sempre sistemáticas, muito pelo contrário, aliás) modificações que aquele diploma

    legislativotrouxe,sobretudo,masnãosó,paraorecursoespecialeparaorecursoextraordinário.

    Considerando o caráter eminentemente didático do trabalho, entendi oportuno introduzir, nesta 2ª

    edição,quadros-resumoaotérminodecadaumdosCapítulos.Elescorrespondem,comasmodificações

    que se fizeram necessárias, ao material de apoio que me acompanhou nas muitas dezenas de

    oportunidadesquetiveparaexporonovoCPCdenorteasul,deoestealestedoBrasilaolongode2015

    e,atémesmo,noexterior.Damesmaformaqueelesmeforam(emesãoe,tenhocerteza,aindaserão)

    utilíssimos no apaixonantemister de apresentar (e problematizar e sistematizar) oCPC de 2015 para

    todososinteressadosquetiveoprivilégiodeencontraremtodasaquelasdiversíssimaseenriquecedoras

    oportunidades,tenhocertezadequeelesserãomuitobemrecebidospelopúblicoleitor,pelosestudiosos

    epelosestudantesemgeralparacompreendermaisadequadamenteanovasistemáticaprocessual.

    A forma de escrita da 1ª edição, enaltecendo o diálogo constante com o prezado leitor, está

    preservadae,assimespero,aperfeiçoadaemdiversostrechos.Tudoparapensar,criticamente,oCPCde

  • 2015, longe da passividade e da acriticidade que tanto caracteriza a doutrina que quer ter caráter

    didático. Aquelas características, estou absolutamente convencido disto, são atributos totalmente

    diversoseque,nosseusdevidoslugares–esteéumdeles–precisamsercombinadosparaqueo(bom)

    conteúdochegue(daformamaisacessívelpossível)aoleitor.

    EsteManualquer,portanto,nãosódescrever,mas, também,proporumavisão (neoconcretista)de

    todoofenômenoprocessualcivil.Comoescrevialhures,oqueprecisamoséconstruiroCPCde2015

    problematizando-o, testando-o,pensando-o, sempre de forma crítica. Nada de frases de efeito e de

    soluçõesapriorísticasqueenganampelasimplicidadeesãoperigosasporqueconvidamanãorefletir,a

    nãopensar...

    Istoescrito,passoaosagradecimentos.

    Em primeiro lugar, aos meus caríssimos amigos e “assistentes” (litisconsorciais, como sempre

    afirmo)DanielBrajalVeigaeRicardoCollucci,quevêmmeacompanhandonosúltimosanosàfrentedas

    minhas turmas de direito processual civil daPUCSP, comoparte das exigências dos créditos dePós-

    graduação, meu sincero agradecimento pela atenção, pelos comentários e pela oportunidade de

    convivênciaacadêmica.

    Em segundo lugar, às minhas alunas e aos meus alunos da PUCSP que tanto me honram e me

    honraram, ainda mais em 2015, quando me elegeram seu paraninfo. A elas e a eles agradeço

    sensibilizadonapessoadaLaísNemeCuryAugustoRezende,brilhantealunaeminhaauxiliardeensino

    durante boa parte de seu curso de bacharelado. A todas as alunas e a todos os alunos, meu muito

    obrigado;elaseeles,que,tenhocerteza,sabempensarodireito(muitoalémdodireitoprocessualcivil,

    aliás),construindo-o, nãoo repetindo.Dentre os alunos que se formaramem2015, agradeço também

    nominalmenteaoJoãoCarlosMagalhães,meuauxiliardeensinoaolongode2015,quemeauxiliouna

    conferênciadasprovasduranteaproduçãoeditorialdosoriginaisdesteManual.

    Emterceirolugar,atodosaquelesque,diretaouindiretamente,emsaladeaulaouforadela,pore-

    mailoupelasredessociaiscontribuíramparaoresultadofinal,queagoravemapúblico.Emespecial,

    aosqueridosamigoseProfessoresAndréPaganideSousa,EliasMarquesdeMedeirosNeto,Fabiano

    Carvalho, Fernando da FonsecaGajardoni, Franco Junior, HeitorVitorMendonça Sica, JulioMuller,

    LeonardodeFariaBeraldo,LucianoViannaAraújo,MarceloBonício,MariaCarolinaBeraldo,Maurício

    Cunha,OlavodeOliveiraNeto,RodrigoBarioni,StellaEconomidesMaciel,VitorMoreiradaFonseca,

    WelderQueirozdosSantoseWilliamSantosFerreira,deixoregistrado,peranteoprezadopúblicoleitor,

    meumuitoobrigadopelasconversas,críticas,opiniões,sugestõesequestionamentossobreotrabalho.

  • Porfim,masnãomenosimportante,aosmeusEditoresdaSaraiva,emespecialàThaísdeCamargo

    RodrigueseaoDanielPavaniNaveira,pelotratamentoexemplarecuidadosocomestetrabalhodesdeo

    primeiromomento.

    Queessa2ªedição,revista,atualizadaeampliada,possa terareceptividadedaprimeiraequeela

    desempenhepapelidênticoaodoquefezquandodeseulançamento:auxiliaroestudanteeoestudiosodo

    direito processual civil a compreender a instigante disciplina do direito processual civil, levando em

    consideraçãooCPCde2015comoumtodosistemáticoconstruídoapartirdavisãoneoconcretistado

    direitoprocessualciviledomodeloconstitucionaldodireitoprocessualcivil.

    CassioScarpinellaBueno

    Fevereirode2016

  • ConsideraçõesPropedêuticas

    1.OOBJETODODIREITOPROCESSUALCIVILOUOQUEESTUDAODIREITOPROCESSUALCIVIL?

    Asprimeirasperguntasa seremrespondidasporumManualdedireitoprocessualcivil são saber

    paraqueserveodireitoprocessualcivil,oqueeleé,oqueeleestuda,qualéoseuobjetivo,qualéasua

    utilidade;enfim,questõescomoestaseoutrasaelascorrelatas.

    OdireitoprocessualciviléoramododireitoquesevoltaaestudaraformadeoPoderJudiciário

    (Estado-juiz) exercer a sua atividade-fim, isto é, prestar a tutela jurisdicional a partir do conflito de

    interesse (potencial ou já existente) que exista entre duas ou mais pessoas. Como é vedada que as

    pessoas envolvidas nesse conflito imponham umas às outras dada solução, elas devem dirigir-se ao

    Judiciárioparatanto.Essecaminhodeida(aoJudiciário),depermanência(noJudiciário)edechegada

    (peloJudiciário)àsoluçãodoconflitoesuaconcretizaçãoprática–impositivaseforocaso–éoque

    ocupaoestudanteeoestudiosododireitoprocessualcivil.

    Trata-se, por isso, de ramo do direito público, porque se volta, em primeiro plano, ao estudo da

    própriaatuaçãodoEstado(oexercíciodesuafunçãojurisdicional).Eestaanálisemereceserfeitatanto

    naperspectivaorganizacional,ouseja,daestruturadoPoderJudiciárionoBrasil,comonaperspectiva

    funcional,istoé,comoeledeveatuarparaatingiraquelafinalidade.

    Aindaécorretodizerqueodireitoprocessualcivilvaiumpoucomaislonge.Eletambémabrangeo

    estudodeoutrosmeiosderesoluçãodeconflitos,quenãoaquelesqueenvolvemaatuação(típica)do

    PoderJudiciário.Sãooschamados“meiosalternativosdesoluçãodeconflitos”,quebuscamasolução

    de conflitos pela aplicação do direito à espécie por outros meios, que não a prestação da tutela

    jurisdicionalpeloEstado-juizcomtodasassuastradicionaiscaracterísticas,aprincipaldelase,paraos

    finsparacápertinentes,acoercitividade, istoé,a imposiçãodoresultadoparaumadaspartes.Nesse

  • contexto,temascomoaconciliação,amediaçãoeaarbitragemmerecemtambémserestudadosnoâmbito

    dodireitoprocessualcivil.Comoosespecialistasdessesmeios“alternativos”buscamidentificarmeios

    mais ou menos apropriados para solução dos diversos conflitos, variando as técnicas consoante a

    vicissitudedoconflito,ou,atémesmo,combinando-as,parecesermaiscorretotratardelescomomeios

    adequadosparasoluçãodeconflitos.

    O CPC de 2015, a propósito, é expresso ao estatuir nos três parágrafos de seu art. 3º,

    respectivamente,que“épermitidaaarbitragemnaformadalei”,que“oEstadopromoverá,sempreque

    possível, a solução consensual de conflitos” e que “a conciliação, a mediação e outros métodos de

    soluçãoconsensualde conflitosdeverão ser estimuladospor juízes, advogados, defensorespúblicos e

    membrosdoMinistérioPúblico,inclusivenocursodoprocessojudicial”.OCPCde2015vaialémao

    trazer–eestaéumaimportantenovidadequandocomparadocomoCPCde1973–disciplinaextensa

    sobre a conciliação e a mediação, modificando profundamente, e por causa delas, a estrutura do

    procedimentocomum.

    Não obstante estas considerações sobre a importância e a relevância que os meios alternativos

    (entenda-se:adequados)desoluçãodeconflitotêmassumido,inclusivenoâmbitodoCPCde2015,não

    éerrado terpresentequeamaiorpartedaqueleCódigoe,consequentemente,deum trabalhoquequer

    explicar o direito processual civil – e este é o objetivo desteManual, prezado leitor – dedica-se ao

    estudo“tradicional”daprestaçãoda tutela jurisdicionalpela imposiçãododireitoaplicávelàespécie

    peloEstado-juiz.Nãoéporoutrarazãoqueoart.4ºdoCPCde2015prescreveque“Aspartestêmo

    direitodeobteremprazorazoávelasoluçãointegraldomérito,incluídaaatividadesatisfativa”.

    Odispositivomereceserentendidonaatualidade:foi-seotempoemqueodireitoprocessualcivil

    podia se dedicarmais – quiçá, exclusivamente – ao conhecimento do direito aplicável ao caso pelo

    magistrado. Tão importante quanto conhecer o direito a ser aplicado ao caso é criar condições

    concretas de aplicá-lo ou, para empregar a nomenclatura do CPC de 2015, de cumprir a decisão,

    satisfazendoodireitotalqualconhecidoeissoaindaquecontraavontadedaspartes.

    Essacombinaçãodeconhecerecumprir,nosentidodesatisfazer,équejustificaoprecitadoart.4º

    doCPC de 2015 – “juris-dição” e “juris-satisfação” (v. n. 3.1, infra) – e, superiormente, a própria

    noçãodeacessoàJustiçaprevistanoincisoXXXVdoart.5ºdaCF.TambéméarazãodeoCPCde

    2015valer-sedaexpressão“processodeconhecimentoedocumprimentodesentença”(LivroIdaParte

    Especial) no lugar do consagradíssimo, preservada pelo CPC de 1973 mesmo depois das profundas

    Reformaspelasquaispassounosseusúltimosvintesanosdeexistência(ejásobaégidedaConstituição

  • de1988),“processodeconhecimento”,que,nãoporacaso,emfunçãodasconvicçõesedasideologias

    sobreodireitoprocessualcivildaépoca,ocupavapraticamenteametadedosartigosdoCPCde1973,

    istoé,todooseuLivroI.

    Sim,prezadoleitor,foi-seotempoemqueoestudododireitoprocessualcivilpoderiaselimitarou,

    quandomenos,concentrarseusmaioresesforçosetemponochamado“processodeconhecimento”,isto

    é, na análise dos atos processuais produzidos desde a petição inicial até o proferimento da sentença,

    quiçácomalgumaindagaçãosobreosrecursoscabíveisdasdecisõesproferidasnaqueleinterregno,com

    especialdestaqueaorecursointerponíveldaprópriasentença,aapelação,o“recursoporexcelência”.

    Hoje–eoCPCde2015sóconfirmaessatendênciadoutrinária–, tãoimportantequantooestudo

    daquelesatosedoprocedimentoqueosuneéoestudodosatos relativosaocumprimento doque foi

    decididoembuscadasatisfaçãododireito,talqualreconhecido.Tambéméfundamentalestudarosatos

    quevisamasseguraro resultadoútildoquevier a serou foidecidido,naperspectiva, atémesmo,de

    anteciparoinstanteemqueasatisfaçãododireitoseráalcançada.Jánãoédehojequeo“processode

    sentença” (o “processo de conhecimento”) não pode mais ser o foco da atenção, consciente ou

    inconsciente, do estudo do direito processual civil. Sentença não é (e, bem entendida, nunca foi)

    sinônimo de satisfação do direito.Os efeitos colaterais dessa compreensão limitada e anacrônica são

    terríveis e emnada, absolutamentenada, contribuemparaummais efetivo acesso à Justiçano sentido

    amploquecolocoemrelevo.

    Tanto mais pertinente é o que acabei de evidenciar, porque há diversas situações – e o direito

    brasileiro é especialmente repleto delas – em que o conhecimento do direito aplicável à espécie

    independe de prévia atuação do magistrado. São os chamados títulos executivos extrajudiciais,

    documentosque,deacordocomalei, têmeficáciasimilaraoconhecimentojudicialdodireito,sóque

    sãoelaboradosentreasprópriaspartes,noplanomaterial.Nãosignificaqueojuiznãopossareveroque

    consta do título até mesmo reconhecendo o contrário, que a dívida nele retratada já está paga, por

    exemplo.Oqueocorre,nessescasos,équeo focodaatuação jurisdicional,dadaapressuposição do

    direito suficientemente reconhecido no título executivo extrajudicial, dá-se mais com a satisfação

    daquele direito do que com o seu reconhecimento. É o que o CPC de 2015 chama de “processo de

    execução”,cujadisciplinaencontra-senoLivroIIdaParteEspecial.

    Não é por razão diversa, aliás, que o CPC de 2015 inova inclusive na distribuição dasmatérias

    quandocomparadocomoCPCde1973.Otratodocumprimentodesentençaedoprocessodeexecução

    antes dos recursos e, de forma mais ampla, da ordem dos processos nos Tribunais é demonstração

  • inequívocadoalcancequeoart.4ºmereceter.

    2.OMODELOCONSTITUCIONALDODIREITOPROCESSUALCIVIL

    Sendoodireitoprocessualcivilumramododireitopúblico,porque,emúltimaanálise,voltadoao

    estudo da atividade-fim do Poder Judiciário, o exercício da função jurisdicional, evidencia-se a

    indispensabilidadedeseuestudodar-seapartirdaCF.Éela–enãoasleis–quemoldamo“ser”(ou

    melhor,odever-ser)doEstadobrasileiro.

    Aafirmaçãorevelamuitosobreométodoaserempregadoparaoestudododireitoprocessualcivil.

    EstudardireitoprocessualcivilapartirdaCFé,antesde tudo,extrair tudooqueelacontémsobreo

    direitoprocessualcivil.Todasasnormasconstitucionaisdedireitoprocessualcivilquecriamomodelo

    de organização e de atuação do Estado-juiz. Criam no sentido de impor o modelo – não apenas um,

    qualquerum,masomodelo–asernecessariamenteobservadopelointérpreteepeloaplicadordodireito

    processual civil.Trata-se,destarte,deuma imposiçãoconstitucional.Asnormasconstitucionais, todas

    elas,devemseracatadasinclusivenoquedizrespeitoàestruturaçãodoEstado-juizedaformadesua

    atuaçãoparaoatingimentodesuasfinalidades,oque,aliás,éeloquentementedesignado,nãoporacaso

    peloincisoLIVdoart.5ºdaprópriaCF,comodevidoprocessolegal.Seotextoconstitucionaltivesse

    substituídooadjetivolegalporconstitucional,poucomaisserianecessárioaacrescentar.

    Observar“omodeloconstitucionaldodireitoprocessualcivil”,destarte,nãoéumaescolhateórica

    oufilosófica.Nãoéumacorrentedepensamentoquedependadaadesãodesteoudaqueleautor,destaou

    daqueladoutrinadora.Comotodaboanormaconstitucional,suaobservânciaé impositiva,sobpenade

    inconstitucionalidade.

    Nestesentido,pormaisparadoxalquepossaparecer,éinequivocamenteinócuooart.1ºdoCPCde

    2015,quandoprescreveque:“Oprocessocivilseráordenado,disciplinadoeinterpretadoconformeos

    valores e as normas fundamentais estabelecidos pelaConstituição daRepúblicaFederativa doBrasil,

    observando-se as disposições desteCódigo”. Inócuo porque, em estreita harmonia com o que vim de

    escrever, não há escolha entre o direito processual civil ser ou não ordenado, disciplinado e

    interpretado de acordo com a Constituição. Ele será – sempre compreendido como “deverá-ser”, no

    sentidoprescritivodaexpressão–ordenado,disciplinadoeinterpretadodeacordocomaConstituição,

    queiramos ou não.É esta uma das formas de ver o queKonradHesse chama de “força normativa da

    Constituição”.

  • Apesar da observação relativa à inocuidade daquela previsão legislativa – repito, ela decorre

    diretamente da Constituição, sendo despicienda sua repetição pela lei infraconstitucional –, é

    irrecusável queo art. 1º doCPCde 2015 é pertinente para fins didáticos, para que, a todo o tempo,

    lembremo-nos,todos,estudantes,estudiososeaplicadoresdodireitoprocessualcivil(e,evidentemente,

    dopróprioCódigo),queeledeveserinterpretado,antesdetudo,apartirdaprópriaCF;queelesópode

    vincularseusdestinatáriosnaexatamedidaemquetenhaobservadoeobserveo“modeloconstitucional”.

    Oprezadoleitorperceberá,emdiversaspassagensdesteManual,queéopróprioCPCde2015que,com

    alguma frequência, se esquece e se afasta do “modelo constitucional”. “Havendo conflito entre norma

    constitucionalenormalegal,mesmoquedoCPC,oquedeveprevalecer?”,perguntaráoprezadoleitor.

    A resposta é a busca pela possível compatibilização entre ambas. Sendo alcançada esta

    compatibilização, aplica-se a lei devidamente conformada ao “modelo constitucional”, verdadeiro

    processo de “filtragem constitucional”. Se não, deve prevalecer a CF sobre a disposição

    infraconstitucional,queé,irremediavelmente,inconstitucional.

    Feitas essas considerações prévias, é hora de apresentar o “modelo constitucional do direito

    processualcivilbrasileiro”.Ainiciativaquerextrair,daCF,todasasnormas(regraseprincípios,porque

    ambostêminegávelcaráternormativo)queela trazcomrelaçãoaodireitoprocessualcivil.Comosão

    variadíssimasestasnormas,entendoqueébastanteútilapresentá-las,parafinsdidáticos,divididasem

    quatrogrupos:os“princípiosconstitucionaisdodireitoprocessualcivil”,a“organizaçãojudiciária”,as

    “funçõesessenciaisàJustiça”eos“procedimentosjurisdicionaisconstitucionalmentediferenciados”.

    Mais do que enumerar os “princípios constitucionais do direito processual civil”, impõe analisar,

    desdeadoutrinadodireitoconstitucional–achamada“novahermenêutica”–,seuadequadométodode

    utilização,levandoemconta,notadamente,o§1ºdoart.5ºdaCF.

    O outro grupo componente do “modelo constitucional do direito processual civil” é o relativo à

    estruturaeàorganizaçãodoPoderJudiciáriobrasileiro,federaleestadual.TodaelaestánaCF,enão

    podeserdesconhecidapornenhumalei.

    O terceiro grupo a compor o “modelo constitucional do direito processual civil” é o das funções

    essenciaisàJustiça.ÉaCFquemasdescreveeasdisciplinademaneiramaisoumenosexaustiva:oque

    éamagistratura,comoelaseestruturaequeméeoquefazomagistrado;oqueéoMinistérioPúblico,

    comoeleseestruturaeoquefazemosseusmembros;oqueéaadvocacia,públicaouprivada,eoque

    fazemosseusmembros;porfim,masnãomenosimportante,oqueéaDefensoriaPública,comoelase

    estrutura,eoquefazemosseusmembros.TodasessasinterrogaçõessãoextraídasdaCFeéapartirdela

  • quesuasrespostasmerecemserperseguidas.

    É,porfim,aCFquedisciplina–porvezes,atécomminudênciatípicadeumalei–aformapelaqual

    o Judiciário deve ser provocado para resolver as mais variadas questões. Desse quarto grupo do

    “modelo constitucional do direito processual civil”, fazem parte os “procedimentos jurisdicionais

    constitucionalmentediferenciados”.Éoquesedácoma“tutela jurisdicionaldas liberdadespúblicas”

    (mandado de segurança, habeas corpus etc.), com o controle de constitucionalidade (concentrado e

    difuso), com as súmulas vinculantes do STF, com a reclamação e com a própria execução contra a

    FazendaPública.

    Convido-o,prezadoleitor,avisitaraCFparavisualizarasnormasdecadaumdessesgrupos.Por

    ora,ébastanteasuanotíciaeasuaadequadacontextualização.Anecessáriaaplicaçãodecadaumadelas

    paraconformarasleisinfraconstitucionaisemgeral–eprincipalmenteopróprioCPCde2015–àquele

    modeloétarefaàqualmevoltoaolongodetodoesteManual.

    2.1Princípiosconstitucionaisdodireitoprocessualcivil

    Oprimeirogrupoqueexponhoacercadomodeloconstitucionalsãoos“princípiosconstitucionaisdo

    direito processual civil”. Eles ocupam-se especificamente com a conformação do próprio processo,

    assim entendido o método de exercício da função jurisdicional. São eles que fornecem as diretrizes

    mínimas, embora fundamentais, de como deve se dar o próprio comportamento do Estado-juiz. Eles

    prescrevem,destarte,o“mododeser”(maisprecisamente,de“dever-ser”)doprocessonaperspectiva

    constitucional.

    Senãohouvesseleiprocessualcivilnenhuma,omínimoessencialaserobservadonaconstruçãode

    tais leis e, mais genericamente, de um Código de Processo Civil, qualquer que fosse ele, em terras

    brasileirasaomenos,deveria ser extraídodiretamentedaCF.Aafirmaçãoé tantomaispertinentepor

    causadeumapeculiaridadedonossodireito:o§1ºdoart.5ºdaCFdispensaanecessidadedequalquer

    lei para que todos os direitos e garantias, explícitos ou implícitos, nele previstos – e amaioria dos

    princípiosaquireferidossãoextraídosdaqueledispositivo–sejamobservados.

    Os princípios que reputo essenciais para a compreensão desse mínimo essencial do direito

    processualcivilsãoosseguintes.

    2.1.1Acessoàjustiça

  • Oprimeiro dos princípios constitucionais do processo civil que deve ser exposto é o usualmente

    chamadode“acessoàjustiça”etemcomosinônimos“acessoàordemjurídicajusta”,“inafastabilidade

    dajurisdição”ou“inafastabilidadedocontrolejurisdicional”.

    Ele quer significar o grau de abertura imposto pela CF para o direito processual civil. Grau de

    aberturanosentidodeseramplamentedesejável,noplanoconstitucional,oacessoaoPoderJudiciário.

    Éoqueselê,comtodasasletras,doincisoXXXVdoart.5ºdaCF:“Aleinãoexcluirádaapreciação

    doPoderJudiciáriolesãoouamea çaadireito”.

    A compreensão de que nenhuma lei excluirá ameaça ou lesão a direito da apreciação do Poder

    Judiciáriodeve ser entendidano sentidodequequalquer formade “pretensão”, isto é, “afirmaçãode

    direito” pode ser levada ao Poder Judiciário para solução.Uma vez provocado, o Estado-juiz tem o

    deverdeforneceràquelequebateuàssuasportasumaresposta,mesmoquesejanegativa,nosentidode

    que não há direito nenhum a ser tutelado ou, bem menos do que isso, uma resposta que diga ao

    interessadoquenãohácondiçõesmínimasdesaberseexiste,ounão,direitoasertutelado,istoé,que

    não há condições mínimas de exercício da própria função jurisdicional, o que poderá ocorrer por

    diversasrazões,inclusiveporfaltaromínimoindispensávelparaoqueaprópriaCFexigecomodevido

    processolegal.

    OincisoXXXVdoart.5ºdaCFéexpressoquantoaqualquerameaçaoulesãoadireitonãopoder

    serafastadadoPoderJudiciário.Odispositivo impõe,por issomesmo,queodireitoprocessualcivil

    estruture-se, desde a CF, em duas grandes frentes. Uma voltada à reparação de lesões ocorridas no

    passado,umapropostaretrospectivada função jurisdicional,eoutra,voltadaparao futuro,umavisão

    prospectiva do processo, destinada a evitar a consumação de quaisquer lesões a direito, é dizer, a

    emissãodeumaformadetutelajurisdicionalqueimunizequaisquerameaçasindependentementedeelas

    converterem-se em lesões. Independentemente, até mesmo, de elas gerarem quaisquer danos. Basta,

    quandoaameaçaéoforodaspreocupaçõesdaatuaçãojurisdicional,quehajaumasituaçãoantijurídica.

    SeaCFimpõequealeinãoretiredoPoderJudiciárioaapreciaçãodequalquerameaçaoulesãoa

    direito,nãohácomonegarquequalquer lei–e,commaiorvigorainda,qualquerato infralegal–que

    pretenda subtrair da apreciação do Poder Judiciário ameaça ou lesão a direito é irremediavelmente

    inconstitucional.Comooexercíciododireitodeaçãoconsagradonestedispositivoimpõeamanifestação

    doEstado-juizecomoestaatuaçãotemqueseradequada(devida)paraoutorgaratutelajurisdicionaltal

    qual requerida, não há como admitir que a lei possa pretenderminimizar o processo e as técnicas

    processuaisadotadasouadotáveisporeleparaexercícioescorreitodafunçãojurisdicional,sobpenade,

  • indiretamente, minimizar-se a amplitude do inciso XXXV do art. 5º da CF e, por isso mesmo, ser

    irremediavelmenteinconstitucional.

    O dispositivo também permite interpretação no sentido de que o acesso ao Estado-juiz nele

    asseguradonãoimpede,muitopelocontrário,queoEstado, inclusiveoJudiciário,busquee,maisque

    isso,incentiveabuscadeoutrosmecanismosdesoluçãodeconflitos,aindaquenãojurisdicionais.Uma

    coisaénegar,oqueéabsolutamentecorreto,quenenhumalesãoouameaçaadireitopossaserafastada

    doPoderJudiciário.Outra,absolutamenteincorreta,éentenderquesomenteoJudiciárioeoexercícioda

    função jurisdicional podem resolver conflitos, como se fosse esta uma competência exclusiva sua. É

    incorreta essa compreensão totalizante do Poder Judiciário e, por isso mesmo, que o estudo dos

    chamados meios alternativos (no sentido de não jurisdicionais e não estatais) é tão importante,

    inclusiveparaaformaçãodoestudanteedoestudiosododireitoprocessualcivilcomoquisfrisar,não

    poracaso,desdeon.1,supra.

    Assim,evitaroacessoàjustiçaécorretonosentidodesebuscar(e,atémesmo,incentivar,comofaz

    oCPCde 2015) a solução de conflitos por outrosmétodos.Nunca, no entanto, no sentido de afastar,

    impedindo ou obstaculizando, o acesso à solução jurisdicional estatal quando malogradas aquelas

    tentativasou,simplesmente,porqueosinteressadosporelanãoseinteressam.

    2.1.2Devidoprocessolegal(devidoprocessoconstitucional)

    Seoprincípiodo“acessoàjustiça”representa,fundamentalmente,aideiadequeoJudiciárioestá

    aberto,desdeoplanoconstitucional,aquaisquersituaçõesde“ameaçasoulesõesadireito”,oprincípio

    do “devido processo legal” volta-se, basicamente, a indicar as condições mínimas em que o

    desenvolvimentodoprocesso,istoé,ométododeatuaçãodoEstado-juizparalidarcomaafirmaçãode

    umasituaçãodeameaçaoulesãoadireito,devesedar.

    EleéexpressonoincisoLIVdoart.5ºdaCF:“ninguémseráprivadodaliberdadeoudeseusbens

    semodevidoprocessolegal”.

    Trata-se de conformar o método de manifestação de atuação do Estado-juiz a um padrão de

    adequaçãoaosvaloresqueaprópriaCFimpõeàatuaçãodoEstadoeemconformidadecomaquiloque,

    dadasascaracterísticasdoEstadobrasileiro,esperamaquelesquesedirigemaoPoderJudiciárioobter

    delecomo resposta.Éumprincípio,destarte,deconformaçãodaatuaçãodoEstadoaumespecial (e

    preconcebido)modelodeagir.

  • Oprocessodeveserdevidoporque,emumEstadoDemocráticodeDireito,nãobastaqueoEstado

    atue de qualquer forma, mas deve atuar de acordo com regras preestabelecidas e que assegurem,

    amplamente, que os interessados na solução da questão levada ao Judiciário exerçam todas as

    possibilidadesdeataqueededefesaquelhepareçamnecessárias,istoé,departicipação.Oprincípio

    dodevidoprocesso legal, nesse contexto, deve ser entendidocomooprincípio regenteda atuaçãodo

    Estado-juiz, desde o momento em que ele é provocado até o instante em que o mesmo Estado-juiz,

    reconhecendoodireitolesionadoouameaçado,criecondiçõesconcretasdesuareparaçãoouimunização

    correspondente.

    Pelasrazõesapresentadasnoparágrafoanterior,oprincípiododevidoprocessolegaléconsiderado

    por boa parte da doutrina como um “princípio-síntese” ou “princípio de encerramento” de todos os

    valores ou concepções do que se entende como um processo justo e adequado, isto é, como

    representativosuficientedetodososdemaisindicadospelaprópriaCFe,emgeral,desenvolvidospela

    doutrinaepelajurisprudência.OptouaConstituiçãobrasileira,noentanto,pordistinguirexpressamente

    diversoscomponentesdodevidoprocessolegalpeloqueéfundamentalseuexamemaisdetalhado.Trata-

    se de uma explícita opçãopolítica do direito brasileiro quanto à previsão expressa de uma série de

    princípiosdoprocessocivil,aindaqueelespossam,emcadacasoconcreto,terincidênciaconjunta.A

    CF,ao indicar,expressamente,qualéoconteúdomínimodo “devidoprocesso legal” que ela própria

    garanteexplicitamente,nãopermitequequalquerintérpreteouaplicadordodireitoreduzaoseualcance

    esuaamplitudesemqueissoincidaemflagrante(edireta)inconstitucionalidade.

    Porestarazão,aliás,aliadaàcorretacompreensãodaimportânciado“modeloconstitucional”parao

    estudododireitoprocessualcivil,nãohácomodeixardereconhecerqueochamado“devidoprocesso

    legal” é, antes de tudo, um “devido processo constitucional”, expressão que enfatiza que a pauta de

    reflexãosobreodireito,emummodelodeEstadocomoobrasileiro,temquepartirdaConstituiçãoenão

    dalei.Destarte,éaexpressãoqueesteManualpassaaempregardaquiemdiante.

    2.1.3Contraditório(cooperação)

    OprincípiodocontraditóriovemexpressonoincisoLVdoart.5ºdaCF:“aoslitigantes,emprocesso

    judicialouadministrativo,eaosacusadosemgeralsãoasseguradosocontraditórioeampladefesa,com

    osmeios e recursos a ela inerentes”.Onúcleo essencial doprincípiodo contraditório compõe-se, de

    acordocomadoutrinatradicional,deumbinômio:“ciênciaeresistência”ou“informaçãoereação”.O

    primeirodesseselementosésempreindispensável;osegundo,eventualoupossível.

  • Édesejável,contudo,iralém,atéparadistinguirocontraditóriodaampladefesa.Contraditóriodeve

    ser entendido como possibilidade de participação e colaboração ou cooperação ampla de todos os

    sujeitosprocessuaisaolongodetodooprocesso.Emais:estaparticipação,colaboraçãooucooperação

    devemsercompreendidasnaperspectivadeasparteseeventuais terceiros intervenientesconseguirem

    influenciar adecisãodo juiz.Quandomenos,que tenhamcondições reais, efetivas,de influenciar os

    diversos atos e decisões a serem proferidas pelo magistrado ao longo do processo. Contraditório é

    realizaçãoconcreta,tambémemjuízo,dasopçõespolíticasdolegisladorbrasileirosobreomodelode

    EstadoadotadopelaConstituiçãobrasileira.Contraditórioéformapelaqualseefetivamosprincípios

    democráticos da República brasileira, que viabiliza ampla participação no exercício das funções

    estatais. É esta a razão, aliás, pela qual é correto entender que o própriomagistrado está sujeito ao

    contraditório,naamplaacepçãoquedestaqueiacima,oqueoCPCde2015capturaadequadamentecomo

    severificaemváriosdeseusdispositivos,emespecialnosarts.9ºe10,quevedamoproferimentode

    decisõespelomagistradosemqueantesaspartessejamouvidas,mesmonaquelescasosemquecabeao

    magistrado pronunciar-se de ofício, isto é, independentemente da provação de qualquer outro sujeito

    processual.

    OmodelodeprocessoestabelecidopeloCPCde2015,bemcompreendidoeemplenaharmoniacom

    o“modelo constitucional” é inequivocamente de um“processo cooperativo” emque todos os sujeitos

    processuais(aspartes,eventuaisterceirosintervenientes,osauxiliaresdajustiçaeoprópriomagistrado)

    cooperemoucolaborementresicomvistasaumafinalidadecomum:aprestaçãodatutelajurisdicional.

    Acompreensãodeque todosossujeitosprocessuais,cadaqualnasespecificidadesdecorrentesde

    seumisterinstitucional(advogados,dentrodaéticaedoordenamentojurídicodefenderãoosinteresses

    que lhe são confiados por seus clientes; membros do Ministério Público, observando os mesmos

    quadrantes, atuarão emprol de interesses que justificam sua intervençãono processo civil), sãomeio

    essencial para viabilizar a prestação da tutela jurisdicional para quem, na perspectiva do direito

    material,merecê-la(queé,emúltimaanálise,ofimdoprocesso)éessencialpararealizarconcretamente

    ocomandoestampadonoart.6ºdoCPCde2015,que,insisto,jáéoquemereciaserextraídodesdea

    concepçãodocontraditóriocomocooperaçãonocontextoconstitucional.

    2.1.4Ampladefesa

    OmesmoincisoLVdoart.5ºdaCF,quefazexpressareferênciaaoprincípiodocontraditório,lista,

    tambémcomoprincípioconstitucional,odaampladefesacomosrecursosaelainerentes.

  • Nãohá razãoparadeixardeentenderaampladefesa,maisaindaapósoqueacabeideacentuara

    respeito do princípio do contraditório, como a garantia de todo e qualquer réu (nomenclatura mais

    utilizadaparaoprocessocivil)tercondiçõesefetivas,istoé,concretasdeseresponderàsimputações

    quelhesãodirigidasantesqueseusefeitosdecorrentespossamsersentidos.

    Os“recursosaela inerentes”, aque se refereo incisoLVdoart.5ºdaCF,devemser entendidos

    como a criação de mecanismos, de formas, de técnicas processuais, para que a ampla defesa seja

    exercitadaacontento.Nãosão“recursos”emsentidotécnico,emsentidoprocessual,comomecanismos

    de revisão ou de controle de decisões judiciais. A própria concepção de um “direito fundamental à

    prova” pode e deve ser entendida como uma forma de bem realizar o comando constitucional aqui

    destacado,istoé,comomeiodeseexerceramplamenteadefesa.

    2.1.5Juiznatural

    O“princípiodojuiznatural”–porvezestambémchamadode“princípiodavedaçãodostribunaisde

    exceção”–encontrafundamentoexpressoemdoisdispositivosdaCF,nosincisosXXXVIIeLIII,ambos

    do art. 5º, os quais, respectivamente, prescrevem que: “não haverá juízo ou tribunal de exceção” e

    “ninguémseráprocessadonemsentenciadosenãopelaautoridadecompetente”.

    O sentido tradicional do princípio, que ainda é aquele que a CF quer revelar, significa que a

    autoridadejudiciáriaquejulgaráumdeterminadocasodeverápreexistiraofatoaserjulgado.Évedado

    criar,apartirdeumespecíficofatoconcreto,umórgãojudiciárioquetenhacompetênciaparajulgá-lo.A

    diretriz que se quer proteger com esta proibição é a de se garantir, da melhor forma possível, a

    imparcialidadedoórgãojudiciário.

    O “princípio do juiz natural” diz respeito, assim, à identificação do juízo, isto é, do órgão

    jurisdicionalconstitucionalmentecompetente.Éfundamental,destarte,compreenderemquecondiçõesa

    CF cria e aceita determinados órgãos jurisdicionais para julgar determinados assuntos, determinadas

    pessoaseassimpordiante.Será“juiznatural”aquelequeaConstituiçãoindicarcomocompetenteou,

    quandomenos,quandoela,aCF,permitirqueoseja.

    O “princípio do juiz natural”, em suma, depende, sempre e emqualquer caso, da identificaçãodo

    órgãojurisdicionalque,deacordocomomodeloconstitucionaldodireitoprocessualcivil,detémounão

    competência(fixadaemabstrato,antesdofatoconflituoso)pararealizarojulgamento.

    Oquealeiprocessualcivil,deseuturno,cria,concretizandoo“modeloconstitucionaldoprocesso

  • civil”,condições,emcadacaso,dedistribuiradequadaeracionalmenteacargadostrabalhosjudiciários

    entreosdiversosórgãosque compõema estrutura judiciária, regulando acompetência de cada órgão

    jurisdicional.

    2.1.6Imparcialidade

    O“princípiodaimparcialidade”nãotemprevisãoexpressanaCF.Adoutrina,contudo,nãohesitaem

    entendê-lo como decorrência do “princípio do juiz natural” ou, mais corretamente, como fator que o

    complementa.OquehánaCF,demaneiraexpressa,demaispróximoao“princípiodaimparcialidade”

    são as prerrogativas que o art. 95 reconhece ao magistrado, forma garantística de viabilizar a ele o

    exercício pleno de suas funções processuais, ao lado das vedações arroladas no parágrafo único do

    dispositivo.

    Nãobasta,apenas,queoórgãojudiciáriopreexistaaofatoaserjulgado.Isso,porsisó,podenão

    garantira realizaçãoconcretade todososvalores idealizadosporaqueleprincípio.Tambémapessoa

    natural que ocupa o cargo de magistrado no órgão competente para julgamento deve ser imparcial.

    Imparcialidade,nessecontexto,significaacentuarqueomagistrado(o juiz,propriamentedito,enãoo

    juízo,queé indicativodoórgão jurisdicional) seja indiferente em relaçãoao litígio.Seja,no sentido

    comumdapalavra, um terceiro, totalmente estranho, totalmente indiferente à sorte do julgamento e ao

    destinodetodosaquelesque,diretaouindiretamente,estejamenvolvidosnele.

    2.1.7Duplograudejurisdição

    Detodososprincípiosconstitucionaisdodireitoprocessual,omaisdifícildeseridentificadoéodo

    “duplograudejurisdição”.Isso,basicamente,porquenãoháconsensonadoutrinasobresuaextensãoe

    significado, o que é agravado porque aCF não se refere a ele expressamente.Realmente não há, em

    nenhum dispositivo da CF, a menção a um “duplo grau de jurisdição”. O que existe, para o direito

    processual penal, é o art. 8º, n. 2, letra h, do Pacto de São José da Costa Rica (Convenção

    InteramericanadosDireitosHumanosde 1969), que, aprovadopeloDecretoLegislativon. 27/1992 e

    promulgadopeloDecreton.678/1992,temstatusdenormaconstitucional,mercêdo§3ºdoart.5ºda

    CF, dispositivo acrescentado pela EC n. 45/2004.Não há, contudo, para o âmbito do processo civil,

    qualquerprevisãosimilar.

    Oquehá,aesserespeito,naCF,éaprevisão–eestaéexpressa–dequeemalgumassituaçõeso

  • STFeoSTJatuarãocomoórgãosdesegundograudejurisdiçãoaojulgaremos“recursosordinários”

    previstosnoart.102,II,enoart.105,II,daCF,respectivamente.

    Mesmo semenunciação expressa, cabe compreendero “duplograude jurisdição” comoomodelo

    quegarantearevisibilidadeampladasdecisõesjudiciaispormagistradospreferencialmentediferentese

    localizadosemnívelhierárquicodiverso.Por“revisibilidadeampla”deveserentendidaaoportunidade

    de tudoaquiloque levouoórgãoaquo a proferir uma decisão e ser contrastado pelomagistradoad

    quem,inclusiveoqueserelacionacomoaspectoprobatório.

    Nesse sentido, a previsão constitucional dos TRFs e dos TJs, estes, também previstos e

    regulamentadospelas respectivasConstituiçõesEstaduais, desempenham suficientemente aquele papel,

    quandojulgamorecursodeapelaçãointerponíveldassentenças,quepermiteaamplarevisibilidadeque

    acabeidedestacar.

    Bem entendida a questão e diferentemente do que venho sustentando emmeuCurso, penso que é

    legítimoaolegisladorinfraconstitucionaldeixardepreverarecorribilidadegeneralizadadequaisquer

    decisões proferidas pelomagistradoda primeira instância.Assim, a redução (emverdade, limitação)

    dosrecursosdaquelasdecisões(chamadode“agravodeinstrumento”)decorrentedoart.1.015doCPC

    de2015nãocontrastacomoprincípioaquiexaminado.AopçãopolíticafeitapeloCPCde2015é,no

    particular, harmônica com o “modelo constitucional”, porque o recurso das demais decisões

    interlocutóriaséfeitaemconjuntocomaapresentaçãodeoutrorecurso,odeapelaçãoou,ainda,quando

    seestabeleceocontraditórioaele,naapresentaçãodasrespectivascontrarrazões.

    Se em determinado caso concreto, a opção do CPC de 2015 em restringir a recorribilidade das

    interlocutóriasdaprimeirainstância,submetendo-asimediatamenteaoTribunalrespectivo,violaralgum

    direitodojurisdicionado,oprincípiododuplograudeverápreponderare,nessesentido,darfundamento

    ao cabimento de um sucedâneo recursal que possa, naquele específico caso, suprir a deficiência do

    sistemarecursal.Omaiscomum,nessescasos,éousodomandadodesegurançacontraatojudicial.

    2.1.8ColegialidadenosTribunais

    Por “princípio da colegialidade” deve ser entendido que amanifestação dosTribunais brasileiros

    devesercolegiadanosentidodenãopoderserrealizadaporumsódeseusmembrosisoladamenteou,

    comosecostumadizer,monocraticamente.Écomosedissessequeo“juiznaturaldosTribunais”éo

    órgãocolegiadoenãoumdeseusmembrosindividualmenteconsiderados.

  • Decisãocolegiadanãodeve ser entendida, contudo, comoadecisão tomadanecessariamentee em

    qualquercasopelatotalidadedosintegrantesdoTribunalaomesmotempo.Éperfeitamentelegítimoe,

    até mesmo desejável, que os Tribunais, sobretudo os que tenham vários integrantes, organizem-se

    internamente,buscandomaiorracionalizaçãodetrabalhos.ÉporissoquetodososTribunaisbrasileiros,

    nos termosdos seus respectivos regimentos internos (art.96, I,a,daCF), subdividem-seemdiversos

    gruposmenores, entre eles, as chamadas “Turmas” (nomenclaturamais comum no STF, no STJ e nos

    TRFs)ou“Câmaras” (nomenclaturamais comumnosTJs)paraviabilizar estamaior racionalidadena

    distribuiçãodotrabalhoe,consequentemente,nodesempenhodesuaatividadejudicante.

    O que deve haver, contudo, é a possibilidade de reexame das decisões monocráticas pelo órgão

    colegiadocompetente.

    2.1.9ReservadoPlenárioparadeclararainconstitucionalidadedeleiouatonormativo

    Umamanifestaçãoinequívocado“princípiodacolegialidade”éareservadeplenárioparadeclarara

    inconstitucionalidadedeleiouatonormativo.Emrigor,maisqueumprincípio,trata-sedeumaregrade

    competênciaestabelecidapeloart.97daCF,segundooqual:“Somentepelovotodamaioriaabsolutade

    seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a

    inconstitucionalidadedeleiouatonormativodoPoderPúblico”.

    Deacordocomodispositivo,sóoTribunalPlenoou,ondeexistir,o“órgãoespecial”–edesdeque

    haja delegação para tanto, dada pelo próprio Pleno (art. 93, XI, da CF) – é que declara a

    inconstitucionalidade de lei, manifestação clara, portanto, do que é chamado de controle difuso ou

    incidental da constitucionalidade. Se é verdade que, no direito brasileiro, todo e qualquer órgão

    jurisdicionaldeveexerceraquelecontrole,tambémoéquequandoaconstitucionalidadeédiscutidano

    âmbitodosTribunais,quaisquerque sejameles, éoPlenárioou, adependerdeexpressaprevisãodo

    RegimentoInterno,oseuÓrgãoEspecialquetemcompetênciaparatanto.

    2.1.10Isonomia

    OprincípiodaisonomiaoudaigualdadeébasilarnaorganizaçãodoEstadobrasileiro.Éexpresso

    sobreeleocaputeoincisoIdoart.5º,assimcomo,tendoemcontaoEstado-administração,oart.37,

    caput,e,comosolhosvoltadosàfunçãotributáriadoEstado,oart.150,II,todosdaCF.

    A isonomiaou igualdadedeve ser entendidano sentidodequeoEstado-juiz (omagistrado,queo

  • representa) deve tratar de forma igualitária os litigantes. Seja dando-lhes igualdade de condições de

    manifestaçãoao longodoprocesso, seja criandocondiçõesparaque essa igualdade seja efetivamente

    exercitada.

    É tradicional descrever o princípio da isonomia com o nome, bastante eloquente, “paridade ou

    igualdadedearmas”.Estaformadetratardoprincípioevidenciabemanecessidadedeoferecimentode

    iguais oportunidades aos litigantes ao longo do processo. Não há como conceber, nessas condições,

    instrumentosprocessuaisnãouniformes,nãoiguais,nãoequivalentesparaaspartes.

    Oprincípio,contudo,vaialém,paraatingirtambémsituaçõesemqueexisterealdesigualdade,uma

    desigualdade pressuposta pelos litigantes. Nesses casos, é legítimo que a lei crie mecanismos para

    igualarasituação,colocandoempédeigualdadeambososlitigantes.Oquereleva,emtaiscasos,éque

    o tratamento desigual seja suficientemente justificável, isto é, que ele seja devido e adequado para

    equilibrar, perante o Estado, situação de desequilíbrio estranho ao processo ou, quando menos, que

    surgenopróprioplanodoprocesso.Éoquederivadacostumeiraecorreta liçãodequeo tratamento

    desigualsejustificanamedidaexatadadesigualdadecombatida.

    2.1.11Publicidade

    OprincípiodapublicidadevemexpressonoincisoLXdoart.5ºdaCF:“aleisópoderárestringira

    publicidadedosatosprocessuaisquandoadefesadaintimidadeouointeressesocialoexigirem”.Ele

    tambémconstadosincisosIXeXdoart.93daCF,amboscomaredaçãoquelhesdeuaECn.45/2004,

    respectivamente:“todososjulgamentosdosórgãosdoPoderJudiciárioserãopúblicos,efundamentadas

    todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às

    própriasparteseaseusadvogados,ousomenteaestes,emcasosnosquaisapreservaçãododireitoà

    intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação” e “as decisões

    administrativasdostribunaisserãomotivadaseemsessãopública,sendoasdisciplinarestomadaspelo

    voto da maioria absoluta de seus membros”. Trata-se, inequivocamente, de uma garantia política do

    exercíciodafunçãojurisdicional,fortenaconcepçãodeexercíciodecontrolesobreela,típica,portanto,

    daconcepçãoclássicadeEstadodeDireito.

    Apublicidade,talqualexigidaconstitucionalmente,temsentidoduplo.Aprimeiraacepçãoéadeque

    odireitobrasileironãoadmitejulgamentos“secretos”.Assim,todooatuardoEstado-juizépúblicono

    sentidodeserpossíveloacessoimediatoaele.Asegundaénosentidodequetodasasdecisões,para

    serementendidascomotais,devemserpublicadas, istoé, tornadaspúblicas,acessíveisaopúblicoem

  • geral.Tudooquecaracterizao“processo”–e“processo”,sempreébomlembrar,éoprópriométodode

    atuaçãodoEstado–épúblico,e,comotal,temqueestardisponívelparaquemquerqueseja.

    O inciso IXdoart.93daCFadmiteexpressas restriçõesaoprincípiodapublicidade.Assim,nos

    casosde“preservaçãododireitoàintimidadedointeressado”,desdequenãohajaprejuízoao“interesse

    públicoàinformação”–direitoquedecorredomodelodeEstadoadotadopeloBrasil–,apráticadoato

    processualpodeserlimitadaàsprópriasparteseaseusadvogadosousomenteaestes.

    2.1.12Motivação

    Oprincípiodamotivação,tambémchamadodeprincípiodafundamentação,temprevisãoexpressa

    nos mesmos incisos IX e X do art. 93 da CF, os quais expressam o princípio da publicidade. Essa

    peculiaridade,contudo,nãoésuficienteparatratarosdoisprincípioscomoseelesfossemumsó,embora

    possasertraçadaalgumarelaçãoentreambos.

    Oprincípiodamotivaçãoexpressaanecessidadedetodaequalquerdecisãojudicialserexplicada,

    fundamentada e justificada pelomagistrado que a proferiu, levando em conta o direito aplicável e as

    vicissitudes do caso concreto. Com isso, o princípio assegura não só a transparência da atividade

    judiciária, mas também viabiliza que se exercite o adequado controle de todas e quaisquer decisões

    jurisdicionais. Justamenteporqueodireito reclama,para suaaplicação, interpretação,e, considerando

    queainterpretaçãodaregrajurídicareclama,parasuacorreção,aconsideração(consciente)devalores,

    éfundamentalqueseverifiquearazãodeomagistradoterdecididodeumaformaoudeoutrasempre

    levando em conta as peculiaridades do caso concreto. Não é despropositado, muito pelo contrário,

    referir-seaoprincípiodamotivaçãocomoumaformadeomagistrado“prestarcontasdoexercíciode

    suafunção jurisdicional”ao jurisdicionado,aosdemais juízes,a todososparticipantesdoprocessoe,

    maisamplamente–ecomoconsequênciainafastável–,atodaasociedade.

    2.1.13Vedaçãodasprovasilícitasouobtidaspormeiosilícitos

    O“princípiodavedaçãodasprovasilícitas”éexpressonoincisoLVIdoart.5ºdaCF.Deacordo

    com o dispositivo, “são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos”. O que o

    princípioquerproteger, acimade tudo,éa intimidadedaspessoasnos termos