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07. Sound Of The Underground

08. EkoaUm abrigo para o sofrimento

10. Project46Tomorrow won’t have a future.

14. I Killed The Promo QueenSomething clever over here.

17. A galera no show de Metal

18. SoturnusContos sombrios

22. EuphorbiaPlantas e Cactos

24. VegasBaseado em fatos reais.

26. Your Scene Really SucksConheça a verdadeira face da música.

28. Sonic SyndicateOs sindicatos da Suécia.

30. Amon AmarthO amanhecer do Deus do Trovão.

32. The Black Dahlia MurderSomething clever over here.

34. The AbsenceSomething clever over here.

36. Resenhas de albums.46 resenhas de albums.

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ÍNDICE

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onheçam Alyssa Herries. Ela tem 8 anos e mora em Dover, New Hampshire, onde ela estu-da na Woodman Park Elementary School. Alyssa é provavelmente a mais grave fã de Alice Co-oper do planeta. Com apenas 8 anos a garota mostra seus desejos:

01. Conhecer Alice Cooper02. Ir até Alice Cooperstown, um restaurante em Phoenix.03. Ficar na primeira fileira em um show do Ali-ce Cooper.

Sim, nos podemos chamar essa garotinha de uma fã do Alice Cooper. Seu desejo número 1 foi realizado em uma noite de sabado em Bos-ton.

“Quando você vai num show do Alice você en-contra alguns fãs extremos e outros fãs casuais” - conta seu pai Tony Herries - “Ela envergonha os fãs casuais”

Alyssa canta todas as músicas. Ela comenta so-bre as letras do Alice Cooper. Ela tem mais 40 camisas do Alice Cooper, poseters, carros, co-mics e muito mais. O placa do carro da familia é ALICE18

“Tem um assento de vaso que ela está louca!” - comenta Tony. “Digamos que 75% das Barbies dela tem um visual “dinstinto”. Os outros 25% não fazem parte desse visual.”

Alyssa juntou $900 do seu própio dinheiro na es-perança que Alice Cooper oferecesse um “Meet and Greet” [¹] na sua próxima turnê. Quando ela foi perguntado por sua familia, se ela queria ir para a Disneylândia, ela disse que prefere ir para Alice Cooperstown.

Ela nunca pediu para mudar seu para Alice, mas ela pediu uma vez para mudar para Calico, o nome da filha de Alice. Suas músicas favoritas são “Zombie Dance” e “Run Down the Devil.” Quando ela crescer ela quer estar em uma banda tributo entitulada como “Big Apple Dreamin”.

Ela já foi para 2 shows do Alice Cooper - ambos em Outubro, o segundo no seu oitavo aniversá-rio, no qual também é Dia das Bruxas. Em am-bos shows ela se vestiu totalmente como Alice Cooper e foi considerada uma celebridade. As pessoas continuam querendo uma foto como a pequena fã do Alice Cooper.

“Ela vive no mundo de Alice Cooper do momen-to de que ela acorda até a hora que ela vai dor-mir” - comenta Tony.

Na qual vem a pergunta: Como que é uma doce e timida criança que também gosta de Jonas Brother, acaba uma extraordinária fã de uma banda heavy metal dos anos 70?

Como você pode imaginar, Papai e Mamãe fo-ram uma influências. Tony e sua esposa Kelly são grandes fãs de Alice Cooper. “Eu sou um fa-nático” - explica Tony. Ele ouve os CDs de Alice Cooper desde do primário em 1983.

Na lembrança de Alyssa ela conta, “Nos estava-mos indo a um show e meu pai me disse para eu dar uma chance a Alice Cooper, e eu dei e acabei gostando mais e mais...”

[¹] “Meet and Greet” - serviço que recepciona e ajuda os membros do grupo após a sua chegada ao aeroporto.

C

Six Seconds Magazinehttp://www.sixseconds.com.br

[email protected]

A Six Seconds é uma revista online bimestral que vem com o intuito de apoiar e divulgar bandas do metal moderno que ainda estão no underground. Nós visamos apoioar bandas do cenário independente, ajudar eventos e serem mais divulga-dos, trazer notícias sobre bandas nacionais e internacionais,

resenhas sobre lançamentos de CDs e sobre shows.

Ian: +55 71 8712.4491Pedro: +55 11 9702.5058

Anayara: +55 11 9792.1777

Mostre para a Six Seconds do que você é capaz, se você gos-taria de contribuir com a revista, não perca tempo! Mande já

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e agarre está chance.

Editor ChefeIan Menezes

Design e PaginaçãoIan Menezes

Colaboração nessa ediçãoBruno Thompis

Bruno Dante de SouzaRafael Fehér

Anayara FragaPedro Tiago da Silva Jr.

Livia RamiresAlmir MacedoArthur Cachel

Quadrado MoraesRafael Andrade

Vitor Bruno PereiraMateus Casali

FotosClown

Natalia BrecianiPedro Saad

Anderson SilvaBruno Bittencourt

Anna Sofya

RevisãoRafael AndradeMarcelo Monaco

Contatowww.sixseconds.com.br

[email protected]

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9.5If You Want Your Survival Sign Wake Up TomorrowIndependente

No mundo underground nasce uma das bandas mais promissora no ramo do Metalcore/Groove brasileiro. Travar disputa no mercado musical, hoje em dia, como banda independente, é um estímulo a mais pra quem faz sua própria música. Creio que esse tenha sido um dos motivos fortes, além do amor à música pesada, pra que o Project46 tenha passado “da noite pro dia” de um Slipknot cover à uma banda bastante promis-sora da música pesada brasileira. Project46 surgiu e foi tendo uma evolução gradual até se consolidar e entrar em estúdio pra gravar o EP: If You Want Your Survival Sign Wake Up Tomorrow, que é uma porta pra banda se engrandecer mais ainda no cenário un-derground brasileiro. O disco se inicia com a faixa Sur-vival Sign (em pouco tempo, o ouvinte vai perceber que o disco se trata de um disco com uma mensagem única), que traz uma pegada bastante interessante e bem cadenciada, não há como não comentar sobre o vocal de Caio Marcellus, que se mostra bastante flexí-vel, alternando momentos mais agressivos com vocais bem rasgados sem perder o “fio da meada”. Survival Sign, vem como preparação para a música Tomorrow que, fica bem acima dos padrões impostos nas demais faixas do EP. Faixa bastante melodiosa, sem deixar de lado a pegada fundamental que, com poucas audições, vi que é característica desse quinteto. Após Tomorrow, a faixa If You Want não deixa a peteca cair e pros-segue com a mesma pancadaria mesclada à melodia das outras duas músicas anteriores. Nessa música, o destaque fica por conta dos vocais limpos que apare-cem mais frequentemente do que nas demais. O EP se encerra com a faixa Wake Up que, ao meu ver, é a faixa mais concisa e madura do grupo. Com oito minutos de duração, o instrumental continua dando o que falar: guitarras muito bem harmonizadas, bateria sempre firme e com pegada, baixo dando a marcação necessária e garantindo o peso além dos vocais bas-tante agressivos. A melodia final de Wake Up, trás um tipo de mensagem bastante reflexiva. Dado os fatores seguintes e aproveitando o que já foi dito, posso con-cluir que o EP do Project46 é um dos melhores discos independentes que escutei esse ano. A seriedade no trabalho está acima de tudo. Promissores, eficientes, habilidosos, profissionais e apaixonados pelo que fa-zem. BRUNO THOMPIS

Foto Natalia B

reciani & Pedro S

aad

Com o fim do cover Slipknot “Kroach“, Project46 vem ao mundo com um som completamente promissor na cena do Metalcore nacional-. A Six Seconds con-versa com o guitarrista Jean Patt6n sobre como tudo começou, sobre o novo clipe Tomorrow, e sobre o lançamento do EP.

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9.5If You Want Your Survival Sign Wake Up TomorrowIndependente

No mundo underground nasce uma das bandas mais promissora no ramo do Metalcore/Groove brasileiro. Travar disputa no mercado musical, hoje em dia, como banda independente, é um estímulo a mais pra quem faz sua própria música. Creio que esse tenha sido um dos motivos fortes, além do amor à música pesada, pra que o Project46 tenha passado “da noite pro dia” de um Slipknot cover à uma banda bastante promis-sora da música pesada brasileira. Project46 surgiu e foi tendo uma evolução gradual até se consolidar e entrar em estúdio pra gravar o EP: If You Want Your Survival Sign Wake Up Tomorrow, que é uma porta pra banda se engrandecer mais ainda no cenário un-derground brasileiro. O disco se inicia com a faixa Sur-vival Sign (em pouco tempo, o ouvinte vai perceber que o disco se trata de um disco com uma mensagem única), que traz uma pegada bastante interessante e bem cadenciada, não há como não comentar sobre o vocal de Caio Marcellus, que se mostra bastante flexí-vel, alternando momentos mais agressivos com vocais bem rasgados sem perder o “fio da meada”. Survival Sign, vem como preparação para a música Tomorrow que, fica bem acima dos padrões impostos nas demais faixas do EP. Faixa bastante melodiosa, sem deixar de lado a pegada fundamental que, com poucas audições, vi que é característica desse quinteto. Após Tomorrow, a faixa If You Want não deixa a peteca cair e pros-segue com a mesma pancadaria mesclada à melodia das outras duas músicas anteriores. Nessa música, o destaque fica por conta dos vocais limpos que apare-cem mais frequentemente do que nas demais. O EP se encerra com a faixa Wake Up que, ao meu ver, é a faixa mais concisa e madura do grupo. Com oito minutos de duração, o instrumental continua dando o que falar: guitarras muito bem harmonizadas, bateria sempre firme e com pegada, baixo dando a marcação necessária e garantindo o peso além dos vocais bas-tante agressivos. A melodia final de Wake Up, trás um tipo de mensagem bastante reflexiva. Dado os fatores seguintes e aproveitando o que já foi dito, posso con-cluir que o EP do Project46 é um dos melhores discos independentes que escutei esse ano. A seriedade no trabalho está acima de tudo. Promissores, eficientes, habilidosos, profissionais e apaixonados pelo que fa-zem. BRUNO THOMPIS

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Project46 - “Tomorrow“

Assista ao clipe do Project46, Tomorrow: www.youtube.com/watch?v=TC0PfIVcjv8

Em agosto de 2007 os ex-integrantes da banda KROACH (Slipknot Cover) Vinicius Castellari e Jean Patton (respectivos 4 e 6) deram inicio ao projeto no qual ambos fariam a composição e produção de um álbum sem demais integrantes, unificando idéias. Dando o pri-meiro passo para o Project46.

No decorrer da criação as composições foram mostradas para os músicos e amigos Guilherme Figueiredo e Rafael Yamada também ex-integrantes da banda citada acima. Ambos mostraram interesse e também tinham intenções da criação de uma banda para com-posições próprias. A partir daquele momento os quatro se uniram e o que de início era apenas um simples projeto passou a ser uma banda com grandes ambições.

Após a finalização de algumas músicas a banda saiu em busca de um Front-Man, com isso, Caio Marcellus também ex-vocal Kroach e ex-baixista Left Front, conhecendo a linha da banda, e já familiarizado com os integrantes, prontificou-se a apresentar suas idéias, sendo assim então o perfil ideal para a banda de uma forma unânime.

A banda atualmente encontra-se em estúdio finalizando a produção de seu primeiro EP intitulado “If you want your survival sign wakes up tomorrow”.

As influencias da banda variam de Lamb of God, As I Lay Dying e Soilwork até Pantera, Slayer e Sepultura.

http:/www.myspace.com/project46brazil

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A banda Ill Niño foi formada mais exatamente em 1998, quando haviam lançado um EP demo nesse mesmo ano, com Jorge Rosado nos vocais. O EP foi intitulado El Niño, quando o nome da banda ainda originalmente era chamada El Niño, por causa do fenômeno meteorológico. Mas foi em 1999, que ti-nham oficialmente formalizado. Após a saída de Ro-sado para a banda Merauder, o El Niño havia assina-do com a Roadrunner Records em 2000, mas foram obrigados a mudar o nome dele porque ele já estava sendo usado por outra banda, então mudaram para Ill Niño.

Eles lançam seu álbum de estréia, Revolution Revo-lución, em 18 de setembro de 2001. Em apoio ao lançamento do álbum, a banda fazia parte das turnês Ozzfest e Jägermeister em 2002. O single do álbum, “What Comes Around”, também recebeu significativo airplay na MTV2 no final de 2001.Ill Niño lança seu segundo álbum de estúdio, Con-fession, foi liberado em 30 de setembro de 2003. O álbum estreou em #37 nos gráficos da Billboard 200O single, “How Can I Live”, foi usado para a trilha sonora do filme Freddy vs. Jason, e foi posteriormen-te seu primeiro single a estar no gráfico da Billboard, na posição #26 nos gráficos Hot Mainstream Rock Tracks. O álbum tinha vendido mais de 110 mil có-pias nos Estados Unidos nos primeiros cinco meses do lançamento e é considerado o melhor álbum do Ill Niño até então, vendendo no total aproximadamente 500 mil cópias nos Estados Unidos.

Em 23 de setembro de 2004 é lançado o primeiro DVD da banda, Live from the Eye of the Storm, gra-vado em um concerto na Pennsylvania no início de 2004.A banda lança seu terceiro álbum, intitulado One Na-tion Underground, foi lançado em 27 de setembro de 2005. O álbum estreou em #101 no gráfico Billboard 200[4], e lutou para alcançar boas vendas, bem como o seu antecessor Confession. A banda anunciou que haviam encerrado contrato com Roadrunner Records

em 15 de julho de 2006.Nove dias mais tarde, foi anunciado que Ill Niño ha-viam assinado novo acordo com a recém formada Cement Shoes Records. O baterista Dave Chavarri afirmou que sua saída da Roadrunner foi “amigável”, mas considerou que eles não estavam recebendo a devida atenção e apoio da Roadrunner que tinham recebido em seus dois últimos lançamentos.Roadrunner Records lança a coletânea The Best of Ill Niño em 29 de setembro de 2006. O álbum apresenta treze faixas de seus três lançamentos com Roadrun-ner. No entanto, foram apenas emitidos nos Estados Unidos.Na estréia na Cement Shoes, a banda lançou o EP de cinco faixas The Undercover Sessions em 7 de novembro de 2006. Três versões covers foram colo-cadas no álbum, que incluiu a canção da banda Faith No More “Zombie Eaters”, a do Nirvana “Territorial Pissings”, e a de Peter Gabriel “Red Rain”. Duas novas faixas, “Arrastra” e “Reservation for Two”, também foram incluídas. 1300 cópias foram vendidas em sua primeira semana de lançamento.O quarto álbum de estúdio da banda foi lançado em 2008, Enigma, o álbum era para ter sido lançado em 9 de outubro de 2007, mas foi adiado para ser lan-çado apenas em 11 de março de 2008.

http://www.myspace.com/illninohttp://www.illnino.com

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[1]. O cara no meio do mosh que acha que deveria esta lá, mas não deveria.

[2]. Só veio por causa da cerveja mesmo sabendo que custava o dobro do preço e pagou 30 conto pra entrar. [3]. Um cara anônimo que fica batendo cabeça no meio do mosh feito um bebado até mesmo quando a banda para.

[4]. Amigos e familia da banda apenas tirando uma das fotos.

[5]. Pessoas que estão lá simplesmente pra dizerem que foram, mas sabendo que ninguem ta nem ai pra elas.

[6]. Tipo de cara ciumento, porquê eles não tem nenhum talento musical.

[7]. Maluco psicótico que vive criticando a banda antes mesmo dela entrar no palco...e que frequentemente desvia seus olhos para garotas menores.

[8]. Tipo de cara que berra todas as letras da banda com a intenção de atrair os outros. Geralmente Slayer ou Pantera.

[9]. Só está lá porque acha o vocalista gostoso.

[10]. Cara fazendo aqueles videos que vão pro YouTube que nunca dá pra ver nada ao invez de curtir o show.

[11]. Cara que derrama a cerveja nas suas costas

[12]. WOOOOOOOOOW!

[13]. Pessoas que vem escutar uma música desconhecida, mas não podem ir fumar com medo de perder a música.

[14]. Ganhou um ingresso no radio, mas não consegue suportar o fato de que foi ao show.

[15]. Acha que isso é um jogo de futebol americano

[16]. Adora a banda.

Em um show de Metal pode aparecer todo tipo de pessoa (o que a maioriam não no-tam). O pessoal do VirusComix fizeram essa ilustração para surpreender as pessoas e é claro, dar uma boa risada.

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Foto: Anderson Silva

8.5When Flesh Becomes SpiritIndependente

A proposta inicial desenvolvida pelo Soturnus é uma mescla entre o Death/Doom/Dark Metal, desenvol-vido inicialmente por bandas como o My Dying Bri-de, November’s Doom, ou pelos gregos do Rotting Christ no disco A Dead Poem. As influências de tais bandas citadas é inevitável, porém, não é com base somente nelas que o Soturnus foca seu trabalho, fazendo assim com que o disco se torne bastante heterogêneo. Ser fã dos estilos, acima de tudo, me torna um crítico ainda mais ferrenho em relação ao trabalho, e o que vi mediante audições é que a ban-da é bastante madura e tende a ter um lugar de destaque dentro da proposta a qual se enquadra. A Intro Stimuli, dá ao disco uma atmosfera densa logo de início. On The Verge of Changes mostra, logo de cara, a proposta da banda, uma faixa bem trabalha-da, com riffs bastante criativos e bem trabalhados, e as partes mais melodiosas sendo executadas com uma desenvoltura surpreendente, fazendo dessa música o destaque maior do disco. Seguida pela fai-xa que dá nome ao disco, a banda mostra a criativi-dade quase que inesgotável pra composição de riffs e vale ressaltar aqui, que o trabalho desenvolvido pelos guitarristas Rafael Basso (Guitarra e Vocal) e Andrei Targino é maravilhoso, um entrosamento in-crível dos dois. O disco segue com a mesma pegada firme das primeiras três composições. O baterista Eduardo Nunes se mostra bastante diversificado e alternado ao longo das composições, juntamen-te com o baixista Guilherme Augusto que tem um pegada bastante característica, principalmente pe-las influências do mesmo que são notáveis. O Disco do Soturnus, poderia ser um disco merecedor de nota bastante alta, beirando o máximo , não fosse a aposta do grupo em vocais mais limpos em 90% das faixas o que torna as faixas previsíveis e os vocais idem. Porém, o disco é bastante bem trabalhado e trás uma coisa que é primordial em qualquer ban-da: a Identidade. E isso o Soturnus tem de sobra. Longa vida ao metal mórbido. Ótimo trabalho.BRUNO THOMPIS

Por que o nome ‘Soturnus’? Teria alguma relação específica às composições líricas da banda?

No inicio não. Apenas procurávamos um nome que não fosse composto como Tears of Serenity, Lake of Silence e coisa do tipo. Procurávamos um nome que fugisse um pouco do lugar comum. Quando decidimos por ‘Soturnus’, justamente por causa os significados por trás de dele, como melancó-lico, sorumbático, tristonho, ainda não tínhamos desenvolvido nenhuma composição. Então, sim, o nome tem relação com os temas líricos aborda-dos hoje dia pela banda, mas um não é função do outro.

Quais são os pontos positivos e negativos com a constante entrada e saída de membros na banda anteriormente e posteriormente ao lançamento do primeiro álbum?

Bom, se fosse para escolher preferiria que a for-mação nunca tivesse sofrido mudanças. Mas como elas são, de certa forma, inevitáveis temos que aprender com as mudanças, reorganizar as coi-sas e seguir em frente. No nosso caso, a primeira grande saída de membros mudou bastante a con-cepção interna do que seria uma banda para nós, membros originais, como também mudou nosso

direcionamento musical. Mudamos de estilo, nos tornamos mais rápidos e pesados, abolimos as vocalizações femininas e os teclados. Com isso tudo, atrasamos muito o processo de lançamento do primeiro álbum, mas ficamos mais compactos como banda. Com 4 em vez de 6 membros, coisa que, no nosso caso, facilitou desde decisões in-ternas até o fechamento de cachês e transportes para show. E, além disso, ficamos com uma linha de influencia e composição mais compacta e soli-da. Enfim, essa primeira e talvez maior mudança na banda teve pontos muito mais positivos que negativos. A segunda grande mudança, que foi a saída de Rafael, que era um membro original e fazia todos os vocais e ainda tocava guitarra, teve um impacto diferente pois não mudamos o dire-cionamento musical mas tivemos que entrosar 2 novos músicos e com isso cancelamos alguns sho-ws e interrompemos a seqüência de shows. Mas isso durou apenas alguns poucos meses. Retoma-mos os shows em novembro passado e agora já estamos compondo para o novo disco que deverá sair próximo ano.

Qual a importância para vocês do primeiro álbum ter sido produzido por Marcello Pom-peu (Korzus)?

Quando decidimos gravar o nosso primeiro CD,

também decidimos que faríamos a melhor produ-ção que pudéssemos. A princípio queríamos gra-var aqui e mixar no Mr. Som. Foi quando ligamos para o Pompeu e acabamos conversando sobre a idéia de ele vir à João Pessoa para produzir o CD. E foi isso que aconteceu. Ele veio e gravamos o álbum em 12 dias. Foi realmente fantástico tê-lo por perto. Um produtor totalmente sintonizado com o Underground, com a exata noção de como nosso disco deveria soar, exigente e que conse-guiu colocar o nosso melhor no disco. A mixagem e masterização foram feitas no Mr. Som em São Paulo pelo Heros Trench e Rafael esteve presente durante todo o tempo para acompanhar as etapas finais e para aprovar os timbres e sonoridade fi-nais do disco.

O que vocês utilizam como fonte de inspi-ração para as letras, tendo em vista que o estilo musical no qual vocês se enquadram, é sempre marcado por temas como morte, tristeza, angústia, medo, enfim... temas so-turnos! Há algum tipo de literatura que os influencia?

Sempre valorizamos muito a parte literal das mú-sicas. Todas as nossas influências são de bandas que possuem uma parte literal forte e parte fun-damental no processo de composição musical. No Soturnus não poderia ser diferente e nossas

Com o lançamento do album When Flesh Becomes Spirit, a banda Soturnus avança mais um level. O baxista Guilherme Cavalcanti, conversa com a Six Seconds como tudo aconteceu e o estará para vir.

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8.5When Flesh Becomes SpiritIndependente

A proposta inicial desenvolvida pelo Soturnus é uma mescla entre o Death/Doom/Dark Metal, desenvol-vido inicialmente por bandas como o My Dying Bri-de, November’s Doom, ou pelos gregos do Rotting Christ no disco A Dead Poem. As influências de tais bandas citadas é inevitável, porém, não é com base somente nelas que o Soturnus foca seu trabalho, fazendo assim com que o disco se torne bastante heterogêneo. Ser fã dos estilos, acima de tudo, me torna um crítico ainda mais ferrenho em relação ao trabalho, e o que vi mediante audições é que a ban-da é bastante madura e tende a ter um lugar de destaque dentro da proposta a qual se enquadra. A Intro Stimuli, dá ao disco uma atmosfera densa logo de início. On The Verge of Changes mostra, logo de cara, a proposta da banda, uma faixa bem trabalha-da, com riffs bastante criativos e bem trabalhados, e as partes mais melodiosas sendo executadas com uma desenvoltura surpreendente, fazendo dessa música o destaque maior do disco. Seguida pela fai-xa que dá nome ao disco, a banda mostra a criativi-dade quase que inesgotável pra composição de riffs e vale ressaltar aqui, que o trabalho desenvolvido pelos guitarristas Rafael Basso (Guitarra e Vocal) e Andrei Targino é maravilhoso, um entrosamento in-crível dos dois. O disco segue com a mesma pegada firme das primeiras três composições. O baterista Eduardo Nunes se mostra bastante diversificado e alternado ao longo das composições, juntamen-te com o baixista Guilherme Augusto que tem um pegada bastante característica, principalmente pe-las influências do mesmo que são notáveis. O Disco do Soturnus, poderia ser um disco merecedor de nota bastante alta, beirando o máximo , não fosse a aposta do grupo em vocais mais limpos em 90% das faixas o que torna as faixas previsíveis e os vocais idem. Porém, o disco é bastante bem trabalhado e trás uma coisa que é primordial em qualquer ban-da: a Identidade. E isso o Soturnus tem de sobra. Longa vida ao metal mórbido. Ótimo trabalho.BRUNO THOMPIS

letras são parte fundamental da nossa música. Leio bastante Augusto dos Anjos, Fernando Pessoa, Michel Foucault, Lord Byron, Marquês de Sade e todo esse universo psicológico e subjetivo já faz parte de minha maneira de escrever. Com isso, consigo passar para o papel o sentimento de inquietação que procuramos passar com nossa música.

Algum de vocês saberia explicar o significado da arte e do design da capa do álbum e o por quê do nome “When Flesh Becomes Spirit’ ?

De uma forma geral, falamos das dores e paixões humanas de uma forma conectada à mudança. Por isso as borboletas que significam a transformação, a transmutação dos sentimentos. Queríamos, também, passar a idéia de redescoberta do que há no mundo e de como o vemos, de auto-análise, seja ela física, psi-cológica ou de quebra de paradigma, como no caso de “Pain&Pleasure”, onde conectamos o prazer e a dor. Então, a capa é uma junção de toda essa gama de temas que o álbum aborda, a transmutação dos sen-timentos, a quebra de paradigmas, a dualidade...tudo isso fundido nas figuras masculina e feminina unidas e mais mesmo tempo separando-se uma da outra. A faixa título, também, trata bem disso quando aborda o tema da morte e de como nos sentimos diante dela, sejamos nós que estamos enfrentando-a ou alguém próximo que tenta lutar, sem chances, contra ela.

O som de vocês consiste em um Doom metal in-fluenciado por Death/Black Metal, com alguns riffs de Melodic Death Metal e com raízes de Go-thic Metal vindo de linhas depressivas. Sendo assim, quais são as suas influências músicais para mesclar tantos gêneros?

Nossas principais influencias são as grandes bandas inglesas de Doom do inicio dos anos noventa como Paradise Lost, My Dying Brinde e Anathema, pas-sando, também, por Amorphis e Sentenced e indo até Dark Tranquillity , Soilwork e Opeth.Ou seja, tudo muito variado mas sempre com alguma coisa em co-mum. Claro que isso tudo vem junto e misturados aos grande pilares do metal como Black Sabbath e Metallica por exemplo.

Como vocês lidam com bandas que são total-mente diferente do estilo de vocês quando estão tocando ao vivo?

Normalmente, dividimos muito pouco o palco com bandas do nosso estilo ou até mesmo com banda de estilos teoricamente mais próximos ao nosso. No Nor-deste existe uma grande quantidade de banda de de-ath e brutal death metal e, além disso, vivemos hoje em dia com uma grande onda de bandas praticando o chamado thrash metal old school . Então, geralmen-te, estamos meio deslocados, mas lidamos com isso

normalmente, não temos atritos e o respeito é mutuo, até porque no final das contas todos estão lutando por um underground melhor e mais unido.

Temos visto que a região Nordestina, nos últi-mos anos, tem sido palco de diversos shows de metal, das mais variadas vertentes. Como vocês vêem este avanço na participação da sua região no cenário do metal nacional e também na rota das bandas internacionais. À que vocês atribuem este desenvolvimento?

Isso se deve a uma grande soma de fatores. Acho que o principal deles é o profissionalismo, tantos dos pro-motores e casas de show quanto das bandas locais. Passando também pelo grande veículos de informa-ção que é internet. Hoje em dia é mais fácil consumir música pesada. Claro que estamos ainda longe do sul e sudeste e mais longe ainda do mercado europeu, mas o mais importante, que é o publico e o amor pelo metal, está e sempre esteve intacto aqui no Nordeste. Tivemos grandes shows no fim dos anos noventa e começo século por aqui com Blind Guardian, Mercyful Fate, Rotting Christ, Stratovarius, Destruction, Kre-ator e varias outras. E agora tivemos shows memo-ráveis como Iron Maiden e Motorhead que só vieram para consolidar de vez o Nordeste dentro do circuito de shows do Brasil.

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Por que a citação de versos do poeta Augusto dos Anjos em meados e no final da faixa ‘Pain And Plea-sure’?

Esse trecho é, na verdade, parte de um poema de Augusto dos Anjos que adaptei para encaixar no refrão dessa músi-ca. Resolvi deixar em português para dar uma ênfase maior ao texto, que é bastante forte, e também por causa da so-noridade. Em inglês poderia não ficar tão bom.E , também, foi uma forma de homenagear uma das minhas influencias literárias. Acho que funcionou, essa é uma das músicas que o público mais gosta.

Uma dúvida: Qual é o line-up do álbum, e o line-up atual da banda? E que tipo de intrigas internas e/ou externas ou problemas pessoais fizeram com que ocorressem essas mudanças?

O line-up do álbum é Rafael Basso(guitarra e vocal), An-drei Targino(Guitarras), Guilherme Augusto( baixo) e Edu-ardo Vieira (Bateria) e o line-up atual conta com Marcos Meireles(vocal), Andrei Targino(Guitarras),Eduardo Bor-sero (Guitarras), Guilherme Augusto (baixo) e Eduardo Vieira(bateria). Não existiram intrigas internas ou externas, nada disso. Simplesmente Rafael saiu do país. Foi morar na Suécia e sua saída ocorreu de forma totalmente amigável, inclusive ele participou da escolha dos novos integrantes.

Em relação à gravação/produção de um novo álbum da banda, quais são as suas expectativas para esse possibilidade, e quando poderá ser concluído?

Estamos trabalhando duro nas composições. Já temos uma música pronta com a nova formação e já a tocamos nos nossos últimos shows.

No momento, demos um tempo nos shows e estamos to-talmente concentrados na composição das novas músicas. As expectativas são as melhores possíveis. Estamos ainda mais pesados e acredito que o público vai gostar das no-vas composições. Ainda estamos decidindo como será o processo de gravação mas é certo que, como aconteceu no primeiro trabalho, vamos fazer tudo da melhor maneira que pudermos, sem economia de tempo e esforço. O planejado é lançar o algum próximo ano, ainda no primeiro semes-tre.

Qual é a reação do público à música de vocês, princi-palmente no estado da Paraíba?

Como somos uma das bandas mais antigas em atividade constante no estado, alguns pessoas acompanham a ban-da faz tempo. Conhecem nossa musica e inclusive pedem musicas antigas, que não tocamos mais, nos shows. Como gravamos um disco oficial depois de um longo tempo sem lançamentos de bandas locais de metal, muita gente escuta de verdade nosso disco, sabe as letras e curte intensamen-te nossas apresentações.

Sem falar nos ‘orfãos’ do estilo, pois como disse anterior-mente, são poucas as bandas da nossa linha aqui na Paraí-ba e no Nordeste então as pessoas vão aos shows para ver realmente a banda, curtem nosso som e sentem-se meio que de alma lavada por terem um representante do estilo preferido aqui tão perto, com fácil acesso à sua musica e apresentações. Por outro lado, as pessoas que não gostam do nosso estilo, às vezes, vão aos shows para saber como é, por curiosidade ou vão pra perto do palco, quando no mes-mo evento existem bandas do estilo que eles gostam, para ver de perto uma banda de um estilo difícil de encontrar por aqui, isso tudo torna nossos shows sempre concorridos.

As faixas “Cry of Dawn” e “Hollow Nights” são as mais influênciadas pelo Gothic Metal, que estava for-temente presente na antiga formação da banda. Com a regravação da mesma e com um tempo de duração inferior, quais os pontos positivos e negativos que cada uma delas atribui?

Algumas músicas são ainda de 2003, época que tínhamos vocais femininos e teclados na banda; outras são mais no-vas, mas também com vocais femininos e teclados.E outras são novas, com a cara do novo som da banda. Tínhamos mais de quinze músicas que poderiam ser gravadas. O que fizemos foi escolher as melhores e ajustar os arranjos para a nova sonoridade da banda, sem teclados, com mais peso, velocidade e um maior trabalho de guitarras. As que você citou são exatamente duas musicas da época em que tínha-mos vocais femininos e teclados na banda.

Em “Cry of Down”, fizemos mudanças bem drásticas, dimi-nuindo o tempo, cortando riffs e introduzindo vilões. Isso tudo só acrescentou mais riqueza a musica, que ficou mais uniforme, com um toque mais suave e técnico, além das obvias influencias góticas. O mesmo aconteceu em “Hollow Nights”, que, embora bem menores, fizemos algumas mu-danças, como a obvia tirada dos vocais femininos e dos teclados e a inclusão de uma pegada mais forte e puxada para o thrash no riff principal. Acho que só tivemos pontos positivos regravando essas músicas.

A introdução “Stimuli”, me lembra muito o gênero Drone-Doom, uma vertente do Doom Metal, surgida na década de 90 (ou seja, até recente). Gostaria de saber o que ela significa para vocês, qual o sentimen-to passado?

Engraçado você tocar nesse ponto, pois nenhum de nós é influenciado por esse estilo e nem costumamos escutá-lo. Acho que apenas eu na banda teve um contato mais profundo com o estilo, pois escuto as vezes, bem as vezes mesmo, a banda japonesa Boris. Essa música é uma com-posição de Rafael e ele quis passar o sentimento de abertu-ra para uma nova realidade ou forma de enxergar as coisas, é a tal da transmutação dos sentimentos, já que a música possui sons que se aproximam do som de explosões. Usa-mos essa música na abertura dos shows. Colocamo-la nos PAs enquanto o palco fica todo apagado. É uma forma de prender a atenção do público e passar a idéia de que de-pois das explosões mostraremos uma nova realidade, uma nova maneira de encarar os sentimentos, dores e paixões humanas.

O interlúdio “The Weight of Life” foi muito bem uti-lizado para anteceder a grande faixa “Cry of Dawn”. Gostaria de saber do por que ter um prelúdio, interlú-dio e não ter um poslúdio (algo que poderia fechar o álbum com chave de ouro).

Pois é, não sei ao certo responder essa pergunta.(risos). O prelúdio, expliquei anteriormente. O interlúdio, colocamos para chamar a atenção para a música “Cry of Dawn”. Po-deríamos ter colocado um poslúdio, mas não sei ao certo porque não colocamos. Não pensamos nisso a época das gravações

Como vocês tiveram a idéia de bolar riffs melódicos progressivos e outros mais emotivos nas primeiras faixas do album?

O estilo foi sendo formado naturalmente, tendo a primeira grande mudança de integrantes como um divisor de águas para a banda. A idéia do clima das músicas é fazer com que as partes se desenvolvam crescendo para os momen-tos fortes ou diminuindo para os momentos mais atmosféri-cos. Dessa forma a escolha de riffs melódicos progressivos, agressivos ou emotivos, foi natural porque cada momento da música pedia um estilo. ALMIR MACEDO

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Como ocorreu a origem da Euphorbia?

Viemos do rock, certamente. Eu sempre fui tecladista, antes mesmo de tocar com o Ulisses. Já ele, um pouco antes de mon-tarmos uma banda, começou com a bateria tocando metal com uns amigos, eu acho. E como eu tenho amigos em comum com o Ulisses, resolvemos nós mesmos termos uma banda de rock. Tocávamos alguns covers e um punhado de músicas próprias, que iam do pop ao estilo Bowie até o rock do Garbage e um pouco de britpop mais sutil. A banda se desfez por desaven-ças sonoras, então eu continuei a tocar sozinho programando algumas bases em casa. Muito experimental e muito sugado do Kraftwerk, que é e sempre foi minha principal referência. Apresentei a idéia pro Ulisses e depois de uns dias em contato com a música eletrônica, ele começou a produzir junto comigo. Era natural que daí em diante surgisse a idéia de formarmos uma banda com som eletrônico, que acabou sendo uma dupla. Ninguém manjava muito de preencher quadradinho naquela época, de qualquer jeito.

De onde surgiu o nome Euphorbia?

De nós dois, eu acho que sempre fui o mais fã de Einstürzen-de Neubauten... pelo menos eu fui o que virou fã com menos resistência. Então eu, como fã em busca de material (escasso, diga-se de passagem) da banda, consegui achar alguns clipes. Assistindo o clipe da música “Blume”, achei a palavra Euphor-bia. É o termo latino pra uma classe ou família de plantas, entre elas os cactos. Depois de um tempo, eu descobri também que a flor mais fedorenta do mundo é de uma Euphorbia. Irônico, não?

Quais as principais influências da banda?

No início, quando eu estava sozinho, a refêrencia óbvia era o Kraftwerk, e um pouco de Rammstein. Ainda bem que fiquei pouco tempo sozinho na produção. Eu tinha muita resistência em ouvir coisas novas, e acho que até hoje eu ainda sou um pouco assim. Não sou um ávido por conhecer bandas novas que surgem a todo momento, ou que brilharam num passado pró-ximo. Eu deixei isso pro Ulisses, que trouxe nomes como Hoci-co, Wumpscut, Suicide Comando, etc, pro nosso som. Algumas fórmulas ainda tiramos desses nomes consagrados, mas é só para não perder as rédeas. É como eu disse, viemos do rock. Não deixo de lado a influência do Pink Floyd na hora de cons-truir atmosferas, assim como eu acho que o Ulisses não deixa de lado o Depeche Mode na hora de escolher os acordes. E sim, Depeche Mode pra mim, de um tempo pra cá, vem sendo mais rock do que muita bandinha grunge de garagem, que se esfor-ça tanto pra fazer barulho.

Vocês se definem por qual estilo musical? Vocês já mu-daram de estilo alguma vez?

Mudança mesmo foi no início, quando eu ainda não tinha par-ceria nas produções. Predominavam composições instrumen-tais ou com alguns fonemas sintetizados. Depois que come-çamos a trabalhar as músicas em dupla, adotamos o formato que temos hoje. Acredito que estamos em algum lugar entre o EBM, o Industrial e o Electrodark. Mas isso é algo que eu sin-ceramente digo que não faço a menor idéia onde melhor nos encaixamos.

Qual é a abordagem lírica?

Isso é algo que eu jamais imaginei responder um dia. Sei que nunca fomos muito melódicos, ao menos na hora de compor o vocal. Em nosso repertório atual, só as músicas mais recentes é que apelam um pouco para os refrões elaborados e com acor-des bem construídos. Mas antes o aspecto rústico do Industrial e as letras declamadas em linha reta predominavam as compo-sições. Hoje em dia acredito que nossa tendência atual é seguir os refrões melódicos. Esse foi um aspecto que aprendemos ao ouvir coisas como Blutengel, Ladytron, Depeche Mode e outras bandas que dão mais destaque pra esse tipo de coisa. É claro que tudo isso ao estilo Euphorbia de ser.

Qual o gosto musical de vocês?

Nosso gosto musica se confunde com nossas influências, mas não o tempo todo. Eu sou indiscutivelmente fã de Pink Floyd. Atribuo a culpa de hoje eu ser tecladista ao Richard Wright, falecido tecladista do Floyd. Eu sei que o Ulisses é muito fã de Morrissey, por exemplo. Além de todas as outras coisas que ouvimos, seja rock ou não. David Bowie é um sujeito que nos agrada bastante, mas só pra citar nossas preferências em co-mum. Eu gosto de muita coisa que ele não gosta, a exemplo de Ramones, Oasis, Iron Maiden, etc.

Existiu algum show ou momento marcante para a ban-da?

São sempre três momentos, pra mim. O primeiro momento foi nosso primeiro show, em Santa Maria (interior do RS). Lá que eu senti que ter uma banda de música eletrônica daria tanta dor de cabeça quanto uma banda de rock, se não até mais, de-vido ao mercado praticamente inexistente aqui no Estado. O

segundo momento, é claro, foi a abertura do Pet Shop Boys em Porto Alegre. E o terceiro momento é sempre nosso último show, que é quando fazemos um balanço de como estão as coisas, dando atenção sempre ao que pode mudar e as idéias novas que podem surgir, seja do ponto de vista criativo ou técnico.

Fiquei sabendo que vocês abriram o show do Pet Shop Boys. Como foi tocar para público e espaço tão diferente do qual vocês estão acostumados?

Para nossa surpresa, fomos muito bem recebidos no ca-lor do momento. É claro que vários comentários negativos vieram no ambiente pop em que os fãs do Pet Shop Boys se encontram, mas isso foi bem depois. Mas achei ecletica-mente interessante eles terem nos selecionado para tocar lá. Ao mesmo tempo que somos diferentes, temos muito em comum com eles: somos uma dupla – um tecladista e um vocalista – e estamos diretamente envolvidos com toda a produção.

E tem toda a questão de estrutura... acho que nunca mais tocaremos em uma estrutura tão forte e profissionalizada. Serviu também para enxergar como é o mercado que dá valor a isso frente à nossa realidade amadora, em que sempre temos que encarar situações e obstáculos difíceis, que já me fizeram repensar a viabilidade da banda tantas vezes.

Vocês tem alguma demo, EP ou CD lançado?

Temos um EP e um disco lançados, ambos virtuais. Nosso EP de estréia foi o “No devotion”, com 4 músicas e que rolou no nosso MySpace por dois anos, aproximadamente. Agora em maio desse ano, lançamos nosso primeiro disco ao vivo, “Euphorbia live at Ooh Lala”, com 10 músicas; al-gumas inéditas, alguns covers e as músicas do EP.

O disco está disponível gratuitamente para download em:http://www.euphorbia.com.br/Euphorbia-2009-05-02-Li-ve-OhLaLa.zip

Estão preparando algum material novo?

Sim, sempre estamos preparando material novo. Sempre temos vários “rascunhos” de músicas na manga. Agora, se esses esboços verão a luz do dia, só o tempo pode di-zer. Na maioria das vezes, o material inédito que temos sempre acaba aparecendo nos shows antes de irem pra veiculação oficial, até mesmo para testar as músicas e ver se dão certo com o público, então nada nunca é verdadei-ramente e 100% inédito. Ainda está nos planos um disco formal, que não seja ao vivo. Talvez não no meio físico, com prensagem e tudo mais, mas acho que ainda existe a idéia do disco em formato de álbum, mesmo. MATEUS CASALI

Foto: Anna Sofya

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Foto: Bruno Bittencourt

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SIX SECONDS #3: 10

om passar dos anos a cena musical vem cres-cendo e muitos acabarão aderindo algumas cenas musical como estilo de vida. Há exceções. Muito poucas delas. Então, é bom saber que podemos paródiar, intrometer-se em diversão, ridicularizar e desvalorizar em nossos próprios termos.

Robi Dobi (www.yourscenesucks.com) elaborou 20 diferentes fringers, escreveu uma sinopse es-tereotipada sobre cada um, montado uma lista adequada. Vamos ver alguns deles, como o Black Metal Knight [2]. Você provavelmente ja viu um desses caras na banda Immortal. Talvez em um show de Black Metal (sem o machado).

O que podemos dizer da Halloweencore Goth [1]? Esse cara com certeza frequenta shows do AFI, aquele cabelo e aquele colar dizem tudo. No en-tanto a Halloweencore Goth não é a única que entra nesse tipo de cenário. Juntamente com #1 Pete Wentz Fan [6] e Generic “Emo” Girl [5] eles formam o trio perfeito. Na verdade nós não po-demos dizer qual desses fringers é o pior, prova-velmente a Generic “Emo” Girl, ela é hipócrita e insegura.

O Brootal Kid [4] é parecido com o Orgcore Punker, eles estão em todo lugar. Walmart até vendem as roupas do Brootal Kid, com exeção do cinto do Cannibal Corpse. Esse cara podia seguir uma carreira como vocalista de bandas tipo Suicide Si-lence ou Job For A Cowboy, mas nunca se sabe. A pergunta que você deve pergunta é a seguinte: “Que banda é essa cara?”

Brootal Kid é quase intersubstituível quanto o Screamo Frontman [8], com exceção que o Broo-tal Kid irá admitir

1) Jeans femininas são para as meninas .2) Capengar pulsos são para.. hum, Paris Hilton.

Vamos falar um pouco agora do SXE Mosh Warrior [3]. Ele não bebe, ele não fuma, mas e sexo pré-nupcial? Bem, tavlez. Diferente dos outros nerds, esse cara se cuida, é o tipo de cara que luta kick-box, malha e adora nadar nas piscina da casa dos pais.

Ele é um dos maiores fãs de hardcore. Devido a sua abstinência, caras como esse, muitas vezes perdem a paciência e acaba se tornando um cara raivoso alcolatra.

Se você precisa contratar alguem para o mosh, não hesite em contratar ele.

O Screamo Frontman [8] é mais lindo que a sua namorada. Garotas adoram caras que podem ba-lançar microfones sobre suas cabeças como um cowboy em um rodeio, mantendo o seu outro bra-ço para fora como um T-Rex.

#1 Pete Wentz Fan [6]. Ela apenas tem 14 anos e gasta todo dinheiro ganho por seus pais em coi-sas que lembre o seu baxista favorita. Pete Wentz é seu ídolo e pra ela ele é simplesmente perfeito, do jeito que ele anda, do jeito que ele vira, do jei-to que ele fala...vocês entenderam o que eu quis dizer. Ela tem um autografo de Pete Wentz nas pernas só até ela ter 18 anos, então será uma ta-tuagem permanente. Ela se irrita demais com os garotos da escola que se dizem ser fãs de Pete, onde ela ja teve várias detenções.

Ela sabe que ninguem ama garotos do jeito que ela ama, ela pode ser jovem, mas ela está abso-lutamente convencida que ela é o par ideal para Pete Wentz.

Ela é aquela garotinha que vocês veem nos pro-gramas de TVs, mostrando seu peito para que to-dos seus amiginhos admirem, sim, estamos aqui

falando da Generic “Emo” Girl [5]. Diferente dos outros, ela é completamente sem originalidade e baseia sua identidade praticamente no que os ou-tros estão fazendo.

Ela vive atualizando seu blog de hora em hora, deixando assim todos informados sobre seu ego e seus relacionamentos (que somente se envolve com pessoas exatamente do mesmo estilo musi-cal).

Ela adora vestir jeans e camisetas de cowboy, de qual ela compra somente da sua loja favorita, mas se você perguntar, ela dirá que não suporta essa loja, (haha). A sua cor de cabelo está sempre mu-dando, acredite em mim, muda muito rapido. IAN

K. MENEZES

C

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Grindcore é um estilo musical marcado pela incrível velocidade e peso brutal, que surgiu através da mistura dos elementos mais agressivos do hardcore punk com thrash metal e death metal. É um estilo que utiliza séries atonais e desarmônicas de notas moídas (grinded) entre si e é marcado pela batida ultra-veloz da bate-ria, chamada pelos adeptos de Blast Be-ats.

O estilo começou na metade da década de 1980, principalmente em países como Inglaterra, Holanda e EUA. De início as bandas tinhas uma maior influência esté-tica e ideológica do anarco-punk, com o passar dos anos e das evoluções o estilo foi se alterando e criando várias subdivi-sões dentro dele.

O inventor do termo Grindcore foi o bate-rista do Napalm Death, Mick Harris. Se-gundo o próprio, a palavra “Grind” veio à sua cabeça como sendo a única capaz de descrever a música do primeiro LP do Swans. Napalm Death foi o primeiro grupo a usar o termo para se auto-descrever. (O Grindcore também foi conhecido por pou-co tempo como Britcore, rótulo cunhado pela NME). Outras bandas que marcaram o início do Grindcore foram Unseen Terror, Electro Hippies (Inglaterra), Fear Of God (Suíça), Terrorizer (EUA) e, em menor grau, os dois primeiros discos do Carcass (Inglaterra).

Algumas bandas de Hardcore Punk já fa-ziam algo próximo antes da existência do termo, como por exemplo o Siege, nos Estados Unidos, Lärm, na Holanda e o Asocial, na Suécia, cuja demo “How Could Hardcore Be Any Worse”, de 1982 é provavelmente o exemplo mais antigo de Blast-Beats que se tem notícia. No entan-to, eram todas bandas de hardcore sem grande influência de Metal. O Grindcore propriamente dito só surgiu quando algu-mas bandas passaram a misturar a velo-cidade do Thrashcore (Cryptic Slaughter, Repulsion) com o peso do Death Metal, via as pioneiras Death e o Celtic Frost. IAN

K. MENEZES

Dentro do Grindcore estão divididos vários sub-geneneros, conheça alguns abaixo:

* Power Violence* Goregrind* Cybergrind* Modern Death/Grind* Pornogrind* Noisecore* Crustcore* Mincecore* Tretacore

Se o hardcore foi o combustível para a recente onda Pop, ninguém incorporou mais esse espírito ten-dencioso e ateou fogo em tudo como o RANCORE. Formado em meados de 2001, a banda paulista caminha rumo ao topo da cena in-dependente.

Um ano depois de sua formação original, lançou de forma caseira sua primeira demo “Galo Insano”, que teve boa repercussão, alcan-çando o 1º lugar no site mp3.com. Em 2006, o grupo lançou pelo selo Dalaranjaaocaos o CD “Yoga, Stress e Cafeína”, que lhe rendeu o prêmio “Revelação do Ano” pelo tradicional site underground Zona-Punk. Três músicas do álbum en-traram para as TOP 100 mais bai-xadas do site Tramavirtual. A faixa “MEI” ficou em primeiro lugar por duas semanas. A banda foi então

convidada a participar do progra-ma “Banda Antes” da emissora MTV. Durante a turnê de lança-mento, o RANCORE foi convidado a abrir shows de bandas interna-cionais como o Strung Out (Cali-fórnia) e H2O (Nova Iorque), na respeitada casa de shows Han-gar 110. A banda se apresentou em diferentes cidades brasileiras: Belo Horizonte, Brasília, Cubatão, Curitiba, Londrina, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Santos, interior de São Paulo, entre outras.

Em 2007, o RANCORE continuou sua turnê “Yoga, Stress e Cafeína” e foi convidado para diversos fes-tivais pelo Brasil, realizando mais de 70 shows ao longo do ano.

Em agosto de 2007, a banda foi indicada para concorrer na cate-goria destaque regional do “Prê-mio Toddy de Música Indepen-dente”.

Durante o mês de dezembro de

2007, os integrantes Teco Martins (voz), Gustavo Teixeira (guitar-ra), Candinho Uba (guitarra), An-dré Mindelis (baixo) e Alexandre Iafelice (bateria) gravaram no es-túdio Vibe, em São Paulo, o ál-bum “Liberta”, que conta com 10 faixas. O responsável pela produ-ção do CD foi o músico Guilherme Chiappetta, que produziu o álbum “Outros Nunos”, do “blueseiro” angolano Nuno Mindelis e a mixa-gem foi feita pelo experiente An-dré Cabelo, que já gravou Ratos do Porão, Ana Carolina e Capital Inicial.

Um ano foi, aproximadamente, o tempo necessário para a cria-ção e composição do disco, cuja proposta sugere a busca de uma nova identidade musical diante do cenário em que se encontram através do foco na elaboração do álbum como uma peça digna de arte. A personalidade marcante do som é o resultado do Rancore em sua melhor fase, “LIBERTA”.

Atualmente, a banda está em tur-nê de divulgação do disco, que foi lançado no dia 10 de agosto de 2008, em São Paulo. A turnê já passou por cidades como Curitiba, Recife, Fortaleza, João Pessoa, Rio de Janeiro. Recentemente a ban-da deu Sold Out no Hangar 110, e lançou seu primeiro vídeo-clipe que lhe rendeu o primeiro lugar no TOP10 MTV, ao lado de artistas como Green Day e Britney Spe-ars.

Sua agenda lotada é o reflexo de um compacto que te faz viajar e do show com o poder de excitar. ARTHUR CACHEL & QUADRADO MORAES

Surpreenda-se com “LIBERTA”!

www.rancore.com.brwww.myspace.com/rancore www.fotolog.com.br/rancore

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Com o lançamento Love And Other Disasters, os mais novos promissores do Death Metal Melódico sobem mais um degrau. A Six Seconds conversa com o guitarrista Robin Sjunnesson sobre o novo album, o entrosamento de três irmãos na banda e sobre essa maravilhosa baxista que existe entre eles.

Que tipo significado tem o “Love And Other Disasters”?

O significado deste album é mostrar para as pessoas que não existem fron-teiras quando se trata de música pesada. Nos podemos ter música de death metal e músicas de baladas no mesmo disco, não ha nada de estranho nisso. Diversidade é algo muito importante para o nosso som, e é isso que torna esse album fantástico. Nos queriamos ter músicas rápidas e pesadas, mas também queriamos ter músicas calmas e melodicas. Isso é o que Sonic Syn-dicate é e esse é o significado do nosso ultimo album.

Como vocês comparam a evolução entre esses três albums?

Entre o “Eden Fire” e o “Only Inhuman” houve uma evolução enorme. Entre o “Only In Human” e o “Love & Other Disasters” a evolução foi ainda maior, então eu acho que o próximo album será sempre mais diversificado do que o anterior. A evolução é igual a diversidade se trata desses três albums. O “Eden Fire” foi bastante rigoroso no Death Metal Melódico ou seila como devo chamar isso. Já o “Only Inhuman” teve mais vocais limpos e mais partes me-lódicas. “Love & Other Disasters” foi mais melódico e teve mais diversidade do que os outros dois albums.

Nós fale da composição e gravação do album “Love And Other Disasters”.

Foi composto de uma forma totalmente diferente do que costumamos compor. O primeiro album foi composto por apenas um membro da banda, mas esse último, todos participaram. Nós nos reunimos na sala de ensaio e começamos o improviso por algumas horas e dessa forma o album foi composto. Nós po-deriamos andar pela sala sem nenhuma idéia e andar depois novamente com 3 músicas fantásticas. Eu amo a sensação de todo mundo ter participado e

nós provavelmente iremos a compor desse jeito.

A banda é tem 3 irmãos. Isso facilita o trabalho? Os outro membros não se sentem excluídos?

Nós costuvamos brigar muito quando eramos mais novos, mas qual é, nós podemos nos comportar assim no trabalho. Nos evitamos conflitos, nunca brigamos mais. Eu não vejo isso como um problema, ter 3 membros da fami-lia na mesma banda, desde de quando isso não interfira no trabalho. Eu diria que toda a banda é uma familia e nós nos divertimos um com outro.

Vocês tem uma linda baxista (Karin). Como o público reage durante os sho-ws?

Infelizmente, Karin não está aqui no momento. Mas eu posso te contar uma história engraçado que aconteceu na turnê “DeathSyndicate”. Quando nós es-tavamos tocando com Deathstars muitas garotas estavam em frente olhando Cat Casino (guitarrista do Deathstars), e quando nos entremos todas as ga-rotas deixaram o outro lado e todos os caras vierem pro nosso lado, simples-mente pelo fato de Karin estar lá. Então, com certezas, os caras amam isso e eu sei que ela acha isso engraçado.

Onde vocês ainda não tocaram ao vivo e ainda gostariam de tocar?

Japão! Eu espero que nós possamos ir pra lá no final de 2009 ou no começo de 2010. Isso vem sendo um sonho e esperamos que se realize logo. Não só indo como banda, vai ser maravilhoso para conhecer o pais. Só pra andar pelo pais e conhecer um pouco sobre sua cultura.

10Love and other DisastersNuclear Blast

Um pouco depois do último álbum “Only Inhuman”, os suecos do So-nic Syndicate lançam “Love And Other Disasters”. Continuando sob a produção de Jonas Kjellgren o novo trabalho é ainda mais aces-sível do que o ultimo lançamento. Ainda há muita agressividade nas guitarras, vocais guturais, mar-cando ainda mais a cena do Death Metal Melódico. Mesmo com os re-frões cativantes, os riffs neste ál-bum mostram um certo peso, com uma intensidade maior do que no último trabalho, “Only Inhuman”. Elementos do Metalcore ainda per-sistem, o que não ajuda na singula-ridade do álbum. “Love And Other Disasters” é um grande passo na carreira do Sonic Syndicate trazen-do não somente originalidade mas também muitas melodias memorá-veis. IAN K. MENEZES

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Com o lançamento Love And Other Disasters, os mais novos promissores do Death Metal Melódico sobem mais um degrau. A Six Seconds conversa com o guitarrista Robin Sjunnesson sobre o novo album, o entrosamento de três irmãos na banda e sobre essa maravilhosa baxista que existe entre eles.

Eu imagino que as pessoas se perguntam o por quê do titulo “Hell-gate: Worcester”. O que tem por trás disso?

Haha, sim, essa música é sobre um show que nós fizemos em Wor-cester que não saiu da maneira que nos esperavamos. 100 pessoas na primeira fileira (de talvez 800) sentaram e deixaram bem claro que não gostaram de nossa música. Nós não nos importamos, nós continuamos tocando como se nada tivesse acontecido. O mais en-graçado é que nos quebramos o record de vendas nessa noite, isso foi muito divertido.

Vocês venceram a competição de bandas da Nuclear Blast em 2005. Desde então vocês estão indo de bom a melhor. Vocês não acham que isso aconteceu um pouco rápido pra banda?

Eu não acho que tenha acontecido TÃO rápido, mas claro, isso tudo aconteceu rápido porquê a banda realmente deu duro, e cada rece-be o que merece. Nosso primeiro objetivo era lançar album atrás de albums e fazer turnê sem parar e é nisso que estamos lutando agora. Agora vamos impor novos objetivos e iremos continuar dan-do duro para alcança-los.

Nós conte um pouco da história da banda.

A banda foi formada na véspera de Natal de 2003, nós tivemos um jantar em familia e nós, os três irmãos Sjunnessons (da banda) estavamos conversando e falando como seria massa ser Rockstars. Então nós formamos a banda e gravamos algumas demos, só por diversão, não levamos nada a sério. Mas a coisa ficou bastante sério

quando uma gravadora do estado estava pronta pra fechar contrato conosco. Nós fizemos umas mudanças na formação e então lançamos nosso primeiro album, “Eden Fire”. Esse foi o começo do Sonic Syndicate, nada de especial, haha.

Vocês são jovens e já obteram um grande sucesso. Como se sentem sobre isso?

Cara, nós nos sentimos ótimos, tipo, eu assinei meu primeiro contrato com uma gravadora quando eu tinha 15 anos de idade e era massa ser jovem nesse tempo, mesmo ainda no colégio e tudo mais. Como eu disse, é uma ótima sensação, mas também um pouco estranho. Eu não acho nós sabemos o quão grande nós samos. Quero dizer, quando chegamos no local do show deviam ter 50 a 100 pessoas em pé as 6 da manhã nos esperando sair do ônibus. Nós nos sentimos estranhos mas também foi demais.

Como vocês acabaram assinando contrato com a Nuclear Blast?

Como você perguntou antes, nós ganhamos isso através da competição que eles tiveram. Bem, não conta bem como uma competição. Nós fizemos como qualquer faria com qualquer outra gravadora. Você manda a demo e espera que eles fechem contrato. Foi assim que nos fizemos, claro, isso acabou vi-rando uma promoção, uma vez que tudo foi uma concorrência. Eu não me arrependo de ter me juntado a eles, Nuclear Blast Europe são os melhores caras para trabalhar e se relacionar. IAN K.. MENEZES

10Love and other DisastersNuclear Blast

Um pouco depois do último álbum “Only Inhuman”, os suecos do So-nic Syndicate lançam “Love And Other Disasters”. Continuando sob a produção de Jonas Kjellgren o novo trabalho é ainda mais aces-sível do que o ultimo lançamento. Ainda há muita agressividade nas guitarras, vocais guturais, mar-cando ainda mais a cena do Death Metal Melódico. Mesmo com os re-frões cativantes, os riffs neste ál-bum mostram um certo peso, com uma intensidade maior do que no último trabalho, “Only Inhuman”. Elementos do Metalcore ainda per-sistem, o que não ajuda na singula-ridade do álbum. “Love And Other Disasters” é um grande passo na carreira do Sonic Syndicate trazen-do não somente originalidade mas também muitas melodias memorá-veis. IAN K. MENEZES

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8GloriaGloriaArsenal Music

Após 2 anos de expectativa, finalmente o Gloria lança seu novo cd, entitulado: “Gloria”. Havia uma grande espera em torno desse cd por conta da banda recente-mente ter assinado com a Arsenal/Universal Music, do já conhecido produtor Rick Bonadio. Este que encabeça a produção do álbum juntamente com Paulo Anhaia, conhecido e veterano produtor que já produziu bandas como: Charlie Brown Jr., CPM 22, etc. Pois bem, em meio a tudo isso, a banda faz sua estréia em uma gra-vadora major. E aqui segue nossa análise:

1. “Anemia”

Na primeira faixa a banda já mostra a que veio, Anemia começa com os dilacerantes riffs de Elliot e Peres. Ali-ás, este riff que causou discussões entre fãs da banda, por conta de ser muito semelhante a outras bandas, como Bullet For My Valentine, Atreyu, etc. A princípio, apesar de ser uma música com uma roupagem mais pesada, já é possível notar a falta de berros, substituí-dos por vocais com drive, isto é com rouquidão, muito bem executados pelo vocalista Mi Vieira. Junte isso a um refrão cativante extremamente bem cantado por Elliot, que possui uma voz singular, e se tem uma fai-xa bastante inspirada nas bandas do cenário de metal

estrangeiro.

2. “Minha Paz”

Minha Paz já havia sido lançada anteriormente pela banda, através de um programa da gra-vadora Trama, que foi exibido no Multishow. Porém, a canção foi regravada para este cd, com algumas mudanças no arranjo. Essas, que foram pra pior. No lugar da bateria no iní-cio da música, foi colocada uma bateria eletrô-nica, e o tremôlo nas guitarras foi aumentado em comparação a música antiga, dando ain-da mais a impressão de algo mais eletrônico. Também há uma orquestra no final da música, apesar da idéia ser ótima, a orquestra foi mal arranjada, e não mescla-se com a música. A linha de baixo, outrora melódica e extrema-mente técnica, foi totalmente tirada nessa versão. No mais, novamente atento para os belíssimos vocais de Elliot, e mais um refrão com alta qualidade de composição. Apesar de tudo isso, tem tudo para virar um “hit”, tanto que este é o primeiro single da banda.

3. “Tudo Outra Vez”

A princípio quando se ouve essa música, vem a mente: “Isso não é Gloria”. E não é mesmo. A terceira faixa foi composta por três produto-res: Marlos Vinicius, Diogo M. e Tuta. Tanto a melodia quanto arranjo são bem diferentes do que os fãs de Gloria estão habituados a ouvir. A faixa destoa do resto do álbum, no que en-volve a temática e o próprio arranjo. Também aponto para a letra, que em alguns trechos parece não se encaixar muito bem com a me-lodia. Alguns efeitos eletrônicos desnecessa-riamente inseridos, e um ótimo final para a canção, com grande tensão musical. Aparen-temente há a possibilidade dessa música ser single, e não a toa, visto que é mais uma das músicas do álbum que não possui berros.

4. “Asas Fracas”

A conhecida Asas Fracas, que já havia sido gravada no trabalho independente do Gloria, “Nueva”. A canção já era hit entre os fãs e

foi regravada para este álbum. Canção típi-ca do Gloria: rápida, pesada, e com refrão bastante melódico. Quem ouve esta versão e a antiga nota a diferença que uma grande produção pode fazer, pois a música melhorou bastante, apesar de não haver grandes dife-renças na composição. Foi colocado um solo dual de fundo no final da música, que remete um pouco a Iron Maiden, aliás, solo muito bem inserido, contribuiu positivamente para a música. É um hit entre os fãs, mas devido ao seu peso, dificilmente deve ser single.

5. “Agora É Minha Vez”

A música já estava sendo tocada com certa frequência nos recentes shows do Gloria, e agora figura como a música mais pesada do álbum. A quarta faixa já inicia com os pesa-dos e empolgantes riffs de Elliot e Peres, um dos melhores do álbum. Porém atento que poderia ter um acompanhamento do pedal duplo em relação às cavalgadas da guitarra. Seguido de um bom refrão, no qual se utili-za um coro, típico de músicas de hardcore, recurso que foi utilizado ao longo deste ál-bum. Após o primeiro refrão vem a presença de alguns efeitos eletrônicos, provavelmente oriundos dos produtores do cd, visto que o Gloria antes disso, não utilizava efeitos ele-trônicos. A música termina da mesma forma que começou, pesada e volumosa.

6. “É Só Você Lembrar”

Ouvir “É Só Você Lembrar” logo após de “Ago-ra É Minha Vez” é um tanto quanto estranho. Acredito que houve alguma falha na masteri-zação ou algo do tipo, pois a queda de volu-me das guitarras é muito grande. Provavel-mente nessa música teve menos dobras de guitarra. Apesar disso, a introdução é muito bem composta, sendo um momento de gran-de criatividade da banda. As melodias de voz dessa música são muito boas, bastante coe-sas, principalmente pela troca de vocais en-tre Mi e Elliot. É uma canção não típica do Gloria, apesar de ser mais leve e tudo mais, ela não destoa do resto do álbum. A maio-

ria dos berros colocados nessa música fi-caram de fundo pra voz cantada, tendo apenas um pequeno trecho com os ber-ros em evidência.

7. “Me Tira Daqui”

Bom, a sétima faixa começa com esqui-sitos sons indianos. Após isso, já entram as guitarras e a música toma seu rumo. É importante saber que essa música não foi composta pela banda, e sim por um trio de produtores. Apesar disso, foi colocado no arranjo guitarras um pouco mais pe-sadas se comparadas a outra música do álbum não composta pelo Gloria. Porém, não é algo tão pesado assim, as guitarras são colocadas de forma um pouco mais tímida nessa música, porém mantendo a identidade de um som pesado. Certa-mente, tem grandes chances de ser sin-gle, inclusive por conta da grande ausên-cia de berros na música.

8. “Tirar Você de Mim”

Os guitarristas Elliot e Peres, mostram a que vieram nessa canção. Logo na intro-dução da música, já surgem solos bas-tante rock’n roll, mostrando as influên-cias diferentes da banda. Posso dizer que esta é uma canção mais típica do Glo-ria: grande variação entre berros e vo-cais limpos, bastante peso em algumas partes, e marcantes melodias. Destaque mais uma vez para Elliot, que no refrão mostra toda sua extensão vocal, atigin-do notas bastante altas. Essa faixa conta também, com um solo muito bem com-posto, que se inicia de um modo mais rock’n roll e aos poucos vai se revelando um solo típico de metal, com as famosas guitarras duplicadas. Tem tudo para virar um hit nos shows.

9. “Inimigo do Tempo”

Esta com certeza, é uma das melhores canções do álbum. Inicia de modo esma-

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gador, com ótimos riffs, porém após a intro-dução, a música já decai e fica mais calma. É interessante notar a suavidade e a fluência que a música desenvolve a partir daí. A melodia de voz é ótima e faz seu ouvido ficar grudado nos falantes. Destaco também a ótima linha de bai-xo, bastante melódica, dando um ótimo supor-te a canção. O refrão é estonteante e bastante forte, daqueles que você realmente fica can-tando sozinho quando menos nota. Assim como todo o álbum a predominância se faz de vocais melódicos em vez dos berros, porém com uma presença um pouco maior. A letra é composta por Rodrigo Koala, do Hateen, que já escreveu várias letras para diversas bandas, como exem-plo, “Não Sei Viver Sem Ter Você”, do CPM22.

10. “Vai Pagar Caro Por Me Conhecer”

A décima faixa do álbum começa bem estiliza-da, como uma típica canção de metal. Porém a impressão que se tem ao ouvir essa música, é que ela não conseguiu atingir tudo aquilo que ela poderia. Fica claro que a intenção era de fazer uma música mais pesada, porém a ban-da não consegue atingir isso em sua totalidade nessa faixa. No início, o pedal duplo é exces-sivamente baixo, praticamente inaudível, não consigo entender o motivo disso. Quanto aos vocais, a música começa com Mi utilizando drive na voz, depois Elliot entra com os vocais mais melódicos. No entanto a melodia se torna um tanto quanto repetitiva, pois tanto a melodia do início quanto a do refrão são muito parecidas. Em relação ao arranjo, foram colocados sinte-tizadores que não combinam em nada com a música e muito menos com a banda. Mais tarde há a entrada de um ótimo solo, mas isso não muda o panorama da música: ela poderia ser melhor.

11. “Diferente de Você”

Esmagadora, destruidora, dilacerante. Assim é “Diferente de Você”, décima primeira faixa do álbum. E isso combina muito com a letra escri-ta por Koala, que aborda um tema mais politi-zado, com críticas sociais. É uma das músicas mais pesadas do cd, possui grande quantidade de berros, ótimos riffs, belas cavalgadas nas guitarras e um refrão altamente empolgante. Destaque para os corais típicos de hardcore, perfeitamente inseridos nessa música, combi-nou totalmente. É nessa canção que Fil dá uma breve amostra do que ele pode fazer como uma baterista de metal. A pegada típica, que falta em algumas músicas do cd, nessa música está presente. Fil mostra que possui potencial pra ter uma pegada mais adequada com esse tipo de som. A música se mostra perfeita para os shows, mas dificilmente vai figurar nas rádios, por ser uma música mais agressiva e pesada.

12. “Sua Canção”

Mais uma música que não foi composta pela banda, “Sua Canção” é muito bela e tocante. A composição de letra e música fica por conta de Tavares, baixista da Fresno. Apesar de ser uma ótima música, o fato de ter sido compos-ta por Tavares se torna um problema: a mú-sica parece mais com algo tirado de um cd da Fresno do que do Gloria. Tirando isso, a música segue com seu tom extremamente emocional, vocais mais cadenciados e calmos. O refrão é belíssimo, bastante tocante, certamente carre-gado de muito brilho e emoção. Há um piano muito bem colocado nos refrões dessa música, um acerto em relação ao arranjo. Único pro-blema na questão de arranjos fica por conta de um solo “vai-não-vai” na parte final da música. Ele não tem começo, meio e fim, ou seja não conta uma história, portanto ele é obsoleto na canção. Tem tudo para virar um hit e single, e estar na boca de menininhas adolescentes fãs da banda.

13. “Quando Tudo Terminar”

Uma música típica do Gloria: peso, melodia e rapidez. Porém, por conta disso mesmo, ela se ofusca um pouco em relação às outras canções do álbum. Acaba sendo comum demais, e fica um pouco perdida. Apesar disso, é uma boa música e se desenrola de modo agradável. Pos-sui um refrão mais calmo e tranquilo, mas isso deixa-o um pouco fraco e sem tanta expressão. No entanto, o resto da canção se mostra cheio de energia e empolgação. Em relação as guitar-ras, há pouco trabalho nessa música a não ser acompanhamento, não há grandes solos, nem grandes firulas. A música flui simples, básica e sem rodeio.

14. “No Dia Em Que Deixei Você Morrer”

A princípio, parece-se que está ouvindo Aven-ged Sevenfold, por conta da introdução muito semelhante a “Afterlife”, do próprio Avenged. É a canção mais “metal” do cd: solos duplos, corais, riffs cortantes e peso. Novamente nota-se a falta de berros nesse cd, onde a banda provavelmente incluiria berros, foram inseridos

vocais com drive, tirando um pouco da agres-sividade da música. Logo depois do segundo refrão, alías, este que é muito bom, com be-los vocais de Elliot, começa-se um interlúdio na canção, com a presença de um coral, bastante típico de músicas de metal. Quanto as guitar-ras, estas foram muito bem executadas, com diversos licks e solos duplos interessantes. No fim da música, há um epílogo com um piano, dando adeus ao ouvinte, que depois de 14 mú-sicas, certamente se impressiona com que ou-viu.

Análise final:

Era complicado imaginar que um dia uma ban-da como o Gloria assinasse com uma gravado-ra major, porém se tornou realidade. A ban-da mostrou que é possível fazer um som mais pesado de uma forma mais comercial. Só que isso se torna um revés, pois ao longo do cd há grandes brechas para partes com mais peso e agressividade que não foram aproveitadas. Po-rém, é muito bom poder ouvir um álbum des-se gênero com uma produção profissional de grande porte. O Gloria mostra nesse a que veio e com certeza há várias músicas que represen-tam o som típico da banda, ou seja, esse cd é um ótimo cartão de visitas da banda. Esse é apenas um começo para o metal na grande mídia brasileira. Só nos resta saber qual será o nível de aceitação no mercado. BRUNO DANTE DA SOUZA

8.5Here Comes The KrakenHere Comes The KrakenConcreto Records

Confesso que me assustei, a princípio com a velocidade dos pedais, logo após a introdução It’s comming, o que me deixou satisfeitíssimo. O Here Comes The Kraken é o tipo de banda que começa a surpreender pelo nome, visto que faz menção ao polvo gigante da mitologia marinha (vide Piratas do Caribe). Como se não bastasse eles trazem um Deathcore extrema-mente bem tocado e altamente bem gravado. O que surpreende, visto que é um disco inde-pendente. Em uma busca básica por sonorida-des anteriores da banda, descobri que os mes-mos são de uma prodigiosidade invejável. O disco, como disse anteriormente, começa com uma breve introdução e é seguida por Don’t Fail me Drako, que contém uma bateria extre-mamente rápida e empolgante. Os destaques do disco, ficam por conta das demais faixas: Confessions of What I’ve Done, From The Dee-pest Darkness e a última, que além da pegada firme vêm recheada de técnica, I Shawtrcwbky. À você que aprecia um bom underground ca-tastrófico, a música do Here Comes The Kraken vai lhe satisfazer bastante. O diabo se mudou, companheiros. Ele reside no México e adotou novo nome.BRUNO THOMPIS

9.5As I Lay DyingAn Ocean Between UsMetal Blade

Versar sobre As I Lay Dying, hoje em dia, é versar sobre um dos maiores ícones do Metal-core mundial. Juntamente com bandas como Lamb of God, o As I Lay Dying fixou seu nome na cena devido a discos marcantes anteriores como Frail Words Collapse e Shadows are Se-curity. A partir disso, vimos uma seqüência de desenvolvilmento e amadurecimento musical dos integrantes e produtores do AILD, o que se reproduziu bastante com o lançamento do dis-co An Ocean Between Us (2007). Tendo como

base, letras marcantes, como não poderia dei-xar de ser, envolvendo a questão do livre arbí-trio e todos os contextos sociais, “o que faze-mos de nós”. O disco se inicia com Seperation, a bela introdução que chega a dar arrepios e segue pra uma pancadaria sem precedentes chamada Nothing Left, onde já se começa a perceber tudo sobre o que eu citei acima de desenvolvimento e amadurecimento dos inte-grantes: ótimos riffs, bases soladas e uma ba-teria super empolgante. A faixa que dá nome ao álbum, se torna a melhor música do disco, onde o refrão faz qualquer um cantar ou, no mínimo, cantarolar, por uma semana seguida. O disco têm diversos outros destaques que fa-rão os fãs se deliciarem, como a pegada pesa-díssima de Bury Us All, The Sound of Truth e a derradeira This is Who We Are que vêm como uma faixa cheia de melodias e termina com um solo muito bonito de piano, finalizando o álbum muito bem e fazendo com que o ouvinte se sin-ta no dever de escutar o disco novamente. Em resumo, posso afirmar com convicção que, An Ocean Between Us, é um dos discos que mar-carão a história do Metalcore mundial. BRUNO THOMPIS

8.5ExiliaMy Own ArmyAFM Records

Primeiro de tudo, é um prazer ver que as mu-lheres estão tendo, mais do que nunca, o seu lugar dentro do metal. Se formos ter como base o Ill Niño, como uma das principais repre-sentantes do New Metal mundial atualmente, seguida por Linkin Park, Limp Bizkit e Sistem of a Down, poderíamos tranquilamente dar lu-gar ao Exilia pra assumir o posto juntamente com essas. O Exilia faz parte do tipo de bandas que me proporcionaram uma abertura musical tremenda e uma dismistificação do preconcei-to existente contra as bandas de New Metal. As batidas características do New Metal como bateria cadenciada e swingada, letras fortes, vocal melodioso e forte quando necessário se fazem presentes nesse lançamento. O que me chamou atenção, basicamente foi o Feeling do guitarrista e a voz marcante da vocalista Masha Mysmane. Os destaques do disco ficam por conta da faixa Are You breathing?, a bala-da Across The Sky, onde Masha mostra toda sua desenvoltura nas alternâncias vocais sem deixar nada a desejar a marmanjo nenhum. A faixa que dá nome ao disco, deixa um pouco a desejar, o que não compromete em nada o trabalho dessa surpreendente banda Italiana. BRUNO THOMPIS

9Lamb Of GodWrathEpic Records

Falar do Lamb of God é falar do maior ícone do Metalcore mundial. Após diversas pesqui-sas, vi que os Cordeiros de Deus entram na transgressão do Crossover (o que costumou-se chamar de Neo Trash Metal). Porém, rótulos à parte, posso começar dizendo, e sendo bas-tante impactante diga-se de passagem, que o disco Wrath é o melhor disco da banda desde a sua fundação. Muitos poderão ter o Sacra-ment como a ‘Obra-Prima’ dos Cordeirinhos. Porém, o mais novo lançamento desse quinte-to americano vai além da pancadaria, técnica e brutalidade que ficamos bastante acostuma-dos a ouvir em Walk With me in Hell, Redneck, por exemplo. O disco Wrath se faz um disco bastante maduro e se mostra extremamente bem composto. Ver a banda lançar músicas que facilmente se tornarão clássicos é bastan-

te empolgante. Um dos casos em que faço jus a essa citação é logo na segunda faixa do dis-co, In Your Words, que já empolga da mesma forma que Laid To Rest vem empolgando há tanto tempo. A seguir temos a pegada forte de Set to Fail, seguida pela Contractor, minha faixa preferida do disco, onde a banda alterna momentos de extrema pancadaria, letras for-tes com um final bastante cadenciado e melo-dioso. A faixa Grace é a que possui uma das letras mais fortes, diretas e críticas de todas, fazendo com que percebamos a ironia socrá-tica do nome Lamb of God. A partir daí, po-demos destacar Broken Hands e Dead Seeds, como as duas faixas de maior destaque até o fim do disco, com ótimos riffs, pegada tradicio-nal e característica dos cordeiros. Reclamation encerra a apologia ao pensar, tradição nos dis-cos do Lamb of God, com uma letra bastante apelativa no que tange as ações humanas na terra, nos mostrando como destruidores natos e instintivos, com a “finalidade” de um nada sem fim. É por esses e diversos outros motivos que eu posso dizer, afirmar, reafirmar e dizer novamente que o disco Wrath é o melhor disco do Lamb of God. BRUNO THOMPIS

7AlestormLeviathan (EP)Napalm Records

Há apenas alguns anos desde que Alestorm era conhecido como Battleheart, uma banda esquecida com alguns EPs. Mas ao mudar de nome eles deram inicio a uma nova jornada com a Napalm Records. Seguido do album “Captain Morgan’s Revenge”, eles lançam o “Leviathan EP”, um EP cheio de energia sobre piratas, e cervejas. Com apenas quatro faixas “Leviathan” levanta as âncoras deixadas pelo seu antecessor. O EP mostra exatamente é que se é esperado dessa banda escocesa, alcool, uma jornada pirata e muita aventura. Embora o aspecto da banda foi odiado por muitos e assim chamado de “artifício barato”, ele acres-centa uma nova dimensão ao tema pirata que nenhum outro vocalista por aí poderia trazer. Eles criaram uma sonoridade épica, melódias foclóricas que ajudaram a colocar o ouvinte no estabelecimento do álbum, podendo assim imaginar músicas sendo cantadas por um pira-ta solitário tentando passar o tempo enquanto navega pelos sete mares em busca de riqueza e batalha. IAN K. MENEZES

10Icon & The Black RosesIcon & The Black RosesIndependente

O que pode ser bastante estranho à primeira vista, é a data de lançamento do disco e o por quê de eu vir resenha-lo agora, em 2009. A história resumida é essa: Vim conhecer a banda há algum tempo atrás, através de uma amiga que me mostrou. A partir daí, fui pro-curar bandas semelhantes que eu sempre soube que existiam, porém nunca havia me interessado em escuta-las pra valer. E, sin-ceramente, apesar do I&BR ter somente esse disco lançado, eles conseguem superar no-mes como Poisonblack, H.I.M, The 69 Eyes, que são os maiores representantes dentro do gênero que ficou conhecido como Gothic Love Metal. O disco se inicia com a altamente chamativa Black Roses que clama pelo estilo e faz jus com toda a convicção pelas melo-dias impostas, tanto no instrumental, quanto na maravilhosa voz do vocalista Jhonny Icon, que reúne vocais melodiosos, com passagens mais agitadas, fazendo com que o refrão de

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Black Roses seja viciante e te faça querer ouvir novamente (não hesite em faze-lo). A partir daí temos a faixa Endless que segue a mesma linha com um coro bastante interes-sante, juntamente com o teclado, dando vida à música. Na faixa Crucify You Love, perce-bemos a potência dos backing vocals e quão marcantes eles são no resto do disco (“Soor-rooow and pain for you my loove”). Angel é a faixa mais conhecida dos gajos, visto que foi o primeiro single deles, e tem uma letra ex-tremamente fofa (tá, isso foi estranho). Dan-do continuação ao álbum temos Remember e Sweetest Emptiness of Love, que não conse-guem deixar a peteca cair em nenhum segun-do e nos preparando para uma das faixas que mais chamam atenção no disco: Black Cage. Com o refrão bastante marcante e com pas-sagens mais pesadas que no resto do disco, essa faixa se torna um dos destaques máxi-mos desse maravilhoso disco. Após a mesma, seguimos a belíssima balada Who Do You Hurt Now, que é maravilhosamente executada e conta com todos os atributos citados acima: vocal melodioso, backing vocals perfeitos, li-nha acústica bastante bem trabalhada. Após essa bela balada vem uma das músicas mais conhecidas em Portugal, Running up That Hills que chegou a ser tocada nas rádios portugue-sas, durante um tempo. Porém, ao meu ver ela serve como preparatório para a faixa mais ‘pesada’ do disco, You Set Me On Fire, que dis-pensa comentários e vai fazer o ouvinte sentir a mesma sensação que teve ao escutar Black Roses (Não hesite em ouvi-la denovo). O dis-co se encerra com a faixa Diamond Baby que, realmente, é uma faixa de encerramento de disco. Sendo um pouco mais cadenciada e um pouco mais parada que as demais. Em resu-mo, nota máxima à esse grupo injustiçado do metal português. Adicionem o I&BR à sua lista de bandas portuguesas. BRUNO THOMPIS

10Sonic SyndicateLove and other DisastersNuclear Blast

Um pouco depois do último álbum “Only Inhu-man”, os suecos do Sonic Syndicate lançam “Love And Other Disasters”. Continuando sob a produção de Jonas Kjellgren o novo trabalho é ainda mais acessível do que o ultimo lan-çamento. Ainda há muita agressividade nas guitarras, vocais guturais, marcando ainda mais a cena do Death Metal Melódico. Mesmo com os refrões cativantes, os riffs neste álbum mostram um certo peso, com uma intensidade maior do que no último trabalho, “Only Inhu-man”. Elementos do Metalcore ainda persis-tem, o que não ajuda na singularidade do ál-bum. “Love And Other Disasters” é um grande passo na carreira do Sonic Syndicate trazendo não somente originalidade mas também mui-tas melodias memoráveis. IAN K. MENEZES

9.5EluveitieEvocation I: The Arcane DominionNuclear Blast

O Folk, há pouquíssimo tempo, se figurou como um dos estilos que eu me enquadrei. Dentro do estilo, o que mais me chamou aten-ção foi o Vintersorg e o Blackmore’s Night, que, na minha opinião, fazem músicas úni-cas e em dois extremos. Tanto representando o metal, que é o caso do Vintersorg, quan-to representando o Rock mais clássico, caso do Richie Blackmore e companhia. Há algum tempo atrás, lembro de ter escutado um dos discos do Eluveitie (Slania) e me deparei com um Folk Metal, bastante influenciado pelo De-

ath Metal, porém sem deixar de lado as ‘gra-ças’ e ‘desejos’ da música Folk. Além de muito bem feito, o disco traz tremendas variações líricas, enfocando os temas ‘regionais’, como não poderia deixar de ser. A partir daí, fui con-vidado a fazer a resenha desse novo disco e confesso que me surpreendi com a mudança extrema que presenciei entre os dois álbuns. Sendo extremamente direto, a única música que não deixa o disco ser bom o suficiente pra ganhar nota máxima é a faixa “Nata”, que nem foge da proposta, porém se torna a úni-ca que não me convenceu. A voz da vocalista Anna Murphy se faz extremamente marcante na banda, me remetendo mais uma vez ao trabalho desenvolvido por Richie Blackmore, sua esposa e companhia. Sei que as compara-ções serão inevitáveis, principalmente nesse disco que está se saindo maravilhoso, porém, o Eluveitie consegue se mostrar uma banda evolutiva e altamente diferente do conven-cional. O disco é repleto de ótimas músicas, porém o destaque fica por conta da segunda faixa do disco Brictom, que mostra a alegria cativante do Folk e um ótimo instrumental que se seguirá durante as demais faixas do disco. BRUNO THOMPIS

8SybreedAntaresListenable Records

Futuristic Hybrid Cyber Metal, é a definição mais complexa do que o Sybreed faz. Traba-lham com um som totalmente híbrido, que vai do Industrial Metal e Groove Metal à marcan-tes usos de sintetizadores. Sua produção é totalmente superior ao álbum anterior, “Slave Design”, tendo um uso mais freqüente de vo-cais harmônicos e arranjos de sintetizadores, sem tirar uma notável maior agressividade nos vocais guturais. O som é ao mesmo tem-po moderno e futurista, com uma qualidade incontestável de músicas como “Ego Bypass Generator” e “Revive My Wounds”. O único ponto negativo é que o album vai perdendo a força, não permanecendo assim tão “viajan-te” e excitante como inicialmente. O album chega ao fim trazendo uma longa canção com vocais hamônicos. ALMIR MACEDO

7.5Finsterforst...zum Tode hinEinheit Produktionen

Acordes alegres, sensação majestosa, assim que está o novo trabalho do Finsterforst. De-pois de dois anos parados, Finsterforst lança o todo glorioso album entitulado “...zum Tode hin”. O album está coberto por uma atmos-fera cheia de guitarras acusticas, flautas se-guindo o padrão do trabalho anterior e con-tinuando sendo uma peça original do Viking Metal. Esse album soa muito semelhante ao o antigo som de Finntroll ou Eluveitie, princi-palmente devido ao uso intensivo de flautas e sobre tudo dos acordes de Johannes Joseph. Ao ouvir o album, eu imediatamente compa-rei com Korpiklaani, mas depois de ouvir ele mais vezes a impressão foi um pouco reduzi-da. Em um estilo como este, é dificil descre-ver as faixas individualmente, uma vez que com uma duração destas músicas, contêm praticamente todos os elementos, desde das passagens acusticas até os sons que só po-dem ser descritos como “Furor Teutonicus”. IAN K. MENEZES

8SamaelAboveNuclear Blast

Um disco de black metal puro e bastante sim-ples para os que estavam acostumados com a variação tecnotrônica musical do Samael. É a frase que resume basicamente esse novo tra-balho intitulado Above. O Samael é o tipo de banda que os fãs não podem reclamar sobre inovação. Há algum tempo atrás a banda di-vulgou uma nota no site oficial dizendo que o próximo lançamento seria tudo o que eles não fizeram no decorrer da carreira e sempre tive-ram vontade, em outras palavras: a real ‘cara’ do Samael. O disco se inicia com a ótima faixa Under One Flag, que faz o Samael mostrar a que veio e a proposta que se seguirá durante o decorrer do disco. Virtual War e Illumination são, dentre todas, as que irão se destacar mais dentro do disco, trazendo a atmosfera pesada e densa dos discos onde a linha industrial não era tão freqüente. Black Hole se destaca pela pegada mais acelerada, onde os blast beats se fazem extremamente presentes, dando a marcação necessária e fixa da música. Po-rém, mesmo com o visto, não concordo com a posição dos integrantes quanto ‘mostrar a real face do Samael’. Prefiro-o mascarado e fazendo discos ótimos como o Solar Soul ou o Reign of Light. É um disco que deixa a desejar,

porém não é um disco ruim e não foge da pro-posta investida desde os primeiros acordes. BRUNO THOMPIS

9SepulturaA-LexSPV Records

A-Lex é o décimo primeiro disco da banda mineira Sepultura, lançado em 2009, e traz a estréia do novo baterista da banda, Jean Dolabella. O disco traz uma linha de melo-dias e composições bem parecidas com o que o Sepultura se dispõe a fazer desde seu iní-cio, o grande atrativo do disco fica por conta de sua história, A-Lex é um disco conceitu-al, baseado na obra “A Laranja Mecânica” (“A Clockwork Orange”), de Anthony Burgess. A história do livro está muito bem colocada nas letras, mas é claro que ler o livro ou assistir ao filme ajuda no bom entendimento do disco, a faixa “Ludwig Van”, por exemplo, para quem nunca leu o romance, pode parecer apenas uma faixa instrumental jogada ao acaso no meio do disco, porém, para quem o leu, faz completo e total sentido, já que o persona-gem principal, Alex, é um grande fã de músi-ca clássica, principalmente de Beethoven. O destaque fica para a música “We’ve Lost You”, uma das melhores contidas no disco. Com óti-mas composições, letras e riffs empolgantes e contagiantes o Sepultura mostra que, ape-sar de quase trinta anos de existência, ainda mantém suas raízes e consegue inovar sem perder sua essência..RAFAEL FEHÉR

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9.5Project46If You Want Your Survival Sign Wake Up TomorrowIndependente

No mundo underground nasce uma das ban-das mais promissoras no ramo do Metalcore/Groove brasileiro. Travar disputa no mercado musical, hoje em dia, como banda indepen-dente, é um estímulo a mais pra quem faz sua própria música. Creio que esse tenha sido um dos motivos fortes, além do amor à mú-sica pesada, pra que o Project46 tenha pas-sado “da noite pro dia” de um Slipknot cover à uma banda bastante promissora da música pesada brasileira. Project46 surgiu e foi ten-do uma evolução gradual até se consolidar e entrar em estúdio pra gravar o EP: If You Want Your Survival Sign Wake Up Tomorrow, que é uma porta pra banda se engrandecer mais ainda no cenário underground brasilei-ro. O disco se inicia com a faixa Survival Sign (em pouco tempo, o ouvinte vai perceber que o disco se trata de um disco com uma men-sagem única), que traz uma pegada bastante interessante e bem cadenciada, não há como não comentar sobre o vocal de Caio Mar-cellus, que se mostra bastante flexível, alter-nando momentos mais agressivos com vocais bem rasgados sem perder o “fio da meada”. Survival Sign, vem como preparação para a música Tomorrow que, fica bem acima dos padrões impostos nas demais faixas do EP. Faixa bastante melodiosa, sem deixar de lado a pegada fundamental que, com poucas au-dições, vi que é característica desse quinteto. Após Tomorrow, a faixa If You Want não deixa a peteca cair e prossegue com a mesma pan-cadaria mesclada à melodia das outras duas músicas anteriores. Nessa música, o des-taque fica por conta dos vocais limpos que aparecem mais frequentemente do que nas demais. O EP se encerra com a faixa Wake Up que, ao meu ver, é a faixa mais concisa e madura do grupo. Com oito minutos de du-ração, o instrumental continua dando o que falar: guitarras muito bem harmonizadas, bateria sempre firme e com pegada, baixo dando a marcação necessária e garantindo o peso além dos vocais bastante agressivos. A melodia final de Wake Up, trás um tipo de mensagem bastante reflexiva. Dado os fato-res seguintes e aproveitando o que já foi dito, posso concluir que o EP do Project46 é um dos melhores discos independentes que es-cutei esse ano. A seriedade no trabalho está acima de tudo. Promissores, eficientes, habi-lidosos, profissionais e apaixonados pelo que fazem..BRUNO THOMPIS

9.5Sharks At AbyssDemoIndependente

Radicados em São Paulo, eles mostram uma proposta inicial de um metalcore bastante in-fluenciado pelo maravilhoso As I Lay Dying. O lançamento da demo foi feito meio que às pressas, o que não comprometeu em nada o trabalho desse quinteto paulista que é de se invejar. A faixa de abertura Bad Souvenirs of a Shady Past é uma completa violência e faz com que imaginemos a música ao vivo. A desenvoltura do baterista Bruno é invejável, alternando momentos mais fortes com pas-sagens mais cadenciadas, fazendo com que a música seja bastante imprevisível e surpreen-da quando revelada. De cara é a melhor faixa dessa demo. Nothing Is Like before, vem com riffs bem alternados e palhetadas poderosas, sendo uma ótima faixa para se bangear, o de-feito fica por conta da gravação, que não é a mesma de Bad Souvenirs of a Shady Past e deixa um pouco a desejar. O disco se finaliza com a faixa Through My Promisse, que é re-pleta de breakdowns e passagens mais melo-diosas, sem perder o conceito de pancadaria dos paulistas. Em suma, prefiro ver o lado evolutivo da banda: em 2007 se reuniram, e em 2008 gravaram essas três músicas que me renderam um conceito no mínimo ‘Bom’. Portanto, o Sharks At Abyss é um dos nomes promissores do Metalcore nacional. Torçamos por novas composições. E que a seriedade no trabalho seja sempre marca registrada da banda..BRUNO THOMPIS

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8.5SoturnusWhen Flesh Becomes SpiritIndependente

A proposta inicial desenvolvida pelo Sotur-nus é uma mescla entre o Death/Doom/Dark Metal, desenvolvido inicialmente por bandas como o My Dying Bride, November’s Doom, ou pelos gregos do Rotting Christ no disco A Dead Poem. As influências de tais bandas citadas é inevitável, porém, não é com base somente nelas que o Soturnus foca seu trabalho, fa-zendo assim com que o disco se torne bastan-te heterogêneo. Ser fã dos estilos, acima de tudo, me torna um crítico ainda mais ferrenho em relação ao trabalho, e o que vi mediante audições é que a banda é bastante madura e tende a ter um lugar de destaque dentro da proposta a qual se enquadra. A Intro Sti-muli, dá ao disco uma atmosfera densa logo de início. On The Verge of Changes mostra, logo de cara, a proposta da banda, uma faixa bem trabalhada, com riffs bastante criativos e bem trabalhados, e as partes mais melodiosas sendo executadas com uma desenvoltura sur-preendente, fazendo dessa música o desta-que maior do disco. Seguida pela faixa que dá nome ao disco, a banda mostra a criatividade quase que inesgotável pra composição de riffs e vale ressaltar aqui, que o trabalho desenvol-vido pelos guitarristas Rafael Basso (Guitarra e Vocal) e Andrei Targino é maravilhoso, um entrosamento incrível dos dois. O disco segue com a mesma pegada firme das primeiras três composições. O baterista Eduardo Nunes se mostra bastante diversificado e alternado ao longo das composições, juntamente com o baixista Guilherme Augusto que tem um pe-gada bastante característica, principalmente pelas influências do mesmo que são notáveis. O Disco do Soturnus, poderia ser um disco merecedor de nota bastante alta, beirando o máximo , não fosse a aposta do grupo em vo-cais mais limpos em 90% das faixas o que torna as faixas previsíveis e os vocais idem. Porém, o disco é bastante bem trabalhado e trás uma coisa que é primordial em qualquer banda: a Identidade. E isso o Soturnus tem de sobra. Longa vida ao metal mórbido. Ótimo trabalho. BRUNO THOMPIS

8Lacuna CoilShallow LifeCentury Media Records

A cada disco lançado, o Lacuna Coil tira uma grande parte do seu corpo do Gothic Metal. Isso é um fato que vem seguindo a banda desde o lançamento do aclamado disco Kar-macode. Apesar do mesmo conter algumas passagens mais Dark, não mostra o que a banda propunha há um tempo atrás com o lançamento de Comalies. Vale citar aqui, a escala e patamares alcançados pela voca-lista Cristina Scabbia que, definitivamente, mostrou um amadurecimento vocal bastante grandioso. Nota-se o que digo na faixa Not Enough .... O sexteto italiano, comandado por por Marco Zelati, trás no disco Shallow Life, uma proposta um pouco superior ao dis-co Karmacode, principalmente no que diz res-peito às pitadas de Alterna/New Metal, que se fazem bastante presentes. A faixa Survive, pra quem é fã antigo do Lacuna Coil, vai ser empolgante até: boa pegada de guitarra, ba-teria característica e o vocal de Andrea Ferro, bastante característico e tomando de conta dos refrãos iniciais. A partir daí, o que se vê é uma demonstração de desenvoltura por parte dos membros em criar música que sejam ex-tremamente marcantes e “dançantes”, até. E a proposta é concluída com êxito, pela faixa

I Won’t Tell You, I’m Not Afraid que seguem essa linha bem new metal mesmo (beirando o metal ‘comercial’ americano). Na faixa, Not Enough, já citada acima, vemos uma espécie de releitura do Comalies, que soou bastan-te interessante, se encaixando perfeitamen-te no disco. Underdorg reconstitui a pegada mais cadenciada e marcada da banda e, por que não dizer, gótica, trazendo belos vocais de Andrea Ferro (que sinceramente, nunca me agradou. Porém é bastante característi-co). A escolha por Spellbound ter sido o sin-gle desse disco, se torna bastante evidente nos primeiros 30 segundos de música. Riffs muito bons das guitarras de Marco Biazzi e Cristiano Mogliore e uma linha de bateria bem empolgante. Divide opiniões em meu ser, com Not Enough no que diz respeito a ser a melhor faixa do disco. Em seguida temos a balada Wide Awake, que é até bonitinha, porém não empolga tanto quanto deveria. O disco é finalizado com as faixas The Maze, Shallow Life e Unchained. Shallow Life, que dá nome ao disco, musicalmente chega a ser fraca, porém o contexto lírico é muito bom, afinal de contas, todos nós lutamos contra fantasmas internos. Unchained fala por si só, pelos maravilhosos solos presentes, bela fai-xa pra se finalizar um disco. Deixando de lado o passado da banda e levando em considera-ção a proposta atual, o disco beira o conceito “ótimo”..BRUNO THOMPIS

2.5CKYCarver CityRoadrunner Records

Ingenuidade não é dificil de se encontrar, se você olhar no lugar certo. Indepente de quão complexa a banda seja, ainda existem manei-ras de produzir algo totalmente único. Porém, é importante manter em mente que a indivi-dualidade não exige qualidade. Quando CKY começaram com “Oil and Foreign Objects”, eles era únicos. Quando eles se mudaram pra CKY eles ainda eram únicos. Muitas pessoas pensaram que a Roadrunner Records estava dificultando suas ideas, mas no entanto CKY voltou com um album inteiramente própio, o que é basicamente o problema. Nada mudou em toda sua carreira, eles continuam presos a os mesmo riffs, começando a soar bastante banal a essa altura, o efeito-driven são uma das principais caractéristicas da banda, porém eles não parecem saber como progredir o seu som. Hellions On Parade começa com o mes-mo riff tocado em Escape From Hellview, toca-do de trás pra frente, o é ralmente uma idéia interessante. Infelizmente o resto da música é muito típica como qualquer outra música do CKY. Liricamente, o album não difere dos tra-balhos anteriores. O meio do álbum é a unica parte que é agradavel, introduzindo um ele-mento relativamente nostálgico. Teclados são estimulados ao longo de todo o álbum. Carver City é um uso amplo de efeitos de guitarras para mascarar a sua incapacidade para produ-zir algo original. IAN K. MENEZES

3The Birthday MassacreShow and TellRepo RecordsAlbums ao vivo são bem dificeis de serem ava-liados. Para que eles realmente valam alguma coisa, eles devem apresentar algo que o al-bum original não possui. Poderia ser algo tão simples, como a audição de um novo membro ou tocar músicas antigas, mas sempre tem de haver algo que chame atenção. Quando um album ao vivo toca as músicas exatamente

como são tocadas no estúdio, não se tem ne-nhum prazer em ouvi-las. Este é exatamente o problema com este álbum - ele tem ótimas músicas e o som está totalmente limpo e per-feito para ouvir, mas não há nada que valha a pena ouvi-lo. A seleção das faixas para esse album é claramente muito boa, não há como negar isso. A banda escolheu as melhores fai-xas que eles achariam que tocariam ao vivo e, como esperado, eles tocaram. Na verdade, faixas como “Lovers End” beneficiaram bas-tante este album, somente devido a vocalista Chibi proporcionando um vocal mais sinistro durante a faixa. Outra faixa que deixa um certo encanto é “Red Stars”, devido à forte percussão e o peso da guitarra. Infelizmen-te poucas faixas como essas salvam o album. “Show and Tell” pode ser um alternativa muito boa para pessoas que não conheçam o som da banda. As músicas são tocadas muito bem, tal como nos àlbums. Misturando a cena indus-trial com rock gótico, The Birthday Massacre traz um som bem interessante para os desco-nhecidos. A banda tras um som obscuro co-berto pelas letras macabras da vocalista Chibi. Mais uma vez, albums ao vivos são difíceis de serem avaliados, e com esse, não é diferen-te. É tocado com perfeição e funciona como uma excelente representação na discografia da banda, mas não há nada neste album que não esteja nos outros.. IAN K. MENEZES

8Depeche ModeSounds Of UniverseMute/EMI

“Só os melhores sobrevivem”. Essa é, sem dúvida, uma máxima facilmente aplicável no mundo da música, principalmente na era dos downloads, mp3, adaptação [ou não] das gra-vadoras aos novos tempos, lançamentos de turnês, pra se vender CDs (o que vem a ser o contrário do que era feito no início da déca-da de 80, por exemplo)... Enfim, as mutações decorrentes do avanço tecnológico no mer-cado fonográfico, contribuíram bastante para que a máxima citada anteriormente, valesse de forma quase que unânime nos dias atuais. O Depeche Mode é, sem dúvida, uma das me-lhores no que faz. O fenômeno do synthpop (nome pós-moderno, substituto de dark wave / electronic music), surgido no início da déca-da de 80, na Inglaterra, ainda parece vibrar nos corações desses ingleses. Prova disso é o lançamento do Single “Wrong”, terceira faixa do álbum, que mostra a mesma proposta de-senvolvida em discos mais atuais. Um dos di-versos pontos positivos da banda, é o fato de se adaptarem ao seu tempo sempre, procu-rando com isso inovarem, sem deixar de lado a velha fórmula que os consagrou. Isso tudo, sem ser chato. Em Sounds of The Universe, o Depeche Mode continua o velho trabalho ini-ciado em meados da década de 90. Dentre os destaques do disco, pode-se destacar o single ‘Wrong’, que segue bem a linha mais pop da banda, ‘Hole to Feed’, ‘Miles Away’ e ‘Fragile Tension’, que tem uma pegada bem oitentista. O “Sounds of The Universe” é um disco que pode ser considerado como bom. Segue o pa-tamar descrito pelo Depeche Mode ao longo de mais de 20 anos de carreira. BRUNO THOMPIS

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