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Business Intelligence Flávio Ceci

Business Intelligence - smpark.com.br6432_-_19829]bussines_inteligence.pdf · Renata Souza de A. Subtil Assessoria de Inovação e Qualidade de EAD Denia Falcão de Bittencourt (Coord.)

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  • Business IntelligenceFlávio Ceci

  • CréditosUniversidade do Sul de Santa Catarina | Campus UnisulVirtual | Educação Superior a Distância

    ReitorAilton Nazareno Soares

    Vice-Reitor Sebastião Salésio Heerdt

    Chefe de Gabinete da Reitoria Willian Corrêa Máximo

    Pró-Reitor de Ensino e Pró-Reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e InovaçãoMauri Luiz Heerdt

    Pró-Reitora de Administração AcadêmicaMiriam de Fátima Bora Rosa

    Pró-Reitor de Desenvolvimento e Inovação InstitucionalValter Alves Schmitz Neto

    Diretora do Campus Universitário de TubarãoMilene Pacheco Kindermann

    Diretor do Campus Universitário da Grande FlorianópolisHércules Nunes de Araújo

    Secretária-Geral de EnsinoSolange Antunes de Souza

    Diretora do Campus Universitário UnisulVirtualJucimara Roesler

    Equipe UnisulVirtual

    Diretor AdjuntoMoacir Heerdt

    Secretaria Executiva e CerimonialJackson Schuelter Wiggers (Coord.)Marcelo Fraiberg MachadoTenille Catarina

    Assessoria de Assuntos Internacionais Murilo Matos Mendonça

    Assessoria de Relação com Poder Público e Forças ArmadasAdenir Siqueira VianaWalter Félix Cardoso Junior

    Assessoria DAD - Disciplinas a DistânciaPatrícia da Silva Meneghel (Coord.)Carlos Alberto AreiasCláudia Berh V. da SilvaConceição Aparecida KindermannLuiz Fernando MeneghelRenata Souza de A. Subtil

    Assessoria de Inovação e Qualidade de EADDenia Falcão de Bittencourt (Coord.)Andrea Ouriques BalbinotCarmen Maria Cipriani Pandini

    Assessoria de Tecnologia Osmar de Oliveira Braz Júnior (Coord.)Felipe FernandesFelipe Jacson de FreitasJefferson Amorin OliveiraPhelipe Luiz Winter da SilvaPriscila da SilvaRodrigo Battistotti PimpãoTamara Bruna Ferreira da Silva

    Coordenação Cursos

    Coordenadores de UNADiva Marília FlemmingMarciel Evangelista CatâneoRoberto Iunskovski

    Auxiliares de CoordenaçãoAna Denise Goularte de SouzaCamile Martinelli SilveiraFabiana Lange PatricioTânia Regina Goularte Waltemann

    Coordenadores GraduaçãoAloísio José RodriguesAna Luísa MülbertAna Paula R.PachecoArtur Beck NetoBernardino José da SilvaCharles Odair Cesconetto da SilvaDilsa MondardoDiva Marília FlemmingHorácio Dutra MelloItamar Pedro BevilaquaJairo Afonso HenkesJanaína Baeta NevesJorge Alexandre Nogared CardosoJosé Carlos da Silva JuniorJosé Gabriel da SilvaJosé Humberto Dias de ToledoJoseane Borges de MirandaLuiz G. Buchmann FigueiredoMarciel Evangelista CatâneoMaria Cristina Schweitzer VeitMaria da Graça PoyerMauro Faccioni FilhoMoacir FogaçaNélio HerzmannOnei Tadeu DutraPatrícia FontanellaRoberto IunskovskiRose Clér Estivalete Beche

    Vice-Coordenadores GraduaçãoAdriana Santos RammêBernardino José da SilvaCatia Melissa Silveira RodriguesHorácio Dutra MelloJardel Mendes VieiraJoel Irineu LohnJosé Carlos Noronha de OliveiraJosé Gabriel da SilvaJosé Humberto Dias de ToledoLuciana ManfroiRogério Santos da CostaRosa Beatriz Madruga PinheiroSergio SellTatiana Lee MarquesValnei Carlos DenardinSâmia Mônica Fortunato (Adjunta)

    Coordenadores Pós-GraduaçãoAloísio José RodriguesAnelise Leal Vieira CubasBernardino José da SilvaCarmen Maria Cipriani PandiniDaniela Ernani Monteiro WillGiovani de PaulaKarla Leonora Dayse NunesLetícia Cristina Bizarro BarbosaLuiz Otávio Botelho LentoRoberto IunskovskiRodrigo Nunes LunardelliRogério Santos da CostaThiago Coelho SoaresVera Rejane Niedersberg Schuhmacher

    Gerência AdministraçãoAcadêmicaAngelita Marçal Flores (Gerente)Fernanda Farias

    Secretaria de Ensino a DistânciaSamara Josten Flores (Secretária de Ensino)Giane dos Passos (Secretária Acadêmica)Adenir Soares JúniorAlessandro Alves da SilvaAndréa Luci MandiraCristina Mara SchauffertDjeime Sammer BortolottiDouglas SilveiraEvilym Melo LivramentoFabiano Silva MichelsFabricio Botelho EspíndolaFelipe Wronski HenriqueGisele Terezinha Cardoso FerreiraIndyanara RamosJanaina ConceiçãoJorge Luiz Vilhar MalaquiasJuliana Broering MartinsLuana Borges da SilvaLuana Tarsila HellmannLuíza Koing  ZumblickMaria José Rossetti

    Marilene de Fátima CapeletoPatricia A. Pereira de CarvalhoPaulo Lisboa CordeiroPaulo Mauricio Silveira BubaloRosângela Mara SiegelSimone Torres de OliveiraVanessa Pereira Santos MetzkerVanilda Liordina Heerdt

    Gestão DocumentalLamuniê Souza (Coord.)Clair Maria CardosoDaniel Lucas de MedeirosJaliza Thizon de BonaGuilherme Henrique KoerichJosiane LealMarília Locks Fernandes

    Gerência Administrativa e FinanceiraRenato André Luz (Gerente)Ana Luise WehrleAnderson Zandré PrudêncioDaniel Contessa LisboaNaiara Jeremias da RochaRafael Bourdot Back Thais Helena BonettiValmir Venício Inácio

    Gerência de Ensino, Pesquisa e ExtensãoJanaína Baeta Neves (Gerente)Aracelli Araldi

    Elaboração de ProjetoCarolina Hoeller da Silva BoingVanderlei BrasilFrancielle Arruda Rampelotte

    Reconhecimento de CursoMaria de Fátima Martins

    ExtensãoMaria Cristina Veit (Coord.)

    PesquisaDaniela E. M. Will (Coord. PUIP, PUIC, PIBIC)Mauro Faccioni Filho (Coord. Nuvem)

    Pós-GraduaçãoAnelise Leal Vieira Cubas (Coord.)

    BibliotecaSalete Cecília e Souza (Coord.)Paula Sanhudo da SilvaMarília Ignacio de EspíndolaRenan Felipe Cascaes

    Gestão Docente e DiscenteEnzo de Oliveira Moreira (Coord.)

    Capacitação e Assessoria ao DocenteAlessandra de Oliveira (Assessoria)Adriana SilveiraAlexandre Wagner da RochaElaine Cristiane Surian (Capacitação)Elizete De MarcoFabiana PereiraIris de Souza BarrosJuliana Cardoso EsmeraldinoMaria Lina Moratelli PradoSimone Zigunovas

    Tutoria e SuporteAnderson da Silveira (Núcleo Comunicação)Claudia N. Nascimento (Núcleo Norte-Nordeste)Maria Eugênia F. Celeghin (Núcleo Pólos)Andreza Talles CascaisDaniela Cassol PeresDébora Cristina SilveiraEdnéia Araujo Alberto (Núcleo Sudeste)Francine Cardoso da SilvaJanaina Conceição (Núcleo Sul)Joice de Castro PeresKarla F. Wisniewski DesengriniKelin BussLiana FerreiraLuiz Antônio PiresMaria Aparecida TeixeiraMayara de Oliveira BastosMichael Mattar

    Patrícia de Souza AmorimPoliana SimaoSchenon Souza Preto

    Gerência de Desenho e Desenvolvimento de Materiais DidáticosMárcia Loch (Gerente)

    Desenho EducacionalCristina Klipp de Oliveira (Coord. Grad./DAD)Roseli A. Rocha Moterle (Coord. Pós/Ext.)Aline Cassol DagaAline PimentelCarmelita SchulzeDaniela Siqueira de MenezesDelma Cristiane MorariEliete de Oliveira CostaEloísa Machado SeemannFlavia Lumi MatuzawaGeovania Japiassu MartinsIsabel Zoldan da Veiga RamboJoão Marcos de Souza AlvesLeandro Romanó BambergLygia PereiraLis Airê FogolariLuiz Henrique Milani QueriquelliMarcelo Tavares de Souza CamposMariana Aparecida dos SantosMarina Melhado Gomes da SilvaMarina Cabeda Egger MoellwaldMirian Elizabet Hahmeyer Collares ElpoPâmella Rocha Flores da SilvaRafael da Cunha LaraRoberta de Fátima MartinsRoseli Aparecida Rocha MoterleSabrina BleicherVerônica Ribas Cúrcio

    Acessibilidade Vanessa de Andrade Manoel (Coord.) Letícia Regiane Da Silva TobalMariella Gloria RodriguesVanesa Montagna

    Avaliação da aprendizagem Claudia Gabriela DreherJaqueline Cardozo PollaNágila Cristina HinckelSabrina Paula Soares ScarantoThayanny Aparecida B. da Conceição

    Gerência de LogísticaJeferson Cassiano A. da Costa (Gerente)

    Logísitca de MateriaisCarlos Eduardo D. da Silva (Coord.)Abraao do Nascimento GermanoBruna MacielFernando Sardão da SilvaFylippy Margino dos SantosGuilherme LentzMarlon Eliseu PereiraPablo Varela da SilveiraRubens AmorimYslann David Melo Cordeiro

    Avaliações PresenciaisGraciele M. Lindenmayr (Coord.)Ana Paula de AndradeAngelica Cristina GolloCristilaine MedeirosDaiana Cristina BortolottiDelano Pinheiro GomesEdson Martins Rosa JuniorFernando SteimbachFernando Oliveira SantosLisdeise Nunes FelipeMarcelo RamosMarcio VenturaOsni Jose Seidler JuniorThais Bortolotti

    Gerência de MarketingEliza B. Dallanhol Locks (Gerente)

    Relacionamento com o Mercado Alvaro José Souto

    Relacionamento com Polos PresenciaisAlex Fabiano Wehrle (Coord.)Jeferson Pandolfo

    Karine Augusta ZanoniMarcia Luz de OliveiraMayara Pereira RosaLuciana Tomadão Borguetti

    Assuntos JurídicosBruno Lucion RosoSheila Cristina Martins

    Marketing EstratégicoRafael Bavaresco Bongiolo

    Portal e ComunicaçãoCatia Melissa Silveira RodriguesAndreia DrewesLuiz Felipe Buchmann FigueiredoRafael Pessi

    Gerência de ProduçãoArthur Emmanuel F. Silveira (Gerente)Francini Ferreira Dias

    Design VisualPedro Paulo Alves Teixeira (Coord.)Alberto Regis EliasAlex Sandro XavierAnne Cristyne PereiraCristiano Neri Gonçalves RibeiroDaiana Ferreira CassanegoDavi PieperDiogo Rafael da SilvaEdison Rodrigo ValimFernanda FernandesFrederico TrilhaJordana Paula SchulkaMarcelo Neri da SilvaNelson RosaNoemia Souza MesquitaOberdan Porto Leal Piantino

    MultimídiaSérgio Giron (Coord.)Dandara Lemos ReynaldoCleber MagriFernando Gustav Soares LimaJosué Lange

    Conferência (e-OLA)Carla Fabiana Feltrin Raimundo (Coord.)Bruno Augusto Zunino Gabriel Barbosa

    Produção IndustrialMarcelo Bittencourt (Coord.)

    Gerência Serviço de Atenção Integral ao AcadêmicoMaria Isabel Aragon (Gerente)Ana Paula Batista DetóniAndré Luiz Portes Carolina Dias DamascenoCleide Inácio Goulart SeemanDenise FernandesFrancielle FernandesHoldrin Milet BrandãoJenniffer CamargoJessica da Silva BruchadoJonatas Collaço de SouzaJuliana Cardoso da SilvaJuliana Elen TizianKamilla RosaMariana SouzaMarilene Fátima CapeletoMaurício dos Santos AugustoMaycon de Sousa CandidoMonique Napoli RibeiroPriscilla Geovana PaganiSabrina Mari Kawano GonçalvesScheila Cristina MartinsTaize MullerTatiane Crestani Trentin

    Avenida dos Lagos, 41 – Cidade Universitária Pedra Branca | Palhoça – SC | 88137-900 | Fone/fax: (48) 3279-1242 e 3279-1271 | E-mail: [email protected] | Site: www.unisul.br/unisulvirtual

  • Universidade do Sul de Santa Catarina

    Business IntelligenceLivro Digital

    PalhoçaUnisulVirtual

    2012

  • Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul

    005.74C38 Ceci, Flávio

    Business intelligence : livro digital / Flávio Ceci ; design instrucional Silvana Souza da Cruz Clasen ; João Marcos de Souza Alves. – Palhoça : UnisulVirtual, 2012.

    176 p. : il. ; 28 cm.

    Inclui bibliografia.ISBN 978-85-7817-465-1

    1. Banco de dados. 2. Inteligência em negócios. 3. Tecnologia da informação. 4. Sistema de informação gerencial. I. Alves, João Marcos de Souza. II. Título.

    Copyright © UnisulVirtual 2012

    Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.

    Edição – Livro Digital

    Professor ConteudistaFlávio Ceci

    Coordenação de CursoVera Rejane Niedersberg Schuhmacher

    Design InstrucionalSilvana Souza da Cruz ClasenJoão Marcos de Souza Alves (2ª edição rev. e atual).

    Projeto Gráfico e CapaEquipe Design Visual

    DiagramaçãoDaiana Ferreira Cassanego

    RevisãoDiane Dal Mago

    ISBN 978-85-7817-465-1

  • Business IntelligenceLivro Digital

    Flávio Ceci

    Designer instrucionalJoão Marcos de Souza Alves

    2ª edição revista e atualizada

    PalhoçaUnisulVirtual

    2012

  • 5 Sumário

    7 Apresentação

    9 Palavras do Professor

    11 Plano de estudo

    15 Unidade 1O poder da informação e do conhecimento nas organizações

    45 Unidade 2Colocando inteligência nos negócios

    63 Unidade 3Data Warehouse

    95 Unidade 4Descobrindo o conhecimento

    131 Unidade 5Processo OLAP

    159 Para concluir os estudos

    161 Minicurrículo

    163 Respostas e comentários das atividades de autoaprendizagem e colaborativas

    169 Referências

    Sumário

  • Caro/a estudante,

    O livro digital desta disciplina foi organizado didaticamente, de modo a oferecer a você, em um único arquivo pdf, elementos essenciais para o desenvolvimento dos seus estudos.

    Constituem o livro digital:

    • Palavras do professor (texto de abertura);

    • Plano de estudo (com ementa, objetivos e conteúdo programático da disciplina);

    • Objetivos, Introdução, Síntese e Saiba mais de cada unidade;

    • Leituras de autoria do professor conteudista;

    • Atividades de autoaprendizagem e gabaritos;

    • Enunciados das atividades colaborativas;

    • Para concluir estudos (texto de encerramento);

    • Minicurrículo do professor conteudista; e

    • Referências.

    Lembramos, no entanto, que o livro digital não constitui a totalidade do material didático da disciplina. Dessa forma, integram o conjunto de materiais de estudo: webaulas, objetos multimídia, leituras complementares (selecionadas pelo professor conteudista) e atividades de avaliação (obrigatórias e complementares), que você acessa pelo Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem.

    Tais materiais didáticos foram construídos especialmente para este curso, levando em consideração as necessidades da sua formação e aperfeiçoamento profissional.

    Atenciosamente,

    Equipe UnisulVirtual

    Apresentação

  • Bem-vindo caro aluno!

    Na disciplina de Business Intelligence você terá a oportunidade de navegar por vários conceitos das áreas de administração, sistemas de informação, banco de dados, inteligência artificial e gestão de TI.

    Inicialmente, são tratados os conceitos relacionados com dado, informação e conhecimento, qual o papel de cada um desses itens e como eles podem auxiliar na gestão de uma organização. Posteriormente, são vistos os conceitos de sistema e depois, de maneira mais específica, sistemas de informação e, especializando mais ainda, sistemas de apoio à decisão.

    Percebe-se que as aplicações de business intelligence (BI) são, na verdade, sistemas de apoio à decisão. Na unidade 2 são tratados com mais detalhes os conceitos relacionados com BI, bem como suas características e usos.

    A unidade 3 traz o tema Data Warehouse, que geralmente é utilizando como repositório de dados para as aplicações de BI, mas também pode ser utilizado em outros contextos organizacionais. Nesta unidade, também será estudada a modelagem de dados dimensional e como ela pode trazer benefícios a sistemas de apoio à decisão.

    Na unidade 4 são abordadas as fases do BI, além de dar foco a algumas outras áreas envolvidas, como por exemplo: descoberta de conhecimento e banco de dados e descoberta de conhecimento em textos.

    Por fim, são apresentados os conceitos relacionados com OLAP e como podem ser consumidas as informações e os conhecimentos explicitados pela ferramenta em questão.

    Ótimos estudos!

    Flávio Ceci

    Palavras do Professor

  • O plano de estudos visa a orientá-lo/a no desenvolvimento da disciplina. Possui elementos que o/a ajudarão a conhecer o contexto da disciplina e a organizar o seu tempo de estudos.

    O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual leva em conta instrumentos que se articulam e se complementam, portanto a construção de competências se dá sobre a articulação de metodologias e por meio das diversas formas de ação/mediação.

    São elementos desse processo:

    • o livro digital;

    • o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA);

    • as atividades de avaliação (a distância, presenciais e de autoaprendizagem);

    • o Sistema Tutorial.

    Objetivo geral

    As empresas devem tomar decisões em todos os níveis organizacionais e em todas suas áreas de atuação. Ter informação precisa e de qualidade pode ser a diferença entre tomar decisões certas ou não. Nesse sentido, a qualidade da informação é um diferencial competitivo nas empresas. Apenas armazenar dados sobre clientes, fornecedores, vendas, compras e colaboradores, não é o suficiente. As organizações buscam a qualidade dos dados e sua transformação em informações que gerem conhecimento dentro da empresa, apoiando o processo de tomada de decisão. O objetivo da disciplina é trazer para o aluno conhecimento sobre conceitos, arquitetura e componentes dos sistemas de BI (Business Inteligence). Os sistemas de BI fornecem uma arquitetura com a visão do analista de negócios, permitindo às organizações a transformação e a extração dos dados coletados em seus sistemas de informação, em informação e conhecimento, para auxílio ao processo decisório das organizações.

    Plano de estudo

  • Pós-graduação

    Ementa

    Informação e decisão nas organizações. Dados, informação e conhecimento. Sistemas de Informação nas organizações: sistemas transacionais e de apoio à decisão. Arquitetura e componentes de uma solução de BI-Business Intelligence. Data Warehouse: motivação, conceitos, definição e características. Modelo Dimensional: fatos, dimensões, medidas e granularidade. Sistemas ETL: extração limpeza, transformação e carga de um modelo dimensional. Área de apresentação: características das técnicas analíticas (OLAP) como ferramentas de apresentação e extração de informação.

    Conteúdo programático/objetivos

    A seguir, as unidades que compõem o livro digital desta disciplina e os seus respectivos objetivos. Estes se referem aos resultados que você deverá alcançar ao final de uma etapa de estudo. Os objetivos de cada unidade definem o conjunto de conhecimentos que você deverá possuir para o desenvolvimento de habilidades e competências necessárias a este nível de estudo.

    Unidades de estudo: 5

    Unidade 1 – O poder da informação e do conhecimento nas organizações

    Nesta unidade, é apresentada uma visão geral entre dado, informação e conhecimento, quais as suas fronteiras e sua aplicabilidade. Após é visto o que são sistemas de informação, qual a sua utilidade e como se pode classificá-los. Por fim, é apresentada uma visão geral sobre os sistemas de apoio à decisão e como eles podem agregar valor à camada gerencial das organizações.

    Unidade 2 – Colocando inteligência nos negócios

    Verifica-se que os sistemas de informação trazem muitos benefícios para uma organização. Para a camada tomadora de decisão, a utilização de aplicações de Business Intelligence tem sido cada vez mais comum. Nesta unidade, são apresentados conceitos introdutórios sobre Business Intelligence e de que forma eles auxiliam nas decisões estratégicas para uma organização.

  • Business Intelligence

    Unidade 3 – Data Warehouse

    Esta unidade é focada no estudo dos conceitos relacionados com os Data Warehouse (DW), qual a sua participação numa aplicação de Business Intelligence e como a modelagem de dados dimensional pode auxiliar na construção desse tipo de repositório.

    Unidade 4 – Fases do Business Intelligence

    Na unidade 4, são apresentadas as fases do Business Intelligence, a diferença do processo Knowledge Discovery in Database (KDD) e Knowledge Discovery Text (KDT), e como esses processos podem auxiliar na etapa de tomada de decisão.

    Unidade 5 – Processo OLAP

    Na nossa unidade final é ilustrado o processo On-line Analytical Processing (OLAP), que está focado no consumo das informações armazenadas e na apresentação para os usuários do sistema de apoio à decisão.

    Carga horária: 45 horas

  • O poder da informação e do conhecimento nas organizações

    Unidade 1

    Objetivos de Aprendizagem • Compreender o papel da informação e do conhecimento como facilitadores para a tomada de decisões e planejamento em organizações.

    • Entender em que âmbito a tecnologia contribui no processo de tomada de decisões.

    • Diferenciar sistemas de informação dentro de um ambiente organizacional.

    Introdução

    Não é novidade que as organizações estão cada vez mais utilizando recursos computacionais para auxiliar nas suas operações. Com o uso indiscriminado dos computadores, gera-se, diariamente, uma quantidade enorme de dados estruturados (em banco de dados), semiestruturados (e-mails, logs, entre outros) e não estruturados (texto livre como, por exemplo: relatórios, manuais, artigos, entre outros).

    Esses dados, de maneira isolada, não trazem vantagens para o gerenciamento das operações e tomada de decisão, mas servem como matéria-prima para a geração de informações. Os sistemas de informação vêm com esse propósito, entregar informações organizacionais a partir dos dados armazenados.

    Os sistemas de informação tradicionais são focados no apoio das operações de uma organização, não trazendo vantagens diretas à camada tomadora de decisão, tendo em vista essas carências, desenvolveu-se um subtipo específico de sistemas de informação, chamados de sistemas de apoio à decisão.

  • 16

    Pós-graduação

    Dado, informação e conhecimento Flávio Ceci

    A cada dia mais e mais as pessoas estão produzindo dados de maneira involuntária, seja efetuando compras, navegando pela internet, escutando músicas on-line, fazendo buscas em sites como Google, Yahoo e Bing, participando de redes sociais, entre outras atividades. Esses dados de maneira bruta não revelam segredos, apenas apresentam trajetórias e dados provenientes de operações, mas a partir do seu processamento pode-se chegar a valiosas informações.

    Bill Tancer é um especialista em análise de dados do mundo virtual, em seu livro Click, lançado no Brasil no ano de 2009 pela editora Globo, o autor apresenta sua trajetória no mundo da análise de dados virtuais. A partir das consultas feitas em sites de busca, Tancer demonstra como os dados gerados pelas buscas estão diretamente relacionados com eventos atuais e como esses dados cruzados de maneira correta podem apresentar tendências e indicadores.

    Percebe-se que o processamento do dado bruto gera a informação. Para Fialho et al. (2006), dados são representações simbólicas para descrições de atributos de qualquer nível. Segundo Pinheiro (2008), a camada de dados é responsável pela existência dos sistemas transacionais, que tem como função apoiar as operações da organização. Segundo Ceci (2010), há bastante tempo as organizações utilizam seus dados operacionais para gerar informação que os ajudem na etapa de tomada de decisão. Mas nunca se produziu tantos dados no ambiente virtual como nos dias de hoje. O surgimento de uma série de dispositivos que mantém cada vez mais as pessoas conectadas proporciona uma verdadeira avalanche de novos dados por segundo.

    Tendo esse cenário como atual, muitas empresas estão utilizando não apenas os seus dados operacionais (dados provenientes de operações como, por exemplo, uma venda ou compra de um determinado produto) e transacionais (dados em nível de transação), mas também os disponíveis na web, como por exemplo, textos publicados em microblogs, como o twitter, para identificar a opinião de um grupo sobre um dos seus produtos ou serviços. Esses dados disponíveis na web combinados com os internos da organização geram informações ainda mais relevantes e estratégicas para a etapa da tomada de decisão.

    Don Tapscott considerado por muitos como gênio das estratégias empresariais em seu best-seller Wikinomics, lançado em 2006, e escrito em parceria com seu colega de trabalho Anthony D. Williams, fala sobre como a colaboração pode auxiliar e muito as organizações. Nesse livro é apresentado um caso em que uma organização tinha um problema que não conseguia encontrar uma solução

  • O poder da informação e do conhecimento nas organizações

    17

    efetiva pelos seus engenheiros e pesquisadores, a alternativa encontrada foi abrir os dados na internet e ofertar um prêmio para o pesquisador que conseguisse resolvê-lo, ou seja, processar o dado bruto, para gerar informação e conhecimento.

    Segundo Fialho et al. (2006), informação é um conjunto de dados que são processados corretamente e tornam-se compreensíveis, ou seja, apresentem um significado, criando padrões e acionando significados na mente dos indivíduos.

    Percebe-se que os dados estão relacionados diretamente com as operações de uma organização ou de um indivíduo e estão armazenados na forma de bases de dados transacionais. O processamento sobre eles gera as informações, como por exemplo, no contexto de um sistema de controle de estoque, saber que existe 10 unidades de um produto no depósito é um dado, agora, saber que se a quantidade deste produto for inferior a 3 unidades, significa que está com o estoque em baixa, é uma informação.

    Segundo Fialho (2006), para que os dados se transformem em informação, é necessário que as correlações entre os muitos fatos e suas implicações para os indivíduos e para as organizações sejam evidenciados, ou seja, explicitados. A Figura 1 ilustra a afirmação feita pelo autor:

    Figura 1 - Transformando dados em informação

    X X

    Informação

    Fatos Indivíduos Organização

    DadosProcessamento

    Fonte: Fialho, 2006.

    Vemos que a informação por si só não é apenas fato, instrução ou número de uma tabela, informação é o significado expresso pelo ser humano, trazendo benefícios à etapa de tomada de decisão (GOUVEIA; RANITO, 2004).

    As análises dos dados nos levam até a informação, tecnologicamente, os sistemas de informação fazem essa ponte, entregando para o usuário final informações relevantes permitindo uma economia de tempo. O cenário a seguir apresenta uma situação para ilustrar essas afirmações:

    A UnisulVirtual é o campus da Universidade do Sul de Santa Catarina responsável por todos os projetos e programas de ensino a distancia da UNISUL, contando com mais de 12 mil alunos espalhados por todo o Brasil.

  • 18

    Pós-graduação

    Imagina-se que todas as notas dos alunos estão armazenadas numa mesma tabela, no banco de dados, como apresentado abaixo:

    Tabela 1 - Tabela de relacionamento entre aluno e disciplina

    codAluno codDisciplina prova1 prova2 prova3 Media

    98413 2009412 10 9 9,5 9,5

    87536 2007324 7 4 3 4,7

    96784 2009413 6 8 7 7

    ... ... ... ... ... ...

    Fonte: Elaboração do autor, 2012.

    O campo codAluno equivale ao código de identificação do aluno numa tabela onde são mantidos os dados relacionados com os alunos, como por exemplo, o seu nome, seu telefone, nome dos seus pais, endereço, entre outras informações. O campo codDisciplina representa o código identificador da disciplina numa tabela que armazena as informações relacionadas com as disciplinas, outras informações relevantes para essa tabela são: nome da disciplina, nome do curso que a contém, qual semestre ela foi ministrada, entre outras informações.

    Os campos prova1, prova2 e prova3 representam as três notas de provas feitas pelos alunos da disciplina, o último campo representa a média aritmética das três notas registradas.

    Suponha‑se que a secretária do curso de Ciência da Computação gostaria de premiar todos os alunos que possuem média superior a 9, se não existir um sistema de informação, seria necessário que algum funcionário da secretaria identificasse quais são as disciplinas que fazem parte do curso em questão e depois verificar todos os registros da tabela aluno_disciplina que possuem o campo codDisciplina, equivalente a um código de disciplina do curso e depois se a média apresentada é superior a 9.

    Dessa maneira, o funcionário da secretaria está interagindo diretamente com os dados da tabela. Agora, se a secretaria dispor de um sistema de informação que possua um ambiente onde possa fazer cruzamento de informações e aplicar filtros, facilmente será retornado um relatório com a informação solicitada.

    Percebe-se que a informação traz mais benefícios que os dados para a camada tomadora de decisão de uma organização. Segundo Primak (2008), a informação faz parte da base da construção do conhecimento. Para Fialho et al. (2006), pode-se definir conhecimento como um conjunto completo de informações, dados e relações que auxiliam os indivíduos na tomada de decisão, à realização de tarefas e a geração de novas informações e conhecimentos. Outra definição para

  • O poder da informação e do conhecimento nas organizações

    19

    conhecimento, dada pelo autor é um conjunto de informações contextualizadas e dotadas de semântica inerentes ao agente que o detém, e seu conteúdo semântico se dará em função do conjunto de informações que o compõem, de suas ligações com outras unidades de conhecimento e do processo de contextualização.

    Para transformar informação em conhecimento não basta apenas a aplicação de uma etapa de processamento (como no caso dos dados para a informação), é necessário um processo de síntese por parte de quem está consumindo a informação. Segundo Ghisi, Ceci e Sell (2011), a visualização de informação participa diretamente do processo de aquisição (quando se acessa um conhecimento já existente) e criação (que é permitido a partir da interpretação das informações por parte do indivíduo). A Figura 2 apresenta essa transformação.

    Figura 2 - Da informação ao conhecimento

    ConhecimentoDados Informação

    Processamento

    Síntese

    Fonte: Ghisi, Ceci e Sell, 2011.

    Cada vez mais a informação e o conhecimento vêm desempenhando um papel importante para as organizações. Atualmente, com a grande quantidade de documentos digitais, e-mails e dados em base de dados há uma fonte gigantesca para a geração de informação e, posteriormente, para a descoberta e extração de conhecimento.

    As organizações que possuem atividades intensivas em conhecimento e que se caracterizam por ter o conhecimento como fator de produção são chamadas de organizações do conhecimento. Para Fialho (2006), pode-se caracterizar uma organização como do conhecimento quando ela é de base tecnológica e de serviços que apresentam proporções ativas intangíveis, acima do seu valor contábil. Segundo Ceci (2010), um problema bastante recorrente, nas organizações ditas “organizações do conhecimento”, para trabalhar com o conhecimento é como encontrá-lo, recuperá-lo, armazená-lo e compartilhá-lo entre os seus membros.

    A área da gestão do conhecimento nasce com a missão de auxiliar as organizações a gerenciarem melhor o seu conhecimento, já que esse está, em grande maioria, na cabeça dos funcionários. Cada baixa de funcionário é uma perda considerável para o capital intelectual da organização, dessa forma, a gestão do conhecimento

  • 20

    Pós-graduação

    pensa em mecanismos para adquirir o conhecimento da cabeça dos funcionários de modo que ele seja compartilhado e armazenado.

    Práticas adotadas pela gestão do conhecimento vão da criação de comunidades de prática, adoção de programas de lições aprendidas, estímulo aos funcionários para a utilização de wikis internas a organização. Todas essas práticas são diretamente aplicadas sobre os seus funcionários, mas sabe-se que muito dos conhecimentos da organização estão implícitos em documentos textuais não estruturados. Para esses casos, a gestão do conhecimento conta com a área da Engenharia do Conhecimento.

    A área da Engenharia do Conhecimento nasceu como subárea da Inteligência Artificial, que tinha como foco a criação de sistemas especialistas, esses sistemas eram baseados em regras lógicas extraídas da cabeça de um especialista em um determinado domínio. Essa era a característica da chamada engenharia do conhecimento clássica, que adotava o “paradigma de transporte”, ou seja, que estava focada em transpor o conhecimento da cabeça de um especialista para compor um conjunto de regras que fazem parte de um sistema especialista de um domínio (STUDER; BENJAMINS; FENSEL, 1998).

    A engenharia do conhecimento clássica adota o paradigma de transporte e apresenta alguns problemas:

    • quanto à escala: havia a reinvenção da roda em cada projeto;

    • quanto ao contexto: não tinha a visão do contexto onde o problema estava inserido (tarefa modelada);

    • quanto à modelagem: o paradigma de transporte era moldado à expectativa de funcionamento do aplicativo (regras em shell) e não à natureza do contexto da tarefa intensiva em conhecimento;

    • quanto ao desenvolvimento: a prototipação rápida tornava o sistema gerado de difícil manutenção.

  • O poder da informação e do conhecimento nas organizações

    21

    Tendo em vista esses problemas, nasce a chamada Nova Engenharia do Conhecimento, que faz uso do “paradigma de modelagem”. Esse nome é dado pois essa abordagem está focada na modelagem do conhecimento, de modo que o mesmo possa ser reaproveitado em outros sistemas baseados em conhecimento, permitindo, assim, a sua socialização entre os membros da organização.

    Para a explicitação do conhecimento existente em bases de dados e documentos textuais não estruturados, a engenharia do conhecimento utiliza-se de técnicas da inteligência artificial, como as apresentadas a seguir:

    • Reconhecimento de entidades nomeadas;

    • Algoritmos de clusterização (agrupamentos);

    • Processamento de linguagem natural;

    • Raciocínio baseado em casos;

    • Algoritmos genéticos

    • Redes neurais artificiais.

    Depois de extrair o conhecimento implícito nas bases de documentos e de dados da organização, é necessário representá-lo formalmente de maneira que ele possa ser corretamente armazenado e reutilizado, para isso são utilizadas as ontologias.

    As ontologias nasceram da área da filosofia onde eram conceituadas como uma definição de mundo. Para a computação pode-se definir como uma representação formal de um conhecimento de domínio, de modo que tanto um indivíduo quanto um computador podem interagir com o conhecimento modelado. Segundo Studer, Benjamins e Fensel (1998), uma ontologia é uma especificação explícita e formal de conceitos e relações que existem em um domínio.

    Para Souza (2003), as ontologias são usadas como uma forma de representação e integração do conhecimento pela sua capacidade de reuso e interoperabilidade. Uma outra utilização que se pode levantar é o fato de serem empregadas como uma linguagem comum entre agentes de softwares e humanos, permitindo, assim, a socialização do conhecimento. A Figura 3 apresenta um exemplo de ontologia:

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    Pós-graduação

    As ontologias utilizam conceitos similares aos do paradigma de desenvolvimento de software orientado a objetos, sendo compostas por classes, instâncias, relações, propriedades e domínio. Na Figura 3 apresenta-se a representação de uma ontologia bastante simples, onde são apresentadas cinco classes, por meio de quadrados amarelos. Como se pode observar todas as classes Pessoa, Área_do_conhecimento, Organização, Lugar e Outra são filhas de uma classe Thing (em português “coisa”), ou seja, todas as cinco são “coisas” do domínio modelado.

    Os quadrados em lilás são as instâncias das classes em questão, facilmente podemos visualizar que Santa Catarina é uma lugar, verifica-se que Administração foi classificada com uma instância da ontologia, mas o método que a gerou não conseguiu classificá-la.

    As ontologias são formas para representar conhecimento, de modo que os indivíduos e os sistemas possam inferir sobre elas, sendo parte fundamental dos sistemas baseados em conhecimento, ferramenta indispensável para as organizações do conhecimento.

    Figura 3 - Exemplo de uma ontologia de domínio

    Fonte: Ceci, 2010.

  • O poder da informação e do conhecimento nas organizações

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    Referências

    CECI, Flávio. Um modelo semiautomático para a construção e manutenção de ontologias a partir de bases de documentos não estruturados. 2010. Dissertação (Mestrado em Engenharia e Gestão do Conhecimento) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2010. Disponível em: . Acesso em: 10 de dez. 2011.

    FIALHO, Francisco Antônio Pereira et al. Gestão do conhecimento e aprendizagem: as estratégias competitivas da sociedade pós-industrial. Florianópolis: Visualbooks, 2006.

    GHISI, Fernando B.; CECI, Flávio; SELL, Denilson. Aspectos relacionados com a eficácia do processo de aquisição de conhecimento a partir de apresentação de informações numéricas: sumários textuais podem ser mais adequados que representações gráficas? 5º CIDI – Congresso Internacional de Design da Informação. Florianópolis, 2011.

    GOUVEIA, Luís B.; RANITO, João. Sistemas de informação de apoio à gestão. Porto, Portugal: Sociedade Portuguesa de Inovação, 2004.

    PINHEIRO, Carlos André Reis. Inteligência analítica: mineração de dados e descoberta de conhecimento. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2008.

    PRIMAK, Fábio Vinícius. Decisões com B.I. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna, 2008.

    STUDER, Rudi; BENJAMINS, V. Richard; FENSEL, Dieter. Knowledge engineering: principles and methods. IEEE Transactions on Data and Knowledge Engineering, 1998.

    TANCER, Bill. Click: O que milhões de pessoas estão fazendo on‑line e por que isso é importante. Editora Globo S.A. São Paulo, 2009.

    TAPSCOTT, Don; WILLIAMS, Anthony D. Wikinomics: Como a colaboração em massa pode mudar o seu negócio. Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 2006.

    http://btd.egc.ufsc.br/wpcontent/uploads/2011/04/Fl%C3%A1vio_Ceci.pdfhttp://btd.egc.ufsc.br/wpcontent/uploads/2011/04/Fl%C3%A1vio_Ceci.pdf

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    Pós-graduação

    Sistemas de informaçãoGláucio Adriano Fontana e Flávio Ceci

    Na leitura anterior sobre dado, informação e conhecimento, foram apresentados detalhes e conceitos sobre esses temas, bem como as suas principais diferenças. Abordou-se também como o uso de informações e conhecimento podem auxiliar a camada tomadora de decisão de uma organização. Segundo Gouveia e Ranito (2004), os sistemas de informação (SI) possuem diversas funções relacionadas com a manipulação de dados e de informação, que são executadas com base num conjunto de procedimentos manuais e automáticos, visando a auxiliar na tomada de decisão.

    Percebe-se que os sistemas de informação são um meio para acessar as informações de maneira mais efetiva, mas antes de apresentar mais conceitos relacionados com SI, é importante entender o que é um sistema. Basicamente, pode-se definir sistema como um conjunto de componentes (e subsistemas) que formam um todo, e que interagindo chegam a um objetivo comum (GOUVEIA; RANITO, 2004). Um sistema possui algumas características, as quais, segundo Gouveia e Ranito (2004), são:

    • Objetivo: é a proposta que justifica o sistema, esse pode ter mais de um objetivo;

    • Componentes: são partes dos sistemas que funcionam juntas para atender os objetivos;

    • Estrutura: relações entre componentes cuja função é a definição das fronteiras (limite) do sistema e o meio que está envolvido;

    • Comportamento: é determinado pelos processos desenvolvidos para, no sistema, alcançar os resultados esperados;

    • Ciclo de vida: ocorre em qualquer sistema e inclui alguns fenômenos: evolução, desgaste, desadequação, envelhecimento, reparação, substituição e morte do sistema.

    Verificando as características de um sistema, facilmente entendemos o porquê de chamarmos o fluxo dentro do aparelho digestivo de “sistema digestivo”, podemos simplificar a ideia de um sistema como algo que possui: entrada, processamento e saída, logo, as organizações são sistemas sociais.

    Cruzando os conceitos de sistemas com elementos da teoria da complexidade, Axelrod e Cohen (1999) apresentam o conceito de sistemas adaptativos complexos (SAC), que podem ser conceituados como os que contêm agentes (pessoas, entidades etc.) ou populações que procuram se adaptar por meio da interação. Para Ceci (2010), as organizações podem ser facilmente

  • O poder da informação e do conhecimento nas organizações

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    caracterizadas como sistemas adaptativos complexos, a Figura 1 apresenta um exemplo desta afirmação:

    Figura 1 - Organização vista como um sistema adaptativo complexo

    Organização (Sistema adaptativo complexo)

    Compras Compras

    ComprasTesoureiro Tesoureiro

    Recepção Pessoal

    Pessoal

    Gerenciamento

    Recebimento

    Recebimento

    Fabricação Fabricação

    RemessaRemessa

    Vendas VendasMarketing Marketing

    Qualidade

    Qualidade Qualidade

    Empacotamento

    Fonte: Ceci, 2010.

    Percebe-se que a organização como um todo é um sistema composto por uma série de outros subsistemas que interagem, para cumprir as metas organizacionais ou do seu setor.

    Ainda caracterizando uma organização como um sistema, Gouveia e Ranito (2004) constroem uma justificativa a partir de cada característica anteriormente apresentada:

    • Objetivo: dependendo do nível de responsabilidade, é possível definir objetivos táticos, estratégicos e operacionais;

    • Componentes: as organizações envolvem uma série de pessoas, essas pessoas são agrupadas por função e atividade. Os departamentos da empresa contribuem para a própria organização, e cada uma dessas exige informações em diferentes níveis de responsabilidade;

    • Estrutura: é definida pela forma como a responsabilidade é distribuída pelos indivíduos. Lembrando que as estruturas definem as fronteiras;

    • Comportamento: definido pelos processos organizacionais. Os processos são sequências específicas de atividades para realizar os objetivos.

    • Ciclo de vida: a organização passa por várias fases ao longo da sua vida. Exige uma revisão periódica dos objetivos para assegurar a sua sobrevivência.

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    Pós-graduação

    Vendo a organização como um sistema, pode-se afirmar que um sistema de informação é um subsistema tecnológico, os sistemas de informação consistem no conjunto de componentes inter-relacionados, trabalhando juntos para coletar, recuperar, processar, armazenar e distribuir informações com a finalidade de facilitar o planejamento, o controle, a coordenação, a análise e o processo decisório em empresas.

    Os sistemas de informação têm evoluído tanto em importância para as organizações, quanto em tecnologia. Os sistemas de arquivamento manual podem satisfazer muitas necessidades para organizar e recuperar informações, mas por meio desses torna-se lenta e difícil a tarefa de recuperar grandes quantidades de informação, bem como coletar e transmiti-las de grandes distâncias. Os sistemas de informação computadorizados, por sua vez, facilitam o acesso aos dados em um único local, suportando rápidas e repetidas pesquisas de dados, permitindo também recuperar informações de múltiplos locais quase sempre instantaneamente.

    Com a crescente competitividade entre as organizações, a tecnologia da informação ganha valor fundamental para as estratégias de administração. As organizações que almejam diferenciais competitivos, para conquistar mercados e obter vantagens, precisam conhecer as tendências, desejos e anseios desses mercados, o que somente poderá ser realizado por meio de um eficiente sistema de informação (LAUDON; LAUDON, 2001).

    Decisões podem ser estruturadas quando possuem procedimentos bem definidos e documentados; não estruturadas, quando há bastante subjetividade de julgamento e avaliação; ou ainda semiestruturadas, quando híbridas em relação aos tipos referidos. Dessa maneira, diferentes SI são necessários, a pensar inclusive pelo ambiente dinâmico em que estão inseridos, leia-se mercado que exige respostas rápidas em função de suas necessidades e mudanças.

    A interpretação, por meio dos dados, sobre o que realmente os clientes, os concorrentes e outros atores do ambiente interno e externo estão querendo dizer, mesmo que de forma indireta, auxilia os gestores a monitorar o desempenho da empresa, possibilitando-lhes adotar medidas efetivas para melhorar seus produtos e processos, bem como utilizar informações sobre as melhores práticas de outras empresas, estabelecendo, assim, um padrão de desempenho de alto nível para essa empresa (GORDON; GORDON, 2006).

    Mañas (1999) define o sistema de informação como o conjunto interdependente das pessoas, das estruturas da organização, das tecnologias de informação (hardware e software), dos procedimentos e métodos que deveriam permitir à empresa dispor, no tempo desejado, das informações de que necessita (ou necessitará) para seu funcionamento atual e para sua evolução. Percebe-se a importância do item

  • O poder da informação e do conhecimento nas organizações

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    pessoas, tanto como trabalhadores de informação e conhecimento como usuários desses, abrangendo, portanto, além de tecnologias e um ambiente (organização), o componente humano.

    Os sistemas de informação influenciam diretamente o modo como os gestores decidem, planejam e, em muitos casos, determinam como e quais produtos e serviços são produzidos. Atualmente, podem ajudar as empresas a ampliar seu alcance a mercados distantes, oferecer novos produtos e serviços, reformar tarefas e fluxos de trabalho e até mesmo mudar profundamente a maneira de conduzir negócios (LAUDON; LAUDON, 2001).

    Esse é o principal papel para os sistemas de informação, ou seja, sua aplicação em problemas que se relacionam à vantagem competitiva de uma empresa. Eles têm importância estratégica, uma vez que se concentram em resolver problemas relacionados tanto ao desenvolvimento da empresa, a médio e longo prazo, quanto a sua sobrevivência. Tais problemas podem significar a criação ou inovação em novos produtos e serviços, o estabelecimento de novas relações com clientes e fornecedores, ou a descoberta de meios mais efetivos de administrar as atividades da empresa. (BIO, 1996).

    Segundo Gouveia e Ranito (2004), o objetivo de um sistema de informação é orientar a tomada de decisão, o seu comportamento deve ser aferido pela forma como cumpre os objetivos levantados e também a capacidade de fornecimento de dados e informações de maneira adequada, levando em consideração o seu formato, tempo e custo.

    De maneira geral, os sistemas de informação têm como objetivo fornecer informações a partir de dados brutos, de maneira rápida e eficiente para o usuário que estiver se privilegiando do seu uso.

    Os autores Gouveia e Ranito (2004) apresentam, em seu trabalho, as funções dos sistemas de informação:

    • coleta de informação: garantir a entrada dos dados do sistema;

    • armazenamento da informação: assegurar o registro dos dados necessários ao sistema;

    • processamento da informação: prover resposta às exigências de dados e informação para suporte do sistema;

    • representação da informação: permitir uma percepção com qualidade dos dados e informação disponível no sistema;

    • distribuição da informação: assegurar o fluxo de dados e de informações no sistema.

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    Pós-graduação

    Para suportar o desenvolvimento de sistemas de informação, Almeida (1998) apresenta uma metodologia para o seu planejamento que pode ser resumida na Figura 2:

    Figura 2 - Metodologia para Planejamento de SI

    Plano de Ação

    Visão Estratégica

    Engenharia de Processos de Negócios

    Engenharia da Informação

    Dados Corporativos

    Modularização

    Priorização

    Fonte: Almeida (1998).

    Percebe-se que o primeiro passo no planejamento de um sistema de informação está centrado no levantamento da visão estratégica, a partir do estudo da organização, o próximo passo é a criação da definição de todos os processos que são desenvolvidos nos vários setores da organização, na Figura 2 essa etapa é representada pelo quadrado “Engenharia de Processos de Negócios” (ALMEIDA, 1998).

    Da mesma forma que na engenharia de software, inicialmente, faz-se o levantamento dos requisitos do sistema a partir das necessidades do cliente e do usuário dos sistemas. No planejamento do sistema de informação não é diferente, pode-se perceber isso no fato dos dois processos iniciais (levantamento da visão estratégica da organização e engenharia de processo de negócio) serem focados no entendimento da organização, seus processos e necessidades. A partir dessas duas etapas, são facilmente levantados os requisitos para o desenvolvimento do sistema de informação que irá auxiliar o processo decisório da organização em questão.

    O quadrado apresentado na Figura 2 e intitulado de Engenharia de Informação, como o próprio nome sugere, é focado nas informações que serão consumidas e geradas pelo SI. Essa etapa é dividia em 3 outras etapas, as quais são:

    • Dados corporativos: são relevantes para a organização, eles representam a entrada principal para a geração da informação por parte do SI. Esses dados e informações devem atender a todos os processos levantados anteriormente;

  • O poder da informação e do conhecimento nas organizações

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    • Modularização: nessa fase é construída a estrutura informacional da organização (ALMEIDA, 1998). É onde as fontes são organizadas;

    • Priorização: nesta última fase analisa-se qual dos grupos de informações levantados na fase anterior é mais prioritário, ou seja, os módulos de informação são organizados por prioridade, para poder gerenciar as fontes de uma maneira mais efetiva.

    A última etapa é o “Plano de ação”, segundo Almeida (1998), esse plano é o resultado do encadeamento das informações obtidas nas fases anteriores, objetivando a apresentação das diretrizes e metas para o desenvolvimento do SI.

    O uso dos sistemas de informação é muito importante para a organização, como já foi visto nesta leitura, mas existem outros componentes que são tão importantes quanto o próprio SI para o seu sucesso. A Figura 3 ilustra melhor esta afirmação:

    Figura 3 - Composição de um sistema de informação

    Sistema de informação

    Ambiente externo

    Pessoas Gestão de atividades

    Tecnologia

    Fonte: Gouveia e Ranito (2004).

    O recurso humano tem uma grande importância para os sistemas de informação, seja tomadores de decisão, produtores de informação e construtores de conhecimento, entre outros, pois são vistos como peças fundamentais para o SI. Analisando a Figura 3, percebe-se claramente que sem a combinação das pessoas, com a tecnologia e a gestão das atividades, a organização não terá um sistema de informação atuando efetivamente.

    Conclui-se que a informação é estratégica para a camada tomadora de decisão, e que os sistemas de informação são um meio para se chegar até elas. Percebe-se que o uso de sistemas de informação de maneira só não é eficiente, é necessário a participação de pessoas qualificadas e ter uma gestão das atividades que serão apoiadas com a saída do SI.

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    Pós-graduação

    Referências

    ALMEIDA, Adiel Teixeira de. Um modelo de decisão para a priorização no planejamento de sistemas de informação. Prod., São Paulo, v. 8, n. 2, Dec. 1998. Available from . Acessado em 15 Dez. 2011

    AXELROD, R.; COHEN, M. D. Harnessing Complexity: Organizational Implications of a Scientific Frontier. Free Press, New York, 1999.

    BIO, Sérgio Rodrigues. Sistemas de informação: um enfoque gerencial. São Paulo: Atlas, 1996.

    CECI, Flavio. O conhecimento nas organizações como um sistema adaptativo complexo. In: ROVER, Aires J.; CARVALHO Marisa A.. (Org.). O sujeito do conhecimento na sociedade em rede. 001 ed. Florianópolis: Editora: Fundação José Arthur Boiteux, 2010, v. 001, p. 207-2010

    GORDON, Steven R.; GORDON, Judith. Sistemas de informação: uma abordagem gerencial. 3. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006.

    GOUVEIA, Luís B.; RANITO, João. Sistemas de informação de apoio à gestão. Porto, Portugal: Sociedade Portuguesa de Inovação, 2004.

    LAUDON, Kenneth C.; LAUDON, Jane P. Sistemas de informação gerenciais: administrando a empresa digital. São Paulo: Prentice Hall, 2001.

    MAÑAS, Antonio Vico. Administração de sistemas de informação. São Paulo: Érica, 1999.

    http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010365131998000200003&lng=en&nrm=isohttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010365131998000200003&lng=en&nrm=iso

  • O poder da informação e do conhecimento nas organizações

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    Classificação dos sistemas de informação Gláucio Adriano Fontana e Flávio Ceci

    Os sistemas de informação nas empresas podem ser classificados de muitas maneiras, representando diferentes possibilidades de uso. Uma classificação, apresentada por Laudon e Laudon (2001) é feita por meio dos níveis hierárquicos, aos quais os sistemas de informação dão suporte operacional, gerencial ou estratégico.

    Os Sistemas de Nível Operacional são direcionados ao suporte das atividades fins da empresa, acompanhando a rotina, indicando o nível das vendas, compras, fluxo de caixa, emissão de notas fiscais. Esses sistemas estão ligados diretamente às operações e ao dia a dia, e são denominados Sistemas de Informações Transacionais (SIT), formando a base de informações para os Sistemas de Informações Gerenciais (SIG) e Sistemas de Apoio à Decisão (SAD).

    Os Sistemas de Nível Gerencial são direcionados ao controle e monitoramento das atividades relacionadas ao nível operacional, indicando simulações de cenários estruturados, sendo um sistema direcionado à média gerência, e podem ser divididos em dois tipos de sistemas: os Sistemas de Informações Gerenciais (SIG), que são destinados ao suporte de atividades, agregando dados internos e apresentando resumos das transações operacionais, permitindo acompanhar o andamento e comparar desempenhos e os Sistemas de Apoio à Decisão (SAD), direcionados a apoiar a decisão em situações não rotineiras e semiestruturadas.

    Os Sistemas de Nível Estratégico são direcionados para situações e decisões não estruturadas, tais como: tendência, posicionamento da empresa, mudanças no ambiente interno ou externo, e são classificados como Sistemas de Suporte aos Executivos (SSE), com base na comunicação e utilização de informações externas (LAUDON; LAUDON, 2001).

    Os sistemas de informação estão presentes em vários níveis da organização, a figura a seguir ilustra está afirmação:

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    Pós-graduação

    Figura 1 - SI em relação com a hierarquia organizacional

    Apoio às Operações e aos Processos

    Apoio às Estratégias para

    Vantagem Competitiva

    Apoio à Tomada de Decisão Empresarial

    Fonte: O’Brien, 2004 apud Oliveira; Carreira; Moreti, 2009.

    Os sistemas transacionais ou de apoio à operação estão atuando diretamente sobre a base da pirâmide, onde se tem como objetivo atuar junto à base de dados operacional, automatizando tarefas. A camada de “Apoio à Tomada de Decisão Empresarial” é coberta pelos sistemas de apoio à decisão, que procuram prover ferramentas para auxiliar as decisões organizacionais. O nível mais alto da pirâmide conta com o “Apoio às Estratégias para Vantagem Competitiva, nesse caso, também se faz uso dos sistemas de apoio à decisão, mas esse não busca reforçar as decisões operacionais, mas as estratégicas, ou seja, é centrado na camada gerencial da organização. (OLIVEIRA; CARREIRA; MORETI, 2009).

    Tipos de Sistemas de Informação

    As organizações utilizam vários tipos de Sistemas de Informação porque esses possuem funções diferentes, embora possam funcionar em conjunto, suportando uns aos outros, isto é, fornecendo informações entre si. Os sistemas foram classificados de acordo com seus objetivos e tipos de informações que manipulam e podem ser classificados em mais de um tipo.

    Segundo Oliveira, Carreira e Moreti (2009), a visualização dos tipos de sistemas operacionais a partir de um organograma auxilia no seu entendimento:

  • O poder da informação e do conhecimento nas organizações

    33

    Figura 2 - Tipos de Sistemas de Informações

    Sistemas de Informação

    Executiva

    Sistemas de Informação

    Sistemas de Apoio às

    OperaçõesSistema de

    Apoio GerencialApoio às Operações

    Apoio à Tomada de

    Decisão Gerencial

    Sistema de Processamento de Transações

    Sistemas de Controle

    de ProcessosSistemas de

    ColaborativosSistemas de Informação

    Gerencial

    Sistemas de Apoio à Decisão

    Processamento de Transações

    Controle de Processos Industriais

    Colaboração entre Equipes e Grupos

    de Trabalho

    Relatórios Padronizados

    para os Gerentes

    Apoio Interativo à Decisão

    Informação Elaborada

    Especificamente para Executivos

    Fonte: O’Brien, 2004 apud Oliveira; Carreira; Moreti, 2009.

    Percebe-se que a Figura 2 está dividindo os sistemas de informação pela sua aplicação dentro da organização, no nível logo abaixo da caixa “Sistemas de informação”, vê-se a divisão por apoio às operações da organização ou apoio à tomada de decisão gerencial.

    Abaixo da caixa dos sistemas de apoio às operações estão os sistemas de processamento de transação, de controle de processos e os colaborativos. Eles atuam diretamente sobre os dados operacionais armazenados nos bancos de dados da organização, entregam para os usuários dados resultantes de consultas e informações para apoio operacional.

    Os sistemas de apoio à decisão estão diretamente ligados com a camada gerencial da organização, a que está ligada às atividades estratégicas. Esses sistemas atuam sobre repositório de dados dimensionais (data warehouses) e bases de dados com valores consolidados, a fim de facilitar a entrega de informações estratégicas para apoio à decisão.

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    Pós-graduação

    Sistemas de Informação Transacionais

    Os sistemas de informação transacionais são os mais simples e os mais comuns nas organizações. Eles apoiam as funções operacionais da organização, aquelas realizadas no dia a dia. Por isso, são facilmente identificados no nível operacional da organização (fechamento de um pedido, matrícula de um aluno, emissão de uma receita médica, dar baixa no estoque, emitir uma nota fiscal etc.).

    Geralmente, são os primeiros a serem implantados, apesar de essa não ser necessariamente uma regra. A razão é que são os mais fáceis e baratos de serem implementados (ou adquiridos), além de darem origem aos sistemas mais avançados (gerenciais e de apoio à decisão). As informações têm de ser reunidas e armazenadas de alguma maneira!

    Esses sistemas têm por objetivo processar dados, isto é, fazer cálculos, armazenar e recuperar dados (consultas simples), ordenar e apresentar de forma simples dados para os usuários. Seu benefício principal é a agilização nas rotinas e tarefas, incluindo documentação rápida e eficiente, busca acelerada de informações e cálculos rápidos e precisos. Outros benefícios podem ser conseguidos com esse tipo de sistema, como, por exemplo, confiabilidade, redução de pessoal e custos e melhor comunicação (interna entre setores ou externa com clientes e fornecedores). Incluem-se entre eles: sistemas de cadastro em geral (inclusão, exclusão, alteração e consulta), como de clientes, produtos e fornecedores; os sistemas de contabilidade (contas a pagar e a receber, balanços, fluxo de caixa, etc.); sistemas de vendas e distribuição (pedidos, entregas), folha de pagamento, controle de estoque.

    Dois casos especiais de SI’s rotineiros, de acordo com Loh (2009), são:

    • os sistemas de gestão empresarial (ERP): responsáveis por administrar, automatizar ou apoiar todos os processos de uma organização de forma integrada;

    • os sistemas de automação comercial: que incluem apoio às vendas, estoque e contabilidade, com uso de terminais ponto de venda (PDV) e centrais automatizadas, como se vê em supermercados e lojas em geral.

    No mercado, hoje, existem inúmeros pacotes de software prontos (já implementados) para serem adquiridos, a preços bem acessíveis, o que pode ser mais vantajoso do que desenvolver o software por conta própria ou com terceiros.

  • O poder da informação e do conhecimento nas organizações

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    Sistemas de Informações Gerenciais e Sistemas de Informação Executiva

    Como o próprio nome diz, os SIG’s surgiram com o intuito de auxiliar gerentes em suas funções. Com o passar do tempo, esse tipo de sistema acabou sendo usado por qualquer funcionário que tome decisões.

    Eles atuam como um espelho de um setor, dando uma ideia das atividades sumarizadas de um departamento.

    O objetivo de um SIG é fornecer informações para a tomada de decisões, ou seja, são sistemas que fornecem relatórios. O usuário deve solicitar, de alguma forma, (escolha por menus, uso de comandos etc.) a informação de que necessita e o SIG procura tal informação em seus registros, apresentando-a da melhor maneira possível ao usuário. Essa maneira pode ser textual (relatórios descritivos), por planilhas ou de modo gráfico. Esse último caso é o preferido pelos administradores, pois oferece mais informações em menor espaço (“uma figura vale por mil palavras”), por meio de gráficos.

    É importante que o relatório tenha o nível de detalhe adequado ao usuário: não pode ser muito detalhado ou extenso, de modo a facilitar o uso do gestor. O resumo em abundância deve ser evitado para não correr riscos de omissão de detalhes importantes para a tomada de decisão. Os SIG’s aparecem nos 3 níveis da pirâmide administrativa (estratégico, tático e operacional), sempre que houver alguma decisão sendo tomada (LOH, 2009).

    Um caso especial de SIG são os EIS (Executive Information Systems), que possibilitam diferentes visões dos dados de uma organização, por meio de operações tipo zoom. Por exemplo, em uma empresa que fabrica produtos de beleza, pode-se ver a produção por filial ou por região ou então analisar em detalhe o desempenho de cada gerente de produção (zoom in). Por outro lado, pode-se verificar a produção por produto específico ou por categorias de produto.

    Os EIS, do ponto de vista segmentado:

    • Coleta: os dados são coletados de fontes internas e externas.

    • Processamento: programas que disponibilizam resumos, gráficos de modo a transformar a mesa do executivo em um centro de controle. Disponibilizam também meios de comunicação para comentar decisões com outros executivos.

    • Armazenamento: os dados armazenados devem espelhar a situação atual e as tendências.

  • 36

    Pós-graduação

    • Distribuição: geram relatórios e gráficos que permitem ter o controle e tomar decisões.

    • Feedback: permite obter relatórios que indicam desvios dos objetivos.

    Sistemas de Apoio à Decisão

    Um SAD recebe, como entrada, alternativas para solução de um problema e devolve as consequências para cada alternativa. Assim, o administrador pode avaliar qual é a melhor alternativa. O SAD não decide qual é a melhor decisão, nem indica que alternativas existem.

    A diferença para o SIG é que um SAD é interativo (o usuário pode entrar com várias alternativas) e ainda avalia as alternativas por meio de técnicas de what-if (= e se eu fizer isso, o que acontecerá... é tipo de análise que testa mudança das variáveis e suas consequências), tais como projeção e regressão.

    Em Loh (2009) é dado um exemplo: qual o preço final de um produto? Para responder a essa pergunta, podemos utilizar as seguintes fórmulas:

    • Lucro = receitas – total despesas

    • Receitas = quantidade vendida X preço final

    • Preço final = custo unitário X margem de lucro

    • Total de despesas = custo de produção + despesas gerais

    • Custo de produção = quantidade produzida X custo unitário

    Percebe-se que os sistemas de apoio à decisão são a resposta para os problemas da falta de agilidade na tomada de decisão por parte da camada gerencial das organizações. Esses sistemas cada vez mais estarão presentes nas empresas, da mesma forma que os sistemas de informações transacionais fazem parte do cotidiano de praticamente todos os segmentos.

    Referências

    LAUDON, Kenneth C.; LAUDON, Jane P. Sistemas de informação gerenciais: administrando a empresa digital. São Paulo: Prentice Hall, 2001.

    LOH, Stanley. Material das disciplinas de Sistemas de Informação e Data Mining. Disponível em: atlas.ucpel.tche.br/~loh/. Acesso em: jul. 2009.

    OLIVEIRA, André Luis B.; CARREIRA, Marcio Luis; MORETI, Thiago Moura. Aprimorando a gestão de negócios com a utilização de tecnologias de informação. Revista de Ciências Gerenciais. Vol XIII, Nº 17, 2009.

    atlas.ucpel.tche.br/~loh/

  • O poder da informação e do conhecimento nas organizações

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    Sistemas de apoio à decisão Flávio Ceci

    Os sistemas de informação são, para as organizações, uma poderosa ferramenta para a gestão das suas operações cotidianas, bem como para auxiliar a tomada de decisão. Na leitura anterior, pode-se verificar que os sistemas de informação possuem vários tipos de classificação, talvez a mais natural seja pela sua atividade foco. Tendo em vista essa classificação, tem-se, inicialmente, dois principais grupos de sistemas de informação, quais são:

    • Sistemas de apoio às operações: sistemas caracterizados por apoiar as atividades operacionais da organização, ou seja, auxiliar os processos no nível de transações, como por exemplo: controle de estoque, contas a receber, cadastro de clientes, entre outros.

    • Sistemas de apoio gerencial: são sistemas focados no auxilio a atividades estratégicas da organização, apoiando a camada tomadora de decisão.

    Atualmente, muitas organizações, independente do seu tamanho (de pequeno, médio ou grande porte), possuem sistemas de apoio as suas operações, o motivo para tal é pela vasta quantidade de sistemas já desenvolvidos para os inúmeros segmentos com preços acessíveis. Tento as operações e transações da organização suportadas por sistemas de informação, passou-se a buscar soluções computacionais para apoiar as decisões de maneira estratégica.

    Segundo Gouveia e Ranito (2004), as organizações atuais competem entre si para entregar soluções aos clientes de maneira mais eficiente, de modo que o produto e/ou serviço seja de maior qualidade e de baixo custo, informações que possam auxiliar nessas soluções são tidas como estratégicas e de muito valor para a tomada de decisão.

    Até aqui se fala muito em tomada de decisão, mas o que são decisões? Para Bidgole (1989) e Mittra (1996) apud Barbosa e Almeida (2002), pode-se classificar decisões da seguinte forma:

    • Decisão estruturada: possui procedimentos operacionais padrão, bem definidos e muito bem projetados. Conta com sistemas de informação simples, programáveis e baseado em lógica clássica, fatos e resultados bem definidos, voltados para camada mais de base da organização.

    • Decisão semiestruturada: não possui procedimento bem definidos, mas inclui aspectos de estruturação. Pode-se contar em partes com o apoio de sistemas de informação.

    • Decisão não estruturada: não possuem qualquer padrão de procedimento operacional. Conta fortemente com a intuição, experiência do tomador de decisão. São difíceis de formalizar, envolvem heurísticas, tentativas e erro.

  • 38

    Pós-graduação

    O processo de tomada de decisão teve um modelo desenvolvido por Simon (1960) apud Cabral (2001), que é dividido em 3 fases iterativas e interativas:

    • reconhecimento: consiste no levantamento do problema ou oportunidade de mudança;

    • desenho: consiste na verificação e na estruturação das decisões opcionais;

    • escolha: relaciona-se com as avaliações e com a escolha da melhor alternativa.

    Para ilustrar a interação entre as três fases do processo de tomada de decisão Cabral (2001) apresenta a seguinte figura:

    Figura 1 - Interação entre as fases da tomada de decisão

    Escolha

    Reconhecimento

    Desenho

    Fonte: Cabral, 2001.

    Pela análise da figura acima, é facilmente percebido o motivo para a caracterização das fases como iterativas e interativas, por exemplo, um gestor percebe que determinado produto não está gerando lucros para a organização (fase de reconhecimento), a partir dessa informação, ele levanta as possíveis alternativas para o problema em questão (fase de desenho), o ponto é que em algumas dessas alternativas pode-se verificar que será gerado outro problema ou oportunidade. Com isso, faz-se necessário que voltemos para a etapa de Reconhecimento, após levantar todas as possibilidades, o gestor pode tomar uma decisão (fase de escolha). Se a decisão resolver o problema em questão, finaliza-se o processo de decisão, caso contrário, pode-se voltar para a fase inicial.

    Segundo Heinzle, Gauthier e Fialho (2010), a tomada de decisão pode-se definir como um processo que consiste em optar (escolher) uma, ou algumas, entre várias alternativas para a realização de uma ação, levando em consideração os possíveis reflexos presentes e futuros que a escolha pode gerar.

    Como já foi apresentado anteriormente, os sistemas de apoio à decisão são os sistemas de informação responsáveis a auxiliar os gestores das organizações na etapa de tomada de decisão.

  • O poder da informação e do conhecimento nas organizações

    39

    Os sistemas de apoio à decisão (SAD) começaram a surgir no final da década de 60, mas somente em 1971 esse termo foi apresentado numa publicação de Gorry e Scottmorton. Nos anos seguintes, o desenvolvimento deste tipo de sistema tornou-se muito comum, acarretando em evoluções muito significativas para a área. Na década de 80, com a popularização do uso dos computadores devido à significativa redução do preço do software e do hardware, as organizações passaram a utilizar computadores para auxiliar no seu ambiente de trabalho, dessa maneira, os gestores tinham condição de ter os seus sistemas de apoio à decisão personalizados à realidade da sua empresa (CABRAL, 2001).

    Segundo Barbosa e Almeida (2002), os sistemas de apoio à decisão têm como objetivo dar suporte aos processos decisórios que apresentam problemas de estruturação, além de apresentarem características tecnológicas estruturais e de utilização específica. Os SAD visam a apoiar decisões semi e não estruturadas. Para Heinzle, Gauthier e Fialho (2010), os SAD são sistemas computadorizados que possibilitam comparar, analisar, sumular e apoiar a escolha de alternativas, com base na criação de cenários que incluem um significativo número de variáveis relacionadas ao domínio de um processo decisório.

    Laudon (2001) chama os SAD como “sistemas de suporte a decisão”. Em seu trabalho, ele apresenta algumas características que diferenciam esse tipo de sistema dos demais tipos de sistemas de informação:

    • Disponibilizar para o usuário flexibilidade, e respostas rápidas;

    • Permitir iniciar e controlar os processos de entrada e saída;

    • Funcionar com pouco ou nenhum suporte de programadores;

    • Permitir apoio para as decisões e problemas para os quais as soluções não podem ser identificadas previamente;

    • Utilizar-se de análises sofisticadas e de ferramentas de modelagem.

    Ainda sobre as características dos sistemas de apoio à decisão, Turban (1990) apud Cabral (2001) apresentam outras características:

    • Incorporam modelos e dados;

    • São sistemas focados em auxiliar o gestor na tomada de decisão a problemas semiestruturados e não estruturados;

    • Dão suporte à tomada de decisão, mas dependem da avaliação do gestor;

    • O objetivo é melhorar a qualidade das decisões e não a eficiência em que as decisões são tomadas.

    Os sistemas de apoio à decisão possuem uma arquitetura básica. Segundo Heinzle (2010), a arquitetura é composta por três subsistemas:

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    Pós-graduação

    • Subsistema de dados: é composto pelo gerenciador de dados, que tem como responsabilidade a construção e gerência do banco de dados, que possui dados relacionados com o domínio do problema. Nesse subsistema estão contemplados sistemas de extração, transformação e carga de dados. Também se pode utilizar de repositórios de dados ao estilo Data Warehouse.

    • Subsistema de modelos: é composto pelo banco de modelos e seu gerenciamento. Neste subsistema estão as estratégias analíticas que atuam sobre os dados disponibilizados pelo subsistema de dados. Também podem existir motores de inferência para auxiliar o processamento dos dados, gerando informações e conhecimentos valiosos para a etapa de tomada de decisão.

    • Subsistema de interface: como o próprio nome sugere, é responsável pela interação entre o sistema e o usuário. Oferece, por meio de uma interface gráfica, componentes para auxiliar a análise das informações processadas no subsistema de modelo. Esse subsistema também pode suportar processadores de linguagens naturais.

    A figura 2 apresenta como os subsistemas se interagem na arquitetura de um SAD:

    Figura 2 - Arquitetura de um SAD

    Usuário

    Sistema de Apoio à Decisão

    Dados Internos e Externos

    Modelos Internos e Externos

    Banco de Dados Banco de Modelos

    Gerenciador de Dados

    Gerenciador de Modelos

    Software SAD

    Interface

    Fonte: Sprague e Watson (1989) apud Heinzle (2010).

  • O poder da informação e do conhecimento nas organizações

    41

    Como se pode observar na Figura 2, todas as requisições são feitas ao subsistema de interface, que pode acessar diretamente o subsistema de dados para apresentar o resultado de uma consulta, ou ainda aplicar um processo de análise sobre os dados, a fim de gerar informações mais relevantes, que auxiliem no processo decisório.

    Atualmente, a implementação dessa arquitetura mais utilizada é a de Business Intelligence (BI) que, segundo Fourlan e Gonçalves Filho (2005), é a evolução dos sistemas de apoio à decisão.

    A Figura 3 apresenta uma arquitetura de BI e como é o seu fluxo de carga dos dados, a partir dos sistemas de informação da organização:

    Figura 3 - Arquitetura de BI

    Business Intelligence

    ERP Sistema de

    Gestão da Empresa

    Fonte de dados

    Operacionais

    Fonte de dados

    Operacionais MetadadosMetadados

    Metadados

    Data Mining

    Data Warehouse

    OLAP

    Fonte: Fourlan; Gonçalves Filho, 2005.

    A arquitetura de BI traz alternativas para os três subsistemas apresentados na arquitetura clássica dos sistemas de apoio à decisão.

    No subsistema de dados são utilizados geralmente repositórios do tipo Data Warehouse, esses, geralmente, utilizam-se da modelagem dimensional. A partir dos dados operacionais provenientes dos sistemas de informação da organização, organiza-os na forma de dimensões e fatos para auxiliar a etapa de analise.

    Os subsistemas de modelo da arquitetura clássica de SAD são atendidos por ferramentas de mineração de dados (Data mining), essas têm como função explicitar as informações e conhecimentos implícitos nas bases de dados da organização.

  • 42

    Pós-graduação

    O último dos três subsistemas da arquitetura clássica de SAD, o subsistema de interface, é representado na arquitetura de BI pelas ferramentas OLAP, que são responsáveis pela apresentação e pelo cruzamento das informações, a fim de apoiar o processo decisório.

    Referências

    BARBOSA, Gilka Rocha; ALMEIDA, Adiel Teixeira de. Sistemas de apoio à decisão sob o enfoque de profissionais de TI e de decisores. XXII Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Curitiba, 2002.

    CABRAL, Pedro da Costa Brito. Sistemas espaciais de apoio à decisão – O Sistema de Apoio ao Licenciamento da Direção Regional do Ambiente do Alentejo. Dissertação para obtenção do grau de Mestre em Sistemas de Informação Geográfica. Universidade Técnica de Lisboa. Portugal, 2001.

    FOURLAN, Marcos Roberto; GONÇALVES FILHO, Eduardo V. Uma proposta de aplicação de Business Intelligence no chão‑de‑fábrica. Gestão e Produção. V.12, n.1, p. 55-66, 2005.

    GOUVEIA, Luís B.; RANITO, João. Sistemas de informação de apoio à gestão. Porto, Portugal: Sociedade Portuguesa de Inovação, 2004.

    HEINZLE, Roberto. Um modelo de engenharia de conhecimento para sistemas de apoio à decisão com recursos para raciocínio abdutivo. Tese para obtenção do grau de Doutor em Engenharia e Gestão do Conhecimento. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2010.

    HEINZLE, Roberto; GAUTHIER, Fernando A. Ostuni; FIALHO, Francisco Antonio P. Semântica nos sistemas de apoio à decisão: o estado da arte. Revista da Unifebe, v. 1, p. Artigo 14, 2010.

    LAUDON, Kenneth C.; LAUDON, Jane P. Sistemas de informação gerenciais: administrando a empresa digital. São Paulo: Prentice Hall, 2001.

  • O poder da informação e do conhecimento nas organizações

    43

    Atividades de Autoaprendizagem

    1) Levando em consideração o conteúdo apresentado nesta unidade, assinale as alternativas verdadeiras com V e as falsas com F:

    a. ( ) As ontologias são estruturas formadas para representação de dados.

    b. ( ) O processo de síntese é utilizado na transformação da informação para o conhecimento.

    c. ( ) O “paradigma de transporte” demonstrou, ao longo do tempo, sua eficiência e é utilizado até hoje na Nova Engenharia do Conhecimento.

    d. ( ) Os Sistemas de Informação possuem uma classificação muito bem definida.

    e. ( ) A arquitetura clássica de um Sistema de Apoio à Decisão é composta por três subsistemas: de dados, de modelo e de interface.

    f. ( ) Pode-se afirmar que Business Intelligence é uma evolução de sistemas de apoio à decisão.

    g. ( ) O subsistema de modelo da arquitetura clássica de SAD é equivalente ao Data Warehouse da arquitetura de BI.

    h. ( ) Uma organização pode ser vista como um sistema, desde que ela faça uso de computadores.

    Atividade colaborativa

    Nesta unidade, você estudou uma série de conceitos relacionados com sistemas de informação e de apoio à decisão. Responda à pergunta a seguir utilizando a ferramenta Fórum, não se esqueça de comentar as respostas dos seus colegas.

    O uso de dados disponíveis na Web (como por exemplo, em mídias sociais) pode auxiliar os sistemas de apoio à decisão na entrega de uma informação mais estratégica para a organização?

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    Pós-graduação

    Síntese

    Nesta unidade foi apresentada uma visão geral entre dado, informação e conhecimento, quais as suas fronteiras e sua aplicabilidade. Após isso, foi visto o que são sistemas de informação, qual a sua utilidade e como se pode classificá-los. Por fim, foi apresentada uma visão geral sobre os sistemas de apoio à decisão e como eles podem agregar valor à camada gerencial das organizações.

    Saiba Mais

    Artigos muito interessantes que valem a pena serem lidos para complementar o estudo desta unidade.

    HEINZLE, Roberto; GAUTHIER, Fernando A. Ostuni; FIALHO, Francisco Antonio P. Semântica nos sistemas de apoio à decisão: o estado da arte. Revista da Unifebe, v. 1, p. Artigo 14, 2010. Disponível em: .

    FOURLAN, Marcos Roberto; GONÇALVES FILHO, Eduardo V. Uma proposta de aplicação de Business Intelligence no chão‑de‑fábrica. Gestão e Produção. V.12, n.1, p. 55-66, 2005. Disponível em: .

    http://www.unifebe.edu.br/revistadaunifebe/2010/artigo014.pdfhttp://www.unifebe.edu.br/revistadaunifebe/2010/artigo014.pdfhttp://www.scielo.br/pdf/%0D/gp/v12n1/a06v12n1.pdf

  • Colocando inteligência nos negócios

    Unidade 2

    Objetivos de Aprendizagem • Assimilar conceitos básicos de Business Intelligence;

    • Examinar a arquitetura básica de um sistema de BI e suas partes;

    • Identificar o BI em diferentes meios.

    Introdução

    As organizações estão inseridas num cenário que está em constante modificação e mutação. Teorias baseadas na ideia da complexidade são aplicadas sobre o modelo organizacional, para ter-se um melhor entendimento e uma possível previsão de modificação em curto prazo.

    Esse contexto, combinado com a crescente quantidade de dados digitais gerados de maneira desordenada e distribuída em vários setores da organização, gera uma série de demandas para o departamento de TI, de modo que seja gerado ferramental computacional para ajudar a camada gerencial no ganho de agilidade na tomada de decisão.

    As utilizações de estratégias de BI estão cada vez mais presentes nas organizações, como suporte computacional para a camada tomadora de decisão, mas será que o BI por si só resolve os problemas citados anteriormente? E qual o futuro do BI, será que existem pesquisadores que estão pensando em sua evolução de modo a sempre acompanhar as tendências do mercado? Este capítulo tem como objetivo dissertar sobre essas perguntas.

  • 46

    Pós-graduação

    O que é Business Intelligence?Flávio Ceci

    Nesta leitura, são apresentados mais detalhes sobre Business Intelligence (BI), os seus pontos históricos, sua evolução, objetivos, entre outras informações relevantes.

    As constantes mudanças nas relações econômicas afetam substancialmente a administração das organizações, que são obrigadas a buscar meios para garantir sua sobrevivência, melhorarem o desempenho empresarial e, com isso, promover seu crescimento em mercados cada vez mais competitivos. Ao afetarem o ambiente empresarial, essas mudanças fazem as organizações repensarem sua estrutura para se adaptar às novas exigências do mercado (GORDON; GORDON, 2006).

    Ainda conforme Gordon e Gordon (2006), a TI permite que as pessoas, grupos e organizações façam a gestão de suas informações de maneira eficiente. A TI possui a capacidade de atuar diretamente sobre a necessidade de uma melhora na qualidade e disponibilidade de informações e conhecimento organizacionais, além de oferecer oportunidades sem precedentes para melhoria dos processos internos e dos serviços prestados ao consumidor final, deve-se ao fato de que “Avanços significativos na tecnologia de informação tornaram possível obter, gerir e usar quantidades enormes de informação a um custo relativamente baixo” (GORDON; GORDON, 2006, p.5).

    Nesse contexto, entre os recursos tecnológicos, a Tecnologia da Informação (TI) tem sido considerada como um fator importante para potencializar o desenvolvimento dos processos produtivos e da gestão das organizações.

    Aplicar inteligência a negócios não é sinônimo de TI, como vastamente confundido, mas significa que a primeira não vive sem a segunda. É importante entender que a TI prove ferramental para que a camada gerencial possa tomar as decisões. Pode-se fazer uma analogia com a relação que existe entre a engenharia do conhecimento e a gestão do conhecimento. A engenharia do conhecimento é responsável por gerar ferramental computacional e metodológico para apoiar os processos da gestão do conhecimento.

    Histórico

    O termo Business Intelligence foi patenteado pela empresa Gartner, mas, na prática, esse conceito já era aplicado muito antes do invento dos computadores, pelos povos antigos. A sociedade do Oriente Médio antigo utilizava-se dos princípios básicos de BI quando cruzavam informações obtidas pela natureza

  • Colocando inteligência nos negócios

    47

    para auxiliar na tomada de decisão das aldeias. A análise do comportamento das marés, o levantamento dos períodos chuvosos e de seca, a movimentação e posicionamento dos astros era a forma de obter informações que serviam de base para a tomada de decisões importantes para a comunidade (PRIMAK, 2010).

    No contexto computacional, a partir da década de 70 os pacotes de softwares analíticos começam a surgir no mercado, esses pacotes de dados trabalhavam na gestão dos dados transacionais. Na década de 90, as planilhas eletrônicas, como Lotus 1-2-3 e, posteriormente, o Excel, facilitaram ainda mais a análise de dados, possibilitando a utilização de filtros e a construção de gráficos de maneira simples. As planilhas eletrônicas fizeram tanto sucesso que são utilizadas até hoje pelas empresas. O uso de consultas utilizando SQL possibilitou ainda o desenvolvimento de sistemas baseados em modelos relacionais e, posteriormente, em modelos dimensionais, dando suporte a arquitetura de BI (RASMUSSEN; GOLDY; SOLLI, 2002).

    Figura 1 - Evolução a partir de relatórios estáticos para business intelligence

    Ação - BI2002

    1996

    1992

    1985

    Aconselhar - Mineração de Dados

    Análise - Processamento analítico online

    Investigação - Sistemas de Informação Executiva

    Agregação - Sistemas de Informação Gerencial

    Relatórios

    Recursos analíticos

    Inte

    raçã

    o co

    m o

    usu

    ário

    Baixo

    Baixo

    Alto

    Alto

    Fonte: Adaptado de Rasmussen, Goldy e Solli (2002).

    A Figura 1 apresenta a evolução dos recursos analíticos em relação à possibilidade de interação dos usuários na análise em questão. Analisando a figura acima, vê-se que os primeiros recursos analíticos apresentados são os relatórios.

    Os relatórios são utilizados até hoje pelas organizações, o seu uso possibilita a apresentação de dados e informações de maneira estática, é basicamente uma

    “fotografia” de um cenário ou situação. A interação com o usuário é muito baixa, permitindo apenas o consumo do seu conteúdo.

  • 48

    Pós-graduação

    Entre a década de 80 e 90 surgem os recursos analíticos classificados como de agregação (sistemas de informação gerencial) e de investigação (sistemas de informações executivas), esses recursos permitem uma interação com o usuário maior, é possível entrar com consultas, o que permitia uma melhor investigação dos fatos nas informações retornadas pelos sistemas de informação.

    É importante ressaltar que a partir da década de 90 surge a necessidade das organizações serem capazes de fazer análises e planejamentos de modo a reagir a mudanças dos negócios rapidamente. O motivo para tal é um mercado cada vez mais competitivo e um consumidor cada vez mais exigente (SASSI, 2010).

    A partir de meados da década de 90, percebe-se mais duas características dos recursos analíticos, o de análise (OLAP) e o de aconselhar (mineração de dados). Nesse período, são inseridas “inteligências” nos sistemas de informação, permitindo uma análise muito mais detalhada, de modo que as técnicas de inteligência a