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EQUIPA PROVINCIAL DE PASTORAL VOCACIONAL PROVÍNCIA PORTUGUESA DA SOCIEDADE SALESIANA N.º 5 DEZEMBRO 2010/JANEIRO 2011 bússola da mihi animas A notícia da sua doença começou a espa- lhar-se como um rastilho de pólvora pelas oficinas, pelas fábricas e pelos andaimes da cidade: “Dom Bosco está a morrer!”. Um número incessante de rapazes des- filava pelos corredores d’ O Refúgio da Marquesa Barolo, onde Dom Bosco tinha então o seu quar to, para perguntar por ele e interessar-se pela sua saúde. Como o próprio Dom Bosco narra nas Memórias do Oratório, soube mais tarde que aque- les jovens “espontaneamente rezavam, jejuavam, participavam na missa, comun- gavam; revezavam-se passando a noite em oração e o dia diante da imagem de Nossa Senhora da Consolação. (…). Cons- ta-me que bastantes rapazes pedreiros jejuaram a pão e água durante semanas sem parar de trabalhar…”. E O MILAGRE ACONTECEU. Aqueles pobres jovens conseguiram de Deus a saúde de Dom Bosco: “Deus escutou-os. EM JULHO DE 1846, DOM BOSCO ADOECEU GRAVEMENTE. UMA BRONQUITE AGUDA COM IN- FLAMAÇÃO DOS PULMÕES, ASSO- CIADA AO ESGOTAMENTO E À DE- BILIDADE, LEVARAM-NO ÀS PORTAS DA MORTE. «O milagre dos pequenos pedreiros» Era um sábado de tarde e pensava-se que aquela noite seria a última da minha vida: assim diziam os médicos consulta- dos; eu também estava convencido disso sentindo-me sem forças e com perda contínua de sangue. Bem entrada a noite, tive sono; adormeci e despertei fora de perigo”. Uma página comovente da nossa história que nos ajuda a compreender o imenso carinho dos jovens do Oratório para com aquele que sentiam como um pai bom e um amigo incondicional que lhes tinha de- volvido a esperança no futuro e a confian- ça em si mesmos porque Deus os amava. Aqueles pedreiros e limpa-chaminés an- drajosos, sempre no fio da navalha da marginalidade e da exclusão social, alcan- çaram de Deus o milagre. > PE. JOSÉ MIGUEL NÚÑEZ, CONSELHEIRO REGIONAL DO REITOR-MOR PARA A EUROPA OESTE em dia > PE. JOSÉ ANÍBAL MENDONÇA Já estou a imaginar as notícias sobre o fenómeno fantástico que vai acontecer nas redes sociais, sobretudo no Facebook, a mais usada em Portugal, na época de Natal e Ano Novo deste ano. Uma enor- midade de troca de mensagens de Boas Festas, desenhos, fotos, vídeos, etc… vai cir- cular a alta velocidade de casa em casa, de ecrã a ecrã, de pessoa a pessoa. Com formas diversas, algumas repetidas, outras bem originais, cada um vai “vestir- -se” ao seu jeito para ficar bem na foto de per fil, e brindar os seus amigos, conhecidos ou menos, com muitos e encantadores vo- tos a transbordar de felicidade, amor e paz. Os habituais “Lol” e as carinhas estilizadas, carinhosas §:)) atrevidas @;)P e outras, vão retribuir num ápice essas saudações. Há quem fale do Facebook como o 3º “país” mais populoso do mundo (a seguir à China e à Índia), pois tem cerca de 500 milhões de utilizadores registados. Desses todos, cerca de 3 milhões são por tugueses. É admirável o conjunto de relações que se podem estabelecer nesse “espaço”, a in- formação que é partilhada em autênticos portefólios pessoais e familiares, e os pro- jectos, causas e propostas que cativam e mobilizam vontades. Apesar de não haver só méritos na uti- lização destes meios, afinal… temos de reconhecer que este ano também é Natal no Facebook! O Natal é o encontro por ex- celência, no qual Deus se comunica pes- soalmente a cada homem, em Jesus, e nos dá a capacidade de sermos também nós comunicadores. Se neste país virtual, o Facebook e outras redes sociais, houver pessoas que se encontram para comunicar o Amor, em relações autênticas e sentidas, então quer dizer que também aí nasceu e nasce o Menino Jesus! BOAS FESTAS para todos! FACEBOOK NATALÍCIO

Bússola n.º 5

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Jornal da Equipa de Pastoral Vocacional da Província Portuguesa da Sociedade Salesiana. Número 5. Dezembro 2010/Janeiro 2011

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Page 1: Bússola n.º 5

EQUIPA PROVINCIAL DE PASTORAL VOCACIONAL

PROVÍNCIA PORTUGUESA DA SOCIEDADE SALESIANA

N.º 5DEZEMBRO 2010/JANEIRO 2011

bússola

da mihi animas

A notícia da sua doença começou a espa-lhar-se como um rastilho de pólvora pelas oficinas, pelas fábricas e pelos andaimes da cidade: “Dom Bosco está a morrer!”. Um número incessante de rapazes des-filava pelos corredores d’ O Refúgio da Marquesa Barolo, onde Dom Bosco tinha então o seu quarto, para perguntar por ele e interessar-se pela sua saúde. Como o próprio Dom Bosco narra nas Memórias do Oratório, soube mais tarde que aque-les jovens “espontaneamente rezavam, jejuavam, participavam na missa, comun-gavam; revezavam-se passando a noite em oração e o dia diante da imagem de Nossa Senhora da Consolação. (…). Cons-ta-me que bastantes rapazes pedreiros jejuaram a pão e água durante semanas sem parar de trabalhar…”.

E O MILAGRE ACONTECEU. Aqueles pobres jovens conseguiram de Deus a saúde de Dom Bosco: “Deus escutou-os.

� EM JULHO DE 1846, DOM BOSCO ADOECEU GRAVEMENTE. UMA BRONQUITE AGUDA COM IN-FLAMAÇÃO DOS PULMÕES, ASSO-CIADA AO ESGOTAMENTO E À DE-BILIDADE, LEVARAM-NO ÀS PORTAS DA MORTE.

«O milagre dos pequenos pedreiros»

Era um sábado de tarde e pensava-se que aquela noite seria a última da minha vida: assim diziam os médicos consulta-dos; eu também estava convencido disso sentindo-me sem forças e com perda contínua de sangue. Bem entrada a noite, tive sono; adormeci e despertei fora de perigo”.

Uma página comovente da nossa história que nos ajuda a compreender o imenso carinho dos jovens do Oratório para com aquele que sentiam como um pai bom e um amigo incondicional que lhes tinha de-volvido a esperança no futuro e a confian-ça em si mesmos porque Deus os amava.

Aqueles pedreiros e limpa-chaminés an-drajosos, sempre no fio da navalha da marginalidade e da exclusão social, alcan-çaram de Deus o milagre.

> PE. JOSÉ MIGUEL NÚÑEZ, CONSELHEIRO REGIONAL DO REITOR-MOR PARA A EUROPA OESTE

� em dia> PE. JOSÉ ANÍBAL MENDONÇA

Já estou a imaginar as notícias sobre o fenómeno fantástico que vai acontecer nas redes sociais, sobretudo no Facebook, a mais usada em Portugal, na época de Natal e Ano Novo deste ano. Uma enor-midade de troca de mensagens de Boas Festas, desenhos, fotos, vídeos, etc… vai cir-cular a alta velocidade de casa em casa, de ecrã a ecrã, de pessoa a pessoa.

Com formas diversas, algumas repetidas, outras bem originais, cada um vai “vestir--se” ao seu jeito para ficar bem na foto de perfil, e brindar os seus amigos, conhecidos ou menos, com muitos e encantadores vo-tos a transbordar de felicidade, amor e paz. Os habituais “Lol” e as carinhas estilizadas, carinhosas §:)) atrevidas @;)P e outras, vão retribuir num ápice essas saudações.

Há quem fale do Facebook como o 3º “país” mais populoso do mundo (a seguir à China e à Índia), pois tem cerca de 500 milhões de utilizadores registados. Desses todos, cerca de 3 milhões são portugueses. É admirável o conjunto de relações que se podem estabelecer nesse “espaço”, a in-formação que é partilhada em autênticos portefólios pessoais e familiares, e os pro-jectos, causas e propostas que cativam e mobilizam vontades.

Apesar de não haver só méritos na uti-lização destes meios, afinal… temos de reconhecer que este ano também é Natal no Facebook! O Natal é o encontro por ex-celência, no qual Deus se comunica pes-soalmente a cada homem, em Jesus, e nos dá a capacidade de sermos também nós comunicadores. Se neste país vir tual, o Facebook e outras redes sociais, houver pessoas que se encontram para comunicar o Amor, em relações autênticas e sentidas, então quer dizer que também aí nasceu e nasce o Menino Jesus!

BOAS FESTAS para todos!

FACEBOOK NATALÍCIO

Page 2: Bússola n.º 5

página 2n.º 5 Dezembro 2010/Janeiro 2011

� ENCONTROS COM DOM BOSCO

7 de Dezembro, véspera da Festa da Imaculada. As equipas de animação

vocacional das Escolas Salesianas do Estoril e de Manique, entre os

quais figuram os padres João Chaves e Sílvio Faria e os professores de

EMRC Álvaro Gomes e Luís Martins, convidaram 24 jovens do 3.º ciclo para

«vir e ver». Esteve também presente o padre José Aníbal, Delegado

Provincial. A ideia «Encontros com Dom Bosco» quer ser uma forma

de os aproximar da figura do Santo dos Jovens, conviver e conhecer um pouco mais por dentro como vive

uma comunidade salesiana que os recebe. Apresentaram-se, falaram

acontece

contemplar

A visão do Essencial

� NESTA ALTURA DO ANO PER-DEMOS SEMPRE A VISÃO DO ES-SENCIAL. ESTAMOS OCUPADOS COM COMPRAS, ORNAMEN-TAÇÃO... À NOSSA VOLTA APENAS AS LUZES. NESTE NATAL, SOMOS CONVIDADOS A DESCOBRIR NO MEIO DE TANTAS “LUZES” A SUA LUZ (A ALEGRIA INTERIOR, A PAZ, A FESTA, A PROFUNDIDADE, A SE-RENIDADE). NÃO PODEMOS DES-PERDIÇAR O QUE NOS É OFERE-CIDO PARA NOS PREPARARMOS BEM PARA A CHEGADA DO MENI-NO JESUS. APRENDAMOS COM AS FIGURAS DO PRESÉPIO.

Senhor, nós Te pedimos:

Com Maria e José, ajuda-nos a viver generosos na entrega;a oferecer a nossa vida como eles,a escutar a tua palavra em todo tempo,a pôr em prática o Evangelho.

> IR. MARIA JOÃO GARCIA

Ajuda-nos a vivermos solidários com os que sofrem,com aqueles que, hoje como ontem, não têm lugar no nosso mundo.

Com os pastores de Belém,ajuda-nos a vivermos vigilantes,a correr diligentes ao teu encontro,a descobrir o teu rosto em qualquer homem e em qualquer rosto.

Com os anjos de Belém,ajuda-nos a cantar ao mundo inteiro a tua Presença.Deus está connosco!Construamos a paz entre os homens,edifiquemos a justiça entre os povos.

Com Jesus, Deus Menino,ajuda-nos, Senhor, a alimentar a esperança que nasce em cada Advento,a escutar os clamores do teu povo,

a regar com as nossas vidas a semente do teu reino,a sermos mensageiros do teu amor,a construir comunidades de serviço e oração.

Natal, festa do homem,Natal, festa de Deus.Queremos, Senhor, ser tuas testemunhas.

das pessoas e acontecimentos mais significativos da vida deles, ouviram como os salesianos foram cativados para a vocação salesiana, rezámos juntos «aquela» Ave Maria do 8 de Dezembro e foram convidados à

mesa da comunidade no jantar. Foi tudo simples, familiar, para algum

deles talvez um primeiro «toque» de chamamento. Não pode ficar por aqui, é óbvio. Para Dom Bosco o

«encontro» era parábola em acção. Este nosso encontro foi a «semente»

da parábola.

OUTROS ENCONTROSIgual experiência tinha sido também promovida alguns dias antes, nas Oficinas de São José, juntando 16

alunos do 3.º ciclo e do Secundário. Estes breves encontros, permitirão aos jovens das nossas presenças, mesmo

nestas grandes escolas, conhecer melhor os salesianos e aqueles que

prestam o serviço de animação vocacional, no sentido de uma maior identificação e “simpatia” com o ca-

risma e missão salesiana, e poderem contar com o acompanhamento e

guia deles para a descoberta da sua

vocação. A Equipa Provincial de Pas-toral Vocacional propõe-se continuar a promover outros encontros como

estes, em todas as nossas presenças. Tem-se vindo também a desenvol-

ver um bom trabalho de colaboração com as Filhas de Maria Auxiliadora,

que se pretende alargar a outros gru-pos da Família Salesiana. Para já, par-tilhamos a redacção deste jornalinho “Bússola”, que vai na sua 5.ª edição e tem sido muito apreciado; e deci-dimos que iríamos convidar rapazes e raparigas dos nossos centros para os encontros que, tanto nós como as FMA queremos realizar cada vez mais

de forma regular e frequente.

© Juan Monino, iStockphoto

> PE. SIMÃO CRUZ E PE. JOSÉ ANÍBAL MENDONÇA

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página 3n.º 5 Dezembro 2010/Janeiro 2011

a minha vez

Olá chamo-me Linda Vieira, tenho 27 anos, sou al-garvia, e neste momento sou noviça das FMA. O meu maior desejo, desde sempre, foi ser feliz e por isso esta é uma par-

tilha de felicidade.

Nasci e cresci numa família que acredi-ta em Deus e participa regularmente na paróquia, e por isso sempre andei na cate-quese e participei na vida da paróquia. Na adolescência, porém, pensei afastar-me da Igreja pois não me sentia identificada com o Deus que tinha conhecido até en-tão. Nesse momento da minha vida pensei afastar-me da Igreja, mas Deus colocou no meu caminho um grupo de jovens (Co-munidade Emanuel) que me fez conhecer a Pessoa de Jesus. Aprendi com eles a alimentar uma relação de amizade com Jesus, participando na Eucaristia, rezando, lendo a Palavra de Deus, e a minha vida iluminou-se.

Entrei para a universidade e a novidade do estudo, da vida académica, das “bor-gas”, afastaram-me da interioridade que tinha construído até ali. Apesar de nunca ter deixado de participar na paróquia e na pastoral da diocese, deixei de ter tempo para Deus no meu dia-a-dia. Procurava a felicidade nas muitas actividades que tinha e não em Deus. Foi nessa altura que tive a oportunidade de participar numa peregri-nação a Lourdes, presidida pelo Papa João Paulo II. A minha vida mudou com essa viagem. No dia 14 de Agosto de 2004, du-rante a homilia, o Papa pedia, ou melhor suplicava, aos jovens que fossem LIVRES! Esse pedido ficou-me marcado no coração. Percebi que Deus o estava a dizer a mim: “fazes muitas coisas, mas não fazes o que te faz feliz”. Foi nesse momento que o meu coração se abriu à vontade de Deus. Senti que não importava qual era o meu futuro (casada, solteira, consagrada), desde que fosse vivido com Jesus. Nos anos seguintes pude conhecer seminaristas e irmãs jovens que viviam uma alegria que desde sem-pre desejei. Com eles percebi que a vida consagrada é uma estrada possível de felicidade, como o matrimónio. Iniciei então a descoberta do Instituto das FMA - Sale-sianas que me tem ajudado sobretudo a conhecer-me melhor e a aprofundar a mi-nha relação com Cristo. Assim continuo esta estrada de liberdade e de amor.

> LINDA VIEIRA

“A minha vida iluminou-se”

vocações com história

Um dia, num domingo à tarde, o João, já crescidote, desce da sua terra e vai ter com o Sr. Prior e diz-lhe, sem mais: “– Sr. Prior, eu quero ser padre, ser missionário”.

O João tinha quatro anos quando o pai que trabalhara em França veio a falecer. Eram quatro irmãos: José, António, Ana e João, o benjamim da família, muito acarinhado por todos. A mãe, piedosa, trabalhadora incansável, cuidou dos filhos, educando-os na fé, na responsabilidade, no amor fraterno.

Um dia, depois da quarta classe, num domingo à tarde, o João, já crescidote, no mês de Setembro de 1940, desce da sua terra e vai ter com o Sr. Prior, que encontra na Igreja matriz de Ceissa, depois da catequese, à sacristia e diz-lhe, sem mais: – Sr. Prior, eu quero ser padre, ser missionário. Depois de umas perguntas que fez ao João, respondeu: – Está bem, meu filho. Vou-te arranjar um lugar.

Semanas depois, o João recebe uma carta, onde se dizia: – João, estamos à tua espera, aqui no Seminário de Godim-Régua, no dia primeiro de Outubro. Traz contigo o enxoval que te indicamos. A minha mãe recebeu a notícia com a maior das alegrias e preparou tudo o que pôde. Mas, na véspera da partida, o João foi ter com a mãe e disse-lhe: – Mãe, eu quero ser padre, mas para Godim não vou. A mãe ficou aflita,… depois de tantos gastos! E a verdade é que o João ficou em casa a ajudar os irmãos a trabalhar na fazenda.

Já em Outubro, do ano seguinte, 1941, chega a casa uma carta: – João, prepara-te e vai para Mogofores, que o Sr. Director, Pe. Humberto Pasqual, está lá à tua espera. O João vai ter com a mãe para lhe dizer: – Mãe é para ali que vou!...E, de noite, às três da madrugada, no dia 4 de Novembro de 1941, a cavalo do burro, acompanhado da mãe e da irmã Ana, pela estrada, às escuras, lá foi o João até à estação de Chão de Maçãs (hoje de Fátima).Despediu-se da Ana. A mãe e o João entram no comboio, pela primeira vez. Uma carruagem vazia. A mãe senta--se, sozinha num banco, e, cansada

da azáfama do dia, dormita. O João, curioso, observa a paisagem nocturna, encostado à janela e lendo o nome das estações nos depósitos de água de cada estação.– Mãe, chegámos a Mogofores! Está acolá escrito no depósito da água! Preparávamo-nos para sair do comboio, quando o comboio apita e retoma a marcha. Que aflição! E agora? Nisto, aparece o revisor que nos diz: - Saiam na paragem seguinte, que é um apeadeiro e regressem a pé pela linha do comboio. Assim fizemos.

Ao chegar, com surpresa perante a estátua de N.ª S.ª Auxiliadora e com a alma vibrando de alegria, o João exclamou: - Mãe, foi Ela, Nossa Senhora Auxiliadora que aqui me trouxe!

O João foi recebido, na sala de visitas, pela Pe. Humberto que lhe perguntou: – Que quer o meu rapaz? – Quero ser padre! – respondeu o João com efusão e entusiasmo. – Então, meu João, entra cá!...E o João ficou para sempre, graças a N.ª S.ª Auxiliadora!

O Padre João Vieira é salesiano há 64 anos, e encontra-se desde há muitos anos, 52 mais precisamente, na Escola Salesiana de Artes e Ofí-cios do Funchal.

> PE. JOÃO VIEIRA

“Foi N.ª S.ª Auxiliadora que aqui me trouxe”

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página 4n.º 5 Dezembro 2010/Janeiro 2011

Ele chama-se J. e é cristão enquanto ela, R., é muçulmana. Ambos vivem num país que se define “laico”, mas que frequentemente e até com agrado não respeita as escolhas pessoais.

O sonho de J. é aquele de deixar o próprio país, porque para ele não há muita esperança de ter um futuro, devido à sua fé. É um “não-cidadão”! A fé exclui-o de participar na vida política e social do próprio país que ama. A casa, a maneira de vestir são uma manifestação da sua fé, que cada dia se torna sempre mais difícil de explicitar. Até mesmo já se torna difícil festejar o Natal... é preciso trabalhar para sobreviver. Ao contrário dos outros cristãos dos países vizinhos, ao menos ele ainda pode participar na Missa do Galo, na noite de Natal.

Por sua vez, a R. é muçulmana, leu às escondidas o Evangelho e ficou fascinada. Pede para ser baptizada, porque diz que nunca tinha lido palavras tão doces, cheias de amor e de esperança. Teria sido um presente precioso de Natal poder ser baptizada, mas para ser poupada a perseguições ou mesmo à morte, ainda por cima sendo mulher, o bispo recomenda-lhe que viva o baptismo de desejo.

Duas histórias que a nossa Europa, que também se define “laica”, não poderá compreender, porque desistiu de “se conhecer”. O que é que ficará deste Natal? Na nossa Europa predominam as árvores luminosas e nos países onde os cristãos são a minoria, há ânsia de liberdade e de paz, como acontece também com os muçulmanos que vivem o baptismo de desejo.

Boas Festas, e não se esqueçam de desembrulhar as prendas, porque ao fim e ao cabo é este o Natal que vivemos!

AS CRÓNICAS DE NÁRNIA: A VIAGEM DO CAMINHEIRO DA ALVORADA de Michael Apted

Era impossível não sugerir este filme. A saga continua e cada vez é mais interessante. A genialidade de Lewis continua a surpreender. Desta vez os heróis terão de ajudar o Rei Caspian a atravessar

uma neblina densa, cheia de perigos, para poder salvar fiéis súbditos do rei. A leitura Cristiana deste filme é interessantíssima e deixamos a quem de direito fazê-la no nosso Bússola. Não percam!

FAROL PARA OS MEUS PASSOS de Giovanni Dutto e Stefania Raspo

Já não é de agora que a Igreja propõe aos fiéis re-descobrir a leitura orante da Palavra de Deus ou Lectio Divina. Este pequeno livro mostra como é fácil entrar

no texto bíblico e recolher dele toda a riqueza que tem. Mais do que ensinar o livro convida a conhecer os passos da Lectio Divina para melhor “saborear” a Palavra. Para o novo ano que começa parece-nos uma boa sugestão.

vem aí� 25 DE DEZEMBRO

DIA DE NATAL

� 22 E 23 DE JANEIRO FLASHBOSCO (MIRANDELA E NO ESTORIL) PARA O 7º, 8º E 9º ANOS

� 22 DE JANEIRO DIA LITÚRGICO DE LAURA VICUNHA

� 24 DE JANEIRO DIA LITÚRGICO DE SÃO FRANCISCO DE SALES

� 31 DE JANEIRO FESTA DE SÃO JOÃO BOSCO

animais ferozes> PE. MAURO COSTANTINI

EXCLUÍDOS PELA FÉ

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cartoon> PROF. NUNO QUARESMA

> LUÍS ALMEIDA, SDB

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