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BUZZ # 13 NOV

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Ze Cupido, o fundador do Timão e temperos do Mercado Municipal de Jacarei

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A revista Buzz é uma publicação mensal da Voz Ativa Comunicações - Diretora: Silvia Regina Evaristo Teixeira - Conselho Editorial: Silvia Regina Evaristo Teixeira, José Roberto Teixeira, Jefferson Teixeira - Diretora Comercial: Silvia Regina Evaristo Teixeira - Editor-chefe: Mauro San Martín - DRT 24.180/SP - Repórteres: Mauro San Martín e Sandro Possidonio Diretor de Criação: Marcel Esliper - Revisão: Evelyn Pieve - Tiragem: 5 mil exemplares - Impressão: Jac Gráfica e Editora - Email: [email protected] - Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não representam necessariamente a opinião da revista ou da editora.

Carta ao Leitor

BUZZ PÁGINA 2Ano 1 | Edição 13 | Dezembro 2010

Por favor, recicle esta revista

Jacareí tem 358 anos de existência. Muitos fatos importantes da vida do país estão relacionados ao município. Afinal, apenas 152 anos separam a cidade do descobrimento do Brasil. Para a alegria de muitos corinthianos, surge agora a informação de que um dos fundadores, primeiro técnico e zagueiro do Timão, o italiano Raphael Perrone, viveu na cidade. A revista Buzz teve o cui-dado de checar a história contada pelo professor Rafael Luis Duaneto, um dos netos do fundador. Um historiador e o Memorial do clube confirmaram a veracidade dos fatos. Esta matéria é o principal assunto desta edição. No ano do Centenário do Timão, trata-se de uma informação importante a qual o público deve saber. Antes disso, a única informação era de que o jacareiense Alfredo Schurig doou um terreno para construção do estádio conhecido como “A fazendinha”, ao Alvinegro de Parque São Jorge.

Em nossas páginas vermelhas, conversamos com o sanfoneiro Zé Cupido. Um homem, que perdeu a visão muito cedo, mas mesmo assim escreveu sua história com “H” maiusculo ao lado celebridades como Stevie Wonder e Ray Charles. Ele tocou com vários artistas e com o ícone maior do acordeon - Luiz Gonzaga, o Gonzagão. Uma entrevista imperdível.

A nossa seção de gastronomia aborda os temperos comercializados no Mercado Municipal de Jacareí. Duas lojas vendem de tudo para deixar seus pratos mais saborosos. Dos mais exóticos aos mais comuns. Como o Natal se aproxima, saber onde encon-trar os temperos indicados para usar nas festas de final de ano é o primeiro passo para agradar os convidados.

Jacareí tem muitas histórias interessantes e a Buzz tenta reproduzi-las a cada nova edição. Boa leitura!

Jacareí e o Corinthians

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JaCareí Que pensa

O historiador José Augusto Dias Júnior está lançando o livro “Os Contos e os Vigários” (Editora Leya/326 páginas), que investiga, além dessa expressão, a história da trapaça no Brasil. Fatos como a do sergipano que vendeu dois lotes na Lua, em 1969, e outros episódios pitorescos estão no livro de Dias Júnior que trata do famoso “jeitinho brasileiro”. Em sua opinião, a trapaça está enraizada na cultura brasileira? Você já foi trapaceado ou sabe de algum caso a respeito?

Ivaldo Torres Ferreira, empresário

José de Oliveira Cândido, autônomoEu acho um jeito errado tirar proveito da boa fé das pessoas. Uns saem beneficia-dos, outros lesados e não tem nenhuma

punição. Sou contra o jeitinho brasileiro, mas sei que ele existe. Não passei por essa

situação, mas vejo falar de muita gente que passou pela situação.

Todo mundo diz que o brasileiro dá um jeitinho para tudo. Eu não concordo com

isso porque as coisas têm que ser pela maneira certa. Nunca trapacear ninguém para que também não seja trapaceado.

Eu acho isso um absurdo. Sou totalmente contra. Tenho comigo o seguinte: eu não faço para os outros o que não quero que façam para mim. Quando é com a gente

que acontece a trapaça, sentimos na pele. Ficamos chateados, magoados. Sou muito

contra isso. Procuro pensar mais no meu próximo. Fazer a coisa direitinha.

Marcos Leite Ribeiro, empresário

BuzzImagens

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radar

:: Empresas cidadãs

dezembro de 2010 - Buzz 5

:: Destaque da Disney Cup

:: Dia do Rio Paraíba do Sul

:: Doutor Notório Saber

A Câmara Municipal de Jacareí entregou um Sessão Solene o “Selo Empresa Cidadã 2010 – Balanço Social 2009”, no dia 26 de novembro, na sede do Legislativo, para as seguintes empresas: Ativia Saúde; Cebrace Cristal Plano Ltda; Cognis Brasil Ltda; Con-trol Serviços; Faculdade Anhanguera; Fibria Celulose e Papel S/A; Heineken Brasil; Ja-careí Transporte Urbano; Latapack Ball Em-balagens Ltda; Uniodonto de Jacareí; White Martins Gases Industriais Ltda. e Winner School Ltda. O prêmio tem como objetivo difundir as ações de responsabilidade social das empresas no município.

O reitor da Univap (Universidade do Vale do Paraíba), Prof. Dr. Baptista Gargione Fi-lho, outorgou no dia 15 de outubro o título de “Doutor – Notório Saber”, ao professor Frederico Lencioni Neto, biólogo e docente da Univap desde a criação da Universidade, em 1992. A expressão “Notório Saber” é uti-lizada pelas universidades brasileiras para qualificar o professor que não fez curso de doutorado, mas possui conhecimentos equi-valentes. Lencioni colaborou para a criação do curso de Ciências Biológicas e foi coorde-nador por vários anos. Também é o biólogo responsável pelo Criadouro Conservacio-nista, do Centro de Estudos da Natureza, no Campus Urbanova. Professor aposentado da rede pública do Estado de São Paulo, ele le-cionou em escolas públicas e particulares do município de Jacareí.

O piloto jacareiense Pedro Henrique Bura-ched, de 7 anos, se destacou no Campeonato norte americano da ABA (American Bicycle Association), realizado na cidade de Orlando, nos Estados Unidos. Pedro estreou na cate-goria novatos 7 anos e venceu todas as ba-terias, de ponta a ponta. Com o desempenho acima da média, o biker foi promovido para a categoria intermediário no segundo dia de competição. Ele voltou a vencer todas as suas provas. No último dia de competição, Pedro foi o quinto colocado na classificação geral da categoria Open 7/8 anos – que reúne pilotos novatos e experientes. Ele disputou a final da intermediários, mas se enroscou com um ad-versário e quase saiu da pista na bateria final, e mesmo assim conquistou o sétimo lugar.

Os vereadores de Jacareí mudaram a data de comemoração do Dia do Rio Paraíba do Sul. A homenagem passará de 5 de junho para 22 de setembro. A mudança ocorreu para a data não coincidir com a comemoração em âmbito estadual.

:: Franz de Castro HolzwarthA cerimônia de entronização dos restos mor-tais do advogado Franz de Castro Holzwarth ocorreu dia 17 de novembro, na Igreja Ma-triz de São José dos Campos. A igreja analisa processo de canonização de Franz de Castro.

Fotos: Divulgação

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Edição Especial de Natal e Ano Novo!

Você não pode ficar de fora!Reserve seu espaço já! Ligue (12) 9146-9591

Email - [email protected]

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CAPOEIRAda cidadania

A capoeira é a solução encontrada para retirar crianças e jovens das ruas no bairro do Jardim Primavera, em Jacareí. Mesmo sem patrocínio, a Academia de Capoeira Quilom-bo – O Berço da Liberdade - desenvolve um projeto de aulas gratuitas do esporte-luta sob a orientação da coordenadora graduada, Ales-sandra Rodrigues de Almeida Lima. As aulas ocorrem nas noites de terça e quinta-feira, na Emei (Escola Municipal de Educação Infan-til) Célia Guedes, com o apoio da comunida-de que organiza bingos para comprar unifor-mes e instrumentos.

A dona de casa, Marlene Aparecida Bri-son de Lima, possui três filhos (Tiago, 12 anos, Davi, 4 anos, e Isac, 7 anos) inscritos no projeto. Segundo ela, as aulas trazem mais “saúde e esperteza” aos menores. “A mente se abre e as crianças ficam mais ativas”.

Atualmente, 25 menores estão inscritos no projeto desenvolvido por Alessandra. Ela aprendeu capoeira com Pedro Florêncio dos

Santos, o mestre Tio Pedro, desde seus oito anos de idade. Faltam apenas três anos para tornar-se professora. Além dela, o próprio mestre e o monitor Magrão auxiliam na reali-zação das aulas.

O mestre Tio Pedro explica que a preocu-pação inicial é tirar o menor da rua. “Ficamos contentes com os que estão aqui por termos tirado da rua e do contato com o mundo das

drogas”. O mestre aproveita para dizer que falta um toldo para proteger os alunos da chuva, um tatame e uniformes que impedem que as aulas do projeto sejam de melhor qua-lidade.

“A capoeira disciplina bastante e a pro-fessora Alessandra é atenciosa com os alu-nos”, afirma o funcionário público, Eliezer Sampaio, pai de Lucas Oliveira, de 12 anos, que teve um “melhoramento em seu rendi-mento escolar”. Segundo Sampaio, o projeto é “legal” porque é gratuito e atende crianças carentes. Ele ressalta também a falta de apoio como a necessidade de um toldo na Emei para proteger os alunos da chuva e do frio.

A dona de casa, Célia de Fátima Jacinto, inscreveu sua filha, Ana Tereza, de 10 anos, nas aulas de capoeira.

Ela destaca que a coordenadora Alessan-dra ensina os alunos a terem respeito e a ti-rarem boas notas. “É um excelente esporte. Um lazer”.

Outra moradora do Primavera, Regina Célia Moraes Santos, também traz seu fi-lho Wesley, 9 anos, para aprender capoeira. Segundo Regina, o projeto desenvolve fisi-camente e mentalmente seus participantes e “educa mais” as crianças. Ela diz que seu filho ficou mais “tranquilo” desde que come-çou a participar das aulas.

Mestre Tio Pedro joga capoeira com aluno durante aula do projeto

BuzzImagem

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8 Buzz - dezembro de 2010

ZÉCUPIDO

Buzz – Como começou seu gosto pela música?

José Idelmiro Cupido – Eu ganhei nas vésperas de Natal, quando faço aniversá-rio, uma gaitinha de boca. Tocava alguma coisa que ouvia no rádio como “Lá vai o meu trolinho”, “Saudades de Matão”, etc. Um dia uma senhora de Quririm colocou uma sanfona, de dois baixos, na rifa. Mi-nha mãe (Maria Cleonice Andena Cupido, a dona Niche) ganhou um bilhete para con-correr. Foi o bilhete premiado. Ela ganhou e deu a sanfona para mim. No prazo de um mês, eu já não tinha mais o que aprender. Era uma carreira só. Igual a gaita de boca. Depois, meu pai tinha uma sanfona de oito baixo em casa. Agora eram duas carreiras. Minha mãe costumava cantar enquanto costurava na máquina. E isso também me

ajudou porque eu ficava acompanhando ela na cantoria. Ela morreu quando eu tinha 10 anos (maio de 1942). Meu pai comprou uma outra sanfona de oito baixo, “melhor-zinha” um pouco. Daí, eu comecei a fazer bailes em Taubaté, nas fazendas, nas roças, nas festas e nos clubes. Nesse tempo, eu não largava da sanfona até aprender tudo sobre o instrumento porque tocar uma de botão era uma coisa, mas de teclado era ou-tra completamente diferente.

Buzz – Quando você veio para Jacareí?Zé Cupido – Eu vim para cá em 1947.

Eu tocava numa rádio, do senhor Karan, que só pegava em Jacareí. Era uma casa de conserto de rádio, que tinha uma emissora e também um auditório para apresentações ao vivo.

Buzz – Qual foi a primeira música que você aprendeu a tocar?

Zé Cupido – Uma marchinha de Carna-val chamada “Upa, Upa - Meu trolinho”. Eu tocava na gaita de boca passei a tocar na sanfona.

Buzz – O que você acha do forro pé-de-serra, universitário e o eletrônico?

Zé Cupido – O pé-de-serra é o mais simples de tocar. O universitário é mais clássico. Acho que temos que acompanhar a evolução do tempo. Tudo é a mesma coi-

sa. Cada um se defende como pode. O forró eletrônico tira a graça da música. Muitos músicos ficam sem trabalho por causa dis-so. A primeira banda que toquei foi a “Co-tovelo de Cobra”. Eu acho que a sanfona está retomando o seu lugar. Antes, era so-mente teclado nas músicas porque a sanfo-na é mais limitada em termos sonoros.

Buzz – Quanto pesa uma sanfona?Zé Cupido – Uns 8 a 10 quilos. Para di-

zer a verdade, eu nem toco em pé. Com o acordeon fechado em baixo. Abro somen-te a parte de cima. Toco desde pequeno e

o oito baixo, me explicou. Amigos que tocam tam-bém me ensinaram.

Buzz – Você já compôs alguma música?Zé Cupido – Tenho alguma coisa de minha au-

toria, mas nada que fosse um sucesso. Tenho val-sa, choro. Eu tenho um choro chamado “Sonha-dor” e uma valsa que fiz em homenagem a Nossa Senhora Aparecida. A valsa tem o nome dela.

Buzz – Quais foram seus ídolos?Zé Cupido – O meu preferido foi o Luiz Gon-

zaga. Toco alguns choros dele. Tem ainda o Pedro Raimundo, um catarinense, Antenógenes Silva, o rei da valsa, e Mário Zan.

Buzz – Você acompanhou muitos músicos co-nhecidos? Cite alguns deles.

Zé Cupido. Tonico e Tinoco. Uns 20 anos eu acompanhei a dupla (1962-1982). Teixeirinha que me ouviu com a dupla e me convidou. Aprendi a tocar o estilo gaúcho. Eu toquei 15 anos os estilos

nunca tive problemas por causa do peso da sanfona.

Buzz – Como foi que você perdeu a vi-são?

Zé Cupido – Eu tinha sete dias de vida quando fui levado a um médico em Tau-baté, sem o consentimento de minha mãe, por uma prima. Ele receitou nitrato de prata para banhar os olhos. Era para molhar os olhos com o algodão a fim de desfazer de uma pele. A pessoa não soube fazer direito e aplicou. Queimou meus olhos. Aos três meses de idade, meu pai me levou a São Paulo para ver se conseguia fazer alguma coisa. Naquele tempo, 78 anos atrás, não havia muitos recursos. Os médicos disse-ram que eu poderia até operar, mas meu pai queria que eles fizessem uma abertura para eu não me bater e conseguir andar. O médico disse que faria isso somente após os cinco anos de idade. Aos quatro anos e meio de idade, aquela bolha formada com a queimadura, estourou. Vazou tudo. Eu sin-to uma sombra quando as pessoas passam perto de mim.

Buzz – Não conseguindo enxergar o instrumento e as partituras, como você conseguiu tornar-se um exímio sanfoneiro?

Zé Cupido – Tudo o que sei é de ouvi-do. Alguma coisa meu tio, que toca muito

“Tudo o que sei é de ouvido”. portugueses e italianos. O primeiro LP do Chitao-zinho e Xorororó foi comigo no acompanhamen-to. Eu tenho uma fala no LP deles, além de acom-panhar com o acordeon. Trabalhei ainda com Os Milongueiros e Os Serranos.

Buzz – Você gravou alguns discos?Zé Cupido – Eu cheguei a gravar uns 40 ou 50

discos. E fiz mais de 1000 e tantos acompanha-mentos que perdi a conta.

Buzz – E a vontade tocar com Altamiro Cari-lho?

Zé Cupido – Quase ocorreu isso em Taubaté. Vieram aqui me chamar para ir lá, mas não deu certo. Agora, ele tem mais idade e mora no Rio de Janeiro. Eu já toquei com Luiz Gonzaga. Foi em São Paulo quando ele estava fazendo a Feira do Couro. Eu morava no centro. Eu cantei com ele “Asa Branca”. Ele também foi me ver na cantina onde trabalhava em São Paulo.

Buzz – Em agosto de 2012, as escolas brasilei-ras terão de ter em sua grade curricular o ensino de música. O que você acha disso?

Zé Cupido – Muito bom. Sou favorável a crianças aprenderem a tocar.

Buzz – Que tipo de sanfona você toca hoje em dia?

Zé Cupido – Peguei 48, 80, 120 baixos. Foi um pulo. Nos shows, uso atualmente uma 80 baixos

“Eu vim para cá em 1947. Eu to-cava numa radio do senhor Ka-ran que só pegava em Jacareí”.

BuzzImagens

Entrevista / José Idelmiro Cupido

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dezembro de 2010 - Buzz 9

O sanfoneiro José Idelmiro Cupido, 78 anos, o popular Zé Cupido, é um exemplo de vida e determinação. Ele pode-ria ficar reclamando da vida por sua deficiência visual, mas sua força de vontade o catapultou para a música do mesmo modo que feras como Stevie Wonder e Ray Charles. Apren-deu a tocar gaita e depois sanfona. Começou com uma gai-tinha que ganhou de presente de aniversário, passou para uma sanfona de dois baixo, depois oito e, hoje, toca todos os modelos. Zé Cupido está casado com Railda Rodrigues e não teve filhos. Têm muitos enteados, revela. Ele é natural de Quiririm, distrito de Taubaté, muito conhecido na região por suas festas da colônia italiana. Em entrevista à revista Buzz, Zé Cupido revela que a paixão pela música veio dos avós paterno, Manoel da Rocha Cupido, e materno, Atílio Carlos Andena. Perto de completar 80 anos, ainda nutre um sonho de tocar ao lado do flautista Altamiro Carrilho. Por outro lado, teve oportunidade de tocar com um ícone da sanfona – Luis Gonzaga e ainda acompanhou diversos ar-tistas.

porque é mais leve e faz o mesmo efeito que uma de 120.

Buzz – Como está sua agenda de shows?Zé Cupido – Aonde for chamado, vou

tocar. Tenho um grupo e fazemos qualquer tipo de eventos como festas, reuniões e shows. Essa noite (anterior à entrevista), por exemplo, fizemos um aniversário num sítio em Jacareí. Já toquei para os polone-ses, no Paraná.

Buzz – O que é a vida para você?Zé Cupido – E uma razão de ser. Ten-

do alegria, saúde e disposição para fazer as coisas, tudo fica bem. Essa é a vida. Tem

gente que joga a vida fora ao preferir as drogas. A vida é uma dádiva de Deus. De-vemos preservá-la. Um presente que rece-bemos e devemos estimar.

Buzz – O que você mais gosta em Ja-careí?

Zé Cupido – De tudo que é bom: boa amizade, hospitalidade e dos ambientes alegres.

Buzz – O que você menos gosta em Ja-careí?

Zé Cupido – Da violência. Uma pessoa trabalha para ter alguma coisa e vem uma pessoa e leva tudo embora. Isso dói muito em mim.

Buzz – Como está a acessibilidade em Jacareí para as pessoas com deficiência vi-sual?

Zé Cupido – Tenho muitos amigos de-ficientes visual. A cidade tem acessos. Al-guns estudaram e aprenderam a andar sozi-nhos com bengala. Jacareí tem facilidade para deficientes visual basta ter prática. Eu sou da era antiga. Eu não aprendi a andar de bengala.

Buzz – Nem o braile?Zé Cupido – Nem o braile aprendi. Não

leio. Eu não estudei. Fiz apenas o ABC pelo método Braile. Não tive oportunida-de! Eu queria aprender, mas não entrava

na cabeça. Eu tive um professor em Jacareí muito bom, também era deficiente visual, porque achava que sozinho não conseguia aprender.

Buzz – Como você imagina Jacareí.Zé Cupido – A princípio, parece uma

cidade pacata e simples. Progressiva. Ale-gre. Tem muita recreação. Poucos prédios, mais no centro da cidade.

Buzz – O que você imagina encontrar depois de morrer?

Zé Cupido – A gente nunca sabe. Pen-so que Deus escolhe o lado bom. A gente vai para uma outra dimensão. Pode encon-trar outras coisas diferentes. Pode ser uma dimensão superior. Quando a gente parte, vamos para um plano espiritual mais ou menos elevado. Depois vai para um plano elevadíssimo. Quando minha mãe faleceu,

ela foi para um plano elevado. Segundo eu soube com os espíritas “adiantados”, dis-seram que está agora num plano espiritual “elevadíssimo” ou talvez se reencarnou.

Buzz – Mas você não é católico? A Igreja Católica não acredita em reencarna-ção, mas em ressurreição.

Zé Cupido – Uns acreditam que sim e outros que não. De vez em quando, eu vou na missa da Igreja São Sebastião.

Buzz – O que é felicidade para você?Zé Cupido – São os bons momentos da

vida que passamos. As coisas que recebe-

mos e os momentos alegres que vivemos.Buzz – Se você fosse eleito para algum

cargo e tivesse muito poder, qual seria seu primeiro projeto?

Zé Cupido – Sempre ajudar aqueles que dependem mais do próximo. Fazer com que todos tenham direitos. Acabaria com a injustiça. Não haveria tanta injustiça.

Buzz – Fale o que você quiser que será publicado na revista. Este é o espaço mais democrático da imprensa regional.

Zé Cupido – Eu gostaria que meus companheiros deficientes visuais fossem agraciados com menos injustiça e boas oportunidades. Eu gostaria que não hou-vesse tanta tristeza e injustiça como a gente ouve na televisão e no rádio. Eu gostaria de pedir a Deus que em sua infinita bondade levantasse um dedo da mão direita e puses-se nas cabeças dessas pessoas que praticam a maldade.

“Eu já toquei com Luiz Gonzaga. Foi em São Paulo quando ele es-tava fazendo a Feira do Couro”.

“A vida é uma dádiva de Deus. Devemos preservá-la. Um presente que recebemos e devemos estimar”.

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MOROU EM JACAREÍO fundador do Timão

Não é apenas o fato de um jacareiense, Alfredo Schurig, ter doado um terreno para a construção do estádio conhecido como “A Fazendinha” que liga o Sport Club Corin-thians Paulista à cidade de Jacareí. Um de seus principais fundadores, primeiro técnico e zagueiro, Raphael Perrone (ou Perroni), vi-veu em Jacareí do início da década de 40 até sua morte em 29 de agosto de 1959.

A informação de que Perrone morreu em Jacareí foi confirmada pelo jornalista Celso Dario Unzelte, um estudioso do Timão. Ele publicou em 2000, o “Almanaque do Timão”, entre outros livros relacionados ao time de Parque São Jorge. A revista Buzz entrou em contato ainda com o setor de Memorial do Clube, em São Paulo, que também confirmou que Perrone viveu em Jacareí.

Sem dados precisos, sabe-se que Rafael Perrone veio morar em Jacareí nos anos 40. De acordo com sua certidão de óbito, ele morou na rua Marechal Deodoro, nº 99, no bairro do São João, até sua morte em agosto de 1959.

Raphael Perrone teve dez filhos, segundo dados de sua certidão de óbito e de uma cer-tidão de nascimento de Rafael Luis Duaneto. Seus filhos são: Maria, Filomena e Joana (to-das do primeiro casamento, com Domingas

Spina Perroni) e outros sete (com a segunda mulher, Antonia dos Santos Perroni) Amé-lia, Isabel, Ângelo, Catarina, Aparecida, Jor-ge e Ida. Desses, apenas quatro ainda estão vivos: Isabel, Catarina, Jorge e Ida. As duas primeiras moram no Rio de Janeiro e Jorge (trabalha com audiovisual) e Ida (professora

de história) residem em Jacareí. A certidão de óbito informa nove filhos, mas a certidão de nascimento de Rafael Duaneto acrescenta a décima filha de Raphael Perrone.

De acordo com informações de seus fa-miliares, Perrone vendeu tudo, entregou parte ao Corinthians e veio tentar a vida em Jacareí.

Os Perrone de Jacareí. Ida (filha de Raphael), Jorge Machado (neto), Jorge (filho) e Rafael Luis Duaneto (neto)

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Raphael Perrone (1/4/1883/ a

29/8/1959, um dos principais fundadores

do Corinthians, seu primeiro técnico e

zagueiro

100 anos de históriaO Sport Club Corinthians Paulista foi

fundado em 1º de setembro de 1910 pelos operários: Joaquim Ambrósio, Antonio Pe-reira (pintores de parede), Raphael Perrone (sapateiro), Anselmo Correia (motorista) e Carlos Silva (trabalhador braçal). O ato ocorreu à luz de um lampião, na esquina da rua dos Italianos e José Paulino, no bairro do Bom Retiro, em São Paulo.

Os operários se encantaram com as exibições do Corinthian Football Club, o melhor time da Inglaterra na época, que ex-cursionava pelo Brasil, em agosto de 1910, e resolveram batizar uma paixão, que com-pleta 100 anos.

O primeiro jogo foi contra o União da Lapa. Embora tenha sido derrotado por 1 x 0, a equipe foi recebida com festa porque o adversário já estava estabelecido há mais tempo na várzea paulistana.

O Corinthians jogou na várzea por dois anos. Após muita luta, o Timão disputou o primeiro campeonato da Liga Paulista, em 1913, não obteve um bom resultado nessa primeira competição. No entanto, em 1914, o time conquistou seu primeiro troféu invic-to. O resto da história do alvinegro é conhe-cida por mais de 32 milhões de torcedores.

O primeirO jOgOCorinthians 0 x 1 União da LapaData -10/09/1910COrinthianS: Valente, perrone, atilio, Le-

pre, alfredo, police, joão da Silva, jorge Cam-pbel, Fabbi, César nunes e joaquim ambrósio. técnico: raphael perrone.

UniãO Da Lapa: não disponível

Apenas Ida e Jorge nasceram na cidade e os demais são paulistanos. O fundador do Timão trabalhou como motorista para uma institui-ção de saúde no transporte de tuberculosos e leprosos para São José dos Campos.

A Buzz apurou que nenhum familiar de Perrone foi convidado até o momento para participar das comemorações do Centenário do clube.

De acordo com o site do Corinthians, o nome de Raphael Perrone consta dos pri-meiros dois jogos como técnico. Também no mesmo site ele aparece na escalação do pri-meiro time como zagueiro.

A família de Jacareí não tem contato com os outros filhos do primeiro casamento de Ra-phael Perrone. Eles descrevem o fundador do

Timão como um homem alto, muito branco, olhos azuis e “fanático” pelo Corinthians. A carteira de sócio do clube (mostrada acima) é assinada pelo presidente Felipe Colonna (1929/1930).

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PROGRAMASde Natal

BAzAR SolIDáRIo das 14 às 22 horas• Participação de Entidades assistenciaisData - 9 a 19/12 de dezembroLocal: museu de antropologia do Vale do paraíba – maV

BAIlE NATAlINo da 3ª idade - 17 de dezembrohorário: das 19 às 23 horasLocal: esporte Clube elvira

Som DE GARAGEm ESpECIAl DE NATAlData - 18 e 19 de dezembrohorário: das12 às 20 horasLocal: parque dos eucaliptosentrada: um brinquedo em bom estado de conservação

mANhã CulTuRAl DE NoEl• Show com a Corporação musical• Chegada do Papai Noel18 de dezembrohorário: das 9 às 13 horasLocal: Praça Raul Chaves

FEIRA DE ARTESANAToEdição Especial de NatalDe quinta-feira a sábado

horário: 9 às 18 horasLocal: Praça Raul Chaves

ENCoNTRo DE CoRAIS13 a 23 de dezembro - 19 horasLocal: Sala mário Lago / auditório da Secretaria de Educação / EducaMais Espaço Centro, Jardim Paraíso e parque Santo antônio

CoNCuRSoS NoS BAIRRoS “NATAl EColóGICo” - 1 a 23/12• Participação de Entidades assistenciais, que decorarão praças com materiais recicláveis.

ApRESENTAção Do “AuTo DE NATAl”• Participação: alunos das Oficinas de Teatro da Fundação Culturalde jacarehy “jma” – 13 a 23 de dezembrohorário: 19 horasLocal: EducaMais Espaço Jardim paraíso, parque Santo antônioe Centro

RéVEIlloN / QuEImA DE FoGoSParticipação: Banda Mister Sound31 de dezembro - horário: 23 horasLocal: av. Davi monteiro Lino – parque da Cidade

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MERCADÃOe seus temperos

O espaço de seu quiosque no Mercado Municipal de Jacareí é pequeno, mas isso não impede que a comerciante Ana Maria Soa-res Santos venda uma infinidade de ervas e temperos. Têm os tradicionais orégano, lou-ro, coentro, salsa, colorau, tomilho e os mais desconhecidos como Chimichuri, Estragão, Curcuma e Endro Dill. Todos embalados em pacotes contendo duas colheradas.

Segundo Ana Maria, é possível encon-trar todos os tipos de temperos no Mercadão. Além de sua banca, outras duas também ven-dem as especiarias necessárias na preparação

de qualquer prato. A comerciante explica que as donas de casa procuram pelos condimen-tos presentes nas receitas que aparecem na televisão.

O negócio de Ana Maria está sendo pas-sado de pai para filho. Seu pai começou a vender, passou por sua mãe e, atualmente, ela é a responsável.

Outra banca que vende temperos é a do chinês Lee Tofui e de seu filho, Tony Lee. Eles estão neste tipo de comércio há pelos três anos. Tony diz que sua banca é a única a vender o tempero Anis Estrelado, muito pre-

Ana Maria e os pacotinhos de temperos de sua banca no Mercadão

sente na culinária chinesa. Além de temperar, esse condimento, de cor marrom e sabor pi-cante, também pode ser usado como chá.

O chileno Manuel Jesus Rivera é um dos que compra temperos no Mercadão. Ele con-firma que todo tempero que procura, acaba encontrando nas diversas bancas existentes. Ao ser entrevistado pela revista, ele compra-va alecrim a pedido da filha. Rivera diz que prefere pimenta e vinho para preparação de seus pratos.

Tony Lee e seu pai, Lee Tofui: a banca deles vende o tempero Anis Estrelado e poucos sabem

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s

a seguir publicamos uma pequena lista de tempe-ros e sua finalidade.Alho poró – meio parecido com a cebolinha, só que bem maior e usado nas sopas, ensopados e saldas.Coentro – indicado para pratos de peixe e frutos do mar.Cominho – São excelentes para temperos de carnes, peixes, aves e carneiros.Endro Dill – Vai muito bem no tempero de peixes e sopas. excelente para conservas de pepinos, pimentão e picles.Estragão – É perfeito para carne de porco, galinha, ovos e peixe. .páprica – muito usado na cozinha húngara. pro-porciona cor e sabor. Usado no tempero de carne de galinha, bolo de carne e goulash. pimenta da Jamaica – Vai bem como tempero de carnes de todos os tipos.Sálvia – Usado no Brasil para temperar farofas, para rechear frangos, peru e pato.Tomilho – pode ser usado em molhos, assados, peixes, sopas, recheios para aves e especial-mente em lagosta e camarão.

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BuZZ in

Fibria no Conselho das Indústrias FlorestaisFotos: Divulgação

O presidente do Conselho da Fibria, Lucia-no Penido (foto ao lado), assumiu no dia 3 passado o posto de chairman do grupo de trabalho das indústrias florestais do Conselho Mundial para o Desenvolvimento Sustentá-vel. A entidade sem fins lucrativos, com sede em Genebra, Suíça, reúne executivos de 145 empresas mundiais comprometidos com o desenvolvimento sustentável.

É Natal! A Faculdade Anhanguera promoverá no dia 4 de dezembro o IV Natal Solidário. A unidade Jacareí vai receber 600 crianças dos bairros Parque Meia-Lua, Porto Velho e comunidade Bananal para entrega de presentes. O evento faz parte do programa de interação social entre professores e alunos com a cidade. A faculdade pretende fazer vi-sitas nos asilos para entrega de presentes.

ONG BRASIL. O Hospital São Francisco de Assis participou nos dias 25, 26 e 27 de novembro da Feira e Conferência de Ong´s Brasileiras, que ocorreu no Expo Cen-ter Norte, em São Paulo. 500 mil pessoas par-ticiparam do evento. O hospital divulgou os projetos do programa Nota Fiscal Paulista, o recém lançado “Selo Vida” e lançou a almo-fada para amamentação.

KIBUXIXO PARK. A tradicional loja de roupas infantis de Jacareí (Kibuxi-xo) realizou desfile e brincadeiras diversas dentro do tema “Parque de Diversões” no dia 24 de novembro, no Agrocentro.

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