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Catalisando a Mudança: Um manual para desenvolver a gestão integrada de recursos hídricos (GIRH) e estratégias de uso eficiente da água Comitê Técnico (TEC) Produzido pelo Comitê Técnico da Global Water Partnership (GWP), com o apoio financeiro do Ministério de Relações Exteriores da Noruega Português

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Catalisando a Mudança:Um manual para desenvolver a gestãointegrada de recursos hídricos (GIRH) e estratégias de uso eficiente da água

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Produzido pelo Comitê Técnico da Global Water Partnership (GWP), com o apoio financeiro do Ministério de Relações Exteriores da Noruega

Português

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Impresso por: Elanders 2005

Autora: Sarah Carriger

Produção: Svensk Information, www.sinfo.se

Fotografia: DigitalVision’s Aqua Blue. Cover, Stock Image.

ISBN: 91-85321-63-X

Em um esforço visando encorajar um movimento voltado para a adoçãode abordagens mais sustentáveis no desenvolvimento e gestão de recur-sos hídricos, a Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável(CMDS), em 2002, convocou todos os países para elaborarem estratégiasde GIRH e de uso eficiente da água (1) até o final de 2005. Tais estratégiastêm a intenção de apoiar o esforço dos países para atingir as metas dedesenvolvimento, tais como redução da pobreza, aumento da segurançaalimentar, promover o crescimento econômico, proteger os ecossistemas;e enfrentar os desafios específicos dos recursos hídricos, tais como o con-trole de inundações, mitigação dos efeitos de secas, expansão do acesso aágua e saneamento, e lidar com a competição crescente pela água e aescassez de água.

Este documento, preparado pelo Comitê Técnico (TEC) da GWP, visa pro-ver os países com o conhecimento que necessitam para agir sobre asrecomendações da CMDS (WSSD, em inglês) da maneira que lhes for maisútil. As estratégias devem catalisar a ação, não retardá-la. Cada país pre-cisa decidir o escopo e o cronograma de mudança baseado em suas metase seus recursos. A coisa importante é dar os primeiro passos.

O TEC da GWP é um grupo de profissionais e cientistas reconhecidos inter-nacionalmente habilitados nos diferentes aspectos da gestão da água.Este comitê, cujos membros são oriundos de diferentes regiões no mundo,proporciona apoio e orientação técnica para as outras entidades da GWP epara as Parcerias da GWP como um todo.

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Catalisando a mudança:Um manual para desenvolver a gestão integrada de recursos hídricos (GIRH) e

estratégias de uso eficiente da água

Produzido pelo Comitê Técnico da Global Water Partnership (GWP), com o apoio financeiro do Ministério de Relações Exteriores da Noruega

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Índice do conteúdo

Prefácio ........................................................................................................................................................3

CONCEITOS ..................................................................................................................................................5A questão da GIRH ....................................................................................................................................6

Água e desenvolvimento sustentável ............................................................................................6Definição de “Integrada” em GIRH ..................................................................................................7Vantagens de uma abordagem de GIRH ........................................................................................7O papel da eficiência no uso da água ..........................................................................................10A GIRH como ferramenta para mudança ....................................................................................12

CONTEÚDO ................................................................................................................................................13Uma estratégia para provocar e guiar a mudança ........................................................................14

Mensagens chave das metas de ação da CMDS ......................................................................14Escolher um ponto de partida ........................................................................................................15Definir temas e estabeleça prioridades ......................................................................................16

Passos no sentido de um desenvolvimento e gestão mais integrados ....................................18Áreas de mudança da GIRH ............................................................................................................18Estabelecer ligações entre setores e níveis ................................................................................21

O PROCESSO ............................................................................................................................................25Componentes básicos na formulação de estratégias ..................................................................26

A diferença entre plano e estratégia ............................................................................................26Definir responsabilidades ................................................................................................................26Envolver atores ..................................................................................................................................27Criar uma base de conhecimento ................................................................................................29Estabelecer um cronograma e marcos referenciais ................................................................31Monitoramento e avaliação ..........................................................................................................32

Enfrentar os potenciais obstáculos ....................................................................................................34Mobilizar apoio ..................................................................................................................................34Mobilizar recursos financeiros ......................................................................................................35Mobilizar recursos humanos ..........................................................................................................36

AÇÃO ..........................................................................................................................................................39Garantir a efetiva implementação ....................................................................................................40

Evitar a não-ação ..............................................................................................................................40Promover reformas ............................................................................................................................41Aprendizado global ..........................................................................................................................42

ANEXOS ......................................................................................................................................................43Anexo 1: Artigo 26 do Plano de Implementação da CMDS ..................................................44Anexo 2: Exemplo de um marco de resultados estratégicos ................................................45Anexo 3: Lista de agências de apoio e financiamento ............................................................46

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Para atingir as metas nacionais de desenvol-vimento sustentável e enfrentar os desafiosespecíficos relacionados a recursos hídricos,os países necessitam fazer investimentos eminfra-estrutura – encanamentos, poços, esta-ções de tratamento e sistemas de irrigação.Devem também investir na melhoria da ges-tão de seus recursos hídricos atuais. O esta-belecimento de uma gestão integrada derecursos hídricos (GIRH) e de uma estraté-gia de uso eficiente desses recursos garantiráque os países tenham maior retorno de seusinvestimentos, que os benefícios sejam dis-tribuídos eqüitativamente e que os ganhossejam sustentáveis e não obtidos às custas dasaúde dos ecossistemas.

Em um esforço visando encorajar ummovimento voltado para a adoção de abor-dagens mais sustentáveis no desenvolvimen-to e gestão de recursos hídricos, a CúpulaMundial sobre o Desenvolvimento Susten-tável (CMDS), em 2002, convocou todos ospaíses para elaborarem estratégias de GIRHe de uso eficiente da água1) até o final de2005. Tais estratégias têm a intenção deapoiar os países em seu esforço para:• Atingir as metas de desenvolvimento, tais

como redução da pobreza, aumento dasegurança alimentar, busca de crescimen-to econômico e proteção dos ecossiste-mas.

• Enfrentar os desafios específicos de recur-sos hídricos, tais como o controle deinundações, mitigação dos efeitos desecas, incremento do acesso à água e sane-amento e enfrentamento da competiçãocrescente pela água e de sua escassez. Este documento não fornece orientação

estrita para a elaboração de uma estratégia,mais que isso objetiva prover os países com oconhecimento necessário para agirem comrespeito às metas de ação da CMDS, daforma que lhes seja mais útil. As estratégiasdevem catalisar a ação, não retardá-la. Cadapaís deve decidir o escopo e o tempo neces-sário para mudanças baseadas em suas pró-prias metas e recursos. O importante é dar osprimeiros passos.

Fazendo ProgressosNo final de 2003, a GWP realizou uma pes-quisa informal para ver como os países esta-vam progredindo no sentido de adotar abor-dagens mais sustentáveis no desenvolvimentoe gestão de recursos hídricos e, em particular,no sentido de cumprir as metas de ação daCMDS2). Os resultados preliminares indicamque, dos 108 países pesquisados até aquelemomento, cerca de 10% estavam fazendo umbom progresso em abordagens mais integra-das, 50% tomaram algumas iniciativas nessadireção, mas necessitavam aumentar seusesforços, enquanto os 40% restantes estavamno estágio inicial do processo.

Os resultados do levantamento sugeremque alguns países estão tendo dificuldadesem reconhecer como uma estratégia deGIRH pode ajudar a ampliar seu desenvol-vimento social e econômico, enquantooutros estão encontrando várias dificuldadesem seus esforços para iniciar o processo.Espera-se que as recomendações e liçõesapresentadas neste manual abordem os doistipos de obstáculos.

Estimulando uma abordagemestratégica Escolhemos usar a palavra “estratégia”, aoinvés de “plano” para enfatizar a naturezadinâmica e orientada a mudanças do proces-so. A idéia não é criar um plano tradicionalde recursos hídricos, cobrindo ações de des-envolvimento e gestão desses recursos aserem realizadas no decorrer de um intervalode tempo limitado, mas desenvolver umesquema dinâmico, que encorajará melhoresplanejamento e tomada de decisão, demaneira contínua.

Vários países reconheceram o valor daadoção de uma abordagem de GIRH,mesmo antes da CMDS, e já estão em algumponto do caminho. Procuramos relacionarlições extraídas de suas experiências para obenefício daqueles que estão apenas come-çando. E para os mais adiantados, oferece-mos alguma orientação para refinar e imple-mentar suas estratégias.

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Prefácio

1) A expressão exata usada noPlano de Implementação da CMDSé “gestão integrada de recursoshídricos e planos de uso eficienteda água”. No entanto, acreditamosque a palavra “estratégia” refletemelhor o espírito da proposta daCMDS.

2) Veja www.gwpforum.org paraobter cópia completa do relatório.

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Assimilando as lições aprendidasAs lições e recomendações apresentadas aquiforam coletadas em todo o mundo pela redemundial de parceiros da Global Water Part-nership (GWP) e através de uma série de ofi-cinas especialmente organizadas, que reuni-ram representantes comprometidos com apreparação de estratégias em países da Ásia,África e América Latina. Atores e profissio-nais representando um amplo espectro deespecialistas em água e desenvolvimentotambém contribuíram para este manual atra-vés de um processo inclusivo de consulta erevisão.

Nas páginas deste manual, incluímos refe-rências a relevantes Documentos de Base doComitê Técnico (Technical Committee –TEC) da GWP (ou GWP TEC BackgroundPapers), a estudo de casos e a ferramentas daCaixa de Ferramentas em GIRH (IWRMToolBox). Pretende-se dar aos leitores uma

visão geral dos recursos disponíveis e refe-rências sobre onde procurar informaçõesadicionais sobre os tópicos pertinentes às suasrespectivas situações.

Os Documentos de Base TEC 4 e 10 —“Integrated Water Resources Management” e“…Integrated Water Resources Management(IWRM) and Water Efficiency Plans by 2005”são leituras recomendadas para todos osusuários deste manual. Esses trabalhos des-crevem os fundamentos conceituais e oscomponentes específicos do processo deGIRH, já que aqui escolhemos nos concen-trar nos primeiros passos práticos necessáriospara seguir adiante com o processo.

Roberto LentonPresidente, Comitê Técnico Global Water Partnership

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Conceitos

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Água e desenvolvimentosustentável A água é um elemento crítico, mas freqüen-temente considerado superficialmente, nodesenvolvimento sustentável. Klaus Toep-fer, Diretor Executivo do Programa dasNações Unidas para o Meio Ambiente(PNUMA), no seu comentário sobre osresultados da CMDS disse “... a CMDS des-tacou que a água não é somente a mais básicadas necessidades, mas está também no centrodo desenvolvimento sustentável e é essencialpara a erradicação da pobreza. A água estáintimamente associada à saúde, agricultura,energia e biodiversidade. Sem o progressonas questões da água, será difícil alcançar asoutras Metas de Desenvolvimento do Milê-nio, se não impossível.”

Os países precisam ser capazes de garantirsuprimento de água não poluída confiável eprontamente acessível a fim de melhorar ascondições de saúde, reduzir a mortalidadeinfantil e elevar a posição das mulheres. Aágua é um ingrediente chave na geração decondições de vida no meio rural, na produ-ção de alimentos e de energia, encorajando ocrescimento dos setores industriais e de ser-viços, e garantindo a integridade dos ecossis-temas e os bens e serviços que provêem.

A água também apresenta os seus próprios

desafios ao desenvolvimento – inundações,secas e doenças relacionadas com a águapodem ter um grande impacto sobre ascomunidades e, certamente sobre as econo-mias nacionais. De acordo com o Relatóriodas Nações Unidas sobre o Desenvolvimen-to Mundial da Água de 2003, entre 1991 e2000 mais de 665.000 pessoas morreram emconseqüência de 2.557 desastres naturais –90% dos quais estavam relacionados com aágua e 97% das vítimas eram de países emdesenvolvimento.3) As perdas econômicasanuais registradas, associadas a estes desastres,cresceram de 30 bilhões de dólares, em1990, para 70 bilhões de dólares, em 1999.Assim, como podem os países superar estesdesafios e satisfazer as necessidades de águadas populações, indústrias e ecossistemas?Como cada país escolhe a resposta a esta per-gunta depende da sua situação e suas priori-dades de desenvolvimento, mas para otimi-zar a contribuição da água para o desenvolvi-mento sustentável, qualquer resposta deveconsiderar:• As numerosas e complexas ligações entre

as atividades que influenciam e são in-fluenciadas pela forma com a qual a água éutilizada e gerida – algo que somente épossível usando uma abordagem deGIRH.

3) United Nations World WaterAssessment Programme. 2003. UNWorld Water Development Report:Water for People, Water for Life.Paris, New York and Oxford,UNESCO (United Nations Educatio-nal, Scientific and Cultural Organi-zation) and Berghahn Books.

A questão da GIRHA GIRH é uma ferramenta flexível para abordar os desafios relacionados a recursos hídricose otimizar sua contribuição para o desenvolvimento sustentável.

A GIRH não é uma meta em si mesma. Trata do fortalecimento de marcos de governançade recursos hídricos para promover um bom processo de tomada de decisões em resposta anecessidades e situações dinâmicas. Procura evitar a perda de vidas, o desperdício de din-heiro e o esgotamento dos recursos naturais como conseqüência de tomadas de decisãoque não consideram a amplitude das ramificações das ações setoriais. A GIRH visa garantirque a água seja utilizada e gerenciada de maneira eqüitativa e que sejam consideradas asdiversas necessidades de água das mulheres e dos pobres. Procura garantir que a água sejausada para fazer avançar as metas de desenvolvimento social e econômico de cada país, demaneira a não comprometer a sustentabilidade dos ecossistemas vitais ou ameaçar a pos-sibilidade de gerações futuras satisfazerem suas necessidades de água.

O capítulo seguinte fornece uma visão sucinta do conceito de GIRH – princípios básicos,vantagens e implicações para a governança em recursos hídricos.

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• Como encorajar um uso mais eficienteda água, considerando que é um recursolimitado.

Definição de “Integrada” em GIRH Uma abordagem de GIRH promove a utili-zação e a gestão coordenadas da água, solo erecursos relacionados, a fim de maximizar obem estar econômico e social resultante, demaneira eqüitativa, sem comprometer a sus-tentabilidade de ecossistemas vitais4).

Isto inclui utilização e gestão mais coor-denadas de:• solo e água,• água de superfície e subterrânea,• a bacia hidrográfica e seus ambientes adja-

centes costeiros e marítimos,• interesses a montante e a jusante.

Mas a GIRH não versa somente sobre agestão de recursos físicos; também trata dereformar os sistemas humanos para dar con-dições às pessoas – homens e mulheres – dese beneficiarem desses recursos.

A elaboração de políticas e planejamento,adotando uma abordagem de GIRH, requerque: • as políticas e prioridades considerem as

implicações dos recursos hídricos, in-cluindo o relacionamento de duas viasentre políticas macroeconômicas e o des-envolvimento, gestão e uso da água,

• exista uma integração transversal dos seto-rial no desenvolvimento da política,

• seja dada voz aos atores no planejamentoe gerenciamento da água, com particularatenção na garantia de participação demulheres e pobres,

• as decisões relacionadas com a água toma-das em nível local e de bacia hidrográficaestejam alinhadas com, ou pelo menosnão sejam conflitantes com, a realizaçãode objetivos nacionais mais amplos, e

• o planejamento e estratégias de recursoshídricos sejam integrados dentro de metassociais, econômicas e ambientais maisamplas. Na prática, isto significa dar à água o lugar

apropriado na agenda nacional; criar umamaior “conscientização sobre a água” entreos tomadores de decisão responsáveis pela

política econômica e pelas políticas dos seto-res relacionados com a água; criar canais maisefetivo para comunicação e compartilha-mento da tomada de decisão entre as agên-cias governamentais, organizações, gruposde interesses e comunidades; e encorajar aspessoas a pensar “fora dos limites” das defini-ções dos setores tradicionais.

Vantagens de uma abordagemde GIRHResolve problemas: Muitos países estãoenfrentando problemas relacionados com aágua, que estão se mostrando intratáveis porabordagens uni-setoriais convencionais.Alguns exemplos possíveis são: secas, inun-dações, exploração exagerada de águas sub-terrâneas, doenças de origem hídrica, degra-dação do solo e da água, contínua degrada-ção dos ecossistemas, pobreza crônica naszonas rurais e crescimento de conflitos pelaágua. As soluções para tais problemas podemestar fora do alcance das agências encarrega-das de resolvê-los e, usualmente, requerem acooperação de múltiplos setores. Nessescasos, uma abordagem de GIRH torna aidentificação e implementação de soluçõesefetivas muito mais fácil. Evita também asituação tão comum onde a solução de umproblema cria outro.

Evita investimentos baratos e erroscaros: Tomadas de decisão baseadas emvisões setoriais de curto prazo são raramenteefetivas a longo prazo e podem resultar emalguns erros muito caros – em termos deganhos insustentáveis, conseqüências impre-visíveis e oportunidades perdidas.

As decisões sobre investimentos devemser baseadas em uma avaliação de custos ebenefícios que seja ampla e de longo prazo.Devem considerar as implicações econômi-cas de manutenção da infra-estrutura, servi-ços de água, o potencial de recuperação doscustos e os impactos ambientais tanto decurto quanto de longo prazos. Os tomadoresde decisão também devem considerar oambiente macroeconômico predominante,e a maneira que as políticas macroeconômi-cas, tais como juros e câmbio, afetam a inser-ção do tema água no desenvolvimento e a

4) Global Water Partnership Techni-cal Advisory Committee, TEC Back-ground Paper No. 4: IntegratedWater Resources Management(Stockholm: Global Water Part-nership, 2000), p. 22.

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sustentabilidade da infra-estrutura hidráuli-ca. O Chile é um bom exemplo de comouma política macroeconômica sólida susten-ta a incorporação da água nos processos dedesenvolvimento e de adequação dos servi-ços de fornecimento de água.

Numa visão estreita ou num pensamen-to setorial, é freqüentemente o meioambiente que acaba como perdedor – comconseqüências negativas para ambos, o des-envolvimento social e econômico. Porexemplo, no desastre do Mar de Aral, odesenvolvimento da irrigação teve comoresultado a perda da pesca valiosa, mudançaclimática regional e problemas contínuosdevidos ao esgotamento do mar. Umaabordagem de GIRH impõe a considera-ção dos impactos ambientais desde oinício. Isso evita as perdas associadas com odesenvolvimento não sustentável e os cus-

tos elevados de corrigir os erros mais tarde.Por exemplo, os custos anuais para desfazeros efeitos da degradação do solo e da águana Ásia estão sendo estimados em 35 bilhõ-es de dólares.6) Nos Estados Unidos, a res-tauração apenas das áreas úmidas dos Ever-glades está orçada em 10 bilhões de dólares.

Obtenção de maior valor dos recursosfinanceiros nos investimentos em infra-estrutura: Planejar, projetar e finalmentegerenciar a infra-estrutura usando uma abor-dagem de GIRH garante rendimentos máxi-mos – social e econômico – sobre os investi-mentos. A implantação de infra-estruturapor si só gera saldos limitados; freqüente-mente outros ingredientes são necessáriospara as pessoas se beneficiarem. Consideran-do um exemplo muito simples, imagine asituação de um número crescente de mulhe-

Quadro 1. Princípios básicos da GIRH

A GIRH não é um esquema dogmático, mas uma abordagem flexível, de bom senso para a gestão edesenvolvimento da água. Como não há um conjunto de “regras” de GIRH, a abordagem é fundamentadanos princípios de Dublin, os quais afirmam que:

1. A água doce é um recurso finito e vulnerável, essencial para manter a vida, o desenvolvimento e o meioambiente – Como a água mantém a vida, uma gestão efetiva dos recursos hídricos demanda umaabordagem holística, unindo o desenvolvimento social e econômico com a proteção dos ecossistemas. A gestão efetiva associa os usos do solo e da água em toda a área de captação da micro-bacia ou doaqüífero subterrâneo.

2. A utilização e a gestão da água devem ser baseadas em uma abordagem participativa, envolvendo usuá-rios, planejadores e formuladores de políticas em todos os níveis – A abordagem participativa envolve aconscientização sobre a importância da água entre os formuladores de políticas e o público em geral.Isto significa que as decisões são tomadas no nível apropriado mais baixo, com consulta pública abran-gente e envolvimento dos usuários no planejamento e implantação dos projetos de recursos hídricos.

3. As mulheres são atores centrais no abastecimento, gestão e proteção da água – Este papel central dasmulheres, como provedoras e usuárias da água e guardiãs do ambiente natural vivo, tem sido raramenterefletido em acordos institucionais para o desenvolvimento e gestão dos recursos hídricos. A aceitação eimplementação deste princípio requerem políticas afirmativas para contemplar as necessidades específi-cas das mulheres e equipá-las e empoderá-las para participarem, em todos os níveis, dos programas derecursos hídricos, inclusive na tomada de decisão e implementação, conforme definido por elas.

4. A água tem um valor econômico em todos os seus usos competitivos e deve ser reconhecida como umbem econômico – Dentro deste princípio, é vital reconhecer primeiramente, o direito fundamental detodos os seres humanos de terem acesso à água limpa e saneamento, com um preço acessível. Falhasanteriores no reconhecimento do valor econômico da água levaram à utilização do recurso com desper-dícios e a danos ambientais. Gerenciar a água como um bem econômico é uma maneira importante dealcançar um uso eficiente e eqüitativo, e encorajar a conservação e proteção dos recursos hídricos5).

5) Do “The Dublin Statement onWater and Sustainable Develop-ment. International Conference onWater and Environment, Dublin,1992.”

6) Jalal, K. e P. Rogers. 1997. Measu-ring Environmental Quality in Asia.Cambridge: Harvard UniversityPress.

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res fazendeiras no sub-Saara africano, ten-tando produzir alimento para as suas criançase uma renda básica das terras da família. Elapoderá se beneficiar da oportunidade ofere-cida pela infra-estrutura de irrigação somen-te se ela e a sua família gozarem de boa saúde,se estiver habilitada a exigir os seus direitos àágua e serviços de irrigação confiáveis, e setiver acesso a investimentos, conhecimento,mercado, crédito agrícola e aos meios de arara terra, colher e transportar a sua safra. Inte-grar o desenvolvimento relacionado a recur-sos hídricos dentro de processos de planeja-mento mais amplos ajuda a garantir que osinvestimentos trabalhem todos em sinergia,produzindo maiores retornos do que seriampossíveis através de uma abordagem uni-setorial.

Uma abordagem de GIRH no projeto eno gerenciamento da infra-estrutura tam-bém torna possível capitalizar em sinergiaspotenciais, por exemplo, pela combinaçãode sistemas de irrigação e pesca ou desenvol-vendo esquemas de fornecimento de águapara usos domésticos e produtivos.

Alocar a água estrategicamente: Muitospaíses, após examinarem suas abordagensatuais para com a água, concluíram que: 1)eles não estão considerando a alocação deágua estrategicamente o bastante, em funçãodos objetivos nacionais, 2) a alocação de

água, quando deixada para o nível apropria-do mais baixo, necessita ser orientada porum arcabouço concebido no nível da baciahidrográfica ou nacional, e 3) as conexõesentre as decisões de alocação de água e o des-envolvimento nacional e o processo de pla-nejamento econômico são frágeis ou inexis-tentes.

A alocação estratégica requer a subordina-ção das necessidades de setores individuais egrupos de usuários aos objetivos maiores dasociedade. Uma abordagem de GIRH con-vida os países a olharem a alocação no con-texto de um “grande cenário” de metas dedesenvolvimento sustentável (veja, porexemplo, o caso do Iêmen, Quadro 2).

A alocação estratégica é raramente alcan-çada através de decretos. É alcançada maiscomumente indiretamente – freqüentemen-te através de ganhos em uso eficiente da água– utilizando ferramentas tais como o estabe-lecimento de preço e tarifas de recursoshídricos, introdução de incentivos e subsí-dios apropriados e remoção de incentivos esubsídios considerados prejudiciais dentro efora do setor de recursos hídricos. Na Chinasetentrional, o governo conseguiu transferirágua do setor da agricultura para atender àsnecessidades das cidades em crescimento eindústrias, por meio de um programa inte-grado de valoração e incentivos, e a introdu-ção de inovações tecnológicas. A utilização

7) Estudo de caso fornecido porAslam Chaudhry.

Quadro 2. Uma abordagem de GIRH para refinar o desenvolvimento econômico no Iêmen

O avanço do Iêmen na direção da GIRH foi parte de uma série de reformas econômicas, financeiras e admi-nistrativas concebidas para recuperar a economia do país que estava à beira do colapso. Na primeira metadede 1990, o Iêmen estava sofrendo as conseqüências de uma elevada taxa de desemprego, inflação e déficitorçamentário. Exploração intensa das águas subterrâneas para irrigação, em muitas bacias hidrográficas,estava custando ao país uma quantia estimada em meio bilhão de dólares anuais. A situação da gestão dosrecursos hídricos do país era marcada pela fragmentação institucional, governança deficiente e marcos polí-ticos inadequados.

Uma abordagem de GIRH ajudou os formuladores de políticas a enfocarem o problema da exploração daságuas subterrâneas utilizando um modelo multifacetado mais efetivo – incluindo a redução de subsídios aoóleo diesel e retirada de subsídios a equipamentos de bombeamento. Ofereceu também uma forma de anali-sar a alocação dos escassos recursos hídricos do país em relação à meta de desenvolvimento econômico.Esta análise sugeriu uma estratégia de transferência de água para fora da agricultura – que usa 85 a 90 porcento da água, mas contribui somente com 15 por cento do PIB – a usos com valores mais altos.7)

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efetiva da amplitude das ferramentas de re-alocação “indiretas” requer a cooperaçãotransversal dos setores.

O papel da eficiência no uso da águaA melhoria em eficiência no uso da água eoutros recursos relacionados (incluindorecursos financeiros) é outra maneira demaximizar o bem estar econômico e socialderivado da água como um recurso escasso, eé uma parte integral de uma abordagem deGIRH. Antes de simplesmente “fornecermais água” (geralmente implicando na cons-trução de infra-estruturas novas e caras), o pri-meiro passo deve ser procurar oportunidadespara melhorar a eficiência de uso da água –tanto pela redução do desperdício, quantopor meio de re-alocação. Na França seten-trional, quando as cidades e as indústrias viramque suas fontes de água estavam ameaçadaspela queda rápida dos aqüíferos devido à reti-rada excessiva de água subterrânea, propuse-ram soluções baseadas em oferta – pela cons-trução de uma represa em um rio a 30 milhasde distância e a instalação de encanamentospara transportar a água ou a construção deuma estação de dessalinização. O custo? Oequivalente a um bilhão de dólares america-nos para os pagadores de impostos franceses.Mas os formuladores de políticas escolheramuma solução baseada na demanda: impuseramuma pequena taxa para cada metro cúbico deágua retirada do aqüífero. Confrontados poressa taxa, os operadores de indústrias e as cida-des descobriram que eles poderiam, afinal,reduzir os seus consumos de água e, comoresultado, a utilização de água subterrânea naregião é atualmente sustentável.8)

As metas de ação da CMDS destacam doisaspectos diferentes de eficiência: uma rela-cionada com eficiência técnica no uso da água;a outra relacionada com a eficiência naalocação, ou seja, a eficiência com que asociedade aloca a água e recursos relaciona-dos para o desenvolvimento social e econô-mico sustentável. A primeira busca interven-ções na gestão de demandas; a segundaenvolve alocação estratégica da água (con-forme foi mencionado da seção anterior).De uma perspectiva de GIRH, ambas, a efi-

ciência técnica e de distribuição, requerem oreconhecimento do valor social e ambiental,assim como, do econômico da água.

Aspectos de melhoria da eficiência téc-nica:Eficiência do usuário: A eficiência do usuário éfreqüentemente alcançada através damudança de seu comportamento – porexemplo, através de campanhas informati-vas, incentivos econômicos e ferramentastecnológicas (por exemplo, medições emodernização), geralmente referidas como“gestão de demanda”. No exemplo francêsacima, a eficiência melhorou com a cobran-ça de um taxa por metro cúbico de água reti-rada do aqüífero. No Chile, os usuários deágua para agricultura são motivados aaumentarem as suas respectivas eficiências,não pelo custo da água, que é mínimo, maspelo alto valor de suas colheitas no mercadointernacional. Uso mais eficiente da águasignifica que eles poderão irrigar uma áreamaior, portanto aumentando a produção e,conseqüentemente, os lucros.

Reciclagem e reúso da água: A reciclagem e oreúso já prevalecem na maioria das baciascom escassez de água. Por exemplo, no Egitoe no norte da China, é prática comum dosfazendeiros usar pequenas bombas nos fossosde drenagem para reusar a água. A agência deirrigação apóia esta estratégia de reúso mistu-rando o esgoto com água doce para aumentaras reservas usáveis. Os principais desafios dagestão de recursos hídricos associados à reci-clagem e ao reúso são controlar a poluição,prevenir a salinização de solo e água e, espe-cialmente em relação ao reúso de água resi-duais, eliminar os riscos para a saúde.

Eficiência na oferta: Eficiência no abastecimen-to está relacionada com a eficiência no fun-cionamento de sistemas de irrigação, esque-mas de abastecimento de água urbanos eoutras obras de aproveitamento hidráulico.Intervenções possíveis para melhorar a efi-ciência no abastecimento incluem o consertode vazamentos nos sistemas de abastecimentourbanos, reabilitação de sistemas de irrigaçãoe introdução de inovações, tais como a irriga-

8) Estudo de caso fornecido porIvan Chéret.

Antes de simples-mente “fornecermais água” (geral-mente implicandona construção deinfra-estruturasnovas e caras), oprimeiro passo deveser procurar opor-tunidades para mel-horar a eficiência deuso da água – tantopela redução dodesperdício, quantopor meio de re-alo-cação.

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ção por gotejamento e sistema de esgoto aseco. Quando se implementam intervençõespara aumentar a eficiência de abastecimentoem áreas irrigadas, é importante ter em menteduas coisas: 1) Devido à predominância dereciclagem e reúso de água em sistemas irri-gados, os esforços para melhorar a eficiênciade abastecimento devem ser consideradosdentro de um contexto integrado de bacia –as águas que infiltram dos canais de irrigaçãoe dos campos podem, na realidade, estar ali-mentando reservatórios subterrâneos oubeneficiando ecossistemas e 2) as medidaspara melhorar a eficiência de abastecimentonecessitam ser acompanhadas de políticas quegarantam que a água economizada vá benefi-ciar outros usos.

Aspectos da melhoria da eficiência naalocação:Eficiência na alocação é alcançada através deuma série de medidas que garantam a aloca-ção de água para os usos de valores mais ele-vados – por exemplo, através de mercados

de água, direitos à água, sistemas ou outromecanismo de alocação econômico ouregulatório – como também através da ava-liação adequada e realista dos custos e benefí-cios. De modo relevante, a partir de umaperspectiva de GIRH, a determinação do“uso de maior valor” deve levar em contaconsiderações sociais e ambientais, assimcomo econômicas; da mesma forma, os cus-tos e benefícios devem ser avaliados em ter-mos sociais e ambientais, assim como, eco-nômicos. Isto significa, por exemplo, con-centrar-se nos valores produtivos e de biodi-versidade de ecossistemas terrestres e aquáti-cos, assim garantindo fluxos ambientais ade-quados por intermédio de meios econômi-cos e regulatórios.

Em países de baixa renda, isto implicatambém em ênfase na redução da pobreza,ou seja, qual a melhor forma da sociedadecontribuir para aumentar o acesso aos recur-sos e às oportunidades geradoras de rendapara homens e mulheres através do desen-volvimento e gestão dos recursos hídricos.

Quadro 3. As treze fundamentais áreas de mudanças da GIRH

Ambiente propício

1. Políticas – estabelecimento de metas para uso, proteção e conservação da água.

2. Arcabouço legal – as regras a serem seguidas para se alcançar políticas e metas.

3. Estruturas de financiamento e de incentivos – alocação de recursos financeiros para satisfazer às necessidades de água.

Funções institucionais

4. Criação de um marco organizacional – formas e funções.

5. Capacitação institucional – formação de recursos humanos.

Instrumentos de gestão

6. Avaliação dos recursos hídricos - compreensão dos recursos e necessidades.

7. Planos de GIRH – combinação das opções de desenvolvimento, uso de recursos e interação humana.

8. Gestão de demanda – uso mais eficiente da água.

9. Instrumentos de mudança social – promoção de uma sociedade civil orientada para a água.

10. Solução de conflitos – gerenciamento de disputas, garantia de uso compartilhado da água.

11. Instrumentos regulatórios – alocação e limites de usos da água.

12. Instrumentos econômicos – uso do valor e preço para eficiência e eqüidade.

13. Gestão e intercâmbio de informação – melhoria do conhecimento para melhoria de gestão da água.

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A GIRH como ferramenta para mudançaUma abordagem de GIRH requer mudançaspositivas – no ambiente propício, nas funções ins-titucionais e em instrumentos de gestão (vejaQuadro 3, página 11). Fundamentalmente, aGIRH versa sobre a governança da água, ou seja, amultiplicidade de sistemas políticos, sociais, eco-nômicos e administrativos que regem o desenvol-vimento e gestão dos recursos hídricos e distribui-ção dos serviços de água, nos diferentes níveis dasociedade.

Dado que mudança é uma parte fundamentalda abordagem, a GIRH deve ser vista mais comoum processo do que como uma abordagem desomente um alvo – um processo de longo prazo econtinuamente se movendo adiante, mas maisinterativo do que os de natureza linear (veja Figu-ra 1). Inerente a esta visão está a necessidade de ummodelo de governança efetiva, que adote boastomadas de decisão de maneira contínua em res-posta às variações de necessidades e de cenários.Como um processo de mudança que almejamudar os sistemas de desenvolvimento e gestão daágua de suas atuais formas não sustentáveis, aGIRH não tem inícios e fins fixos. A economia e asociedade globais são dinâmicas e o ambientenatural é também sujeito a mudanças; os sistemasde GIRH necessitarão, conseqüentemente, res-ponder às mudanças e deverão ser capazes de seadaptarem às novas condições econômicas, sociaise ambientais e aos dinâmicos valores humanos.

Seria fácil para os formuladores de políticas eprofissionais colocados diante da perspectiva decompleta mudança da governança, concluir que étudo muito complexo, com negociações e escolhasdifíceis e em número excessivo. Mas a adoção daGIRH não significa jogar tudo fora e começar denovo. Mais freqüentemente, significa adaptar-se econstruir a partir das instituições e procedimentosde planejamento existentes para alcançar umaabordagem mais integrada.

A maioria dos países que avaliaram honestamen-te a sua situação atual escolheu encaminhar-se parauma abordagem de GIRH. Concluíram que asabordagens setoriais estavam, de fato, falhando noatendimento de um grande número de áreas chave.Na Malásia, os modelos setoriais se mostraramincapazes de alocar eficazmente a água escassa,controlar inundações ou poluição, e proteger omeio ambiente. Na Costa Rica, estavam falhandona forma de lidar com os conflitos no uso da água,questões de meio ambiente e inundações. NoIêmen, foram incapazes de interromper a intensaextração de águas subterrâneas ou ajudar a revitali-zar a economia estagnada (veja quadro 2, página 9).

Esses países, e outros, reconheceram que abordarefetivamente tais questões é essencial para o bemestar da população e a prosperidade do país. Umaabordagem holística e integrada que considere aágua estrategicamente no contexto de diferentes sis-temas institucionais; usos diferentes, freqüentemen-te competitivos, e escassez de recursos situam-se nocoração do desenvolvimento sustentável.

Monitore e avalie o progresso• Indicadores de progresso na direção da GIRH e arcabouço de desenvolvimento da

infra-estrutura de água.

Estabeleça a situação e as metas gerais• Questões de recursos hídricos • Metas e progressos na direção do arcabouço de GIRH• Desenvolvimentos internacionais recentes

Assuma compromisso com o processo de reforma• Vontade política • Conscientização • Diálogo entre múltiplos

atores

Analise as lacunas • Funções necessárias na gestão de RH • Potenciais e restrições de gestão

Prepare estratégiae plano de ação • Ambiente propício• Os papéis institucionais• Instrumentos de gestão• Conexões com políticas nacionais

Assuma um com-promisso com a ação • Compromisso político• Aceitação pelos atores • Identifique fontes de financiamentos

Implemente os modelos • Arcabouço de GIRH• Arcabouço para o desenvolvimento da infra-estrutura de água • Capacite

Figura 1. A GIRH é um processo continuo de resposta a situações e necessidades dinâmicas.

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Mensagens chave das metas deação da CMDS

O artigo 26 do Plano de Implementação daCMDS, além de solicitar o desenvolvimentode GIRH e estratégias de uso eficiente daágua, também inclui uma série de recomen-dações específicas sobre questões que taisestratégias devem abordar e, até certo ponto,como devem ser abordadas (veja no Anexo 1o texto completo do Artigo 26). Os paísestêm que avaliar quais são as recomendaçõesúteis para eles e quais são irrelevantes ou debaixa prioridade. Algumas mensagens gené-ricas, derivadas do Artigo 26, que são úteis nodesenvolvimento de uma estratégia, incluem:

• As estratégias devem ajudar os países eregiões a caminharem na direção de umagestão integrada da água e do uso mais efi-

ciente dos recursos hídricos – utilizandotodos os instrumentos políticos.

• As estratégias devem cobrir mudançasinstitucionais, financeiras e tecnológicas,e promover ação em todos os níveis.

• A bacia hidrográfica deve ser usada comounidade básica para gestão integrada.

• As estratégias devem dar prioridade aoatendimento das necessidades humanasbásicas e ter um cuidado extra para garan-tir o acesso à água para os pobres.

• As estratégias devem abordar o desafio deestabelecer um balanço entre a necessida-de de recuperar e proteger os ecossistemase a necessidade de outros usuários de água(veja o Quadro 4, página 16).

• Participação de atores, capacitação, moni-toramento da performance e melhoria daprestação de contas e responsabilidadecom a sociedade por parte de instituições

Uma estratégia para provocar e guiar a mudançaO processo de criar uma estratégia é uma oportunidade para os países adotarem umaabordagem coerente, ao contrário de uma abordagem ad hoc, para melhorar a maneirade como desenvolvem, gerenciam e usam os recursos hídricos para atender as metas dedesenvolvimento sustentável.

Alguns países podem preferir começar considerando as diversas maneiras pelas quais odesenvolvimento e a gestão de recursos hídricos têm o potencial para avançar ou retar-dar as metas de desenvolvimento. Outros podem escolher uma abordagem mais objetivae concentrar-se em problemas relacionados com a água, que estejam impedindo que asmetas sejam atingidas.

Outros países podem escolher a criação de estratégias a partir do zero, apoiadas emuma GIRH ou planos de recursos hídricos existentes, ou incorporar os recursos hídricosdentro de estratégias de desenvolvimento nacional disponíveis.

Independente da abordagem inicial, as estratégias devem ir além das ações necessáriaspara resolver problemas atuais ou alcançar objetivos imediatos. Devem objetivar nadamenos do que a institucionalização das mudanças que promoverão tomadas de decisãomais estratégicas e coordenadas, em um processo contínuo.

O capítulo seguinte fornece algumas orientações para a escolha de um ponto de parti-da no processo de desenvolvimento estratégico e na definição dos temas e reformas cen-trais que a estratégia deve contemplar.

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públicas e privadas são todos elementos deuma estratégia efetiva.

• As estratégias devem respeitar e seremadaptadas às condições locais.

Escolher um ponto de partida Na teoria, uma abordagem abrangente queprocure otimizar a contribuição da água parao desenvolvimento sustentável, que envolvatodas as partes, deve ter um impacto maior.Na prática, começar por questões concretaspode trazer melhores resultados. Ser ambi-cioso demais desde o início – ignorando osproblemas políticos, sociais e de capacitaçãoque precisam ser resolvidos para uma imple-mentação efetiva – pode resultar numa estra-tégia que parece ótima no papel, mas não setraduz em ações factíveis. A experiênciasugere que as grandes reformas iniciais nãosão essenciais para catalisar a mudança – pas-sos iniciais que possam ser facilmente imple-mentados são freqüentemente suficientespara dar início ao processo de caminhar emdireção ao desenvolvimento e gestão maissustentável dos recursos hídricos.

De acordo com pesquisa informal daGWP, os países que fizeram mais progressona adoção de abordagens mais integradas esustentáveis para água iniciaram, muitasvezes, concentrando-se em um desafio espe-cífico da água associado com as metas de des-envolvimento. A África do Sul desenvolveuuma das mais progressivas abordagens para aágua no mundo, concentrando-se, primeiro,no desafio de prover cada cidadão com aces-so a água potável de boa qualidade.

Este tipo de abordagem “baseada em umproblema” conduz mais prontamente parauma estratégia de ação baseada em questõestangíveis e imediatas, e podem ajudar a obteramplo apoio público. No entanto, podetambém levar a um beco sem saída ou a algu-ma espécie de tomada de decisão míope maisencontrada em modelos setoriais. As chavespara evitar esses perigos são garantir que aestratégia esteja ligada firmemente a metasde desenvolvimento sustentáveis maisamplas e que o objetivo não seja simples-mente resolver um problema particular, mas

aproveitar a oportunidade para instaurarprocessos que facilitarão tomar melhoresdecisões sobre o desenvolvimento e a gestãodos recursos hídricos, de modo continuado.

Alguns pontos de partida possíveis:• Os países concentrados em atingir as

Metas de Desenvolvimento do Milêniopodem tomar como seu ponto de partida anecessidade de harmonizar o desenvolvi-mento e a gestão de recursos hídricos pararealizar esse conjunto total de metas eobjetivos.

• Outros países podem desejar concentrar-se em remediar um problema recorrenterelacionado com a água que esteja atrapal-hando o desenvolvimento nacional – talcomo reduzir a vulnerabilidade às secas eàs inundações através de ampliação dasestratégias, ambas estruturais e não estru-turais, de implementação.

• Países industrializados podem concentrar-se primeiramente nos caminhos para re-mediar situações não sustentáveis e mitigaros custos ambientais de políticas anteriores.

• Países compartilhando rios transfronteiri-ços – particularmente aqueles a jusante devizinhos poderosos – devem concentrar-se inicialmente nos desafios relacionadoscom compartilhamento de recursos hídri-cos (veja Quadro 6, página 24), não apenascomo um nível adicional de integração,mas como um potencial catalisador parauma tomada de decisão nacional mais efi-ciente e efetiva.

• Pequenos estados insulares em desenvol-vimento podem escolher concentrar-se nagestão da zona costeira – desenvolvendoconexões de gerenciamento entre recur-sos de água doce e costeiros. Em países com falta do apoio político

amplo necessário para estabelecer o processode lançamento de uma estratégia de GIRH,pode ser efetivo definir um ponto de partidageográfico – concentrando-se em uma ouduas áreas onde os problemas de água sãoparticularmente agudos e usá-los como casospilotos para demonstrar a efetividade daGIRH.

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Definir temas e estabelecerprioridades

Uma vez que se tenha concordado com umponto de partida, as questões chaves substan-tivas, irradiando a partir desse ponto, preci-sam ser identificadas. Nesta etapa, é particu-larmente importante considerar as possíveisfunções de outros recursos – tais como solo,energia, pesca, florestas, criação de animais –e outros setores – tais como agricultura,turismo, transporte, meio ambiente, saúde,educação, finanças, indústria – na aborda-gem do problema ou tema.

Exemplos de perguntas para definir ostemas substantivos:Relacionadas à redução da pobreza:• Como expandir o acesso à água para pro-

cessos produtivos – por exemplo, atravésda utilização de águas subterrâneas, tecno-logias de pequena escala acessíveis e siste-mas de suprimento de múltiplos usos?

• Como definir as necessidades de água dospobres?

• Que tipos de aproveitamento hidráulico eprovisão de serviços são mais apropriadospara dadas necessidades dos usuários, suacapacidade de pagamento e sua capacidadede operar e manter a infra-estrutura?

• Que elementos adicionais são necessários

para as pessoas tirarem a maior vantagemda água para agricultura, pecuária, pesca eindústrias caseiras?

Relacionadas com o enfrentamento da escas-sez de água e a competição pela água:• Como alocar água estrategicamente?• Como melhorar a eficiência de uso da

água e promover a gestão pela demanda?• Qual é o potencial para o desenvolvimen-

to de recursos hídricos não convencionais?

Relacionadas à melhoria de condições dasmulheres:• Como proporcionar acesso próximo à

água de boa qualidade para beber e usodoméstico?

• Que tipos de atividades geradoras de rendaas mulheres se engajam, nas quais necessi-tam água?

• Como garantir os direitos compulsóriosdas mulheres à água?

• Como ancorar estrategicamente as ques-tões das mulheres nas instituições e pro-gramas relacionados com a água?

• Como envolver as mulheres no diálogosobre a água e garantir que as suas opiniõese necessidades sejam ouvidas? Comoenvolver as mulheres nas estruturas detomada de decisão?

Quadro 4. Enfrentando o desafio da água para o meio ambiente

Uma necessidade destacada na meta de ação da CMDS, e que serve como base ao conceito total deGIRH, é encontrar o equilíbrio entre a proteção dos ecossistemas e as outras necessidades.

Alguns pontos chave são:

• A proteção dos ecossistemas deve considerar tanto os ecossistemas terrestres quanto os aquáticos.

• Os ecossistemas terrestres sofrem impacto da disponibilidade de água, mas também causam impactosobre a água. Por exemplo, nos trópicos secos, a mudança de cobertura do solo, especialmente nasflorestas, pode causar impactos nos fluxos de córregos e alterar a recarga das águas subterrâneas.

• Ecossistemas aquáticos dependem criticamente da quantidade, da periodicidade e da qualidade dosfluxos de água.

• Os fluxos requeridos para o meio ambiente têm sido definidos de muitas maneiras diferentes ao redordo mundo e globalmente variam de 20 a 50 por cento da vazão média anual de uma bacia.

• Na avaliação de um ecossistema, é importante considerar as contribuições para as metas sociaisassim como para as econômicas.

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Relacionadas à proteção dos ecossistemas:• Como alocar água para os fluxos ambien-

tais?• Como gerenciar a água para atender as

necessidades dos ecossistemas a tempo eem quantidade, assim como em quantida-de?

• Na avaliação dos negócios, qual o valordos bens e serviços proporcionados pelosecossistemas?

• Como reduzir a poluição da água? • Como a gestão da água doce causa impac-

tos nos ambientes costeiros e marítimos? • Como levar em consideração o impacto

de ecossistemas terrestres sobre o balançohídrico?

• Como garantir o uso sustentável de águassubterrâneas e de várzeas?

Relacionadas à saúde humana:• Como um melhor desenvolvimento e

gerenciamento de recursos hídricos podereduzir doenças veiculadas pela água, taiscomo malária, esquistossomose e doençasdiarréicas?

• Quais são as opções para melhorar o sane-amento em áreas urbanas e rurais?

• Como água e saneamento podem estarassociados a programas educacionais dehigiene?

• Quais são as opções para garantir um abas-tecimento de água e serviços de sanea-mento sustentáveis para as populaçõesmais pobres?

Relacionadas ao desenvolvimento econô-mico: • Quais são as atividades econômicas que

sofrem impacto da disponibilidade e qua-lidade da água?

• Como alocar água entre os setores demaneira a encorajar o desenvolvimentoeconômico, ao mesmo tempo em que seconsidere também a redução da pobreza eas metas de sustentabilidade ambiental?

• Como criar um ambiente macroeconô-mico que conduza a uma boa gestão daágua?

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Áreas de mudança da GIRHAdotar uma abordagem mais sustentável eintegrada para a gestão e desenvolvimentode recursos hídricos requer mudanças emmuitas áreas e em muitos níveis. Embora estapossa ser uma proposta desanimadora, éimportante lembrar que mudança gradualproduzirá resultados mais sustentáveis doque uma tentativa de revisar completamentetodo o sistema, de uma só vez. Quando ini-ciar o processo de mudança, considere: • Quais mudanças precisam acontecer para

atingir as metas concordadas? • Onde a mudança é possível diante das

situações social, política e econômicaatuais?

• Qual é a seqüência lógica para a mudança?Quais mudanças deverão acontecer pri-meiro para tornar outras mudanças possí-veis?

A Caixa de Ferramentas da GWP ofereceferramentas e estudos de casos associados acada uma das 13 áreas de mudança. Essasferramentas e exemplos podem ajudar a con-

duzir o processo de mudança, mas para seremefetivos, precisam ser adaptados às situaçõessocial, política e econômica.

O ambiente propício: Um ambiente pro-pício adequado assegura os direitos e as van-tagens de todos os atores (indivíduos assimcomo organizações e companhias do setorpúblico e privado, mulheres assim comohomens, o pobre assim como o mais favore-cido) e protege os bens públicos, tais como osvalores ambientais intrínsecos. O ambienteapropriado é basicamente determinado pelaspolíticas e legislação nacional, estadual e localque constituem ”as regras do jogo” e possibi-litam a todos os atores o desempenho de seuspapéis no desenvolvimento e gestão derecursos hídricos. Também inclui os fóruns emecanismos, inclusive informação e capaci-tação, criados para estabelecer estas “regrasdo jogo” e facilitar e exercitar a participaçãodos atores.

De cima para baixo: Para alcançar uma gestãoda água eficiente, eqüitativa e sustentável

Passos no sentido de um desenvolvimento e gestão mais integradosUma vez que um país tenha determinado onde quer chegar – em termos de metas, obje-tivos e prioridades – o próximo passo é descobrir como chegar lá, nas áreas de mudançaespecíficas de GIRH, definidas no Quadro 3 (página 11). Que mudanças são necessáriasem políticas, instituições e práticas para tornar realidade soluções integradas, gestão sus-tentável e melhor tomada de decisão? Isto significa considerar o ambiente propício, ospapéis das instituições e os instrumentos de gestão.

Como as mudanças específicas necessárias variarão de país para país, dependendo doarcabouço de governança existente e das metas a serem atingidas, a maioria dos paísesdescobrirá que existem duas questões fundamentais que precisam ser abordadas: 1) comopromover tomadas de decisão mais coordenadas transversais aos setores e 2) como mel-horar a comunicação entre os níveis de tomada de decisão, do usuário da água às orga-nizações locais de gestão da água, à bacia hidrográfica e às estruturas nacionais detomada de decisão.

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dentro da abordagem de GIRH, são necessá-rias mudanças institucionais importantes. Aparticipação de todos os atores, de baixo pracima e de cima pra baixo, deve ser promovi-da – do nível nacional descendo até o nível daárea de captação ou bacia. A tomada de deci-são deve ser governada pelo princípio da sub-sidiaridade, que direciona as ações para onível apropriado mais baixo.

De empresas para comunidades: Além das agên-cias governamentais e empresas privadas, odesenvolvimento e a gestão da água devemenvolver ONGs e organizações comunitáriasque tenham a completa participação de mul-heres, de grupos menos favorecidos e outrossetores da sociedade civil. Todas estas organi-zações e agências têm um papel relevante adesempenhar no aumento do acesso à água,conseguindo um equilíbrio entre conserva-ção e utilização, e no tratamento da águacomo um bem social e econômico.

Áreas prioritárias para mudança: • Políticas – estabelecer metas para uso, pro-

teção e conservação. A elaboração de polí-ticas oferece uma oportunidade para oestabelecimento de objetivos nacionaispara a gestão de recursos hídricos e abaste-cimento de água enquadrados nas metasgerais de desenvolvimento.

• Marco legislativo – regras necessárias para seatingir as políticas e metas. As leis de águarequeridas cobrem a propriedade da água,permissão de uso (ou poluição), a possibi-lidade de se transferir essas permissões,direitos tradicionais. Reforçam as normasregulatórias, por exemplo, de conserva-ção, proteção, prioridades e gestão deconflitos.

• Estruturas de financiamento e incentivos – alo-car recursos financeiros para satisfazer asnecessidades de água. Os projetos hidráu-licos tendem a ser indivisíveis e de custoselevados e muitos países têm grandes atra-sos no desenvolvimento de infra-estrutu-ras hídrica. Os países necessitam enfoquesfinanceiros inteligentes e incentivos apro-priados para atingir as metas de desenvol-vimento.

Os papéis institucionais: O desenvolvi-mento institucional é crítico para a formula-ção e implementação de políticas e progra-mas de GIRH. Uma série de fatores deter-mina o que é apropriado em um dado con-texto; o estágio de desenvolvimento, recur-sos financeiros e humanos, normas tradicio-nais e outras condições específicas, todosdesempenham um papel. Demarcaçãoinadequada de responsabilidades entre osatores, inadequados mecanismos de co-orde-nação, descontinuidades ou superposiçõesjurisdicionais e fracasso em combinar res-ponsabilidades com autoridade e competên-cias para a ação são todo fontes importantesde dificuldades na implementação da abor-dagem de GIRH. As agências envolvidas emgestão de recursos hídricos têm que ser con-sideradas nos seus vários cenários geográfi-cos, levando em conta a estrutura política dopaís, a unidade do recurso numa bacia ouaqüífero e a existência e as competências dasorganizações comunitárias. O desenvolvi-mento institucional não versa somente sobrea criação de organizações constituídas for-malmente (por exemplo, agências de servi-ços, autoridades ou comitês consultivos).Envolve também a consideração de umavariedade completa de regras e regulamentosformais, costumes e práticas, idéias e infor-mações, e redes de grupos de interesse ougrupos comunitários, os quais oferecem,juntos, o formato ou contexto institucionalno qual operam os atores da gestão de água eoutros tomadores de decisão.

A importância de mecanismos efetivos de coordena-ção: Um tema chave é a criação de mecanis-mos de coordenação efetivos entre as dife-rentes agências. Integração, no sentido deconsolidação organizacional, não conduzautomaticamente à co-operação e co-orde-nação ou gestão mais efetiva de recursoshídricos. Responsabilidades fragmentadas ecompartilhadas são uma realidade e provavel-mente sempre existirão. Existem muitosexemplos onde às agências ou responsabilida-des foram fundidas sem melhorias significati-vas de atuação; inversamente, há váriosexemplos onde mecanismos de coordenação

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efetivos permitiram que problemas fossemmanipulados com sucesso apesar da necessi-dade de envolver várias agências. O simplesato de colocar todas as funções relacionadas àágua em uma agência não removerá necessa-riamente os conflitos de interesse e poderesultar na perda de transparência.

Áreas prioritárias para mudança: • Criar um modelo organizacional – formas e

funções. Partindo de um conceito dereforma de instituições para melhorgovernança da água, o profissional deveexaminar as organizações e instituiçõesnecessárias – do nível transfronteiriço aonível de bacia, e dos organismos regulado-res às autoridades locais e organizações dasociedade civil.

• Capacitação institucional – desenvolverrecursos humanos. Trata-se de melhoraras habilidades e o entendimento dos toma-dores de decisão, gestores de água e profis-sionais de todos os setores, e incumbir-seda capacitação para organismos regulado-res e para empoderamento de grupos dasociedade civil.

Instrumentos de gestão: Instrumentos degestão são os elementos e métodos que dãocondições e ajudam os tomadores de decisãoa fazerem escolhas racionais e fundamentasem informação, entre ações alternativas. Essasescolhas devem ser feitas baseadas em políti-cas acordadas, recursos disponíveis, impactosambientais e conseqüências sociais e econô-micas. A análise de sistemas, pesquisa de ope-rações e teoria de administração oferecemum amplo espectro de métodos quantitativose qualitativos. Esses métodos, combinadoscom os conhecimentos de economia, hidro-logia, hidráulica, ciências ambientais, socio-logia e outras disciplinas pertinentes ao pro-blema em questão, ajudam a definir e avaliaropções alternativas de gestão da água e esque-mas de implementação. A arte da GIRH éconhecer os elementos e métodos disponí-veis e selecionar, ajustar e aplicar a misturaapropriada para uma dada circunstância.

Áreas prioritárias para mudança: • Avaliação dos recursos hídricos – entender os

recursos e as necessidades. Trata da cole-ção de dados hidrológicos, fisiográficos,demográficos e socioeconômicos, atravésdo estabelecimento de sistemas para coletae apresentação de dados rotineiros.

• Planejamento – combinar opções de desen-volvimento, uso do recurso e interaçõeshumanas. O planejamento de baciashidrográficas, aqüíferos e lagos implica empesquisas e modelagens amplas de dadossobre todos os domínios relevantes. Oprocesso de planejamento deve reconhe-cer as necessidades sociais, econômicas eambientais usando uma variedade deferramentas de avaliação.

• Gestão da demanda – usar água mais efi-cientemente. A gestão de demanda envol-ve o equilíbrio entre oferta e demanda,mantendo o foco mais sobre o melhor usodas captações de água existentes ou redu-ção do uso excessivo do que na utilizaçãode novas fontes.

• Instrumentos de mudança social – promoveruma sociedade civil orientada para a água.A informação é uma ferramenta poderosapara mudar o comportamento no mundoda água, através dos currículos escolares,cursos universitários sobre a água e capaci-tação profissional e de carreira. Outros ins-trumentos básicos são transparência, rotu-lagem de produtos e acesso à informação.

• Solução de conflitos – gerenciar disputas,garantir o compartilhamento da água. Agestão de conflitos tem um enfoque espe-cial porque o conflito é endêmico na ges-tão da água em muitos lugares, e modelosde solução têm que estar disponíveis facil-mente.

• Instrumentos regulatórios - alocação e limitesde uso da água. A regulamentação, nestecontexto, cobre a qualidade da água, ser-viços de abastecimento, uso do solo e pro-teção dos recursos hídricos. As regula-mentações são chave para a implementa-ção de planos e políticas e podem ser pro-veitosamente combinadas com os instru-mentos econômicos.

Demarcação in-adequada de res-ponsabilidades entreos atores, inadequa-dos mecanismos deco-ordenação,descontinuidades ousuperposições juris-dicionais e fracassoem combinar res-ponsabilidades comautoridade e com-petências para aação são todo fontesimportantes de difi-culdades na imple-mentação da abor-dagem de GIRH.

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• Instrumentos econômicos – usar o valor e ospreços para a eficiência e a equidade. Asferramentas econômicas envolvem a utili-zação de preços, subsídios e outras medi-das de mercado, para incentivar todos osusuários de água a usarem-na cuidadosa-mente, eficientemente e evitando a polui-ção.

• Gestão e intercâmbio de informação – ampliarconhecimentos para uma melhor gestãoda água. Os métodos e tecnologias decompartilhamento de dados aumentam oacesso dos atores à informação guardadaem bancos de dados de domínio público ecomplementam efetivamente os métodosmais tradicionais de informação pública.

Estabelecer ligações entresetores e níveis Muitas organizações, cuja função primárianão é a gestão da água, são responsáveis porsetores onde o impacto dos e sobre os recur-sos hídricos pode ser enorme – são exemplos:agricultura, indústria, comércio e energia. Demaneira semelhante, organizações de recur-sos hídricos devem considerar temas, taiscomo meio ambiente e turismo, que são dodomínio de outras agências.

As estruturas institucionais variam de paíspara país, mas qualquer que seja a estruturaespecífica, é essencial haver um mecanismo

para o diálogo e a coordenação, a fim degarantir, em alguma medida, a integração.Um equilíbrio tem que ser obtido entre pro-porcionar uma abordagem completamenteintegrada, onde temas específicos podem serperdidos devido à falta de conhecimento ouinteresse, e uma abordagem setorial, ondepolíticas diferentes são adotadas sem se prestaratenção a quaisquer necessidades e impactosde outros setores.

Até certo ponto, o processo, em si, decriar uma estratégia deve unir os setores rela-cionados com a água e iniciar o processo deconsolidar ligações mais formais. Mas, éimportante que a estratégia formule ligaçõesclaras entre os processos de tomada de deci-são nos setores relacionados com a água. Emtermos da geração de apoio, será útil se aestratégia puder demonstrar como as mudan-ças podem contribuir para os objetivos fun-damentais nos setores relacionados com aágua.

Em alguns casos, os países criaram novasorganizações, ou mudaram significativa-mente os mandatos das existentes, comoparte da reforma para a GIRH – conselhosde recursos hídricos ou organismos de baciashidrográficas são os exemplos mais comuns.As razões para criação de tais corporaçõesincluem: encorajar ações coordenadas sobretemas hídricos ou relacionados com a água,

Quadro 5. Reformando as instituições para uma boa governança

Modelos de governança devem ser ajustados às particularidades sociais, econômicas e culturais predo-minantes do país, mas certos princípios ou atributos são essenciais. A abordagem escolhida para agovernança da água deve ser transparente, inclusiva, coerente e justa. Da mesma forma, o sistema degovernança deve ser responsável, eficiente e atender às demandas. Uma melhor governança requer aparticipação do governo, da sociedade civil e do setor privado – pois todos são instrumentais, de dife-rentes maneiras, na implementação bem sucedida das reformas institucionais.

Na reforma de instituições para uma melhor governança, uma avaliação dos sistemas institucionaisexistentes deve ser realizada para entender quem faz o que para quem, e a quem devem prestar contas.Uma avaliação institucional deve identificar, por exemplo, leis conflitantes, duplicação ou falta de clare-za das obrigações de diferentes organizações e jurisdições de diferentes níveis de autoridades – local,sub-regional, nacional e, de forma crescente, internacional. É critico para o sucesso do processo, deter-minar o que reformar e a seqüência na qual a reforma deve ser feita.

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tais como manejo do solo, entre setores e/ouníveis de tomada de decisão e encorajar umagestão mais participativa dos recursos.

No entanto, a experiência mostra que aformação de conselhos ou organizações debacias hidrográficas sozinha, não garantiráuma abordagem de GIRH – precisa serapoiada por políticas, legislação e capacita-ção. Nem é a criação desses organismosessencial para garantir uma abordagem deGIRH. Outras opções incluem o fortaleci-mento da coordenação dos temas de águaentre as agências setoriais ou colocação daágua sob a competência de uma organizaçãocom um amplo mandato na área de recursosnaturais. Por exemplo, no Vietnã, a água estásob a responsabilidade do Ministério deRecursos Naturais e Meio Ambiente.

Esta seção está focada nas organizaçõespara transferir informações e coordenar ati-vidades. No entanto, deve ser observado queoutro tipo de instituição, a saber o mercado,pode também proporcionar informação paraos usuários e afetar os seus comportamentos;valoração, subsídios e direitos negociáveispodem também ter uma função.

Órgãos Colegiados da Alta DireçãoNacional: Órgãos colegiados da alta direção nacionalcompreendem uma variedade de entidades,tais como grupos de diretores de alto níveldentro dos governos nacionais, forças tarefasentre agências (para propósitos específicos,por exemplo controle da poluição da água) econsórcios internacionais para a gestão derecursos hídricos.

Para encorajar coordenação: O objetivo de taisorganismos é proporcionar estruturas para acoordenação entre diferentes organizaçõesenvolvidas na gestão de recursos hídricos.Em alguns casos, a política e a gestão da águaestá centrada em organismos específico dogoverno, mas, em muitas situações, a res-ponsabilidade pela água é compartilhadaentre varias organizações (p.e., ministériosde irrigação, meio ambiente e obras públi-cas) que podem não trabalhar juntos facil-

mente. Neste caso, um órgão colegiado derecursos hídricos pode contribuir com umaútil função coordenadora.

Para encorajar uma abordagem mais “panorâmi-ca” para a tomada de decisão sobre água: A cria-ção de organismos de alto nível em recursoshídricos pode liberar as decisões de alocaçãode água da direção somente pelos interessessetoriais, permitindo alocações mais estraté-gicas. Ou pode permitir reformas, que,embora extremamente necessárias do pontode vista de desenvolvimento sustentável,podem contrariar interesses políticos dentrode um setor específico. No México, a cria-ção da Comissão Nacional da Água (CNA)subordinada ao Ministério do Meio-ambiente provou ser a chave para lidar como uso não sustentável da água subterrânea dopaís. Sem o poder de transpor fronteiras esta-duais e a independência do poderoso blocode eleitores fazendeiros, o CNA não teriasido capaz de implementar muitas das refor-mas necessárias para a água subterrânea.9)

Lições para estabelecer órgãos colegiados de re-cursos hídricos da Caixa de Ferramentas deGIRH:• Experiências bem sucedidas até o presen-

te, no estabelecimento de organismos dealto nível, fortes e respeitadas, são limita-das.

• O estabelecimento de um órgão colegia-do de recursos hídricos ou órgão coorde-nador bem sucedido pode ser um proces-so lento, considerando que leva tempopara uma nova organização conseguirlegitimidade.

• A efetividade de um órgão colegiado derecursos hídricos está associada ao contex-to político e histórico específico.

• Para um conselho de recursos hídricosfuncionar com eficácia, todos os atoresenvolvidos nas funções sob sua jurisdiçãodevem se comprometer com ela e garantirque tenha poderes apropriados. Técnicasde manejo de conflitos e de conscientiza-ção são importantes neste contexto.

9) Veja, Scott, C. A. and Shah T.,2004. Groundwater OverdraftReduction Through AgriculturalEnergy Policy: Insights from Indiaand Mexico. International Journalof Water Resources Development,20(2):149-164.

… a experiênciamostra que a forma-ção de conselhos derecursos hídricos ouorganismos debacias hidrográficaspor si só não garan-tirá uma abordagemde GIRH – precisatambém ser apoiadapor políticas, legisla-ção e capacitação.

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Organizações de bacias hidrográficas:As organizações de bacias lidam com asquestões de gestão de recursos hídricos nabacia de rios, lagos ou aqüíferos importantes.Podem ser úteis por transcenderem às divi-sões administrativas dentro do país, assimcomo as fronteiras nacionais. As organizaçõ-es de bacias oferecem um mecanismo paragarantir que o uso do solo e suas necessidadessejam refletidos na gestão da água – e viceversa. Suas funções variam da alocação deágua, gestão e planejamento de recursos; àeducação das comunidades das bacias, aodesenvolvimento de estratégias e programasde gestão de recursos naturais e programas derecuperação de solos e cursos d’água degra-dados. Podem também atuar na construçãode consenso, facilitação e gestão de conflitos.

Para alcançar a gestão integrada entre setores, fron-teiras estaduais e nacionais: Organizações debacias hidrográficas, se bem sucedidas,podem garantir a gestão integrada transversalaos limites setoriais e administrativos. AAgência do Vale do Tennessee, (TennesseeValley Authority – TVA), é um dos melho-res exemplos conhecidos de uma organiza-ção de bacia hidrográfica bem sucedida. ATVA é responsável por uma ampla variedadede atividades relacionadas com a água –minimizando os riscos de inundações, dandomanutenção à navegação, proporcionandooportunidades de recreação, protegendo aqualidade da água e gerando energia – noâmbito da bacia do rio Tennessee, uma áreade 106.000 km2 , que abrange partes de seteestados americanos. Na Malásia, o progressona direção do enfrentamento dos vários des-afios da água tem sido dificultado pela impo-tência relativa do governo federal de interfe-rir em matérias concernentes à gestão e alo-cação de água, porque estas matérias estãosob a jurisdição de cada estado.10) Para abor-dar esta questão, o país aprovou a legislaçãoda água para permitir o estabelecimento deorganizações de bacias hidrográficas quepodem ser transversais aos limites adminis-trativos federal e estaduais.

Para encorajar uma gestão mais participativa: Asagências de bacias hidrográficas podem tam-bém servir como mecanismos de ligaçãoentre o planejamento nacional e as tomadasde decisão mais locais. Na África do Sul,níveis mínimos de alocação de água para omeio ambiente são estabelecidos em nívelnacional, e agências de bacia trabalham comas comunidades para negociar fluxosambientais, usando o mínimo como umbalizamento.

A Tailândia usou a criação de organizaçõ-es de bacias hidrográficas para melhorar acapacidade de resposta da gestão da água àscondições locais.11) Durante a fase de desen-volvimento da Tailândia, a gestão da águatornou-se crescentemente centralizada,criando conflitos entre os usos e usuários deágua existentes. Numa tentativa de resolverestes conflitos e desenvolver um processo degestão mais inclusivo, o país criou os Comi-tês de Bacias Hidrográficas com uma adesãoampla dos atores da água.

Falhas das organizações de bacias: Existem tam-bém inúmeros exemplos de organizações debacias hidrográficas que não funcionaram.Por exemplo, a China criou os Comitês deGestão de Bacias nos anos 50, com a expec-tativa de gerenciar a geração de hidroeletri-cidade, mitigar os danos das inundações eproporcionar condições para a navegação;entretanto, ao final, os Comitês concentra-ram-se somente na irrigação. A Agência doVale de Damodar, a tentativa da Índia deadotar o modelo da TVA, falhou sem cum-prir suas abrangentes obrigações originais, eagora, quatro décadas depois de estabelecida,somente gerencia uma usina termelétrica.Têm havido algumas perguntas como, porexemplo, se as organizações em nível debacia são capazes de abordar muitos dos maisurgentes desafios das bacias dos países emdesenvolvimento – particularmente as baciascom um vasto número de usuários depequeno porte, que obtêm a sua água semqualquer mediação de agências públicas oufornecedores de serviços de água regulamen-tados.12)

10) National Water Resources Policyand Legislation – Um caso submetidopara a Caixa de Ferramentas de GIRHpor Low Kwai Sim, Malaysia.

11) GWP IWRM ToolBox, Thailand –Decentralization and the Develop-ment of River Basin Committees,Case # 186.

12) Veja, Shah, T.; Makin, I.; Sakthivadi-vel, R. 2002. “Limits to Leapfrogging:Issues in Transposing SuccessfulRiver Basin Management Institutionsin the Developing World” in Inter-sectoral Management of River Basins.Colombo: International Water Mana-gement Institute.

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Características básicas de organismosde gestão de bacias hidrográficas efeti-vos, de acordo com a Caixa de Ferra-mentas de GIRH: • Habilidade para estabelecer competências

técnicas confiáveis; • Foco sobre graves problemas recorrentes,

tais como inundações, secas ou raciona-mento do abastecimento, e fornecimentode soluções aceitáveis para todos os atores;

• Envolvimento amplo dos atores, buscan-do a participação das comunidades debase no mais amplo nível de bacia (p.e.:através de fora de água);

• A capacidade de cobrar taxas, e atrair“fundo perdido” e/ou empréstimos;

• Fronteiras jurisdicionais claras e poderesapropriados.

Quadro 6. Como uma estratégia deve abordar os temas transfronteiriços?

As estratégias são desenvolvidas, em nível nacional, em cada país. Ainda assim, precisam considerar o usode águas transfronteiriças, especialmente onde possa haver potenciais significativos de conflitos entrediferentes usuários de água. Quase metade das terras no mundo estão situadas em bacias hidrográficastransfronteiriças. Muitos acordos de cooperação para tais sistemas transfronteiriços já estão em vigor (nabacia do Mekong, por exemplo), ou sendo criados (como na bacia do Nilo). Estes acordos são estabelecidosentre países no nível regional, mas requerem mudanças e reformas políticas no nível nacional.

A preparação de uma estratégia oferece uma oportunidade para se construírem sinergias na abordagemdos múltiplos usos dos recursos hídricos e dos conflitos potenciais, incluindo a sustentabilidade dos ecos-sistemas aquáticos. A formação de uma organização transfronteiriça ou uma comissão de bacia hidrográfi-ca guiará os esforços de planejamento coordenado. A coordenação transfronteiriça pode estabelecer siner-gias para desenvolvimento entre ribeirinhos e ajudar a criar benefícios, que vão além dos fluxos dos rios.

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O processo

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A diferença entre plano e estratégiaO planejamento e o desenvolvimento deuma estratégia estão estreitamente relaciona-dos. Mas, enquanto planejar significa identi-ficar atividades concretas, o desenvolvimen-to de estratégia preocupa-se mais com a defi-nição de direcionamentos futuros. Umaestratégia define metas e gera acordos sobrecomo as metas podem ser perseguidas – tal-vez até delineando uma variedade de possi-bilidades apropriadas para as diferentes con-tingências. Planejamento é, então, a tradu-ção da estratégia escolhida em objetivos con-cretos, atividades e meios relacionados. Atabela abaixo lista algumas diferenças básicasentre planejamento e desenvolvimento deestratégia.

Definir responsabilidadesComo um país escolhe definir os papéis eresponsabilidades depende fortemente desua situação particular, incluindo o seu arca-bouço de planejamento e sua estrutura detomada de decisão. Alguns países organiza-ram processos de planejamento de formacentralizada, enquanto outros delegaram amaior parte da responsabilidade de planeja-mento e tomada de decisão sobre questõesde recursos hídricos para as províncias ouestados. Não há somente um modelo admi-nistrativo correto. Mas, qualquer que seja omodelo, os papéis e responsabilidades dosdiferentes atores precisam estar claramentedefinidos, desde o estágio inicial, e mecanis-mos de prestação de contas precisam sercolocados em vigor. A Tabela 2 (página 28)mostra uma possível distribuição de funçõese responsabilidades.

Componentes básicos na formulação de estratégias O capítulo seguinte aborda alguns temas sobre os componentes básicos na gestão de umprocesso de desenvolvimento de estratégia: funções e responsabilidades, um esquemapara envolver os atores, criação de uma base de conhecimento, e o estabelecimento demarcos e indicadores e a implementação de mecanismos para monitoramento eavaliação.

13) Adaptado da “Strategic Orienta-tion (SOR), MDF Training andConsultancy”, Ede, The Nether-lands.

Desenvolvimento de estratégia Planejamento

Define a direção Direção é dada

Encoraja a inovação Depende de idéias existentes

Governada por visões, metas Governada por objetivos

Longo prazo Curto prazo

Síntese Análise

Atenção para potenciais e Atenção a solução de problemas oportunidades oportunidades

Baseado em possibilidades futuras Baseado em tendências presentes

Tabela 1. Algumas diferenças fundamentais entre planejamento e desenvolvimento de estratégia13)

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Estabelecimento de um grupo diretor:A formação de grupo diretor interministerial– preferencialmente apoiado por uma equi-pe de gestão composta de profissionais quali-ficados – pode ajudar a criar uma apropria-ção conjunta da estratégia pelos setores e acolocar em vigor as reformas adotadas. Aexperiência com programas apoiados peloGEF para testar processos de gestão integra-da de solo e recursos hídricos em váriasbacias hidrográficas ao redor do mundo, porexemplo, sugere que comitês nacionaisinterministeriais podem atuar ativamentenestes processos, não simplesmente aprovan-do planos e estratégias prontas, mas de fatoatuando na direção do processo. Pelo fato deque o comitê diretor realmente desempenhaum papel tão importante no sucesso de umaestratégia, a escolha de membros deve pesartanto no nível de influência quanto no nívelde compromisso com o processo. O mesmogrupo diretor pode também monitorar oprogresso da implementação e ser encarrega-do de prestar contas a autoridades superiores.Uma equipe de gestão de alta qualidade deveser identificada desde o início do processo deformulação.

Tornar a mesma equipe responsável pela

gestão do desenvolvimento da estratégia epelo processo de implementação encoraja aapropriação e capitaliza sobre o momentum.

Distribuição de papéis e responsabili-dades de forma transversal aos níveis degoverno: A estratégia deve estar bem anco-rada em vários níveis de governo (central,regional e local) e na comunidade como umtodo, para evitar interrupções devido àsmudanças de governo ou saída de pessoaschave. Isto pode ser alcançado através deseleção dos grupos de dirigentes e de gestorese de organizações facilitadoras, tais comoONGs.

Se a maior parte da responsabilidade tiverque ser assumida no nível de estado, meca-nismos de coordenação precisam ser coloca-dos em vigor para garantir os resultados doprocesso em uma estratégia única coerente,ao invés de estratégias numerosas com nen-huma ou somente tênues ligações entre si.

Envolver atoresPara serem efetivas, as estratégias devemequilibrar duas demandas freqüentementeconflitantes. Precisam ganhar apoio básicoamplo dos atores para serem efetivamente

Quadro 7. Não é apenas mais um plano de recursos hídricos

A criação de uma estratégia de GIRH efetiva requer um processo um tanto diferente daquele utilizado nacriação de um documento único de planejamento de recursos hídricos. As diferenças fundamentais são:

Envolvimento de múltiplos setores: Enquanto um plano de recursos hídricos é concebido e implementa-do por uma agência de água, uma estratégia de GIRH requer contribuições e aceitação de todos os setoresque causam impacto ou sofrem os impactos do desenvolvimento e gestão dos recursos hídricos – porexemplo, saúde, energia, turismo, indústria, agricultura e meio ambiente

Foco mais amplo: Enquanto os planos de recursos hídricos tendem a estar preocupados exclusivamentecom questões de abastecimento e demanda de água, uma estratégia de GIRH considera a água em relaçãoa outros ingredientes necessários para atingir metas de desenvolvimento de modo mais amplo.

Dinâmica ao invés de estática: Ao contrário de um plano de água, que descreve uma seqüência definitivade ações e decisões, uma estratégia de GIRH visa dispor de um arcabouço para um processo contínuo eadaptável de ação estratégica e coordenada.

Participação dos atores: Porque clama por mudança – e portanto aceitação – em múltiplos níveis, o des-envolvimento de uma estratégia requer, muito mais participação dos atores, de forma mais ampla eextensa do que o processo de planejamento tradicional.

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Governo nacional • Papel de liderança, “dono” do processo• Mobiliza fundos• Estabelece um ambiente de política macroeconômica

Comitê diretor • Guia o processo (grupo com representação ampla) • Mobiliza apoio transversal, entre os setores e grupos

de interesse • Garante resultados de qualidade • Monitora o progresso da implementação

Equipe de gestão • Gerencia processos cotidianos de desenvolvimento (grupo com representação ampla) da estratégia, implementação e capacitação

Instituição facilitadora, onde for necessária • Proporciona plataforma neutra para o diálogo (por exemplo, ONGs nacionais, GWP ou • Apóia processos de desenvolvimento de estratégias Parceiros Nacionais e Regionais pela Água, oferecendo orientações e compartilhando conhecimento ou equipes locais das NU em cada país) • Incrementa a capacitação e o treinamento

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implementadas. Mas devem também nãocair na armadilha da consulta interminável àscustas da ação. A chave para equilibrar essasdemandas é garantir participação ampla dosdiversos atores de uma forma bem organiza-da, com tempo limitado, em estágios apro-priados do processo e incluir mecanismospara a solução de conflitos. No entanto, deveser reconhecido que a construção de apoio eparticipação dos atores na gestão e desenvol-vimento de recursos hídricos é um processocontínuo e não um processo que simples-mente termina quando a estratégia inicial écumprida.

Promoção de uma participação signifi-cativa: As atividades de comunicaçãodevem ajudar todos os grupos de atores apintar uma imagem realística do uso e dagestão dos recursos hídricos, e garantir quetodos estejam atualizados sobre a preparaçãode uma estratégia e entender como podemcontribuir e como as suas contribuiçõesserão usadas. A comunicação entre os atoresdeve ter duas vias e ser de “baixo pra cima” e

de “cima pra baixo”. Tentar “vender” deci-sões tomadas a portas fechadas não funciona-rá.

Uma “plataforma participativa” adjuntaimplica em uma ampla variedade de fora –encontros informais, oficinas, processos deconsulta, reuniões públicas, entrevistas agrupos com mesmo foco, diálogos políticos,mesa redondas e eventos nos meios decomunicação – podem ajudar diferentesgrupos a contribuírem significativamentepara o processo de desenvolvimento estraté-gico. Tal plataforma deve encorajar o refina-mento contínuo dos anseios, objetivos e ati-vidades. De modo ideal, a plataforma deveser percebida, em geral, como o fórum apro-priado e lógico de qualquer matéria relacio-nada com a gestão de recursos hídricos. Asestratégias terão muito mais probabilidade deatingir os seus objetivos se as mulheres foremparticipantes ativas e tomadoras de decisão.

Negociação e gestão de conflitos: Nãoserá possível agradar a todos, por isso, osmecanismos de negociação e gestão de con-

Tabela 2. Sugestão de distribuição de papéis e responsabilidades

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flitos são ingredientes importantes. A maiorparte da gestão integrada de recursos hídricosé essencialmente gestão de conflitos. É, emúltima análise, função do governo resolverconflitos potenciais na fase de formulação daestratégia. Se, por um lado, essas medidasreduzirão o número de conflitos que surgi-rão em estágios mais avançados de imple-mentação, por outro lado, não os elimina-rão. Assim, será necessário, normalmente,instalar algum processo formal para a soluçãode conflitos, de modo contínuo.

O engajamento de atores principais naformulação de uma estratégia podeincluir:• Ministérios do governo e instituições

relacionadas envolvidas no planejamentode desenvolvimento nacional e formula-ção política.

• Ministérios do governo e instituiçõesrelacionadas envolvidas em setores funda-mentais relacionados com a água, incluin-do abastecimento de água para usodoméstico e saneamento, irrigação, agri-cultura, energia, saúde, indústria, trans-porte, pesca e turismo.

• Serviços de água, agências e entidadescongêneres (p.e., Conselhos de Desen-volvimento da Água).

Os atores que devem ser incorporadosao processo em estágios relevantesserão provavelmente a maioria dosseguintes: • Comunidades locais e organizações de

base comunitária (prefeitos e líderes reli-giosos, por exemplo),

• O setor privado, incluindo, mas não limi-tando a, fornecedores de serviços de abas-tecimento de água e saneamento,

• Agências financiadoras (p.e. agências doa-doras, bancos internacionais , instituiçõesde micro créditos),

• Grupos de interesse setoriais, tais comofazendeiros e pescadores,

• Grupos e associações de mulheres,• Representantes de comunidades indíge-

nas, • Organizações não governamentais,

• Representantes dos meios de comunica-ção,

• Instituições de pesquisa e ensino, incluin-do universidades.

Criar uma base de conhecimentoExistem dois aspectos relacionados àcriação de uma base de conhecimentopara uma estratégia:• Reunir o conhecimento necessário para

identificar os principais desafios relacio-nados com a água, determinar onde amudança é necessária e estabelecer umalinha de base para o monitoramento doprogresso e dos impactos.

• Desenvolver sistemas para alimentar, deforma continuada, com conhecimento, oprocesso de tomada de decisão. Uma avaliação preliminar das questões

fundamentais de recursos hídricos e desen-volvimento fornece uma boa base para iden-tificar e priorizar os desafios e objetivos paraa água. O “Global Enviroment Facility –GEF” recomenda fortemente iniciar comuma análise, bacia por bacia, dos usos com-petitivos dos recursos hídricos e as decisõessobre os usos do solo que os influenciam.

Condução de uma avaliação dos recur-sos hídricos: Uma avaliação dos recursoshídricos envolve a adoção de uma visãoholística sobre esses recursos, em um dadopaís ou região, relacionada com o seu usopela sociedade. Deve incluir questões rela-cionadas tanto ao abastecimento quanto àdemanda de água e aos usos não consuntivos,p.e. para geração de energia e transporte.Exemplos de componentes que tais avaliaçõ-es devem incluir são:• Principais questões de recursos hídricos e

conflitos potenciais, suas severidade eimplicações sociais, assim como os riscos eprejuízos, tais como inundações e secas.

• Questões de desenvolvimento social eeconômico pertinentes que poderiamcausar impacto na demanda ou na ofertade água, tais como escolhas para o cresci-mento urbano, políticas comerciais egarantia de alimentos.

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• As múltiplas necessidades de água dospobres e das mulheres, e os níveis atuaisde seu acesso à água.

• As necessidade de água das diferentesalternativas de desenvolvimento.

• Aspectos socioeconômicos de uso daágua, incluindo o comportamento dousuário, a elasticidade da demanda e osefeitos potenciais da gestão de demanda.

• Para ambos, ecossistemas terrestres e aquá-ticos, as necessidades de água (incluindoquantidade, periodicidade e qualidade),condições atuais e ameaças potenciais.

• Tanto a quantidade quanto a qualidadedas águas de superfície e subterrâneas, eparâmetros básicos do ciclo hidrológico.

Uma avaliação abrangente dos recursoshídricos é um bom investimento, mas umagrande tarefa. Os países podem querer darprioridade às suas necessidades de conheci-mento, concentrando-se inicialmentenaqueles tópicos diretamente relacionadoscom os pontos de partida escolhidos.

Uma boa avaliação de recursos hídricostem de ser baseada em dados físicos e socioe-conômicos confiáveis. Medidas físicas derotina em estações de monitoramento e cali-bração precisam ser feitas nos momentosadequados e com freqüência suficiente parapermitir que a avaliação chegue a conclusõesválidas. Isto, por sua vez, requer financia-mento adequado para o sistema de monito-ramento pelo governo.

Modelagem pode ser usada para estudarimpactos e tendências resultantes de váriasopções de desenvolvimento. No entanto,para os modelos serem úteis na busca desoluções sustentáveis, devem abordar esimular não somente méritos técnicos etodos os benefícios e custos, mas também aspreferências e prioridades dos atores. Para serverdadeiramente útil como ferramentas deapoio a decisão, os modelos devem ser inte-grados no contexto institucional e culturallocal.

Outras informações a serem coletadaspara o processo de desenvolvimento estraté-gico incluem:• Os atuais processos de planejamento e

gestão de recursos hídricos – e em setoresrelacionados à água, incluindo uma ava-liação institucional (veja Quadro 5, pági-na 21).

• Os recursos humanos disponíveis e neces-sidade de capacitação associados com odesenvolvimento e a implementação deuma estratégia de GIRH.

• Experiências nacionais e internacionaisrelevantes e ferramentas de GIRH.

Desafios associados com a construçãode uma base de conhecimentos:• Freqüentemente, o conhecimento neces-

sário para o desenvolvimento estratégico etomada de decisão existe somente deforma ad-hoc entre profissionais e pratican-tes, na área de recursos hídricos e setoresrelevantes da água.

• Em alguns casos, os dados podem ser nãoconfiáveis ou completamente inexistentes.No entanto, a falta de bons dados não deveser usada como desculpa para não realizar otrabalho – bons profissionais freqüente-mente conseguem avançar bastante,mesmo sem uma base de dados completa.

• Compartilhamento de conhecimento fre-qüentemente não é a regra e requer: naeliminação de gargalos, tais como regrasburocráticas que impeçam a troca livre deconhecimentos entre departamentos eagências; construção de confiança e a ofer-ta de incentivos para compartilhar infor-mações.

Tornando o conhecimento acessível:Na construção de uma base de conhecimen-tos, envolver os usuários finais ajuda a garan-tir que: 1) a base de conhecimento contem-ple as necessidades das pessoas, 2) seja apre-sentada de maneira facilmente acessível, e 3)os usuários finais estejam conscientes dosrecursos disponíveis.

Freqüentemente, informações somenteestão disponíveis para um grupo seleto deespecialistas ou funcionários, levando a uma“assimetria de conhecimento”. Ações con-cretas são necessárias para retificar este des-equilíbrio. Conhecimento acessível é vitalpara boa tomada de decisão, medição do

Uma avaliaçãoabrangente dosrecursos hídricos éum bom investi-mento, mas umagrande tarefa. Ospaíses podem quererdar prioridade àssuas necessidades deconhecimento,concentrando-seinicialmente naque-les tópicos direta-mente relacionadoscom os pontos departida escolhidos.

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progresso e garantia de prestação de contastransparente.

O estabelecimento de um acesso livrepermanente a bases de recursos de informa-ção pode ajudar os formuladores de políticas,gestores de recursos naturais e atores locais anegociar alternativas e tomar decisões quelevem em conta condições e cenários dinâ-micos. Ferramentas para construir modelosou explorar cenários que são talhadas para asnecessidades dos atores são freqüentementemecanismos extremamente úteis para per-mitir novas maneiras de se fazerem as coisas.

Certamente, apenas tornar o conheci-mento disponível não é suficiente. É tam-bém necessário considerar os fatores sociais,políticos e econômicos que permitem que oconhecimento seja usado efetivamente noprocesso de tomada de decisão.

Lições sobre o compartilhamento deconhecimento (da Caixa de Ferramen-tas de GIRH):• A transferência de conhecimento de um

país para outro deve levar em conta oscontextos culturais e políticos específicos.

• O compartilhamento de conhecimentorequer mente aberta, estimulada porincentivos adequados; confiança mútualeva tempo para ser construída, mas éessencial.

• No nível técnico, os sistemas de compar-tilhamento de dados e informações devemser:

n Baseados em gestão de pessoas (empo-deramento e capacitação de organizaçõ-es) como também em tecnologias, ecapaz de integrar informações multidis-ciplinares.n Dirigidos por demanda, de tal formaque a concepção, construção e resultadosdos sistemas sejam dirigidos para os usuá-rios finais. n Flexíveis de tal forma que possam serusados em vários lugares e situações. n Transparentes e rigorosos de tal formaque pessoas técnicas e não técnicas(ampla variedade de atores) possamacompanhar o processo de geração e ava-liação da informação.

n Interativos, para garantir um processode tomada de decisão participativo. n Fáceis de entender e úteis no aumentoda conscientização sobre as questões.

Estabelecer um cronograma e marcos referenciaisQuanto tempo é necessário para se prepararuma estratégia de GIRH? Isto depende.Alguns países podem adotar uma abordagemde início rápido e, então, vão fazendo atuali-zações enquanto pesquisam minuciosamentena implementação. Outros países podempreferir investir mais tempo – talvez paraconstruir a participação e a apropriação dosatores – no processo de desenvolvimentoestratégico. De qualquer forma, haver con-cordância quanto ao cronograma e marcosreferenciais para completar a estratégia éfator crítico para o sucesso.

Enquanto a estratégia deve ser suficiente-mente flexível para se adaptar às dinâmicascondições políticas, econômicas e ambien-tais, pode ser útil ter um cronograma, estabe-lecido em comum acordo, para revisão eatualização periódicas. Muitas organizaçõesatualizam as suas estratégias a cada cinco anos,mas devem fazê-las mais freqüentementedurante períodos de mudanças rápidas.

A implementação será realizada passo apasso, em termos do escopo geográfico e daseqüência e periodicidade das reformas. Oescopo, a periodicidade e o conteúdo dasmedidas podem ser ajustados de acordo coma experiência. Isto oferece espaço paramudanças, melhorias e ajustamentos do pro-cesso, desde que as bases adequadas paratomadas de decisão sustentáveis tenham sidoestabelecidas.

No desenvolvimento de uma estratégia ede um arcabouço para mudança, é impor-tante reconhecer que é improvável que oprocesso de mudança seja rápido. Levouquase meio século para a Comissão doReno, na Europa, evoluir para um planeja-mento mais integrado do montante a jusantedo rio. As organizações de bacias dos riosDelaware e Susquehanna, nos Estados Uni-dos, evoluíram, após mais de 60 anos debatalhas judiciais, para fóruns de múltiplos

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atores para mais integração. A Comissão deBacia do Murray-Darling, na Austrália, evo-luiu ao seu planejamento integrado atualapós uma geração de discussões.

Monitoramento e avaliaçãoDefinir indicadores, estabelecer marcos dereferência e estabelecer mecanismos paragarantir o monitoramento e a avaliação con-tínuos são todas atividades chaves em qual-quer plano de implementação bem sucedi-do. Atividades de monitoramento e avalia-ção têm três objetivos principais – verificarse o processo de implementação segue as lin-has previstas, medir impactos tanto de curtoquanto de longo prazos e avaliar os impactospara determinar se as ações estão realmentecontribuindo para as metas de desenvolvi-mento mais amplas, definidas na Estratégia.

Critérios de Monitoramento e Avalia-ção (M&A): O monitoramento e avaliaçãode um processo de reforma de GIRH acon-tece em muitos níveis diferentes, do simplesprogresso do projeto ao impacto no conjun-to de indicadores nacionais socioeconômi-cos e ambientais agregados. Quanto maior onível, mais questões metodológicas surgem emais difícil se torna achar indicadores descri-tivos para averiguar os impactos. É imperati-vo iniciar o processo pelo estabelecimentodas metas e níveis, considerando também aviabilidade do M&A, a validade e a impor-tância dos resultados esperados, e o empregoe a utilidade destes resultados.

Um instrumento ou modelo de monito-ramento está freqüentemente relacionado aum Marco Lógico do projeto, programa ouprocesso. Um modelo de avaliação genéricoterá os seguintes elementos14):

• Eficiência – “Eficiência é a conversão deinsumos em produtos”. Como os resulta-dos estão relacionados com os esforços,como investimentos econômicos sãoconvertidos em produtos e se os mesmosresultados poderiam ter sido alcançadosde uma maneira melhor.

• Eficácia – “Eficácia dos resultados ematingir os objetivos”. A que ponto os

objetivos foram atingidos e se isto aconte-ceu com base nos resultados do pro-jeto/programa/processo.

• Impacto – “Impacto relativo à transiçãode objetivos para metas”. As mudanças eefeitos (positivos e negativos, planejados eimprevistos) devidos ao projeto/ progra-ma/processo, vistos com relação a ambos,a população alvo e os outros afetados.

• Relevância – “Coincidência com asprioridades de desenvolvimento”. O graucom o qual o projeto/ programa/proces-so como descritos através de seus resulta-dos, objetivos e metas coincidem com asprioridades de desenvolvimento local enacional.

• Sustentabilidade – “Impacto positivocontinuado em níveis projetados”. A queponto espera-se que os efeitos positivosdo projeto tenham continuidade baseadaem recursos nacionais.

Definição de Indicadores: Os indicadoressão necessários para medir o progresso doprocesso de implementação, os resultadosdiretos das intervenções e os impactos delongo prazo. Determinar indicadores paramedir a que ponto as ações planejadas estãocontribuindo para as metas nacionais econô-micas, sociais e ambientais, pode requererum pouco mais de reflexão em vista dosmuitos fatores envolvidos, mas o esforço valea pena. Indicadores definidos cuidadosa-mente ajudam a esclarecer os objetivosdurante o processo de desenvolvimento daEstratégia e, sem eles, o ajuste fino que deve-ria acontecer durante o processo de imple-mentação torna-se difícil, se não impossível.

Envolvimento dos atores: Um bommonitoramento e avaliação envolvem osatores por dois motivos: 1) freqüentementeuma avaliação qualitativa não é possível sema contribuição dos atores, e 2) a avaliaçãopode ser uma ferramenta poderosa paramobilizar apoio para o processo de imple-mentação, mas apenas se os atores acredita-rem no processo de avaliação e estiveremconsciente dos resultados. Envolver as mul-heres e outros grupos menos favorecidos14) Adaptado de Norad, 1993.

Saber o que nãoestá funcionando, epor quê, é indiscu-tivelmente maisimportante do quesaber o que estádando certo, emtermos de sucessode longo prazo daestratégia.

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pode ser particularmente importante para seter uma imagem acurada de como as inter-venções efetivas estão contribuindo parapromover as metas de desenvolvimento.

Promoção de aprendizado: Os resultadosdo M&A devem retroalimentar o proces-so.Devem incluir informações úteis sobrefracassos assim como sucessos. Saber o quenão está funcionando, e por quê, é indiscuti-velmente mais importante do que saber oque está dando certo, em termos de sucessode longo prazo da estratégia.

Desafios para o monitoramento e ava-liação: A Comissão para o Desenvolvimen-to Sustentável identifica vários obstáculospotenciais ao M&A no seu documento guiapara preparar estratégias de desenvolvimentonacionais, que também são relevantes aqui:15)

• Falta de uma cultura de avaliação e, fre-qüentemente, uma atitude negativa emrelação à avaliação;

• Avaliações conduzidas por fontes externas– isso pode ser difícil de internalizar, assimcomo envolve habilidades de avaliaçãoque não conduzem a uma avaliação parti-cipativa pelos atores locais (por exemplo,enfatizando avaliações de terceiros emrazão da necessidade de garantir a presta-ção de conta dos recursos financeiros);

• Temer que a avaliação possa conduzir acomparações internacionais inadequadas;

• Falta de concordância nas definições e nosindicadores, o que resulta na inconsistên-cia dos dados;

• Obter acesso aos dados e (especialmentepara avaliação do processo) acesso aos ato-res envolvidos;

• Integrar avaliações diferentes realizadaspor organizações diferentes, p.e. avaliaçõ-es da sociedade civil e do governo, ouaquelas de ministérios diferentes, e garan-tir as complementaridades entre elas;

• Estruturar a avaliação de forma que redu-za os riscos de ser “engavetada” por causade oposição política.

Quadro 8. Os fundamentos de uma estratégia bem sucedida

• Concordar em metas e objetivos.

• Estabelecer uma estrutura para melhor tomada de decisão, de forma contínua.

• Associar a metas de desenvolvimento mais amplas a processos de planejamento de desenvolvimento nacional.

• Antecipar as necessidades de capacitação e fazer investimentos adequados em capacitação.

• Envolver e ganhar o apoio dos atores, incluindo as mulheres e pobres.

• Alocar recursos humanos e financeiros suficientes para o processo.

• Estabelecer um cronograma com marcos/metas.

• Instalar mecanismos de monitoramento e avaliação que retroalimente o processo.

15) United Nations Depart-ment of Economic andSocial Affairs, 2002. Natio-nal Sustainable Develop-ment Strategy: ManagingSustainable Development inthe New Millennium.

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Mobilizar apoioApoio é necessário desde os mais elevadosníveis políticos até as bases comunitárias.Sem um forte apoio político das altas lide-ranças de um país, assim como do governolocal, é difícil até mesmo dar início ao pro-cesso de desenvolvimento de uma estratégia.E sem o compromisso contínuo nestesníveis, implementar as mudanças necessáriaspara adotar uma abordagem integrada é algopróximo do impossível. Por outro lado, se oprocesso não toma o cuidado de estabeleceruma base de apoio ampla e confia inteira-mente na vontade política para ir adiante,poderá ser completamente desestabilizadopela mudança no regime político. Garantir aparticipação dos atores no processo de des-envolvimento e implementação é também,em grande parte, função da mobilização deapoio.

O processo de mobilização de apoio devedar a devida atenção àqueles que serão res-ponsáveis pela implementação cotidiana daGIRH e pelas medidas de eficiência no usoda água. Deve ser reconhecido o fato de queos servidores públicos podem ver a estratégiacomo uma ameaça potencial para sua segu-rança de emprego ou como um trabalho adi-cional para uma equipe já sobrecarregada.Dar a alguém uma ferramenta útil é relativa-mente fácil; convencê-lo de usá-la é umassunto totalmente diferente.

O primeiro passo na mobilização doapoio é geralmente a conscientização. Ado-tar uma abordagem de GIRH para a gestão edesenvolvimento da água envolve mudançasem diferentes níveis – em políticas, institui-ções e hábitos, mas deve se iniciar com umamudança na maneira de pensar. As pessoas –dos políticos aos fazendeiros no campo –

Enfrentar os potenciais obstáculos De acordo com o levantamento informal de GWP e respostas dos parceiros, as três razõesmais comuns pelas quais os países acham que os processos de desenvolvimento e imple-mentação de estratégias desaceleraram ou pararam são: falta de apoio para o processo,falta de financiamento e falta de capacitação.

Falta de apoio, liderança e compromisso nos níveis superiores – freqüentemente na baseda falta de compreensão sobre para que é a estratégia e como lidar com ela – são um dosprincipais obstáculos para deslanchar o processo. E sem uma ampla base de apoio – do pri-meiro ministro até o fazendeiro no campo – uma implementação bem sucedida é imprová-vel.

Falta de financiamento não deve ser uma desculpa para o fracasso na construção de umaestratégia. A maioria dos países deve ser capaz de financiar o processo por si mesmos, maspara aqueles que não podem, muitos doadores estão dispostos a oferecer assistência. Noque concerne à implementação, não incluir um plano de financiamento adequado e esperarpara começar a levantar fundos somente depois que a estratégia estiver pronta são asarmadilhas mais básicas.

Não desenvolver competências apropriadas no país é outro passo em falso que atrasa oprogresso em várias fases do processo. Em alguns casos, as competências necessárias podemnão estar disponíveis no país; neste caso, o foco deve ser mais na transferência de conheci-mento do que simplesmente na dependência de consultores externos.

O capítulo seguinte apresenta algumas sugestões de como enfrentar e, se possível, evitartais obstáculos.

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devem entender como o processo demudanças os beneficia e como ele lida comsuas preocupações e desafios, assim comocom as metas mais abrangentes da sociedade.

Promovendo exemplos positivos: Umamaneira de ganhar apoio em níveis múltiplosé divulgar exemplos bem sucedidos deGIRH – ideal seriam exemplos de onde aintegração já está acontecendo no país. Namaioria dos países, tais exemplos existem,freqüentemente onde múltiplas agênciascooperaram com as comunidades para resol-ver os problemas relacionados com a água.No Sri Lanka, por exemplo, a Agência deMahaweli (a agência responsável pelo desen-volvimento e gestão dos recursos hídricos daBacia de Mahaweli), o Ministério da Saúde eas organizações de fazendeiros locais trabal-haram juntos para encontrar formas de redu-zir a malária. Esta parceria lhes permitiu ata-car o problema sob vários ângulos, inclusiveeliminando os locais de reprodução dosmosquitos nos esquemas de irrigação e iden-tificando melhores práticas de gestão do soloe da água na comunidade. Comunicar osbenefícios de tais abordagens integradaspode acelerar bastante o processo, conven-cendo as pessoas de que a GIRH é muitomais uma ferramenta útil baseada no bomsenso do que uma nova teoria inútil que terápouco impacto, além de tornar seu trabalhomais difícil.

Agregando valor: Outra boa tática é iden-tificar “frutas mais baixas”– situações onde aabordagem de GIRH e um pouco de inves-timento podem resultar em benefícios ime-diatos. Prover aos políticos uma análise decustos e benefícios das oportunidades daGIRH pode ajudar a vender a idéia maior deuma estratégia que colocaria em práticamecanismos para identificar e agir em taisoportunidades, de forma contínua. Dê umaolhada nas estruturas de investimentos exis-tentes ou planejadas. Existem oportunidadespara agregar valor a tais investimentos, ado-tando uma abordagem mais integrada? ACaixa de Ferramentas de GIRH da GWP éum bom documento onde procurar inspira-

ção para a identificação de oportunidades.Tenha em mente, no entanto, que para taisintervenções de GIRH funcionarem emqualquer lugar, não só no papel, precisamenvolver os usuários finais.

Calculando os custos do “negóciocomo de costume”: É também possívelseguir na direção oposta – mostrando exem-plos dos custos de não se ter adotado umaabordagem mais próxima de GIRH. Porexemplo, numa análise econômica do proje-to de irrigação do rio Kano, no norte daNigéria, e na planície alagada a jusante, ospesquisadores descobriram que os benefícioseconômicos brutos (agricultura, pesca,madeira combustível) eram de pelo menosUS$ 32 por 1000 m3 de água, enquanto queo sistema de irrigação estava obtendo nomáximo US$ 1,73 por 1000 m3 (US$ 0,04por 1000 m3 quando os custos operacionaiseram incluídos).16) A extensão da área alagadajá tinha diminuído de mais de dois terços,devido ao desenvolvimento da irrigação amontante. Os pesquisadores calcularam que,dada a elevada produtividade da planície ala-gada, a construção de todas as barragens pla-nejadas a montante e estruturas de irrigaçãode grande porte resultariam numa perda totalUS$ 20 milhões. Neste caso, ter adotadouma abordagem de GIRH desde o iníciofaria mais sentido, do ponto de vista econô-mico. No Iêmen, o governo ficou conven-cido da necessidade de uma nova abordagempara a gestão da água apenas depois que estu-dos realizados mostraram as perdas econômi-cas que resultariam da continuidade de umagestão pobre e práticas não sustentáveis – oque, então, abriu caminho para um processode conscientização e consenso.

Mobilizar recursos financeirosExistem dois aspectos do levantamento defundos que devem ser abordados. O primei-ro está relacionado com os recursos financei-ros necessários para a preparação de estraté-gias da GIRH; o segundo está relacionadocom recursos necessários para a implementa-ção de ambos, a mudança na governança daágua, conforme identificada na estratégia, e a

16) Veja Acreman, M. 2000. Back-ground study for the World Com-mission of Dams and Barbier, E.B.; Thompson, J. R. 1998. Thevalue of water: Floodplain versuslarge-scale irrigation benefits innorthern Nigeria. Ambio,27(6):434-440.

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infra-estrutura para fazer as coisas acontece-rem. Os esforços para levantar fundos para aimplementação devem ser paralelos ao pro-cesso de desenvolvimento da estratégia, sefor possível; outrossim, haverá o risco deperder o momentum e o apoio, enquanto osfundos necessários são obtidos.

Garantindo o financiamento: A maioriados países industrializados e de renda média écapaz de levar adiante o processo de desen-volvimento estratégico com recursos pró-prios. Mas alguns países de baixa renda sim-plesmente não têm os recursos humanos,técnicos ou financeiros próprios para alcan-çar a meta da CMDS. O Plano de Imple-mentação da CMDS reconheceu esses obs-táculos e enfatizou a necessidade de um forteapoio a esses países.

Vários países doadores já assumiram ocompromisso de apoiar os países em desen-volvimento na preparação de suas estratégiasou estão considerando tais ações, tanto atra-vés de mecanismos bilaterais quanto multila-terais. O Canadá (CIDA), a Holanda, a Nor-uega, os Estados Unidos (USAID) e o FundoMundial para o Meio Ambiente (GEF) estãooferecendo ou considerando apoiar, atravésda GWP, vários processos de desenvolvi-mento de estratégias. Outros doadores, taiscomo Dinamarca, Alemanha e o ReinoUnido estão apoiando o desenvolvimento esua implementação de estratégias de GIRHdiretamente para os países, através de proces-sos bilaterais.

Orçamento para a implementação: Osrecursos necessários para implementar umaestratégia são, obviamente, muito mais signi-ficativos. De um lado está a maior parte dosfundos necessários para o desenvolvimento einfra-estrutura hidráulica – para tubulações,sistemas de armazenamento, irrigação, usinasde tratamento e outros. De outro lado estãoos recursos financeiros (assim como técnicoe humano) necessários para as intervenções“leves”, tais como o trabalho político, con-fecção de leis, reformas institucionais e degovernança, o desenvolvimento de instru-mentos de gestão e capacitação.

A experiência tem mostrado que alocaçãode verbas nos orçamentos, no início do pro-cesso, é fator crítico para o sucesso. Algunspaíses acharam útil elaborar uma estimativa agrosso modo dos fundos necessários para aimplementação desde o estágio inicial doprocesso, para inclusão no orçamento nacio-nal seguinte – isto ajuda a manter uma ava-liação da realidade durante a formulação daestratégia, assim como garantir a ação ime-diata. Pode ser necessário reservar algumaverba para atender “pontos críticos” identi-ficados durante a preparação, ao invés deesperar que a estratégia esteja finalizada eadotada.

Para países que contam com o apoio dedoadores para a implementação, realizar reu-niões com os doadores para garantir a aceita-ção durante a preparação da estratégia fazmuito sentido. Organizar atividades relacio-nadas em estágios programados pode sermais eficaz do que uma abordagem total-mente inclusiva ou parcelada para obterrecursos. No entanto, algumas vezes podeser útil incluir uma pasta de subprojetos (taiscomo fortalecer a aquisição de dados) quepoderiam ser imediatamente financiados.

Mobilizar recursos humanosMuitos países estão descobrindo que elestêm necessidade de capacitação associadascom aspectos do processo de desenvolvi-mento de estratégia, assim como da imple-mentação. Claramente, desenvolver o con-teúdo substantivo de uma estratégia deGIRH requer capacidade técnica em váriasespecialidades. Mas, competência é tambémnecessária para gerenciar o processo partici-pativo que é componente vital para o desen-volvimento de uma estratégia efetiva – ouseja, habilidades em comunicação, negocia-ção, resolução de conflito, facilitação, cons-trução de consenso, administração de tempoe mobilização comunitária.

Se a competência necessária não seencontra disponível no país, consultoresexternos podem atuar de modo valioso naconstrução de capacidades locais e ajudar afacilitar o processo de desenvolvimento daestratégia. O perigo é depender demais dos

Os esforços paralevantar fundos paraa implementaçãodevem ser paralelosao processo de des-envolvimento daestratégia, se for detodo possível;outrossim, corre-seo risco de se perdero momentum e oapoio, enquanto osfundos necessáriossão conseguidos.

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especialistas externos para suprir o conheci-mento necessário ou dirigir o processo.

Capacitação para o desenvolvimento eimplementação de estratégias é um proces-so contínuo. Cada passo demanda novosconhecimentos e competências para ajudara entender novas direções, construir com-promissos e desenvolver respostas apropria-das para os desafios da gestão de recursos.

As necessidades de capacitação prova-velmente incluem:• Competência técnica em áreas de gestão,

inclusive monitoramento e avaliação;engenharia e ciências aplicadas, inclusivehidrologia e ecologia; e as ciênciassociais, especialmente economia, ciênciapolítica, direito e administração pública.

• Modelagem e análise de dados, e desen-volvimento e manutenção de bancos dedados.

• Resolução de conflitos, habilidades denegociação, cooperação e planejamentotransfronteiriços, levantamento derecursos financeiros.

• Treinamento (preparar módulos basea-dos em projetos de curto prazo para ser-vir como atualização de gestores derecursos hídricos, tomadores de decisãoe formuladores de políticas, proporcio-nando à equipe troca e compartilhamen-to de experiências).

Esforços de capacitação não devem selimitar às agências de gestão do governo, masdevem também incluir centros de conheci-mento, entidades relevantes do setor priva-do, organizações não governamentais e debase comunitária e atores individuais quedesejem participar.

Desenvolvimento e treinamento profis-sional individual não são muito efetivos, anão ser que sejam acompanhados pelo forta-lecimento institucional, por exemplo, mel-horia da governança e gestão de instituições(veja Quadro 5, página 21). Exemplos defortalecimento institucional incluem garan-tir que cada instituição tenha uma missãoclara, estratégia e plano de trabalho; orientara seleção de pessoal para que atenda às neces-sidades da instituição; e garantir que as insti-tuições tenham um orçamento operacionalalinhado com suas missões e estratégias. Ofe-recer salários e oportunidades suficiente-mente atrativas para manter os especialistasno país e evitar o bem conhecido fenômenode “evasão de cérebros” é também umaquestão que muitos países precisam enfren-tar. A meta global é ter instituições fortes,com equipes formadas por profissionaishabilitados.

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Ação

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Evitar a não açãoEm 1995, a Nicarágua iniciou a preparaçãodo Plano Nacional de Ação da Água queabordaria os desafios da gestão integrada dosrecursos hídricos no âmbito do arcabouçoinstitucional, legislativo, econômico, políti-co e técnico existentes no país. Ao final de29 meses, o projeto publicou os seus relató-rios finais, consistindo de treze volumes tra-tando sobre, inter alia, política, legislação,aspectos institucionais, instrumentos econô-micos, temas técnicos e as recomendaçõesdo Plano de Ação.17)

O acompanhamento subseqüente doPlano tem sido mínimo, apesar da participa-ção ativa de instituições relevantes na execu-ção das atividades do projeto e a preparaçãodos relatórios do projeto. Então, por que oPlano de Ação teve como resultado nenhu-ma ação? Um dos fatores identificados pelosimplementadores do projeto foi falha noestabelecimento de mecanismos de acom-panhamento efetivos necessários para garan-tir que o momentum não fosse perdido após oencerramento do projeto. Outra razão possí-vel é que o Plano de Ação foi abordadocomo um “projeto”, cujo resultado seria umplano escrito ao invés de ação real.

Embora seja útil incorporar a estratégiaem um documento físico, isto não deve servisto como o fim do processo, que deve sercontínuo. Algumas sugestões mencionadasnas seções anteriores que podem evitar ainoperância, são:

• Garantir financiamento para a implemen-tação durante a fase de formulação daestratégia, para evitar a perda do momentumenquanto são levantados os fundos para aimplementação.

• Dar devida atenção à capacitação e ao for-talecimento institucional para garantir queas organizações sejam capazes de assumirnovas responsabilidades e desafios.

• Garantir uma ampla base de apoio funda-do, em diferentes níveis de governo e nasociedade em geral, de forma que a estra-tégia não seja vulnerável a mudanças deregimes políticos ou à saída de pessoalchave.

• Encarregar o mesmo time responsável porliderar o desenvolvimento da estratégia desupervisionar a implementação e torná-losresponsáveis pela prestação de contas auma autoridade superior.

• Ser realista em termos do que pode serrealizado em vista do atual contextosocioeconômico, institucional e político.

• Garantir que a utilização da água e os ser-viços hidráulicos estejam bem ajustados àsnecessidades dos usuários e sejam sustentá-veis, em termos financeiros e de manuten-ção.

• Garantir que os resultados das atividadesde monitoramento e avaliação retroali-mentem o processo, de forma que proble-mas e obstáculos potenciais possam serimediatamente trabalhados.

Garantir a efetiva implementaçãoNo final, o sucesso ou o fracasso de uma estratégia depende da sua capacidade decatalisar mudanças. Isto é o que importa – não o processo específico, não a forma dodocumento de estratégia, mas se resulta ou não numa ação positiva. No capítulo que sesegue, procura-se esboçar algumas sugestões finais para ajudar os países a garantir quesuas estratégias não terminem acumulando poeira, mas ao contrário acionem um pro-cesso contínuo de mudança que conduza a um uso dos seus recursos hídricos maissustentável, eqüitativo e eficiente.

17) GWP IWRM ToolBox, Nicarágua– Evaluation of The NationalWater Action Plan, Case #12.

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• Empregar um processo de implementaçãoque seja flexível o bastante para se adaptara condições variáveis e tirar vantagens denovas oportunidades.

Definir uma estratégia de transição pararealizar um movimento da situação atualpara os cenários futuros desejados, em ter-mos das áreas de mudança de GIRH especí-ficas, definidas no Quadro 3 (página 11),com marcos referenciais e cronogramas, éoutra componente importante para garantira ação. Isto deve incluir a maneira pelas quaisas abordagens existentes serão modificadaspara alinhá-las com a nova abordagem des-ejada, indicadores para medir impactos emecanismos para monitorar e avaliar a efeti-vidade da transição.

Estabelecer conexões com outros pla-nos e estratégias nacionais é outra manei-ra de encorajar a ação e garantir a relevânciada estratégia. Exemplos de planos e estraté-gias relevantes, aos quais uma estratégia deGIRH deve conectar-se, incluem: • Planos Nacionais de cinco anos e Estraté-

gias de Desenvolvimento Sustentável, • Planos Nacionais de Desenvolvimento e

Empoderamento das Mulheres,• Estratégia e Planos de Ação Nacionais de

Biodiversidade, • Planos Nacionais de Combate à Desertifi-

cação, • Documentos de Estratégias para Redução

da Pobreza do país (DERPs) (Countrypoverty reduction strategy papers – PRSPs), e

• Estratégias nacionais para atingir as Metasde Desenvolvimento do Milênio.

Promover reformas A mudança pode ser dolorosa e enfrentam,com freqüência, resistências na medida quefaz as pessoas se sentirem inseguras, mesmoquando entendem a necessidade. Freqüente-mente boas leis e procedimentos revisadospodem falhar se não são entendidos ou acei-tos pelos servidores públicos ou cidadãos. Areforma institucional precisa ser feita comuma abordagem participativa e consultiva,

envolvendo os setores formal e informal,para desenvolver o entendimento e a apro-priação do processo de mudança.

Embora cada país deva decidir como pro-mulgar uma reforma – dependendo de suasituação atual e o que quer alcançar no futu-ro – a experiência acumulada na Caixa deFerramentas de GIRH oferece algumas liçõ-es básicas: • Reformas devem ser feitas de maneira

coerente e integrativa e devem se ajustaràs políticas sociais e econômicas maisamplas do país.

• Tentar promulgar muitas reformas, demodo muito rápido, pode provocar resis-tência. Uma abordagem mais efetivasugere decidir as prioridades e umaseqüência de ações para satisfazer essasprioridades.

• Evitar reformas não realísticas que não sãopolítica ou socialmente inaceitáveis.

• Conscientizar, compartilhar informação epromover debate participativo consisten-te são elementos chave para qualquer pro-cesso de reforma.

• A reforma é um processo dinâmico einterativo, e a única certeza é a mudançaem si mesma.

• Grupos com direitos adquiridos e interes-ses especiais devem ser incluídos nosdebates, mas os tomadores de decisãodevem evitar serem “capturados” pelosgrupos de interesses especiais.

• Em qualquer reforma, a regulamentaçãodos prestadores de serviços, tanto públicosquanto privados, é um elemento chave eos reguladores devem ser independentes efortes.

• As reformas devem evitar confundir asfunções de gestão de recursos (responsabi-lidade do governo) e fornecimento deserviços (empresas concessionárias, opera-das pública ou privadamente).

• Reformas na governança da água nãodevem se limitar ao setor da água, masdevem considerar outros setores que cau-sam impacto ou sofrem o impacto dasdecisões tomadas para a água.

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Aprendizado global Implementar estratégias de GIRH é um pro-cesso de tentativa e erro. Não há esquema oureceita universais. No entanto, os paísespodem usar ferramentas existentes e apren-der uns com as experiências dos outros –deste modo aumentando suas chances desucesso.

A Caixa de Ferramentas de GIRH é ummecanismo para o compartilhamento desteconhecimento. Reúne ferramentas testadase sólidas lições aprendidas das experiênciasexistentes quanto à implementação ao redordo mundo – assim como proporciona conta-tos de organizações especializadas relevantese produtos de informações.

Os estudos de caso da Caixa de Ferra-mentas têm três características:• Descrevem experiências reais, ações que

foram realizadas em resposta a problemas,e os resultados e lições aprendidas.

• Ilustram a forma como as ferramentas sãousadas – incluindo exemplos tanto desucessos como de fracassos.

• Abrangem um processo de revisão entrepares através da rede da GWP, de forma amanter o foco sobre a GIRH e comocaminhar em sua direção.

As ferramentas incluídas na Caixa deFerramentas representam uma ampla varie-dade de opções disponíveis – mas a lista nãoé definitiva e certamente não receita regras.Os tipos de ferramentas que podem ser usa-dos e as formas com que podem ser combi-nados variarão de lugar para lugar, de socie-dade para sociedade.

A Caixa de Ferramentas organiza as ferra-mentas em três tipos: aquelas que criam o‘ambiente propício’, as leis, investimentos epolíticas que são o marco para as outras ferra-mentas; a construção de instituições apro-priadas e capacitação nestas instituições; e,finalmente, as ferramentas de gestão, dasquais todas podem ser usadas em uma abor-dagem de GIRH.

A Caixa de Ferramentas é um recursodinâmico, e os usuários são encorajados aaumentar seus valores, fazendo comentáriossobre as ferramentas e os estudos de casos, eadicionando outros mais.

A reforma institucio-nal precisa ser feitacom uma abordagemparticipativa e con-sultiva, envolvendoos setores formal einformal, para desen-volver o entendi-mento e a apropria-ção do processo demudança.

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Anexos

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Anexo 1: Artigo 26 do Plano deImplementação da CMDSJohannesburg, setembro de 2002

Elaborar planos de gestão integrada dosrecursos hídricos e aproveitamento eficienteda água até 2005, apoiando os países em des-envolvimento, através da adoção de medidasem todos os níveis no sentido de:

(a) Elaborar e implementar estratégias, pla-nos e programas nacionais e regionaisreferentes à gestão integrada das baciasfluviais, bacias hidrográficas e lençóis fre-áticos, bem como introduzir medidaspara melhorar a eficácia da infra-estruturahídrica, a fim de reduzir as perdas eaumentar a reciclagem da água;

(b) Empregar toda a gama de instrumentospolíticos, inclusive a regulação, monito-ramento, medidas voluntárias e ferramen-tas baseadas na informação e de mercado,a gestão do uso da terra e a recuperaçãodos custos dos serviços de água, sem queos objetivos da recuperação dos custos setransformem em um obstáculo para ospobres terem acesso à água potável, eadotar um enfoque integrado de gestãodas bacias hidrográficas;

(c) Fomentar o uso eficiente dos recursoshídricos e promover sua distribuição emusos competitivos, de maneira a priorizara satisfação das necessidades básicas dosseres humanos, e equilibrar a necessidadede preservar ou recuperar os ecossistemase suas funções, em particular nos ambien-tes frágeis, com as necessidades domésti-cas, industriais e agrícolas do homem,preservando inclusive a qualidade da águapotável;

(d) Elaborar programas para minimizar osefeitos de eventos hidrológicos extremos;

(e) Apoiar a difusão de tecnologia e a capaci-tação para recursos hídricos não conven-cionais, assim como tecnologias de con-servação, aos países e regiões em desen-volvimento, que enfrentam condições deescassez de água ou são vítimas da seca edesertificação, prestando apoio técnico efinanceiro e capacitação profissional;

(f) Apoiar, se necessário, os esforços e pro-gramas para a eficiência energética, dessa-nilização sustentável e econômica da águado mar, a reciclagem da água e o recolhi-mento da água proveniente de neblinascosteiras nos países em desenvolvimento,através da adoção de medidas, tais como aassistência tecnológica, técnica e financei-ra, e outras modalidades;

(g) Facilitar o estabelecimento de parceriasde colaboração entre os setores públicos eprivados e outras formas de parceria queoutorguem prioridade às necessidades dospobres, proporcionando marcos normati-vos nacionais estáveis e transparentes esta-belecidos pelos Governos, respeitando ascondições locais, envolvendo todos osgrupos de interesse e monitorando o des-empenho das instituições públicas eempresas privadas, e melhorando a suaprestação de contas.

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Da Partnership of Africa’s Water Development(PAWD), este marco está atualmente sendo

usado para preparar planos de GIRH emcinco países africanos.

Anexo 2. Exemplo de um marco de resultados estratégicos

OBJETIVO: Facilitar a Gestão Integrada de Recursos Hídricos (GIRH), em nível nacional e regional, através deplanejamento orientado a ações e implementação de marcos de GIRH, integração de Documentos de Estratégiaspara Redução de Pobreza (DERPs) sobre recursos hídricos e fortalecimento de parcerias em países e regiões afri-canos selecionados.

ATIVIDADES

A) Apoiar o desenvolvimento de Marcos de GIRHNacionais.

Atividades orientadas para o processo1. Os países estabelecem sistemas de gestão de proje-

tos e realizam programas para a conscientizaçãosobre os princípios de GIRH.

2. A gestão de projetos facilita a criação de vontadepolítica e compromisso com o processo de GIRH.

3. Grupos de atores principais participam em uma par-ceria nacional pela água e, através de representação,na gestão geral do projeto, e um sistema de consultanacional amplo é estabelecido e usado em etapasestratégicas no desenvolvimento do plano de GIRH.

Atividades orientados a conteúdo4. Realizar atividades de capacitação em apoio ao pro-

cesso de planejamento para melhorar a compreensãode GIRH e de estratégias e opções para uma gestãode recursos hídricos melhorada, e para a preparaçãoda implementação.

5. Rever atividades e experiências passadas e em anda-mento relacionadas com a gestão de recursos hídri-cos, água, pobreza e uso eficiente da água e a análi-se e uso dessas informações (gestão do conhecimen-to) para orientar as etapas nacionais e internacio-nais no estabelecimento de planos de GIRH e suasimplementações.

6. Identificar, avaliar e priorizar temas de GIRH emcada país e em todos os níveis.

7. Identificar estratégias, funções e marcos de gestãopara abordar temas de gestão de recursos hídricosem consultas aos atores, considerando os potenciaise restrições dos sistemas de gestão atuais.

8. O Governo esboça o plano de GIRH comcontribuições/ participação de múltiplos atores.

Atividades orientadas à implementação9. Apresentação e discussão do plano de GIRH com

ministérios e atores relevantes, seguidas pelaaprovação e endosso nos níveis políticos superioresrelevantes.

10.Desenvolver ações nos programas e pasta de proje-tos de implementações financiáveis, buscandofundos de fontes nacionais e doadores internacionaise desenvolver competência para implementação.

B) Apoio para o desenvolvimento institucional deparcerias pela água

11. Capacitação de parceiros de plataformas de múlti-plos atores com responsabilidades centrais (taiscomo, abordagens participativas, solução de confli-tos, levantamento de fundos, planejamento e gestão)e apoio à operação da plataforma, em termos delimitação de pessoal e custos operacionais.

C) Apoio para a integração da água nos DERPs

11. Preparar um documento descrevendo como a gestãosustentável de recursos hídricos está relacionadacom o desenvolvimento econômico e a redução dapobreza.

12.Treinamento/ oficinas para todos os atores, comatenção específica para os ministérios responsáveispelas questões da água e pelo processo dos DERPs.

RESULTADOS

Resultados orientados a processos 1. Conscientização sobre a GIRH ampliada.

2. Vontade política e apoio para o processo dereforma construído.

3. Marco para uma participação ampla de atoresinstalada.

Conteúdo orientado para os resultados.4. Atividades de capacitação para implementação

do processo de reforma iniciado.

5. Conhecimento das atividades passadas e emandamento de que o processo pode crescer apartir da gestão de conhecimentos compilada edisponível.

6. Temas e desafios relacionados com a gestão derecursos hídricos identificados de maneira participativa.

7. Funções e arranjos relacionadas com a gestãode recursos hídricos necessários para lidar comos temas prioritários e gestão sustentável dosrecursos hídricos identificados de maneira participativa.

8. Plano de ação e estratégia de transição para aGIRH preparada de maneira participativa.

Resultados orientados à implementação.9. Plano de ação e estratégia de transição adotada

em todos os níveis políticos.

10.Programa detalhado e estratégia de financia-mento para o processo de reforma preparado.

11.Capacidades e competências dos parceirosestão salientadas.

12.Diretrizes (na linguagem apropriada) estão desenvolvidas sobre como integrar a GIRH noprocesso do DERP.

13.Aumentar a capacidade dos atores e ministériospara influenciar o processo do DERP.

CONSEQÜÊNCIAS

• Marcos nacionais para a gestão susten-tável de recursos hídricos e fornecimentode serviços estão instalados e/ou bemavançados para os países selecionados

• Apropriação dos Marcos Nacionais e doprocesso por todos os atores.

• Gestão dos recursos hídricos melhoradae serviços de abastecimento de águarealizados.

• Colaboração mais forte com as poten-ciais instituições financeiras relevantes,para apoiar projetos em preparação.

• Fortalecimento das parcerias em nívelregional e nacional em países escolhidospara garantir que funcionem como plataformas efetivas de múltiplos atores.

• Os temas de água são integrados nosDERPs para um conjunto selecionado depaíses africanos.

IMPACTO(S)

• A gestão sustentável derecursos hídricos contribuin-do para a eqüidade social,eficiência econômica e sus-tentabilidade ambiental empaíses africanos escolhidos.

• Abordagem participativa demúltiplos atores sem resis-tências contribuirá para umagovernança efetiva da água.

META: Apoiar países africanos na gestão sustentávelde seus recursos hídricos como uma contribuiçãopara eliminar a pobreza, melhorar o bem estar e pro-teção dos recursos naturais.

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Anexo 3: Lista de agências de apoio e financiamento

Banco Africano de Desenvolvimento“African Development Bank (AfDB)”O AfDB tem uma política que encoraja aostomadores de empréstimos a adotar e imple-mentar uma abordagem integrada para gestãode recursos hídricos. Os objetivos dessa polí-tica são racionalizar e fortalecer as interven-ções do Grupo de Bancos no setor da água.

http://www.afdb.org/

Banco de Desenvolvimento da Ásia“Asian Development Bank (ADB)”O ADB é uma instituição financeira multila-teral de desenvolvimento dedicada à redu-ção da pobreza na Ásia e no Pacifico. Funda-do em 1966, ele pertence atualmente a 63acionistas, a maioria da região.

http://www.adb.org/default.asp

Agencia Internacional de Desenvolvi-mento do Canadá (AIDC) “CanadianInternational Development Agency (CIDA)” A CIDA tem um interesse ativo em planosde GIRH e contribuiu com $10 milhõesatravés da Global Water Partnership (GWP)para auxiliar na preparação de marcos deGIRH nacionais e a integração de temas deágua nos Documentos Estratégicos deRedução da Pobreza (DERPs) em grupoescolhido de países africanos, e desenvolvi-mento institucional de parcerias da GWPexistentes ou novas, em nível regional enacional, na África.

http://www.acdi-cida.gc.ca/index.htm

Agência Dinamarquesa de Desenvolvi-mento Internacional “Danish InternationalDevelopment Agency (DANIDA)”Reduzir a pobreza em países em desenvolvi-mento é a prioridade central das cooperaçõesdinamarquesas para o desenvolvimento.

Vários temas inter-relacionados fazem parteda assistência ao desenvolvimento daDANIDA: a participação das mulheres nodesenvolvimento, o meio ambiente, promo-ção da democracia e observância dos direitoshumanos. Esses temas transversais estão inte-grados nas atividades de desenvolvimento daDANIDA de modo mais geral.

http://www.um.dk/english/

Departamento para o Desenvolvimen-to Internacional “Department for Internatio-nal Development (DFID)”O objetivo geral desse departamento dogoverno do Reino Unido é reduzir a pobre-za global e promover o desenvolvimentosustentável, em particular apoiando os esfor-ços para atingir às Metas de Desenvolvimen-to do Milênio (MDMs). A assistência doDFID está concentrada em países maispobres na região do sub-Sahara, na África ena Ásia, mas também contribui para a redu-ção da pobreza e o desenvolvimento susten-tável em países de renda média, incluindo ospaíses da América Latina e Europa Oriental.

www.dfid.gov.uk

Organização Alemã de Cooperaçãopara o Desenvolvimento “Deutsche Gesell-schaft für Technische Zusammenarbeit (GTZ)“A organização alemã de cooperação para odesenvolvimento, GTZ, trabalha no mundointeiro com temas de desenvolvimento sus-tentável. O objetivo é melhorar as condiçõesde vida e perspectivas das pessoas nos paísesem desenvolvimento ou com economia detransição.

www.gtz.de

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O Portal do Desenvolvimento “TheDevelopment Gateway”A Fundação “Portal do Desenvolvimento”constrói parcerias e sistemas de informaçãoque proporcionam acesso à informação parao desenvolvimento. Têm uma ampla seçãosobre a água, incluindo informações especí-ficas sobre gestão integrada de recursoshídricos.

http://www.developmentgateway.org/node/130676/

União Européia (UE) “European Union(EU)”O objetivo máximo da política da EU é aju-dar às populações menos favorecidas do Ter-ceiro Mundo a ter controle sobre o seu pró-prio desenvolvimento. Isto significa atacar asfontes de suas vulnerabilidades, incluindoacesso limitado a comida e água limpa, ou aeducação, saúde, emprego, terra, serviçossociais, infra-estrutura e um ambiente saudá-vel. Isto também significa erradicação dedoenças e acesso a medicamentos baratospara combater tormentos como HIV/Aids,assim como ações para reduzir a sobrecargadas dividas externas. Aproximadamente ametade do dinheiro gasto para ajudar aospaíses pobres vem da União Européia e deseus estados membros, o que faz da EU omaior doador assistencial do mundo.

http://europe.eu.int/

Ministério de Relações Exteriores daFinlândia/Cooperação para o Desen-volvimento “Finland’s Ministry for ForeignAffairs/Development Cooperation”De acordo com a Política da Finlândia sobreRelações com Países em Desenvolvimento,a cooperação para o desenvolvimento temcomo objetivo: promoção da segurança glo-bal, redução da pobreza generalizada, pro-moção dos direitos humanos e da democra-cia, prevenção de problemas ambientais glo-bais e promoção do diálogo econômico.

http://global.finland.fi/

Fundação Ford “Ford Foundation”A missão da Fundação Ford é fortalecer osvalores democráticos, reduzir a pobreza einjustiça, promover a cooperação interna-cional e aumentar as conquistas humanas.

www.fordfound.org

Facilidade (Fundo) Global do Ambien-te “Global Environment Facility (GEF)”O Fundo Global para o Meio Ambiente(GEF), estabelecido em 1991, ajuda paísesem desenvolvimento financiando projetos eprogramas que protejam o meio ambienteglobal. Os auxílios financeiros do GEFapóiam projetos relacionados com a biodi-versidade, mudanças de clima, águas interna-cionais, degradação do solo, a camada deozônio e poluentes orgânicos persistentes.

http://www.gefweb.org/

Banco Interamericano de Desenvolvi-mento (BID) “Inter-American DevelopmentBank (IADB)”O portal do Banco Interamericano de Des-envolvimento disponibiliza um conjunto depublicações úteis divididas em subseçõessobre boas práticas, estratégias e políticas,estudos técnicos e anais de conferências.

http://www.iadb.org/sds/ENV/publication_ 188_e.htm

A Academia Internacional da Água –Noruega “The International Water Academy– Norway”A visão da Academia é a de promover a exis-tência de uma comunidade de especialistascom o propósito de ajudar na gestão e uso daágua para o benefício de toda a humanidade.A Academia foi anfitriã da conferência inter-nacional de “Água para o mais Pobre”, emnovembro de 2003, para facilitar o diálogo,aprendizado e um compromisso para a açãona área de abastecimento de água e sanea-mento sustentáveis.

http://www.thewateracademy.org/

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Agência Japonesa de Cooperação Inter-nacional “Japanese International Co-operationAgency (JICA)”A JICA tem como objetivo promover acooperação internacional, através do com-partilhamento de conhecimento e experiên-cias e trabalhará para construir um mundomais pacífico e próspero.

http://www.jica.go.jp/english

Cooperação Holandesa para o Desen-volviment “Netherlands Development Coope-ration”A Holanda deseja combater a pobreza deuma maneira sustentável. Esta é a essência dacooperação para o desenvolvimento. Asidéias consagradas nas Metas de Desenvolvi-mento do Milênio adotadas pelas NaçõesUnidas, que estabelecem o que a comunida-de internacional deseja alcançar até 2015, sãouma das bases da política de desenvolvimen-to da Holanda.

http://www.minbuza.nl/

Agência Norueguesa de Cooperaçãopara o Desenvolvimento “NorwegianAgency for Development Cooperation(NORAD)”A meta principal da cooperação norueguesapara desenvolvimento é contribuir para mel-horias duradouras nas condições econômi-cas, sociais e políticas, nas quais as pessoasvivem nos países em desenvolvimento, comênfase especial na assistência que beneficie osetor mais pobre da comunidade.

http://www.norad.no/default.asp?V_D OC_ID=244

Agência Sueca de Cooperação Interna-cional e Desenvolvimento “Swedish Inter-national Development Cooperation Agency(ASDI)”A ASDI, Agência Sueca de CooperaçãoInternacional e Desenvolvimento, é umaagência do governo que responde ao Minis-tério das Relações Exteriores. A meta do tra-balho da ASDI é melhorar o padrão de vidadas pessoas pobres e, a longo prazo, erradicar

a pobreza. A ASDI é também responsávelpela colaboração com países da Europa Cen-tral e Oriental.

http://www.sida.se/Sida/jsp/polopoly.jsp?d=107

Agência Suíça de Cooperação para oDesenvolvimento “Swiss Agency for Deve-lopment Cooperation (SDA)”A Estratégia da Água de 2004 da ASD apóiae promove uma visão global sobre o tema dociclo da água baseada na GIRH, reconhe-cendo que o mais importante é a relaçãoágua e saúde, higiene, nutrição e produtivi-dade e a abordagem integrada como formade lidar com a água.

http://www.sdc.admin.ch/mainportal

Agência Internacional dos Estados Uni-dos para o Desenvolvimento “UnitedStates Agency for International Development(USAID)”A USAID apóia o crescimento econômico,da agricultura e do comércio, saúde global,democracia, prevenção de conflitos e assis-tência humanitária. A preservação e o desen-volvimento sustentável ambientalmentecorreto dos recursos hídricos do mundo éoutra alta prioridade.

www.usaid.gov

Banco Mundial (the “World Bank”)A missão do Grupo do Banco Mundial écombater a pobreza e melhorar o padrão devida das pessoas no mundo em desenvolvi-mento. É um banco de desenvolvimentoque concede empréstimos, conselhos políti-cos, serviços de assistência técnica e compar-tilhamento de conhecimento para países debaixa e média renda para redução da pobre-za.

http://www.worldbank.org/

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Primeiramente, gostaríamos de agradecer oMinistério das Relações Exteriores do Gover-no da Noruega pelo apoio financeiro para tor-nar este manual uma realidade. Gostaríamos deagradecer também às centenas de pessoas detodo o mundo que ajudaram a criar estemanual, inclusive os participantes da oficinaorganizada pela GWP em Estocolmo, em feve-reiro de 2004, sobre estratégias de desenvolvi-mento para países da África; a oficina de junhode 2004 em Kuala Lumpur; a consulta eletrôni-ca sobre o manual (que envolveu mais de 100parceiros interessados de todo o Mundo); a ofi-cina de julho de 2004, em Buenos Aires, sobreplanejamento de recursos hídricos, organizadapelo Banco Interamericano de Desenvolvi-mento e a Comissão Econômica para a Améri-ca Latina – CEPAL. As sugestões e visões úteisque emergiram dessas discussões foram degrande importância na configuração desta ver-são final do documento, que foi preparada pelaSarah Carriger, sob a direção do Comitê Téc-nico da GWP.

Dado o grande número de pessoas envolvi-das neste extenso processo, é simplesmenteimpossível agradecer particularmente a cadaindivíduo que contribuiu, direta ou indireta-mente, para o manual. Contudo, gostaríamosde expressar a nosso especial apreço a: • Sarah Carriger, por sua paciência e perseve-

rança na produção de um texto coerente queefetivamente aproveitou um grande númerode contribuições, ao mesmo tempo queguardou consistência de estilo e abordagem.

• Os membros do Comitê Técnico da GWP -Mohamed Aït-Kadi, Hartmut Brühl, MalinFalkenmark, Simi Kamal, Judith Rees, PeterRogers, Miguel Solanes, Albert Wright eYang Xiaoliu – por forneceram orientaçãosegura e orientação intelectual, desde a con-cepção até a redação final.

• Per Bertilsson, Margaret Catley-Carlson, AlDuda, Emilio Gabbrielli, Alan Hall, Jan Has-sing, Torkil Jønch-Clausen, Henrik Larsen,e Jacques Rey, pelas suas extensas contribui-ções para as várias versões.

• George de Gooijer, por atuar como facilita-dor na oficina de Estocolmo e contribuirpara a primeira versão deste documento.

• Jerry delli Priscolli, por atuar como modera-dor na oficina de Kuala Lumpur e na confe-rência eletrônica, e por suas inúmeras suges-tões úteis.

• Kwai Sim e Aslam Chowdry, pelas suas con-tribuições com material de estudos de casos.

• Leanne Burney e Christie Walkuski, pelogrande apoio editorial e administrativodurante o processo.

• Nidhi Ladha, pelo auxílio na compilação domaterial de referência.

• James Lenahan e Ann Milton, pelo forteapoio nos estágios de formatação e produção,sempre sob uma pressão considerável.

Roberto LentonPresidente, Comitê TécnicoGlobal Water Partnership – GWP

Agradecimentos

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GWP SecretariatE-Mail: [email protected]: www.gwpforum.org

A Global Water Partnership (GWP), estabelecida em 1996, é uma redeinternacional aberta para todas as organizações envolvidas na gestão derecursos hídricos: instituições governamentais de países desenvolvidos eem desenvolvimento, agências das Nações Unidas, bancos de desenvolvi-mento bilaterais e multilaterais, associações profissionais, instituições depesquisa, organizações não governamentais e o setor privado. Sua mis-são é apoiar os países na gestão sustentável de seus recursos hídricos.

Através da sua rede, a GWP promove a gestão integrada de recursoshídricos (GIRH). A GIRH visa garantir o desenvolvimento e gestão daágua, solo e recursos relacionados, a fim de maximizar o bem estareconômico e social, sem comprometer a sustentabilidade dos sistemasambientais vitais. A GWP promove a GIRH facilitando o diálogo nosníveis global, regional, de área, nacional e local para apoiar os atores naimplementação da GIRH.