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PATRONO apoia a ASSOCIAÇÃO DE ESTUDANTES com o seu romance CRUZEIRO — ESTADIAS e AMORES ESCOLA SECUNDÁRIA 3EB Dr. Jorge Correia - TA VIR A Número 13, Fev. de 2010 BIBLIOTECA CNO Filosofia e Psicologia Cinema Eco dos Espaços História Línguas Área de Projecto Escrita criativa Reportagem Visita de Estudo Nesta edição: O,50€ (Continua na pág. 13 ) M ais uma vez, o nosso patrono, o Dr. Jorge Augusto Correia, convidou a nossa Biblioteca para fazer a apresentação de uma obra sua. Por sua vontade expressa, a edição de Cruzeiro - Estadias e Amores reverte para a Associação de Estudantes e para o Centro Cultu- ral e Desportivo da Câmara Municipal de Tavira. Num lançamento na Biblioteca Álvaro de Campos, no dia 15 de Janeiro, Luís Santos, presidente da AE, e o Sr. Paulo Fernando Mangas, presidente do Centro Cultural e Desportivo da CMT agradeceram o seu gesto. O Dr. Jorge Botelho, presidente da CMT, abriu a sessão e prestou homenagem a esta figura que sempre prestigiou o nosso concelho. Por último, a professora bibliotecária, Ana Cristina Matias, apresentou o romance, tendo dado destaque aos momentos narrativos sobre a vida em Tavira. Uma destas passagens, pitoresca e genuinamente exclusiva deste romance, foi então lida pela vice-presidente da Associação de Estudantes, Maria Couto. A BE foi convidada para apresentar quatro obras durante o mês de Janeiro e assim o fizemos. Primeiro, o lançamento do livro do patrono, como noticia- mos nesta página. Depois, no dia 15, no Refúgio Aboim Ascensão, a quem a autora Maria Saturnino ofereceu o produto da venda dos livros desse dia, apresentámos Os deuses não moram aqui. Liliana Fernandes Maria Couto Joana Venâncio JANEIRO: Mês de lançamento de livros

C ESCOLAS ECUNDÁRIA 3EB orreia -TAVIRA Dr. Jorge … · lançamento de livros. Página 2 REPORTAGEM Palestra: PAISAGENS ROMÂNTICAS N ... 1819) de Théodore Gericaux e o “Navio

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PATRONO apoia a ASSOCIAÇÃO DE ESTUDANTES com

o seu romance CRUZEIRO — ESTADIAS e AMORES

ESCOLA SECUNDÁRIA 3E

B

Dr. Jorge Correi

a - TAVIRA

Número 13, Fev. de 2010

BIBLIOTECA

CNO

Filosofia e Psicologia

Cinema

Eco dos Espaços

História

Línguas

Área de Projecto

Escrita criativa

Reportagem

Visita de Estudo

Nesta edição:

O,50€

(Continua na pág. 13 )

M ais uma vez, o nosso patrono, o Dr. Jorge Augusto Correia, convidou a nossa Biblioteca para fazer a apresentação de

uma obra sua. Por sua vontade expressa, a edição de Cruzeiro - Estadias e Amores reverte para a Associação de Estudantes e para o Centro Cultu-ral e Desportivo da Câmara Municipal de Tavira. Num lançamento na Biblioteca Álvaro de Campos, no dia 15 de Janeiro, Luís Santos, presidente da AE, e o Sr. Paulo Fernando Mangas, presidente do Centro Cultural e Desportivo da CMT agradeceram o seu gesto. O Dr. Jorge Botelho, presidente da CMT, abriu a sessão e prestou homenagem a esta figura que sempre prestigiou o nosso concelho. Por último, a professora bibliotecária, Ana Cristina Matias, apresentou o romance, tendo dado destaque aos momentos narrativos sobre a vida em Tavira. Uma destas passagens, pitoresca e genuinamente exclusiva deste romance, foi então lida pela vice-presidente da Associação de Estudantes, Maria Couto.

A BE foi convidada

para apresentar quatro obras durante o mês de Janeiro e assim o fizemos. Primeiro, o lançamento do livro do patrono, como noticia-mos nesta página. Depois, no dia 15, no Refúgio Aboim Ascensão, a quem a autora Maria Saturnino ofereceu o produto da venda dos livros desse dia, apresentámos Os deuses não moram aqui.

Liliana Fernandes Maria Couto Joana Venâncio

JANEIRO: Mês de

lançamento de livros

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REPORTAGEM

Palestra: PAISAGENS ROMÂNTICAS

N o dia 11 de Janei-

ro, a turma 11º A1, juntamente com outras turmas do 11º ano, assistiu, no Anfiteatro da Esco-la, entre as 10:05 e as 11:35, a uma palestra sobre “Paisagens Românticas”, pro-movida pela Biblioteca e pelo Grupo Português.

A Professora Sílvia Quintei-ro da Escola Superior de Ges-tão, Hotelaria e Turismo, Uni-versidade do Algarve, concen-trou a sua exposição em exemplos de como a paisa-gem foi representada no perío-do romântico, na Literatura e na Pintura, enumerando depois algumas das suas prin-cipais características.

Depois de nos falar um pouco sobre as princi-pais personagens do romantismo, na Literatura e Arquitectura, e as suas respectivas obras, mos-trou-nos algumas pinturas para que ficássemos a conhecer melhor a pintura romântica, estilo que vingou na primeira metade do século XIX. Salien-tou que era muito usada a cor vermelha e que tinha por objectivo chocar o observador com cenas fortes. Cenas de desespero, ruínas, tem-pestades, naufrágios e doenças foram temas fre-quentes de diversos pintores. Também sublinhou que os pintores românticos não usavam a paisa-gem unicamente como cenário, mas como um meio de transmitir o sentimento de tragédia, daí os objectos em forma angular, como as florestas de pinheiros, as ruínas de castelos.

Comen-tou, depois, diversos quadros do grande pai-sagista romântico alemão Caspar David Frie-

drich (1774-1840). Assim, pudemos observar “O mar de gelo” (1823-24), “ Abadia no Carva-lhal” (1810), “ O monge à beira-mar” (1808-10) e “O peregrino sobre o mar de névoa” (1818). Neste dois últimos quadros, pudemos verificar como o elemento humano se integra totalmente na paisa-gem e mal se distingue dela. As figuras humanas também são retratadas de costas.

Outras pinturas deste período apelavam às novas ideias liberais, como a solidariedade, a fra-ternidade e a igualdade, dado a recente Revolu-ção Francesa estar ainda muito presente na men-te dos Europeus. Como exemplo, foi projectado um quadro que muitos de nós já conhecíamos: “ A Liberdade guiando o povo” (1830) de Delacroix. Deu ainda como exemplo de quadros históricos do período romântico “A balsa de Medusa” (1818- 1819) de Théodore Gericaux e o “Navio de Escra-vos” de William Turner.

A palestra, que terminou com uma siste-matização das características do romantismo, foi muito interessante e estreitamente relacionada com as matérias que estamos a estudar na disci-plina de Português e os alunos de Artes também aprofundam este tema na disciplina de História da Cultura e das Artes

Alexandre Matias Correia e Tânia Baptista, 11º A1

O mar de gelo (1823-24), Caspar David Friedrich

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REPORTAGEM

N as passadas semanas, Sílvia

Quinteiro, professora universitária, apresentou duas palestras na escola Dr. Jorge Correia. A temática das mesmas foi o Romantismo, englo-bando as suas paisagens e os seus heróis.

A segunda palestra, apresentada a 18 de Janeiro, teve como tema central os heróis român-ticos. O termo “almas de tempestade” foi muitas vezes referido como caracterizador dos heróis românticos, porque estes surgiram numa época de revoluções e dificuldades. Nas obras literárias, o nome do herói romântico é, frequentemente, o título da obra e as revoluções do período românti-co, na literatura, na política, na filosofia, na reli-gião e na ciência, são também muitas vezes rela-tadas.

Além das revoluções ocorridas na época, a oradora também se referiu às transformações verificadas a nível técnico, científico, político e

A Professora Doutora Carina Infante

do Carmo, da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade do Algarve, também esteve presente no auditório da nossa escola, no dia 14 de Janeiro, a convite da Biblioteca e do Grupo de Português.

Como a palestra estava estreitamente relacio-nada com um dos conteúdos de aprendizagem na disciplina de Português, 10º ano, foram convida-das turmas desse ano para estarem presentes.

Tendo por referência a proliferação contempo-rânea de discursos auto/biográficos, nas artes e no quotidiano mediático, a oradora explorou as práticas literárias do diário e do auto-retrato que exibem uma intensa consciência da linguagem que as faz. Analisou ainda algumas estratégias de composição das imagens e das histórias que constroem incessantemente as nos-sas vidas. Página 3

Palestra: HERÓIS ROMÂNTICOS

Palestra: COMO AS NOSSAS VIDAS SE TORNAM

HISTÓRIAS

social. Os valores paradoxais que marcaram o romantismo foram também apresentados através da definição de herói romântico. Estes valores são:

• A ousadia de um indivíduo que nada

teme, que assume a diferença, que rom-pe os estereótipos independentemente das consequências;

• O pessimismo romântico assente na

ideia de um destino fatal ao qual o indiví-duo não pode escapar.

Assim, a palestra revelou ser de grande inte-

resse e o assunto tratado foi de enorme valor para as turmas 11º ano que se encontraram a assistir.

Sara Silvestre, 11º E

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CNO

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o Centro Novas Oportunidades da Escola Secundária Dr. Jorge Correia visa dar resposta às necessidades educativas e formativas da população adulta do concelho.

As instalações aliam o tradicional espaço da escola às modernas tecnologias da informação e comunica-ção, dando um ambiente acolhedor e humanista, proporcionado pela equipa pedagógica, que, em traba-lho integrado, quer com o próprio adulto/formando, quer com a comunidade em geral, procura proporcio-nar processos formativos alicerçados nas Aprendizagens ao Longo da Vida, bem como fomentar méto-dos individuais e dinâmicos, dando um novo paradigma à Educação. No sentido de chegar aos espaços mais inacessíveis do concelho de Tavira, o Centro Novas Oportuni-dades vai iniciar o processo de Itinerância, levando a Escola às freguesia mais longínquas que indiciem ter um conjunto populacional com difícil mobilidade. Para além do processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências, desenvolvido pelo Centro Novas Oportunidades de Tavira, este é também uma porta aberta para Cursos de Educação e Formação de Adultos e de Jovens, Formações Modulares e Acções de Curta Duração, de acordo com as necessidades do nosso público.

APRENDIZAGEM AO LONGO DA VIDA

Testemunhos B3

A obtenção da certificação de 9º ano representou para mim a realiza-ção de um sonho. A nível pessoal já me sinto mais realizada. A nível profissional, já tenho mais habilitações para tirar os cursos de Socorrista ou Animadora de Idosos com equivalência escolar ao 12º ano, ascender na carreira ou quem sabe, arranjar um emprego melhor.

Blandina Gonçalves Guedes

Inscrevi-me no Centro Novas Oportunidades porque estava desempregado e tinha poucas habilitações, queria obter a certificação de9º ano para obter um emprego melhor remunerado. Actualmente estou inscrito no Centro de Emprego para tirar um curso na área do turismo que me vai dar equivalência ao 12º ano. Foi bom ter frequentado as Novas Oportunida-des, aqui tirei partido dos conhecimentos que adquiri ao longo da vida.

Carlos Monteiro de Oliveira

Ter ficado com o 9º ano foi um marco histórico na minha vida, foi mais uma barreira superada. Ter visto certificadas as minhas competências, é ter mais oportunidades no mercado do trabalho, é ter consciência de que o saber não ocupa espaço. Não pretendo ficar por aqui. Tenho consciência que em adulto é difícil, pois temos o nosso traba-lho, a nossa casa, sobra-nos pouco tempo, mas bem gerido, o pouco que nos sobra usado a estudar é estarmos a investir numa das coisas mais nobres da nossa vida: o nosso conhecimento.

António Costa

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CNO

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O meu nome é, João Francisco Santos Peixe Pereira, sou residente em Tavira

e tenho 42 anos. Terminei recentemente o meu processo de vali-dação de competências, no Centro Novas Oportu-nidades de Tavira. Inscrevi-me neste processo, uma vez que, mediante a actual conjuntura, quem não tiver no mínimo 12º ano não tem grandes hipóteses de conseguir um emprego minimamente razoável, onde possa ter um horário de trabalho decente e se possa fazer valer os direitos como trabalhador. Relativamente ao meu processo de validação

de competências, confesso que ao princípio me senti um pouco apreensivo, pois já havia muito tempo que tinha deixado a escola, para além dis-so, a disciplina de Português e Matemática nunca foram o meu forte, mas foi mera ilusão. Os forma-dores e colaboradores foram de uma generosida-de tão grande e de uma paciência que até hoje me faltam as palavras para as descrever, por isso talvez eu tenha achado muito fácil a conclusão deste processo. A realização dos trabalhos pedi-dos não era difícil, o material necessário ao bom funcionamento das sessões sempre nos foi cedi-do, qualquer explicação necessária era-nos pron-tamente dada pela profissional ou pelos formado-res que muitas vezes se prontificaram a dar mais sessões de apoio aos colegas com mais dificulda-des. A sessão de Júri de Certificação deixou-me um bocado nervoso, sempre tive dificuldade em expressar-me em frente de muita gente, em espe-

Na minha opinião, o Centro Novas Oportunidades realiza sonhos. Eu sou testemunha disso, há pouco tempo conclui o 3º ciclo através do Centro Novas Oportunidades. No dia que fui a júri, as emoções que senti foram tantas que nem dá para descrever, eram uma mistura de sentimentos. Sentia-me a pessoa mais realizada, a minha auto-estima estava elevada, nem conseguia esconder a emoção. Nunca pensei concluir o 3º ciclo, tenho 3 filhos e um emprego, o meu tempo livre é pouco, mas com o Centro Novas Oportunidades tudo se torna mais fácil. Aqui temos muito apoio dos profissionais e dos formadores, estão sem-pre disponíveis. O Centro Novas Oportunidades é uma boa aposta.

Mónica Fonseca

cial, se forem estranhos, mas correu tudo bem, o tema que escolhi para a sessão era um tema que dominava bem. Até fiquei com a noção que me alonguei um pouco, mas quando falamos de hob-bies que se transformam em paixões, é natural que isso aconteça. Fiquei de tal forma satisfeito que já me inscrevi para concluir o 12º ano. Por fim, gostaria de deixar aqui algumas pala-vras, tanto para aqueles que ainda estão a estu-dar, como para aqueles que acham que já é tarde demais, estas oportunidades não devem ser des-perdiçadas, quanto mais dura for a batalha mais saborosa é a vitória.

TESTEMUNHOS B3

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CNO

o prolapso da válvula mitral (o termo

técnico é valva mitral), também conhecido como Síndroma de Barlow, consiste no mau funciona-mento da válvula mitral do coração (entrada física entre o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo).

A válvula mitral fecha quando os músculos do ventrículo se contraem, prevenindo que uma cor-rente de sangue retorne ao átrio esquerdo quando o coração bombeia o sangue para o resto do cor-po.

No prolapso da válvula mitral, uma leve defor-midade da válvula impede que ela se feche nor-malmente, por isso se mostra como uma inversão anormal ou “prolapso” da válvula. O resultado dis-so é que pequenas quantidades de sangue refluem ou vazam para o átrio esquerdo, com um efeito muito pequeno na capacidade global do coração para bombear o sangue.

Em algumas pessoas, o vazamento progride para uma insuficiência mitral, onde há importante regurgitação do sangue, com o retorno significati-vo de sangue para o átrio esquerdo. As pessoas com insuficiência mitral severa podem desenvol-ver sintomas de falta de ar, cansaço e inchaço nas pernas.

SINTOMAS

� A maioria das pessoas com prolapso da válvu-la mitral não tem sintomas, e só é descoberto quando o médico ouve um tipo específico de ruído (sopro) no coração durante um exame de rotina. � Palpitações, um pulso acelerado (taquicardia), desmaio ou sensação de tontura. Pode haver tam-bém dor no peito, normalmente localizada debaixo do osso externo (osso no meio do peito). � As pessoas com insuficiência mitral podem ter sintomas de insuficiência cardíaca congestiva (como cansaço, falta de ar e inchaço nas pernas).

PREVENÇÃO Não há nenhum modo de se prevenir o prolapso da válvula mitral. TRATAMENTO Na maioria dos casos, não precisa de tratamento, mas há doentes em que pode ser necessário a hospitalização quando os sintomas são graves, ou, caso seja necessário, a correcção da válvula ou a sua substituição. Para mais informações consulte o site: http://benjamisdaserta.files.wordpress.com/2009/09/coracao2009.jpg

• Uma alimentação equilibrada • Praticar exercício físico • Visitar o médico • Fazer análises regularmente • Viver sem stress

Maria José Coelho, ÁREA DE C L C

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filosofia

Francis Tondeur “Aurora da minha humanidade”

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N o dia 11 de Novembro de 2009, os alunos da turma 11º A2, deslocaram-se ao Palácio da Galeria, no âmbito da disciplina de filosofia, para a obser-

vação da exposição de Francis Tondeur. Esta exposição reflecte as memórias de infân-

cia do autor assim como momentos sentidos, vivi-dos pelo artista; o artista dirige-se ao espírito e ao imaginário. Na sua obra são usados materiais como a madeira, o bronze, pano-cru e tintas.

Com esta exposição o autor apela fortemente à curiosidade do visitante, e ao desejo que neste é criado, da descoberta, do oculto, sendo que o uso das forras de pano-cru, sobre as obras, desperta no visitante a ansiedade de saber o que está por debaixo delas, tentando recriar as sensações que ele mesmo sentira em criança, quando chegava a casa da sua avó e via os móveis cobertos por for-ras brancas. A possibilidade que esta situação lhe dava de imaginar o que poderia encontrar e a ansiedade de descobrir, era para ele muito mais gratificante do que a realidade vulgar que ele pre-senciava.

Nesta exposição podemos observar quase sempre duas versões (gémeas) da mesma peça, sendo que uma é feita de vigas de madeira pinta-das, e por vezes forradas com tecidos coloridos, e a outra é revestida por bronze, sendo completa-mente negra.

Além de esculturas o artista apresenta também uma variedade de quadros, fazendo uso das mes-

mas formas geométricas, e utilizando fortes con-trastes.

Esta exposição pretende também fazer uma forte crítica social à exclusão social e insignificân-cia de grupos sociais, como os trabalhadores.

É importante realçar que nenhuma das obras apresenta um título ou descrição, uma vez que o artista não sentiu necessidade de o fazer.

Após a observação da exposição podemos afirmar que esta cumpriu parte do objectivo do artista, pois despertou em nós as mesmas sensa-ções que ele sentira na sua infância, e uma vez que é possível que o visitante interaja com as obras, pode-se tornar mais apelativa para o mes-mo.

Ainda assim, e por falta de compreensão da arte abstracta, a exposição não nos agradou especialmente, esteve um pouco abaixo das nos-sas expectativas visto que por vezes não nos foi possível descodificar a mensagem que o artista pretende transmitir nas suas peças. Na nossa opi-nião a obra de arte deve desencadear no visitante as sensações que o autor viveu para com ele par-tilharmos da sua mensagem. Esta deve ser trans-mitida com alguma clareza para que, enquanto vemos as obras, nos seja possível apreciá-las pela sua beleza.

Esta exposição pode suscitar alguma contro-vérsia no que diz respeito à qualidade do seu con-teúdo.

Catarina Loureiro, e Joana Pereira, 11º A2

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PSICOLOGIA

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CONSTRUÇÃO PESSOAL

O

ser humano nasce, cresce, forma-se e limita-se a viver a vida, de acordo com

aquilo que enfrenta. Por esse motivo, muitas vezes se afirma que este é o produto que a socie-dade faz de si.

Cada pessoa é identificada com a sua própria personalidade, fruto de uma construção pessoal específica. Assim sendo, passamos por experiên-cias, (boas ou más), vivências felizes, desgostos, desilusões e momentos de euforia. Toda uma diversidade de emoções que se conjugam, interfe-rindo em nós mentalmente e levando-nos a reflec-tir, actuar e mostrar atitude ... ou não.

Muitas vezes, ficamos surpreendidos ao conhe-cermos histórias de vida inacreditáveis; julgamos uma pessoa pela sua timidez ou introversão e apresentamo-nos aos maus olhos da sociedade com uma postura medíocre. E sem razão.

Cada pessoa é um enigma; uma biografia a relatar; o resultado daquilo que o destino lhe pro-pôs; cada um é como é.

Por muito semelhantes que sejamos, somos todos diferentes; socializamos com pessoas dis-tintas, levamos diferentes estilos de vida e temos posturas desiguais, face aos obstáculos que nos forçam a enfrentá-los. Só assim adquirimos a nos-sa típica maneira de ser, que contribui para a cria-ção de uma narrativa original, inserida na nossa história pessoal.

O mundo é um labirinto infindável, capaz de nos transformar e de nos iludir ou levar-nos a ser pes-soas melhores, mais fortes e conscientes de tudo aquilo que nos rodeia. Muita gente não pensa nis-so a maior parte das vezes e simplesmente des-perdiça a sua vida em coisas inúteis, fúteis e que não as leva a lado nenhum. Mas a vida passa num dia. É necessário aproveitá-la !

A vida é tão igual para todos! Todos erramos. Todos sofremos. Todos temos uma vida nas mãos. Todos nós somos possuidores de um gran-

de peso de responsabilidade que nos deram logo no nosso primeiro dia. Depende, sim, de nós cui-dar da responsabilidade que nos foi concedida; dar sabor, cor e sentido à vida.

Fazemos tudo em função do nosso bem-estar. Contudo, as soluções surgem sempre, por mais difíceis ou inconscientes. Tudo isto nos leva a acreditar que os obstáculos são ultrapassáveis com o tempo e com a mente. Esta, sim, seria a eleita dos meus sentidos como a primazia de tudo o que nos condiciona. Tudo se constrói em face-tas. Cada uma delas não mais importante do que a outra e tão imprescindível na nossa formação... Porque, para além de simples seres humanos, somos Homens, de alma e coração. Somos seres dotados de uma inteligência incrivelmente sur-preendente e capaz de nos elevar ao pódio final – a Nossa pessoa !

Mariana Morais, 12º C1

Paula Rego

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PSICOLOGIA

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T odos nós somos pintores, poetas, escri-tores da nossa própria vida, necessita-

mos de construir obras, para nos tornarmos huma-nos.

A nossa vida começa quando ocorre a fusão de gâmetas dos nossos progenitores, somos por-tadores de características que nos foram transmiti-das. Em nós temos cadeias de ADN, o livro que reflecte o nosso exterior, mas não somos ocos por dentro. Que o diga o nosso cérebro, ele é o con-trolo do nosso exterior e interior, funcionando com a potência máxima de vida em nós, constituído por neurónios interligados entre si, ele controla a informação, pro-cessa e atribui significa-dos.

Hoje em dia, viver sem electricidade é quase impossível, imaginem só viver sem nos conseguir-mos expressar, sem escrever, sem comunicar, sem viver em comunidade, com-preendendo o que se passa à nossa volta, era morrer em vida.

E agora como nos tornamos humanos? Tornar humano é complicado, faz-me lembrar

aqueles puzzles de 2500 peças, custa a montar, mas quando está tudo montado, sentimo-nos completos. Essas peças são pedaços de momen-tos que guardamos ao longo da nossa existência, que constituem um todo: a nossa vida. E para falar em vida temos de falar em experiências e dos significados que cada um atribui à sua expe-riência. As experiências de vida começam a surgir em criança, com as pequenas aprendizagens. Como se diz, “é de pequenino que se torce o pepi-no”. Uma criança para ser saudável precisa de comunicar com a família, amigos, brincar, sociali-zar-se com o que está à sua volta. A criança tem de ser estimulada a ter curiosidade e querer aprender para ter mais sucesso no futuro. A psico-logia ensina-nos a educar crianças, mas o impor-tante no nosso planeta é educar quem já não é criança, porque faz bem a toda a gente um pouco

O INTERIOR DA PSICOLOGIA

de psicologia. No nosso planeta, ainda se observam ideias

formadas, existentes nas civilizações, as tradições que prejudicam vidas, e não só, as crianças selva-gens que nunca vão conseguir levar uma vida normal como as crianças da sua idade. E a culpa, na maioria das vezes, não é sua mas sim de ter-ceiros.

Todos nós somos diferentes, por dentro e por fora. Se assim não fosse, o nosso dedo indicador não era a nossa identidade como membros da sociedade. É espantoso pensar nestas coisas, temos exteriores diferentes, mas podemos ser parecidos em algumas características. É como a nossa personalidade que depende da experiência de cada um, e, por norma, é diferente de ser humano para ser humano, mas existe algo em

comum que faz com que eu goste mais da Joa-na e da Carolina e menos da Acácia e do

Manel. A nossa personalidade depende

daquilo que apreendemos a partir do que vivenciamos, e, em regra,

essas experiências e vivências são diferentes de todos os outros seres

humanos O que nós somos depende da nossa cul-

tura, tradição, educação, cidade, país, com quem convivemos. As experiencias são

importantes, porque são elas que completam o nosso puzzle, e desenham a imagem resul-

tante da pintura que fazemos através das nos-sas escolhas. Ás vezes ponho-me a pensar:

agora estou a escrever, alguém pode estar a ter um filho, ter um acidente, conversar, casar, dor-mir, sonhar, pintar, namorar. Estas vivências, que são pequenas experiências, fazem com que o meu puzzle seja mais azul claro, o da Adriana branco, o da Tânia verde, o da Maria cor-de-rosa, o do Rui com padrões, o do João (Fadista) tons clássicos e a Tatiana nos amarelos. Todos juntos aprendemos as outras cores, fazemos mistura de cores, fazemos o arco-íris, ou simplesmente céu nublado, aprendemos a saber lidar com essas cores, comunicamos, debatemos, crescemos e sem estas cores não somos nada.

Porque o que nós somos não é só o que nos deram, é o que fazemos para sermos. Eu sou um puzzle em construção.

Isabel Costa, 12º. A1

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CINEMA

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D a realização de Joe Wright, em 2009, surge um filme cuja motivação é das piores e apresenta-se escondida por detrás de uma coluna de jornal torna-

da amizade, “O Solista” (“The Soloist”). A vida do jornalista Steve Lopez chegou a um beco sem saída: o seu casamento desabou e já nem se lembra do quanto gosta da sua profissão. Até que um dia, encontra Nathaniel Ayers, um afro-americano, antigo promissor aluno de violon-celo da Julliard School que foi vencido pela esqui-zofrenia no segundo ano de curso, a tocar o seu violino de duas cordas no Skid Row de Los Ange-les. Quando Lopez o vê a tocar de forma tão sen-tida fica estupefacto. A princípio, é atraído pela oportunidade de fazer dele o tema de mais uma das suas colunas para o Los Angeles Times. Para ele, Nathaniel é tudo, por outro lado é nada. Assim que começaram a comunicar, Lopez interessa-se pela história de Ayers e apercebe-se de que aquela relação vai muito além de um moti-vo de reportagem, vai muito para além de um mero acaso. É interessante ver como é possível criar-se uma amizade entre pessoas de “mundos” tão diferentes, neste caso, entre um jornalista da cidade e um esquizofrénico sem-abrigo, para quem o único prazer da vida é tocar Beethoven. Esta história baseada em factos verídicos vem mostrar também que a crença em Deus é algo muito relativa. Para Nathaniel não existe um Deus universal; para ele o seu Deus é Steve Lopez, pois foi ele que o apoiou mesmo sem o conhecer, que se interessou pela sua história de vida, que tentou levar a cabo a realização do sonho que se transformara na razão de ser da sua vida: a músi-ca!

Steve leva Nathaniel para a LAMP, uma asso-ciação que apoia alguns dos 90.000 sem-abrigo que procuram algum conforto nas ruas da Améri-ca, e arranja-lhe um apartamento e um professor de música. Porém, o prodígio musical não aceita muito bem esta ideia e acaba por agredir Lopez e dizer-lhe que o despreza e a tudo o que ele lhe deu - aqueles que estão mais próximos são sem-pre os mais rejeitados. Com esta reacção, Steve pensa que nada vale a pena, que tudo o que fez parecia ter sido em vão, mas ainda assim não desiste. Tanto Lopez como Ayers acabam por se aper-ceberem de que nada acontece por acaso e é isso mesmo que Joe Wright nos pretende transmi-tir com este seu filme: nada na vida acontece por acaso, nada é em vão. Tudo tem um sentido, uma razão de ser, uma utilidade, um motivo para nos fazer crescer emocionalmente. Tal como acontece com o jornalista e o sem-abrigo, acabam por se ajudar mutuamente: Steve ajuda Nathaniel a sair das ruas de Los Angeles e a seguir o seu sonho, a sua vocação, e Nathaniel acaba por ajudar Ste-ve a crescer sentimentalmente e a reencontrar o gosto pela vida que começara a perder após o divórcio.

Em suma, esta história mostra-nos que tudo na vida tem uma finalidade, que a vida tem um senti-do, mesmo que por vezes não esteja à vista, que tudo tem uma razão de ser. Mostra-nos ainda que cada um encontra a sua liberdade onde quer. Nathaniel e a sua paixão pela música assemelha-se aos pombos que do túnel esvoaçam, elevando-se, volteando, sempre e cada vez mais.

Diana Anica, 11ºA1

“O SOLISTA” — um sentido para a vida

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CINEMA

SE EU FOSSE CRÍTICO DE CINEMA

(…) acho que o filme é adequado a alunos do 11º ano. Apela à atenção aos pormenores, até pelo facto de Hitchcok aparecer, quando é o reali-zador. Com este filme podemos aprender mais sobre cinema: compo-sição plástica, técnicas, estrutura, genérico inicial e final… Foi estimulante o fim do filme ao mos-trar a dupla personalidade de Bates, o dono do motel que pensava, agia e falava como se fosse a mãe. Foi dos poucos filmes que vi, se não o único, que demonstrou comportamentos humanos inconscientes. O tema do filme é muito interessante. Gostei.

Márcia Conceição, 11º A4

Acho que este filme nos põe a pensar sobre as razões de certos com-portamentos humanos. Utiliza um imenso leque de recursos que visam intensificar a acção. Sendo um filme de 60, é bastante actual no tema que aborda – a mente humana, o inconsciente e o desequi-líbrio da mesma por falta de comunicação com as outras pessoas. É muito interessante pois mostra como o ser humano pode ter atitu-des completamente descabidas e mesmo cruéis.

Luís Marques, 11º E

É um filme interessante. Gosto bastante do facto de a personagem principal mor-rer no início do filme e da mudança de protagonista. Não me chamou muito a atenção por ser a preto e branco mas quando se descobre que mãe e filho são a mesma pessoa, a cor deixa de ter importância e ficamos presos ao ecrã (…). É um dos melhores filmes da história do cinema e não é por acaso um dos fil-mes que estudamos neste Projecto.

Soraia Gonçalves, 11º E

(…) podem retirar-se dele muitos aconteci-mentos que marcaram uma época de moder-nização e evolução constantes com novas formas de filmar, de equilibrar a acção, surpreender o público, revolucionar o cinema (…)

Pedro Brito, 11º E

Bem realizado e produzido, capta-nos a atenção do princípio ao fim. Somos envolvidos em todo aquele suspense e ficamos sempre na expectativa (…) os planos seleccionados resultam e funcionam bem no tipo de filme que é. A banda sonora é o retrato da longa-metragem. Impossível fazer melhor! É um clássico e recomendo-o.

Mauro Viegas, 11º E

Este filme é uma obra-prima e terá sido muito perturbante na época. Pessoalmente gostei da representação de Norman Bates (Tony Per-kins). O filme recorre muitas vezes ao suspense, impotência e inse-gurança e as poucas cenas de acção são rápidas e intensas, pene-trando o espectador. (…) revela o lado mais obscuro do cineasta e ser a preto e branco reforça mais a visão de Hitchcock. Achei o filme muito bom, com um argumento perverso e genial revelando um dos melhores realizadores americanos.

Mariano Ribeiro, 11º C

O filme Pleasantville de Gery Ross é, simplesmente, espectacular. Na minha opinião este filme demonstra as diferenças nas formas de pensar e agir das pessoas. Em cada cultura as pessoas são diferentes e pensam que apenas elas… estão correctas. Este filme mostra a reacção delas a uma realidade diferente, a um mundo diferente porque, afinal, não só elas existem.

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eco dos espaços

OUTUBRO: MÊS DA BIBLIOTECA ESCOLAR

P oder-se-ia dizer que o motivo

que me faz ir à biblioteca é o facto de situar-se, muito convenientemente diga-se, a dúzia e meia de passos da minha casa, o que torna o capricho por um livro satisfeito numa questão de poucos minutos. Poderia também dizer que o meu peculiar gosto por autores já mor-tos, de quem as livrarias não são muito apreciadoras, nem o publico mais comum, também se conjuga num forte argumento para ir à biblioteca, onde mais facilmente disponho dos tão raros autores que aprecio. Muitos acham estranho alguém inte-ressar-se por escritores de outrora, há muito defuntos que escreviam sobre situações e circunstâncias alienígenas ao mundo contemporâneo, mas tranca-do no meu ser existe uma vontade indo-mável de conhecer, saber e compreen-der tudo, tentando combater as frívolas tendências da sociedade juvenil, que tão repreensivamente faz da busca pelo conhecimento algo tão inútil e desinte-ressante. É-me incompreensível até certo pon-to, tal postura dogmática, que incute um desrespeito, até nas suas palavras insí-pidas e arrogantes, que atacam e ferem todo o senso comum e a evolução humana que per se pode ser o maior monumento à busca do conhecimento e dos seus frutos. Em suma, as razões que me levam a ir a uma biblioteca? O desejo de conhe-cer o que me é desconhecido, procurar respostas para as quais ainda não foram feitas perguntas, e por fim, um amor por tão grandes autores, que uma simples livraria jamais poderia conter tamanha grandeza…

Jorge André Guerreiro, 10º C2

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A biblioteca é um lugar sossegado que transmi-te sabedoria e onde uma pessoa se pode per-der na sua imaginação e no mundo dos livros. É um sítio em que, sempre que se sai de lá, sai-se sabendo um pouco mais do que quando se entrou.

Sara Cristina Salgueiro, 10º TCOM

Gosto de entrar numa biblioteca e sentir todo aquele silêncio do momento, de observar todos aqueles livros expostos e de ter todo o prazer de os ler.

Ler um livro para mim é entrar no mundo da história, percorrer o mundo da imaginação, encarnar todas as personagens e viver toda a história como se fosse só minha. Para além disto, vou às bibliotecas para pes-quisar, requisitar, ler, estudar, reflectir, ler revistas, usufruir do espaço de Internet e, no fundo, tentar melhorar todos os meus conheci-mentos.

A biblioteca é um espaço com óptimas ins-talações, em que posso ouvir música tranquila-mente e visionar filmes. Os livros que mais procuro e de que mais gosto são livros sobre problemas socais, românticos e outros.

A biblioteca que frequento com mais regu-laridade é a biblioteca Álvaro de Campos, em Tavira. Nem sempre visito bibliotecas, mas sempre que o faço, faço-o com corpo e alma.

“Uma biblioteca sem um livro

é como um corpo sem alma.“

Ana Martins, 10 C1

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eco dos espaços

JANEIRO: MÊS DE LANÇAMENTO DE LIVROS

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A Ana Raquel Claro e a Cátia Rodrigues (12º A2) colaboraram na apresentação lendo excertos de “Caminho Verde”, um conto suges-tivo que nos dá a ver paisagens de Tavira e paisagens de Moçambi-que. No dia 27, a convite do Rotary Clube de Tavira, estivemos na Biblioteca Álvaro de Campos para apresentar A Mordaça Inglesa, de Gonçalo Amaral, um acto de confis-são de um ser insubmisso que não compactua com silêncios compro-metedores e que se indigna com a limitação da liberdade de opinião livre e responsável que lhe foi imposta. Por fim, no dia 30, também na Biblioteca Álvaro de Campos, agora a convite da Editora Gente Singu-lar, participámos na apresentação do livro de poesia, O Sul dos Meus Sonhos de Teresa Rita Lopes. Aí houve lugar a escutar poemas musicados e cantados por Rui Moura, e ainda poemas ditos pela professora Manuela Beato, membro da nossa equipa da BE, pelo actor Victor Correia, pela participação voluntária de membros do público e também pela própria autora. A mim coube-me, com honra e prazer, apresentar O Sul dos Meus Sonhos, uma obra que nos encanta pelo dizer o mundo com transpa-rência e luminosidade, num discur-so fluído com recurso a vocabulário do domínio do concreto.

Profª.: Ana Cristina Matias

(Continuação da pág. 1)

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HISTÓRIA

MARIA ANTONIETA—Vítima ou culpada?

L uís XVI foi um rei que subiu ao trono, ainda

jovem e muito ingénuo, com 15 anos. Era bisneto do Rei Sol, Luís XIV. Apesar de Absoluto, não tinha qualquer preparação para reinar, não tinha voz activa sobre a sua corte e sobre o seu povo, só se interessava, verdadeiramente, por comida e caça, e era mal aconse-lhado. Era um rei fraco e influenciá-vel, seguia sempre a última opinião. A sua relação com a rainha Maria Antonieta só

foi consumada 7 anos depois do casamento, após uma cirurgia, pois o rei tinha um problema que

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M aria Antonieta, jovem rainha de

França e mulher de Luís XVI, terá sido uma vítima da sua jovem irresponsabilidade e imaturidade, e do regime a que foi submetida.

Jovem adolescente, foi confrontada com a rea-lidade da corte francesa, com um marido que por muito tempo não consumou o casamento e com a pressão para a concepção de um herdeiro. Como escape, ter-se-á concentrado na luxúria e diver-são que a corte francesa lhe proporcionava. Este luxo, face à pobreza em que o povo francês vivia, que o seu marido não tratava de consertar, levou à indignação e revolta.

Este seu esfomeado povo viu nela um "bode expiatório", responsabilizou-a pelo caos, criticou -a pela inicial incapacidade de produzir um herdei-ro, culpou-a da incompetência do rei, e populari-zou-se a imagem de uma fútil e irresponsável austríaca, que não amava o seu povo, não se preocupava com ele.

Como rainha de França, o seu desempenho em nada a ajudou. A adolescente limitava-se a agravar o défice com os seus gastos, ignorava o estado do reino, não tinha preparação para governar com o marido. O povo, desconfiado desde o início da sua rainha austríaca, acusou-a

de todos os males da pátria, e das incapaci-dades do rei, pressio-nou-a sobre coisas que era incapaz de resolver e acusou-a, do real e do absurdo. Vítima e infeliz, aca-bou por ser capturada. A sua tentativa de fuga com o marido e os filhos, para pedir ajuda aos seus familiares estrangeiros, nada favoreceu a sua ima-gem aos olhos do povo, que a havia condenado há muito tempo. Acusada de muitas traições e de incesto, aca-bou guilhotinada. Também a História vê nela uma fútil e inútil rainha, culpada de muitos dos males do reino, do ódio do povo, da violência da revolução, como que encontrando uma justificação para a sua condenação. Talvez apenas tenha sido uma ado-lescente, feita rainha aos 14 anos, dum povo que não conhecia e que não a desejava, isolada da felicidade, ignorante e refugiada no que era seu. Vítima ou culpada?

Rita Rosário, 11ºC

LUÍS XVI—Vítima ou culpado?

tornava a relação sexual muito dolorosa. Este facto levou o casal a ser alvo de cha-cota de toda sociedade. A fragilidade do rei permitiu à rainha gastar o dinheiro de Fran-ça em festas, na moda e no jogo, como um escape para os seus problemas e infelicida-des. Foi possível verificar toda esta fragili-dade, na forma como conduziu os destinos de França, numa altura conturbada da Revolução. Luís XVI sentiu-se desconfiado com a Constituição, a meio da Revolução

tentou fugir para pedir auxílio aos países vizinhos, mas foi preso por tentativa de fuga e traição e condenado à guilhotina. Luís XVI, vítima ou culpado ?

Rita Rosário, 11ºC

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HISTÓRIA

ARTE MODERNA em PORTUGAL: de AMADEO A PAULA REGO

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O s alunos da turma do 12º ano de Humanidades (12ºC1), juntamente

com as professoras de História, Anabela Florên-cio; e Português, Ana Paula Brito da Mana e Manuela Beato, reuniram-se na Escola às 07:15 horas, com vista a tomarem o autocarro às 07:30. Mas, por falta de presença de alguns alunos, a ida no autocarro ocorreu uns minutos mais tarde. Chegámos a Lisboa aproximadamente às 12:00h e dirigimo-nos para o Museu do Chiado. Sendo este o objectivo da visita de estudo, visitá-mos a exposição de Arte Moderna em Portugal : De Amadeo a Paulo Rego. Esta exposição traça um percurso pelas práticas artísticas da primeira metade do século XX, em Portugal, e apresenta a sua lenta e complexa modernização num contexto cultural e politicamente adverso.

No percurso que fizemos pela exposi-ção, pudemos obser-var algumas obras da primeira metade do século XX. Entre elas, destacamos quatro:

Cabeça – de Santa Rita Pintor O quadro apresenta sinais do Futurismo,

apresentado também formas geometrizadas. Representa uma cabeça, mas pela presença de contrastes, dá-nos a ilusão que poderá também ter a forma de um violino, um objecto muito usado pelos cubistas. Assim, pode aludir a uma forma ou outra.

Revolta das Bonecas – de Eduardo Vieira

A obra de Eduardo Vieira apresenta exaltação de cores e contrastes com formas geometrizadas. O pintor, neste quadro, adere ao Modernismo, experimentando novas formas e técnicas, deixan-do já para trás o gosto pela pintura anterior e tradi-cional.

Jogo de Damas – de Abel Manta O pintor Abel Manta, apresenta uma situação

quase fotográfica na obra “Jogo de Damas”. Representa a sua mulher, a pintora Clementina Carneiro de Moura, concentrada no tabuleiro de

xadrez, distante do pensamento. A obra apresen-ta uma reactualização dos valores construtivos e um gosto pelo figurativo naturalista e realista.

Baloiços – de Vieira da Silva.

Concluímos a nossa viagem pelas pinturas, com a obra “Baloiços”, que apresenta uma rica abundância de cores nas figuras representadas por Maria Helena Vieira da Silva.

Na segunda parte da visita

de estudo, centrámo-nos na vida e percurso do grande poeta português, Fernando Pessoa, que também era adepto do movimento moder-nista na Literatura Portuguesa.

Fizemos um percurso pelos locais mais marcantes do poe-ta. Entre eles, a casa onde Pessoa nasceu, situada no Largo de São Carlos, n.º 4, 4. º Esq., que apresenta também uma pla-ca comemorativa e uma estátua de Fernando Pessoa nesse mesmo largo. O edifício pertence à Caixa Geral de Depósitos, foi classificado pelo Instituto de Gestão de Património, foi recuperado e alugado.

Visitámos outros lugares que marcaram a vida do grande Poeta, como a Igreja dos Mártires, no Chiado, onde foi baptizado, e o café “A Brasileira”, um café emblemático, fundado em 19 de Novem-bro de 1905, situado na Rua Garrett, junto ao Lar-go do Chiado, em Lisboa. Era tal a ligação de Pessoa a este café que foi levantada uma estátua sua em bronze na esplanada do café.

Depois de fazermos o roteiro Pessoano, fize-mos duas viagens de metro até ao Parque das Nações, onde apanhámos o autocarro para che-garmos a Tavira às 20.00. Concluindo, esta visita de Estudo a Lisboa foi importante para aperfeiçoarmos os nossos conhecimentos, primeiro acerca da Exposição temporária no Museu do Chiado sobre a Arte Moderna em Portugal: de Amadeo a Paulo Rego, onde vimos as obras da primeira metade do sécu-lo XX, em Portugal, e, em seguida, o roteiro Pes-soano, que nos fez pensar e imaginar como seria a vida de Pessoa naquele tempo e espaço.

Bárbara Ferreira, Daniela Gonçalves e João Correia, 12º C1

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LÍNGUAS

En los días de hoy es importante la reducción del consumo de agua, pues es

un recurso natural que está a escasear. Las personas no tienen la

consciencia de que sin el agua no podemos vivir y muchas de ellas no se

preocupan en tomar la iniciativa de reducir su consumo.

Medidas para la reducción del consumo de agua:

- Instalar en los grifos dispositivos economizadores de agua.

Ahorraremos hasta unos 50% del consumo habitual.

- Reparar los grifos, evitar que goteen.

- Cerrar los grifos siempre que no estén a ser utilizados.

- Cerrar el grifo cuando están a enjabonar las manos o a lavar los

dientes.

- Tomar un duche en lugar de un baño.

- Realizar mantenimientos periódicos para comprobar fugas.

- Usar aspiradoras, recoger hojas, cepillos y escobas para la limpieza.

Carina y Márcia

11ºA4

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LÍNGUAS

Reciclaje El reciclaje es un proceso en el cual partes o elementos de un artículo que llegaron al final de su vida útil pueden ser usados nuevamente. Las dos consecuencias ecológicas principales son:

• Reducción del volumen de residuos, y por lo tanto de la contaminación que causarían (algunas mate-rias tardan decenas de años e incluso siglos en degradarse).

• Preservación de los recursos naturales, pues la materia reciclada se utiliza en el suelo.

El reciclaje se inscribe en la estrategia de tratamiento de residuos de las Tres Erres.

• Reducir, acciones para reducir la producción de objetos susceptibles de convertirse en residuos.

• Reutilizar , acciones que permiten de volver a emplear un producto para darle una segunda vi da, con el mismo uso u otro diferente.

• Reciclar, el conjunto de operaciones de recogida y tratamiento de residuos que permiten rein-troducirlos en un ciclo de vida.

Pedro

Contenedores: Depositar: Contenedor amarillo Envases ligeros.

Contenedor azul Envases de cartón (cajas, bandejas,)

Contenedor verde claro Vidrio.

Contenedor verde oscuro Los residuos que no tienen cabida en los grupos anteriores.

Pedro Miguel, 11º A4

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D urante o primeiro

período, o Clube de Ciência pre-parou com os alunos algumas acti-vidades experimentais. No dia 26 de Novembro, no âmbito das comemorações do dia nacional da Cultura Científica, foram realizadas, na sala de convívio dos alunos, algumas experiên-cias com “gelo seco” que estão evidenciadas nas fotos. Foram monitores os alunos do 12º A2 e a Associação de Estudantes colaborou na divulga-

ção do evento. Foram ainda distribuídos panfle-tos informativos sobre as expe-riências realizadas.

LÍNGUAS

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O n the eleventh November, our class (10th C1), with our teacher of English, has been to Hotel Vila Galé, where an important Collo-quium on Proverbs was taking place. This

action was integrated in the first topic of our curriculum, in which we learned the importance of the English language for the communication among people from different countries and origins.

As soon as we arrived there, we have been welcomed by the participants, who demonstrated great pleasure in seeing a group of young people there, showing interest by what was being exposed. The experts who presented their lectures expressed themselves in English, so they could be under-stood by all the participants, as they came from countries all over the world, such as Israel, Japan, Canada, Ethiopia, USA, Brazil, Germany, Spain and Bosnia, among others.

We have witnessed the real importance of learning Eng-

lish and having the skill to understand and speak that lan-guage, as it is the universal language of communication. These experts, all university professors, showed their great knowledge on the topic, referring to the study and large re-search they do to understand the origin of these wise say-ings, as well as the connection among similar proverbs from different countries and much more information that we could not get, because this meeting has lasted one whole week.

As a conclusion of this different ‘class’, we may say that although we haven’t understood all their messages, we think this has been an important experience, as we have wit-nessed in a real context what we had already learned in the classroom: that English is, in fact, the language of interna-tional communication. We have also noticed the different ac-cents that the same reality - the English language - can take according to the different origins of the speakers. We can end this article saying that this has been a profitable experience that we would like to repeat. 10º C1

THIRD INTERDISCIPLINAR COLLOQUIM ON PROVERBS

ACTIVIDADES DO CLUBE DE CIÊNCIA

Ainda no âmbito das comemora-ções do dia nacional da Cultura Científica foi realizada a palestra “ Vamos fazer um electrocardiogra-ma”, pela professora doutora Car-la Quintão da Universidade do Algarve. Estiveram envolvidas três turmas e cinco professores.

Prof.ª: Anabela Silva

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ESCRITA CRIATIVA

[…] Não sou má pessoa. Sei que sou querida, simpática, amável, sincera e confidente apenas com quem mere-ce. Portanto, não é necessário repe-tirem os adjectivos já referidos. Mas podem dizer o que acham de mim, pois gosto, aprecio e preciso de saber o que as pessoas pensam sobre mim. Sou calma mas impaciente no que toca a resultados. Sou sincera e BAS-TANTE critica em relação a tudo e todos: critico tudo o que há para cri-ticar, tanto as boas como as más coi-sas (prefiro estas últimas). Sou amiga dos meus amigos e pouco mais. Gosto de ajudar sem que ninguém abuse dessa mesma ajuda. Sempre que conheço alguém, odeio. Claro que existem muito pou-cas excepções, como por exemplo o Pedro. Gosto dos meus Amigos, do Sol, de ler, escrever, falar, rir, ajudar, sen-tir, cheirar, ouvir, pressentir e acari-nhar. Aprecio chocolates, rebuçados com sabor a cereja, sopa muito quente e peixe. Confio e ajudo, sou amiga para a vida. Mas, se por algu-ma razão a amizade for posta em causa e o laço se quebrar, muito difi-cilmente volta a ser o que era. Gosto de me sentir segura, prote-gida, acarinhada e de estar rodeada de boas sensações. Não gosto de andar com os ténis molhados, da lama abundante, de intrigas, falsidades, injustiças, pes-soas sem cabeça, irresponsabilidade e abusos consecutivos. Adoro ouvir a chuva cair no telha-do enquanto estou quentinha na cama, da manhã, das parvoíces, pia-das e caras feias. Gosto da verdade, dura e crua. […]

Soraia Lázaro, 11º C

Não sei o que escrever. Tenho as ideias às voltas na cabeça Mas não sei como as transcrever. As palavras parecem não prestar. Não existe o termo correcto. Por muito pequeno que o meu conhecimento possa ser Sei que não há palavras para escrever o que penso. Nesta língua o que eu penso não é real, Porque o que eu penso não pertence ao mundo Pertence-me a mim. Porque a forma como falo comigo, Não é falada, Não é gesticulada, Apenas flui naturalmente, Por imagens, Por sentimentos, Por sons, Por pensamentos. Nós somos um mundo, Nós temos uma língua, Só nós sabemos o que realmente estamos a dizer. Como pode alguém dizer-nos o que é ou não real? Não devemos permitir nunca mais este controlo mental. Fechem os hospícios, Libertem os loucos. Tal como no universo há infinitos planetas, Num planeta há infinitos mundos. A vida não pode ser o que nos dizem que é. A vida não tem forma, Não tem qualquer forma de ser vivida. O dinheiro, o emprego, a cultura, Isso não existe, Não tem mundo, Tudo o que não tem mundo, Não pode existir. Não pensa, Não tem língua, Não expressa nem imagina. Talvez até nem nós mesmos existamos, Talvez sejamos habitantes do mundo de alguém. Talvez morrer seja quando todos os habitantes de um mundo [ desaparecem, Não há nada, não pode existir. Somos infinitas repetições dentro de uma só origem. Somos algo, Não somos humanos, Somos parte de uma grande bola, Somos habitantes de uma casa.

Daniela Rodrigues, 12º C2

SORAIA (estrela da manhã)

AUTO-CONSTRUÇÃO

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ÁREA DE PROJECTO

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A nossa turma, 12º

A2, apresenta, em Área de Pro-jecto, temas bastante diversifica-dos, que vão desde a doação de sangue até à astronomia, pas-sando pelas ciências forenses.

A escolha do tema não foi fácil para dois dos grupos, e isto deve-se ao facto de ter sido necessária a escolha de um tema relacionado com as disciplinas que escolhemos, que são Física e Química. O gru-po mais decidido relati-vamente à escolha do mesmo foi o das Ciên-

cias Forenses, constituído por quatro elementos: o Edgar Costa, a Marina Amorim, o Rafael Santos e a Verónica Rodrigues. Um pouco mais indecisos de início, a Ana Raquel, a Cátia Martins, o Gonçalo Wolf e, eu, Joana Pereira, acabámos por escolher um tema bastante actual, ainda que pouco divulgado e trabalhado: A doação de Sangue.

Por fim, mas não menos importante, temos o grupo de astronomia, constituído por cinco ele-mentos: Aleksander, Artur, Hélio Valente, Kush e Ricardo Marcarenhas. Para estes, a escolha do tema não foi fácil, visto que anteriormente ainda escolheram outros. Durante o primeiro período, todos nós trabalhá-mos na organização do trabalho. As actividades apresentadas ao público fora da turma foram mui-to poucas. Apenas o nosso grupo, “ Doar é Segu-rar Vidas”, com a colaboração dos restantes ele-mentos da turma, conseguiu organizar um Peddy-Paper, onde professores e alunos puderam parti-cipar. Para este segundo período, estamos a traba-lhar com o intuito de terminar a parte teórica do projecto e organizar os eventos futuros. Cada grupo criou uma página na Internet de forma a mostrar o seu trabalho e aproveitamos para divulgar os endereços de cada um:

Grupo “Doar é Segurar Vidas”: http://www.wix.com/doar_segurar_vidas12/homepage

Grupo “Astronomia”: www.astronomia-Tavira.tk

Grupo “Ciências Forenses”: http://baladocrime.blogspot.com Joana Pereira, 12º A2

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ÁREA DE PROJECTO

N o âmbito da disciplina de Área de Pro-jecto, a turma do 12ºC2 está a desen-

volver cinco projectos sobre temas problemáticos da sociedade actual.

Os trabalhos são variados e consistem na:

- “Influência dos Media na estética e a evolu-ção desta”, que tem como objectivo mostrar o con-trolo que os Media têm sobre os padrões de bele-za, e abordar algumas curiosidades acerca da evolução dos padrões estéticos;

- “O abandono escolar em Portugal”, com o objectivo de explicitar as suas causas e soluções;

- “Homossexualidade: adopção e casamen-to” em que pretendemos entender e dar a conhe-cer às pessoas a realidade dos homossexuais;

-“A verdade desportiva no futebol portu-guês”, com o objectivo de clarificar a corrupção existente no nosso país, ligada ao desporto rei;

- “Insegurança”, que tem como objectivo analisar o aumento do nível de insegurança vivido actualmente e as suas causas.

Estes trabalhos têm como objectivo comum denunciar problemas e factos negativos da sociedade, que para muitos são desconheci-dos, e tentar encontrar possíveis soluções para os mesmos.

Alexandre Rolão, Cláudia Gonçalves, Daniela Rodrigues, Marisa Colaço e Tatiana Bagarrão, 12º C2

Temas da Área de Projecto

• Desenvolvimento de Competências Interculturais

• Celebração da Cultura Costeira – As salinas de Tavira

• A Pegada Ecológica

• Fado – O significado do Fado para os jovens dos dias de hoje

• A Gravidez na Adolescência

12º C1

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Maria Vieira da Silva

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VISITA DE ESTUDO

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Fomos à FIL e ao Vasco da Gama, TC, TGES e TCOM em visita de estudo, Foi uma viagem muito bacana, Mas isto não é tudo… Partimos de Tavira em grande agitação, Chegámos a Lisboa por volta do meio-dia. Mas no caminho ainda parámos numa estação, A viagem foi feita sempre com alegria. A estação de serviço foi a de Almodôvar, Onde pudemos comer. Tivemos algum tempo a descansar e Voltamos à estrada sem tempo a perder. Seguimos caminho depois sem parar, O Vasco da Gama fomos descobrir, Foi lá que fomos almoçar, E ver as lojas para descontrair. Mais tarde voltamo-nos a encontrar, Para a FIL ir ver, Como sempre houve atrasos, não vou comentar, Não me compete a mim isso dizer. A FIL Natalis é a feira de solidariedade, Onde se concentram inúmeras instituições. Há muitas pessoas com falta de ajuda, é verdade, Elas dependem da boa vontade dos nossos [corações. É triste esta realidade, Por isso fomos lá para ajudar, Porque todos com um pouco de boa vontade Conseguimos pôr pessoas a brilhar.

VISITA À FIL : NATALIS Voltámo-nos a reunir, Para a Tavira regressar, Estava na hora de partir, Antes que o trânsito começasse a atrapalhar E havia muito nevoeiro, o que podia atrasar! Durante a visita, o tempo até se comportou, Pois não começou a chover, Houve alturas em que pingou, Mas nada que nos impedisse da visita fazer. Parámos em Aljustrel, Para podermos jantar. Esta visita foi do mel, Quem não gostou, azar! Pouco depois voltámos à estrada, Sem demora nenhuma. A viagem, essa foi sempre animada, Ríamo-nos por nada e coisa alguma. Chegámos cedo a Tavira, Embora já um pouco cansados, Não perdemos o espírito de alegria, Nem um segundo que ficámos calados. Bem, a viagem terminou Não há nada mais para contar. O poema também esse acabou, Chegou o momento de terminar.

Ana Cristina Pereira, 11ºTGES

Natal marca espaço na FIL

10.000 M2 de exposição, uma oferta diferente para p rendas de Natal a preços convidativos. Um evento solidário em ambiente de festa, diversão e entreten imento.

De 5 a 13 de Dezembro, a FIL recebeu a 4ª edição da NATALIS – Feira de Natal de Lisboa. Este certame, que antecipa a época natalícia, além de oferecer uma grande variedade de pro-dutos e divertidas actividades para toda a família, é o local ideal para fazer

as compras de Natal de forma solidária.

Feira solidária

FIL - Parque das Nações

Partilha de receitas de bilheteira com as

Instituições de Solidariedade Social

• Artesanato • Jogos e brinquedos • Brindes e decoração • Gastronomia e gourmet* • Moda e acessórios • Outros brindes • Instituições de solidariedade

O que pudemos encontrar na FIL: *Gourmet: É o nome que se dá a uma pessoa que tenha um paladar apurado e que possua algum conhecimento ou entendimento avançado de culiná-ria e gastronomia.

Bruno Conceição e João Coelho, 10ºTCOM

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VISITA DE ESTUDO

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Hoje, recebi flores! Não é o meu aniversário, ou nenhum outro dia especial. Tivemos a nossa primeira discussão, ontem à noite, e ele disse-me muitas coisas cruéis, que me ofenderam de verdade. Mas, sei que está arrependido, e não as disse a sério, porque ele enviou-me flores, hoje. E não é o nosso aniversário, nem nenhum outro dia especial. Ontem, ele atirou-me contra a parede, e começou a asfixiar-me. Parecia um pesadelo, mas dos pesadelos acordamos, e sabemos que não são reais. Hoje, acordei cheia de dores, e com golpes em todos os lados. Mas eu sei que ele está arrependido, porque me enviou flores hoje. E não é Dia dos Namorados, ou nenhum outro dia especial. Ontem à noite, bateu-me, e ameaçou matar-me. Nem a maquilhagem, ou as mangas compridas, poderiam ocultar os cortes, e golpes, que me ocasionou desta vez.

Não pude ir ao emprego, hoje, porque não queria que percebessem. Mas eu sei que está arrependido, porque me enviou flores hoje. E não era Dia da Mãe, ou nenhum outro dia especial. Ontem à noite, ele voltou a bater-me, mas desta vez foi muito pior. Se conseguir deixá-lo, o que vou fazer? Como poderei eu, sozinha, manter os meus filhos? O que acontecerá se faltar o dinheiro? Tenho tanto medo dele! Mas dependo tanto dele, que tenho medo de deixá-lo. Mas eu sei que está arrependido, porque me enviou flores, hoje! Hoje, é um dia muito especial: é o dia do meu funeral. Ontem, finalmente, conseguiu matar-me. Bateu-me até eu morrer. Se, ao menos eu tivesse tido a coragem, e a força, para o deixar… Se tivesse pedido ajuda…hoje, não teria recebido flores!

VISITA À ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

A S turmas do 10º TCOM, 11º

TGES e 12ºTC realizaram, no dia 25 de Novembro de 2009, uma visita de estudo à Assembleia da República. O deputado algarvio, Mendes Bota, ter-minou a sua intervenção, no debate come-morativo do 10º aniversário do Dia Interna-cional pela Eliminação da Violência Con-tra as Mulheres , no plenário da Assembleia da República do dia 25 de Novembro, com o Poema anónimo , de homenagem às mulheres assassinadas pelos seus parcei-ros. Achámos o poema muito bonito e bem ilustrativo da violência doméstica contra as mulheres, pelo que aqui o transcrevemos:

Page 24: C ESCOLAS ECUNDÁRIA 3EB orreia -TAVIRA Dr. Jorge … · lançamento de livros. Página 2 REPORTAGEM Palestra: PAISAGENS ROMÂNTICAS N ... 1819) de Théodore Gericaux e o “Navio

Ficha Técnica

Coordenação e edição: Profa. Ana Cristina Matias

Redacção: Alunos e Professores da EST Revisão: Profª. Maria Manuela Beato Reprografia: Luís Canau e César Romeira

ESCOLA SECUNDÁRIA 3EB

DR. JORGE CORREIA - TAVIRA

BIBLIOTECA

e-mail: [email protected]

http://www.estbiblioblogue.blogspot.com/

PROJECTO COMENIUS - ALGARB el ANDALUZ

N o dia 15 de Dezembro de 2009, a tur-

ma do 11º C, Línguas e Humanidades, deu início à viagem de três dias proposta pelas professoras Edite Azevedo e Fátima Pires, professoras de Filosofia e História, no âmbito do projecto COME-NIUS Algarb el Andaluz, que consistiu na desco-berta e sistematização de conhecimentos sobre a vida em comum e partilha de três grandes reli-giões, nomeadamente, judaica, cristã e muçulma-na. A turma divertiu-se imenso, sendo acompa-nhada pelas professoras já referidas e pela pro-fessora de Geografia, Maria de Jesus Horta. Como preparação para a visita, realizámos tra-balhos, com o objectivo de adquirir conhecimentos sobre o que iríamos visitar: diferentes monumen-tos, personalidades, histórias e estórias que influenciaram a expansão e que, ainda hoje, conti-

nuam presentes nesta cidade multicultural que é Córdova. Córdova, para quem não sabe, situa-se na Andaluzia, em Espanha. Nos dias de hoje é uma cidade de tamanho médio, normal e igual a muitas outras, mas o que a turma descobriu foi muito mais do que esta simples descrição geográfica. No primeiro dia, visitaáos a Mesquita/Catedral de Córdova; no segundo dia, a Torre Calahora, a Sinagoga, a Casa Andaluza, o Museu Arqueológi-co, a Exposição “Blanco e Negro”, e o Alcazar dos Reis Católicos; e, por fim, no terceiro dia, visitá-mos a Medina al-Zahara. Descobrimos, vivenciá-mos e, relembrando tempos antigos, observámos elementos arquitectónicos deixados por gloriosos antepassados já que Córdoba foi, há mil anos, uma grande cidade, das mais prósperas do seu tempo, capital de califado e, segundo valiosos tes-temunhos, governou toda a Península Ibérica.

A turma do 11º C no Alcazar dos Reis Católicos

Inês Nunes e David Chagas (longos cabelos e luvas – quem somos?)