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Dir e toria da LIESA (Tri ê nio 2015-2018) Pr eside n t e - Jorge Luiz Cast anhe ira Al exandr e Vi ce-Pr eside n t e e Dir e tor de Pa t rimônio - Za c arias Sique ira de Olive ira T esour e iro - Moa cyr H enriques Dir e tor Jurídi co - N e l son de Al me ida Sec r e t ário - Wagne r Tavar es de Araújo Dir e tor de Carnaval - El mo José dos Sant os Dir e tor Come r c ial - H é lio Cost a da Mott a Dir e tor Cul t ural - Hiram Araújo Dir e tor Soc ial - Eri ch O tt o St rahe r

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Diretoria da L I ESA (Triênio 2015-2018)

Presidente - Jorge Luiz Castanheira Alexandre

Vice-Presidente e Diretor de Patrimônio - Zacarias Siqueira de Oliveira

Tesoureiro - Moacyr Henriques

Diretor Jurídico - Nelson de Almeida

Secretário -

Wagner Tavares de Araújo

Diretor de Carnaval - Elmo José dos Santos

Diretor Comercial - Hélio Costa da Motta

Diretor Cultural - Hiram Araújo

Diretor Social - Erich Otto Straher

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 ÍNDIC E

PÁ G IN A

O RD E M D OS D ESF I L ES 05

R A N K IN G D AS ESC O L AS 07

G .R .E .S. EST Á C I O D E SÁ 09

G .R .E .S. UNI Ã O D A I L H A D O G O V E RN A D O R 21

G .R .E .S. B E IJA-F L O R D E NI L ÓPO L IS 29

G .R .E .S. A C A D Ê M I C OS D O G R A ND E RI O 37

G .R .E .S. M O C ID A D E IND . D E PA DR E M I G U E L 43

G .R .E .S. UNID OS D A T IJU C A 53

G .R .E .S. UNID OS D E V I L A ISA B E L 63

G .R .E .S. A C A D Ê M I C OS D O SA L G U E IR O 69

G .R .E .S. SÃ O C L E M E N T E 77

G .R .E .S. PO R T E L A 87

G .R .E .S. I MPE R A T RI Z L E OPO L DIN E NSE 97

G .R .E .S. EST A Ç Ã O PRI M E IR A D E M A N G U E IR A 111

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G RUPO ESPE C I A L O RD E M D OS D ESF I L ES

C A RN A V A L /2016

O RD E M H O R Á RI O D E IN Í C I O

D O M IN G O (07/02/2016)

SE G UND A (08/02/2016)

1 Às 21:30 h EST Á C I O D E SÁ UNID OS D E V I L A ISA B E L

2 Entre 22:35 e 22:52 h UNI Ã O D A I L H A D O G O V E RN A D O R

A C A D Ê M I C OS D O SA L G U E IR O

3 Entre 23:40 e 00:14 h B E IJA-F L O R D E NI L ÓPO L IS SÃ O C L E M E N T E

4 Entre 00:45 e 01:36 h A C A D Ê M I C OS D O G R A ND E RI O PO R T E L A

5 Entre 01:50 e 02:58 h M O C ID A D E IND. D E PA DR E M I G U E L

I M PE R A T RI Z L E OPO L DIN E NSE

6 Entre 02:55 e 04:20 h UNID OS D A T IJU C A EST A Ç Ã O PRI M E IR A D E M A N G U E IR A

As Escolas de Samba, cuja posição na Ordem dos Desfiles

corresponda à numeração ímpar deverão se concentrar a partir do prédio do Juizado de Menores no sentido dos prédios da C E D A E e Empresa Brasilei ra de Correios e T elégrafos.

As Escolas de Samba, cuja posição na Ordem dos Desfiles corresponda à numeração par deverão se concentrar a partir da lateral do Setor 01 (um) da Avenida dos Desfiles no sentido do Edifício “Balança Mas Não Cai”;

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R A N K IN G L I ESA 2011 / 2015

OR

DE

M

ESC O L A 2011 2012 2013 2014 2015

TO

TA

L

Col. Col. Col. Pt. Col. Pt. Col. Pt. Col. Pt.

1º Unidos da T i juca 2º 15 1º 20 3º 12 1º 20 4º 10 77

2º Bei ja-F lor de Nilópolis 1º 20 4º 10 2º 15 7ª 4 1º 20 69

3º Acadêmicos do Salgueiro 5º 8 2º 15 5º 8 2º 15 2º 15 61

4º Unidos de V ila Isabel 4º 10 3º 12 1º 20 10º 1 11º 0 43

5º Acadêmicos do G rande Rio - - 5º 8 6º 6 6º 6 3º 12 32

6º Imperatriz L eopoldinense 6º 6 10º 1 4º 10 5º 8 6º 6 31

7º Portela - - 6º 6 7º 4 3º 12 5º 8 30

8º Estação Primei ra de Mangueira 3º 12 7º 4 8º 3 8º 3 10º 1 23

9º União da I lha do Governador - - 8º 3 9º 2 4º 10 9º 2 17

10º Mocidade Independente de Padre Miguel 7º 4 9º 2 11º 0 9º 2 7º 4 12

11º São C lemente 9º 2 11º 0 10º 1 11º 0 8º 3 6

12º Unidos do Porto da Pedra 8º 3 12º 0 - - - - - - 3

13º Unidos do V iradouro - - - - - - - - 12º 0 0

Impér io da T i juca - - - - - - 12º 0 - - 0

Inocentes de Belford Roxo - - - - 12º 0 - - - - 0

Renascer de Jacarepaguá - - 13º 0 - - - - - - 0

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“Salve Jorge!  O Guerreiro na Fé.”

G .R .E .S. EST Á C I O D E SÁ

Presidente: Leziário Nascimento Carnavalescos: Amauri Santos, Chico Spinosa e Tarcísio Zanon F undação: 27/02/1955 Cores: Vermelho e Branco

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G .R.E .S. Estácio de Sá

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“Salve Jorge! O Guerreiro na Fé.”

Introdução: A sua existência é real ou imaginária? Verdades? Mitos? Essa história, que desabrochou em nossos dias, correu do oriente ao ocidente, das missas aos rituais, ao longo dos séculos através das religiões, das lendas, do boca a boca, da imagem nos atraindo, seja pelas suas belas características físicas ou pelos seus mistérios. Todas as religiões em que o santo é reverenciado têm um ponto comum respeitado, o vermelho que predomina em sua capa esvoaçante, despojada, que nos lembra a energia belicosa, agressiva, guerreira, audaciosa, associada à mesma energia do planeta marte, o planeta vermelho, ligado ao seu nascimento. Marte emite fortes vibrações como também São Jorge, que tem seu nome repleto de energia e só de pronunciá-lo, seus devotos se enchem de coragem. São Jorge é tão amado, tão carismático e tão diversificado que atende aos pedidos dos fracos, desesperados, mendigos e marginalizados. Santo de todas as crenças, de todas as sociedades e raças: São Jorge. Sua vida, sua caminhada foi breve, mas deixou o exemplo do seu maior objetivo: a aceitação da fé. São Jorge meu guerreiro invencível, defensor da fé, faz com que seus filhos tenham alma de guerreiro e vivam sempre com esperança sem se cansarem da luta. Salve Jorge.

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Carnaval/2016

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Setor 1 – Capadócia A Capadócia fica no coração da Turquia, região histórica, no centro da Anatólia central, em uma área onde foi o cruzamento de rotas comerciais entre a região litorânea e a região oriental. Essa rota nos tempos antigos era utilizada pelos mercadores para comércio de especiarias e produtos vindos do Oriente para a Europa, através do Mar Egeu e Mediterrâneo. Outra rota era a travessia pelo Bósforo, adentrando pela Bulgária para chegar a Romênia, Áustria e Alemanha. Capadócia, com seu solo de pedras de fácil manuseio e geografia diferenciada, permitiu que o homem construísse suas moradias, igrejas, labirintos; enfim, uma verdadeira civilização diretamente na rocha que são chamadas de casas e igrejas “trogloditas”. Neste berço de pedras por onde passaram várias civilizações, nasceu Jorge no ano 275 D.C., teve uma educação de muito esmero, requintada e auxiliada pelos sacerdotes, enquanto esteve com sua mãe na cidade de Lidia, após a morte de seu pai que era militar. Na adolescência, Jorge, ariano, recebe do planeta Vermelho vibrações e energias, fazendo sua natureza aguerrida, ingressou na carreira de armas, logo foi promovido a capitão do exército Romano do imperador Diocleciano e por sua dedicação e qualidade foi agraciado com título de conde da Capadócia, chegando aos 23 anos exercendo a função de tribuno militar.

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G .R.E .S. Estácio de Sá

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Fiel a sua fé, após a morte de sua mãe, mudou-se para corte do imperador e distribuiu toda sua herança aos cristãos pobres que já sofriam crueldades da época. Nesta ocasião desentendeu-se com o imperador e declarou a fé em cristo. Setor 2 – Martírio e a F é Jorge, ao se declarar cristão e não abdicar de sua fé, causou grande fúria ao imperador que tentou por várias vezes induzi-lo a desistir de sua crença e passou a ser seu tirano com infinitas crueldades, começando aí seu martírio. Por ordem do imperador, começa o ciclo de torturas ao jovem incorruptível que era perguntado se renegaria a Jesus. Das pontas de lança que se desdobravam, esmagamentos com grandes pedras, rodas gigantes cheias de navalhas, enterrado vivo em uma fornalha de cal virgem, chinelas de pedra ardente, fez com que o imperador achasse que ele conhecia e praticava a arte da magia. Foi chamado um mago mágico alquimista, pois atribuía à magia a sobrevivência do jovem santo. Depois de enfrentar sua fé com vários truques, como porções de veneno para ressuscitar defuntos, acabou convertendo o mágico para o bem. O imperador furioso ordenou que fossem os dois decapitados. Mais uma prova foi imposta a Jorge com seu consentimento. Após ter sonhado com o senhor, foi levado onde estava a estátua de Apolo para mais um sacrifício segundo a vontade do imperador. Jorge estende sua mão e indignado com o demônio que estava dentro da estátua, após um duelo, teve uma conversa prolongada com o ser do mal. O ídolo ruiu.

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Carnaval/2016

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Entregou sua alma nas mãos dos anjos em 23 de abril fazendo uma excelente confissão de fé pura e sã, no ano 303 D.C., terminando seu calvário que durou sete anos. No século V, a fé ao santo da Capadócia já havia se espalhado e existiam mais de 50 igrejas dedicadas a ele. Setor 3 – São Jorge no mundo. São Jorge é padroeiro de vários países e cidades, destacando seu patronato na Inglaterra, Portugal e Catalunha. Entretanto, sabemos que ele também é padroeiro dos escoteiros, de vários exércitos, das cavalarias, Jarreteiros e até time de futebol. Na Armênia, em Bizâncio, no estreito de Bósforo, na Grécia, São Jorge era inscrito entre os maiores santos da igreja Católica, o mártir cristão. Acredita-se que o santo teria sido escolhido para ser padroeiro do reino quando o Rei Eduardo III fundou a ordem das Jarreteira, também conhecida como ordem dos cavaleiros de São Jorge. No século VI, em Camelot, o Rei Arthur teria colocado a imagem de São Jorge em sua bandeira. O Rei inglês Ricardo I, comandante de uma das primeiras cruzadas, constituiu São Jorge padroeiro daquelas expedições que tentaram reconquistar a Terra Santa dos mulçumanos.

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G .R.E .S. Estácio de Sá

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A cruz foi para a farda e bandeira das cruzadas por devoção do rei. Na Catalunha, o dia 23 de abril é dia de São Jorge, da rosa, do livro, do amor e da cultura, a data ainda coincide com a morte de Cervantes e William Shakespeare, os dois grandes homens das letras. Setor 4 – São Jorge e a lenda. Vários milagres e outras tantas lendas foram atribuídas a São Jorge, sendo a mais famosa e interessante, a que relata a sua luta contra o dragão. O dragão, o cavalo e o guerreiro são três símbolos muito fortes nesta lenda: o dragão representa a idolatria; o cavalo, a Capadócia e o guerreiro, a fé. Nesta batalha, o santo foi protegido repetidas vezes por espinhos de uma laranjeira, vencendo o mal, consegue defender a donzela pura, que confessou acreditar em seu Deus, tornando-se cristã. Setor 5 – São Jorge em terras brasileiras. Na história, pensa-se que os cruzados ingleses que ajudaram o Rei Dom Afonso Henrique a conquistar Lisboa em 1147 teriam sido os primeiros a trazer a devoção de São Jorge para Portugal. O Rei D. João I de Portugal era também muito devoto do santo e foi no seu reinado que São Jorge passou a ser padroeiro de Portugal. Em 1387, D. João I ordenou que a imagem a cavalo fosse transportada na procissão de Corpus Christi.

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Carnaval/2016

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A irmandade de São Jorge cruza os mares, depois de instalada na igreja Nossa Senhora do Bom Parto, no centro do Rio de Janeiro abre suas portas aos negros e a quem trabalha com o ofício de ferro e fogo. Ele é o ogum, o primeiro, o número um, um defensor desta fé, santo guerreiro, São Jorge do Rio de Janeiro. O sincretismo religioso acontece como proteção a cultura afro-descendente que começa a travar conexões entre o santo e o Orixá Ogum, dando continuidade a devoção ao santo. E hoje... São Jorge, guerreiro incansável, nome repleto de luz contagiante que emite aos sambistas esta mesma coragem audaciosa, fazendo-os incorporar o guerreiro invencível e levar para avenida uma explosão de energia estampada em seu manto vermelho, onde aconteceu o grande fenômeno: O sacro e profano se encontram em comunhão de força em forma de oração. Acordamos com a alvorada 21 tiros para saudar o soldado Jorge, toca o clarinete e o badalar do sino chamando os fiéis. Pouco a pouco, um a um, embalados nesta fé inexplicável, chegam para a cerimônia que contagia, percebemos que todos têm no olhar a esperança de dias melhores, lutam para matar os dragões que aparecem em nossa caminhada, é a força do guerreiro Jorge estampada em nossos corações.

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G .R.E .S. Estácio de Sá

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O carioca se identifica com esta perseverança, não desiste, não desanima, espelha-se em são Jorge com a rosa na mão, a espada no cinto e a fé no coração. Parece uma miragem quando começa a cerimônia, porque aquelas poucas pessoas que chegaram vão se transformando em uma multidão em vermelho e branco que invade o Rio de Janeiro, onde os fiéis de joelho agradecem ou pedem, mas com a mesma garra que São Jorge teve em sua vida e tudo vira um espetáculo inesquecível, indescritível de beleza e fé. Somente no Brasil existe a ligação entre lua, dragão e São Jorge. A Estácio que fez “A dança da lua” em 1993 resolveu para esse carnaval apostar nesta lua de fé, que os brasileiros, principalmente  os  cariocas,  envolve  este  santo  guerreiro”. Lua de São Jorge, cheia branca inteira, oh, minha bandeira solta na amplidão” do carnaval 2016. Salve Jorge! Salve Estácio de Sá!

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“Olímpico por natureza... Todo mundo se encontra no Rio.”

G .R .E .S. UNI Ã O D A

I L H A D O G O V E RN A D O R

Presidente: Sidney F ilardi Carnavalescos: Jack Vasconcelos e Paulo Menezes F undação: 07/03/1953 Cores: Vermelho, Azul e Branco

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G .R.E .S. União da Ilha do Governador

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“Olímpico por natureza... Todo mundo se encontra no Rio.”

Partiu Rio... - Atenção senhores passageiros do voo Olimpo/Rio, direto, sem escalas: dentro de alguns minutos estaremos aterrissando no Aeroporto Internacional Tom Jobim, na cidade do Rio de Janeiro. Mas, desde já, avisamos: esta cidade é “irada”, percam a linha à vontade! E assim a “turma de Zeus” atravessa a Linha do Equador e desembarca no Rio, num domingo de sol. Pecados não sabemos se há, mas podemos dizer que isto aqui é uma tentação! Até mesmo para os Deuses. Curiosos por conhecer esta  terra,  este  povo,  cheio  de  “bossa”,  cheio  de  “ginga”, sem “vacilo”. Os cariocas são dourados... O Rio de Janeiro tem sua pira olímpica natural brilhando e iluminando a cidade o ano inteiro: o Sol. O astro-rei convida o carioca a celebrar a vida ao ar livre, dourando seus corpos. Um povo aquecido pela alegria de viver, que adora o seu despertar incandescente e aplaude o seu repouso, atrás da linha do mar, num maravilhoso espetáculo proporcionado pela natureza. Afinal, quem gosta de dias nublados?

“Vem amor

Vem à janela ver o sol nascer Na sutileza do amanhecer Um lindo dia se anuncia...”

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Carnaval 2016

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O carioca nasceu para nadar... O carioca tem intimidade com a água desde sempre. Golfinhos são ostentados no brasão da cidade que nasceu e cresceu à beira-mar. Na água salgada do mar, ou na água doce dos rios, lagoas e cachoeiras que banham a cidade, o povo se revela um verdadeiro ser aquático.

“Veleiros que passeiam pelo mar...”

O carioca nasceu para correr... Terra, montanha, floresta, areia e asfalto. A geografia carioca é um convite para o movimento. Passo a passo, a cidade desenha seus caminhos sempre em direção à beleza. Correndo, pedalando, escalando, desbravando alguma trilha ou disputando alguma bola, o povo faz de sua terra um solo sagrado para a celebração do esporte.

“Veja o despertar da natureza Olha amor quanta beleza...”

O carioca nasceu para voar... Voar é para os pássaros... e para o carioca também! A sensação de liberdade não tem preço para esse povo livre de formalidades. Os ventos que sopram pelos ares da cidade inflam e impulsionam seus habitantes voadores, levando-os para onde quiserem, num mergulho entre o verde e o azul, com o horizonte aos seus pés.

“Vai o sol e a lua traz no manto Novas cores, mais encanto...”

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G .R.E .S. União da Ilha do Governador

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O carioca nasceu para curtir... O carioca tem vocação para a felicidade. E antes acompanhado do que só para curtir um som, uma “vibe”, um lugar, trocar uma ideia. O maior prazer deste povo é fazer com que todos se sintam à vontade em sua “casa”. E o que o carioca faz de melhor é se juntar, se misturar, confraternizar. O carioca simplesmente se encontra e, no Rio, todos acabam sendo  “irmãos”,  “brothers”.  Pessoas  de  todas  as  partes  do planeta se encantam pela Cidade Maravilhosa e pelo seu povo que recebe a todos de braços abertos. O espírito olímpico é o espirito carioca.

“Mas eu que sou do samba Vou pro terreiro sambar...”

Todo mundo se encontra no Rio. Mas, e os Deuses? Aqueles lá do início, que chegaram do Olimpo... Andam por onde? Ah, eles agora andam por aí, sorrindo à toa. Encantados com tanta  beleza,  “curtindo”,  “azarando”,  “formando”,  “na moral”! A passagem de volta? Tem mais volta não. O Olimpo é aqui! O Rio de Janeiro é a terra dos Deuses e dos cariocas, mas também é a terra dos americanos, dos europeus, dos africanos, dos asiáticos, dos oceânicos e de quem mais chegar. Pois todo mundo se encanta com o Rio. Todo mundo se encontra no Rio! E Zeus mandou avisar: - Prepare o seu melhor sorriso, pois os Jogos vão começar! Já é! 

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“Mineirinho Genial! Nova Lima – Cidade Natal

Marquês de Sapucaí – O Poeta Imortal”

G .R .E .S. B E IJA-F L O R D E N I L ÓPO L IS

Presidente: F arid Abrão David Carnavalescos: Laíla, F ran Sérgio, Ubiratan Silva,

Victor Santos, André Cezari, Bianca Behrends e Claudio Russo

F undação: 25/12/1948 Cores: Azul e Branco

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G .R.E .S. Beija-F lor de Nilópolis

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“Mineirinho Genial! Nova Lima – Cidade Natal

Marquês de Sapucaí – O Poeta Imortal” Sinopse: Uma grande História, para ser bem contada, necessita de enredo, fundamentos, algo que permeie a eternidade da linha do tempo, sem querer jogar confetes que seja cheia de vida, iluminada como uma senhora festa e que, acima de tudo, ilustre a força de seu personagem principal. Não é uma historiazinha qualquer que agora principia, por ora o preludio da crônica de uma vida recheada de caminhos, vitórias  e  uma  consagração  digna  da  nobreza  d’alma  de poucos com espírito tão elevado. Muitos já ouviram meu nome! Quantas vezes fui testemunha da mais original manifestação popular no maior espetáculo da Terra? Cândido nasci, e das ruas de pedra de Congonhas de Sabará – hoje Nova Lima, jamais imaginara um futuro tão brilhante como o mais puro ouro das Minas Gerais. Sou daquele tempo, em que a riqueza da mineração conduzia metais preciosos, influência e homens letrados à Corte no Rio de Janeiro. Mas antes de chegar à capital do Império, conheci terras lusitanas, na ciência das leis, um bacharel, e de Coimbra, coração apertado de saudade, resolvi voltar.

A vocação jurista ganha corpo, a vida profissional ascensão, e tudo parece seguir um rápido desfile no curso do Brasil à beira da Independência. O grito do Ipiranga acabara de ecoar, e eu estava nas cercanias de Mariana, como Juiz de Fora.

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O homem público a cada momento se eleva, e uma sucessão de conquistas parece não mais que algo naturalmente lógico na concentração da posteridade que se aproxima: deputado, senador, desembargador, conselheiro do Império, ministro das Finanças e da Justiça e, acima de tudo, o mestre preceptor do futuro Imperador Pedro II. À memória popular que pouco conhece dessas vertentes, mas que não me esquece por outros nobres motivos, históricos e culturais, deixo de ser apenas Cândido, em um ato de reconhecimento e gratidão imperial, principalmente para ter seu grande conselheiro próximo à futura Estação de trens que herdaria seu nome, Pedro Segundo me faz Visconde.

A antiga rua Bom Jardim, na Cidade Nova, conquista meu título de nobreza, e definitivamente passo a escrever a glória maior da cidade de São de Sebastião do Rio de Janeiro. Um dia, já Marquês, minha passagem me eleva a outro plano; fincado como parte deste chão, vi crescer estas paragens, vivi reformas, passei por revoluções... Quando a liberdade quebrou correntes, eu estava lá! A Aurora da República assisti de perto; vislumbrei de camarote a redenção de uma gente marginalizada, que pouco a pouco fez história, e através de suas escolas, ensinou o Brasil a sambar.

Ah! Quantos personagens imortais?

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G .R.E .S. Beija-F lor de Nilópolis

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Quantos sambas antológicos e artistas geniais passaram por mim?

E Hoje, na mais cândida paciência, aguardo os quatro dias de folia para o mundo inteiro ouvir meu nome. Eu, poeta de Minas Gerais, que nem de longe esperava tanto, sou palco de todas as emoções, a Avenida do desfile principal na Apoteose do sambista verdadeiro.

Adormeço aos pés da praça, onde faço minha última morada, e num desfecho magistral, sou apenas mais um nobre, recebendo a Deusa da Passarela: Muito prazer! Marquês de Sapucaí!

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“Fui no Itororó beber água, não achei. Mas achei a bela

Santos, e por ela me apaixonei...”

G .R .E .S. A C A D Ê M I C OS D O G R A ND E RI O

Presidente: Milton Abreu do Nascimento Carnavalesco: F ábio Ricardo F undação: 22/09/1988 Cores: Vermelho, Verde e Branco

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G .R.E .S. Acadêmicos do Grande Rio

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“Fui no Itororó beber água, não achei.  Mas achei a bela Santos, e por ela me apaixonei...”

No girar de uma ciranda, fui com a Grande Rio no Itororó beber água e não achei. No entanto, encontrei na história águas límpidas que jorravam de uma fonte de beleza peculiar.  Conta  a  lenda  que  “quem  bebesse  daquela  água nunca  mais  deixaria  a  cidade”.  E  assim,  durante  longo tempo, as águas brotavam do meio da rocha, alimentando um pequeno rio e a fonte que matou a sede, e ainda refrescou o Patriarca da Independência, príncipes, reis, imperatrizes e imperadores, marcando suas existências para sempre naquele lugar. E, como o rio corre em direção ao mar, navios aportavam num primário porto, marcado pelo vai e vem de “mercadorias  de  mão”  e  “mãos  de  mercadoria”, movimentando a Vila do Açúcar, como era conhecida a região. Nos ventos que cortavam os engenhos de açúcar o aroma atiçava não somente portugueses, que dominavam as terras do lugar:

“...Aproveite minha gente, que essa é a hora

Se o galo cantar agora, os corsários e piratas

chegam, fazem a limpa e vão embora

Oh, Santa Maria, oh Nossa Senhora

Pelos altos desses montes, nos guarde nessa hora

Sozinhos não ficamos, nem vamos ficar

Vem chegando a Família Real para os portos liberar...”

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Para beber da famosa fonte chegavam imigrantes de todos os cantos do mundo. Surgia, então, um novo ambiente pelos trilhos dos bondes da nova cidade, que passou a tomar gosto pelo  aroma  “do café”,  favorecendo  a  “bolsa”  do comércio local rodar o mundo. Santos desponta como uma cidade dedicada à prática de esportes e lazer, por esses e outros motivos, tornou-se expoente nacional de qualidade de vida. Seus mares propício  ao  surf  e  ao  remo  e  seus  campos  “férteis”  onde surgiu o  “Glorioso  Alvinegro”,  gerando  um  celeiro  de craques. Astros da bola que alimentaram a maior paixão nacional, o nosso futebol-arte. Despontou, a partir do sucesso  nos  gramados,  o  “peixe”,  o  supercampeão  Santos F.C. E quem diria que essas águas um rei batizaria? Quem antes se curvava para lustrar sapatos, hoje tem o mundo curvado aos seus pés. Coroado até pela Rainha como Sir-Cavalheiro, este é o Rei Pelé, Atleta do Século que, como todo rei, deixa legados e herdeiros como os príncipes Neymar e Robinho. Por fim, as águas do Itororó lavam a alma do povo santista, que de seus encantadores pontos turísticos, recebe feliz e satisfeito quem em seu novo porto desembarca de todas as partes do mundo, para conhecer a cidade pela qual me apaixonei... F ábio Ricardo e Roberto Vilaronga

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“O Brasil de La Mancha: Sou Miguel, Padre Miguel. Sou

Cervantes, Sou Quixote Cavaleiro, Pixote Brasileiro.”

G .R .E .S. M O C ID A D E IND EPE ND E N T E

D E PA DR E M I G U E L Presidente: Wandyr Trindade Carnavalescos: Alexandre Louzada e

Edson Pereira F undação: 10/11/1955 Cores: Verde e Branco

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G .R.E .S. Mocidade Independente de Padre Miguel

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“O Brasil de La Mancha: Sou Miguel, Padre Miguel. Sou Cervantes, Sou

Quixote Cavaleiro, Pixote Brasileiro.”

Inspirado em Miguel de Cervantes

Esse enredo é dedicado ao Povo Brasileiro, grande protagonista da nossa história, que apesar dos monstros gigantes conserva os sonhos da Mocidade, mantém a esperança de um país melhor, a loucura pelo Carnaval e a eterna vocação para ser feliz.

Será mais um sonho impossível? Voar num limite improvável

Romper o inacessível implacável? Virar esse mundo, esse jogo?

Como saber se não tentar, lutar pra vencer e perceber se valeu delirar?

é incabível negar, ousar e sonhar pois inventar é minha lei, minha questão.

imaginar, seja lá como for, me fazer invencível, tocar e beijar,

ceder e morrer de paixão ao ver a estrela-flor, mocidade,

brotar do impossível chão. (versão adaptada da obra de Chico Buarque e Ruy Guerra)

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“Mocidade”: substantivo feminino singular: Juventude, frescor, qualidade daqueles que se mantém jovens independentes da idade, sonhadores. Grupo de pessoas que acreditam em um mesmo sonho, vide GRES MOCIDADE INDEPENDENTE DE PADRE MIGUEL.

“Mancha”: substantivo feminino singular: Mácula, nódoa. Geo: Terra árida mas fértil da Comunidade Autônoma da Espanha central: Castilla La Mancha.

“Quixote”:  substantivo masculino: Diz-se do personagem criado por Miguel de Cervantes (1547-1616). Indivíduo generoso e ingênuo, que luta contra injustiças. Louco e sonhador.

“Carnaval”:  substantivo masculino singular. Festa popular, folia. Período normalmente de três dias que antecede à quarta-feira de cinzas. Sentido figurado. Festa capaz de desfazer as manchas da realidade ao transformá-las em esperança de tempos melhores. Força capaz de resgatar os sonhos de uma Mocidade Quixotesca.

Prólogo

Se o mundo é um carnaval onde tudo se mistura, volto à literatura, no seu infinito poder de transportar tempo e espaço, me junto a Cervantes porque também sou Miguel, Padre Miguel. Juntos, resgatamos o mito de Quixote que, no caminhar por entre as ter ras do Brasil de La Mancha, a princípio se assusta com tantos fatos. E le sonha lutar com gigantes que pela própria natureza não somam, subtraem. E como compreender é o primei ro passo para transformação, ávido leitor , o cavalei ro andante relê nossa história até perceber que

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G .R.E .S. Mocidade Independente de Padre Miguel

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“A  hora  da  estrela”  há  de  chegar.  Descobre  que  a Mocidade, eterna fábrica de sonhos e alegria, é a estrela guia, que sai à rua para defender o Brasil de toda Mancha. Está na Mocidade toda a esperança de dias melhores, de tempos mais justos, de seres mais humanos.

O Brasil de La Mancha

Ergue-te do teu sono, Cervantes, do sonho à vida como antes, vem comigo que também sou Miguel, Padre Miguel, sou eu quem te clama a despertar teu cavaleiro andarilho, a seguir a estrela em seu brilho e a empunhar a lança a lutar contra os moinhos deste Brasil de La Mancha. Qual "Abaporu" a devorar imaginações, levanta-te novamente, Quixote comandante e vem tocar teu rebanho, invisível, errante, de meninos, Pixotes, fidalgos ninguém e faça deles seu exército verde esperança, de sonhos de criança que valem ouro, prata, níquel, vintém. Vem limpar as nódoas deste meu país gigante. Lembra-te sempre da ordem da cavalaria, da meta de todo dia: acreditar na justiça, educação, saúde e fraternidade, no respeito à terceira idade, nos sonhos da Mocidade. Viaje, até onde a memória alcança, que te proteja, o Sancho que também é Pança, gula ou ganância? Contraponto e balança. Teu companheiro, fiel escudeiro, rapidamente adquire um jeitinho brasileiro. Não te esqueças do povo e da mazela, negue que os acordos e esquemas são necessários ao sistema. Lute contra os fatos, os muitos ratos, os muitos jatos! Lembra-te que para governar a ilha, não precisas fazer parte de uma quadrilha.

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Ponha de lado a cavalaria diante de tamanha covardia, busque na literatura, nas suas mais belas histórias, uma escapatória. Na tentativa de entender o Brasil de La Mancha, leia de tudo sem exceção: histórias dos Pampas, das vidas secas, escravidão. Se leitura o dia inteiro, faz mal ao cavaleiro, não fique atordoado, se entre Ramos e Rosas, encontrar Machado, mesmo sem muita clareza, não se importe porque és menino maluquinho e maluco beleza. Adentre o reino mestiço, encantado, país inventado, terra que tem palmeiras mas, pela dor de Chico Mendes, sangram seringueiras. Torne-te Macunaíma, caboclo, mito indolente, quase até inconsequente. E como todo amor é descanso da loucura e a felicidade, uma eterna procura, busque sua Dulcinéia, nos lábios de mel de Iracema e Paraguaçu, musa de Caramuru.

Seja o braço forte que impede o açoite, apague a mancha negra-noite, ouça as vozes d'África, lança-te ao oceano contra os negreiros moinhos navegantes e com furor insano, acabe com esse sonho dantesco, a vergonha da escravidão, “varrei os mares, tufão”... Seja Zumbi e devolva a liberdade para a casa grande e a senzala não mais existir. Siga os raios do sol meridiano meu cavaleiro andante, no rastro que ilumina o pampa distante, no sopro do minuano, que terás o " tempo e o vento" como esteio, pelos campos à seguir avante, na proteção do negrinho do pastoreio.

Vai, meu nobre senhor dos sonhos e andanças, vem que te mostro veredas, na trilha de sua árdua missão, contraponto das vidas secas no escaldante sertão. Leve teu espírito guerreiro a juntar-se a Antônio Conselheiro, entre milhares de fiéis e cangaceiros, na saga, sacra insurreição.

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G .R.E .S. Mocidade Independente de Padre Miguel

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Vai, caminhando e cantando, mesmo com páginas infelizes das nossas histórias, vai nessa ilha, sanatório geral, onde a tua loucura também é a nossa e que se transforma em uma ofegante epidemia pois somos todos loucos, loucos por carnaval. Vai, que nessa avenida, a Mocidade aguerrida, num samba popular, vai passar ...

Há esperança de que tenebrosas transações serão passadas a limpo, lavaremos do passado tudo o que é ímpio, ainda que tarde, que não falhe, não será um sonho impossível e que nossos heróis não sonharam em vão pois acreditamos no incrível, somos sonhadores errantes, inspirados em ti, cavaleiro andante, estamos prontos pra luta contra o gigante, desse Brasil de La Mancha. Somos teu exército verde, vibrante, da pátria independente, somos Miguel, Padre Miguel, teus Quixotes, Pixotes, temos os sonhos de uma nação, sonho de ser campeão.

Adiante, cavaleiro! Em frente, Rocinante! O Brasil é grande, um mundo inteiro. Eu era herói, leitor, professor e também juiz, e pela minha lei, a gente era obrigado a ser feliz. Adiante, cavaleiro! O povo é minha estrela guia... “A hora da estrela” há de chegar  Sou Independente, sou raiz também, Cavaleiro Andante da Vila Vintém.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

AUERBACH, Erich. Mimesis: a representação da realidade na literatura ocidental. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, 1994.

ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992.

BAKHTIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal. Tradução de Paulo Bezerra. 5. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010.

______. A Cultura Popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. Tradução Yara Frateschi Vieira. 6. ed. Brasília/São Paulo: Universidade de Brasília; Hucitec, 2008

______. Problemas da Poética de Dostoiévski. Tradução de Paulo Bezerra. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010. BASTOS, Hermenegildo. Formação e representação. Brasília: Cerrados – revista do programa de pós-graduação em literatura, n. 21, ano 15, 2006.

Bernardo, Gustavo Verdades quixotescas: ensaios sobre a filosofia de Dom Quixote de La Mancha: Annablume, 2007

CERVANTES, Miguel de. Don Quijote de la Mancha. São Paulo: Alfaguara, 2004.

_____. O engenhoso fidalgo D. Quixote de la Mancha. São Paulo: Ed. 34, 2002.

_____. O engenhoso cavaleiro D. Quixote de La Mancha. São Paulo: Ed. 34, 2007. LUKÁCS, Georg. A teoria do romance. São Paulo: Duas Cidades; Ed. 34, 2000.

Costa Vieira, Maria Augusta In: Literatura Fundamental 4 - Dom Quixote de La Mancha https://www.youtube.com/watch?v=fBBr257F_6o

_____. O dito pelo não dito: Paradoxos de Dom Quixote. São Paulo. Edusp, 1998.

Medeiros, Ana Clara Magalhães O engenhoso romance de cavalaria polifônico: caminhos pela outridade cervantina. http://unb.revistaintercambio.net.br/24h/pessoa/temp/anexo/1003/1335/2147.pdf

http://www.sparknotes.com/lit/donquixote/characters.html Moreira, Sandra Regina In: A força criadora no 'episódio dos

carneiros' em Cervantes e em Agostini 2. Congr. Bras. Hispanistas Out. 2002 (Centro Universitário FIEO)

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“Semeando Sorriso, a Tijuca festeja o solo sagrado”

G .R .E .S. UNID OS D A T IJU C A

Presidente: F ernando Horta Departamento de Carnaval: Mauro Quintaes, Annik Salmon,

Hélcio Paim e Marcus Paulo F undação: 31/12/1931 Cores: Azul Pavão e Amarelo Ouro

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G .R.E .S. Unidos da Tijuca

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“Semeando Sorriso, a Tijuca festeja o solo sagrado”

Ouço um tremor! A noite anseia pelo dia, Dia que, teimosamente, Demora, pois traz a vida Dos véus da sabedoria... Pelo meu corpo desnudado, Minhas entranhas o selariam: Esculpido no barro, o homem nascia. Homem da T er ra, Filho da mata virgem. Envolto às minhas espécies, Que se abrem à tua passagem, Percorre essa amorosa via-terra-fêmea E reconhece-te nessa paisagem. Germina a semente do teu ser, A coragem e o saber Ao vulto de uma pátria mãe gentil. Debruça sobre a terra, Fremindo a candura ardil Da arte agrícola, De uma terra abençoada, Chamada Brasil. Entre os raios de sol, Semeia o ciclo sagrado da natureza. Desvenda meus mistérios, Tanto do solo quanto hídricos, Segue a tua lida,

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Entremeando meus frutos, À essência da vida. E a prosa segue entrosada Rumo à lavoura, Na beira da estrada. O sol a pique, Brota o suor, Mãos calejadas Ao manejo da enxada. O homem do campo Ara a terra, Com bravia devoção. Planta, cultiva feito as Flores que colorem Esse chão. Tudo verdinho e brotado, Alimenta tua família Com os frutos do meu roçado.

Meu matuto sonhador, Já é tarde! Brilha a luz na portinhola, Crê nas palavras de Deus Nosso Senhor, Rima-te a essa poesia de amor... E nas modas de viola Canta a vida do interior.

Na minha intimidade, Volto ao meu ser. Espalho minhas cores,

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G .R.E .S. Unidos da Tijuca

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Polinizadas de saber. Atraídos pelo néctar São muitos os insetos a me envolver, Num ato simbiótico, Renovando o meu florescer.

Chegou a hora! Tu que me foste zelador: Agora, segue na linha do tempo E mostra ao mundo teu valor. Pinta minha terra, Em forma de um mosaico encantador. Tua arte é a agricultura E, o teu ofício, agricultor.

E eu digo amém, Só de pensar Que a criatividade humana Vai além. Reside na sutileza, Na expertise rural e Desvenda os segredos da natureza À questão ambiental. Mas sem rodeio e sem aresta A praga te insulta, Ameaça e te espreita. Mas não te acanhes, Tu conheces a receita. Trava uma batalha, Munido de insumos naturais, Luta e peita... Salva a tua colheita. ,

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Uma poei ra no pé de vento Sopra a prosa de um novo Empreendimento: Fértil em tuas plantações, Polinizada pela tecnologia E por sustentáveis inovações. Cuidadosamente, aviso: É um tal de agronegócio, Não tem nada de improviso. É uma séria “capital”, Que do mundo rural, Se chama “Sorriso”. Contudo, O trabalho árduo Te afaga. Não falha. A agricultura sustentável Cria a tecnologia do “Plantio direto na palha”. Semeando “sorriso” Corre chão Para tudo mais que o valha, Planta o grão. Sem gradagem e aração À saúde da plantação. Segue, Homem da Terra, A tua saga comunitária. Desbrava os recursos dos Peixes, gados e suínos... Mede essa “extensão agrária”

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G .R.E .S. Unidos da Tijuca

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E escreve a história da Tua agropecuária. T er ra farta, Gente feliz. Semeia tua alegria Que se manifesta Em ritos de poesia: Entre palmeados da “catira”, Passos da “caninha-verde” Ao cortejo da folia. Entre teus sonhos e desejos, Sou eu - a Mãe Natureza - A luz de tua inspiração. Sou eu a festança e a cantoria, Dos “brasis” que correm esse chão.  Sou eu o fruto da vida, Um infinito ser abençoado, Que pelo teu talento Para sempre serei lembrado: “Semeando Sorriso, a Tijuca festeja o solo sagrado”. Departamento de Carnaval: Mauro Quintaes, Annik Salmon, H élcio Paim e Marcus Paulo Pesquisa e texto: Marcos Roza

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Referência Bibliográfica: ALBERTO, de C. Alves. A Terra na Terra.

ARAUJO, Alceu M. - Folclore Nacional. São Paulo,

Ed. Melhoramentos, 1964, 3 vols.

____________. Cultura Popular Brasileira. São Paulo, mec/inl, 1973.

SZMRECSÁNYI, Tamás. Pequena história da

agricultura no Brasil. São Paulo, Contexto, 1997.

VEIGA, José Eli da. O desenvolvimento agrícola: uma visão histórica. São Paulo, EDUSP/Hucitec, 1991.

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“Memórias do “Pai Arraia” Um Sonho Pernambucano Um Legado Brasileiro”

G .R .E .S. UNID OS D E V I L A ISA B E L

Presidente: Luciano F erreira Carnavalesco: Alex de Souza F undação: 04/04/1946 Cores: Azul e Branco

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G .R.E .S. Unidos de Vila Isabel

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“Memórias do “Pai Arraia” Um Sonho Pernambucano

Um Legado Brasileiro” Lembro, quando menino, de ver o flagelo de perto, na minha terra natal. A miséria batia à minha porta; um povo sofrido me estendia as mãos, como pedinte. Eram filhos da seca vindos dos áridos sertões, que deixaram pelo caminho suas esperanças. Anos se passaram e, já nos braços do povo, fui conduzido a assumir a responsabilidade de dar a ele voz e dignidade. Na periferia de Recife, paisagens desoladas. A pobreza mora na lama, nos mangues, equilibrando-se em palafitas. No meu tempo, agi como um juiz, numa questão em meio aos canaviais. Para inverter as injustiças, promovi o “Acordo  do  campo”,  numa época em que era preciso “Reformar”.  Por  tais  ações,  tive  daquela  gente  comovente gratidão. Buscavam em mim, mais que um amigo, mais que um irmão, e deram-me  a  alcunha  de  “Pai  Arraia”,  como gesto de candura e devoção. Lembro dos ensinamentos de Paulo Freire e da fé de D. Helder Câmara. Com o apoio de queridos amigos, educadores, artistas e intelectuais,  surgiu um grande  “Movimento”,  o MCP, para despertar as massas, que, pela educação, iriam se libertar.

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Carnaval 2016

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Valorizando a cultura e mantendo as tradições, todas as artes se apresentaram nas praças, congraçando as classes. Hoje  seus cantos e danças  “fervem” e  tomarão a Passarela do Samba, com batuques soltos e sonoros, com maracatus de baques soltos e virados, nesta festa popular. Mesmo não estando entre vós, deixo minhas lembranças e o meu legado, no ano do meu centenário, num carnaval de sonho, com a Vila a comemorar.

Texto de Alex de Souza e Martinho da Vila

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“A Ópera dos Malandros”

G .R .E .S. A C A D Ê M I C OS D O SA L G U E IR O

Presidente: Regina Celi dos Santos F ernandes Carnavalescos: Renato Lage e Márcia Lage F undação: 05/03/1953 Cores: Vermelho e Branco

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G .R.E .S. Acadêmicos do Salgueiro

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“A Ópera dos Malandros”

Eis... o malandro “no palco” outra vez. Vem chegando assim de viés,

Sambando miudinho, dizendo no pé! Pisa suave, riscando no asfalto os passos de uma ópera bem

carioca. Uma obra em seis atos, embalada por um samba em

homenagem à nata da malandragem.

Por isso, se segura, malandro!! Vem aí...

SA L G U E IR O 2016

A ÓPE R A D OS M A L A NDR OS

Malandro...

É o tipo que entra faceiro na roda, abre o jogo e fecha com os seus.

É o Rei da Ginga, Rei da Noite, o Barão da Ralé! Sagaz, invoca os personagens de um Rio lírico, nesta ópera

tão pomposa que só um malandro poderia sonhar.

(Ou tão ordinária que qualquer mendigo poderia pagar).

Malandro... Vai flanando triunfal por entre deuses e meretrizes, rainhas

e monarcas... Delirantes fidalgos desta magnífica ópera das ruas. É aquele que faz das calçadas o palco das ilusões. Atento, não dorme no ponto nem cochila na linha.

E só baixa a guarda quando o sol dá o ar de sua graça.

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Malandro... É o mestre-sala das alcovas.

O bailarino dos salões, o cavaleiro errante dos morros cariocas.

Atua nas madrugadas, caminhando na ponta dos pés, como quem pisa nos corações.

À luz do abajour, ama a todas que quiser. Das muchachas de Copacabana às mimosas da Praça

Tiradentes.

Malandro... Dono de um jeito manso que é só seu de aparar os dilemas

da vida no fio da navalha. É o sujeito cordial que desfila macio entre dados, cartas e

roletas. É o rei de todos os naipes num carteado de damas, valetes e

coringas. Aquele que, mesmo quando o jogo vira contra, nunca joga a

toalha. Porque é o filho gerado no ventre da sorte, a imperatriz do

mundo!

Malandro... É o pensador dos botequins, filósofo das mesas de bar!

O dono de um mundo que aprendeu a domar. Poeta, comanda o cortejo na cadência bonita do samba

vadio que o luar lhe emprestou.

Malandro...

Um homem de fé, que fecha o corpo e abre os caminhos ao próprio destino.

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G .R.E .S. Acadêmicos do Salgueiro

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Que não foge à luta e que pede a paz! Entidade saudada em mojibás, laroiês e saravás.

É aquele que entra na gira pra fazer o mundo girar. Que guia a roda na palma da mão para sua gente ir adiante. É o dono da rua que vive na alma de cada carioca da gema,

povo que “TRABALHA PACA”!! Que vai pro batente de todo dia chacoalhando guias e

cordões no trem da Central.

Malandro... Astro maior desta ópera

Que segue rumo ao ato derradeiro.

E quando a luz se apagar... A orquestra silenciar...

A poeira assentar no chão... A plateia, de pé, em delírio...

Bate palma e pede bis! Pois, a cada carnaval, ele renasce no coração de todo bamba.

Afinal, malandro que é malandro nunca sai de cena... Vira samba!

Carnavalescos: Renato Lage e Márcia Lage Enredo: Diretoria Cultural G .R.E .S. Acadêmicos do

Salgueiro Enredo livremente inspirado na obra “A Ópera do Malandro” de Chico Buarque de Hollanda.

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“Mais de mil palhaços no salão”

G .R .E .S. SÃ O C L E M E N T E

Presidente: Renato Almeida Gomes Carnavalesca: Rosa Magalhães F undação: 25/10/1961 Cores: Preto e Amarelo

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G .R.E .S. São Clemente

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“Mais de mil palhaços no salão”

Tanto riso, oh, quanta alegria Mais de mil palhaços no salão.... Não me leve a mal, Hoje é carnaval! Zé Keti Na época medieval, os Mistérios e as Paixões (representações religiosas realizadas no interior das igrejas) podem ser vistos como a materialização da relação do homem com o riso. Se por um lado havia o sagrado inabalável, por outro tinha-se a leveza da vida comum – e as formas de expressão dessa alegria localizavam-se no polo oposto ao sagrado. A alegria representava, assim, na vida do povo, o terreno e o material, o grotesco, que era uma das formas de expressão dessa alegria, associada ao vulgar e à vida secular. Uma figura que encarnava por excelência os motivos do grotesco popular medieval era o Diabo, por ser diametralmente oposto à Divindade. No carnaval, o diabo é festivo - representando a glutonaria e a licenciosidade – o que fica expresso em sua representação – metade homem, metade animal – e em sua presença constante como figura burlesca. Foram tantas as diabruras, que faziam a plateia rir muito, que as representações medievais foram transferidas para o exterior das igrejas, tal a irreverência provocada por este senhor diabo. Ainda durante a Idade Média, onde houvesse um poderoso, conde, barão, príncipe... haveria pelo menos um bobo da

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corte para divertir o senhor e seus convidados. Na cabeça, o bobo usava um chapéu com pontas e guizos, a roupa era colorida – geralmente verde e amarela. O verde representava a cor dos chapéus dos devedores e dos condenados a trabalhos forçados; o amarelo, a cor da traição e dos lacaios. Quando os Milagres e Mistérios saíram do interior das igrejas, os artistas que circulavam solitários pelas cortes e castelos passaram a se encontrar nas feiras em torno dos feudos, e foram criadas verdadeiras companhias de saltimbancos. Apresentavam espetáculos em que misturavam representação teatral, acrobacias, dança na corda etc. As feiras viram ponto de encontro de artistas de todas as artes e habilidades – dançarinos de corda, volantins, malabaristas, jograis, trovadores, adestradores de animais, pelotiqueiros, músicos, domadores de ursos, dançarinos, prestidigitadores, bonequeiros e acrobatas. Os espetáculos dos Mistérios e Moralidades incorporaram mais um personagem cômico: o rústico. Até mais ou menos 1500, a comicidade desse tipo de espetáculo estava a cargo do Diabo e do Vice. O Vice era um camponês velhaco, canalha, fanfarrão e covarde, e representava todas as fraquezas humanas. Por algum motivo, ele acabava se deparando com o Diabo, sempre acompanhado por um séquito de pequenos demônios e metido em situações cômicas, que o transformavam em figura ridícula. Aparece então a palavra clown, para designar o rústico. E ele passou a ser um tipo com características bem definidas. Continuava um grosseirão, meio caipira, mas ganhou esperteza, sua linguagem evoluiu, adorava palavras difíceis.

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Em 1768, o sargento inglês Philip Astley construiu um anfiteatro ao ar livre, onde pela manhã dava aulas de equitação e apresentava espetáculos equestres. Foi ele quem teve a ideia que iria revolucionar o mundo dos espetáculos – num picadeiro de 13 metros de diâmetro, mesclou exercícios equestres com proezas dos artistas de feira. O espetáculo, baseado na disciplina militar e na valorização da destreza e do perigo, deixava a plateia muito tensa, era preciso que o espectador tivesse momentos de relaxamento. É aí que surge o palhaço do circo. O clown, o campônio de quem os artistas itinerantes sempre gostaram de caçoar, veio a ser o protótipo do bufão do circo. Esse novo tipo de espetáculo logo se espalhou pela Europa e pelas Américas. Os primeiros palhaços: os pioneiros do circo moderno foram a princípio o palhaço a cavalo e o palhaço de cena. A cara branca tradicional, feita com farinha, ou a preta, com carvão, surgiu primeiro na França, com o trio cômico que fazia cenas em que representavam padeiros, que terminavam sempre com a cara enfarinhada, jogando farinha uns nos outros. Na França, o clown equestre era chamado de paillasse –inspirado no Pagliaccio da Comedia dell’arte.  Os palhaços se dividem em dois tipos – o branco e o augusto. O branco é mais elegante, de roupas bordadas; o augusto representa quase sempre um vagabundo, com

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roupas enormes, inclusive os sapatos, nariz vermelho e boca acentuadamente grande. O palhaço brasileiro foi criado nas festas do Brasil Colônia. Eis a descrição de uma dessas festas – “No  domingo  – palhaçadas! Saíam duas companhias de gente mascarada e vestidas  ao  gracioso  burlesco”.  Todos  se  divertiam  como palhaços, brincando pelas ruas da cidade. Não podemos esquecer os ciganos que, na Vila Rica de Ouro Preto, realizavam comédias, bailes, máscaras etc. No Rio de Janeiro do século XIX, existiam casas de espetáculos com atividades dedicadas quase que exclusivamente aos shows circenses. As festas populares também tinham seus palhaços – como a folia de reis, pastoris, bois bumbás e, sobretudo, a da Festa do Divino. E assim, pouco a pouco, começava a ser desenhado o jeito brasileiro de brincar. Os palhaços cantavam a chula, cantigas entre as mais conhecidas, de versos cantados até hoje: O raia o sol, suspende a lua, Olha o palhaço no meio da rua E o palhaço, o que é? É ladrão de mulher!

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A diferença do palhaço europeu do brasileiro é que o nosso não só dialogava mas também cantava! E cantavam eles muito bem... José Ramos Tinhorão, em seu livro, observa que os primeiros cantores a gravarem discos no Brasil foram os palhaços de circo. Bahiano teve a honra de ser o intérprete do primeiro samba gravado no Brasil: Pelo telefone, de Donga. O Brasil teve grandes palhaços, que não podemos deixar de mencionar e a quem devemos apresentar nossos cumprimentos – Polydoro , cujo nome era inspirado no General Polydoro Quintanilha Jordão; Alcebiades Pereira – que era também exímio acrobata; Benjamim de Oliveira – o primeiro palhaço negro – exibia-se no circo Spinelli - era negro mas pintava a cara de branco, como faziam os palhaços. Se Bahiano gravou o primeiro samba, Benjamim participou do primeiro filme – baseado no Guarani de José de Alencar – ele foi o Peri. E mais: Eduardo das Neves, Pompílio – que não conseguiu aposentadoria, apesar das palavras de Joracy Camargo, pedindo pensão para ele – “que obtenha dos políticos que tanto riram com ele, a pensão a que têm direito os verdadeiros palhaços, mais úteis ao povo que os falsos palhaços da politicagem nacional”. E Oscarito, Grande Otelo, Mazzaropi, Fred e Carequinha, entre tantos outros que nos deliciaram com suas representações inesquecíveis. E, por fim, não se pode deixar de citar a garotada que saiu de cara pintada, fazendo barulho pelas ruas, seguindo o exemplo dos nossos palhaços. A eles, a pátria agradece.

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Bibliografia consultada: Viveiros de Castro, Alice – O Elogio da Bobagem –

Palhaços no Brasil e no Mundo – Alice Viveiros de Castro – Editora Família Bastos – Rio de Janeiro – 2005

Moura, Roberto – Grande Othelo – Um Artista Genial.

Rio de Janeiro – Relume Dumará – Prefeitura 1996 Marinho, Flávio – Oscarito – O Riso e O Siso. Rio de

Janeiro – Record – 2007 Barsalini, Glauco – Mazzaropi – o Jeca do Brasil –

Barsalini – Campinas – SP – Editora Atomo – 2002 Bueno, André Paula – Palhaços da Cara Preta:

Francisco e Catirina, Mateus e Bastião, parentes de Macunaíma no boi, cavalo-marinho e folia de reis – MA, PE, MG – S. Paulo – Edusp – 2014

O Circo no Brasil – RIO – Funarte – S. Paulo – 1998

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“No Voo da Águia, uma viagem sem fim...”

G .R .E .S. PO R T E L A

Presidente: Sérgio Procópio da Silva Carnavalesco: Paulo Barros F undação: 11/04/1923 Cores: Azul e Branco

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G .R.E .S. Portela

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“No Voo da Águia, uma viagem sem fim...”

R ESU M O O voo da Águia da Portela, em 2016, nos conduzirá a lugares distantes, uma viagem sem fim que atravessa a história da humanidade. Desde a Antiguidade, as viagens se tornaram uma prática constante pela expansão de fronteiras, por conquistar novos horizontes e fortunas, adquirir conhecimento. Movem mundos e mapas, trilhas e destinos. Inspiram fantasias e trajetórias. Realidade e imaginação se provocam, se misturam em rotas e roteiros fascinantes. Invadem terras e textos. Viajantes em busca de novas paisagens, de aventuras e de riquezas, de planetas ainda inexplorados, talvez inexistentes, descrevem em seus relatos os lugares que desenharam em seus mapas. Eles orientam o mundo através de narrativas que atravessam o tempo e chegam até nós para que possamos saber o que encontraram e como superaram todos os perigos e obstáculos. Os livros contam histórias reais que nos parecem inacreditáveis e mostram um universo de fantasia que pode ser vivido como realidade.

O homem é um ser inquieto. Deseja, busca, vence desafios que encontra em seu caminho e nunca desiste. Inventa e se reinventa para percorrer grandes distâncias, romper fronteiras, ganhar o mundo. É capaz de criar um mundo virtual para navegar e chegar a todos os cantos do planeta sem sair do lugar. Esse desejo de buscar o que não está ao alcance de sua mão faz do homem um viajante que vive uma procura interminável. Avançar, descobrir, ir em frente, continuar. Para viajar, basta existir... A viagem não acaba nunca... O fim de uma viagem é apenas o começo de outra...

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O D ESF I L E A B E R T UR A Nas asas da Águia, estão a força e a coragem para embarcar nessa viagem sem fim. Símbolo de liberdade, de nobreza e de sabedoria, ela é a rainha dos céus. Seu voo é de magia e de beleza, encanto que nos leva à emoção do tempo da mitologia grega, onde homens invencíveis desafiavam deuses. O poema Odisseia, de Homero, é conhecido por ser a obra fundadora das narrativas de viagem. Odisseu, ao voltar da Guerra de Tróia, viaja por 20 anos para retornar a sua casa, na Ilha de Ítaca. Amaldiçoado por Poseidon, o bravo guerreiro enfrenta tormentas e adversidades que, por vingança, a ele lança o deus dos mares. Nos versos finais do poema, Ulisses, como ficou conhecido esse herói entre os romanos, é comparado à águia rasgando as nuvens ao perseguir seus inimigos.

O pássaro também está presente em mais uma viagem marcante, que está descrita na Bíblia: a Travessia do Mar Vermelho em busca da Terra Prometida. Na chegada de Moisés  ao Monte Sinai, Deus  lhe diz:  “Vós  tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águias, e vos trouxe a mim...”.

E a Águia também nos conduzirá na viagem da Portela. Ela que  “desperta  sua  ninhada,  paira  sobre  seus  filhotes  e,  em seguida, estende as asas para apanhá-los, carregando-os sobre elas”, nos guiará na Avenida.  Segurem o mapa da história e realizem o seu desejo mais vital, a Portela vai voar, é Carnaval!

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G .R.E .S. Portela

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M A R A D E N T R O , M UND O A F O R A O voo da Águia nos leva aos caminhos de quem atravessou continentes com seus barcos, galeras, caravelas! Seguem, agora, os navegantes de diferentes povos que rasgaram os sete mares desenhando mapas! O vento sopra em suas velas e o céu lhes serve como guia para vencer a escuridão e chegar a terras distantes. Os corajosos comandantes superam o perigo e o desconhecido para nos mostrar a rota mais segura. Se lançam mar adentro, descobrem o mundo afora e deixam para a história o relato de suas viagens. Por mares nunca d’antes navegados, nem mesmo o mais terrível monstro imaginado impede que continuem vencendo águas violentas, a quem entregam o barco e a própria vida. V I A G E NS I M A G IN Á RI AS O sonho de pássaro é livre e surpreendente! Revela lugares fantásticos e misteriosos, de onde surgem viagens eternas e envolventes, frutos da criação humana. São histórias extraordinárias de tirar o fôlego, que nos levam a viajar no tempo, ao fundo do mar ou a uma incrível jornada nas estrelas. Tudo pode acontecer com os personagens desse mundo de sonho e de magia, que prende a atenção e liberta a fantasia. V I A G E NS E X T R E M AS Mas existem aqueles que preferem sentir na própria pele a emoção da aventura. Gostam do prazer de correr riscos,

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alcançar terras inexploradas. Valentes viajantes levantam a poeira do deserto, enfrentam a selva, entram em florestas sombrias, exploram as geleiras, entregam o corpo a condições hostis para a sobrevivência. E, se nada mais os seduzir, quem sabe não queiram atingir planetas distantes e deixar pegadas em lugares onde ninguém jamais pisou. A viagem mais extrema está na incerteza de regressar ao ponto de partida. E M BUSC A D E M UND OS PE RDID OS Enquanto alguns se aventuram por outras terras, rumo ao futuro, há aqueles que tentam decifrar os sinais deixados pelos que aqui viveram muito tempo atrás. Quem procura por vestígios do passado segue uma interminável trajetória na busca por respostas. Arqueólogos pesquisam restos e ruínas de civilizações encobertas pelo tempo. Paleontólogos encontram seres pré-históricos que impressionam quando pensamos que habitaram a Terra. Atentos, esses cientistas investigam marcas e sinais, desvendam culturas e costumes. E vão mais longe, em seus estudos, para saber quem vivia no planeta antes de nós. Percorrem trilhas e pistas de mundos perdidos que ficaram pelo caminho. O M APA D A M IN A – E M BUSC A D E RI Q U E Z AS E tantas outras trajetórias revelaram tesouros que fizeram muitas fortunas, em nome da ambição e da cobiça. A maciez das sedas, o perfume dos incensos, o gosto das especiarias, delícias pelas quais pagaram reis e rainhas. E o ouro e a prata que adornaram pescoços e altares? Quem trazia? Que

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mundos exploraram e para onde rumaram em busca de riquezas? As grandes rotas comerciais do passado foram responsáveis pelas trocas de produtos e culturas. Abriram caminhos por terra e por mar. Exploraram tesouros de povos do outro lado do mundo e saciaram desejos de impérios. É preciso percorrer essas rotas para, quem sabe, descobrir o mapa da mina. E U N Ã O SO U D A Q UI , E U N Ã O SO U D E L Á Muitas são as formas de viajar criadas pelo homem, para navegar em todas as dimensões: na realidade, no imaginário, no mundo virtual. E não faltarão roteiros, enredos, lugares, estradas e ferrovias enquanto essa busca durar. Hoje, com um toque apenas, é possível fazer muitas viagens: abrir janelas, percorrer milhares de quilômetros em segundos e descobrir mares, países... se perder. Consultar a história e o poema, assistir ao vídeo e ao espetáculo. Diante dos olhos dos internautas, o virtual vira real, em sons, cores e movimentos. É possível voltar, avançar, procurar... pessoas, coisas e locais. Digitar perguntas, descobrir respostas, encontrar lugares, ser viajante, ser águia: livre, ágil, confiante. E ao final da travessia, escolher mais um destino e recomeçar. E a Portela tão bonita vai voando na Avenida para o carnaval conquistar!

Isabel Azevedo Simone Martins

Ana Paula Trindade Paulo Barros

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“É o amor... que mexe com minha cabeça e me deixa

assim... Do sonho de um caipira nascem os filhos

do Brasil”

G .R .E .S. I MPE R A T RI Z

L E OPO L DIN E NSE

Presidente: Luiz Pacheco Drumond Carnavalescos: Cahê Rodrigues F undação: 06/03/1959 Cores: Verde, Ouro e Branco

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G .R.E .S. Imperatriz Leopoldinense

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“É o amor... que mexe com minha cabeça e me deixa assim...

Do sonho de um caipira nascem os filhos do Brasil”

IN T R O DU Ç Ã O

Embalada por violas enluaradas e sanfonas arretadas, a Imperatriz foi buscar inspiração na Música Sertaneja pra falar com o coração. Sem fazer nenhum segredo, pedimos a ela pra contar a saga do nosso enredo, escrito nas pontas dos dedos, em cordas de dedilhar. Meus senhores e senhoras, venham pro meio dessa roda e ajudem a versejar. Nosso show começa agora, e antes que a gente vá embora, Mãe Sertaneja tem muito pra falar...

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SIN OPSE 1o SE TOR: SON H O CAIPIRA ”Prepare o seu coração Pras coisas Que eu vou contar Eu venho lá do sertão Eu venho lá do sertão E posso não lhe agradar...” - DISPARADA (Jair Rodrigues; Autores: Geraldo Vandré e Theo Barros)

Vou abrir o coração como se fosse a porteira da fazenda onde nasci... Canto as coisas de minha gente. Gente sofrida, esquecida nas lonjuras desse país. Gente que trabalha, semeia, ponteia e encontra na viola, um caminho pra ser feliz. Gente que tem raça, tropeça e levanta, e ainda faz graça quando abraça a sanfona, embalando a vida que vem lá da raiz. Vou falar de minhas andanças, de partidas e cheganças. Venho com as minhas crianças e trago na mala muita esperança!

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G .R.E .S. Imperatriz Leopoldinense

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Chego com uma imensa saudade das riquezas que deixei por lá: da família reunida em casa, do rádio em cima da mesa, da santinha que brilha no altar, do galo que anuncia a certeza de um novo dia para se trabalhar. Do alto da Serra Dourada, a terra parece bordada com girassóis, soja, sorgo e trigo. E uma banda de espantalhos Toca desafinada, espantando o inimigo. Os corvos fogem, em busca de abrigo e vão se esconder nos canaviais, onde moram as abelhas rainhas, que reinam nesse verde-esperança chamado Goiás.

2o SE TOR: T ERRA - SE M E ANDO SON H OS “E a colheita que encheu a tulha, Da tulha o grão para a cidade vai. A terra dorme e ele não descansa Sempre na esperança de colher bem mais...” - A COLHEITA (Chitãozinho e Xororó; Autores: José Fortuna e Carlos Cezar) Estamos celebrando a colheita

que nasceu em nossas mãos. Plantamos grão por grão

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e é por isso que acreditamos. Que um sonho jamais será em vão. É daí que vem a nossa união: eles tocam, versam e eu canto a nossa alegria! Pura magia, doce encanto. Pois “até o presidente come o que eu planto...” (*1) Em cada plantação existe um segredo, um pacto entre lavrador e semente, do nascente ao poente. O homem precisa de trabalho para criar os seus filhos e torná-los honrados, dourados como a barba do milho.

3o SE TOR: MÚSICA – MÃ E SERTAN EJA Ponteio da viola, o hino brejeiro O som brasileiro saudando a nação Saúda o roceiro, que está na vanguarda soldado sem farda, herói do sertão!” - HINO SERTANEJO (Tonico e Tinoco)

Quando nasci, ganhei uma sublime missão: cantar o que o povo sente, no compasso do coração. Fiquei amiga das rimas, das roças e vaquejadas, ajudei a descrever

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tanta terra abençoada morte e vida severina Entendi o amor das pessoas e a ele sou submissa, porque a vida é feita de sonhos, ideais e compromissos.

Amarro as coisas mais simples, com as cordas do violão. Já falei de seca, luar do sertão; já contei muitas histórias, cotidiano banal. Sou matuta, sou caipira, um rio em curso natural. Tem gente que não gosta, fala mal do que nem viu. Mas quem critica o que eu canto, não conhece o meu Brasil. (*2)

4o SE TOR: F É E F OLCLORE - PIRE NÓPOLIS

“Sou caipira, Pirapora, Nossa

Senhora de Aparecida Ilumina a mina escura e funda O trem da minha vida” - ROMARIA (Renato Teixeira)

Diante do rei, da rainha e princesas, cristãos e mouros partem para o campo de batalha. Nesta luta só existe uma certeza: não haverá mortos nem feridos.

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Ouviremos os estampidos que anunciam a cavalhada. Os mascarados fazem alarido, trazendo muita gente encantada.

O Divino Espírito Santo Chegô aqui nesta morada Veio guiando a bandeira Na poeira das estrada Veio trazer sua bença Por nóis muito esperada - DIVINO ESPIRITO SANTO (Inezita Barroso; Autores: Carlos Piavani, Canhoto, Torrinha e Antônio Boaventura))

Vem gente de toda parte, pagando promessas de toda sorte, desde os que brilham nas artes aos que escaparam da morte. Carregam cruzes, objetos de cera e se misturam aos que cantam na feira, corando beatas, bulindo mulatas, embalando os carreiros que vêm de longe, tocando a boiada. A fé se multiplica numa irmandade de santos, acalentados por Maria e o sagrado manto. E lá vamos nós, pé ante pé, numa interminável romaria, que se espicha pela estrada em busca de uma estrela guia.

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5o SE TOR: F IL H OS D E F RANCISCO ... E H E L E NA “Nesta longa estrada da vida Vou correndo não posso parar Na esperança de ser campeão Alcançando o primeiro lugar...” - ESTRADA DA VIDA (Milionário e José Rico)

Todos querem conhecer a cidade onde nasceram os filhos de Francisco. Não o santo, mas o caipira que acreditava num sonho de verdade. Deu sanfona pro mais velho e uma viola ao irmão, rogando a Deus que tivessem o dom de encantar a multidão cantando as modas do sertão... Estrearam num caminhão, depois na praça e na estação. Percorreram vilas e vilarejos. Mas como bons sertanejos se nada tinham nos bolsos guardavam a família no coração.

“Eu bem queria continuar ali Mas o destino quis me contrariar E o olhar de minha mãe na porta Eu deixei chorando a me abençoar...” - O DIA EM QUE EU SAÍ DE CASA (Zezé Di Camargo e Luciano)

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Longe de casa, enganando a dor, foram em busca da felicidade na terra do progresso, onde só vence quem é doutor. Os dois filhos de Francisco superaram sacrifícios com justiça e autoridade. Conquistaram o sucesso e venceram com louvor!

6o SE TOR: OS F IL H OS DO BRASIL

O Maior Espetáculo da Terra abre portas e cortinas, mostrando a saga sertaneja como aqui nunca se viu. Vamos dar F lores em Vida

a duas estrelas tão queridas, que iluminam o caminho dos novos Filhos do Brasil! E quando me perguntam: Como é que eles conseguiram tudo isso, minha senhora? Quem foi que os abençoou? Ponteio na viola e tiro a voz lá do fundo, cantando pra todo mundo: Foi Deus, Nosso Senhor.... Porque Deus... é o Amor.

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“É o Amor... Que mexe com minha cabeça e me deixa assim Que faz eu pensar em você e esquecer de mim Que faz eu esquecer que a vida é feita pra viver... - É O AMOR (Zezé Di Camargo)

Pesquisa, Roteiro e Desenvolvimento:

Cahê Rodrigues, Marta Queiroz e Cláudio Vieira Maio 2015

Em homenagem à Música Sertaneja,

criada, composta e cantada pelos F ilhos do Brasil. ------------------------------------------------------------------------------------------------------ (*1) – Verso extraído de “O Lavrador” (Nando Reis) (*2) – Os versos do 3o Setor (Música-Mãe Sertaneja) foram adaptados da letra de “A Minha História”, de Zezé Di Camargo

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“Maria Bethânia – A Menina dos Olhos de Oyá”

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D E M A N G U E IR A Presidente: F rancisco Manoel de Carvalho Carnavalesco: Leandro Vieira F undação: 28 de abril de 1928 Cores: Verde e Rosa

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G .R.E .S. Estação Primeira de Mangueira

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“Maria Bethânia – A menina dos olhos de Oyá” Baila no vento a mistura perfumada de mel, pitanga e dendê. O morro desce a ladeira, guiado pela filha de Oyá. Cavalga em búfalos de ouro e bronze sobre o raio de Iansã. O abebé de Oxum faz luzir o caminho que leva à passarela, e por isso, minha gente não teme quebranto. O alfanje erguido nos defende. O mal se esconde. Arruda, alfazema e guiné abrem os caminhos. As águas de cheiro perfumam o verde e o rosa. Os tambores de ketu derramam o axé no cortejo. Cortejo de santo, xirê de orixá. Seu canto é o brado que saúda quem faz da Avenida o terreiro. Pra quem chega, agô e saravá! O branco reluz. O opaxorô de Oxalufã firma nossos passos. Nele, apoio seguro: “XEU ÈPA BÀBÁ!” Corações ao alto. Valei-me meu Senhor do Bonfim. Doces para os santos meninos. Os balaios erguidos levam as flores. Tal qual na Baixa do Sapateiro – quando o calendário marca o quarto dia de Dezembro – o “dengo” da baiana se embala no chacoalhar dos balangandãs. Salve Santa Bárbara! No peito, a guia de contas e o Rosário de Maria. A voz de Bethânia ecoa. Voz ancestral, ventre de águas claras onde repousa o Brasil menino. Voz que é o Brasil matuto, caboclo e sertanejo. Pátria indígena onde Tupã reina. Voz que é solo africano, caroço de dendê, água de moringa, búzio de enfeitar trança nagô. Expressão do Brasil épico e dramático. Colorido feito o cetim que adorna quem brinca o reisado. Árido, como o barro seco. Grave como o

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Carnaval 2016

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voo sonoro do carcará, rapina do sertão, musica inaugural, grito que se alastra desde o Teatro Opinião. Mergulhada nas canções, Mangueira dá asas aos versos cantados, e, a partir deles, ergue a fantasia que é o pilar de seu carnaval. Prova do mel puro, doce e cristalino – néctar musical – da Abelha Rainha. Desfolha o velho livro. Declama a poesia, seleciona poetas, oferece os mais belos versos. Dá vez ao gesto, faz da folia teatro. Reconstrói o palco, solo sagrado onde a “bordadeira da canção” reina soberana. O vento sopra a cortina de confetes e serpentinas, o Recôncavo deságua no Rio tal qual as águas que lavam os caminhos. Ao longe, a imagem de Nossa Senhora da Purificação. As vozes da novena; o frescor carregado de axé das águas das quartinhas; os pés que fazem a poeira subir junto à pele de ouro marrom. No cortejo – em louvor à filha de Santo Amaro – o “prato-e-faca” ditam o ritmo do samba de roda. Dia de festa, folia e vadiação. O puxador tira o verso. A flor de chita roça a pele mulata. O cavaco embala a massa, o pandeiro convoca os bambas. O palco, a velha avenida- de tantas homenagens, de tantos carnavais. Espetáculo que passa. Alegria que desfila. F esta de Momo, mambembe. Errante feito o circo que lhe encantou quando menina. Céu de lona que a folia ergue agora, palco circense que lhe dedicamos. Fina poesia onde o trapezista se equilibra. Delírio de Morfeu. I lusão de carnaval. Sonho que finda nas cinzas, mas vive eterno, enquanto o verde e o rosa reinarem na colina.

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G .R.E .S. Estação Primeira de Mangueira

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P.S:  Este  enredo  é  uma  “rosa  sem  espinhos”  dedicada  à Maria Bethânia. Voz que é o perfume do dendê. A joia encrustada na coroa do Rei. O coité, onde a canção é “macerada” tal qual folha bendita, e o sumo é a densa pasta verde que tinge a canção brasileira. Leandro Vieira – Junho de 2015 Pesquisa, Desenvolvimento e texto: Leandro Vieira.

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