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1 Cabeamento Estruturado Desvendando cada passo: do projeto à instalação Respostas dos Exercícios 1 a Edição

Cabeamento Estruturado

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Cabeamento EstruturadoDesvendando cada passo:

do projeto à instalação

Respostas dos Exercícios

1a Edição

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Capítulo 1

1. Cabeamento estruturado é um sistema que envolve cabos e hardware de conexão (conforme definidos em normas) capaz de atender (por um período estimado de dez anos) às necessidades dos usuários desses ambientes sem um conhecimento prévio (ou com um conhecimento mínimo) das aplicações e serviços que serão usados em cada área de trabalho; da mesma forma não seria necessário saber onde estariam localizadas as áreas de trabalho. Em outras palavras, um sistema de cabeamento estruturado pode ser projetado e instalado sem que se conheçam, a priori, as posições de trabalho e os serviços que serão usados em cada posição; por isso o cabeamento estruturado é também denominado pré-cabeamento ou cabeamento genérico. Este é o conceito de cabeamento estruturado, porém sabemos que com um conhecimento prévio das posições das áreas de trabalho, bem como dos serviços que serão implementados nelas, a tarefa de projetar e instalar um sistema de cabeamento torna-se muito mais fácil e o resultado muito mais satisfatório. O conceito aplica-se principalmente ao construtor de um novo edifício comercial que, em geral, não conhece as necessidades específicas de serviços de telecomunicações de seus usuários. No entanto, sabemos que, se por um lado o cabeamento horizontal pode ser tratado como genérico (principalmente no que diz respeito à categoria de desempenho escolhida), o backbone exige um bom conhecimento prévio das aplicações que serão implementadas por ele, pois limites de distâncias nestes casos são realmente críticos.

Outra definição fundamental de um sistema de cabeamento estruturado é que todas as tomadas presentes nas áreas de trabalho, bem como outras dependências do edifício, são de telecomunicações e podem ser usadas para qualquer serviço de telecomunicações do edifício independentemente de sua posição.

2. A topologia estrela é aquela em que um segmento de cabo individual interliga cada estação de trabalho ao servidor ou data center em um sistema de cabeamento em edifícios comerciais, como apresenta a figura seguinte.

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3. Categoria de desempenho é uma especificação normalmente atribuída ao sistema de cabeamento propriamente dito, enquanto as classes se referem às aplicações implementadas em um sistema de cabeamento. Por exemplo, uma aplicação Classe C requer um cabeamento Categoria 3 para ser implementada, uma aplicação Classe D requer um cabeamento Categoria 5e e assim por diante. A tabela 1.1 (capítulo 1) apresenta um quadro-resumo com classes de aplicações e categorias de desempenho correspondentes.

4. São as tomadas instaladas nas áreas de trabalho dos usuários dedicadas à conexão de seus equipamentos terminais. Uma tomada de telecomunicações (TO) pode ser usada em um cabeamento genérico para qualquer serviço de telecomunicações disponível no edifício desde que sua distribuição seja parte da infra-estrutura de cabeamento estruturado do edifício.

5. A principal aplicação dos cabos ópticos em sistemas de cabeamento estruturado em edifícios comerciais é na implementação dos subsistemas de backbone. Esses cabos são usados tanto no backbone de edifício quanto no backbone de campus e podem ser do tipo multimodo ou monomodo. O emprego dos cabos ópticos no subsistema de cabeamento horizontal está previsto e é reconhecido por normas aplicáveis, porém não é muito comum na prática. Quando usado no subsistema de cabeamento horizontal, o cabo óptico deve ser multimodo.

Capítulo 2

1. Os sistemas de cabeamento estruturado em edifícios comerciais aplicam-se à infra-estrutura de distribuição de serviços de telecomunicações nas áreas de trabalho. Os serviços de telecomunicações são, basicamente, dados, voz e imagem. Sistemas de controle de baixa tensão, como, por exemplo, aqueles utilizados em automação predial, também podem ser implementados por meio do cabeamento estruturado.

2. Os subsistemas de um sistema de cabeamento estruturado são:

Cabeamento horizontal; ♦

Cabeamento de ♦ backbone (dividido em backbone de campus e backbone de edifício);

Área de trabalho. ♦

O cabeamento nos espaços de telecomunicações também deve ser considerado; esses espaços são os seguintes:

Salas de telecomunicações; ♦

Sala de equipamentos; ♦

Infra-estrutura de entrada. ♦

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3. O cabeamento horizontal é a parte do sistema de cabeamento que conecta um distribuidor de piso de uma sala de telecomunicações às tomadas de telecomunicações das áreas de trabalho do mesmo pavimento ou pavimento adjacente, conforme a Figura 2.1 da questão seguinte. O cabeamento horizontal é assim denominado devido ao fato de compreender os segmentos de cabos que são lançados horizontalmente entre as áreas de trabalho e as salas de telecomunicações. É importante salientar que esses segmentos de cabos (horizontais) podem ser lançados também na vertical dentro de um edifício sem que isso descaracterize uma distribuição horizontal, como estabelecido em normas técnicas pertinentes.

4. Há duas formas permitidas para a interconexão do equipamento ativo de rede de dados (os switches, por exemplo) ao cabeamento horizontal, que são:

por meio de conexões cruzadas, ou ♦

por meio de interconexões. ♦

A Figura 2.1 apresenta o método de conexão cruzada.

Figura 2.1 - Método de conexão cruzada.

A conexão cruzada se configura, basicamente, pelo espelhamento das saídas do equipamento ativo em um patch panel ou grupos de patch panels de acordo com a quantidade de portas em questão. Esse tipo de configuração oferece a possibilidade de separação entre os equipamentos ativos da rede (switches, por exemplo) e os componentes de distribuição do cabeamento (patch panels, por exemplo). Essa separação pode ser requerida por questões associadas à segurança, uma vez que os switches podem estar montados em um gabinete com porta e fechadura e, portanto, com acesso limitado, enquanto os patch panels são montados, em geral, em racks abertos e, conseqüentemente, com acesso menos limitado. Essa configuração não é muito comum por questão de custos e também pelo fato de ambos os equipamentos da rede (ativos e passivos) estarem localizados, normalmente, em salas fechadas e com acesso limitado. Uma aplicação comum da configuração de conexão cruzada é a conexão de uma central de PABX aos patch panels ou blocos de conexão para a distribuição dos serviços de voz pelo edifício. Essa configuração é necessária no caso dos equipamentos ativos de voz, porque eles não oferecem padrões de

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conexão compatíveis com aqueles usados nos edifícios comerciais (RJ45, blocos S110, blocos Krone etc.). Outra finalidade importante da conexão cruzada é a interconexão dos subsistemas de cabeamento de backbone e horizontal, como mostra a Figura 2.2.

Figura 2.2 - Conexão cruzada entre o backbone e o cabeamento horizontal.

O método de interconexão, Figura 2.3, pode também ser utilizado para a conexão do equipamento ativo de rede ao cabeamento horizontal. Neste caso, os equipamentos ativos têm as extremidades dos patch cords (cordões de equipamentos) diretamente conectadas em suas saídas RJ45 e as outras às respectivas portas do patch panel correspondente.

Esse método de conexão do equipamento ativo ao cabeamento horizontal é largamente utilizado na prática por sua favorável relação custo/benefício e é previsto e aceito pelas normas aplicáveis.

Figura 2.3 - Método de interconexão no cabeamento horizontal.

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Independentemente do método de conexão escolhido pelo projetista, todas as limitações em comprimento anteriormente citadas para o subsistema de cabeamento horizontal devem ser respeitadas.

5. As normas estabelecem limites máximo e mínimo para o comprimento do subsistema de cabeamento horizontal. Os limites máximos, como sabemos, são 90m para a configuração enlace permanente (que não inclui cordões e jumpers) e 100m para a configuração canal (que inclui os cordões e jumpers). A Figura 2.4 apresenta esses limites.

Figura 2.4 - Subsistema de cabeamento horizontal e distâncias máximas permitidas.

Para assegurar a confiabilidade do sistema devido à perda de retorno quando um ponto de consolidação é utilizado em uma dada instalação, há algumas recomendações importantes com relação a distâncias mínimas entre o distribuidor de piso e o ponto de consolidação (15 metros) e entre o CP e a tomada de telecomunicações da área de trabalho (5 metros). Essas distâncias podem ser observadas na Figura 2.5.

Figura2.5 - Limites de distâncias (mínimas e máximas) para o cabeamento horizontal usando um CP.

6. As técnicas de conectividade são:

MUTO ou MuTOA ( ♦ Multiuser Telecommunications Outlet Assembly) ou tomada de telecomunicações multiusuário;

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CP ( ♦ Consolidation Point) ou ponto de consolidação.

7. A topologia adotada para a implementação do backbone é a estrela com até dois níveis hierárquicos. Essa topologia foi selecionada por oferecer arranjo físico para cabeamento flexível, lógico e econômico de modo que uma ampla variedade de aplicações possa ser implementada no sistema, inclusive aquelas que requerem uma topologia diferente da estrela (barramento ou anel). A Figura 2.6 ilustra uma configuração de backbone estrela com hierarquia.

Figura 2.6 - Topologia estrela com hierarquia. (Fonte: NBR 14565:2007)

Os tipos de backbone são:

a) Backbone de edifício

Quando o backbone do sistema de cabeamento interconecta diferentes pavimentos dentro de um mesmo edifício.

b) Backbone de campus

Quando o backbone de um sistema de cabeamento interconecta dois ou mais edifícios em uma mesma área (campus).

8. Os cabos reconhecidos pelos padrões para a implementação do subsistema de backbone são os seguintes:

cabo UTP ( ♦ Unshielded Twisted Pair) de quatro pares, 100Ω;

cabo F/UTP ( ♦ Foiled/Unshielded Twisted Pair) de quatro pares, 100Ω;

cabo UTP de múltiplos pares; ♦

cabo óptico multimodo 62,5/125 ♦ µm ou 50/125µm;

cabo óptico monomodo. ♦

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As categorias de desempenho dos cabos metálicos reconhecidas pelos padrões são 3, 5e (Enhanced), 6 e Categoria 7/Classe F, com uma ressalva com relação aos cabos multipares que só podem ser utilizados para aplicações de voz (telefonia) e podem ser de categorias inferiores nestes casos.

A tabela a seguir apresenta os comprimentos máximos de canais para o subsis-tema de backbone (de edifício e de campus) para diferentes tipos de cabo. Essas distâncias se aplicam ao cabeamento entre um distribuidor de campus e qualquer distribuidor de piso em um edifício comercial. Esses limites de distância estão definidos nas normas NBR-14565:2007, ISO/IEC 11801:2002 2ª edição e ANSI/TIA/EIA-568-B.1.

Tipo de cabo Distância (m) Descrição/aplicação

Fibras monomodo 3000 Cabos OS-1

Fibras multimodo 2000 Cabos de 50/125 ou 62,5/125

Cabos balanceados Classe A 2000 Voz, PABX (até 100kHz)

Cabos balanceados Classe B 200 RDSI (até 1MHz)

Cabos balanceados Classes C, D, E e F 100 Alta velocidade (até 600MHz)

Tabela com as distâncias máximas permitidas para o subsistema de backbone.

9. Trata-se da largura de banda associada às fibras ópticas multimodo. A largura de banda modal, expressa em MHz.km (produto MHz vezes km), apresenta uma relação de banda que se pode utilizar em uma dada fibra em analogia à largura de banda elétrica que se aplica a cabos de cobre. Assim, a largura de banda disponível em uma fibra multimodo será dependente da distância, da mesma forma que para os cabos de cobre.

10. As salas de equipamentos tipicamente contêm uma grande parte dos equipamentos de telecomunicações, terminação de cabos, bem como distribuidores de um sistema de cabeamento. A sala de equipamentos (ER, Equipment Room) é normalmente um espaço projetado para atender a um edifício inteiro ou mesmo um campus inteiro, enquanto uma sala de telecomunicações é projetada para atender a pavimentos individuais em um único edifício.

No entanto, uma ou todas as funções de uma sala de telecomunicações podem ser providas em uma sala de equipamentos de acordo com as características da instalação. Em um sistema de cabeamento estruturado uma sala de equipamentos pode conter tanto o distribuidor de campus quanto o distribuidor de edifício em um backbone com hierarquia. Normalmente, o distribuidor de campus (CD) é instalado na sala de equipamentos junto com o PABX, bem como outros equipamentos ativos da rede de dados, quando necessário. O mais comum é ter o PABX do edifício instalado nesse espaço.

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11. São a norma brasileira (NBR-14565:2007), a norma internacional ISO/IEC 11801:2002 2ª edição e a série de normas americanas ANSI/TIA/EIA-568-B (B.1, B.2 e B.3).

12. O distribuidor de campus é aquele responsável pela distribuição do backbone de campus, backbone que interconecta um ou mais edifícios em um mesmo sistema de cabeamento. O distribuidor de campus localiza-se, tipicamente, na sala de equipamentos (ER) do edifício principal da rede (aquele que origina o backbone de campus para os demais edifícios de um dado campus).

13. UTP são os cabos de pares trançados sem blindagem; os cabos F/UTP são aqueles cujos pares não são blindados, porém são todos envolvidos em uma blindagem geral. S/FTP são cabos cujos pares são blindados individualmente e ainda envolvidos em uma blindagem geral. A tabela seguinte apresenta os aspectos construtivos desses tipos de cabos.

Tipos de cabos

UTP (Unshielded Twisted Pair)

F/UTP (Foiled/Unshielded Twisted Pair)

S/FTP (Screened/Foiled Twisted Pair)

Par trançado sem blindagem

Par trançado sem blindagem individual e com blindagem geral

Par trançado com dupla blindagem - individual e geral

14. Topologia estrela, de acordo com as especificações de normas pertinentes.

15. A implementação da técnica de cabeamento centralizado óptico pode ser feita utilizando os seguintes métodos:

interconexão/emenda; ♦

pull-through ♦ (passagem direta).

O método de interconexão esquematizado na Figura 2.7 consiste na conexão do cabeamento horizontal ao equipamento ativo óptico sem o uso de um distribuidor de piso. Essa conexão é feita na sala de telecomunicações que serve a área de trabalho do cabeamento horizontal em questão.

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Figura 2.7 - Cabeamento óptico centralizado (interconexão).

O comprimento máximo do cabeamento óptico centralizado, quando implementado na configuração de interconexão, é de 300 metros (incluindo os cordões de equipamentos e os cordões dos usuários em ambas as extremidades, bem como os patch cords ópticos no distribuidor de edifício).

O comprimento do cabeamento horizontal é limitado a 90 metros (como no caso do uso de cabos metálicos); isso será sempre válido, independentemente do meio físico (cabo) utilizado. Portanto, entre o equipamento óptico centralizado e a sala de telecomunicações é possível a instalação de até 210 metros de cabos ópticos, incluindo os cordões de equipamentos, patch cords ópticos e cordões de usuários. Isso permite a implementação de uma topologia de cabeamento com dois subsistemas de cabeamento bem definidos: o horizontal e o backbone, como mostrado na Figura 2.7. O subsistema de cabeamento de backbone caracteriza-se pela implementação de um segmento de cabo entre o distribuidor de edifício (do cabeamento centralizado) e a sala de telecomunicações do cabeamento horizontal.

O método de emenda apresenta as mesmas limitações do método anteriormente apresentado, porém, em vez de uma interconexão dos subsistemas de cabeamento horizontal e de backbone, é feita uma emenda óptica nesse ponto, Figura 2.8.

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Figura 2.8 - Cabeamento óptico centralizado (emenda).

Essa emenda pode ser obtida pela técnica de fusão ou por meio de dispositivos apropriados para emenda mecânica. Ambas as técnicas são igualmente reconhecidas e aceitas pelas normas técnicas aplicáveis. Há emendas mecânicas disponíveis no mercado que apresentam níveis de desempenho bastante satisfatórios para pequenas distâncias de cabos (inferiores a 500 metros).

Finalmente, o cabeamento óptico centralizado pode ser implementado por meio do método conhecido como pull-through (passagem direta), conforme ilustra a Figura 2.9.

Figura 2.9 - Cabeamento óptico centralizado (pull-through).

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Nesse método o segmento de cabo que sai do distribuidor óptico centralizado (distribuidor de edifício nesta configuração) chega à tomada de telecomunicações da área de trabalho diretamente sem qualquer tipo de bloqueio ou terminação intermediária. Neste caso, o cabo apenas passa pela sala de telecomunicações do pavimento em que se encontra a área de trabalho a ser atendida. Na maioria das vezes em que esse método é indicado, não há uma sala de telecomunicações entre o distribuidor de edifício e a área de trabalho, e sim uma caixa de passagem entre os pavimentos onde se encontram esses elementos.

Outra observação importante é que, neste caso, existe apenas o subsistema de cabeamento horizontal (mesmo havendo cabos lançados verticalmente pelo prédio entre o distribuidor de edifício e a área de trabalho) e o comprimento máximo de cabo óptico permitido, incluindo os cordões de equipamentos e patch cords em ambas as extremidades, é de 100 metros.

Capítulo 3

1. Para o cabeamento em cobre, os seguintes parâmetros elétricos e mecânicos devem ser verificados em um procedimento de certificação de acordo com normas aplicáveis:

Configuração de terminação ( ♦ wire map).

Comprimento. ♦

Perda de inserção (atenuação). ♦

Paradiafonia (NEXT, ♦ Near End Crosstalk).

PS-NEXT ( ♦ powersum NEXT).

ACR ( ♦ Attenuation to Crosstalk Ratio), Relação atenuação/paradiafonia.

ELFEXT ( ♦ Equal Level Far End Crosstalk), Telediafonia de nível equalizado.

PS-ELFEXT ( ♦ powersum ELFEXT).

Perda de retorno. ♦

Atraso de propagação. ♦

Delay Skew ♦ (desvio de atraso de propagação).

2. Split-pair é a falha mais séria em termos de degradação do sinal transmitido pelo cabo entre dois pontos e de difícil diagnóstico sem o uso de um equipamento de certificação de cabeamento em mãos. Trata-se de um problema significativo de terminação de um segmento de cabo balanceado por descaracterizar a configuração de pares para os pares que são divididos quando isso ocorre. Nestes casos, os pares se comportam como condutores paralelos e perdem, conseqüentemente, o balanceamento. O split-pair afeta de forma negativa o parâmetro diafonia (crosstalk).

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3. Para que as posições dos pares terminados nessas tomadas correspondam aos padrões de telefonia existente, inicialmente terminados em tomadas e plugues RJ- 11.

4. Sim. Esses adaptadores são permitidos sempre e quando utilizados externamente ao enlace permanente de modo que, ao serem retirados, o enlace mantenha sua integridade. Em outras palavras, esses adaptadores não podem ser parte permanente de um canal em um sistema de cabeamento estruturado baseado em normas.

5. O comprimento é um parâmetro físico que deve ser verificado em campo durante os testes de certificação do cabeamento instalado e é fortemente dependente da velocidade nominal de propagação.

O equipamento de teste gera um sinal de teste de características conhecidas (amplitude e fase). Esse sinal é transmitido pelo meio e quando chega ao final da linha pode sofrer os seguintes efeitos:

a) Ser refletido, mantendo a fase original se a linha estiver aberta.

b) Ser refletido com uma defasagem de 180 graus se a linha estiver em curto-circuito.

c) Ser absorvido pela carga se ela tiver uma impedância de mesmo valor que a impedância característica do cabo.

Assim, por meio da técnica conhecida como reflectometria, o equipamento de teste injeta um sinal que varre o segmento de cabo sob teste e, ao ser refletido de volta ao equipamento de teste, este calcula o comprimento do cabo a partir do tempo de ida e volta do sinal de teste.

Em sistemas de cabeamento estruturado o uso de um valor adequado (preciso) da NVP para um dado cabo sob teste permite obter valores de comprimentos “medidos” mais precisos também.

6. Atenuação é a perda de potência de um sinal devido à sua propagação por um meio físico qualquer. Essa perda de potência de sinal em cabos de cobre ocorre devido às perdas resistivas dos condutores ao longo da linha (aumento da resistência em função do comprimento), à capacitância mútua entre os condutores em um par e à capacitância entre os condutores e a terra. A atenuação é expressa em dB (decibel) por unidade de comprimento para um dado segmento de cabo. Um dB é dez vezes o logaritmo na base dez da relação entre a potência do sinal presente na entrada de um circuito e o sinal da saída. A atenuação pode ser também a relação entre a potência do sinal recebido e sua potência original (sinal transmitido) em um canal de comunicação.

A atenuação é calculada como dez vezes o logaritmo na base dez da potência do sinal recebido pela potência do sinal transmitido. Uma relação de potência de 2:1 corresponde a uma atenuação de 3dB. Observe que, sendo a atenuação uma função logarítmica, quando esse valor aumenta em 3dB, a relação entre as potências recebida e transmitida cai pela metade ou seu número (em dB)

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dobra. Em outras palavras, cada vez que a relação entre potências dobra, temos um valor absoluto de atenuação de 3dB. A tabela seguinte apresenta algumas relações interessantes entre potências recebida e transmitida.

Relação de potência Log na base 10 dB2 para 1 0,301 310 para 1 1,000 1020 para 1 1,301 1340 para 1 1,600 16100 para 1 2,000 20200 para 1 2,301 231000 para 1 3,000 30

7. O efeito de linha cruzada é também conhecido como diafonia e ocorre devido aos mecanismos de acoplamento indutivo e capacitivo. É o maior fator limitativo de desempenho em sistemas de comunicação digital que utilizam o cabo de pares trançados como meio de transmissão, como é o caso dos sistemas de cabeamento estruturado. Em outras palavras, a diafonia pode ser entendida como a interferência (eletromagnética) entre informações (dados, voz, imagem etc.) que se propagam por diferentes pares dentro de um cabo UTP, F/UTP e outros.

A diafonia entre dois pares em um cabo UTP ou F/UTP depende de vários fatores, entre eles, aspectos construtivos do cabo como bitola dos condutores, passo de torção (relação de entrelaçamento do par), material empregado no isolante e simetria entre os pares.

A interferência por diafonia não pode ser eliminada, mas pode ser reduzida por:

uso de terminações balanceadas; ♦

entrelaçamento dos pares com diferentes passos de torção dentro do ♦mesmo cabo;

fabricação do cabo de modo a otimizar seu desempenho em termos ♦elétricos;

uso de cabos blindados para minimizar a interferência entre pares de cabos ♦vizinhos em um mesmo encaminhamento;

práticas de instalação baseadas em normas aplicáveis. ♦

Uma preocupação especial é dispensada aos efeitos da diafonia, bem como seu controle em sistemas de cabeamento estruturado. A diafonia pode apresentar-se sob duas formas distintas, a paradiafonia (NEXT, Near End Crosstalk) e a telediafonia (FEXT, Far End Crosstalk). A diafonia medida no par interferido (aquele que sofre o efeito da interferência), na mesma extremidade em que se encontra o par interferente (aquele que causa a interferência) onde está a fonte de ruído, denomina-se paradiafonia ou NEXT.

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Da mesma forma, a diafonia medida no par interferido, na extremidade oposta àquela onde se encontra a fonte de ruído no par interferente, denomina-se telediafonia ou FEXT. Esses mecanismos de interferência podem ser observados na Figura 3.1.

Figura 3.1 - Interferência por diafonia em cabos de pares trançados.

Pela figura nota-se que a interferência por NEXT ou FEXT é exatamente a mesma em termos elétricos. A única diferença é a referência do ponto de medição dela, ou seja, se a interferência for medida na mesma extremidade em que se encontra o sinal causador da interferência, esta recebe o nome de paradiafonia ou NEXT; se a interferência for medida na extremidade oposta àquela em que se encontra o sinal que a gera, esta recebe o nome de telediafonia ou FEXT. Os prefixos para (próximo) e tele (distante) que antecedem a palavra diafonia servem, exatamente, para dar a noção de referência da interferência em questão. O mesmo se aplica aos termos em inglês, ou seja, near (próximo) e far (distante) antes da palavra crosstalk (diafonia).

8. Os testes realizados com base na metodologia par a par são basicamente aplicados aos parâmetros de diafonia (NEXT e FEXT), bem como suas relações (ACR e ELFEXT). Em um teste de diafonia par a par, as seis possíveis combinações de NEXT e FEXT entre os quatro pares do cabo de pares trançados são medidas. Para isso, o equipamento de teste aplica um sinal conhecido em um dado par e mede sua interferência no par adjacente para cada uma das combinações possíveis.

Essa metodologia de teste foi a primeira a ser estabelecida para a certificação de Categoria 5 de uma instalação de cabeamento estruturado. Pelo fato de as aplicações de dados disponíveis não utilizarem mais do que dois pares do cabo (um para transmissão e outro para recepção) nesses sistemas, essa metodologia foi suficiente para a certificação e testes de conformidade do cabeamento. Quando começaram as discussões e os trabalhos do IEEE para a definição do Fast Ethernet (Ethernet a 100Mb/s) sobre cabeamento Categoria 5 e, mais tarde, do Gigabit Ethernet (Ethernet a 1000 Mb/s) sobre cabeamento Categorias 5 e 5e (Enhanced), concluiu-se que seriam necessários os quatro pares dos cabos de pares trançados para a implementação desses padrões. Desta forma, os testes par a par, que consideravam que os pares do cabo seriam utilizados sempre aos pares, passariam a ser insuficientes para atestar o desempenho do sistema de

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cabos para o novo padrão de rede local, principalmente para o Gigabit Ethernet que opera no modo full-duplex utilizando os quatro pares dos cabos UTP, F/UTP ou S/FTP.

9. ACR (Attenuation to Crosstalk Ratio) é um importante indicador da relação sinal ruído de um sistema de cabeamento. Este é um parâmetro obtido a partir da medição da paradiafonia (NEXT) e da atenuação.

A resposta de ACR pode ser analisada da mesma forma que a resposta de SNR (Signal to Noise Ratio, Relação Sinal/Ruído) de um sistema de comunicação. Em outras palavras, quanto maior a distância (ou a diferença) entre os valores de atenuação e a paradiafonia para uma dada freqüência, melhor a resposta de ACR do canal. Analogamente, quanto menor a distância (ou diferença) entre essas curvas para uma dada freqüência, pior é a resposta de ACR do canal. A interpretação desse comportamento é que, quanto menor o valor de ACR (em dB), mais importante é a interferência de paradiafonia (ruído) acoplada ao canal (há que considerar que a resposta de atenuação é fixa e é função da freqüência e do material empregado em sua construção). Assim, quanto maior o valor do ACR (em dB), menor é a interferência por paradiafonia (ruído) acoplada ao canal. Por isso dizemos que o ACR é um tipo de SNR para um dado enlace ou canal, porém em que a contribuição de ruído é devido à paradiafonia.

Quando a distância (ou diferença) entre as curvas de respostas de atenuação e paradiafonia é zero (ACR=0dB), dizemos que, teoricamente, chegamos a um ponto de indecisão do sistema em estabelecer uma comunicação viável entre um transmissor e um receptor. Na prática, sabemos que nessas condições não há como estabelecer tal comunicação. Quando as curvas de respostas de atenuação e paradiafonia se cruzam (ACR<0), não há como estabelecer uma comunicação entre transmissor e receptor. Nesta condição a interferência devido à paradiafonia presente no canal é muito alta e impossibilita a transmissão de sinais pelo canal.

10. Por ser o parâmetro mais importante para a determinação do comprimento preciso de um enlace ou canal sob teste durante a realização da certificação do cabeamento. Valores incorretos de NVP podem levar os equipamentos de testes de campo a valores imprecisos de comprimento medidos em uma certificação de cabeamento de cobre.

11. Atraso de propagação é o tempo que o sinal leva para propagar-se (normalmente dado em ns) ao longo de um segmento de cabo entre um dado transmissor e um receptor. A diferença fundamental entre o atraso de propagação e a NVP é que o primeiro é o tempo que o sinal leva para propagar-se por um dado segmento de cabo e o segundo é a velocidade máxima de propagação que o meio (cabo) oferece, expressa como uma porcentagem da velocidade da luz no vácuo.

12. Alien crosstalk é uma interferência de diafonia que ocorre entre pares distintos de cabos diferentes adjacentes.

O controle do alien crosstalk em sistemas de cabeamento estruturado é importante porque os equipamentos ativos de redes de dados, em geral, não são capazes de

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compensar o ruído externo proveniente dos cabos sob certas condições e limites bem específicos. O alien crosstalk pode afetar de forma significativa a operação de certas aplicações em rede. O exemplo de aplicação mais sensível ao alien crosstalk é o 10GBASE-T (10 Gigabit Ethernet). É de fundamental importância que os efeitos de cabos adjacentes sejam minimizados nesses sistemas.

13. A perda de retorno é a medida de todas as reflexões (analisadas sob um espectro de freqüências) que são causadas por anomalias de impedância característica ao longo de um segmento de cabo, em decibel (dB).

Os valores das impedâncias nas terminações, ou seja, nos conectores montados nas extremidades dos segmentos de cabos de modo que os equipamentos ativos de comunicação de dados para redes locais possam ser conectados a ele, devem ser iguais à impedância característica do segmento de cabo considerado.

Um bom casamento entre a impedância característica do canal e a impedância do hardware (equipamento ativo) de rede local oferece boa transferência de potência entre as duas extremidades do segmento de cabo, minimizando as reflexões.

A perda de retorno varia sensivelmente com a freqüência. Uma fonte de perda de retorno ocorre devido a pequenas variações no valor da impedância característica ao longo do segmento do cabo. Outras fontes de perda de retorno, mais significativas na prática, são as conexões, ou seja, devido aos conectores utilizados nas terminações dos segmentos de cabos e à mão-de-obra empregada, fator significativo de desempenho de um dado canal quanto ao parâmetro perda de retorno.

Assim, a perda de retorno pode ocorrer devido ao mau contato nas terminações dos cabos no hardware de conexão.

14. O delay skew expressa a diferença (em tempo) entre os atrasos de propagação dos pares mais rápido e mais lento dentro de um cabo balanceado de quatro pares. A avaliação do delay skew em sistemas de cabeamento estruturado passa a ser importante devido às aplicações que utilizam os quatro pares do cabo balanceado para transmitir e receber informações que, neste caso, são divididas em quatro “pacotes” diferentes que devem ser recebidos dentro de um intervalo de tempo predeterminado pela interface do equipamento ativo e pelo protocolo da aplicação. Portanto, o sistema de cabeamento deve apresentar um delay skew abaixo do tempo limite estabelecido pela aplicação para o recebimento de todos os “pacotes” de informação.

15. Há duas configurações reconhecidas pelas normas pertinentes para a execução de testes de certificação do cabeamento instalado, que são enlace permanente (Permanent Link) e canal (Channel).

Ambas as configurações de testes são reconhecidas para todas as categorias de desempenho de cabos de cobre especificados para uso em sistemas de cabeamento estruturado. Na configuração de teste segundo o modelo canal, o cordão do equipamento, o patch cord, assim como o cordão do usuário na área de trabalho,

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são considerados. No entanto, o modelo de enlace permanente considera apenas o cabeamento horizontal sem incluir os cordões de equipamentos, patch cords e cordões de usuários na área de trabalho. Os testes de certificação, neste caso, devem ser executados com os adaptadores e cordões fornecidos pelo fabricante do equipamento de teste utilizado. Esses modelos ou configurações de testes aplicam-se também ao subsistema de cabeamento de backbone. Para mais detalhes sobre esses modelos de testes, veja a resposta da questão 5 do capítulo 2.

Capítulo 4

1. São o transmissor óptico, o meio físico (o cabo de fibras ópticas), os acopladores ópticos e o receptor óptico. Em um sistema óptico de transmissão a longas distâncias, amplificadores regeneradores podem ser empregados (este não é o caso dos sistemas ópticos usados em redes estruturadas). A figura seguinte apresenta um esquema de comunicação óptica.

2. As fibras ópticas monomodo e multimodo são usadas em sistemas de cabeamento para telecomunicações em edifícios comerciais e são meios físicos aceitos pelas normas aplicáveis. As fibras multimodo são aquelas que apresentam vários caminhos (modos) para a propagação da luz por meio de seus núcleos, e as fibras monomodo são assim classificadas por apenas permitirem que a luz se propague por um único caminho (modo) pelo interior de seus núcleos.

A próxima figura mostra os tipos de fibra óptica usados em sistemas de cabea-mento estruturado.

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As fibras multimodo reconhecidas pelas normas pertinentes são:

fibras de 62,5/125 ♦ µm

fibras de 50/125 ♦ µm

As fibras monomodo apresentam dimensões de núcleo/casca típicas de:

7 a 10/125 ♦ µm

3. É a largura de banda das fibras multimodo e é expressa pelo produto MHz vezes km (MHz.km).

4. Fibras ópticas multimodo. Para fibras monomodo não faz sentido falarmos em dispersão modal, uma vez que esse tipo de fibra apresenta um único modo (caminho) de propagação para a luz que incide em seu núcleo.

É importante notar que a largura de banda modal, para uma mesma dimensão de núcleo da fibra, varia em função do comprimento de onda do sinal que está se propagando por ela. Por este motivo não é conveniente especificar a largura de banda de uma fibra multimodo por meio de um número fixo. O produto da largura de banda pelo comprimento indica que freqüências de sinais podem ser propagadas por uma dada distância em um cabo óptico.

5. A atenuação é a perda de potência de um dado sinal ao propagar-se ao longo do núcleo de uma fibra óptica.

6. A absorção de parte do sinal luminoso que se propaga pelo núcleo da fibra ocorre devido a impurezas presentes no núcleo e depende do tipo de material usado na fabricação da fibra, bem como do comprimento de onda que está sendo transmitido por ele. Para entender melhor esse efeito, podemos considerar óculos de sol que são fabricados para filtrar parte da intensidade da luz que incide sobre eles e que afetaria os olhos de quem os usa. Uma pequena parte da luz incidente passa pelas lentes escuras e atinge os olhos de quem usa os óculos, porém uma parte maior é absorvida por impurezas colocadas nas lentes (propositadamente, neste caso) impedindo que os raios luminosos com intensidades mais fortes cheguem aos olhos do usuário dos óculos. No caso das fibras ópticas essas impurezas encontram-se em seu núcleo como conseqüência do processo de fabricação das fibras e são indesejadas.

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7. É o ângulo crítico que pode ser utilizado para calcular o cone de aceitação de luz de uma fibra óptica. A importância da abertura numérica em uma transmissão óptica está relacionada à perda de luz devido aos acoplamentos ópticos.

8. Power meter e fonte de luz são equipamentos usados para a avaliação da atenuação (ou perda de potência óptica) em enlaces ou canais ópticos. Esses dispositivos são fundamentais para a medição da atenuação de enlaces ou canais ópticos.

9. A perda de retorno é o parâmetro que mede a quantidade de potência do sinal que é refletida de volta à fonte em relação à potência do sinal incidente originalmente transmitido.

A perda de retorno não é normalmente medida em campo nos testes de avaliação e aceitação do cabeamento óptico. No entanto, há equipamentos de testes de perda de retorno óptica disponíveis no mercado. Um teste desse parâmetro em sistemas ópticos pode ser útil para a avaliação da taxa de erro de bits (BER, Bit Error Rate) do sistema, bem como da avaliação de sua relação sinal/ruído (SNR, Signal to Noise Ratio).

Para a medição da perda de retorno de um cabeamento óptico, um acoplador bidirecional deve ser usado no arranjo de testes e um OCWR (Optical Continuous Wave Reflectometer, Reflectômetro Óptico de Onda Contínua) deve ser usado. A fonte de luz deve ser uma fonte de onda contínua que emite um feixe luminoso contínuo de teste que, ao ser refletido de volta à fonte, é direcionado ao power meter pelo acoplador bidirecional. A quantidade de potência do sinal refletido e recebido pelo power meter é a perda de retorno do canal óptico. A figura seguinte apresenta o arranjo de teste de perda de retorno em canais ópticos com o uso de um acoplador bidirecional.

10. Serve para fazer a medição do comprimento de um enlace óptico e para detectar pontos de falhas em um determinado enlace óptico. Os OTDRs são de grande utilidade e eficiência para análises de falhas e determinação de pontos de rupturas em enlaces ópticos longos em serviços de manutenção.

11. O espalhamento ocorre de maneira oposta à absorção. Partículas presentes no núcleo das fibras são atingidas pelos sinais luminosos que se propagam por aí e são refletidos e/ou refratados dentro do núcleo, causando perdas adicionais e aumentando a atenuação total da fibra óptica. O efeito de espalhamento, conhecido como espalhamento de Rayleigh, recebeu este nome por ter sido descoberto pelo inglês Lord Rayleigh no final do século XXIV. Esse espalhamento é o mesmo efeito que torna o céu azul.

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12. É a largura de banda equivalente de um meio de transmissão óptico e está associada às fibras multimodo.

13. Para garantir que uma dada aplicação óptica especificada para operar no sistema de cabeamento que estamos projetando tenha seus requisitos considerados na etapa de projeto. Isso é importante porque o projeto do backbone óptico é dependente da aplicação.

14. Em termos de construção, as fibras são encapsuladas em cabos para seu devido uso e proteção. A figura a seguir apresenta uma construção típica de cabos ópticos com fibras com buffer do tipo tight.

Os elementos construtivos mostrados na figura anterior são:

a) Capa do cabo para sua proteção externa.

b) Kevlar, para conferir maior resistência mecânica ao cabo óptico. A força aplicada sobre o cabo para puxamento e outros serviços é dissipada por meio da capa do cabo e pelo seu elemento de tração, minimizando o esforço mecânico sobre as fibras propriamente ditas.

c) Buffer, do tipo tight neste caso, construído diretamente sobre a fibra para prover a fibra de certa flexibilidade.

d) Acrilato, uma película de proteção direta da fibra óptica.

e) A fibra óptica propriamente dita protegida no interior do cabo.

15. Há algumas diretrizes para testes ópticos de diferentes organismos normativos aplicáveis a sistemas de cabeamento estruturado. A norma americana ANSI/TIA/EIA-568-B.1 especifica o método de um jumper de referência (bastante usado como referência para testes do cabeamento óptico e descrito na ANSI/TIA/EIA-526-14A, método B) para a medição da atenuação em um enlace de fibra óptica em um sistema de cabeamento estruturado.

Além desse método, a ANSI/TIA/EIA-526-14A especifica outros dois para testes de atenuação em enlaces ópticos, os métodos A e C. Há outras normas como a AS/NZS 3080:2000 (norma australiana) que referencia os métodos definidos pelo ITU-T, recomendações G650 e G651. O IEC também define alguns métodos de testes de cabeamento óptico em seu Anexo A (A.1.2.2, medição de atenuação em enlaces ópticos) e no item A.1.3, descreve os requisitos de testes de atenuação e perda de retorno, parâmetro importante quando o enlace sob teste será conectado a fontes laser. A ISO/IEC 11801 2ª edição referencia uma outra norma ISO para testes de cabeamento óptico, a ISO/IEC 14763-3 TRT.

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O método B, da ANSI/TIA/EIA-526-14A, ou método de um jumper de referência, é reconhecido pela ANSI/TIA/EIA-568-B.1 para testes de atenuação em enlaces ópticos. Para a realização desse teste, o jumper de teste 1 (J1) deve ser conectado entre a fonte de luz e o power meter. Ambos os dispositivos devem ser ligados e o comprimento de onda apropriado também deve ser igualmente selecionado em ambos os equipamentos (850nm ou 1300nm). O valor lido no display do power meter é a referência de teste. A Figura 4.1 mostra como a referência é obtida nesse método.

Figura 4.1 - Obtenção da referência de teste com um jumper.

Obtida a referência, o jumper de teste 1 pode ser desconectado dos equipamentos de testes e conectado em uma das extremidades do enlace sob teste. O jumper de teste 2, apesar de não ser utilizado para a obtenção da referência de teste, deve ser conectado à outra extremidade do enlace sob teste e a potência medida deve ser armazenada. O arranjo de teste é apresentado na Figura 4.2. Para a obtenção da atenuação do enlace óptico sob teste (incluindo os dois acopladores ópticos e o segmento de cabo óptico presente no enlace) deve-se subtrair o valor de referência do valor da potência lida no display do power meter. Por exemplo, se a referência foi -20,6dBm e o valor medido para o enlace sob teste foi -24,2dBm, a atenuação do enlace será 3,6dB.

Figura 4.2 - Arranjo de teste.

Capítulo 5

1. Para assegurar o desempenho inicial e contínuo do sistema de cabeamento ao longo da sua vida útil.

2. Possíveis falhas identificadas em uma inspeção visual:

cabos com a capa danificada; ♦cabos com curvaturas excessivas; ♦cabos estrangulados por amarras ou abraçadeiras muito apertadas sobre ♦um feixe de cabos;

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cabos instalados fora da infra-estrutura adequada (calha, bandeja, conduíte ♦etc.);

cabos com capas deformadas por nós produzidos nos cabos durante a etapa ♦de lançamento ao serem retirados de suas caixas;

caixas de superfície soltas com tomadas de telecomunicações montadas ♦nelas;

tomadas montadas em caixas de piso sem proteção dos contatos; ♦falta de conexão ao sistema de aterramento de telecomunicações nos ♦espaços de telecomunicações, entre outras.

3. As falhas elétricas mais comuns em sistemas de cabeamento são:

a) Falha de atenuação, que ocorre quando o comprimento do enlace ou canal excede os limites estabelecidos em normas técnicas aplicáveis (90m para enlace permanente e 100m para canal).

b) Falha de comprimento, que pode ocorrer quando os segmentos de cabos excedem os limites estabelecidos em normas técnicas pertinentes (vide item a, acima) ou quando a NVP (velocidade nominal de propagação) equivocada é usada para a realização dos testes de certificação.

c) Falha de diafonia (normalmente da paradiafonia, NEXT), que ocorre quando os pares são destrançados demasiadamente.

d) Falha de perda de retorno, que ocorre quando há mau contato nas termi-nações dos cabos no hardware de conexão.

4. O raio mínimo de curvatura para cabos de pares trançados (balanceados) varia dependendo da condição do cabo durante e após sua instalação, levando em consideração a tensão de tração aplicada. O raio mínimo de curvatura do cabo balanceado no cabeamento horizontal, em condição de repouso, para cabos de pares trançados de quatro pares sem blindagem (UTP), deve ser quatro vezes o diâmetro externo do cabo. Para cabos de pares trançados blindados (F/UTP ou ScTP), em repouso, o raio mínimo de curvatura deve ser oito vezes seu diâmetro externo. O raio mínimo de curvatura para cabos balanceados multipares no subsistema de cabeamento de backbone deve ser dez vezes seu diâmetro externo. A tabela a seguir apresenta um quadro-resumo dos raios de curvatura para cabos balanceados.

Tipo de cabo Raio mínimo de curvatura

Subsistema de cabeamento

Condição mecânica

UTP, 4 pares 4x diâmetro externo Horizontal e backbone Em repousoF/UTP e ScTP,

4 pares 8x diâmetro externo Horizontal e backbone Em repouso

UTP, multipares 10x diâmetro externo Backbone Em repouso

UTP, patch cord 6mmÁrea de trabalho

e espaços de telecomunicações

Em repouso

F/UTP e ScTP, patch cord

50mmÁrea de trabalho

e espaços de telecomunicações

Em repouso

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5. O estresse causado no cabo devido à tensão aplicada pelos suportes e amarras deve ser minimizado quando os cabos são organizados em feixes. Quando usadas, as cintas de travamento (referidas no jargão técnico como fitas Hellermann) devem poder deslizar sobre o feixe de cabos. Se isso não for possível, é sinal de que foram apertadas demais, o que pode afetar o desempenho do cabo de forma negativa. As normas pertinentes reconhecem tanto o uso de cintas plásticas como cintas de velcro para a organização dos cabos em feixes. No entanto, tem sido uma prática comum o uso de cintas de velcro para evitar o estrangulamento dos cabos quando amarrados em feixes.

6. Para minimizar problemas com os parâmetros perda de retorno e os vários associados à diafonia (crosstalk), as normas não recomendam a montagem desses elementos em campo (ou mesmo em laboratório) pelos instaladores. Além disso, os equipamentos de testes de campo não são capazes de certificar patch cords por se tratar de cabos muito curtos. A zona morta desses equipamentos de testes é, em geral, superior ao comprimento dos patch cords comumente usados em sistemas de cabeamento estruturado e, portanto, não é capaz de apresentar resultados precisos para testes de certificação desses elementos. De qualquer forma, é importante salientar que essa prática é aceita por alguns fabricantes do mercado desde que os materiais usados sejam adequados (plugues, cabos e ferramentas) de modo que o desempenho do patch cord montado pelo instalador atenda aos requisitos da categoria de desempenho apropriada e receba a garantia do fabricante quando usado em seu sistema de cabeamento estruturado.

Para a montagem de patch cords em campo, quando recomendada pelo fabricante, materiais adequados (cabos, plugues e ferramentas) devem ser usados para garantir o desempenho de transmissão do patch cord.

7. Para manter o balanceamento elétrico dos cabos de pares trançados, são obedecidos os seguintes critérios em termos de destrançamento dos pares devido às suas terminações no hardware de conexão:

a) O destrançamento não deve ser superior a 75mm para cabos de Categoria 3 e inferiores (classes A e B, por exemplo).

b) O destrançamento não deve ser superior a 13mm para cabos de Categoria 5e e superiores.

8. O cabo deve ser decapado para ser adequadamente terminado no hardware de conexão. A quantidade de capa do cabo a ser retirada é aquela necessária para sua terminação, não havendo valores específicos quanto a essa distância em normas aplicáveis. Caso um fabricante em especial tenha critérios próprios, eles devem ser seguidos para que problemas de desempenho do cabeamento instalado sejam evitados.

9. As principais ferramentas que o instalador deve ter para terminar cabos balanceados no hardware de conexão são as seguintes:

a) Alicate de corte

b) Decapador de cabos balanceados de quatro pares

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c) Tesoura de eletricista

d) Ferramenta de inserção IDC (alicate punch-down), entre outras ferramentas que podem complementar o kit mínimo requerido pelos fabricantes.

10. Em uma distribuição de cabeamento óptico, cada segmento de cabo deve ser instalado de modo que as fibras de números pares sejam terminadas nas posições A em um extremo do enlace e nas posições B no extremo oposto, e as fibras de números ímpares sejam terminadas nas posições B em um extremo do enlace e nas posições A no extremo oposto.

11. A tabela seguinte apresenta as especificações de raios mínimos de curvatura para cabos ópticos.

Tipos de Cabo óptico

Raio mínimo de curvatura

Subsistema de cabeamento

Condição mecânica

Multimodo, 2 ou 4 fibras

25mm Horizontal Em repouso

Multimodo, 2 ou 4 fibras

50mm Horizontal Sob tensão de 222N

Multimodo ou monomodo, multipares

10x Diâmetro externo

Backbone Em repouso

Multimodo ou monomodo, multipares

15x Diâmetro externo

BackboneSob tensão

Ver especificações do fabricante

Multimodo ou monomodo, multipares

10x Diâmetro externo

Backbone Em repouso

Multimodo ou monomodo, multipares

20x Diâmetro externo

Backbone Sob tensão de 2670N

12. A terminação de um conector com o uso de adesivos passa pelas seguintes fases:

a) Preparação do cabo e exposição da fibra para terminação

Esse processo consiste na decapagem do cabo óptico a ponto de deixá-lo com a fibra exposta para terminação. Neste ponto a fibra deve ser limpa com álcool isopropílico para retirada de partículas de poeira do ambiente, bem como eventuais resíduos de gordura das mãos do instalador durante a manipulação da fibra para sua terminação.

b) Preparação do adesivo e injeção do epóxi no ferrolho do conector

O adesivo epóxi deve ser preparado para ser injetado no ferrolho do conector por sua parte interna. Normalmente esse adesivo vem em seringas de injeção comuns, porém com agulhas planas (não apropriadas para perfuração da pele).

c) Uso do catalisador e inserção da fibra no ferrolho do conector

Com o ferrolho preparado, ou seja, com o adesivo em seu interior; a fibra (limpa em etapa anterior) deve ser banhada em uma solução catalisadora antes de sua inserção no ferrolho do conector ao qual será terminada. A função do catalisador é oferecer o travamento da fibra dentro do ferrolho

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do conector por um processo químico de secagem rápida. A reação de secagem começa no momento em que o epóxi e o catalisador são colocados em contato e dura cerca de 20 segundos (esse tempo varia dependendo dos produtos usados). Há alguns fabricantes que usam produtos cuja secagem não é instantânea; nestes casos é necessário o uso de pequenos fornos para secagem (“cura”) do epóxi. Tanto o epóxi quanto o catalisador começam a perder eficiência após a abertura inicial de suas embalagens devido ao contato com o ar. Por esta razão, as embalagens desses produtos devem ser mantidas bem fechadas quando os produtos não estão em uso. Isso se aplica, inclusive, durante o processo de terminação.

d) Corte do excesso de fibra na ponta do ferrolho após secagem do epóxi

Após sua inserção no conector pela parte posterior do ferrolho e secagem do epóxi, a fibra estará travada no conector e seu excesso ultrapassa a ponta do ferrolho. Nesta condição, o excesso de fibra deve ser cortado com uma ferramenta apropriada.

e) Polimento do conector terminado

Esta é a última etapa do processo de terminação de um conector óptico que emprega epóxi e polimento. É um dos procedimentos mais críticos e seu resultado tem forte relação com a experiência e a prática do instalador por se tratar de um processo completamente manual (podemos dizer, sem exageros, que a terminação de um conector óptico em campo com o uso de epóxi e polimento é um processo artesanal).

Essa etapa requer o uso de lixas para o polimento da ponta do ferrolho do conector com a fibra terminada e cortada. Normalmente o processo começa com uma lixa mais grossa e vai exigindo lixas mais finas até que o polimento alcance seu ponto ótimo. Em geral, a primeira lixa usada no processo de polimento é de 10, 12 ou 15µ. Em seguida, utiliza-se uma lixa de 3 a 5µ e, finalmente, uma lixa de 1µ. Para que esse processo seja executado, o instalador deve inicialmente realizar um polimento sem apoio (“ao ar livre”), ou seja, com uma das mãos o instalador segura a lixa mais grossa (15µ, por exemplo) e com a outra inicia o polimento da ponta do ferrolho com pouca pressão contra a lixa mais grossa. Esse passo permite que um excesso de fibra que ultrapasse o ferrolho seja eliminado, evitando a quebra da fibra para dentro do ferrolho. Em seguida, o conector deve ser posicionado em seu disco de polimento correspondente e o processo de polimento iniciado com a lixa intermediária (de 5µ, por exemplo) sobre uma base de borracha (que normalmente está incluída no kit de terminação) para minimizar a abrasão da ponta do ferrolho do conector. Recomenda-se que o polimento seja feito sobre a base de polimento com a lixa adequada em movimentos constantes que “desenham” uma figura de um número oito na lixa (pode-se inclusive notar que a lixa fica riscada com figuras de “8” durante o polimento). Finalmente, troca-se a lixa intermediária pela mais fina (1µ, normalmente) e termina-se o processo de polimento com essa lixa. A quantidade de ciclos de polimento com cada lixa é especificada pelo fabricante do conector que está sendo terminado.

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f) Crimpagem e montagem do boot no conector

Terminado o processo de polimento do conector, este deve ter suas partes mecânicas acabadas. Para isso, o anel de trava do elemento de tração do cabo (kevlar) do conector deve ser crimpado sobre o corpo do conector. Esse processo é realizado por meio de um alicate de crimpagem específico. Com o elemento de tração fixado ao corpo do conector, o boot pode ser então deslizado no cabo em sentido ao conector e devidamente posicionado sobre ele para proteção final e acabamento.

g) Limpeza do ferrolho e inspeção visual da terminação

Terminada a etapa de polimento do ferrolho do conector, o instalador deve limpar a ponta do ferrolho com um pano que não deixe resíduos (fiapos) para remover impurezas e contaminações durante os processos de colagem e polimento. Há panos especialmente fabricados para esse fim pelos fabricantes de conectores ópticos, que normalmente são incluídos nos kits de terminação de conectores ópticos. Esses panos embebidos em álcool isopropílico devem ser usados para a limpeza do ferrolho após o polimento da fibra.

13. Basicamente as alternativas são as seguintes:

a) Uso de conectores pré-polidos que não usam epóxi nem polimento. Esses conectores são montados de forma mecânica e possuem fibras pré-polidas terminadas em seus interiores para serem acopladas às fibras de lançamento que serão terminadas neles.

b) Uso de pigtails e emendas, que podem ser por fusão ou emendas ópticas.

14. Os seguintes passos devem ser acompanhados para a execução de uma emenda óptica por fusão.

a) Retirada da capa do cabo óptico para expor as fibras

Aproximadamente 2 a 3 metros da capa do cabo óptico devem ser removidos de modo a expor os tubos com as fibras (para cabos loose tube) ou as fibras com o buffer (para cabos tight). Use o rip cord (cordão de náilon fino, quando disponível) para abrir a capa do cabo e expor as fibras. Depois, cuidadosamente remova (corte) totalmente a capa do cabo para expor suas fibras internas. Limpe o cabo com um removedor apropriado de gel no caso de usar cabos ópticos loose tube com gel. Separe os tubos com as fibras ou as fibras com buffer, cortando e removendo quaisquer outros elementos do cabo. Deixe a quantidade necessária para instalação e fixação do elemento de tração do cabo à caixa de emenda.

b) Retirada dos tubos

Para cabos loose tube, retire cerca de 2 metros dos tubos que abrigam as fibras de modo a expor as fibras individuais.

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c) Retirada do gel do cabo

Todas as fibras do cabo loose tube deve ser limpas, garantindo que não fiquem com resíduos do gel. Um removedor adequado deve ser usado.

d) Ancoragem dos tubos do cabo

Os tubos dos cabos (para cabos loose tube) devem ser ancorados à bandeja ou caixa de emendas e as fibras colocadas sobre a mesa ou bancada de trabalho para serem separadas de modo a facilitar o manuseio de cada fibra separadamente. As fibras dos pigtails devem ser limpas para serem emendadas àquelas já preparadas e deixadas sobre a mesa ou bancada. O cabo deve ser ancorado no distribuidor óptico nesta fase do processo.

e) Retirada do buffer da primeira fibra a ser emendada

A primeira fibra a ser emendada deve ter, aproximadamente, 5cm de sua cobertura (usualmente com 250µm de diâmetro) removida de modo a expor a casca (125µm de diâmetro) da fibra sem qualquer proteção adicional. Para fibras com buffer do tipo tight, 5cm do buffer devem ser removidos (usualmente com 900µm de diâmetro) com um decapador adequado e depois 5cm da cobertura da fibra (usualmente de 250µm de diâmetro) de modo a expor, então, a casca (com 125µm de diâmetro) da fibra pronta para ser emendada.

f) Inserção do tubete de proteção sobre a fibra a ser emendada

Um tubete de proteção deve ser inserido em uma das fibras antes do processo de fusão propriamente dito. Esse tubete oferece proteção mecânica à emenda após sua execução. O tubete é de material termorretrátil que se molda sobre a fusão sob aquecimento (a máquina de fusão tem um forno para esse fim) e a barra metálica de reforço da fusão confere uma resistência maior ao conjunto após a execução da emenda.

g) Limpeza da fibra pronta para a fusão

A fibra decapada deve ser limpa e preparada para a fusão com um pano (que não deixe fiapos ou outros resíduos) embebido em álcool isopropílico. Após a limpeza da fibra, o técnico deve certificar-se de que ela não entrará em contato com quaisquer contaminantes presentes no ambiente.

h) Corte da fibra

Com um clivador, de preferência um de alta precisão, a fibra deve ser clivada deixando o comprimento necessário de acordo com as instruções da máquina de fusão usada. O manual do usuário da máquina especifica esse comprimento.

i) Preparação da segunda fibra a ser emendada

A outra fibra, a que será emendada naquela previamente preparada, deve ser limpa e clivada. Essa fibra pode ser de um pigtail, elemento constituído por um segmento curto de fibra terminado em uma única extremidade

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j) Fusão da emenda

Ambas as fibras devem ser colocadas na base da máquina de fusão e a fusão deve ser executada de acordo com as instruções da máquina usada. Independentemente da máquina usada, esse processo consiste no alinhamento das fibras na base de fusão da máquina (pode ser feito pelo técnico ou automaticamente pela máquina; isso depende das capacidades da máquina utilizada) e disparo do arco para a fusão propriamente dita. Esse processo é bastante interessante, porém simples do ponto de vista de princípio de funcionamento. O ponto de emenda, aquele representado pela junção das duas fibras, fica posicionado exatamente na frente da cabeça de disparo do arco voltaico. O arco, ao ser disparado, gera uma enorme quantidade de calor que funde o material que compõe as fibras devido ao tempo de exposição da junção das fibras ao arco voltaico. Ao extinguir-se o arco, as fibras resfriam, porém a fusão permanece. Esse processo é bastante eficiente porque as fibras têm dimensões capilares.

k) Instalação do tubete de proteção da emenda

Com a emenda pronta, o tubete de proteção deve ser posicionado sobre o ponto de junção das duas fibras e colocado no forno disponível na máquina de fusão para aquecimento e travamento sobre a fusão. O tempo de exposição ao calor é determinado pela máquina de fusão que avisa, por meio de indicadores luminosos, o momento de retirar o tubete do forno.

l) Acomodação da emenda na bandeja de emendas

A emenda deve ser colocada cuidadosamente na bandeja de emendas e a reserva de fibra deve ser enlaçada nos guias adequados. O raio de curvatura mínimo das fibras é de 25mm e deve ser observado para garantir o desempenho do enlace óptico.

Terminadas todas as emendas e devidamente acomodadas na(s) bandeja(s), o técnico deve montar a(s) bandeja(s) na caixa de emenda ou distribuidor óptico e passar à etapa de testes dos enlaces ou canais ópticos. Caso sejam necessários testes das emendas, eles devem ser realizados com o auxílio de um OTDR. Normalmente o único teste requerido por normas para sistemas de cabeamento estruturado em fibras ópticas é o de atenuação executado com uma fonte de luz e um power meter.

15. As normas que se aplicam a sistemas de cabeamento de telecomunicações, bem como caminhos e espaços para a distribuição de cabeamento de telecomunicações em edifícios comerciais, não especificam separações entre circuitos de alimentação elétrica e cabeamento de telecomunicações.

16. Dados:

Cabos UTP, Categoria 6, quatro pares ♦

Diâmetro externo do cabo: 6,1mm ♦

Quantidade de segmentos de cabos: 500 ♦

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Fator de crescimento: 20% (total de cabos: 600 segmentos) ♦

Cálculo da área de cada cabo:

Cálculo da área equivalente a 600 cabos:

A600cabos = Acabo . 600 = 17532m2

Considerando que a ocupação da calha deve ser de 50%, temos:

Desta forma, a calha (comercialmente disponível no mercado) que atende a essas especificações terá as seguintes características:

Largura: 400mm ♦

Altura (aba): 100mm ♦

17. Pela análise da Tabela 5.3, capítulo 5, para duas curvas, seria possível o lançamento de 26 segmentos de cabos UTP de Categoria 5e por um conduíte de duas polegadas. De acordo com a norma ANSI/TIA/EIA-569-B (de onde a referida tabela foi retirada), um fator de correção de 20% deve ser aplicado devido às duas curvas adicionais de modo que a quantidade de cabos não pode ser superior a 21 segmentos nessas condições.

18. Dados:

Cabos blindados F/UTP, Categoria 6 ♦

Diâmetro externo do cabo: 7,4mm ♦

Quantidade de segmentos de cabos: 200 ♦

Fator de crescimento: não especificado ♦

Cálculo da área de cada cabo:

Cálculo da área equivalente a 200 cabos:

A600cabos = Acabo . 200 = 8601,68m2

Considerando que a ocupação da calha deve ser de 50%, temos:

Desta forma, a calha (comercialmente disponível no mercado) que atende a essas especificações terá as seguintes características:

Largura: 400mm ♦

Altura (aba): 50mm ♦

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19. As canaletas aparentes devem prever uma ocupação inicial de 40% e oferecer compatibilidade com os requisitos de raios mínimos de curvatura dos cabos de telecomunicações. A ocupação final de canaletas aparentes não pode ser superior a 60% de sua capacidade, já considerado o fator de crescimento da instalação.

20. A quantidade de cabos instalados em suportes do tipo gancho ou anel deve ser limitada àquela que não cause deformações geométricas dos cabos instalados por esses suportes, pois essas deformações podem causar a degradação do desempenho do cabo.

Capítulo 6

1. O acoplamento entre circuitos de alimentação elétrica e cabos de telecomunicações pode acontecer devido a um ou mais dos seguintes fatores:

acoplamento condutivo ♦

acoplamento capacitivo (devido a campos elétricos) ♦

acoplamento indutivo (devido a campos magnéticos) ♦

acoplamento eletromagnético (devido à combinação de campos elétricos e ♦magnéticos)

Dos mecanismos de acoplamento citados, os que contribuem especialmente para a interferência eletromagnética são o acoplamento capacitivo e o acoplamento indutivo combinados.

2. O acoplamento condutivo ocorre quando dois circuitos ou canais têm um ramo comum, conforme mostra a figura seguinte.

Sendo o circuito 1 de alimentação elétrica e o circuito 2 um canal de telecomunicações, normalmente uma corrente parasita acoplada ao circuito 1 devido a sinais que se propagam pelo circuito 2 não tem potência suficiente para causar interferência importante no circuito de alimentação elétrica. No entanto, o efeito oposto pode ser significativo, uma vez que os circuitos de alimentação elétrica podem introduzir correntes com potências suficientes para causar problemas de transmissão de sinais nos canais de telecomunicações, em sua maioria implementados com cabos UTP.

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Na prática, o acoplamento condutivo ocorre com certa freqüência entre dois canais ou circuitos que usam a terra como condutor elétrico (modo comum). Embora esse tipo de acoplamento seja bastante comum e importante do ponto de vista de interferência causada por circuitos de alimentação elétrica sobre os canais de telecomunicações, o acoplamento condutivo não é parte dos mecanismos de interferência eletromagnética.

3. O acoplamento capacitivo ou acoplamento por campos elétricos ocorre entre cabos de alimentação elétrica e cabos de telecomunicações instalados paralelamente ao longo de um percurso em um dado encaminhamento. Quanto maior o percurso de carregamento paralelo, maior o efeito do acoplamento capacitivo. Esse efeito não ocorre apenas entre cabos elétricos e de telecomunicações, mas também entre dois ou mais cabos elétricos e entre dois ou mais cabos de telecomunicações em carregamento paralelo.

O acoplamento capacitivo é um dos principais fatores que contribuem para a diafonia em circuitos de telecomunicações.

4. Para reduzir os níveis de tensão devido ao acoplamento capacitivo entre canais, tanto a capacitância entre os circuitos pode ser reduzida (reduzindo o acoplamento capacitivo) como as impedâncias dos circuitos interferente e interferido podem ser aumentadas. Nos casos em que esses parâmetros não podem ser alterados, cabos blindados devem ser considerados (F/UTP, ScTP ou S/FTP) para blindar o canal contra acoplamento de ruído proveniente dos circuitos interferentes, reduzindo assim o valor da capacitância mútua entre os circuitos.

5. O acoplamento indutivo ocorre devido à indutância mútua entre dois ou mais canais, conforme apresenta a figura seguinte.

A indutância mútua (Lmútua) entre dois canais é responsável pelo acoplamento indutivo entre eles. Quando uma corrente flui em um circuito (interferente) terminado com uma impedância de carga (uma placa de rede ou uma porta de switch, por exemplo), ela produz um fluxo magnético que é proporcional a essa corrente. O fluxo magnético induz uma tensão de ruído (Vruído) no circuito interferido que vai gerar uma corrente de modo comum neste que também será responsável pela introdução de ruído adicional no circuito interferido. O acoplamento indutivo ou magnético é o principal responsável pelo acoplamento

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de diafonia entre dois canais. A geometria dos condutores do cabo usado para a transmissão de sinais, bem como o arranjo geométrico entre dois canais no espaço, é fator importante no que diz respeito ao valor da indutância mútua entre eles e, conseqüentemente, do nível de interferência.

6. São os efeitos combinados dos campos elétrico (provenientes de acoplamentos capacitivos) e magnético (provenientes de acoplamentos indutivos). Esses efeitos são responsáveis pela interferência de diafonia (crosstalk) entre pares adjacentes em cabos de telecomunicações.

7. A redução dos efeitos da interferência eletromagnética (EMI, Electromagnetic Interference) em sistemas de cabeamento de cobre pode ser obtida pela aplicação de uma ou mais das seguintes técnicas:

Blindagem ♦

Balanceamento ♦

Aterramento ♦

Filtragem ♦

8. A técnica de balanceamento (que se obtém quando os condutores são trançados em pares e fontes de transmissão de sinais simétricas são usadas) é uma das técnicas para melhorar a resposta do cabo do ponto de vista de EMI. Assim, para suprimir (ou reduzir) os efeitos da interferência eletromagnética na transmissão de dados e voz, os cabos de pares são trançados e/ou envolvidos em uma blindagem. A combinação de ambas as técnicas, balanceamento e blindagem, oferece uma solução mais eficiente.

9. A perda por absorção é um efeito importante relacionado à blindagem e pode ser entendido, de maneira simples, como a capacidade de uma blindagem em absorver a onda incidente. Como conseqüência, a intensidade de campo que passará de um meio a outro em relação a uma barreira física (blindagem) posicionada entre esses dois meios diminuirá.

10. Blindagem eletromagnética é uma técnica empregada para reduzir ou prevenir o acoplamento de sinais indesejados em um dado sistema para que ele opere de forma adequada em seu ambiente do ponto de vista de interferência eletromagnética.

11. A blindagem é usada para minimizar o nível de emissão de um dado sistema em seu ambiente de operação. A blindagem eletromagnética é uma técnica eficiente em vários graus dentro de uma ampla faixa do espectro eletromagnético, desde freqüências muito baixas até microondas. No entanto, há duas considerações importantes a respeito do uso dessa técnica, que são a redução de interferência em baixas freqüências e a redução de interferência em altas freqüências.

12. Em baixas freqüências, os pares trançados absorvem a maior parte dos efeitos de interferência eletromagnética. Em freqüências altas, a blindagem do cabo absorve as ondas eletromagnéticas. Assim, para altas freqüências o entrelaçamento dos pares não oferece proteção eficiente contra os efeitos da interferência eletromagnética.

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13. A perda por absorção aumenta com a espessura da blindagem. Quanto maior a espessura da blindagem, melhor a perda por absorção para uma dada freqüência (por exemplo, 130dB em 100kHz para uma blindagem de cobre de espessura de 0,125 polegadas, ou 20dB em 100kHz para uma blindagem de cobre de 0,020 polegadas de espessura). Em termos práticos, se um dado nível de perda por absorção for requerido, por exemplo, 10dB em 50kHz, uma blindagem de cobre de espessura de 0,020 polegadas será necessária. A figura seguinte apresenta o comportamento da perda por absorção em função da freqüência e da espessura da blindagem.

14. Há cabos blindados com folhas metálicas, com malhas e com a combinação de ambos os materiais. Os cabos denominados ScTP (Screened Twisted Pair) são de pares trançados com uma malha de blindagem geral sobre seus pares sem blindagem. F/UTP (Foil/Unshielded Twisted Pair) são cabos de pares trançados com uma folha metálica geral sobre seus pares sem blindagem. Os cabos S/FTP (Screen/Foil Twisted Pair) são de pares trançados com cada par blindado por uma folha metálica e todos eles cobertos por uma blindagem geral em forma de malha. A nomenclatura ScTP foi substituída por F/UTP para ambos os tipos de blindagem, malha e folha metálica. Algumas outras nomenclaturas podem ser encontradas em literaturas técnicas pertinentes.

Os cabos F/UTP apresentam bom desempenho quanto à proteção de EMI proveniente de fontes externas; os cabos F/UTP são eficientes para a redução do efeito do alien crosstalk em sistemas de cabeamento Categoria 6A. Os cabos S/FTP (com dupla blindagem) apresentam bom desempenho quanto à proteção de EMI proveniente de fontes externas, além de minimizar as interferências internas entre os pares de um mesmo cabo.

15. De acordo com normas pertinentes, o cabeamento blindado deve ser instalado com cabos e hardware de conexão blindados e a blindagem deve ser conectada ao sistema de aterramento de telecomunicações do edifício na sala de telecomunicações, na sala de equipamentos ou na infra-estrutura de entrada. Ainda de acordo com normas aplicáveis, a conexão da blindagem ao sistema de aterramento de telecomunicações do edifício deve ser feita em apenas uma extremidade do enlace ou canal. A figura seguinte apresenta um exemplo de canal horizontal blindado.

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16. Em termos simples, a eficiência da blindagem é o grau de proteção que uma blindagem oferece.

Uma eficiência de blindagem da ordem de 60dB ou superior oferece um nível de blindagem muito bom. Este é o nível de isolação elétrica entre os pares dentro de um mesmo cabo de pares trançados S/FTP (Screen Foil Twisted Pair). Esses cabos apresentam pares blindados individualmente por meio de folhas metálicas e todos eles envolvidos por uma blindagem geral em forma de malha.

17. O aterramento é o ponto de conexão à terra de um sistema elétrico ou de telecomunicações. O aterramento pode ser projetado para oferecer segurança ao elemento humano em caso de falta para a terra ou para a proteção e operação adequada de equipamentos e sistemas. O aterramento implementado em sistemas de cabeamentos blindados tem como principal função garantir a eficiência da blindagem.

18. São correntes elétricas parasitas que fluem pela blindagem do cabo usando a terra como referência. As correntes de loop de terra são fontes de interferência em sistemas de cabeamento blindado por introduzirem ruído no cabo por meio de sua blindagem. São causadas pela diferença de potencial de terra entre dois pontos distantes. A figura a seguir apresenta o mecanismo de loop de terra (ground loop).

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19. A blindagem do cabeamento deve ser aterrada em apenas uma extremidade do enlace ou canal de acordo com normas aplicáveis. Essa conexão ao sistema de aterramento de telecomunicações deve ser feita na sala de telecomunicações, sala de equipamentos ou infra-estrutura de entrada.

20. A norma americana ANSI-J-STD-607-A é uma das mais usadas como referência para projeto e instalação de sistemas de aterramento para telecomunicações e eqüipotencialização de sistemas de aterramento em edifícios comerciais.

Ela especifica os requisitos para aterramento dos sistemas de telecomunicações, bem como a eqüipotencialização destes com o sistema de aterramento elétrico do edifício onde equipamentos de telecomunicações serão instalados. É também parte da ANSI-J-STD-607-A especificar o aterramento de telecomunicações e a infra-estrutura de eqüipotencialização do aterramento com outros sistemas do edifício.

Essa norma define os seguintes elementos que compõem um sistema de aterramento para telecomunicações em edifícios comerciais.

TMGB (Telecommunications Main Grounding Busbar). É o barramento de aterramento principal do sistema de aterramento de telecomunicações do edifício. Serve como extensão do eletrodo de aterramento do sistema de aterramento de telecomunicações do edifício. A TMGB serve também como ponto central de conexão ao TBB (Telecommunications Bonding Backbone). Deve haver uma única TMGB por edifício e localizada na infra-estrutura de entrada de telecomunicações do edifício. A Figura 6.1 apresenta o detalhe da TMGB, de acordo com a norma ANSI-J-STD-607-A.

Figura 6.1 - Detalhe de uma TMGB de acordo com a ANSI-J-STD-607-A.

TGB (Telecommunications Grounding Busbar). É o barramento de aterramento de telecomunicações que deve estar presente nos espaços de telecomunicações ao longo do edifício para conexão do cabeamento de telecomunicações ao seu sistema de aterramento. Deve haver uma TGB em cada sala de telecomunicações e na sala de equipamentos. As TGBs devem ser conectadas à TMGB (Telecommunications Main Grounding Busbar) por meio do TBB (Telecommunications Bonding Backbone). Fisicamente, uma TGB é semelhante a uma TMGB, porém com dimensões diferentes.

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TBB (Telecommunications Bonding Backbone). É o barramento que interconecta todos os TGBs à TMGB. Em termos mais simples, este é o segmento de cabo originado no barramento principal de aterramento de telecomunicações do edifício (posição onde são instalados os eletrodos de aterramento de telecomunicações) e distribuído ao longo do edifício. Cada barramento de aterramento de telecomunicações (TGB) deve ser conectado ao TBB em cada espaço de telecomunicações do edifício (salas de telecomunicações e sala de equipamentos). A bitola do condutor do TBB do edifício deve ser dimensionada de acordo com o comprimento do backbone de eqüipotencialização de aterramento de telecomunicações (TBB) máximo. A norma ANSI-J-STD-607-A apresenta uma tabela que relaciona a bitola do condutor com seu comprimento total.

A Figura 6.2 apresenta um esquema de aterramento de telecomunicações conforme define a ANSI-J-STD-607, para um edifício com três pavimentos.

Figura 6.2 - Esquema de aterramento de telecomunicações baseado na ANSI-J-STD-607-A para um edifício com três andares.

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21. Compatibilidade eletromagnética (EMC, Electromagnetic Compatibility) é a habilidade de um equipamento eletroeletrônico em operar adequadamente, junto com outros equipamentos de mesmo tipo ou natureza, em um mesmo ambiente, dentro de níveis de eficiência definidos em projetos. Ela pode ser definida como a habilidade de um componente ou sistema estar apto a suportar ou não ser afetado por dispositivos que geram interferência eletromagnética (EMI) presentes em suas proximidades. Está relacionada à imunidade à interferência eletromagnética dentro de certos limites.

22. A interferência eletromagnética (EMI, Electromagnetic Interference) é definida como a interferência ou ruído gerado dentro de sistemas eletroeletrônicos como resultado das características inerentes aos elementos desse sistema. Ela pode ser definida como o nível de interferência irradiado por dispositivos que podem interferir ou afetar outros elementos do sistema. Está relacionada à emissão, ou seja, interferência gerada por um componente ou sistema.

23. O campo elétrico faz com que as correntes fluam pela superfície dos sistemas ou circuitos interferidos. Essas correntes podem ser imediatamente bloqueadas ou conduzidas para a terra por materiais apropriados, bem como por meio de blindagem elétrica. Quando essas correntes afetam o circuito ou sistema interferido, elas são responsáveis pela introdução de ruído no circuito ou sistema.

24. O campo magnético é responsável pelo fluxo de correntes através da superfície dos sistemas ou circuitos interferidos. Esses campos magnéticos são normalmente gerados por fontes de baixas freqüências e atenuados por materiais ferromagnéticos usados como barreiras em torno dos condutores que propagam as correntes interferentes. Quando essas correntes afetam o circuito ou sistema interferido, elas serão responsáveis pela introdução de ruído no circuito ou sistema.

Capítulo 7

1. As normas aplicáveis ao gerenciamento de sistemas de cabeamento de teleco-municações são a ANSI/TIA/EIA-607-A e a ISO/IEC 14763-1 que se baseiam na complexidade da infra-estrutura que está sendo gerenciada.

Essas normas apresentam procedimentos ajustáveis e com capacidade de expansão para permitir a implementação de vários subsistemas de gerenciamento para os diversos subsistemas de um sistema de cabeamento de telecomunicações em edifícios comerciais. As normas de gerenciamento da infra-estrutura de edifícios comerciais especificam o seguinte:

Atribuição de identificadores aos componentes da infra-estrutura de teleco- ♦municações;

Os elementos da infra-estrutura por meio de registros; ♦

A relação entre os registros gerados e informações associadas; ♦

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Os relatórios que apresentam informações e grupos de registros; ♦

Simbologia gráfica e requisitos de simbologia e codificação por cores. ♦

2. O gerenciamento da infra-estrutura de edifícios comerciais é feito por meio de:

atribuição de identificadores aos componentes da infra-estrutura de ♦telecomunicações;

especificação dos elementos da infra-estrutura por meio de registros; ♦

especificação da relação entre os registros gerados e informações ♦associadas;

especificação dos relatórios, apresentando informações e grupos de ♦registros;

especificação gráfica e requisitos de simbologia e codificação por cores. ♦

3. Os elementos de um sistema de gerenciamento do cabeamento de telecomuni-cações são os seguintes:

a) Cabeamento e encaminhamentos horizontais;

b) Cabeamento e encaminhamentos de backbone;

c) Terminações do cabeamento (tomadas de telecomunicações, blocos de conexão, patch panels etc.);

d) Aterramento/equalização de terras para telecomunicações;

e) Espaços: infra-estrutura de entrada, salas de telecomunicações e sala de equipamentos;

f) Sistemas de proteção contra incêndio.

Além destes elementos, um sistema completo e eficiente de gerenciamento da infra-estrutura de telecomunicações de um dado edifício pode associá-los a outros sistemas de gerenciamento do edifício como segurança, ar condicionado, controle de iluminação, computadores, switches, telefones, mobiliários, salas e estações de trabalho de usuários, entre outros.

4. A classe de gerenciamento é definida, basicamente, pela complexidade e tamanho da infra-estrutura a ser gerenciada.

5. A Classe 1 se aplica ao gerenciamento de espaços atendidos por uma única sala de equipamentos. Nestes casos não há salas de telecomunicações, cabeamento de backbone, tampouco sistemas de cabeamento de planta externa para serem gerenciados. Assim, dada a simplicidade da infra-estrutura a ser gerenciada, os encaminhamentos de cabos não precisam fazer parte do sistema de gerencia- mento. Quando os elementos abaixo fazem parte da infra-estrutura de telecomu-nicações a ser gerenciada, os seguintes identificadores devem ser usados:

a) Identificadores de espaços de telecomunicações.

b) Identificadores de enlaces horizontais.

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c) Identificador do barramento de aterramento principal de telecomunicações (TMGB).

d) Identificador do barramento de aterramento de telecomunicações (TGB).

6. A Classe 2 de gerenciamento se aplica ao gerenciamento de um único edifício que tem várias salas de telecomunicações. Nestes casos os encaminhamentos de cabos não precisam fazer parte do sistema de gerenciamento da infra-estrutura predial de telecomunicações. Os identificadores da infra-estrutura predial de telecomunicações para o gerenciamento de um sistema de Classe 2 são:

a) Os identificadores usados na Classe 1 de gerenciamento.

b) Identificador do cabo de backbone de edifício.

c) Identificador dos pares ou fibras ópticas do backbone de edifício.

d) Identificador do sistema de proteção contra incêndio.

7. A Classe 3 de gerenciamento se aplica a uma infra-estrutura de campus. Assim, os edifícios que fazem parte de uma mesma rede de campus (CAN, Campus Area Network), bem como o cabeamento de planta externa, devem ser gerenciados. Os identificadores da infra-estrutura predial de telecomunicações para o gerenciamento de um sistema Classe 3 são:

a) Os identificadores usados na Classe 2 de gerenciamento.

b) Identificadores dos edifícios.

c) Identificadores dos cabos do backbone de campus.

d) Identificadores dos pares ou fibras ópticas do backbone de campus.

8. A Classe 4 de gerenciamento se aplica a uma infra-estrutura que integra várias redes de campus em um único sistema de gerenciamento. Essa classe de gerenciamento não é comumente usada na prática, uma vez que os sistemas de cabeamento de telecomunicações em edifícios comerciais se limitam a redes de campus tipicamente. Os identificadores da infra-estrutura predial de telecomunicações para o gerenciamento de um sistema Classe 4 são:

a) Os identificadores usados na Classe 3 de gerenciamento.

b) Identificador do campus ou localidade do edifício ou edifícios.

9. Identificador é um código adotado para identificar um determinado elemento ou componente e deve ser marcado em uma etiqueta a ser fixada neste. Como exemplo, um identificador para uma tomada de telecomunicações na área de trabalho pode ser composto por um único número. No entanto, ele também pode conter informações da localidade da tomada de telecomunicações, tipo, posição etc. Um identificador deve ser único, o que significa que um mesmo código deve ser adotado para a identificação de um mesmo elemento na infra-estrutura de telecomunicações gerenciada. Por exemplo, se C5U-NNN é usado para identificar um cabo Categoria 5e, sem blindagem, todos os cabos dessa categoria de desempenho (Categoria 5e) e desse tipo (UTP, sem blindagem) receberão o identificador C5U-NNN, em que NNN é o número seqüencial do cabo na instalação.

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10. Os seguintes identificadores podem ser usados para marcar segmentos de cabos do subsistema de backbone de um determinado edifício:

FO50-01/12: fibra óptica MM 50/125 ♦ µm, cabo número 01, fibra 12

FO50-01/12-TR1: fibra óptica MM 50/125 ♦ µm, cabo número 01, fibra 12, terminado na sala de telecomunicações TR-1

FO50-01/12-P12B-DO-01-TR-01: fibra óptica MM 50/125 ♦ µm, cabo número 01, fibra 12, terminada na porta 12, posição B, no distribuidor óptico número 01, na sala de telecomunicações TR-1

Há várias maneiras aceitas por normas aplicáveis para elaboração de um iden-tificador. Recomenda-se que códigos simples sejam gerados e inter-relacionados por meio de um registro detalhado e eficiente.

11. As etiquetas com os identificadores dos cabos devem ser coladas em ambas as extremidades dos segmentos de cabos a serem identificados e a uma distância que permita que serviços de manutenção possam ser feitos sem a perda das etiquetas e que elas fiquem em uma posição visível aos instaladores tanto nas áreas de trabalho quanto nos espaços de telecomunicações.

12. Os registros são documentos ou sistemas que inter-relacionam os identificadores e podem ser gerados e atualizados por computadores ou manualmente. Os registros devem trazer as datas de criação e todas as mudanças devem ter as respectivas datas registradas. Os registros referentes aos componentes do cabeamento, encaminhamentos e espaços devem ser relacionados entre si e podem estar também relacionados a registros de outros sistemas do edifício como alimentação elétrica, ar condicionado, iluminação, sistemas de alarmes etc.

13. De acordo com as normas ANSI/TIA/EIA-606-A e ISO/IEC 14763-1, os registros de cabos devem apresentar as seguintes informações:

a) Tipo do cabo óptico ou de cobre

Exemplo: cabo de uso interno, externo, monomodo, multimodo, multipares de cobre, de quatro pares, blindado, sem blindagem etc.

b) Identificação da capa ou núcleo

Exemplo: de uso externo, núcleo do tipo tight ou loose (para fibras) etc.

c) Fabricante

Exemplo: marca do cabo, número de parte do produto etc.

d) Pares ou condutores danificados ou não encontrados

Nota: Para cabos multipares, os pares danificados ou não encontrados devem ser identificados para que não sejam usados de forma equivocada. Pares não encontrados ou perdidos são comuns em cabos multipares com muitos pares (100 ou 200 pares tipicamente) usados para a distribuição de voz em sistemas de cabeamento estruturado.

e) Comprimento

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Nota: O comprimento é um dado crítico do cabo, uma vez que o desempenho das aplicações é dependente do comprimento. Esta informação deve estar presente no registro dos cabos.

f) Classificação de desempenho

Exemplo: classe, categoria etc.

g) Identificação de pinos e pares em ambas as extremidades e nas emendas de cabos (quando aplicável)

h) Localidade do aterramento

i) Sistema de transmissão (quando aplicável)

j) Identificador do cabo

k) Referências a identificadores de distribuidores, tomadas, encaminhamentos e espaços

Os registros de cabos aplicam-se a todas as classes de gerenciamento.

14. Os registros das tomadas de telecomunicações devem apresentar as seguintes informações:

a) Classificação de desempenho (quando aplicável)

Exemplo: classe, categoria etc.

b) Fibra monomodo ou multimodo

c) Cabos blindados ou sem blindagem

d) Fabricante e código do produto (quando aplicável)

e) Configuração de terminação do cabo na tomada de telecomunicações

Exemplo: T568A, T568B, USOC etc.

f) Identificação de portas e cabos conectados

g) Referências a identificadores de distribuidores, tomadas, encaminhamentos e espaços

Os registros de tomadas de telecomunicações aplicam-se a todas as classes de gerenciamento.

15. Os registros dos distribuidores devem apresentar as seguintes informações:

a) Número de cabos disponíveis e usados, fibras ou pares

Esta informação pode estar disponível no registro para os distribuidores de campus, edifício e piso para cabos de cobre e para fibras ópticas.

b) Fabricante e código do produto (quando aplicável)

c) Número de condutores (para registros de serviços de voz nos distribuidores de campus e de edifício, quando aplicável)

d) Plano de face do rack ou gabinete

e) Referências a identificadores de distribuidores, tomadas, encaminhamentos e espaços

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Os registros dos distribuidores de edifício aplicam-se a todas as classes de gerenciamento.

16. Os registros dos encaminhamentos devem apresentar as seguintes informações:

a) Tipo

Exemplo: conduíte (metálico ou plástico), calha, bandeja, ladder rack etc.

b) Dimensões

c) Fabricante (quando aplicável)

d) Identificador do encaminhamento

e) Comprimento

f) Pontos de conexão ao sistema de aterramento

g) Referências aos registros dos cabos instalados em um determinado encaminhamento

Os registros de encaminhamentos são necessários para o gerenciamento das Classes 3 e 4. As Classes 1 e 2 não requerem registros de encaminhamentos.

17. Os registros dos espaços devem apresentar as seguintes informações.

a) Localidade dos espaços na infra-estrutura de cabeamento

b) Dimensões dos espaços

c) Identificadores dos espaços

Nota: Estes são os identificadores usados para marcar as salas de telecomunicações (TR), sala de equipamentos (ER) e infra-estrutura de entrada (EF).

d) Equipamentos instalados nos espaços

e) Tipo do espaço

Exemplo: sala de telecomunicações, sala de equipamentos etc.

Os registros de espaços de telecomunicações aplicam-se a todas as classes de gerenciamento.

18. Depende da classe de gerenciamento da infra-estrutura de telecomunicações. Para cada classe há procedimentos de gerenciamento e registros mínimos, conforme apresentado a seguir:

Registros de Classe 1

Um registro de enlace horizontal para cada enlace horizontal deve ser gerado para o gerenciamento de um cabeamento de Classe 1. Os registros de enlaces horizontais devem apresentar as seguintes informações:

a) Identificadores de enlace horizontal

Exemplo: C6-001 (cabo Categoria 6, identificador 001).

b) Tipo de cabo

Exemplo: cabo UTP, Categoria 6, quatro pares, CM.

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c) Localização da tomada de telecomunicações

Exemplo: sala , escritório, área de trabalho etc.

d) Tipo de tomada

Exemplo: tomada RJ45, UTP, configuração T568A, Categoria 6 etc.

e) Comprimento do cabo

Exemplo: 78m.

f) Tipo de hardware de conexão presente no distribuidor de piso

Exemplo: patch panel RJ45, Categoria 6, UTP etc.

g) Registro de manutenção do enlace

Exemplo: Categoria 6 aprovada na instalação em 05/06/2008, terminada e testada novamente em 05/07/2008 devido a remanejamento de posição na área de trabalho.

Registros de Classe 2

Os seguintes registros são recomendados para o gerenciamento de um cabeamento de Classe 2:

Registros dos enlaces horizontais ♦

Registros dos espaços de telecomunicações para cada espaço de teleco- ♦municações

Registros de cabos de ♦ backbone para cada cabo de backbone

Registros do sistema de aterramento ♦

Registros dos sistemas de proteção contra incêndio, incluindo os materiais ♦usados para preencher os espaços entre pisos e entre outros espaços do edifício.

Registros de Classe 3

Para o gerenciamento de um cabeamento de Classe 3, todos os registros recomendados para a Classe 2 devem estar presentes, além das seguintes informações adicionais:

Um registro de edifício para cada edifício ♦

Registros de cabos de ♦ backbone de campus para cada cabo de backbone de campus

Registros de Classe 4

Para o gerenciamento de um cabeamento de Classe 4, todos os registros reco-mendados para a Classe 3 devem estar presentes, além das seguintes informações adicionais que os registros de campus ou localidade devem apresentar:

a) Nome do campus ou localidade

Exemplo: campus Jundiaí, coordenadas de localização etc.

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b) Localização do campus ou localidade

Exemplo: endereço do campus.

c) Informações para contato com o administrador local da infra-estrutura

d) Relação com todos os edifícios da localidade ou campus

e) Localização do distribuidor principal (quando aplicável)

f) Informações para acesso ao distribuidor principal

19. São plantas que mostram os encaminhamentos do cabeamento instalado. Essas plantas devem apresentar todas as informações sobre a infra-estrutura de cabeamento de telecomunicações, bem como distribuição de sistemas de alimentação elétrica, encaminhamentos e espaços.

20. Sim. Os relatórios com os resultados dos testes de certificação do cabeamento metálico instalado, bem como as provas do cabeamento óptico, devem ser anexados aos documentos de gerenciamento e administração do cabeamento.

21. A inteligência dos sistemas de administração ou gerenciamento de cabeamento de telecomunicações é obtida por meio de um software especificamente desenvolvido para essa função. No entanto, os sistemas de gestão de camada física inteligentes não são somente baseados em software; as soluções inteligentes para gestão de camada física disponíveis no mercado baseiam-se em uma combinação de hardware (analisadores ou scanners) e software. O conceito de um sistema de gestão inteligente de camada física está representado na Figura 7.1.

Um sistema de gestão de camada física eficiente deve ser capaz de fazer a conexão entre as camadas física e de aplicação do modelo OSI.

Figura 7.1 - Esquema de um sistema de gestão de camada física inteligente.

A Figura 1 apresenta uma conexão entre as camadas 1 (física) e 7 (de aplicação) do modelo OSI (Open Systems Interconnection) para a implementação de um

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sistema de gestão de camada física inteligente. Essa conexão deve ser feita pelo equipamento ou sistema de gestão, uma vez que essas duas camadas não se relacionam diretamente.

Essa conexão é oferecida pela maioria dos fabricantes de sistemas de cabeamento inteligente por meio de um hardware ativo capaz de monitorar todas as conexões do cabeamento e, então, alimentar e atualizar a base de dados do sistema para manter os registros de gerenciamento do cabeamento atualizados.

Esse hardware ativo é normalmente denominado analisador, scanner, patch panel inteligente, entre outras designações, e tanto os switches da rede quanto os patch panels têm suas portas conectadas a esse equipamento. Desta forma, as conexões físicas entre portas de switches e portas de patch panels são monitoradas pelo equipamento (analisador, scanner etc.) e suas posições armazenadas em um registro de conexões (do cabeamento horizontal e backbone). Como o sistema opera normalmente em tempo real, as mudanças de posições de patch cords e, conseqüentemente, as conexões entre portas de switches e portas de patch panels, são encontradas pelo analisador e os registros associados atualizados. Desta forma, o registro é sempre atualizado automaticamente pelo sistema e o administrador da rede pode obter um relatório preciso das conexões atuais.

22. Os principais benefícios da adoção de um sistema de gerenciamento inteligente são os seguintes:

Manutenção da boa organização dos ♦ patch cords instalados nos distribuidores da infra-estrutura de telecomunicações;

Redução da perda de tempo e o tempo de resposta em caso de mudanças ♦rotineiras no cabeamento e serviços de manutenção;

Integração com o gerenciamento da rede em nível físico; ♦

Aumento de produtividade das equipes técnicas e dos usuários da rede; ♦

Redução de custos operacionais; ♦

Aumento da utilização dos recursos da rede (pessoais e de equipa- ♦mentos);

Obtenção de informações críticas da rede em tempo real; ♦

Possibilidade de monitoramento de serviços distribuídos em cabos ópticos ♦e de cobre, entre outros.

Capítulo 8

1. O gerenciamento de um edifício compreende, além do gerenciamento, o controle de utilização de energia dos diversos subsistemas do edifício e de seus sistemas de segurança. Os sistemas de automação predial têm como objetivo a manutenção de um ambiente confortável de trabalho, a melhoria da segurança e o controle do uso ótimo de energia de forma econômica e eficiente no ambiente

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de trabalho. Em outras palavras, a automação predial é a integração em um único sistema de gestão e controle de todos os serviços de um edifício (acesso, iluminação, redes de comunicação, climatização etc.). Os sistemas de automação predial podem ser implementados por meio de infra-estrutura de cabos própria ou por um sistema de cabeamento estruturado.

2. Os requisitos quanto aos serviços de vídeo são determinados pela classe do edifício. As classes dos edifícios podem ser as seguintes:

Escritório comercial; ♦

Indústria; ♦

Residência; ♦

Hospital; ♦

Universidade; ♦

Laboratório industrial; ♦

Hotel; ♦

Shopping center ♦ .

Esses requisitos incluem serviços de vídeo interno para videoconferências entre salas de um edifício ou entre diferentes edifícios em um mesmo campus, distribuição de canais de TV aberta e CATV, serviços interativos com videotexto para pedidos de serviços e fechamento de contas em quartos de hotéis, por exemplo.

3. A distribuição do cabeamento para um sistema de automação predial segue a mesma topologia de um sistema de cabeamento de telecomunicações para edifícios comerciais típicos. Na verdade, a topologia de distribuição é a mesma, porém alguns elementos novos são definidos, como o ponto de conexão horizontal (HCP, Horizontal Connection Point) e uma área de cobertura. O HCP é equivalente ao ponto de consolidação (CP) em um subsistema de cabeamento horizontal para serviços de telecomunicações em edifícios comerciais; a área de cobertura é coberta por um dado dispositivo no sistema de automação predial. A Figura 8.1 exibe um modelo com os vários elementos funcionais que compõem o cabeamento de um BAS (Building Automation System) para edifícios comerciais, apresentando a relação entre os elementos e como eles são configurados para formar um sistema.

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Figura 8.1 - Cabeamento para sistemas de automação predial.

4. Para o projeto e implementação de um sistema de automação predial (BAS, Building Automation System) em um edifício comercial típico, a norma mais comumente usada como referência é a americana ANSI/TIA/EIA-862.

A norma EIA-862 especifica os requisitos mínimos para sistemas de automação predial dentro de um edifício comercial, bem como entre edifícios comerciais em uma rede de campus. Também define os requisitos para a topologia de cabeamento, arquitetura, projeto, práticas de instalação, procedimentos de testes e requisitos para componentes que compõem um sistema de cabeamento.

5. A topologia de distribuição do cabeamento pelos espaços do edifício, segundo a EIA-862, segue a mesma topologia de distribuição de um sistema de cabeamento estruturado convencional, ou seja, a topologia estrela. Os elementos básicos de um sistema de cabeamento para automação predial, de acordo com a EIA-862, são os seguintes:

subsistema de cabeamento horizontal; ♦

subsistema de ♦ backbone;

área de cobertura; ♦

sala de telecomunicações ou salas de telecomunicações comuns; ♦

sala de equipamentos ou salas de equipamentos comuns; ♦

infra-estrutura de entrada; ♦

administração. ♦

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6. O quadro-resumo a seguir apresenta uma comparação entre os elementos de ambos os sistemas de cabeamento estruturado (para automação predial e cabeamento estruturado convencional).

Cabeamento para Automação Predial

(BAS)

Cabeamento Estruturado

Convencional (SCS)Comentários

Subsistema de cabeamento horizontal

Subsistema de cabeamento horizontal

Esse subsistema apresenta topologia similar para BAS e SCS.

Ponto de consolidação, CP

Ponto de conexão horizontal, HCP

Esses elementos são equivalentes e possuem as mesmas diretrizes de projeto

e instalação.

Subsistemas de backbone de edifício e de campus

Subsistemas de backbone de edifício e de campus

Apresentam topologias similares para BAS e SCS.

Distribuidor de campus, CD

Distribuidor de campus, CD

Esse elemento está presente em ambos os sistemas, BAS e SCS.

Distribuidor de edifício, BD

Distribuidor de edifício, BD

Esse elemento está presente em ambos os sistemas, BAS e SCS.

Área de cobertura Área de trabalho

A área de cobertura em um sistema BAS está associada à área de teto na qual serão instalados os dispositivos do sistema de automação e controle

do edifício. A área de trabalho refere-se ao espaço no qual o usuário do edifício interage com sua rede de telecomunicações por meio dos

equipamentos terminais. As diretrizes de projeto e instalação desses espaços não

seguem as mesmas regras.

Sala de telecomunicações, TR

Sala de telecomunicações de uso comum, CTR

Em um sistema BAS, a sala de telecomunicações (TR) é substituída pela CTR. Em outras palavras, a TR é

implementada dentro da CTR.

Sala de equipamentos, ERSala de equipamentos de uso comum, CER

Em um sistema BAS, a CER substitui a ER e inclui nesse espaço os equipamentos

de controle do sistema BAS

Infra-estrutura de entrada, EF

Infra-estrutura de entrada, EF

Esse espaço é o mesmo em ambos os sistemas, BAS e SCS.

7. A área de cobertura se refere ao espaço atendido por um dispositivo de automação predial. Os dispositivos e subsistemas que compõem um sistema de automação predial (controle de temperatura, sensores de fumaça etc.) devem ser considerados de acordo com a densidade de dispositivos e áreas de cobertura em cada pavimento ou espaço a ser monitorado no edifício. A Figura 1 apresenta a topologia de distribuição de um cabeamento para BAS, mostrando as áreas de cobertura em cada um dos dois pisos representados na Figura 8.2.

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Figura 8.2 - Distribuição de cabeamento para BAS, mostrando as áreas de cobertura em seus pavimentos

8. Os elementos básicos de um sistema de cabeamento para automação predial são os seguintes:

Subsistema de cabeamento horizontal: que se estende entre o distribuidor ♦de edifício (FD) e as áreas de cobertura;

Subsistemas de ♦ backbone (de campus e de edifício): que se estendem entre os distribuidores de campus (CD) e de edifício (BD) e entre os distribuidores de edifício (BD) e de piso (FD);

Área de cobertura: área coberta por sensores e outros dispositivos em ♦cada piso do edifício;

Sala de telecomunicações de uso comum (CTR): espaço de telecomunicações ♦dedicado aos distribuidores de piso e equipamentos que atendem aos usuários e dispositivos dos sistemas BAS e SCS (Structured Cabling System) instalados no piso atendido por uma dada CTR;

Sala de equipamentos de uso comum (CER): espaço de telecomunicações ♦dedicado ao distribuidor de campus ou edifício, bem como aos equipamentos core (de uso comum) dos usuários e dispositivos dos sistemas SCS e BAS do edifício ou campus;

Infra-estrutura de entrada (EF): entrada dos serviços provenientes das ♦concessionárias de telecomunicações locais, bem como outros sistemas.

9. O HCP é equivalente ao ponto de consolidação (CP) em um subsistema de

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cabeamento horizontal para serviços de telecomunicações em edifícios comerciais. Os dispositivos instalados nas áreas de cobertura podem ser conectados em uma topologia de barramento ou anel usando conexões multiponto. As conexões multiponto são aquelas em que um barramento é usado para conectar vários dispositivos em série. Um exemplo de conexão em barramento multiponto é o antigo padrão Ethernet 10BASE-2, em que um segmento de cabo coaxial de 50Ω (RG58) era usado para conectar as várias estações de trabalho em série; nessa topologia normalmente é necessário o uso de um terminador para garantir a impedância e a continuidade do barramento.

A Figura 8.3 apresenta a topologia de ponte (bridge) implementada sobre um topologia estrela de cabeamento horizontal. Essa topologia é bastante parecida com a de barramento, porém os segmentos de cabos que terminam nas to-madas TBAS, nas quais são instalados os dispositivos BAS (Building Automation System), são interconectados no HCP de modo que os dispositivos possam ser interconectados adequadamente para formar a topologia bridge desejada neste caso.

Figura 8.3 - Topologia de bridge implementada sobre uma topologia estrela de distribuição do cabeamento horizontal.

A Figura 8.4 ilustra uma topologia de anel implementada sobre a topologia estrela de distribuição horizontal para a conexão de dispositivos BAS que trabalham em topologia de anel. Para que essa topologia seja configurada sobre uma topologia estrela, as conexões devem ser implementadas no HCP.

Figura 8.4 - Topologia de anel implementada sobre uma topologia estrela.

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10. Um edifício inteligente pode ser definido como aquele capaz de oferecer um ambiente produtivo com uma relação custo/benefício ótima pela otimização dos de seus sistemas, estrutura, serviços, gerenciamento e manutenção pelo seu tempo de vida útil.

Sob este ponto de vista, entende-se que a “inteligência” de um edifício não pode ser avaliada apenas pela quantidade de sistemas automatizados disponível nele, pois um edifício pode ter um elevado nível de automação e não ser, necessariamente, inteligente. Um edifício inteligente deve implementar conceitos de “inteligência” nos seguintes elementos por meio de um projeto integrado:

a) infra-estrutura predial;

b) infra-estrutura de cabeamento;

c) automação de sistemas;

d) controle integrado de sistemas;

e) gerenciamento e manutenção.

11. Os sistemas de CFTV tradicionais requerem uma infra-estrutura independente que emprega cabos coaxiais. Esses cabos foram projetados para a transmissão de vídeo ponto a ponto a partir de uma câmera para um gravador de vídeo na mesma localidade.

A Figura 8.5 apresenta um sistema tradicional baseado em cabos coaxiais de 75Ω. Várias câmeras são conectadas por meio desse cabeamento a um multiplexador que alimenta vários gravadores de vídeo em uma sala de controle central. As imagens podem ser visualizadas em tempo real por vários monitores; um monitor com um chaveador para conectar o sistema à câmera desejada ou a monitores que podem aceitar múltiplos alimentadores de vídeo em janelas separadas.

Figura 8.5 - Sistema convencional de CFTV.

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12. O TCP/IP se tornou um padrão comum em redes. A arquitetura aberta permite que vários sistemas compartilhem a mesma rede e tirem as vantagens dessa tecnologia para melhorar a capacidade, confiabilidade, escalabilidade e acessibilidade dos recursos da rede. Com a capacidade de utilizar uma infra-estrutura existente, um edifício pode tornar-se totalmente automatizado usando um sistema de cabeamento único. Essa automação pode incluir não apenas CFTV, mas todos os outros sistemas do edifício como controle de acesso, sistemas de proteção contra incêndio (a implementação desses sistemas em sistemas de cabeamento estruturado depende de legislação local), sistemas de automação do edifício, voz e transmissão de dados em redes locais naturalmente.

Os administradores, assim como os usuários da rede, não necessitam de um espaço de controle dedicado, já que esses sistemas podem ser monitorados por meio de qualquer estação de trabalho com acesso à rede. Isso vale também para o pessoal responsável pela segurança patrimonial. Eles podem estar instalados em qualquer localidade dentro do edifício. O ponto vulnerável a falhas agora passa a ser a câmera digital e não o centro de controle. Outro aspecto importante é que é viável implementar servidores digitais redundantes tanto em uma única localidade como em localidades múltiplas. A Figura 8.6 mostra a topologia típica de uma rede CFTV digital baseada em IP.

Figura 8.6 - Diagrama típico de um sistema de transmissão de vídeo digital baseado em IP sobre sistemas de cabeamento estruturado.

Capítulo 9

1. As aplicações que podem ser implementadas em sistemas de automação resi-dencial são as seguintes:

rede local de computadores (LAN, ♦ Local Area Network);

acesso à Internet; ♦

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controle e segurança; ♦

distribuição de áudio e entretenimento; ♦

telefonia. ♦

2. A norma mais usada como referência para o projeto e implementação dos sistemas de cabeamento residenciais é a americana ANSI/TIA-570-B (Residential Telecommunications Infrastructure Standard, Norma de Infra-Estrutura de Telecomunicações Residencial). A TIA-570-B define os diversos subsistemas que compõem um cabeamento residencial, tipos de cabo, tipos de conector, requisitos de espaços e encaminhamentos de distribuição, entre outros. A topologia de distribuição de um sistema de cabeamento residencial, conforme definido na TIA-570-B, é apresentada na Figura 9.1.

Figura 9.1 - Topologia de distribuição do cabeamento residencial. (Fonte: ANSI/TIA-570-B)

3. O ponto de demarcação é a interface entre a entrada de serviços provenientes de seus provedores e o cabeamento dentro das dependências do cliente. O ponto de demarcação pode ser identificado pelo dispositivo de interface de rede, normalmente instalado pelo provedor de serviços na entrada de serviços de telecomunicações da residência.

4. O comprimento máximo do cabo que se estende do ponto de demarcação até uma tomada de telecomunicações nas dependências do cliente é de 150m.

5. ADO (Auxiliary Disconnect Outlet, Tomada de Desconexão Auxiliar) é uma tomada de desconexão auxiliar que permite a desconexão de um provedor de serviço ou acesso do sistema de cabeamento que segue para dentro da residência.

6. QD é a infra-estrutura usada para a terminação e conexão dos cabos das tomadas de telecomunicações, cordões de equipamentos e cabos da ADO. O quadro de distribuição é usado para a conexão dos provedores de acesso à residência e para facilitar as mudanças, realocações e adições de usuários e serviços na instalação.

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O QD deve ser instalado dentro da residência, em local de fácil acesso para gerenciamento e manutenção e em uma posição que minimize os comprimentos dos segmentos de cabos a serem instalados na residência.

7. Os cabos reconhecidos para uso em sistemas de cabeamento residencial são:

Cabos de quatro pares, 100 ♦ Ω, UTP (Categorias 5e e 6);

Cabos coaxiais RG6, com três ou quatro blindagens; ♦

Cabos coaxiais RG59 para a distribuição dos sistemas de CFTV (Circuito ♦Fechado de Televisão);

Cabos ópticos multimodo de 50/125 ♦ µm e 62,5/125µm e cabos ópticos monomodo.

8. BALUN é um dispositivo que converte um meio balanceado (BALanced) em um meio não balanceado (UNbalanced). Em outras palavras, o BALUN permite que uma aplicação que foi desenvolvida originalmente para operar em cabos coaxiais (não balanceados) possa ser implementada em cabeamento constituído de pares balanceados (trançados). Exemplos de aplicações de BALUNs são a distribuição dos seguintes serviços sobre cabos de pares trançados em sistemas de cabeamento residencial:

CATV (TV a cabo); ♦

CFTV (Circuito Fechado de TV); ♦

Som ambiente, entre outros. ♦

Apesar de reconhecidos por normas aplicáveis, os BALUNs não são recomen-dados em substituição aos cabos coaxiais para alguns serviços de vídeo em uma residência.

9. As tomadas de telecomunicações do cabeamento residencial devem ser compatíveis com os cabos usados em sua distribuição para cada localidade da residência. Os cabos de pares trançados UTP balanceados devem ser terminados em tomadas padrão RJ45, os cabos coaxiais RG59 devem ser terminados em conectores compatíveis e os cabos coaxiais RG6 devem ser terminados em conectores coaxiais do tipo F.

10. Os patch cords são cordões terminados em ambos os extremos com conectores adequados para a conexão entre uma porta individual de um equipamento ativo qualquer à posição de patch panel no QD correspondente ao ponto de acesso em uma tomada de telecomunicações que se deseja habilitar um determinado serviço (esta é a operação análoga à conexão de um patch cord entre uma porta de switch e uma porta de patch panel em um cabeamento estruturado convencional). Os jumpers (quando de cabo de cobre) são segmentos de cabos sem conectores em ambos os extremos usados para a conexão entre campos de terminação diferentes no QD (um jumper pode ter conectores terminados em um ou ambos os extremos, quando necessário). Um exemplo de uso de jumpers de cobre é a habilitação de serviços de voz, normalmente disponíveis em blocos de conexão IDC. Para fibras ópticas, o termo jumper normalmente se refere ao

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patch cord óptico. No entanto, não é errado usarmos o termo patch cord óptico; algumas normas usam essa diferenciação em termos de nomenclatura, porém não é uma regra.

11. Os sistemas de CATV em um sistema de cabeamento residencial devem ser distribuídos em cabos coaxiais RG6 e devem ser terminados em conectores do tipo F.

12. A ANSI/TIA-570-B estabelece um sistema de níveis para o cabeamento residencial baseado nos serviços de voz, dados e vídeo que serão implementados nas dependências do cliente. No entanto, há pontos na residência que podem ter apenas uma tomada para um único serviço de voz.

Cabeamento residencial nível 1

Para cada posição de tomada de telecomunicações disponível nas dependências do cliente, o nível 1 estabelece um sistema de cabeamento que atenda aos requisitos mínimos de serviços de telecomunicações, como, por exemplo, uma saída para telefone, um ponto para CATV (TV a cabo) e uma saída para serviços de dados. O nível 1 especifica cabos coaxiais e de pares trançados terminados nas tomadas de telecomunicações para esses serviços; todos os segmentos de cabos em um cabeamento residencial nível 1 devem seguir a topologia estrela de distribuição. Assim, um cabeamento nível 1 deve ter os seguintes requisitos em termos de meio físico:

Um cabo UTP de quatro pares, Categoria 5e mínima (recomenda-se o uso ♦de um cabo Categoria 6);

Um cabo coaxial de 75 ♦ Ω.

Nota: Estes cabos devem ser terminados com conectores adequados.

Cabeamento residencial nível 2

Para cada posição de tomada de telecomunicações disponível nas dependências do cliente, o nível 2 estabelece um sistema de cabeamento genérico capaz de atender os requisitos mínimos, bem como avançados, de serviços de telecomunicações, tais como Internet de alta velocidade e vídeo sob demanda, além dos serviços básicos considerados em um cabeamento nível 1. O nível 2 especifica cabos coaxiais, de pares trançados e fibra óptica terminados nas tomadas de telecomunicações; todos os segmentos de cabos em um cabeamento residencial nível 2 devem seguir a topologia estrela de distribuição. Um cabeamento nível 2 deve ter os seguintes requisitos de meio físico:

Dois cabos UTP de quatro pares; a preferência é que esses cabos sejam ♦de Categoria 6. A Categoria 5e não é recomendada em um cabeamento residencial nível 2;

Dois cabos coaxiais de 75 ♦ Ω;

Um cabo óptico com duas fibras (opcional). ♦

Nota: Estes cabos devem ser terminados com conectores adequados.

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13. Os parâmetros para dimensionamento de um QD em um sistema de cabeamento residencial são, basicamente, a quantidade de tomadas e o nível do cabeamento a ser implementado. A tabela seguinte apresenta exemplos de dimensões do quadro de distribuição (QD) de um sistema de cabeamento residencial em função desses parâmetros.

Quantidade de tomadas de telecomunicações

Nível 1 Nível 2

1 a 8Largura: 364mm

Altura: 254 a 457mmLargura: 364mm

Altura: 457 a 914mm

9 a 16Largura: 364mm

Altura: 711 a 914mmLargura: 364mm

Altura: 711 a 1067mm

17 a 24Largura: 364mm

Altura: 711 a 1067mm

Vários QDs interligadosLargura: 364mm

Altura: 711 a 1067mm

Mais de 24Vários QDs interligados

Largura: 364mmAltura: 711 a 1067mm

Vários QDs interligadosLargura: 364mm

Altura: 711 a 1067mm

Dimensionamento dos quadros de distribuição do cabeamento residencial. (Fonte: ANSI/TIA-570-B)

14. De acordo com a TIA-570-B, deve haver uma tomada de telecomunicações em cada ambiente a cada 3,7m ao longo do perímetro do ambiente. Tomadas adicionais devem ser consideradas de modo que nenhum ponto ao longo do perímetro do espaço fique a mais de 7,6m de distância. A Figura 9.2 apresenta um exemplo de distribuição de tomadas de telecomunicações em um ambiente de acordo com os requisitos da TIA-569-B.

Figura 9.2 - Distribuição das tomadas de telecomunicações no cabeamento residencial.

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15. Os testes de verificação do cabeamento devem ser executados de acordo com especificações de normas aplicáveis. Esses testes devem assegurar a conectividade adequada ao longo dos segmentos de cabos ópticos, a atenuação de cada enlance (conforme a ANSI/TIA/EIA-568-B.1) e a continuidade, bem como a ausência de curtos-circuitos nos segmentos de cabos coaxiais. Os cabos balanceados devem ser certificados de acordo com as normas ANSI/TIA/EIA-568-B.2 (Categoria 5e) e ANSI/TIA/EIA-568-B.2-1 (Categoria 6). A TIA-570-B reconhece as configurações canal e enlace permanente para testes do cabeamento balanceado instalado conforme detalhado no capítulo 3 deste livro.

A TIA-570-B aceita que testes de qualificação do cabeamento sejam realizados. Esses testes têm como objetivo confirmar que certas aplicações podem ser implementadas no sistema de cabeamento instalado de acordo com seus requisitos específicos. Esses testes podem ser realizados por meio da conexão dos equipamentos diretamente no cabeamento instalado sob qualificação ou por meio de equipamentos de testes adequados. Os testes de qualificação não substituem a necessidade da certificação do cabeamento balanceado. Somente um teste de certificação é capaz de avaliar se a resposta do cabeamento está em conformidade com a categoria de desempenho do cabeamento instalado, o que assegura que qualquer aplicação que tenha como requisito de meio físico a categoria de desempenho do cabeamento instalado sob teste funcione com um desempenho adequado às suas especificações.

16. A automação residencial é mais do que apenas a instalação de um sistema de cabeamento de telecomunicações para residências. Por se tratar de um sistema cujos vários componentes devem ser integrados para operar em conjunto e nem todos apresentam os mesmos requisitos de topologia e meio físico, por exemplo, é importante que alguns fatores sejam levados em consideração, como a escolha de uma topologia suficientemente flexível para que, sobre ela, outras topologias possam ser implementadas por meio de simples remanejamentos de cordões de manobra e tipos de cabos a serem utilizados para algumas aplicações mais exigentes em termos de largura de banda.

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Capítulo 10

Case proposto

10.1. Disposição dos edifícios no campus

Figura 10.1 - Disposição dos edifícios no campus.

A Figura 10.1 apresenta a disposição dos edifícios no campus e a posição da sala de equipamentos (ER) no edifício 1 (primeiro andar) e da sala de equipamentos (TR2-1) no andar térreo do edifício 2. A rota do backbone de campus é apresentada nesta figura.

10.2. Características dos edifícios e do campusEdifício 1: administrativo, comercial ♦

Edifício 2: de engenharia e produção ♦

A Tabela 10.1 apresenta a distribuição de serviços nos dois edifícios.

Edifício 1 Edifício 2Dados Voz Dados Voz

Piso térreo 60 70 50 601º andar 80 80 100 1002º andar 90 90 N/A N/A

Tabela 10.1 - Distribuição de serviços nos dois edifícios.

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Os estacionamentos não são pavimentados, mas apenas cobertos por britas; em torno dos edifícios há calçadas cimentadas. O encaminhamento do backbone de campus segue pelas calçadas com caixas de passagem e inspeção a cada 30m.

10.3. Considerações de projetoa) Cada serviço de voz necessita de um par e a distribuição será feita por

meio de patch panels padrão RJ45. São considerados neste exercício os chamados voice panels, patch panels especialmente projetados para a distribuição de voz com dois pares disponíveis em cada tomada RJ45 (porta do patch panel), com 50 portas, ocupando 1U de altura de rack.

b) Cabeamento UTP dentro do edifício. Todo o cabeamento dentro dos dois edifícios será distribuído com cabos de pares trançados sem blindagem de uso interno.

c) Trabalhar com fator de crescimento de 5% ao ano, por cinco anos.

Considerando esse fator de crescimento, chegamos às quantidades de serviços apresentadas na Tabela 10.2.

Edifício 1 Edifício 2Dados Voz Dados Voz

Piso térreo 76 88 63 761º andar 102 102 127 1272º andar 114 114 N/A N/A

Tabela 10.2 - Distribuição de serviços nos dois edifícios considerando o fator de crescimento de 5% ao longo de cinco anos.

Importante

Um fator de crescimento de 5% ao ano, em cinco anos, não é o mesmo que um fator de crescimento de 25% sobre os números de serviços iniciais. Lembre-se de que o fator de crescimento é cumulativo (porcentagem sobre porcentagem)

a) Comprimento do cabo de backbone de campus: aproximadamente 400m.

Esta é a distância de cabo máxima entre o ER (edifício 1) e a TR2-1 (edifício 2) para a implementação do backbone de edifício de campus entre os dois edifícios.

b) Aplicação do cabeamento horizontal: 100BASE-TX e 1GbE.

Com esta informação definimos que o cabeamento será de Categoria 6. Essa categoria de desempenho está preparada para a implementação de aplicações de até Gigabit Ethernet (1Gb/s) em um canal de 100m.

c) Backbone de campus: 10GbE.

Com esta informação dimensionaremos as características do backbone de campus.

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d) Backbone de edifício: 1GbE com previsão de passar a 10 GbE em cinco anos.

Com esta informação vamos dimensionar o backbone de edifício, consi-derando a aplicação futura; 10GbE neste caso.

10.4. Espaços de telecomunicações e distribuidores A Figura 10.2 apresenta o esquema de distribuição dos espaços de tele-

comunicações, bem como dos distribuidores presentes no edifício 1.

Figura 10.2 - Disposição dos espaços de telecomunicações e distribuidores no edifício 1.

Na Figura 10.2 estão identificados os seguintes espaços de telecomunicações:

EF, infra-estrutura de entrada ♦

TR0-1, sala de telecomunicações do piso térreo do edifício 1 ♦

ER/TR1-1, espaço de uso compartilhado pela sala de equipamentos (ER) e a ♦sala de telecomunicações do primeiro andar do edifício 1 (TR1-1)

Ainda com base na Figura 2, os seguintes distribuidores estão identificados:

FD0-1, distribuidor de piso do térreo, edifício 1 ♦

CD/BD-1, distribuidor de ♦ campus (CD) e distribuidor de edifício do primeiro andar (BD-1)

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FD1-2, distribuidor de piso do primeiro andar do edifício 2 ♦

FD2-1, distribuidor de piso do segundo andar do edifício 1 ♦

A central de PABX e o switch core da rede de dados estão instalados na sala de equipamentos do edifício 1. A infra-estrutura de entrada tem um DG de telefonia que será espelhado na ER para distribuição do backbone de voz e habilitação de linhas-tronco para o PABX.

A Figura 10.3 apresenta a disposição dos espaços de telecomunicações e dos distribuidores presentes no edifício 2.

Figura 10.3 - Distribuição dos espaços de telecomunicações e distribuidores no edifício 2.

Na Figura 10.3 estão identificados os seguintes espaços de telecomunicações:

TR0-2, sala de telecomunicações do piso térreo do edifício 2 ♦

TR1-2, sala de telecomunicações do primeiro andar do edifício 2 ♦

Ainda com base na Figura 3, os seguintes distribuidores estão identificados:

BD-2, distribuidor de edifício, do edifício 2 ♦

FD0-2, distribuidor de piso do térreo do edifício 2 ♦

FD1-2, distribuidor de piso do primeiro andar do edifício 2 ♦

10.5. Dimensionamento da distribuição do cabeamento

10.5.1 Distribuição dos serviços de voz

O distribuidor de campus localizado no edifício 1 é responsável pela distribuição do cabeamento de backbone de campus entre os edifícios 1 e 2. O backbone de campus será dividido em dois: backbone de dados e backbone de voz.

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Vamos começar o dimensionamento dos serviços de voz no CD. Conforme a Tabela 10.3, temos a seguinte quantidade de serviços de voz em ambos os edifícios:

Edifício 1 Edifício 2

Voz Voz

Piso térreo 88 76

1º andar 102 127

2º andar 114 -

Totais 304 203

Tabela 10.3 - Serviços de voz para dimensionamento do distribuidor de campus e do backbone de voz

Como cada serviço de voz opera por meio de um par, necessitaremos de um total de 505 pares para a distribuição de todos os serviços de voz para os usuários dos dois edifícios. Para a implementação do backbone de campus para voz, será usado um cabo de telefonia (do tipo CI) com 200 pares. Apesar de a quantidade de pares calculada ser 203, vamos usar um cabo de 200 pares, comercialmente disponível.

Considerando que toda a distribuição em cobre será feita por meio de patch panels de voz (voice panels) padrão RJ45, o distribuidor de campus para voz usará quatro patch panels com 50 portas cada um (cada voice panel ocupa 1U no rack). É importante considerar também organizadores de cabos para acomodar os patch cords. Desta forma, podemos considerar um organizador de cabos para cada dois voice panels (temos um total de 6U até o momento).

Para habilitar as linhas-tronco do PABX, vamos considerar um voice panel no qual será terminado o cabo de telefonia com 50 pares proveniente do DG de telefonia instalado na EF do edifício 1. Considerando um organizador de cabos, vamos precisar de 2U para a implementação das linhas-tronco do PABX.

O próximo passo é o dimensionamento do backbone de edifício para os serviços de voz. Vamos considerar as quantidades de pares necessárias para cada andar do edifício 1 e do edifício 2.

Com base na Tabela 3, sabemos que as quantidades de pares necessárias para cada pavimento do edifício são as seguintes:

Pavimento térreo: 88 pares (vamos usar um cabo de 100 pares e dois ♦ voice panels)

Importante

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Espaço de rack necessário: 3U (dois voice panels e um organizador de cabos)

Primeiro andar: 102 pares (vamos usar um cabo de 100 pares e dois ♦ voice panels)

Importante

Espaço de rack necessário: 3U (dois voice panels e um organizador de cabos)

Segundo andar: 114 pares (vamos usar um cabo de 100 pares, um de 25 ♦pares e três voice panels)

Importante

Espaço de rack necessário: 5U (três voice panels e dois organizadores de cabos)

Com isso podemos esquematizar o rack para a distribuição dos serviços de voz dentro do edifício 1, assim como o backbone de campus para voz, Figura 10.4.

Figura 10.4 - Esquema de distribuição dos serviços de voz (Rack-101).

Os ramais do PABX também devem ser terminados no CD, no Rack-101.

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Para isso, consideramos uma capacidade total de 600 ramais (12 voice panels). Assim, vamos considerar 18U adicionais devido aos organizadores de cabos. A nomenclatura Rack-101 indica o rack número 1 do primeiro andar. Assim, Rack-100 é o rack número 1 do térreo e Rack-102 é o rack número 1 do segundo andar no edifício 1. Como se pode notar, para a distribuição de voz usamos 36U do Rack-101.

Com esta parte da distribuição esquematizada, vamos passar aos esquemas de distribuição em cada pavimento do edifício 1. A distribuição de voz dos pavimentos térreo e segundo andar deve ser espelhada no Rack-101, para que qualquer ramal ou linha direta terminada no CD possa ser roteada a qualquer usuário da rede independentemente de sua localização física nos edifícios. Os serviços de voz que serão distribuídos aos usuários do primeiro andar (onde se encontra o Rack-101) não precisam de espelhamento, uma vez que podem ser conectados às posições do cabeamento horizontal por meio de patch cords entre os voice panels e os patch panels do cabeamento horizontal do primeiro andar (Rack-201).

Podemos, então, esquematizar a distribuição de voz no térreo e no segundo andar. A Figura 10.5 apresenta os racks 100 e 102.

Figura 10.5 - Esquemas de distribuição dos serviços de voz nos pavimentos térreo (Rack-100) e segundo andar (Rack-102).

No edifício 2, os cabos do backbone de campus para os serviços de voz chegarão ao BD2, instalado no Rack-200 (rack do térreo, edifício 2). A Figura 10.6 mostra o esquema de distribuição de voz no edifício 2.

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66

Figura 10.6 - Distribuição dos serviços de voz a partir do BD2 no edifício 2.

Na Figura 10.6 vemos as quantidades de pares necessárias para cada pavimento do edifício 2, que foram determinadas da seguinte forma:

Pavimento térreo: 76 pares (vamos usar um cabo de 100 pares e dois ♦ voice panels)

Importante

Espaço de rack necessário: 3U (dois voice panels e um organizador de cabos)

Primeiro andar: 127 pares (vamos usar um cabo de 100 pares, um cabo de ♦25 pares e três voice panels)

Importante

Espaço de rack necessário: 6U (três voice panels e três organizadores de cabos)

Podemos, então, esquematizar a distribuição de voz no primeiro andar do edifício 2. A Figura 10.7 apresenta o Rack-202.

Resp

osta

s dos

Exe

rcíci

os

67

Figura 10.7 - Distribuição de voz no primeiro andar do edifício 2.

A Tabela 10.4 fornece um quadro-resumo com a distribuição de voz nos edifícios 1 e 2.

Serviço Quantidade de pares

Espaço no rack

Voice panels

Organizadores de cabos

Rack-101

Tronco 50 1U 1 -Ramais PABX 600 18U 12 6Distr. térreo 100 3U 2 1

Distr. 1º andar 100 3U 2 1Distr. 2º andar 125 5U 3 2

Backbone de campus 200 6U 4 2Rack-100

Backbone de edifício 100 3U 2 1Rack-102

Distr. voz 2º andar 125 5U 3 2Rack-200

Backbone de campus 200 8U 4 4Distr. térreo 100 4U 2 2

Distr. 1º andar 125 6U 3 3Rack-202

Backbone de edifício 125 6U 3 3

Tabela 10.4 - Quadro-resumo com a distribuição de voz nos edifícios 1 e 2.

Cabe

amen

to E

strut

urad

o

68

10.5.2. Distribuição dos serviços de dados

Da mesma forma como fizemos com o dimensionamento dos serviços de voz, vamos começar a distribuição dos serviços de dados pelo CD. Conforme a Tabela 10.5, temos a seguinte quantidade de serviços de dados em ambos os edifícios:

Edifício 1 Edifício 2

Dados Dados

Piso térreo 76 63

1º andar 102 127

2º andar 114 -

Totais 292 190

Tabela 10.5 - Serviços de dados para dimensionamento do distribuidor de campus e do backbone de dados.

O backbone de dados será implementado com cabos ópticos. O backbone de edifício será implementado para suportar inicialmente a aplicação Gigabit Ethernet, porém com suporte à aplicação 10 Gigabit Ethernet (10GbE). O backbone de campus será implementado para suportar a aplicação 10GbE.

Como os comprimentos dos cabos dos backbones de edifício de ambos os edifícios são curtos, a aplicação 10GBASE-SX será adotada, com as seguintes características:

10GBASE-SX: fibra multimodo otimizada para ♦ laser, 850nm, 50/125µm, 300m, 2,6dB

Como o backbone de campus terá comprimento aproximado de 400m, a aplicação 10GbE mais indicada neste caso é a 10GBASE-LX, com as seguintes especificações:

10GBASE-LX: fibra monomodo, 1310nm, 10km, 6,6dB ♦

Vamos começar o dimensionamento do backbone de dados pelos backbones de edifícios. A Tabela 10.6 apresenta os parâmetros para o dimensionamento desses subsistemas de backbone.

Backbone de edifício - Ed. 1 Usuários Switches Pares de fibras

Serviços de dados Térreo

76 4 2

Serviços de dados1º andar

102 5 2

Serviços de dados2º andar

114 5 2

Backbone de edifício - Ed. 2

Serviços de dadosTérreo

63 3 1

Serviços de dados1º andar

127 6 2

Tabela 10.6 - Parâmetros para dimensionamento dos backbones de edifícios dos edifícios 1 e 2.

Resp

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69

Para o dimensionamento dos backbones de edifícios dos edifícios 1 e 2 consi-deramos que cada 48 usuários da rede serão atendidos por um canal óptico (um par de fibras). Para o dimensionamento do número de fibras do backbone de campus, vamos considerar a quantidade total de pares de fibras necessários (três pares, ou seis fibras, de acordo com a Tabela 10.6) e aplicar um fator de crescimento adicional de 100%. Assim, um cabo óptico com 12 fibras de uso indoor/outdoor (interno/externo) será usado para a implementação do backbone de campus de dados.

A distribuição óptica será implementada por meio de distribuidores ópticos com conectores LC duplex. A Tabela 10.7 mostra as quantidades de portas LC duplex para cada rack para a distribuição óptica dos backbones de edifício e de campus nos dois edifícios.

Rack/serviço Quantidade de fibras

Conectores LC duplex

Espaço no rack

Organizadores de cabos

Rack-201, Backbone de campus

12 6 1U 1

Rack-201, Backbone de edifício

8 4 1U 1

Rack-100, Distr. térreo

4 2 1U 1

Rack-102, Distr. 2º andar

4 2 1U 1

Rack-200, Backbone de campus

12 6 1U 1

Rack-200, Backbone de edifício

6 3 1U 1

Rack-201, Distr. 1º andar

4 2 1U 1

Tabela 10.7 - Dimensionamento do backbone óptico (campus e edifício).

A Figura 10.8 mostra o esquema de distribuição do backbone de campus e de edifí- cio para o edifício 1, bem como as distribuições no piso térreo, 1º e 2º andares.

Cabe

amen

to E

strut

urad

o

70

Figura 10.8 - Distribuição dos serviços de dados por fibras ópticas no edifício 1 e backbone de campus.

A Figura 10.9 mostra o esquema de distribuição do backbone de campus e de edifí- cio para o edifício 2, bem como as distribuições no piso térreo e no 1º andar.

Figura 10.9 - Distribuição dos serviços de dados por fibras ópticas no edifício 2 e backbone de campus.

10.5.3. Distribuição do cabeamento horizontal

O dimensionamento do subsistema de cabeamento horizontal pode ser feito com base na Tabela 10.8.

Edifício 1 Edifício 2

Dados Voz Total Dados Voz Total

Piso térreo 76 88 164 63 76 139

1º andar 102 102 204 127 127 254

2º andar 114 114 228

Tabela 10.8 - Dados para dimensionamento do cabeamento horizontal.

Resp

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71

Assim, cada pavimento terá a quantidade de patch panels Categoria 6, UTP, de 24 portas apresentada na Tabela 10.9.

Edifício 1 Edifício 2

Patch panels

Espaço de rack

Org. decabos

Patch panels

Espaço de rack

Org. decabos

Piso térreo 4 4U 2 4 4U 2

1º andar 5 5U 2 6 6U 3

2º andar 5 5U 3

Tabela 10.9 - Dimensionamento do número de patch panels do cabeamento horizontal.

A partir da Tabela 10.9 podemos esquematizar as distribuições do cabeamento horizontal nos edifícios 1 e 2. A Figura 10 apresenta os racks do edifício 1 com todos os subsistemas de cabeamento do edifício.

Nota: pela quantidade de pares terminados no Rack-101, este será usado somente para a distribuição dos serviços de voz no 1º andar.

Nota: Rack I, 1º andar

Cabe

amen

to E

strut

urad

o

72

Nota: Rack I, piso térreo

Nota: Rack 2, 1º andar

Resp

osta

s dos

Exe

rcíci

os

73

Nota: Rack I, 2º andar

Figura 10.10 - Esquema de distribuição dos racks do edifício 1.

Ainda com base na Tabela 10.9, podemos esquematizar as distribuições do cabeamento horizontal no edifício 2. A Figura 10.11 apresenta os racks do edifício 2 com todos os subsistemas de cabeamento desse edifício.

Nota: Rack 2, 2º andar

Cabe

amen

to E

strut

urad

o

74

Nota: Rack I, piso térreo

Figura 10.11 - Esquema de distribuição dos racks do edifício 2.

10.6. Outras considerações Apenas como exemplo ilustrativo, vamos considerar que cada segmento de

cabo horizontal tem comprimento médio de 45m. Sendo assim, a Tabela 10.7 apresenta as quantidades de cabos por pisos conforme o número de tomadas de telecomunicações (TOs) em cada piso, bem como as quantidades totais de cabos usadas neste projeto. A última coluna da tabela para cada piso apresenta a quantidade de caixas de cabos necessária (cada caixa tem 305m de cabo UTP, Categoria 6 de quatro pares).

Edifício 1 Edifício 2

TOs Quantidade de cabo (m)

Total(caixas de

cabos)TOs Quantidade

de cabo (m)

Total (caixas

de cabos)

Piso térreo 164 7380 25 63 2835 10

1º andar 204 9180 30 127 5715 127

2º andar 228 10260 34

Tabela 10.7 - Quantidade de cabo de cobre usada neste projeto.

Assim, a quantidade total de cabos UTP, Categoria 6, de quatro pares, usada

Resp

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75

neste projeto será de, aproximadamente, 69.000m, ou 226 caixas.

Os comprimentos dos cabos de backbone de edifício para cada um dos edifícios serão os seguintes:

Edifício 1 (backbone de edifício):

Rack ♦ -101 ao Rack-102: 125 pares (telefonia), 15m

Rack ♦ -101 ao Rack-100: 100 pares (telefonia), 10m

Rack ♦ -201 ao Rack-102: quatro fibras (dados), 15m

Rack ♦ -201 ao Rack-100: quatro fibras (dados), 15m

Edifício 2 (backbone de edifício):

Rack ♦ -200 ao Rack-202: 125 pares (telefonia), 20m

Rack ♦ -200 ao Rack-202: quatro fibras (dados), 20m

Backbone de campus:

Rack ♦ -101 ao Rack-200: 200 pares (telefonia), 400m

Rack ♦ -201 ao Rack-200: 12 fibras (dados), 400m

10.7. Considerações finais Este exemplo de projeto teve como objetivo orientar o leitor nos primeiros

passos para a elaboração de um projeto de distribuição de cabeamento estrutu-rado em edifícios comerciais.

Um projeto completo deve incluir plantas em escala tanto da localização dos edifícios em um campus, quanto de cada um dos pisos dos edifícios. As plantas dos pisos devem trazer um layout proposto para a distribuição do cabeamento, bem como os espaços disponíveis para telecomunicações.

Com base nas informações recebidas e aplicando os conceitos apresentados neste exercício, neste livro e em normas técnicas pertinentes, o projetista pode desenvolver o projeto de distribuição do cabeamento estruturado para um caso real.

Um projeto completo deve incluir memorial descritivo das instalações, materiais usados, fabricantes, quantidades etc.

Neste exercício não consideramos o dimensionamento dos encaminhamentos de cabos dentro e entre os edifícios.