Cabos - UFSC

Embed Size (px)

DESCRIPTION

cabos

Citation preview

  • ECV 5219 Anlise Estrutural I - Departamento de Engenharia Civil da UFSCProf a. ngela do Valle (ECV/CTC/UFSC) e Prof a. Henriette Lebre La Rovere (ECV/CTC/UFSC)

    86

    2.4. Cabos

    Cabos so estruturas lineares, extremamente flexveis, capazes de resistir a

    esforos de trao. Os esforos cortantes, de compresso, de flexo e de toro no so

    resistidos por um cabo ideal.

    Os cabos so utilizados em vrios tipos de estruturas. Nas pontes pnseis e

    telefricos so principais elementos portantes, nas linhas de transmisso conduzem a

    energia eltrica, vencendo vos entre as torres e so empregados como elemento portante

    de coberturas de grandes vos (Sssekind, 1987).

    No estudo esttico, assume-se a hiptese que os cabos so perfeitamente flexveis,

    isto , possuem momento fletor e esforo cortante nulos ao longo do comprimento. Dessa

    forma, os cabos ficam submetidos apenas a esforos normais de trao.

    As formas assumidas pelo cabo dependem do carregamento que nele atua. Se o

    carregamento externo for muito maior do que o peso prprio do cabo, este ltimo

    desprezado no clculo. A geometria da configurao deformada do cabo, para um dado

    carregamento, denominada forma funicular (do latim, funis = corda) do cabo.

    Grupo de Experimentao e Anlise de Estruturas - GRUPEXColaborao: Programa de Educao Tutorial - PET

  • ECV 5219 Anlise Estrutural I - Departamento de Engenharia Civil da UFSCProf a. ngela do Valle (ECV/CTC/UFSC) e Prof a. Henriette Lebre La Rovere (ECV/CTC/UFSC)

    87

    Grupo de Experimentao e Anlise de Estruturas - GRUPEXColaborao: Programa de Educao Tutorial - PET

  • ECV 5219 Anlise Estrutural I - Departamento de Engenharia Civil da UFSCProf a. ngela do Valle (ECV/CTC/UFSC) e Prof a. Henriette Lebre La Rovere (ECV/CTC/UFSC)

    88

    Grupo de Experimentao e Anlise de Estruturas - GRUPEXColaborao: Programa de Educao Tutorial - PET

  • ECV 5219 Anlise Estrutural I - Departamento de Engenharia Civil da UFSCProf a. ngela do Valle (ECV/CTC/UFSC) e Prof a. Henriette Lebre La Rovere (ECV/CTC/UFSC)

    89

    Exemplo de formas funiculares:

    Catenria

    Parbola

    Polgono

    Trapezide

    Tringulo

    Carga UniformementeDistribuda ao longo do vo

    Carga Uniformemente Distribuda ao longo docomprimento do cabo (peso prprio)

    Forma FunicularCarregamento

    Grupo de Experimentao e Anlise de Estruturas - GRUPEXColaborao: Programa de Educao Tutorial - PET

  • ECV 5219 Anlise Estrutural I - Departamento de Engenharia Civil da UFSCProf a. ngela do Valle (ECV/CTC/UFSC) e Prof a. Henriette Lebre La Rovere (ECV/CTC/UFSC)

    90

    A catenria possui uma geometria mais baixa que a parbola. Isto conseqncia

    do peso prprio se concentrar mais nas regies prximas das extremidades.

    A partir de estudos comparativos entre a forma da parbola e da catenria, para

    vrias relaes de flecha (f) e vo entre extremidades (L), constata-se que para relaes (f

    / L) 0,2 as formas da parbola e da catenria so praticamente coincidentes. Nestes casos, mais prtico usar a forma da parbola para determinao dos lugares geomtricos

    dos pontos ao longo do cabo.

    f

    L

    y

    x

    Y = ax2 + bx +c

    Grupo de Experimentao e Anlise de Estruturas - GRUPEXColaborao: Programa de Educao Tutorial - PET

  • ECV 5219 Anlise Estrutural I - Departamento de Engenharia Civil da UFSCProf a. ngela do Valle (ECV/CTC/UFSC) e Prof a. Henriette Lebre La Rovere (ECV/CTC/UFSC)

    91

    2.4.1. Reaes de Apoio para Cabos:

    Seja um cabo que suporta duas cargas concentradas de valor P, dispostas nos

    teros do vo:

    PP

    f

    L/3 L/3 L/3

    H = Ax

    Ay By

    H = Bx x

    y

    A

    C D

    B

    Os sistemas do tipo cabo desenvolvem em suas extremidades empuxos

    horizontais, exigindo que os vnculos em A e B sejam do 2o gnero.

    Por ser um sistema estrutural plano, as equaes de equilbrio a serem satisfeitas

    sero: 6Fx = 0;6Fy = 0;6Mz = 0.Lembrando que para qualquer ponto ao longo do cabo o momento fletor nulo

    devido sua flexibilidade.

    Aplicando as equaes de equilbrio ao cabo ACDB :6Fx = 0 Ax Bx = 0, logo Ax = Bx = H (empuxo horizontal);6MA = 0 PL / 3 + P (2L / 3) By.L = 0, portanto By = P;6Fy = 0 Ay + By = 2P, ento Ay = 2P By = P.Para o clculo do empuxo horizontal H necessria uma Quarta equao de

    equilbrio que sai da hiptese de momento fletro nulo (M = 0) para qualquer ponto ao

    longo do cabo. Escolhendo-se o ponto C: 6Mc = 0.Grupo de Experimentao e Anlise de Estruturas - GRUPEXColaborao: Programa de Educao Tutorial - PET

  • ECV 5219 Anlise Estrutural I - Departamento de Engenharia Civil da UFSCProf a. ngela do Valle (ECV/CTC/UFSC) e Prof a. Henriette Lebre La Rovere (ECV/CTC/UFSC)

    92

    Faz-se uma seo no cabo que coincida com o ponto C escolhido e trabalha-se

    com a parte a esquerda ou a direita do ponto C, substituindo pelo seu efeito na seo.

    AH

    L/3

    Ay = P

    C

    P

    NCDf

    6Mc = 0 - H.f + (P.L) / 3 = 0, portanto H = (P . L) / 3f.Observe-se que quanto menor a flecha f, maior o empuxo H. E assim encontram-

    se as reaes de apoio do cabo.

    interessante a seguinte comparao:

    D

    L/3

    A

    L/3

    H

    PC

    P

    B H = PL / 3f

    L/3

    P

    f

    P

    P

    Ay* = P

    A

    P

    By* = P

    B

    L/3 L/3 L/3

    Grupo de Experimentao e Anlise de Estruturas - GRUPEXColaborao: Programa de Educao Tutorial - PET

  • ECV 5219 Anlise Estrutural I - Departamento de Engenharia Civil da UFSCProf a. ngela do Valle (ECV/CTC/UFSC) e Prof a. Henriette Lebre La Rovere (ECV/CTC/UFSC)

    93

    Observa-se que as reaes de apoio verticais coincidem para o cabo AB e para a

    viga AB de idntico vo e carregamento. Logo, as reaes de apoio verticais do cabo

    podem ser encontradas pela substituio do cabo por uma viga com idntico vo e

    carregamento:

    Ay e By (no cabo) = Ay* e By* (na viga).

    Doravante, toda referncia a reaes de apoio e esforos na viga de substituio

    sero identificados por um asterisco.

    No entanto, a vantagem de comparar o cabo AB a uma viga de substituio AB

    no est somente nas reaes de apoio verticais. Comparemos o empuxo horizontal no

    cabo ao diagrama de momentos fletores da viga de substituio.

    D

    P

    P

    A

    P

    PL / 3f

    C

    A

    P

    P

    B

    P

    H = PL / 3fB

    PL/3

    (+)

    DMF

    PL/3

    L/3L/3 L/3

    f

    L/3 L/3 L/3

    M*mx = PL / 3, logo H = PL / 3f = M*mx / f.

    Onde f a distncia vertical mxima do cabo at a linha de fechamento entre as

    extremidades A e B do cabo.

    Vejamos para outras condies de carregamento:

    Grupo de Experimentao e Anlise de Estruturas - GRUPEXColaborao: Programa de Educao Tutorial - PET

  • ECV 5219 Anlise Estrutural I - Departamento de Engenharia Civil da UFSCProf a. ngela do Valle (ECV/CTC/UFSC) e Prof a. Henriette Lebre La Rovere (ECV/CTC/UFSC)

    94

    a)

    L/2 L/2

    P

    f

    P/2P/2

    PL / 4f H = PL / 4f

    P

    L/2 L/2P/2 P/2

    (+)

    PL/4

    DMF

    C

    6Mc = 0 - H.f + (P/2).(L/2) = 0,portanto H = (P . L) / 4f = M*max/f

    Grupo de Experimentao e Anlise de Estruturas - GRUPEXColaborao: Programa de Educao Tutorial - PET

  • ECV 5219 Anlise Estrutural I - Departamento de Engenharia Civil da UFSCProf a. ngela do Valle (ECV/CTC/UFSC) e Prof a. Henriette Lebre La Rovere (ECV/CTC/UFSC)

    95

    b)

    (+)

    qL /8

    DMF

    L

    f

    qL/2

    H = qL / 8fqL / 8f

    qL/2

    q

    q

    L

    qL/2qL/2

    2

    2

    Portanto, as reaes de apoio nos cabos podem ser obtidas atravs de uma vigas

    de substituio:

    Ay = Ay*

    By = By*

    H = M*max / f

    Grupo de Experimentao e Anlise de Estruturas - GRUPEXColaborao: Programa de Educao Tutorial - PET

  • ECV 5219 Anlise Estrutural I - Departamento de Engenharia Civil da UFSCProf a. ngela do Valle (ECV/CTC/UFSC) e Prof a. Henriette Lebre La Rovere (ECV/CTC/UFSC)

    96

    2.4.2. Esforos Normais de Trao Atuantes em Cabos

    Uma vez conhecidas as reaes de apoio, possvel determinar os esforos

    normais atuantes no cabo.

    Usando mais uma vez o exemplo do cabo submetido a duas cargas concentradas

    eqidistantes, de valor P cada uma:

    BA xPL/3fPL/3f

    y

    PDC

    P

    P

    P

    E

    L/3L/3 L/3

    f

    Esforo normal no trecho AC:

    Substitui-se a parte do cabo

    retirada, pelo seu efeito, a Fora Normal

    NAC. Aplicam-se as equaes de

    equilbrio:

    6Fx = 0 NACx = P L / 3 f;6Fy = 0 NAC y = P, logoNAC2 = (NACx) 2 + (NACy) 2 ;

    NAC = [ (P L / 3 f) 2 + P 2 ]

    PL/3f A

    E

    P

    NAC

    y

    y

    x

    NACy

    NACx

    Grupo de Experimentao e Anlise de Estruturas - GRUPEXColaborao: Programa de Educao Tutorial - PET

  • ECV 5219 Anlise Estrutural I - Departamento de Engenharia Civil da UFSCProf a. ngela do Valle (ECV/CTC/UFSC) e Prof a. Henriette Lebre La Rovere (ECV/CTC/UFSC)

    97

    Esforo normal no trecho CD:

    f

    P

    P

    F

    C

    APL/3f

    NCD

    6Fx = 0 NCD = H = P L / 3 f;6Fy = 0 P P = 0, equilbrio satisfeitoEsforo normal no trecho DB:

    NDB = NAC = [ (P L / 3 f) 2 + P 2 ]

    Observa-se, da comparao entre NAC e NCD, que o esforo normal mximo de

    trao no cabo AB ocorre nos trechos AC e DB, trechos adjacentes aos apoios das

    extremidades. Esta uma das caractersticas dos cabos, os esforos normais mximos

    ocorrem nas sees dos cabos prximas aos vnculos externos, pois onde a componente

    vertical do esforo normal, NY, de maior valor.

    Calculando agora os esforos normais para um cabo com carga uniformemente

    distribuda ao longo do vo:

    y

    q

    L

    qL/2

    H

    x

    qL/2

    f

    H = qL / 8f

    Grupo de Experimentao e Anlise de Estruturas - GRUPEXColaborao: Programa de Educao Tutorial - PET

  • ECV 5219 Anlise Estrutural I - Departamento de Engenharia Civil da UFSCProf a. ngela do Valle (ECV/CTC/UFSC) e Prof a. Henriette Lebre La Rovere (ECV/CTC/UFSC)

    98

    Cortando o cabo em uma seo genrica de coordenadas (x,y):

    Nsy

    y

    q

    S

    H

    qL/2

    x

    Ns

    Nsx

    Aplicando-se as equaes de equilbrio:6Fx = 0 NSx = H ; 6Fy = 0 NSy q L / 2 + q x = 0NSy = q L / 2 - q x, sendo

    para x = 0, NSy = q L / 2 ;

    para x = L/2, NSy = 0.

    Para o ponto x = L / 2, onde ocorre a flecha f, distncia mxima da linha AB, no

    h componente vertical do esforo normal de trao.

    Logo, o esforo normal varia ao longo do comprimento do cabo:

    Para x = 0 NS = [ (NSx)2 + (NSy)2 ]

    NS = [ (H)2 + (q L /2)2 ] Valor MximoPara x = L / 2 NS = [ (NSx)2 + (NSy)2 ]

    NS = [ (H)2 + (0)2 ]

    NS = H Valor MnimoComparando o valor de NSy com os esforos da viga de substituio submetida a

    idntico carregamento, constata-se que a variao de NSy para x=0 q L / 2 e para x=L/2

    nulo, coincidindo com a variao do esforo cortante na viga:

    Grupo de Experimentao e Anlise de Estruturas - GRUPEXColaborao: Programa de Educao Tutorial - PET

  • ECV 5219 Anlise Estrutural I - Departamento de Engenharia Civil da UFSCProf a. ngela do Valle (ECV/CTC/UFSC) e Prof a. Henriette Lebre La Rovere (ECV/CTC/UFSC)

    99

    Portanto, pode-se concluir que o esforo normal de trao para um cabo

    estimado pela expresso:

    NS = [ (NSx)2 + (NSy)2 ]

    NS = [ (H)2 + (VS*)2 ]

    Onde H: Empuxo horizontal nas extremidades do cabo e;

    VS*: Esforo cortante para uma seo genrica da viga de substituio.

    Exerccio Proposto: Determinar os esforos normais para cada trecho da estrutura:

    Grupo de Experimentao e Anlise de Estruturas - GRUPEXColaborao: Programa de Educao Tutorial - PET

  • ECV 5219 Anlise Estrutural I - Departamento de Engenharia Civil da UFSCProf a. ngela do Valle (ECV/CTC/UFSC) e Prof a. Henriette Lebre La Rovere (ECV/CTC/UFSC)

    100

    Respostas:

    NAC = NEB = 1.639,12 tf;

    NCD = NDE = 1.598,80 tf.

    Uma vez conhecida a fora normal de trao mxima no cabo, a tenso normal de

    trao ser:

    Onde fst = resistncia trao do ao;

    A = rea til da seo transversal.

    t = Nmx / A fst

    25 m

    yc = 6m

    25 m

    256 tf

    383 tf C

    H = 1593,75 tfA

    25 m25 m

    ye = 6myd = 8m

    383 tf

    256 tf254 tf

    DE

    H = 1593,75 tfB

    Grupo de Experimentao e Anlise de Estruturas - GRUPEXColaborao: Programa de Educao Tutorial - PET

  • ECV 5219 Anlise Estrutural I - Departamento de Engenharia Civil da UFSCProf a. ngela do Valle (ECV/CTC/UFSC) e Prof a. Henriette Lebre La Rovere (ECV/CTC/UFSC)

    101

    2.4.3. Conformao Geomtrica Final do Cabo:

    Fazendo, mais uma vez, uso da viga da hiptese de momentos fletores nulos para

    qualquer ponto genrico sobre o cabo AB.

    BA PL/3fPL/3f

    L/3L/3L/3

    f

    PDC

    P

    P

    P

    E

    X

    Y

    Para um ponto genrico E que pertena ao cabo e tenha coordenadas (x,y)

    PL/3f A

    E

    P

    NAC

    y

    y

    C

    Para um ponto E situado a uma distncia x do apoio A do cabo AB, a equao

    de momentos fletores dada pela equao:6ME = 0 - H.y + P.x = 0, portanto y = P . x / H = 3f . x / L.A configurao geomtrica do cabo para o trecho AC definida por uma equao

    do 1o. grau.

    Grupo de Experimentao e Anlise de Estruturas - GRUPEXColaborao: Programa de Educao Tutorial - PET

  • ECV 5219 Anlise Estrutural I - Departamento de Engenharia Civil da UFSCProf a. ngela do Valle (ECV/CTC/UFSC) e Prof a. Henriette Lebre La Rovere (ECV/CTC/UFSC)

    102

    6ME* = 0 P . x ME* = 0, logo ME* = P . xComparando a expresso do momento no ponto E para a viga de substituio

    com a expresso encontrada para a configurao geomtrica do cabo para o ponto E:

    Viga de Substituio ME* = P . x ;Cabo yE = (P . xE) / H.

    Percebe-se que mais uma vez existe uma relao entre a cota vertical y do cabo e

    o momento fletor para a viga de substituio na mesma seo, portanto, deduz-se que a

    cota vertical ys, para uma seo genrica S do cabo, igual ao Ms* dividida pelo empuxo

    horizontal H na viga de substituio para uma seo S de mesma posio horizontal que

    no cabo:

    Ys = Ms* / H

    Dessa forma, pode-se determinar a posio vertical de qualquer ponto do cabo a

    partir do momento fletor na viga de substituio. Uma concluso adicional desta relao

    PL/3

    (+)

    DMF

    P

    A EME*

    L/3L/3

    P

    P

    A

    L/3

    P

    P

    B

    E

    Grupo de Experimentao e Anlise de Estruturas - GRUPEXColaborao: Programa de Educao Tutorial - PET

  • ECV 5219 Anlise Estrutural I - Departamento de Engenharia Civil da UFSCProf a. ngela do Valle (ECV/CTC/UFSC) e Prof a. Henriette Lebre La Rovere (ECV/CTC/UFSC)

    103

    y = Ms* / H constatada ao comparar-se a forma do diagrama de momentos fletores para

    a viga de substituio e a forma funicular do cabo:

    M* = f (x) - parbola

    DMF

    q

    P

    DMF

    M* = f (x)

    P P

    DMF

    M* = f (x)

    q

    H H

    y = M * / H

    H

    P

    y = M* / H

    H

    H

    P P

    y = M* /H

    H

    Grupo de Experimentao e Anlise de Estruturas - GRUPEXColaborao: Programa de Educao Tutorial - PET

  • ECV 5219 Anlise Estrutural I - Departamento de Engenharia Civil da UFSCProf a. ngela do Valle (ECV/CTC/UFSC) e Prof a. Henriette Lebre La Rovere (ECV/CTC/UFSC)

    104

    Exerccio Proposto: Determinar as reaes de apoio no cabo AB e as cotas

    verticais nos pontos C e E.

    Respostas:

    Ay = By = 383 tf

    H = 1.593,75 tf

    yC = yE = 6,0 m

    Pode-se tambm deduzir a forma funicular para um cabo submetido a carga

    uniformemente distribuda ao longo do vo:

    q

    qL / 8f H = qL / 8f X

    y

    qL/2 qL/2

    fC

    A

    C E

    256 tf

    B

    D

    254 tf256 tf

    25 m 25 m 25 m25 m

    y = 8m

    D

    Grupo de Experimentao e Anlise de Estruturas - GRUPEXColaborao: Programa de Educao Tutorial - PET

  • ECV 5219 Anlise Estrutural I - Departamento de Engenharia Civil da UFSCProf a. ngela do Valle (ECV/CTC/UFSC) e Prof a. Henriette Lebre La Rovere (ECV/CTC/UFSC)

    105

    Reaes de Apoio:

    Ay = By = qL/2

    H = M*mx / f = qL2 / 8f

    Escolhendo um ponto genrico C, com posio (xC, yC), passando uma seo, o

    diagrama de equilbrio esttico fica:

    6MC = 0 qL . xC q . xC2 H . yC = 0

    yC = q . (L . xC - xC2) / 2H

    yC = 4 f . (L . xC - xC2) / L2

    Generalizando para um ponto qualquer sobre o cabo, de coordenadas (x,y):

    y = 4 f . (L . x - x2) / L2 Equao da Conformao Geomtrica do Cabo.Equao de parbola quadrtica para o caso de carregamento uniformemente

    distribudo ao longo do vo.

    Uma vez conhecida a linha elstica do cabo na conformao deformada, pode-se

    estimar o comprimento total do cabo: Lc.

    O comprimento total do cabo Lc obtido a partir da expresso da linha elstica y=

    f(x), atravs da integrao ao longo do comprimento:

    dL2 = dx2 + dy2

    ( )2

    2

    222

    dx

    dy+1dx=dx/dy+1dx=dL

    L L dxdxdydLLc 0 0 221dL

    dx

    dy

    qL/2

    qL / 8f

    C

    Nc

    yc

    y

    Grupo de Experimentao e Anlise de Estruturas - GRUPEXColaborao: Programa de Educao Tutorial - PET

  • ECV 5219 Anlise Estrutural I - Departamento de Engenharia Civil da UFSCProf a. ngela do Valle (ECV/CTC/UFSC) e Prof a. Henriette Lebre La Rovere (ECV/CTC/UFSC)

    106

    Para a situao de carregamento uniformemente distribudo ao longo do vo:

    y = 4 f . (L . x - x2) / L2 .

    dy / dx = 4 f . (L 2 x) / L2, substituindo na integral:

    0

    5,02

    22

    41

    L

    dxxLL

    fLc

    A soluo desta integral feita pelo desenvolvimento do integrando sob a forma

    de srie. Utilizando este tipo de resoluo de integrais definidas, encontra-se a seguinte

    expresso:

    Lc # L [ 1 + 8/3 ( f / L )2 ]Comprimento total de um cabo de forma funicular parablica, submetido carga

    uniformemente distribuda ao longo do vo.

    Nas situaes de cabos submetidos a peso prprio, cuja forma funicular uma

    catenria, mas para a relao f/LU 0,2, pode-se utilizar a mesma expresso anterior para estimar o comprimento total do cabo Lc.

    Grupo de Experimentao e Anlise de Estruturas - GRUPEXColaborao: Programa de Educao Tutorial - PET

  • ECV 5219 Anlise Estrutural I - Departamento de Engenharia Civil da UFSCProf a. ngela do Valle (ECV/CTC/UFSC) e Prof a. Henriette Lebre La Rovere (ECV/CTC/UFSC)

    107

    Exemplo:

    Qual o comprimento total do cabo que suporta uma sobrecarga uniformemente

    distribuda ao longo do vo de 100 N/m e que possui peso prprio igual a 50 N/m,

    sabendo-se que os pontos de fixao esto no topo de postes de 6 m de altura e que esto

    afastados entre si de 50 m? Alm disso, h a informao que o ponto mais baixo do cabo

    est 4,5 m acima do solo.

    Flecha:f = 6m 4,5m = 1,5 m

    f / L = 1,5 / 50 = 0,03 U 0,2 Pode-se utilizar a expresso da parbola para substituir a geometria da catenria: Lc # L [ 1 + 8/3 ( f / L )2 ].

    Considerando-se o erro na substituio da catenria pela parbola desprezvel:

    Lc = 50 [ 1 + 8/3 ( 1,5 / 50 )2 ] = 50,12 m

    q = 100 N/m - Parbola

    g = 50 N/m - Catenria

    f

    4,5m

    6m

    L = 50m

    Grupo de Experimentao e Anlise de Estruturas - GRUPEXColaborao: Programa de Educao Tutorial - PET

  • ECV 5219 Anlise Estrutural I - Departamento de Engenharia Civil da UFSCProf a. ngela do Valle (ECV/CTC/UFSC) e Prof a. Henriette Lebre La Rovere (ECV/CTC/UFSC)

    108

    Exemplo de Aplicao (Extrado de Salvadori e Levy, pg.194)

    Uma passarela, que liga duas edificaes afastadas de 15,0 m, possui 3,0 m de largura e

    deve suportar uma sobrecarga de 5 kN/m2 alm de seu peso prprio, tambm estimado

    em 5 kN/m2. A passarela ser suspensa por 2 cabos com um flecha de 3m. Determine a

    fora normal mxima que tracionar o cabo.

    Reaes de Apoio: H = ?; Ay = ?; By = ?

    H

    qL/2 qL/2

    H

    Parbola

    L = 15m

    f = 3m

    A B

    5 kN/m

    5 kN/mCargas

    2

    2

    Sobrecarga

    Peso Prprio

    Planta

    1,5

    1,5

    3

    Grupo de Experimentao e Anlise de Estruturas - GRUPEXColaborao: Programa de Educao Tutorial - PET

  • ECV 5219 Anlise Estrutural I - Departamento de Engenharia Civil da UFSCProf a. ngela do Valle (ECV/CTC/UFSC) e Prof a. Henriette Lebre La Rovere (ECV/CTC/UFSC)

    109

    Carga distribuda por cabo qA/2L = (5 + 5)kN/m x (15x3)m / 2 x 15m = 15kN/mComo o cabo e o carregamento so simtricos Ay = By, ento:

    Ay = By = 15 x 15 / 2 = 112,5 kN;

    H = M*max / f H = q L2 / 8 f = 15 kN/m x (15m)2 / 8 x 3mH = 140,63 kN.

    Fora Normal Mxima:

    NS = [ (H)2 + (VS*)2 ] V*s = Vmax*, para Nmax

    Vmax* = 112,5 kN, nos apoios

    NS = [ (H)2 + (VS*)2 ] NS = [ (140,63)2 + (112,5)2 ] NS = 180,09 kN

    Resposta: O esforo normal mximo ocorre nos extremos, prximo aos vnculos A e

    B e vale 180,09 kN.

    112,5 kN 112,5 kN

    15 kN / m

    112,5

    -112,5

    (+)

    (-)

    DEC (kN)

    15 kN/m

    Mmax* = qL/8

    Grupo de Experimentao e Anlise de Estruturas - GRUPEXColaborao: Programa de Educao Tutorial - PET