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CACAUTH – Relatório Semanal Ano II / No§ões de... · Ano IV - nº 19 – 18/03/2013 – 14/06/2013 ... tais para Lampung, ... histórico do 3º trimestre de 2001

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CACAU: Informações do Mercado

Ano IV - nº 19 – 18/03/2013 – 14/06/2013

Produção e Consumo Mundial: A Organi-zação Internacional do Cacau – ICCO, em fins de maio/2013 divulgou novas informações para a safra internacional 2011/12. A pro-dução bruta 2011/12, em fevereiro/2013 estimara-se em 4,075 milhões de t subindo, nesta última estimativa, para 4,078 milhões de t. As moagens, em fevereiro/2013 foram estimadas em 3,948 milhões de t, passando em Maio/2013 para 3,953 milhões de t. No ano safra 2011/12, a diferença entre produ-ção líquida (4,078 milhões x 0,99= 4,037 mi-lhões de t, por perda de 1% no peso) e moa-gens, mostraria superávit de 84.000 t, frente à estimativa anterior de 86.000 t. Haveria redução, portanto, de 2 mil toneladas frente à estimativa de fevereiro/2013. Os estoques mundiais, nesse caso, sairiam de 1,774 mi-lhão de toneladas em 2010/11 para 1,833 milhão de t, ou 46,4% das moagens mundi-ais de 2011/12 Para o ano safra 2012/13, em fevereiro/2013 a ICCO estimou frente a 2011/12, redução de 72.000 t. na produção, a qual cairia para 4,003 milhões de t. Na estimativa de maio/2013, a produção total estimada cairia para 3,967 milhões de t, isto é, uma redução total de 111 mil t. com rela-ção à safra de 2011/12. Paralelamente, em fevereiro/2013 se previa expansão de 60.000 t nas moagens que subiriam para 4,008 milhões de t. A nova estimativa indica moagens de 3,987 milhões de t. As estimati-vas de fevereiro/2013 indicavam déficit de 45.000 t entre a produção líquida (4,003 x 0,99 = 3,963 milhões de t por perda de 1% no peso) e as moagens. Na nova estimativa de maio/2013, o déficit calculado subiu para 60 mil t, derivado da diferença entre produ-ção líquida (3,967 x 0,99 = 3,927 milhões de t por perda de 1% no peso) e as moagens previstas de 3,987 milhões de t. Nesse caso, os estoques sairiam de 1,793 milhão de t para 1,773 milhão de t, ou 44,5% das moa-gens previstas para 2012/2013.

No relativo à situação internacional, não

foram observadas mudanças significativas, permanecendo as dificuldades econômicas políticas e sociais na região dos países do Eu-ro (€), porém, observando-se indicadores de

recuperação e perspectivas positivas para a economia dos Estados Unidos.

Quanto ao mercado de cacau, apesar de não

terem se registrado alterações maiores na evolução dos fatores fundamentais, o novo sistema de comercialização adotado pela Cos-ta do Marfim a partir de janeiro de 2012, como já comentado, pareceria, de fato, ter alterado o perfil da oferta mundial em face do aumento quantitativo de contratos passiveis de livre re-negociação. O primeiro produtor mundial co-mercializou, de forma simultânea e paralela, as safras 2011/12 e 2012/13, esta última, ven-dida para entrega futura e em proporção pró-xima a 70-80%, através de contratos fechados por leilões eletrônicos. A produção mundial ofertada através de contratos de livre negocia-ção, teria se expandido em face dos fecha-mentos de contratos futuros pela Costa do Marfim e assim, o mercado, por ser altamente especulativo, acabou mostrando preços sensi-velmente inferiores aos alcançados entre fins

de 2011 e inícios de 2012. As cotações inter-nacionais em 2012 mostraram amplas osci-lações, com tendência declinante desde inícios do ano. Observaram-se preços entre limites próximos a US$2.250-US$2.480/t até processo de reversão iniciado em julho e que permane-ceu por dois meses, até inícios de setembro, quando se alcançou cotações entre US$2.530-US$2.700/t. Desde então, os preços iniciaram

novo declínio, mesmo de forma oscilante, fi-cando entre limites dos US$2.300-US$2.500/t em meados de novembro para mostrar leve recuperação em inícios de dezembro para US$2.370-US$2.570/t. Desde então e, já em 2013, mesmo com informações revelando ex-pectativas de déficit de produção na safra 2012/13, as cotações verificaram redução gradual, porém, quase ininterrupta, ao longo dos primeiros meses do ano, chegando a níveis de US$2.030-US$2.150/t em meados de mar-ço/2013. Tornou-se difícil de explicar a evolu-

ção; entretanto, de meados de março e até iní-cios de maio, os preços (mesmo dentro de uma faixa relativamente estreita nas evoluções das cotações máximas e mínimas, próxima aos US$100/t), elevaram-se até alcançar a máxi-ma de fechamentos para o período (US$2.437/t). Ao longo de todo o mês de maio as cotações mostraram evolução negativa, iniciando nova elevação e recuperação parcial em junho, notadamente nas máximas e míni-mas. Os fechamentos semanais em junho, en-

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tretanto, acusaram forte elevação inicial (US$173/t, para US$2.364/t) com redução parcial posterior, da ordem dos US$118/t, pa-ra ficar em US$2.246 no final da segunda se-mana de junho. No período de elevação das cotações, no mês de abril, os fechamentos semanais ficaram inequivocamente próximos das cotações máximas, mas, em maio, na evo-lução descendente das cotações, os fecha-mentos semanais se observaram insistente-mente próximos das mínimas, refletindo, apa-rentemente e de alguma forma, os sentimen-tos prevalecentes no mercado. Fechamentos próximos das cotações máximas pareceriam indicar sentimentos e/ou perspectivas altistas do mercado, dentre outras razões, por ações especulativas de trocas de posições compra-das e/ou vendidas, pressão compradora co-mercial e/ou da indústria, ausência vendedora das origens produtoras, reações derivadas de informações fundamentais circunstanciais, tendentes a refletir, mesmo momentaneamen-te, um quadro deficitário de produção frente às perspectivas de evolução da demanda, ime-diata e/ou mediata, etc. Inversamente, quando os fechamentos semanais se aproximam inva-riavelmente das cotações mínimas, como ob-servado no mês de maio, estaria sugerindo-se um mercado de sentimento baixista, revelando situações opostas às mencionadas anterior-mente, ou seja, pressão vendedora, desinte-resse comprador, informações indicativas de quadro fundamental, mesmo que também cir-cunstancial, de excedentes da produção mun-dial, etc. Desde inícios do corrente mês, as cotações reagiram parcialmente, saindo de fechamentos próximos às mínimas em fins de maio, para fechamentos próximos às máximas nas primeiras duas semanas de junho. A mu-dança de sentido na evolução do mercado ocorreu de forma rápida e, assim, tal compor-tamento sugeriria ações e reações de ordens

predominantemente especulativas. Thomas Hartmann, conhecido analista do mercado de cacau, indicou que a liquidação agressiva de posições compradas por fundos de investi-mento poderia reverter o comportamento posi-tivo das cotações, alcançado nas duas primei-ras semanas de junho. Inferir-se-ia que o es-boço baixista do fechamento semanal das co-tações na segunda semana de junho, poderia continuar a pressionar os preços. Da mesma forma que ocorreram altas nas cotações em abril, a despeito do aparente quadro funda-mental baixista, no momento, e mesmo que também de forma aparente, não se justificari-am quedas acentuadas.

Na Costa do Marfim, as firmas exportadoras

estimaram que as entradas acumuladas de cacau nos portos até 09.06.2013, teriam al-cançado 1.260.000 t frente ao volume repor-tado de 1.190.000t para data equivalente em 2012, indicando elevação de 5,9%. Para Gana, o Cocobod informou preliminarmente que as

compras até 30.05.2013, alcançaram 755.446, volume 5,42% inferior ao verificado na safra passada em data equivalente. Para a Repúbli-

ca dos Camarões, o National Cocoa and Co-fee Board (NCCB) divulgou as exportações de cacau em grão da safra, de agosto/2012 a abril/2013, com 200.530t, 19,3% acima das 168.043t da safra passada para o mesmo pe-ríodo. Para Indonésia, dados da indústria para a ilha de Sulawesi e informações governamen-tais para Lampung, conforme publicação da Agência Reuters o total combinado das expor-tações de cacau em grão das duas regiões na corrente safra, incluindo outubro/2012 a maio/1013, totalizou 72.026,9t, comparadas às 81.107t no mesmo período na safra passada, mostrando redução de 11,1%.

Moagens mundiais: Para a União Europeia no 1º trimestre/2013, a Associação Europeia de Cacau (ECA) divulgou informações das suas indústrias associadas, incluindo Alema-

nha, revelando moagens de 339.337t, volume 3,94% abaixo das 353.311 de igual trimestre de 2012. Na Alemanha, cujos dados de moa-gens, estão incluídos nas estatísticas da Euro-pa, como mencionado, a BDSI divulgou moa-gens de cacau do 1º trimestre de 2013, que alcançaram 97.988t, com queda de 12,66% frente às 112.205t do mesmo trimestre de 2012. As moagens dos Estados Unidos para o 1º trimestre de 2013 segundo a CMA foram de 125.887t, com elevação de 5,77% sobre as moagens do 1º trimestre de 2012 e represen-tam o volume mais elevaso desde o recorde histórico do 3º trimestre de 2001. A Malaysian Cocoa Association divulgou as moagens da Malásia para o 1º trimestre de 2013, as quais foram de 72.203t, redução de 3,16% frente ao dado comparativo para 2012. Tais moagens

se incluem nos dados divulgados pela Associ-ação de Cacau da Ásia para as moagens do 1º trimestre de 2013 das indústrias de Indonésia, Malásia e Cingapura membros da mesma As-sociação, com 140.062t, 10,8% abaixo das moagens do mesmo trimestre de 2012. As mo-agens de cacau do Brasil no 1º trimestre de 2013 alcançaram 59.696,0t com queda de 1,29% frente às 60.475,3t do 1º trimestre de 2012.

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Importações Mundiais: As importações nor te-americanas para o 1º trimestre de 2013 somaram 163.398,3t de cacau em amêndoas, 20,34% abaixo das 205.124,9t do mesmo pe-

ríodo de 2012. As importações de manteiga alcançaram 11.466,6t, volume 38,0% abaixo das 18.497,7t do mesmo trimestre de 2012.

Para sólidos, as importações do 1º trimestre foram de 33.621,9t, acusando elevação de 32,44% frente às 25.385,8t do mesmo período

de 2012. Estoques de cacau No período de

março a junho/2013 aparentemente não teria havido novas divulgações sobre estoques de cacau. A última informação indicava que em 04.03.2013, os estoques de cacau com certifi-cados de classificação válidos para entrega contra contratos futuros da LIFFE, somavam 126.240t, primeira elevação substancial em cinco meses, retornando para nível próximo ao registrado em setembro de 2012.

Preços Internos: os preços ao produtor, da terceira semana de dezembro/2012 a meados de março/2013 evoluíram com oscilações en-tre R$64-71/@ nas ultimas duas semanas de dezembro/12, R$61-66/@ em janeiro/13, R$58-63/@ em fevereiro e R$57-62/@ nas duas primeiras semanas de março. Os valores médios ficaram próximos a R$66,4/@ em de-zembro, R$63,7/@ em janeiro, R$60,7/@ em fevereiro e R$59,5/@ nas duas primeiras se-manas de março. Comparando-se os preços pagos ao produtor brasileiro, da terceira se-mana de dezembro/2012 a meados de mar-ço/2013, se observaram reduções nominais nos preços máximos limites, de 15,5% (R$71/@ para R$60/@), de 12,1% entre pre-ços mínimos limites (R$66/@ para R$58/@) e redução próxima a 10,4% para os preços mé-dios (R$66,4/@ para R$59,5/@). Naturalmen-te, os preços internos refletiram a evolução das cotações internacionais e oscilações veri-ficadas na paridade US$/R$, porém, como comentado no informe anterior, a partir do se-gundo semestre de 2012 ocorreu processo de aviltamento dos preços ao produtor em face de importações e acúmulo de estoques de cacau na indústria, o que minimizou o fluxo das ven-das da produção do sul da Bahia. Os proble-mas derivados das significativas importações de cacau pelas indústrias não apenas elimina-ram prêmios antes pagos pelas indústrias co-mo foram determinantes na redução dos pre-ços ao produtor a níveis que comprometeriam a própria sobrevivência da lavoura. Os preços ao produtor, de meados de março a meados de

junho/2013 evoluíram com oscilações entre R$59-64/@ nas ultimas duas semanas de março, R$62-70/@ em abril, R$68-72,50/@ em maio e R$70-78/@ nas duas primeiras se-manas de junho. Os valores médios ficaram próximos a R$62/@ na segunda metade de março, R$66,40/@ em abril, R$70,60/@ em maio e R$74,50/@ nas duas primeiras sema-nas de junho. Comparando-se os preços pagos ao produtor brasileiro, da terceira semana de março a meados de junho/2013, se observa-ram elevações nominais tanto nos preços má-ximos limites, 21,8% (R$64/@ para R$78/@), 23,7% (R$59/@ para R$73/@) entre preços mínimos limites e 20,16% nos preços médios, (R$62/@ para R$74,50/@).

Recebimentos Internos: A safra internacio-nal 2011/12 [01.10.11-30.09.12], até 30.09.12 após verificações e ajustes, mostrou recebi-mentos de 220.002,6t (3.666.709 sacos de 60 kg). Na safra internacional 2012/13 [01.10.12-

30.09.13], os recebimentos até 09.06 alcança-ram 119.095,68t (1.984.928 sacos de 60 kg). A safra brasileira 2011/12 [01.05.11-30.04.12], formada pela safra temporã (01.05-30.09.11) – [101.553,2t] e mais a safra princi-pal (01.10.11-30.04.12), [81.946,7t], após veri-ficações e correções indicou-se ter fechado

em 183.499,9t, (3.058.331 sacos de 60 kg). Na safra brasileira 2012/13 [01.05.12 - 30.04.13], terminadas as verificações, corre-ções e ajustes da safra principal, os resultados indicam a maior safra total dos últimos 18 anos, 239.859t, das quais 180.167,1t da Bahia e 59.691,1t para os demais estados. Os regis-tros de importações até fins de abri/2013 indi-caram 24.874,56t procedentes de outros paí-ses (414.576 sacos de 60 kg). Comparando as

safras brasileiras 2010/11, 2011/12 e 2012/13, esta última, de 239.859t, cresceu 30,7% frente às 183.499,9t de 2011/12 e tam-bém mostra elevação de 19,35% frente às 200.964,5t da safra 2010/11. A difícil e inédita situação dos produtores de cacau da Bahia revelada a partir da segunda metade de 2012, em função de volumes crescentes de oferta da região, importações elevadas, redução dos fluxos de compras locais das indústrias e avil-tamento dos preços ao produtor, levou a mo-vimento reivindicatório junto às autoridades estaduais e federais do Ministério da Agricultu-ra, Pecuária e Abastecimento, como mencio-nado no último informe. As reivindicações in-cluíram; a) revisão do sistema de importações via regime de drawback; b) reavaliação geral do marco regulatório para importações de cacau; c)

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análise e avaliação crítica visando possível revisão das alíquotas aplicáveis para importação, con-forme a Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM) e Tarifa Externa Comum (TEC); d) inclu-são do cacau entre os produtos amparados pela Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), e) revisão e aplicação rígida dos padrões interna-cionais de exigências sanitárias. Das reivindica-ções, avançaram os trabalhos da CONAB e houve posterior encaminhamento do Ministério da Agricultura às autoridades do Ministério da Fazenda, solicitando a inclusão do cacau na pauta dos produtos amparados na Política de Preços Mínimos, o que ainda depende de de-cisões ulteriores, dentre as quais do próprio Conselho Monetário Nacional.

Preços Internacionais, Cotações em Nova Iorque: O mercado mundial de cacau perma-

neceu instável. Da terceira semana de dezem-bro/2012 a meados de março/2013, as cota-ções máximas do mercado ficaram entre valor superior de US$2.453/t em meados de dezem-bro/2012 e nível inferior de US$2.130/t na segunda semana de março/2013. As cotações mínimas ficaram entre os limites, superior de US$2.369/t em meados de dezembro/2012 e inferior de US$2.034/t na segunda semana de março/2013. Os fechamentos semanais fica-ram entre os limites, superior de US$2.435/t em meados de dezembro/2012 e inferior de US$2.082/t ao iniciar março/2013, Gráfico 1. Da segunda semana de março/2013 a meados de junho/2013, as cotações máximas do mer-cado ficaram entre valores, superior de US$2.437/t no inicio de maio, e inferior de US$2.176/t na segunda semana de março. As cotações mínimas ficaram entre os limites, superior de US$2.320/t em inícios de maio e inferior de US$2.075/t na terceira semana de março/2013. Os fechamentos semanais fica-ram entre os limites, superior de US$2.437/t em inícios de maio e inferior de US$2.115/t na segunda semana de março, Gráfico 2. Resumi-damente, os preços na segunda metade de março, no mês de abril e até inícios de maio/2013, mostraram elevação, sofrendo nova redução relativa durante todo o mês de maio, para iniciar recuperação, também rela-tiva, nas duas primeiras semanas de junho. As evoluções oscilantes podem mostrar ainda alguma retração em junho. A partir daí, a evo-lução das cotações, no curto prazo, depende-rá, em parte e como ocorre normalmente, dos possíveis movimentos e pressões especulati-vas no mercado. A outra importante fonte de

influências sobre a tendência das cotações deriva de possíveis novas e mais realistas in-formações sobre o quadro fundamental, este, dependente de estimativas mais realistas do balanço mundial de produção e consumo no último trimestre do ano safra 2012/13 bem como das especulações e estimativas iniciais das perspectivas para o ano safra 2013/14.

Fatos e Notícias, Ao longo dos três meses

focalizados (18.03.2013-14.06.2013), verifica-ram-se fatos e informações diversas, dentre as

quais, em Março/2013, a) na Costa do Marfim o secretario geral interino do FPI, partido do ex-presidente Laurent Gbagbo, anunciou for-malmente a decisão de que nenhum membro do partido deverá participar das próximas elei-ções locais marcadas para abril, e ameaçou de punição para os que, eventualmente, deci-direm participar. A decisão derivou da falta de progresso na promoção de diálogo entre o FPI e o partido do poder, do Presidente Ouattara e, pelo fato de que nenhum partidário do atual presidente está sendo processado por crimes cometidos durante os conflitos pós-eleitorais de dois anos atrás, enquanto o próprio ex-presidente L. Gbagbo está preso, aguardando processo pela Corte Criminal Internacional em Haia e, ainda, dezenas de seguidores, incluin-do a esposa do ex-presidente, estão em prisão domiciliar e sofrem processos em cortes lo-cais. À época, observadores internacionais constataram atrocidades cometidas por ativis-tas de ambos os lados; b) condições climáti-

cas na Costa do Marfim permaneceram variá-veis. Enquanto regiões do leste e sudeste re-ceberam chuvas de bom volume com condi-ções semelhantes na região Ocidental, no cen-tro oeste as áreas produtoras receberam ape-nas chuviscos esporádicos; c) o órgão regula-

dor do setor na Costa do Marfim, o Conselho de Café e Cacau – CCC recomendou aos co-merciantes e cooperativas que ainda tinham cacau proveniente da safra principal, que ven-dessem os seus estoques antes do final de março. Foi dito que o preço ao produtor, FrCFA725/kg, “permaneceria inalterado até segunda ordem”, dando a entender que ele seria reduzido a partir do inicio da temporada da safra intermediária (mid-crop), em 01 de abril. Na estimativa dos operadores locais, o preço poderia ser reduzido em torno de 10%; d) Na visão do Presidente da Associação In-donésia de Cacau – Askindo, o país poderá passar a ser importador líquido de cacau, na medida em que sua safra permaneça limitada a aproximadamente 450.000t e a capacidade

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de processamento alcance as 550.000t até 2014. O dirigente prevê que as exportações de cacau em grão deverão cair 26%, para 100.000t neste ano e as importações aumen-tar das atuais 40.000t para 100.000t em 2014; e) Em entrevista concedida pelo Diretor Exe-cutivo da ICCO, em reunião realizada em Bali, Indonésia, foi mencionado que os déficits pre-vistos pela Organização para 2012/13, deve-rão continuar nas próximas duas safras, até 2014/15, em função de doenças e pragas, en-velhecimento das árvores e dos próprios pro-dutores que, segundo o dirigente, em breve os produtores estarão velhos demais para tomar conta das suas plantações sem que jovens

venham ocupar o lugar deles; f) na Costa do Marfim, houve ataques de homens armados não identificados a aldeia próxima à fronteira com a Libéria, na região ocidental do país. Esse fora o terceiro incidente em período de dez dias nessa região, conturbada por rivali-dades étnicas e conflitos envolvendo proprie-dade de terras. Embora tropas do exército afugentassem os atacantes, inclusive matando três deles, não se esclareceu filiação política ou étnica; g) o Fundo Monetário Internacional

(FMI) fez revisão do crescimento da Costa do Marfim em 2012, elevando-o de 8,6 para 9,8%, com inflação limitada a 1,3%. Na avalia-ção do organismo, as reformas introduzidas no setor cacau resultaram em diminuição da po-breza nas áreas rurais do país; h) o Presidente da estatal Indonesian Cocoa Board informou que a produção da Indonésia poderá aumentar de 470.000t em 2011/12 para 500.000t na cor-rente safra, prevendo, no médio prazo, eleva-ção da produção para 700.000t sem que, con-tudo, especificasse data para possível efetiva-ção do fato; i) o Porto de Abidjã, maior cidade da Costa do Marfim e um dos mais movimen-tados da África, planeja construir um segundo terminal de containers, previsto para entrar em operação a partir de 2016. O novo terminal contará com cais de 1.100m, capaz de aco-modar navios de grande calado e demandará investimento de US$ 595 milhões; j) o Presi-dente da Federação das indústrias belgas de chocolates, confeitos e biscoitos (Choprabisco) disse que a entidade tem planos de solicitar à administração da União Europeia uma forma de proteção para a marca “Chocolate Belga”, à semelhança do que já existe para Champanhe Francês ou o presunto italiano de Parma. O dirigente quer inibir o uso de expressões como “Estilo Belga”, “Receita Belga”, por fabricantes de outros países que, lamentavelmente, as utilizam para produtos frequentemente de qua-

lidade inferior - Abril/2013, k) as condições de climáticas favoreceram a maioria das regiões produtoras de cacau da Costa do Marfim com chuvas abundantes e temperaturas elevadas, o que contribuirá para o desenvolvimento da safra intermediária (mid-crop) a ser colhida. Contudo, as entradas continuavam verifican-do-se fracas e registrando amêndoas muito prquenas, a ponto de não encontrar interesse dos compradores; l) o Conselho de Café e Cacau (CCC), órgão regulador desses setores na Costa do Marfim, fixou o preço garantido ao produtor para a mid-crop em FrCFA700/kg (US$1.370/t), com redução de FrCFA25/kg frente ao preço fixado para a safra principal, tendo anunciado a contagem máxima aceitável das amêndoas em 120/100gr. Ainda que os produtores recebessem bem o preço fixado com relação a anos anteriores, quando recebi-am preços muito mais baixos pelo produto de qualidade inferior da mid-crop, os exportado-res, que propunham desconto de FrCFA80/kg, receberam a noticia com ceticismo e deverão mostrar baixo interesse em operar em tal base de preço. Isso deverá canalizar a maior parte da produção para a indústria processadora; m) na Europa, traders ouvidos pela Agência Reu-ters tinham expectativa de uma continuada queda das cotações do cacau diante da desa-celeração das compras das fábricas bem co-mo a expectativa de queda da ordem de 4 a 5% nas moagens europeias no primeiro tri-mestre do ano. Segundo comentários que cir-cularam entre os operadores do mercado, as vendas de chocolate da Páscoa foram decep-cionantes em face do ambiente negativo da Zona do Euro que inibira a demanda; n) a Agência Reuters publicou compreensivo re-

sumo da conjuntura da Costa do Marfim, men-cionando: 1) a Economia mostrou recupera-ção, com crescimento do PIB da ordem dos 10%. Vultosos investimentos em infraestrutura, produção de energia e mineração indicam que o país poderá promover o seu retorno à lide-rança econômica na África Ocidental; entretan-to, as melhorias ainda não alcançaram a maior parte da população. 2) Sobre Política, os alia-

dos do atual presidente Ouattara estão no firme controle do Poder Executivo e do Parla-mento, porém, enfrentam questões difíceis de nacionalidade e propriedade de terras, desen-volvendo dura luta para tentar sarar as feridas profundas causadas pela crise política. Esfor-ços para trazer o partido do ex-presidente Gbagbo de volta à vida política, não consegui-

ram êxito até a atualidade. 3) em Segurança, a extradição e prisão de ex-líderes aliados de

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Gbagbo, os ataques a instalações de seguran-ça diminuíram, porém, ressurgiram conflitos étnicos e de terra nas regiões fronteiriças com a Libéria, apoiados por milícias com base no país vizinho; 4) no Cacau, a ampla reforma do sistema de comercialização com a venda an-tecipada da safra 2012/13, mostrou-se exitosa ao melhorar o sustento dos produtores. Con-tudo, a queda das cotações mundiais poderá desferir duro golpe ao sistema se for necessá-rio efetivar uma redução nos preços aos pro-dutores para a próxima safra; o) pesquisa or-ganizada pela Agência Reuters resultou em previsão média de 400.000t para a recente-mente iniciada mid-crop da Costa do Marfim, acima da média de 361.000 dos últimos cinco anos, porém, abaixo da produção recorde de 472.000t em 2010. O resultado mostra-se, também, abaixo da previsão da ICCO, de 440.000t; p) O Conselho de Café e Cacau

(CCC) da Costa do Marfim retirou US$12 mi-lhões do Fundo de Reserva criado pelo novo sistema de comercialização para complemen-tar o preço garantido ao produtor, fixado em FrCFA700/kg para a mid-crop, visto que leilões somente renderam receita de FrCFA680/kg; q) de forma contrária ao que fosse verificado na safra principal, quando o preço garantido ao

produtor na Costa do Marfim foi largamente respeitado, o novo preço de FrCFA700/kg para o cacau de qualidade inferior da mid-crop vi-nha sendo ignorado nas principais regiões produtoras, segundo relatos de produtores e comerciantes à Agência Reuters. Para fugir das penalidades, que podem, inclusive, envol-ver prisão, os compradores emitem recibos assinados pelos produtores com o preço ofici-al, mas, de fato, apenas lhes pagam em torno de FrCFA600/kg ou até menos. Os comprado-res alegam não ter condições de pagar o pre-ço oficial, que somente prevê um desconto de FrCFA25/kg com relação ao preço que vigorou na safra principal. Em anos anteriores ao novo sistema, a comercialização livre permitia des-contos de FrCFA100-150/kg em função da elevação dos custos de recoleção de quanti-dades menores disponíveis e da diferença de qualidade, principalmente, no tocante ao ta-manho das amêndoas, que no momento, vari-ara entre 130-135 grãos/100 gr. Entanto pro-cessadores se recusassem aceitar cacau com contagem acima de 115-120 grãos/100gr, os comerciantes são obrigados a peneirar cacau e armazenar os grãos miúdos até conseguirem mistura-los ao cacau novo, de amêndoas gra-údas, da próxima safra principal; r) o dirigente global do trader internacional Olam, com sede

em Cingapura, disse preconizar um pequeno superávit para a safra 2012/13 em função da mid-crop a ser colhida na Costa do Marfim, em torno de 500.000t. Ele estimara o aumento da demanda mundial no primeiro trimestre em 2,4% e os preços variando na faixa de £1.420-1.600/t. Sobre tais preços, o dirigente declara-ra que...“o problema é que os atuais níveis de preços não estimularão a produção de cacau e assim, grandes déficits estruturais surgirão se isso não for enfrentado”..s) as eleições locais e regionais realizadas no domingo 21.04 na Costa do Marfim, transcorreram de forma cal-ma na maior parte do país porém, houve atos de vandalismo e roubo de urnas em nove (9) dos 197 distritos administrativos. No dia se-guinte ao pleito, grupos de jovens desordeiros, supostamente ligados ao partido FPI do ex-presidente Gbagbo, que boicotou as eleições, promoveram distúrbios, ergueram barricadas improvisadas e queimaram pneus em diversas cidades, inclusive, nos arredores de Abidjã e na capital administrativa Yamoussoukro, em suposto protesto contra a derrota de alguns candidatos, mesmo antes da Comissão Eleito-ral Independente (CEI) divulgar quaisquer re-sultados das votações Segundo estimativa da CEI, a participação nas eleições foi muito bai-xa, da ordem dos 30% dos habitantes com direito a voto; t) o Conselho de Segurança das Nações Unidas, em reunião na sexta feira 19.04 decidiu estender o embargo à venda de armamentos à Costa do Marfim até 30.04. 2014. A decisão unanime foi tomada conside-rando que a circulação de armas continua constituindo risco “significativo” para a estabili-dade do país. Ficaram isentos do embargo os fornecimentos de armas para as tropas da Na-ções |Unidas estacionadas naquele país e às forças francesas que atuam em seu suporte bem como equipamentos militares não letais, destinados às forças de segurança marfinia-nas. A medida contou com a aprovação do governo do país; u) no geral, o clima estava favorecendo o desenvolvimento da mid-crop,

na Costa do Marfim, sendo que os produtores se mostraram otimistas, apesar das primeiras colheitas terem apresentado amêndoas muito miúdas, condição que se esperava pudesse melhorar a partir de maio. Cabe ressaltar as divergências entre previsões de analistas do mercado a respeito do resultado para a mid-crop no país, que oscilam entre 500.000t ou mais e que constituiria recorde histórico, frente a estimativas de não mais de 400.000t. v) Se-gundo reportagem da Agência Dow Jones, a entrada de compradores nigerianos provocara

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aumento dos preços pagos aos cacauicultores na principal região produtora do sudoeste dos Camarões, a qual responde por cerca de 40% da produção do país. Face às dificuldades pa-ra transporte da produção em função das pés-simas condições das estradas que levam ao principal centro de comércio, em Kumba, no Distrito de Meme, produtores próximos à vizi-nha Nigéria vendiam o cacau a comerciantes nigerianos que ofereciam preços melhores, mesmo em desrespeito à proibição do comér-cio através da fronteira; w) a empresa suíça

Barry Callebaut, maior fabricante mundial de chocolate a granel, publicou resultados do se-mestre terminado em 28.02.2013, com lucro líquido de FrS110,2 milhões, comparativamen-te a FrS90,4 milhões do mesmo semestre do ano anterior. A receita das vendas no período somou FrS2,39 bilhões contra FrS2,45 bilhões em 2012; o lucro bruto alcançou FrS357,3 mi-lhões frente a FrS338,8 milhões, e o lucro ope-racional, foi de FrS173,8 milhões contra FrS177,6 milhões. Segundo a empresa, o vo-lume das vendas continuou em elevação em todas as regiões; x) segundo investigação

conduzida na Costa do Marfim por especialis-tas das Nações Unidas, comandantes de gru-pos armados, integrados ao governo, arreca-dam milhões de dólares de lucros derivados de desvios das exportações de cacau em grão e de outros produtos. O relatório acusa antigos líderes rebeldes que se aliaram ao atual presi-dente na luta contra o ex-presidente Laurent Gbagbo, de fazerem parte de uma rede militar-econômica que contrabandeia cacau e outros gêneros, lucrando de sistemas paralelos de arrecadação de tributos. Cabe resaltar que o atual governo do país integrou progressiva-mente às forças armadas, antigos líderes mili-tares zonais sem que, tais líderes entretanto, agora detentores de altos postos na hierarquia do exército, abandonassem as suas atividades econômicas predatórias no estilo de “Chefes de Guerrilha”, que agora se estendem sobre

todo o território da Costa do Marfim. Segundo os dados oficiais citados pelo relatório, o país perdeu 153.000t da sua safra de cacau 2011/12 para o contrabando, principalmente para Gana, em valor estimado de US$400 mi-lhões, correspondentes a 1,6% do PIB do país em 2012. O Ministro da Justiça prometeu ave-riguar os dados reportados e punir todos aque-les que forem encontrados culpados; y) na

visão do Presidente da Associação Indonésia das Indústrias de Cacau, as moagens do país não alcançaram as expectativas de chegar a 400.000t em 2012, não passando de estima-

das 360.000t e, na sua avaliação, devem man-ter-se ao redor do mesmo nível em 2013; z) o

Presidente da Associação de Cacau da Ásia disse que as moagens no segundo trimestre de 2013, também devem apresentar resultado negativo, depois de terem sofrido queda de 10,8% no primeiro trimestre. A Associação agrupa indústrias da Malásia, Cingapura e In-donésia, entretanto, várias fábricas desse últi-mo país não são componentes da Associação; aa) segundo informações da empresa de pes-quisa EPFR Global, fundos de investimento retiraram US$9,02 bilhões do setor de com-modities durante o mês de abril de 2013. Ana-listas atribuem o movimento a dados econômi-cos negativos da China, Europa e Estados Unidos, que levaram a uma reavaliação da demanda por matérias primas - Maio/2013; ab) analistas internacionais levantam dúvidas

sobre a imparcialidade da justiça na Costa do Marfim na punição dos crimes cometidos du-rante os distúrbios de 2010/11. A Comissão Nacional de Investigação, do próprio governo, acusou as antigas forças rebeldes (FRCI) ago-ra incorporadas ao Exército regular, de terem sido responsáveis por 727 mortes e os comba-tentes do ex-presidente Gbagbo de terem ma-tado 1.452 pessoas. Enquanto os promotores da Corte Especial para julgamento de suspei-tos já acusaram formalmente mais de 150 par-tidários de Gbagbo, apenas indiciaram um pu-nhado de membros do FRCI. Os analistas atri-buem a parcialidade ao controle precário que o

Presidente Ouattara consegue ter sobre os militares marfinianos; ac) Em face de chuvas de bom volume e períodos apropriados de sol, deverá melhorar a qualidade do cacau colhido

na maior parte das regiões produtoras da Cos-ta do Marfim, porém, o período da colheita poderá ser mais curto, segundo opinião de produtores; ad) reportagem da Agência Blo-omberg indica que as quedas das taxas de expansão das principais economias no Sudes-te Asiático deve provocar desaceleração da demanda por cacau e do volume das moagens na região. Avaliação de empresa de pesquisa do mercado Euromonitor, indica que o volume das vendas do setor de confeitos de chocolate no mercado Ásia-Pacífico deverá crescer 5,2% no corrente ano, a taxa mais baixa dos últimos quatro anos, porém, bem acima da previsão de 1,3% para o mercado da Europa Ocidental e de pouca ou nenhuma alteração na América do Norte. Projeção de um alto executivo de indústria de processamento na Indonésia, indi-ca que a capacidade instalada de moagem de cacau no país deverá aumentar das atuais

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400.000t para 600.000t em período de três anos. Segundo informação, a Cargill deverá abrir em meados de 2014 uma nova unidade fabril com capacidade para 70.000t. A falta de demanda, principalmente por pó de cacau, entretanto, está fazendo com que a capacida-de de moagem esteja sendo subutilizada a nível mundial; ae) na terceira semana de maio, reportagem da Agência Reuters indicava que as condições de clima continuavam favore-cendo o desenvolvimento da safra de cacau em todas as principais regiões produtoras da Costa do Marfim, inclusive nas regiões litorâ-neas, que acusavam acentuadas faltas de precipitação; af) a International Finance Cor-poration (IFC), braço de investimentos do Banco Mundial, planeja investir em torno de US$500 milhões na Costa do Marfim no curso do próximo ano. Segundo o Vice-presidente da instituição, entrevistado pela Reuters, os in-vestimentos visarão os setores de energia, finanças e do agronegócio, com projetos já em andamento, entre os quais uma usina termoe-létrica movida a gás, de grupo Frances, com capacidade de 110MW. O país vem recupe-rando-se do severo retrocesso econômico pro-vocado pela guerra civil de 2010/11, tendo conseguido aumentar o PIB em 9,8% em 2012 e segundo o governo, espera-se alcançar crescimento de dois dígitos em 2014; ag) se-gundo a Agência Reuters, o Ministro da Fa-zenda de Gana anunciou plano para lançar financiamento de US$1 bilhão em Eurobonds para reformar dívidas existentes e gerar recur-sos para investimento em infraestrutura. O governo ainda não tinha designado os consul-tores financeiros para a nova emissão, a qual também está sujeita à aprovação do Parla-mento, que deverá receber a apresentação da proposta logo depois do recesso em curso; ah) por primeira vez foi identificado nominal-mente o recebedor do cacau físico entregue na liquidação do contrato de Maio/2013 na LIFFE, a Sucres et Denrees SA, importante trader de cacau e outras commodities, basea-do em Paris, que absorveu todas as 34.530 t fornecidas. A informação foi dada pelo diretor de cacau da própria empresa, divulgada pela Agência Bloomberg, o que motivou as mais diversas conjecturas a respeito das intenções da empresa; ai) segundo a Agência Bloom-berg, manchas de água foram encontradas em parte de um lote de 18.000t de cacau classifi-cado em armazém licenciado da LIFFE em Antuérpia, Bélgica. A avaria foi descoberta por ocasião da transferência do lote para outro armazém; a quantidade afetada não foi infor-

mada, mas, segundo rumores circulados em Londres, estaria envolvendo 8.000t de cacau. Um oficial da LIFFE deslocou-se de Londres para averiguar o acidente; aj) relatório publi-cado pela ONG International Human Rights Watch disse que o Governo da Costa do Mar-fim fez bons progressos na recuperação da economia e da infraestrutura abaladas por má gestão e conflitos, porém, não enfrentou ou-tros problemas que poderão colocar em risco as perspectivas de estabilidade e desenvolvi-mento em mais longo prazo. A entidade refe-riu-se especificamente à falta de justiça impar-cial no tratamento de delitos cometidos duran-te a guerra civil 2010/11 e à negligência dos conflitos sociais e étnicos que assolam o país há décadas e que causam profundas divisões entre populações, na região ocidental; ak) o

processador espanhol de cacau Natra SA, con-tara com aumento das suas próprias moagens em 5,9%, para alcançar 36.000t, na medida em que a empresa transfere seu foco de ativi-dades da Europa para China e Índia, que pos-suem potencial de crescimento do consumo de cacau da ordem dos 20%. Quanto à evolução dos preços, o chefe da divisão de compras da empresa, previu queda e projetou superávit de 50.000t para a safra 2012/13; al) os meios

políticos de Gana vivem intenso clima de ten-são com o início do julgamento, pela Suprema Corte do país, do processo impetrado pelo candidato derrotado nas eleições presidenciais realizadas em dezembro de 2012, o qual alega fraude na apuração dos votos. O resultado concedeu a vitória em primeiro turno, com 50,7% dos votos, ao ex-vice-presidente John Dramani Mahama, que havia assumido o car-

go depois da súbita morte do presidente John Atta Mills em julho de 2012, mas foi imediata-mente contestado pelo candidato da oposição

Nana Addo Dankwa Akuto-Addo do Novo Par-tido Patriótico (NPP), sob a alegação de fraude em vários distritos e conluio com a comissão eleitoral com o partido do governo, Congresso Democrático Nacional (NDC). O NPP boicotou a posse do presidente eleito e entrou imedia-tamente com uma contestação formal do resul-tado das eleições na Suprema Corte, que co-meçou a ser examinada pelo tribunal, com veredicto previsto entre fins de junho e Agosto. Segundo alegação dos advogados do NPP, um total de 11.138 boletins de contagem de votos, de um total de mais de 26.000, que re-presentam em torno de 4 milhões de votos, devem ser invalidados por conter irregularida-des. Na opinião de peritos legais, a decisão da Corte será muito apertada e, vários deles

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acham que existe uma chance genuína da Corte aceitar a contestação e determinar a realização de novas eleições ou, até mesmo, de conceder vitória ao candidato oposicionista. Se isso acontecer, constituirá um precedente histórico num continente onde os resultados de eleições são frequentemente contestados, mas raramente recebem a atenção exaustiva que a Suprema Corte está dedicando ao pre-

sente caso; am) o Boletim Trimestral da ICCO, publicado em fins de maio, aumentou a previ-são do déficit da safra internacional 2012/13, de 45.000t para 60.000t. A alteração resultara da revisão para menos, tanto da produção mundial líquida, de 3,963 milhões de t para 3,927 milhões de t, quanto das moagens de 4,008 milhões de t para 3,987 milhões de t. Os dados revistos implicam em queda da produ-ção de 2,7% e elevação das moagens em 0,9% com relação à safra 2011/12 a qual tam-bém verificou pequena correção para menos, de 86.000t para 84.000t; an) a multinacional de commodities Olam International Ltd., base-ada em Cingapura, iniciará a operação da sua fábrica de cacau em San Pedro, Costa do Mar-fim (investimento de US$60 milhões), a partir da safra 2013/14, conforme divulgado pelo site do Conselho de Café e Cacau (CCC), cuja diretora geral recebeu o diretor da empresa em 22 de maio último. Na ocasião, o executivo da Olam, expressou preocupação com o novo sistema tributário imposto à exportação de produtos de cacau, tendo recebido da diretora garantias do assunto estar sendo estudado pelo governo em conjunto com as empresas processadoras; ao) a pretendida aquisição da NYSE Euronext, dona da LIFFE, pela Intercon-tinental Exchange Inc. (ICE), anunciada em dezembro de 2012, está sob escrutínio da Co-missão Europeia (CE), motivado por receios expressos pelas empresas que atuam nas bol-sas de futuros, em relação à redução da com-petição, o que poderia levar a um aumento das tarifas e extensão dos horários de operação. A CE enviou às empresas um questionário com mais de 90 itens e há prazo até 24.06 para pronunciamento sobre a questão. Em fevereiro de 2012, a CE já tinha vetado a compra da NYSE Euronext pela Deutsche Boerse AG por razões semelhantes; Junho/2013 ; ap) Noticia divulgada pela Dow Jones Newswires, a Corte Criminal Internacional de Haia, nos Países Baixos, adiou a audiência na qual seriam con-firmadas as acusações contra o ex-presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, por cri-mes contra a humanidade e solicitou ao pro-motor que sejam providenciadas provas adici-

onais ou a realização de novas investigações para poder corroborar as acusações formula-das até agora; aq) Contrabando de cacau na

Costa do Marfim reapareceu, após ter cessado quase completamente com a fixação de preço garantido ao produtor a partir de outubro de 2012. O reaparecimento decorrera do pouco interesse comprador das empresas locais e a recusa dos comerciantes de pagar o preço oficial por um produto de qualidade inferior, proveniente da safra mid-crop atual. Segundo relatos de empresas locais, pequenas quanti-dades de cacau começaram a fluir para Gana, mas comboios regulares de caminhões estão levando produto para Libéria; ar) a Comissão Executiva da União Europeia decidiu aprovar a compra da divisão de cacau da Petra Foods de Cingapura pela Barry Callebaut, anunciada em dezembro de 2012. Na opinão da entidade reguladora, o mercado ainda continuará sufici-entemente competitivo depois da fusão das duas operações. A aquisição por US$950 mi-lhões fará com que a capacidade de proces-samento de cacau da Barry Callebaut se eleve das atuais 850 mil t para 1 milhão de t, pas-sando a ser o maior processador do mundo; as) Em reação à revisão que elevou a safra da

Costa do Marfim pela CCC na semana passa-da, alguns analistas começaram a reduzir as previsões do déficit da safra 2012/13 para va-lores entre 50 e 70 mil t. Todavia, existem ou-tros analistas que deverão projetar equilíbrio entre produção e consumo ou mesmo superá-vit de produção; at) o trader francês de com-modities Sucres er Denrees SA, que havia recebido todo o cacau entregue contra o con-trato de maio/2013 na LIFFE, rejeitou proposta da administração da Bolsa de aceitar a substi-tuição de apenas 100 t de um lote de 1.000t, proveniente de um armazém licenciado em Antuérpia, danificado por manchas de água. A posição da empresa é de que nenhum cacau depositado naquele armazém de Antuérpia deveria ser considerado aceitável para entrega enquanto a NYSE-LIFFE não tivesse realizado uma investigação exaustiva do fato ocorrido; au) campanha das autoridades da Costa do Marfim indica que deverão ser retomadas ter-ras em parques nacionais, nos quais em torno de 2.000 agricultores estabeleceram planta-ções, podendo prejudicar a produção de cacau do país. Nos primeiros dias de junho cerca de 100 produtores rurais foram forçadamente re-movidos de plantações feitas em invasões de reservas florestais na região sul do país. As ocupações ilegais se intensificaram durante a década de violentas desordens políticas, que

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culminaram na guerra civil de 2010-2011. Es-tima-se que 50% das 231 reservas florestais que ocupam 4,2 milhões de hectares tenham sofrido invasões.Segundo exportadores, a de-cisão do governo de destruir plantações nes-sas áreas ocupadas irregularmente poderá gerar problema sério para a produção do país; av) o Conselho de Café e Cacau – CCC da

Costa do Marfim decidiu conceder restituição parcial do preço mínimo oficial pago pelos ex-portadores e processadores por cacau cuja contagem de amêndoas ficar acima de 116 amêndoas por 100 gramas, até o limite de 140/100g. A restituição será concedida a com-pras feitas pelo preço oficial de FrCFA700/kg (US$1.425/t) entre 17.06 e 31.07, e variará em escala ascendente de FrFCA58/kg (US$118/t) a FrCFA130/kg (US$265/t). A decisão foi to-mada em reação à forte pressão das firmas que suspenderam as compras de cacau de bagas miúdas por inviabilidade econômica, fato que causou represamento do cacau nas regiões produtoras onde não encontrava com-pradores, bem como o reinicio do contrabando para os países vizinhos, principalmente Libé-ria. As normas oficiais não permitem a expor-tação de cacau em amêndoas com contagem superior a 120/100g; portanto, a maior parte das compras nessas novas condições deverá ser direcionada para a indústria processadora, em função da rejeição do cacau com conta-gem de amêndoas em quantidade superior a 140/100g.

Comentários: Apesar de transcorridos 8,5

meses ou mais de 70% da safra 2012/13, as informações sobre perspectivas reais da pro-dução mundial ainda mostram previsões sim-plistas de possível déficit. Em inícios da pre-sente safra se divulgaram informações de ex-pectativas de reduções sensíveis na produção e problemas para exportação na Costa do Mar-fim, de forma similar às expectativas para Ga-na. Em reação à revisão que elevou a previsão de safra da Costa do Marfim, divulgada em inícios de junho, alguns analistas reduziram as previsões do déficit da safra 2012/13 para va-lores entre 50 e 70 mil t. Todavia, outros ana-listas devem projetar equilíbrio entre produção e consumo ou mesmo até superávit de produ-ção. Como mencionado no último informe, embora tais expectativas de fato se verificas-sem no início da safra, na Costa do Marfim as últimas informações indicam recuperação da produção e até, possível superação dos níveis da última safra, em que não houve anormali-dades maiores. Em Gana, as compras divul-

gadas pelo Cocobod revelavam até fins de maio, queda de 5,42% com relação ao ano de 2011/12; portanto, redução bem menos inten-sa do que indicavam as previsões ao inicio da safra. Em paralelo, deve ressaltar-se a queda no primeiro trimestre de 2013, das moagens europeias (-3,94%) e asiáticas (-10,8%), frente à elevação das moagens americanas (+5,77%). Apesar das previsões de problemas quantitativos e qualitativos previstos para Cos-ta do Marfim, os volumes de cacau chegado aos portos na presente safra 2012/13 já supe-raram os observados para a safra 2011/12. Portanto, os dados para a Costa do Marfim mostram situação oposta às previsões iniciais de queda, reiterada e intensamente anuncia-das. A redução paralela e efetiva nas moagens internacionais nos principais países consumi-dores europeus e na Ásia, infelizmente de forma oposta e não alinhada à elevação das moagens dos Estados Unidos, provavelmente poderá neutralizar possíveis efeitos altistas. Aparentemente, portanto, a evolução crescen-te dos preços internacionais nos últimos me-ses pareceria, em grande parte, ter decorrido de intensos movimentos especulativos no mercado. Os preços futuros parecem depen-der mais da evolução do consumo mundial, mesmo com a persistência da crise econômi-ca, do que da evolução real observada versus indicativos, estimativas e/ou previsões divul-gadas para a safra por analistas de mercado. Até o momento, infelizmente, as informações da safra mundial continuam se revelando co-mo avaliações subjetivas, que além de diver-sas, acabam minando a credibilidade quanto à possibilidade real de queda da produção mun-dial frente à safra 2011/12. Certamente, isso contribui para o clima de incertezas quanto à evolução futura dos preços. No relativo às co-tações internacionais em 2013, para o período

em foco, de meados de março a meados de junho/2013, as máximas do mercado ficaram entre valor superior de US$2.437/t em inícios de maio e nível inferior de US$2.186/t na se-gunda semana de março/2013. As cotações mínimas ficaram entre os limites, superior de US$2.320/t em inícios de maio e inferior de US$2.075/t na terceira semana de mar-ço/2013. Os fechamentos semanais ficaram entre os limites, superior de US$2.437/t em inícios de maio e inferior de US$2.115/t em meados de março/2013. Os preços ao produ-tor, de meados de março a meados de ju-nho/2013 evoluíram com oscilações entre R$59-64/@ nas ultimas duas semanas de

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março, R$62-70/@ em abril, R$68-72,50/@ em maio e R$70-78/@ nas duas primeiras se-manas de junho. Os valores médios ficaram próximos a R$62/@ na segunda metade de março, R$66,40/@ em abril, R$70,60/@ em maio e R$74,50/@ nas duas primeiras sema-nas de junho. Comparando-se os preços pagos ao produtor brasileiro, da terceira semana de março a meados de junho/2013, se observa-ram elevações nominais tanto nos preços má-ximos limites, 21,8% (R$64/@ para R$78/@), 23,7% (R$59/@ para R$73/@) entre preços mínimos limites e 20,16% nos preços médios, (R$62/@ para R$74,50/@). Quanto às expec-tativas do mercado para o futuro próximo, as informações sobre fundamentos de produção e consumo subjacentes parecem não indicar iminência de modificações substanciais. Ape-sar disso, não podem ser descartadas ocor-rências comuns, tais como reações momentâ-neas do mercado por informações especulati-vas inesperadas e passageiras, surgimento de situações conjunturais imprevistas e/ou pres-sões derivadas de transações comercias es-peculativas. A perspectiva normal e aparente das cotações do mercado pareceria sugerir evolução oscilante, porém, dentro de faixas não muito intensas, de forma similar às faixas de evolução observadas nos últimos meses.

Cotações/t (ICE): Nova Iorque – Maio 2013 (US$):

Fechamento em 08/03/13 2.120 Fechamento em 15/03/13 2.115 (- 5)

Mínimo: 2.106 (+ 72) Máximo: 2.176 (+ 46)

Nova Iorque – Maio 2013 (US$):

Fechamento em 15/03/13 2.115 Fechamento em 23/03/13 2.159 (+ 44)

Mínimo: 2.075 (- 31) Máximo: 2.186 (+ 10)

Nova Iorque – Maio 2013 (US$):

Fechamento em 23/03/13 2.159 Fechamento em 29/03/13 2.170 (+ 11)

Mínimo: 2.124 (+ 49) Máximo: 2.195 (+ 9)

Nova Iorque – Maio 2013 (US$):

Fechamento em 29/03/13 2.170 Fechamento em 05/04/13 2.132 (- 38)

Mínimo: 2.111 (- 13)

Máximo: 2.198 (+ 3)

Nova Iorque – Maio 2013 (US$):

Fechamento em 05/04/13 2.132 Fechamento em 12/04/13 2.261 (+129)

Mínimo: 2.119 (+ 8) Máximo: 2.275 (+ 77)

Nova Iorque – Julho 2013 (US$):

Fechamento em 12/04/13 2.268 Fechamento em 19/04/13 2.333 (+ 65)

Mínimo: 2.254 (+111) Máximo: 2.348 (+ 72)

Nova Iorque – Julho 2013 (US$):

Fechamento em 19/04/13 2.333 Fechamento em 26/04/13 2.364 (+ 31)

Mínimo: 2.303 (+ 49) Máximo: 2.375 (+ 27)

Nova Iorque – Julho 2013 (US$):

Fechamento em 26/04/13 2.364 Fechamento em 03/05/13 2.416 (+ 52)

Mínimo: 2.320 (+ 17)

Máximo: 2.437 (+ 62)

Nova Iorque – Julho 2013 (US$):

Fechamento em 03/05/13 2.416 Fechamento em 10/05/13 2.300 (-116)

Mínimo: 2.298 (- 22) Máximo: 2.420 (- 17)

Nova Iorque – Julho (US$):

Fechamento em 10/05/13 2.300 Fechamento em 17/05/13 2.300 (+ 0)

Mínimo: 2.276 (- 22) Máximo: 2.364 (- 56)

Nova Iorque – Julho 2013 (US$):

Fechamento em 17/05/13 2.300 Fechamento em 24/05/13 2.246 (- 54)

Mínimo: 2.244 (- 14) Máximo: 2.350 (- 32)

Nova Iorque – Julho 2013 (US$):

Fechamento em 24/05/13 2.246 Fechamento em 31/05/13 2.191 (- 55)

Mínimo: 2.189 (- 55) Máximo: 2.262 (- 88)

Nova Iorque – Julho 2013 (US$):

Fechamento em 31/05/13 2.191 Fechamento em 07/06/13 2.364 (+173)

Mínimo: 2.191 (+ 2) Máximo: 2.373 (+111)

(US$): Nova Iorque – Julho 2013

Fechamento em 07/06/13 2.364 Fechamento em 14/06/13 2.246 (-118)

Mínimo: 2.239 (+ 48)

15

Máximo: 2.379 (+ 6)

Fonte: CACAUTH - Relatórios Semanais Ano XV nº 24.37

Informações Mercado nº 19 –18032013–14062013-Ed.1706013 – Ceplac/Diret

Gráfico 1: Evolução Cotações primeira posição– Bolsa de Nova Iorque, Período Dezembro 2012 – Março 2013, US$/t

Fonte: CACAUTH - Relatórios Semanais Ano XV nº 12-24.

Informações Mercado nº 18 –17122012–15032013-Ed.2103013 – Ceplac/Diret

Gráfico 2: Evolução Cotações primeira posição – Bolsa de Nova Iorque, Período Março-Junho 2013, US$/t

Fonte: CACAUTH - Relatórios Semanais Ano XV nº 24-37.

Informações Mercado nº 19 –18032013–14062013 - Ed.17062013 – Ceplac/Diret