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1 CADASTRO TERRITORIAL DOCUMENTAÇÃO DE MONUMENTOS ARQUITETÔNICOS Prof. Dr. Alex Soria Medina

CADASTRO TERRITORIAL DOCUMENTAÇÃO DE … · 10 Preservação de Monumentos Carta de Veneza –Maio de 1964 “os trabalhos de conservação, de restauração e de escavação serão

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1

CADASTRO TERRITORIAL

DOCUMENTAÇÃO DE MONUMENTOS ARQUITETÔNICOS

Prof. Dr. Alex Soria Medina

2

Introdução

No que se refere à conservação do patrimônio arquitetônico, a

documentação, na sua forma tradicional, foi utilizada

inicialmente como forma de apoio e a Carta de Veneza,

publicada no II Congresso Internacional de Arquitetos em 1964,

é considerada uma das mais importantes iniciativas nesta

direção;

3

Introdução

Esta carta, entre outras recomendações, decretou que os

trabalhos de conservação, de restauro e de escavações

deveriam ser sempre acompanhados pela elaboração de uma

documentação precisa na forma de relatórios analíticos e

críticos, ilustrados por desenhos e fotografias.

4

Introdução

Segundo Piqué (1999), a documentação de monumentos é um

procedimento sistemático de coleta e organização de dados e

documentos para os procedimentos de investigação, tratamento

e monitoramento, ou seja, a documentação é o corpo da

informação adquirida em vários formatos ao longo do tempo,

sendo parte disso feita na forma gráfica.

5

Introdução

Essa forma de trabalho, denominada de documentação gráfica,

demarcou um passo no processo evolutivo do registro e da

análise, que antes se realizavam, principalmente, na forma de

texto, depois a representação gráfica passou a ser utilizada,

com o uso de desenhos geométricos em escala, garantindo

resultados mais confiáveis com base em processos permeados

pela acurácia.

6

Introdução

Essa evolução nos processos relacionados à documentação

gráfica representou novos rumos aos trabalhos de conservação,

antes subordinados apenas à interpretação, que é subjetiva,

dependendo portanto do profissional envolvido.

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Preservação de Monumentos

O conceito de monumento, bem como a ciência da preservação, tem

evoluído e ampliado seu “campo” de interesse, atendendo às necessidades

características de cada época;

Etimologicamente, a palavra “monumento” vem do verbo latino momente

que significa “lembrar”, “recordar”;

Diversos documentos sobre a preservação de bens culturais demonstram

preocupação e enfatizam a importância da documentação na preservação

do patrimônio edificado, ambiental, urbano e paisagístico .

8

Preservação de Monumentos

Dentre os quais podemos citar como exemplos alguns destes

documentos:

- Carta de Atenas – Outubro de 1931

- Carta de Veneza – Maio de 1964;

- Carta de Quito – Novembro/Dezembro de 1967;

- Carta de Restauro – Itália abril de 1972;

- Declaração de Amsterdã – Outubro de 1975;

- Recomendação de Nairóbi – Novembro de 1976;

- Carta de Washinton – outubro de 1987.

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Preservação de Monumentos

Carta de Atenas – Outubro de 1931

“Cada Estado, ou as instituições criadas ou reconhecidamente

competentes para esse trabalho, deve publicar um inventário

dos monumentos históricos nacionais, acompanhado de

fotografia e de informações; Cada Estado deve constituir

arquivos onde serão reunidos todos os documentos relativos

aos seus monumentos históricos”.

10

Preservação de Monumentos

Carta de Veneza – Maio de 1964

“os trabalhos de conservação, de restauração e de escavação serão

sempre acompanhados pela elaboração de uma documentação

precisa sob a forma de relatórios analíticos e críticos, ilustrados

com desenhos e fotografias. Todas as fases dos trabalhos de

desobstrução, consolidação, recomposição e integração, bem como

os elementos técnicos e formais identificados ao longo dos

trabalhos serão ali consignados. Essa documentação será

depositada nos arquivos de um órgão público e posta à disposição

dos pesquisadores; recomenda-se sua publicação”.

11

Preservação de Monumentos

Carta de Quito– Novembro/Dezembro de 1967

“a necessidade de conciliar as exigências do progresso urbano

com a salvaguarda dos valores ambientais. É hoje uma norma

inviolável na formação dos planos diretores a nível local como

nacional. Neste sentido todo plano diretor deverá ser realizado

de maneira que permita a integrar ao conjunto urbanístico os

centros ou complexos históricos de interesse ambiental“

12

A Preservação de Monumentos no Brasil

A preservação de conjuntos e sítios históricos no Brasil teve início na

década de 20 e torna-se definitiva com a promulgação do Decreto-Lei

nº 25 de novembro de 1937, que organizou a proteção do patrimônio

histórico e artístico nacional.

O Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), criado

nesta mesma época, foi o órgão federal responsável pela proteção do

patrimônio histórico e artístico nacional, sendo a mais antiga entidade

oficial de preservação da América Latina. (SIMON, 2000)

Os primeiros trinta anos do SPHAN foram dedicados quase que

exclusivamente ao reconhecimento e tombamento dos bens culturais

monumentais isolados

13

A Preservação de Monumentos no Brasil

Nas décadas de 60 e 70, iniciou-se uma nova política de tombamentos,

priorizando, desta vez, a preservação de conjuntos urbanos e não mais

somente de monumentos isolados.

Em 1997, o Governo Federal criou o Programa Cidades Históricas

(PCH) que visava concentrar investimentos na preservação e

conservação dos monumentos e conjuntos de valor históricos e

artísticos, com ênfase nas atividades turísticas (SIMON, 2000)

14

A Preservação de Monumentos no Brasil

Segundo a Constituição Brasileira de 1988, no seu artigo 216 da Seção II –

Da Cultura, os bens que sejam “portadores de referência à identidade, à

ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade

brasileira”, sejam eles materiais ou imateriais, constituem o patrimônio

cultural do Brasil, nos quais se incluem:

“I - as formas de expressão;

II - os modos de criar, fazer e viver;

III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;

IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais

espaços destinados às manifestações artístico-culturais;

V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico,

artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico”

15

Levantamentos de Formas Arquitetônicas

Medição Direta

Instrumentos utilizados

16

Levantamentos de Formas Arquitetônicas

Medição Direta

17

Levantamentos de Formas Arquitetônicas

Medição Direta

Triangulação

18

Levantamentos de Formas Arquitetônicas

Medição Direta

Coordenadas Cartesianas

19

Levantamentos de Formas Arquitetônicas

Medição Direta

Irradiação

20

Levantamentos de Formas Arquitetônicas

Medição Direta

Exemplo

21

Levantamentos de Formas Arquitetônicas

Levantamento Topográfico

Instrumentos utilizados

22

Levantamentos de Formas Arquitetônicas

Levantamento Topográfico

Irradiação e intersecção

23

Levantamentos de Formas Arquitetônicas

Levantamento Fotogramétrico

Restituição

24

Levantamentos de Formas Arquitetônicas

Levantamento Fotogramétrico

Restituição

25

Levantamentos de Formas Arquitetônicas

LST - Brasil

Centeno, 2004 Amorim e Chudak, 2005

Teatro Paiol Curitiba -PR Igreja de São Francisco,

Salvador - BA

26

Levantamentos de Formas Arquitetônicas

LST - Brasil

Veiga, 2008 Silva, 2010

Av. Bernardo Monteiro,

Belo Horizonte - BH

Paço Municipal,

Curitiba - PR

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Levantamentos de Formas Arquitetônicas

LST - Brasil

Koatz e Segre, 2010

Paço Imperial Praça XV, Rio de Janeiro - Rj

28

Princípio de Funcionamento do LST

Os Lasers Scanner Terrestres estáticos permitem a aquisição de

uma malha de pontos com coordenadas tridimensionais a partir de

uma posição terrestre (PFEIFER, 2007)

29

Princípio de Funcionamento do LST

Diferentes tipos de Laser Scanner Terrestre

Tipos de Laser

Scanner Terrestre

Precisão da

distância

Alcance (em

m)

Velocidade de

aquisição

Utilização

Scanners de

triangulação

1 mm a 1 m de 1 a 50 de 100 a 500

pontos/seg.

Pequenas peças

Scanners de

tempo de voo

7 mm a 50 m

1cm a 100 m

De 1 a 1200 de 100 a 7.000

pontos/seg.

Trabalhos

topográficos

(grandes

distâncias)

Scanners de

diferença de fase

6 mm a 50 m

1 cm a 100 m

De 1 a 80 de 100.000 a

500.000

pontos/seg.

Trabalhos

topográficos

(pequenas

distancias)

Fonte: Adaptado de Boehler et al, 2004.

30

Trabalhos

Paço Quiñones de León

É um edifício que exemplifica a

arquitetura renascentista urbana

Castelhana na Galícia;

Tem um corpo centrado ladeado

por duas torres;

Construído no século XVII.

31

Trabalhos

Palácio Giuseppe Garibaldi

É um edifício em estilo

Neoclássico;

Foi construído pelo Eng,

Ernesto Guaita em 1887;

Tombado pelo património

Histórico e Artístico do Paraná

em 1988.

32

Equipamentos

Laser Scanner Terrestre – Riegl – Z390i

Acurácia em distância (z) 6 mm

Acurácia planimétrica (x, y) 6 mm

Acurácia angular – incremento do ângulo

IFOV

60 microradianos

Acurácia da superfície modelada 2mm

Acurácia com aquisição de alvos 1,5mm

Campo de visão FOV 360° Hz, -40° a 40° V

Tamanho da projeção do laser

Distância mínima de operação 1 m

Distância máxima de operação 400 m

Taxa de varredura 11.000 pontos por segundo

33

Equipamentos

Laser Scanner Terrestre – Leica – HDS -3000

Acurácia em distância (z) 4mm

Acurácia planimétrica (x, y) 6mm

Acurácia angular – incremento do ângulo

IFOV

60 microradianos

Acurácia da superfície modelada 2mm

Acurácia com aquisição de alvos 1,5mm

Campo de visão FOV 360° horizontal, 270° vertical

Tamanho da projeção do laser

Distância mínima de operação

Distância máxima de operação

Taxa de varredura 1800 pontos por segundo

Máxima densidade de resolução

34

Equipamentos

Estação Total Leica - TCR 1102

Acurácia angular 2 “

Acurácia das medidas de distância ± 2mm + 2ppm

Divergência do feixe laser 4 mrad

Freqüência de modulação 300 MHz

Potência de saída máxima 1 mWatt

Comprimento de onda 660 nm (vermelho)

Resolução

Distância mínima de operação 1,5 m

Distância máxima de operação sem prisma

Tempo de medição 1 s + 0,5s/10 m

Dimensões do Instrumento 151 x 203 x (CxLxA)

Temperatura de operação -20º C a + 50º C

35

Resultados

Paço Quiñones de León

Riegl – Z390i

Dimensões Aprox. 32x16 m

Resolução

linear

aproximada

100 mm 50 mm 10 mm

Resolução

angular em

grados

0,135º 0,068º 0,014º

Tempo de

varredura 25” 1’ 42” 19’ 28”

Número de

pontos por

varredura

57.949 236.622 5.888.344

36

Resultados

Resolução das Varreduras

50 mm

100 mm

10 mm

37

Resultados

Palácio Giuseppe Garibaldi

Leica HDS – 3000

Dimensões Aprox. 23x10 m

Resolução

linear

aproximada

200 mm 100 mm 10 mm

Tempo de

varredura 1’ 25” 3’ 55” 8’ 38”

Número de

pontos por

varredura

3.630 56.232 1,141.220

38

Resultados

Resolução das Varredura

39

Resultados

Orientação e Filtragem

Coordenadas (X, Y, Z) através de RANSAC;

Histograma das coordenadas X,

obtendo um sinal 1D;

40

Resultados

Orientação

Histograma do sinal 1D;

41

Resultados

Orientação do Paço Quiñones de León

Não orientada Orientada

42

Resultados

Filtragem das nuvensHistograma

Nuvem Filtrada P. Quiñones de León

Nuvem Filtrada P. Giuseppe Garibaldi

43

Resultados

Segmentação da Nuvem de Pontos

Aplicado o algoritmo de RANSAC;

Diferentes planos são detectados;

Tolerância escolhida como entrada (2 a 4 cm);

No entanto, é necessário ressaltar que um valor de tolerância ideal só

pode ser obtido de maneira empírica, o qual depende fortemente dos

objetos que estão sendo investigados, das características dos dados e

dos objetivos do estudo que está sendo realizado.

44

Resultados

Segmentação da Nuvem de Pontos do Paço Quiñones de León

Janelas

Torres Parede central

45

Resultados

Segmentação do Paço Quiñones de León

Composição colorida dos planos segmentados

46

Resultados

Segmentação do Paço Quiñones de León

Composição colorida outros pontos de vista

47

Resultados

Segmentação do Paço Quiñones de León

Composição colorida outros pontos de vista

48

Resultados

Segmentação do Palácio Giuseppe Garibaldi

Um plano e a composição colorida

49

Resultados

Delimitação dos contornos das formas arquitetônicas

50

Resultados

Vetorização dos contornos

Ajustar segmentos de retas (Hz, V, Incl,)

Determinar as interseções entre as retas;

Encontrar as formas arquitetônicas das

fachadas de ambos os edifícios.

51

Resultados

Vetorização dos contornos

Recorte da parte superior da torre Paço Quiñones de León.

52

Resultados

Vetorização dos contornos

Composição dos vários níveis que foram extraídos do Paço

Quiñones de León.

53

Resultados

Vetorização dos contornos

Níveis extraídos do Paço Quiñones de León.

54

Resultados

Avaliação dos resultados

Paço Quiñones de León;

Levantamento topográfico;

Estação TCR – 1102;

282 pontos dos elementos

mais significativos;

Dimensões, porta, jenelas,

torres,...

55

Resultados

Avaliação dos resultados

Sobre posição dos dois

levantamentos.

56

Resultados

Avaliação dos resultados

Recorte da janela superior

a) Nuvem de pontos b) Segmentação c) Contornos d) Topografia

57

Resultados

Avaliação dos resultados

Medidas Laser e Topografia

Janela Superior Janela Inferior

Largura (m) Altura (m) Largura

(m)

Altura (m)

Laser

1,487 2,478 1,529 2,357

1,482 2,472 1,535 2,359

1,485 2,481 1,529 2,351

1,482 2,471 1,536 2,355

1,485 2,473 1,525 2,348

Média 1,484 2,475 1,531 2,354

Topografia

1,462 2,477 1,509 2,363

1,458 2,472 1,512 2,360

1,468 2,468 1,515 2,359

1,459 2,465 1,519 2,365

1,460 2,470 1,515 2,357

Média 1,461 2,470 1,514 2,361

Diferença -0,023 0,005 0,017 0,007

58

Resultados

Extração de contornos da fachada e janelas

59

Aplicações

Composição das feições da fachada

60

Resultados

Delimitação de outras formas arquitetônicas

d) Composiçãoc) Contorno

b) Planoa) Fotografia

61

Resultados

Delimitação de outras formas arquitetônicas

d) Composiçãoc) Contorno

b) Planoa) Fotografia

d) Composiçãoc) Contorno

b) Planoa) Fotografia

62

A Igreja

Santa Maria de Castrelos

Século XIII, Vigo

Espanha

63

A Igreja

1 nave,

1 ápice circular;

3 portas com rosetas

com figuras geométricas

64

A Igreja

Interior

65

O levantamento

Escolha das estações - planejamento

Fonte: Google maps

66

O levantamento

Escolha das estações - planejamento

67

O levantamento

Tomada de dados

Fachada Fachada e Lateral direita Lateral direita

68

O levantamento

Tomada de dados

Telhado Lateral esquerda e fundo

69

O levantamento

Tomada de dados

Lateral esquerdaLateral esquerda e fachada

70

O levantamento

Tomada de dados interior Telhado interior

71

O levantamento

Telhado e paredes interior Paredes interior

72

Resultados

Registro das nuvens e modelo 3D da Igreja

73

Resultados

Planta baixa

74

Resultados

Planta baixa cotada

75

Resultados

Seção Leste - Oeste

Resultados

Seção Norte - Sul

Resultados

Perfil Norte Sul

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Resultados usando o valor da intensidade

Na preservação de monumentos

Exemplo de arquivo (txt)

X Z Y I R G B

9.069435 8.499382 1.790077 -340 48 46 51

9.032204 8.411247 1.670311 -271 53 48 54

9.019146 8.470551 1.660530 -209 52 47 53

9.011780 8.392303 1.627670 -386 54 49 55

9.018452 8.469948 1.635170 -203 52 47 53

9.003647 8.402893 1.600891 -212 52 47 53

8.507732 8.513336 1.551819 -203 52 48 49

8.861698 8.481918 1.792831 -197 52 47 51

8.982231 8.471298 1.778427 -201 52 47 51

79

Resultados usando o valor da intensidade

Processamento Digital

Envi 4.4

Não supervisionada

80

Resultados usando o valor da intensidade

Processamento Digital

Segmentação

Parede

81

Resultados usando o valor da intensidade

Processo Digital

Segmentação

Janelas

82

Resultados usando o valor da intensidade e morfologia matemática

Paço Quiñones de León

83

Resultados usando o valor da intensidade e morfologia matemática

Paço Quiñones de León

Nuvem de pontos

84

Resultados usando o valor da intensidade e morfologia matemática

Paço Quiñones de León

K-means

Granito em azul

Parede branca em vermelho

Ferro em amarela

85

Resultados usando o valor da intensidade e morfologia matemática

Paço Quiñones de León

Granito

86

Resultados usando o valor da intensidade e morfologia matemática

Paço Quiñones de León

Parede branca

87

Resultados usando o valor da intensidade e morfologia matemática

Paço Quiñones de León

Ferro

88

Resultados usando o valor da intensidade e morfologia matemática

Paço Quiñones de León

Fachada com o contorno externo e as janelas