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Boletim 811/2015 – Ano VII – 12/08/2015 Cadeia automotiva fechou 38,7 mil postos de trabalho no 1º semestre ISABEL VERSIANI - DE BRASÍLIA O Ministério do Trabalho estima que os setores da economia ligados à indústria automotiva fecharam 38,7 mil postos de trabalho no primeiro semestre do ano, o que corresponde a 11% do total de vagas encerradas no mercado formal no período. O levantamento inclui desde empregos ligados diretamente à fabricação e venda de automóveis e autopeças a vagas de trabalho em postos de combustível, mas não considera o desempenho na metalurgia e siderurgia, o que indica que o impacto pode ser ainda maior.

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Boletim 811/2015 – Ano VII – 12/08/2015

Cadeia automotiva fechou 38,7 mil postos de trabalh o no 1º semestre ISABEL VERSIANI - DE BRASÍLIA O Ministério do Trabalho estima que os setores da economia ligados à indústria automotiva fecharam 38,7 mil postos de trabalho no primeiro semestre do ano, o que corresponde a 11% do total de vagas encerradas no mercado formal no período.

O levantamento inclui desde empregos ligados diretamente à fabricação e venda de

automóveis e autopeças a vagas de trabalho em postos de combustível, mas não

considera o desempenho na metalurgia e siderurgia, o que indica que o impacto pode ser

ainda maior.

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Dos 15 segmentos listados pelo ministério, apenas 3 —fabricantes de baterias, postos e,

sintomaticamente, oficinas mecânicas— abriram vagas no primeiro semestre.

O setor de comércio de veículos foi o que mais eliminou empregos. Foram 12,2 mil postos

encerrados, no atacado e no varejo, quase um terço do total. Mas os fabricantes de

autopeças e acessórios superam esse número quando consideradas as vagas eliminadas

em todos os subsetores discriminados, acima de 13 mil. Os Estados mais atingidos pelo

encolhimento do emprego, em números absolutos, são São Paulo e Minas Gerais, que

concentram grandes parques automotivos e os maiores estoques de postos.

Pernambuco, onde está sendo instalado um novo polo automotivo, foi um dos poucos

Estados que criaram vagas no setor. "A indústria automotiva está puxando a economia

brasileira para baixo", disse o presidente da Anfavea (associação das montadoras), Luiz

Moan, ao destacar a longa cadeia envolvida na produção de veículos. O executivo

participou de audiência pública promovida na Câmara dos Deputados esta semana para

discutir a questão do emprego no setor. Moan afirmou aos deputados que as fabricantes

de veículos têm dado sua contribuição para tentar evitar um cenário ainda pior para o

emprego no setor em meio à crise, ao promover férias coletivas e "lay-off" (suspensão de

contrato de trabalho) de funcionários e trabalhar com estoques elevados. Também

reafirmou que algumas montadoras estão se articulando para aderir ao PPE (Plano de

Preservação do Emprego), que prevê redução de carga horária e de salários.

De janeiro a julho, a produção do setor automotivo acumulou queda de 18,1% em relação

ao mesmo período de 2014, o pior resultado desde 2006. O emplacamento de

veículos caiu 19% na mesma comparação. Na contramão do que ocorre no mercado de

veículos novos, a venda de veículos usados tem ganho força em meio à crise. A Fenauto,

que representa 40 mil revendedoras de veículos usados e seminovos, estima um

crescimento de 4,8% das vendas no primeiro semestre. "Não existe motivo no setor para

ter desemprego, na medida em que crescemos. Pouco, mas crescemos", afirma Idílio dos

Santos, presidente da entidade.

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GM vai à Justiça contra greve no Vale do Paraíba Sindicato quer que demissões sejam canceladas; montadora não comenta DE SÃO PAULO A General Motors acionou a Justiça para impedir a greve dos funcionários da fábrica de São José dos Campos, iniciada nesta segunda (10). A empresa entrou com pedido de dissídio coletivo de greve no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, que marcou uma audiência de conciliação para o dia 17. A GM afirmou também que obteve uma medida liminar na Justiça do Trabalho, para impedir que o sindicato bloqueie "vias, bolsões e acessos, permitindo a entrada e a saída de pessoas e veículos". O objetivo, segundo a empresa, é impedir piquetes. O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos disse, em nota, que vai contestar a liminar na Justiça. "A greve dos trabalhadores da General Motors é uma mobilização pacífica e legítima." A entidade disse seguir disposta a negociar. De acordo com estimativa do sindicato, cerca de 500 funcionários foram demitidos desde sábado (8). A GM não confirmou o número. Os grevistas querem que as demissões sejam canceladas e substituídas por redução da jornada de trabalho para 36 horas, sem impacto no salário, licença remunerada, ou um novo lay-off, com compromisso de estabilidade. A GM de São José dos Campos produz os modelos S10 e Trailblazer, além de motores, transmissão e kits para exportação, informou o sindicato.

RAIO-X DA GREVE FUNCIONÁRIOS EM GREVE 5.200, ou 100%, segundo o sindicato. Montadora não comenta O QUE QUER O SINDICATO Cancelar as demissões e negociar opções O QUE OFERECE A EMPRESA Disse ter feito "todos os esforços para evitar o corte de empregados". Não se manifestou sobre a possibilidade de negociar ou cancelar demissões (Fonte: Folha de São Paulo dia 12-08-2015).

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Passam de 500 as demissões na GM, diz sindicato Funcionários da Volkswagen em Taubaté (SP) decretam estado de greve e Fiat anuncia novas férias coletivas em Betim (MG), a quarta do a no CLEIDE SILVA - O ESTADO DE S. PAULO Passa de 500 o total de demissões na fábrica da General Motors em São José dos Campos (SP), segundo informa o sindicato dos metalúrgicos local. O número tem como base trabalhadores demitidos que procuraram o sindicato, uma vez que a empresa se nega a informar dados oficiais. Os trabalhadores começaram a receber telegramas de dispensa no sábado. “O número de cortes já chega a quase 10% da planta e pode aumentar ainda mais, o que é inaceitável diante de todos os incentivos fiscais recebidos pela montadora. Por isso, cobramos a intervenção dos governos municipal, estadual e federal, no sentido de garantir os empregos”, disse, em nota, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Antônio Ferreira de Barros. Antes dos cortes, a montadora empregava 5,2 funcionários na unidade que produz os modelos S10 e TrailBlazer. A produção está suspensa desde segunda-feira, quando foi decretada greve contra as demissões. A GM informou nesta quarta-feira que obteve na Justiça do Trabalho medida liminar determinando ao sindicato “que se abstenha de bloquear vias, bolsões e acessos, permitindo a entrada e a saída de pessoas e veículos”. Determina também que os sindicalistas “se abstenham de invadir a unidade fabril e de praticar atos de violência contra pessoas e o patrimônio da empresa”, garantindo assim o livre acesso às dependências do complexo. Segundo o sindicato, a GM condiciona a negociação ao fim da greve, enquanto a entidade defende que a volta ao trabalho ocorra após a suspensão das demissões. Nesta sexta-feira, o sindicato realizará manifestação na cidade. Recentemente, a GM também cortou 500 vagas na fábrica de São Caetano do Sul (SP).

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Greve na Volks. Em Taubaté (SP), funcionários da Volkswagen aprovaram nesta quarta-feira, em assembleia, estado de greve. Eles temem demissões após a recusa dos trabalhadores à proposta da empresa de congelamento de salários e antecipação de aposentadorias. Nesta quinta-feira e na sexta-feira, os cerca de 5 mil trabalhadores da unidade que produz os modelos up!, Voyage e Gol estão de folga, também para adequar a produção à demanda. Na fábrica de São Bernardo do Campo (SP), a Volks estuda parar a produção dos modelos Gol e Parati na próxima semana, aproveitando o feriado de aniversário da cidade, no dia 20. Férias. A Fiat dará, pela quarta vez no ano, férias coletivas para funcionários da fábrica de Betim (MG), por 20 dias. Dessa vez, a medida envolve 3 mil dos cerca de 19 mil trabalhadores da unidade. O objetivo também é adequar a produção à demanda. As férias terão início no dia 24. “A queda no comércio de automóveis reflete nos funcionários da empresa. Diante disso, as férias coletivas são muito melhores do que as demissões”, disse o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, Paulo Miguel Antunes. Nas férias anteriores, em julho, quase a totalidade dos funcionários ficaram em casa por dez dias. Os recessos foram em março e maio, para 2 mil trabalhadores cada. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), de janeiro a julho as vendas caíram 21% ante 2014. Nesse período foram demitidos 8,8 mil trabalhadores. / COLABOROU LEONARDO AUGUSTO, ESPECIAL PARA O ESTADO (Fonte: Estado de São Paulo dia 12-08-2015).

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