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PIRAjU salva seu trecho intacto do Paranapanema ANO VII julho 2012 77 arte: Clara Basseto comportamento_ O Rock’ Roll mostra sua força no cenário cultural, so- cial e até mesmo econômico de Santa Cruz do RIo Pardo. Veja matéria especial. meninada_ Paola cresceu. Agora quer assumir sua porção repórter, deixando o es- paço da capa para chamar atenção para sua criação editorial ilustrada por Clara Basseto Circulação Mensal. 12 mil exemplares Distribuição em 25 municípios _Águas de Santa Bárbara • Assis • Agudos • Areiópolis Avaré • Bernardino de Campos • Botucatu Cândido Mota • Canitar • Chavantes • Cerqueira César • Espírito Santo do Turvo • Fartura Ibirarema • Ipaussu • Manduri • Óleo • Ourinhos Palmital • Piraju • Santo Cruz do Rio Pardo • São Manuel • São Pedro do Turvo • Tatuí • Timburi Pontos Rodoviários_ Cia. da Fazenda • Graal Estação Kafé • Orquidário Restaurante Café Rodoserv • RodoStar • Varanda do Suco GRÁTIS agenda_ O Festival de Música de Ourinhos acontece este mês em grande estilo. Na noite de abertura, show do artista pernambucano Antonio Nóbrega. Imperdivel!!! p.18 p.16 p.12 foto: pesquisa Google www.caderno360.com.br Mobilização comunitária e leis Mobilização comunitária e leis municipais foram suficientes municipais foram suficientes para que uma cidade pequena, para que uma cidade pequena, como PIraju fosse capaz de como PIraju fosse capaz de preservar seu patrimônio natu preservar seu patrimônio natu- ral. Um excelente exemplo para ral. Um excelente exemplo para todas as cidades do interior. todas as cidades do interior. p.10 2_ 2_ editorial _ oração 3_ 3_ gastronomia 4_ 4_ ponto de vista 5_ 5_ agro_gente 6_ 6_ gente 8_ 8_ onde ir 8_ 8_ bem viver 10 10 _meio ambiente 12_ 12_ comportamento 16_ 16_ cultura 17_ 17_ agenda cultural 18_ 18_ meninada foto: Flavia Rocha | 360 foto: Flavia Rocha | 360 índice gastronomia_ Direto do litoral, o santista Fabio Burzichelli nos oferece uma receita e ensina a cozinhar com sabor e beleza. Aprenda e surpreenda!

caderno 360 - edição 77 - julho2012

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Publicação mensal de boas notícias. Grátis!

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PIRAju salva seu trechointacto do Paranapanema

ANO VIIjulho 2012

77

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comportamento_ O Rock’ Rollmostra sua força no cenário cultural, so-cial e até mesmo econômico de SantaCruz do RIo Pardo. Veja matéria especial.

meninada_ Paolacresceu. Agora querassumir sua porção

repórter, deixando o es-paço da capa para chamar

atenção para sua criaçãoeditorial ilustrada por

Clara Basseto

CirculaçãoMensal. 12 mil exemplares

Distribuição em 25municípios _Águas de

Santa Bárbara • Assis • Agudos • Areiópolis

Avaré • Bernardino de Campos • Botucatu

Cândido Mota • Canitar • Chavantes • Cerqueira

César • Espírito Santo do Turvo • Fartura

Ibirarema • Ipaussu • Manduri • Óleo • Ourinhos

Palmital • Piraju • Santo Cruz do Rio Pardo • São

Manuel • São Pedro do Turvo • Tatuí • Timburi

Pontos Rodoviários_ Cia. da Fazenda • Graal

Estação Kafé • Orquidário Restaurante Café

Rodoserv • RodoStar • Varanda do Suco

GRÁTIS

agenda_ O Festival de Música deOurinhos acontece este mês emgrande estilo. Na noite de abertura,show do artista pernambucanoAntonio Nóbrega. Imperdivel!!!

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Mobilização comunitária e leisMobilização comunitária e leismunicipais foram suficientesmunicipais foram suficientespara que uma cidade pequena,para que uma cidade pequena,como PIraju fosse capaz decomo PIraju fosse capaz depreservar seu patrimônio natupreservar seu patrimônio natu--ral. Um excelente exemplo pararal. Um excelente exemplo paratodas as cidades do interior.todas as cidades do interior.

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2_2_ editorial __oração 3_3_ gastronomia4_ 4_ ponto de vista5_ 5_ agro_gente6_ 6_ gente8_ 8_ onde ir8_ 8_ bem viver1010_meio ambiente12_12_comportamento16_16_cultura17_17_agenda cultural18_18_meninada

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índicegastronomia_ Direto dolitoral, o santista Fabio Burzichellinos oferece uma receita e ensina acozinhar com sabor e beleza.Aprenda e surpreenda!

Subversão. Não essa palavra não meremete diretamente à época da di-tadura, quando nasci e cresci umpouco. Antes disso, ela faz pensar natroca de funções e valores, de qual-quer natureza. Ou seja, antes de maisnada a vejo como um sinônimo deliberdade, ousadia, diversão. Pra ficarnum assunto frívolo, gosto de sub-verter a moda, por exemplo. Como não gosto de con-juntinhos, prefiro subvertê-los ao máximo, casando-oscom outras peças, quanto menos previsível melhor.Claro que avalio o resultado. Caso não funcione, quetal subverter meu estilo moderno deixando aflorar oclássico? E por aí vai..

A subversão pode ser vista em muitos empreendimen-tos, realizações. A própria estrutura editorial do 360 ésubversiva. Afinal, subvertemos o conceito de ficar nanotícia do pior, das mazelas, das denúncias, dos re-vanchismos. Isso fica a cargo da imprensa tradicional.

A subversão muitas vezes é coletiva. E quando bemfundamentada e organizada, especialmente se for bemintencionada, pode nos trazer boas surpresas, novi-dades e perspectivas inéditas. Também vejo a subver-são quando a ordem natural das coisas nos leva a algoinusitado. Como acontece com a produção culturalcontemporânea de Santa Cruz do Rio Pardo, cidadeonde o 360 está ancorado (sem perder de vista suaótica de navegar por outros mares). Nosso porto se-guro, por assim dizer.

A julgar pelo que prevalece já há algumas décadas namídia e na cultura de massa que tornou-se arraigadapor estas bandas, assim como pelos hábitos, trabalhose dia-a-dia da maioria da população de todas as idadesque vivem nas pequenas cidades do interior com vastaextensão rural, como é o nosso caso, seria natural quefosse no universo sertanejo que a cidade espelhassecom mais veemência seus talentos, tanto em qualidade

como em quantidade. E não é.

Na segunda década do século 21, cercadosde uma natureza escaldante, jovens emaduros, por assim dizer, da cidademostram que é no rock and roll – o velhoritmo que revolucionou conceitos e com-portamentos a partir de meados do séculopassado (originalmente nos Estados Uni-

dos) e que menos remete ao gingado e ao ritmobrasileiro – que Santa Cruz desenvolve sua cultura. Ede um jeito muito positivo, vale dizer. Tanto que é otema principal desta edição, que também aparece sub-vertida em suas seções e paginações, como o leitorpoderá notar.

A subversão também se percebe nos olhares de nossoscolunistas, que nos brindaram com textos muito levese instigantes nesse mês de férias e de dias frios. Diasque, ao contrário do que se possa pensar, podem serdeliciosamente aproveitados nas pequenas cidades dointerior, onde todos se encasulam diante da menor ad-versidade climática, tão quente e fresco costuma ser,mas onde é sempre muito bom de se estar. A qualquerhora do dia e da noite.

Para completar, nossa capa aparece subvertida. Paolacresceu e decidiu que agora se dedica exclusivamenteà reportagem da seção meninada, como aqui já foraanunciado, deixando de ilustrar com sua carinha demenina sapeca assuntos de cada edição.

Boa leitura, oh yeah!

Flávia Rocha Manfrin diretora-editora 360| [email protected]

2 •editorial

360 é uma publicação mensal da eComunicação. Todos os direitos reservados. Tiragem destaedição: 12 mil exemplares Circulação:• Águas de Sta. Bárbara • Agudos • Areiópolis • Assis •Avaré • Bernardino de Campos • Botucatu • Cândido Mota • Canitar • Cerqueira César • Cha-vantes • Espírito Sto. do Turvo • Fartura • Ibirarema • Ipaussu • Manduri • Óleo • Ourinhos• Palmital • Piraju • São Manuel • São Pedro do Turvo • Sta. Cruz do Rio Pardo • Tatuí • Tim-buri e paradas das rodovias Castello Branco, Raposo Tavares, Eng. João Baptista Cabral Rennóe Orlando Quagliato. Redação e Colaboradores: Flávia Rocha Manfrin ‹editora, diretora de artee jornalista responsável | Mtb 21563›, Luiza Sanson Menon ‹revisão›, Odette Rocha Manfrin‹receitas›, Matheus Teixeira ‹ assistente de produção›, Elaine Regina de Moraes ‹seperação›,Paola Pegorer ‹repórter especial›. Colunistas: José Mário Rocha de Andrade, Fernanda Lira,Tom Coelho e Tiago Cachoni. Ilustradores: Franco Catalano Nardo, Clara Basseto, Sabato Vis-conti e Wellington Ciardulo. Impressão: Fullgraphics. Artigos assinados não expressam nec-essariamente a opinião desta publi-cação. • Endereço: Praça Dep. Leônidas Camarinha, 54 -CEP 18900-000 – Sta. Cruz do Rio Pardo/SP • F: 14 3372.3548_14 9653.6463 • Redação:[email protected] • Publicidade/Assina-turas: [email protected] • 360digital: www.caderno360.com.br |julho_2012

xpedientee

Fugir doFugir doóbvio, óbvio,

inverter oinverter oprovávelprovável

pode ser umapode ser umaótima saídaótima saída

“Tendo o vosso viver honesto entre os gentios;para que, naquilo em quefalam mal de vós, como demalfeitores, glorifiquem aDeus no dia da visitação,pelas boas obras que em

vós observem.”

Ora,Ação!

Pedro 1Vs: 2

Prezada Flávia e equipe:Parabenizo pela excelente matéria sobre o usodas notas fiscais da edição 76. É um dinheiromuito grande que pode ser usado pelas entidades, como acontece na Santa Casa e tam-bém na APAE. É importante esta divulgação feitapelo 360, para que as pessoas saibam sobre apossibilidade de ajudar nossas entidades sociais.Parabéns

Mauricio R. Araujo/ SCRPardo

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Paola em foto de 2008, ilustrando gastronomia, Paola em foto de 2008, ilustrando gastronomia, e em 2011, defendendo o meio ambientee em 2011, defendendo o meio ambiente

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Ingredientes:• 1 moranga de 2,5 kg• 1 cebola picada• 4 colheres de sopa de salsinha • 2 tomates picados• 1 dente alho

• ½ xícara de azeite• 1 lata molho de tomate• 2,0 kg de Carne (acém ou paleta)• 2 xícaras de queijo cremoso (tipo Catupiry)

• 100 g de champignon

Preparo: Em uma panela de pressãocoloque a carne e sal a gosto. Cozi-nhe por 25 min. Depois desfiar acarne e reservar. lave a Moranga ecorte a tampa. Com uma colher re-tire as sementes. Coloque a mo-ranga numa assadeira e leve ao forno160 Graus, por 35 min. Em outra pa-nela coloque o azeite, o alho e a ce-bola e o tomate deixe dourar.Adicione o champignon em fatias omolho de tomate, a carne desfiada emetade do queijo cremoso. Mexabem e deixe apurar. Acerte o sal,coloque a salsinha e reserve. Namoranga ainda quente, adicione oqueijo cremoso e espalhe bem.Coloque o molho de tomate com acarne dentro da moranga. Coloque atampa na Moranga e leve ao fornopor mais 20 min. Dica:Dica: Quando for seservir pegará a abóbora com a carne.

Ingredientes• 1 copo de leite integral oudesnatado natural (saquinho)• 1 colher de café de mel• canela em pó a gosto• gengibre em pó a gosto• 2 colheres de cacau ouchocolate em pó• algumas folhinhas de hortelà• 1 dose de licou de chocolateou amarula Ou 1/2 dose decognaque ou whisky

Preparo: Aqueça o leite até fer-ver e coloque no liquidificadosadicionando os outros ingredi-entes. Bata bem e sirva emcaneca polvinhando canelapara enfietar. Também fica gos-toso sem o cacau ou chocolateem pó.

A receita deste mês traz uma emoção es-pecial ao 360, pois veio de longe, dacidade de Santos, onde viveram meuspadrinhos de batismo com os quais infe-lizmente pouco pude conviver. Sabia dotalento da família para a culinária, masfoi numa rede social que passei a obser-var as criações muito bem fotografadasde um contemporâneo meu, Fábio

Burzichelli. Ele conta que herdou o gostopela culinária ao observar a mãe, Vera,minha madrinha. Herdou também agrande simpatia do pai, Siney, pois foicom muita boa vontade que nos passouuma das receitas que ele faz e todos queprovam pedem bis. Espero que ele virefigurinha carimbada desta página. Sótemos a ganhar com isso, eu e os leitores!

3 •gastronomia

DElíCIA vindada beira mar

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Moranga recheadade carne ao molho

receita de Fábio Burzichelli

Flávia Manfrin

Chocolate quente

temperado

receita de Flávia Manfrin

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Pra quem assiste novela, e estamos fa-lando de um contingente excepcional debrasileiros – entre os quais me incluo –2012 pode ser um marco. Finalmente, de-pois de muitas histórias mal construídas ede conteúdo duvidoso ocupando o horárionobre da TV, a Globo mantém no ar a bri-lhante Avenida Brasil. Quer pelos diálogosinteligentes, pela recorrente teia de dra-mas e seus desfechos, pela capacidade dealias drama a humor com muita com-petência, pelo nível e conteúdo dos dra-mas apresentados, a novela é uma delíciaque está atraindo até os mais bissextos dostelespectadores.

Um fato que chama a atenção é o nível doserros e dos acertos. Nada que possamostomar como um grande mau exemplo,como vinha ocorrendo nas últimas tramas,que acabavam valorizando demais ati-tudes e escolhas que não são nem umpouco indicadas para que as pessoas pos-sam viver felizes da vida, de modo ad-mirável. Também o politicamente corretoque vinha aparecendo em campanhas

chatas enfiadas na trama não aparecem.Pelo menos não de maneira como eram asaulas de “Moral e Cívica” do colégio, ondebuscava-se passar valores do bem demaneira muito pouco atraente.

Para completar, ainda, digo ainda porqueelas ficam cada vez mais intensas ao longodas tramas, sem exagero no merchandi-sing, que não viram aqueles diálogos con-trangedores para toda a classe artística eque o público detesta. Sem contar algoque, felizmente, é comum em todas as tra-mas, mas acaba rendendo ainda maisquando a história é boa e muito bem di-rigida, com um visiual literalmente cine-matográfico: o talento de muitos atoresbrasileiros, iniciantes e veteranos.

Como nem tudo é perfeito, uma pena atrilha sonora. É compreensível que hajatemas do universo brega e de baixa quali-dade (seja do pagode, do forró, funk ouseja lá o ritmo), mas a predominânciamaciça de música ruim, a começar pelotema de abertura é lamentável. Especial-mente porque a Globo sempre manteveum nível inverso em suas trilhas, sempremantidas em maioria por novos e con-sagrados talentos nacionais (e interna-

cionais). Seria ótimo que, em meio a a tan-tas novidades da era digital, pudéssemosescolher a trilha e poder assistir ao mesmofolhetim ao som do que há de melhor nosamba, no forró… em todos or ritmos na-cionais. Assim como é o audio dos DVDs,onde você escolhe o idioma.

Dia destes solicitei um café expresso numaloja Fran’s Café e fiquei surpreso ao re-cebê-lo acompanhado de um elegantecopo contendo água mineral gasosa e deum folheto explicando tratar-se de umatradição italiana: a água com gás aguça aspapilas enaltecendo o sabor do café queserá sorvido. E todo este cuidado pelomesmo preço de um expresso tradicional...

Lembrei-me de um conceito aprendido nocurso de Economia chamado concorrênciamonopolística, segundo o qual uma em-presa que atue dentro de um mercado al-tamente concorrencial pode se destacarmediante a diferenciação de seu produtoou serviço, tornando-se única, exclusiva,desejada no coração e na mente do con-sumidor, possibilitando-a exercer umautêntico monopólio.

À luz deste conceito, passei a observar

como estamos o tempo todo praticandoa concorrência monopolística em nossasvidas. Da vitória do espermatozóidetenaz que, dotado de agilidade, veloci-dade e estilo, supera todos os demaisconcorrentes, à oportunidade de em-prego sancionada com êxito dentre ou-tros postulantes ao cargo.

A partir do conceito de diferenciação, pas-sei a compreender o porquê de deixarmais reais por um pão de queijo no Fran’sCafé (é porque quero o mimo) ou aceitarser expropriado pelo preço cobrado poruma pipoca e um refrigerante num ci-nema (é porque quero a comodidade).

O Pequeno Príncipe, de Exupéry, con-hecia muito de diferenciação quandocunhou a famosa expressão “tu te tornaseternamente responsável por aquilo quecativas”. Por isso, abrir a porta do carro

para a garota adentrá-lo, torna o cava-lheiro admirado. Por isso, a empresa queidentifica o desejo mais subliminar deseus consumidores, pode dar-se ao luxode vender o que produz ao invés de pro-duzir o que se vende.

Mas, no jogo da diferenciação, fique claroque não é a diferenciação tecnológica(baseada nas inovações), a qualitativa (se-diada na adequação) ou a mercadológica

(ancorada na força e glamour das marcas)que conferem perenidade às relações. Omundo está comoditizado. Os produtosapresentam as mesmas características, osprofissionais detém os mesmos MBA’s. Aúnica diferenciação efetivamente susten-tável ao longo do tempo é aquela baseadaem pessoas, aspecto que máquina ou vir-tualidade alguma será capaz de reproduzirou substituir.

DIFERENCIAÇÃODIFERENCIAÇÃO* Tom Coelho

* Empresário, consultor, professor universitário, escritor e palestrante formado em Economia pelaUSP, Publicidade pela ESPM, com especialização em Marketing pela MMS/SP e em Qualidade de

Vida no Trabalho pela USP. Diretor da Infinity Consulting e Diretor Estadual do NJE/Ciesp. Contatos: [email protected]. Visite: www.tomcoelho.com.br.

* jornalista paulistana que adora o interior | [email protected]

FINALFINALMENTEMENTE

* Fernanda Lira

4 •ponto de vista

“Quando todos pensam igual é porque “Quando todos pensam igual é porque ninguém está pensando.” ninguém está pensando.” _ _Walter Lippman_ _Walter Lippman

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Os incêndios florestais queimam milhões deacres de floresta por ano, em todo o mundo,sendo provocados por diversos fatores e cau-sando danos irreparáveis na natureza.

Eles diferem das queimadas, que é umaprática comum no Brasil dos agricultores, quequeimam a vegetação do local que preten-dem cultivar, para limpar o solo sem precisarinvestir dinheiro para isso. Porém, mesmo queelas sejam controladas, além de empobrecero solo, sempre há o risco desse fogo se esten-der até as matas próximas, dando inícioassim, a um incêndio florestal.

Outro fator comum que desencadeia incên-dios é a ação descuidada do homem, que in-siste em jogar bitucas de cigarros pelas jane-las dos veículos. Porém, os vidros deixados oujogados nas matas também podem gerar umincêndio, pois refletem a luz solar de modo in-tensificado, como uma lente de aumento.

Campings ditos selvagens, ou seja, feitos emlocais impróprios, também são um grandefator. Fogueiras, velas, fósforos, de novo o ci-garro, tudo isso pode gerar um incêndio deproporções assustadoras, pois nesta épocado ano o fogo se alastra rapidamente, devidoao fato da vegetação estar muito seca.

Há também as causas natu-rais, geralmente em cerra-dos. Entretanto, esse é maisraro e se ocorre, é o própriociclo da natureza.

Por isso, devemos tomar todas as precauçõespara evitarmos uma tragédia. São pequenasações que fazem uma diferença enorme, poisquando uma floresta fica em chamas, põeem risco de extinção animais e plantas,endêmicas ou não, atinge as nascentes,queima as matas ciliares, sem falar nas diver-sas espécies que morrem e no sofrimento e nador delas. Quando um incêndio começa, émuito difícil controlá-lo, pois sempre se alas-tra para lugares de difícil acesso.

Além disso, quero colocar uma reflexão sobre

a informação que recebemos: será que amídia não podia ser mais clara e intensa nadivulgação das causas? Ambientalistas eONGs podem fazer mais trabalhos de consci-entização nas cidades, o exército tambémpode ajudar a combater esses incêndios e asprefeituras devem munir a Defesa Civil comequipamentos adequados, entre eles as bom-bas costais e os abafadores. Geralmentequem apaga é a própria população, pondoem risco sua vida.

Vamos fazer nossa parte, ajudar a informarpessoas, divulgar as causas, pois está total-mente e absolutamente em nossas mãos evi-tar que isso aconteça.

IncêncioIncênciopróximo àpróximo àmata cilarmata cilarcoloca emcoloca emrisco áreasrisco áreaspreservadaspreservadase se alastrae se alastrafacilmentefacilmente

5 •agronegócio

Queimadas podemser EVITADAS

�� •gente | fotos: Flavia Rocha

AArrrraaiiáá ddoo SSSSSSeebbaassttiiããooAArrrraaiiáá ddoo SSSSSSeebbaassttiiããooDDiivveerrssããoo ddoo bbeemmDDiivveerrssããoo ddoo bbeemm((SSttaa.. CCrruuzz))

*Adriana Righetti | especial para o Caderno 360

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FFoottooss:: FFlláávviiaa RRoocchhaa || 336600

Veja mais fotos na fun page do Caderno 360 no Face Book!

cinemascinemasavaré: 14 3732.5058PirajuPiraju : : 14 3351.1555Ourinhos:Ourinhos:14 3325.1266s.cruz:s.cruz: 14 3373.2910

cafeteriascafeteriasAvAréAvAré

estação café_Salgados,doces, sucos e cafés.2ª_sab. após 10h, domapós 19h. F: 14 3731.2828

OurinhOSOurinhOSestação Baguete_Sal-gados, sucos e cafés. Todo dia 6h30_22h |F: 3325.4124Dona ica café_ Cafés,doces e salgados. Todo dia8h-19h. | F: 14 3326.3498

STA. CruzSTA. Cruzsabor da fazenda_Bom cardápio e ambientegostoso. 2ª a 6ª : 8h_18h |sab: 9h_15h | F:143372.3871

restaurantesrestaurantesBernArdinOBernArdinO

Donana_Peixes, risotos,massas. 3ª/sab: 18h_ 22hdom: 12h_15h |

F: 14 3346.1888OurinhOSOurinhOS

al faiat_Cozinha diferen-ciada. Boa carta de vinhos F: 14 3326-9700Hikariya_ Comida japo-nesa no jantar e almoçovariado. 2ª- sab. 19h_0h|F.: 14 3322.7553La Parrilla_ Comida ar-gentina. 3ª/sab:11h_16h|19h dom: 11h _16h. F.: 14 3324.9075Le Lui_Ambiente e cardá-pio sofisticados | 3ª- sab:11h30 e 18h30 | dom.11h30. F.: 14 3326.3762

PirAjuPirAjuPirabar_ Almoço e casanoturna à beira doParanapanema. 3ª a dom.|F: 14 3351.4387taças e cachaças_Cachaças, petiscos, pratos.Atendimento nota 10!2ª_6ª: 18h | sab/dom: 10hF: 14 3351.0811 torre de Pisa_ Pizzariacom forno a lenha. Choppe porções. 3ª a dom. _19h

F: 14 3351.2684STA. BárBArASTA. BárBArA

nossa chácara_Buffetde prratos quentes e sal-adas . Ligue antes de ir.Local bucólico dentro dacidade. 5ª a dom. | F: 143765.1545

STA. CruzSTA. CruzPizzaria alcatéia_Pizzascrocantes, massas e carnesà beira da piscina. 3ª-dom.19h _23h. F: 143372.2731torre de Pisa_ Pizzas,chopp e porções diversas. F: 14 3372.8860rancho do Peixe_ Cozi-nha caseira caprichada.2ª/dom. 8h30_14h30_2ª/sab. 17h30_ 0h. | F: 14 3372.4828S. PedrO dO TurvOS. PedrO dO TurvOrestaurante rosinha_deliciosa comida caseira.2ª a sáb: 11h30 às 15h | F: 14 3377.141

BaresBaresPirAjuPirAju

adrenalina’s_ Tilápia no

alho deliciosa. 2ª a sab.após 17h |F: 14 3351.3370

BernArdinOBernArdinOQuintal do romão_Barcom som ao vivo, vale visi-tar.. 6a.s e sab. 23h_4h F.: 14 91328035STA. CruzSTA. CruzBar da neusa (Bairro desodrélia)_ Todo dia 8h_20h ou até o últimocliente. Sinuca e salgados.Bar do celsão (Bairrodos andrades)_ drinks,assados, porções. Almoçoaos dom. (a confirmar), 2ºsáb. mês festa de rock. 22h

às 4h | F: 14 9697.2224casa da esfiha_Mais de70 opções entre esfihassalgadas e doces. Fogaz-zas. | F: 14 3372.2915nina Lanches_Tradiçãoem lanches. Todo dia18h_0h | F: 14 3372.6555frutaria do Baiano_Frutas selecionadas. r.Mal. Bittencourt c/ r. Ben-jamin Constant 8h_ 23h. sorveteria união_ Sor-vete artesanal e com in-gredientes naturais. Tododia 9h_23h | F: 143372.3644

BernArdinOBernArdinOPastelaria Bagdá_ Me-lhor pastel da região 360.2ª a sab. hor. cmercial.

rODOviasrODOviasPirAju-OurinhOSPirAju-OurinhOS

| sP 270 ‹raPOsO tavares›cia. da fazenda_Km334: Lanches e refeiçõescom destaque para pratoslevando palmito.| F: 14 3346.1175

OurinhOS-S.CruzOurinhOS-S.CruzsP 352 ‹O. QuagLiatO› restaurantecruzadão_ Km 16:restaurante 24h. | F: 14

3372.1353. Orquidário restau-rante café_ Km 14:Lanches, sucos, refeições,orquidário. Todo dia7h_19h | F: 14 9782.0043varanda do suco_Km27,5: refeições, sucos, sal-gados e doces. Todo dia.9h_19h | F: 14 8125.3433

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F: 14 3372.474314 9743.5450

moda_saúde_beleza

Não passe dos 40. Ou vocêterá que ouvir muitas críti-cas por fazer as coisas quesempre fez na vida. Dançaré uma delas. Salvo sejamaquelas danças de salão, adois, tudo é "proibido” paraos quarentões em diante.Como se ao se jogar numapista você não estivesse emseu juízo perfeito. Umagrande bobagem. Afinal,como assim? Vão quererme julgar, criticar, coibir, in-

timidar, depois do 40? Ora pois!

Nessa fase da vida já seique não devo satisfacões aninguém, aliás. Dançar éalgo absolutamente in-ofensivo e que nada inter-fere na vida alheia. Quemfica parado no meio dapista é que é o estorvo, osem noção. Estamos enten-didos? Muito bem, não émesmo sir Mick Jagger?

Patrulha à longevidade –Depois dos 80 a coisa piora.Não suba essa escada sozinha, não tome friagem,não chute a bolapara a Boneca (aborder collie quebota a casa pra fer-ver), leve o agasa-lho, não atravesse arua sozinha, não diri-ja, cuidado com a pa-nela, com o fogão…bradam filhões para seus

pais ou avós, ra-lhando com elescomo se fossem

crianças. Ah, gela-do, pimenta, açúcar,

carne com gordura.Bebidas alcoólicas?

Nã-nã-não! pontuamos filhos que, natu-ralmente, queremzelar pela saúde epela integridade fí-

sica e mental de seuspais, mas lhes enchemos “pacová”, admitiria

um bom avô .

Como diria o Dr.Paulo, que cuida domeu pai e de muitoslongevos por aí, nãodevemos extrapolar

com os mais velhos. Nãodevemos cercear sua liber-dade, mas respeitar comzelo. A medida é a cautela.Olho nos velhos, mas nadade exageros, afinal a vida édeles. Zelo sem controle,por assim dizer.

Quanto aos que ainda nãorequerem esses cuidados einsistem em curtir a vidausando jeans e camisetas ejogando-se numa pista dedança, aprenda com eles.Dançar é algo maravilho-so e pra vida inteira. É brin-cadeira do corpo envolvidoem som e espaço. Umacoisa de criança, aquelaque nunca deve morrer en-quanto a gente é vivo.

8 •bem viver

ARTE:PESQUISAGOOGLE

*médico santa-cruzense radicado em Campinas | [email protected]

Eu DANçO sim, e daí?

Meu pai chegado trabalho cansadodo trabalho, senta no sofá,toma uma cerveja, conversasobre futebol. Eu chego da escolacansado de escola, voupara a TV, computador,escutar música, pensar nas meninas... Não bastassem as aulas da escola, há asaulas de inglês, aulas de natação, futebol,lição de casa.

O mundo transformou-se em um suceder deaulas. Minha mãe, maravilhosa que é, étambém um poço de quereres: quer que euestude mais do que gosto, seja mais limpodo que quero, mais refinado à mesa do quesou, mais organizado do que posso, e aindainsiste para eu estudar todo dia um pouco.Tento explicar que isso é uma utopia semcharme, sem chance, sem a menor graça.Meu corpo rejeita essa rotina insossa, ficaentediado.

Com tantas obrigações a quebrar a rotinadas coisas gostosas e preguiçosas do dia adia, quando há uma prova difícil à frente,vou enrolando, adiando para estudar, deixoacumular um pouco de desarrumação inte-

rior, uma bagunça que se agita e pede prasair, até que chega o estímulo definitivo eeu mergulho nos estudos: o pânico da úl-tima hora.

Um dia escutei meu pai citar um filósofo: “épreciso ter caos e frenesi para dar a luz a umaestrela cadente”. Imaginei o que seria ooposto e dei de cara com uma vidametódica, vivida nos horários de umaagenda. Dos outros não sei, procurar nãoprocuro, mas quando chega esse pânico daúltima hora que dilata as pupilas, acelera ocoração, há um despertar dos sentidos, dainteligência, da integração corpo e mente.

Há o caos, um turbilhão, uma gestação. Umfrenesi? Ainda que não venha à luz uma es-trela cadente, foi esse bendito e desas-sossegado pânico da última hora queevitou que eu fosse reprovado na escola al-gumas vezes.

José Mário Rochade Andrade* PÂNICO da

últimahora

Flávia Manfrin | editora 360

A Companhia Tecnologia de SaneamentoAmbiental – CETESB, órgão da Secretariado Meio Ambiente do Estado de São Paulo(SMA), através da Diretoria de Avaliaçãode Impacto Ambiental – DAIA, arquivou opedido de licenciamento ambiental para aconstrução de mais uma usina hidrelé-trica no último trecho de calha original dorio Paranapanema, localizado na EstânciaTurística de Piraju.

A negativa, segundo documentos oficiaispublicados na internet, se deu por conta daincompatibilidade do projeto da PequenaCentral Hidrelétrica – PCH Piraju II – e aleis municipais que impedem a construçãode novas usinas em território pirajuense –Lei de Tombamento, Plano Diretor, Lei doInterregno, Lei Orgânica, Lei que criou oSistema Municipal de Meio Ambiente ePatrimônio Cultural e lei de criação de“Parque Natural do Dourado”, umaUnidade de Conservação de Proteção Inte-gral, com fulcro em lei federal que criou oSistema Nacional de Unidades de Conser-vação (SNUC).

Tais impedimentos legais, aliados à mani-festação da população e das OrganizaçõesNão Governamentais (ONGs) em atos pú-

blicos e redes sociais, contra o barramentodo rio e à destruição das últimas corredei-ras do Paranapanema, foram fundamen-

tais para que o prefeito Francisco Rodri-gues (PP), o popular “Chico Pipoca”, se de-clarasse contrário à construção da usina,enviando ofício a Agência Nacional deEnergia Elétrica (ANEEL) e fazendo pro-nunciamento histórico na imprensa local.

Por outro lado, a Câmara de Vereadorestambém se mostrou avessa ao empreendi-mento, assinando por unanimidade docu-mento contrário ao barramento e tendo osvereadores Luciano Louzada (PMDB), De-nilton Bergamini (PP) e Valberto Zanatta

10 •meio ambiente

PIRAju impede novasbarragens no Paranapanema

Licenciamento ambiental foi arquivado por contadas leis municipais que protegem o rio

Trecho original e preservadoTrecho original e preservadodo rio Paranapanema salvo do rio Paranapanema salvo da destruição, em PIrajuda destruição, em PIraju

*Fernando Franco| especial para o Caderno 360

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(PSDB) à frente do Legislativo local contrao assédio da EC Brasil.

Luta é contínua – Apesar do arquiva-mento do projeto, a Organização Ambien-tal Teyque’-pe’ – OAT ingressou com pro-cesso no âmbito do Ministério PúblicoFederal (MPF) para a definitiva exclusãodo trecho tombado do rio Paranapanemado inventário hidroenergético nacional,fornecendo a segurança jurídica necessáriapara que a Estância Turística de Piraju, emparceria com a iniciativa privada, realizeinvestimentos significativos para o desen-volvimento do turismo valorizando o leitooriginal do rio com esportes náuticos, tri-

lhas ecológicas, turismo de observação deaves e animais silvestres e outras formas deturismo sustentável.

Como a Bacia Hidrográfica do Alto e Mé-dio Paranapanema está em área conside-rada de preservação ambiental, nada maisjusto e benéfico para os recursos naturaisque os administradores públicos, respei-tando a vontade da população, incentivema instalação de indústrias não poluentes ede projetos sustentáveis, que possam fa-vorecer o desenvolvimento econômico re-gional integrado, gerando renda e empre-gos com justiça social, sem comprometerpatrimônios ambientais existentes.

Leis de preservação –Assim como o rioParanapanema, o glorioso rio Pardo, comsua beleza cênica inigualável, matas ci-liares preservadas e cachoeiras incríveis,vem sofrendo o assédio e a ameaça de bar-ramento de suas corredeiras para dar lugara usinas hidrelétricas que vão deixar umrastro de destruição irreversível.

A população de Santa Cruz, os agricultoresque terão suas terras inundadas, podem edevem tombar o rio Pardo como patrimô-nio ambiental e cultural de seu povo, pre-servando para as futuras gerações o legadohistórico de suas águas pardas e vivas.

No caso do rio Paranapanema, foi a vitóriado bom senso, da ética, da verdade, dajustiça e da luta dos “barrigas amarelas” edo Movimento Chega de usina em Piraju.No caso do rio Pardo, não é justo destruiras cachoeiras Niágara, Figueira Branca eSantana e colocar debaixo d´água a identi-dade cultural do povo santacruzense.

*Biólogo e presidente da OrganizaçãoAmbiental Teyque’-pe’ – OAT www.chegadeusina.com.br

[email protected]

A comunidade de A comunidade de Piraju se mobilizaPiraju se mobiliza e e se vale das leis se vale das leis municipais municipais para para eevitar destruição vitar destruição de trecho original de trecho original do Paranapanemado Paranapanema

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Com menos de 50 mil habitantes e com amaior parte de seu território ocupada pelaagropecuária, Santa Cruz do Rio Pardovem se destacando culturalmente comoceleiro de um ritmo nada rural ou interio-rano: o rock’roll. Sob a liderança de umtrupo de aficcionados pelo ritmo que rev-olucionou os costumes, gente que já pas-sou dos 30 e até dos 40 anos, o movimentodo “metal” na cidade em nada lembra a re-beldia, anarquia e irreverência caracterís-ticas dos anos que levaram o rock aoextremo, embalando eventos e discursosde paz, amor e muita liberação.

Ao contrário, o movimento é tão organi-zado que o grupo tem até um nome – G7 –e é composto por representantes das ban-das mais antigas da cidade, algumas commais de 20 anos de estrada. O cenário ondeesse movimento se organiza e se expande

não poderia ser mais propício a uma pe-quena cidade do interior: um galpão rús-tico situado próximo à cidade, mas emplena zona rural. Para lá rumam centenasde jovens de todas as idades – menores sóentram acompanhados dos pais, muitosdestes frequentadores assíduos da casa –em busca de música de boa qualidade, de

uma noite composta por dois shows derock sempre muito bem organizados, comuma infra-estrutura capaz de garantirordem e respeito. É ali que bandas antigasda cidade, assim como as que vão se for-mando em escolas de música ou por gru-pos de amigos, se apresentam e partempara uma agenda de shows que inclui os

principais pontos de eventos da cidade ecidades da região.

Também bandas das cidades vizinhas têmencontrado na casa – o famoso Bar do Cel-são (do Cersão ou rural, fica à vontade dofreguês) um local para vibrar seus instru-mentos e um público sempre disposto agostar (salvo se tocarem mal), dançar e irao delírio (dentro dos limites provincianos,claro). É o caso da Cavalo Morto, banda deBauru, com mais de 20 anos de estrada,que se apresenta em toda a região e nãopoupa elogios a Sta. Cruz desde que veiopela primeira vez tocar no “Cersão”. “Nãoimaginava um lugar assim. Quando vcchega pra passar o som parece ultra rús-tico, que nao vai mudar, mas qdo a galeraenche e pira no som, a casa ganha umamagia especial”, dis Alan Breslau, vocalistada banda que tornou-se habitué da casa efoi a principal atração do Rock in RioPardo, que acontece na cidade há anoscom apoio da prefeitura, através da secre-taria de cultura. Idealizado e organizadopor músicos que frequentam o bar, oevento é realizado em lugar público e seabre para que as bandas da cidade e daregião possam se apresentar. “Em Santa

12 •comportamento

AQuI é terra de rock bebêComo um gênero urbano

tornouse- vertente culturalpreponderante numa

pequena cidade do interior

Criada dentro do Bar do Celsão, a banda Dona Tequila se apresenta com Criada dentro do Bar do Celsão, a banda Dona Tequila se apresenta com regularidade em diversas casas de shows da região e eventos da cidaderegularidade em diversas casas de shows da região e eventos da cidade

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Cruz há uma vibe muito boa. Uma hospi-talidade e respeito pelo trabalho da bandae uma a troca de energia com o público queé demais”, garante Alan.

Fruto de união e amizade –Essa trocaé sentida por todos que se apresentam nospalcos santa-cruzenses e pelo público, quecresceu e tornou-se ainda mais fiel desde acriação do G7, em 2009. A ideia partiu deum dos fregueses do Bar do Celsão há dé-cadas e amante do rock’roll, Marco Anto-nio de Almeida Mello, “Marcão da Stoke”.Depois de criar objetos para decorar a casaque por anos funcionou em frente ao clubeda cidade e mudou-se para o sítio onde oproprietário Celso Andrade se dedica àatividades agrícola, ele propôs a criação deum clube que organizasse festas com ban-das ao vivo e promovesse a vertenteroqueira na cidade. “Propus a cada um car-

gos específicos, como a Andréia (Laudácio)para o financeiro, que é o ramo dela, e ummembro de cada banda da época: o Mar-quinho (Saad), que cuida da contrataçãodas bandas, o Vanio (de Marqui), da NoFate, o Jorge (Salaro), da Dona Tequila, oQueijão (Edson Suzuki) e o Marcelo (Za-nette), que não poderia ficar de fora”, ex-plica Marcão, destacando que todosrealizam tarefas para que as festas sejamde primeira qualidade. Isso significa par-ticipar de reuniões, sempre regadas à boaculinária do dono do bar, cuidar da limpe-za da casa em dia de festa, trabalhar naportaria, no bar e na produção e adminis-trar os recebimentos e pagamentos. “Nãovisamos lucro. A parte que cabe ao G7 éaplicada em melhorias no bar, em equipa-mentos e na contratação das bandas”,

afirma Marcão destacando que, apesar debem organizado, o grupo trabalha na baseda amizade, sem ninguém se sobressair aooutro. Tudo é discutido, votado, decidido.

Agenda garantida – Enquanto para orock’roll a solidificação do Bar do Celsãosignificou um oásis para o público que querir além da cultura de massa que impera nointerior, pautada no sertanejo e no pagodede gostos duvidosos, para o grupo trouxe agarantia de ter sempre onde ir na cidade.Depois de Celso, que foi o primeiro a per-mitir que bandas se apresentassem no seubar, quando ainda ficava na cidade (e porisso viu-se obrigado a mudar para o campoem razão da intolerância de vizinhos), ou-tras casas que promovem shows na cidadepassaram a dar espaço às bandas roqueirascom assiduidade. É o caso do Barrica, prin-cipal bar de Santa Cruz, e do Icaiçara

Clube. Nos últimos anos, eles têm con-tratado as bandas que fazem sucesso nobar rural do bairro dos Andrade, onde afesta ocorre no segundo sábado do mês.

Além da porteira –O sucesso dos even-tos roqueiros e o respeito à qualidade dasbandas de Santa Cruz também já pode servisto na região, num movimento de mãodupla. Por um lado, a região “exporta” suasbandas para o bar rural, de outro,aproveita o sucesso das bandas da casapara promover eventos, contando com umpúblico fiel para seus eventos. É o queocorre em Bernardino de Campos, noQuintal do Romão, e em Ourinhos, emshows organizados pela turma do motoclube e outros promotores culturais, em di-versos endereços da cidade.

Vale ressaltar, que o pessoal que se vale dogênero tão bem estabelecido em SantaCruz é também fiel frequentadora do Bardo Celsão, que tornou-se referência regio-nal. “Isso só foi possível com a ajuda doG7”, diz Celso que, quando consegue daruma escapada, segue com a turma parashows roqueiros da região e até da capital. Essa diversidade de bandas, festas e locaistambém é fruto da visão do grupo que pro-move o gênero na cidade. Ciente de quetudo que é demais enjoa, eles optaram porrealizar apenas uma festa por mês. “Emmeus anos de buteco, percebi que todos osbares lotavam no começo, mas depois dealgum tempo ficava queimado, enjoava.

Nós queremos fazer festas rock and rollpor décadas”, garante Marcão, acrescen-tando que, quando alguém quiser deixar ogrupo outro membro sera indicado. “Depreferência de outra banda, para semprecontinuar a ideia”, completa.

Reflexo no comércio – Um dos maio-res entusiastas grupo, Marcos Saad, queincorpora o vocalista do Matanza no palco,levando o povo ao delírio, o movimento dorock cresce em progressão geométrica, ouseja, muito rápido e assumindo proporçõescada vez maiores. “Culturalmente é muitointeressante, pois atrás do trabalho de setepessoas, até mais, vem 500, 700, 1.500…

A No Fate em showA No Fate em showno Rock in Riono Rock in RioPardo. Acima, Pardo. Acima, Celso Andrade,Celso Andrade,dono do bar, edono do bar, eMarcelo Zanette,Marcelo Zanette,doG7, trabalhamdoG7, trabalhamem noite de festaem noite de festa

Graças ao G7 o BGraças ao G7 o B ar do Celsão recebe bandas veteranas da região, como a Cavaloar do Celsão recebe bandas veteranas da região, como a CavaloMorto, à direita, e artistas consagrados garantem uma canja, como Morto, à direita, e artistas consagrados garantem uma canja, como o guitarristao guitarristaRafael Bittencourt, do grupo Angra, que ministrou workshop na Studio MusicalRafael Bittencourt, do grupo Angra, que ministrou workshop na Studio Musical

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que curtem o rock e não deixarão isso mor-rer”, diz. “Há uma moçada fazendo aulasde canto, violão, guirarra, bateria, se ex-pressando da maneira deles, mas tomandopostura”, avalia Marquinho.

A opinião do integrante do G7 é compro-vada quando o assunto chega a Luciano Pi-mentel, o Barry, baterista da Landau 69,que tem agenda garantida de shows embares e festas particulares de Santa Cruz eregião, inclusive em Bauru, grande cidadeonde existem muitas bandas. Há um anoele abandonou de vez o mercado de infor-mática para abrir em Santa Cruz uma es-cola de música, a Studio Musical, emparceria com Rodrigo Donato, músico deChavantes que mantém há anos umaunidade dessa escola em Ourinhos. Se-gundo Barry, os resultados do empreendi-mento superaram as expectativas e 70%dos alunos querem tocar rock, o que provaque além de cultura o gênero promovenegócios na cidade. “Não é só para apren-der o instrumento que eles vêm à escola,mas também para conhecer gente paramontar uma banda de rock and roll”, contao baterista que por anos promoveu e aju-dou a organizar o Rock in Rio Pardo,evento do calendário cultural da cidade.

Atualmente, os irmãos Jorge e GustavoSalaro, da Dona Tequila, capitaneiam oevento, sempre com a ajuda dos amigosroqueiros. Depois de verem o evento cairem descaso, perdendo até seu ponto de re-alização, a pista de skate da cidade, eles

viram uma oportunidade de retomar suarealização. Isso aconteceu graças a um es-tágio que Gustavo fez na secretaria de cul-tura, em 2011. “Eu gosto para caramba derock e curtia demais os antigos Rock in RioPardo's, então dei a ideia de organizar e asecretaria nos apoiou”, conta o baterista eestudante de filosofia que está à frente daedição de 2012, que acontece este mês.Naturalmente, a ajuda do G7 e a presençamaciça do público e amigos do Bar do Cel-são vão garantir o sucesso do evento.

Meio de vida – Outro empresário quetem se valido do rock para ver seu negóciocrescer é Jefferson Cardoso, o Jé, baixistada No Fate. Dono de uma badalada loja demoda jovem e acessórios para skatistas, eletem ampliado espaço para produtos en-dereçados aos roqueiros, além de ser pontode venda oficial de ingressos antecipadosdas festas do Bar do Celsão (que esgotamtodos os meses), do Quintal do Romão, deBernardino, e até do Icaiçara, como acon-teceu com a festa de Rock Beneficente queo clube promoveu – congregando quatrobandas que tocaram de graça para cerca de500 pessoas pagantes, com 100% da rendarevertida para uma entidade de assistênciaa menores da cidade.

Segundo o empresário, a venda de camise-tas de bandas e acessórios, entre colares,braceletes e canecas, vem contribuindocada vez mais para faturamento da loja.Tanto que ele pretende criar um espaçopróprio para o gênero. “O rock atrai

público e gosto muito de trabalhar comisso”, afirma Jé, que é de família de artistase já experimentou ou-tros gêneros musi-cais. “Tocar numa banda de rock é uma vi-bração diferente, gosto de alguns outrosestilos, mas nada se compara ao rock”, di-verte-se o dono da pontocom@moda.

Ambiente familiar – A integração eamizade entre integrantes de diversas ban-das, formadas por adolescentes ou qua-rentões com anos de estrada é outro pontoque garante estabilidade e permanência aomovimento do rock santacruzense. E, maisuma vez, essa demonstração fica evidenteno reduto do bar rural, que abre todos osdias, basta ter clientes. Ali, Celsão recebe atodos – desde que respeitem a casa, sobpena de expulsão – como um bar onde háboa bebida, boa música (com direito aDVD e um telão quando não há shows) eótimos petiscos, o que é praxe num bar dequalidade. A diferença que um cliente des-conhecido irá notar é o clima de festa deamigos que rola na casa, inclusive durantea semana. Com churrasqueira a gás prontapara “queimar uma carne”, o local é fre-quentado por famílias inteiras, inclusivevovós e netinhos recém nascidos, o queagrega ao movimento cultural da cidadeum caráter extremamente familiar e se-guro, que todos podem frequentar.

Também é comum acontecerem jams ses-sions reunindo músicos profissionais eamadores da cidade e região. Nessasocasiões, a turma do bar se junta e garante

que a noite se estenda até a madrugada,num ambiente diferente e repleto de genteque vai chegando conforme o eventocomeça a repercutir na cidade, inclusivedurante a semana.

Novos rumos – Segundo pudemos apu-rar com vários entrevistados, o rock comoexpressão singular em Santa Cruz veiopara ficar e quer estar em todo lugar. Foi apedido de sócios, por exemplo, que oIcaiçara Clube passou a promover festascom bandas roqueiras com frequência,agradando não só os que adoram rock, masquem quer boa música,gente bonita e di-versificada, clima de festa e descontração.Tanto que a ideia do evento de rock benefi-cente partiu do próprio presidente doclube, João Marcelo Santos. “Tenho proxi-midade com pessoas das bandas e elestoparam abrir mão do cachê para ajudar-mos o Lar da Criança, que receberá R$ 5mil da venda dos ingressos”, conta, lem-brando que até os sócios, geralmenteisento de pagamento de entradas, contri-buiram para o sucesso do evento. Segundoele, mais noites beneficentes, trazendo ou-tros gêneros, serão realizadas pelo clube.

Outra casa que abriu suas portas para orock é o Barrica, que traz na programação,geralmente, aos sábados, bandas da cidadee da região. Uma delas, a Mafagafos foi cri-ada pela casa e é um dos maiores sucessosda cidade, inclusive no Bar do Celsão. “Es-tudávamos juntos, tocávamos em outrasbandas que acabaram e nos juntamos para

Ancorada no rock 'roll, a noite beneficente do Ica idealizada por João Marcelo, congregou bandas como a Mafagafos. Elas abriram mão do cachê em benefício Ancorada no rock 'roll, a noite beneficente do Ica idealizada por João Marcelo, congregou bandas como a Mafagafos. Elas abriram mão do cachê em benefício do Lar da Criança. Sócios e convidados também contribuiram pagando ingressos. Ação de cidadania embalada pelos acordes de guitarras, baixos e bateriasdo Lar da Criança. Sócios e convidados também contribuiram pagando ingressos. Ação de cidadania embalada pelos acordes de guitarras, baixos e baterias

O Bar do Celsão lotado de gente disposta a passar a madrugada ouvindo rock'roll da melhor qualidade. Ao lado o bluseiro Fred Sun Walk se apresenta em showO Bar do Celsão lotado de gente disposta a passar a madrugada ouvindo rock'roll da melhor qualidade. Ao lado o bluseiro Fred Sun Walk se apresenta em showespecial da casa, mostrando entusiasmo, dando a oportunidade a músicos da cidade de participar da apresentação que agradou em cheio ao público presenteespecial da casa, mostrando entusiasmo, dando a oportunidade a músicos da cidade de participar da apresentação que agradou em cheio ao público presente

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ensaiar músicas que gostávamos até quesurgiu a oportunidade de fazer um showno Barrica e resolvemos encarar”, contaLucas Simão, vocalista da banda que agra-da a gregos e troianos, por assim dizer, oque inclui os jovens sertanejos, a garotadaemergente e os velhos ouvintes do “metal”,como gostam de dizer os roqueiros dasantigas. Desde o primeiro show, há cercade dois anos, a banda explodiu, tendo umaagenda digna veteranos, inclusive quandoo assunto é cachê.

Hobby remunerado –Geralmente for-madas por jovens e adultos que estudamou já têm uma profissão, as bandas roquei-ras locais também colhem os frutos da ex-pansão do rock na cidade. Antes, viviamsem ter onde tocar, ensaiar ou apresentar-se. Com o advento das festas garantidas noBar do Celsão, elas conquistaram a confi-ança de outras casas, que reconhecem, in-clusive, o profissionalismo e a qualidade dosom que cada uma faz. A No Fate, maisantiga do grupo, seguida da Dona Tequila,Landau 69 e Mafagafos formam o timeprincipal, como se fossem a primeira di-visão do futebol ou o Grupo 1 do carnaval.Isso não impede que haja uma troca siste-mática entre eles e também abertura parao convívio com outras bandas que se orga-nizam e acabam encontrando apoio daque-les que já têm passagem garantida pelascasas da cidade.

Em termos financeiros, se antes elas to-cavam de graça nas festas rurais, hoje re-cebem pelas apresentações valores quepermitem melhorar seus equipamentos esuas performances. A mudança surpreen-deu os veteranos, que sempre tocaram porpaixão. “O sonho de todo muleque é teruma banda e tocar em bares, clube… masnunca esperamos nada”, revela Vânio deMarqui, o Vaninho, vocalista da No Fate eartista gráfico que faz os cartazes das fes-tas do Bar do Celsão. Nos últimos anos, elese organizou para atender a uma demandaregular de shows na cidade e região. “É umhobby que nos paga, não poderia ser me-lhor”, descontrai o vocalista que é referên-cia para a galera mais jovem.

A julgar pela organização, pelo públicocativo e pela estrutura que se estabeleceuna cidade para abrigar o gênero musicalque nunca vai acabar ou envelhecer, SantaCruz ainda vai ficar conhecida em distantesparadas pela vocação e competência comque trata o rock and roll. O que permite afi-mar: “Aqui é terra de rock bebê, oh yeah!”

Há tempos eu queria escr-ever uma coluna sobre aefervescência musical, es-pecificamente a roqueira,de Santa Cruz do Rio Pardo.Após ser desafiado pelaminha querida editora,aceitei a empreitada. Não éfácil condensar em poucaslinhas algo que me é tãocaro e do qual faço parte.

Aos 17 anos, em 2002, já fis-surado por música, formeicom meus melhores ami-gos a banda Landau69,sem pretensão nenhuma.Uma década depois, esta-mos em nosso melhor mo-mento, levando o nome deSanta Cruz por toda aregião.

Nesse tempo todo, fizemosmuitos parceiros nessemeio, a destacar os vetera-nos do No Fate, a quasecontemporânea Dona Te-quila, a rapaziada do Mafa-gafos e os grandes amigosdo Black Tie. A união entreas bandas é um ponto fun-damental para a cons-trução da cena: há umatroca de influências, umciclo que vai se realimen-tando e gerando mais e

mais adeptos. Hoje é pos-sível notar uma novíssimageração formando novasbandas, tendo esse pessoalacima como referência,mas buscando um cami-nho próprio.

Não é fácil, no entanto,rezar na cartilha de um es-tilo cada vez mais relegado,excluído da mídia, semuma renovação de massa(pelo menos nacionalmen-te). As gerações vão cres-cendo cada vez menosacostumadas a essa músi-ca que tanto me fascina. Éum trabalho de formiga, eque vem dando frutos.

O histórico Bar do Cersãovem mostrando há anos averve roqueira santa-cru-zense. E a coisa só cresce: acada mês uma festa maisestruturada que a anterior,com uma média de públicosuperando 500 pessoas.Não esqueçamos: estamosem Santa Cruz, e trata-se deuma casa de rock locali-zada literalmente no meiodo mato. Cansei de vergente de inúmeros lugares(capital inclusa) louvandoeste bar tão peculiar e espe-

cial. Aqui o trabalho é de ar-regimentação: um lugarroqueiro, com um públicojá formado, trazendo maisgente para dentro dele.

Não menos importante,contudo, é a tarefa de for-mar um público cativo emcasas mais tradicionais, co-mo o Barrica e o Ica, e atéem locais públicos, no casodo belíssimo projeto CoretoEncanto. Não podemos serautossuficientes, é necessá-rio espalhar nosso som.

A conta-gotas, temos mos-trado que existe todo ummundo riquíssimo e mar-avilhoso por trás do que orádio e a TV nos impõegoela abaixo diariamente.

Moro em Marília, cidadecom 250 mil habitantes, eposso dizer que, musical-mente, encontro mais di-versão na pequena esaudosa Santa Cruz!

*vocalista, ama rock eamendoim, e está sempre"remando contra a cor-rente, só pra exercitar"

*Tiago Cachoni

NNoo IICCAA tteemm pprrooggrraammaaççããoo ppaarraa ttooddaass aass iiddaaddeess ee ttooddooss ooss eessttiillooss.. PPaarrttiicciippee!!

O nosso belorock rural

Marquinho Saad e Marcão da Stoke, com a família. Dedicação profissional aMarquinho Saad e Marcão da Stoke, com a família. Dedicação profissional aação que contribui para o desenvolvimento cultural e econômico da cidadeação que contribui para o desenvolvimento cultural e econômico da cidade

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Barry, da Studio Musical eBarry, da Studio Musical eda Landau 69: opção pelada Landau 69: opção pela

música no lazer e música no lazer e no trabalhono trabalho

16 •educação

Festival de Música de Ourinhostraz o melhor da música à região

Está prestes a começar o maior evento mu-sical do oeste paulista, seguramente umdos principais de todo o Estado de SãoPaulo. Em sua 12ª edição, o Festival deMúsica de Ourinhos (FMO), que acontecede 15 a 21/7, é hoje um aguardado eventoque reúne músicos de todo o país, ama-dores e profissionais, formados e estudan-tes, em busca de aprendizado, aprimora-mento e mergulho na música brasileira eno virtuosismo de instrumentos da músicaclássica e popular.

Como acontece todos os anos, o festivaladota um patrono, que é homenageadocom uma série de ações realizadas antes edurante o evento em muitos pontos dacidade além do Teatro Municipal e da Es-cola Municipal de Música, como escolas,praças e bares. A integração com a redepública de educação e a abertura de toda acomunidade para os dias de música emOurinhos garante à criatividade dos orga-nizadores uma programação cada vez maisdiversificada e rica do ponto de vista doaproveitamento do tema e do desenvolvi-mento cultural.

Pixinguinha dá o tom – Este ano, ohomenageado é o músico e compositor

Pixinguinha, imortalizado com muitascomposições, entre elas a popularíssimaCarinhoso. Para trazer a obra desse grandegênio da MPB para o público, entre ou-vintes e participantes dos cursos, work-shops e apresentações, os organizadorestrataram, como é tradição, de trazer óti-mos profissionais, a maioria com presençaentre as aulas e as apresentações. No totalserão 41 cursos, numa programação queinclui muitos shows oficiais e improvisa-dos em “canjas” já agendadas, além dedocumentários.

Noite de abertura – Como também étradição do FMO, a abertura do eventoterá um convidado muito especial, degrande reconhecimento. A atração desteano é o músico pernambucano AntonioNóbrega, reconhecido por uma interpre-tação e produção musical bastante originale admirável.

A programação inclui apresentações im-perdíveis, a participação de Maurício Car-rilho como músico convidado e de JairoCavalcanti como artista da casa. O encer-ramento, também muito aguardado, traz aBanda Municipal de Laranjal Paulista soba regências de Fúlvio Scarme.

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Acima, Antonio Nóbrega, que fará a noite de abertura. Abaixo, à esquerda,Acima, Antonio Nóbrega, que fará a noite de abertura. Abaixo, à esquerda,Maurício Carrilho, músico convidado, e Jairo Cavalvanti artista da casaMaurício Carrilho, músico convidado, e Jairo Cavalvanti artista da casa

Entre as ações prévias ao FMO, atividades escolares com alunos da redeEntre as ações prévias ao FMO, atividades escolares com alunos da redepública e apresentações em escolas, bares e instituições. Abaixo, pública e apresentações em escolas, bares e instituições. Abaixo,

estudantes acompanham a aparesentação da Banda do PRojeto Guriestudantes acompanham a aparesentação da Banda do PRojeto Guri

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Info: www.ourinhosfestivaldemusica.com.br

17 •agenda cultural agenda cultural julhOMuita música.MuiTOS riTMOS. do rock ao forró, passando

pelo virtuosismo erudito, clássico, popular... a música aqueceas noites do inverno caipira. O destaque é o Festival e

Música de Ourinhos e sua programação abrangente eimperdível. Assim como a descontração de festas julinas e

dos eventos roqueiros que botam pra quebrar o oestepaulista. Vá e comprove!

Nota da Redação: por questões de produção eemergência, a agenda deste mês foi feita de flyers

das festas e eventos de julho, que aparecem em meiosaos patroniadores do 360

Divulgue seu evento aqui! Mande os dados completos para: aaggeennddaa@@ccaaddeerrnnoo336600..ccoomm..bbrr

AAss ttããoo eessppeerraaddaass fféérriiaass cchheeggaarraamm!!TTeerr fféérriiaass sseemmpprree éé bboomm,, qquueerroo ddiizzeerr,, bboomm nnããoo,, éé

sseemmpprree óóttiimmoo!!!!!!!!

PPaarraa ooss aammaanntteess ddee pprraaiiaa mmeeuuss ppêêssaammeess,, ppoorrqquuee ccoomm eessssee ffrriioo……

……mmaass oo ffrriioo nnããoo aattrraappaallhhaa ccoomm ttaannttaa eemmppoollggaaççããoo..CCuurrttiirr ooss mmoommeennttooss sseemm tteerr ddee ssee pprreeooccuuppaarr ccoomm oossccoommpprroommiissssooss,, aass ttaarreeffaass ddaa eessccoollaa,, eemm eessttuuddaarr ppaarraa

aass pprroovvaass,, iissssoo éé ssóó nnoo mmêêss qquuee vveemm..NNaass fféérriiaass ttuuddoo ppooddee.. BBeemm,, qquuaassee ttuuddoo……EEuu nneessssaass fféérriiaass vvoouu ffaazzeerr mmuuiittaa ccooiissaa……11ºº ddoorrmmiirr ,, 22ºº ddeessccaannssaarr,, 33ºº ccoommeerr11ºº ddoorrmmiirr ,, 22ºº ddeessccaannssaarr,, 33ºº ccoommeerr

VVooccêêss ddeevveemm eessttaarr ppeennssaannddoo:: ““NNoossssaa ccoommoo eellaa éé aanniimmaaddaa!! CCaallmmaa ggeennttee..

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PPaaoollaaPPaaoollaa

A TV mostrava um povo que se co-munica pelo assobio. Um assobi-ava daqui, outro dali e eles iam seentendendo. Alvinho lembrou-sedos índios comunicando-se porsinais de fumaça, espiões enviandomensagens por reflexos de es-pelho, dos italianos, famosos por

“falarem com as mãos”, lembrou-se ainda da telepatia, pessoas quese comunicam pelo pensamento.Nesse exato momento Pingo latiu3 vezes, levantou as orelhas, ba-lançou o rabo, seus olhos bri-lharam, sua respiração tornou-semais forte, quase ofegante e

Alvinho ficou com a sensação deque seus pelos brilhavam mais. Foia vez de Alvinho arregalar osolhos, fazer cara de espanto, en-golir seco com a pulga atrás daorelha: “Será que há alguém aquilendo meus pensamentos?”

PINGO

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FFFFéééé rrrr iiii aaaa ssss !!!!

18 •meninada

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